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PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS

FRANCISCO FELIX (1190080)

RODRIGO TAMURA (1210402)

THEO REIS (1210411)

Segurança e Estabilidade em Incêndios (SEGEI)

Mestrado em Engenharia Civil - Construção

Docente: José Carlos Rodrigues Campeão (JCC)

JANEIRO DE 2022
ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

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Índice de Figuras

Figura 01 – Planta da Sub-cave 16

Figura 02 – Planta da cave 16

Figura 03 – Planta do Rés do chão 18

Figura 04 – Planta do 1o Andar 19

Figura 05 - Planta do 2o, 3o e 4o andar 20

Figura 06 - Planta do Recuado 21

Figura 07 - Esquematização dos três níveis de solicitação térmica 46

Figura 08 – Esquematização do sistema de detecção, alarme e alerta da edificação 69

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

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Índice de Tabelas

Tabela 01 – Subdivisões e áreas da Sub-cave e Cave 17

Tabela 02 – Subdivisões e áreas do Rés-do-chão 18

Tabela 03 – Subdivisões e áreas do primeiro andar 19

Tabela 04 – Subdivisões e áreas do segundo, terceiro e quarto andar 20

Tabela 05 – Subdivisões e áreas do Recuado 21

Tabela 06 – Classificação de risco de acordo com o tipo de ocupação 23

Tabela 07 – Categorias de risco da utilização-tipo I 24

Tabela 08 – Categorias de risco da utilização-tipo II 25

Tabela 09 – Categorias de risco da utilização-tipo VIII 25

Tabela 10 – Reacção ao fogo de revestimentos exteriores sobre fachadas, caixilharias e


estores 28

Tabela 11 – Categorias de risco de hidrantes exteriores em recintos itinerantes ou ao ar


livre 29

Tabela 12 – Exigências de acordo com a função dos elementos estruturais 30

Tabela 13 – Critérios dos elementos estruturais de acordo com suas funções 30

Tabela 14 – Espessura mínima de parede de acordo com sua resistência ao fogo 31

Tabela 15 – Dimensões mínimas de parede de acordo com a resistência ao fogo 32

Tabela 16 – Classificação dos elementos estruturais de acordo com a resistência ao fogo 32

Tabela 17 – Áreas máximas de compartimentação geral corta-fogo 33

Tabela 18 – Resistência ao fogo padrão mínimo dos elementos da envolvente de locais de


risco B e C 34

Tabela 19 – Resistência ao fogo padrão de paredes e pavimentos de acordo com a


categoria de risco 35

Tabela 20 – Resistência ao fogo padrão mínima dos elementos de vias horizontais de


evacuação interiores protegidas 36

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ÍNDICE DE TEXTO

Tabela 21 – Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas localizados no


piso de saída para o exterior 36

Tabela 22 – Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas não localizados
no piso de saída para o exterior 36

Tabela 23 – Isolamento e proteção de locais de estacionamento e embarque para veículos


pesados de transporte de passageiros 37

Tabela 24 – Siglas de factores de classificação de reacção ao fogo 39

Tabela 25 – Classes de materiais de construção de acordo com sua reacção ao fogo 40

Tabela 26 - Classes de reação ao fogo para produtos de construção, excluindo pavimentos. 40

Tabela 27 - Classes de reação ao fogo para produtos de construção de pavimentos, incluindo


os seus revestimentos. 41

Tabela 28 - Classes de reação ao fogo de produtos lineares para isolamento térmico de


condutas. 42

Tabela 29 - Reacção ao fogo de materiais de revestimento aplicados em suportes diversos. 43

Tabela 30 - Subdivisão das euroclasses para produtos de construção, excepto pavimentos 44

Tabela 31 - Subdivisão das euroclasses para pavimentos 45

Tabela 32 – Classificação de reacção ao fogo para madeira estrutural 46

Tabela 33 – Reacção ao fogo de materiais e revestimentos 47

Tabela 34 – Número de ocupantes por unidade de área em função do uso do espaço 50

Tabela 35 – Número mínimo de saídas de locais cobertos em função do efectivo 51

Tabela 36 – Número mínimo de saídas de recintos ao ar livre em função do efectivo 52

Tabela 37 – Número mínimo de unidades de passagem em espaços cobertos 53

Tabela 38 – Número mínimo de unidades de passagem em recintos ao ar livre 53

Tabela 39 – Escalões de tempo mínimo para proteção de circuitos elétricos ou de sinal 60

Tabela 40 – Área máxima de proteção de detector térmico 70

Tabela 41 – Exigências do SADI 72

Tabela 42 – Acção dos agentes extintores de acordo com a classe do fogo 75

A01 | viii ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


ÍNDICE DE FIGURAS

Índice de Texto
1 Introdução ........................................................................................................................................... 13

1.1 Considerações Iniciais .................................................................................................................. 13

1.2 Objetivos a atingir com o projeto de SCIE ................................................................................... 14

2 Descrição do edifício ........................................................................................................................... 15

2.1 Descrição dos pisos ...................................................................................................................... 16

2.1.1 Sub-cave e cave .................................................................................................................... 16

2.1.2 Rés-do-chão .......................................................................................................................... 17

2.1.3 1º Andar ................................................................................................................................ 18

2.1.4 2º, 3º e 4º Andar................................................................................................................... 19

2.1.5 Recuado ................................................................................................................................ 20

2.2 Utilizações-tipo ............................................................................................................................ 21

3 Caracterização quanto ao risco ........................................................................................................... 22

3.1 Classificação dos locais quanto ao risco ...................................................................................... 22

3.2 Fatores de classificação de risco aplicáveis ................................................................................. 24

4 Critérios gerais de segurança .............................................................................................................. 26

4.1 Condições exteriores comuns ...................................................................................................... 26

4.1.1 Condições exteriores de segurança e acessibilidade (Capítulo I) ......................................... 26

4.1.2 Limitações à propagação do incêndio pelo exterior (Capítulo II) ......................................... 28

4.1.3 Abastecimento e prontidão dos meios de socorro (Capítulo III).......................................... 29

5 Resistência ao Fogo de Elementos Estruturais e Incorporados em Instalações ................................. 29

5.1 Compartimentação geral corta-fogo ........................................................................................... 33

5.2 Isolamento e proteção de locais de risco .................................................................................... 34

5.3 Isolamento e proteção de vias de circulação............................................................................... 34

5.4 Isolamento entre utilizações-tipo distintas ................................................................................. 35

5.5 Estacionamentos coletivos .......................................................................................................... 37

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ÍNDICE DE TEXTO

5.6 Isolamento e proteção de meios de circulação ........................................................................... 38

5.6.1 Vias horizontais de evacuação .............................................................................................. 38

5.6.2 Vias vertitais de evacuação................................................................................................... 38

5.6.3 Isolamento e proteção das caixas dos elevadores ............................................................... 38

5.6.4 Isolamento e proteção de canalizações e condutas ............................................................. 38

6 Reação ao fogo de materiais ............................................................................................................... 39

7 Evacuação ............................................................................................................................................ 49

7.1 Disposições gerais ........................................................................................................................ 49

7.2 Evacuação dos locais .................................................................................................................... 51

7.3 Vias horizontais de evacuação ..................................................................................................... 54

7.4 Vias verticais de evacuação.......................................................................................................... 57

7.5 Zonas de refúgio........................................................................................................................... 57

7.6 Cálculos para o edifício ................................................................................................................ 58

7.6.1 Calcular o efectivo ................................................................................................................ 58

7.6.2 Determinar o número de saídas ........................................................................................... 58

7.6.3 Determinar a largura das saídas e dos caminhos de evacuação .......................................... 59

7.6.4 Definir a classificação de locais de risco ............................................................................... 59

8 Instalações técnicas............................................................................................................................. 59

8.1 Instalações de energia eléctrica ................................................................................................... 59

8.2 Instalações de aquecimento ........................................................................................................ 61

8.2.1 Aparelhagem de aquecimento ............................................................................................. 61

8.3 Evacuação de efluentes de combustão........................................................................................ 61

8.4 Ventilações e condicionamento de ar.......................................................................................... 62

8.5 Ascensores ................................................................................................................................... 63

9 Equipamentos e sistemas de segurança ............................................................................................. 65

9.1 Sinalização .................................................................................................................................... 65

9.1.1 Aspectos gerais ..................................................................................................................... 65

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ÍNDICE DE FIGURAS

9.1.2 Dimensionamento da sinalização ......................................................................................... 66

9.1.3 Localização das placas .......................................................................................................... 66

9.2 Iluminação de emergência........................................................................................................... 67

9.2.1 Aspectos gerais ..................................................................................................................... 67

9.2.2 Parque de estacionamento .................................................................................................. 68

9.2.3 Iluminação de ambiente e de balizagem ou circulação........................................................ 68

9.3 Sistema de deteção, alarme e alerta ........................................................................................... 69

9.3.1 Aspectos gerais ..................................................................................................................... 69

9.3.2 Detectores automáticos ....................................................................................................... 70

9.3.3 Difusores de alarme geral ..................................................................................................... 71

9.3.4 Configuração do SADI ........................................................................................................... 71

9.3.5 Características técnicas dos elementos constituintes do sistema ....................................... 72

9.4 Controlo do fumo em edifícios .................................................................................................... 74

9.5 Meios de intervenção .................................................................................................................. 75

9.5.1 Meios de Primeira Intervenção ............................................................................................ 76

9.5.2 Meios de segunda intervenção ............................................................................................ 77

9.6 Medidas de Autoproteção ........................................................................................................... 78

9.6.1 Disposições Gerais ................................................................................................................ 78

9.6.2 Disposições Gerais ................................................................................................................ 78

9.6.3 Registros de Segurança......................................................................................................... 78

9.6.4 Procedimentos de prevenção ............................................................................................... 79

9.6.5 Plano de prevenção .............................................................................................................. 80

9.6.6 Procedimento em caso de emergência ................................................................................ 80

9.6.7 Plano de emergência interna................................................................................................ 80

9.6.8 Acções de sensibilização e formação ................................................................................... 81

9.6.9 Simulacro .............................................................................................................................. 82


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ÍNDICE DE TEXTO

9.6.10 Alterações ............................................................................................................................. 82

10 Considerações finais ........................................................................................................................ 82

11 Referências bibliográficas ................................................................................................................ 83

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O seguinte trabalho apresentará o projeto de segurança contra incêndios aplicado há um edifício


localizado na Rua da Alegria, Porto. O projeto foi executado com base nos regulamentos: Decreto-Lei n°
220/2008 publicado em 12 de novembro, os Decreto-Lei n° 224/2015 e Decreto-Lei 123/2009 que
apresentam alterações feitas na lei n° 220/2008 e o Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndios
(SCIE).

No que se refere à arquitetura são diversos os aspectos que se torna necessário considerar, destacando-
se os seguintes:

• verificar se é possível edificar o edifício no local previsto;

• verificar se os acessos ao edifício permitem o desenvolvimento das operações, por parte dos
bombeiros, exigidas nos regulamentos;

• verificar, em colaboração com o projectista de águas e esgotos, se no local existe rede de água
em condições de pressão de modo a poder ser utilizada pelos bombeiros em caso de incêndio;

• prever, em colaboração com os projectistas das diversas especialidades, os espaços necessários


para a instalação de todos os equipamentos e sistemas de segurança ao incêndio;

• estabelecer uma adequada compartimentação corta-fogo, mediante uma correcta localização


dos elementos com essa função;

• escolha adequada dos diversos revestimentos de paredes interiores e exteriores, tectos, pisos e
coberturas, face às suas características de reação ao fogo, consoante a maior ou menor segurança
exigida aos espaços;

• concepção dos espaços interiores de modo a que, em caso de incêndio, os ocupantes tenham
sempre uma hipótese de fuga segura para o exterior do edifício;

• dimensionamento dos caminhos de evacuação de acordo com o porte do edifício e o tipo de


ocupação, nomeadamente no que se refere às dimensões e ao número de escadas;

• afastamento da construção em relação a edifícios vizinhos.

No que se refereà área da engenharia civil as implicações fazem-se sentir aos seguintes níveis:

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• Dimensionamento da estrutura do edifício deve ser realizado tendo em consideração a acção
acidental de incêndio;

• Dimensionamento dos meios de combate ao incêndio que forem exigidos no regulamento de


segurança ao incêndio relativo ao tipo de ocupação em causa, para além de outros que possam
ser impostos pelo licenciador.

1.2 OBJETIVOS A ATINGIR COM O PROJETO DE SCIE

O projeto foi executado com base nas leis e regulamentos citados acima sendo as condições e
alterações sendo aplicadas ao projeto fornecido pelo docente do ISEP. A seguir serão apresentados os
principais objetivos desse trabalho.
• Aplicar os sistemas de segurança contra incêndios necessários;
• Verificar se o edifício apresenta as condições mínimas para uso tipo;
• Apresentar a melhor solução a ser aplicada;
• Assegurar a segurança estrutural do edifício;
• Garantir a não propagação do incêndio para o exterior;

De forma geral, deve-se ter como objetivos:

• Reduzir os riscos de desenvolverem-se incêndios ao mínimo possível;

• Limitar a evolução do incêndio, de forma a diminuir também a propagação do fumo e gases


de combustão;

• Assegurar a evacuação dos ocupantes, por meio de caminhos de evacuação seguros,


acessíveis e devidamente sinalizados;

• Evitar o colapso estrutural do edifício por um período de tempo suficiente atuação dos
bombeiros;

• Prover aos bombeiros equipamento de combate ao incêndio em plenas condições de


funcionamento;

• Evitar a propagação do incêndio a edifícios vizinhos.

Além disso, a Portaria nº 1532/2008 estabelece as seguintes condições técnicas gerais e específicas da
SCIE; assim sendo, um projeto de SCIE deve ter de respeitar integralmente as exigências regulamentares
em matéria de segurança ao incêndio, nomeadamente no que se refere a:

• Condições exteriores comuns;

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TÍTULO DO CAPÍTULO N

• Disponibilidade de água;

• Condições gerais de comportamento ao fogo, isolamento e protecção;

• Condições gerais de evacuação;

• Instalações técnicas;

• Equipamentos de segurança;

• Sistema automático de detecção de incêndio;

• Controlo de fumo;

• Meios de intervenção;

• Medidas de autoproteção exigíveis para cada uma das UTs do edifício.

2 DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO

O edifício fica localizado na Rua da Alegria, apresenta 3 tipos de utilização sendo a primeira comercial e
administrativo no térreo (Rés do chão), residencial com 5 pavimentos e garagem na cave e sub-cave. O
edifício tem aproximadamente 22,27 m de altura total com 19,02 m de altura útil conforme apresentado
no art. 2° da Lei 123/2019 com uma área de ocupação de 561,39 m². Ocupando uma esquina, é servido
por vias de acesso adequadas a veículos de socorro em caso de incêndio. O local onde se insere o edifício
está dotado de rede pública de abastecimento de água à qual se encontram ligados marcos de água para
abastecimento dos veículos de socorro no combate a um incêndio. Possui duas fachadas dispondo de vias
de acesso, sendo a distância, medida em planta, entre o ponto mais saliente da fachada e o bordo da faixa
de operação igual a 8 m (a largura da faixa é de 5,75m).

Conforme o primeiro item do art. 8° do Decreto-Lei n° 220/2008 o edifício apresenta as seguintes


utilizações:
• Tipo I: “<<habitacionais>>, corresponde a edifícios ou partes de edifícios destinados a habitação
unifamiliar ou multifamiliar [...]”;

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• Tipo III: “<<administrativos>>, corresponde a edifícios ou partes de edifícios onde se desenvolvem
atividades administrativas, de atendimento ao público ou de serviços [...]”;
• Tipo VIII: “<<comerciais e gares de transporte>>, corresponde a edifícios ou partes de edifícios,
recebendo público, ocupados por estabelecimentos comerciais [...]”;

2.1 DESCRIÇÃO DOS PISOS

2.1.1 Sub-cave e cave

Os pavimentos localizados abaixo do nível do solo apresentam as seguintes estruturas (cômodos): zonas
para estacionamento dos automóveis, arrumos, zonas para circulação de automóveis/pedestres,
elevadores e caixas de escada. A única diferença entre ambas está na presença da cisterna e grupo de
bombagem localizada na sub-cave. Suas subdivisões e áreas encontram-se listadas no quadro a seguir.

