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30. TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE TEORIA PSICANALITICA Freud (1961), que jé foi chamado de pai da psiquiatria, € con- siderado o primeiro a identificar 0 desenvolvimento por esté- ios. Fle considerava os 5 primeiros anos da vida de uma eri- ‘anga como sendo os mais importantes, pois achava que o cara terbésico de um individuo jéestava formado a idade de 5 anos, ‘A eoria de personalidade de Freud pode ser considerada de ‘acordo com a estrutura ea dindmica da personalidade, a topo: ‘srafla da mente ¢ os estgios de desenvolvimento da persons Iidade. Estrutura da Personalidade Freud organizou a estrutura da personalidade em trés compo- nentes principais: id, ego.e superego. Eles so distinguidos por suas fungtes peculidres ¢ caracteristicas diferentes. Id 0 id & 0 local das pulsies instintivas — 0 “principio do pra- zet”, Presente ao nascimento, ele dota acrianga de pulsbes i tintivas que buscam satisfazer necessidades e obter gratifica- ‘¢20 imediata, Os comportamentos impulsionados pelo id so impulsivos e podem ser irracionais Ego ‘Também denominado eu racional ou “prinefpio da realidade”, ‘ego Comega a desenvolver-se entre os 4. os 6 meses de ida” de, O ego vivencia a realidade do mundo extemno, adapta-se a cla e responde a ela, A medida que se desenvolve e ganha for- ‘a0 ego procura fazer as influencias do mundo externo agirem. Sobre o id, para substituir 0 principio do prazer pelo prinefpio da realidade (Kaplan & Sadock, 1989), Uma das principais fungies do ego é a de mediador, ou seja, de manter a harmonia ‘entre o mundo externo, 0 id e © superego, Superego Sc 0 id é identificado como o principio do prazer e 0 ego como © principio da realidade, o superego pode ser designado como ‘rinefpio da perfeigao”. Desenvolvendo-se entre os 3 ¢ 08 6 anos de idade, o superego intemaliza os valores e principios morais estabelecidos pelos responsaveis primarios pelo cuida- do do individuo. Derivado de nosso sistema de recompensas & punigdes, o superego € constitufdo de dois componentes prit- cipais, 0 ideal do ego e a consciéncia. Quando uma erianga & consistentemente recompensada por “bom” comportamento, a ‘auto-estima aumenta eo comportamento passa. fazer parte do ideal do ego: isto 6, ele €internalizado como parte de seu sist ‘ma de valores. A consciéneia se forma quando a erianga & con- sistentemente punida por “mau” comportamento. A crianga aprende por feedback recebido das figuras paternas e da socie- dade ou cultura o que é considerado moralmente certo ou err do. Quando os principios moras e éticos ou até mesmo ideais. valores so deixados de lado, a consciéneia gera um sentimen- to de culpa no individuo, O superego ¢ importante para a soci- alizagao do individuo, pois ajuda o ego no controle dos impul- sos, Problemas de baixa autoconfianga e baixa auto-estima ‘ocorrem quando 0 superego se tomna rigido ¢ punitive. Topografia da Mente Froud classificou todos os contetidos e operagdes da mente em tn€s categorias: 0 consciente, o pré-consciente e 0 inconsciente © O consciente inclui todas as mem6rias que permanecem ag alcance da percepeio do indivfduo. Ele é a menor das tres categorias, Eventos e experiéncias que so facilmente p p 5 E é b - - 2 - - ; e recordados ou recuperados so considerados como parte dda percepgio consciente do individuo. Os exemplos in tluem nimeros de telefone, aniversérios da prépria pes- Soa € outros entes queridos, as datas de feriados especi: ais e o que se comeu no almogo nesta tarde. A mente cconseiente esté sob o controle do ego, da estrutura racio- nal e l6gica da personalidad * Opré-conscienteinclui todas as memérias que podem ter sido esquecidas ou nio esto no momento na conscién- cia, mas podem ser rapidamente trazidos a consciéncia pela atengio. Os exemplos incluem nimeros de telefone ji sabidos, mas pouco usados, e sentimentos associados ‘eventos vitais ignificativos que podem ter acorrido em talgum momento no passado. O pré-consciente agusa a percep¢io ajudando a suprimir da consciéneia meméri- as desagradaveis ou nao essenciais. Ele esta parcialmen- te sob controle do superego, que ajuda a suprimir pensa- ‘mentos e comportamentos inaceitaveis. * Oinconsciente inclui todas as memrias que no se cor segue trazer & percepcio consciente. Ele é 0 maior dos tres niveis topogrificos, O material ineonsciente consis: te em memorias desagraddveis ou ndo essenciais que foram reprimidas e 86 podem ser recuperadas por tera- pia, hipnose ¢ 0 uso de certas substincias que alteram a percepgao e tém a capacidade de reestruturar as mem6- fis reprimidas. O material inconsciente também pode vir 2 tona nos Sonhos ¢ num comportamento aparentemente incompreensivel Dinamica da Personalidade Freud achava que a energia psiquica € a forga ou pulsio neces- sétia para 0 funcionamento da mente. Originando-se do id, ela satisfaz instintivamente as necessidades fisiolégicas bésicas. Freud designou esta energia psfquica (ou o impulso a satisfazer necessidadesfisioldgicas bdsicas, como fome, sede e exo) com0 libido, A medida que a crianga amadurece, a energia psiquica é desviada do id para formar 0 ego ¢ depois do exo para formar 0 superego, A energia psiquica se distrbui por esses trés compo- hentes, com o ego fecebendo a maior proporedo para manter um {quilibrio entre o comportamento impulsivo do ide 0s comporta ‘mentos idealistas do superego. Se uma quantidade excessiva de ‘eneegia for armazenada num desses componentes da