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A educação enquanto fenômeno social: avanços, limites e contradições 2

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Organizadores: Américo Junior Nunes da Silva
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E24 A educação enquanto fenômeno social: avanços, limites e


contradições 2 / Organizadores Américo Junior Nunes
da Silva, Ariana Batista da Silva. – Ponta Grossa - PR:
Atena, 2022.

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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-258-0160-5
DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.605222604

1. Educação. I. Silva, Américo Junior Nunes da


(Organizador). II. Silva, Ariana Batista da (Organizadora). III.
Título.
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escopo da divulgação desta obra.
APRESENTAÇÃO

Neste livro, intitulado de “Educação enquanto Fenômeno Social: avanços, limites


e contradições”, reúnem-se estudos dos mais diversos campos do conhecimento, que se
complementam e articulam, constituindo-se enquanto discussões que buscam respostas e
ampliado olhar acerca dos diversos problemas que circundam o processo educacional na
contemporaneidade, ainda em um cenário de desafios demandados pela Pandemia.
Sabemos que o período pandêmico, como asseverou Cara (2020), escancarou
e asseverou desigualdades. Nesse movimento de retomada do processo de ensino e
aprendizagem presencial, pelas redes de ensino, o papel de “agente social” desempenhado
ao longo do tempo pela Educação passa a ser primordial para o entendimento e
enfrentamentos dessa nova realidade, vivenciada na atualidade. Dessa forma, não se pode
resumir a função da Educação apenas a transmissão dos “conhecimentos estruturados
e acumulados no tempo”. Para além do “ler e escrever, interpretar, contar e ter noção
de grandeza” é papel desta, assim como, da escola, enquanto instituição, atentar-se as
inquietudes e desafios postos a sociedade, mediante as incontáveis mudanças sociais e
culturais (GATTI, 2016, p. 37).
Diante disso, a Educação se consolida como parte importante das sociedades, ao
tempo que o “ato de ensinar”, constitui-se num processo de contínuo aperfeiçoamento
e transformações, além de ser espaço de resistência, de um contínuo movimento de
indignação e esperançar, como sinalizou Freire (2018). No atual contexto educacional, a
Educação assume esse lugar “central”, ao transformar-se na mais importante ferramenta
para a formação crítica e humana das pessoas, como lugar real de possibilidade de
transformação da sociedade.
Destarte, os artigos que compõem essa obra são oriundos das vivências dos
autores(as), estudantes, professores(as), pesquisadores(as), especialistas, mestres(as)
e/ou doutores(as), e que ao longo de suas práticas pedagógicas, num olhar atento para
as problemáticas observadas no contexto educacional, buscam apontar caminhos,
possibilidades e/ou soluções para esses entraves. Partindo do aqui exposto, desejamos a
todos e a todas uma boa, provocativa e lúdica leitura!

Américo Junior Nunes da Silva


Ariana Batista da Silva
REFERÊNCIAS
CARA, Daniel. Palestra online promovida pela Universidade Federal da Bahia, na mesa de
abertura intitulada “Educação: desafios do nosso tempo” do evento Congresso Virtual UFBA
2020. Disponível em: link: https://www.youtube.com/watch?v=6w0vELx0EvE. Acesso em abril 2022.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 24. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2018.

GATTI, B. A. Questões: professores, escolas e contemporaneidade. In: Marli André (org.). Práticas
Inovadoras na Formação de Professores. 1ed. Campinas, SP: Papirus, 2016, p. 35-48.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1.................................................................................................................. 1
PRÁTICA DOCENTE: OS DESAFIOS PARA A GARANTIA DA OFERTA DO ENSINO NO
PERÍODO DA PANDEMIA DA COVI-19
Raimundo Coelho Vasques
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226041

CAPÍTULO 2.................................................................................................................. 8
O CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19 E A CONTRIBUIÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE
FEDERAL PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL E SUSTENTABILIDADE
Geise Loreto Laus Viega
Joélio Farias Maia
Ricardo Elias dos Santos Scholz
Thiago Antônio Beuron
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226042

CAPÍTULO 3................................................................................................................20
REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DA CRIANÇA, AFETIVIDADE
E OS EFEITOS DA PANDEMIA COVID-19
Esther Cecília Fernandes Sena
Karla da Costa Seabra
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226043

CAPÍTULO 4................................................................................................................31
ENSINO INCLUSIVO PARA ALUNOS COM TEA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA EM BASE
NACIONAL
Kauê H. Tamarozzi
Altemir A. Pereira Junior
Gabriely C. Amorim
Luiz F. C. Zonetti
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226044

CAPÍTULO 5................................................................................................................37
EDUCAÇÃO E POBREZA NO CONTEXTO SOCIAL
Jocilene Eterna Soares dos Santos Lacerda
Eunice Aparecida Marques Lisboa
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226045

CAPÍTULO 6................................................................................................................45
EDUCAÇÃO NA PANDEMIA: A EXPERIÊNCIA DE UMA ESCOLA DA REDE MUNICIPAL
DE VÁRZEA ALEGRE –CEARA
Maria da Conceição Vieira Damasceno Bitu
Orlando Felipe da Silva
Christie Samilly Vieira Bitu
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226046

SUMÁRIO
CAPÍTULO 7................................................................................................................52
PRESENTACIÓN DE UNA ESTRATEGIA MOTIVACIONAL Y DIDÁCTICA PARA QUE
ALUMNOS DE BACHILLERATO REALICEN INVESTIGACIÓN CIENTÍFICA
Dulce María Ojeda Vivas
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226047

CAPÍTULO 8................................................................................................................62
A MULTIMODALIDADE, OS MULTILETRAMENTOS E A BNCC: HÁ CAMINHOS
POSSÍVEIS NO ENSINO DE INGLÊS?
Vanessa Tiburtino
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226048

CAPÍTULO 9................................................................................................................78
MEDICIÓN DEL ESTRÉS. PROPUESTA PARA UNA EDUCACIÓN LIBRE DE ESTRÉS EN
JÓVENES UNIVERSITARIOS
Sosa Zumárraga Martín Alberto
https://doi.org/10.22533/at.ed.6052226049

CAPÍTULO 10..............................................................................................................87
O PRONERA E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Sonia da Silva Rodrigues
Viviane Aparecida Ribeiro de Almeida
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260410

CAPÍTULO 11............................................................................................................101
A INCLUSÃO DO ESTUDANTE SURDO NO CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
CAMPUS SALVADOR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO ENSINO-APRENDIZAGEM
Verônica Almeida Santos
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260411

CAPÍTULO 12............................................................................................................ 114


O ELEMENTO DO LÚDICO E DO JOGO NO AMBIENTE ESCOLAR
André Whitaker Horschutz
Ana Lúcia de Souza Lopes
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260412

CAPÍTULO 13............................................................................................................125
LOS CONOCIMIENTOS SE TEJEN EN LA RED. EPISTEMOLOGÍA, GÉNERO Y TIC
Inmaculada Perdomo
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260413

CAPÍTULO 14............................................................................................................139
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR PARA A INTRODUÇÃO
TECNOLÓGICA NO PLANEJAMENTO DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS
Eduardo Menegais Maciel
Gilian Evaristo França Silva

SUMÁRIO
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260414

CAPÍTULO 15............................................................................................................155
JOGOS SÉRIOS PARA LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA
Paula Escudeiro
Nuno Escudeiro
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260415

CAPÍTULO 16............................................................................................................164
UMA FLOR AZUL NO CAMPO AMPLIADO STEAM
Italo Bruno Alves
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260416

CAPÍTULO 17............................................................................................................173
EVOLUÇÃO DO SERVIÇO DE MONITORAMENTO DA RNP
Emmanuel Gomes Sanches
Paulo Maurício da Conceição Júnior
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260417

CAPÍTULO 18............................................................................................................187
ALFABETIZAR NA REDE PÚBLICA: O QUE NOS DIZEM ALFABETIZADORA E GESTORA
DE UMA ESCOLA
Rosemary Damasceno Barreto
Sahmaroni Rodrigues de Olinda
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260418

CAPÍTULO 19............................................................................................................197
LEITURAS COMPLEMENTARES SOBRE O FILO MOLLUSCA NOS LIVROS DIDÁTICOS:
ANÁLISE E NOVAS PROPOSTAS DE ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA A APRENDIZAGEM
NOS ESPAÇOS FORMAL E NÃO FORMAL DE ENSINO
Claudia Scareli-Santos
Adriana Pereira da Cruz
Geneildes Cristina de Jesus Santos
Lúcia Silva Correia
Patrícia Carneiro da Silva
Luciara da Silva Aguiar
Silvana Rodrigues Morais
https://doi.org/10.22533/at.ed.60522260419

SOBRE OS ORGANIZADORES..............................................................................210

ÍNDICE REMISSIVO.................................................................................................. 211

SUMÁRIO
CAPÍTULO 3
REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO
EMOCIONAL DA CRIANÇA, AFETIVIDADE E OS
EFEITOS DA PANDEMIA COVID-19

Data de aceite: 01/04/2022 No que tange a afetividade, discorre-se sobre


Data de submissão: 07/02/2022 como as relações afetivas no núcleo familiar e
escolar interferem de maneira significativa na
evolução emocional do indivíduo ao longo de sua
vida em sociedade, destacando também os afetos
Esther Cecília Fernandes Sena
positivos e negativos, a afetividade empática, e
Graduada na Universidade do Estado do Rio
os efeitos dos maus-tratos e das boas interações
de Janeiro-UERJ
Rio de Janeiro/RJ sociais no desenvolvimento emocional e psíquico
da criança. Para compreender melhor o contexto
Karla da Costa Seabra do desenvolvimento emocional no contexto de
Professora do Departamento de Estudos da pandemia, foi realizada uma pesquisa através
Infância da UERJ de entrevistas semiestruturadas, com famílias
Rio de Janeiro/RJ residentes no Rio de Janeiro com filhos entre 6 a
http://lattes.cnpq.br/5102625965613274 10 anos de idade. Um dos responsáveis participou
da entrevista que abordava sobre as percepções
dos pais em relação ao desenvolvimento
RESUMO: Este trabalho é um recorte da emocional e afetivo de seus filhos, e como a
monografia de conclusão de curso da primeira pandemia tem afetado estes aspectos e a saúde
autora e tem como objetivo apresentar o mental no convívio familiar e escolar. Também
desenvolvimento emocional da criança e a foi realizada uma entrevista com as crianças das
importância dos relacionamentos afetivos neste famílias participantes, para que pudessem ser
processo, enfatizando a influência da pandemia observadas as percepções destas sobre os seus
covid-19 nesses aspectos. O enfoque teórico próprios aspectos emocionais. Como principais
utilizado aborda primeiramente os conceitos conclusões do estudo tivemos a evidência
emocionais existentes, detalhando cada de algumas percepções diferentes entre
emoção primária e suas respectivas funções responsáveis e seus respectivos filhos, por isso há
na vida do ser humano, destacando também uma importância fundamental dos pais prestarem
as devidas emoções secundárias, derivadas a devida atenção aos aspectos emocionais de si
destas. Ressalta-se como surgem as primeiras mesmos e das crianças, para que assim tenham
expressões emocionais da criança e como as uma maior sensibilidade neste sentido, validando
vivências socioculturais influenciam em seu aquilo que sentem e auxiliando-os melhor na
desenvolvimento desde o início da vida. Destaca- autorregulação emocional. Observamos também
se também a importância dos cuidadores que o acolhimento e as relações afetivas que a
no processo de autorregulação emocional criança vive tanto com os responsáveis quanto
e transmissão de uma educação emocional com os professores, são essenciais para ajuda-
assertiva, sejam eles familiares e/ou educadores. las a desenvolver mais segurança, autoconfiança

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 20


e autoestima mais elevada, o que faz com que estabeleçam um apego seguro com estes, e
tenham confiança em compartilhar suas emoções, sabendo que serão acolhidas. Além disso,
também foram verificadas as diversas alterações emocionais e comportamentos aflorados
nas crianças durante a pandemia Covid-19, e o quanto o apoio dos cuidadores deve ser
ainda mais assíduo, sendo fundamental em períodos como este.
PALAVRAS-CHAVE: Emoções – afetividade – pandemia – família.

REFLECTIONS ON THE EMOTIONAL DEVELOPMENT OF THE CHILD,


AFFECTIVITY AND THE EFFECTS OF THE COVID-19 PANDEMIC
ABSTRACT: This work is an excerpt from the course conclusion monograph of the first
author and aims to present the child's emotional development and the importance of affective
relationships in this process, emphasizing the influence of the covid-19 pandemic in these
aspects. the theoretical approach firstly the existing emotional concepts, detailing each primary
emotion and their respective functions in the life of the human beign, also highlighting the
secondary emotions, derived from of those. It stands out how the first emotional expressions
of the child appear and how sociocultural experiences influence their development from the
beginning of life. It also emphasizes the importance of caregivers in the process of emotional
self-regulation and transmission of an education emotional assertiveness, whether they are
family members and/or educators. With regards to affectivity, it is discussed how affective
relationships in the family nucleus and school significantly interfere in the emotional evolution
of the individual throughout his life in society, also highlighting the positive and negative
effects, empathic affectivity, and the effects of mistreatment and good social interactions in
the emotional and psychic development of the child. Per better understanding of the context
of emotional development in the pandemic condition, a survey was carried out through semi-
structured interviews, with families residing in Rio de Janeiro with children between 6 and
10 years of age. One of those responsible participated in the interview that addressed the
perceptions of parents in relation to the emotional and affective development of their children,
and how the pandemic has affected these aspects and mental health in family and school life.
An interview was also carried out with the children of the participating families, so that the
perceptions of these on their own emotional aspects. As main conclusions From the study we
had evidence of some different perceptions between guardians and their respective children,
so there is a fundamental importance for parents to pay due attention to the emotional aspects
of themselves and the children, so that they have a greater sensitivity in this sense, validating
what they feel and helping them better in emotional self-regulation. We also observed that the
reception and affective relationships that the child lives with both parents and teachers are
essential to help them develop more security, self-confidence and higher self-esteem, which
makes them establish a secure attachment with those, and have confidence in sharing your
emotions, knowing they will be welcomed. In addition, the various emotional changes and
behaviors that emerged in children during the Covid-19 pandemic were also verified, and how
much more assiduous support from caregivers should be, being fundamental in periods like
this.
KEYWORDS: Emotions – affectivity – pandemic – family.

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 21


1 | INTRODUÇÃO
Durante a prática pedagógica observamos diferentes estilos de relação professor-
aluno na educação infantil e o quanto a falta de afetividade por parte do professor afetava
as crianças emocionalmente, a autoestima e a aprendizagem. Em contrapartida, com
professores cujo afeto era cultivado todos os dias, validando o que a criança sentia e trazia
para a sala de aula, ocasionavam crianças mais interessadas, com autoestima mais alta e
melhor desempenho escolar.
Também foi possível observar a diferença entre pais afetivos, que se atentavam
para as emoções dos filhos e pais que se mostravam indiferentes perante a este aspecto.
E como esses fatores influenciavam nos comportamentos dentro de sala de aula e nas
relações das crianças com os professores e com seus pares.
Observando o quando isso se agravou após o isolamento social vivido desde 2020,
o presente trabalho tem como objetivo apresentar o desenvolvimento emocional da criança
e a importância dos relacionamentos afetivos neste processo, enfatizando a influência da
pandemia covid-19 nesses aspectos.
Ao longo de nossa vida lidamos com situações que nos provocam diferentes
emoções, aprender a compreender essas emoções desde a infância é primordial para um
crescimento saudável. Assim, entre vários aspectos sobre a infância, destacamos aqui o
desenvolvimento emocional da criança.
Vale frisar que durante muito tempo, as pessoas foram condicionadas a pensar
que a razão era a parte detentora de conhecimentos, enquanto a emoção se opunha
a esse conceito, colocando as emoções em segundo plano. Porém, “não raciocinamos
adequadamente sem a ajuda e sem o funcionamento adequado de nossas emoções. As
emoções são os pilares que sustentam a razão” (ALVARENGA, 2007, p.15). Por isso, é de
extrema importância que as emoções sejam validadas, sendo imprescindíveis para vida
humana.
As emoções têm sido pesquisadas pelo mundo, buscando sempre entender como
surgem em nossas vidas e suas diversas manifestações. Como Mendes (2017, p.83),
por exemplo, que aponta: “podemos assumir uma visão das emoções como processos
complexos que incluem componentes fisiológicos, psicológicos e comportamentais.”
Caminha e Caminha (2018), também se debruçaram sobre esses estudos e apontam
a existência de diversos tipos de emoções, as básicas ou primárias (alegria, amor, nojo,
medo, raiva e tristeza) que nascem conosco e com o decorrer do tempo vamos aprendendo
a nomeá-las. As secundárias, que são uma nova semântica para quantificar a emoção, por
exemplo, o receio para um medo pequeno e pânico para um medo enorme. Ou as que se
desenvolvem a partir da junção de outras emoções: felicidade, paixão, ciúmes, repulsa,
rancor, mágoa. É válido destacar que é possível perceber as emoções através de sinais do
próprio corpo, por exemplo: taquicardia ao sentir medo, rubor na face ao ficar com raiva,

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 22


entre outros.
Destacamos também que, ainda que as emoções sejam nomeadas em positivas e
negativas, elas são apenas sensações fisiológicas, sendo agradáveis ou desagradáveis em
nosso corpo. É importante refletirmos que “ninguém é o que sente: somos a capacidade
de sentir” (CAMINHA, R. e CAMINHA, M., 2018). Segundo os autores, cada emoção tem
uma função específica, por exemplo: o medo tem como objetivo preservar a nossa vida,
ativando nossa capacidade de sobrevivência, seja como fuga, ou defesa, quando nos
sentimos ameaçados, desprotegidos, em perigo, expostos. Já a raiva, tem a função de
nos proteger de quem nos ataca ou nos desrespeita. E assim acontece com cada emoção
sentida. Outra função das emoções é comunicar as nossas necessidades, através da
leitura corporal conseguimos perceber como uma pessoa próxima de nós está se sentindo.
Entretanto, no início do desenvolvimento humano, esta percepção ainda não é completa,
uma vez que “o conjunto de emoções distintas que os recém-nascidos manifestam ainda
pode ser considerado relativamente limitado, frente à diversidade de emoções humanas”
(MENDES, 2017, p.85).
A partir do nascimento, o ser humano começa a desenvolver expressões emocionais
através de estímulos que o circulam, como destacado por Bee e Boyd (2011), onde
primeiramente manifesta-se o sofrimento, a aversão, pela ativação da dor e de substanciais
ofensivas. Por diante, com três a seis semanas o indivíduo começa a demonstrar um
sorriso de prazer, ao ouvir uma voz aguda, uma voz de um familiar, e algumas interações
específicas com seus cuidadores. Em seguida, com dois a três meses a criança começa a
expressar a tristeza, e com sete meses vem um precursor do medo, que é a cautela, por
ver um rosto desconhecido, por exemplo, e o precursor da raiva, que é a frustração, quando
é proibido de realizar alguma ação. E concomitantemente aparecem expressões como,
surpresa, medo, raiva e alegria.
De acordo com Mendes (2017), o bebê observa as expressões de seu cuidador,
quando está feliz, triste, com raiva, e demais emoções que acabam sendo transmitidas.
Começa a reagir também às suas próprias emoções, tentando expressar-se de forma que
possam ser atendidas. Mas, antes de apresentar a capacidade de regulação emocional,
o bebê depende do cuidador para promover esse estado. Ou seja, as emoções têm base
biológica e são moldadas, desde o nascimento, pelo ambiente. Por isso, a forma como os
familiares se expressam perante suas variadas emoções fará com que a criança absorva
reações e crie um conceito sobre como deve se expressar perante os acontecimentos a
sua volta. Portanto é extremamente necessário que os cuidadores busquem entender suas
próprias emoções e como expressá-las assertivamente, para que assim possam transmitir
para seus filhos e crianças com quem convivem, reações condizentes a boa regulação
emocional. Assim, os adultos poderão lidar melhor com a emoção expressa pela criança,
auxiliando a reconhecê-las e expressá-las de forma saudável.
Além do aprendizado familiar, a escola também é um lugar onde as crianças

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 23


aprendem a construir conceitos e a desenvolver competências socioemocionais. “Assim
sendo, é fundamental que não só os pais, mas os profissionais envolvidos com sua
educação estejam conscientes dessa importância e com foco neste domínio.” (MENDES,
2017, p.88). Logo, é essencial que dentro do trabalho pedagógico haja menção a essa
temática, desenvolvendo métodos e atividades que contribuam para que a criança venha
compreender que o desenvolvimento de suas emoções é natural, e que sentir tristeza,
por exemplo, ou até raiva, por algum acontecimento que o deixe descontente, faz parte
desse processo. Portanto, aprender as habilidades socioemocionais, é crucial para o
desenvolvimento da aprendizagem, e também para uma boa socialização, fazendo com
que a criança cresça tendo um bom apoio socioemocional, ocasionando em boas relações
sociais.
Precisamos destacar o papel da afetividade na construção do processo emocional,
especialmente dos referenciais adultos, constituídos inicialmente pela família e os
professores. E um ponto a ser pensado é a contribuição da empatia nesses relacionamentos.
“Em resumo, a empatia envolve uma reação de sentir com a outra pessoa, em vez de estar
insensível a ela, seja num contexto prazeroso ou, mais comumente, num contexto de dor ou
sofrimento” (OLIVEIRA, 2017, p.57). A autora destaca a existência de determinados tipos
de emoções ligados à afetividade empática, já citadas eficientemente por alguns autores,
que são: o cuidado empático, onde se caracterizam a simpatia e a compaixão, sendo um
sentimento de comoção com a dor do outro, que nos leva a ajuda-lo afetivamente. E o
sentimento de angústia, onde o indivíduo sente tanto mal-estar com a dor alheia, que sequer
consegue ampará-lo, pois passa a enxergar o seu próprio desconforto com a situação
vivida pelo outro, se contrapondo assim, ao cuidado empático.
Oliveira (2017), também expõe um componente mais intelectual na empatia, que
é o ponto de vista da pessoa sobre a dor de outra, fazendo com que ao tentar se colocar
naquele lugar de aflição, tenha-se o entendimento que o determinado sofrimento não seja
tão grande quanto o indivíduo demonstra. Por esse motivo, acaba-se por achar que o sujeito
está exagerando naquela situação, e por fim julgando-o ao invés de confortá-lo e ajudá-lo.
É essencial frisar o quanto o olhar empático e acolhedor tanto dos familiares quanto dos
professores para com a criança, são importantíssimos, para que todas as emoções sejam
devidamente legitimadas de maneira afetiva. Quando se tem adultos empáticos pelas
situações que ocorrem às crianças, faz-se com que haja uma relação de afetividade entre
o adulto e a criança, fazendo, por exemplo, com que expressem melhor suas emoções,
pois são ouvidas e acolhidas. O adulto deve dar à devida importância as emoções da
criança, a relação empática por ela deve ser assídua, e não instável, criando- se assim um
vínculo afetivo, em que a criança se sente segura pelos familiares e professores, e mais
confiante inclusive na hora de expressar suas emoções, pois sabe que será compreendida
e não julgada. E nessas relações, vale frisar que o adulto, especialmente os que exercem
contato longo e direto, que são os familiares e educadores, são sempre um referencial

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 24


para a criança, que pelo vínculo afetivo, reproduz aquilo que vê. E convivendo com uma
relação de afetividade bem-sucedida e emoções bem validadas na infância, faz-se com que
a criança lide melhor com os processos afetivos ao longo da vida.
A afetividade empática no âmbito educacional também é imprescindível, por isso
é essencial que se tenha atividades que promovam aspectos socioafetivos, provocando
confiança nas interações entre seus pares, e o ambiente, desenvolvendo assim,
autoconfiança, autonomia, autoestima. Sendo a criança desprovida de alguém que lhe
proporcione segurança, esta passa a se sentir só, causando-lhe considerável estresse. E
desta maneira, acarretando, por exemplo, em insegurança e prevenindo-se assim de novas
situações em suas relações sociais e afetivas, devido ao favorecimento da construção de
uma baixa autoestima.(VILLACHAN-LYRA, ALMEIDA, HAZIN, 2017).
É considerável explanar que, infelizmente, existem diversas crianças que vivem a
carência afetiva de forma extrema, sendo vítimas constantes de maus-tratos, seja por parte
de seus familiares e/ou por parte de educadores no ambiente escolar. Segundo, Accioly,
Mendes e Villanchan-Lyra (2017), desde a primeira infância a pessoa pode ser impactada
pelo sofrimento do estresse e dos maus-tratos, mesmo sendo apenas um bebê, pois esta
etapa do desenvolvimento é de grande imaturidade e plasticidade cerebral.
Desde o nascimento, as crianças se deparam com situações desafiadoras, pelo
fato de nunca terem sido vivenciadas, e desta forma não conseguem lidar sozinhas com
estas questões. Gerando assim, reações complexas em seus organismos, fazendo com
que liberem o hormônio do estresse, denominado de cortisol. Caso esse hormônio se
perpetue, pode-se interferir seriamente no cérebro e na forma de se comportar do bebê e
das crianças. Assim, experiências tanto negativas quanto positivas causam consideráveis
efeitos na maturação e organização do cérebro, por isso torna-se essencial a presença de
adultos preparados para ampara-los quando necessário.
Por isso, Accioly, Mendes e Villanchan-Lyra, (2017) destacam que o papel do adulto
em situações de estresse da criança, é acalma-la, ajudando-a a regular sua emoção,
até que esta com o tempo crie a capacidade de autorregulação emocional, ficando cada
vez mais autônoma com o passar dos anos. É crucial que a família e os profissionais de
educação estejam preparados e atentos para distinguir quando uma criança está sendo
maltratada, observando de forma assídua seus comportamentos e relações socioafetivas.
Em contraponto aos maus-tratos, as boas interações dos pais, cuidadores e
educadores para com o bebê, causam efeitos positivos, auxiliando em seu desenvolvimento
beneficamente. Accioly, Mendes e Villanchan-Lyra (2017), esclarecem que adultos
disponíveis para amparar as necessidades dos bebês, principalmente em momentos de
possível perigo e situações desafiadoras, podem evitar que haja sofrimentos de forma
intensiva, já que bebês e crianças pequenas ainda não suportam certas aflições. Desta
forma, ao invés de liberar o hormônio do cortisol, que é péssimo para o organismo caso
seja liberado excessivamente, a criança passa a liberar outro hormônio chamado ocitocina,

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 25


a partir da vivência de acontecimentos que lhe causam prazer, em que se sente protegido,
acolhido. Por isso é importante que as primeiras interações sejam de boa qualidade,
causando um bom desenvolvimento do cérebro. Assim, tanto os familiares quanto os
educadores devem se posicionar como protetores, garantindo segurança para as crianças,
ocasionando numa relação de apego seguro e “crianças seguramente apegadas são mais
hábeis com seus pares, mais exploradoras, mais seguras de si mesmas” (BEE E BOYD,
2011).
Isto posto, é possível salientar que cada vez mais pesquisas são voltadas para
os efeitos positivos causados no cérebro pelas boas interações com bebês e crianças,
causando influências significativas em seus desenvolvimentos e ao longo de suas vidas.

2 | METODOLOGIA
O objetivo deste trabalho é destacar os aspectos emocionais e afetivos do ambiente
familiar e escolar, pelas perspectivas de pais e filhos, e como esses aspectos se modificaram
ou não durante a pandemia de covid-19.
A pesquisa foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada, com 29
perguntas, sendo 22 direcionadas a um dos responsáveis da família e 7 para os filhos.
Participantes
Cinco famílias brasileiras, de nível socioeconômico médio e com filhos de idades
entre 6 a 10 anos.
Instrumento: Entrevista semi-estruturada
A entrevista possuia questões relacionadas: as percepções dos pais sobre a vida
emocional de seus filhos no ambiente familiar e escolar; a confiança estabelecida entre pais
e filhos; o acolhimento de emoções sentidas pelas crianças dentro da família e por seus
professores; percepções de afetividade que a criança tem dentro da instituição escolar;
tempo de qualidade vivido pela família; o compartilhamento de emoções e a relação afetiva
entre a família; como os fatores emocionais e afetivos têm sido influenciados no período
pandêmico vivenciado nos dias atuais.
As temáticas foram abordadas com os pais e as crianças entrevistadas. Além disso,
as famílias preencheram o inventário de dados socioeconômicos. As entrevistas foram
realizadas através de chamadas de vídeo, captadas através de um gravador e transcritas
para análise.

3 | ANÁLISE DE DADOS

A) Aspectos emocionais do filho e o acolhimento (Pais e filhos)


Em relação aos aspectos emocionais da criança e como lidam nessas ocasiões,
a maioria dos responsáveis destacou que seus filhos não costumam chorar muito, mas

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 26


quando esses momentos ocorrem, tentam conversar com a criança. Um responsável
destacou que a criança se emociona facilmente, ocasionando em momentos de choro mais
frequentes, por isso oferece a atenção de acordo com o motivo do choro, reagindo de
formas diferentes, às vezes acolhendo e às vezes ignorando. Neste caso, devemos pontuar
que aquilo que parece ilegítimo para os responsáveis, é legítimo para o filho que está
sentindo a emoção.
Neste aspecto, a maioria das crianças destacou que se sentem acolhidas, porém
umas das crianças relata que não sabe se é sempre entendida pelos pais. A partir disso,
compreendemos o impacto causado na criança, por seu pai se achar no “poder” de validar ou
não suas emoções. Por isso, como citado por Oliveira (2017), o adulto deve ter uma relação
de empatia com a criança, buscando se aproximar da emoção da criança, entendendo que
esta ainda está aprendendo como expressar e lidar com suas emoções. Invalidar o que ela
está sentindo, só irá fazê-la sentir-se desamparada.
B) Tempo de qualidade (Pais e Filhos)
Todos os pais evidenciaram certo distanciamento da devida atenção oferecida às
crianças no dia a dia, pois o tempo que passam com elas muitas vezes é dividido com os
irmãos ou tarefas diárias.
Nesta etapa, as crianças enfatizaram a emoção da felicidade pelos momentos de
brincadeiras com seus responsáveis. É evidenciado o quanto essa relação afetiva mais
próxima faz com que se manifestem emoções agradáveis nos filhos. Porém, em suas falas
a maioria destaca o fato dos pais terem outros afazeres que acabam dificultando mais os
momentos juntos. Uma vivência de qualidade é crucial para um bom relacionamento de
afeto e confiança entre pais e filhos, estreitando os vínculos entre eles e fazendo com que
as crianças se sintam mais acolhidas, confiantes e felizes, como apontam Accioly, Mendes
e Villanchan-Lyra (2017).

C) Percepção sobre o afeto que os filhos sentem pelos professores


Os responsáveis, em sua maioria, afirmaram percepções de afeto de seus filhos com
seus professores, com exceção de um pai que relatou reclamações diárias por parte de sua
filha. Já as crianças demonstraram gostar de seus professores e ter uma boa relação afetiva
com eles, até mesmo a criança cujo pai explicitou não estar gostando das aulas e sempre
reclamar. É crucial que os professores tenham uma boa didática, buscando sempre novos
recursos para compor as aulas, interagindo com os estudantes e buscando os interesses
dos mesmos, estabelecendo uma boa relação afetiva seja no modo presencial ou remoto,
trazendo segurança a criança. Pois como destacaram Villachan-Lyra, Almeida e Hanzin,
(2017), crianças que não se sentem seguras, podem desencadear, por exemplo, uma baixa
autoestima.

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 27


D) Compartilhamento de emoções entre pais e filhos
Nesses aspectos, os pais relataram perceber um bom compartilhamento das emoções
de seus filhos e em sua maioria também confessaram ser bons no compartilhamento dos
próprios sentimentos. Também foi evidenciada pelos pais a confiança das crianças nos
responsáveis quando algo lhes acontece, mas a frase que os filhos mais destacaram foi
“às vezes”, por talvez não se sentirem tão confiantes em procurá-los em certos momentos,
sentindo-se assim, mais seguros em se abrir com alguém que demonstre mais compreensão
às suas emoções e possíveis falhas. Portanto, como aponta Oliveira (2017) é essencial
que os cuidadores busquem ter um olhar empático e acolher as emoções das crianças,
para que se sintam acolhidas e protegidas, tendo confiança no compartilhamento de suas
emoções.
A partir das entrevistas, também percebemos o quanto as famílias têm sido afetadas
durante esse período de pandemia e isolamento social. Destacando algumas emoções
primárias notadas, emoções secundárias e comportamentos observados durante esses
momentos.

Emoções primáriasdesencadeadas Emoções secundárias e


comportamentos desencadeados
Família 1 Tristeza Inquietação
Medo Estresse
Ansiedade
Família 2 Impaciência
Agitação
Receio

Família 3 Tristeza Irritação


Medo Estresse

Família 4 Ansiedade
Preocupação
Sensibilidade

Família 4.1 Medo Estresse


Ansiedade
TABELA 1: Emoções e comportamentos desencadeados nas crianças durante o período pandêmico
(citados pelos responsáveis)

Com base nessas emoções e comportamentos mencionados, é declarado o quanto


esse distanciamento social tem tido consideráveis efeitos na saúde mental, principalmente
das crianças, por ainda estarem em processo de conhecimento e regulação de suas
emoções. O que nos leva a refletir sobre o quanto é indispensável nos atentarmos para
a saúde mental das crianças nesse momento pandêmico, pois muito se é questionado e
estudado sobre os impactos nos adultos, mas ainda há muito que se discutir sobre como a
infância em si está sendo afetada não só pelo isolamento, alterações econômicas e notícias

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 28


desagradáveis decorridas da pandemia, que são percebidas por elas, mas também pela
própria saúde mental de seus familiares.
Sobre o confinamento devido à pandemia, as crianças demostraram tristeza.
Destacando principalmente a falta que sentem dos amigos, da escola, dos passeios e
brincadeiras fora de casa. O que acaba por acarretar nas emoções e comportamentos
citados pelos responsáveis, expostos na Tabela 1.
Então, visto que o isolamento social tem causado impactos na saúde mental e
emocional não só dos adultos, mas também das crianças, é dever dos cuidadores, tanto pais
quanto educadores, auxiliarem a criança nesses momentos de manifestações emocionais,
especialmente as mais desagradáveis. Ensinando por exemplo, exercícios de respiração e
relaxamento para a autorregulação.

4 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como principais conclusões do estudo tivemos a evidência de algumas percepções
diferentes entre responsáveis e seus respectivos filhos, por isso há uma importância
fundamental dos pais prestarem a devida atenção aos aspectos emocionais de si mesmos
e das crianças, para que assim tenham uma maior sensibilidade neste sentido, validando
aquilo que sentem e auxiliando-os melhor na autorregulação emocional. Observamos
também que o acolhimento e as relações afetivas que a criança vive tanto com os
responsáveis quanto com os professores, são essenciais para ajudá-las a desenvolver mais
segurança, autoconfiança e autoestima mais elevada, o que faz com que estabeleçam um
apego seguro com estes e tenham confiança em compartilhar suas emoções, sabendo que
serão acolhidas. Além disso, também foram verificadas as diversas alterações emocionais
e comportamentos aflorados nas crianças durante a pandemia Covid-19, e o quanto o apoio
dos cuidadores deve ser ainda mais assíduo, sendo fundamental em períodos como este.

REFERÊNCIAS
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x efeitos positivos das interações iniciais para o desenvolvimento do bebê: contribuições
das neurociências. C. A. Piccinini, K. Seabra, & V. M. R. de Vasconcellos (Orgs.), Bebês na creche:
Contribuições da psicologia do desenvolvimento (pp. 93-105). Curitiba: Juruá.

ALVARENGA, Galeno Procópio de Mendonça. O poder das emoções. Belo Horizonte, 2007.

BEE, HELEN; BOYD, DENISE. A criança em desenvolvimento. Tradução de Cristina Monteiro. 12°
edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 2011.

CAMINHA, R.; CAMINHA, M. Emocionário – Dicionário das emoções. Novo Hamburgo, 2018.

KIROUAC, G. (1994). “Les émotions”. In: Richele, M. et alii. Traité de Psychologie Experimentale.
Paris, PUF.

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 29


MENDES, D. M. L. F. (2017). Emoções dos bebês. In C. A. Piccinini, K. Seabra, & V. M. R. de
Vasconcellos (Orgs.), Bebês na creche: Contribuições da psicologia do desenvolvimento (pp. 81-92).
Curitiba: Juruá.

OLIVEIRA, E. A. (2017). O papel da empatia na creche brasileira. In C. A. Piccinini, K. Seabra, & V.


M. R. de Vasconcellos (Orgs.), Bebês na creche: Contribuições da psicologia do desenvolvimento (pp.
55-65). Curitiba: Juruá.

ORNELL, FELIPE et al. Pandemia de medo e COVID-19: impacto na saúde mental e possíveis
estratégicas. Revista debates in psychiatry, 2020.

VILLACHAN-LYRA, POMPÉIA.; ALMEIDA, ELIANA.; HAZIN, IZABEL. (2017). Algumas contribuições


da neuropsicologia e da psicologia do desenvolvimento para o campo da educação infantil: O
papel das relações afetivas. In C. A. Piccinini, K. Seabra, & V. M. R. de Vasconcellos (Orgs.), