Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JANEIRO DE 2022
ISEP – Mestrado em Engenharia Civil
iii
Índice de Figuras
v
Índice de Tabelas
vii
ÍNDICE DE TEXTO
Tabela 22 – Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas não localizados
no piso de saída para o exterior 36
Índice de Texto
1 Introdução ........................................................................................................................................... 13
ix
ÍNDICE DE TEXTO
7 Evacuação ............................................................................................................................................ 49
8 Instalações técnicas............................................................................................................................. 59
xi
ÍNDICE DE TEXTO
No que se refere à arquitetura são diversos os aspectos que se torna necessário considerar, destacando-
se os seguintes:
• verificar se os acessos ao edifício permitem o desenvolvimento das operações, por parte dos
bombeiros, exigidas nos regulamentos;
• verificar, em colaboração com o projectista de águas e esgotos, se no local existe rede de água
em condições de pressão de modo a poder ser utilizada pelos bombeiros em caso de incêndio;
• escolha adequada dos diversos revestimentos de paredes interiores e exteriores, tectos, pisos e
coberturas, face às suas características de reação ao fogo, consoante a maior ou menor segurança
exigida aos espaços;
• concepção dos espaços interiores de modo a que, em caso de incêndio, os ocupantes tenham
sempre uma hipótese de fuga segura para o exterior do edifício;
No que se refereà área da engenharia civil as implicações fazem-se sentir aos seguintes níveis:
13
• Dimensionamento da estrutura do edifício deve ser realizado tendo em consideração a acção
acidental de incêndio;
O projeto foi executado com base nas leis e regulamentos citados acima sendo as condições e
alterações sendo aplicadas ao projeto fornecido pelo docente do ISEP. A seguir serão apresentados os
principais objetivos desse trabalho.
• Aplicar os sistemas de segurança contra incêndios necessários;
• Verificar se o edifício apresenta as condições mínimas para uso tipo;
• Apresentar a melhor solução a ser aplicada;
• Assegurar a segurança estrutural do edifício;
• Garantir a não propagação do incêndio para o exterior;
• Evitar o colapso estrutural do edifício por um período de tempo suficiente atuação dos
bombeiros;
Além disso, a Portaria nº 1532/2008 estabelece as seguintes condições técnicas gerais e específicas da
SCIE; assim sendo, um projeto de SCIE deve ter de respeitar integralmente as exigências regulamentares
em matéria de segurança ao incêndio, nomeadamente no que se refere a:
• Disponibilidade de água;
• Instalações técnicas;
• Equipamentos de segurança;
• Controlo de fumo;
• Meios de intervenção;
2 DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO
O edifício fica localizado na Rua da Alegria, apresenta 3 tipos de utilização sendo a primeira comercial e
administrativo no térreo (Rés do chão), residencial com 5 pavimentos e garagem na cave e sub-cave. O
edifício tem aproximadamente 22,27 m de altura total com 19,02 m de altura útil conforme apresentado
no art. 2° da Lei 123/2019 com uma área de ocupação de 561,39 m². Ocupando uma esquina, é servido
por vias de acesso adequadas a veículos de socorro em caso de incêndio. O local onde se insere o edifício
está dotado de rede pública de abastecimento de água à qual se encontram ligados marcos de água para
abastecimento dos veículos de socorro no combate a um incêndio. Possui duas fachadas dispondo de vias
de acesso, sendo a distância, medida em planta, entre o ponto mais saliente da fachada e o bordo da faixa
de operação igual a 8 m (a largura da faixa é de 5,75m).
15
• Tipo III: “<<administrativos>>, corresponde a edifícios ou partes de edifícios onde se desenvolvem
atividades administrativas, de atendimento ao público ou de serviços [...]”;
• Tipo VIII: “<<comerciais e gares de transporte>>, corresponde a edifícios ou partes de edifícios,
recebendo público, ocupados por estabelecimentos comerciais [...]”;
Os pavimentos localizados abaixo do nível do solo apresentam as seguintes estruturas (cômodos): zonas
para estacionamento dos automóveis, arrumos, zonas para circulação de automóveis/pedestres,
elevadores e caixas de escada. A única diferença entre ambas está na presença da cisterna e grupo de
bombagem localizada na sub-cave. Suas subdivisões e áreas encontram-se listadas no quadro a seguir.
SUB-CAVE CAVE
AÇÃO(m²) DESIGNAÇÃO FRAÇÃO(m²) DESIGNAÇÃO FRAÇÃO(m²) DE
13.53 Hall comum 13.53 Hall comum 13.53 H
12.79 Escadas 12.79 Escadas 12.79
23.46 Estacionamento 08 23.46 Estacionamento 01 23.46 Estacion
23.46 Estacionamento 09 23.46 Estacionamento 02 23.46 Estacion
46.30 Estacionamento 10 41.89 Estacionamento 03 46.30 Estacion
36.90 Estacionamento 11 18.00 Estacionamento 04 36.90 Estacion
21.48 Estacionamento 12 21.46 Estacionamento 05 21.48 Estacion
14.47 Estacionamento 13 15.00 Estacionamento 06 14.47 Estacion
82.17 Estacionamento 14 39.73 Estacionamento 07 82.17 Estacion
6.15 Estacionamento 15 17.71 Arrumos 01 6.15 Estacion
6.30 Arrumos 07 3.3 Arrumos 02 6.30 A
6.30 Arrumos 08 5.20 Arrumos 03 6.30 A
6.30 Arrumos 09 3.70 Arrumos 04 6.30 A
5.20 Arrumos 10 6.80 Arrumos 05 5.20 A
3.70 Arrumos 11 17.70 Arrumos 06 3.70 A
208.35 Arrumos 12 1.90 Área circulação Veículos 208.35 A
516.86 Área circulação Veículos 183.33 Área Útil 516.86 Área circulaçã
c Grupo Bombagem 22.62 Área Bruta c Grupo B
Cisterna 54.56
Área Útil 526.14
Área Bruta 561.90 Á
2.1.2 Rés-do-chão
O rés-do-chão do edifício apresenta um uso comercial como apresentado anteriormente. Nele estão
localizadas 3 divisões para uso comercial.
A seguir na Tabela 2 estão apresentados os dados referentes as áreas das lojas e divisões do rés-do-chão.
17
RÉS-DO-CHÃO
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO (m²)
3 Estabelecimento 1 161.41
1
WC 1 10.30
Estabelecimento 2 92.43
WC 2 5.5
Estabelecimento 3 121.47
WC 3 7.77
2
Escadas 12.31
Área Útil 411.19
Área Zona Comum 28.68
Área Bruta 530.46
2.1.3 1º Andar
O 1° andar do edifício apresenta uma configuração diferente dos outros 4 pavimentos. Nele podem ser
encontrados 3 residências, sendo elas uma do tipo T2 e as outras duas do tipo T3. Além dos
apartamentos e áreas comuns o pavimento apresenta terraços não existentes nos pavimentos
superiores.
A seguir na Tabela 3 estão apresentados os dados referentes as áreas dos cômodos de cada apartamento
e das áreas comuns do pavimento.
1º ANDAR
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO D - T3(m²) FRAÇÃO E - T2(m²) FRAÇÃO F - T3(m²)
Sala 37.6 29.5 38
Hall 1 10.56 4.57 9.22
Hall 2 4.85 3.12 3
Cozinha 11.75 10 11.75
Lavandaria 3.60 3.15 3.85
Arrumos 5.25 -
Instalações Sanitárias 1 4.00 3.06 2.21
Instalações Sanitárias 2 1.98 4.14 4.28
Instalações Sanitárias 3 4.31 - 4.11
Quarto 1 11.40 13 14.6
Quarto 2 13.50 15.9 14.3
Quarto 3 19.40 - 19.00
Terraço 62.00 - 37.00
Varanda 6.44 4.24 3.96
Área Útil 128.20 86.44 124.32
Área Zona Comum 34.63 34.63 34.63
Área Bruta 231.27 125.31 199.91
Tabela 03 – Subdivisões e áreas do primeiro andar
O 2°/3°/4° andar apresentam uma configuração de 3 apartamentos sendo 2 deles T3 e outro T2.
A seguir na Tabela 4 estão apresentados os dados referentes as áreas dos cômodos de cada apartamento
e das áreas comuns do pavimento.
