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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

VICISSITUDE DAS SITUAÇÕES JURÍDICAS

O trabalho é de Teoria Geral do Direito


Civil II, de carácter avaliativo a ser
entregue ao docente da cadeira de Teoria
Geral do Direito Civil II – 2o Ano

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 2° GRUPO

CADEIRA: TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL II

Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

VICISSITUDE DAS SITUAÇÕES JURÍDICAS

Discentes:

Acaina Aizeque

Eliseu Armando Botão

Madalena da Piedade

Michaela Agostinho

Docente:

MS’c. Pedro Novela

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – 2° SEMESTRE – LABORAL – 2° GRUPO

CADEIRA: TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL II

Chimoio, 2023
Índice Pág.

Capítulo I. Introdução................................................................................................................4

1. Objectivos.......................................................................................................................6

1.1. Objectivo Geral........................................................................................................6

1.2. Objectivos Específicos.............................................................................................6

2. Metodologia....................................................................................................................7

Capítulo II. Contextualização Teórica.......................................................................................8

2. Vicissitude das Situações Jurídicas.................................................................................8

2.1. Generalidade............................................................................................................8

2.1.1. Modalidades das vicissitudes...........................................................................8

2.2. Evolução Objectiva..................................................................................................9

2.2.1. Constituição......................................................................................................9

2.2.2. Modificação....................................................................................................10

2.2.2.1. Modificação Subjectiva..............................................................................10

2.2.2.2. Modificação Objectiva................................................................................10

2.2.2.3. Extinção......................................................................................................11

2.3. Evolução Subjectiva..............................................................................................12

2.3.1. Aquisição: Noção e Modalidades...................................................................12

2.3.1.1. Aquisição Originária...................................................................................12

2.3.1.2. Aquisição Derivada.....................................................................................12

2.3.1.2.1. Modalidades de aquisição derivada......................................................13


2.3.2. Perda e liberação.............................................................................................13

2.4. Relações entre a evolução objectiva e a evolução subjectiva: noção de transmissão


14

Conclusão.................................................................................................................................17

Refeência bibliográfica............................................................................................................18
Capítulo I. Introdução

O presente trabalho irá cingir-se na análise Vicissitude das Situações Jurídicas, desta
feita, atentar-se-á para os pontos essências, onde se tratará o tema na sua generalidade
expondo assim as modalidades concernentes ao tema em causa.

É importante compreender que as Situações Jurídicas são realidades bem dinâmicas


desde cedo, no sentido de implicarem comportamentos humanos dirigidos ao seu exercício ou
cumprimento, sendo assim, o conjunto de fenómenos que podem ocorrer na vida e no decurso
das situações jurídicas é correntemente designado por vicissitudes.

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1. Objectivos
1.1. Objectivo Geral
 Analisar a Vicissitude das Situações Jurídicas no âmbito civil.

1.2. Objectivos Específicos


 Destacar as modalidades das vicissitudes;
 Explicar a evolução subjectiva e objectiva;
 Descrever a relação entre a evolução objectiva e subjectiva.

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2. Metodologia

Na elaboração deste trabalho foi usado o método de procedimentos bibliográficos.


Quanto a técnica foi usada a documentação indireta que é constituída pelas técnicas
documental e bibliográfica:

 Técnica Documental: aquisição de conhecimentos a partir do emprego de


informações retiradas de material sem tratamento analítico;
 Técnica Bibliográfica: com recurso a fontes bibliográficas (material já publicado e
com direitos autorais).

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Capítulo II. Contextualização Teórica

2. Vicissitude das Situações Jurídicas


2.1. Generalidade
2.1.1. Modalidades das vicissitudes

I. As situações jurídicas, em geral, são realidades dinâmicas, desde logo, no sentido de


implicarem comportamentos humanos dirigidos ao seu exercício ou cumprimento; mas são-
no também no sentido de poderem evoluir, sofrendo mudanças, durante o período da sua
existência no mundo do Direito. O conjunto de fenómenos que podem ocorrer na vida das
situações jurídicas é correntemente designado por vicissitudes1.

Nas suas linhas fundamentais, as vicissitudes das situações jurídicas activas e passivas
são homólogas, pelo que podem ser estudadas conjuntamente. Contudo, para mais facilidade
da sua exposição, convém centrar a atenção no direito subjectivo, fazendo a partir dos
fenómenos a ele relativos a anotação das particularidades próprias das vinculações.