Figura 01 – Planta da Sub-cave Figura 02 – Planta da Cave

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TÍTULO DO CAPÍTULO N

SUB-CAVE CAVE
AÇÃO(m²) DESIGNAÇÃO FRAÇÃO(m²) DESIGNAÇÃO FRAÇÃO(m²) DE
13.53 Hall comum 13.53 Hall comum 13.53 H
12.79 Escadas 12.79 Escadas 12.79
23.46 Estacionamento 08 23.46 Estacionamento 01 23.46 Estacion
23.46 Estacionamento 09 23.46 Estacionamento 02 23.46 Estacion
46.30 Estacionamento 10 41.89 Estacionamento 03 46.30 Estacion
36.90 Estacionamento 11 18.00 Estacionamento 04 36.90 Estacion
21.48 Estacionamento 12 21.46 Estacionamento 05 21.48 Estacion
14.47 Estacionamento 13 15.00 Estacionamento 06 14.47 Estacion
82.17 Estacionamento 14 39.73 Estacionamento 07 82.17 Estacion
6.15 Estacionamento 15 17.71 Arrumos 01 6.15 Estacion
6.30 Arrumos 07 3.3 Arrumos 02 6.30 A
6.30 Arrumos 08 5.20 Arrumos 03 6.30 A
6.30 Arrumos 09 3.70 Arrumos 04 6.30 A
5.20 Arrumos 10 6.80 Arrumos 05 5.20 A
3.70 Arrumos 11 17.70 Arrumos 06 3.70 A
208.35 Arrumos 12 1.90 Área circulação Veículos 208.35 A
516.86 Área circulação Veículos 183.33 Área Útil 516.86 Área circulaçã
c Grupo Bombagem 22.62 Área Bruta c Grupo B
Cisterna 54.56
Área Útil 526.14
Área Bruta 561.90 Á

Tabela 01 – Subdivisões e áreas da Sub-cave e Cave

2.1.2 Rés-do-chão

O rés-do-chão do edifício apresenta um uso comercial como apresentado anteriormente. Nele estão
localizadas 3 divisões para uso comercial.

A seguir na Tabela 2 estão apresentados os dados referentes as áreas das lojas e divisões do rés-do-chão.

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RÉS-DO-CHÃO
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO (m²)
3 Estabelecimento 1 161.41
1
WC 1 10.30
Estabelecimento 2 92.43
WC 2 5.5
Estabelecimento 3 121.47
WC 3 7.77
2
Escadas 12.31
Área Útil 411.19
Área Zona Comum 28.68
Área Bruta 530.46

Tabela 02 – Subdivisões e áreas do Rés-do-


chão

Figura 03 – Planta do Rés do Chão

2.1.3 1º Andar

O 1° andar do edifício apresenta uma configuração diferente dos outros 4 pavimentos. Nele podem ser
encontrados 3 residências, sendo elas uma do tipo T2 e as outras duas do tipo T3. Além dos
apartamentos e áreas comuns o pavimento apresenta terraços não existentes nos pavimentos
superiores.

A seguir na Tabela 3 estão apresentados os dados referentes as áreas dos cômodos de cada apartamento
e das áreas comuns do pavimento.

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TÍTULO DO CAPÍTULO N

Figura 04 – Planta do 1o Andar

1º ANDAR
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO D - T3(m²) FRAÇÃO E - T2(m²) FRAÇÃO F - T3(m²)
Sala 37.6 29.5 38
Hall 1 10.56 4.57 9.22
Hall 2 4.85 3.12 3
Cozinha 11.75 10 11.75
Lavandaria 3.60 3.15 3.85
Arrumos 5.25 -
Instalações Sanitárias 1 4.00 3.06 2.21
Instalações Sanitárias 2 1.98 4.14 4.28
Instalações Sanitárias 3 4.31 - 4.11
Quarto 1 11.40 13 14.6
Quarto 2 13.50 15.9 14.3
Quarto 3 19.40 - 19.00
Terraço 62.00 - 37.00
Varanda 6.44 4.24 3.96
Área Útil 128.20 86.44 124.32
Área Zona Comum 34.63 34.63 34.63
Área Bruta 231.27 125.31 199.91
Tabela 03 – Subdivisões e áreas do primeiro andar

2.1.4 2º, 3º e 4º Andar

O 2°/3°/4° andar apresentam uma configuração de 3 apartamentos sendo 2 deles T3 e outro T2.

A seguir na Tabela 4 estão apresentados os dados referentes as áreas dos cômodos de cada apartamento
e das áreas comuns do pavimento.

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Figura 05 – Planta do
2o, 3o e 4o andar

2º, 3º e 4º ANDAR
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO G/J/M - T3(m²) FRAÇÃO H/K/N - T2(m²) FRAÇÃO I/L/O - T3(m²)
Sala 37.63 29.47 38.03
Hall 1 10.56 4.55 9.22
Hall 2 4.85 3.12 3
Cozinha 11.75 10.00 11.75
Lavandaria 3.60 3.15 3.85
Arrumos 5.25 - -
Instalações Sanitárias 1 4.00 3.10 2.21
Instalações Sanitárias 2 1.99 4.14 4.28
Instalações Sanitárias 3 4.31 - 4.12
Quarto 1 11.40 13.00 14.6
Quarto 2 13.50 15.90 14.3
Quarto 3 19.40 - 18.98
Varanda 6.45 4.23 3.97
Área Útil 128.24 86.43 124.34
Área Zona Comum 34.63 34.63 34.63
Área Bruta 169.32 125.29 162.94
Tabela 04 – Subdivisões e áreas do segundo, terceiro e quarto andar

2.1.5 Recuado

Diferente dos pavimentos anteriores o piso recuado apresenta somente 2 apartamentos sendo eles um
de cada tipo T2/T3. É classificado como um piso recuado pois parte da área útil dos pavimentos
anteriores é encontrada como terraço nesse pavimento.

A seguir na Tabela 5 estão apresentados os dados referentes as áreas dos cômodos de cada apartamento
e das áreas comuns do pavimento.

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TÍTULO DO CAPÍTULO N

Figura 06 – Planta do
Recuado

RECUADO
DESIGNAÇÃO FRAÇÃO P - T3(m²) FRAÇÃO Q - T2(m²)
Sala 39.70 38.82
Hall 1 4.10 8.87
Hall 2 5.05 3.25
Cozinha 15.02 12.76
Lavandaria 4.35 2.80
Arrumos - -
Instalações Sanitárias 1 4.31 2.41
Instalações Sanitárias 2 5.10 4.90
Instalações Sanitárias 3 3.12 4.45
Quarto 1 11.79 13.10
Quarto 2 11.70 22.00
Quarto 3 14.20 -
Terraço 54.00 42.80
Varanda - -
Área Útil 118.44 113.36
Área Zona Comum 30.20 30.20
Área Bruta 202.64 186.36
Tabela 05 – Subdivisões e áreas do Recuado

2.2 UTILIZAÇÕES-TIPO

O edifício apresenta, como disposto anteriormente, diferentes utilizações-tipo. Quanto a isto, o


Decret0Lei 220/2008 teve preservado, em sua alteração pelo Decreto-Lei 224/2015, dispositivo que
determina:

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

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“Atendendo ao seu uso, os edifícios e recintos podem ser de utilização exclusiva, quando integrem uma
única utilização-tipo, ou de utilização mista, quando integrem diversas utilizações-tipo, e devem respeitar
as condições técnicas gerais e específicas definidas para cada utilização-tipo” (Artigo 8º, número 2).

Também de acordo com tais Decretos-Leis, subdivide-se o edifício em:

• UT I (habitacionais): habitação unifamiliar ou multifamiliar, incluindo espaços comuns de acesso


e as áreas não residenciais reservadas ao uso exclusivo dos residentes;

• UT II (administrativos): destinados exclusivamente à recolha de veículos e seus reboques, fora da


via pública, ou recintos delimitados ao ar livre, para o mesmo fim;

• UT VII (comerciais e gares de transporte): edifícios ou partes de edifícios, recebendo público,


ocupados por estabelecimentos comerciais onde se exponham e vendam materiais, produtos,
equipamentos, ou outros bens, destinados a aceder a meios de transporte rodoviário, ferroviário,
marítimo, fluvial ou aéreo, incluindo gares intermodais, constituindo espaço de interligação entre
a via pública e esses meios de transporte, com excepção das plataformas de embarque ao ar livre.

3 CARACTERIZAÇÃO QUANTO AO RISCO

3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS LOCAIS QUANTO AO RISCO

O risco de incêndio dos locais a proteger é um elemento fundamental no dimensionamento destes


sistemas, apresentando-se no quadro a seguir uma síntese da classificação proposta pela National Fire
Protection Association (NFPA):

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TÍTULO DO CAPÍTULO N

RISCO TIPO DE OCUPAÇÃO

Habitação escritórios, igrejas, museus, escolas, hospitais,livrarias


Ligeiro
com excepção de armazéns.

Garagens, padarias, casa de caldeiras, fábricas de componentes


grupo 1 eléctricos, lavandarias, parques de exposição de automóveis, áreas
de confecção em restaurantes, indústria de vidro
Ordinário
Indústrias têxteis, zonas de armazenagem na indústria hoteleira,
grupo 2 etc.

Hangares, áreas onde são usados combustíveis, fabricação de


grupo 1 plásticos, solventes, embalagens de gás, telas asfálticas.
Grave
Ocupações indicadas para o grupo 1, mas em que a quantidade de
grupo 2 substâncias inflamáveis ou de combustíveis líquidos é muito mais
significativa.

Tabela 06 – Classificação de risco de acordo com o tipo de ocupação

Conforme o item 1 do art. 10° do Decreto-Lei 224/2015 os locais de risco são todos os locais do edifício
com exceção dos espaços interiores a cada fogo, espaços ao ar livre e vias horizontais e verticais de
evacuação.

Para a classificação do edifício é necessário o cálculo dos efetivos para cada utilização tipo presente na
construção. De acordo com o art. 51° da Portaria n°1532/2008 o efetivo dos locais de tipo I
(habitacionais), que apresentam 5 fogos do tipo T2 e 9 fogos do tipo T3, através do quadro XXVI, pode
ser calculado da seguinte forma:

5 x T2 + 9 x T3 = 5 x (6) + 9 x (8) = 102

Para os locais de tipo VIII (comerciais) o cálculo do risco é feito através do produto da área de ocupação
por um coeficiente apresentado pelo quadro XXVII do art. 51° da Portaria n°1532/2008. Portanto
através do quadro foi identificado que o os locais tipo se enquadram na condição de “Locais de venda de
baixa ocupação de público” com coeficiente igual a 0,20. Através desse dado é possível realizar o cálculo
de ocupantes das áreas comerciais:

∑á𝑟𝑒𝑎𝑠 ∗ 0,20 = (171,71 + 97,94 + 129,24) ∗ 0,20 = 79,78 = 80 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

23
Através da soma dos efetivos pode se concluir, através do art. 10° do Decreto Lei n°. 224/2015, que o
edifício pode ser classificado com risco B, com exceção das arrecadações isoladas que conforme o n° 15
do art. 209 da Portaria 1532/2008 que recebem classificação C. O restante do edifício apresenta a
classificação B pois além de atender ao número de efetivo atende aos itens “i” e “ii” apresentados
abaixo.
• “i) Mais de 90% dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas capacidades de
percepção e reacção a um alarme;”

“ii) As actividades nele exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém não envolvam
riscos agravados de incêndios;”

3.2 FATORES DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO APLICÁVEIS

Conforme apresentado no art. 12° do Projeto Lei n°. 224/2015:

“As utilizações-tipo dos edifícios e recintos em matéria de risco de incêndio podem ser da 1.ª,
2.ª, 3.ª e 4.ª categorias, nos termos dos quadros I a X do anexo III e são consideradas
respectivamente de risco reduzido, risco moderado, risco elevado e risco muito elevado.”

Os fatores de risco são atribuídos de acordo com sua utilização tipo (UT) e classificados com base nos
quadros presentes no anexo III do P.J. 224/2015.

Categorias de risco da utilização-tipo I (habitacionais)


Valores máximos referentes à utilização-tipo I
Número de pisos
Categoria ocupados pela UT I
Altura da UT I
abaixo do plano de
referência (*)
1ª ≤ 9m ≤1
2ª ≤ 28m ≤3
3ª ≤ 50m ≤5
4ª > 50m >5
(*) Não são contabilizados os pisos destinados exclusivamente a instalações e
equipamentos técnicos que apenas impliquem a presença de pessoas para
fins de manutenção e reparação, que disponham de instalações sanitárias.

Tabela 07 – Categorias de risco da utilização-tipo I

A01 | 24 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Categorias de risco da utilização-tipo II (estacionamentos)


Valores máximos referentes à utilização-tipo II, quando integrada em
edifício
Número de pisos
Categoria Ao ar livre
Área bruta ocupada ocupados pela UT II
Altura da UT II
pela UT II abaixo do plano de
referência (*)
- Sim

≤ 9m ≤ 3200m ≤1 Não
- Sim

≤ 28m ≤ 9600m ≤3 Não
- Sim

≤ 28m ≤ 3200m ≤5 Não
- Sim

> 28m ≤ 3200m >5 Não
(*) Não são contabilizados os pisos destinados exclusivamente a instalações e equipamentos técnicos que apenas impliquem a
presença de pessoas para fins de manutenção e reparação, que disponham de instalações sanitárias.

Tabela 08 – Categorias de risco da utilização-tipo II

Categorias de risco da utilização-tipo VIII (comerciais e gares de transportes)


Valores máximos referentes à utilização-tipo VIII
Número de pisos
Categoria ocupados pela UT VIII
Altura da UT VIII Efectivo da UT VIII
abaixo do plano de
referência (*)
1ª ≤ 9m 0 ≤ 100
2ª ≤ 28m ≤1 ≤ 1000
3ª ≤ 28m ≤2 ≤ 5000
4ª > 28m >2 > 5000
(*) Não são contabilizados os pisos destinados exclusivamente a instalações e equipamentos técnicos
que apenas impliquem a presença de pessoas para fins de manutenção e reparação, que disponham de
instalações sanitárias.
Tabela 09 – Categorias de risco da utilização-tipo VIII

Tais categorias correspondem, respectivamente, a Risco Reduzido (1ª), Risco Moderado (2ª), Risco
Elevado (3ª) e Risco Muito Elevado (4ª). Dos quadros acima conclui-se:

• Utilização-Tipo I (habitacional): uma vez que a altura desta utilização específica é de 13,50 metros
e, no edifício em análise, o número de pisos da UT I abaixo do plano de referência é 0, esta
Utilização-Tipo insere-se na 2ª categoria (Risco Moderado).

• Utilização-Tipo II (estacionamentos): uma vez que a altura desta utilização específica é de 4,80
metros e, no edifício em análise, a área bruta por ela ocupada é de 1045,75 m², o número de pisos
da UT II abaixo do plano de referência é 2 e não há espaço ao ar livre, esta Utilização-Tipo insere-
se na 2ª categoria (Risco Moderado).

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

25
• Utilização-tipo VIII (comercial): uma vez que a altura desta utilização específica é de 3,50 metros
e, no edifício em análise, o número de pisos da UT VIII abaixo do plano de referência é 0 e o seu
efectivo é de 80 pessoas, esta Utilização-Tipo insere-se na 1ª categoria (Risco Reduzido).

4 CRITÉRIOS GERAIS DE SEGURANÇA

Conforme apresentado no Artigo 15° do Decreto-Lei n° 220/2008, artigo não alterado pelos Decreto-Lei
n° 224/2015 e Lei n° 123/2019, existem condições técnicas que devem ser atendidas para Segurança
Contra Incêndios em Edifícios (SCIE). A seguir estão apresentadas quais condições devem ser atendidas.
• “As condições exteriores comuns;”
• “As condições de comportamento ao fogo, isolamento e proteção;”
• “As condições de evacuação;”
• “As condições das instalações técnicas;”
• “As condições dos equipamentos e sistemas de segurança;”
• “As condições de autoproteção.”

As características para que cada uma das condições seja atendida podem ser encontradas na Portaria n°
1532/2008.

4.1 CONDIÇÕES EXTERIORES COMUNS

4.1.1 Condições exteriores de segurança e acessibilidade (Capítulo I)

O art. 3° da P. n° 1532/2008 apresenta os critérios de segurança que o exterior do edifício deve


apresentar como por exemplo: vias de acesso adequadas para veículos de socorro e a disponibilidade de
água para abastecimento dos veículos de socorro.

