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São Carlos - SP
2006
Dedico aos meus pais Elemar Ebeling e Delari
Maria Bottega Ebeling cada segundo gasto neste
trabalho, mesmo sabendo que é um número pequeno
diante do esforço que fizeram por mim, sacrificando
muitas vezes os momentos de lazer para direcionar
recursos à minha educação.
Agradecimentos
Agradeço a Deus pelas oportunidades que tive na vida, por me carregar nos
momentos em que mais precisei, mas especialmente por me dar os pais maravilhosos
que tenho.
Aos meus pais, agradeço pela vida que me ofereceram, direcionando seus
recursos para minha formação social, cultural, ética e familiar, mas principalmente
porque sempre me amaram e sempre me confortaram nesta vida.
Agradeço aos meus irmãos Eliano Bottega Ebeling e Dilene Bottega Ebeling,
pelo maravilhoso crescimento que tive com eles e pelo amor que existe entre nós. Eu
jamais me esquecerei de vocês.
Resumo ..............................................................................................................................i
Abstract............................................................................................................................ii
Capítulo 1 - Introdução ..................................................................................................1
1.1. Considerações Iniciais............................................................................................1
1.2. Objetivo..................................................................................................................4
1.3. Justificativa ............................................................................................................4
1.4. Método de pesquisa empregado .............................................................................5
1.5. Apresentação da dissertação ..................................................................................6
Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica.................................................................................8
2.1. Modelo de LEONHARDT & MÖNNIG (1977), adaptado por EL DEBS (2000) 8
2.2. Modelo de WILLERT & KESSER (1983) ..........................................................11
2.3 Modelo de OLIN; HAKKARAINEN; RÄMÄ (1985)..........................................13
2.4.Modelo apresentado por ELLIOT (1996) .............................................................15
2.5.Modelo de OSANAI; WATANABE; OKAMOTO (1996) ..................................17
2.6.Modelos apresentados por SILVA (1998) ............................................................20
2.7.Recomendações da FIB PLANCHERS OSSATURES & CERIB (2001) ............24
2.8.Modelo proposto por CANHA (2004) ..................................................................26
2.9.Análise crítica dos modelos apresentados.............................................................28
Capítulo 3 - Investigação Experimental......................................................................30
3.1.Considerações iniciais...........................................................................................30
3.2.Descrição dos elementos dos modelos..................................................................31
3.2.1.Pilares............................................................................................................31
3.2.2.Cálices de fundação.......................................................................................33
3.2.3.Reforço dos cálices .......................................................................................34
3.3.Materiais e Métodos Utilizados ............................................................................36
3.3.1.Construção dos pilares ..................................................................................36
3.3.2.Concretagem da junta....................................................................................38
3.3.3.Execução do reforço......................................................................................40
3.3.4.Instrumentação ..............................................................................................41
3.3.5.Montagem dos modelos ................................................................................47
3.4.Caracterização dos materiais.................................................................................49
3.4.1.Concreto do pilar...........................................................................................49
3.4.2.Concreto da junta ..........................................................................................49
3.4.3.Armaduras .....................................................................................................50
3.4.4.Esquema de ensaio e equipamentos utilizados..............................................50
3.5.Realização do Ensaio ............................................................................................53
Capítulo 4 – Simulação Numérica ...............................................................................55
4.1.Considerações iniciais...........................................................................................55
4.2.Elementos finitos utilizados ..................................................................................55
4.3.Características dos modelos ..................................................................................57
4.4.Parâmetros utilizados na simulação ......................................................................60
Capítulo 5 - Apresentação e análise dos resultados ...................................................64
5.1. Caracterização dos materiais................................................................................64
5.2. Análise dos modelos experimentais .....................................................................65
5.2.1. Comportamento da armadura longitudinal...................................................66
5.2.2. Comportamento da armadura transversal.....................................................75
5.2.3. Análise dos deslocamentos ..........................................................................77
5.2.4. Fissuração dos modelos ...............................................................................80
5.3. Análise dos modelos numéricos...........................................................................83
5.3.1. Considerações iniciais..................................................................................83
5.3.2. Avaliação das deformações e dos deslocamentos........................................83
5.3.3. Análise da fissuração e fluxo de tensões......................................................91
5.4. Modelo de comportamento proposto ...................................................................95
Capítulo 6 - Considerações finais e conclusões.........................................................100
6.1. Conclusões .........................................................................................................100
6.2. Sugestões para futuras pesquisas .......................................................................101
Referências Bibliográficas ..........................................................................................102
Resumo
EBELING, E. B. (2006). Analysis of the precast concrete column base in the connection
socket. São Carlos, 2006. 103 p. Dissertation (master degree). Escola de Engenharia de
São Carlos, Universidade de São Paulo.
The study presents the analysis of precast concrete column base in the
connection socket. This research follows previous studies on this connection type. The
research aim to fill out the lack of information about column base in the embedded
length, because almost do not exist recommendations about this subject. An
experimental investigation was developed with the construction of two models, which
connection sockets were reused from previous researches. The models have smooth
contact interface with different embedded lengths and the axial load with great
eccentricity was applied in the models. Numeric simulations are presented by using the
Finite Element Method adopting non-linear physical, geometric, and contact. A
comparative analysis was done between the tests and numeric models that were
observed the displacements, longitudinal and transversal reinforcement strain, cracking,
and stress flow. The results show that the ruin of the models occurred for large strain in
longitudinal tensioned reinforcement located out of embedded length. The transversal
reinforcement presents little strain. Recommendations are made for anchorage of
longitudinal reinforcement and at the end of the research an analytical model for column
base behavior is suggested for connecting foundation by socket.
Junta Pilar
Nd Md
Colarinho Vd
pressões de contato
na base
1.2. Objetivo
Este trabalho tem como objetivo analisar o comportamento da base dos pilares
na ligação com cálice de fundação em estruturas de concreto pré-moldado, com
interface de contato lisa, reunindo-se informações na literatura técnica e científica que
contenham modelos referentes a este tipo de ligação.