personalida de, © comportamento vai refletir esta parte da personalidade. ‘comportamento impulsivo irk predominar, por exemplo, 20 ser ‘armazenada no id uma energia psiquica excessiva. Um investi- riento excessivo no ego vai se refletrem comportamentos de ab- ‘oreo em si mesmo, ou narcsistas, € um excesso no superego vai acasionar comportamentos rigidos c autodepreciativs. TABELA 3.1 Es GIS DO DESENVOLVIMENTO PS! ‘TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 31 Freud usou os termos catexis ¢ anticatexis para deserever as forgas no id, eg0 e superego que sto usadas para se investir ‘energia psiquica em fontes externas para satisfazer necessida- des. Catexis & 0 processo pelo qual o id investe energia num ‘objeto na tentativa de obter gratificagdo, Um exemplo é 0 indi- \iduo que se volta instintivamente para o élcool para aliviar 0 cestresse. Anticatexis & 0 uso de energia psiquica pelo ego € 0 Superego para controlar os impulsos do id. No exemplo citado, (© ego tentaria controlar 0 uso de élcool pelo pensamento raci- ‘onal, como “Eu jé tenho tileeras por beber demais. Vou chi ‘mar meu conselheiro do AA para me dar apoio, Nio vou bebes (0 superego exerceria controle por: "Nao devo beber. Se eu beber minha familia vai ficar magoada ¢ furiosa. Tenho de pensar em como isto os afeta, Sou uma pessoa muito fraca Freud achava que um desequilibrio entre catexis e anticatexis ‘ocasionava conflitos internos, produzindo tensio e ansiedade no individuo. A filha de Freud, Anna, elaborou uma lista de Imecanismos de defesa considerados como sendo usados pelo {ego como um recurso protetor relativamente & ansiedade,efe- tuando a mediagdo entre as exigéncias excessivas do id e as restrigdes'exeessivas do superego (veja 0 Cap. 2). Os Estagios do Desenvolvimento da Personalidade de Freud Froud desereveu a formago da personalidade por cinco ests- sios de desenvolvimento psicossexual. Ele colocow muita fase nos 5 primeiros anos de vida e achava que as caracteristi- cas desenvolvidas durante esses primeios anos influenciavam fortemente os padres de adaptaciioe tragos de personalidade do individuo na idade adulta, A fixagdo num estagio inicial do ‘desenvolvimento vai quase que certamente ocasionar uma psi- ‘copatologia, Um esquema desses cinco estgios € apresentado no Tabela 3.1 Estagio Oral: Nascimento aos 18 Meses Durante este estigio 0 comportamento ¢ dirigido pelo id e © objetivo é a gratificagdo imediata das necessidades. O foco da fenergia & a boca, com comportamentos que incluem sugar, fastigar e morder. O lactente se sente ligado e ¢ incapaz. de diferenciar a si mesmo da pessoa que esté fazendo 0 papel materno, Isto inelui sentimentos como a ansiedade, de modo {que um sentimento constante de ansiedade por parte da mi pode ser passado a seu bebé, deixando a crianga vulnerdvel a Sentimentos de inseguranga semelhantes. Com o infcio do de~ Senvolvimento do ego, & dade de 4a 6 meses, o lactente co- ‘mega a vera si mesmo como separado da figura materna, Uma SOSSEXUAL DE FREUD Tope ESFAGIO PRINCIPAIS TAREFAS DO DESENVOLVIMIENTO ‘Naseimento-18 meses Oral ‘Alivio da ansiedade pela gratificago oral dus necessidades 18 meses-3 anos ‘Anal [Aprende independéacia e autocontrole, com um foco na fungo exeretora 3-6 anos Falico Temtficagto com pai do mesmo sexo; desenvolvimento da identidade sexual; foeo nos Grpios genitals 6-12 anos De laténcia Sexualidade reprimids;foco em rela do mesmo sexo 3-20 anos Genital Libido redespertada com a maturagio dos drgios genitas;foco em relagdes com miembros do sexo oposto 32. TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE sensaglio de seguranga e a capacidade de confiar em outros derivam da gratificagao obtida pela satisfagdo das necessida: des basicas durante esse estigio, Estdgio Anal: 18 Meses a 3 Anos baseiam no prazer genuino derivado da interago ¢ ni das implicagdes mais auto-referentes das associagSes da infancia, Relevancia da Teoria Psicanalit ‘menos que evocam esta resposta positiva quando esta 6 incorporada ao sistema do eu, (© “eu mau’ € a parte da personalidade que se desen- volve em resposta a0 feedback negative da responsé- vel pelo cuidado primério. A ansiedade € vivenciada, suscitando sentimentos de desconforto, desagrado ¢ angistia. A crianga aprende a evitar esses sentimen- tos negativos alterando alguns comportamentos. 0 “nao eu” € a parte da personalidade que se desen: volve em respostaa situagdes que produzem uma an- siedade intensa na crianga, Em resposta a essas situa {gdes sdo vivenciados sentimentos de repulsa, medo, apreensdo c édio, levando a criangaa negar esses sen: timentos na tentativa de aliviar a ansiedade, Tendo sido rnegados, esses sentimentos tornam-se “nfo eu,” mas sim uma outra pessoa. Este retraimento das emogtes ‘tem implicagdes graves para distdrbios mentaisna vida adulta, Estigios de Desenvolvimento da Personalidad de Sullivan ‘Eecténcia: Nascimento aos 18 Meses Besanie este esto a principal tarefa do desenvolvimento para “Sereanca € a gratificacdo das necessidades. Isto é feito em tor. {ae & atividades associadas & boca, como chorar, amamentar e ‘Separ 0 polegar. GEncia: 18 Meses a 6 Anos PSs dade a crianga aprende que a interferéncia na satisfa “Bede desejos e anseios pessoais pode ocasionar um retardo |S erxificagdo. Ela aprende a aceitar isto e a semtir-se bem |= isto, reconhecendo que o retardo da gratificagao ocasio. Se com freqiéncia a aprovagio por parte dos pais, um tipo ‘Ses duradouro de recompensa. Os recursos desse