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1 | INTRODUÇÃO
A prática de atividade física regular tem papel de destaque na melhora da
capacidade funcional à medida que reflete nas habilidades físicas, na dependência para
realizar as atividades de vida diária (AVDs), na aparência de vigor físico e na interação
social, interferindo até mesmo no âmbito da saúde mental (MENEZES et al., 2020). Em
relatório proposto pela Organização das Nações Unidas (2017), as atividades físicas são
caracterizadas como aspecto de desenvolvimento humano, tratadas como direito alienável,
desde que valorizadas pelas pessoas e tendo o âmbito do lazer como ponto de partida do
debate.
Nesse contexto, durante a última década, a prática de atividades físicas tornou-
se um hábito, aderido por boa parte da população, elevando assim a busca por centro
de treinamento e academias. Simultaneamente, a comercialização dos suplementos
alimentares, teve um crescimento, seja devido à busca por melhor estética ou para obtenção
de um melhor desempenho físico (DA SILVA; JUNIOR., 2020).
Dessa forma, a suplementação é um mecanismo muito empregado por praticantes
de exercícios físicos, acima de tudo, por aqueles que querem praticar atividades de alta
intensidade. Porém, existem diversos fatores que podem contribuir para a adesão da
prática da suplementação (ALMEIDA et al., 2018).
A creatina (ácido metil guanidino acético) é um aminoácido que, além de ser
encontrado em alguns alimentos, também é produzido endogenamente, por um processo
que envolve órgãos como fígado, rins e pâncreas e usa como substratos outros aminoácidos
(glicina, metionina e arginina) (DO NASCIMENTO; DE SOUZA AMARAL., 2020). É utilizada
como recurso ergogênico dietético desde seu comprovado aumento da creatina muscular
e os achados na literatura mostram ainda que pode promover maior desempenho e ganho
de massa magra e força (CASSIANO et al., 2021)
2 | METODOLOGIA
O Artigo trata-se de um levantamento bibliográfico, com intuito de analisar e revisar
artigos já existentes com o assunto abordado. A coleta de dados deu-se por meio de artigos
nas seguintes plataformas: PubMed (National Library of Medicine), SciELO (Scientific
3 | REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Creatina
A Creatina é um composto formado por carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio,
sintetizada a partir de dois aminoácidos não essenciais (arginina e glicina) e um aminoácido
essencial (metionina). Segundo Confortin (2019) a creatina é uma biomolécula essencial
para o sistema nervoso e esquelético e que vem sendo muito usada por atletas como
recurso ergogênico visando o aumento do rendimento físico, a força e a potência.
A creatina é uma proteína produzida endogenamente no fígado, nos rins e, em
Figura 3: Conversão reversível de creatina em fosfocreatina por fosfato inorgânico por ação da
enzima creatinquinasa. A reação inversa produz ATP a partir de ADP e creatinina como produto de
desidratação, que é excretado pela boca.
Fonte: Vega, Huidobro (2019)
A suplementação nutricional com creatina deve ser feita com cuidado e por
profissionais habilitados, que tenham conhecimento amplo sobre fisiologia, anatomia,
metabolismo e bioquímica, visto que a prescrição de uma terapêutica sem uma causa
definida, ou uma boa anamnese realizada pode levar a quadros patológicos indesejados
e a quadros mais graves como insuficiência renal e até mesmo a morte. Além, é
importante salientar, que a prescrição deve seguir o ritmo do paciente, em um atendimento
personalizado, visto que as características e necessidades são únicas (PEDROSA et al.,
2021).
Portanto a prescrição da dieta deve ser realizada pelo nutricionista, único profissional
capaz de avaliar com precisão as reais necessidades nutricionais de uma pessoa, o que
é corroborado pela legislação de regência. Em princípio, a Lei Federal no 8234/91, que
regulamenta a profissão de nutricionista, em seu artigo 4o, inciso VII atribui, também, aos
nutricionistas as seguintes atividades, desde que relacionadas com alimentação e nutrição
humanas, a prescrição de suplementos nutricionais, necessários à complementação da
dieta (DA SILVA; JUNIOR., 2020)
4 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diversos são os estudos que comprovam a eficácia do uso da creatina para o
desenvolvimento físico. De acordo com a bibliografia realizada, foi possível evidenciar que
existe diversos mecanismos de ação pelos quais a suplementação de creatina se mostra
eficaz para o ganho de massa magra e melhora o desempenho no treinamento de força.
Os estudos citados nesta revisão podem-se concluir que parece não existir risco ou
REFERÊNCIAS
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