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17/09/2023, 17:42 Revista Educação Pública - O adoecimento do professor da Educação Básica no Brasil: apontamentos da última década de pesquisas

ISSN: 1984-6290
Qualis B1 - avaliação CAPES 2020-2024
DOI: 10-18264/REP

O adoecimento do professor da Educação Básica no Brasil: apontamentos da


última década de pesquisas

Kelen Braga do Nascimento


Psicóloga (Ulbra, câmpus Santa Maria), pós-graduanda em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto Cognitivo), psicoterapeuta clínica

Carlos Eduardo Seixas


Mestre em Psicologia da Saúde (UFSM), especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (Instituto WP), professor de cursos de aperfeiçoamento e especialização,
formado em Terapia do Esquema (Instituto WP), psicólogo (Universidade Franciscana), docente em pós-graduação (Instituto Cognitivo), ex-membro da Comissão de
Saúde Mental de Santa Maria, membro da Sociedade Brasileira de Terapias Cognitivas, psicoterapeuta clínico cognitivo-comportamental

A Psicologia tem apontado cada vez mais para a importância do trabalho na vida mental dos indivíduos, bem como a influência de fatores
laborais na saúde e qualidade de vida destes. O adoecimento psicológico por meio do trabalho tem ressaltado cada vez mais a necessidade de
investigações quanto aos fatores prejudiciais à saúde mental do trabalhador presentes nas atividades ocupacionais (Codo, 2007). Uma das
profissões que provocam forte preocupação referente à saúde mental é a docência, especialmente em relação aos profissionais que atuam na
Educação Básica brasileira.

A atuação no campo da Educação envolve um enorme contingente de desafios e responsabilidades ao trabalhador, uma vez que o profissional
se depara com inúmeras situações que vão além do ato de ensinar. Adentram na escola os reflexos de todas as mazelas sociais, que envolvem as
famílias, os alunos e mesmo o ato de ensinar. Adoecido, o professor, formador de todos os demais profissionais, se vê sem condições de exercer
a profissão que escolheu para a sua vida, deixando também a escola e a sociedade carentes de sua contribuição social (Carlotto, 2010).

O professor do nível básico de ensino possui papel significativo para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de crianças e adolescentes,
uma vez que a fase da escolarização é fundamental na constituição psicológica destes, é também o principal mediador do aluno ante a educação
formal. Considerando-se a relevância do papel social dos professores, entende-se o impacto que o adoecimento docente acarreta não somente
ao trabalhador, mas também à escola e a sociedade como um todo (Tardif, 2005).

Na atualidade, a Psicologia tem sido convocada ao espaço escolar e educacional para auxiliar esse profissional diante das problemáticas que
permeiam o fazer docente. São inúmeras as queixas da escola, e uma das mais preocupantes é, sem dúvida, a adoecimento psicológico do
docente pelo trabalho. Diante destas constatações, é válido questionar: o que as pesquisas têm apontado em relação à saúde mental do
professor de Educação Básica no Brasil? Quais fatores têm sido apontados como contribuintes para o adoecimento do professor no Brasil nos
últimos 10 anos, levando-o ao adoecimento e mesmo ao abandono da profissão?

Compreender o que tem levado o docente brasileiro ao adoecimento é fundamental para se fortalecer ações de prevenção e promoção de saúde
a esse trabalhador, contribuindo também na melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil. O olhar para as pesquisas da última década
permite uma visão mais ampla dos problemas que tem persistido no dia a dia do trabalho docente, trazendo sofrimento a este profissional,
avanços e retrocessos em saúde mental no trabalho, bem como os pontos que ainda necessitam de maior investigação.

Dessa forma, a presente pesquisa se propôs a realizar uma revisão sistemática da literatura como objetivo de identificar os principais sinais e
tipos de adoecimentos mentais em professores brasileiros da Educação Básica e seus fatores associados, apontados em estudos dos últimos 10
anos. Para tal, foram selecionados 25 artigos das bases de dados da SciELO, BVS, Lilacs, os quais foram triados criteriosamente a fim de compor a
presente revisão. Este trabalho aborda também a relação saúde mental e trabalho, especialmente no caso do professor de Educação Básica no
Brasil, atentando para as questões epidemiológicas e fatores causais que comprometem o trabalhador do campo educacional. Dessa forma, a
pesquisa pretende contribuir com a questão da saúde mental do docente no Brasil.

Trabalho, estresse e adoecimento


A atividade laboral não se constitui apenas como tarefa cotidiana dos indivíduos para a garantia de seu sustento e sobrevivência, mas também
possui um papel de importância na sua vida mental. O trabalho confere um significado à vida do trabalhador e possui a capacidade de integrar à
identidade social de cada individuo, da qual depende muito de sua autoestima e autoconceito. Desse modo, se constitui como um importante
fator para a saúde dos sujeitos, para o seu desenvolvimento emocional, moral e cognitivo, assim como para o seu reconhecimento em sociedade
(Figueiras; Hipert, 2007). Codo (2007) destaca a forma como o trabalho organiza a vida mental do indivíduo, o qual possui uma relação dupla de
transformação entre o homem e a natureza.

Todavia, tem-se reconhecido fatores de risco à saúde mental do trabalhador presentes na organização do trabalho, o que tem chamado a
atenção dos serviços de vigilância em saúde, uma vez que se verifica o impacto de características presentes no trabalho sobre a qualidade de
vida do trabalhador (Sato, 2005). A partir da perspectiva dos estudos epidemiológicos, vem aumentando o número das pesquisas e análises que

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demonstram a relação do trabalho como o adoecimento psiquiátrico, a qual é reconhecida também pela Organização Internacional do Trabalho
(OIT) (Seligman-Silva, 2016).

O nexo causal entre trabalho e doença tem-se estabelecido como uma área delicada de estudo, uma vez que implica a afirmação de causalidade
entre as duas variáveis, ou seja, a afirmação do trabalho como um agente capaz de causar adoecimento ao indivíduo. Essa relação é ainda mais
delicada quando se fala no adoecimento mental, uma vez que leva a questionar se o adoecimento pode ser decorrente de características
particulares da psique do sujeito ou se realmente determinados ambientes e dinâmica de trabalho acarretam prejuízos à saúde mental (Jaques,
2007).

Segundo Jacques (2007), a Psicologia precisou ressignificar a relação entre saúde mental e trabalho, uma vez que, no início da história dessa
ciência, o trabalho ocupava uma posição secundária, restringido este a um campo de aplicação dos conhecimentos psicológicos ou como um
dos indicativos de uma normalidade e adaptação. Porém, segundo a autora, com o advento da Revolução Industrial e a implantação dos
modelos taylorista e fordista, foi-se identificando o trabalho como uma potencial fonte de sofrimento, contribuindo então para a visibilidade aos
efeitos do trabalho sobre o psiquismo.

Essa percepção também se deu através dos estudos sobre o estresse, que tomou uma relação importante na conexão entre trabalho e saúde.
Selye (1907-1982), endocrinologista canadense, foi precursor nos estudos dos efeitos do estresse nos organismos, que o definiu como “o estado
manifesto por uma síndrome especifica que consiste em todas as mudanças não especificas induzidas dentro de um sistema biológico” (Selye,
1965, p. 54, apud Benevides-Pereira, 2002, p. 25). Desse modo, o estresse ocorre quando o indivíduo avalia que as demandas internas ou
externas excedem a sua capacidade para lidar com elas (Lazarus, 1995, apud Machado et al., 2013).

