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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

DISSERTE SOBRE EVOLUÇÃO DAS CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS DESDE


ANTIGUIDADE (ÉPOCA ROMANA) ATE A ÉPOCA CONTEMPORÂNEA

Nome e Código: Florencia Francisco Filipe - 708232334

Curso: Geografia
Disciplina: Evolução do Pensamento Geográfico
Ano de Frequência: 1º
Turma: Q

Nampula, Maio de 2023


DISSERTE SOBRE EVOLUÇÃO DAS CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS DESDE
ANTIGUIDADE (ÉPOCA ROMANA) ATE A ÉPOCA CONTEMPORÂNEA

Nome e Código: Florencia Francisco Filipe - 708232334

Curso: Geografia
Disciplina: Evolução do Pensamento Geográfico
Ano de Frequência: 1º
Turma: Q

Trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado na disciplina de Evolução do
Pensamento Geográfico, no curso de
Geografia, na Universidade Católica de
Moçambique. Regente da disciplina:

Nampula, Maio de 2023


ii
Classificação
Indicadores Padrões
Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 2,0
problema)
Introdução Descrição dos
1.0
objectivos
Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
Articulação e domínio
Conteúd do discurso académico
o (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Referênc Normas APA 6ª
Rigor e coerência das
ias edição em
citações/referências 2.0
Bibliográ citações e
bibliográficas
ficas bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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iv
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 6

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 7

2.1. A geografia na civilização grega ..................................................................................... 7

2.2. A geografia na idade média e suas práticas ..................................................................... 9

2.2.1. Ocidente ............................................................................................................................ 9

2.2.2. Oriente ............................................................................................................................ 10

2.2.3. A geografia na europa................................................................................................. 10

2.2.4. A Geografia moderna ............................................................................................. 12

