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DEI / FCTUC, Licenciatura em Engenharia Informática, Comunicação e Profissão, 2002/2003

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL:
O QUE É, QUANDO, COMO E PORQUÊ?
por

Bruno Miguel Pita Marques Luís


Departamento de Engenharia Informática
Universidade de Coimbra
3030 Coimbra, Portugal
bluis@student.dei.uc.pt

Resumo – Apresentam-se, de uma forma geral e concisa os vários aspectos


envolventes da Inteligência Artificial, desde uma possível definição da mesma, a
passar pela sua linha do tempo, quer a nível internacional que a nivel nacional,
suas aplicações práticas em alguns ramos importantes de investigação e procura
de resolução de problemas. Esta abordagem, constitui uma de certa forma, um
pequeno levantar do véu no que se refere a esta ciência, ramo da informática e
ramo do futuro.

Palavras chave: Inteligência Artificial, Alan Turing, TimeLine da IA, Aplicações da IA

INTRODUÇÃO
A Inteligência Artificial (I.A.) é hoje um domínio do conhecimento cada vez mais ‘na
moda’. Dela fala-se, escreve-se, ouve-se falar, lê-se. Mas saber-se-á o que é na verdade esta
ciência, o que estuda, que aplicações práticas tem?
A Inteligência Artificial é por um lado uma ciência, que procura estudar e compreender o
fenómeno da inteligência, e por outro um ramo da engenharia, que procura o modo como os
seres humanos pensam, com o objectivo de modelizar esse pensamento em processos
computacionais, tentando assim construir um corpo de explicações algorítmicas dos processos
mentais humanos.
Os estudos em I.A. actualmente dividem-se em quatro ramos fundamentais. Uma área
ligada ao estudo das redes neuronais e ao conexionismo que se relaciona também com a
capacidade dos computadores aprenderem e reconhecerem padrões. Um outro ramo ligado à
biologia molecular na tentativa de construir vida artificial. Um terceiro relacionado com a robótica,
ligada à biologia e procurando construir máquinas que alojem vida artificial. E finalmente o ramo
clássico da I.A. que se liga desde o início à Psicologia, desde os anos ’70 à epistemologia e
desde os anos ’80 à sociologia, e
que tenta representar na máquina
os mecanismos de raciocínio e de
procura.
A construção de máquinas
inteligentes pressupõe ou depende
dos seguintes aspectos: filosofia
(teorias sobre conhecimento, mente,
…), matemática (lógica,
probabilidade, decisão, …),
psicologia (percepção, memória,
…), linguística (sintaxe, semântica,
…) e informática (ferramenta).
Na figura ao lado, é
representado o esquema sobre os
campos onde se insere a
Inteligência Artificial.
DEI / FCTUC, Licenciatura em Engenharia Informática, Comunicação e Profissão, 2002/2003

