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PROTEÇÃO DE CIRCUITOS ELÉTRICOS

Proteção contra sobrecorrentes


 É necessária a aplicação de dispositivos de proteção contra sobrecorrentes de
modo a evitar o aquecimento da isolação, das conexões e outras partes além dos
limites previstos por norma.
 Os dispositivos de proteção contra correntes de sobrecarga devem ser localizados
onde haja uma redução da capacidade de condução de corrente, tais como: troca
de seção, alteração na maneira de instalar, alteração na quantidade de cabos, etc.
 Os dispositivos de proteção contra correntes de sobrecarga em circuitos de motor
devem ter características compatíveis com a corrente de partida, tempo de rotor
bloqueado e tempo de aceleração.

Proteção contra correntes de curto-circuito


 Os dispositivos de proteção devem ter sua capacidade de interrupção igual ou
superior ao valor da corrente de curto-circuito presumida no ponto de sua
instalação.
 A energia que os dispositivos de proteção contra curto-circuitos devem deixar
passar não deve ser superior à energia máxima suportada pelos dispositivos e
condutores localizados a jusante.
 Os dispositivos de proteção contra correntes de sobrecarga devem ser localizados
onde haja uma redução da capacidade de condução de corrente.
 Os circuitos terminais que alimentam um só motor podem ser protegidos por
fusíveis do tipo NH ou diazed com retardo de tempo, ou disjuntores com disparo
magnético.

Dimensionamento dos dispositivos de proteção


O método da Integral de Joule é bastante representativo na análise dos efeitos
térmicos provenientes das correntes de curto-circuito e sua formulação é dada por:

 () 2 ∙  ≤ 2 ∙


onde:
Ics = corrente de curto-circuito (A);
T = tempo de duração da corrente de curto-circuito (s).
Tabela 48 – Integral de Joule para condutores de cobre
Seção (mm²) Integral de Joule (A² x s x 10³)
PVC EPR ou XLPE
1,5 29,7 46
2,5 82,6 127
4 211,6 327
6 476,1 736
10 1.322 2.045
16 3.385 5.235
25 8.265 12.781
35 16.200 25.050
50 35.062 51.123
70 64.802 100.200
95 119.335 184.552
120 190.440 294.466
150 297.562 460.103
185 452.625 699.867
240 761.760 1.167.862
A NBR 5410/2004 estabelece que a integral de Joule a qual o dispositivo não deve
deixar passar não deve ser superior à integral de Joule necessária para aquecer o
condutor desde a temperatura de serviço até a temperatura limite de curto-circuito,
ou seja:

 () 2 ∙  ≤ 2 ∙ 2


onde:
K = 115 (PVC) ou 143 (EPR ou XLPE);
S = seção do condutor (mm²).

Para curto-circuito de qualquer duração, onde a assimetria da corrente não seja


significativa, e para curto-circuitos simétricos de duração igual ou superior a 0,1 s e
igual ou inferior a 5 s, pode-se escrever:
2 ∙ ≤  ∙ 
Exercícios

1. Determinar o tempo máximo que a proteção deve atuar quando um circuito com
condutor de cobre isolado de seção de 70 mm², isolação em PVC, é atravessado por
uma corrente de curto-circuito de 6,5 kA.
2. Um quadro de distribuição é alimentado por um circuito trifásico em condutor de
cobre isolado em PVC, de seção de 95 mm². A corrente de defeito é de 18.300 A e a
proteção atua para essa corrente em 0,3 s. Verificar se a isolação do condutor suporta
estas condições transitórias.
Relés térmicos de sobrecarga
São dispositivos dotados de um par de
lâminas com metais de diferentes
coeficientes de dilatação térmica que,
quando atravessados por uma corrente acima
da corrente ajustada, provocam, sob o efeito
da dilatação, a operação do contato móvel.
O ajuste dos relés de sobrecarga deve ser em
função das curvas de tempo x corrente. O
múltiplo da corrente ajustada é dada por:

=


onde:
Ia = corrente de ajuste do relé de sobrecarga
(A);
Ic = corrente que atravessa o relé (A).
Tabela 49 – Contatores e relés de sobrecarga
Tabela 49 – Contatores e relés de sobrecarga
Tabela 49 – Contatores e relés de sobrecarga
Critérios para o ajuste dos relés de sobrecarga
a) Serviço contínuo (S1)

Ia ≥ Ic

Ia ≤ Icond

Trb ≥ Tar > tpm


onde:
Ia = corrente de ajuste (A);
Icond = corrente nominal do condutor (A);
Trb = tempo de rotor bloqueado (s);
Tar = tempo de atuação do relé (s);
Tpm = tempo de partida do motor (s).