19
Figura 05 – Planta do
2o, 3o e 4o andar
2º, 3º e 4º ANDAR
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO G/J/M - T3(m²) FRAÇÃO H/K/N - T2(m²) FRAÇÃO I/L/O - T3(m²)
Sala 37.63 29.47 38.03
Hall 1 10.56 4.55 9.22
Hall 2 4.85 3.12 3
Cozinha 11.75 10.00 11.75
Lavandaria 3.60 3.15 3.85
Arrumos 5.25 - -
Instalações Sanitárias 1 4.00 3.10 2.21
Instalações Sanitárias 2 1.99 4.14 4.28
Instalações Sanitárias 3 4.31 - 4.12
Quarto 1 11.40 13.00 14.6
Quarto 2 13.50 15.90 14.3
Quarto 3 19.40 - 18.98
Varanda 6.45 4.23 3.97
Área Útil 128.24 86.43 124.34
Área Zona Comum 34.63 34.63 34.63
Área Bruta 169.32 125.29 162.94
Tabela 04 – Subdivisões e áreas do segundo, terceiro e quarto andar
2.1.5 Recuado
Diferente dos pavimentos anteriores o piso recuado apresenta somente 2 apartamentos sendo eles um
de cada tipo T2/T3. É classificado como um piso recuado pois parte da área útil dos pavimentos
anteriores é encontrada como terraço nesse pavimento.
A seguir na Tabela 5 estão apresentados os dados referentes as áreas dos cômodos de cada apartamento
e das áreas comuns do pavimento.
Figura 06 – Planta do
Recuado
RECUADO
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO P - T3(m²) FRAÇÃO Q - T2(m²)
Sala 39.70 38.82
Hall 1 4.10 8.87
Hall 2 5.05 3.25
Cozinha 15.02 12.76
Lavandaria 4.35 2.80
Arrumos - -
Instalações Sanitárias 1 4.31 2.41
Instalações Sanitárias 2 5.10 4.90
Instalações Sanitárias 3 3.12 4.45
Quarto 1 11.79 13.10
Quarto 2 11.70 22.00
Quarto 3 14.20 -
Terraço 54.00 42.80
Varanda - -
Área Útil 118.44 113.36
Área Zona Comum 30.20 30.20
Área Bruta 202.64 186.36
Tabela 05 – Subdivisões e áreas do Recuado
2.2 UTILIZAÇÕES-TIPO
21
“Atendendo ao seu uso, os edifícios e recintos podem ser de utilização exclusiva, quando integrem uma
única utilização-tipo, ou de utilização mista, quando integrem diversas utilizações-tipo, e devem respeitar
as condições técnicas gerais e específicas definidas para cada utilização-tipo” (Artigo 8º, número 2).
Conforme o item 1 do art. 10° do Decreto-Lei 224/2015 os locais de risco são todos os locais do edifício
com exceção dos espaços interiores a cada fogo, espaços ao ar livre e vias horizontais e verticais de
evacuação.
Para a classificação do edifício é necessário o cálculo dos efetivos para cada utilização tipo presente na
construção. De acordo com o art. 51° da Portaria n°1532/2008 o efetivo dos locais de tipo I
(habitacionais), que apresentam 5 fogos do tipo T2 e 9 fogos do tipo T3, através do quadro XXVI, pode
ser calculado da seguinte forma:
Para os locais de tipo VIII (comerciais) o cálculo do risco é feito através do produto da área de ocupação
por um coeficiente apresentado pelo quadro XXVII do art. 51° da Portaria n°1532/2008. Portanto
através do quadro foi identificado que o os locais tipo se enquadram na condição de “Locais de venda de
baixa ocupação de público” com coeficiente igual a 0,20. Através desse dado é possível realizar o cálculo
de ocupantes das áreas comerciais:
23
Através da soma dos efetivos pode se concluir, através do art. 10° do Decreto Lei n°. 224/2015, que o
edifício pode ser classificado com risco B, com exceção das arrecadações isoladas que conforme o n° 15
do art. 209 da Portaria 1532/2008 que recebem classificação C. O restante do edifício apresenta a
classificação B pois além de atender ao número de efetivo atende aos itens “i” e “ii” apresentados
abaixo.
• “i) Mais de 90% dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas capacidades de
percepção e reacção a um alarme;”
“ii) As actividades nele exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém não envolvam
riscos agravados de incêndios;”
“As utilizações-tipo dos edifícios e recintos em matéria de risco de incêndio podem ser da 1.ª,
2.ª, 3.ª e 4.ª categorias, nos termos dos quadros I a X do anexo III e são consideradas
respectivamente de risco reduzido, risco moderado, risco elevado e risco muito elevado.”
Os fatores de risco são atribuídos de acordo com sua utilização tipo (UT) e classificados com base nos
quadros presentes no anexo III do P.J. 224/2015.
Tais categorias correspondem, respectivamente, a Risco Reduzido (1ª), Risco Moderado (2ª), Risco
Elevado (3ª) e Risco Muito Elevado (4ª). Dos quadros acima conclui-se:
• Utilização-Tipo I (habitacional): uma vez que a altura desta utilização específica é de 13,50 metros
e, no edifício em análise, o número de pisos da UT I abaixo do plano de referência é 0, esta
Utilização-Tipo insere-se na 2ª categoria (Risco Moderado).
• Utilização-Tipo II (estacionamentos): uma vez que a altura desta utilização específica é de 4,80
metros e, no edifício em análise, a área bruta por ela ocupada é de 1045,75 m², o número de pisos
da UT II abaixo do plano de referência é 2 e não há espaço ao ar livre, esta Utilização-Tipo insere-
se na 2ª categoria (Risco Moderado).
25
• Utilização-tipo VIII (comercial): uma vez que a altura desta utilização específica é de 3,50 metros
e, no edifício em análise, o número de pisos da UT VIII abaixo do plano de referência é 0 e o seu
efectivo é de 80 pessoas, esta Utilização-Tipo insere-se na 1ª categoria (Risco Reduzido).
Conforme apresentado no Artigo 15° do Decreto-Lei n° 220/2008, artigo não alterado pelos Decreto-Lei
n° 224/2015 e Lei n° 123/2019, existem condições técnicas que devem ser atendidas para Segurança
Contra Incêndios em Edifícios (SCIE). A seguir estão apresentadas quais condições devem ser atendidas.
• “As condições exteriores comuns;”
• “As condições de comportamento ao fogo, isolamento e proteção;”
• “As condições de evacuação;”
• “As condições das instalações técnicas;”
• “As condições dos equipamentos e sistemas de segurança;”
• “As condições de autoproteção.”
As características para que cada uma das condições seja atendida podem ser encontradas na Portaria n°
1532/2008.
A altura útil do edifício é de 19,02 m portanto suas características devem atender as condições
apresentadas no art. 5° (1532/2008), onde são apresentados os detalhes para vias de acesso a edifícios
com altura superior à 9 m. As vias de acesso devem apresentar:
• “6 m, ou 10 m se for em impasse, de largura útil;”
• “5 m de altura útil;”
• “13 m de raio de curvatura mínimo medido ao eixo;”
Fora as condições apresentadas acima a via de acesso, se em impasse, deve assegurar que os veículos de
socorro não percorram mais de 20 m em marcha-atrás para inverter a marcha. As vias devem ainda
apresentar uma faixa de operação junto às fachadas acessíveis com as seguintes características:
a) “A distância, medida em planta, entre o ponto mais saliente da fachada e o bordo da faixa de
operação que lhe é mais próximo, esteja compreendida entre 3 e 10 m;”
b) “A largura mínima dessa faixa seja de 7 m;”
c) “Todos os pontos de penetração na fachada fiquem incluídos entre os planos verticais tirados
pelos extremos da faixa de operação, perpendicularmente ao seu eixo;”
d) “O comprimento mínimo da faixa de operação, sem prejuízo do referido na alínea anterior, seja
de 15 m;”
e) “A faixa tenha em toda a sua área a capacidade para resistir ao punçoamento causado por uma
força de 170 kN distribuída numa área circular com 20 cm de diâmetro;”
f) “A faixa se mantenha permanentemente livre de árvores, candeeiros, bancos, socos e outros
obstáculos que impeçam o acesso dos veículos de socorro e nela não seja permitido estacionar
qualquer outro veículo.”
O art. 6° (L. n° 1532/2008) apresenta as características que as fachadas devem possuir para serem
acessíveis e estarem dentro dos termos da SCIE.
i. “As vias e as faixas referidas nos artigos 4.° e 5.°, para além de permitirem o acesso ao edifício
através das saídas de evacuação, servem também para facilitar o acesso às fachadas e a entrada
directa dos bombeiros, em todos os níveis que os seus meios manuais ou mecânicos atinjam,
através dos pontos de penetração existentes.”
ii. “Os pontos de penetração podem ser constituídos por vãos de portas ou janelas, eventualmente
ligados a terraços, varandas, sacadas ou galerias, desde que permitam o acesso a todos os pisos,
situados a uma altura não superior a 50 m, à razão mínima de um ponto de penetração por cada
800 m² de área do piso, ou fracção, que servem e possuam abertura fácil a partir do exterior ou
sejam facilmente destrutíveis pelos bombeiros.”
iii. “Nos edifícios com altura inferior a 9 m, quando os pontos de penetração forem constituídos por
vãos de janela, o pano de peito não deve ter espessura superior a 0,3m numa extensão de 0,5 m
abaixo do peitoril, de forma a permitir o engate das escadas manuais de ganchos.”