2.2.5. A Geografia depois da queda do Muro de Berlim .................................................. 12

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 14

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 15

v
1. INTRODUÇÃO
O Homem sempre preocupou-se com a Geografia, ele tendo como razão primordial a sua
própria sobrevivência (subsistência), onde passavam pela busca de alimento, utilizam as
actividades de guerrilha ou mesmo as actividades comerciais, de forma criando-se a
necessidade de recolher, conservar e transmitir as informações sobre locais de sustento,
caminhos trilhados, entre outros aspectos (Servi et al., 2004).
O objecto principal do estudo da Geografia é foca-se a relação do homem com o meio; contudo
isso, esta mantém muitas afinidades com outras ciências, como a Meteorologia, a Geologia, a
Biologia, a Economia, a Sociologia e a História. Apresenta, para além disso, pontos em comum
com a Psicologia, a Filosofia e a Teologia, sendo assim, tanto as ideias como os factos humanos
são manifestados espacialmente (Mendonça, 2002). A Ecologia é a ciência mais afim com a
geografia. Não obstante, uma grande diferença tem separado entre a geografia, já que a primeira
se encarrega do estudo do ecossistema, entendido como unidade funcional dos seres vivos e do
meio à sua volta, enquanto a segunda estuda e interpreta a distribuição espacial dos
ecossistemas (Faria, 2006).
Devido a semelhança que entre a geografia com outras ciências levou muitos a considerarem a
esta disciplina como uma soma de elementos que individualmente pertenceriam a outras
ciências. Contudo isso, o carácter de síntese e a busca da interacção entre os fenómenos que
conformam a realidade terrestre outorgam a estas disciplinas características próprias; ela divide-
se em campos sistemáticos e especializações regionais, que podem ser reunidas em dois grupos
principais: geografia Física, geografia Humana (Faria, 2006). Esse sentido, De acordo com
Faria (2006), aponta que a Geografia consiste no estudo da superfície da Terra e a sua
denominação tem derivação dos vocábulos gregos sendo geo que significa "Terra" e graphein
que significa "descrever"
Este trabalho de campo da disciplina evolução do pensamento geográfico, pretende-se trazer os
principais marcos da evolução da Geografia ao longo dos séculos, sendo assim, destacando as
épocas, os autores que mais se destacaram nesse percurso evolutivo. De modo, o trabalho inicia
com a civilização grega, seguida é abordada o período da idade média, trazendo os contributos
dos filósofos para o desenvolvimento da geografia, focando nas ideias de Alexander von
Humboldt e Carl Ritter, ate as escolas geográficas do início do século XX, terminando das
novas ideias da geografia, geografia radial e humanista. Por isso, este trabalho de campo de
objectivo geral descrever os principais marcos da geografia desde antiguidade ate o período
actual.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. A geografia na civilização grega
De acordo com Augusto, Victor (2008), argumenta que as primeiras populações que falavam
grego ocuparam, por volta de 2.000 a.C. em várias regiões da península balcânica. Onde
posteriormente, com sucessivas fases de expansão marítima, os gregos foram se estabelecendo
em outros locais, como as ilhas do mar Egeu, entre as margens do mar Mediterrâneo e do mar
Negro, na costa ocidental da península da Anatólia, no Sul da península italiana e nas grandes
ilhas da Sicília e de Creta (Ribeiro, 2008). Desse modo, a civilização Grega é dividida em seis
períodos como Mínios e Micênios (XX - XI a.C.), Idade das Trevas (XI - VIII a.C.), Período
Arcaico (VIII - V a.C.), Período Clássico (V – IV a.C.), Período Helenístico (IV - I a.C.) e
Período Greco-romano (I a.C. - VI d.C.), respectivamente (Ribeiro, 2008). Para (Ribeiro, 2008),
refere que os gregos tinham grande prática na utilização das estrelas e dos acidentes geográficos
para orientar a navegação, este facto foi evidenciado nos últimos séculos do Período Micênico,
quando se desenvolveu de forma intensiva no comércio marítimo a Leste e a Oeste da península
balcânica. Entretanto, os conhecimentos eram práticos, não sistemáticos e utilitários. Segundo
Tim Unwin (1995, p.77), os mapas mais antigos conhecidos foram esculpidos em rochas e ossos
e datam de 13.000 a.C. As primeiras concepções geográficas gregas estão nas duas epopeias
atribuídas a Homero (750 a.C.), a Ilíada e a Odisseia. Na Ilíada, a Terra é descrita como um
disco achatado com o centro no santuário de Delfos. A Grécia Continental e os demais
territórios conhecidos eram rodeados na sua totalidade por um imenso rio, Oceano, de onde
provinham as águas dos mares, rios e fontes. A Odisseia é, em grande parte, um pormenorizado
diário de viagens do herói Ulisses, que vagueou durante dez anos pelo mediterrâneo e as suas
ilhas, após a Guerra de Tróia (Ribeiro, 2008). O mais antigo geógrafo conhecido foi o filósofo
Anaximandro (610-540 a.C.), o primeiro a desenhar um mapa do mundo conhecido conforme
as crenças da época. Sendo assim, as civilizações gregas, por meio da sua mitologia,
considerava os elementos da Natureza como sendo as forças autónomas, honrando-os como
deuses, elevados pela fantasia a seres activos, móveis, conscientes e que apresentam
sentimentos, vontades e desejos. Assim, estes deuses constituíam na fonte e na essência de todas
as coisas existentes no universo. Sendo assim, no século VI a.C. Tales de Mileto (625-547 a.C.)
foi um dos primeiros pensadores a discordar dessa religião vigente, cujos princípios eram
ditados pela percepção que os homens captavam através de seus sentidos (FCUL, 2008).

