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Guia de boas práticas para implementação de projetos de

reprodução digital de originais bidimensionais


(Versão reduzida e adaptada para o Workshop “Introdução à reprodução digital aplicada a arquivos”, FMSMB, 27 de Março
de 2023)

Introdução
Este guia pretende fornecer o mínimo de especificações para a reprodução digital de arquivos em
papel com vista à obtenção de Matrizes de Preservação de Longa Duração.

Não deve em caso algum substituir uma análise específica de cada arquivo, nem a consulta
informada das Directrizes e ISOs internacionais na matéria:

- ISO 19262:2015 - Photography — Archiving Systems — Vocabulary


Define os termos usados na área da captura e avaliação de imagens digitais de forma a
unificar a linguagem usada.
- ISO/TR 19263-1:2017 - Photography — Archiving systems — Part 1: Best practices for digital
image capture of cultural heritage material
Descreve fluxos de trabalho e boas práticas, providencia informação detalhada de como a
análise e medições são feitas.
- ISO/TS 19264-1:2017 - Photography — Archiving systems — Image quality analysis — Part 1:
Reflective originals
Descreve o método para análise da qualidade de um sistema de produção de imagens para
constituição de arquivos digitais de Património Cultural. Este método deve analisar as
características de qualidade de vários sistemas de imagem a partir de imagens por ele
produzidas; desta análise deve resultar a especificação de quais as características que são
medidas, e como são medidas; descreve também as medições em detalhe e providencia
objectivos e tolerâncias para os diferentes aspectos mensuráveis.

Directrizes (Boas Práticas)


- Metamorfoze Preservation Imaging Guidelines
Hans van Dormolen / National Library of the Netherlands
Website: http://www.metamorfoze.nl

- FADGI – Federal Agencies Digitization Guidelines Initiative


Technical Guidelines for the Still Image Digitization of Cultural Heritage Materials
Website: http://www.digitizationguidelines.gov

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Decisão e seleção para digitalização

Antes de iniciar a reprodução digital é necessário ter em conta os seguintes fatores:

Direitos de autor
Avaliação da natureza física dos originais, isto é, as características (suporte e formato) e o seu
estado de conservação
Avaliação da natureza intelectual dos originais (valor do conteúdo)
Natureza e a qualidade do próprio processo de digitalização
Capacidade institucional quanto aos recursos humanos, materiais e financeiros
Investimento nos metadados descritivos da coleção a digitalizar
Preservação dos objetos digitais a longo prazo (armazenamento e backup)
Plataforma de acesso para os utilizadores
Relação com outros projetos: economia de esforço e colaboração interinstitucional
Custos e benefícios

Fase 1. Planeamento e preparação dos originais

Engloba um conjunto de ações prévias à reprodução efetiva dos materiais. Nomeadamente a


definição de níveis de qualidade adaptados aos originais, inspeção e preparação dos originais,
identificação dos metadados associados e estabelecimento de objetivos relacionados com o acesso e
divulgação.

Esta é uma fase essencial em qualquer projeto de digitalização, tendo como principais objectivos:

- Limitar o eventual desperdício de recursos e maximizar potencialidades,

- Garantir a integridade material e conceptual do arquivo, impedindo danos e stress


desnecessário nas peças,
- Obter controlo sobre peças e coleções,

- Criar ferramentas que permitam monitorizar e avaliar resultados.

Avaliar, organizar e preparar fisicamente os originais a reproduzir é fundamental para garantir a


eficiência do projeto de digitalização. Estas tarefas irão facilitar e acelerar a reprodução digital, ao
permitir uma maximização de recursos e ferramentas.

Deverá ser ainda incluído nesta etapa o planeamento da transferência dos itens dos depósitos com
base em critérios pertinentes para a reprodução (formas de manuseamento, suporte, técnica, etc).

Etapas recomendadas nesta fase e que devem ser executadas em estreita articulação com todos os
serviços/profissionais envolvidos:
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1. Preparação física da coleção e avaliação dos riscos:
1.1. Selecção dos originais para reprodução;
1.2. Avaliação do estado de conservação dos originais;
1.3. Identificação de exceções e casos que necessitem de ações específicas ou
especiais;
1.4. Proceder a eventuais ações de conservação e acondicionamento.

2. Definição de objetivos para a reprodução digital:


2.1. Estabelecimento de objetivos específicos para as reproduções digitais a
obter relativamente ao acesso, uso e preservação;
2.2. Definição do nível de qualidade adequado aos originais com base nos
objetivos estabelecidos;
2.3. Definição de escala de reprodução/resolução que melhor se adapte aos
originais.

3. Planeamento do calendário da reprodução que melhor se adeque às tarefas a


realizar:
3.1. Programação da transferência dos originais dos depósitos com base em
critérios pertinentes para a reprodução (formas de manuseamento,
tamanhos, suportes, técnica, etc);
3.2. Definição e comunicação clara de protocolo de manuseamento e outras
regras que garantam a integridade dos originais;
3.3. Definição e comunicação de normas de numeração de ficheiros e recolha de
informações complementares (Metadados Técnicos).

4. Caso ainda não exista, ou não possa ser articulado com o sistema de informação
existente, conceber e fazer um ficheiro de controlo das reproduções digitais.
5. Prever e definir procedimentos para as exceções para cada uma das etapas.