estigio Sesiuem a boca, linguagem, o nus, experimentagdo, manipu- Sebo c identificagio, Jevenil: 6a 9 Anos “A principal tarefa deste estigio é 0 estabelecimento de relagdes “Ssisfatdrias nos grupos de pares. Isto € feito pelo uso de com- {s=85F0, cooperagio e compromisso. ‘TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 33 Pré-adolescéncia: 9 a 12 Anos As tarefas neste nivel focalizam o desenvolvimento de relagbes, ‘com pessoas do mesmo sexo. A capacidade de um individuo em colaborar com outra pessoa e mostrar amor e afeigo por cla tem inicio nesse estigio, Inicio da Adolescéncia: 12 a 14 Anos Durante o inicio da adolescéncia a crianga Iuta para desenvol- ver um sentimento de identidade, distin e independente dos pais. A principal tarefa 6 0 estahelecimento de relagdes satisft6rias com membros do sexo oposto. Sullivan viu a emer- géncia da luxtria em respostas a alteragdes bioldgicas como uma forga importante durante este perfodo, Final da Adolescéncia: 14 a 21 Anos © periodo do final da adolescéncia se caracteriza por tarefas associadas & tentativa de obter a interdependéncia na socieda- dee pela formagao de uma relaca0 intima e duradoura com um :membro escolhido do outro sexo, Os Grgios genitais sho 0 prin- cipal foco do desenvolvimento neste estigio. ‘Um esquema dos estigios do desenvolvimento da persona- lidade de acordo com a teoria interpessoal de Sullivan 6 apre- sentado na Tabela 3.2 Relevancia da Teoria Interpessoal para a Pratica da Enfermagem A teoria interpessoal tem uma significativa relevaneia para a pritica da enfermagem. O desenvolvimento de relagoes é um. importante conceito desta teoria e o desenvolvimento de re- lagoes & uma importante intervengao da enfermagem psiqui- ftrica. As enfermeiras desenvolvem relagdes terapéuticas com os clientes numa tentativa de ajudé-los a generalizar esta ca pacidade de maneira a interagir eficazmente com outras pes- 03s. (© conhecimento em relagiio aos comportamentos associa- dos a todos os nfveis de ansiedade e os métodos para o alivio da ansiedade ajuda as enfermeiras a auxiliar os clientes a obter a seguranca interpessoal ¢ um sentimento de hem-estar. As enfermeiras usam os conceitos da teoria de Sullivan para aju- dar os clientes atingir um grau mais elevado de funcionamento independente e interpessoal. TASELA 3.2 ESTAGIOS DO DESENVOLVIMENTO NA TEORIA INTERPESSOAL DE SULLIVAN bor EStAGIO PRIN IS TAREFAS DO DESENVOLVIMENTO Reciment-18 meses Be meses-6 anos Neonatal Iniineia $3 220s Sans Suvenil Pré-adoleseéncia ‘Alivio da ansiedade pela gratficagio oral das necessidades| Aprender a aceitar um adiamento na graifcasdo pessoal sem ansiedade Aprenderaestabelecerrelagdes satisfatsrias com os colegas| Aprender a estabelecerrelagessatisfatrias com pessoas do mesmo sexo; Iniciar sentimentos de afeigdo por uma outra pessoa $214 anos Inicio da adoleseéncia Final da adolescéncia Aprender a estabeleverrelagbes satisfatérias com pessoas do sexo oposto; desenvolver um sentimento de [Estabeleer a idemtidade propria; vivenciarrelagbes saisfatérias;agir para lentidade desenvolver uma relapéo intima e duradoura com um memibo do sexo oposto 34 TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE, TEORIA DO DESENVOLVIMENTO SOSSOCIAL Erikson (1963) estudou a influéncia dos processos sociais sobre ‘© desenvolvimento da personalidade. Ele descreveu oitoestigi- (68 do cielo vital durante os quais os individuos Intam com “cri ses" do desenvolvimento, Tarefas especificas associadas a cada estigio devem ser completadas para haver a resolugao da crisee ‘erescimento emocional. Um esquema dos estigios de desenvol vimento psicossocial de Erikson € apresentado na Tabela 3.3 Estagios de Desenvolvimento da Personalidade de Erikson Confianga versus Desconfianga: Nascimento a 18 Meses Principal Tarefa do Desenvolvimento. Neste estégio «principal tarefa é desenvolver uma confianca bésica na figue ramatetnae ser capaz de generalizar isto para outras pessoas. A reatizagdo da tarefa acarreta autoconfianga, otimismo, confianga na gratificagao de necessidades ¢ desejos ¢ esperanga no futuro, A erianga aprende a confiar quando as necessidades basicas so consistentemente atendidas. * A niio realizagio acarretainsatisfagio emocional consi- ‘g0 mesmo e com outras pessoas, desconfiangae dificul dade nas relagées interpossoais. As tarefas permanecem irresolutas quando os responsdveis pelo cuidado primé- rio do individuo ndo respondem pronta e consistentemen- te a0 sinal de angtstia do lactente. Autonomia versus Vergonha e Diivid: 18 Meses a 3 Anos Principal Tarefa do Desenvolvimento. A principal tarefa neste estigio & adquirir algum autocontrole e indepen déncia no ambiente, TABELA 3.3 Bi Toapr ESTAGIO = Arealizagio dessa tarefa acarreta um sentimento de auto- controle ¢ a capacidade de retardar a gratficago, junta mente com um sentimento de autoconfianga na propria ‘eapacidade de desempenho, A autonomin 6 atingida quan- ddo os pais encorajam atividades independentes e d30 ‘oportunicades para isso. * A niio realizagio acarreta falta de confianga em si mes ‘mo, falta de orgulho na prépria capacidade, um senti- ‘mento de ser controlado pelos outros e raiva contra si mesmo, A tarefa nio ¢ resolvida quando os responsé: veis pelo cuidado primdrio restringem comportamen- tos independentes, fisica e verbalmente, ou preparam aesianga para ofacsso com expetativaspouco re Iniciativa versus Culpa: 3.a6 Anos Principal Tarefa do Desenvolvimento. Durante este estigio o objetivo é desenvolver um