27
iv. “No caso de fechadas tipo cortina, envidraçadas ou outras, que apresentem uma continuidade na
vertical e em que, para cumprimento do n.° 2 do presente artigo, sejam abertos vãos para
funcionar exclusivamente como pontos de penetração, esses vãos devem possuir sinalização com
uma das seguintes características, de forma a permitir a sua identificação pelos bombeiros a partir
da via de acesso:”
• “Sinalização óptica de acionamento automático, em caso de incêndio, de todos os vãos
acessíveis;”
• “Sinalização indelével na fachada, junto ao pavimento exterior, do nível de referência, indicando
uma prumada cujos vãos sejam todos acessíveis.”
v. “Em qualquer caso os pontos de penetração devem permitir atingir os caminhos horizontais de
evacuação e as suas dimensões mínimas deem ser de 1,2 x 0,6 m.”
vi. “Todos os edifícios com altura superior a 9 m devem possuir, no mínimo, uma fachada acessível.”
vii. “Todos os edifícios com utilizações-tipo da 4. ª categoria de risco devem possuir, no mínimo, duas
fachadas acessíveis.”
Os pisos ou zonas de refúgio interiores devem possuir pontos de penetração e garantir o comprimento
do disposto nos n.º 2 a 5 do artigo 6°.
O artigo 7° da Lei 1532/2008 apresenta as características que o edifício deve apresentar para
determinadas composições, com ângulos e condições a serem atendidas. No n° 9 desse artigo é
apresentado um quadro (Figura 4) com as classes de resistência ao fogo que os revestimentos devem
apresentar em fachadas com ou sem aberturas.
Altura (H)
Revestimentos e Caixilharia e estores ou
Revestimentos
elementos transparentes persianas
O capítulo III da Lei n° 1532/2008 é dedicado ao abastecimento dos meios de socorros para auxílio no
combate contra o incêndio. O art. 12° trata especificamente da disponibilidade de água onde em sua
alínea n° 1 afirma que o fornecimento da água deve ser feito através de hidrantes exteriores ou pela
rede privada.
Para os recintos com classe superior a 1.ª os hidrantes devem estar localizados a uma distância máxima
conforme apresentado pela Figura 5.
Estes critérios podem ser associados entre si da forma indicada no quadro abaixo:
29
EXIGÊNCIAS
FUNÇÕES DO ELEMENTO
Estabilidade Estanquidade Isolamento térmico
SUPORTE R - -
E -
COMPARTIMENTAÇÃO -
EI
RE -
SUPORTE E COMPARTIMENTAÇÃO
REI
SÍMBOLO FUNÇÕES
Os símbolos são acompanhados de um número que designa os minutos durante os quais o elemento em
causa desempenha as funções que lhe são exigidas (escalão do tempo). Os escalões considerados são: 15,
20, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240 e 360.
EI 30 60
EI 60 80
EI 90 100
EI 120 120
EI 180 150
EI 240 175
• Os valores relativos à espessura dados no quadro também podem ser utilizados para paredes de
betão não armado (ver EN 1992-1-1, Secção 12);
• O disposto em 5.5.4.1 no que se refere aos inertes calcários e às deformações também se aplicam
a estas paredes.
31
Dimensões mínimas
Parede exposta por um lado Parede exposta em dois lados Parede exposta por um lado Parede exposta em dois lados
A portaria 1532/2008, classifica, de acordo com a resistência ao fogo, os elementos estruturais conforme
o quadro abaixo. :
Categorias de risco
Função do elemento
Utilizações-tipo
estrutural
1ª 2ª 3ª 4ª
Portanto, depreende-se que no presente edifício temos, quanto à resistência ao fogo padrão dos
elementos estruturais:
A portaria 1532/2008 determina, em seu artigo 18º , que nos espaços cobertos, os diversos pisos devem,
em regra, constituir compartimentos corta-fogo diferentes, sem prejuízo das condições de isolamento e
protecção referentes a locais de risco existentes nesses pisos. Estabelece aindas as seguintes áreas
máximas, dispostas no quadro a seguir:
Acima do plano de
6400m²
referência
II
Abaixo do plano de
3200m²
referência
IV e V (excepto pisos
1600m²
com locais de risco D)
IV e V (pisos com locais
800m²
de risco D)
Acima do plano de
800m²
referência
XI
Abaixo do plano de
400m²
referência
Analisando-se as áreas dos pisos do edifício conclui-se não ser necessário realizar tais compartimentações
(nenhuma área é superior às indicações no quadro acima).
33
5.2 ISOLAMENTO E PROTEÇÃO DE LOCAIS DE RISCO
A legislação exige que os diversos locais de risco, excepto o A, sejam separados dos locais adjacentes por
elementos da construção que garantam, pelo menos, as classes de resistência ao fogo padrão (Portaria
1532/2008, Artigos 20º, 22º, 23º e 24º), conforme ilustrado a seguir:
Resistência ao fogo padrão mínima dos Resistência ao fogo padrão mínima dos
elementos da envolvente de locais de risco B elementos da envolvente de locais de risco C
Elementos de Resistência ao fogo Elementos de Resistência ao fogo
construção padrão mínima construção padrão mínima
Paredes não resistentes EI 30 Paredes não resistentes EI 60
Pavimentos e paredes Pavimentos e paredes
REI 30 REI 60
resistentes resistentes
Portas E 15 C Portas E 30 C
Tabela 18 – Resistência ao fogo padrão mínimo dos elementos da envolvente de locais de risco B e C
Em atenção aos estabelecimentos comerciais, salienta-se que todas as portas utilizáveis por mais de 50
pessoas deverão respeitar as seguintes condições (Portaria 1532/2008, Artigo 62º):
As portas do tipo vaivém de duas folhas, quando a evacuação for possível nos dois sentidos, possuirão as
seguintes características:
• superfícies transparentes;
• sinalização, em ambos os lados, que oriente para a abertura da folha que se apresenta à direita.
As larguras das escadas, que devem, sempre que possível, ser contínuas ao longo da sua altura, definem-
se em função dos efectivos que as utilizam (conforme se verá mais adiante).
Exige-se protecção para todas as vias verticais de evacuação do edifício em questão (não incidem as
excepções previstas); devem ser separadas dos restantes espaços por paredes e pavimentos
apresentando classe de resistência ao fogo com um escalão de tempo não inferior ao exigido para os
elementos estruturais do edifício.
Assim, as Vias Verticais de Evacuação (VVEs) devem ser protegidas quanto à exposição ao fogo e contra a
invasão e permanência de fumo, da seguinte forma:
• UT I, 2ª categoria de risco: resistência R 60/REI 60 (para as demais UTs, a resistência ao fogo dos
materiais deverá ser igual à da UT I);
• As portas de acesso às escadas possuirão uma classe de resistência ao fogo não inferior a E 30 C,
munidas de dispositivo de fecho automático que as mantenha fechadas, mas não trancadas;
• As caixas dos elevadores serão separadas dos locais adjacentes por paredes com uma classe de
resistência ao fogo não inferior a EI 60. As portas dos elevadores possuirão uma classe de
resistência ao fogo não inferior a E 30.
Para efeitos de isolamento e protecção, os espaços ocupados por diferentes UTs devem ser separados
por paredes e pavimentos cuja resistência ao fogo padrão, EI ou REI, seja a mais gravosa das indicadas no
quadro a seguir:
Categorias de risco
Utilizações-Tipo
1ª 2ª 3ª 4ª
I, III a X 30 60 90 120
Tabela 19 – Resistência ao fogo padrão de paredes e pavimentos de acordo com a categoria de risco
Por outro lado, a Portaria 1532/2008 determina ainda que, quando comuniquem com vias de evacuação
protegidas, devem ser delas separados por paredes e pavimentos cuja resistência ao fogo padrão, EI ou
REI, seja a mais gravosa das indicadas nos quadros a seguir:
35
Resistência ao fogo padrão mínima dos elementos da envolvente de vias horizontais de evacuação
interiores protegidas
Pequena EI 30 REI 30 E 15 C
Tabela 20 – Resistência ao fogo padrão mínima dos elementos de vias horizontais de evacuação interiores
protegidas
Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas localizados no piso de saída para o exterior
Tabela 21 – Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas localizados no piso de saída para
o exterior
Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas não localizados no piso de saída para o exterior
Câmaras corta-
Do interior Portas E 30 C Câmaras corta-fogo
fogo
Enclausurada
Do exterior Portas E 15 C Portas E 15 C Portas E 15 C
Tabela 21 – Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas não localizados no piso de saída
para o exterior
• UT I (2ª categoria): Resistência ao fogo padrão mínima REI 60 com vãos E30 C.
