CONTOS • PROGRAMAÇÃO • PRÊMIO

1 OUT
2023

A BIBLIOTECA PÚBLICA
DOA ESTADO DO RS RECEBE A
9 ODISSEIA DE LITERATURA
FANTÁSTICA
1 | OUTUBRO 2023
 SUMÁRIO
03 AGRADECIMENTOS

04 HISTÓRICO DA
ODISSEIA
Duda Falcão
EDITOR

Vinícius Dullius
ILUSTRAÇÃO DA CAPA
06 VIAGEM A
SKARA BRAE
de Ana Lúcia Merege
Wirestock/Freepik
IASomething
ILUSTRAÇÕES INTERNAS
08 CASULOS
de Simone Saueressig
Guilherme Smee
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Beatrice Santos Witt 10 A TUMBA DO

MAESTRO
REVISÃO
de Duda Falcão

13
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
PROGRAMAÇÃO
Sábado
O 24 Domingo
Odisseia de Literatura Fantástica : v. 1 / organizado por
Duda Falcão; contos de Ana Lúcia Merege, Duda Falcão
e Simone Saueressig. – Porto Alegre: Ficção Fantástica,

15 PRÊMIO ODISSEIA
2023.
ISBN 978-65-980822-0-8

DE LITERATURA
1.Contos brasileiros 2. Antologias I. Falcão, Duda
II. Merege, Ana Lúcia III. Saueressig, Simone FANTÁSTICA

CDD 869.93
2019/2023

19 CAPISTA DESTA
Índice para catálogo sistemático:
1.Contos: Literatura brasileira 869.93

Bibliotecária responsável: Ana Lúcia Merege – CRB-7 4667

EDIÇÃO
Vinícius Dullius
AGR ADECIMENTOS
Olá! Seja bem-vindo ao interior desta pu-
blicação que surge com o objetivo de com-
plementar o Evento e o Prêmio Odisseia de
Literatura Fantástica.
Mas não somente isso, como você perceberá!
Neste primeiro número, apresentarei um
breve panorama histórico do evento, três con-
tos inéditos, sendo o primeiro de Ana Lúcia
Merege, o segundo de Simone Saueressig e o
terceiro deste que vos escreve, a programa-
ção da nona edição do evento (2023), a lista
de indicados e vencedores de anos anteriores
do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica e
uma página sobre o ilustrador da capa.
Quero agradecer com grande entusiasmo
os patrocinadores e apoiadores do ano corrente.
Sem vocês este evento não seria possível. Apoio
é necessário para realizar um evento que exige
trabalho, tempo e dedicação. Valeu, Time Galle-
on Visual Novels, ABERST, AVEC Editora, Cinco
Gatas, Formação de Escritores – Metamorfose,
Jambô, Kitembô, Lumus Editora, Magh Agência
Literária, New Order Editora, Uboro Lopes, Lite-
ratura RS e Loremasters!
Também devo um agradecimento es-
pecial à Biblioteca Pública do Estado do
Rio Grande do Sul por nos abrigar entre
paredes e estantes repletas de histórias
tão fantásticas. Muito obrigado, Morgana
Marcon, por inicialmente abrir as portas de
casa tão ilustre, e Ana Maria Souza, atual
diretora da biblioteca, por abraçar o evento
mantendo-o vivo para que ocorresse mais
uma vez de forma presencial.
Esta edição foi agraciada com a cola-
boração de Vinícius Dullius, que produziu o
layout e a ilustração da capa, de Guilherme
Smee, que diagramou o material e de Be-
atrice Santos Witt, que realizou a revisão
textual.
Muito, muito obrigado a todos os en-
volvidos e também aos leitores, escrito-
res, editores, ilustradores, profissionais
da área do livro e jornalistas que acompa-
3 | OUTUBRO 2023
nham a Odisseia ao longo destes anos! Va-
mos em frente!
Duda Falcão
 HISTÓ
N
o final de 2011, eu, Christopher Kas-
tensmidt e Cesar Alcázar tivemos a
ideia de realizar um evento literário
em Porto Alegre para escritores, editoras
e leitores fãs de fantasia, horror, aventura
e ficção científica. Naquela época, a Ar-
gonautas Editora – dirigida por mim e
Cesar – e A Bandeira do Elefante e da
Arara – universo fantástico de Chris-
topher – se uniram nesse empre-
endimento para incentivar a lei-
tura e a produção literária.
Concretizamos nosso pro-
jeto ao lançar a Odisseia de Li-
teratura Fantástica em maio de
2012. O objetivo era solidificar o
cenário Fantástico Brasileiro. A
abertura da primeira edição con-
tou com o historiador César Augusto
Barcellos Guazzelli falando sobre Simões
Lopes Neto.
Depois do primeiro ano de Odisseia, nas edi-
ções de 2013 e 2014, os organizadores originais re-
ceberam o apoio e a dedicação dos escritores Nikelen Witter e
Christian David na organização do evento. A pesquisadora e pro-
fessora Regina Zilberman, em 2013, abriu o evento palestrando
sobre a importância da literatura fantástica infanto-juvenil para a
educação. Já em 2014, tivemos a presença do escritor e cineas-
ta Tabajara Ruas, que discursou sobre o cultuado autor de horror
cósmico H. P. Lovecraft. Ainda no mesmo ano, a Câmara Rio-
-Grandense do Livro premiou a Odisseia de Literatura Fantástica
com o Troféu Amigo do Livro.
Em 2015, Roberto de Sousa Causo abriu o evento falando sobre
osautoresdeliteraturafantásticadoBrasileofandomemnossopaís.
Para nos acompanhar na organização daquele ano, integrou-se ao
grupooeditorArturVecchi,daAVECEditora.
Passamos por um hiato de 2 anos até retornarmos com
a Odisseia em 2018. Eu me mantive como realizador da Odis-
4 | OUTUBRO 2023