Selye comparou o estresse com o conceito da física de pressão, esforço ou tensão, resultando em deformidade. Seria este, então, “o estado de
um sujeito que resulta da interação do organismo com os estímulos ou circunstâncias nocivas ambientais” (Wallau, 2003, p. 23). O estresse não é
de todo negativo para o indivíduo, pois é uma resposta natural do organismo ante um estimulo estressor. Um processo de ajuste adaptativo
deste a fim de retornar ao estado de equilíbrio, tendo então a função de ajustar a homeostase do organismo e de melhorar sua capacidade para
a sobrevivência (Benevides-Pereira, 2002).

Segundo a teoria de Selye, o estresse seria decorrente da Síndrome de Geral de Adaptação (SGA), a qual consiste em reações sistemáticas do
corpo diante de situações estressoras, podendo desenvolver-se em três fases:

1. Fase de Alarme, quando ocorre imediatamente após o reconhecimento de uma situação estressora;
2. Fase de Resistência, visando reduzir a situação de estresse mobilizando defesas naturais do indivíduo, na qual nota-se maior ansiedade,
irritabilidade no individuo;
3. Fase de Esgotamento ou Exaustão, em que o organismo tem esgotado os seus recursos e perde progressivamente sua capacidade de
defesa diante do estresse, gerando adoecimento. É neste último estágio em que, diante de um estado crônico de estresse, pode surgir o
que foi denominado síndrome de burnout (Wallau, 2003).

Wallau (2003) chama a atenção para o estresse que ocorre devido às demandas e características presentes no trabalho, o estresse ocupacional. A
autora traz o estresse no trabalho como um fenômeno pessoal e social cada vez mais frequente, que acarreta consequências significativas em
nível intelectual e organizacional, além de expandi-las para as demais áreas da vida do indivíduo, ocasionando, além de problemas mentais,
doenças físicas (Wallau, 2003).

A síndrome de burnout é decorrente da cronificação de um estado de estresse e está associada diretamente à atividade laboral exercida pelo
indivíduo, mais comumente encontrada em ocupações assistenciais, como na área da saúde e educação. Este é um tipo de adoecimento
comumente referido quando se aborda a influência do trabalho na saúde mental dos indivíduos, além de uma série de outros acometimentos
biopsicossociais decorrentes das atividades laborais dos sujeitos (Benevides-Pereira, 2002).

Vasconcelos (2008) ressalta que o aumento de registro de doenças relacionadas ao trabalho a cada ano, bem como as modificações nas relações
sociais de produção, tem instigado os pesquisadores a investigar a relação entre o surgimento de doenças (físicas, mentais ou psicossomáticas) e
a organização do trabalho. Atualmente, existem cerca de 12 grupos de doenças mentais na relação específica dos transtornos mentais e do
comportamento relacionados ao trabalho, destacando-se o alcoolismo crônico, episódios depressivos, estados de estresse pós-traumáticos,
neurastenia (síndrome da fadiga crônica), neurose profissional, transtornos do sono e a síndrome de burnout (Brasil, 2001).

Seligmann-Silva (2013, p. 212) destaca questões sociais que vêm colaborando para o aumento de doenças mentais na população trabalhadora
na atualidade:

além do que se modificou no mundo do trabalho, várias grandes mudanças têm sido consideradas nos impactos produzidos sobre a sociogênese
dos distúrbios mentais: mudanças socioambientais, demográficas (migrações, aumento da população idosa), urbanização desordenada, hipertrofia
das metrópoles, intensificação da velocidade dos meios de transporte e de comunicação, aumento da violência em muitos contextos, poder das
mídias, expansão tecnológica em geral, além de tantas outras que afetaram a cultura – os modos de perceber o mundo e andar na vida.

Dessa forma, é visível a importância do trabalho na saúde mental dos indivíduos, necessitando-se então de um olhar atento para os aspectos
que podem tornar a atividade laboral um fator de adoecimento. Assim, diante do conhecimento do impacto que a realidade da organização do
trabalho acarreta ao trabalhador, é possível efetuar ações para a prevenção e promoção de saúde no contexto laboral.

Educação Básica e docência no Brasil


A docência é, historicamente, uma profissão sobre a qual têm-se depositado muitas expectativas e demandas. Uma atividade que outrora era
considerada uma ocupação nobre foi deixando de ser valorizada socialmente ao longo do tempo, ocasionando uma série de implicações tanto
para o educador quanto para o educando. Muito exigido, porém pouco apoiado, o professor no atual contexto brasileiro tornou-se um
profissional carente de um olhar atento para as suas necessidades, tanto no campo de trabalho quanto em relação à própria saúde (Benevides-
Pereira, 2012).

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A profissão docente no Brasil tem seu início no período colonização com os jesuítas. Após a expulsão dos jesuítas do território brasileiro, inicia-
se um processo de institucionalização de formação docente, com o advento das escolas normais no século XIX a partir de iniciativas
governamentais, consolidando-se no século XX. Em 1990, na Conferência Mundial de Educação para Todos, foi aprovada a Declaração Mundial
de Educação para Todos, fornecendo um plano de ação para satisfazer as necessidades básicas da Educação Básica, a qual o Brasil passa a
adotar, fundamentando os planos decenais de educação (Silva, 2017).

A atual normativa da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (Lei 9.394/96 Art. 21, par. I e 24) define que Educação Básica brasileira
seja constituída pelos ensinos de nível infantil, fundamental e médio, sendo nestes dois últimos a carga horária mínima anual de oitocentas horas
em sala de aula, distribuídas em 200 dias efetivos de trabalho nas escolas, exceto o tempo dispensado aos exames finais, se necessários. No Art.
22 da lei instituiu-se que a Educação Básica tem por finalidade “desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (Lei 9.394/96, Art. 22).

Nos dez últimos anos decorrentes, na segunda década do século XXI, mesmo diante de uma considerável democratização do acesso à escola,
verificou-se que o sistema educacional passa por críticas quanto aos seus resultados qualitativos e quantitativos, expressos nos sistemas de
avaliação da educação básica. Relacionam-se a esses resultados negativos, problemas na gestão dos recursos, distanciamento entre políticas
educacionais e sua implementação, condições de formação e de atuação profissional, política de apoio e incentivo à carreira docente, bem como
tem recaído a responsabilização ao professor diante das deficiências apontadas no cenário da educação (Borges; Cecílio, 2018).

Nos últimos anos, a Educação Básica no Brasil vem sofrendo transformações que têm impactado diretamente sobre a organização do trabalho
docente. Isso tem acarretado uma exigência ainda maior sobre o professor, que agora necessita se adaptar às questões tecnológicas e mudanças
sociais que adentram o ambiente da sala de aula. Mello (2004) ressalta as mudanças que o século XXI passou a exigir da escola e do professor.

Dessa forma, a função da escola passa a ser muito mais a de construir significados sobre as informações e conhecimento, do que emiti-los,
descentralizando o professor do lugar de detentor do saber. Segundo essa proposta, cabe ao professor assumir a liderança na constituição de
significados, embora não seja este mais a única fonte de conhecimento, de forma a gerar o protagonismo do aluno na construção do
conhecimento (Mello, 2004). Percebe-se também que o professor se depara diariamente com a necessidade de desempenhar vários papéis em
seu cotidiano escolar, papéis esses que vão além do ensino da disciplina mediante aos diversos conflitos emergentes no espaço e na dinâmica
das relações escolares (Carlotto, 2010).

