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Jacinto Justino Mahumane

Luisa Fernando Pacule

Sara da Glória Mindú

Características dos Países Desenvolvidos

Licenciatura em Ensino de Geografia

Universidade Save

Massinga

2021
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Jacinto Justino Mahumane

Luisa Fernando Pacule

Sara da Glória Mindú

Características dos Países Desenvolvidos

Trabalho de Pesquisa da cadeira de Geografia


Regional II a ser Apresentado no Departamento de
Ciências da Terra e Recursos Naturais para efeito
de Avaliação.
Docente: MCs. Nogar Boca

Universidade Save

Massinga

2021
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Índice
1.Introdução.........................................................................................................................4

1.1. Objectivos.....................................................................................................................4

1.1.1. Objectivo Geral.........................................................................................................4

1.1.2. Objectivos Específicos..............................................................................................4

1.2. Metodologia..................................................................................................................4

CAPITULO II: Referencial Teórico....................................................................................5

2. Países Desenvolvidos......................................................................................................5

2.1.Regionalização Geoeconómica.....................................................................................6

2.1.1.A Regionalizaçåo do mundo em Paises desenvolvidos (industrializados) e..............6

2.1.2.A Regionalização do mundo em três regiões: Primeiro, Segundo e Terceiro............8

2.1.3.A Regionalização do mundo em duas regiões: Países do Norte (desenvolvidos) e. 11

2.2.Características dos países desenvolvidos....................................................................14

CAPITULO III:.................................................................................................................16

3.Conclusão.......................................................................................................................16

4.Referências Bibliográficas.............................................................................................17
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1.Introdução
Este trabalho sob o tema Características dos Países Desenvolvidos vem a tratar deste tema
sob o ponto de vista principalmente Geopolítico, isto é, na compreensão das relações
recíprocas (ou não) entre o poder político nacional e o espaço geográfico da Nação e por
vezes também sob o ponto de vista da Geografia Política tendo em conta que por vezes
fundamenta a cerca do tema tendo em conta o planeta como habitat das comunidades
humanas em geral. Os termos desenvolvimento e subdesenvolvimento quando referentes a
questões político-económicas e sociais dos países do planeta remontam oficialmente a um
período em causa respectivamente a Guerra Fria, isto porque até mesmo dentro do mesmo
período alterou-se a regionalização para países do primeiro, segundo e terceiro mundos que
posteriormente com a queda do murro de Berlim, fenómeno que marcou o fim da Guerra
Fria, convencionou regionalizar os países de acordo com o seu nível de desenvolvimento de
países do Norte e países do sul.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Compreender as principais características dos países desenvolvidos.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Explicar o contexto de enquadramento das características dos países desenvolvidos;
 Descrever as características dos países desenvolvidos de acordo com a Regionalização;
 Diferenciar os fenómenos referentes a cada regionalização e característica.

1.2. Metodologia
Para a produção deste trabalho foi usado o método de Revisão Bibliográfica usando obras
já produzidas por outros autores, artigos, revistas, relatórios de entre outros documentos
encontrados na web. Para a produção deste trabalho em particular foram contempladas duas
etapas, nomeadamente: Revisão bibliográfica e compilação do texto.

CAPITULO II: Referencial Teórico


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2. Países Desenvolvidos
Países subdesenvolvidos são os que apresentam baixos indicadores socioeconómicos. Essas
nações apresentam PIB reduzido e baixa renda per capita. Os indicadores sociais de saúde,
educação e nutrição são baixos, o que indica diversos problemas sociais, como fome,
miséria e desemprego. Apresentam baixa industrialização e economia dependente dos
países desenvolvidos. São considerados vulneráveis economicamente e apresentam
expressivos sectores agrícolas e de serviços. As taxas de mortalidade infantil, mortalidade e
natalidade são altas, indicando problemas sociais ligados, principalmente, à saúde, como
má nutrição e falta de acesso a medicamentos. Exemplos de países em desenvolvimento
segundo a ONU: Serra Leoa, Níger, Haiti, Afeganistão.