seia em todos os anos citados. Neste, em especial, permane-

ceram também na organização Cesar Alcázar, Christian Da-
vid e Artur Vecchi. Abrimos o evento com uma homenagem
póstuma para personalidades do fantástico brasileiro: Dou-
ÓRICO DA ODISSEIA
glas Quinta Reis, Mustafá Ali Kanso e Max Mallmann.
Também entregamos uma primeira versão do Troféu
Odisseia de Literatura Fantástica, que foi uma pre-
miação pelo conjunto da obra, referente ao trabalho
de três décadas na área do fantástico, para a escrito-
ra Simone Saueressig.
Na edição de 2019, organizada, dessa vez, por mim
e Artur Vecchi, estiveram presentes mais de 40 autores
nas mesas de bate-papos. A novidade ficou por conta do
Primeiro Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica em
que foram concedidos troféus para os vencedores em
sete categorias divididas entre os gêneros fantasia, fic-
ção científica e horror. O Prêmio, posso dizer, surgiu da
obstinação e da parceria do amigo Christian David. Em
mais de uma oportunidade ele conversou comigo e me
convenceu em criar o Prêmio. Juntos fizemos a primeira
versão do regulamento e do evento de premiação.
Em todas as edições mencionadas tivemos bate-
-papos discutindo obras, autores, gêneros literários e
apresentando a produção nacional fantástica para o pú-
blico leitor. Abrimos espaço para a venda de livros de edi-
toras que investem em autores nacionais. Passamos por
duas casas que nos acolheram muito bem: o Memorial
doRioGrandedoSul(2012,2013e2014)eoCentroCultural
CEEE Érico Veríssimo (2015, 2018 e 2019).
Em 2020, a Odisseia de Literatura Fantástica foi
cancelada devido a pandemia (COVID-19). Porém, realizei
virtualmente o Segundo Prêmio Odisseia de Literatura
Fantástica conferindo troféus, dessa vez, em oito cate-
gorias. A transmissão ocorreu pelo Google Meet, tendo
como convidados da solenidade os autores e autoras
indicados ao Prêmio.
A Sétima Odisseia de Literatura Fantástica aconte-
ceu de forma virtual em 2021. Criei um canal no YouTube
com o nome do evento para transmitir bate-papos ao
vivo via StreamYard. Escritoras e escritores de diversas
localidades do país participaram. Foram oito bate-pa-
pos discutindo horror, fantasia e ficção científica. Como
abertura daquele ano gravei um bate-papo com o escri-
tor Yaguarê Yamã, que falou sobre culturas indígenas e
literatura. No último dia de evento, transmiti o Terceiro
Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica.
Ano passado, a Oitava Odisseia permaneceu trans-
mitida pelo canal do evento. Foram quatro dias de deba-
tes com profissionais da escrita. Para dar ideia dos as-
suntos discutidos nos bate-papos menciono alguns dos
seus títulos: “A literatura negra e a quebra da hegemonia
eurocêntrica no universo fantástico”; “Escrevendo visu-
al novels: desafios da escrita interativa”; “A arrancada da
ficção científica audiovisual na década de 1960”; “A pro-
dução do terror dos anos 80 e a cultura nerd atual”; “Um
outro mundo é possível: a construção literária”; “Como
criar histórias originais para quadrinhos e literatura”; “A
narrativa fantástica como ferramenta contra a ascensão
do fascismo”; “O role playing game e a literatura fantásti-
ca: entretenimento, roteirização e produção”; e “Brasil de
sonhos e pesadelos: a reimaginação do cotidiano pela
ficção especulativa”. Vale mencionar que o conteúdo
continua disponível no canal da Odisseia de Literatura
Fantástica. Para finalizar o evento, transmiti também ao
vivo o Quarto Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica
composto naquele ano por dez categorias: Capa e Pro-
jeto Gráfico, Quadrinhos Fantásticos, Narrativa Longa
Literatura Juvenil, Narrativa Curta Horror, Narrativa Cur-
ta Fantasia, Narrativa Curta Ficção Científica, Narrativa
Longa Horror, Narrativa Longa Fantasia, Narrativa Longa
Ficção Científica e Artigos Fantásticos.
Eis que chegamos à nona edição da Odisseia. Neste
ano de 2023, a missão do evento continua sendo a mes-
ma: fortalecer a produção e a divulgação da literatura
fantástica em seus três eixos principais – a fantasia, a
ficção científica e o horror. Além disso, permanecemos
promovendo valores como a cultura literária, a paz, a não
violência, a empatia e o respeito ao outro. Acredito que
juntos somos fortes!
Na edição do próximo ano, em 2024, espero
relatar o quanto foi bom reencontrar amigos e
amigas neste ano pós-pandemia.
Deixo aqui meu abraço tentacular para to-
dos e todas!
5 | OUTUBRO 2023
Duda Falcão
 VIAGEM A
SKARA
BRAE
Ana Lúcia Merege

DEPOIS DE MUITOS PLANOS ADIADOS, fi-

nalmente estou a caminho de Skara Brae. É
um desejo antigo, embora, a bem da verdade,
não tenha me acompanhado ao longo de toda
a vida; eu nem sabia que o local existia até ler
sobre ele num mural de exposição, no Museu
Nacional de Edimburgo, há coisa de dez anos.
Trata-se de um povoado nas Ilhas Órcades,
construído durante o Neolítico e abandonado
talvez no mesmo período. Depois disso, pas-
sou séculos encoberto por dunas de areia, e
várias casas continuaram intactas. No pros-
pecto de uma empresa turística, vi o interior
de uma delas – as plataformas de pedra usa-
das como bancos e camas, as aberturas para
a fumaça no teto, as marcas das fogueiras
– e percebi que esse era um dos meus cená-
rios mágicos, um dos que tenho vislumbrado
tantas vezes ao fechar os olhos e usado para
escrever minhas histórias. É quase como um
ANA LÚCIA MEREGE é aquariana, pesquisa
tributo que estou indo até lá.
Mitologia e contos de fadas e decifra
A viagem é longa, e, por várias razões,
manuscritos na Biblioteca Nacional. É autora
acabei por vir sozinha. Voei do Rio de Janeiro
de vários livros, como “Os Pilares de Melkart”,
a Edimburgo e agora estou num barco a ca-
“O Caçador” e “O Castelo das Águias”, contista
minho das Órcades, aproveitando a travessia
e organizadora de coletâneas pela Editora
para entrar na atmosfera nevoenta que cerca
Draco, tais como “Medieval”, “Duendes” e
as ilhas no outono. É uma espécie de catama-
“Contos de Fadas Sombrios”. Seus trabalhos já
rã, como os que cruzam o Lago Ness, porém
receberam vários prêmios, inclusive o Odisseia
com menos turistas. Aporto numa cidade
(“Orlando e o Escudo da Coragem”, narrativa
moderna, embora já com aquele aspecto pe-
6 | OUTUBRO 2023