A altura útil do edifício é de 19,02 m portanto suas características devem atender as condições
apresentadas no art. 5° (1532/2008), onde são apresentados os detalhes para vias de acesso a edifícios
com altura superior à 9 m. As vias de acesso devem apresentar:
• “6 m, ou 10 m se for em impasse, de largura útil;”
• “5 m de altura útil;”
• “13 m de raio de curvatura mínimo medido ao eixo;”

A01 | 26 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

• “10% de inclinação máxima;”


• “Capacidade para suportar um veículo de peso total 260 kN correspondendo 90 kN ao eixo
dianteiro e 170 kN ao eixo traseiro.”

Fora as condições apresentadas acima a via de acesso, se em impasse, deve assegurar que os veículos de
socorro não percorram mais de 20 m em marcha-atrás para inverter a marcha. As vias devem ainda
apresentar uma faixa de operação junto às fachadas acessíveis com as seguintes características:
a) “A distância, medida em planta, entre o ponto mais saliente da fachada e o bordo da faixa de
operação que lhe é mais próximo, esteja compreendida entre 3 e 10 m;”
b) “A largura mínima dessa faixa seja de 7 m;”
c) “Todos os pontos de penetração na fachada fiquem incluídos entre os planos verticais tirados
pelos extremos da faixa de operação, perpendicularmente ao seu eixo;”
d) “O comprimento mínimo da faixa de operação, sem prejuízo do referido na alínea anterior, seja
de 15 m;”
e) “A faixa tenha em toda a sua área a capacidade para resistir ao punçoamento causado por uma
força de 170 kN distribuída numa área circular com 20 cm de diâmetro;”
f) “A faixa se mantenha permanentemente livre de árvores, candeeiros, bancos, socos e outros
obstáculos que impeçam o acesso dos veículos de socorro e nela não seja permitido estacionar
qualquer outro veículo.”

O art. 6° (L. n° 1532/2008) apresenta as características que as fachadas devem possuir para serem
acessíveis e estarem dentro dos termos da SCIE.
i. “As vias e as faixas referidas nos artigos 4.° e 5.°, para além de permitirem o acesso ao edifício
através das saídas de evacuação, servem também para facilitar o acesso às fachadas e a entrada
directa dos bombeiros, em todos os níveis que os seus meios manuais ou mecânicos atinjam,
através dos pontos de penetração existentes.”
ii. “Os pontos de penetração podem ser constituídos por vãos de portas ou janelas, eventualmente
ligados a terraços, varandas, sacadas ou galerias, desde que permitam o acesso a todos os pisos,
situados a uma altura não superior a 50 m, à razão mínima de um ponto de penetração por cada
800 m² de área do piso, ou fracção, que servem e possuam abertura fácil a partir do exterior ou
sejam facilmente destrutíveis pelos bombeiros.”
iii. “Nos edifícios com altura inferior a 9 m, quando os pontos de penetração forem constituídos por
vãos de janela, o pano de peito não deve ter espessura superior a 0,3m numa extensão de 0,5 m
abaixo do peitoril, de forma a permitir o engate das escadas manuais de ganchos.”

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27
iv. “No caso de fechadas tipo cortina, envidraçadas ou outras, que apresentem uma continuidade na
vertical e em que, para cumprimento do n.° 2 do presente artigo, sejam abertos vãos para
funcionar exclusivamente como pontos de penetração, esses vãos devem possuir sinalização com
uma das seguintes características, de forma a permitir a sua identificação pelos bombeiros a partir
da via de acesso:”
• “Sinalização óptica de acionamento automático, em caso de incêndio, de todos os vãos
acessíveis;”
• “Sinalização indelével na fachada, junto ao pavimento exterior, do nível de referência, indicando
uma prumada cujos vãos sejam todos acessíveis.”
v. “Em qualquer caso os pontos de penetração devem permitir atingir os caminhos horizontais de
evacuação e as suas dimensões mínimas deem ser de 1,2 x 0,6 m.”
vi. “Todos os edifícios com altura superior a 9 m devem possuir, no mínimo, uma fachada acessível.”
vii. “Todos os edifícios com utilizações-tipo da 4. ª categoria de risco devem possuir, no mínimo, duas
fachadas acessíveis.”

Os pisos ou zonas de refúgio interiores devem possuir pontos de penetração e garantir o comprimento
do disposto nos n.º 2 a 5 do artigo 6°.

4.1.2 Limitações à propagação do incêndio pelo exterior (Capítulo II)

O artigo 7° da Lei 1532/2008 apresenta as características que o edifício deve apresentar para
determinadas composições, com ângulos e condições a serem atendidas. No n° 9 desse artigo é
apresentado um quadro (Figura 4) com as classes de resistência ao fogo que os revestimentos devem
apresentar em fachadas com ou sem aberturas.

Reacção ao fogo de revestimentos exteriores sobre fachadas, caixilharias e estores

Fachada sem aberturas Fachadas com aberturas

Altura (H)
Revestimentos e Caixilharia e estores ou
Revestimentos
elementos transparentes persianas

H ≤ 28m D-s3 d1 C-s2 d0 D-s3 d0

H > 28m C-s3 d1 B-s2 d0 C-s3 d0

Tabela 10 – Reacção ao fogo de revestimentos exteriores sobre fachadas, caixilharias e estores

A01 | 28 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

4.1.3 Abastecimento e prontidão dos meios de socorro (Capítulo III)

O capítulo III da Lei n° 1532/2008 é dedicado ao abastecimento dos meios de socorros para auxílio no
combate contra o incêndio. O art. 12° trata especificamente da disponibilidade de água onde em sua
alínea n° 1 afirma que o fornecimento da água deve ser feito através de hidrantes exteriores ou pela
rede privada.

Para os recintos com classe superior a 1.ª os hidrantes devem estar localizados a uma distância máxima
conforme apresentado pela Figura 5.

Hidrantes exteriores em recintos itinerantes ou ao ar livre

Categorias de risco Tipo de hidrante Distância

2ª Boca ou marco de incêndio 150m

3ª ou 4ª Marco de incêndio 100m

Tabela 11 – Categorias de risco de hidrantes exteriores em recintos itinerantes ou ao ar livre

5 RESISTÊNCIA AO FOGO DE ELEMENTOS ESTRUTURAIS E INCORPORADOS


EM INSTALAÇÕES

Os critérios fundamentais para caracterizar a resistência ao fogo são os seguintes:

• capacidade de suporte de carga (representado por R);

• estanquidade às chamas e gases quentes (representado por E);

• isolamento térmico (representado por I).

Estes critérios podem ser associados entre si da forma indicada no quadro abaixo:

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29
EXIGÊNCIAS
FUNÇÕES DO ELEMENTO
Estabilidade Estanquidade Isolamento térmico

SUPORTE R - -

E -
COMPARTIMENTAÇÃO -
EI

RE -
SUPORTE E COMPARTIMENTAÇÃO
REI

Tabela 12 – Exigências de acordo com a função dos elementos


estruturais
A classificação referida pode ainda ser alargada, apresentando-se no quadro abaixo uma síntese desses
novos critérios e respectivas funções:

SÍMBOLO FUNÇÕES

Aplicável às chaminés resistentes a um fogo originado


G
pela fuligem

Aplicável a revestimentos de paredes e tectos que


K
garantam protecção ao fogo

Aplicável aos cabos eléctricos e de fibra óptica e


P respectivos acessórios e ainda aos tubos e sistemas de
protecção de cabos eléctricos contra o fogo

Aplicável aos cabos eléctricos e sistema de energia e sinal


PH
com pequeno diâmetro

Aplicável a portas equipadas com um dispositivo de fecho


C
automático

Aplicável a elementos com capacidade de limitação de


S
passagem de fumo

Isolamento térmico controlado com base na radiação


W
emitida

M Consideração de acções mecânicas específicas

Tabela 13 – Critérios dos elementos estruturais de acordo com


suas funções

A01 | 30 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Os símbolos são acompanhados de um número que designa os minutos durante os quais o elemento em
causa desempenha as funções que lhe são exigidas (escalão do tempo). Os escalões considerados são: 15,
20, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240 e 360.

Como exemplo, quando se exige unicamente que as paredes desempenhem funções de


compartimentação (satisfação do critério de isolamento I e do critério de estanqueidade E), a sua
espessura não deve ser inferior à indicada no quadro a seguir:

Resistência mínima ao fogo-padrão Espessura mínima da parede (mm)

EI 30 60

EI 60 80

EI 90 100

EI 120 120

EI 180 150

EI 240 175

Tabela 14 – Espessura mínima de parede de acordo com sua


resistência ao fogo
Complementarmente, a qualificação de resistência ao fogo de paredes com função de suporte pode ser
obtida a partir dos valores na tabela a seguir e a partir das seguintes regras:

• Os valores relativos à espessura dados no quadro também podem ser utilizados para paredes de
betão não armado (ver EN 1992-1-1, Secção 12);

• O disposto em 5.5.4.1 no que se refere aos inertes calcários e às deformações também se aplicam
a estas paredes.

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31
Dimensões mínimas

Espessura da parede/distância ao eixo


Resistência
ao fogo-
padrão
µfi = 0,35 µfi = 0,70

Parede exposta por um lado Parede exposta em dois lados Parede exposta por um lado Parede exposta em dois lados

REI 30 100 10* 120 10* 120 10* 120 10*

REI 60 110 10* 120 10* 130 10* 140 10*

REI 90 120 20* 140 10* 140 25 170 25

REI 120 150 25 160 25 160 35 220 35

REI 180 180 40 200 45 210 50 270 55

REI 240 230 55 250 55 270 60 350 60

* Normalmente o recobrimento exigido pela EM 1992-1-1 será condicionante

Tabela 15 – Dimensões mínimas de parede de acordo com a resistência ao fogo

A portaria 1532/2008, classifica, de acordo com a resistência ao fogo, os elementos estruturais conforme
o quadro abaixo. :

Categorias de risco
Função do elemento
Utilizações-tipo
estrutural
1ª 2ª 3ª 4ª

R 30 R 60 R 90 R 120 Apenas suporte.


Tabela 16 –
I, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X
Classificação dos
REI 30 REI 60 REI 90 REI 120 Suporte e compartimentação
elementos
estruturais de
R 60 R 90 R 120 R 180 Apenas suporte.
acordo com a
II, XI e XII
resistência ao
REI 60 REI 90 REI 120 REI 180 Suporte e compartimentação
fogo

A01 | 32 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Portanto, depreende-se que no presente edifício temos, quanto à resistência ao fogo padrão dos
elementos estruturais:

• REI 60: 2ª categoria de risco para utilização-tipo I (habitacionais);

• REI 30: 1ª categoria de risco para utilização-tipo VIII (comerciais);

• REI 90: 2ª categoria de risco e utilização-tipo II (estacionamentos).

5.1 COMPARTIMENTAÇÃO GERAL CORTA-FOGO

A portaria 1532/2008 determina, em seu artigo 18º , que nos espaços cobertos, os diversos pisos devem,
em regra, constituir compartimentos corta-fogo diferentes, sem prejuízo das condições de isolamento e
protecção referentes a locais de risco existentes nesses pisos. Estabelece aindas as seguintes áreas
máximas, dispostas no quadro a seguir:

Áreas máximas de compartimentação geral corta-fogo


Áreas máximas de
Utilizações-tipo compartimento corta- Observações
fogo por piso

I, III, VI, VII, VIII, IX e X 1600m²

Acima do plano de
6400m²
referência
II
Abaixo do plano de
3200m²
referência
IV e V (excepto pisos
1600m²
com locais de risco D)
IV e V (pisos com locais
800m²
de risco D)
Acima do plano de
800m²
referência
XI
Abaixo do plano de
400m²
referência

XII As estabelecidas no artigo 302 º

Tabela 17 – Áreas máximas de compartimentação geral corta-fogo

Analisando-se as áreas dos pisos do edifício conclui-se não ser necessário realizar tais compartimentações
(nenhuma área é superior às indicações no quadro acima).

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

33
5.2 ISOLAMENTO E PROTEÇÃO DE LOCAIS DE RISCO

A legislação exige que os diversos locais de risco, excepto o A, sejam separados dos locais adjacentes por
elementos da construção que garantam, pelo menos, as classes de resistência ao fogo padrão (Portaria
1532/2008, Artigos 20º, 22º, 23º e 24º), conforme ilustrado a seguir:

Resistência ao fogo padrão mínima dos Resistência ao fogo padrão mínima dos
elementos da envolvente de locais de risco B elementos da envolvente de locais de risco C
Elementos de Resistência ao fogo Elementos de Resistência ao fogo
construção padrão mínima construção padrão mínima
Paredes não resistentes EI 30 Paredes não resistentes EI 60
Pavimentos e paredes Pavimentos e paredes
REI 30 REI 60
resistentes resistentes
Portas E 15 C Portas E 30 C

Tabela 18 – Resistência ao fogo padrão mínimo dos elementos da envolvente de locais de risco B e C

Em atenção aos estabelecimentos comerciais, salienta-se que todas as portas utilizáveis por mais de 50
pessoas deverão respeitar as seguintes condições (Portaria 1532/2008, Artigo 62º):

• abrir facilmente no sentido da evacuação e ser recedidas de modo a não comprometer a


passagem nas vias quando se encontrem total ou parcialmente abertas;

• não terão meios de desbloqueamento de ferrolhos ou outros dispositivos de trancamento;

• possuirão sinalização indicativa do modo de esperar.

As portas do tipo vaivém de duas folhas, quando a evacuação for possível nos dois sentidos, possuirão as
seguintes características:

• superfícies transparentes;

• batentes protegidos contra o esmagamento de mãos;

• sinalização, em ambos os lados, que oriente para a abertura da folha que se apresenta à direita.

5.3 ISOLAMENTO E PROTEÇÃO DE VIAS DE CIRCULAÇÃO

As larguras das escadas, que devem, sempre que possível, ser contínuas ao longo da sua altura, definem-
se em função dos efectivos que as utilizam (conforme se verá mais adiante).

Exige-se protecção para todas as vias verticais de evacuação do edifício em questão (não incidem as
excepções previstas); devem ser separadas dos restantes espaços por paredes e pavimentos

A01 | 34 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

apresentando classe de resistência ao fogo com um escalão de tempo não inferior ao exigido para os
elementos estruturais do edifício.

Assim, as Vias Verticais de Evacuação (VVEs) devem ser protegidas quanto à exposição ao fogo e contra a
invasão e permanência de fumo, da seguinte forma:

• UT I, 2ª categoria de risco: resistência R 60/REI 60 (para as demais UTs, a resistência ao fogo dos
materiais deverá ser igual à da UT I);

• As portas de acesso às escadas possuirão uma classe de resistência ao fogo não inferior a E 30 C,
munidas de dispositivo de fecho automático que as mantenha fechadas, mas não trancadas;

• As caixas dos elevadores serão separadas dos locais adjacentes por paredes com uma classe de
resistência ao fogo não inferior a EI 60. As portas dos elevadores possuirão uma classe de
resistência ao fogo não inferior a E 30.

5.4 ISOLAMENTO ENTRE UTILIZAÇÕES-TIPO DISTINTAS

Para efeitos de isolamento e protecção, os espaços ocupados por diferentes UTs devem ser separados
por paredes e pavimentos cuja resistência ao fogo padrão, EI ou REI, seja a mais gravosa das indicadas no
quadro a seguir:

Categorias de risco
Utilizações-Tipo
1ª 2ª 3ª 4ª

I, III a X 30 60 90 120

II, XI e XII 60 90 120 180

Tabela 19 – Resistência ao fogo padrão de paredes e pavimentos de acordo com a categoria de risco

Por outro lado, a Portaria 1532/2008 determina ainda que, quando comuniquem com vias de evacuação
protegidas, devem ser delas separados por paredes e pavimentos cuja resistência ao fogo padrão, EI ou
REI, seja a mais gravosa das indicadas nos quadros a seguir:

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

35
Resistência ao fogo padrão mínima dos elementos da envolvente de vias horizontais de evacuação
interiores protegidas

Altura Paredes não resistentes Paredes resistentes Portas

Pequena EI 30 REI 30 E 15 C

Média ou grande EI 60 REI 60 E 30 C

Muito grande EI 90 REI 90 E 45 C

Tabela 20 – Resistência ao fogo padrão mínima dos elementos de vias horizontais de evacuação interiores
protegidas

Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas localizados no piso de saída para o exterior

Via acima do plano de referência


Via abaixo do
Saídas de vias enclausuradas Altura do piso mais elevado (H) plano de
referência
H ≤ 28m H > 28m

Directa ao exterior Sem exigências Sem exigências Sem exigências

Em átrio com acesso directo ao exterior e sem ligação a


outros espaços interiores com excepção de caixas de Sem exigências Portas E 30 C Portas E 30 C
elevadores protegidas

Restantes situações Portas E 30 C Portas EI 60 C Portas E 30 C

Tabela 21 – Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas localizados no piso de saída para
o exterior

Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas não localizados no piso de saída para o exterior

Via acima do plano de referência

Via abaixo do plano


Tipo de via Acesso Altura do piso mais elevado (H)
de referência

H ≤ 28m H > 28m

Câmaras corta-
Do interior Portas E 30 C Câmaras corta-fogo
fogo
Enclausurada
Do exterior Portas E 15 C Portas E 15 C Portas E 15 C

Do interior Portas E 30 C Portas EI 60 C Portas EI 30 C


Ao ar livre
Do exterior Sem exigências Sem exigências Sem exigências

Tabela 21 – Protecção dos acessos a vias de evacuação verticais protegidas não localizados no piso de saída
para o exterior

Assim sendo, temos:

A01 | 36 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

• UT I (2ª categoria): Resistência ao fogo padrão mínima REI 60 com vãos E30 C.