II. Os fenómenos relativos às vicissitudes das situações jurídicas ganham em ser


considerados de dois pontos de vista.

Assim, se se tomar o direito em si mesmo e se determinar a sua evolução na vida


jurídica, nesse plano objectivo, cumpre distinguir três vicissitudes: a sua constituição,
modificação e extinção. A este respeito se fala em evolução objectiva do direito2.

Podem, contudo, as vicissitudes do direito ser consideradas numa perspectiva


subjectiva, em função da pessoa do seu titular. As vicissitudes do direito são então vistas
segundo as diversas posições por ele assumidas na esfera jurídica do seu titular. Neste
enquadramento, cabe distinguir entre a aquisição, a modificação e a perda do direito,
identificadas como a sua evolução subjectiva.

2.2. Evolução Objectiva

1
Sobre esta matéria, vd. Manuel de Andrade, Teoria Geral, vol. II, págs. 14 a 23; Castro Mendes, Teoria
Geral, vol. I, págs. 337 e segs.; C. Mota Pinto, Teoria Geral, pág. 359;
2
Oliveira Ascensão refere a possibilidade de autonomizar outras modalidades de vicissitudes: a
publicidade, a violação e a defesa, cujo tratamento faz no campo dos Direitos Reais (Teoria Geral,
vol. III, pág. 141).

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2.2.1. Constituição

I. A constituição de uma situação jurídica define-se como o seu nascimento para a ordem
jurídica, por efeito da verificação de certo facto, dito constitutivo, como seja, um contrato de
compra e venda quanto ao direito ao preço. Isto significa, correspondentemente, ser a
constituição deste direito efeito de tal contrato.

II. O modo como as situações jurídicas surgem na vida do Direito pode revestir várias
modalidades, relevantes para o seu regime jurídico.

Assim, em certos casos, a constituição do direito é efeito imediato de um facto jurídico


de estrutura simples, como é o caso do direito de crédito ao preço, na compra e venda. Pode,
contudo, a constituição do direito só se verificar após o preenchimento de vários momentos
ou fases integradores de um facto jurídico complexo. Será o caso do direito de suceder, que
se constitui quando se mostram preenchidas certas fases de um processo, dito fenómeno
sucessório. Já antes ficou assinalada uma importante consequência destas diversas
modalidades de constituição dos direitos, ao caracterizar a figura da expectativa jurídica.

Também não é indiferente ao regime do direito subjectivo a circunstância de a sua


constituição ser efeito imediato da lei ou depender da manifestação da vontade das pessoas.
Em qualquer dos casos, é certo, a constituição do direito pressupõe a verificação de um facto
jurídico; difere, porém, a natureza do facto constitutivo. Assim, voltando ao exemplo do
direito de suceder, ele pode constituir-se por simples efeito da morte de certa pessoa, como
ocorre na sucessão legal, ou ter por fonte uma manifestação de vontade do autor da sucessão
(verificada a sua morte), como é o caso da sucessão testamentária.

Atendendo ainda ao modo como se produz o efeito constitutivo dos factos jurídicos,
verifica-se que, independentemente da sua natureza, certos eventos jurídicos têm, por si só,
aptidão para desencadear a constituição do direito. Noutros, porém, esse resultado depende da
verificação de certa qualidade jurídica, que tem de estar presente na pessoa que vai ser titular
desse direito, ou de certa relação estabelecida entre ela e outra pessoa.

A primeira forma de constituição é a mais corrente; dela é exemplo o contrato de


compra e venda. A segunda ocorre, quanto ao primeiro dos aspectos referidos, na constituição
do direito legal de preferência, na compropriedade, pois ela não depende apenas da alienação
da quota de um dos comproprietários a terceiro (art. 1409.º, n.º 1, do C.Civ.), antes

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pressupõe, no seu titular, a qualidade de comproprietário; quanto ao segundo aspecto, pode
citar-se a constituição do direito de suceder, na sucessão legitimária, ou do direito a
alimentos, pois ambos dependem da existência de um vínculo familiar entre o herdeiro e o de
cuius, ou entre o alimentado e o alimentante.

2.2.2. Modificação

I. Com particular relevo, nestes casos, entre a constituição e a extinção, as situações


jurídicas não se mantêm necessariamente inalteradas; bem pelo contrário, entre os dois
momentos podem ocorrer, na sua vida, várias vicissitudes. Em geral, traduz-se esta realidade
dizendo que os direitos podem sofrer modificações.

