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" Capitães da areia é um livro do escritor baiano Jorge Amado e foi publicado pela primeira vez em 1937.

7. Ele conta
a história de meninos em situação de rua, na cidade de Salvador de inícios do século XX. Eles são os Capitães da Areia, vivem em um
trapiche e, completamente marginalizados, sobrevivem por meio de furtos.

A obra conta com personagens marcantes, como Pedro Bala, Dora, Sem-Pernas, Boa-Vida, Volta Seca, João Grande, Professor, Gato,
Pirulito e Barandão. Esses meninos vivem o drama do abandono, e, por meio de suas histórias de vida, o narrador faz sua crítica social,
condena os reformatórios, o preconceito, a exploração do proletário e toda forma de opressão."

"Enredo da obra Capitães da areia


Os Capitães da Areia são meninos em situação de rua que vivem num trapiche. Eles sobrevivem por meio de furtos e se comportam,
precocemente, como adultos. O líder do grupo é Pedro Bala, um jovem de 15 anos, que tem uma cicatriz no rosto, filho de um estivador
(chamado, pelos seus companheiros, de Loiro) que morreu durante uma greve.
São vistos pela sociedade de Salvador como perigosos e, portanto, são procurados pela polícia, que tem a intenção de os colocar em
reformatórios, onde são vítimas de mais violência. Mas, entre os meninos do grupo, recebem destaque na obra os personagens Pedro
Bala, Dora, Sem-Pernas, Boa-Vida, Volta Seca, João Grande, Professor, Gato, Pirulito e Barandão.
Pedro Bala encontra o estivador João de Adão nas docas. Ele conheceu o pai de Pedro e conta ao rapaz que Loiro era um grevista que
morreu baleado ali nas docas. Na época, Pedro tinha 4 anos e, portanto, não se lembra mais do pai. Mas cresce nele o orgulho de ser
filho de um líder revolucionário.
Outra pessoa adulta que convive amigavelmente com os meninos é a mãe de santo Don’Aninha. Em uma ocasião, ela vai pedir a Pedro
Bala que recupere a imagem de Ogum que a polícia tinha levado durante uma batida em um candomblé. Com a ajuda de Professor, ele
arquiteta um plano e pega a imagem na Central de Polícia.
O padre José Pedro é outro amigo do grupo e tenta ajudar os meninos à sua maneira. Como Pirulito é dado às coisas da Igreja, o padre
quer conseguir um lugar em um seminário para ele. Por influência do sacerdote, o garoto muda sua conduta e perde a “fama de ser um
dos mais malvados do grupo”.
No intuito de roubar uma casa, os Capitães da Areia usam Sem-Pernas para conquistar a confiança da dona. Ele busca enternecer a
mulher: “Não tenho ninguém no mundo, sou aleijado, não posso trabalhar muito, faz dois dias que não vejo de comer e não tenho onde
dormir”.
Como dona Ester perdeu um filho que tinha a idade do Sem-Pernas, ela transfere seu afeto de mãe para ele. Abriga Sem-Pernas, que,
pela primeira vez, sente o conforto de pertencer a uma família. É tratado com carinho pela mulher, como se fosse realmente seu filho, e
não quer abandonar aquela vida.
Porém, dias depois, Pedro Bala aparece, e Sem-Pernas se vê na obrigação de cumprir o combinado. Mas é com muito sofrimento que
ele trai a sua nova mãe, volta para o trapiche, e alguns integrantes do grupo, entre eles Pedro Bala, invadem a casa e roubam objetos de
ouro e de prata.
Durante uma epidemia de um tipo de varíola, o alastrim, Dora e seu irmão Zé Fuinha ficam órfãos e acabam indo para o trapiche pelas
mãos de João Grande e Professor. No início, ela corre o risco de ser estuprada. É defendida por João Grande e Professor, enquanto os
outros meninos se preparam para brigarem pela posse dela.
Pedro Bala, ao chegar ao trapiche, resolve a questão, fica do lado de João Grande e Professor. Com o tempo, Dora passa a ser
respeitada pelo grupo e desperta outros sentimentos nos Capitães da Areia, pois começa a ser vista como se fosse mãe deles. Porém,
Pedro Bala e ela se apaixonam.
Ela passa a roubar com eles, vestida como um garoto e tratada com igualdade, até que são presos. Pedro Bala é mandado para um
reformatório, e Dora, para um orfanato. No reformatório, o chefe dos Capitães da Areia é torturado. Já Dora adoece e fica à beira da
morte. Quando Pedro Bala consegue fugir, ele e outros do grupo tiram a menina do orfanato.

Por fim:

Dora, doente, acaba morrendo, mas antes se entrega a Pedro Bala. Sem-Pernas, depois de assaltar uma casa, para não ser pego pelos
guardas, se joga e “se rebenta na montanha como um trapezista de circo que não tivesse alcançado o outro trapézio”.
Pirulito ingressa na Ordem dos Frades Capuchinhos.
Professor, ajudado por um poeta, vai para o Rio de Janeiro e se torna pintor de quadros.
Volta Seca se transforma em cangaceiro.
Gato se torna um vigarista e se muda para Ilhéus, para arrancar dinheiro dos coronéis.
João Grande se transforma em marinheiro.
Boa-Vida se entrega à vida de boêmio, é “mais um malandro nas ruas da Bahia”.
Pedro Bala segue o caminho da revolução, “comanda uma brigada de choque formada pelos Capitães da Areia”, que “intervêm em
comícios, em greves, em lutas obreiras”. Mas, no final, abandona o grupo e o trapiche, deixa Barandão ser o novo líder e se torna um
“militante proletário”, perseguido pela polícia por ser um organizador de greves e dirigente de partidos ilegais, isto é, um
revolucionário."

Veja mais sobre "Capitães da areia" em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/capitaes-da-areia.htm

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