• UT VIII (1ª categoria ): Resistência ao fogo padrão mínima REI 30 com vãos E15 C

5.5 ESTACIONAMENTOS COLETIVOS

O referido edifício possui estacionamento com áreas totais de 200,71m² (subcave) e 248,24m² (cave).

A Portaria 1532/2008, quanto a UT I (habitacional), determina em seu Artigo 211º:

• Os estacionamentos individuais cobertos devem ser separados do resto do edifício por elementos
da construção da classe de resistência ao fogo não inferior a EI ou REI 30;

• Se existirem vãos de ligação entre os estacionamentos individuais cobertos e os restantes espaços


da utilização-tipo I, eles devem ser dotados de portas da classe de resistência E 15 C nas
unifamiliares e E 30 C nos restantes casos;

• Os estacionamentos cobertos, individuais ou colectivos, devem possuir extintores portáteis.

A Portaria 1532/2008, quanto a UT II (estacionamentos), determina em seu Artigo 217º:

• Nos parques de área bruta total não superior a 6 000 m², as condutas de gases combustíveis,
estabelecidas no interior dos parques, devem ficar protegidas dentro dos ductos de classe de
resistência ao fogo padrão não inferior a REI 120, construídos com materiais de classe de reacção
ao fogo A1, e os ductos devem ser bem ventilados nas condições previstas neste regulamento.

A Portaria 1532/2008, quanto a UT VIII (comerciais e gares de transportes), determina em seu Artigo 265º:

• Os espaços cobertos e fechados destinados ao embarque e desembarque de veículos pesados de


transporte rodoviário de passageiros, bem como ao estacionamento destes veículos, devem ser
isolados dos restantes espaços do edifício por elementos de construção com a resistência ao fogo
padrão mínima indicada no quadro abaixo:

isolamento e protecção de locais de estacionamento e embarque para veículos pesados de


transporte de passageiros
Tabela 22 – Isolamento e
elementos de construção Resistência ao fogo padrão mínima
proteção de locais de
paredes não resistentes EI 90 estacionamento e
embarque para veículos
pavimentos e paredes resistentes REI 90
pesados de transporte de
portas E 45 C passageiros

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

37
Adotar-se-ão as previsões do Artigo 217º , com portas com resistência ao fogo padrão mínima E 45 C.

5.6 ISOLAMENTO E PROTEÇÃO DE MEIOS DE CIRCULAÇÃO

5.6.1 Vias horizontais de evacuação

As vias horizontais de evacuação (corredores de evacuação) serão protegidas dos espaços adjacentes da
seguinte forma:

• Paredes – EI 60 para as paredes não resistentes,REI 60 para paredes (e pavimentos) resistentes;

• Portas – E30C.

5.6.2 Vias vertitais de evacuação

• Paredes – EI 60 para as paredes não resistentes, REI 60 para paredes (e pavimentos) resistentes;

• Portas – E30C.

5.6.3 Isolamento e proteção das caixas dos elevadores

As paredes e portas de patamar de isolamento das caixas de elevadores têm uma classe de resistência ao
fogo mínima indicada abaixo (Portaria 1532/2008, Artigo 28º):

• Paredes – EI 60 para as paredes não resistentes, REI 60 para paredes resistentes;

• Portas – E 30 C.

5.6.4 Isolamento e proteção de canalizações e condutas

A Portaria 1532/2008 determina, em seu Artigo 31º:

a) Condutas de ventilação e tratamento de ar: não precisam de ficar alojadas em ductos, mesmo
quando atravessam pavimentos ou paredes de compartimentação corta-fogo;

b) Canalizações e condutas relativas a outras instalações: devem ser alojadas em ductos,


nomeadamente as que possuem diâmetro nominal superior a 315mm ou secção equivalente.
Devem ainda ser dotadas de meios de isolamento que garantam a classe de resistência ao fogo
padrão exigida para os elementos atravessados:

• as condutas ou canalizações com diâmetro nominal superior a 75 mm, ou secção equivalente,


que atravessem paredes ou pavimentos de compartimentação corta-fogo ou de separação
entre locais ocupados por entidades distintas (condutas metálicas com ponto de fusão

A01 | 38 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

superior a 850 °C e Condutas de PVC da classe B com diâmetro nominal não superior a 125
mm, desde que dotadas de anéis de selagem nos atravessamentos, que garantam a classe de
resistência ao fogo padrão exigida para os elementos atravessados);

• As condutas que conduzam efluentes de combustão provenientes de grupos geradores,


centrais térmicas, cozinhas e aparelhos de aquecimento autónomos.

Comnplementarmente, deve-se observar que, de acordo com a EN 13501-4/2016, as condutas de


desenfumagem serão protegidas com material da classe de resistência ao fogo padrão EI 90.

6 REAÇÃO AO FOGO DE MATERIAIS

Os quadros a seguir demonstram as classes de reação ao fogo para produtos de construção, a que se
refere o n.o 3 do artigo 9.o Os significados das siglas de factores de classificação estão descritos abaixo:

propagação lateral das chamas (comparado


ΔT Aumento de temperatura [°C]; LFS com o bordo da amostra) [m];

propagação lateral das chamas (comparado


Δm Perda de massa [%]; SMOGRA
com o bordo da amostra) [m];

tempo de presença da chama (duração das


Tf chamas persistentes) [s];
TSP600s produção total de fumo em 600 s [m2];

poder calorífico superior [MJ kg-1, MJ kg-2 propagação das chamas [mm]; Libertação
PCS ou MJ m-2, consoante os casos];
Fs de gotículas ou partículas incandescentes

FLUXO fluxo radiante correspondente à extensão


FIGRA taxa de propagação do fogo [W s-1];
CRÍTICO máxima da chama (só para pavimentos)

THR600s calor total libertado em 600 s [MJ];

Tabela 23 – Siglas de factores de classificação de reacção ao fogo

De acordo com a Decisão 94/611/CE foram previstas para os produtos da construção as classes de reacção
ao fogo indicadas no quadro abaixo:

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

39
Produtos Classes

Produtos de construção em geral,


excluindo revestimentos de piso
A1 A2 B C D E F
Produtos de construção destinados a
revestimentos de piso
A1FL A2FL BFL CFL DFL EFL FFL
fogo plenamente solicitação por um objeto em fogo ou fogo ataque por uma pequena
Níveis de solicitação térmica desenvolvido na peça plenamente desenvolvido na peça vizinha chama

produtos não-combustíveis produtos combustíveis

Tabela 24 – Classes de materiais de construção de acordo com sua reacção ao fogo

Uma das características associadas aos critérios de classificação prende-se com o facto de se verificar que
um produto incluído numa determinada classe satisfaz às exigências impostas à classe imediatamente
inferior. Tal princípio de “segurança” aplica-se à generalidade das classes, com excepção dos produtos A1
e A1FL, devido ao facto de serem considerados não-combustíveis, pelo que dispensam a referida
precaução.

Tabela 25 - Classes de reação ao fogo para produtos de construção, excluindo pavimentos.

Classe Factores de classificação Classificação complementar

A1 ∆T, ∆m, tf e PCS

Produção de fumo (s1, s2 ou


∆T, ∆m, tf, PCS, FIGRA, LFS e s3) e gotículas ou partículas
A2
THR600s incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Produção de fumo (s1, s2 ou


s3) e gotículas ou partículas
B FIGRA, LFS, THR600s e Fs
incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Produção de fumo (s1, s2 ou


s3) e gotículas ou partículas
C FIGRA, LFS, THR600s e Fs
incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Produção de fumo (s1, s2 ou


s3) e gotículas ou partículas
D FIGRA e Fs . . . . . . . . . . .
incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Gotículas ou partículas
E Fs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . incandescentes (aprovação
ou reprovação).

Desempenho não
F
determinado

A01 | 40 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Tabela 26 - Classes de reação ao fogo para produtos de construção de pavimentos, incluindo os seus
revestimentos.

Classe Factores de classificação Classificação complementar

A1FL ∆T, ∆m, tf e PCS

∆T, ∆m, tf, PCS e fluxo


A2FL Produção de fumo (s1 ou s2).
crítico.

BFL Fluxo crítico e Fs . . . . . . . . . Produção de fumo (s1 ou s2).

CFL Fluxo crítico e Fs . . . . . . . . . Produção de fumo (s1 ou s2).

DFL Fluxo crítico e Fs . . . . . . . . . Produção de fumo (s1 ou s2).

EFL Fs . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Desempenho não
FFL
determinado

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

41
Tabela 27 - Classes de reação ao fogo de produtos lineares para isolamento térmico de condutas.

Classe Factores de classificação Classificação complementar

A1L ∆T, ∆m, tf e PCS

Produção de fumo (s1, s2 ou


∆T, ∆m, tf, PCS, FIGRA, LFS e s3) e gotículas ou partículas
A2L
THR600s incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Produção de fumo (s1, s2 ou


s3) e gotículas ou partículas
BL FIGRA, LFS, THR600s e Fs
incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Produção de fumo (s1, s2 ou


s3) e gotículas ou partículas
CL FIGRA, LFS, THR600s e Fs
incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Produção de fumo (s1, s2 ou


s3) e gotículas ou partículas
DL FIGRA, THR600s e Fs
incandescentes (d0, d1 ou
d2).

Gotículas ou partículas
EL Fs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . incandescentes (aprovação
ou reprovação).

Desempenho não
FL
determinado

Os materiais de construção podem ser classificados de acordo com sua reação ao fogo, de acordo com a
classificação portuguesa LNEC. A classificação M0 implica em materiais não combustíveis (pedras naturais,
argamassas e betões, cerâmicos, metais, ligas metálicas, vidros, etc.); M1 são materiais não inflamáveis;
M2, dificilmente inflamáveis; M3 são moderadamente inflamáveis (madeiras, contraplacados e

A01 | 42 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

aglomerados, em espessuras elevadas); por fim, M4 indica materiais facilmente inflamáveis (madeiras,
contraplacados e aglomerados, em espessuras relativamente finas).

Tabela 28 - Reacção ao fogo de materiais de revestimento aplicados em suportes diversos.

Reacção ao Aplicação
Material de Revestimento Material de suporte Tipos de ligação
fogo mais usual

Pavimentos,
Argamassas, betonilhas ou
M0 Aderente M0 paredes e
estuques sem pintura
tectos

Pedras e materiais Pavimento e


M0 Aderente M0
cerâmicos paredes

Madeira c/ espessura
M0 Aderente M4 Pavimentos
inferior a 5 mm

Madeira c/ espessura
M0 Aderente M3 Pavimentos
superior a 6 mm

Alcatifas de veludo M0 Aderente M3 ou M4 Pavimentos

Argamassa ou estuque com


pintura pouco espessa Paredes e
M0 Aderente M1
(aplicação c/ alto tectos
rendimento)

Argamassa ou estuque com


Paredes e
pintura espessa (aplicação M0 Aderente M2
tectos
c/ baixo rendimento)

Aglomerado de cortiça c/ Paredes e


M0 Aderente M3
espessura inferior a 5 mm tectos

Aglomerado de cortiça c/ Paredes e


M0 Aderente M4
espessura superior a 5 mm tectos

Paredes e
Madeira ou seus derivados M0 Não aderente M4
tectos

Madeira ou seus derivados


Paredes e
c/ produtos intumescentes M0 Não aderente M1 ou M2
tectos
nas duas faces

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

43
O decreto de 21 de novembro de 2002 publicado no “Jornal Oficial” de 31 de dezembro de 2002 põe em
aplicação o sistema de classificação de reação ao fogo dos produtos de construção definido à escala
europeia. Assim, as classes A1, A2, B, C, D, E e F substituem M0, M1, M2, M3 e M4.

Assim, de acordo com os resultados dos ensaios exigidos, subdividem-se as 3 euroclasses, conforme
ilustram os quadros a seguir:

Produtos de construção - excepto pavimentos

Euroclasses

Antigas exigências

classificação complementar: produção classificação complementar: queda


de fumo gotas ou de partículas inflamadas

A1 - - M0

s1 d0 M0

s1 d1
A2
s2 d0

s3 d1
M1
s1 d0

B s2 d1

s3 -

s1 d0

C s2 d1 M2

s3 -

s1 d0 M3

D s2 d1 M4

s3 - (não gotejante)

E-F - - M4

Tabela 29 - Subdivisão das euroclasses para produtos de construção, excepto


pavimentos

A01 | 44 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Produtos de construção - pavimentos

Euroclasses

Antigas exigências

classificação complementar: produção de


fumo

A1FL - M0

s1 M0
A2FL
s2

s1
BFL
s2 M3

s1
CFL
s2

s3
DFL M4
s1

Tabela 30 - Subdivisão das euroclasses para pavimentos

Complementarmente, construíram-se listas de classificação de materiais de construção para as quais não


há necessidade de ensaios adicionais (CWFT – Classification Without Further Testing). Como exemplo
apresenta-se o quadro abaixo:

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45
Euroclasse
Massa volúmica Espessura mínima
Descrição do produto (excluindo
mínima (kg/m³)⁽²⁾ global (mm)
pavimentos)⁽³⁾

Madeira estrutural, graduada de forma


visual ou mecânica com seções
Madeira para transversais rectangulares realizadas com
estruturas⁽¹⁾ serra, por aplainamento ou outros
350 22 D-s2, d0
métodos, ou com secções transversais
redondas

(1) aplicável a todos os produtos abrangidos pelas normas relevantes


(2) condicionamento de acordo com a EN13238
(3) classe prevista no Quadro 1 do Anexo da Decisão 2000/147/CE

Tabela 31 – Classificação de reacção ao fogo para madeira estrutural

Uma das consequências da concretização do Sistema Europeu Harmonizado (SEH) reflecte-se na facilidade
de circulação e de colocação dos produtos fabricados em qualquer dos Estados membros da CE e,
portanto, uma redução de custos com a obtenção da qualificação do comportamento ao fogo desses
produtos.

Três níveis de solicitação térmica

Figura 07: Esquematização dos três níveis de solicitação térmica


Fonte: http://www.serc-europe.com/serc/portugues/ppci/SERC%20DOC.009.R0-
Euroclasses%20de%20Reaccao%20ao%20Fogo.pdf

A01 | 46 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Reação ao fogo dos materiais e revestimentos

Local/equipamento Paredes e tetos Pavimento Art.