Em 2013, foi realizado um estudo dirigido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a fim de caracterizar o trabalho docente em
diversos estados brasileiros. No estudo, foi apontada uma forte insatisfação dos docentes em relação ao salário, considerando a remuneração
incompatível ou injusta em relação às suas atribuições. Foi revelado que grande parte dos docentes trabalha em mais de uma escola, havendo
uma parcela que também exerce outro tipo de atividade para complementar a sua renda.

A mesma pesquisa também apontou a falta de apoio em relação ao trabalho com crianças com necessidades especiais em sala de aula, trazendo
que 70% dos professores entrevistados não recebem nenhuma orientação específica para essas atividades. A sobrecarga de trabalho e más
condições de trabalho também foram ressaltadas na pesquisa, uma vez que a maioria dos professores tem de levar tarefas do trabalho para
realizar em casa, e também contatou-se a queixa quanto às condições do ambiente da sala de aula, como o ruído interno, má ventilação e má
iluminação das salas de aula (Gestrado/UFMG, 2013).

Dessa forma, percebe-se que a Educação Básica no Brasil reúne ainda uma série de impasses que colocam o professor diante de diversas
dificuldades para exercer seu trabalho. Essas questões podem ter um forte impacto em sua saúde mental, podendo levá-los ao adoecimento.
Faz-se então necessário conhecer a realidade do professor brasileiro e quais os fatores presentes em seu cotidiano estão contribuindo para o seu
sofrimento, a fim de planejar ações para a melhoria da qualidade de vida e saúde mental deste profissional.

Metodologia
O presente artigo buscou identificar os principais sinais e tipos de adoecimento psicológicos apresentados pelos professores das redes de
educação básica pública e privada no Brasil, apontados por pesquisas nos últimos dez anos, bem como seus fatores associados. Para tal objetivo,
foi realizada uma pesquisa de revisão sistemática da literatura nas bases de dados SciELO, Lilacs e BVS Brasil, com os seguintes descritores:
‘saúde mental professores’, ‘saúde mental docentes’, ‘adoecimento professores’, ‘adoecimento docente’, ‘transtornos mentais’.

Foram incluídos no presente estudo artigos, teses e dissertações nacionais e empíricos que datavam do período de 2009 a 2019, cuja população
estudada tenha sido professores brasileiros dos níveis infantil, fundamental e médio (Educação Básica) conforme da temática proposta,
envolvendo a temática do adoecimentos docente, incluindo a investigação de fatores a eles relacionados, os quais foram analisados quanti e
qualitativamente na apresentação dos resultados e discussão. Foram excluídos estudos internacionais, não empíricos e com professores de nível
superior. As revisões sistemáticas constituem-se em uma das técnicas mais eficazes para avaliação e síntese da literatura em diversos campos de
conhecimento. Permite apresentar um processo de pesquisa formal e controlado, claros critérios de inclusão e exclusão de estudos, explicitando
claramente o caminho metodológico realizado (Akobeng, 2005, apud Zoltowski et al., 2014).

Resultados e discussão
A partir da pesquisa nas bases de dados, 47 artigos foram identificados dentro da temática do adoecimento do docente: SciELO (21), Lilacs (16),
BVS (10). Após eliminação dos duplicados (10), 37 artigos foram selecionados para triagem. Na triagem inicial, com a leitura de títulos e dos
resumos, foram excluídos alguns artigos por não corresponderam à temática proposta (n = 7), além de um total de quatro artigos de natureza
não empírica, restando 26 artigos. Após, foi excluído um artigo devido ao fato de a amostra não ser composta de professores brasileiros. Por fim,
após a leitura na íntegra de cada artigo, foram selecionados 25 estudos para a coleta de dados, os quais foram organizados no Quadro 1.

Quadro 1: Apresentação das dimensões pesquisadas nos artigos

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Autor/ano Título da pesquisa Objetivo Delineamento e Rede Sinais de sofrimento e Fatores associados Resultados
amostra de adoecimentos ao adoecimento
Ensino

Souza & Adoecimento das Descobrir e relacionar Estudo exploratório Pública Insônia, distúrbios da voz - Excesso de Os resultados demonstraram
Coutinho, professoras das as principais queixas, descritivo e explicativo e da coluna, irritabilidade, atribuições além da que 62,4% das professoras
2018 primeiras letras em sintomas e quantiqualitativo com fadiga física e mental, sala de aula. entrevistadas já se afastaram
Olinda: Sintomas, diagnósticos de 32 professoras de 3 tensão, ansiedade e - Infraestrutura das suas funções por doença.
queixas e professores de séries escolas municipais de depressão. inadequada das O sentimento de preocupação
diagnósticos iniciais da cidade de Olinda PE. Sentimento de tristeza, salas de aula. e tristeza representou os mais
Olinda. ansiedade referidos, 62,4% seguido de
incapacidade com 43,75% e
ansiedade com 31,2%

Silva & As características dos O presente estudo teve Estudo comparativo de Pública Síndrome de burnout Inserção alunos Foram encontrados maiores
Almeida, alunos são por objetivo comparar corte, de analise (sinais de esgotamento com necessidades escores de esgotamento
2019 determinantes para o a presença de quantitativa, com 60 emocional, realização especiais sem os emocional e
adoecimento de indicadores de burnout professores que profissional e recursos despersonalização em
professores: um em três grupos de atuavam no ensino despersonalização) necessários pra o professores que trabalham
estudo comparativo professores que atuam comum, divididos ensino em turmas com a inserção de alunos
sobre a incidência de no primeiro ciclo do proporcionalmente em 3 de ensino regular. especiais em sala comum
burnout em Ensino Fundamental grupo, em turmas com e - Maior quantidade (sem recursos). O grupo da
professores do ensino sem a inserção de de alunos em uma sem inserção apresentou
regular e especial alunos com sala de aula. maiores escores de
necessidades diminuição da realização
educacionais especiais, e profissional.
em sala de recursos, da
rede Municipal de
Ensino Fundamental de
Bauru.

Simplício & Compreendendo a Compreender a relação Estudo exploratório e Pública Exaustão emocional, -Condições de A análise dos dados coletados
Andrade, questão da saúde dos entre saúde e trabalho descritivo, de análise despersonalização e trabalho foi organizada em quatro
2011 professores da em professores da rede qualitativa com 34 diminuição da realização -Tempo de trabalho momentos da vida
Rede Pública municipal de São Paulo. professores de uma pessoal no trabalho. profissional: o estágio, o início
Municipal de São mesma escola do Ensino da carreira, a experiência e o
Paulo Fundamental I, II e do final da carreira, em que
Ensino Infantil, de pode-se observar que nas três
diferentes idades. categorias emergiram
questões de adoecimento nas
professoras como
despersonalização,
diminuição da realização
pessoal no trabalho.