7
Segundo Geocaching (2008), descreve que os Jónios acreditavam que a natureza do universo
era geométrica, neste sentido, a Terra também não escapava à regra, que era dividida sob a
fórmula de um círculo ou um disco plano, com a massa continental a flutuar na água, o céu
estava por cima.
Para Dias (2005), refere que Heródoto (484 - 425 a.C.) o Pai da História foi o autor do primeiro
ensaio da geografia descritiva do mundo conhecido pelos gregos. A sua obra reflecte sobre as
informações recolhidas durante as viagens efectuadas à Líbia, Fenícia, Babilónia, Egipto,
Pérsia, Macedónia, Trácia e Cítia, que foram importante na tradução prática na concepção
cartográfica da Terra. A descrição que foi fundamentada por Heródoto proporciona o mundo
que é habitado, por isso, é mais evoluída que a do modelo Jónico, pois apresenta conjuntos
territoriais definidos pelos seus limites (Claval, 2006).
De forma a descrição da terra como esférica é trazida por Platão (427-347 a.C.) onde nas suas
obras a República e o Tempo mostraram grande repercussão no estabelecimento da sua forma
futura (Unwin, 1995). Assim, no século IV a.C., Eudóxio de Cnido9 (408 - 305 a.C.) sistematiza
uma corrente de pensamento que advoga a esfericidade da Terra; esfera esta localizada no
centro de outra infinitamente mais vasta. Nesse modo a compreensão do Globo passava pela
análise do céu, pelo que a “Geografia grega era inseparável da hipótese geocêntrica” (Claval,
2006, p.24). Para Aristóteles (384 - 322 a.C.) discípulo de Platão, ele demonstrou a esfericidade
da Terra, tendo sobrestimado o seu diâmetro em 50%. Através “corolário das observações à
sombra da Terra na Lua e à variação da altura dos astros em relação ao horizonte averiguada a
partir de pontos afastados de latitude no deslocamento de Norte para Sul” (Dias, 2005, p.29).
Conforme meridiano Ribeiro (2008), descreve que Eratóstenes de Cirene (275 a. C. - 194 a. C.)
foi o 1.º pensador que se denomino geógrafo e ele acreditava na esfericidade da Terra (Dias,
2005). Eratóstenes de Cirene calculou o seu perímetro, no Equador, com extraordinária precisão
para o tempo, calculou-o com cerca de 46.250Km, através do conhecimento do solstício de
Verão o Sol atingia seu zénite em Siena (S), como brilhavam dentro dos poços sem deixar
sombra, ele sabia que as cidades de Siena e de Alexandria (A), localizavam-se praticamente no
mesmo no mesmo meridiano, por meio da sombra projectada pelo Sol em Alexandria no mesmo
dia e hora onde brilhava no fundo dos poços de Siena, Eratóstenes descobriu que naquela
distava de seu zénite cerca de 7°15' (x). Concluindo que a diferença de latitude entre essas duas
cidades era também de 7°15', ou seja, 1/50 da circunferência (que tem 360°).

8
2.2. A geografia na idade média e suas práticas
Para Claval (2006, p.29), descreve que Ptolomeu de Alexandria (cerca de 100 d.C. – cerca de
180 d.C.) foi o último geógrafo da antiguidade. Onde o seu grande tratado – Sintaxe Matemática
– ficou conhecido em virtude de ter sido traduzido pelos Árabes com o nome de Almagesto. A
obra “traz os conhecimentos astronómicos da época e aborda o problema da configuração da
terra”, em que esta está no centro do universo; a teoria geocêntrica ao ser adoptada pela igreja,
durante a Idade Média, levou a que esta tese fosse aceite durante 14 séculos, até ser desmentida
pelas teorias de Nicolau Copérnico (1473-1543) (Claval, 2006, p.29). Na sua segunda obra, em
quatro volumes, o Tetrabiblos tratam da astrologia, mas fazem o ponto da situação sobre os
climas e a sua influência sobre os homens (Claval, 2006). Na sua obra Geografia (oito volumes)
fala e inclui o primeiro atlas mundial e é um “catálogo de nomes de lugares e de países com
indicação das latitudes e longitudes” (Clozier, 1988, p. 36), o que permitiu um melhor
conhecimento da Europa (Dias, 2005). Sendo assim, para este autor “o propósito da Geografia
é oferecer uma «visão de conjunto» da Terra localizando e cartografando os lugares ou regiões
do mundo” (Ptolomeu, 150 d.C., Apud Vesentini, 2008). Ptolomeu foi o primeiro a tratar da
técnica de projecção de mapas, como, a representação de superfícies curvas no plano horizontal,
sem falar que foi o criador do moderno sistema de coordenadas geográficas, utilizando as
latitudes e longitudes em graus e minutos, convenção que é utilizada até hoje (Ribeiro, 2008).