• UT VIII (1ª categoria ): Resistência ao fogo padrão mínima REI 30 com vãos E15 C
O referido edifício possui estacionamento com áreas totais de 200,71m² (subcave) e 248,24m² (cave).
• Os estacionamentos individuais cobertos devem ser separados do resto do edifício por elementos
da construção da classe de resistência ao fogo não inferior a EI ou REI 30;
• Nos parques de área bruta total não superior a 6 000 m², as condutas de gases combustíveis,
estabelecidas no interior dos parques, devem ficar protegidas dentro dos ductos de classe de
resistência ao fogo padrão não inferior a REI 120, construídos com materiais de classe de reacção
ao fogo A1, e os ductos devem ser bem ventilados nas condições previstas neste regulamento.
A Portaria 1532/2008, quanto a UT VIII (comerciais e gares de transportes), determina em seu Artigo 265º:
37
Adotar-se-ão as previsões do Artigo 217º , com portas com resistência ao fogo padrão mínima E 45 C.
As vias horizontais de evacuação (corredores de evacuação) serão protegidas dos espaços adjacentes da
seguinte forma:
• Portas – E30C.
• Paredes – EI 60 para as paredes não resistentes, REI 60 para paredes (e pavimentos) resistentes;
• Portas – E30C.
As paredes e portas de patamar de isolamento das caixas de elevadores têm uma classe de resistência ao
fogo mínima indicada abaixo (Portaria 1532/2008, Artigo 28º):
• Portas – E 30 C.
a) Condutas de ventilação e tratamento de ar: não precisam de ficar alojadas em ductos, mesmo
quando atravessam pavimentos ou paredes de compartimentação corta-fogo;
superior a 850 °C e Condutas de PVC da classe B com diâmetro nominal não superior a 125
mm, desde que dotadas de anéis de selagem nos atravessamentos, que garantam a classe de
resistência ao fogo padrão exigida para os elementos atravessados);
Os quadros a seguir demonstram as classes de reação ao fogo para produtos de construção, a que se
refere o n.o 3 do artigo 9.o Os significados das siglas de factores de classificação estão descritos abaixo:
poder calorífico superior [MJ kg-1, MJ kg-2 propagação das chamas [mm]; Libertação
PCS ou MJ m-2, consoante os casos];
Fs de gotículas ou partículas incandescentes
De acordo com a Decisão 94/611/CE foram previstas para os produtos da construção as classes de reacção
ao fogo indicadas no quadro abaixo:
39
Produtos Classes
Uma das características associadas aos critérios de classificação prende-se com o facto de se verificar que
um produto incluído numa determinada classe satisfaz às exigências impostas à classe imediatamente
inferior. Tal princípio de “segurança” aplica-se à generalidade das classes, com excepção dos produtos A1
e A1FL, devido ao facto de serem considerados não-combustíveis, pelo que dispensam a referida
precaução.
Gotículas ou partículas
E Fs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . incandescentes (aprovação
ou reprovação).
Desempenho não
F
determinado
Tabela 26 - Classes de reação ao fogo para produtos de construção de pavimentos, incluindo os seus
revestimentos.
EFL Fs . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Desempenho não
FFL
determinado
41
Tabela 27 - Classes de reação ao fogo de produtos lineares para isolamento térmico de condutas.
Gotículas ou partículas
EL Fs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . incandescentes (aprovação
ou reprovação).
Desempenho não
FL
determinado
Os materiais de construção podem ser classificados de acordo com sua reação ao fogo, de acordo com a
classificação portuguesa LNEC. A classificação M0 implica em materiais não combustíveis (pedras naturais,
argamassas e betões, cerâmicos, metais, ligas metálicas, vidros, etc.); M1 são materiais não inflamáveis;
M2, dificilmente inflamáveis; M3 são moderadamente inflamáveis (madeiras, contraplacados e
aglomerados, em espessuras elevadas); por fim, M4 indica materiais facilmente inflamáveis (madeiras,
contraplacados e aglomerados, em espessuras relativamente finas).
Reacção ao Aplicação
Material de Revestimento Material de suporte Tipos de ligação
fogo mais usual
Pavimentos,
Argamassas, betonilhas ou
M0 Aderente M0 paredes e
estuques sem pintura
tectos
Madeira c/ espessura
M0 Aderente M4 Pavimentos
inferior a 5 mm
Madeira c/ espessura
M0 Aderente M3 Pavimentos
superior a 6 mm
Paredes e
Madeira ou seus derivados M0 Não aderente M4
tectos
43
O decreto de 21 de novembro de 2002 publicado no “Jornal Oficial” de 31 de dezembro de 2002 põe em
aplicação o sistema de classificação de reação ao fogo dos produtos de construção definido à escala
europeia. Assim, as classes A1, A2, B, C, D, E e F substituem M0, M1, M2, M3 e M4.
Assim, de acordo com os resultados dos ensaios exigidos, subdividem-se as 3 euroclasses, conforme
ilustram os quadros a seguir:
Euroclasses
Antigas exigências
A1 - - M0
s1 d0 M0
s1 d1
A2
s2 d0
s3 d1
M1
s1 d0
B s2 d1
s3 -
s1 d0
C s2 d1 M2
s3 -
s1 d0 M3
D s2 d1 M4
s3 - (não gotejante)
E-F - - M4
Euroclasses
Antigas exigências
A1FL - M0
s1 M0
A2FL
s2
s1
BFL
s2 M3
s1
CFL
s2
s3
DFL M4
s1
45
Euroclasse
Massa volúmica Espessura mínima
Descrição do produto (excluindo
mínima (kg/m³)⁽²⁾ global (mm)
pavimentos)⁽³⁾
Uma das consequências da concretização do Sistema Europeu Harmonizado (SEH) reflecte-se na facilidade
de circulação e de colocação dos produtos fabricados em qualquer dos Estados membros da CE e,
portanto, uma redução de custos com a obtenção da qualificação do comportamento ao fogo desses
produtos.
Vias de evacuação horizontais (ao ar livre e em pisos até 9m de altura) C-s3 d1 DFL -s3 Art. 39º
Vias de evacuação horizontais em pisos abaixo do plano de referência C-s2 d0 CFL-s2 Art. 39º
Vias de evacuação horizontais (em pisos entre 9 e 28 m de altura) C-s2 d0 CFL-s2 Art. 39º
Vias de evacuação verticais - No interior do edifício (de pequena ou média altura) A2-s1 d0 CFL-s1 Art. 40º
Vias de evacuação verticais - No interior do edifício (de grande e muito grande altura) A1 CFL-s1 Art. 40º
47
• As classificações de revestimento em vias de evacuação do edifício em questão estão apresentadas
a seguir:
Paredes e Tetos: A1
Pavimentos: CFL – s2
7 EVACUAÇÃO
“Os espaços interiores dos edifícios e dos recintos contemplados no presente regulamento devem ser
organizados para permitir que, em caso de incêndio, os ocupantes possam alcançar um local seguro no
exterior pelos seus próprios meios, de modo fácil, rápido e seguro.”
As condições de evacuação devem garantir que os ocupantes possam alcançar um local seguro no exterior
por seus próprios meios, de maneira fácil, rápida e segura.
Três pontos devem ser pensados para garantir a evacuação atendendo aos critérios anteriores: saídas,
em número e largura suficientes, convenientemente distribuídas e devidamente sinalizadas; vias de
evacuação, com largura adequada, e protegidas contra fogo, fumo e gases de combustão; distâncias a
percorrer, que devem ser limitadas.
Outro tópico a ser analisado são as zonas de refúgio, locais temporariamente seguros dentro do edifício.
“Com base nos índices de ocupação dos diferentes espaços, medidos em pessoas por metro quadrado,
em função da sua finalidade e reportados à área útil, devem ser considerados os valores, arredondados
para o inteiro superior, resultantes da aplicação dos índices constantes do quadro XXVII abaixo:”
49
Número de ocupantes por unidade de área em função do uso dos espaços.
Índices
Espaços
(pessoas/m²)
Espaços reservados a lugares de pé, em edifícios, tendas ou estruturas insufláveis, de salas de conferências, de reunião e
3.00
de espetáculos, de recinsots desportivos (galerias, terraços e zonas de peão), auditórios ou de locais de culto religioso
Locais de venda localizados até um piso acima ou abaixo do plano de referência 0.35
Locais de venda localizados mais de um piso acima ou abaixo do plano de referência 0.20
Locais de venda localizados no piso do plano de referência com área inferior ou igual a 300m² 0.50
Locais de venda localizados no piso do plano de referência com área superior a 300m² 0.60
Salas de convívio, refeitórios e zonas de restauração e bebidas com lugares sentados, permanentes ou eventuais,
1.00
com ou sem espectáculo
Salas de reunião, de estudo e de leitura sem lugares fixos ou salas de estar 0.50
O dimensionamento dos caminhos de evacuação e das saídas deve ser feito de forma a obter, sempre que
possível, uma densidade de fluxo constante de pessoas em qualquer secção das vias de evacuação no seu
movimento em direcção às saídas, tendo em conta as distâncias a percorrer e as velocidades das pessoas
de acordo com a sua condição física, de modo a conseguir tempos de evacuação convenientes.