sentimento de propésito e ‘a capacidade de iniciar e dirigir as pr6prias atividades, * A realizagto da tarefa acarreta a capacidade de exercer ‘moderagdo e autocontrole em relagio a comportamen- tos sociais improprios, A afirmagao e a responsabilida- de aumentam ea crianga aprecia 0 aprendizado e as con- quistas pessoas. A consciéncia se desenvolve, contro- Jando assim os comportamentos impulsivos do id. A iniciativa é aleangada quando a criatividade 6 encora. jada e o desempenho é reconhecido e reforgado de ma- neira positiva °* Ani realizagio acarreta um sentimento de inadequacio ‘ede derrota. A culpa é vivenciada em grau excessivo, até © ponto de aceitar-se responsabilidad par situagdes pe- las quai nio se éresponsivel. A crianga pode se ver como ‘mie merecedora de punigdo. A tarefa permanece no re solvida quando a criatividade é sufocada ¢ os pais expe- ram continuamente um nivel de desempeno superior 30 produzido pela erianga, AGIOS DO DESENVOLVIMENTO NA TEORIA PSICOSSOCIAL DE ERIKSON PRINCIPAIS TAREFAS DO DESENVO! Perfodo neonatal CConfianga vs, desconfianga (nascimento-18 meses) Inicio da infincia ‘Autonoma vs. vergonha ¢ (U8 meses-3 anos) ddivida Final da infancia Iniciativa ws. culpa (3-6 anos) ade escolar Indstria vs inferior (6-12 anos) Adolescéncia Ientdade vs. confusto (12-20 anos) se papeis Iade adulta joven Intimidde vs isolamento (20-30 anos) Idade adulta Produtvidade ws. estaznacio (0-65 anos) lade avangada Integridade do ego vs, (65 anos-morte) desespero ‘Desenvolver uma confianga bisica na figura matema eset capaz de ‘gencralizé-la a outras Adquitralgum autocontrolee independéncia no ambiente Desenvolver um sentimento de objetivo e a capacidade de iniciare dirigir as préprias atividados ‘Ober um sentimento de autoconfianga por aprender, competi, te um ‘desempenho efieaze reeeberreconhecimento dos entes querides, colegas e canhecidos Integrar as tarefas dominadas nos estigios anteriores a um ‘sentimento do eu seguro sabelecer uma relacdo intensae duradoura ou um compromisso ‘on ot pessoa, eas, instittiggo ow atvidade eriativa Aleangar os abjetivos de vida estaelecidos para si mesmo, ‘considerando-se também o bem-estar das faturas geragos Rever a propria vida e derivar significado de eventos tanto positivos ‘como negatives, obtendo igualmente um sentimento positivo do rio valor Industria versus Inferioridade: 6 a 12 Anos Principal Tarefa do Desenvolvimento. A principal serefa aqui éobter um sentimento de autoconfianga pelo apren: Gzado, competicao, desempenho com éxito e por receber re enhecimento por parte de outros entes queridos, pares ¢ co- sbecidos, * A realizacdo da tarefa acarreta um sentimento de satisfa: io € prazer na interagtio ¢ no envolvimento com outras pessoas. O individuo domina habitos de trabalho contfis- yeis edesenvolve atitudes de merecedor de confianga, Ele é consciencioso, tem orgulho de suas conquistas ¢ apre- cia brincadeiras, mas deseja um equilibrio entre a Fanta sia e as atividades do “mundo real”. A indiistriaé alean- ada quando € dado encorajamento a atividades erespon- sabilidades na escola e na comunidade, bem como aque- las no lar, e € dado reconhecimento as conguistas, ‘A nao realizado acarreta dificuldades nas relagoes inter- Pessoais, devido a sentimentos de inadequagiio pessoal individuo nao pode cooperar ou se comprometer com: ‘outras pessoas e em atividades de grupo, nem resolver problemas ou completar com éxito as tarefas. Ele pode tomar-se passivo e décil ou excessivamente agressive para encobrir sentimentos de inadequasio. Se isto ocor- ret, 0 individuo pode manipular ou violar os direitos dos ‘outros para satisfazer suas préprias necessidades ou de- sejos, pode tomar-se um viciado em trabalho, com e peclativas pouco realistas quanto is conquistas pessoas. Esta tarefa permanece nao resolvida quando 08 pais es- tabelecem expectativas pouco realistas em relacio a eri- anga, quando a disciplina é dura e tende a prejudicar a auto-estima e quando as conquistas sao consistentemen- te recebidas por um feedback negativo. Tentidade versus Confusao de Papéi 42a 20 Anos Principal Tarefa do Desenvolvimento. Neste estigio © objetivo ¢ integrar as tarefas dominadas nos estigios anteri- ‘ors um sentimento seguro do eu, * A realizacdo dessa tarefa acarreta um sentimento de con- fianga, estabilidade emocional ¢ uma percepgdo de si ‘mesmo como um individuo tinico. Sao feitos compromis- sos com um sistema de valores, com a escolha de uma carteira e com relagdes com membros de ambos os se- xos. A identidade € aleangada quando os adolescentes podem terexperiéncias independentes, tomando decisdes ue influenciam sua vida. Os pais devem estar dispon is para dar apoio quando necessério, mas devem libe- rat gradualmente o controle ao individuo em maturagao, numa tentativa de encorajar 0 desenvolvimento de um sentimento independente da prépria pessoa, A nio realizado acarreta um sentimento de constrangi- mento, diivida e confusdo quanto ao proprio papel na vida Valptes ou objetivos pessoais para a propria vida estéo. ausentes. Os compromissos para as relagbes com outras pessoas nao deixam de existir, mas sio, em vez disso, breves e superficiais, Uma falta de autoconfianga fre- 4ientemente expressa por um comportamento delingter ‘TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 35 tee rebelde. Chegar& idade adulta, com suas responsa- bilidades associadas, pode ser um temor subjacente, Essa tarefa pode permanecer nao resolvida por muitas razbes. (Os exemplos incluem: quando a independéncia é desen- corajada pelos pais e o adolescent € criado numa posi ‘20 de dependéncia; quando a disciplina em casa foi ex cessivamente dura, inconsistente ou inexistente; e quan: ddo houve rejeigao paterna ou mudanga frequiente das fi- ‘guras paternas, Intimidade versus Isolamento: 20 a 30 Anos Principal Tarefa do Desenvolvimento. 