2.2.1. Ocidente
Antes da queda do império Romano, este foi marcado pelo declínio do conhecimento
geográfico. Através do favorecimento intelectual sobre a reflexão, a forma e configuração da
Terra véu a desaparecer, nesta época os romanos tinham progressivamente deslocado a
administração das províncias o que permitiu e véu tornaram-se muito desnecessária a recolha
da informação (Claval, 2006).
No Ocidente, durante a época da Idade Média entre os seculos VI – XV, os mapas limitam-se
apenas em apresentar o mundo habitado, nesta época a Terra volta era representada como sendo
plana. Esse sentido, este período, os mapas tinham o formato rectangular ou em círculo (o mais
comum, onde eram atravessados por um T e que apareceria os mapas com caracteres teológicos
e com a cidade de Jerusalém aparecendo ao centro e o paraíso na parte superior, o que sublinha
o seu carácter simbólico (Carvalho, 2005). Na época o conhecimento cientifico não era
valorizado, por os dignitários da igreja que encomendavam os mapas, mas, no entanto não

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tinham a finalidade de melhorar ou aumentar a sua exactidão, apenas usavam somente “como
documento para exibir” e que glorificar o seu poder (Claval, 2006, p.32).
No final do século XIII, a bússola passa a ser utilizada pelos povos do Mediterrâneo, tal como
veio permitir a construção, essencialmente por italianos e catalães, de mapas para a navegação
que são designados de portulanos, que baseados-se em cálculos da posição do navio e da
distância entre os portos, sobre esta matriz eram desenhados os acidentes costeiros e outros
dados náuticos (IAEM, 1996). Assim, na Idade Média o declínio do saber geográfico foi muito
profundo, para Claval (2006, p.30), refere que os ensinamentos da geografia grega, foram
revistos e ampliados pelos Árabes, contribuíram para o renascimento do pensamento
geográfico.

2.2.2. Oriente
Na Idade Média, o desenvolvimento científico no Oriente, em particular na China, foi uma
constante, sendo assim, por volta de 1400, a civilização chinesa era considerada a
“tecnologicamente mais avançada do mundo” (Castells, 2002, p.9). Os chineses efectuavam a
travessia dos oceanos de forma fácil devido à invenção da bússola por volta de 960 d.C. e os
tinham os navios mais avançados do mundo no final do século XIV, o que permitia longas
viagens marítimas” (Castells, 2002).

2.2.3. A geografia na europa


No início do século XV, com o estabelecimento da «casa de Avis» como dinastia reinante em
Portugal, o horizonte europeu modificou-se profundamente em consequência dos
Descobrimentos. Com efeito, após a conquista de Ceuta em 1415, os portugueses aprofundaram
a sua epopeia ao longo da costa africana; em 1418 descobrem-se as primeiras ilhas no Oceano
Atlântico (Porto Santo) e em 1488, Bartolomeu Dias chega ao Cabo da Boa Esperança (Unwin,
1995).
Entre o final do século XV e início do século XVI, apos as descobertas, da América (1492), da
Índia (1497), do Brasil (1500) e com a viagem à volta do mundo (1519-1522) de Fernão de
Magalhães (Claval, 2006, p. 36). O conhecimento de uma parte do património antigo e as
grandes descobertas estimulam a reflexão geográfica, contudo a questão estava na
sistematização de um saber tão rapidamente estava sendo renovado. O movimento começa, no
século XV, quando os editores de Ptolomeu anexam a Europa do Norte ao universo que este