Em especial deseja-se:
• Realizar uma investigação experimental sobre o comportamento da base de
pilares na ligação com cálice de fundação;
• Realizar a simulação numérica dos modelos, obtendo informações que não são
possíveis de serem lidas na investigação experimental;
• Analisar a ancoragem das armaduras longitudinais, e também a possível
contribuição do atrito na modelagem teórica;
• Avaliar o comportamento da armadura transversal da base dos pilares na região
de embutimento.
1.3. Justificativa
Mesmo sendo um dos tipos de ligação entre pilar e fundação mais utilizados no
país, existem muitas incertezas quanto aos processos de cálculo, no que diz respeito ao
dimensionamento da base do pilar.
Deve ser lembrado que apesar do estudo se restringir a análise da ligação por
cálice com colarinho, as informações referentes à base do pilar podem ser consideradas
as mesmas para ligações sem colarinho, como no caso de pilares embutidos em blocos
de fundação (Figura 1.2). Apesar do cálice sem colarinho apresentar um comportamento
diferente, por causa de sua maior rigidez, a base do pilar não apresenta mudanças
significativas na intensidade e na posição das forças atuantes, consequentemente não há
alteração no mecanismo de resistência.
Nd Md
Vd
Hsup,d
Fat,inf,d
Hinf,d
Fat,bf,d
Nbf,d
Figura 1.2 - Comportamento equivalente do pilar para cálices com e sem colarinho
A simulação numérica foi realizada no Programa ANSYS 8.0, onde alguns dos
parâmetros utilizados foram obtidos da calibração realizada por CANHA (2004) e os
outros parâmetros foram obtidos da caracterização dos materiais.
De acordo com LEONHARDT & MÖNNIG (1977) a transmissão das ações para
a fundação depende da interação entre o pilar e as paredes do cálice. Para o
dimensionamento da ligação são considerados dois casos limites quanto à conformação
da superfície de contato do cálice com o pilar: muito rugosa ou lisa. Na Figura 2.1 é
apresentado o esquema com o posicionamento das forças atuantes na base para os dois
tipos de conformação da interface de contato.
Nd Md
Vd
Hsup,d
y
Hsup,d
emb
z
z
l
Hinf,d
Hinf,d
Os valores das forças horizontais atuantes na base do pilar são obtidos conforme
as equações da Tabela 2.2.
Revisão Bibliográfica 10
Tabela 2.2 - Valores e posição das forças horizontais – Adaptado de EL DEBS (2000)
Md Md
Hsup,d 1,5. + 1,25.V d 1,2. + 1,2.V d
l emb l emb
Md Md
Hinf,d 1,5. + 0,25.V d 1,2. + 0,2.V d
l emb l emb
y 0,167.lemb 0,150.lemb
z 0,667.lemb 0,833.lemb
• Nos casos em que lemb < 2.h , a força Hinf,d pode ser reduzida na proporção
lemb/2.h, para o dimensionamento da armadura transversal (para a verificação do
esmagamento do concreto a força deve ser computada em sua totalidade).
y=l /6
emb
Nd y' = l / 6
Md
emb
y'' = βz.l / 6
emb
TOPO DO
COLARINHO
Vd
Hsup,d
O y
Fat,sup,d
emb
z
Fat,inf,d
l
Rinf,d
Hinf,d
y'
y''
Fat,bf,d
Nbf,d
Figura 2.2 - Forças atuantes na base do pilar - WILLERT & KESSER (1983)
2e
−
β z = 1 − exp 3h (2.3)
l emb
z= .(5 − β z ) (2.4)
6
6.M d + V d .l emb
Rinf, d = (2.7)
l emb .(5 − β z ) + 3.µ .h.(1 + β z )
Nd Md y = 0,1. l emb
TOPO DO
COLARINHO
Vd
Hsup,d
y
µ.Hsup,d
0,9.lemb
l emb
Hinf,d A
y
Nbf,d
h/6
Md
H sup, d = 1,14. + 1,03.V d − 0,15.N d (2.8)
l emb
Revisão Bibliográfica 14
h h
Nd Md
Nd Md y = 0,1. l emb
Vd
TOPO DO
Vd
COLARINHO
Fbu,y
τb,y = τbu,y
0,45.lemb
Fbu,x
Hsup,d
0,9.lemb
0,675.lemb
0,8.lemb
emb
l
Hinf,d
τb,y = 0
y
h/2
Admite-se que estas tensões sejam constantes com Fbu,y assumindo o seguinte
valor da expressão (2.10):
Revisão Bibliográfica 15
Md
H sup, d = 1,05. + 0,95.V d − 0,13.N d − 0,06.Fbu , y (2.11)
l emb
OLIN et al. (1983) recomenda dispor, na base do pilar, uma armadura em forma
de “U”, ancorada acima da linha de ação de Hsup,d , calculada conforme a expressão:
H inf, d
As ,b = (2.12)
f yd
e e
Nd Nd
hxb hxb
TOPO DO
COLARINHO Vd
0,1.lemb 0,1.lemb
Vd
µ.Hsup,d
Hsup,d
lh lv
A
µ.Hsup,d
Hsup,d
emb
emb
l
l
µ.Hsup,d
µ.Hsup,d
Hsup,d
Hsup,d
lh
A
N d .e (2.14)
H sup, d =
µ .h + 0,45.l emb
Vd (2.16)
lv =
0,4. f cd .b
N d .e + V d .(0,1.l emb + 0,5.l v ) − µ.H sup, d .h − H sup, d .(l v + l h − 0,9.l emb ) = 0 (2.17)
h h h
Nd Nd V2d = Vd - V1d
Vd V1d
= +
ev
TOPO DO
COLARINHO
Fat,sup,d Fat,sup,d
emb
Fat,inf,d Fat,inf,d
l
Hinf,d Hinf,d
y'
M 1d M h N (2.18)
H sup 1, d = V1d = ≅ 1d = − ξ .x . d
ev + y ev 2 ev
y' = (l -2y)/3
emb
y'' = y'/2
y
2y
Hsup2,d
emb
l
Hinf,d
Rinf,d
y'
y''
Fat,bf,d
Em seu modelo OSANAI et al. (1996), considera uma força resultante Rinf,d
atuando na altura y’’, que é a soma da forças Hinf,d e da força de atrito Fat,bf,d atuante na
base.
e nb 5.l y
.( µ .h − e v − y ).N d + emb + + e v .V d
e 6 3 (2.21)
H sup, d = v
5.l emb 2 y
− + µ .h
6 3
A expressão (2.21) só pode ser utilizada para força normal e força cortante,
porém CANHA (2004) adaptou o modelo para o caso de força normal, momento fletor e
força cortante atuando no topo da ligação obtendo a expressão (2.23).