Países em desenvolvimento aqueles cuja qualidade de vida da sociedade varia entre média e
elevada e cujo setor industrial, por ser recente, encontra-se em desenvolvimento. São,
geralmente, menos industrializados que os países desenvolvidos e mais industrializados que
os países subdesenvolvidos. A economia desses países apresenta dependência das grandes
potências, e a distribuição de renda é ainda heterogênea; Exemplos de países em
desenvolvimento segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI): Brasil, Argentina,
Colômbia.

Países desenvolvidos são nações com elevado desenvolvimento económico e social. Essa
classificação utiliza critérios como grau de riqueza, nível de industrialização e
desenvolvimento, Produto Interno Bruto (PIB), renda per capita e Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). O desenvolvimento económico é também um critério
preponderante de classificação.

São usados como sinónimos de países desenvolvidos termos como países industrializados e
países de primeiro mundo. Entre esses países, podemos destacar: Noruega, Suíça, Suécia,
Austrália, Japão e Estados Unidos. (Mundo Educacão)

Para poder indicar as características dos Países desenvolvidos é necessário referir que tais
características estão inseridas numa fase inicial em um contexto emergente do pós-guerra,
isto é, após a Segunda Guerra Mundial, tendo que o decorrer de tal período, em parte é tido
como Guerra Fria pois envolvia as principais potências tidas como desenvolvidas em
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relação as demais. Contudo é necessário saber de tais factos tendo com base a
Regionalização Geoeconómica, o que é debatido já seguir.

2.1.Regionalização Geoeconómica
A regionalização com base nos sistemas políticos e económicos apresenta-se na forma de
compartimentação do mundo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos e suas diversas
classificações e oposição de blocos sociopolíticos (capitalismo e socialismo, por exemplo).
É importante referir que frente à actual e dinâmica geoeconómica mundial tais formas
tradicionais de regionalização perdem espaço pois a escolha de critérios de regionalização
representa uma vantagem para os estudos geográficos na medida em que favorece uma
melhor análise das informações e das diferenças existentes no espaço global, evitando
aboradgens e conclusões generalizadas (Silva, 2011).

Para discutir a regionalização económica mundial é preciso revisitar alguns acontecimentos


histórico-geográficos e encontrar as origens das diversas formas de agrupamento dos
países, segundo a lógica dos sistemas e padrões económicos, com concentração maior no
século passado, pois nele o mundo passou a experimentar um intenso dinamismo nunca
antes registrado na história das sociedades. Transformações políticas e económicas
marcaram todo o século XX e ajudaram a compor o actual cenário socioeconómico mundial
(Idem).

É nesse momento que surgem diversas teorias para explicar as diferenças regionais e a
dinâmica da sociedade a partir da realidade económica. Algumas delas ganharam destaques
e se tornaram importantes para o entendimento do regionalismo económico mundial (Idem).

2.1.1.A Regionalizaçåo do mundo em Paises desenvolvidos (industrializados) e


subdesenvolvidos (produtos primários).

Foi a partir de 1949 que as ideias de desenvolvimento e subdesenvolvimento ganharam


visibilidade. Neste periodo, o continente europeu precisava ser reconstruído.
Concomitantemente, os Estados Unidos eram o único país cujo sistema económico-
financeiro estava fortalecido, o que tornou essa nação uma potência mundial em franca
expansão (Silva, 2011).
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Segundo Esteva (2000), esse contexto serviu de cenário para que Harry S. Truman a 20 de
Janeiro de 1949, em seu discurso de posse como presidente estadunidense, utilizasse o
termo “desenvolvimento” para denominar seu projecto de politica externa que objectivava
alcançar a hegemonia mundial. Portanto, comparou a então realidade socioeconomica
norte-americana com a situação vivida pelos demais paises, determinando que os paises do
globo que não estivessem no patamar económico americano seriam considerados
subdesenvolvidos e, portanto, se almejassem o desenvolvimento deveriam seguir o modelo
estadunidense, tido como ideal.

