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O Indígena Na História Social Da Arte Braisleira
O Indígena Na História Social Da Arte Braisleira
DIREITOS
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• Cultura
HUMANOS
O Indígena na história social da arte brasileira
Ancestralidade
Oralidade
Memória
Tradição
Dig-ni-da-de
Escritores do
Sentido amplo
[...] homens pardos, todos nus, sem nenhuma coisa que lhes
cobrisse suas vergonhas.
A feição deles é serem pardos, [à] maneira de avermelhados, de
bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem
nenhuma cobertura, nem estimam cobrir nenhuma coisa, nem
mostrar suas vergonhas: acerca disso, estão em tanta inocência
como tem em mostrar o rosto.
Entre eles ali andavam três ou quatro moças, bem moças e bem
gentis, com cabelos muito pretos compridos pelas espáduas, e
suas vergonhas tão altas e tão cerradinhas, e tão limpas das
cabeleiras, que de nós muito bem olharmos não tínhamos
nenhuma vergonha. [...]. Uma daquelas moças era toda tinta
daquela tintura, de fundo acima, a qual, certo, era tão bem feita
e tão redonda, e sua vergonha, que ela não tinha, [era] tão
graciosa que a muitas mulheres da nossa terra -vendo-lhe tais
feições- faria vergonha, por não terem a sua como ela.
CAMINHA, Pero Vaz. A Carta de Caminha. Séc. XVI
Apresentação do auto, por José de Anchieta:
xeraçi, xemaraa
Após a cena do martírio de São Lourenço, Guaixará
cobexerembiareta
chama Aimbirê e Saravaia para ajudarem a perverter a
tameene amo endebo
aldeia. São Lourenço a defende, São Sebastião prende os
yacangaterejoca.
demônios. Um anjo manda-os sufocarem Décio e
Eyerocmoxirece
Valeriano. Quatro companheiros acorrem para auxiliar os
tandererapoangatu
demônios. Os imperadores recordam façanhas, quando
Meu irmão, perdoa tu a mim;
Aimbirê se aproxima. O calor que se desprende dele
eu tenho dor, eu estou doente.
abrasa os imperadores, que suplicam a morte. O Anjo, o
Eis que também minhas presas
Temor de Deus, e o Amor de Deus aconselham a
hei de dar algumas para ti,
caridade, contrição e confiança em São Lourenço. Faz-se
para que quebres suas cabeças
o enterro do santo. Meninos índios dançam. (...)
Arranca-te o nome por causa dos malditos
Para que sejas muito famoso.
ANCHIETA, José. Auto da Festa de São Lourenço. Teatro
de catequese. Domínio público.
• Síntese e moral do auto: maniqueísmo Bem
versus mal; o bem representado por padres
jesuítas e símbolos católicos; e o mal • Pluralismo linguístico: simpatia entre as
representado por atores e símbolos indígenas. culturas portuguesa, espanhola e indígena;
• Aculturamento: imposição, apagamento e maior entendimento entre os sujeitos, e
exploração cultural eficácia na veiculação da moral católica.
I-Juca Pirama, Gonçalves Dias Romantismo brasileiro (séc. XIX)
- aquele que é digno de ser morto; ritual • I Geração da poesia romântica
antropofágico • Idealização do ancestral comum:
indianismo
No meio das tabas de amenos verdores, • mito do bom selvagem (honra e
Cercadas de troncos – cobertos de flores, altivez): ritual antropofágico
Alteiam-se os tetos de altiva nação. • origem/folclore: identidade
São todos timbiras, guerreiros valentes! nacional
Seu nome lá voa na boca das gentes, • imagem e condutas europeizada
Condão de prodígios, de glória e terror!
[...] Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da
graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso (...)
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu...
Fragmento de Macunaíma
Mário de Andrade