Silva, 2017 Condições de Analisar as percepções Estudo de natureza Pública Absenteísmo, Desvalorização do A autora conclui que as
trabalho, das condições de qualitativa, exploratório presenteísmo (trabalham trabalho do condições de trabalho do
presenteísmo e trabalho de docentes e descritivo com 20 mesmo adoecidos) professor professor podem tanto
absenteísmo em de ensino fundamental professores de escolas Afastamento do trabalho - Exigência de contribuir para o processo de
professores da rede e as possíveis de Ensino Fundamental - sentimento de cumprimento de adoecimento quanto dificultar
pública de São Paulo associações com o de Rio Branco impotência horas os cuidados da saúde dos
adoecimento, - falta de professores.
presenteísmo e assistência à saúde
absenteísmo do professor,
Excessiva carga
horária
Baixo salário
Salas em
desconforto
térmico;
Falta de autonomia
do professor;
Desrespeito dos
alunos com os
professores;
Apoio insuficiente
ao professor

Batista, Depressão como Identificar Estudo descritivo, Publica - Depressão _ A depressão manifestou-se
Carlotto & causa de afastamento afastamentos do retrospectivo, - Transtornos mentais como responsável por mais
Moreira, do trabalho: trabalho de professores transversal, quantitativo, da metade das causas de
2013 um estudo com da rede municipal da baseado no afastamentos do trabalho em
professores do Ensino cidade de João Pessoa, universo de 414 fichas professores do ensino
Fundamental PB, Brasil, em médicas individuais de fundamental, resultando em
decorrência de professores, entre os maior frequência a partir dos
transtornos mentais, anos de 1999 e 2006, quarenta anos de idade.
especificamente, cujos diagnósticos para
depressão. o afastamento do
trabalho correspondiam
a transtornos mentais.

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Paparelli, Desgaste mental do Identificar os principais Pesquisa exploratória e Pública - Sentimento de - Fracasso escolar Os autores ressaltaram que a
2009 professor da rede determinantes do descritiva e de analise impotência e frustração. Sobrecarga de atual regularização do fluxo
pública de ensino: adoecimento de qualitativa com 6 - Sentimento de trabalho escolar tem relação direta
trabalho sem sentido docentes de ensino professoras em incompetência acumulo de com o adoecimento dos
sob a politica da fundamental de escolas diferentes momentos do - Desesperança responsabilidades professores, uma vez que
regularização de fluxo públicas, como estes processo de sofrimento - Perda de sentido no - Dificuldades de gera um mal estar diante do
escolar aparecem na vivencia mental no trabalho trabalho relações fracasso escolar causando
dos professores e quais (afastamento, - Desrealização interpessoais no devido a desvalorização do
as formas de readaptação e ativa) de profissional trabalho profissional de educação,
enfrentamento destes uma escola de ensino - Angustia, - Desvalorização do propiciando emergir
profissionais. fundamental de São - desgosto, trabalho docente estratégias de enfrentamento
Paulo -cansaço, - Falta de que contribuem para a perda
-tristeza professores de sentido no trabalho.
-desanimo - Trabalhar em mais
de uma escola
- Falta de
funcionários da
equipe de apoio
nas escolas
-Regularização do
fluxo escolar –
ciclos de
aprendizagem

Giannini, Distúrbio de voz e Determinar a Estudo caso-controle, Pública Estresse Alto desgaste e O estudo confirmou a
Latorre & estresse no trabalho associação entre realizado com 165 Distúrbios de voz baixo controle no associação entre distúrbio de
Ferreira, docente: um estudo distúrbio de voz e professoras com e 105 trabalho voz em professoras da rede
2012 caso-controle estresse no trabalho sem distúrbio vocal do municipal de ensino de São
em professoras da rede ensino infantil, Paulo e estresse no trabalho
municipal de São Paulo fundamental e médio da docente. Houve diferença
rede de educação do estatisticamente significativa
Município de São Paulo entre os grupos de caso e de
controle em relação ao
estresse no trabalho na
condição de alta exigência,
que representa alta demanda
associada a baixo controle do
trabalho.

Macaia, 2013 Excluídos do Conhecer os processos Estudo qualitativo Pública Transtornos mentais e - falta de O autor destacou as
Trabalho: analise de afastamento de exploratório com 20 comportamentais autonomia condições de trabalho como
sobre o processo de professores por professores de ativos e - contexto de principais causadora do
afastamento por transtornos mentais e readaptados com trabalho adoecimento dos
transtornos mentais e comportamentais e da histórico de licenças - condições profissionais de educação,
comportamentais e rede pública municipal médicas por transtornos desfavoráveis de chamando a atenção, através
retorno ao trabalhos de São Paulo. mentais e trabalho dos dados trazidos nas
de professores da comportamentais e - falta de entrevistas. Também ressalta a
rede pública retorno ao trabalho. reconhecimento importância do investimento
municipal de São social de políticas públicas e
Paulo reconhecimento social para
essa classe trabalhista.

Albuquerque Exploração e Verificar a associação Estudo transversal por Pública Transtornos mentais -Carga horárias de Evidenciou-se, que a
et al., 2018 sofrimento mental de entre a elevação da meio da plataforma trabalho elevada. prevalência de casos
professores: um exploração no trabalho Limesurvey, com 1.201 indicativos de distúrbios
Estudo na rede dos docentes e o professores da rede -Número de psíquicos é muito elevada
estadual de ensino do sofrimento mental. estadual de ensino do alunos por turma entre os professores e que há
Paraná Paraná indícios da associação desta
prevalência com diversas
formas de exploração no
trabalho. Carga horária
semanal, número de turmas
por professor e número de
alunos por turma
apresentaram relação positiva
para a ocorrência de
sofrimento mental.

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Silveira, Indicadores de Descrever os principais Estudo descritivo e Pública - Ansiedade - Ensino O estudo mostrou que os
Enumo & estresse e estratégias eventos estressantes correlacional com 21 - Estresse multisseriado professores que eram
Batista, 2014 de percebidos por professores que - Depressão - número de alunos responsáveis pela regência
enfrentamento em professores de ensino atuavam em classes de por turma em menor quantidade de
professores de ensino multisseriado e verificar ensino multisseriado da - Pouco escolas, ou seja, que ficavam
multisseriado a presença de estresse zona rural de um envolvimento da encarregados mais
e sua relação com município do Interior do família no exclusivamente de trabalhar
sintomas de ansiedade, Estado do Espírito desenvolvimento nas turmas multisseriadas,
estratégias de Santo, (correspondente acadêmico dos foram aqueles com mais
enfrentamento 78% dos professores de filhos. indicadores de estresse e de
utilizadas e variáveis classes multisseriadas - Falta de ansiedade.
pessoais e laborais do município). motivação e a
problemas
comportamentais
dos alunos, -
cobranças e a falta
de apoio por parte
da escola,
- Pressão por
resultados,
- Frustração por
não alcançar
objetivos propostos
- Conflitos
institucionais

Brasil et al., O contexto da Identificar as causas do Estudo qualitativo e Pública Estresse, condições precárias Os autores concluem que
2016 docência e sua sofrimento psíquico exploratório, realizado Angústia, depressão e do ambiente de cargas de trabalho excessivas,
influência referidas por em Fortaleza, Ceará, desmotivação com o trabalho. às condições de trabalho
no sofrimento professoras do ensino Brasil, com três grupos exercício profissional - despreocupação inadequadas e à falta de
psíquico de fundamental. focais, nos quais se do empregador apoio institucional para o
professoras do dividiram 26 professoras com a saúde dos recebimento de cuidado para
ensino fundamental de 19 escolas. professores. a saúde do professor são
questões que interferem
diretamente no contexto da
escola e na satisfação e
motivação desse profissional.