A consolidadção da visão dualista entre desenvolvimento/subdesenvolvimento é esclarecida


por Versiani:

Com efeito, a economia do sudesenvolvimento nasce na decada de 40, sob o impulso tanto
da nova importância nas regiões perifericas no quadro geopolitico do pos-guerra
(dissolução dos imperios coloniais, formação dos dois grandes blocos liderados pelas
superpotências) quanto da crescente tomada de consciência naquelas regiões, da natureza
dos problemas de suas economias. Se quisermos falar de uma marco inicial, no contexto
anglo-saxônico, podemos tomar o artigo de Rosenstein-Rodan (1943) sobre a
industrialização e crescimento equilibrado. Simbolicamente, nele esta presente um dos
grandes paises do centro: a preocupação com o desenho de uma politica que promovesse o
desenvolvimento de areas pobres, em especial aquelas de interesse estrategico-no caso, os
paises balcânicos e os do leste europeu. Na America Latina, o marco correspondente sera
certamente o artigo de Prebisch (1949), que deu tom para o que viria a ser a vasta e
influente produção da Ecola da CEPAL nos anos subsequentes. (1986, p. 263)

Esta regionalização surge nos finais da década de 40. Com o final da Segunda Guerra
Mundial os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
acirraram a disputa pela hegemonia no Globo. Deram início, assim, à Guerra Fria, um dos
períodos mais tensos da história, que se estendeu do imediato pós-guerra até o final da
década de 1980. No entanto, considera-se que a Guerra Fria teve início mesmo em 1947
pois nesse ano, os Estados Unidos da América lançaram as bases da Doutrina Truman
(impedir o expansionismo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, fazendo alianças
com outros países para isolá-lo) e do Plano Marshall (ajuda económica para acelerar a
recuperação dos países da Europa ocidental respectivamente Reino Unido, França, Itália,
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Alemanha, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo, Suiça, Áustria, Dinamarca, Noruega,


Grécia, Suécia, Portugal, Turquia, Irlanda e Islândia além do Japão por meio do Plano
Colombo). (Escola E. E. F. M)
O mundo da Guerra Fria foi marcado pela bipolarização de poder entre os Estados Unidos
da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que buscavam ampliar suas
respectivas zonas de influência. Como bem definiu o cientista político francês Raymond
Aron: “Guerra Fria, paz impossível, guerra improvável”. A paz era impossível porque as
superpotências apresentavam, sob vários aspectos, um antagonismo insuperável e um
conflito de interesses. No entanto, a guerra era improvável pois um enfrentamento directo
entre as superpotências poderia significar o fim de todos sem contar que ambos
apresentavam um vasto arsenal de armas nucleares. (Idem)
A Guerra Fria foi uma fase de disputas indirectas pelo controle hegemónico do planeta,
com os norte-americanos estruturados no sistema socioeconômico capitalista, e os
soviéticos, no socialista. Vale lembrar que Os meios de comunicação de massa veiculavam
mensagens de bipolarização por meio de propagandas e produtos culturais, como a figura
do herói Capitão América. (Idem)
Durante este período as grandes potências mundiais procuram desenvolver suas armas e o
militarismo aumenta, demonstrando o poder político, econômico e militar. Esse fenômeno é
conhecido como corrida armamentista. (Idem)

A seguir será abordada uma nova forma de regionalizar num contexto Geoeconómico
abrangido de forma mais detalhada, os pontos chaves referentes aos Países Desenvolvidos.

2.1.2.A Regionalização do mundo em três regiões: Primeiro, Segundo e Terceiro


Mundos

A regionalização do mundo em três regiões também decorre durante a Guerra Fria. Esta
regionalização é estabelecida segundo a área de influência socioeconomica das duas
superpotências (Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas) (Silva, 2011).