A modificação das situações jurídicas reveste diversas modalidades, consoante o


elemento atingido: sujeito, conteúdo ou objecto. Como os dois segundos casos se podem
contrapor, em globo, ao primeiro, é corrente dizer-se que há modificações subjectivas e
objectivas.

2.2.2.1. Modificação Subjectiva

I. A modificação subjectiva pode respeitar à condição jurídica do sujeito do titular ou à


sua identidade e, neste segundo caso, ser substitutiva ou quantitativa.

Verifica-se uma modificação subjectiva quanto à condição jurídica do titular quando,


por exemplo, ele se torna incapaz. Na modificação subjectiva substitutiva, como a designação
sugere, o sujeito do direito é substituído por outro.

II. Na modificação subjectiva quantitativa é o número dos titulares do direito que se


altera, aumentando ou diminuindo. Ocorre isso quando a titularidade do direito passa de
singular a plural ou vice-versa.

2.2.2.2. Modificação Objectiva

I. A modalidade de modificação objectiva, como resulta do atrás exposto, podem referir-


se ao conteúdo e ao objecto.

II. A modificação objectiva quanto ao conteúdo acompanha a chamada aquisição


derivada constitutiva, como acontece na constituição, pelo proprietário de um prédio, de um
usufruto ou de uma servidão de passagem.

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III. As modificações objectivas quanto ao objecto resultam de alteração do bem que
constitui o objecto do direito. Como exemplo, podem citar-se, no direito de propriedade, a
destruição parcial da coisa, ou a acessão natural (art. 1325º do CC).

2.2.2.3. Extinção

I. No pólo oposto à constituição das situações jurídicas situa-se a sua extinção. Pode
definir-se extinção do direito como o seu desaparecimento da ordem jurídica.

À semelhança do que acontece com a constituição, também a extinção depende da


verificação de um facto jurídico, que agora se diz extintivo, como seja o cumprimento da
obrigação pelo devedor.

Valem para a extinção do direito, com as adaptações decorrentes da diferente natureza


dos fenómenos, a generalidade das notas expostas sobre a sua constituição.

II. De modo semelhante ao da constituição, não é de excluir a hipótese de a relevância


extintiva de certo facto estar dependente da verificação de determinada posição ou qualidade
jurídica do seu titular. Assim, se, em geral, a realização da prestação, mesmo quando feita por
terceiro, extingue o direito de crédito (art. 767.º, n.º 1, do CC), casos há em que esse efeito só
se verifica, quando a prestação seja feita pelo devedor (n.º 2 do mesmo preceito).

Outro aspecto relevante, a referir, prende-se com a possibilidade de a eficácia de um


facto normalmente apto a extinguir uma situação jurídica ser paralisada por virtude de certa
posição em que se encontra investido o titular do direito; é o caso da suspensão da prescrição
a favor de incapazes (art. 320.º do CC).

Em regra, o facto extintivo de uma situação jurídica principal determina a extinção dos
seus acessórios, como se pode ver do regime dos arts. 651.º e 730.º, ali. a), do CC,
respectivamente, para a fiança e a hipoteca, sendo este último regime aplicável aos
privilégios creditórios (art. 752.º do CC).

III. A extinção do direito pode revestir várias modalidades. A regra é, aqui, a de a extinção
da situação jurídica resultar imediatamente da verificação de um facto jurídico. O exemplo do
cumprimento é típico deste regime. Pode, todavia, a extinção depender do encadeamento de
vários factos, que em relação a este efeito se comportam como se fossem um facto jurídico
complexo. Como exemplo, veja-se o regime da realização da prestação a terceiro que, em

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geral, só extingue o direito de crédito quando esse facto se conjugue com outros, como seja a
ratificação do próprio credor [art. 770.º, ali. b), do CC]

2.3. Evolução Subjectiva


2.3.1. Aquisição: Noção e Modalidades

I. Esse fenómeno consiste na imputação da situação jurídica a uma certa pessoa. Dito de
outro modo, a aquisição consiste na entrada da situação jurídica na esfera de certa pessoa.

Nas vinculações, a figura jurídica correspondente é a adstrição.

II. A análise do fenómeno da aquisição permite apurar que ela se verifica em duas
circunstâncias fundamentalmente distintas, constituindo outras tantas modalidades:
originária e derivada.

2.3.1.1. Aquisição Originária

I. Em determinados casos, o momento da atribuição do direito a certa pessoa coincide com


o da sua constituição. Acontece assim quando esse direito nunca tenha pertencido a outrem,
pelo que é adquirido sem ligação a qualquer situação jurídica anterior.