longa juvenil 2019). É integrante dos coletivos

culiar dos centros urbanos isolados, depois
Picolé Antimatéria e Tapioca Fantástica.
pego um ônibus até uma vila menor. Há uma
Além de escrever, gosta de fazer viagens para
pousada que me hospeda por uma noite, um
roteiros culturais e ecoturísticos, de onde traz
pub quase vazio onde me servem uma refei-
inspiração para contar novas histórias.
ção de batatas e carne fria acompanhados
por uma cerveja. Meu contato com os mora-
dores é tímido, porém cordial; ninguém per-
gunta aonde estou indo, mas, quando peço
informações, dedos solícitos apontam os
possíveis itinerários em meu mapa. Alguém
sugere um transporte, e agradeço, mas des-
de o início decidi que iria a pé. Quero sentir – e
saborear -- cada passo dessa jornada.
No dia seguinte, após um almoço leve,
percorro devagar as poucas milhas que me
separam do povoado neolítico. Sigo o lito-
ral, e meus ouvidos recebem o som do mar
ressoando contra as rochas abaixo da trilha.
Numa subida, à mercê do vento que quase me
separa da minha pele, faço uma pausa, con-
templando a imensidão selvagem que envol-
ve a ilha há milênios. Cai uma chuva fina e me
levanto, caminhando sem pressa, a mochila
deixada na pousada em troca de um aperto
de mão.
É preciso estar leve para entrar em
Skara Brae.
O dia é curto, no outono, nestas lati-
tudes. Quando chego, falta pouco para o en-
tardecer, e os visitantes estão de partida. Um
homem de uniforme passa por mim e avisa
que o centro de recepção já está fechado,
mas as casas ainda podem ser visitadas. Es-
colho uma delas, numa das várias depressões
do terreno, e vou me aproximando de mansi-
nho, como quem pisa em solo sagrado. Tal é o
respeito que se deve ao lugar onde germinam
os sonhos.
A atmosfera da casa me envolve assim
que entro. Tudo é de pedra, paredes, prate-
leiras, o espaço reservado ao fogo. Deito-me
no canto onde suponho que ficava a cama e
tranço as mãos sob a nuca, olhando para o
céu que escurece rápido. Teto não há: os os-
sos de baleia que um dia o sustentaram foram
retirados, bem como as peles e a turfa que
mantinham os moradores aquecidos. Restam
apenas estrelas, e sei que não são as mesmas
de antes, mas brilham mesmo assim. Concen-
tro-me nas maiores, tentando traçar linhas
entre elas, e o céu se torna mais e mais escu-
ro enquanto invento novas constelações.
O som distante de uma flauta se ergue
lá fora. Penso quem a terá trazido e se essa
pessoa virá até aqui. Uma sombra passa pela
porta da casa, e, ao me virar na cama para
olhá-la, meu cotovelo roça numa superfície
de pelos duros e curtos. É uma pele de ani-
mal, usada, surrada, um pouco úmida. Po-
nho-a no chão e volto a me deitar no duro
colchão de capim.
A flauta soa agora mais perto e com mais
entusiasmo. O cheiro de peixe cozido se in-
sinua no ar, e percebo que estou com fome.
Sento-me na cama e olho em volta. Está es-
curo e um pouco abafado dentro da casa, mas
posso ver potes de barro nas prateleiras, lan-
ças encostadas às paredes, a entrada veda-
da por uma pele bem esticada que faz as ve-
zes de porta. Levanto-me e a afasto, e a noite
de Skara Brae me acolhe, cheia de estrelas e
fogueiras e das vozes daqueles que retornam
do campo ou do mar. Seus rostos são fami-
liares, tranquilizadores. Alguns falam comi-
go, e entendo poucas palavras, mas sei que
sou bem-vinda. A música se torna ainda mais
viva, e de repente sei quem é o rapaz sopran-
do a flauta de osso: ele vive na casa vizinha,
sua mãe faz belos potes que troca por peixes.
Ela aparece à porta e me chama para comer.
Diante da lareira, as chamas fazem sua
dança, e a fumaça leva aos céus gordura
queimada e as preces da família. Deixo tam-
bém que leve de mim aquilo que ali não fará
falta. Mãos mergulham no pote, bocas mas-
tigam ávidas, temos calor e muita comida e
estamos felizes. Ainda assim, uma criança
se põe a choramingar, não por estar com
fome ou frio, mas por querer que a avó conte
uma história. Fico à espera de que alguém
vá em busca da anciã, pois as pessoas ao re-
dor do fogo são bastante jovens, mas tudo
que fazem é me encarar num silêncio cheio
de expectativa.
Fito minhas mãos calosas, mas ainda
fortes, e me volto para eles. Quase todos têm
olhos iguais aos meus. Penso se já lhes con-
tei como a Mulher do Céu deu nome às es-
7 | OUTUBRO 2023
trelas e como as constelações irão mudar ao
longo de muitos e muitos outonos. Penso se
devo lhes contar como foi a minha jornada de
volta para casa.֍

SIMONE SAURESSIG tem mais de 30 títulos
publicados e participou de várias coletâneas de
contos, além da obra esparsa pela rede de acesso
gratuito, como contos na revista Trasgo, na Sci-fi
Tropical, na Literomancia e nas edições 2 e 3 das
antologias Mitografias. Tem uma obra variada no
gênero do Fantástico, como o livro “Contos do Sul”,
“O último continente”, “O jovem Arsène
Lupin e a Dança Macabra” (Suspense infanto-
juvenil vencedor do prêmio Glória Pondé da
8 | OUTUBRO 2023
Biblioteca Nacional, na categoria juvenil, em
2022, editado pela Avec Editora) e “Os nomes dos
dias”. Também participa de várias coletâneas como
a Multiverso Pulp (Horror, Alta Fantasia e Multipunk),
editada pela Avec Editora. Seu site é o https://
porteiradafantasiasite.wordpress.com/.
CASULOS
Simone Sauressig
NÃO HÁ REFERÊNCIA ALGUMA de quando apa-
receram aqueles primeiros ETs decorativos como artigo
das tendas de beira de estrada. Um belo dia, estavam lá,
rigidamente iguais, como se feitas em série: corpos cin-
za, olhos grandes, pintados de negro. A figura teve uma
boa aceitação. Houve uma entrevista com a “inventora”
das imagens, a dona de uma das tendas. Sei, agora, que
a pergunta mais importante não chegou nem perto da
relevânciaquedeveriater.Afinaldecontas,deondevieraa
primeirafigura?Umsonho?Umfilme?Umlivro?Umcon-
to de ficção científica? A mulher respondeu com um dar
deombros.Elanãosaberiadizer.Foiumaideiaquesurgiu,
ela disse. Por alguma razão, achou que podia ter algumas
pessoasinteressadasnafigura,elarespondeu.
Na realidade, a dona da tenda encontrou a pri-
meira estátua, de cerca de um metro e meio, quando
foi limpar um dos depósitos onde guardava vasos de
barro e gnomos para decorar jardins. Estava um boca-
do empoeirada, como tudo o mais, e ela a levou com
todo o estoque até a rua, a fim de passar o lava-jato no
interior do galpão. Quando voltou para recolher a mer-
cadoria, havia um caminhoneiro tirando foto do ET e
rindo como uma criança.
“Quero levar, quando custa o etezinho?” pediu o ho-
mem.Amulhergaguejouumpreço,embolsouumasquan-
tasnotasdedezreais,ecadaumseguiuoseucaminho.
Dois dias depois, o sujeito estava de volta. Queria
mais cinco figuras para distribuir entre a família. A mulher
disse que no momento não tinha nenhum, mas, no retor-
nodomotoristanaqueletrajeto,teriaaencomendafeita.
Sem saber como ia repetir a peça que não tinha
criado, qual não foi a sua surpresa ao se deparar com
outro ET de cimento nos fundos do mesmo galpão.
“Então eram dois?”, ela se confundiu. Não saberia di-
zer, achou estranho, mas, de novo, deu de ombros.
Desta vez tirou um molde da peça para facilitar a rea-
lização do pedido e o guardou. Parecia uma boa ideia.
Talvez aparecesse mais gente interessada nelas.
O motorista voltou, de acordo com o combinado, e
carregouaencomenda.Comentouqueachavaos“bichos”
muitofeios,masqueopreçodelaeramelhor:na“outra”ten-
da,acomerciantecobravacincoreaisamaisporfigura.
A informação era importante – então mais alguém
tinha imagens dessas à venda? De onde tinham vindo?
Seriadodostreaming?Memóriacoletiva?–masacomer-
ciantenãosepreocupoucomisso.Aquestãodopreçose
impunha. O mercado é algo dinâmico e, mais tarde, ao se
versozinhacomacoisa,pensou,defato,queelaeramuito
feia.Resolveupintá-ladeverde,queéacordosmarcianos,
deacordocomofolclorealienígenalargamentedifundido.
DaíaosETsmulticoresfoiumpasso:osverdesganharam
vizinhos azuis, rosas, amarelos, todas as cores do arco-í-
ris. As estátuas chamaram atenção, ganharam adeptos.
Compradores apareciam com novidades e sugestões:
em uma tenda da praia, tinham visto um do tamanho de
umhomem;quemsabefazerunspequenos,paraaparta-
mentos?Adonadatendaouvia,incrementavasuaspeças
e, invariavelmente, vendia muitas mais do que aquelas
que pensava ter produzido. Certo dia em que pensava
ter o estoque zerado, encontrou sete nos fundos do gal-
pão, peças estranhas, meio feias, pintadas de um verde
acinzentado e escuro com olhos avermelhados, que se
esfumaram nas mãos de um grupo de motoqueiros que
passou por lá horas depois, apesar do salgado do preço.
Ela sabia que não tinha produzido aquelas. Jamais faria
algo de aparência tão ameaçadora. Deu de ombros de
novo.Quemquerquefosseomisteriosocriadordaquelas
coisas que apareciam sorrateiramente em seu galpão,
estava perdendo dinheiro, porque não seria ela quem re-
passaria um centavo a ninguém sem uma nota fiscal de
mercadoriaconsignada.
Com o passar do tempo – e nem tanto assim – as
figuras se tornaram universais. Havia ETs em jardins,
em restaurantes, na porta de bares, em esquinas, to-
dos na mesma posição, todos imóveis como peões
de um jogo de xadrez, sendo distribuídos aos poucos.
Pesavam todos o mesmo peso, apesar da diferença
de tamanho. Estavam todos próximos de ruas por
onde trafegavam motoristas com seus aplicativos de
trânsito, que desenhavam os trajetos, as referências,
os pontos fortes e os fracos, emitindo seus sinais e po-
sições a todo instante.
Então, certo dia, a superfície das peças rachou. Aos
poucos,acamadadecimentoserecortouemumquebra-
-cabeçasbizarroeasplacascomeçaramacair,revelando
o que havia por baixo: uma superfície áspera, semelhante
àqueladocimentooriginal.Porém,asuperfícieinternaera
estranha, tingida de um feio verde puxando para o cinza.
Alguns cães latiam para eles por horas na escuridão das
madrugadas,nasolidãodasruasiluminadasdasurbes.Às
vezes,seouviaumganido,depoisosilêncio–masaverda-
deéquetemgentequeodeiacachorroderuaeumchute
no traseiro de um cusco barulhento não sacode a consci-
ênciadosmaldosos.
Então, chegamos a esta noite. Depois de desli-
gar o celular para colocá-lo a carregar, coisa que faço
todos os dias, olhei casualmente pela janela da sala e
percebi que o ET do bar da esquina, uma coisa sobre
a qual puseram um ridículo boné xadrez, tinha perdido
todo o cimento pintado de verde acrílico. Por um mo-
mento, achei que eu estivesse vendo coisas, mas en-
tão ele se voltou para mim e levantou o braço fino, e no
final dele a mão de três dedos esticou o polegar para
cima, dobrou o dedo inferior e apontou o indicador, um
dos olhos fechados para garantir a mira em meu peito.
Baixei a janela com um grito e não voltei a olhar
para fora.
Nas horas que se seguiram ouvi berros de pavor,
freadas, o estrondo de batidas, passos correndo pelas
ruasemaisgritos,ofegosegemidos.Asirenedapolícia
passa de vez em quando, aflita, de um lado para o ou-
tro. Acho que ouvi tiros, mas poucos. No andar acima
do meu apartamento, onde uma mulher todos os dias
acende um incenso para uma estatueta de ET rosa-
-choque, a quebradeira durou pouco tempo. O rádio
só traz chiados e não tenho energia elétrica. O bar da
esquina se consumiu em chamas e eu cheguei a ouvir
a sirene dos bombeiros, o caminhão estacionando e a
equipe se organizando para apagar o fogo. Depois, gri-
toseosilênciopontuadopelosomdaáguacorrendoda
mangueiragrossa.
Eu poderia entrar na rede para tentar descobrir
oqueestáacontecendo,mas…osinaldocelular,en-
tende? Não quero que saibam onde estou.
Tudo o que me atrevo a fazer é me encolher
num canto segurando a haste do quebra-luz, espe-
rando que a casca do ET que comprei na semana
passada rache e caia. Ele está lá, no canto oposto
9 | OUTUBRO 2023
da sala. Se eu atacar cedo demais, quebrarei minha
única defesa no cimento duro.
Se eu esperar demais, ele estará sobre mim an-
tes que eu consiga me defender. ֍
 A
TUMBA DO
MAESTRO
Duda Falcão