Martins; O trabalho das Analisar a relação entre Estudo de caráter Pública Estresse -Nível elevado de As professoras das Escolas de
Vieira & docentes da processo de trabalho e censitário e corte demandas de Educação Infantil desse
Bugs, 2014 Educação Infantil a saúde de 196 transversal, da qual trabalho. estudo realizam um trabalho
e o mal-estar professoras das Escolas participaram todas -Excesso de em condições que podem não
docente: o impacto Municipais de as professoras das 26 burocracia baixos ser favoráveis à saúde
dos aspectos Educação Infantil em Escolas Municipais de salários principalmente pelo elevado
psicossociais no uma cidade de porte Educação Infantil -Extensa carga nível de demanda psicológica,
adoecimento médio no Rio Grande (EMEIS) da cidade de horária semanal traduzida em tarefas que
do Sul. Pelotas (RS), -Falta de exigem excessiva,
Brasil, totalizando 196 autonomia concentração, atenção,
professoras. -Trabalhar muito e responsabilidade, paciência,
em um ritmo compreensão, inclusive
acelerado esforço físico, excesso de
burocracia, os baixos salários,
a carga horária de 40 horas
semanais a falta de
autonomia, representadas
pelo baixo controle sobre seu
trabalho podem ser geradores
de adoecimento.

Meira et at., Percepções de Analisar as percepções Estudo de natureza publica tensão emocional Sobrecarga de Os relatos apresentam um
2013 professores sobre de professores sobre o qualitativa constituído provocado pelo trabalho, trabalho, a cenário caracterizado pela alta
trabalho Docente e trabalho docente e as por 12 docentes da rede estresse indisciplina demanda da atividade, aliados
repercussões sobre repercussões estadual de ensino de nervosismo escolar de alunos, à sobrecarga física e mental, e
sua saúde em sua saúde. um município da Bahia- pressão desvalorização profissional.
BR. organizacional da emergiram três categorias
escola, temáticas:
- jornadas Necessidades de mudança no
prolongadas de ambiente de trabalho; Fatores
trabalho, aumento que influenciam na saúde do
das demandas do professor; Consequência do
trabalho, trabalho docente em sua
percepção da saúde.
desvalorização
profissional
a privação do lazer

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Batista et al., Prevalência da Avaliar a prevalência da Estudo de corte Pública Síndrome de burnout ____ Os resultados evidenciaram
2010 Síndrome Síndrome de burnout transversal com 265 que 33,6% dos professores
de burnout e fatores nos professores da professores da Rede apresentaram alto nível de
sociodemográficos e primeira fase do Ensino Municipal de Ensino da Exaustão Emocional, 8,3% alto
laborais Fundamental das Cidade de João Pessoa, nível de Despersonalização e
em professores de escolas municipais da Paraíba. 43,4% baixo nível de
escolas cidade de João Pessoa, Realização Profissional.
municipais da cidade PB, e sua
de João relação com as
Pessoa, PB. variáveis
sociodemográficas e
laborais.

Silva et al., Prevalencia del O objetivo deste Estudo quantitativo e Pública Síndrome de Burnout ____ A pesquisa revelou uma
2017 síndrome de burnout estudo foi descrever a descritivo (levantamento suspeita de prevalência de
entre profesores de la prevalência da Survey) com 52 síndrome de Burnout foi de 33
Escuela Estatal em Síndrome de Burnout docentes de uma escola casos (63,5%). A prevalência
Niterói, Brasil entre os professores da estadual de Niterói, São significativa desta síndrome
Escola Estadual em Paulo. entre os professores gera
Niterói, Brasil alerta sobre as condições de
trabalho e a saúde
mental desses profissionais.

Borba et al., Síndrome de Burnout Comparar a prevalência Estudo descritivo, Pública Síndrome de Burnout Escola pública Não houve diferença
2015 em professores: da Síndrome de comparativo e e Escola privada estatisticamente significativa
estudo comparativo Burnout entre transversal, de privada entre os grupos. Concluiu-se
entre o ensino professores de ensino abordagem quantitativa que tanto o contexto público
público e privado fundamental de escolas de ensino quanto o privado
públicas e privadas. apresentam estressores que
Amostra de 117 podem levar os professores
professores de ensino ao adoecimento, dado que
fundamental de escolas permite refletir que a
privadas e públicas das prevalência da Síndrome de
cidades de Porto Alegre burnout pode estar mais
e Região Metropolitana relacionada à categoria
do Rio Grande do profissional em si do que ao
Sul/Brasil. tipo de escola.

Andrade & Trabalho docente no Identificar condições e Estudo exploratório e Pública Solidão no trabalho - A precarização Observou-se que 22% dos
Falcão, 2018 município de Natal: percepções da descritivo com 172 Insatisfação no trabalho das condições de professores consideram-se
Perfil e risco atividade docente, professores de anos trabalho insatisfeitos no trabalho e
psicossocial dimensões iniciais do EF do - Alta demanda 30,2% relatam sentirem-se
psicossociais e risco município de Natal RN psicológica e baixa solitários no ambiente laboral.
psicossocial do latitude de tomada 19,2% correspondem a um
trabalho de professores de decisão perfil de risco psicossocial,
do primeiro ao quinto (trabalho ativo e com alta demanda psicológica
ano de Natal, Rio baixo controle) e baixa latitude de decisão.
Grande do Norte, trabalho repetitivo Concluiu-se que há
estabelecendo perfil e e perturbado, associação entre o sentimento
relações. tempo insuficiente de solidão no trabalho e a
para conclusão das percepção de maior demanda
tarefas, volume psicológica da atividade,
excessivo de suporte social e satisfação
trabalho e com as reuniões de
necessidade de planejamento pedagógico.
trabalhar
rapidamente.
- suporte social
- menor
experiência
profissional

Silva, Bolsini- Burnout e depressão Verificar a prevalência Estudo transversal, Pública - Síndrome de burnout; Baixa satisfação Em relação ao burnout, foi
Silva & em professores do de burnout e depressão correlacional de - Depressão profissional identificada a prevalência de
Loureiro, ensino fundamental: em professores do prevalência em escolas Menor tempo de 29%, sendo constatado
2018 um estudo ensino públicas municipais e experiência distanciamento emocional
correlacional fundamental e participaram 100 profissional (40%), exaustão emocional
investigar possíveis professoras do 2º ao 5º Condições do (37%), desumanização (22%) e
correlações entre ano. ambiente de realização pessoal (11%). A
burnout, depressão, trabalho depressão foi identificada em
variáveis 23% dos professores, além de
sociodemográficas e correlações positivas e fortes
organizacionais. entre a depressão e as
dimensões do burnout. Foi
encontrada uma correlação
positiva entre a depressão e
as dimensões do burnout,

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Lyra et al, A relação entre analisar a relação entre Estudo exploratório Pública Humor depressivo (se - Mau Observou-se que 21,8% da
2009 professores com professores com seccional com 151 e sentir nervoso, tenso ou comportamento amostra relataram sofrimento
sofrimento psíquico sofrimento psíquico e professores 372 crianças privada agitado; assustar-se com dos alunos psíquico. Constatou-se que
e crianças escolares crianças escolares com da 1º série do ensino facilidade; se sentir triste - grande número professoras que
com problemas de problemas de fundamental ultimamente) e aos de alunos por vivenciam sofrimento
comportamento comportamento. sintomas somáticos turma, psíquico, comparadas às que
(dormir mal; ter dores de - trabalhar em mais não apresentam o transtorno,
cabeça frequentemente; de uma escola identificam mais
ter sensações problemas internalizantes em
desagradáveis no seus alunos
estômago).
- ideação suicida
- sentimento de
inutilidade
-decréscimo de energia
vital