0 objetivo durante esta fase € formar uma relagio intensa e duradoura ou ‘um compromisso com outra pessoa, uma causa, uma institui- ¢40 ou um esforco criativo (Murray & Zentner, 1997), * A realizagdo da tarefa acarreta a capacidade de amor respeito muituo entre duas pessoas e a capacidade de um individuo de comprometer-se totalmente com outta pes soa. A intimidade vai muito além do contato sexual en- tre duas pessoas. Ela descreve um compromisso em que 0 feitos sacificios pessoais pelo outro, quer seja uma pessoa ou, se assim se decidir, uma carreira ou outro tipo de causa ot tarefa a que o individuo decida dedicar sua vida. A intimidade € aleancada quando um individuo consegue desenvolver a capacidade de se dar a outro, Isto € aprendido quando se recebeu este tipo de doagao numa unidade familiar. A no realizacdo acarreta retraimento, isolamento soci- al, solidao. O individuo 6 incapaz de formar relagoes in- timas duradouras, procurando com freqiigneia a intimi- dade através de numerosos contatos sexuais superficiais Nao € estabelecida uma carreira; ele pode ter uma hist6- ria de mudancas ocupacionais (ou pode temer madangas ¢ permanecer assim numa situagdo profissional indes jiivel). A tarefa nao é resolvida quando a vida no lar foi de privagdes ou sofreu distoredes nas etapas iniciais (Murray & Zentner, 1997). Nao se consegue desenvol- ver a capacidade de dar-se sem ter recebido isso inicial- ‘mente dos responssiveis pelo cuidado primétio. Produtividade versus Estagnagao ou Auto-absorgao: 30 a 65 Anos Principais Tarefas do Desenvolvimento. A principal tarefa aqui 6 atingir os objetivos de vida estabelecidos para si préprio, 20 mesmo tempo em que se leva em consideragio 0 bem-estar das geragées futuras, * A realizacZo da tarefa acarreta um sentimento de gratifi- ‘cago por conquistas pessoais e profissionais e por con- tribuir de modo significativo para os outros, O individu E ativo em servico da sociedsde e para ela. A produtivi- dade € alcangada quando o individuo expressa satisfagio com este estigio da vida e demonstra responsabilidade por fazer do mundo um lugar melhor para se viver ‘A nio realizacao acarreta auséncia de preocupacio pelo bbem-estar dos outros e total preocupagso com a propria pessoa, Ela se torna retraa, isolada e muito auto-indul- gente, sem nenhuma capacidade de se dar a outras pes- 36. TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE soas, A tarefa no é resolvida quando tarefas iniciais do desenvolvimento ndo so executadas e o individuo nao atinge 0 grat de maturidade necessario para obter grati- ficagdo com a preocupagio pessoal pelo bem-estar dos outros. Integridade do Ego versus Desespero: 65 Anos até a Morte Principal Tarefa do Desenvolvimento. Durante esta fase 0 objetivo é rever a propria vida tirar significado de even- tos tanto positivos como negativos, para obler um sentimento positivo do eu nese estigio da vida [A realizagio da tarefa acarreta um sentimento de valor pessoal e auto-aceitago ao rever-se 0s objetivos de vida, Aceitando-se que alguns foram atingidos e outros nio. O individuo deriva um sentimento de dignidade de suas experiéncias de vida e nfo teme a morte, vendo-a, em vez disso, como uma outra fase do desenvolvimento. A inte eridade do ego é alcangada quando os individuos com- pletaram com éxito as tarefas de desenvolvimento dos futros estigios e tém pouco desejo de fazer grandes alte- ragdes em como sua Vida transcorreu. «A no realizagio acarreta um sentimento de desprezo por Si proprio e desgosto com a maneira pela qual a vida trans- correu, O individuo gostaria de comecar de novo teruma, segunda chance na Vida, Ele ou ela se sente instil einca- paz de mudar, Raiva, depressio e solidao so evidentes. © foco pode ser em fracassos anteriores ou pereebidos. como tal. A morte iminente é emida ou negada ou podem, predominar idéias de suicidio, A tarefa nao € resolvida ‘Quando tarefas anteriores nio sao executadas; a autocon- fianga, uma preocupacao com os outros ¢ um forte senti ‘mento de identidade pessoal nunca se desenvolveram. Relevancia da Teoria do Desenvolvimento Psicossocial para a Pratica de Enfermagem ‘A teoria de Erikson é particularmente aplicdvel & prética de tenfermagem, por incorporar conceitos socioculturais ao desen- \olvimento da personalidade. Ble proporciona uma abordagem sistemtica por etapas e delineiatarefas especificas que teriam de ser completadas durante cada estigio. Essas informagoes podem ser usadas muito facilmente no contexto psiquidtrico! de saide mental, Muitos individuos com problemas de sade mental ainda estio lutando para executar tarefas de vérios es- tigios. As enfermeiras podem planejar 0 cuidado de modo a ajudar esses individuos a executi-las e passar para um nivel superior de desenvolvimento. ‘TEORIA DAS RELAGOES OBJETAIS Mahler (Mabler, Pine & Bergman, 1975) formulou uma teoria, {que desereve 0 provesso de separagao-individuagio do lact te em relagdo a figura materna (responsével pelo cuidado pri- ‘mirio). Ela desereve este processo como evoluindo por trés fases principais. Ela divide ainda a fase 3, a fase de separagao- individuagio, em quatro subfases. A