1
“Examples for Calculation in Accordance with DIN 1045”, Deutsher Beton-Verein E.V., 1981,
p.204 -224.
2
“Standard fo calculation of reinforced concrete Structures”, Architectural Institute of Japan, 1988,
p.602.
Revisão Bibliográfica 20
• Para modelos com lemb menor, a transferência da força resultante para o cálice
pode ser melhorada utilizando-se conformação rugosa na interface de contato.
• As ligações com interface lisa não apresentam rigidez suficiente quando lemb for
menor que 1,25.h.
• São indicados os seguintes valores para os coeficientes de atrito: 1,0 para
lemb≥1,5.h com interface lisa ou para lemb≥1,25.h com interface rugosa; e 0,5 para
lemb=h com interface rugosa.
• O modelo proposto apresentou resultados mais próximos dos experimentais que
as equações das normas DIN 1045 e AIJ para coeficientes de atrito iguais a 0,5 e
1,0 havendo, porém, uma diferença no trecho inicial da curva força-deformação
por causa do fato de ter sido desconsiderada a resistência a tração do concreto, o
que mostrou não ser válido.
Em SILVA (1998) são apresentados modelos de cálculo para cálices com e sem
colarinho. Os modelos também se diferenciam quanto à excentricidade da força, se o
comprimento de embutimento é maior ou menor que o dobro da largura do pilar, e
também, se a interface da ligação entre o pilar e a parede do cálice tem conformação lisa
ou rugosa.
Basicamente o equilíbrio das solicitações é feito por duas forças horizontais que
atuam em faces opostas e pela base do cálice, as tensões de compressão na interface
entre o pilar e a parede do cálice são limitadas a 0,6.fcd , e as recomendações quanto a
espessura do colarinho e comprimento de embutimento são as mesmas encontradas em
LEONHARDT & MÖNNIG (1977).
Revisão Bibliográfica 21
No primeiro modelo, proposto por LÚCIO & SANTIAGO (1996)3 apud SILVA
(1998), admite-se que a força normal Nd é transmitida sem excentricidade à base do
cálice. As forças horizontais do cálice, originadas pela pressão de contato, são
perpendiculares à superfície da junta, isto ocorre porque a interface é lisa, portanto, não
apresentando atrito.
V d = 0,6. f cd .l v .b (2.24)
Nd Nd
Md Md
T Vd C T Vd C
Vd Vd
lf l v
lf l v
α α
Fc Fc
lemb
lemb
Fc Fc
lf
lf
Nd Nd
h h
3
LÚCIO, V. & SANTIAGO, A. (1996). Solução Pré-fabricada para um Edifício de Grandes Vãos.
Congresso Betão Estrutural 96. Lisboa.
Revisão Bibliográfica 22
lv (2.25)
M tot = M d + V d .
2
Por sua vez o momento total atuante é absorvido por um binário de forças de
compressão no topo e na base da parede do cálice conforme a expressão:
lv (2.28)
M d + Vd . = (0,6. f cd .b.l f ).(l emb − l v − l f )
2
2 l 1 (2.29)
l f + l f .(l v − l emb ) + M d + V d . v . =0
2 0,6. f cd .b
lv h (2.30)
M d + Vd . − N d . − a 2 = Fc .(l emb − l v − l f )
2 2
2 l h 1 (2.31)
l f + l f .(l v − l emb ) + M d + V d . v − N d . − a 2 . =0
2 2 0,6. f cd .b
Nd Nd
Md Md
T Vd C T Vd C
Vd Vd
lf lv
lf lv
α α
Fc Fc
lemb
lemb
Fc Fc
lf
lf
Nd Nd
a2 a2
h h
y'
Hsup,d
l emb
µ.Hinf,d
Hinf,d
µ.Nbf,d
y''
Nbf,d
Figura 2.10 - Forças atuantes na base do pilar – Adaptado de FIB & CERIB (2001)
N d µ −µ 1 H sup, d
(2.32)
V d = 1 −1 − µ . H inf, d
M µ .h / 2 − y µ .h / 2 − ( y '−l ) µ.l N
d emb emb bf , d
5.M d V d (2.34)
H inf, d = +
4.l emb 8
N bf , d = N d (2.35)
(0,99.l emb + 0.15.h ).Vd − (0,03.l emb − 0,045.h ).N d + 1,09.M d (2.36)
H sup, d =
1,09.(0,8.l emb + 0,3.h )
(0,19.l emb + 0.15.h ).Vd − (0,27.l emb − 0,045.h ).N d + 1,09.M d (2.37)
H inf,d =
1,09.(0,8.l emb + 0,3.h )
0,3.V d − N d (2.38)
N bf , d =
1,09
deve ser tal que o traspasse das armaduras do pilar com aquelas do colarinho seja
assegurada, não devendo ser inferior a 1,2.h.
O modelo proposto por CANHA (2004) para cálice com interface de contato
lisa, considera a contribuição das forças de atrito Fat,sup,d , Fat,inf,d , Fat,bf,d e a
excentricidade end da reação normal Nbf,d na base do pilar. O esquema de forças atuantes
na ligação é mostrado na Figura 2.11.
Os valores das forças de atrito Fat,sup,d , Fat,inf,d , Fat,bf são dados pelas expressões
(2.39), (2.40) e (2.41).
y = lemb /6
Nd Md y' = lemb /10
enb = h/4
TOPO DO
COLARINHO Vd
y
Fat,sup,d
/2
Hsup,d
emb
l
l emb
Fat,inf,d
Hinf,d
Fat,bf,d
y'
enb Nbf,d
µ.N d − µ 2 .V d (2.45)
Fat ,bf , d =
1+ µ 2
µ.N d + Vd (2.46)
H inf,d = H sup,d −
1+ µ2
Com relação ao modelo apresentado por OSANAI et al. (1996), que considera a
força horizontal inferior Hinf,d e a força de atrito Fat,bf,d atuando na altura y’’ , conforme
a Figura 2.7, o modelo de CANHA (2004) diferencia-se pelo fato de que a força de
atrito Fat,bf,d atua na base do pilar.