Almeida et Características vocais Comparar Pesquisa quantitativa, Pública Ansiedade Distúrbio de voz Os indivíduos com alta
al., 2014 e emocionais de características vocais e transversal e descritiva e Depressão (disfonia) ansiedade tiveram maior
professores e não emocionais em grupos com 93 sujeitos, de privada Estresse estressores laborais comprometimento
professores com de professores e não ambos os gêneros, com emocional, vocal e na
baixa e alta ansiedade professores com baixa idades entre qualidade de vida, sobretudo
e alta ansiedade. 18 e 59 anos, divididos aqueles que têm a voz como
em quatro grupos: instrumento de trabalho, os
professores com baixa professores. Assim, o estudo
ansiedade; professores conclui que sintomas
com alta ansiedade; não emocionais, como ansiedade,
professores com baixa estresse e depressão, podem
ansiedade e não influenciar proporcionalmente
professores com alta nas características vocais e na
ansiedade. qualidade de vida da
população de indivíduos com
alta ansiedade, sobretudo
daqueles que utilizam a voz
como instrumento de
trabalho, como os
professores.

Castro e Efeitos da Investigar o sofrimento Pesquisa qualitativa Pública -questionamento da - Agressividade dos Os professores no inicio de
Souza, 2014. agressividade infantil do professor sob o exploratória transversal, competência pessoal alunos; carreira apresentaram um
para o sofrimento aspecto da com 12 professores - angustia - perda de questionamento de sua
psíquico de agressividade infantil - sensação de autoridade na sala autoeficácia, angústia de
professores em em diferentes invisibilidade de aula; corresponder as demandas
diferentes momentos momentos da carreira - sentimento de menos sociais, tentativas de
de carreira valia aproximação e precaução
sensação de fracasso diante da agressividade dos
- mágoa, decepção e alunos, já professores mais
desesperança. antigos manifestaram maiores
- Cansaço sentimentos de fracasso e
- Sentimento de culpa e impotência, a evidenciando a
fracasso desesperança em relação à
profissão.

Face, Ort. & Professor readaptado: Discutir a relação Estudo qualitativo e Pública - afastamentos sucessivos precarização das Os autores destacam que as
Barros, 2018 a precarização do estabelecida entre a descritivo com 20 do trabalho por condições de condições de trabalho têm
trabalho docente e o precarização do professores transtornos mentais. trabalho levado muitos professores ao
adoecimento trabalho e o readaptados, da - necessidade de adoecimento, acompanhado
adoecimento do educação básica readaptação ao retornar de sofrimento, e que o
professor readaptado ao trabalho adoecimento, a partir da
tendo como perspectiva da Psicologia
fundamento os Histórico-cultural seria uma
pressupostos da forma de resistência à
Psicologia Histórico- precariedade do trabalho.
Cultural.

Silva, Saúde dos Refletir sobre o Pesquisa qualitativa e Pública - Sentimento de solidão e - Fragilidade da Os professores necessitam de
Coimbra & professores do ensino sofrimento psíquico de exploratória com 7 impotência do professor parceria escola- uma maior apoio social, tanto
Yokomisso, fundamental da rede professores do ensino professores da educação - Desamparo família da família dos alunos quanto
2017 pública e a fundamental, assim básica (3 de educação - Afastamento/ - falta de interesse da própria gestão escolar e
Construção dos como propor estratégia infantil e 4 do ensino - Licença do trabalho e indisciplina dos comunitária. Estes sofrem
espaços psíquicos para sua fundamental) alunos com o desamparo diante das
compartilhados minimização. - falta de apoio da problemáticas presentes na
equipe gestora na escola e com o desinteresse
ação pedagógica dos alunos e a crescente
- falta de apoio da desvalorização da autoridade
comunidade docente na sala de aula.
(entidades e órgãos
públicos)
- ausência de
amparo legal
diante da violência
escolar

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Tostes, et al, Sofrimento mental de Conhecer a prevalência Estudo transversal do Pública - Depressão - Sexo feminino Foi encontrada uma
2018 professores do ensino de sofrimento mental sofrimento mental com - Ansiedade - trabalhar no prevalência de 75% de
público nos professores de 1.021 professores do - Estresse ensino Distúrbios Psíquicos Menores
rede estadual (ensino ensino público do - Disforia fundamental na amostra, sendo que 9,73%
fundamental) do Paraná. - Doenças - levar tarefas do dos professores relataram
Paraná e sua associação osteomusculares trabalho para a alguma forma de
com alguns aspectos - Doenças casa adoecimento mental,
do trabalho docente no otorrinolaringológicas - condições de sintomas depressivos em
estado. trabalho 44,04% , sendo destes 25,06%
-número excessivo com depressão leve (disforia)
de turmas – e 18,98% moderada ou grave.
sobrecarga de 29,89% apresentavam níveis
trabalho mínimos de ansiedade.
-excesso de alunos Observou-se maior
por turma sofrimento psíquico nas
- professores que mulheres sendo também
lecionam no ensino associado ao elevado numero
fundamental de turmas, levar trabalho para
a casa e trabalhar a maior
tempo de trabalho.

Lira et al, Sofrimento psíquico e Investigar a opinião de Pesquisa longitudinal Pública - Ansiedade, - Condições de Não houve associação entre a
2013. trabalho docente – professores do ensino quanti e qualitativa com - dor, trabalho precárias presença de sofrimento
implicações na fundamental com e 358 crianças aferidas por - cansaço, - Ausência de psíquico relação Professor-
detecção d sem sofrimento 139 Professoras - estresse e nervosismo recursos materiais e aluno, porém as profissionais
problemas de psíquico - sobre os (todas do sexo - Problemas respiratórios; humanos com sofrimento psicológico
comportamento em problemas de feminino), em 83 - A baixa expectativa em - Difícil passaram a identificar com
alunos comportamento dos escolas. relação à profissão – acessibilidade das maior frequência que seus
alunos e sobre a forma baixa Autoestima; escolas; alunos se dedicam menos aos
de lidar com esses - sensação de um - Pouca valorização estudos, que aprendem
problemas. trabalho improdutivo; do professor. menos e que são menos
- sentimento de - Alta carga horária felizes comparados aos
impotência e a frustração de trabalho; demais colegas. Também são
perante situações mais negativas em relação à
decorrentes das vidas dos avaliação do desempenho dos
alunos alunos em história, geografia
e ciências, se comparados
com os colegas da mesma
idade, por fim, concluiu-se
que a presença de sofrimento
psíquico contribui para uma
visão mais negativa do
trabalho docente

Delineamento das pesquisas: métodos e características das amostras


A partir da coleta de dados, foi possível identificar diversos apontamentos dos estudos para a questão do adoecimento do professor brasileiro,
podendo também delinear um perfil das publicações dos últimos dez anos. Quanto à forma de análise, houve a predominância de estudos de
natureza quantitativa, cerca de 12 estudos (48%), oito estudos utilizaram a análise qualitativa (32%) e cinco estudos de análise quanti e
qualitativa (20%).