Exemplo clássico desta modalidade é a aquisição do direito de propriedade por


ocupação de uma res nullius (arts. 1316.º e seguintes do CC).

2.3.1.2. Aquisição Derivada

I. A aquisição derivada pode consistir em o adquirente ver entrar na sua esfera jurídica
uma situação que retira a sua legitimidade de outra de que ele mesmo era titular e que se
extinguiu ou se modificou.

2.3.1.2.1. Modalidades de aquisição derivada

I. O primeiro elemento da noção de aquisição derivada – entrada na esfera de certa pessoa


de situação jurídica anteriormente atribuída a outra pessoa – identifica a sua mais
significativa e frequente modalidade: a aquisição derivada translativa.

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Como a própria designação sugere, a situação jurídica transita de uma esfera jurídica
para a outra, tal como existia na anterior. Constituem exemplos significativos desta
modalidade a cessão de créditos (arts. 577.º e seguintes do CC) e a aquisição da propriedade
de coisa ou da titularidade do direito de propriedade na compra e venda [ali. a) do art. 879.º
do CC].

II. A aquisição derivada assume uma modalidade diversa, quando do direito existente na
titularidade de certo indivíduo se destacam algumas faculdades com as quais se constitui um
novo direito, de imediato atribuído a outra pessoa. Fala-se aqui em aquisição derivada
constitutiva.

2.3.2. Perda e liberação

I. A vicissitude oposta à aquisição é, para os direitos, a perda e, para as vinculações, a


liberação. Alguns autores usam aqui outra terminologia, identificando como extinção
subjectiva a que aqui se designa por perda. Nesta terminologia à extinção subjectiva
contrapõe-se a extinção objectiva, que identifica a vicissitude designada extinção 3.

A perda do direito ou a liberação da vinculação consiste na cessação da sua


titularidade ou da sua adstrição em relação a certa pessoa. Por outras palavras, há perda do
direito ou liberação da vinculação quando estas situações jurídicas saem da esfera jurídica de
determinada pessoa.

II. Primeiramente, como antípoda da aquisição originária, situa-se a perda absoluta.


Ocorre esta vicissitude quando, ao deixar de estar na titularidade de certa pessoa, o direito
subjectivo desaparece da vida jurídica sem, portanto, ser atribuído a outrem.

Deste modo, à perda absoluta do direito corresponde a sua extinção. Assim, se certa
pessoa abandona uma coisa móvel, com intenção de se desfazer do seu direito de propriedade
sobre ela, há uma perda absoluta desse direito (art. 1318.º do CC).

III. Mas a perda do direito pode ser também relativa, ocorrendo esta quando o direito
deixa de estar na titularidade de uma pessoa, mas é adquirido por outra. Esta modalidade de
perda verifica-se no exemplo, já citado, da cessão do direito de crédito. Por efeito deste
negócio, o direito sai da esfera jurídica do credor originário, mas é adquirido por outrem. O

3
C. Mota Pinto, Teoria Geral, pág. 373.

13
direito perde-se para o cedente, mas não desaparece da vida jurídica; há, aqui, uma aquisição
derivada translativa por parte do cessionário.

2.4. Relações entre a evolução objectiva e a evolução subjectiva: noção de


transmissão

I. A análise, em separado, da evolução objectiva e subjectiva das situações jurídicas foi


imposta por razões de ordem sistemática e, em particular, didáctica, mas não pode levar a
esquecer as estreitas relações existentes entre esses dois aspectos das suas vicissitudes.

Para não perder de vista a realidade das coisas, importa verificar como os vários
momentos da evolução objectiva e subjectiva das situações jurídicas se relacionam.

Assim, se se considerar o primeiro de cada um desses momentos, à constituição do


direito corresponde, em geral, um fenómeno de aquisição, seja ela originária (caso mais
frequente), seja derivada constitutiva.

Por seu turno, e correspondentemente, a aquisição originária e a derivada constitutiva


sempre pressupõem a constituição do direito. Nas outras modalidades de aquisição ocorrem
casos de modificação. Na aquisição derivada translativa essa modificação é subjectiva e
substitutiva; na derivada modificativa pode haver modificação subjectiva quantitativa, que
não meramente substitutiva, ou objectiva, quer quanto ao objecto, quer quanto ao conteúdo,
quer a ambos.