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conhecia. Torna-se moda a construção de globos, como o de Martin Behaim (1459- 1507) que
data de 1492, pela necessidade de representar as novas descobertas do globo (Claval, 2006).
Nos séculos XV e XVI, apesar do ressurgimento das tradições astronómicas, cartográficas,
cosmológicas e topográficas da geográfica clássica e romana, não existia nenhuma definição de
Geografia e a palavra mais utilizada neste período era a de cosmografia (Unwin, 1995). No
início do século XVI deu-se uma separação fundamental na compreensão clássica da
cosmologia e astronomia. Em 1530, Nicolau Copérnico (1473-1543), onde publica a sua obra
«De revolutionibus», onde apresentava uma teoria completamente nova do movimento
planetário, que contradizia os argumentos, há muito tempo aceites.
A evolução das ideias, em especial com o renascentismo, o iluminismo30 (séculos XVII e
XVIII), a independência dos EUA (1776), a revolução industrial (finais séc. XVIII) e a
revolução francesa (1789), passou a exigir novas respostas. A Geografia da renascença
dedicava-se mais às representações e símbolos do que às forças que modelam o mundo (Dias,
2005).
Nesta época os cientistas como Francis Bacon (1561-1626), René Descartes (1596-1650),
Galileu Galilei31 (1564-1642) e Isaac Newton32 (1642-1727), respectivamente, lançaram as
bases da filosofia e física moderna (Unwin, 1995 e Claval, 2006). Assim, para Varenius, “A
Geografia consiste na descrição de forma generalizada do mundo. Onde divide-se em duas
partes: na qual fazem parte uma geral e outra especial. Onde a primeira foca-se no estudo da
Terra no seu conjunto todo, explicando as suas diversas partes e características. A segunda, ou
seja, a geografia especial também chamada de regional, consiste no estudo as regiões concretas,
nas suas localizações, divisões, limites e outros aspectos” (Apud Vesentini, 2008).
A palavra geografia política desde há muito tempo já existia, pois nos séculos XVII, XVIII e
XIX foram publicados diversos livros com esse título. Muitos estudos consideram geografia
política moderna, como se entende actualmente, como sendo um estudo geográfico da política,
ou como o estudo das relações entre espaço e poder, este pensamento nasceu com a obra de
«Politische Geographie», de Friedrich Ratzel, que foi publicada em 1897. De forma, Ratzel não
criou a expressão da geografia política, apenas ele redefiniu o seu conteúdo, apontando para o
que seria um verdadeiro estudo sistemático da dimensão geográfica da política, no qual a
espacialidade ou a territorialidade do Estado era o principal objecto de preocupações (Vesentini,
2009). Desse jeito a geografia política tem o surgimento com Ratzel, como sendo a parte mais
original da Geografia Humana que se encontra em sociedades evoluídas (Claval, 2006).

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Na época entre 1890 a 1950 a geografia assume-se na sua forma clássica, como a ciência das
paisagens e das sociedades, que permite ocupar um lugar importante no estudo dos fenómenos
físicos e no tratamento das sociedades tradicionais, de forma apresentar as dificuldades no
estudo do “mundo urbano e industrializado cuja difusão acelera” (Claval, 2006, p. 79).
A principal missão da geografia é o estudo das diferentes expressões que existem em diversos
lugares. O geógrafo deve buscar o encadeamento e a unidade dos elementos que agem sobre a
superfície terrestre. Sendo assim, a Terra é o domínio do Homem. No entanto é preciso que a
humanidade conheça o seu domínio para desfrutar dele e para fazer-se valer apenas. A geografia
tem como função ensinar isso (Vesentini, 1988a). Neste sentido, conforme la Blache, aponta
que a Geografia tinha, também como finalidade, explicar a desigualdade da repartição dos
homens à superfície da terra, ou seja a formação de densidades. Onde estas exprimem as
relações que os homens estabelecem com o seu ambiente, de forma a valorizar o aspecto da
circulação (Claval, 2006).