Sobre as metodologias utilizadas, a maioria (14 publicações) é composta por estudos de natureza transversal, exploratório e descritivo (56%).
Houve também publicações com metodologia correlacional (8%), caso controle (4%), estudo censitário (4%), estudo de prevalência (4%),
descritivo comparativo (4%) e estudo longitudinal (4%). Para Shaughnessy et al. (2012), o método experimental pode ser efetivo para se
estabelecer relações de causa e efeito entre variáveis, além de permitir a inter-relação autoaperfeiçoadora entre os experimentos e as explicações
propostas, constituindo-se uma ferramenta fundamental aos psicólogos no estudo da mente humana.

Em relação à amostra, verificou-se que a maioria dos estudos (n =17) (68%) abordou exclusivamente professores do nível fundamental, sendo
que dois apenas com o ensino infantil (8%) e um estudo foi realizado com professores das séries iniciais (4%). O Ensino Médio foi abordado
juntamente ao Ensino Fundamental em cinco estudos (20%), como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1: Níveis de ensino estudados

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Verifica-se hoje que, dentre as profissões formais no Brasil, a docência do Ensino Fundamental e Médio é apontada como uma das profissões
que acarretam maiores índices de desgaste emocional para os trabalhadores (Damásio; Melo, 2013).

Em relação à rede de ensino estudada, pode-se observar predominância de estudos sobre professores da rede pública de ensino, 22 estudos
(88%); a rede particular foi abordada em conjunto com a pública em somente três estudos (12%), em todas as pesquisas ressaltando a presença
do adoecimento. O estudo de Borba et al. (2015), que realizou uma comparação entre professores da rede pública e privada, ressaltou a
presença de sofrimento emocional nos profissionais de ambas redes de ensino, concluindo que ambas apresentam estressores que podem levar
os professores ao adoecimento. Diehl e Marin (2016) referem que o fato de a maioria dos estudos ser em instituições públicas deve-se a uma
maior abertura destas à pesquisa.

Principais adoecimentos e sinais de sofrimento apontados


Os principais tipos de adoecimentos apontados pelas pesquisas são a depressão, em sete estudos, (28%), a ansiedade, em cinco estudos, (20%),
e alto nível de estresse, em cinco estudos (20%) e a síndrome de burnout, em quatro estudos, (16%). Dois estudos (8%) se dedicaram a avaliar as
dimensões de esgotamento emocional, despersonalização e desrealização profissional, dimensões da síndrome de burnout. Verificou-se também
um estudo que apresentou correlação entre depressão e síndrome de burnout em professores (4%) (Silva; Bolsoni-Silva; Loureiro, 2018). Também
houve quatro estudos (16%) que apontaram a presença de transtornos mentais, sem dar especificações. Houve um estudo em que foi verificada
ideação suicida em professores, como mostra o Gráfico 2.

Gráfico 2: Principais adoecimentos apontados pelas pesquisas

Um dos estudos levantados (Batista et al., 2013) apontou que mais da metade dos afastamentos do trabalho dos professores da Educação Básica
possui como causa quadros depressivos, revelando alto nível de acometimento dessa psicopatologia entre os docentes. Segundo Cavalheiro e
Tolfo (2001), a população de trabalhadores afastados por motivo de depressão é cercada por preconceitos e falta de entendimento em relação à
condução do tratamento.

A depressão é considerada um transtorno mental, com alta prevalência e alta morbidade no Brasil e no mundo, além de constituir-se como uma
das principais causas de absenteísmo e presenteísmo no ambiente laboral, e a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil. O país lidera
o ranking de prevalência de depressão entre as nações em desenvolvimento, com 20 a 36 milhões de pessoas afetadas, contabilizando o
equivalente a 10% das pessoas com depressão no mundo. A depressão possui também uma forte associação aos casos de suicídio (Razzouk,
2016; Assunção; Oliveira; Souza, 2018).

Carlotto (2010) observa que a síndrome de Burnout em profissionais da educação vem sendo estudada por um grande número de
pesquisadores, na qual estes têm sido enquadrados na categoria de alto risco, uma vez que apresentam um nível significativamente maior
comparado às outras profissões. Citando Ferber (1999, citado por Carlotto, 2010), a autora traz que o burnout ocorre quando o professor sente
que seus esforços não serão justificados ou suportados.

Os estudos também apontaram uma multiplicidade de sentimentos e percepções que compõem o sofrimento do professor diante de seu
trabalho, como tristeza, sentimento de impotência e frustração, sentimento de incompetência, desesperança, perda de sentido no trabalho,
angustia, desgosto, cansaço, desânimo, desmotivação com o exercício profissional, tensão emocional (Brasil et al., 2016; Meira et al., 2014; Silva
et al., 2017; Paparelli, 2009; Silva, 2017). Também foi apontada a insatisfação com o trabalho, o decréscimo de energia vital, sentimento de
inutilidade, questionamento da competência profissional, sensação de invisibilidade, sentimento de menos valia, sensação de fracasso, decepção,
solidão, desamparo, baixa expectativa em relação à profissão, baixa autoestima, sensação de trabalho improdutivo, revelando um alto sofrimento
associado ao trabalho nessa profissão (Andrade; Falcão, 2018; Lyra et al., 2009; Castro; Souza, 2014; Silva et al., 2017).

Houve também estudos que apontaram o absenteísmo, o presenteísmo e a necessidade de readaptação ao retornar ao trabalho (Silva, 2017).
Além do sofrimento psíquico, houve apontamentos de acometimentos físicos ao professor, como doenças osteomusculares, doenças
otorrinolaringológicas, destacando os problemas com a voz e os problemas respiratórios (Lyra et al., 2009).

Principais fatores causais de adoecimento docente


Em relação aos fatores causais do adoecimento docente, os estudos apontaram principalmente questões relacionadas às condições de trabalho
do professor, 13 estudos (52%), apontando questões como infraestrutura inadequada em sala de aula, salas em desconforto térmico, número
excessivo de turmas, ausência de recursos materiais e humanos e a difícil acessibilidade às escolas (zona rural) – fatores percebidos
principalmente na rede pública de ensino. Pereira et al. (2014) ressaltam que a precarização do trabalho docente faz parte de um processo
histórico complexo que, atualmente, vêm se tornando cada vez mais evidente, o qual reflete diretamente na qualidade do ensino e na saúde dos
professores.
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Também sobressaiu a questão da sobrecarga de trabalho, presente em sete estudos (24%), com em casos em que este necessita levar tarefas do
trabalho para casa, a sua excessiva carga horária de trabalho (16%), trazendo também a exigência de cumprimento de horas que acarreta em
presenteísmo, fazendo com que o sujeito tenha de trabalhar mesmo adoecido, como destacam Silva (2017). Gomes e Britto (2006) apontam que
a sobrecarga de trabalho na profissão docente invade os espaços da vida doméstica, extrapolando os limites de tempo e de espaço da escola. O
cotidiano de muitos professores no Brasil é caracterizado por várias jornadas de trabalho. Há profissionais que assumem jornadas em mais de
uma escola e acabam ocupando o tempo que seria para seu descanso com as atividades relacionadas à docência, como preparação de aulas,
preparação ou correção de avaliações.