O LADRÃO PULOU O MURO do cemité-

rio. Seus pés tocaram a grama do outro lado
como se fossem plumas. Estava acostuma-
do com o seu ofício. Caminhou sorrateiro
pelas alamedas arborizadas. Sabia que um
guarda acompanhado de um cachorro po-
dia patrulhar o local durante a madrugada.
Mas apostava que os dois apenas estives-
sem descansando na casinha do vigia. Na-
quele frio, proteger a suposta riqueza dos
mortos não era algo convidativo.
Tinha esperança de que esse fosse o
último dos seus trabalhos. Estava cansado
de mexer nos bolsos de defuntos, tatear
seus punhos em busca de relógios, colares
e joias em seus pescoços. Arrancar dentes
de ouro de seus falecidos donos era um
dos fins mais lucrativos de suas emprei-
tadas. Bastava um pouco de paciência e
um alicate. Mas não gostava nada quando
DUDA FALCÂO é escritor, professor de escrita
se deparava com algum rato entalado em
criativa, editor e Doutor em Educação.
suas gargantas ou vermes devorando bo-
Publicou os livros de contos “Mausoléu” (2013),
cas fedorentas. Já encontrara cartas de
“Treze” (2015), “Comboio de Espectros” (2017),
familiares sobre o peito dos cadáveres e
“Mensageiros do Limiar” (2020), o romance “O
até mesmo moedas e dinheiro em fundos
Estranho Oeste de Kane Blackmoon” (2019), a
falsos dos caixões. Seres humanos sempre
tese “Representações culturais e pedagogia
são muito criativos, costumava dizer para
dos monstros no universo de H. P. Lovecraft”
os raros comparsas que tivera.
(2021) e o “Guia de Literatura Fantástica”
Um dia, escutando uma conversa de
10 | OUTUBRO 2023