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Fase 2: Captura digital dos originais

Considerações gerais sobre o sistema de reprodução digital


A digitalização de documentos é essencialmente efetuada usando dois tipos de equipamentos:
scanners planos e câmaras fotográficas instaladas num sistema de reprodução vertical (Copy Stand
ou ReproScan). Cada um deles traz vantagens ou desvantagens conforme os objetivos pretendidos e
os meios técnicos e materiais disponíveis.

Genericamente:
Scanner plano ReproScan

Vantagens

- É mais fácil de operar; - Quando corretamente instalado e


- Menos necessidades físicas para a sua manuseado, consegue produzir imagens em
instalação; alta resolução, mais naturais, de aspecto
- Menos investimento inicial; tridimensional e alta amplitude dinâmica;
- É menos sensível à luz ambiente; - As capturas são instantâneas, e sem
- Se de gama profissional tem lente calibrada movimentos na luz, no sensor ou lente;
para superfícies planas, e movimento - Mais polivalente em relação a suportes e
otimizado para a captura ocorrer dentro da formatos;
zona de qualidade máxima da lente/sensor - Permite reproduzir originais sem contacto
(normalmente recorrendo a um movimento com a sua superfície;
XY) - Menos suscetível a vibrações do ambiente e
suportes desde que baseado num sistema
de iluminação flash;
- Cada captura produz um ficheiro raw, com
todas as informações registadas pelos pixéis
do sensor que pode ser editado de modo
reversível;
- Sendo um sistema modular, é também
independente de qualquer fabricante ou
operador no mercado, e proporciona o mais
alto grau de controlo e personalização.

Desvantagens

- Apenas para documentos totalmente - Formação do operador mais demorada;


planos; - Mais sujeito a introduzir erros pelo
- Não podem ser digitalizados documentos operador;
sensíveis que não possam ser planificados - Ocupa mais espaço;
pelo vidro ou possam sofrer com - Exige condições de funcionamento mais
intensidade de luz durante o tempo da controladas;
digitalização; - Investimento inicial elevado.

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- Lentos quando usados em alta qualidade e
por isso mais sujeitos a vibrações do
ambiente;
- Por outro lado, quase todas as soluções de
scanner existente para digitalização de
materiais opacos assumem um determinado
formato de saída e especificações, e
processam a informação recolhida de acordo
com elas: formato do ficheiro, curvas de
contraste, curvas de tonalidade e sharpening
que não podem verdadeiramente ser
desligadas.

Em qualquer dos sistemas, as imagens resultantes podem ser mais ou menos exatas na forma como
reproduzem os tons, cores, detalhes e outras características superficiais do original.

Em qualquer caso, deve ser prioritária a instalação de um sistema sólido e robusto capaz de suportar
manuseamento sem variações, minimizar alterações acidentais e capaz de absorver ou minimizar
vibrações durante a sua utilização.

Particularmente importante em projetos de digitalização em massa, deve ser criado um espaço de


captura dedicado à digitalização, com paredes de cor neutra (de preferência cinzenta), isolado e
protegido de circulação de pessoal não necessário. O espaço deve ser mantido limpo e livre de
poeiras e impurezas.

A área de captura deve ser isolada relativamente à interferência de iluminação indesejável,


nomeadamente de postos de trabalho vizinhos ou outras fontes de contaminação.

Iluminação
A escolha da iluminação deve sempre incidir numa luz de espectro total com alto CRI (>95), dando
preferência à utilização de unidades flash com protecção UV. Características particularmente
importantes em originais, frágeis e delicados.

Câmara e Sensor
A escolha de qualquer equipamento deve ser precedida da recolha de toda a informação técnica
disponível, tanto do equipamento disponível, como daquele que se presume necessário, de forma a
determinar as reais necessidades para o projeto.

A resolução do sensor deve ser escolhida de acordo com o projeto de digitalização e a taxa de
reprodução e qualidade estabelecida. No entanto, deve ser dada preferência a sensores com
capacidade de captura de maior profundidade de bits possível (14 a 16 bits), pois isso permite um
registo mais rigoroso das nuances dos originais.

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Lentes
Deve ser dada preferência à utilização de lentes Macro e Apocromáticas, corrigidas para planos.
Evitar a utilização de lentes angulares ou grandes angulares, uma vez que, por norma, apresentam
maiores distorções geométricas.

Os ficheiros
De forma a minimizar danos nos originais, é preferível adotar a política de "Digitalizar Uma Vez”.
Quer isto dizer, que a captura digital de Bens de Herança Cultural deve ser orientada para a obtenção
de uma Matriz Digital de Alta Qualidade (ou Matriz de Preservação Digital de Longa Duração) para
cada original. A partir desta matriz podem ser produzidos todos os derivativos, versões de acesso
(para visualização ou divulgação) ou edições específicas para um determinado output (impressão,
montagem digital, etc.).

Nesta abordagem, ganha especial importância o conhecimento das ISO e normas internacionais, que
estabelecem as características essenciais e critérios de qualidade que estas matrizes devem ter, e
uma aposta na literacia da imagem para avaliação de resultados e criação dos derivativos adequados.