Vias de evacuação horizontais (ao ar livre e em pisos até 9m de altura) C-s3 d1 DFL -s3 Art. 39º

Vias de evacuação horizontais em pisos abaixo do plano de referência C-s2 d0 CFL-s2 Art. 39º

Vias de evacuação horizontais (em pisos entre 9 e 28 m de altura) C-s2 d0 CFL-s2 Art. 39º

Vias de evacuação horizontais (em pisos acima de 28 m de altura ou abaixo do plano


A2-s1 d0 CFL-s1 Art. 39º
de referência)

Vias de evacuação verticais - Exteriores B-s3 d0 CFL-s3 Art. 40º

Vias de evacuação verticais - No interior do edifício (de pequena ou média altura) A2-s1 d0 CFL-s1 Art. 40º

Vias de evacuação verticais - No interior do edifício (de grande e muito grande altura) A1 CFL-s1 Art. 40º

Risco A D-s2 d2 EFL-s2 Art. 41º

Risco B A2-s1 d0 CFL-s2 Art. 41º

Risco C A1 A1FL Art. 41º

Risco D, E e F A1 CFL-s2 Art. 41º

Arrecadações de condóminos UT I A2-s1 BFL-s2 Art. 209º

Espaços afetos à UT XI A2 CFL-s2 Art. 297º

Caixas de elevadores, condutas e ductos, ou quaisquer outras comunicações verticais


A1 Art. 42º
dos edifícios ¹

Materiais constituintes de tetos falsos ² C-s2 d0 Art. 43º

Os materiais de equipamentos embutidos em tetos falsos para difusão de luz, natural


D-s2 d0 Art. 43º
ou artificial, não devem ultrapassar 25% da área total do espaço a iluminar

Todos os dispositivos de fixação e suspensão de tetos falsos A1 Art. 43º

Os elementos de mobiliário fixo em locais de


C-s2 d0 Art. 44º
risco B ou D³
Elementos de mobiliário fixo
Para em locais de risco B ou D as cadeiras, as
C-s2 d0 Art. 44º
poltronas e bancos para uso de público ⁴

Os elementos de informação, sinalização, decoração ou publicitários dispostos em


B-s1 d0 Art. 45º
relevo ou suspensos em vias de evacuação⁵

Os elementos de informação, sinalização, decoração ou publicitários dispostos em


C-s1 d0 Art. 45º
relevo ou suspensos colocados em locais de risco B⁶
A cobertura, a eventual cobertura dupla interior
e as paredes das tendas e das estruturas C-s2 d0 Art. 46º
Tendas e Estruturas insufláveis insufláveis
As claraboias e faixas laterais contendo
elementos transparentes, se forem materiais D-s2 d0 Art. 46º
rígidos⁷
¹Os septos dos ductos devem possuir a mesma classe de resistência ao fogo
²Com ou sem função de isolamento térmico ou acústico
Tabela 32 – Reacção ao fogo de materiais e revestimentos
³Os elementos de enchimento desses equipamentos podem ter uma reacção ao fogo da classe D-s3 d0, desde que o respectivo forro seja bem aderente e garanta, no mínimo, uma reacção ao fogo da
classe C-s1 d0
⁴Não se aplica a cadeiras, poltronas e bancos estofados, os quais podem possuir estrutura em materiais da classe D-s2 d0, e componentes almofadados cheios com material da classe D-s3 d0, se
possuírem invólucros bem aderentes ao enchimento em material da classe C-s1 d0. Os elementos almofadados utilizados para melhorar o conforto dos espetadores em bancadas devem possuir
invólucros e enchimento devem ser da classe C-s1 d0.
ISEP – Mestrado em Engenharia Civil
⁵Não deve ultrapassar 20% da área da parede ou do tecto
⁶Os quadros, tapeçarias, obras de arte em relevo ou suspensos em paredes, podem excepcionar esta exigência, desde que o revestimento destas garanta uma reacção ao fogo da classe A1
⁷D-s3 d0 se forem materiais flexíveis de espessura igual ou inferior a 5 mm, desde que a sua área total não ultrapasse 20% da área total da tenda ou do insuflável e estejam afastadas uma das outras
com uma distância superior a 3,5m

47
• As classificações de revestimento em vias de evacuação do edifício em questão estão apresentadas
a seguir:

Para vias horizontais:

Para paredes e tetos: C – s2 d0

Para pavimentos: CFL – s2

Para vias verticiais e câmaras corta-fogo:

Para paredes e tetos: A2 – s1 d0

Para pavimentos: CFL – s1

• As classificações para outras situações de reacção ao fogo estão listadas a seguir:

Materiais de revestimento das caixas de elevadores: Classe A1

Tetos Falsos: reacção ao fogo mínima de classe C – s2 d0

Dispositivos de fixação e suspensão de tetos falsos: Classe A1

Paredes e Tetos: A1

Pavimentos: CFL – s2

A01 | 48 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

7 EVACUAÇÃO

7.1 DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 50.o – Critérios de segurança

“Os espaços interiores dos edifícios e dos recintos contemplados no presente regulamento devem ser
organizados para permitir que, em caso de incêndio, os ocupantes possam alcançar um local seguro no
exterior pelos seus próprios meios, de modo fácil, rápido e seguro.”

As condições de evacuação devem garantir que os ocupantes possam alcançar um local seguro no exterior
por seus próprios meios, de maneira fácil, rápida e segura.

Três pontos devem ser pensados para garantir a evacuação atendendo aos critérios anteriores: saídas,
em número e largura suficientes, convenientemente distribuídas e devidamente sinalizadas; vias de
evacuação, com largura adequada, e protegidas contra fogo, fumo e gases de combustão; distâncias a
percorrer, que devem ser limitadas.

Outro tópico a ser analisado são as zonas de refúgio, locais temporariamente seguros dentro do edifício.

Artigo 51.o – Cálculo do efectivo

“Com base nos índices de ocupação dos diferentes espaços, medidos em pessoas por metro quadrado,
em função da sua finalidade e reportados à área útil, devem ser considerados os valores, arredondados
para o inteiro superior, resultantes da aplicação dos índices constantes do quadro XXVII abaixo:”

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

49
Número de ocupantes por unidade de área em função do uso dos espaços.

Reação ao fogo dos materiais e revestimentos

Índices
Espaços
(pessoas/m²)

Balneários e vestiários utilizados por público 1.00

Balneários e vestiários exclusivos para funcionários 0.30

Bares (zona de consumo com lugares em pé) 2.00

Circulações horizontais e espaços comuns de estabelecimentos comerciais 0.20

Espaços afectos a pistas de dança em salões e discotecas 3.00

Espaços de ensino não especializado 0.60

Espaços de exposição de galerias de arte 0.70

Espaços de exposição de museus 0.35

Espaços de exposição destinados à divulgação científica e técnica 0.35

Espaços em oceanários, aquários, jardins e parques zoológicos ou botânicos 1.00

Espaços ocupados pelo público em outros locais de exposição ou feiras 3.00

Espaços reservados a lugares de pé, em edifícios, tendas ou estruturas insufláveis, de salas de conferências, de reunião e
3.00
de espetáculos, de recinsots desportivos (galerias, terraços e zonas de peão), auditórios ou de locais de culto religioso

Gabinetes de consulta e bancos de urgência 0.30

Gabinetes de escritório 0.10

Locais de venda de baixa ocupação de público 0.20

Locais de venda localizados até um piso acima ou abaixo do plano de referência 0.35

Locais de venda localizados mais de um piso acima ou abaixo do plano de referência 0.20

Locais de venda localizados no piso do plano de referência com área inferior ou igual a 300m² 0.50

Locais de venda localizados no piso do plano de referência com área superior a 300m² 0.60

Plataformas de embarque 3.00

Salas de convívio, refeitórios e zonas de restauração e bebidas com lugares sentados, permanentes ou eventuais,
1.00
com ou sem espectáculo

Salas de desenho e laboratórios 0.20

Salas de diagnóstico e terapêutica 0.20

Salas de diagnóstico e secretarias 0.20

Salas de espera de exames e de consultas 1.00

Salas de espera em gares e salas de embarque 1.00

Salas de intervenção cirúrgica e de partos 0.10

Salas de jogo e de diversão (espaços afectos ao público) 1.00

Salas de leitura sem lugares fixos em bibliotecas 0.20

Salas de reunião, de estudo e de leitura sem lugares fixos ou salas de estar 0.50

Zona de actividades (gimnodesportivos) 0.15

Tabela 33 – Número de ocupantes por unidade de área em função do uso do espaço

A01 | 50 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Artigo 52.o – Critérios de dimensionamento

O dimensionamento dos caminhos de evacuação e das saídas deve ser feito de forma a obter, sempre que
possível, uma densidade de fluxo constante de pessoas em qualquer secção das vias de evacuação no seu
movimento em direcção às saídas, tendo em conta as distâncias a percorrer e as velocidades das pessoas
de acordo com a sua condição física, de modo a conseguir tempos de evacuação convenientes.

Os caminhos de evacuação e de saída devem ser dimensionados para obter uma densidade de fluxo
constante em qualquer secção.

7.2 EVACUAÇÃO DOS LOCAIS

Artigo 54.o – Número de saídas

O critério geral para cálculo do número mínimo de saídas que servem um local de um edifício ou recinto
coberto, com excepção da utilização-tipo I (Habitacional), em função do seu efectivo, é o referido no
quadro XXIX abaixo:

Número mínimo de saídas de locais cobertos em função do efectivo

Efectivo Número mínimo de saídas

1 a 50 Uma

51 a 1500 Uma por 500 pessoas ou fracção, mais uma

1501 a 3000 Uma por 500 pessoas ou fracção

Número condicionado pelas distâncias a percorrer


Mais de 3000
no local, com um mínimo de seis

Tabela 34 – Número mínimo de saídas de locais cobertos em função do


efectivo

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

51
O critério geral para cálculo do número mínimo de saídas que servem um local de um recinto ao ar livre,
em função do seu efectivo, é o referido no quadro XXX abaixo:

Número mínimo de saídas de recintos ao ar livre em função do efectivo

Efectivo Número mínimo de saídas

1 a 150 Uma

151 a 4500 Uma por 1500 pessoas ou fracção, mais uma

4501 a 9000 Uma por 1500 pessoas ou fracção

Número condicionado pelas distâncias a percorrer


Mais de 9000
no local, com um mínimo de seis

Tabela 35 – Número mínimo de saídas de recintos ao ar livre em função do efectivo

Artigo 56.o – Largura das saídas e dos caminhos de evacuação

Sem prejuízo de disposições mais gravosas referidas neste título ou no título VIII, a largura mínima das
saídas deve ser de 2 UP (Unidades de Passagem):

a) Nos locais em edifícios cujo efectivo seja igual ou superior a 200 pessoas;

b) Nos recintos ao ar livre cujo efectivo seja igual ou superior a 600 pessoas.

Os caminhos de evacuação e as saídas de locais em edifícios devem, sem prejuízo de disposições mais
gravosas referidas neste título ou no título VIII, satisfazer os critérios do quadro XXXI abaixo:

A01 | 52 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Número mínimo de unidades de passagem em espaços cobertos.

Efectivo Número mínimo de UP

1 a 50 Uma

51 a 500 Uma por 100 pessoas ou fracção, mais uma

Mais de 500 Uma por 100 pessoas ou fracção

Tabela 36 – Número mínimo de unidades de passagem em espaços cobertos

Os caminhos de evacuação e as saídas de recintos ao ar livre devem satisfazer os critérios do quadro


XXXII abaixo:

Número mínimo de unidades de passagem em recintos ao ar livre.

Efectivo Número mínimo de UP

1 a 150 Uma

151 a 1500 Uma por 300 pessoas ou fracção, mais uma Tabela 37 – Número
mínimo de unidades de

Mais de 1500 Uma por 300 pessoas ou fracção passagem em recintos ao


ar livre

Artigo 57.o – Distâncias a percorrer nos locais

A distância máxima a percorrer nos locais de permanência em edifícios até ser atingida a saída mais
próxima, para o exterior ou para uma via de evacuação protegida, deve ser de:

a) 15 m nos pontos em impasse, com excepção dos edifícios da utilização-tipo I (Habitacionais),


unifamiliares da 1.ª categoria de risco, e outras excepções constantes do título VIII, referentes às

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

53
condições específicas das utilizações-tipo II (Estacionamentos) e XII (Industriais, oficinas e
armazéns);

b) 30 m nos pontos com acesso a saídas distintas, com excepção das utilizações-tipo II, VIII, X
(Museus e galerias de arte) e XII, relativamente aos quais se deve atender ao disposto nas
condições específicas do título VIII.

No caso de locais amplos cobertos, com área superior a 800 m2, no piso do plano de referência com saídas
directas para o exterior, é admissível que a distância máxima constante na alínea b) do n.º 2 seja
aumentada em 50 %.

No caso de locais ao ar livre, são admissíveis distâncias máximas duplas das constantes no n.º 2.”

7.3 VIAS HORIZONTAIS DE EVACUAÇÃO

Artigo 61.o – Características das vias

As vias horizontais de evacuação devem conduzir, directamente ou através de câmaras corta-fogo, a vias
verticais de evacuação ou ao exterior do edifício.

A distância máxima a percorrer de qualquer ponto das vias horizontais de evacuação, medida segundo o
seu eixo, até uma saída para o exterior ou uma via de evacuação vertical protegida, não deve exceder:

a) 10 m, em impasse, para vias que servem locais de risco D ou E;

b) 15 m, em impasse, nos restantes casos;

c) 30 m, quando não está em impasse.

A distância referida na alínea c) do número anterior é reduzida para 20 m:

a) Em pisos situados a uma altura superior a 28 m, em relação ao plano de referência;

b) Em pisos abaixo do plano de referência, excepto na utilização-tipo II;

c) Em vias que servem locais de risco D.

No caso de vias horizontais exteriores, são admissíveis distâncias máximas do dobro das constantes nos
nos 2 e 3 do presente artigo.

Para determinação da largura útil mínima das vias, ou troços de via, de evacuação horizontais aplicam-se
os critérios constantes dos quadros XXXI e XXXII, com excepção da utilização-tipo I, sendo considerado o
efectivo dos locais servidos por essa via ou troço em função da proximidade às saídas para as vias verticais
ou para o exterior;

A01 | 54 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Para determinação da largura útil mínima dos troços de vias que estabeleçam ligação entre vias verticais
de evacuação e saídas para o exterior do edifício deve ser considerado o maior dos seguintes valores:

a) Número de utilizadores provenientes do piso de saída, nos termos do número anterior;

b) Número de utilizadores considerados, nos termos do presente regulamento para o


dimensionamento das vias verticais de evacuação servidas por esse troço.

Se uma via de evacuação possuir uma largura variável ao longo do seu comprimento, é tida em conta a
sua menor largura para a avaliação do correspondente valor em UP.

A variação da largura só é permitida se ela aumentar no sentido da saída.

Nas vias de evacuação com mais de 1 UP é permitida a existência de elementos de decoração, placas
publicitárias ou de equipamentos compreendidos nos espaços de circulação, desde que:

a) Sejam solidamente fixados às paredes ou aos pavimentos;

b) Não reduzam as larguras mínimas impostas em mais de 0,1 m;

c) Não possuam saliências susceptíveis de prender o vestuário ou os objectos normalmente


transportados pelos ocupantes.

Também a admissibilidade de elementos de sinalização de segurança está sujeita às condições do número


anterior.

A existência, numa via de evacuação, de elementos contínuos ao longo de toda a via e com uma altura
máxima de 1,1 m, pode reduzir a sua largura, de cada lado, num valor máximo igual a:

a) 0,05 m para as vias com uma UP;

b) 0,10 m para as vias com mais do que uma UP.

Os desníveis existentes nas vias horizontais de evacuação devem distar mais de 1 m de qualquer saída e
serem vencidos por rampa com as características definidas neste regulamento, podendo
excepcionalmente, quando não inferiores a 0,30 m e não sirvam locais de risco D, ser vencidos por degraus
iguais, cuja altura do espelho não seja inferior a 0,15 m.

As rampas a que se refere o número anterior devem possuir revestimento antiderrapante, sempre que
sirvam locais de risco D ou quando a sua largura for superior ou igual a 3 UP.

As vias horizontais de evacuação devem ser protegidas nas condições do artigo 25.º e dispor de meios de
controlo de fumo, nos termos do presente regulamento.”

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

55
Artigo 62.o – Características das portas

As portas utilizáveis por mais de 50 pessoas devem:

a) Abrir facilmente no sentido da evacuação;

b) Dispensar o recurso a meios de desbloqueamento de ferrolhos ou outros dispositivos de


trancamento;

c) Dispor de sinalização indicativa do modo de operar;

Quando as portas referidas no número anterior forem de acesso directo ao exterior, deve permanecer
livre um percurso exterior que possibilite o afastamento do edifício com uma largura mínima igual à da
saída e não possuir, até uma distância de 3 m, quaisquer obstáculos susceptíveis de causar a queda das
pessoas em evacuação.

As portas de saída de espaços afectos à utilização-tipo I estão dispensadas do disposto na alínea a) do n.º
1 do presente artigo.

As portas devem ser equipadas com sistemas de abertura dotados de barras antipânico, devidamente
sinalizadas, no caso de:

a) Saída de locais, utilizações-tipo ou edifícios, utilizáveis por mais de 200 pessoas;

b) Acesso a vias verticais de evacuação, utilizáveis por mais de 50 pessoas.