teoria de Mahler é apre- sentada na Tabela 3.4. Fase I: A Fase Autistica (Nascimento a1 Més) Nesta fase, também chamada de autismo normal, 0 Tactente existe num estado meio adormecido, meio desperto, e ndo per- cebe a existéncia de outras pessoas ou de um ambiente exter- no, A satisfagio das necessidades bisicas para a sobrevivencia 0 conforto € 0 foco e é simplesmente aceita ao ocorter. A f- xagdo a esta fase predispGe a crianga ao distirbio autista. Fase IL: A Fase Simbistica (1 a 5 Meses) ‘Simbiose & um tipo de “fusio psfquica’” da mac & ctianga. A. crianga vé a si mesma como uma extensdo da mie, porém com luma crescente consciéncia de que & ela que satistaz todas as suas necessidades, Mahler sugere que a auséncia da figura rmatema nesta fase, ou a rejeicio por parte desta, pode levar & psicose simbistiea, A fixagio a fase simbictica do desenvolvi- ‘mento predispae a crianga a esquizoftenia com inicio na ado- lescéncia ou na idade adulta, TABELA 3.4 ESTAGIOS DO DESENVOLVIMENTO NA TEORIA DAS RELACOES OBJETAIS DE MAHLER Tape. FASH/SUBFASE PRINCIPAIS TAREFAS DO DESENVOLVIMENTO. Naseimento-1 més _L.__Autismo normal ‘Satisgio das necessidades basicas para sobrevivéncia e conforto 1-5 meses TL Simbiose ‘Desenvolvimento da percepeio consciete de uma fonte externa de Satisfagio das necessida 0. 5-10 meses a. Diferenciagio ‘Comeco de um reconhecimento primatio da separagdo em relaglo a figura matema 10-16 meses b. Pritica Maior independéncia pelo funcionamento locomotor, sentimento de separagio do cu aumentado 16-24 meses c. Reaproximagéo Persepgao nguda da separacio do eu; aprendendo a obter “reabastecimento emocional” da figura mate sentimento de seguranca an open ek hap 43 meses 4, Consotidagio ‘Sentimento de separagio estabelecido; a camino da constincia dos ‘Objetos (sto ser capaz de interalizar uma imagem duradoura do ‘bjetolindivido amado quando cle nfo esa visit); resolugio da ansiedade de separacio) Fase III: Separacdo-Individuagao (5 a 36 Meses) Esta terceira fase constitu que Mahler denomina “nascimenta psicol6gico” da crianca. A separagdo € definida como a obi Sica epsicoldgica de um sentimento de distinguir a pripria pes- soa da figura mater. A individwagdo ocorre com ofortalecimento ‘TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 37 Subfase IV — Consolidagio (24 a 36 Meses). Com a rea- lizagdo desta subfase so estabelecidos uma individuali- dade clara e um sentimento de separag20 do eu, Os obje- tos sdo representados como um todo, tendo a crianga de Jntegrar tanto “bons” quanto “maus". Um certo grau de constincia dos objetos & estabelecido quando a erianca consegue intesnalizar uma imagem duradoura da figura 38 TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE Estagio 1: Sensorimotor (Nascimento a 2 Anos) Desde o inicio a cranga se preocupa apenas com a satisfigdo de necessidades econfortos basics, O eu no esta diferencia dodo ambiente extemo, O sistema mental se expand a0 ocor- rer a diferenciagao, com maior mobilidade e consciéncia. A crianga vem a apresentar maior compreensio em rela a ob- jetos no mundo extern e seus efeitos sobre ela. E alquirido conhecimento quanto capacidade de manipula objetoseex- perigncias no ambiente. Tem inicio o sentiment de permandn. Cia cas objets, a nogio de que um objeto vai continuara exis tirquande no mais presente aos sents. Estdgio 2: Pré-operacional (2 a 6 Anos) Piaget achava que o pensamento pré-operacional é earacter- zado pelo egocentrismo. As experiéncias pessoais sto consi deradas universais e a crianca nfo consegue aceitar 0s pontos de vista dos outros. O desenvolvimento da linguagem progri- de, assim como a capacidade de atribuir um significado espe- cial a gestos simbélicos (p.ex.,trazer um livro de historias para ‘a mie € um convite simbélico a que seja lida uma hist6ria). Muitas vezes € dada uma conotagio de realidade a objetos ina- nimados. A permanéncia dos objetos eulmina pela capacidade de se claborar representagiies mentais de objetos ou pessoas, Estagio 3: Operacdes Concretas (6 a 12 Anos) A capacidade de aplicar a légica a0 pensamento comega neste estigio; entretanto, a "coneretude” ainda predomina, Desenvol- verse um conhecimento dos conceitos de reversibilidade & espacialidade. A crianga reconhece, por exemplo, que mudar & forma dos objetos ndo altera necessariamente a quantidade, peso, volume do objeto ou a capacidade deste em retomnar a sua forma original. Outra conquista deste estdgio é a capacidade de classificar-se os objetos por qualquer uma de suas varias ea- racteristicas, A crianga pode, por exemplo, classificar todos os Poodles como edes, mas reconhece que nem todos os cachor- 10s slo Pooulles. Oconceito de um eu legrtimo € desenvolvido neste estégio, quando a crianga torna.se mais socializada e consciente das regras. O egocentrismo diminui, a capacidade de cooperar em interagdes com outras criangas aumenta e a compreensio © aceitagio das regras estabelecidas crescemn. Estagio 4: Operagées Formais (12 215+ Anos) esse estigio o individuo ¢ capaz de pensar e raciocinar em fermos abstratos. Ele pode propor e testar hipteses usando a resolugio de problemas ldgica e ordenada. Situagdes do mo- ‘mento e reflexos do futuro sao idealizados e um certo grau de egocentrismo retorna durante este estigio. Pode haver alzuma dificuldade em se reconciliar esperangas idealistas a perspecti- vvas mais racionais. As operagbes formas, porém, possibilitam a0s individuos distinguir o ideal do real. A teoria de Piaget sugere