Os caminhos de evacuação e de saída devem ser dimensionados para obter uma densidade de fluxo
constante em qualquer secção.
O critério geral para cálculo do número mínimo de saídas que servem um local de um edifício ou recinto
coberto, com excepção da utilização-tipo I (Habitacional), em função do seu efectivo, é o referido no
quadro XXIX abaixo:
1 a 50 Uma
51
O critério geral para cálculo do número mínimo de saídas que servem um local de um recinto ao ar livre,
em função do seu efectivo, é o referido no quadro XXX abaixo:
1 a 150 Uma
Sem prejuízo de disposições mais gravosas referidas neste título ou no título VIII, a largura mínima das
saídas deve ser de 2 UP (Unidades de Passagem):
a) Nos locais em edifícios cujo efectivo seja igual ou superior a 200 pessoas;
b) Nos recintos ao ar livre cujo efectivo seja igual ou superior a 600 pessoas.
Os caminhos de evacuação e as saídas de locais em edifícios devem, sem prejuízo de disposições mais
gravosas referidas neste título ou no título VIII, satisfazer os critérios do quadro XXXI abaixo:
1 a 50 Uma
1 a 150 Uma
151 a 1500 Uma por 300 pessoas ou fracção, mais uma Tabela 37 – Número
mínimo de unidades de
A distância máxima a percorrer nos locais de permanência em edifícios até ser atingida a saída mais
próxima, para o exterior ou para uma via de evacuação protegida, deve ser de:
53
condições específicas das utilizações-tipo II (Estacionamentos) e XII (Industriais, oficinas e
armazéns);
b) 30 m nos pontos com acesso a saídas distintas, com excepção das utilizações-tipo II, VIII, X
(Museus e galerias de arte) e XII, relativamente aos quais se deve atender ao disposto nas
condições específicas do título VIII.
No caso de locais amplos cobertos, com área superior a 800 m2, no piso do plano de referência com saídas
directas para o exterior, é admissível que a distância máxima constante na alínea b) do n.º 2 seja
aumentada em 50 %.
No caso de locais ao ar livre, são admissíveis distâncias máximas duplas das constantes no n.º 2.”
As vias horizontais de evacuação devem conduzir, directamente ou através de câmaras corta-fogo, a vias
verticais de evacuação ou ao exterior do edifício.
A distância máxima a percorrer de qualquer ponto das vias horizontais de evacuação, medida segundo o
seu eixo, até uma saída para o exterior ou uma via de evacuação vertical protegida, não deve exceder:
No caso de vias horizontais exteriores, são admissíveis distâncias máximas do dobro das constantes nos
nos 2 e 3 do presente artigo.
Para determinação da largura útil mínima das vias, ou troços de via, de evacuação horizontais aplicam-se
os critérios constantes dos quadros XXXI e XXXII, com excepção da utilização-tipo I, sendo considerado o
efectivo dos locais servidos por essa via ou troço em função da proximidade às saídas para as vias verticais
ou para o exterior;
Para determinação da largura útil mínima dos troços de vias que estabeleçam ligação entre vias verticais
de evacuação e saídas para o exterior do edifício deve ser considerado o maior dos seguintes valores:
Se uma via de evacuação possuir uma largura variável ao longo do seu comprimento, é tida em conta a
sua menor largura para a avaliação do correspondente valor em UP.
Nas vias de evacuação com mais de 1 UP é permitida a existência de elementos de decoração, placas
publicitárias ou de equipamentos compreendidos nos espaços de circulação, desde que:
A existência, numa via de evacuação, de elementos contínuos ao longo de toda a via e com uma altura
máxima de 1,1 m, pode reduzir a sua largura, de cada lado, num valor máximo igual a:
Os desníveis existentes nas vias horizontais de evacuação devem distar mais de 1 m de qualquer saída e
serem vencidos por rampa com as características definidas neste regulamento, podendo
excepcionalmente, quando não inferiores a 0,30 m e não sirvam locais de risco D, ser vencidos por degraus
iguais, cuja altura do espelho não seja inferior a 0,15 m.
As rampas a que se refere o número anterior devem possuir revestimento antiderrapante, sempre que
sirvam locais de risco D ou quando a sua largura for superior ou igual a 3 UP.
As vias horizontais de evacuação devem ser protegidas nas condições do artigo 25.º e dispor de meios de
controlo de fumo, nos termos do presente regulamento.”
55
Artigo 62.o – Características das portas
Quando as portas referidas no número anterior forem de acesso directo ao exterior, deve permanecer
livre um percurso exterior que possibilite o afastamento do edifício com uma largura mínima igual à da
saída e não possuir, até uma distância de 3 m, quaisquer obstáculos susceptíveis de causar a queda das
pessoas em evacuação.
As portas de saída de espaços afectos à utilização-tipo I estão dispensadas do disposto na alínea a) do n.º
1 do presente artigo.
As portas devem ser equipadas com sistemas de abertura dotados de barras antipânico, devidamente
sinalizadas, no caso de:
As portas de locais de risco C, previstos no n.º 3 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de
Novembro, devem abrir no sentido da saída.
A área mínima das câmaras utilizáveis por mais de 50 pessoas deve ser dupla da indicada na alínea a) do
número anterior.
“As escadas incluídas nas vias verticais de evacuação devem ter as características estabelecidas no
Regulamento Geral de Edificações Urbanas complementadas pelas seguintes:
a) Número de lanços consecutivos sem mudança de direcção no percurso não superior a dois;
c) Em cada lanço, degraus com as mesmas dimensões em perfil, excepto o degrau de arranque;
A distância mínima a percorrer nos patamares, medida no eixo da via em escadas com largura de 1 UP, e
a 0,5 m da face interior em escadas com largura superior, deve ser de 1 m.
As escadas devem ser dotadas de, pelo menos, um corrimão contínuo, o qual, nas escadas curvas, se deve
situar na sua face exterior.
As escadas com largura igual ou superior a 3 UP devem ter corrimão de ambos os lados e os seus degraus
devem possuir revestimento antiderrapante.
As escadas com largura superior a 5 UP devem possuir também corrimãos intermédios, de modo a que o
intervalo entre dois corrimãos sucessivos não seja superior a 5 UP.”
“Os edifícios de muito grande altura e todas as utilizações-tipo da 4.ª categoria de risco, ou utilizações-
tipo III da 3.ª categoria de risco, que ocupem pisos com altura superior a 28 m, devem possuir zonas de
refúgio que:”
57
7.6 CÁLCULOS PARA O EDIFÍCIO
1o Andar
2o, 3o e 4o Andar
Recuado
Estabelecimento 1
Área = 170,00 m2
Portanto, o efectivo = 170 ∙ 0,2 = 34 pessoas
Estabelecimento 2
Área = 99,00 m2
Portanto, o efectivo = 99 ∙ 0,2 = 20 pessoas 80 pessoas
Estabelecimento 3
Área = 130,00 m2
Portanto, o efectivo = 130 ∙ 0,2 = 26 pessoas
Em locais cobertos, o número mínimo de saídas para um efectivo entre 51 e 1500 pessoas é igual a uma
por 500 pessoas ou fracção, mais uma.
Em espaços cobertos, o número mínimo de UP para um efectivo entre 51 e 500 pessoas é igual a uma por
100 pessoas ou fracção, mais uma.
Local de Risco B
8 INSTALAÇÕES TÉCNICAS
b) Devidamente sinalizado.
Os edifícios e recintos que possuam utilizações-tipo das 1.ª e 2.ª categorias de risco devem ser dotados
de fontes centrais de energia de emergência sempre que disponham de instalações cujo funcionamento
seja necessário garantir em caso de incêndio e cuja alimentação não seja assegurada por fontes locais de
emergência.