(2023). É organizador da Odisseia de Literatura

bar alheia, acabou sabendo de uma rara
Fantástica e do Prêmio Odisseia de
partitura que fora enterrada com um maes-
Literatura Fantástica. Pela AVEC, edita os selos
tro maldito. Uma dupla de homens comen-
Multiverso Pulp e Coleção de Pesadelos.
tava o seu suposto poder de gerar visões
Atualmente leciona no Curso Metamorfose de
quando executada com perfeição. Assim, o
Escrita Criativa.
ladrão, ao chegar em casa, vasculhou por
informações na internet. Descobriu que a
história era tratada como uma espécie de
lenda em uma pequena urbe do interior.
Datava da primeira metade do século XX.
Como o lugar não era muito longe de
Porto Alegre, o larápio pegou um ônibus na
rodoviária e se instalou em um hotel bara-
to antes mesmo de anoitecer. Logo no dia
seguinte, pesquisou no arquivo público da
cidadezinha procurando por alguma pista
mais concreta do que os dados incomple-
tos postados na rede de computadores.
Naquela mesma manhã, achou algumas
notícias do jornal local sobre o assunto. Na
primeira, leu que a cidade se orgulhava
do seu único maestro, um dos filhos mais
ilustres que havia produzido. O jornalista
e crítico musical prometia que em breve o
homem seria aplaudido pelo mundo, seus
dons para compor fariam de Ludwig van
Beethoven um simples músico de taberna.
Em uma segunda nota, de data posterior,
leu que o maestro fora diagnosticado com
uma doença terminal. A tristeza se disse-
minara pelas ruas da cidade, todos temiam
pela morte do seu maior rebento que aca-
bara em uma casa de repouso para loucos.
A última notícia que bateu os olhos era a
que mais precisava. Nela estava o convite
do sepultamento e o endereço do cemité-
rio para que todos se despedissem do seu
talento mais amado. Uma fotografia do
mausoléu em que seria depositado o seu
corpo figurava ao lado de seu rosto liso,
nariz adunco e cabelos compridos. Na-
quela página não encontrou nada sobre a
tal partitura ter sido lacrada em um caixão
com o seu criador. Nesse ponto, teria de
acreditar no que lera em um site de curio-
sidades sobrenaturais. O editor afirmava
que a sinfonia do maestro fora escondida
no esquife do músico pelo próprio irmão,
que não tivera coragem de destruir o papel
amaldiçoado.
Ele estava ali para apostar. Mais de uma
vez entrara nos portões da morte para sair
de mãos vazias. Talvez, enfim, encontrasse
algo de valor. Uma obra desse porte podia
valer uma fortuna se de fato existisse. No
mercado paralelo tinha contatos que po-
diam pagar muito bem pelo raro item.
Do arquivo se dirigiu para uma lanche-
ria. Comeu o suficiente, depois se encami-
nhou para o cemitério. Tinha memória fo-
tográfica. Não precisou desenhar um mapa
com as vielas, não fez nenhum registro com
o celular. Gravou em sua retina o melhor
caminho para atingir o seu objetivo. Deixou
o campo santo e ficou de tocaia do outro
lado da rua, observando como funcionava a
rotina da segurança.
A troca de turno dos vigias ocorreu às
20 horas. O cão da tarde permaneceu com
o guarda. Não tinha aspecto de perdiguei-
ro, nem mesmo de ser um cachorro bravo.
Se fosse necessário, o ladrão sabia que po-
dia dar conta dos dois. Voltou para o mo-
tel, tomou um banho e fez um lanche. De-
pois da meia-noite saiu pela janela. Tivera
o cuidado de se hospedar no andar térreo.
Não queria ser visto. Consigo levava o seu
principal instrumento de trabalho: um pé
de cabra.
Entre os muros de tinta descascada da
morada dos mortos avançou com cuidado.
De dia as estátuas não pareciam tão ame-
açadoras. Contudo, durante a noite adqui-
riam um aspecto lúgubre e de sentinelas.
Passou por um anjo de feições femininas
que parecia observá-lo do alto de um tú-
mulo de mármore. Em geral, não se intimi-
dava com objetos ou coisas sem vida. Mas
uma estranha sensação de calafrio tocava
seu pescoço.
Pelo canto dos olhos teve a impressão
de que a cabeça da estátua havia se virado
para acompanhar sua caminhada. Decidiu
olhar para a frente; não queria se impres-
sionar com ilusões de ótica produzidas por
sombras. Avistou o mausoléu do músico.
Quando estava próximo escutou um farfa-
lhar de asas sobre a sua cabeça. Chegou
11 | OUTUBRO 2023
a espanar um bicho voador que encostara
em seus cabelos. Talvez fosse um morce-
go. Mas não teve certeza. Praguejou em voz
baixa devido ao susto e continuou.
Um cadeado velho e uma corrente la-
 cravam a porta de metal da casa mortuá-
ria. O malandro posicionou o pé de cabra
com maestria. Poucos movimentos foram
suficientes para arrebentar um dos elos de
ferro. O piar de uma coruja abafou o baru-
lho do serviço no momento certo. Ele não
perdeu tempo e empurrou a porta, que pro-
duziu um som agudo devido às dobradiças
enferrujadas.
Até ali se guiava pela luminosidade da
lua. Ao entrar no mausoléu ligou uma pe-
quena lanterna. Apontou para o fundo e
avistou uma tumba suntuosa. Se aproxi-
mou. O nome do maestro estava inscrito na
caixa de pedra. Colocou sobre o rosto uma
máscara de pano para evitar os maliciosos
gases da morte que subiam no momento
em que se abriam túmulos.
Aquele trabalho não era tão difícil quan-
to escavar. Bastava usar o pé de cabra como
alavanca. Começou a tarefa. Tinha de ser
minucioso para não deixar a tampa cair no
chão. Não queria alertar com um barulho
desnecessário a sua presença. Inseriu a
ponta da ferramenta em uma fresta e em-
purrou com cuidado a cobertura de pedra.
Assim procedeu durante mais alguns minu-
tos, até que enxergou a cabeça do cadáver e
o seu peito. Parou o procedimento. Especu-
lou com a lanterna. Em uma das cavidades
oculares do antigo crânio um besouro esver-
deado caminhava. Suas antenas se moviam
como se avisasse ao invasor que não queria
ser perturbado. O músico ainda preservava
longos cabelos de fios brancos e cinza. Suas
mãos estavam cruzadas sobre o peito. Ele
vestia um paletó puído e listrado.
Entre os dedos esqueléticos o ladrão
viu um rolo de papel. Só podia ser a pauta
musical. A partitura tinha uma aura som-
bria e assustadora, como se tivesse sido
escrita por alguém possuído pelo próprio
demônio. No entanto, a cobiça falou mais
alto, e ele não conseguiu resistir à tenta-
12 | OUTUBRO 2023
ção de levá-la consigo. Com cuidado rou-
bou de seu proprietário o objeto tão dese-
jado. Desenrolou o pergaminho intitulado
“O som do abismo”. Os símbolos musicais
tremularam sobre as linhas. Fusas, semi-
fusas, breves, semibreves, mínimas, col-
cheias, semínimas, semicolcheias, claves,
invadiram como um pesadelo os pensa-
mentos do golpista. Em seguida, a ferro e
fogo imprimiram sua magnitude cósmica e
horrível nas retinas e no cérebro do homem
deixando-o atordoado e febril. Uma onda
de calor percorreu o seu corpo e o papel in-
cendiou em seus dedos trêmulos.
A sinfonia sobrenatural e ensurdece-
dora detonava os tímpanos do saqueador
de tumbas como uma lâmina afiada. Ins-
trumentos de sopro, de cordas, de per-
cussão e outros ainda desconhecidos da
humanidade aumentavam sua intensida-
de arrastando o larápio para um vórtice
de loucura incurável. Seu cérebro estava
a ponto de explodir. Alucinações toma-
ram conta de sua visão.
Ele deixou a decrépita edificação em
uma corrida desengonçada e caiu ajoelha-
do sobre o gramado rodeado por lápides,
testemunhas de sua dor lancinante. Por
fim, aos brados, deitou-se em posição fe-
tal, como se assim pudesse afastar o tor-
mento que o afligia. O vigia de plantão e o
seu cão o encontraram desesperado. O su-
jeito chamou a polícia.
Os homens da lei quando chegaram o
agarraram arremessando-o para dentro
do camburão. Os berros ensandecidos do
prisioneiro não paravam. Na delegacia não
conseguiram acalmá-lo, nem colher um
simples depoimento. Como aquele era um
comportamento inusitado, os policiais de-
cidiram levar o ladrão direto para o peque-
no sanatório da cidade. Talvez algum médi-
co conseguisse dar conta do indivíduo.
Os meses se passaram e o homem
permaneceu na casa de repouso, em
uma ala afastada para não contami-
nar com a sua demência os outros pa-
cientes. Sua garganta ferida de tanto
gritar, hoje em dia, produz apenas um
ruído engasgado. Agora não havia mais
uma partitura para preser var “O som do
abismo”, toda a sinfonia cósmica e so-
brenatural habitava a mente quebrada
do ladrão.֍
PROGRAMAÇÃO 2 0 2 3
DIA 07 DE OUTUBRO
Sábado
Título:Universosafrocentradosnaliteraturafantástica
Sinopse: Os convidadosabordarãoaspectosdoimaginá-
rio em suas obras e na literatura fantástica brasileira, com
foco nas referências afrocentradas. O painel também
propõe a discussão da presença negra nos contextos de
obras da literatura fantástica e como o afrofuturismo sur-
gecomoumapossibilidadedeampliardeformapositivaa
presençanegranogênero.
Participantes: Anderson Lima, Domício Grillo (mediador),
GêMendeseTaiasminOhnmacht.
Horário:11hàs11h50.
Título: Escrevendo fantasia urbana em Santos, steam-
punknoRiodeJaneiroehorrornospampas
Sinopse: Como ser global e regional ao mesmo tempo?
O que é necessário para adaptar os grandes gêneros da
LiteraturaFantásticaàsquestõesregionais?Oquemuda,
oquepermanece?Confiraadiscussãosobreestesques-
tionamentos com os escritores convidados do painel.
Participantes:AndréCordenonsi,ArturVecchi(mediador),
MarcellaRossettieNikelenWitter.
Horário:13hàs13h50.
Título:Umajornadafantásticadeescritoraeditor
Sinopse: Os editores da Lumus irão contar sua experi-
ência, desde o primeiro evento literário que participaram