Matriz de Preservação Digital


- Representa o mais fielmente possível toda a informação visual do original;
- Representa o original integral e mira técnica de controlo;
- Sem qualquer edição e alteração para um qualquer output;
- Recurso de longa duração para ser arquivado e usado apenas quando necessário;
- Pode servir como substituto do original;
- A mais alta resolução possível, sem interpolação ou escalonamento artificial;
- Perfil de cor embebido/atribuído;
- Sem camadas digitais (layers);
- Sem Compressão;
- Ficheiro necessariamente pesado, de alta resolução e com custo significativo de preservação;
- Formatos possíveis desde que devidamente avaliados: TIFF (*.tif), JPEG2000 (*.jp2),
Photoshop (*.psd), JPEG2000 Part 2 (*.jpf, *.jpx), Digital Negative DNG (*.dng), formatos Raw
proprietários (*.nef, *.crw);
- Especificações técnicas recomendadas: Tiff a 16bits em espaço de cor ECIRGB V2 (espaço
independente da indústria) ou PROFOTO, sem compressão ou compressão Lossless.

Matriz de Produção ou de Trabalho


- Produzida a partir da Matriz de Preservação Digital;
- Pode ter pequenas edições, tais como ajuste de contraste e tom, de forma a obter uma
imagem mais “agradável” e de acordo com a percepção do utilizador comum;
- Pode ser resultado da colagem de várias imagens;
- Sem mira técnica, uma vez que as eventuais edições a podem tornar imprecisa;
- Deve ser usada para criar a versão de acesso;
- Ficheiro pesado e de alta resolução;
- Deve poder ser usado como Matriz de Preservação Digital se absolutamente necessário;
- Formatos possíveis desde que devidamente avaliados: TIFF (*.tif), JPEG2000 (*.jp2),
Photoshop (*.psd), JPEG2000 Part 2 (*.jpf, *.jpx), PNG (*.png), JPEG/JFIF (*.jpg);

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- Especificações técnicas recomendadas: Tiff a 8 ou 16bits, em espaço de cor Adobe
RGB(1998), sem compressão ou compressão Lossless.

Versão de Acesso
- Usada em substituição das Matrizes de Produção e Matrizes de Trabalho para acesso remoto
ou local;
- Redimensionado e comprimido para facilidade de acesso e distribuição;
- Formato: qualquer formato (pdf, png,...). Normalmente JPG em espaço de cor SRGB, ou
JPG2000.

Formatos e características essenciais

RAW: formato de captura (proprietário) a partir do qual devem ser efetuadas todas as
calibrações e edições iniciais, anteriores à pós-produção.
TIFF: as Matrizes de Preservação Digital e Matrizes de Produção devem sempre ser
guardadas em formato TIFF, sem compressão ou compressão Lossless.
JPEG, PDF, PNG…: Versões de acesso, com compressão para uso em ambiente web ou
visualização rápida. (JPG2000 como alternativa de maior qualidade).

Bit Depth (Profundidade de bit)


A profundidade de bit diz respeito à quantidade de bits usados para guardar informação de
cada pixel. Quanto mais alto o n.º de bits, maior a quantidade de tons que podem ser
guardados e representados.
As Matrizes de Preservação Digital devem ser guardadas com 16 bits sem compressão ou
compressão lossless. Nos casos em que não exista suficiente espaço de armazenamento ou
se tratem de originais com limitada riqueza cromática, poder-se-á optar pelo arquivamento a
8 bit com compressão LZM, uma vez que esta ainda permite a retenção de informação
suficiente para cumprir os padrões de publicação/impressão.

Colour Space (Espaço de Cor)


ECIRGB V2 é o espaço de cor normalmente sugerido por todas as instituições com
Património Cultural para os Matrizes de Preservação Digital, uma vez que é independente da
indústria comercial. As versões de acesso e edição, ou cópias de produção, podem usar os
espaços de cor mais adequados aos seus objectivos, sendo normalmente aceite o sRGB para
as versões web de acesso e Adobe RGB(1998) para as restantes.

Reprodução de cor e contraste

A cor é um dos aspectos mais importantes na recriação digital do aspecto superficial de um


documento. No entanto, a maioria dos equipamentos digitais são otimizados pelos seus fabricantes
com vista à produção de resultados “agradáveis” e apelativos, sendo que a interpretação do
significado destes termos é altamente subjectiva.

Só um sistema calibrado, com recursos a perfis de cor personalizados, construídos com base em
miras técnicas e com valores de referência conhecidos, permite a representação correta e o registo
descritivo e rigoroso de toda a informação visível, e uma avaliação objetiva dos resultados obtidos.

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Existem diferentes formas de calibrar a resposta de cor do equipamento usado, dependentes do
processador de RAWs escolhido. Sendo os principais:
- Adobe Câmara Raw e Lightroom CC, com um protocolo de calibração baseado em perfis DCP,
aplicáveis apenas a uma Câmara/lente/luz numa determinado cenário fotográfico;
- Capture-One e Phocus (Hasselblad), usam um protocolo baseado em perfis ICC, aplicáveis a
uma Câmara/lente/luz num determinado cenário fotográfico.

Resolução, Frequência da Amostragem Espacial e Taxa de Reprodução.

A resolução diz respeito à capacidade de distinguir detalhes numa imagem.


Num sistema de reprodução digital, dois fatores determinam o nível de detalhe que pode ser
registado: a Quantidade da amostragem recolhida e a Qualidade, ou performance do sistema.

Quantidade: A frequência da amostragem ou o número de “amostras” registadas. Diz respeito ao


número de pixéis por polegada (PPI: pixel per inch) capturados relativamente ao original físico,
significando que, numa reprodução de 300 PPIs, cada polegada do original é representada por 300
pixéis na sua representação digital.
A quantidade é limitada pelo número de pixéis disponíveis, por isso existe um limite máximo de
resolução que pode ser atingido com um dado sensor.