Houve também uma importante relação do adoecimento com dificuldades dos professores com alunos, apontado em nove estudos (36%),
trazendo questões como dificuldades com alunos especiais (4%), o desrespeito dos alunos com o professor (4%), número excessivo de alunos
por turma (8%), falta de motivação e problemas comportamentais dos alunos (12%), agressividade dos alunos (4%), e a perda de autoridade do
professor em sala de aula (4%). Para Miziara et al. (2006), o professor atualmente enfrenta diversas situações difíceis, como o desrespeito pelos
pais, alunos e mesmo pela sociedade, caracterizando a desvalorização do papel do professor e a falta do reconhecimento de sua autoridade em
sala de aula, o que interfere diretamente na ação pedagógica. Este profissional tem a difícil missão de gerir seu trabalho em sala em sala de aula,
de modo a superar as dificuldades na interação com o aluno, sem tornar-se autoritário ou permissivo demais.

Um recente estudo dirigido por Melanda et al. (2018), com 789 professores da rede pública de ensino de Londrina/PR, identificou que um em
cada doze professores relatou ter sofrido violência física na escola nos 12 meses anteriores à pesquisa. Ressaltou associação com a violência
sofrida a fatores como as condições de trabalho, o tipo de vínculo de trabalho temporário e número de escolas em que atuam, e a ter
testemunhado ou sofrido outros tipos de violência no ambiente escolar apresentaram.

A falta de apoio também foi fortemente ressaltada nas pesquisas, apontada em oito estudos (32%), citando questões como o apoio insuficiente
ao professor, falta de funcionários na equipe de apoio, falta de apoio por parte da escola, ausência de suporte social ou da comunidade,
fragilidade da parceria escola/família, falta de apoio da equipe gestora na ação pedagógica, ausência de amparo diante da violência escolar.
Giovanetti (2006) ressalta o impacto que a ausência de apoio social possui sobre o aumento do estresse, contribuindo para o adoecimento do
profissional docente.

Outros fatores causais apontados foram a desvalorização e falta de reconhecimento social do professor, em cinco estudos (20%), o tempo de
trabalho (4%), associando maior sofrimento em professores com menor tempo de carreira (Silva et al., 2018), o baixo salário (Silva et al., 2017;
Martins et al., 2014), falta de autonomia do professor (Silva et al., 2017; Macaia, 2013; Martins et al., 2014), dificuldades nas relações interpessoais
de trabalho, falta de professores, a divisão dos ciclos na aprendizagem (Paparelli, 2009), pressão por resultados (Silveira et al., 2014),
despreocupação do empregador com a saúde dos professores (Brasil et al., 2016), frustração por não alcançar os objetivos propostos (Silveira,
2014), trabalho repetitivo e perturbado, tempo insuficiente para a conclusão das tarefas, (Andrade; Falcão, 2018), trabalhar em mais de uma
escola (Lira et al., 2009), distúrbios de voz (Almeida et al., 2014) e levar tarefas do trabalho para casa (Tostes et al., 2018).

Dois estudos (8%) investigaram o adoecimento do professor a partir do modelo demanda controle (Giannini et al., 2012; Andrade; Falcão, 2018).
Ambos encontraram na profissão docente uma característica de um trabalho com alto desgaste e baixo controle no trabalho.

Conclusão
Este estudo buscou investigar na literatura científica dos últimos dez anos os principais adoecimentos psicológicos apontados pelas pesquisas
que acometem os professores da Educação Básica brasileira, e os fatores presentes em seu trabalho relacionados a eles. Foram encontradas 25
publicações com que, a partir de sua análise, foi possível verificar importantes questões relacionadas aos riscos à saúde mental no trabalho deste
profissional. Foi possível destacar a Depressão e a Ansiedade como os principais tipos de adoecimento apontados nas pesquisas, seguidos pelo
estresse,burnout. A síndrome de burnout foi constatada nos profissionais de ambas as redes de ensino, privada e pública.

Além desses, diversos sentimentos, como a tristeza, solidão, desânimo, desesperança, fracasso e impotência compõem o sofrimento docente na
atualidade. Percebeu-se a carência de estudos sobre professores da rede particular de ensino, bem como em relação ao nível da educação
infantil, os quais também apresentam sofrimento psicológico, como evidenciaram as pesquisas aqui levantadas.

A precariedade das condições de trabalho revela condições de exploração no trabalho do professor, a gestão imprópria de recursos, déficitsna
formação e falta de implementação de políticas de apoio ao docente contribuem para o adoecimento psicológico. A ameaça à integridade física
e psicológica do professor, pelas circunstâncias de violência presente na escola coloca o profissional em sobressalto em relação à sua segurança
enquanto trabalha, afetando também sua saúde em geral.

O professor também se sente sobrecarregado pelas demandas de trabalho, com baixa remuneração, carga horária excessiva, necessidade de
levar trabalho para casa e circunstâncias sociais que adentram a sala de aula, sem o amparo necessário para o seu fazer e sem reconhecimento
social. A sociedade, a escola e o Estado lançam sobre o professor a responsabilidade quanto à formação de crianças e adolescentes, sem atentar
para a influência que as condições de trabalho possuem em sua saúde mental.

Uma revisão sistemática feita por Diehl e Marin (2016) com professores brasileiros de diversos níveis de ensino apontou os principais fatores que
levam esses profissionais ao adoecimento, como a organização do trabalho, falta de reconhecimento, problemas motivacionais e
comportamentais dos alunos (falta de limite e de educação) pouco acompanhamento familiar e problemas no ambiente físico, revelando ser esse
um assunto multidisciplinar.

Pode-se ter como limitação da presente revisão o fato de ter-se realizado com apenas três bases de dados científicos (SciELO, BVS e Lilacs), e um
número restrito de descritores, o que impossibilitou um número maior de estudos científicos. Porém, ainda diante das limitações identificadas,
foi possível traçar um perfil quanto aos dados apresentados pelas pesquisas dentro da temática proposta, constatando importantes questões
que envolvem o sofrimento do professor no Brasil.

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Dessa forma, a literatura tem apontado fatores presentes na dinâmica de trabalho do professor que ameaçam seu bem-estar físico e psicológico
e que apontam para a necessidade de desenvolvimento de ações e políticas voltadas à promoção de saúde mental e redução de fatores que
podem levar o profissional de educação ao adoecimento pelo trabalho. Assim, o olhar para a saúde mental do professor, bem como para os
aspectos que podem ameaçar ou potencializá-la, torna-se fundamental na busca de promoção de saúde, tanto do profissional quanto de toda a
Educação Básica.

Referências
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ANDRADE, L. R. M.; FALCÃO, J. T. R. Trabalho docente no município de Natal: perfil e risco psicossocial. Educação e Sociedade, Campinas, v. 39, nº
144, p. 704-720, 2018.

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______; ______; MOREIRA, A. M. Depressão como causa de afastamento do trabalho: um estudo com professores do Ensino Fundamental. Revista
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Publicado em 22 de setembro de 2020

Como citar este artigo (ABNT)


NASCIMENTO, Kelen Braga do; SEIXAS, Carlos Eduardo. O adoecimento do professor da Educação Básica no Brasil: apontamentos da última década de
pesquisas. Revista Educação Pública, v. 20, nº 36, 22 de setembro de 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/36/josepho-
adoecimento-do-professor-da-educacao-basica-no-brasil-apontamentos-da-ultima-decada-de-pesquisas

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