“TIME LINE” DA IA
Apesar de relativamente recente como Inteligência Artificial, esta ciência é a realização
de um sonho do homem que remonta à Antiguidade Clássica. No Renascimento, e com a
expansão de um espírito prático e quantitativo, surge a mecânica e, com ela (e o
aperfeiçoamento do mecanismo do relógio) uma nova concepção do homem.
Imprescindíveis para o avanço da I.A. foram os trabalhos dos matemáticos dos séculos
XVII a XIX. No século XVII, com Pascal (1623-1662), surge a primeira máquina de calcular,
acontecimento que desencadearia os estudos percursores da I.A.. Leibniz (1646-1716), parte do
princípio que uma máquina poderia ser capaz de deduzir, dando início à pesquisa em I.A.. Para
ele, o pensamento é redutível ao cálculo (pela lógica), logo, uma máquina capaz de executar
logicamente operações algébricas, poderia, através da lógica formalizada, raciocinar. Os
trabalhos destes matemáticos foram posteriormente retomados por outros que os aprofundaram.
No séc. XX, surge a figura de Alan Turing mas só em 1956 é que a Inteligência
Artificial começa a ser reconhecida como ciência. Alan Turing, matemático
britânico, pioneiro na teoria dos computadores elabora em 1935 a máquina
abstracta, cuja premissa fundamental consistia em fornecer uma descrição
rigorosa do processo automático, refazendo o comportamento do agente humano
que a executa. Assim, as teorias de Turing são de certa forma percursoras dos
posteriores sistemas periciais, que procuram imitar os procedimentos dos peritos
humanos assim como a máquina de Turing o procurava fazer.
Os desenvolvimentos em I.A. avançam lado a lado com a evolução dos
computadores que, ao longo do tempo foram fazendo com que se começassem a encarar essas
máquinas como inteligentes alterando mesmo o nosso conceito de inteligência e aproximando os
conceitos ‘máquina’, tradicionalmente não inteligente da ‘inteligência’, capacidade antes
consignada exclusivamente ao homem.
Na história da I.A. identificam-se quatro períodos.
O primeiro, chamado de "euforia" ou "período dos profetas" abeirou-se do berço da nova
ciência, após a criação, em 1956, por Newell e Simon, do primeiro programa de I.A., logic
theoristic. Este, era capaz de demonstrar teoremas não triviais da lógica matemática, baseando-
se na utilização de sistemas simbólicos e na introdução de heurísticas. Os primeiros anos da I.A.
caracterizam-se pelo debate entre aqueles que achavam oportuno simular a estrutura do cérebro
humano e aqueles que, pelo contrário, concentravam o interesse da ciência mais sobre as suas
funções do que sobre o seu procedimento. Neste período nascem e desenvolvem-se sobretudo
programas capazes de jogar damas, xadrez, demonstrar teoremas, ou seja, baseados no estudo
do comportamento decisório a par de máquinas. A investigação dividia-se então em duas áreas,
por um lado, a pesquisa sobre a simulação dos processos cognitivos do ser humano e, por outro,
a pesquisa sobre o rendimento, tão eficiente quanto possível, dos programas através de
processos ‘não humanos’.
O segundo período tradução automática, apressada pela guerra e pela extrema
necessidade de informação com rapidez, tinha deixado uma conotação negativa em relação à
I.A. que limitaria os progressos neste campo, impedindo-os de ver a luz do dia durante quase 10
anos. A verdade é que, durante este segundo período, as teorizações da I.A. não foram
acompanhadas pela evolução da sua técnica que permitiria a sua realização.
Nos anos ’60 difundiu-se o interesse pelos programas capazes de compreender a
linguagem humana, mas estes programas não respondiam às expectativas dos investigadores,
sendo ainda muito limitados e sendo o seu conhecimento fornecido totalmente pelo programador
e em linguagens de baixo nível que ainda não permitiam abstracções e que estavam demasiado
próximas do algoritmo.
A impossibilidade, causada pelas limitações dos programas da altura em fornecerem
representações gerais do mundo sensível, deslocou o interesse da pesquisa no sentido de
temas menos ambiciosos e mais ligados a conhecimentos relativos a domínios específicos -
sistemas periciais.
No terceiro período, em 1969, dá-se o primeiro congresso de I.A. de onde provém a
primeira revista sobre este tema, a Artificial Intelligence, abrindo-se deste modo as portas ao
terceiro período, o dos sistemas periciais. Estes, também chamados de agentes inteligentes, são
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programas que possuem um vasto e específico conhecimento sobre um determinado assunto.


Os sistemas periciais pretendem simular o pensamento de um perito humano. O primeiro
sistema pericial, o DENDRAL foi criado em 1985 por Edward Feigenbaun.
O quarto período, é caracterizado pela maturidade da I.A., é o período das redes
conexionistas e da cibernética. O conexionismo provém de um modelo inicial de máquina
inspirado na rede neurológica humana. Assim, as suas investigações são no sentido de, através
da modelização dos processos cognitivos do homem, construir autómatos que, à semelhança do
sistema neuronal humano, se encontrem interligados por um conjunto de conexões. Por seu
lado, a cibernética, ciência que acabou por ser anexada pela I.A., estuda a modelização do
cérebro humano não podendo assim separar-se dos estudos conexionistas ou dos de I.A., como
o estudo dos comportamentos cognitivos.
No entanto o homem ainda não possui uma definição suficientemente satisfatória de
inteligência e para se compreenderem os processos da inteligência artificial e da representação
do conhecimento terão de se dominar os conceitos de inteligência humana e conhecimento.