A Qualidade está dependente do nível de “ruído” introduzido no sistema, pela óptica, hardware,
software ou ambiente, e só pode ser avaliada através da medição do SFR (Spatial Frequency
Response) de forma a determinar o nível de detalhe efetivamente capturado e despistar eventuais
erros cometidos pelo utilizador ou deficiências dos elementos do sistema.

A relação entre a quantidade e a qualidade determina a eficiência de um sistema. A quantidade ou


resolução teórica pretendida pode ser entendida como a “Taxa de Amostragem Declarada” e a
qualidade efetivamente conseguida como “Taxa de Amostragem Conseguida”.
Quando as duas coincidem, existe então uma eficiência de 100%, sendo muito difícil de obter, pois
não existem lentes perfeitas nem sistemas reais a operar sempre na máxima qualidade teórica. As
tolerâncias admitidas pelas normas internacionais estabelecem que a eficiência deve ser superior a
85%.

Quanta resolução é necessária?

Para originais bidimensionais de Património Cultural o valor mínimo da Resolução/Taxa de


Amostragem deve ser de 300 PPI (a 100% do original) ou superior, de forma a garantir o maior
número possível de usos e a preservação de toda a informação visível do documento. A Qualidade
deve ser avaliada objetivamente, de forma a garantir uma uma capacidade de leitura mínima de 5
pares de linhas por milímetro (lpm), numa eficiência de amostragem superior a 85%.

Outros valores de referência mínimos podem ser considerados, quando articulados e aprovados pela
gestão do projeto:
- Originais menores que A5: 600 PPIs com detalhe distinguível de 12 lpm ou 0,17 mm;

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- Originais entre A5 e A3: 300 PPIs com detalhe distinguível de 5lpm ou 0.34 mm;
- Originais maiores que A3: 150 PPIs com detalhe distinguível 2.5 lpm ou 1.42 mm.

Usar Miras técnicas

As miras técnicas são uma espécie de referências arqueológicas que permitem conhecer e
compreender as condicionantes físicas em que o original foi ou é reproduzido:
- O equipamento estava opticamente focado?
- Existem desvios de cor superiores às tolerâncias estabelecidas?
- A taxa de amostragem conseguida é próxima da taxa de amostragem reclamada?
- Foi feita pós-produção para aumentar o detalhe?
- Existem variações de luz no enquadramento, desvios na temperatura de cor, etc.

O uso correto das miras garante não só a calibração da resposta dos equipamentos, mas também o
controlo objetivo da qualidade dos resultados e a avaliação visual de eventuais perdas de informação
ou desvios grosseiros na qualidade da imagem final.

Principais Miras Técnicas em Uso na FMSMB

Calibrite Digital SG (ex X-rite ColorcheckerSG): Calibração da resposta de cor do equipamento,


construção de perfis DCP/ICP e avaliação de tons e contraste.

QA-62: Avaliação SFR (Spatial Frequency Response) da taxa de reprodução efetiva obtida

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X-rite Colorchecker mini: pode ser usada como mira de avaliação de consistência ao longo da
sessão relativamente à cor e exposição.

Munsell linear Gray Scale: pode ser usada como mira de avaliação de consistência ao longo da
sessão relativamente à cor, exposição e contraste.

Respeitar o Original

É importante que a cópia digital capture e preserve o melhor possível o aspeto do original.
Independentemente do seu formato, o documento físico deve ser integralmente capturado, de
preferência sobre um fundo negro, de forma a limitar a interferência de potenciais reflexos parasitas
(glare).

As páginas translúcidas ou muito danificadas devem ser reproduzidas sobre um fundo branco neutro,
já que o fundo negro pode alterar a cor ou interferir com o contraste percebido da imagem.

Nos documentos avulsos, devem ser capturadas todas as páginas, frente e verso; e os documentos
encadernados devem ser capturados de capa a capa, incluindo flyers destacáveis e materiais
inclusos.

Sempre que necessário, algumas características especiais podem ser capturadas por outro processo
e incluídas no fim da sequência.

A orientação das páginas num documento composto ou encadernado, não deve ser alterada durante
toda a sequência.

De forma a transmitir ao utilizador o tamanho correto do original e aferir a consistência, neutralidade


tonal e reprodução de contrastes, deve ser incluída uma mira técnica com uma escala numérica
linear com amostras de cor espectralmente neutras.

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Nomeação dos ficheiros

A definição de critérios claros para a nomeação de ficheiros é essencial para a eficiência do


armazenamento e sustentabilidade do sistema ao assegurar a sua interoperacionalidade. Um bom
esquema de nomeação de ficheiros permite ainda relacionar as várias cópias de um objeto e
controlar os ficheiros individuais ao longo do processo de digitalização.
Cada nome deve ser:
- Único;
- Estruturado de forma consistente: seguir um padrão consistente;
- Prever que podem existir derivativos, ou versões que terão de ser acrescentadas;
- Se possível, refletir a organização do sistema de informação: deve situar o ficheiro no
contexto;
- Deve ser simples: quanto mais complicado, maior a possibilidade de erro humano em
qualquer ponto do fluxo de trabalho;
- Deve ser considerada a hipótese de incluir um identificador digital único;
- Constituído apenas por caracteres ASCII excepto " ", "\", "/" e/ou números de 0-9;
- Não ter espaços entre os caracteres;
- Reduzir os sinais de pontuação a hífens e underscores;
- Não ter mais do que 31 caracteres.