juntos (que foi a Odisseia da Literatura Fantástica de 2012)
até a atualidade, relatando o desafio de publicar livros na-
cionaisdefantasia.
Participantes: Alexandre Kalfeld (mediador), Lhaisa An-
dria,PaulaVendraminieTâniFalabello.
Horário:14hàs14h50.
Título:Oespaçodamulhernaliteraturafantástica
Sinopse: Apesar de Mary Shelley ter escrito Frankenstein
com 21 anos, quando falamos de literatura fantástica são
nomes como Tolkien que ocupam espaço no imaginário
coletivo.AtéJ.K.Rowling,amãedeHarryPotter,escolheu
um nome artístico que não identificasse seu gênero para
seraceitanomercado.Asraízesdoproblema,jásabemos
onde estão, mas diante do cenário que nos é imposto,
comomulherespodemocuparesseespaço?
Participantes: Asturia Vasconcelos, Luísa Aranha (media-
dora),MariMainardieVitóriaZaj.
Horário:15hàs15h50.
Título: Panorama atual da literatura de terror e mistério
noBrasil
Sinopse:Nestepainelosconvidadosvãodebatersobreos
cruzamentos do horror, do mistério, da literatura policial e
decrimeproduzidasinternacionalmenteenoBrasil.
Participantes:TitoPrates(mediador),A.T.Sergio,Marcelo
AugustoGalvãoeSérgioP.Rossoni.
Horário:16hàs16h50.
Título:Asmúltiplasfacetasdofantástico
Sinopse:Rótulosservemparaprateleiras,estudosecom-
parações?Quemescreveprecisasepreocuparcomisso?
Quantos mundos cabem dentro do Fantástico? Pergun-
tas difíceis de responder, mas os convidados deste painel
13 | OUTUBRO 2023
vãotentar.
Participantes: Thiago Lee, Anna Martino (mediadora),
Bex Stupello e Carol Façanha.
Horário: 17h às 17h50.
 Título: Entre arrepios e futuros: Mundos Paralelos e a
criação do fantástico para jovens
Sinopse: A coleção “Mundos Paralelos”, da editora
Globo, reúne contos de ficção científica e horror em
dois livros voltados ao público jovem em idade escolar.
Organizados por Ana Rüsche e Oscar Nestarez, os vo-
lumes apresentam histórias maravilhosas e sugerem
DIA 08 DE OUTUBRO
Domingo
Título: Entre Luas e Anciões: a literatura fantástica pro-
duzidapelaCincoGatas
Sinopse:Osautoresconvidadosdebatemaescritadalite-
raturafantásticaapartirdesuasinfluênciaspessoaisede
suasmaisrecentesproduções.
Participantes:DéboraPeres,FábioÔchoa,GilbertoFonse-
ca(mediador)eSilviaMeirellesKaercher.
Horário:11hàs11h50.
Título:ARainhadoIgnoto:Ofeminismoeofantásticode
EmíliaFreitas
Sinopse: Emília Freitas publicou em 1899 o romance “A
Rainha do Ignoto”, que pode ser considerado como uma
das primeiras obras de literatura fantástica nacional. A
narrativa traz um reino utópico comandado pela Rainha
doIgnoto,voltado parafazeroresgatedobempeloBrasil.
Na obra, o fantástico e o protagonismo feminino são dois
elementosmarcantesequetrazemosparaadiscussão.
Participantes: Adrianna Albert, Carolina Mancini e Giovan-
naRubbo(mediadora).
Horário:13hàs13h50.
Título:Pampabizarro:ofantásticogaúchoemumaobra
transmídia
Sinopse: Neste bate-papo, os convidados debaterão
sobre as possibilidades de financiamento público para
projetosculturaisempropostaquedialogaentreasartes.
Serãoabordadasastemáticasdatransmidialidadecomo
ferramenta de criatividade e expansão narrativa, assim
14 | OUTUBRO 2023
comoosdesafiosepotencialidadesdeumaproduçãoco-
letivadeautoresdeliteraturafantástica.
Participantes: Diego Mendonça, Duda Falcão (mediador),
JulianeVicenteeViníciusDullius.
Horário:14hàs14h50.
um panorama da produção contemporânea. Os con-
vidados pretendem comentar o processo de elabora-
ção das antologias.
Participantes:Alexey Dodsworth,AnaRüsche,Nathá-
lia Xavier Thomaz e Oscar Nestarez.
Horário: 18h às 18h50.
Título:Estranhaficção:umaconversaentreautoresda
UboroLopes
Sinopse: Seja nos misteriosos fóruns da internet sub-
terrânea onde se escondem crimes e conspirações, na
delirante vida onírica de Ian Curtis, vocalista do Joy Divi-
sion,ouemcontosinsólitosqueexploramosenigmasdo
cotidiano, os autores convidados caminham na fronteira
entre os gêneros e apresentam ao leitor diferentes tipos
deestranheza.
Participantes: Amanda Leonardi (mediadora), Fábio Fer-
nandes,IrkaBarrioseMatheusBorges.
Horário:15hàs15h50.
Título: Escrita em universos compartilhados:
Tormenta20 e Nerdcast RPG
Sinopse:Osconvidadosfalamsobreosromancesdouni-
verso Tormenta e o próximo financiamento coletivo do
NerdcastRPG:Ghanor.
Participantes: Kali de los Santos, Karen Soarele e Lucas
Borne.
Horário:16hàs16h50.
Título: Da página para a tela: autores tradicionais crian-
dohistóriasinterativas
Sinopse: Os desafios, surpresas e possibilidades encon-
trados quando se passa de mídias tradicionais, como
quadrinhos,paraamídiainterativadosgames.
Participantes:ThiagoReck,AnaPeper,MonaramiseFeli-
peCastilho(mediador).
Horário:17hàs17h50.
PrêmioOdisseiadeLiteraturaFantásticaQuintaEdição
Horário: 18h às 18h50
 PRÊMIO ODISSEIA DE
LITERATURA FANTÁSTICA
2019 a 2023
2019
NARRATIVA LONGA LITERATURA JUVENIL:
Ana Lúcia Merege – Orlando e o escudo da coragem –
Editora Draco (VENCEDORA).
Juliana Feliz – As cinzas de Altivez – Midiograf.
Miriam N. Dohrn – Detektis: Aprendiz de detetive –
Independente.
NARRRATIVA LONGA HORROR:
Carolina Mancini – Nihil – Editora Estronho (VENCEDORA)
Danilo Correa – Sob a escuridão – Cervus Editora.
Pablo Amaral Rebello – Peixeira & Macumba –
Independente.
NARRATIVA CURTA HORROR:
André Balaio – O lado de lá – Editora Patuá.
Isabor Quintiere – Madres – Editora Escaleras
(VENCEDORA).
Marcelo Augusto Galvão – Sombras no coração –
Independente.
NARRATIVA LONGA FICÇÃO CIENTÍFICA:
LuizMauricioAzevedoSilva–Pequenoespóliodomal–Editora
FiguradeLinguagem.
RicardoLabutoGondim–Corrosão–EditoraCaligari
(VENCEDOR).
RobertodeSousaCauso–Mestredasmarés–EditoraDevir.
NARRATIVA CURTA FICÇÃO CIENTÍFICA:
Alexandre Veloso de Abreu – A necronauta – Editora
Scriptum.
Fábio Fernandes e Nelson de Oliveira – Oneironautas –
Editora Patuá.
Saulo Adami – A invasão dos macacos – Editora DTX
(VENCEDOR).
NARRATIVA LONGA FANTASIA:
Paola Siviero – O auto da maga Josefa – Dame Blanche
(VENCEDORA)
Simone Saueressig – De ferro e de sal – Independente.
Yasmim Naif Amin Mahmud Kader – Caçada às estrelas da
noite: sob o céu da noite eterna I – Independente.
NARRATIVA CURTA FANTASIA:
Deise Soares Ferraz de Vargas – A ponte de paladinos –
Independente.
Gabriel Cianeto – Oceano sorvete de uva – Editora Multifoco
(VENCEDOR).
Marcelo Bighetti – Sacrifício consumado – Independente.
15 | OUTUBRO 2023
 2020
PROJETOGRÁFICO
AndréSchuck–Oinfernoéaqui–EditoraCoerência(VENCEDOR).
JorgeAlexandreMoreira–Numezu–MonomitoEditorial.
VáriosAutores–OcasoFylo-Medusa–DiárioMacabro.
NARRATIVALONGALITERATURAJUVENIL
A.T.Sérgio–Eles–LuvaEditora.
A.Z.Cordenonsi–Oproblemadoscálculosmaquinares–AVEC
Editora.
OtávioDefinski–TerraVazia–EditoraMetamorfose (VENCEDOR).
NARRATIVACURTAHORROR
AdrianaMaschmann–Sereisfielatéqueamortevossepare–
EditoraFlyve.
MárcioBenjamin–Setecordas–EditoraEscribas (VENCEDOR).
OscarNestarez–Ogatonovácuo–EditoraWish.
NARRATIVACURTAFANTASIA
CristinaPezel–Jeremejevite–EditoraDraco (VENCEDORA).
EduardoSabino–SamueleSamael–EditoraCaoseLetras.
SimoneSaueressig–Carnavalito–EditoraDraco.
NARRATIVACURTAFICÇÃOCIENTÍFICA
AnaRüsche–Atelepatiasãoosoutros–MonomitoEditorial
(VENCEDORA).
LadySybylla–Fogonocéu–AgênciaMagh.
RenanBernardo–Anormaaquidecima–RevistaATaverna.
NARRATIVALONGAHORROR
AndréSchuck–Oinfernoéaqui–EditoraCoerência.
FrancismarCampoli–Ainsurreiçãodamonarquiasuprema–
EditoraVerve.
JúlioRicardodaRosa–Oinvernodovampiro–Independente
(VENCEDOR).
NARRATIVALONGAFANTASIA
CarolChiovatto–PorémBruxa–AVECEditora (VENCEDORA).
HelenaGomes–Umaaventuracorsária–EdelbraEditora.
LeandroPileggi–IsaacD–AVECEditora.
16 | OUTUBRO 2023
NARRATIVALONGAFICÇÃOCIENTÍFICA
J.C.Fantin–Extraplanetário–VírtuaEditoraMultimídia.
NikelenWitter–ViajantesdoAbismo–AVECEditora
(VENCEDORA).
PeterLarubia–F.Ú.R.I.A.Ciberpunk–LuvaEditora.
2021
CAPAEPROJETOGRÁFICO
EnéiasTavares–Parthenonmístico–DarkSideBooks
(VENCEDOR).
FábioBrust–ExLibris–AVECEditora.
PedroHutschBalbonieRodrigoOrtizVinholo(org.)–Contos
deTarot–Independente.
QUADRINHOSFANTÁSTICOS
GuilhermeSmeeeEduardoRibas–D.I.V.A.S.Brasileiras–
Independente.
OctávioAragãoeCarlosHolanda–Psicopompo–Editora
Caligari.
RomeuMartins,ValOliveiraeSandroZambi–Acorquecaiudo
espaço–SkriptEditora (VENCEDOR).
NARRATIVALONGALITERATURAJUVENIL
FábioBrust–ExLibris–AVECEditora.
LíviaStocco–Águaevento–Independente.
RaphaelSilva–Ubuntu2048–EditoraKitembo (VENCEDOR).
NARRATIVACURTAHORROR
JulianeVicente–Oalinhamentodasestrelas–DiárioMacabro
Editora (VENCEDORA).
KarenAlvares–Ofimeocomeçodetodasascoisas–Agência
Magh.
OscarNestarez–Horroradentro–EditoraVacatussa.
NARRATIVACURTAFANTASIA
AndriolliCosta–Ocolecionadordesacis–Independente.
FernandaCastro–Lágrimasdecarne–EditoraDamme
Blanche (VENCEDORA).
NikelenWitter–Embornaldosolhos–AVECEditora.
NARRATIVACURTAFICÇÃOCIENTÍFICA
AnnaMartino–Senhortempobom–EditoraPlutão.
D.Celestino–Vizinhos–Independente.
IsraelNeto–Nãopodemosesperar–EditoraNua
(VENCEDOR).
NARRATIVALONGAHORROR
CleciusAlexandreDuran–Aoutracasa–Independente
(VENCEDOR).
IzaArtagão–Fome–SguerraDesign.
LarissaPrado–Orastrodaserpente–SkriptEditora.
NARRATIVALONGAFANTASIA
ErickSantosCardoso–GuirlandaRubra–EditoraDraco
(VENCEDOR).
MarcellaRossetti–FilhosdaLua:olegadosombrio–AVEC NARRATIVALONGAHORROR
Editora. OscarNestarez–Claroscuro–EditoraDraco (VENCEDOR).
PaulaCarminattieElitonViegas–OstalismãsdeJade: DanielGruber–Afloresta–OGrifo.
duologiaÁriadeYu–Coerência. IzaArtagão–Breu–Independente.