que muitos individduos atingem a maturidade eognit va, a capacidade de executar todas as operagdes mentais ne- cessfirias d idade adulta, de meados da adolescéncia ao final desta, Relevancia da Teoria do Desenvolvimento Cognitivo a Pratica de Enfermagem As enfermeiras que trabalham em psiquiatria podem se envol- ‘ver em ajudar clientes, especialmente clientes deprimidos, por ‘écnicas de terapia cognitiva. Na terapia cognitiva o individuo € ensinado a controlar as distorgées do pensamento que sio consideradas como sendo um fator no desenvolvimento e ma- rnutengo dos distirbios afetivas. No modelo cognitive a depres- Mio se caracteriza por uma triade de distorgdes negativas rela cionadas a expectativas em relagiio ao ambiente, ao eu € a0 futuro. Neste modelo a depressao € vista como uma distorcio no desenvolvimento cognitive, o eu como desvalorizado de modo no realista eo futuro € percehido como sem esperanga, ‘A terapia estéfocada em alterar os “pensamentos autométicas”™ {que ocorrem espontaneamente e contribuem para a distorcao afetiva. As enfermeiras que ajudam neste tipo de terapia tem de ter conhecimento sobre como a cognigio se desenvolve para ajudar os pacientes a identificar os padrées distoreidos de pen- samento ¢ fazer as alteragdes necessirias para a melhora do funcionamento cognitivo. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO MORAL (Os estdgios de desenvolvimento moral de Kohlberg (1968) nao estao estreitamente ligados a grupos etsrios espectficos. A pes- 4uisa foi realizada com individuos masculinos variando de 10, 428 anos de idade. Kohlberg acha que cada estagio & necessi- rio e bésico para 0 estgio seguinte e que todos os individuos ‘ém de progredir seqlencialmente por cada estigio. Ele defi niu trés nfveis prineipais de desenvolvimento moral, cada um. {dos quais € adicionalmente subdividido em dois estégios. Mui {as pessoas nao passam por todos os seis estégios, Um esque- ma dos estigios de desenvolvimento de Kohlberg é apresenta- do na Tabela 3.6. Nivel I: Nivel Pré-convencional (Proeminente dos 4 aos 10 Anos de Idade) Estaigio 1 — Punicao e Orientaciio por Obediiéncia. Nes. se estégio o individuo responde as orientagbes culturais de bom e mau e certo ¢ errado, mas principalmente em termos das conseqiigncias relacionadas conhecidas. O ‘medo da punicdo pode sero incentivo a conformidade (p. » "Vou fazer isso, porque se nio fizer nio vou poder ver TV por uma semana) Estigio 2 — Orientagdo Instrumental Relativista. Os ‘comportamentos deste estigio sio orientados pelo ego- centrismo e a preocupagdo com o eu, Ha um desejo in- tenso de satisfazer as préprias necessidades, mas ocasio- nalmente as necessidades dos outros so consideradas. Em sua maior parte as decides se baseiam nos bene (0 pessoais obtidos (p. ex.,"Vou fazer isso se ganhar al guma coisa em troca” ow ocasionalmente, “... porque voce me pedi), ‘TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 39 LA 3.6 ESTAGIOS DO DESENVOLVIMENTO MORAL DE KOHLBERG Nivet/IDape* ESTAGIO FOCO D0 DESENVOLVIMENT, 1, Pré-convencional (omum des 1. Orientagio por punigio e obediéncia__Comportamento motivado por medo de 4 a0s 10 anos de idade) punigio 2. Orientagio instrumental reatvista CComportamento motivado por egocentismo ‘ preocupasao consigo mestno IL Convencional (comum dos 10 3 ‘Comportamento motivado pelas ex as 13 anos de idade e até a ‘dos outros; grande desejo de aprovagio e idade adult) aceitacio 4, Orientaglo por le eordem ‘Compeortamento mativado pelo espeito & autoridade Il, Pés-convencional (pode ocorrer 5. Orientagdolegalista dos contratos sciais Comportamento motivad por respeito a feis audolescéncia em diane) « prinepios moras unversas; guiado por conjunto interno de valores 6, Orientago por principos éticos CComportaento mtv por pinepios intemalizades uaniversais de honra, justicae espeto pela dignidade human, sguiado pela consciéncia Nivel II: Nivel Convencional stig 6 — Orientasio por Princpios Ftcos Universas. (Proominente dos 10 aos 13 Anos de Tdadee —_Ocomporamnenionesteeso gd pot pncipos ; 4 intemalizados de hona, justigae respeito pela dignida Bresidade puclta) de humana. As les so absraas emo escritas, como & Estigio 3 — Orientagao por Concordéneia Interpesso- “Reara de Ouro”, "igualdade de dietoshumanos” cus tiga para todos", nfo as regras concretas estabelecidas pela sociedade. A consciéncia é 0 guia, e uma culpa in- al. O comportamento neste estégio & orientado pelas ex pectativas dos outros. A aprovago do grupo social do individuo e a aceitagio neste grupo proporcionam o in tensa é @ eonseqligncia quando nfo se satisfaz os com- centivo a conformidade (p. ex. “Vou fazer isto porque Portamentos que se espera de si mesmo. A aderéncia a ‘yoo# me pedi"... porgue isto vai ajudar a vocé” ou esses prinelpios éticos é to forte que o individuo & gui Porque isto vai agradar a vocé") ado por eles mesmo sabendo que vio ocorrer conseqii- Estdgio 4 — Orientac&o por Lei e Ordem. Ha um respei- cias negativas (p. ex., “Vou fazer isto porque acho que ie Sesieal pala eitoriiade: Reagrid e HH10 nscatstaion esta é a coisa certa a se fazer, embora sejailegal eeu vi ce sobrepujam prinefpios pessoais e de grupo. A cre ser preso por isso”). de que todos os individuos e grupos estio sujeitos a0 mesmo c6digo de ordem e ninguém estéisento disso (p, ‘ou fazer isto porque esta Relevancia da Teoria do Desenvolvimento Moral para a Pratica de Enfermagem Nivel II: Nivel Pés-convencional (Pode © desenvolvimento moral tem relevancia