Metadados

Informação estruturada que descreve certos aspetos de um objeto (analógico ou digital), de forma a
tornar mais fácil a recuperação, a utilização e a gestão desse objeto (NISO). Existem diferentes tipos
de metadados: administrativos, que incluem os metadados técnicos, os metadados de preservação e
os metadados de direitos, descritivos, estruturais e linguagens de marcação/formatação.

Os metadados têm um papel fundamental na descoberta, gestão e preservação dos objetos de uma
instituição. A utilização de diferentes tipos de metadados permite a organização e identificação dos
objetos dentro de um sistema, otimiza a recuperação de informação através de pesquisa, maximiza a
interoperabilidade entre objetos de diferentes sistemas, e constitui a melhor forma de arquivar e
preservar os objetos a longo prazo, garantindo um acesso continuado.

O preenchimento destes metadados pode ser automático ou manual, em texto livre e/ou com
recurso a vocabulários controlados, e deve seguir as normas adotadas pela instituição.

Metadados Administrativos

Registam informação necessária à gestão de um recurso ou relacionada com a sua criação, como por
exemplo a identificação do objeto através de um código que o liga a todas as instâncias digitais e ao
seu local de armazenamento físico.

Entre estes, encontram-se os metadados técnicos sobre objetos digitais (incluindo a cópia digital),
embebidos no ficheiro, os metadados de preservação, registando as características do objeto e
eventos de preservação, como a migração de formato e a verificação de integridade, ou operações
de conservação e restauro, e os metadados de direitos, informando sobre os direitos de propriedade
intelectual associados ao conteúdo (por exemplo, uma licença Creative Commons).

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Metadados Descritivos

Registam informação sobre o conteúdo do objeto original, através de elementos como o título, o
autor e outros contribuidores (incluindo registo de autoridade), a data e local de produção, mas
também eventos, pessoas, locais e datas representadas no objeto, a proveniência do objeto
(produtor do documento) e a instituição de depósito.

Metadados Estruturais

Descrevem o suporte do objeto e a relação entre as diversas partes que o compõem, como as
páginas de um livro, um documento com um selo de autenticação, a relação entre um índice e as
respetivas páginas, ou a relação entre diferentes versões do mesmo objeto, como por exemplo
cópias digitais com diferentes resoluções.

Metadados Técnicos Essenciais (embebidos no ficheiro)

Por norma, o equipamento/software de captura introduz automaticamente nos ficheiros um


conjunto de metadados técnicos relativos a características e especificações usadas no processo de
captura. Esta informação pode ser consultada através do software de captura ou qualquer software
de edição de imagem, existindo também ferramentas gratuitas para aceder a informação completa
(normalmente designadas Exif Tools).

A informação recolhida depende do equipamento usado. No entanto, sempre que possível deve ser
garantida a recolha dos seguintes elementos:
Data da Captura;
Modelo do scanner ou Câmara;
Espaço de cor;
Resolução Espacial/Taxa de reprodução (ppi);
Dimensão da imagem (px);
Profundidade de bits (Bit depth);
Velocidade de obturador (se aplicável);
Diafragma usado (se aplicável);
Valor ISO (se aplicável);
Parâmetros especiais de Captura ou conversão raw (se aplicável).

Para além destes, devem ser introduzidas manualmente as seguintes informações mínimas,
recorrendo aos campos IPTC acessíveis através do software de captura ou, numa fase posterior,
usando software de edição de imagem e/ou manipulação de ficheiros:

Document Title: [Nome do documento, Referência Interna, Nº de catálogo, Identificador,


Quota];
Data: [data do objecto digital];
Source: [Arquivo, Fundo, origem da documentação ou outro a definir pelo gestor];
Copyright Notice: [Copyright © 2020 NOME ] ou [Digital image © ANO + INSTITUIÇÃO
(Photo AUTOR DA REPRODUÇÃO)];
Rights Usage: [All Rights Reserved; Creative Commons license (CC0.. etc)];
Credit/Provider: [os créditos que devem acompanhar o uso da imagem].

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Fase 3: Controlo de Qualidade dos masters, pós-produção e upload para o sistema

Controlo de Qualidade 1
O controle de qualidade deve incidir sobre as principais fases do processo e ser efetuado na altura
certa do processo, de forma a evitar necessidades de digitalização e acesso aos originais,
comprometendo a execução e objetivos iniciais.
O controle de qualidade deve ser articulado com os objetivos definidos inicialmente, prevendo
métodos de análise e avaliação dos aspetos relevantes e adequados aos mesmos.
Existem pelos menos 3 fases onde o controlo de qualidade deve ser efetuado com especial cuidado:
- Após a calibração do sistema
Controlo de qualidade com o objetivo de garantir que o sistema tem a resposta esperada e
que a mesma se encontra dentro das tolerâncias admitidas.

- Durante e após a captura digital dos originais


Antes de exportar os raws produzidos para o formato TIFF, deve ser feito um controle de
qualidade exaustivo, de forma a garantir a sua integridade, conformidade com os padrões de
qualidade definidos e fidelidade ao original.

- Após a exportação das Matrizes de Preservação Digital e antes do upload para o sistema
Após a criação (exportação) de Matrizes de Preservação digital em formato TIFF, o controlo
de qualidade deverá pelo menos garantir que:
- O formato do ficheiro é o definido para o projeto;

- O nome do ficheiro está correto e foi atribuído como estabelecido;

- O ficheiro matriz é uma representação fiel do original;

- Não existem desvios de cor, cortes ou artefatos digitais;

- Não existem distorções ópticas dentro e fora da área das miras;

- Não existem defeitos no sensor que tenham afetado a imagem;

- A profundidade de bits é a definida para o projeto;

- A imagem tem a definição correta;

- A imagem tem os limites visíveis e não obstruídos, o contraste é correto e o texto


legível;
- Não existe pixelização ou outros sinais de compressão Lossy inadvertida;

- Não existe sujidade ou outros elementos acrescentados pela digitalização;

- Não existe perda de detalhe nas sombras ou altas luzes;

- Foram incluídos todos os metadados técnicos;

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- É feito um checksum dos ficheiros.

Deverá ainda ser feita uma inspeção pormenorizada aleatória, e uma leitura objetiva das miras
técnicas, dependendo do nível crítico e do tipo de erros detectados numa primeira abordagem: 25%,
50%, 75% ou 100% do trabalho.

Nota: o olho/cérebro é muito bom a detetar padrões e falhas nos mesmos, pelo que o controlo de
qualidade deve ser orientado para maximizar essa capacidade, evitando cair em armadilhas de
perceção.

Todos os sistemas podem desafiar os objetivos e os critérios da medição objectiva, e nenhum


software pode substituir totalmente a análise do operador.

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Workflow Genérico de Reprodução
para captura digital por meios fotográficos

Planeamento e Definição do Nível de Qualidade > Preparação de equipamento e Meio Ambiente >
Preparação de Software e Metadados > Calibração do Sistema > Verificação de Resultados > Início da
Sessão de Trabalho > Workflow de Produção

Planeamento para obtenção Nível de Qualidade estabelecido


Planeamento e definição de necessidades para atingir os objectivos e níveis de qualidade
estabelecidos para o projeto de digitalização. Qual o output principal? Qual a taxa de
amostragem/resolução pretendida? Como lidar com os casos especiais ou alternativas necessárias?

Como referência, sem prejuízo de uma avaliação rigorosa de casos concretos, deve ser tido em
consideração as resoluções teóricas possíveis:

PPI/DPI lp/mm Dimensão aprox. do detalhe menor


(pixeis ou pontos por polegada) (Pares de linhas por mm) registado (mm)1

150 2.9 lp/mm 0.71 mm

300 5 lp/mm 0.34 mm

600 11.8 lp/mm 0.17 mm

1200 23.6lp/mm 0.09 mm

Sugestão: Agrupar os originais por taxa de reprodução pretendida, tipo de suporte e tamanho
permite aumentar a velocidade da captura e manter um setup constante.

Preparação de Meio Ambiente, Equipamentos

- Adaptação ou montagem do sistema de reprodução, dando especial atenção à robustez e


operacionalidade;
- Verificação de meio ambiente e identificação de potenciais problemas, reflexos indesejáveis
e operacionalidade física da execução do protocolo estabelecido;
- Adaptar espaço e equipamentos ao protocolo de circulação definido e garantir a limpeza do
espaço e equipamentos;
- Definir a área a fotografar com base na taxa de reprodução definida (PPI).

1
Matt Pearson, Why 300ppi? Requirements-based methodology for determining digitization project specs.
Archiving Conference 2011.
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Fórmula de cálculo:
Dimensões em pixéis do sensor, divididos pelos PPI desejados. Uma vez que o
resultado obtido é em polegadas (PPI), deverá ser convertido para Cm.
Assim, para obter uma taxa de amostragem de 400 ppi com um sensor com 7952 x
5304 (42MP):
(7952 px/400 ppi) x 2.54 = 50.50 cm
(5304 px/400 ppi) x 2.54 = 33.68 cm
Área possível com uma taxa de amostragem/reprodução de 400 ppi será de 50.50
cm por 33.68 cm;

- Verificar se o equipamento usado permite obter a qualidade definida;


- Posicionar e preparar os fundos a utilizar: usar um fundo negro como regra geral. Preparar
também fundos alternativos para documentação com alguma transparência ou que precise
de ser destacada.

Posicionamento e avaliação da iluminação:


- Posicionar a luz num ângulo de iluminação de c. 40º;
- Avaliar a uniformidade da iluminação.

Posicionamento da Câmara
- Posicionar a câmara à altura necessária para a obtenção da Taxa de Reprodução
estabelecida;
- Focar o sistema de forma precisa e confirmar a área desejada com recurso a uma régua;

Técnica simples sugerida:


- Capturar uma imagem com uma régua na área a fotografar;
- Exportar com os DPIs expectáveis e abrir a imagem no Photoshop ou outro
programa que permita redimensionar a imagem e visualizar as dimensões em cm;
- Cortar uma determinada área da régua e avaliar se a dimensão em cm
corresponde à marcação na régua (10 cm na régua = 10 cm na imagem);
- Caso contrário, alterar as dimensões da imagem para a dimensão real (não
selecionando a opção “Resample”) e verificar e anotar os DPIs resultantes;
- Caso sejam aceitáveis (existe sempre uma diferença natural devido ao plano de
foco e pequenos ajustes na lente), iniciar o trabalho tendo o cuidado de exportar
as imagens capturadas com os DPIs resultantes do exercício.