NARRATIVALONGAFICÇÃOCIENTÍFICA
CarolFaçanha–Nãoesqueça–EditoraCaligari.
EnéiasTavares–Parthenonmístico–DarkSideBooks
(VENCEDOR).
MandiCastro–MartimLafayetteeocontra-tempo–Luva
Editora.
NARRATIVALONGAFANTASIA
HeitorVasconcelosSerpa–Vitórianoinferno–
Independente.
LucasViapiana–Atorredotempo–Independente.
MarinaDenserMainardi–Aúnicacertezaéamorte–Editora
Metamorfose (VENCEDORA).

NARRATIVALONGAFICÇÃOCIENTÍFICA

2022
LucasMota–Olhosdepixel–EditoraPlutão.
SandraMenezes–Océuentremundos–EditoraMalê
(VENCEDORA).
WaldsonSouza–Ohomemquenãotransbordava–Editora
CAPAEPROJETOGRÁFICO
Plutão.
AssombraContos–Kikomics.
FarrasFantásticas–EditoraCorvus.
ARTIGOSFANTÁSTICOS
ONovoHorror–OGrifo (VENCEDOR).
MarcelloSimãoBrancoeCesarSilva–AliteraturadeFC&F
brasileiranasegundadécadadoséculoXXI–AVECEditora
QUADRINHOSFANTÁSTICOS
(VENCEDORES).
AlexeyDodswortheIoannisFiore–Saros136–EditoraDraco
RafaelEisingerGuimarães–Oslimitesdofantásticona
(VENCEDORES).
escritadeSilvinaOcampo–EDUCS(UniversidadedeCaxias
FelipeCagnoeFabianoNeves–TheFewandcursed–AVEC
doSul).
Editora.
GuilhermeSmeeeDaniloAroeira–Mandinga–AddArtStudio. RodolfoStancki–Azonacrepuscular–EditoraEstronho.