IA EM PORTUGAL
Os primeiros passos da I.A. em Portugal são dados em 1973 quando Helder Coelho,
Luís Moniz Pereira e Fernando Pereira se reúnem no LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia
Civil) e depois, em Junho do ano seguinte, é criada, com a ajuda de Helder Coelho, uma Divisão
de Informática no LNEC, orientada para projectos de investigação e desenvolvimento nas
ciências da computação. Em anexo à proposta de criação desta nova área de investigação no
LNEC estava a proposta de criação de um grupo de aplicações de I.A. (G.A.I.A.), o qual só seria
formalmente criado em 1988. Ainda em 1974, mas em Outubro, foi então criado o actual centro
de informática no LNEC, o qual dedicou desde então grande parte dos seus recursos à
investigação sobre as técnicas da I.A..
Hoje em dia depois de uma longa caminhada a I.A. em Portugal conta com diversos
núcleos de investigação nas principais Universidades portuguesas, e com programas cada vez
melhores e mais competitivos em termos de mercado europeu. Apesar das dificuldades
orçamentais e da falta de apoios governamentais no desenvolvimento da ciência a par da
dificuldade de recrutar investigadores da administração pública a vontade de superar obstáculos
e de formar grupos de trabalho empenhados é de louvar. As investigações no nosso país (feitas
maioritariamente em focos Universitários) têm dado bastantes frutos, tendo algumas das mais
recentes aplicações sido mostradas no decorrer da EXPO ‘98.

APLICAÇÕES PRÁTICAS DA IA
A Inteligência Artificial tem um vasto ramo de aplicações, mas neste caso serão apenas
referenciadas algumas delas mais relacionadas com a área do curso de Engenharia Informática
como é o caso dos agentes inteligentes ou sistemas periciais. Esta componente tornou-se desde
cedo uma espécie de calcanhar de Aquiles da I.A. isto porque a sua realização e
aperfeiçoamento implicava que haviam sido atingidos os principais objectivos da ciência, por um
lado conseguia-se simular os processos inteligentes do homem, de procura, planeamento,
raciocínio e representação de conhecimentos e por outro lado com os contínuos avanços
implicava que estivéssemos na via da replica dos processos mentais em representações
computacionais.
O primeiro sistema pericial criado, como já foi referido foi o sistema DENDRAL, por
Feigenbaum, Lenderberg e Buchanan. Actualmente atingiu-se já, a terceira geração de
Sistemas Periciais.
Ao criar sistemas periciais ou agentes inteligentes procura-se utilizar uma linguagem de
acção, tão próxima quanto possível da nossa, com um alto nível de abstracção, e através da
lógica procura-se estabelecer as normas para o comportamento do agente. Assim, procura-se
construir uma linguagem de programação que, respeitando os princípios lógicos, se aproxime da
forma como nós falamos e aperfeiçoar as técnicas de programação de forma a construir
programas de I.A. que simulem os mecanismos cognitivos do homem.
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A sua linguagem é feita de símbolos e abstracções, sendo simultaneamente artificial e


natural. O agente deve agir em tempo real. Assim o agente inteligente vive autonomamente
dentro de uma comunidade artificial, alimentando relações activas entre ele e o meio e dentro
das suas próprias estruturas.
Mas o que fazem realmente os agentes inteligentes, quais são as suas atribuições?
Um agente inteligente ou sistemas periciais devem ser capazes de se comportarem
como ‘funções’ do ambiente, ou seja, se o meio envolvente se alterar o agente deve ser capaz
de se adaptar na mesma medida e,
orientado por certos objectivos, deve
ser capaz de adaptar os meios aos
fins desejados. Os agentes
inteligentes devem ser capazes de
operar em tempo real, de explorar
vastas quantidades de conhecimento,
de tolerar entradas como: erros,
inesperadas, desconhecidas, usar
símbolos e abstracções, comunicar
através da língua natural, aprender
com o ambiente circundante a exibir
comportamentos adaptativos e
orientados por objectivos.
O agente deve então estar
atento a entradas de informação
através da percepção que tem do
meio e através da linguagem.
Aplicações práticas da Inteligência Artificial:

PLANEAMENTO
O planeamento está intimamente ligado ao raciocínio. Um programa com capacidade de
planear é capaz de fazer escolhas hipotéticas, estabelecer compromissos e ordenar as suas
escolhas segundo os critérios que melhor servem os seus objectivos. O planeador consegue
ainda avaliar se os compromissos tomados até então conduzem a um plano completo e
coerente. Um exemplo de um excelente planeador é o Deep Blue, o programa da IBM que
venceu o campeão mundial de xadrez Kasparov em 1997. O programa foi capaz de elaborar
planos estratégicos e adaptá-los às novas situações de jogo que foram surgindo.

VISÃO COMPUTACIONAL
A primeira abordagem sobre o reconhecimento dos caracteres ópticos remonta já aos
anos ’50. E esta área assume-se hoje como uma área científica de excelência que engloba
grandes volumes de informação (variada e complexa) relacionados entre si. Os sistemas de
visão que conhecemos hoje são capazes de construir descrições do ambiente que os envolve,
processar e reconstruir imagens. Assim, encontrar-se-á a percepção visual computacional
relacionada com os movimentos dos agentes, com a sua coordenação motora, o controlo dos
seus movimentos e não poder-se-á deixar de falar em robótica na abordagem desta nova
concepção de “visão activa”.

XADREZ
Este é um dos problemas preferidos da I.A. Ao longo dos anos têm-se desenvolvido um
sem número de programas de jogo de xadrez. Em 1957 Allen Newell e Herbert Simon chegaram
mesmo a prever que num prazo de 10 anos um programa de computador venceria o campeão
mundial de xadrez, mas essa previsão ainda demoraria 40 anos a efectivar-se.
Mas a investigação em xadrez impulsionou as técnicas para a resolução de problemas
combinatórios e foi desenvolvendo as técnicas heurísticas em grandes espaços de
conhecimento onde a procura precisa de ser guiada, avaliada e controlada.
Assim o xadrez foi desde cedo a bancada de trabalho para técnicas de procura,
representação, planeamento, heurísticas, concepção de agentes inteligentes, etc..
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FALA
A compreensão e o reconhecimento da língua natural foi também desde cedo um dos
desafios colocados à I.A., então jovem ciência, com a proposta da tradução automática (um dos
primeiros objectivos da I.A. que fracassou redondamente).
Mesmo depois de 40 anos de evolução estamos ainda um pouco longe de conseguir que
programas computacionais reconheçam e reproduzam a língua natural, isto apesar do recente
sistema CYC que trabalha já com a manipulação de conceitos, este programa entende o
significado das palavras e já não trabalha exclusivamente com caracteres verdadeiro e falso.
Esta área está intimamente ligada ao estudo da língua e dos sistemas de significação e
permite uma abordagem sobre o conhecimento humano não-lógico (a maior parte dele) mas
inexacto, incompleto e parcial, a qual se tornou um objectivo geral para a maior parte dos
sistemas periciais e um dos núcleos de investigação piloto em I.A. a partir dos anos ’80.

QUINTA GERAÇÃO
Os computadores de 5ª Geração representam uma importante área de aplicações da I.A.
Eles seriam já programados em PROLOG e ligariam a compreensão teórica das questões a
processos de programação em lógica, à representação do conhecimento a técnicas de resolução
dos problemas, articulando grandes bases de dados em paralelismo. Assim essas grandes
máquinas pensantes seriam capazes de articular teorias da decisão com métodos estatísticos e
lógicos, com a filosofia a psicologia cognitiva e as ciências da gestão de conhecimentos.

CIBERNÉTICA E ROBÓTICA
A cibernética está ligada à Inteligência Artificial, na medida em que é a sua
concretização prática. A Inteligência Artificial teoriza e a cibernética encontra formas de
materializar e de aplicar esses modelos teóricos.
A cibernética, ligada à robótica, encontra modelos onde os sistemas criados pela I.A. se
alojam. Assim, a Inteligência Artificial relacionada com as ciências cognitivas, compreende e
reproduz os processos mentais, ao mesmo tempo que, a cibernética e a robótica compreendem
e reproduzem os processos biológicos e motores dos seres humanos.
Ao longo da história da cibernética e ao longo da história da robótica, máquinas cada vez
mais próximas dos comportamentos humanos foram substituindo, progressivamente, os
autómatos que caracterizaram os primeiros passos desta ciência.
Actualmente, vemos robots que jogam futebol em equipe, que dobram folhas de papel
atribuindo-lhes formas, que conseguem passar linhas por buracos de agulha,... que conseguem
realizar tarefas tão minuciosas e tão particulares, tarefas que até à bem pouco tempo apenas
eram do domínio humano.
Também, hoje em dia, encontramos aplicações cibernéticas em diversas indústrias e
cada vez mais, em diversas áreas de trabalho.
As investigações, em cibernética e robótica, vão no sentido de aperfeiçoar a percepção
visual e o controlo motor dos robots e de encontrar linguagens de programação que permitam
uma melhor comunicação homem-máquina, máquina-máquina e máquina-homem.

LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO
O principal é resolver problemas e compreender que a informação nem sempre é
numérica, e por isso existe a necessidade de recorrer a técnicas e ferramentas informáticas de
diferente natureza (simbólica).
A utilização de diferentes linguagens define mesmo períodos da história da I.A., assim
consideramos o período funcional, linguagem LISP e o declarativo, linguagem PROLOG. A
linguagem é por excelência o meio de comunicação de conhecimentos, e ao longo da história da
I.A. as de nível mais elevado têm substituído as mais simplistas e mais próximas do algoritmo.
E realmente o processamento computacional não se pode limitar ao número nem ao
algoritmo, pois para se falar em inteligência e em agentes inteligentes temos de partir do
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princípio que eles são capazes de representar e manipular conceitos complexos, descritos
através de estruturas simbólicas.
Um dos últimos desafios com que se tem deparado a I.A. tem sido o da construção de
grandes bases de dados/conhecimentos descritos não em linguagens lógicas mas em
linguagens naturais e em bom senso. Exemplo disto é o Projecto CYC (Large Common Sense
Knoledge Base) que combina enquadramentos com cálculo de predicados. Assim têm-se
procurado modelizar em termos computacionais o raciocínio humano baseado em argumentos,
apoiando-o computacionalmente com uma componente lógica, assim o computador já não
trabalha só com verdadeiros/falsos mas com conceitos e argumentos.
Este constitui um novo formalismo de representação e a concretização de um dos
sonhos mais antigos da I.A. o raciocínio por bom senso e a possibilidade de raciocínios não
monótonos (não exclusivamente assentes em princípios lógicos).
Assim têm-se aperfeiçoado as técnicas de programação e hoje cada vez mais próximos
da modelização do pensamento humano.

CONCLUSÃO
Através deste trabalho procurou-se abordar de uma forma concisa e geral alguns dos
aspectos mais importantes que envolvem a Inteligência Artifical.
Assim, passando pela história da Inteligência Artificial desde os seus primórdios, desde a
sua raíz e percorrendo árvore acima do seu historial, passando pela seus registos em Portugal, e
seus componentes desde as suas aplicações/complicações surge-nos a ideia de que a história
da I.A é ainda "curta": sua linha do tempo praticamente começa na década de 40 (se não
levarmos em consideração todas as idéias que precederam a programação em I.A.,
obviamente). Poder-se-ía dizer que a História PRÁTICA da Inteligência Artificial é curta. Ao
mesmo tempo é rica e cheia de mistérios. Sobretudo, é tão entrelaçada com as Teorias da
Mente, a Linguagem e a Linguística, a Computação, as Ciências Cognitivas, a Biologia, a
Matemática. Tanto Gödel e Turing quanto Penrose, Hofstadter e Chomsky fazem parte desta
História. Eu diria mesmo que até artistas como Kubrick fazem parte, com sua abordagem
filosófica e artística.
O "problema fácil" da Inteligência Artificial consiste em simular a mente humana. O
problema difícil procura entender se, uma vez simulado em máquina, o "cérebro mecânico" será
ou não um ser consciente. Existe uma corrente que defende que uma vez que haja a perfeita
simulação da "parte física", a consciência emergirá como conseqüência obrigatória. Outros
defendem que não: mesmo com a mais perfeita imitação do ser humano, existe um "mistério"
que nem a ciência nem a tecnologia conseguirão jamais tanger (o que Chomsky chama de
"Mistérios"). John Searle fala que deve haver um sistema computacional não baseado em
algoritmos para que haja uma (possível) simulação da mente.
Sem entrar a fundo na questão da criatividade, parece que não há algoritmos que a
definam. A intuição existe antes mesmo de qualquer conhecimento. Intuição - como Kant a
define, é a representação imediata que fazemos de um objeto. Todo pensamento se propõe
como meio de intuições, e quando um pensamento carece de intuição é porque não tem objeto a
que referir-se imediatamente - é portanto vão, e os questões fazem parte das pesquisas em
cognição, aprendizado e inteligência e portanto estão presentes também nas pesquisas de
Inteligencia Artificial.
A Inteligência Artificial é a procura da compreensão do fenómeno da inteligência, e uma
engenharia, que com base no modelo humano tenta modelizar esses pensamento em proccesos
computacionais.

AGRADECIMENTOS
DEI / FCTUC, Licenciatura em Engenharia Informática, Comunicação e Profissão, 2002/2003

O autor agradece a ao leccionador da cadeira por este projecto interessante proposto


para a cadeira de Comunicação e Profissão e a todos os meus colegas que contribuíram a
qualquer altura para qualquer informação na ajuda para a concepção deste artigo.

REFERÊNCIAS:
> acetatos da teórica da cadeira de Comunicação e Profissão (ano lectivo 2002/03)

> http://www.citi.pt/educacao_final/trab_final_inteligencia_artificial/ia.html (27/11/2002)

> http://oracle.labma.ufrj.br/~petric/lay_out3.htm (25/11/2002)

> http://www.intelliwise.com/reports/p4port.htm (24/11/2002)

> http://www.hku.hk/philodep/courses/mind/lecture10.htm (26/11/2002)

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