Preparação da Câmara e Software para um workflow com calibração de cor

Câmara
- Escolher o ISO base de forma a minimizar ruído digital, perda de gama dinâmica e outras
consequências resultantes do ganho artificial de sensibilidade - normalmente 50 a 100 ASA,

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no entanto os valores exatos devem ser consultados no manual e características técnicas do
equipamento usado;
- Escolher a profundidade de bits mais alta possível;
- Escolher o espaço de cor mais abrangente disponível e a opção sem compressão;
Nota: mesmo que o equipamento usado apenas tenha capacidade de registar informação a
12 ou 14 bits, a exportação dos ficheiros resultantes deve sempre ser feita a 16 bits de forma
a minimizar artefactos introduzidos pelo processamento do ficheiro;
- Colocar a câmara em modo manual (exposição, ISO, etc), de forma a que os ajustes não
mudem ao longo da sessão de trabalho.

Software
- Garantir que o software usado permite calibração de cor através da aplicação de perfis de
cor DCP ou ICC;
- De preferência, o software deverá permitir pré-visualizar a imagem com base nos perfis de
saída escolhidos (proof mode; Output; Export…);
- Rever e remover qualquer edição automática;
- Fazer reset a settings de projetos anteriores;
- Escolher e aplicar curvas de contraste lineares ou neutras;
- Se o software o permitir, remover aplicação de perfis de cor pré-estabelecidos;
- Introduzir metadados técnicos definidos;
- Aplicar a estrutura de nomeação de ficheiros definida;
- Garantir que o software tem forma de ler e mostrar os valores de cor, através da colocação
de color readouts ou pelo posicionamento do ponteiro do rato.

Calibração do Sistema
- Garantir a uniformidade da iluminação na área a reproduzir;
- Posicionar a mira técnica escolhida para a produção do perfil de cor;
- Capturar a mira técnica, tendo especial cuidado em não sub ou sobre expor. Grosso modo,
uma exposição para a referência branca entre os valores RGB 220 e 248 será o indicado, mas
depende do software que vai ser usado para a construção do perfil de cor;
- Fechar o programa de captura usado;
- Construção do perfil ICC (seguir o protocolo adequado ao software usado);
- Abrir novamente o programa de captura e processamento - fechar e abrir o programa de
captura, visa garantir que o software atualiza a lista de ficheiros ICC/DCP disponíveis;
- Escolha da aplicação do perfil de cor criado;
- Verificação e correção da curva de contraste (OECF), de forma a corresponder aos valores da
mira usada (se possível, usar a opção Luma que apenas altera os valores de luminosidade);
- Proceder ao White Balance escolhendo o patch mais neutro da mira.

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Exemplo para uma calibração básica usando uma mira técnica acessível, software de
calibração gratuito e imagens capturadas com Adobe Lightroom.
Equipamento necessário: licença Adobe Lightroom; mira técnica X-rite Colorchecker
Passport, X-Rite Câmara Calibration.
- Capturar uma imagem com colorchecker passport nas mesmas condições que o
original, através do Adobe Lightroom CC, com uma exposição de c. 90% na
amostra branca;
- Escolher uma curva de contraste linear;
- Verificar se não existem ajustes de exposição inadvertidos;
- Fazer White balance no patch mais neutro da mira
- Exportar a imagem para DNG (“File” > “Export”);
- Fechar o programa;
- Abrir o software X-Rite Câmara Calibration;
- Arrastar ou importar a imagem exportada para o software X-Rite Câmara
Calibration;
- Aguardar que o software carregue e identifique a mira técnica na imagem;
- Corrigir a grelha caso a mesma não tenha sido bem colocada e proceder à criação
do perfil;
- Nomear o perfil criado como um nome com significado e facilmente identificável
(por defeito a imagem será guardada na pasta do sistema “Camera Profiles”,
pode escolher outra localização e importar mais tarde para o LR);
- Abrir o Lightroom, localizar a imagem desejada e aplicar o perfil criado (Develope
Mode > Profile - caso o perfil não apareça listado, importar a partir da
localização anteriormente escolhida, através do menu “...”);
- Corrigir novamente o White Balance;
- Corrigir a curva de contraste;
- Copiar os settings e aplicar às imagens seguintes.

Notas:
Caso o X-Rite Câmara Calibration esteja instalado como plug-in do LR, o perfil pode
ser feito diretamente a partir do programa através do menu de exportação
(“File” > “Export”).
O perfil criado apenas é válido para a geometria de luz onde foi criado e desde que
os parâmetros de captura se mantenham inalterados (obturador, diafragma,
etc..).

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Controlo de Qualidade e Verificação de resultados obtidos
- verificação e avaliação dos resultados obtidos relativamente a cor, curva de contraste e
Resolução.

Workflow de produção - captura digital

Rever Setup e meio ambiente

- Rever limpeza e arrumação do espaço de trabalho;


- Rever ambiente relativamente a luz, mobiliário e outros fatores que possam
interferir no workflow de circulação de originais;
- Rever limpeza de mesa de reprodução e bancada de trabalho;
- Rever mobiliário, indumentária ou qualquer elemento que possa introduzir variáveis
no processo de captura.

Preparar Sessão de trabalho

- Organizar as ferramentas necessárias em local acessível;


- Verificar a existência de materiais de limpeza e manuseamento;
- Organização e disposição prática dos originais na bancada de trabalho (tal como foi
definida anteriormente);
- Verificação (ou preenchimento) de eventual ficheiro de controlo após retirada das
peças do depósito;
- Operações de metadados (a existirem): verificação de conformidade ou
preenchimentos dos metadados definidos;
- Introduzir o número de Fotografia/Registo/Disparo.

