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Observa-se que desde Aristóteles até a Idade Média foi usado o sistema aristotélico,
orientado pelo método dedutivo. Este sistema está presente na obra de Aristóteles,
Organon, na qual se descrevem os princípios fundamentais do pensamento, a lógica dos
conceitos, dos juízos, das proposições, das definições e suas regras, das inferências.
Neste sistema aristotélico encontra-se a base da metafísica, da dialéctica, da
gnosiologia, da lógica normativa – a dos princípios e regras.
No mesmo século, com René Descartes, iniciava-se uma direcção nova, a da lógica
combinada com princípios matemáticos. Neste período, a preocupação dos filósofos
consistia na tentativa de «logicizar» a matemática. E esta ideia foi continuada, na obra
de Blaise Pascal, que inventou uma máquina de cálculo aritmético, precursora das
actuais calculadoras. Cerca de meio século depois, ao alemão Gottfried Leibniz criou a
máquina capaz de executar operações como a multiplicação e o cálculo binário, que
hoje se impõe na informática e na cibernética. Defendeu a teoria do logicismo, a tese de
que a matemática ou uma parte dela reduz-se a lógica, ou a uma parte da lógica. Por
exemplo, axiomas, a aritmética e álgebra. Nesta ordem de ideias a razão tem a
capacidade de numerizar os dados, seres e quaisquer factos ou fenómenos do mundo
natural, social e do pensamento em diversidade de categorias de números.
Uma das áreas nas quais mais viriam a aplicar-se todos estes trabalhos sobre cálculo
lógico-matemático seria a informática. A palavra informática, em si só sugere o que
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ela é na realidade: informação. Philippe Dreyfus definiu na mesma época, o conceito de
«linguagem de programação», ou seja, uma linguagem artificial criada para expressar as
computações que as máquinas (computadores e não só) começavam a ser capazes de
executar.
Actualmente a razão vê-se confrontada com aquilo que é produto do seu próprio
trabalho – as máquinas. Confronta-se com a chamada inteligência artificial, a
disciplina que estuda as actividades inteligentes das máquinas computadas, em forma de
um conjunto de «faculdades de pensamento das máquinas». É atribuída ao
comportamento das máquinas inteligentes, ou seja, máquinas criadas à semelhança do
funcionamento do cérebro humano e aos sistemas informáticos que operam inúmeras
funções de tipo racional. Esta é a área das ciências dos computadores, mas também dos
autómatos, que se operam na base de cálculos e funções inteligentes (os robôs).
A cibernética é uma das ciências tecnológicas que viria a beneficiar todos estes
estudos. A palavra evoluiu do grego kibernetiké, termo associado a ideia de «bem
governar ou dirigir» (sentido que tomou por derivação de kibernétés, termo que por sua
vez designava o «o acto de pilotar navios», na Antiga Grécia). Ela tem como o campo
de trabalho o estudo dos mecanismos de comunicação e controlo das máquinas, de
modo a analisar como processam e comunicam a informação, os seus padrões de
evolução, etc. A lógica coabita coma cibernética na análise da estrutura do pensamento,
da razão humana, que a máquina imita e que funciona com o modus operandi assente na
escolha entre o «sim» ou o «não», além de que nela, na razão constam os modelos, os
arquétipos, as formas primas de todos os sistemas de cálculos transferidos para as
máquinas inteligentes.