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(Hand Out) Dramaturgia - Modelo Actancial
(Hand Out) Dramaturgia - Modelo Actancial
O MODELO ACTANCIAL
O Modelo Actancial foi elaborado por Greimas 1 a partir dos estudos de Propp e
Souriau. A análise de um texto segundo esse modelo difere do estudo dramatúrgico
tradicional por trazer as personagens segundo sua função no sistema de ação, e não pela
investigação dos traços psicológicos do seu caráter. O modelo actancial parte da ideia de
actante, categoria que ultrapassa a noção de personagem (seres antropomórficos) e pode
incluir representações abstratas como Deus, Pátria, Poder, Paixão, A Cidade, A
Sociedade, etc. Actante é tudo aquilo ou aquele que interfere num processo ativo.
Obs.: Todos os actantes, salvo o Sujeito, podem ser abstratos. Uma mesma função
actancial pode ser preenchida por vários personagens. Uma mesma personagem pode ter
mais de uma função actancial. Uma personagem pode passar de um caso actancial a
outro, no decorrer da ação. O sujeito não precisa necessariamente se confundir com o
herói, embora isso seja bem comum. O sujeito pode ser representado na peça por um
grupo de indivíduos, por exemplo.
Um actante pode estar cenicamente ausente, e sua presença no texto estar apenas
inscrita na fala de outras personagens. Observe-se a importância da Família em
Dorotéia, de Nelson Rodrigues, que aparece apenas e obsessivamente nas réplicas das
Tias e da própria Dorotéia.
O lugar de um actante pode também estar vazio, indicando a ausência daquela força no
quadro da ação. Se isso acontece no D1, por exemplo, reforça o Sujeito como origem da
ação, o aspecto individual do drama. Se está vazio o lugar do Adjuvante, isso reforça a
solidão do Sujeito em busca do Objeto.
1
GREIMAS, A. J. Semântica Estrutural – Pesquisa de Método. São Paulo: Cultrix, 1973.
2
Observação:
2
UBERSFELD, Anne. Para Ler o Teatro. Tradução de José Simões. São Paulo: Perspectiva, 2005.