3.1.Considerações iniciais
Estes modelos foram submetidos à atuação de uma força normal com grande
excentricidade, da ordem de 3.h (sendo h a dimensão da seção transversal do pilar), com
h=40 cm, fornecendo e=120 cm. Esta excentricidade justifica-se pelo fato de ser
corriqueira, não fisicamente, mas na relação Md / Nd em pórticos de estruturas de
concreto pré-moldado.
Modelo
Chumbadores de fixação do cálice
Dispositivos metálicos
Atuador (INSTRON)
Parafusos, barras rosqueadas e
pinos para ligação das peças
3.2.1.Pilares
Os pilares possuem seção transversal quadrada e constante ao longo do eixo
longitudinal, com dimensões de 40 cm x 40 cm, tendo altura de 290 cm, e a resistência
característica adotada para dimensionamento e especificada para a concretagem foi de
35 MPa.
Investigação Experimental 32
Nas Figura 3.2 e 3.3 são apresentados a geometria dos pilares, a configuração e o
detalhamento das armaduras longitudinais e transversais para os dois modelos.
40
15
2 x 2N2 Ø8.0
VISTA A
24 x 2N3 Ø8.0 - C=150 - c/3 c/7
A A
40
115
VISTA B
5 N4 Ø10.0 1 N5 Ø10.0
CORTE AA
B B
8 N2 Ø8.0 - C=150 - c/20
8 N6 Ø20.0
160
CORTE BB
1 N1 Ø4.2
C C
Para a armadura transversal na base do pilar foi adotado o valor mínimo da área
de aço, bem como espaçamento mínimo entre estribos. Isso porque teoricamente a força
cortante é nula até o topo do colarinho e, para a região de embutimento, fez-se a
Investigação Experimental 33
119
119
128
128
8 N6 Ø20.0 - C=286
1 N5 Ø10.0 - C=273
5 N4 Ø10.0 - C=291
36
8 36
8 8
36 36
25 8 25
36 36
12 N2 Ø8.0 - C=160 48 N3 Ø8.0 - C=138
36 OBS:
14 5 5 14 MEDIDAS EM CM
36 BITOLAS EM MM
AÇO CA 50
1 N1 Ø4.2 - C=110
3.2.2.Cálices de fundação
Como já mencionado, os cálices foram aproveitados de ensaios anteriores. Os
dois apresentam as mesmas características geométricas, com exceção do comprimento
de embutimento que, para o modelo PL 64 é de 64 cm e para o modelo PL 80 é de 80
cm e da disposição da armadura. Na Figura 3.4 é mostrado como foi feita a retirada dos
pilares para o aproveitamento dos cálices.
Investigação Experimental 34
290
325
325
lemb
lemb
35
35
15,5 17 50 17 15,5 17 50 17
115 84
CORTE AA CORTE BB
B
15.5 17 5 40 5 17 15.5
5 17
A A
40
84
17 5
50
84
115
B
região. A Figura 3.8 apresentada a solda realizada nas barras tracionadas localizadas nos
cantos.
Modelo PL 64
Modelo PL 80
interface de ligação lisa. Na Figura 3.9 são apresentadas as fôrmas utilizadas para a
concretagem.
Detalhe do modelo PL 64
Detalhe do modelo PL 80
Na Figura 3.10 é possível ver como foi realizada a concretagem dos pilares no
laboratório.
3.3.2.Concretagem da junta
A concretagem da junta foi realizada pelo próprio Laboratório de Estruturas, em
que a dosagem utilizada para o concreto da junta nos dois modelos foi adaptada da
investigação experimental de CANHA (2004). Na Tabela 3.1 é apresentada a
composição e o consumo de material utilizado no concreto da junta.
Investigação Experimental 39
3.3.3.Execução do reforço
Antes da colagem da manta foi necessário realizar o tratamento das fissuras, já
que apresentavam aberturas maiores do que 0,50 mm, e de acordo com recomendações
do fabricante devem ser reparadas. O reparo consiste na abertura da fissura e posterior
aplicação de epóxi. Foi realizado, também de acordo com o fabricante, o
arredondamento dos cantos com raio de aproximadamente 15 mm, e por fim a superfície
onde foi aplicada a manta foi lixada de maneira que o agregado do concreto ficasse
exposto.
A seguir na Figura 3.12 podem ser vistas as fases do tratamento dado ao cálice
para a colagem do reforço.
Aplicou-se uma camada de resina sobre a base de concreto e foi colada uma
camada de manta; em seguida foi aplicada a próxima camada de resina e manta, e assim
sucessivamente, até que por cima da terceira camada aplicou-se resina e foi realizado o
acabamento final, homogeneizando a superfície.
3.3.4.Instrumentação
Os pontos onde foram colados os extensômetros na armadura longitudinal
obedecem a uma relação com o comprimento de embutimento. Por isso os pontos estão
mais afastados entre si no modelo PL 80 do que no modelo PL 64.
Modelo PL 64 Modelo PL 80
Além dos extensômetros elétricos colados nas barras das armaduras, foram
colados extensômetros no reforço do modelo PL 64 com o objetivo de avaliar sua
eficácia. Isso foi feito porque a instrumentação da armadura do cálice apresentava suas
identificações, o que não ocorre no cálice do modelo PL 80 (pois os fios dos
extensômetros foram cortados).
Com esta instrumentação pôde ser feita uma comparação entre as deformações
da manta com as deformações da armadura do cálice, determinando-se a parcela de
Investigação Experimental 43
força absorvida por cada um dos componentes. Na Figura 3.16 é mostrado o esquema
de instrumentação adotado para o reforço.
16
16
ALT-D1 ALT-D4 ALC-C2 ALC-C1
ALT-D2 ALT-D3 C C
16
24
ALT-C1 ALT-C4
ALT-C2 ALT-C3 16 ALC-B2 ALC-B1
B B
ALT-B1 ALT-B4
24
ALT-B2 ALT-B3
16
8
ALT-A2 ALT-A3
AT- Ac - 2
VISTA C
VISTA A
AT- Aa - 2
AT- Ab - 2 AT- Ab - 1
AT- Ac - 1 AT- Aa - 1
CORTE AA
VISTA B
20
20
ALT-D1 ALT-D4 ALC-C2 ALC-C1
D D
ALT-D2 ALT-D3
20
30
ALT-C1 ALT-C4
C C
ALT-C2 ALT-C3
20
ALC-B2 ALC-B1
ALT-B1 ALT-B4
B B
30
ALT-B2 ALT-B3
20
ALT-A1 ALT-A4 ALC-A2 ALC-A1
A A
10
10
ALT-A2 ALT-A3
AT- Ac - 2
VISTA C
VISTA A
AT- Aa - 2 AT-B2
AT- Ab - 2 AT- Ab - 1
CORTE AA CORTE BB
VISTA B
P2-MT-1A
P2-MT-4
P2-MT-3
P2-MT-2A
VISTA A VISTA B
P2-MT-2B P2-MT-1B
VISTA B
PLANTA
P2-MT-3
VISTA A
TD-1 TD-1
TD-1
TD-4B TD-4A
VISTA B
TD-5B TD-5A
TD-3 TD-2
VISTA A
PLANTA
TD-3 TD-2
VISTA A VISTA B
a) b) c) d)
e) f) g) h)
i) j) k) l)
Modelo PL 64 Modelo PL 80
3.4.1.Concreto do pilar
Durante a concretagem foi realizado o teste de abatimento do tronco de cone
(slump test) fornecendo o valor de 7 cm. A moldagem dos corpos-de-prova foi feita
utilizando-se mesa vibratória e a cura foi feita em câmara úmida até o dia da realização
dos ensaios.
3.4.2.Concreto da junta
Durante a concretagem foi realizado o teste de abatimento do tronco de cone
(slump test) fornecendo o valor de 11 cm.
Investigação Experimental 50
3.4.3.Armaduras
As armaduras longitudinais com bitola Ø 20 mm e as armaduras transversais
com bitola de Ø 8 mm foram ensaiadas à tração para obter a resistência de escoamento,
a resistência à tração e o módulo de elasticidade.
C
270
124 146
43
19,8 21
Modelo
10
Chumbadores de fixação do cálice
24
80
60
A A
Dispositivos metálicos
21 19,8
10
Atuador (INSTRON)
120
185
B
C
PLANTA
aplicação do carregamento
altura do içamento
33,2
70
70
Conjunto de rótulas para
permitir o deslocamento
vertical e horizontal da viga
290
86
86
345
440
i n st r o n i n st r o n
Atuador servo-hidráulico
da INSTRON
139
139
var.
20 19,8 24 19,8 20
Dispositivo
de transição Dispositivo de
35
fixação do atuador
20
20
Base metálica 20
22 19 22 19 22
60
60
60
0,0 (Piso)
104 146 10 19 22 19 10 10 60 10
124 146 80
Equipamento/
Marca Modelo Características Finalidade
Instrumento
Sistema de
Vishay Aquisição
aquisição de SYSTEM
Measurements - automática de
dados de 6000
Group, Inc. dados
extensometria
Controle de Aplicação do
Atuador servo- A1891Y-
INSTRON deslocamento do carregamento
hidráulico 101
pistão nos modelos
Máquina de Controle de
Caracterização
ensaio servo- INSTRON 8506 deslocamento do
das armaduras
hidráulica pistão
Caracterização
do concreto à
Máquina
Autotest compressão e
hidráulica ELE Controle de força
2000 à tração por
automática
compressão
Diametral
Extensômetros Medição das
KGF-5-
elétricos de KYOWA GF=2,11 deformações
120-C1-11
resistência do aço
Extensômetros Medição das
KGF-10-
elétricos de KYOWA GF=2,05 deformações
120-C1-11
resistência do reforço
Medição de
deslocamento
Extensômetro Base de medida = no concreto
MSI -
removível 20 cm para
determinação
do modulo Eci
Medição de
deslocamento
Extensômetro Base de medida = na armadura
MSI -
removível 10 cm para
determinação
do módulo Es
Base Resolução
Tipo
(cm) (mm)
Medição de
Transdutores de DT-10D 10 0,003
KYOWA deslocamentos
deslocamento DT-20D 20 0,005
dos modelos
DT-25D 25 0,005
DT-100A 100 0,02
3.5.Realização do Ensaio
Após o último ciclo foi iniciado o carregamento dos modelos até atingirem a
força última de resistência, em que o deslocamento foi controlado à uma taxa de 0,02
mm/s, sendo os dados registrados a cada dois segundos pelo sistema de aquisição de
dados.
Capítulo 4 – Simulação Numérica
Simulação Numérica
4.1.Considerações iniciais
Optou-se pela utilização do software ANSYS 8.0, visto que poderiam ser
aproveitados os valores de calibração obtidos por CANHA (2004) para os parâmetros
envolvidos no problema como, por exemplo, os valores utilizados para a transferência
de cisalhamento entre fissuras que o programa utiliza.
700
600
500
Tensão (MPa)
400
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12
Deformação (mm/m)
Modelo PL 64 PL 80
0,6 25,5
30,0
0,8 32,8
20,0 1,0 39,6
1,2 45,4
10,0 1,4 49,8
1,6 52,7
0,0 1,8 53,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 2,0 53,7
Deformação (mm/m) 3,5 54,5
0,6 26,0
30,0 0,8 33,5
1,0 40,0
20,0
1,2 45,1
10,0 1,4 49,7
1,6 52,8
0,0 1,8 54,1
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 2,0 54,4
Deformação (mm/m) 3,5 55,0
2.F (5.1)
f ctm, sp = 0,85.
π .d .L
A ruína por flexão ocorreu fora da região de embutimento, portanto a base dos
pilares apresenta segurança neste tipo de ligação. A força última experimental dos
modelos aproxima-se do valor teórico.
Apresentação e análise dos resultados 66
PL 64 241 289
PL 80 242 290
Nas Figura 5.1 a 5.10 são apresentados os gráficos força aplicada x deformação
nas armaduras longitudinais tracionadas para os dois modelos.
Nota-se para o modelo PL 64 que na seção dos pontos “ALT A”, as deformações
atingem o valor de 2,3 ‰ e na seção “ALT E” tem-se a plastificação da armadura com
deformações que atingem o valor de 4,2‰. O mesmo ocorre para o modelo PL 80, onde
na seção “ALT A” tem-se deformações de 1,7‰ e na seção “ALT E” ocorre a
plastificação da armadura com valores de deformação chegando a 4,0‰.
Apresentação e análise dos resultados 67
250
200
150
Força (kN)
ALT-A2 ALT-A3
Escoamento
Modelo PL 64
ALT-A1 ALT-A4
100
ALT A1
ALT A2
50
ALT A3
ALT A4
0 ALT-A1 ALT-A4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 ALT-A2 ALT-A3
Deformação (mm/m)
250
200
150
Força (kN)
ALT-A2 ALT-A3
Modelo PL 80
ALT-A1 ALT-A4
Escoamento
100
ALT A1
ALT A2
50
ALT A3
ALT A4
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 ALT-A1 ALT-A4
ALT-A2 ALT-A3
Deformação (mm/m)
250
200
150
Força (kN)
ALT-B1 ALT-B4
ALT-B2 ALT-B3
Escoamento
Modelo PL 64
100
ALT B1
ALT B2
50
ALT B3
ALT B4
0 ALT-B1 ALT-B4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 ALT-B2 ALT-B3
Deformação (mm/m)
250
200
ALT-B2 ALT-B3
Modelo PL 80
Escoamento
100
ALT B1
50
ALT B2
ALT B3
ALT B4
0
ALT-B1 ALT-B4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
ALT-B2 ALT-B3
Deformação (mm/m)
250
200
ALT-C1 ALT-C4
150 ALT-C2 ALT-C3
Força (kN)
Modelo PL 64
Escoamento
100
ALT C1
ALT C2
50
ALT C3
ALT C4
0 ALT-C1 ALT-C4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 ALT-C2 ALT-C3
Deformação (mm/m)
250
200
ALT-C1 ALT-C4
ALT-C2 ALT-C3
150
Força (kN)
Modelo PL 80
Escoamento
100
ALT C1
50 ALT C2
ALT C3
ALT C4
0 ALT-C1 ALT-C4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 ALT-C2 ALT-C3
Deformação (mm/m)
250
200
ALT-D1 ALT-D4
ALT-D2 ALT-D3
150
Força (kN)
Escoamento
Modelo PL 64
100
ALT D1
ALT D2
50
ALT D3
ALT D4
0 ALT-D1 ALT-D4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 ALT-D2 ALT-D3
Deformação (mm/m)
250
200
ALT-D1 ALT-D4
ALT-D2 ALT-D3
150
Força (kN)
Modelo PL 80
Escoamento
100
ALT D1
50
ALT D2
ALT D3
ALT D4
0
ALT-D1 ALT-D4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
ALT-D2 ALT-D3
Deformação (mm/m)
250
200
ALT-E1 ALT-E4
ALT-E2 ALT-E3
150
Força (kN)
Escoamento
Modelo PL 64
100
ALT E1
ALT E2
50
ALT E3
ALT E4
0 ALT-E1 ALT-E4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 ALT-E2 ALT-E3
Deformação (mm/m)
250
ALT-E1 ALT-E4
ALT-E2 ALT-E3
200
150
Força (kN)
Modelo PL 80
Escoamento
100
ALT E1
ALT E2
50
ALT E3
ALT E4
0
ALT-E1 ALT-E4
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
ALT-E2 ALT-E3
Deformação (mm/m)
localizados a uma altura de aproximadamente 0,6 lemb da base, também atingem valores
próximos da plastificação para os dois modelos (Figura 5.5 e Figura 5.6). Isto sugere
que a transferência de tensões da armadura para o concreto ocorre deste ponto para
baixo, tornando válidas as recomendações de LEONHARDT & MÖNNIG (1977), em
que a ancoragem deve ser iniciada a meia altura do comprimento de embutimento.
1,375
1,125
Distaância da base / Lemb
1,000
Topo do
Escoamento
0,875 Colarinho
0,750
0,625
0,500
Modelo
0,375 PL 64
0,250
Soldada
0,125
Não Soldada
0,000
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m)
1,375
1,125
Distaância da base / Lemb
1,000
Topo do
Escoamento
0,875 Colarinho
0,750
0,625
0,500
Modelo
0,375
PL 80
0,250
Soldada
0,125
Não Soldada
0,000
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m)
250
ALC-C2 ALC-C1
100
ALC A-m
ALC B-m
50
ALC C-m
ALC D-m ALC-A2 ALC-A1
ALC-B2 ALC-B1
0 ALC-C2 ALC-C1
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 ALC-D2 ALC-D1
Deformação (mm/m)
250
ALC-D2 ALC-D1
ALC-B2 ALC-B1
150
Força (kN)
100
ALC A-m
ALC B-m
50
ALC C-m
ALC D-m ALC-A2 ALC-A1
ALC-B2 ALC-B1
0 ALC-C2 ALC-C1
ALC-D2 ALC-D1
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2
Deformação (mm/m)
250
200
AT-D-m
AT-C-m
150 Modelo PL 64
Força (kN)
AT-B-m
AT-Aa-m AT-Ab-m
100
AT Aa-m
AT Ab-m
AT B-m
50
AT C-m
AT D-m AT-Aa-m
AT-B-m
AT-Ab-m
AT-C-m
0 AT-D-m
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deformação (mm/m)
250
AT-E-m
200
AT-D-m
AT-C-m
150 Modelo PL 80
Força (kN)
AT-B-m
AT Aa-m
AT-Aa-m AT-Ab-m
100 AT Ab-m
AT B-m
AT C-m
50 AT D-m
AT E-m AT-Aa-m
AT-B-m
AT-Ab-m AT-C-m
0 AT-D-m
AT-E-m
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deformação (mm/m)
250 250
200 200
150 150
Força (kN)
Força (kN)
100 100
Modelo PL 64 Modelo PL 80
50 50
AT Ac-1 AT Ac-1
AT Ac-2 AT Ac-2
0 0
-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
Figura 5.17 - Deformação média nos pontos “AT - Ac” para os dois modelos
Nos detalhes das Figura 5.18 e 5.19 é possível observar que ciclos de pré-
carregamento não alteraram a rigidez inicial, isso porque a força aplicada nos ciclos não
ultrapassou 40 kN, ficando abaixo da força calculada conforme a NBR 6118:2003 para o
momento de fissuração, que foi de 40,5 kN.
Apresentação e análise dos resultados 78
250
TD-1
Modelo PL 64
200
150
Força (kN)
60
50
100 40
30
20
50 10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Deslocamento (mm)
250
TD-1
Modelo PL 80
200
150
Força (kN)
60
50
100 40
30
20
50 10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Deslocamento (mm)
250
200
TD-4B TD-4A
TD-5A TD-5A
100 TD-2
TD-3
TD-4a TD-4B TD-4A
50 TD-4b
TD-5a TD-5B TD-5A
TD-3 TD-2
TD-5b
0
-8,0 -6,0 -4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0
Deslocamento (mm)
250
200
TD-4B TD-4A
TD-5A TD-5A
100
TD-2
TD-3
TD-4a TD-4B TD-4A
50
TD-4b
TD-5a
TD-5B TD-5A
TD-5b TD-3 TD-2
0
-7,0 -6,0 -5,0 -4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0
Deslocamento (mm)
Observa-se, para os dois modelos, que a resposta numérica fica mais próxima da
resposta experimental na medida em que se caminha da base em direção ao topo do
colarinho. Isso ocorre tanto para a armadura tracionada como para a armadura
comprimida.
Apresentação e análise dos resultados 84
250 250
200 200
150
Força (kN)
Força (kN)
150
Escoamento
Escoamento
100 100
M odelo PL 64 M odelo PL 64
50 50
Exp - ALT Am Exp - ALT Bm
Num - ALT Am Num - ALT Bm
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
ALT Am ALT Bm
250 250
200 200
Força (kN)
150
Força (kN)
150
Escoamento
Escoamento
100 100
Modelo PL 64 M odelo PL 64
50 50
Exp - ALT Cm Exp - ALT Dm
Num - ALT Cm Num - ALT Dm
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
ALT Cm ALT Dm
250
200 ALT-Em
ALT-Dm
Força (kN)
150 ALT-Cm
Escoamento
ALT-Bm
100
ALT-Am
Modelo PL 64
50
Exp - ALT Em
Num - ALT Em
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m)
ALT-Am
ALT-Bm
ALT-Cm
ALT Em ALT-Dm
250 250
200 200
Força (kN)
Força (kN)
150 150
Escoamento
Escoamento
100 100
Modelo PL 80 Modelo PL 80
50 50
Exp - ALT A m Exp - ALT B m
Num - ALT A m Num - ALT B m
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
ALT Am ALT Bm
250 250
200 200
Força (kN)
Força (kN)
150 150
Escoamento
Escoamento
100 100
Modelo PL 80 Modelo PL 80
50 50
Exp - ALT C m Exp - ALT D m
Num - ALT C m Num - ALT D m
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
ALT Cm ALT Dm
250
ALT-Em
200 ALT-Dm
ALT-Cm
Força (kN)
150
Escoamento
ALT-Bm
100
ALT-Am
Modelo PL 80
50
Exp - ALT E m
Num - ALT E m
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5
Deformação (mm/m)
ALT-Am
ALT-Bm
ALT Em ALT-Cm
250 250
200 200
Modelo PL 64
M odelo PL 80
Força (kN)
150
Força (kN)
Exp - ALC A m 150
Exp - ALC A m
Exp - ALC B m
Exp - ALC B m
Exp - ALC C m
100 100 Exp - ALC C m
Exp - ALC D m
Exp - ALC D m
Num - ALC A m
Num - ALC A m
Num - ALC B m
50 50 Num - ALC B m
Num - ALC C m
Num - ALC C m
Num - ALC D m
Num - ALC D m
0 0
-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
Modelo PL 64 Modelo PL 80
Nas Figura 5.29 e 5.30 são apresentadas as curvas força aplicada x deformação
das armaduras transversais, para a comparação dos modelos numéricos com os
experimentais.
Apresentação e análise dos resultados 87
250 250
200 200
Força (kN)
Força (kN)
150 150
100 100
Modelo PL 64 M odelo PL 64
50 50
Exp - AT Aa m
Exp - AT B m
Num - AT Aa m
Num - AT B m
0 0
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
a) AT Aa m b) AT Bm
250 250
200 200
Força (kN)
Força (kN)
150 150
100 100
Modelo PL 64 Modelo PL 64
50 50
Exp - AT C m Exp - AT D m
Num - AT C m Num - AT D m
0 0
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
c) AT Cm d) AT Dm
AT-D-m
AT-C-m
AT-B-m
AT-Aa-m AT-Ab-m
AT-Aa-m
AT-B-m
AT-Ab-m
AT-C-m
AT-D-m
250 250
200 200
Força (kN)
Força (kN)
150 150
100 100
Modelo PL 80 Modelo PL 80
50 50
Exp - AT Aa m Exp - AT B m
Num - AT Aa m Num - AT B m
0 0
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
a) AT Aa m b) AT Bm
250 250
200 200
Força (kN)
150 150
Força (kN)
100 100
Modelo PL 80 Modelo PL 80
50 50
Exp - AT C m Exp - AT D m
Num - AT C m Num - AT D m
0 0
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)
c) AT Cm d) AT Dm
250
AT-E-m
200
AT-D-m
Força (kN)
150
AT-C-m
AT-B-m
100
Nos modelos numéricos as deformações são muito menores que nos modelos
experimentais. Os pontos AT Cm dos modelos numéricos não apresentam o mesmo
nível de deformação dos pontos experimentais. Na Figura 5.29.d, é possível observar
que a maior deformação do modelo numérico ocorre no ponto AT Dm, mas ainda assim
de forma contida.