para a prética da en Ocorrer da Adolescéncia em Diante) fermagem por afetar 0 raciocinio ertico quanto t maneita pela ‘qual os individuos deveriam se comporta trata 0s outros. © Estigio 5 —Orientaclo Legalista dos Contratos Socials. comportamento moral reflete a maneira pela qual a pessoa in "Avctenga & de que hi alguns direitos humanos intrase- _terpretao respeito bésico por ouas pessoas, como o respeito 20s, 208 quais todos os indivduos esto habiltados. Os pela vida humana, iberdade, justiga ou confidencialidade (Da- individuos que chegam ao estégio 5 desenvolveram um vis, 1981). As enfermeiras psiqudtricas devem sor capazes de sistema de valores e prnefpios que determina para cles 0 avaliaro nivel de desenvolvimento moral de seus clientes para {qe € certo ou errado; os comportamentos slo guiados —ajudé-Ios em seus esforgos de avangarem seu caminho para un de manera acetivel por este sistema de valores, desde nivel mais elevado de maturidade no desenvolvimento {que nfo violem os direitos humanos dos outros. O ‘ido no estagio 5 vive de acordo com as lei e prin f bs universais: entetano, ele tom a ida de que as eis. UM MODELO DE ENFERMAGEM — esto sujeitas a criticas ¢ alteragées, conforme a evolu- HILDEGARD E. PEPLAU {oe modificaglo das necessidades na sociedade (p.cx., Fa aT TERE ATT EY Sou Tazer isto porque esta é a coisa moral ¢ legal a se Peplau (1991) aplicou a teoria interpessoal& prtica de enfer- fazer, ainda que no Saja minha eseotha pessoal”) magem e, mais especficamente, ao desenvolvimento de rela- g8es enfermeira-lient. Ela proporeiona uma estrutura para a “enfermagem psicodinamica” o envolvimentointerpessoal da “TEawade WE dovdutos nt nado wo eto, comamaiviadasmu- enfermeira com um cliente numa dada situago de enferm: Ineo woes ea modo omen 0 go Peplau afirma: “A enfermagem é itil quando tanto o paciente 40 TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE. nfermagem é uma relagio humana entre um individuo que «std doente, ou necessitando de servigos de sade, ¢ uma enfermeira especialmente educada para reconhecer a nevessidade de ajuda e responder a ela Enfermagem psicodindmica implica ser capaz-de comp: ender 0 préprio comportamento, ajudar outros a identifi. car as dficuldades percebidas e aplicar principios de re ages humanas aos problemas que surgem em todos os niveis de experiéneia, Papéissfo conjuntos de valores e comportamentos que sto espectticos de posigdes funcionais em estruturas sociais, Peplau identifica os seguintes papéis de enfermagem: * Pessoa recurso € aquela que fornece informagbes es Pecificas e necessérias, que ajudam o cliente a com preender seu problema ¢ a nova situacao. Conselheira é aquele que ouve enquanto 0 cliente reve sentimentos relacionados as dificuldades que est ten= do em algum aspecto da vida, Foram identificadas “t6enicas interpessoais” para facilitar a intera¢do da enfermeira no processo de ajudar o cliente a resolver problemas e tomar decisdes em relagao a essas diff, culdades, * Professor € aquele que identifica necessidades de aprendizagem e fornece informagies ao cliente ou seus familiares que podem ajudar a methorar a situa eo de vida, * Lider € aquele que dirige a interagdo enfermeira-cli- entee assegura que sejaum tomadas providéncias apro- Priadas para facilitar 0 alcance dos objetivos deseja- dos. © Perito téenico é aquele que tem conhecimento de vtios recursos profissionais e possui as habilidades clinicas necessrias para efetuar as intervengties que ‘ejam no melhor interesse do cliente * Substituto € aquele quo serve como figura substituta de outra As fases da relagio enfermeira-cliente slo estigios de pa- is ou fungées relacionados aos problemas de saide que Se superpdem, durante os quais a enfermeira e o cliente ‘aprenlem a trabalhar em cooperagao para-tesolver as dificuldades. Peplau identifica quatro fases: © Orientacao € a fase durante a qual o cliente, a enfer- ‘ira e a familia trabalham juntos para reconhecer, esclarecer e definir o problema existente (Belcher & Fish, 1980). * Identificagio é a tase depois da qual a impresséo ini ial do cliente foi esclarecida e na qual ele comeca a responder seletivamente as pessoas que parecem ofe- ever a ajuda que é necessaria. Os clientes podem res. ‘como a enfermeira crescem em consequéncia do aprendizado pponder de uma de ts maneiras: (1) com base na par- ‘que ocorre na situagdo de enfermagem’. ticipagdio ou em relagGes interdependentes com a en- Peplau correlaciona os estagios do desenvolvimento da per. ‘ermeira; (2) com base na independéncia ou isolamen- sonalidade na infin jos através dos quais os clientes {to.em relagio a enfermeira; ou (3) com base na impo. passam durante a evolugao de uma doenga. Ela também vé es. ‘@ncia ou dependéncia da enfermeira (Peplau, 1991), sas experincias pessoais como situagées de aprendizado para * Exploragao ¢ a fase durante a qual o cliente passa @ 4s enfermeiras, para facilitar © movimento a frente no desen, tirar proveito integral dos servigos que Ihe sao ofere~ volvimento da personalidade. Ela acha que quando haa satis- cidos. Tendo aprendido que servigos estio disponiveis fagto das nevessidades psicol6gicas associadas & relagdo en Sentindo-se vontade no contexto eservindo como um fermeira-cliente, a personalidade de ambos pode se fortalecer, participante ativo em seu proprio cuidado de satide, 0 Os conceitos-chave incluem os seguintes: cliente explora os servigos disponiveis e explora to-

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