Exercício

3. Especificar o relé térmico e determinar o ajuste para um motor de 50 cv, Inm = 68,8
A, IP/IN = 6,8, contator CWM32, regime de funcionamento S1, alimentado por um
circuito em condutor unipolar de cobre, isolação em PVC, de seção igual a 25 mm²,
instalado em canaleta fechada embutida no piso. O tempo de partida do motor é de 2
s.
b) Serviço de curta duração ou intermitente
Neste caso deve-se determinar a corrente equivalente do ciclo de carga:


2 ∙ +  2 ∙ 
 = 
+
 3
Ipm = corrente de partida (A);
Tpm = tempo da duração da partida (s);
Inm = corrente nominal do motor (A);
Tn = tempo de duração do regime normal de funcionamento (s);
Tt = tempo total de um ciclo de funcionamento (s);
Tr = tempo de duração do repouso (s).

Obs.: O tempo de disparo do relé quente deve ser de 25% do tempo do relé frio.

Exercício

4. Determinar o ajuste do relé bimetálico de proteção de um motor trifásico de 15 cv,


Inm = 26 A, IP/IN = 7,8, contator CWM65, tempo de partida de 2 s, seguido de tempo em
regime normal de 3.128 s e tempo de repouso de 100 s. O motor opera em condição
de sobrecarga de 10%. O condutor é de 10 mm², unipolar, isolado em PVC, e está
instalado no interior de um eletroduto aparente.
Disjuntores de Baixa Tensão

Dimensionamento de disjuntores
a) IP ≤ IN ≤ IZ b) I2 ≤ 1,45 x IZ IZ = ICond x FCA x FCT Trb ≥ Tad > Tpm
onde:
IP = Corrente de projeto (A);
IN = Corrente nominal do disjuntor;
IZ = Capacidade de condução de corrente dos condutores submetidos aos fatores de
correção (A);
I2 = Corrente convencional de atuação do dispositivo (A).
ICond = Capacidade de condução de corrente do condutor (tabelas 17 a 20);
FCA = Fator de correção de agrupamento;
FCT = Fator de correção de temperatura.
Tabela 50 – Minidisjuntores
Tabela 51 – Disjuntores de caixa moldada
Tabela 51 – Disjuntores de caixa moldada
Exercício

5. Determinar o disjuntor para o circuito de um motor trifásico de 50 cv, 380 V, Inm =


68,8 A, IP/IN = 6,4, alimentado por um circuito com condutores de cobre de 25 mm²,
isolação em PVC, instalado em eletroduto enterrado. O tempo de partida é de 3 s. A
corrente de curto-circuito no circuito é de 5,0 kA.

Fusíveis
São destinados à proteção dos circuitos elétricos e que se fundem quando percorridos
por uma corrente de valor superior àquela para a qual foram projetados.

Fusíveis Diazed. Fusíveis NH.


Critérios para a seleção de fusíveis
Inf ≤ Ipm · K

Taf > Tpm

Taf < Tsc

onde:
Inf = corrente nominal do fusível (A);
Ipm = corrente de partida (A);
K = fator de multiplicação:
para Ipm ≤ 40 A, K = 0,5
para 40 A < Ipm ≤ 500 A, K = 0,4
para Ipm > 500 A, K = 0,3.
Taf = tempo de atuação do fusível (s);
Tsc = tempo de suportabilidade térmica da isolação do condutor (s).
Tabela 52 – Fusíveis NH
Tabela 52 – Fusíveis NH
Exercício

6. Determinar o fusível para o circuito de um motor trifásico de 30 cv, 380 V, Inm = 43,3
A, IP/IN = 6,8, alimentado por um circuito com condutores de cobre de 10 mm²,
isolação em PVC, instalado em eletroduto enterrado. O tempo de partida é de 2 s. A
corrente de curto-circuito no circuito é de 8,0 kA.

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