As portas de locais de risco C, previstos no n.º 3 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de
Novembro, devem abrir no sentido da saída.

Artigo 63.o – Dimensionamento das câmaras corta-fogo (CCF)

“As câmaras corta-fogo devem ter:

a) Área mínima de 3 m2;

b) Distância mínima entre portas de 1,2 m;

c) Pé-direito não inferior a 2 m;

d) Dimensão linear mínima 1,40 m.

A área mínima das câmaras utilizáveis por mais de 50 pessoas deve ser dupla da indicada na alínea a) do
número anterior.

Em geral, a abertura das portas das câmaras deve efectuar-se:

a) No sentido da saída, quando a câmara está integrada num caminho de evacuação;

b) Para o interior da câmara, nos restantes casos.”

A01 | 56 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

7.4 VIAS VERTICAIS DE EVACUAÇÃO

Artigo 65.o – Características das escadas

“As escadas incluídas nas vias verticais de evacuação devem ter as características estabelecidas no
Regulamento Geral de Edificações Urbanas complementadas pelas seguintes:

a) Número de lanços consecutivos sem mudança de direcção no percurso não superior a dois;

b) Número de degraus por lanço compreendido entre 3 e 25;

c) Em cada lanço, degraus com as mesmas dimensões em perfil, excepto o degrau de arranque;

d) No caso de os degraus não possuírem espelho, sobreposição mínima de 50 mm entre os seus


cobertores.

A distância mínima a percorrer nos patamares, medida no eixo da via em escadas com largura de 1 UP, e
a 0,5 m da face interior em escadas com largura superior, deve ser de 1 m.

As escadas devem ser dotadas de, pelo menos, um corrimão contínuo, o qual, nas escadas curvas, se deve
situar na sua face exterior.

As escadas com largura igual ou superior a 3 UP devem ter corrimão de ambos os lados e os seus degraus
devem possuir revestimento antiderrapante.

As escadas com largura superior a 5 UP devem possuir também corrimãos intermédios, de modo a que o
intervalo entre dois corrimãos sucessivos não seja superior a 5 UP.”

7.5 ZONAS DE REFÚGIO

Artigo 68.o – Características gerais

“Os edifícios de muito grande altura e todas as utilizações-tipo da 4.ª categoria de risco, ou utilizações-
tipo III da 3.ª categoria de risco, que ocupem pisos com altura superior a 28 m, devem possuir zonas de
refúgio que:”

Não há necessidade de zonas de refúgio.

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

57
7.6 CÁLCULOS PARA O EDIFÍCIO

7.6.1 Calcular o efectivo

a) Para o Conjunto Habitacional: classificação através da tipologia de moradia turística.

1o Andar

2 Apartamento com 3 quartos (2.T3)

1 Apartamento com 2 quartos (1.T2)

2o, 3o e 4o Andar

6 Apartamento com 3 quartos (6.T3)

3 Apartamento com 2 quartos (3.T2)

Recuado

1 Apartamento com 3 quartos (1.T3)

1 Apartamento com 2 quartos (1.T2)

Total: 9 Apartamentos T3 + 5 Apartamentos T2 = 9 ∙ 8 + 5 ∙ 6 = 102 pessoas

b) Para o Conjunto Comercial

Estabelecimento 1

Área = 170,00 m2
Portanto, o efectivo = 170 ∙ 0,2 = 34 pessoas

Estabelecimento 2

Área = 99,00 m2
Portanto, o efectivo = 99 ∙ 0,2 = 20 pessoas 80 pessoas

Estabelecimento 3

Área = 130,00 m2
Portanto, o efectivo = 130 ∙ 0,2 = 26 pessoas

7.6.2 Determinar o número de saídas

Em locais cobertos, o número mínimo de saídas para um efectivo entre 51 e 1500 pessoas é igual a uma
por 500 pessoas ou fracção, mais uma.

Número mínimo de saídas = 2

A01 | 58 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

7.6.3 Determinar a largura das saídas e dos caminhos de evacuação

Em espaços cobertos, o número mínimo de UP para um efectivo entre 51 e 500 pessoas é igual a uma por
100 pessoas ou fracção, mais uma.

Número mínimo de UP = 2 UP = 1,40 metros

7.6.4 Definir a classificação de locais de risco

Local de Risco B

8 INSTALAÇÕES TÉCNICAS

8.1 INSTALAÇÕES DE ENERGIA ELÉCTRICA

Artigo 70.o – Isolamento de locais afectos a serviços eléctricos

Os transformadores de potência e os grupos geradores poderão também ser instalados ao ar livre, em


espaços delimitados por barreiras físicas que inviabilizem a entrada ou interferência de pessoas, com
excepção do pessoal especializado referido no número seguinte.

O acesso aos locais a que se refere o presente artigo deve ser:

a) Reservado a pessoal técnico especializado adstrito à sua exploração ou manutenção;

b) Devidamente sinalizado.

Artigo 72.o – Fontes centrais de energia de emergência

Os edifícios e recintos que possuam utilizações-tipo das 1.ª e 2.ª categorias de risco devem ser dotados
de fontes centrais de energia de emergência sempre que disponham de instalações cujo funcionamento
seja necessário garantir em caso de incêndio e cuja alimentação não seja assegurada por fontes locais de
emergência.

Artigo 76.o – Quadros eléctricos e cortes de emergência

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

59
Os quadros eléctricos situados em locais de risco B, D, E ou F, e em vias de evacuação devem satisfazer as
seguintes condições:

a) Possuir invólucros metálicos, se tiverem potência estipulada superior a 45 kVA, mas não
superior a 115 kVA, excepto se, tanto a aparelhagem como o invólucro, obedecerem ao ensaio
do fio incandescente de 750ºC/5 s;

b) Satisfazer o disposto na alínea anterior e ser embebidos em alvenaria, dotados de portas da


classe E 30, ou encerrados em armários garantindo classe de resistência ao fogo padrão
equivalente, se tiverem potência estipulada superior a 115 kVA.

Artigo 77.o – Protecção dos circuitos das instalações de segurança

Os circuitos eléctricos ou de sinal das instalações de segurança, incluindo condutores, cabos, canalizações
e acessórios e aparelhagem de ligação, devem ser constituídos, ou protegidos, por elementos que
assegurem em caso de incêndio, a sua integridade durante o tempo necessário à operacionalidade das
referidas instalações, nomeadamente respeitando as disposições do artigo 16.º com os escalões de tempo
mínimos constantes do quadro
Escalões XXXIVmínimos
de tempo abaixo:para protecção de circuitos eléctricos ou de sinal

Situações de energia ou de sinal Escalão de tempo (minuto) Escalão de tempo (minuto)

Retenção de portas resistentes ao fogo, obturação de outros vãos e 1ª ou 2ª 15


condutas, bloqueadores de escadas mecânicas, sistemas de alarme e
detecção de incêndios e de gases combustíveis, ou dispositivos
independentes com a mesma finalidade, e cortinas obturadoras [c),
d), g), i) e m)] 3ª ou 4ª 30

1ª ou 2ª 30
Iluminação de emergência e sinalização de segurança e comandos e
meios auxiliares de sistemas de extinção automática [a) e l)]
3ª ou 4ª 60

Controlo de fumo, pressurização de água para combate ao incêndio,


ascensores prioritários de bombeiros, ventilação de locais afectos a 1ª ou 2ª 60
serviços eléctricos, sistemas e meios de comunicação ne cessários à
segurança contra incêndio, pressurização de estruturas insufláveis e
sistema de bombagem para drena gem de águas residuais [b), e), f), 3ª ou 4ª 90
h), j), n)]

Locais de risco F 1ª a 4ª 90

Tabela 38 – Escalões de tempo mínimo para proteção de circuitos elétricos ou de sinal

A01 | 60 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Artigo 79.o – Iluminação normal dos locais de risco B, D e F

Nos locais de risco B, D e F, a protecção contra contactos indirectos dos circuitos de iluminação normal
deve ser assegurada de modo a que um defeito de isolamento num circuito não prive o local de
iluminação.

8.2 INSTALAÇÕES DE AQUECIMENTO

8.2.1 Aparelhagem de aquecimento

Artigo 85.o – Aparelhos de aquecimento autónomos

Com excepção do disposto no número seguinte, só é permitida a instalação de aparelhos de aquecimento


autónomos em habitações, em locais de risco A e em locais de risco B com efectivo inferior a 500 pessoas.

Os aparelhos autónomos instalados em locais de risco B e nas vias de evacuação devem ser fixados às
paredes ou aos pavimentos.

Artigo 87.o – Aparelhos de queima de combustíveis sólidos

Os aparelhos de combustão que utilizam combustíveis sólidos, nomeadamente lareiras, braseiras para
aquecimento, fogões de sala e salamandras, apenas são permitidos em habitações, excepto nos quartos,
em locais de risco A, ou em locais de risco B com efectivo não superior a 200 pessoas.

8.3 EVACUAÇÃO DE EFLUENTES DE COMBUSTÃO

Artigo 92.o – Condutas de evacuação de efluentes de combustão

A extracção dos efluentes dos aparelhos de combustão deve ser feita para o exterior do edifício por meio
de condutas construídas com materiais da classe A1, que observem o disposto no artigo 31.º, e ainda que:

a) Possuam reduzida permeabilidade;

b) No caso de funcionarem em sobrepressão:

i) Sendo interiores ao edifício, estejam alojadas em ducto devidamente ventilado;

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

61
ii) Sendo exteriores ao edifício, respeitem as distâncias de segurança aos vãos abertos em
fachadas e coberturas constantes dos artigos 7.º e 10.º

...

As condutas referidas nos números anteriores devem:

a) Ter o seu lado menor não inferior a metade do maior, se forem de secção regular;

b) Servir no máximo cinco locais, excepto se destinadas exclusivamente a aparelhos a gás do tipo
B, caso em que se admite um número máximo de sete;

c) Possuir ramais de ligação com a altura máxima de um piso;

Artigo 93.o – Aberturas de escape de efluentes de combustão

Sem prejuízo do cumprimento do Regulamento Geral de Edificações Urbanas, as aberturas exteriores das
condutas para escape de efluentes de combustão devem ser instaladas de modo a que:

a) Estejam elevadas no mínimo 0,5 m acima da cobertura do edifício que servem;

b) A distância, medida na horizontal, a qualquer obstáculo que lhes seja mais elevado não seja
inferior à diferença de alturas, com um máximo exigível de 10 m;

c) O seu acesso seja garantido, para efeitos de limpeza, manutenção ou intervenção em caso de
incêndio.

8.4 VENTILAÇÕES E CONDICIONAMENTO DE AR

Artigo 94.o - Condições de instalação e isolamento de unidades de cobertura

As unidades de cobertura destinadas a aquecimento ou a refrigeração por ar forçado, ou a


condicionamento de ar:

a) Instaladas em terraços acessíveis, devem respeitar as respectivas restrições de área ocupada;

b) Sempre que comportem aparelhos de combustão com potência útil superior a 200 kW, devem
ser alojadas em centrais térmicas, cumprindo o disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 80.º

A01 | 62 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

8.5 ASCENSORES

Artigo 101.o – Isolamento da casa das máquinas

As casas de máquinas de elevadores com carga nominal superior a 100 kg, quando existam, devem ser
instaladas em locais próprios, reservados a pessoal especializado e isolados dos restantes espaços do
edifício, com excepção da caixa do elevador ou da bateria de elevadores, por elementos de construção
que garantam a classe de resistência ao fogo padrão:

a) EI 60, para as paredes não resistentes;

b) REI 60, para os pavimentos e as paredes resistentes;

c) E 30 C, para as portas.

Artigo 102.o – Indicativos de segurança

Junto dos acessos aos ascensores deve ser afixado o sinal com a inscrição: «Não utilizar o ascensor em
caso de incêndio» ou com pictograma equivalente.

Artigo 104.o – Ascensor para uso dos bombeiros em caso de incêndio

Os edifícios de altura superior a 28 m ou com mais de dois pisos abaixo do plano de referência devem ser
servidos por, pelo menos, um ascensor destinado a uso prioritário dos bombeiros em caso de incêndio,
respeitando as condições dos números seguintes.

Os ascensores devem servir:

a) Todos os pisos do edifício e cada compartimento corta-fogo neles estabelecidos por via da
compartimentação geral;

b) As zonas de refúgio referidas no artigo 68.º

Cada ascensor deve ser equipado com um dispositivo complementar ao de chamada indicado no artigo
anterior, constituído por um interruptor accionado por chave própria, colocado no piso do nível de
referência, que desencadeia uma segunda actuação e o coloca ao serviço exclusivo dos bombeiros,
restabelecendo a operacionalidade dos botões de envio da cabina e dos dispositivos de comando de
abertura das portas.

A chave de manobra da fechadura referida no número anterior e a respectiva cópia devem estar
localizadas nos pontos e com as condições referidos no n.º 2 do artigo anterior.

O ascensor deve ainda:

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

63
a) Ter capacidade de carga nominal não inferior a 630 kg ou, quando se destine a apoiar a
evacuação de pessoas em macas ou camas ou se trate de um ascensor de acesso duplo, não
inferior a 1000 kg;

b) Ter dimensões mínimas de 1,1 m × 1,4 m ou, quando se destine a apoiar a evacuação, de
pessoas em macas ou camas, de 1,1 m × 2,1 m;

c) Ter portas de patamar e de cabina, deslizantes de funcionamento automático, com largura não
inferior a 0,8 m ou, quando se destine a apoiar a evacuação, de pessoas em macas ou camas, não
inferior a 1,1 m;

d) Ter um alçapão de socorro instalado no tecto da cabina, com pontos de abertura ou fecho
claramente identificados e cujo acesso não esteja obstruído por qualquer elemento ou
dispositivo, com as dimensões mínimas de 0,5 m × 0,7 m, com excepção dos elevadores de 630
kg, em que tais dimensões devem ser de 0,4 m × 0,5 m;

e) Ter na cabina meios de acesso que permitam a abertura completa do alçapão de socorro a
partir do interior, por exemplo com a ajuda de um ou vários degraus esca moteáveis com um
passo máximo de 0,4 m e capazes de suportar uma carga de 1 200 N;

f) Ter no interior ou no exterior da cabina escada que permita ao bombeiro eventualmente


encarcerado o seu auto-socorro até ao patamar mais próximo;

g) Efectuar o percurso entre o piso do plano de referência e o piso mais afastado deste, num
tempo não superior a sessenta segundos após o fecho das portas;

h) Ser dotado de um sistema de intercomunicação entre a cabina e o piso do plano de referência


e o posto de segurança, quando exista;

i) Ser apoiado por fontes de energia de emergência, nas condições do artigo 72.º

A caixa de cada ascensor deve ser independente, possuindo as condições de isolamento e protecção
definidas no artigo 28.º

O equipamento eléctrico:

a) Quando localizado, na caixa do ascensor e na cabina, até 1 m de uma parede da caixa que
contenha portas de patamar, deve estar protegido contra gotas e salpicos, ou ser provido de
protecções de pelo menos IP X3;

b) Quando localizado a menos de 1 m do fundo do poço, deve possuir um grau de protecção IP


67.

A01 | 64 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

No patamar de acesso ao ascensor localizado no plano de referência deve ser afixado o sinal com a
inscrição «Ascensor prioritário de bombeiros» ou pictograma equivalente.

O poço de cada ascensor deve ser equipado com meios apropriados para impedir o aumento do nível da
água acima do nível dos amortecedores da cabina completamente comprimidos, podendo ser adoptado
um sistema de drenagem conforme previsto neste regulamento.

9 EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE SEGURANÇA

9.1 SINALIZAÇÃO

9.1.1 Aspectos gerais

A sinalização deve obedecer à legislação nacional, designadamente ao Decreto-Lei 2141/95, alterado pela
Lei 113/99, e à Portaria 1456-A/95. O seu objectivo é fornecer indicações diversas como, por exemplo,
proibição, perigo, emergência e localização dos meios de intervenção, consoante o seu formato e cor,
devendo ser de material rígido fotoluminescente.