Desse modo, tem-se a classificação dos paises em três mundos. O Primeiro Mundo,
Composto dos paises centrais, e o Segundo, englobando os paises de economia socialista.
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Já o Terceiro Mundo era formado pelos paises capitalistas sudesenvolvidos, situados


principalmente nos continentes africano, asiatico e latino-americano (Idem).

Para melhor perceber a origem desse grupo de paises é necessário compreender o contexto
histórico–social em que surgiu a expressão Terceiro Mundo. De acordo com Sene e
Moreira:

O termo Terceiro Mundo surgiu em um artigo publicado pelo demografo francês Alfred
Sauvy, em 1952. Sauvy fez um paralelo entre os paises subdesenvolvidos da actualidade, e
o Terceiro Estado, durante a Revolução Francesa. Concluiu o artigo, intitulado “Três
Mundos, um planeta”, com a seguinte frase: “Pois em enfim esse Terceiro Mundo,
ignorado, explorado, desprezado, tal como o Terceiro Estado, tambem quer ser alguma
coisa”. Parafraseou a afirmação do Abade Sieyês (politico frances simpatizante do
movimento revolucionario) em 1789 ao referir-se aos deputados eleitos pela burguesia e
pelos camponeses que tiveram um papel fundamental nos primeiros tempos da Revolução
Francesa. Chamou-os de Terceiro Estado, em contraposição a nobreza (Primeiro Estado) e
ao clero (Segundo Estado). (2002, p. 47)

Um dos acontecimentos marcantes deste período é a corrida espacial uma disputa entre os
Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas pelo
domínio da tecnologia para a exploração do espaço. Ser o primeiro país na conquista
espacial era visto como um símbolo de poder económico e ideológico, além de um eventual
factor de segurança. (Escola E. E. F. M)
Um dos acontecimentos importantes na época, consequência do desenvolvimento
tecnológico, foi a Conquista da Lua pelos Estados Unidos em 1961.

Até a década de 1960, a Alemanha Oriental atravessou períodos de crise económica.


Muitos berlinenses deixaram o sector oriental em busca de melhores oportunidades no
sector ocidental. Para acabar com esse êxodo de trabalhadores e reafirmar sua soberania, as
autoridades orientais construíram o Muro de Berlim. Na noite de 13 de agosto de 1961, a
parte ocidental de Berlim foi isolada: arame farpado e soldados armados impediam a
passagem. A partir de então, foi erguido um muro de concreto de 159 quilômetros de
extensão dividindo a cidade. (Idem)
Na Segunda metade da década de 1980, o líder soviético Mikhail Gorbatchev iniciou um
amplo processo de libertação da economia e da política na URSS. Essas mudanças foram
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marcadas pela glasnost (abertura ou transparência política) e pela perestroika (processo de


reestruturação económica do país). (Idem)
Essas reformas repercutiram em todos os países socialistas da Europa, com a ascensão de
movimentos democráticos e a queda dos regimes de partido único. (Idem)
O fim da Guerra Fria é caracterizado, para alguns estudiosos, pela queda do Muro de
Berlim, em 1989, e sua unificação. (Idem)
Em 1991, a própria URSS deixou de existir e em seu lugar, surgiram quinze países
independentes formando a CEI (Comunidade de Estados Independentes). (Idem)
A Rússia, a mais importante das antigas repúblicas soviéticas, continua sendo uma potência
militar, pois mantém o controlo sobre as armas nucleares da extinta União Soviética, mas
certamente já perdeu a condição de superpotência. (Idem)
No plano militar, os EUA continuam sendo uma potência planetária. Porém, no plano
económico, o país encontrou rivais no Japão e na Alemanha, exatamente os dois grandes
derrotados na Segunda Guerra Mundial. A bipolaridade é coisa do passado e agora
configura-se com três polos de forças, os EUA, o Japão e a China e a União Europeia
(Silva, 2011).