59
Os quadros eléctricos situados em locais de risco B, D, E ou F, e em vias de evacuação devem satisfazer as
seguintes condições:
a) Possuir invólucros metálicos, se tiverem potência estipulada superior a 45 kVA, mas não
superior a 115 kVA, excepto se, tanto a aparelhagem como o invólucro, obedecerem ao ensaio
do fio incandescente de 750ºC/5 s;
Os circuitos eléctricos ou de sinal das instalações de segurança, incluindo condutores, cabos, canalizações
e acessórios e aparelhagem de ligação, devem ser constituídos, ou protegidos, por elementos que
assegurem em caso de incêndio, a sua integridade durante o tempo necessário à operacionalidade das
referidas instalações, nomeadamente respeitando as disposições do artigo 16.º com os escalões de tempo
mínimos constantes do quadro
Escalões XXXIVmínimos
de tempo abaixo:para protecção de circuitos eléctricos ou de sinal
1ª ou 2ª 30
Iluminação de emergência e sinalização de segurança e comandos e
meios auxiliares de sistemas de extinção automática [a) e l)]
3ª ou 4ª 60
Locais de risco F 1ª a 4ª 90
Nos locais de risco B, D e F, a protecção contra contactos indirectos dos circuitos de iluminação normal
deve ser assegurada de modo a que um defeito de isolamento num circuito não prive o local de
iluminação.
Os aparelhos autónomos instalados em locais de risco B e nas vias de evacuação devem ser fixados às
paredes ou aos pavimentos.
Os aparelhos de combustão que utilizam combustíveis sólidos, nomeadamente lareiras, braseiras para
aquecimento, fogões de sala e salamandras, apenas são permitidos em habitações, excepto nos quartos,
em locais de risco A, ou em locais de risco B com efectivo não superior a 200 pessoas.
A extracção dos efluentes dos aparelhos de combustão deve ser feita para o exterior do edifício por meio
de condutas construídas com materiais da classe A1, que observem o disposto no artigo 31.º, e ainda que:
61
ii) Sendo exteriores ao edifício, respeitem as distâncias de segurança aos vãos abertos em
fachadas e coberturas constantes dos artigos 7.º e 10.º
...
a) Ter o seu lado menor não inferior a metade do maior, se forem de secção regular;
b) Servir no máximo cinco locais, excepto se destinadas exclusivamente a aparelhos a gás do tipo
B, caso em que se admite um número máximo de sete;
Sem prejuízo do cumprimento do Regulamento Geral de Edificações Urbanas, as aberturas exteriores das
condutas para escape de efluentes de combustão devem ser instaladas de modo a que:
b) A distância, medida na horizontal, a qualquer obstáculo que lhes seja mais elevado não seja
inferior à diferença de alturas, com um máximo exigível de 10 m;
c) O seu acesso seja garantido, para efeitos de limpeza, manutenção ou intervenção em caso de
incêndio.
b) Sempre que comportem aparelhos de combustão com potência útil superior a 200 kW, devem
ser alojadas em centrais térmicas, cumprindo o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 80.º
8.5 ASCENSORES
As casas de máquinas de elevadores com carga nominal superior a 100 kg, quando existam, devem ser
instaladas em locais próprios, reservados a pessoal especializado e isolados dos restantes espaços do
edifício, com excepção da caixa do elevador ou da bateria de elevadores, por elementos de construção
que garantam a classe de resistência ao fogo padrão:
c) E 30 C, para as portas.
Junto dos acessos aos ascensores deve ser afixado o sinal com a inscrição: «Não utilizar o ascensor em
caso de incêndio» ou com pictograma equivalente.
Os edifícios de altura superior a 28 m ou com mais de dois pisos abaixo do plano de referência devem ser
servidos por, pelo menos, um ascensor destinado a uso prioritário dos bombeiros em caso de incêndio,
respeitando as condições dos números seguintes.
a) Todos os pisos do edifício e cada compartimento corta-fogo neles estabelecidos por via da
compartimentação geral;
Cada ascensor deve ser equipado com um dispositivo complementar ao de chamada indicado no artigo
anterior, constituído por um interruptor accionado por chave própria, colocado no piso do nível de
referência, que desencadeia uma segunda actuação e o coloca ao serviço exclusivo dos bombeiros,
restabelecendo a operacionalidade dos botões de envio da cabina e dos dispositivos de comando de
abertura das portas.
A chave de manobra da fechadura referida no número anterior e a respectiva cópia devem estar
localizadas nos pontos e com as condições referidos no n.º 2 do artigo anterior.
63
a) Ter capacidade de carga nominal não inferior a 630 kg ou, quando se destine a apoiar a
evacuação de pessoas em macas ou camas ou se trate de um ascensor de acesso duplo, não
inferior a 1000 kg;
b) Ter dimensões mínimas de 1,1 m × 1,4 m ou, quando se destine a apoiar a evacuação, de
pessoas em macas ou camas, de 1,1 m × 2,1 m;
c) Ter portas de patamar e de cabina, deslizantes de funcionamento automático, com largura não
inferior a 0,8 m ou, quando se destine a apoiar a evacuação, de pessoas em macas ou camas, não
inferior a 1,1 m;
d) Ter um alçapão de socorro instalado no tecto da cabina, com pontos de abertura ou fecho
claramente identificados e cujo acesso não esteja obstruído por qualquer elemento ou
dispositivo, com as dimensões mínimas de 0,5 m × 0,7 m, com excepção dos elevadores de 630
kg, em que tais dimensões devem ser de 0,4 m × 0,5 m;
e) Ter na cabina meios de acesso que permitam a abertura completa do alçapão de socorro a
partir do interior, por exemplo com a ajuda de um ou vários degraus esca moteáveis com um
passo máximo de 0,4 m e capazes de suportar uma carga de 1 200 N;
g) Efectuar o percurso entre o piso do plano de referência e o piso mais afastado deste, num
tempo não superior a sessenta segundos após o fecho das portas;
i) Ser apoiado por fontes de energia de emergência, nas condições do artigo 72.º
A caixa de cada ascensor deve ser independente, possuindo as condições de isolamento e protecção
definidas no artigo 28.º
O equipamento eléctrico:
a) Quando localizado, na caixa do ascensor e na cabina, até 1 m de uma parede da caixa que
contenha portas de patamar, deve estar protegido contra gotas e salpicos, ou ser provido de
protecções de pelo menos IP X3;
No patamar de acesso ao ascensor localizado no plano de referência deve ser afixado o sinal com a
inscrição «Ascensor prioritário de bombeiros» ou pictograma equivalente.
O poço de cada ascensor deve ser equipado com meios apropriados para impedir o aumento do nível da
água acima do nível dos amortecedores da cabina completamente comprimidos, podendo ser adoptado
um sistema de drenagem conforme previsto neste regulamento.
9.1 SINALIZAÇÃO
A sinalização deve obedecer à legislação nacional, designadamente ao Decreto-Lei 2141/95, alterado pela
Lei 113/99, e à Portaria 1456-A/95. O seu objectivo é fornecer indicações diversas como, por exemplo,
proibição, perigo, emergência e localização dos meios de intervenção, consoante o seu formato e cor,
devendo ser de material rígido fotoluminescente.
Deve, ainda, transmitir informação relacionada com a evacuação do edifício e com diferentes meios de
combate ao incêndio, destacando-se os seguintes:
• o sentido da evacuação deve estar assinalado na perpendicular do sentido de fuga e nos locais de
mudança de direcção, de maneira inconfundível;
• o nº do piso ou a saída, consoante o caso, nas portas ou acima das vergas pelo interior das vias
verticais de evacuação;
• meios passivos e activos, de comando ou operação manual a serem utilizados não só pelos
técnicos do edifício, como pelos serviços de segurança internos e pelas forças de socorro externas.
65
A sinalização será constituída, predominantemente, por placas fotoluminescentes, que deverão ter as
seguintes características mínimas:
• terão superfície anti-estática de forma a inibir a acumulação de poeiras, e será ainda vitrificada
de forma a facilitar a limpeza e dificultar danos, como riscos, etc.;
• a impressão será por serigrafia, com cores mate, tintas de qualidade elevada e estabilizadas aos
U.V., com garantia de 10 anos sem alteração das cores impressas.
As placas devem ter áreas (A) não inferiores às determinadas em função da distância (d) a que devem ser
vistas, com um mínimo de 6m e um máximo de 50m, conforme a expressão A=d²/2000 (Portaria
1532/2008, Artigo 109º).
• Portaria 1456-A/95;
• NP 3992/94.
A distribuição das placas de sinalização deve permitir a visibilidade a partir de qualquer ponto onde a
informação que contêm deva ser conhecida, podendo com esse objectivo:
• ser perpendicular às mesmas paredes, ou suspensa do tecto, com informação em dupla face;
• fazer um ângulo de 45° com a parede, com informação nas duas faces exteriores.
As placas que fiquem salientes relativamente aos elementos de construção que as suportam devem ser
fixadas a uma altura igual ou superior a 2,1m e não superior a 3m, excepto em espaços amplos mediante
justificação fundamentada.
A sinalização dentro dos locais de permanência será claramente distinguível de qualquer ponto desse local
cuja linha de observação relativamente à placa faça um ângulo superior a 45⁰ com a parede onde se
localiza o objecto, elemento ou equipamento sinalizado (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,1).