NARRATIVALONGALITERATURAJUVENIL
JimAnotsu–Oserviçodeentregasmonstruosas–Editora
Intrínseca (VENCEDOR).
SimoneSaueressig–Oúltimocontinente–Independente.
ThiagoLee–Omistériodocarneirodeouro–EditoraRocco.

NARRATIVACURTAHORROR
IrkaBarrios–Apartededentro–OGrifo (VENCEDORA).
NikelenWitter–Otítuloéumgrito–OGrifo.
PaulaFebbe–Tudoqueévermelho–DarkSideBooks.

NARRATIVACURTAFANTASIA
AndreaOrmond–Oaquáriodacabeça–EditoraEstronho.
AuryoJotha–Miolodeboi–EditoraCorvus (VENCEDOR).
RodrigoOrtizVinholo–Hóspedes–EditoraLendari.

NARRATIVACURTAFICÇÃOCIENTÍFICA
ClariceFrança–Oculi–Independente.
17 | OUTUBRO 2023

KinayaBlack–EuconheçoUZOMI–EditoraKitembo.
SabineMendesMoura–VocêUnlimited–Lendari
(VENCEDORA).
 2023
CAPAEPROJETOGRÁFICO
IanFraser–AvidaeasmortesdeSeverinoOlhodeDendê–
Intrínseca.
RobertoCamposPellanda–Terceirosaber–AVECEditora.
TiagoCarvalho–CaçadoresdeEzória:asementedoamanhã–
PendragonEditora.
QUADRINHOSFANTÁSTICOS
FábioYabueFredRubim–Ossussurrosdocaosrastejante–
Jambô.
FelipeCastilhoeMonaramis–Guarás:aoutramargem–
Independente.
KikoGarcia–TerraRoxa–Kikomics.
NARRATIVALONGALITERATURAJUVENIL
ClintonDavisson–Baluartes:TerraSombria–AVECEditora.
FabiolaEichenbrenner–Setemonstros–CartolaEditora.
LucasdeMeloBonez–Amorteeavidadosmeninoslobos–
BoaventuraEditora.
NARRATIVACURTAHORROR
JulianaCunha–Adevoradora–OGrifo.
OscarNestarez–Obreupovoado– AVECEditora.
TalitaGrass–Cançãoparaumanfíbio–DarkSideBooks.
NARRATIVACURTAFANTASIA
CarolFaçanha–Osibilardeoutrora–Independente.
JadnaAlana–Setumequisesse–Independente.
JoãoMendes–Serraminguante–Mafagafo.
NARRATIVALONGAHORROR
CiriloLemos–Estaçãodasmoscas–DracoEditora.
EveraldoRodrigues–Kiumba– Independente.
LarissaBrasil– Irebu–Independente.
NARRATIVALONGAFANTASIA
AlvaroSenra–Éden–7letras
BrunoAnselmiMatangrano–EbálidasdePseudo-Outis–Arte
eLetra.
LeonardoOliveira–Arainhadopôrdosol –Independente.
NARRATIVALONGAFICÇÃOCIENTÍFICA
AlexeiDodsworth–ParadoxodeTheséus–DracoEditora.
GabrielTeixeiraCanduri–Uruburei–AstrolábioEdições.
MatheusBorges–Milplacebos–UboroLopes.
ARTIGOSFANTÁSTICOS
AnaResendeeCarolineFaçanha–Pilhasdecorpos
grotescos:ogóticocontemporâneoemMarianaEnríqueze
PatríciaMelo–Abusões.
JúlioFrançaeOscarNestarez–Apresentação:umatradição
obscura(ParatextodeTênebra–Narrativasdehorror
brasileiras[1839-1899])–FósforoEditora.
RafaelEisingerGuimarães–Podeainteligênciaserartificial?O
quenosensinamosrobôsdeIsaacAsimov–PontesEditores.

NARRATIVACURTAFICÇÃOCIENTÍFICA
JulianeVicente–Sankofa–RocketEditorial.
SimoneSaueressig–OcucodeSumaúma–AVECEditora.
ZéWellington–Quinzeminutos–DracoEditora.

Os vencedores do Prêmio Odisseia

de Literatura Fantástica 2023 serão
conhecidos durante o evento de premiação
18 | OUTUBRO 2023

no dia 08 de outubro às 18 horas na

Biblioteca Pública do Estado do RS.
 CAPISTA
DESTA EDIÇÃO
VINICIUS DULIUS
(MATCHUCA)

VINICIUS DULIUS Ilustrador e produtor

cultural do projeto Pampa Bizarro. Porto-
alegrense, nascido em 1994, assina com o
nome de Matchuca em projetos que envolvam
cenários fantásticos, como as capas da revista
Literomancia e o livro ilustrado Lovecraft: Re-
imaginado. Participou também da produção
dos livros infantis Meu Ori e Das Galinhas.
Trabalha com técnicas mistas, envolvendo
desenho e pintura tradicional com ferramentas
digitais como 3D e animação, tendo como
referência estética principalmente obras
e artistas que trabalham com ficção
experimental e surrealista.

O projeto “Pampa Bizarro” se baseia Mais que florestas mágicas e seres

na produção de uma obra transmidiática
de mesmo título, cuja animação audiovisual
se complementa com narrativas literárias,
com recursos visuais e sonoros. O projeto
conta com autores gaúchos consolidados
no gênero fantástico e escritores que se
tornaram expoentes e tem se destacado
no cenário contemporâneo. O projeto tem
produção cultural de Vinicius Dullius, co-
ordenação de Juliane Vicente, criadora do
projeto e é intitulado pelo também idealiza-
dor Diego Mendonça. O conceito de “Pampa
falantes, “Pampa Bizarro” quer explorar o
potencial da cultura regional, reunindo ar-
tistas gaúchos para a produção inédita de
um universo narrativo transmidiático. Em-
bora esses artistas atuem com o gênero
fantástico e sejam reconhecidos, em sua
maioria, escritores, eles atuam em diferen-
tes espaços da cultura, como: autores-pes-
quisadores que atuam no ambiente acadê-
mico; aqueles que trabalham com público
infanto ou infanto-juvenil e/ou aqueles que
estão presentes apenas em seu subgênero,
19 | OUTUBRO 2023

Bizarro” foi sendo desenvolvido como uma
expressão literária-audiovisual, cuja base
projetual foi elaborada com a intenção de
criar uma identidade visual e estética, para
contribuir com o imaginário dessa manifes-
tação cultural que aqui se coloca como fan-
tástico gaúcho.
seja ficção científica, fantasia ou horror, isto
é, nunca antes houve a reunião de autores
gaúchos de diferentes abordagens em um
projeto que explore o fantástico gaúcho em
perspectiva transmidiática. Sinta-se con-
vidado a acompanhar a construção desse
universo! ֍
 IX
PATROCINADOR MASTER
07 e 08 de outubro
2023
Biblioteca Pública do Estado

PATROCINADORES
Porto Alegre/RS

APOIO

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO

REALIZAÇÃO