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DANÇAS AFRICANAS

Manifestação cultural da África

As danças africanas são consideradas manifestações culturais dos povos


africanos, que costumam se expressar ritualmente. A maioria dos ritmos
africanos estão relacionadas aos aspectos religiosos. Por isso, em algumas
danças, o corpo serve como uma espécie de ligação entre a Terra e os
mundos espirituais.

Características
Uma característica muito peculiar das danças africanas é a maneira como
os grupos se organizam para dançar. Geralmente, eles formam círculos,
fileira ou semicírculos, além de valorizar a participação de toda a
comunidade. Os instrumentos de percussão são objetos marcantes das
danças africanas. Muitos desses movimentos são realizados para celebrar
algum acontecimento importante, como: casamento, agradecimentos,
rituais de passagem ou até para celebrar a morte, seguindo a cultura de
cada povo.

Com relação a religiosidade, os ritmos dançados são considerados como


um elemento de passagem para o mundo espiritual, onde os africanos
acreditam que o participante é levado para outro local após um transe. Nas
danças onde há uma influência espiritual maior, existem a crença de que,
dependendo do ritual, a coreografia deve ser executada com os pés
descalços a fim de promover a ligação do espírito com a Terra.

Tipos de danças

O continente africano engloba vários estilos de dança. Cada uma com suas
características próprias, que envolvem performance, ritmos, crenças e
outros. Como a diversidade cultural é bastante extensa, o Guia
Enem selecionou as danças mais populares. Confira:

Ahouach
O ahouach é um ritmo que valoriza a união da comunidade. Os
instrumentos utilizados carregam uma tradição e são fabricados em pele de
cabra. As coreografias, exercidas pelos povos berberes (nativos do norte da
África), são caracterizadas pelo balanço dos corpos dos bailarinos. Além
disso, eles enfeitam os corpos com joias esculpidas em pedras e âmbar.
Gnawa
A gnawa é um dos estilos de danças africanas ligado à morte e a passagem
de um mundo para o outro. Nela, os bailarinos se vestem de branco e usam
chapéus pretos preenchidos de adornos, que incluem amuletos, talismãs,
contas e conchas. Ao cultuarem a presença do Deus Hadra, eles
posicionam-se em linha reta ou círculo, enquanto executam danças
acrobáticas, batem palmas e tocam os tambores.

Guedra
A guedra é um estilo de dança tradicional do deserto do Saara, mais
popular em países como a Mauritânia, Marrocos e o Egito. Popularmente
conhecida como ritual das mulheres de azul, “Guedra” significa: “aquela
que faz ritual”. Dessa forma, os bailarinos, realizam símbolos místicos em
agradecimento ao ar, terra, fogo e água. Eles ainda fazem movimentos
antigos para abençoar todos que estão presentes, incluindo pessoas e
espíritos.

Danças da Angola
Na Angola, entre as décadas de 50 e 70, costumavam acontecer os bailes
organizados por amigos. Nessa época, as pessoas dançavam ao som de
muitos instrumentos utilizados até os dias atuais.

Antes os atuais estilos de danças africanas eram chamadas de “dança dos


operários” ou “dança de marginais”, pois eram praticadas por homens de
festa ou homens farristas como eram classificados. Além disso, as danças
foram iniciadas em bairros suburbanos de Luanda. Elas eram dançadas nas
ruas ou nos quintais das casas.

Com o tempo, os ritmos foram levados para dentro das salas de baile e
deixou de ser uma dança de operários para se tornar um ritmo de todos. Os
burgueses, inclusive, já dançavam as músicas, mas ainda de forma
escondida, visto que a dança sofria bastante preconceito.

As pessoas dançavam ao som do sembaera ou semba, também chamado de


umbigada, um dos ritmos que deu origem ao samba brasileiro. Os bailes
frequentados pelas "turmas" eram chamados as boas " kizombadas" ou
"festas de quintal".

Kizomba
A kizomba é um dos ritmos que se espalhou por todo o continente,
chegando até ao Brasil, embora ela tenha surgido na Angola. A kizomba é
um ritmo adaptado dos antigos merengues angolanos como a semba, a
maringa e o caduque. “Kizomba” significa “festa”, e sua origem é
proveniente das farras ou bailes, que aconteciam na Angola durante as
décadas de 50 e 70. Uma das grandes influências do quizomba no Brasil é
o zouk. Como os passos são muito semelhantes, às vezes os ritmos se
confundem.

Schikatt
Essa dança tem um ritmo semelhante a dança flamenca, porém é de origem
marroquina. Dessa forma, as influências árabes e orientais são
demonstradas nas performances dos bailarinos. As mulheres utilizam véus
coloridos que se encaixam aos movimentos do corpo. Além disso, as
bailarinas usam acessórios elegantes e joias exuberantes. Os espectadores
assistem aos espetáculos ao som dos instrumentos de percussão.

Rebita
Entre as danças africanas, a rebita é um estilo de dança para dançar
acompanhado. Os passos executados pelos bailarinos são leves e generosos,
valorizando cada rotação do corpo. Além disso, os passos demarcam o
passo da massemba e são coordenados pelo chefe de roda.

Kuduro
O kuduro conquistou o gosto popular devido as suas letras carregadas de
humor e simplicidade. Embora seja conhecido como um gênero musical, o
kuduro nasceu no final da década de 80, em Angola, como uma
dança. Depois de alguns anos, a dança se modernizou e aderiu uma nova
roupagem, o que contribuiu significativamente para que ele conquistasse o
mundo.

Kazukuta
Entre os estilos de danças africanas, a kazukuta é uma dança que abrange
diferentes passos, pois ela mistura o lento sapateado do bailarino, que hora
se forma no calcanhar e outrora na ponta dos pés, com o apoio de
bengalas. Os bailarinos usam calças listradas e casacas ornamentadas,
representando alguns postos do exército. Outros preferem cobrir o rosto
com uma máscara, fazendo referência aos animais. Os batucadores usam
instrumentos como latas, dikanzas, garrafas, arcos de barril e, para algumas
variações rítmicas, a corneta de latão e caixa corneta.

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