Preparar a Captura

- Posicionar miras de controlo;


- Iluminar zona de posicionamento do original;
- Aquecer a fonte de iluminação;
- Detectar e mascarar eventuais reflexos secundários ou parasitas;
- Se necessário, voltar à fase (CALIBRAÇÃO DO SISTEMA);
- Posicionar/reposicionar e verificar a limpeza mira e Color Readouts para aferir da
consistência ao longo da sessão;
- Verificar/confirmar a escolha de LCC ou Scene Calibration correto;
- Verificar/confirmar a escolha do perfil ICC correto;
- Verificar/confirmar a escolha do espaço de cor de saída definido;
- Focar no plano de posicionamento do original com ajuda de mira;
- Medir/avaliar exposição e White Balance na zona de posicionamento do original;
- Tolerâncias de exposição e WB: Munsell Linear Gray Scale: < L* 2 em relação aos
valores expressos na mira;
- Verificar a precisão de cor da imagem capturada e consistência ao longo de 3
capturas;
- Verificar Estrutura de ficheiros e atribuir nome à próxima captura;
- Introduzir o nº de fotografia/registo/Disparo.

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Captura

- Posicionamento dos originais;


- Capturar original.

Controlo de qualidade prévio das capturas efectuadas

- Antes de exportar os raws produzidos para o formato tiff, deve ser feito um controle de
qualidade exaustivo, de forma a garantir a sua integridade, em conformidade com os
padrões de qualidade definidos e fidelidade ao original, nomeadamente:
- Revisão de linhas de corte;

- Revisão da consistência através da leitura dos valores apresentados na mira técnica


que acompanha o original;
- Vista a 100% da reprodução em 4 cantos;

- Procura por sujidade ou alterações introduzidas pelo sistema, principalmente em


zonas críticas: áreas escuras, áreas com muito pormenor que possa dificultar a sua
remoção posterior;
- Localizar distorções dentro e fora da área das miras;

- Procurar desvios de cor, principalmente em cores sem representação na mira de


calibração usada;
- Analisar textura;

- Procurar defeitos do sensor e existência de artefactos


- Um dos “defeitos”mais comuns na reprodução de arquivos é a existência de
Moiré. Existem algumas solução para o resolver ou minimizar:
- A melhor solução é usar um sistema com possibilidade de Multi-Shot: o
sensor é deslocado em disparo sucessivos, recolhendo a informação dos
canais de cor RGB separadamente, o que, para além do aumento
substancial da qualidade da imagem, não produz moire;
- Em alguns casos basta rodar o original de forma a que a sua trama não
coincida com a trama do senso;
- Reduzir ao aumentar a magnificação da imagem também pode resolver
outros, mas obriga à recalibração do sistema;
- “Forçar” a lente usada a entrar na zona de difracção, fechando mais o
diafragma reduz ou elimina o efeito, no entanto degrada substancialmente
a imagem ou retirar definição e, tal como a anterior, obriga à recalibração
do sistema.

Exportação das Matrizes de Preservação Digital

- Verificar e garantir a exportação de metadados técnicos definidos;

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- Verificar e garantir as características técnicas correctas do ficheiro de exportação: Tiff, 16
bits, espaço de cor ECIRGB.

Controlo de Qualidade dos resultados

- Após a criação (exportação) de Matrizes de Preservação digital, o controlo de qualidade


deverá garantir que:
- O formato do ficheiro é o definido para o projeto;

- O nome e número de ficheiros está de acordo com a lista de ficheiros expectáveis;

- O nome do ficheiro está correto e foi atribuído como estabelecido;

- O ficheiro matriz é uma representação fiel do original;

- Não existem desvios de cor;

- Não existem distorções ópticas dentro e fora da área das miras;

- Não existem defeitos no sensor que tenham afectado a imagem;

- A profundidade de bits é a definida para o projeto;

- A imagem tem a definição correta;

- A imagem está na posição correta;

- A imagem tem os limites visíveis e não obstruídos, o contraste é correto e o texto


legível;
- Não existem cortes ou artefactos digitais;

- Não existe pixelização ou outros sinais de compressão Lossy inadvertida;

- Não existe sujidade ou outros elementos acrescentados pela digitalização;

- Não está demasiado clara ou demasiado escura;

- Não existe perda de detalhe nas sombras ou altas luzes;

- Foram incluídos todos os metadados técnicos;

- É feito um checksum dos ficheiros.

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Bibliografia e recursos

- Berns, Roy S. (2016). Color Science and the Visual Arts: A Guide for Conservators, Curators,
and the Curious. Los Angeles: The Getty Conservation Institute.
- Pearson, Matt (2011). "Why 300ppi? Requirements-based methodology for determining
digitization project specs," in Proc. IS&T Archiving 2011, pp. 187 - 192.
https://doi.org/10.2352/issn
- Federal Agencies digital Guidelines Initiative (Fadgi)
- Metamorfoze Preservation Imaging Guidelines (Metamorfoze)
- ISO 19262:2015 - Photography — Archiving Systems — Vocabulary
- ISO/TR 19263-1:2017 - Photography — Archiving systems — Part 1: Best practices for digital
image capture of cultural heritage material
- ISO/TS 19264-1:2017 - Photography — Archiving systems — Image quality analysis — Part 1:
Reflective originals

Plataformas gratuitas de avaliação de imagens

● Delt.ae
● Zebra

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Anexos e Diagrama

23
Workflow de calibração

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