Com o fim da guerra Fria, o conflito Leste-Oeste e a bipolarização do mundo deixaram de


existir. Consequentemente, a regionalização económica em Primeiro, Segundo e Terceiro
mundos perdeu o sentido. Entretanto, segundo Sene e Moreira (2002), com o processo de
globalização, a expressão “Terceiro Mundo” passou a ser utilizada pejorativamente como
“subdesenvolvimento”. O termo “Primeiro Mundo”, por sua vez, passou a identificar os
paises considerados “desenvolvidos”.
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Fig.1: Mundo Bipolar de 1945 até ao final da década de 1980


Fonte: (Escola E. E. F. M.)
No actual contexto geoeconomico mundial, essa regionalização perdeu sentido. Surgem,
nos anos 1990, novas formas de agrupar os paises; dessa vez, entram em cena a oposição
Norte (desenvolvido) e Sul (subdesenvolvido) e regionalização a partir dos múltiplos pólos
de poder geoeconomicos centrados nos Estados Unidos, União Europeia e Japão e suas
áreas de influência global (Idem).

2.1.3.A Regionalização do mundo em duas regiões: Países do Norte (desenvolvidos) e


do Sul (subdesenvolvidos)

Com o final da Guerra Fria e a consequente queda do Muro de Berlim em 1989 temos a
Nova Ordem Mundial e nessa nova ordem o mundo passa a ser multipolarizado, indicando
vários pólos de concentração de poder político e económico.
A partir da década de 1980 (e até atualmente), com a queda do regime socialista da União
Soviética, a maioria dos países adoptam o sistema capitalista e o capitalismo se torna o
sistema político dominante. Ele é caracterizado pelo neoliberalismo econômico. Os Estados
Unidos (EUA) passam a ser a referência em economia e política mundial.
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O mundo não é mais bipolarizado, mas multipolarizado, ou seja, há diferentes centros de


poder baseados em poder económico e outras esferas de influência. Além disso, a
globalização é uma importante característica. (Sene e Moreira, 2002)
A primeira expressão que pode ser designada para definir a Nova Ordem Mundial é a
unipolaridade, uma vez que, sob o ponto de vista militar, os EUA se tornaram soberanos
diante da impossibilidade de qualquer outro país rivalizar com os norte-americanos nesse
quesito.
A segunda expressão utilizada é a multipolaridade, pois, após o término da Guerra Fria, o
poderio militar não era mais o critério principal a ser estabelecido para determinar a
potencialidade global de um Estado Nacional, mas sim o poderio econômico. Nesse plano,
novas frentes emergiram para rivalizar com os EUA, a saber: o Japão e a União Europeia,
em um primeiro momento, e a China em um segundo momento, sobretudo a partir do final
da década de 2000.
Por fim, temos uma terceira proposta, mais consensual: a unimultipolaridade. Tal expressão
é utilizada para designar o duplo caráter da ordem de poder global: “uni” para designar a
supremacia militar e política dos EUA e “multi” para designar os múltiplos centros de
poder econômico.
A inserção desigual dos países na economia global pode ser exemplificada pela DIT
(Divisão Internacional do Trabalho). A partir dessa expressão designam-se os processos de
produção mundial de mercadorias, classificando os países em relação ao seu desempenho
comercial e ao que produzem. Países ricos produzem tecnologias avançadas, voltadas para
a área aeroespacial e de projetos aeroespaciais e para a área de informática. Países em
desenvolvimento têm suas economias baseadas na indústria, porém têm grande parcela de
seus ganhos oriundos da agricultura e da extração minerais, assim como fábricas com
tecnologias menos avançadas em relação aos países ricos. Já os países pobres permanecem
como fornecedores de produtos primários, tais como produtos agrícolas, de origem animal e
mineral, e com pouca ou nenhuma industrialização. Essa Divisão Internacional do Trabalho
tende a ampliar as diferenças ao extrair matérias-primas baratas de países pobres e vender-
lhes tecnologia. (Escola E. E. F. M.)
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Fig.1: Mapa com a divisão norte-sul e a área de influência dos principais centros de poder.
Fonte: (Escola E. E. F. M.)