Deve, ainda, transmitir informação relacionada com a evacuação do edifício e com diferentes meios de
combate ao incêndio, destacando-se os seguintes:

• o sentido da evacuação deve estar assinalado na perpendicular do sentido de fuga e nos locais de
mudança de direcção, de maneira inconfundível;

• o nº do piso ou a saída, consoante o caso, nas portas ou acima das vergas pelo interior das vias
verticais de evacuação;

• meios de 1ª e 2ª intervenção (extintores, BI, BIA);

• meios de alarme e alerta (botões de alarme, telefones de alerta, etc.);

• meios passivos e activos, de comando ou operação manual a serem utilizados não só pelos
técnicos do edifício, como pelos serviços de segurança internos e pelas forças de socorro externas.

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

65
A sinalização será constituída, predominantemente, por placas fotoluminescentes, que deverão ter as
seguintes características mínimas:

• serão de PVC rígido fotoluminescente de alta densidade com 2mm de espessura;

• terão superfície anti-estática de forma a inibir a acumulação de poeiras, e será ainda vitrificada
de forma a facilitar a limpeza e dificultar danos, como riscos, etc.;

• a impressão será por serigrafia, com cores mate, tintas de qualidade elevada e estabilizadas aos
U.V., com garantia de 10 anos sem alteração das cores impressas.

9.1.2 Dimensionamento da sinalização

As placas devem ter áreas (A) não inferiores às determinadas em função da distância (d) a que devem ser
vistas, com um mínimo de 6m e um máximo de 50m, conforme a expressão A=d²/2000 (Portaria
1532/2008, Artigo 109º).

As dimensões e os pictogramas devem respeitar a seguinte legislação e normas:

• Portaria 1456-A/95;

• Directiva Comunitária 92/58/CEE;

• Normas ISO/TR 7239, 3864 e 6309;

• Norma DIN 67510;

• NP 3992/94.

9.1.3 Localização das placas

A distribuição das placas de sinalização deve permitir a visibilidade a partir de qualquer ponto onde a
informação que contêm deva ser conhecida, podendo com esse objectivo:

• ser paralela às paredes com informação numa só face;

• ser perpendicular às mesmas paredes, ou suspensa do tecto, com informação em dupla face;

• fazer um ângulo de 45° com a parede, com informação nas duas faces exteriores.

As placas que fiquem salientes relativamente aos elementos de construção que as suportam devem ser
fixadas a uma altura igual ou superior a 2,1m e não superior a 3m, excepto em espaços amplos mediante
justificação fundamentada.

A01 | 66 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

A sinalização dentro dos locais de permanência será claramente distinguível de qualquer ponto desse local
cuja linha de observação relativamente à placa faça um ângulo superior a 45⁰ com a parede onde se
localiza o objecto, elemento ou equipamento sinalizado (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,1).

Toda a sinalização referente às indicações de evacuação e localização de meios de intervenção, alarme e


alerta, que estará colocada nas vias de evacuação, será colocada na perpendicular ao sentido das fugas
possíveis nessas vias (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,2).

Nos locais de mudança de direcção das vias de evacuação será colocada sinalização adequada ao sentido
da fuga a tomar, de forma inequívoca (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,3).

A distância de colocação das placas nas vias de evacuação e nos locais de permanência variará entre 6 e
30m (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,4).

Nos locais de permanência e nas vias horizontais de evacuação acessíveis a público, a partir de qualquer
ponto susceptível de ocupação, será visível, pelo menos, uma placa indicadora de saída ou de sentido de
evacuação (Portaria 1532/2008, Artigo 112º,5).

Nas vias verticais de evacuação serão colocadas placas, no patamar de acesso, indicando o número do
andar ou a saída, e no patamar intermédio indicando o sentido da evacuação (Portaria 1532/2008, Artigo
112º,6).

As placas de sinalização estarão colocadas o mais próximo possível das fontes luminosas existentes, a uma
distância inferior a 2 metros em projecção horizontal, mas não coladas sobre os aparelhos (Portaria
1532/2008, Artigo 112º,7), à excepção das localizadas nas vias de evacuação (Portaria 1532/2008, Artigo
112º,8).

9.2 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

9.2.1 Aspectos gerais

No presente edifício a iluminação de emergência é constituída por (Portaria 1532/2008, Artigo 113º,2):

• iluminação de ambiente, destinada a iluminar os locais de permanência habitual de pessoas,


evitando situações de pânico;

• iluminação de balizagem ou circulação, com o objectivo de facilitar a visibilidade no


encaminhamento das pessoas até uma zona de segurança e, ainda, possibilitar a execução das
manobras respeitantes à segurança e à intervenção dos meios de socorro ;

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

67
• iluminação de substituição cuja fonte é diferente da de emergência.

9.2.2 Parque de estacionamento

A ligação e corte das instalações de iluminação de segurança devem poder ser feitos manualmente, por
comando localizado no posto de segurança e, relativamente aos caminhos horizontais de evacuação, que
estão somente assinalados através de passadeiras pintadas nos pavimentos, os dispositivos de iluminação
devem ser distribuídos de modo a garantir o nível médio de iluminância de 10 lux, medido num plano
situado a 1m do pavimento e, se necessário, ser devidamente protegidos contra acções dinâmicas
(Portaria 1532/2008, Artigo 114º).

9.2.3 Iluminação de ambiente e de balizagem ou circulação

Nas instalações de iluminação de ambiente e de balizagem ou circulação, as lâmpadas de descarga,


quando existam, devem possuir tempos de arranque não superiores a:

• cinco segundos para atingir 50% da intensidade de iluminação;

• sessenta segundos para atingir 100% da intensidade de iluminação.

A autonomia de funcionamento da iluminação de ambiente e de balizagem deve ser a adequada ao tempo


de evacuação dos espaços que serve, com um mínimo de 15 minutos.

Nos locais de risco B, C, F e E, com excepção de quartos, e nas zonas de vestuários ou sanitários públicos
com área superior a 10m², serão instalados aparelhos de iluminação de ambiente (Portaria 1532/2008,
Artigo 114º).

A iluminação de ambiente terá níveis de iluminância tão uniformes quanto possível, com um valor mínimo
de 1 lux, medido no pavimento (Portaria 1532/2008, Artigo 114º).

A iluminação de ambiente será realizada através das iluminarias de rede de iluminação normal.

Na iluminação de balizagem ou de circulação os dispositivos garantirão 5 lux, medidos a 1m do pavimento


ou obstáculo a identificar e serão colocados a menos de 2m em projecção horizontal de (Portaria
1532/2008, Artigo 114º,5):

• intersecção de corredores;

• mudanças de direcção de vias de comunicação;

• patamares de acesso e intermédios de vias verticais;

• câmaras porta-fogo;

• botões de alarme;

A01 | 68 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

• comandos de equipamentos de segurança;

• meios de primeira intervenção;

• saídas.

9.3 SISTEMA DE DETEÇÃO, ALARME E ALERTA

9.3.1 Aspectos gerais

Um sistema de detecção pode ser mais ou menos complexo; esquematiza-se na figura abaixo um Sistema
Automático de Detecção de Incêndio (SADI) e algum equipamento que pode comandar, onde as diversas
linhas que unem os componentes indicam os fluxos de informação, tendo cada um dos blocos o seguinte
significado:

A C A – Detectores de incêndio (automáticos


e/ou manuais)
B – Unidade de controlo e sinalização
C – Dispositivo(s) de sinalização e de alarme
D E F
D – Botão(ões) de alarme manual
E – Equipamento de transmissão de alarme
B de incêndio

I J F – Centro de recepção de alarme de incêndio


G – Comando de sistema automático de
combate e protecção de incêndio
H – Equipamento automático de combate ou
G H protecção de incêndio
I – Equipamento de transmissão de sinais de
avaria
J – Centro de recepção de sinais de avaria
K K – Equipamento de alimentação de energia

Figura 08 – Esquematização do sistema de detecção, alarme e alerta da edificação

Deve-se garantir ainda a deteção precoce de focos de incêndio, de forma a evitar falsos alarmes, para que
tomem-se medidas necessárias em primeiro lugar à salvaguarda das vidas dos utilizadores do edifício e
também para a proteção dos bens materiais.

Em caso de emergência, os SADI permitem também difundir o alarme para os ocupantes, alertar os
bombeiros e accionar sistemas e equipamentos de segurança (Portaria 1532/2008, Artigo 118º).

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

69
9.3.2 Detectores automáticos

A área máxima que um dectetor térmico pode vigiar depende de diversos factores destacando-se a área
do local e a inclinação do tecto conforme se indica no quadro abaixo:

ÁREA MÁXIMA DE PROTECÇÃO DE DETECTOR


ÁREA DO LOCAL INCLINAÇÃO DO TECTO
TÉRMICO (m²)

≤40 Qualquer 40

>40 Locais com tecto horizontal 30

>40 Superior a 200 e inferior a 450 40

>40 Superior a 450 50

>40 Em cúpula ou abóbada 40

Tabela 39 – Área máxima de proteção de detector térmico

O posicionamento dos detectores térmicos, por sua vez, depende das distâncias às paredes e ao tecto,
bem como da presença ou não de elementos salientes, como vigas e condutas.

Para além destes detectores térmicos, também há os detectores de fumo (ópticos e iónicos) e os
detectores de chamas (ultravioletas e infravermelhos).

A localização dos detectores terá como base as seguintes condições:

• cada dependência deverá possuir no mínimo um detector;

• todos os detectores estarão acessíveis para trabalhos de controlo e manutenção.

As distâncias mínimas entre um detector e uma separação lateral deverão ser:

• paredes: 0,2m;

• vigas: 0,4m;

• a distância máxima entre detectores, quando estes têm uma área de protecção de 60m², é de 9m;

• a distância máxima entre um detector e uma parede, quando aquele tem uma área de protecção
de 60m², é de 4,5m;

• a distância entre detectores pode ser alargada até ao máximo de 15m nos corredores com largura
máxima de 3m;

A01 | 70 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

Os detectores que pela sua localização sejam dificilmente visíveis deverão possuir um indicador luminoso
em actuação visível.

9.3.3 Difusores de alarme geral

Os difusores de alarme geral devem ser instalados fora do alcance dos ocupantes e, no caso de se situarem
a uma altura do pavimento inferior a 2,25m protegidos por elementos que os resguardem de danos
acidentais (Portaria 1532/2008, Artigo 121º,1).

O sinal emitido será inconfundível com qualquer outro e audível em todos os locais do edifício a que seja
destinado (Portaria 1532/2008, Artigo 121º,2).

Propõe-se que na UT VIII o sinal de alarme geral para execução da evacuação total ou parcial do público
seja feito através de uma mensagem gravada (Portaria 1532/2008, Artigo 121º,4).

A difusão da mensagem será precedida da ligação dos aparelhos de iluminação de emergência de


ambiente e balizagem ou circulação (Portaria 1532/2008, Artigo 121º,6).

9.3.4 Configuração do SADI

De acordo com as Uts existentes, tem-se para o edifício (Portaria 1532/2008, Artigos 126º a 128º):

a) UT I:

• Estão isentas de obrigatoriedade de instalação de alarme as utilizações-tipo I das 1.ª ou 2.ª


categorias de risco;

• Estão também isentos os fogos de habitação, qualquer que seja a categoria de risco do edifício
onde se localizem.

b) UT II:

• A utilização-tipo II em espaços cobertos e fechados, quando exclusiva, deve ser dotada


de uma instalação de alarme da configuração 3.

c) UT VIII:

• As utilizações-tipo III, VIII, IX e X devem ser dotadas de instalações de alarme da


configuração 1, quando forem da 1.ª categoria de risco, e da configuração 3, nos restantes
casos.

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Portanto, em obediência à Portaria 1532/2008, em seu Artigo 125º, o SADI seguirá a configuração 3,
conforme ilustra o quadro abaixo:

Componentes e funcionalidade Exigências

Botões de accionamento de alarme Sim

Detectores automáticos Sim

Temporizações Sim

Alerta automático Sim


Central de sinalização e comando
Comandos Sim

Fonte local de alimentação de emergência Sim

Total Sim
Protecção
Parcial Não

No interior Sim
Difusão do alarme
No exterior Não

Tabela 40 – Exigências do SADI

9.3.5 Características técnicas dos elementos constituintes do sistema

a) Sensores analógicos pontuais

Todos os sensores a instalar (ópticos e de temperatura) serão analógicos, endereçáveis e analisarão


continuamente as condições das áreas protegidas, sendo os valores permanentemente avaliados na
central de comando. Terão (eles e suas bases) as seguintes características:

• serão construídos em policarbonato branco auto-extinguível, dotados de protecção contra a


humidade e fungos nos circuitos e os pontos de penetração de fumo terão protecção contra a
entrada de poeiras e insectos, por meio de uma rede resistente à corrosão;

• indicação da necessidade de manutenção do sistema, resultante do aumento de sujidade ou


contaminação dos sensores;

• os sensores terão capacidade de teste remoto a partir da central de comando;

• todos os sensores deverão ser dotados de um led indicador de acção que se iluminará logo que
se atinja o nível de alarme preestabelecido no programa da central de comando;

b) Detectores ópticos de fumo

O seu funcionamento baseia-se na dispersão da luz proveniente de uma fonte devido ao fumo. Esta
luz é recebida por um receptor que está fora do alcance do ângulo normal de visão do emissor. Estes

A01 | 72 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

detectores devem respeitar as condições definidas na EN 54 Parte 7 e ter aprovação da “Lightning


Protector Components” (LPC).

c) Detectores termovelocimétricos

Estes detectores deverão ser fabricados de acordo com as Normas Europeias EN 54-5 e EN 54-8 e ter
aprovação LPC. Eles utilizam um termistor NTC para avaliação da temperatura ambiente, sendo
sensíveis tanto a temperaturas fixas como a gradientes de temperatura determinados.

d) Botões de alarme manual

Os botões de alarme manual analógicos deverão ser fabricados de acordo com a Norma BS 5839 Pate
2 e ter aprovação LPC.

O endereço exclusivo de cada botão será dado comutando microinterruptores apropriados no módulo
de comunicação.

Os botões de alarme manual serão próprios para montagem embebida, terão a possibilidade de teste
sem necessidade de partir o vidro e incorporarão um LED que dará sinalização luminosa intermitente
quando estes se encontrem em alarme.

O módulo de comunicação terá capacidade de interromper qualquer outra transmissão em curso,


informando imediatamente a central de comando que o vidro foi quebrado ou emitindo um sinal de
avaria se for o caso.

e) Sirenes para alarme de fogo endereçáveis

As sirenes são electrónicas e com saída de som multi-direccional, podendo ser programadas para uma
saída contínua, intermitente ou bitonal a 980Hz, com uma intensidade de 105dB a um metro.

São de baixo consumo, ligadas directamente ao loop e funcionando em função do detector, zona,
loop ou alarme geral, consoante a programação que lhe for atribuída.

O alarme será acústico e óptico, com características que o tornam inconfundível com outros sinais
internos ou externos.

As diversas sirenes serão projectadas de acordo com as suas características, as dos elementos de
compartimentação que constituem o edifício e a geometria deste, de forma a garantir a audição do
alarme em todos os pontos do edifício.

f) Interfaces de comando – relé de linha

Trata-se de um equipamento analógico-endereçável, com ligação no loop a dois condutores.

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Este interface, a utilizar para o comando remoto de equipamentos sem cablagem adicional, está
interligado no “loop”, constituindo um contacto inversor para o controlo dos equipamentos e o seu
accionamento ocorre na sequência do funcionamento de um botão de alarme, detector, etc.

Quando o relé entra em funcionamento a sua operação é confirmada na central de incêndios


iluminando-se um led no próprio detector.

g) Isoladores de linha analógicos

Estes dispositivos têm por função vigiar a linha de comunicação dos “loop” em que são inseridos,
identificando defeitos diversos como, por exemplo, curto-circuitos e circuitos abertos.

A detecção de qualquer desses defeitos terá como consequência o accionamento do troço afectado
e um alarme na central de comando, evitando, assim, a colocação fora de serviço de todo um “loop”
em caso de avaria.

Estes dispositivos inseridos no “loop” de detecção, terão endereço próprio e as bases de montagem
serão separadas de modo a permitirem uma fácil remoção dos isoladores para manutenção.

Os isoladores e as bases são construídos em policarbonato branco auto-extinguível, com protecção


contra a humidade e fungos.

9.4 CONTROLO DO FUMO EM EDIFÍCIOS

Para que os edifícios apresentem uma adequada segurança ao incêndio é fundamental que determinados
espaços estejam dotados de meios de controlo do fumo e gases tóxicos originados pelo incêndio de forma
a garantir, durante um determinado período de tempo, as condições ambientais necessárias para que a
evacuação do edifício se efectue com êxito.