Sobre a modificação do direito já se verificou não haver particularidades significativas


a assinalar, consoante se tome este momento da evolução na perspectiva objectiva ou na
subjectiva. Contudo, a modificação do direito relaciona-se ainda com as outras fases da sua
dinâmica, quer com a sua aquisição, como já referido, quer com a sua perda, como a seguir se
dirá.

Se se tomar o último momento da dinâmica dos direitos, à perda absoluta corresponde


a extinção. A perda relativa envolve uma modificação subjectiva substitutiva, quando se lhe
contrapõe uma aquisição derivada translativa. Se a aquisição é constitutiva, o direito não se
perde, mas fica limitado ou onerado.

No caso de aquisição derivada modificativa, o direito pode extinguir-se ou ocorrer


apenas uma modificação, sendo esta de tipo diverso do da subjectiva substitutiva.

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II. Pela sua importância vai ser dedicada um pouco mais de atenção às relações entre a
perda relativa e a aquisição derivada do direito. Ocorre aqui uma vicissitude das situações
jurídicas que se chama transmissão.

Se se analisar esta vicissitude por outro prisma, verifica-‘;se que ela corresponde ao
efeito conjunto de uma perda relativa e de uma aquisição derivada.

Na verdade, na transmissão o direito deixa de existir na esfera jurídica de certa pessoa, o


transmitente; quanto a esta verifica-se, pois, uma perda. Contudo, o direito subsiste na ordem
jurídica e vai ingressar noutra esfera jurídica: a perda é relativa. Correspondentemente,
aquele em cuja esfera jurídica o direito ingressa – o transmissário – recebe um direito antes
existente na titularidade de outrem: por isso, a sua aquisição é derivada.

Em sentido amplo, a transmissão comporta duas modalidades, consoante haja ou não


identidade do direito que transita do transmitente para o transmissário. No fundo, a questão
prende-se com a modalidade de aquisição do direito.

Mantendo-se o direito idêntico, há transmissão stricto sensu, representativa ou por


sucessão, e o direito não sofre outra modificação além da que respeita ao seu titular,
seguindo, na esfera jurídica do transmissário, o mesmo regime que tinha na do transmitente.
Como se compreende, existe então uma aquisição derivada translativa, pois só neste caso o
direito adquirido é o mesmo.

No segundo caso, o direito transmitido aparece na esfera jurídica do transmissário como


se fosse um direito novo. Por tal razão se denomina esta modalidade como transmissão
autónoma ou constitutiva. Aqui haverá, correntemente, uma aquisição derivada constitutiva,
ou, em certos casos, uma aquisição derivada modificativa.

III. No regime da transmissão interfere, todavia, ainda outro ponto, relacionado agora com o
objecto da transmissão.

Distingue-se, nessa base, entre transmissão singular (ou a título singular) e


transmissão universal (ou a título universal), consoante ela respeita só a algum ou alguns
direitos tomados isoladamente, ou se refere a um complexo de posições jurídicas4.

4
Cfr., sobre esta distinção, I. Galvão Telles, Direito das Sucessões, págs. 33 e segs

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Conclusão

Salientar que chegou-se ao auge do tema em análise, atingindo-se, desta forma, os objectivos
destacados.

Pela doutrina analisou-se e chegou-se a conclusão que as situações jurídicas, em geral, são
realidades dinâmicas, desde logo, no sentido de implicarem comportamentos humanos
dirigidos ao seu exercício ou cumprimento; mas são-no também no sentido de poderem
evoluir, sofrendo mudanças, durante o período da sua existência no mundo do Direito, sendo

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assim, o conjunto de fenómenos que podem ocorrer na vida das situações jurídicas é
correntemente designado por vicissitudes.

Os fenómenos relativos às vicissitudes das situações jurídicas ganham em ser considerados de


dois pontos de vista:

 Evolução objectiva – ela distingue-se em aquisição, a modificação e a perda do direito


e Subjectivo, que também se distingue pela sua constituição, modificação e extinção.

Refeência bibliográfica

FERNANDES, Luís Alberto Carvalho. Teoria geral do direito civil. – 5. ed. – Lisboa :
Universidade Católica Editora, 2010.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Código Civil. Actualizado pelo (Decreto-Lei n.º 47 344,


de 25 de Novembro de 1966, e Portaria n° 22 869, de 4 de Setembro de 1967).

WWW.STUDUCU.COM – visitado no dia 2 de Outubro pelas 16:26min.

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