2.2.4. A Geografia moderna


A geografia moderna surgiu nos períodos de 1950-1970, nesta época houve mudanças
publicações no campo da geografia. Nesta época surgiram as noções de espaço e lugar como
sendo importantes para tendência da geografia. Sendo assim, o lugar refere-se a todo individuo
que se encontra ambientado no qual está integrado. Ele faz parte do seu mundo, dos seus
sentimentos e afeições; é o “centro de significância ou um foco de acção emocional do homem”.
Neste sentido, o lugar não é toda e qualquer localidade, mas aquela que tem significado afectivo
para uma pessoa ou grupo de pessoas (Christofoletti, 1985).
A Geografia Humanista tem procurado compreender a imagem que os indivíduos do mundo. O
mundo é um «produto dos actores» e estes «experimentam-no» de diferentes formas. Em 1974,
ao tentar estruturar o sector de estudos relacionados com a percepção, atitudes e valores
ambientais, Yi-Fu Tuan propôs o termo «Topofilia» definindo-o como “o elo afectivo entre a
pessoa e o lugar ou quadro físico” (Christofoletti, 1985).

2.2.5. A Geografia depois da queda do Muro de Berlim


Após da queda do muro de Berlim e do fim das correntes ideológicas associadas a cada bloco,
os geógrafos consciencializaram-se da ambição exagerada que tinham em querer explicar o
mundo e de desenhar o futuro (Claval, 2006). O geógrafo passou a explorar o domínio das
ciências da natureza e o das ciências sociais, com o objectivo de desmontar o sistema complexo

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das relações e das influências responsáveis pelas realidades observadas. O meio natural oferece
recursos e possibilidades mais ou menos favoráveis, consoante a sua localização, o clima
existente e outras, mas o mais importante são as técnicas de produção e de organização de que
dispõem os grupos sociais que habitam cada território (Claval, 2006).

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CONCLUSÃO
Apos ter feito a pesquisa, conclui-se que a geografia, tem várias etapas, isto é, sofreu
metamorfoses com muita frequência e, por isso, que não é pertinente a definição, é mas
conivente compreender as suas preocupações e o âmbito do seu estudo; mesmo, apresentando
algumas definições da geografia, dos seus ramos e ciências cujas referências estão «ligadas» ao
conhecimento geográfico. A Geografia ela pode ser definida em ciência que estuda as variações
das distribuições espaciais dos fenómenos da superfície da Terra, bem como as relações do
meio natural com o Homem e a individualização e análise das regiões à superfície da Terra” O
Homem sempre se preocupou com a Geografia, tendo como razão inicial a sua sobrevivência –
busca de alimentos, actividade guerreira e posteriormente comercial. O objecto de estudo da
Geografia é a relação do homem com o meio.

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BIBLIOGRAFIA
CASTELLS, Manuel (2002). A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura. Volume
I: A Sociedade em Rede, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.
CHRISTOFOLETTI, António (1985). “As características da nova geografia”, In Vários,
Perspectivas da geografia, 2ª edição, Difel, São Paulo, Brasil, p.71-101. Internet:
http://ivairr.sites.uol.com.br/christofoletti.htm, consultado em de Abril de 2023.
CLAVAL, Paul (2006). História da Geografia, Edições 70, Lisboa.
Mendonça, F. (2002). Elementos de Epistemologia da Geografia Contemporanea 1 edicao
Rvisada (Vol. 4).
CFCUL (2008). Tales de Mileto, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Internet:
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm28/tales.htm, consultado em 28 de Maio de 2023
Servi, A., Maria, S., & Cardiol, P. (2004). A Importância da Ética na Investigação. 627–644.
FARIA, Emerson Luiz de (2006). Geografia, Internet:
http://www.nomismatike.hpg.com.br/Geografia.html, consultado em 31 de Março de
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IAEM (1982). Origens e Evolução Histórica do Pensamento Geopolítico: Síntese Histórica,
ME 71-00-00, Instituto de Altos Estudos Militares, Lisboa.
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VESENTINI, José William (2008b), “Controvérsias geográficas: epistemologia e política”, in
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VESENTINI, José William (2009), “Geocrítica – Geopolítica: ensino da Geografia”, Home
Page, Internet: http://www.geocritica.com.br/geopolitica.htm, consultado em 04 de
Fevereiro de 2023

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