É possível perceber, no mapa acima, que a divisão entre norte e sul não corresponde à
divisão estabelecida usualmente pela Linha do Equador, uma vez que os critérios utilizados
para essa divisão são económicos, e não cartográficos. Percebe-se que alguns países do
hemisfério norte (como os Estados do Oriente Médio, a Índia, o México e a China)
encontram-se nos países do Sul, enquanto os países do hemisfério sul (como Austrália e
Nova Zelândia), por se tratarem de economias mais desenvolvidas, encontram-se nos países
do Norte.
No mapa acima também podemos visualizar as áreas de influência política dos principais
actores económicos mundiais. Vale lembrar, porém, que a área de influência dos EUA pode
se estender para além da divisão estabelecida, uma vez que sua política externa, muitas
vezes, atua nas mais diversas áreas do mundo, com destaque para algumas regiões do
Oriente Médio. (Escola E. E. F. M.)
A adopção das denominações paises do Norte e paises do Sul resolve, em parte, o problema
da noção de superioridade e subserviência que as expressões paises ricos ou pobres,
desenvolvidos ou subdesenvolvidos, centro ou perifeiria ou ainda Primeiro, Segundo e
Terceiro mundo comportam em si (Silva, 2011).

Porém, apesar da recente nomenclatura ainda hoje somos surpreendidos com o uso dessas
expressões pela midia, pelas pessoas, pelos livros e nós mesmos. E isso nos leva a um outro
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entendimento; seja qual for a denominação que se dê as regionalizações por critérios


geoeconomicos, elas estarão sempre expressando uma ideologia, um viés político, e mudam
sempre de acordo com os interesses da sociedade e, em especial, dos que comandam o
espaço económico mundial. Não importa qual denominação seja utilizada, as diferenças
regionais permanecem mesmo diante de um mundo em constante transformação (Idem).

Existem países subdesenvolvidos que são fortemente industrializados como é o caso do


Brasil, México, Argentina, Dragões Asiáticos, África do Sul, Nigéria, China, de entre
outros. A industrialização existente nesses países na verdade é sustentada por países
desenvolvidos, que os utilizam para expandir seus parques industriais e garantir lucros
vultosos (Idem).

2.2.Características dos países desenvolvidos


Os países desenvolvidos são classificados de acordo com sua economia e com a qualidade
de vida da sua população.

Em relação à economia, os países desenvolvidos apresentam um grau de industrialização


bastante elevado, com predomínio dos sectores industriais terciário (actividades do
comércio) e quarternário (serviços baseados no conhecimento e compartilhamento de
informação).

Um factor relevante em relação ao desenvolvimento económico é o Produto Interno Bruto


(PIB), que representa o valor monetário de bens e serviços produzidos por um país em um
ano, sendo um dos principais indicadores do potencial económico de uma nação. A renda
per capita, que representa a média salarial por pessoa, também é considerada na
classificação de desenvolvimento de uma nação. Nos países desenvolvidos, o PIB e a renda
per capita são altos, e a distribuição de renda é geralmente homogénea.

Exemplos de países desenvolvidos segundo o PIB que é um critério económico, são:


Estados Unidos: PIB – 19,39 trilhões USD; Japão: PIB – 4,872 trilhões USD; Canadá: PIB
– 1,653 trilhões USD; Austrália: PIB – 1,323 trilhões USD.

Criado na década de 1990 pela Organização das Nações Unidas, o Índice de


Desenvolvimento Humano (IDH) é o principal indicador da qualidade de vida da população
de um determinado local. Este indicador analisa o desenvolvimento social dos países com
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base em quesitos como educação, saúde e renda. É uma referência numérica que varia de 0
a 1: quanto mais próximo de 1, melhores são as condições de vida no país. Os países
desenvolvidos apresentam elevado IDH, portanto, apresentam boa qualidade de vida,
elevada renda e grau de educação. As taxas de mortalidade e de natalidade nesses países
são baixas se comparadas às de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

Os critérios utilizados para se calcular a média do IDH são:

 Nível de escolaridade: fornecido por meio da média de anos de estudo da população


adulta e do número esperado de anos de estudos.
 Renda: Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, baseada na paridade de poder de
compra dos habitantes.
 Nível de saúde: obtida através da expectativa de vida da população.