A Portaria 1532/2008, em seu Artigo 135º, determina: para locais de risco A e B não há necessidade de
controlo de fumo (no cao dos locais de risco B, porque nenhum destes locais tem efectivo superior a 500
pessoas). As escadas que servem pisos no subsolo, desde que a sua saída não seja directamente no
exterior, devem ser pressurizadas.

As vias verticais que servem o parque de estacionamento devem ser pressurizadas (Portaria 1532/2008,
Artigo 135º, 6). Os pisos do parque de estacionamento integrado no edifício encontram-se no subsolo,
pelo que têm necessidade de controlo de fumo – o sistema de ventilação por meios activos para controlo
da poluição deve garantir: a) Em espaços cobertos fechados afectos à utilização-tipo II, caudais de
extracção mínimos de 300 m3/hora por veículo ou 600 m3/hora por veículo, respectivamente para
concentrações de monóxido de carbono de 50 ppm e 100 ppm.

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TÍTULO DO CAPÍTULO N

9.5 MEIOS DE INTERVENÇÃO

Apresenta-se a classificação dos tipos de incêndio e dos agentes extintores, na lista e no quadro a seguir:

• Classe A: combustíveis sólidos que, ao arder, deixam cinzas e brasas, como madeira, papel, palha,
tecidos naturais, etc. O método mais apropriado de extinção é o arrefecimento.

• Classe B: originado por combustíveis líquidos, ou que destilem líquido pelo calor, tais como
alcatrão, gasolinas, óleos, graxas, dissolventes, etc. O método mais apropriado de extinção para
este tipo de fogos é o abafamento ou inibição da reacção em cadeia.

• Classe C: originado por combustíveis gasosos, tais como acetileno, butano, propano, metano, etc.
O método mais apropriado de extinção para este tipo de fogos é eliminar a saída do gás, fechando
as válvulas, mas também pode ser extinguido por abafamento ou inibição da reacção em cadeia.

• Classe D: chamados também "fogos especiais", são os originados por certos produtos químicos
ou por metais combustíveis, tais como, sódio, potássio, alumínio pulverizado, titânio, zircónio,
lítio, etc. Cada produto tem um sistema apropriado de extinção.
• Classe E: chamados também de "fogos eléctricos", são os originados em equipamentos ou
instalações eléctricas, ou qualquer fogo ocorrido com presença de tensão eléctrica, a partir de 25
V. Deve-se cortar sempre o fornecimento eléctrico e a extinção deve ser realizada com agente
extintor não condutor de electricidade.

AGENTES EXTINTORES

CLASSE DO
ÁGUA Pó químico
FOGO
CO₂ Espumas Halons

Jacto Pulverizada ABC BC Especial

Só para
A Bom Muito bom Muito bom Não Não pequenas Bom Bom
superfícies

B Não Bom Muito bom Muito bom Bom Bom Muito bom Bom

C Não Não Bom Não Bom Bom Bom

D Não Não Não Não Muito bom Não Não Não

Admissível até Bom devido ao facto de não


RISCOS
Não a tensão de serem condutores para tensões Não Muito bom Não Muito bom
ELÉCTRICOS 500V inferiores a 6kV

Tabela 41 – Acção dos agentes extintores de acordo com a classe do fogo

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9.5.1 Meios de Primeira Intervenção

a) Meios portáteis e móveis de extinção

As UT II e UT VIII serão equipadas com extintores, devidamente dimensionados e adequadamente


distribuídos de forma a que a distância a percorrer de qualquer saída de um local de risco para os
caminhos de evacuação até ao extintor mais próximo não exceda 15m (Portaria 1532/2008, Artigo
163º, 1).

Os extintores devem ser convenientemente distribuídos, sinalizados e instalados em locais bem


visíveis, colocados em suporte próprio de modo a que o seu manípulo fique a uma altura não superior
a 1,2m do pavimento (Portaria 1532/2008, Artigo 163º, 3).

A sua instalação deve ocorrer nos seguintes locais:

• comunicações horizontais;

• interior dos grandes espaços e junto às suas saídas;

Os extintores serão dimensionados com base nos seguintes critérios:

• 18l de agente extintor padrão por 500m² ou fracção de área de pavimento do piso em que
se situem (Portaria 1532/2008, Artigo 163º, 2a);

• um por cada 200m² de pavimento do piso ou fracção, com um mínimo de dois por piso
(Portaria 1532/2008, Artigo 163º, 2b).

Utilizar-se-ão extintores de pó químico ABC, indicados para fogos de classe A, B e C.

b) Rede de incêndio armada do tipo carretel

As redes de incêndio armada tipo carretel devem estar montadas nas UT II e VIII, conforme
determinação expressa da Portaria 1532/2008, Artigo 164º.

As bocas de incêndio (BI) serão localizadas segundo os critérios (Portaria 1532/2008, Artigo 165º):

• o comprimento das mangueiras utilizadas permita atingir, no mínimo, por uma agulheta, uma
distância não superior a 5m de todos os pontos do espaço a proteger;

• a distância entre as bocas não seja superior ao dobro do comprimento das mangueiras utilizadas;

• exista uma boca-de-incêndio nos caminhos horizontais de evacuação junto à saída para os
cantinhos verticais, a uma distância inferior a 3m do respectivo vão de transição;

Estas BIs devem ter as seguintes características (Portaria 1532/2008, Artigo 166º, 1):

• o seu manípulo de manobra se situa a uma altura do pavimento não superior a 1,50m;

A01 | 76 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

• os carretéis de tambor fixo serão exclusivamente para instalação à face da parede e possuem guia
de coletes omnidirecional;

• os carretéis encastrados, com ou sem armário, são do tipo de rodar ou de pivotar;

• os armários são sempre do tipo homologado em conjunto com o carretel e a respectiva porta,
instalada à face da parede ou saliente desta, de modo a que possa rodar 170⁰ na sua abertura;

• nos locais onde serão instalados os carretéis existirá um espaço desimpedido e livre de quaisquer
elementos que possam comprometer o seu acesso ou a sua manobra, com um raio mínimo,
medido em planta, de 1m e altura de 2m ((Portaria 1532/2008, Artigo 166º, 2).

A pressão da água nas redes de incêndio será obtida a partir de grupos sobrepressores que, quando
accionados a energia eléctrica, serão apoiados pelas fontes de energia de emergência ((Portaria
1532/2008, Artigo 167º, 4). A pressão em causa será indicada por meio de manómetros instalados
nos seus pontos mais desfavoráveis ((Portaria 1532/2008, Artigo 167º, 5).

A rede de alimentação das BI será dimensionada de modo a garantir em cada uma, quando em
funcionamento, estando metade delas abertas, até um máximo de quatro, uma pressão dinâmica
mínima de 250kPa e um caudal instantâneo mínimo de 1,5l/s (Portaria 1532/2008, Artigo 167º, 1),
estando a zona mais desfavorável localizada na cobertura.

Toda a rede será integralmente executada em aço galvanizado da série média, segundo a norma DIN
2440, com acessórios de roscar do mesmo material ou com acessórios ranhurados, pintada nas cores
convencionais nos troços à vista.

9.5.2 Meios de segunda intervenção

Serão colocadas BIs de rede húmida, com acoplamento do tipo storz, com diâmetro de junção DN 52mm,
tendo o respectivo eixo cota relativamente ao pavimento de 0,8m (Portaria 1532/2008, Artigo 169º, 2).

Uma boca siamesa de alimentação localizar-se-á no exterior do edifício junto a um ponto de acesso dos
bombeiros, no plano de referência, de forma que a distância à coluna vertical não seja superior a 14m,
estando as mesmas devidamente sinalizadas (Portaria 1532/2008, Artigo 169º, 4).

Toda a rede será integralmente executada em aço galvanizado da série média, segundo a norma DIN 2440,
com acessórios ranhurados, pintada nas cores convencionais nos troços à vista.

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9.6 MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO

Com base nas exigências legislativas propõe-se que a estrutura genérica para o dossier que constituirá as
Medidas de Autoproteção (MA) a enviar à ANPC, na sua forma mais completa, seja a seguinte:

9.6.1 Disposições Gerais

Tem-se a seguinte estrutura:

• Objectivos e síntese das MA – descreve os objectivos gerais das MA e faz uma breve apresentação
das medidas;

• Identificação da UT – faz uma identificação da UT em causa, desde a sua localização, proprietário,


categoria de risco, etc.;

• Descrição genérica da UT – identificação de eventuais aspectos específicos desta UT;

• Definições – estas definições referem-se às utilizadas nas medidas e devem estar de acordo com
as indicadas, quer no Decreto-Lei 220/2008 quer na Portaria 1532/2008;

• Siglas e abreviaturas – correspondentes às utilizadas nestas medidas.

9.6.2 Disposições Gerais

Para este segundo capítulo, tem-se a seguinte estrutura:

• Identificação de eventuais insuficiências de meios de protecção ao incêndio – nos casos das UT


que já estavam em operação à data de entrada da actual legislação de segurança ao incêndio, é
natural que existam insuficiências em matéria de segurança ao incêndio, sendo importante a sua
identificação;

• Compensações – no sentido de compensar as insuficiências identificadas, podem ser propostas


MA mais exigentes do que as consideradas na legislação, devendo proceder-se a uma
identificação clara dessas medidas e dos seus objetivos.

9.6.3 Registros de Segurança

Estes registros, de acordo com a Portaria 1532/2008, devem incorporar:

• Relatórios de vistoria, inspeção e fiscalização;

• Relatórios de anomalias relacionadas com as instalações técnicas;

• Relatórios de anomalias relacionadas com os equipamentos e sistemas de segurança;

A01 | 78 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

• Relação das acções de manutenção efectuadas nas instalações técnicas;

• Relação das acções de manutenção efectuadas nos equipamentos e sistemas de segurança;

• Descrição das modificações, alterações e trabalhos perigosos efectuados;

• Relatórios de ocorrências relacionadas com segurança contra incêndios;

• Cópia dos relatórios de intervenção dos bombeiros;

• Relatórios das acções de formação;

• Relatórios dos exercícios de simulação.

9.6.4 Procedimentos de prevenção

Os procedimentos são um conjunto de regras de exploração e de comportamentos humanos e técnicos,


em situação de rotina e normalidade da vida de uma empresa ou entidade, constituindo a parte mais
importante do plano de prevenção, a serem aplicados quando este não se justifique, em face da baixa
categoria de risco da UT.

O objectivo destes procedimentos é garantir a continuidade de um conjunto de condições de segurança


na exploração diária do edifício ou recinto e nos seus acessos, pelo que se deve listar e controlar as
seguintes situações:

• Acessibilidade dos meios de socorro aos espaços da UT;

• Acessibilidade dos mesmos meios à rede de água de SI;

• Manutenção da capacidade de desempenho dos meios passivos de resistência ao fogo;

• Acessibilidade aos meios de alarme e de intervenção;

• Vigilância dos locais de maior risco e desocupados;

• Conservação dos espaços limpos e arrumados;

• Segurança na utilização de matérias perigosas;

• Segurança nos trabalhos de manutenção ou alteração das instalações;

• Operacionalidade dos meios de evacuação;

• Procedimentos de exploração das instalações técnicas;

• Procedimentos de operação dos equipamentos e sistemas de segurança;

ISEP – Mestrado em Engenharia Civil

79
• Programas de manutenção das instalações técnicas;

• Programas de manutenção dos equipamentos e sistemas de segurança;

• Zonas limítrofes ou interiores de áreas florestadas.

9.6.5 Plano de prevenção

Deve conter as seguintes secções:

• Identificação da UT;

• Data da entrada em funcionamento da UT;

• Identificação do RS;

• Identificação do(s) delegado(s) de segurança;

• Plantas à escala 1/100 ou 1/200 contendo o estudo ou projeto de segurança.

9.6.6 Procedimento em caso de emergência

Para as UT devem ser definidos e cumpridos os procedimentos e as técnicas de actuação em caso de


emergência, a adoptar pelos ocupantes, contemplando o mínimo:

• Procedimentos de alarme;

• Procedimentos de alerta;

• Procedimentos de recepção e encaminhamento dos bombeiros.

9.6.7 Plano de emergência interna

Apesar das medidas de segurança ao incêndio de que os edifícios são dotados e da existência em
determinados casos de planos de prevenção, o risco está sempre presente, pelo que se torna necessário
definir e mecanizar um conjunto de procedimentos e rotinas que permitam uma resposta adequada numa
situação de incêndio.

Este plano deve ser simples e bem estruturado, preciso e ajustado à realidade, de forma a sistematizar a
evacuação enquadrada dos ocupantes (ou parte) e limitar a propagação e consequências dos incêndios.

Este plano tem como objectivos sistematizar a evacuação enquadrada dos ocupantes da UT, que se
encontrem em risco, limitar a propagação e as consequências dos incêndios, recorrendo a meios próprios
e dele fazem parte:

• Definição da organização a adoptar em caso de emergência;

A01 | 80 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


TÍTULO DO CAPÍTULO N

• Indicação das entidades internas e externas a contactar em situação de emergência;

• Plano de actuação, que conterá:

o Identificação dos riscos e níveis de gravidade;

o Procedimentos a adoptar em caso de detecção ou percepção de alarme de incêndio;

o Planificação da difusão dos alarmes restritos e geral e a transmissão do alerta;

o Coordenação das operações previstas no plano de evacuação;

o Activação dos meios de primeira intervenção que sirvam os espaços ds UT, apropriados a
cada circunstância, incluindo as técnicas de utilização desses meios;

o Execução da manobra dos dispositivos de segurança, designadamente de corte da


alimentação de energia elétrica e de combustíveis, de fecho de portas resistentes ao fogo
e das instalações de controlo de fumo;

o Prestação de primeiros socorros;

o Protecção de locais de risco e de pontos nevrálgicos da UT;

o O acolhimento, informação, orientação e apoio dos bombeiros;

o A reposição das condições de segurança após uma situação de emergência.

• Plano de evacuação (PE), que deverá abranger:

o O encaminhamento rápido e seguro dos ocupantes desses espaços para o exterior ou


para uma zona segura, mediante referenciação de vias de evacuação, zonas de refúgio e
pontos de encontro;

o O auxílio a pessoas com capacidades limitadas ou em dificuldade, de forma a assegurar


que ninguém fique bloqueado;

o A confirmação da evacuação total dos espaços e garantia de que ninguém a eles regressa.

• Anexos.

9.6.8 Acções de sensibilização e formação

Relativamente a esta matéria do seu conteúdo devem consgtar as seguintes matérias:

• Definição dos conteúdos das acções de sensibilização e dos seus destinatários;

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• Identificação das pessoas que terão formação;

• Definição dos conteúdos das acções de formação.

9.6.9 Simulacro

Relativamente aos simulacros devem ser definidos diversos aspectos dos quais se destacam os seguintes:

• Periodicidade dos simulacros – depende da UT e da categoria de risco;

• Planeamento dos simulacros.

9.6.10 Alterações

O objetivo deste capítulo é o de identificar claramente o que foi alterado relativamente às MA iniciais.

De facto, as MA podem ter de ser alteradas no decurso da exploração do edifício por motivos que são
indicados na Portaria 1532/2008, pelo que sempre que tal aconteça essa nova informação tem de fazer
parte das MA, descrevendo-se detalhadamente o que se passou, a nova realidade e a data em que tal
ocorreu.

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Independentemente da análise feita pelo presente trabalho, a consulta do RT-SCIE (Portaria no1532/2008)
não deve ser dispensada para a implementação de medidas descritas no projeto.

A01 | 82 ISEP – Mestrado em Engenharia Civil


11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de Mestrado). Aveiro: Universidade de Aveiro.

Barbosa, B. T. (2014). Dimensionamento de soluções de vigas pré-esforçadas por pós-tensão, pré-


fabricadas in situ para tabuleiros de pontes e viadutos. Instituto Superior de Engenharia do
Porto.

Brito, J. C. (2003). Muros de suporte especiais. Instituto Superior Técnico.

BURTON, N. W., & al, e. (2009). Toward a definition of verbal reasoning in higher education: Research
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Cunha, F. N. (2010). Dimensionamento de tabuleiros de pontes com vigas de betão pré-fabricado.


Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Instituto Português da Qualidade. (1994). NP 405-1 Informação e Documentação - Referências


bibliográficas : documentos impressos. Monte da Caparica.

Marinho, D. d. (2012). Métodos construtivos de pontes. Instituto Superior de Engenharia do Porto .

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- 2º Fase. Memória descritiva cálculos. Pombal.

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