Nos locais de mudança de direcção das vias de evacuação será colocada sinalização adequada ao sentido
da fuga a tomar, de forma inequívoca (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,3).
A distância de colocação das placas nas vias de evacuação e nos locais de permanência variará entre 6 e
30m (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,4).
Nos locais de permanência e nas vias horizontais de evacuação acessíveis a público, a partir de qualquer
ponto susceptível de ocupação, será visível, pelo menos, uma placa indicadora de saída ou de sentido de
evacuação (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,5).
Nas vias verticais de evacuação serão colocadas placas, no patamar de acesso, indicando o número do
andar ou a saída, e no patamar intermédio indicando o sentido da evacuação (Portaria 1532/2008, Artigo
112º,6).
As placas de sinalização estarão colocadas o mais próximo possível das fontes luminosas existentes, a uma
distância inferior a 2 metros em projecção horizontal, mas não coladas sobre os aparelhos (Portaria
1532/2008, Artigo 112º,7), à excepção das localizadas nas vias de evacuação (Portaria 1532/2008, Artigo
112º,8).
No presente edifício a iluminação de emergência é constituída por (Portaria 1532/2008, Artigo 113º,2):
67
• iluminação de substituição cuja fonte é diferente da de emergência.
A ligação e corte das instalações de iluminação de segurança devem poder ser feitos manualmente, por
comando localizado no posto de segurança e, relativamente aos caminhos horizontais de evacuação, que
estão somente assinalados através de passadeiras pintadas nos pavimentos, os dispositivos de iluminação
devem ser distribuídos de modo a garantir o nível médio de iluminância de 10 lux, medido num plano
situado a 1m do pavimento e, se necessário, ser devidamente protegidos contra acções dinâmicas
(Portaria 1532/2008, Artigo 114º).
Nos locais de risco B, C, F e E, com excepção de quartos, e nas zonas de vestuários ou sanitários públicos
com área superior a 10m², serão instalados aparelhos de iluminação de ambiente (Portaria 1532/2008,
Artigo 114º).
A iluminação de ambiente terá níveis de iluminância tão uniformes quanto possível, com um valor mínimo
de 1 lux, medido no pavimento (Portaria 1532/2008, Artigo 114º).
A iluminação de ambiente será realizada através das iluminarias de rede de iluminação normal.
• intersecção de corredores;
• câmaras porta-fogo;
• botões de alarme;
• saídas.
Um sistema de detecção pode ser mais ou menos complexo; esquematiza-se na figura abaixo um Sistema
Automático de Detecção de Incêndio (SADI) e algum equipamento que pode comandar, onde as diversas
linhas que unem os componentes indicam os fluxos de informação, tendo cada um dos blocos o seguinte
significado:
Deve-se garantir ainda a deteção precoce de focos de incêndio, de forma a evitar falsos alarmes, para que
tomem-se medidas necessárias em primeiro lugar à salvaguarda das vidas dos utilizadores do edifício e
também para a proteção dos bens materiais.
Em caso de emergência, os SADI permitem também difundir o alarme para os ocupantes, alertar os
bombeiros e accionar sistemas e equipamentos de segurança (Portaria 1532/2008, Artigo 118º).
69
9.3.2 Detectores automáticos
A área máxima que um dectetor térmico pode vigiar depende de diversos factores destacando-se a área
do local e a inclinação do tecto conforme se indica no quadro abaixo:
≤40 Qualquer 40
O posicionamento dos detectores térmicos, por sua vez, depende das distâncias às paredes e ao tecto,
bem como da presença ou não de elementos salientes, como vigas e condutas.
Para além destes detectores térmicos, também há os detectores de fumo (ópticos e iónicos) e os
detectores de chamas (ultravioletas e infravermelhos).
• paredes: 0,2m;
• vigas: 0,4m;
• a distância máxima entre detectores, quando estes têm uma área de protecção de 60m², é de 9m;
• a distância máxima entre um detector e uma parede, quando aquele tem uma área de protecção
de 60m², é de 4,5m;
• a distância entre detectores pode ser alargada até ao máximo de 15m nos corredores com largura
máxima de 3m;
Os detectores que pela sua localização sejam dificilmente visíveis deverão possuir um indicador luminoso
em actuação visível.
Os difusores de alarme geral devem ser instalados fora do alcance dos ocupantes e, no caso de se situarem
a uma altura do pavimento inferior a 2,25m protegidos por elementos que os resguardem de danos
acidentais (Portaria 1532/2008, Artigo 121º,1).
O sinal emitido será inconfundível com qualquer outro e audível em todos os locais do edifício a que seja
destinado (Portaria 1532/2008, Artigo 121º,2).
Propõe-se que na UT VIII o sinal de alarme geral para execução da evacuação total ou parcial do público
seja feito através de uma mensagem gravada (Portaria 1532/2008, Artigo 121º,4).
De acordo com as Uts existentes, tem-se para o edifício (Portaria 1532/2008, Artigos 126º a 128º):
a) UT I:
• Estão também isentos os fogos de habitação, qualquer que seja a categoria de risco do edifício
onde se localizem.
b) UT II:
c) UT VIII:
71
Portanto, em obediência à Portaria 1532/2008, em seu Artigo 125º, o SADI seguirá a configuração 3,
conforme ilustra o quadro abaixo:
Temporizações Sim
Total Sim
Protecção
Parcial Não
No interior Sim
Difusão do alarme
No exterior Não
• todos os sensores deverão ser dotados de um led indicador de acção que se iluminará logo que
se atinja o nível de alarme preestabelecido no programa da central de comando;
O seu funcionamento baseia-se na dispersão da luz proveniente de uma fonte devido ao fumo. Esta
luz é recebida por um receptor que está fora do alcance do ângulo normal de visão do emissor. Estes
c) Detectores termovelocimétricos
Estes detectores deverão ser fabricados de acordo com as Normas Europeias EN 54-5 e EN 54-8 e ter
aprovação LPC. Eles utilizam um termistor NTC para avaliação da temperatura ambiente, sendo
sensíveis tanto a temperaturas fixas como a gradientes de temperatura determinados.
Os botões de alarme manual analógicos deverão ser fabricados de acordo com a Norma BS 5839 Pate
2 e ter aprovação LPC.
O endereço exclusivo de cada botão será dado comutando microinterruptores apropriados no módulo
de comunicação.
Os botões de alarme manual serão próprios para montagem embebida, terão a possibilidade de teste
sem necessidade de partir o vidro e incorporarão um LED que dará sinalização luminosa intermitente
quando estes se encontrem em alarme.
As sirenes são electrónicas e com saída de som multi-direccional, podendo ser programadas para uma
saída contínua, intermitente ou bitonal a 980Hz, com uma intensidade de 105dB a um metro.
São de baixo consumo, ligadas directamente ao loop e funcionando em função do detector, zona,
loop ou alarme geral, consoante a programação que lhe for atribuída.
O alarme será acústico e óptico, com características que o tornam inconfundível com outros sinais
internos ou externos.
As diversas sirenes serão projectadas de acordo com as suas características, as dos elementos de
compartimentação que constituem o edifício e a geometria deste, de forma a garantir a audição do
alarme em todos os pontos do edifício.
73
Este interface, a utilizar para o comando remoto de equipamentos sem cablagem adicional, está
interligado no “loop”, constituindo um contacto inversor para o controlo dos equipamentos e o seu
accionamento ocorre na sequência do funcionamento de um botão de alarme, detector, etc.
Estes dispositivos têm por função vigiar a linha de comunicação dos “loop” em que são inseridos,
identificando defeitos diversos como, por exemplo, curto-circuitos e circuitos abertos.
A detecção de qualquer desses defeitos terá como consequência o accionamento do troço afectado
e um alarme na central de comando, evitando, assim, a colocação fora de serviço de todo um “loop”
em caso de avaria.
Estes dispositivos inseridos no “loop” de detecção, terão endereço próprio e as bases de montagem
serão separadas de modo a permitirem uma fácil remoção dos isoladores para manutenção.
Para que os edifícios apresentem uma adequada segurança ao incêndio é fundamental que determinados
espaços estejam dotados de meios de controlo do fumo e gases tóxicos originados pelo incêndio de forma
a garantir, durante um determinado período de tempo, as condições ambientais necessárias para que a
evacuação do edifício se efectue com êxito.
A Portaria 1532/2008, em seu Artigo 135º, determina: para locais de risco A e B não há necessidade de
controlo de fumo (no cao dos locais de risco B, porque nenhum destes locais tem efectivo superior a 500
pessoas). As escadas que servem pisos no subsolo, desde que a sua saída não seja directamente no
exterior, devem ser pressurizadas.
As vias verticais que servem o parque de estacionamento devem ser pressurizadas (Portaria 1532/2008,
Artigo 135º, 6). Os pisos do parque de estacionamento integrado no edifício encontram-se no subsolo,
pelo que têm necessidade de controlo de fumo – o sistema de ventilação por meios activos para controlo
da poluição deve garantir: a) Em espaços cobertos fechados afectos à utilização-tipo II, caudais de
extracção mínimos de 300 m3/hora por veículo ou 600 m3/hora por veículo, respectivamente para
concentrações de monóxido de carbono de 50 ppm e 100 ppm.
Apresenta-se a classificação dos tipos de incêndio e dos agentes extintores, na lista e no quadro a seguir:
• Classe A: combustíveis sólidos que, ao arder, deixam cinzas e brasas, como madeira, papel, palha,
tecidos naturais, etc. O método mais apropriado de extinção é o arrefecimento.
• Classe B: originado por combustíveis líquidos, ou que destilem líquido pelo calor, tais como
alcatrão, gasolinas, óleos, graxas, dissolventes, etc. O método mais apropriado de extinção para
este tipo de fogos é o abafamento ou inibição da reacção em cadeia.
• Classe C: originado por combustíveis gasosos, tais como acetileno, butano, propano, metano, etc.
O método mais apropriado de extinção para este tipo de fogos é eliminar a saída do gás, fechando
as válvulas, mas também pode ser extinguido por abafamento ou inibição da reacção em cadeia.
• Classe D: chamados também "fogos especiais", são os originados por certos produtos químicos
ou por metais combustíveis, tais como, sódio, potássio, alumínio pulverizado, titânio, zircónio,
lítio, etc. Cada produto tem um sistema apropriado de extinção.
• Classe E: chamados também de "fogos eléctricos", são os originados em equipamentos ou
instalações eléctricas, ou qualquer fogo ocorrido com presença de tensão eléctrica, a partir de 25
V. Deve-se cortar sempre o fornecimento eléctrico e a extinção deve ser realizada com agente
extintor não condutor de electricidade.
AGENTES EXTINTORES
CLASSE DO
ÁGUA Pó químico
FOGO
CO₂ Espumas Halons
Só para
A Bom Muito bom Muito bom Não Não pequenas Bom Bom
superfícies
B Não Bom Muito bom Muito bom Bom Bom Muito bom Bom
75
9.5.1 Meios de Primeira Intervenção
• comunicações horizontais;
• 18l de agente extintor padrão por 500m² ou fracção de área de pavimento do piso em que
se situem (Portaria 1532/2008, Artigo 163º, 2a);
• um por cada 200m² de pavimento do piso ou fracção, com um mínimo de dois por piso
(Portaria 1532/2008, Artigo 163º, 2b).
As redes de incêndio armada tipo carretel devem estar montadas nas UT II e VIII, conforme
determinação expressa da Portaria 1532/2008, Artigo 164º.
As bocas de incêndio (BI) serão localizadas segundo os critérios (Portaria 1532/2008, Artigo 165º):
• o comprimento das mangueiras utilizadas permita atingir, no mínimo, por uma agulheta, uma
distância não superior a 5m de todos os pontos do espaço a proteger;
• a distância entre as bocas não seja superior ao dobro do comprimento das mangueiras utilizadas;
• exista uma boca-de-incêndio nos caminhos horizontais de evacuação junto à saída para os
cantinhos verticais, a uma distância inferior a 3m do respectivo vão de transição;
Estas BIs devem ter as seguintes características (Portaria 1532/2008, Artigo 166º, 1):
• o seu manípulo de manobra se situa a uma altura do pavimento não superior a 1,50m;
• os carretéis de tambor fixo serão exclusivamente para instalação à face da parede e possuem guia
de coletes omnidirecional;
• os armários são sempre do tipo homologado em conjunto com o carretel e a respectiva porta,
instalada à face da parede ou saliente desta, de modo a que possa rodar 170⁰ na sua abertura;
• nos locais onde serão instalados os carretéis existirá um espaço desimpedido e livre de quaisquer
elementos que possam comprometer o seu acesso ou a sua manobra, com um raio mínimo,
medido em planta, de 1m e altura de 2m ((Portaria 1532/2008, Artigo 166º, 2).
A pressão da água nas redes de incêndio será obtida a partir de grupos sobrepressores que, quando
accionados a energia eléctrica, serão apoiados pelas fontes de energia de emergência ((Portaria
1532/2008, Artigo 167º, 4). A pressão em causa será indicada por meio de manómetros instalados
nos seus pontos mais desfavoráveis ((Portaria 1532/2008, Artigo 167º, 5).
A rede de alimentação das BI será dimensionada de modo a garantir em cada uma, quando em
funcionamento, estando metade delas abertas, até um máximo de quatro, uma pressão dinâmica
mínima de 250kPa e um caudal instantâneo mínimo de 1,5l/s (Portaria 1532/2008, Artigo 167º, 1),
estando a zona mais desfavorável localizada na cobertura.
Toda a rede será integralmente executada em aço galvanizado da série média, segundo a norma DIN
2440, com acessórios de roscar do mesmo material ou com acessórios ranhurados, pintada nas cores
convencionais nos troços à vista.
Serão colocadas BIs de rede húmida, com acoplamento do tipo storz, com diâmetro de junção DN 52mm,
tendo o respectivo eixo cota relativamente ao pavimento de 0,8m (Portaria 1532/2008, Artigo 169º, 2).
Uma boca siamesa de alimentação localizar-se-á no exterior do edifício junto a um ponto de acesso dos
bombeiros, no plano de referência, de forma que a distância à coluna vertical não seja superior a 14m,
estando as mesmas devidamente sinalizadas (Portaria 1532/2008, Artigo 169º, 4).
Toda a rede será integralmente executada em aço galvanizado da série média, segundo a norma DIN 2440,
com acessórios ranhurados, pintada nas cores convencionais nos troços à vista.
77
9.6 MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO
Com base nas exigências legislativas propõe-se que a estrutura genérica para o dossier que constituirá as
Medidas de Autoproteção (MA) a enviar à ANPC, na sua forma mais completa, seja a seguinte:
• Objectivos e síntese das MA – descreve os objectivos gerais das MA e faz uma breve apresentação
das medidas;
• Definições – estas definições referem-se às utilizadas nas medidas e devem estar de acordo com
as indicadas, quer no Decreto-Lei 220/2008 quer na Portaria 1532/2008;
79
• Programas de manutenção das instalações técnicas;
• Identificação da UT;
• Identificação do RS;
• Procedimentos de alarme;
• Procedimentos de alerta;
Apesar das medidas de segurança ao incêndio de que os edifícios são dotados e da existência em
determinados casos de planos de prevenção, o risco está sempre presente, pelo que se torna necessário
definir e mecanizar um conjunto de procedimentos e rotinas que permitam uma resposta adequada numa
situação de incêndio.
Este plano deve ser simples e bem estruturado, preciso e ajustado à realidade, de forma a sistematizar a
evacuação enquadrada dos ocupantes (ou parte) e limitar a propagação e consequências dos incêndios.
Este plano tem como objectivos sistematizar a evacuação enquadrada dos ocupantes da UT, que se
encontrem em risco, limitar a propagação e as consequências dos incêndios, recorrendo a meios próprios
e dele fazem parte:
o Activação dos meios de primeira intervenção que sirvam os espaços ds UT, apropriados a
cada circunstância, incluindo as técnicas de utilização desses meios;
o A confirmação da evacuação total dos espaços e garantia de que ninguém a eles regressa.
• Anexos.
81
• Identificação das pessoas que terão formação;
9.6.9 Simulacro
Relativamente aos simulacros devem ser definidos diversos aspectos dos quais se destacam os seguintes:
9.6.10 Alterações
O objetivo deste capítulo é o de identificar claramente o que foi alterado relativamente às MA iniciais.
De facto, as MA podem ter de ser alteradas no decurso da exploração do edifício por motivos que são
indicados na Portaria 1532/2008, pelo que sempre que tal aconteça essa nova informação tem de fazer
parte das MA, descrevendo-se detalhadamente o que se passou, a nova realidade e a data em que tal
ocorreu.
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Independentemente da análise feita pelo presente trabalho, a consulta do RT-SCIE (Portaria no1532/2008)
não deve ser dispensada para a implementação de medidas descritas no projeto.
ALVES, T. M. (2013). Alterações climáticas: cenários socioeconómicos para a Ria de Aveiro. (Dissertação
de Mestrado). Aveiro: Universidade de Aveiro.
BURTON, N. W., & al, e. (2009). Toward a definition of verbal reasoning in higher education: Research
report. Princeton: Educational Testing Service.
Villacitá, Lda. (junho de 2016). Requalificação Urbana de E.N.237 desclassificada (Alto do Cabaço/Barco)
- 2º Fase. Memória descritiva cálculos. Pombal.
83