Conforme dados divulgados em 2010 pela ONU, 42 das 169 nações pesquisadas possuem
médias elevadíssimas sendo que a maioria está localizada no continente europeu; a África,
por sua vez, não possui nenhum país nesta lista; são exemplos de alguns países: 1° Noruega
- 0,938 (Europa); 2° Austrália - 0,937 (Oceânia); 3° Nova Zelândia - 0,907 (Oceânia); 4°
Estados Unidos - 0,902 (América do Norte); 5° Irlanda - 0,895 (Europa); 6° Liechtenstein -
0,891 (Europa); 7° Holanda (Países Baixos) - 0,890 (Europa); 8° Canadá - 0,888 (América
do Norte); 9° Suécia - 0,885 (Europa); 10 Alemanha - 0,885 (Europa); 11° Japão - 0,884
(Ásia); 12° Coreia do Sul - 0,877 (Ásia); 13° Suíça - 0,874 (Europa); 14° França - 0,872
Europa; 15° Israel - 0,872 Oriente Médio. (Mundo Educacão)
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CAPITULO III:
3.Conclusão
Ao abordar o assunto referente aos países desenvolvidos actualmente, o primeiro aspecto
que vem em mente são as grandes cidades, cheias de arranha-céus e muito bem equipados
industrialmente, porém, falar de desenvolvimento envolve falar de resultados positivos e
em progressão. Como foi possível notar no trabalho o início desta classificação separando
países desenvolvidos dos pouco desenvolvidos, tida no decorrer da guerra fria, os principais
indicadores deste desenvolvimento eram de base política, económica e militar onde uma
das principais características deste período é a bipolaridade, isto é, quanto os EUA assim
como as URSS tinham um poder político, económico, militar que os deixava no topo destas
classificações embora defendessem ideologias diferentes, respectivamente o capitalismo e o
socialismo. Com a queda do murro de Berlim, dando fim a bipolaridade e emergindo a
multipolaridade em detrimento do socialismo, há necessidade de reclassificação dos países
com base no seu nível de desenvolvimento, regionalização Norte & Sul, desta vez entram
também em destaque indicadores socias para a classificação destes países como
desenvolvidos onde o Comitê da ONU sugeriu o seguinte catálogo internacional dos
componentes dos níveis de vida: saúde, inclusive condições demográficas; alimento e
nutrição; educação; condições de trabalho; emprego; consumo e poupança; transporte;
habitação, inclusive instalações. Em suma, para além das ideologias (capitalista ou
socialista) do poder bélico (armas nucleares) dos indicadores económicos (exemplo do PIB,
Renda per capita) já usados frequentemente os indicadores sociais são também,
actualmente, um factor importante para determinar se um país é do norte ou do Sul.
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4.Referências Bibliográficas
Escola E. E. F. M. Geografia 3º Ano_ www.tiberiogeo.com.br
Esteva, Gustavo. Desenvolvimento. In: SACHS, Wolfang. Dicionário do
desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

Mundo Educacão. Países Desenvolvidos: características, exemplos, dados_


https://mundoeducacao.uol.com.br/amp/geografia/países-desenvolvidos.htm

Sene, Eustáquio de; Moreira, J. C. (2002). Espaço Geográfico Mundial e Globalização.


São Paulo Brasil. p. 47.

Silva, M. N. (2011). Geografia Regional do Módulo 1. EDUFRN Editora. Rio Grande do


Norte, Brasil.
Versiani, F. R. (1986). A Teoria Geral e a economia do Desenvolvimento. Rio de Janeiro,
Brasil. p. 263.

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