250 250
200 200
60 60
Força (kN)
150
Força (kN)
150
50 50
40 40
100 30 100 30
20 20
M odelo PL 64 Modelo PL 80
10 10
50 0 50
0
Exp - TD 1 Exp - TD 1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Num - TD 1 Num - TD 1
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Deslocamento (mm) Deslocamento (mm)
Modelo PL 64 Modelo PL 80
Nos detalhes é possível observar que a fissuração dos modelos numéricos ocorre
praticamente para a mesma força atuante nos modelos experimentais. Observa-se para
este valor de força uma variação brusca no deslocamento (o mesmo ocorre para a
deformação das barras tracionadas), isso acontece porque o modelo numérico não
considera a contribuição do concreto fissurado.
Modelo PL 64 Modelo PL 80
N / Nu = 0,25 N / Nu = 0,50
N / Nu = 0,75 N / Nu = 1,00
N / Nu = 0,25 N / Nu = 0,50
N / Nu = 0,75 N / Nu = 1,00
Nos dois modelos a região próxima à base não apresenta fissuração, significando
que existe certo confinamento ocasionado pelas tensões de compressão a que a região
Apresentação e análise dos resultados 93
está submetida. Nesta região, as tensões de tração que existem não superam a resistência
à tração do concreto, ou seja, são muito pequenas.
Nas Figura 5.35 e 5.36 é apresentado o fluxo das tensões principais para os
modelos PL 64 e PL 80 respectivamente.
Logo abaixo o fluxo de tensões continua inclinado, porém com intensidade bem
menor do que no fluxo superior, e não se origina na parede do colarinho como no caso
anterior. O fluxo segue até a base do outro lado ocasionando tensões de contato com
menor intensidade. Isso fica mais claro no modelo PL 64, pois no modelo PL 80, o
fluxo de tensões logo abaixo da biela sugerida apresenta-se mais disperso.
Nd Md
Vd
pressões de contato
na parte inferior
pressões de contato
na parte superior
pressões de contato
na base
Rt = R std (5.2)
1 (5.3)
Rv = .Vd
cos θ
Nd Md
Vd
h
TOPO DO
COLARINHO Rt Rv Rc
θ Hsup,d
y
α
µ.H sup,d
µ.H inf 1,d emb
β
l
Hinf 1,d
Hinf 2,d
y''
enb
Nbf,d
N bf , d = N d − µ .V d (5.6)
Apresentação e análise dos resultados 97
Para a solução do problema tem-se que impor os valores de Hinf 1,d , e Hinf 2,d
como porcentagens da força Hsup,d subtraída da força cortante Vd , sendo expressos pelas
equações (5.7) e (5.8):
Sendo η o coeficiente ponderador das forças Hinf 1,d e Hinf 2,d , representando uma
porcentagem do valor de Hsup,d. O valor de η é função do coeficiente de atrito, sendo
dado pela expressão (5.9):
Fazendo-se o equilíbrio dos nós, obtêm-se o valor de Hsup,d., sendo dado pela
equação (5.10):
Os valores das forças internas do modelo F1, F2, F3, F4 e F5, são apresentados na
Figura 5.39.
1
Rt Rv Rc F1 = .( H sup, d − V d )
cos α
θ Hsup,d
α F2 = N d + R std − H sup, d .( µ + tgα ) + V d .tgα
µ.H sup,d
F1
F2
µ.H inf 1,d
F3 F3 = H inf 2, d
Hinf 1,d
β
F4
F5 F4 = R std − µ .H inf 1, d − tgα .( H sup, d − V d )
µ.H inf 2,d
Hinf 2,d
Nbf,d 1
F5 = .H inf 2, d
cos β
Para enb, y, y’e y’’ devem ser adotados valores que satisfaçam à condição em que
o ângulo formado entre os eixos das bielas diagonais e os banzos pode ser escolhido
livremente no intervalo de 18,4º e 45º, conforme o critério de dimensionamento do
código modelo CEB-FIP (1990) apud SILVA, R.C. & GIONGO, J. S. (2000). Cabe
lembrar que a NBR 6118:2003 limita esse intervalo entre 30º e 45º quando se utiliza o
modelo II de cálculo.
Apresentação e análise dos resultados 99
Nas equações (5.13) a (5.16) são apresentadas sugestões para os valores de enb,
y, y’e y’’.
l emb (5.13)
y=
6
5 (5.14)
y ' = .l emb − (0,4.h + e nb )
6
l emb (5.15)
y' ' =
10
0,8.x (5.16)
e nb = 0,5.h −
2
Cabe lembrar que este modelo só é valido nos casos de grande excentricidade,
em que têm-se uma seção parcialmente comprimida, e para comprimentos de
embutimento que estejam entre 1,6.h e 2.h (valores utilizados na investigação
experimental).
Tabela 5.5 – Comparação dos valores da força no tirante entre o modelo proposto e a
resposta experimental
PL 64 37 267 135 69
PL 80 41 236 127 67
Capítulo 6 - Considerações finais e conclusões
Considerações finais e conclusões
6.1. Conclusões
de ancoragem reta calculado pela NBR 6118:2003 é maior que o disponível para os dois
modelos, considerando-se as recomendações anteriores.
FUSCO, P. B. (1995). Técnica de armar estruturas de concreto. 1.ed. São Paulo, Pini.
LÚCIO, V.J.G.; SILVA, A.M.S. (2000). Design and detailing of footings for precast
concrete structures. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON PREFABRICATION:
KNOWLEDGE, TECHNOLOGY AND THE FUTURE, 2., Helsinki, Finland, 2000.
Proceedings. Helsinki, Concrete Association of Filand. p.294-99.
OLIN, J.; HAKKARAINEN, T.; RÄMÄ, M. (1985). Connections and Joints between
precast concrete units. Espoo, Julkaisija-Utgivare.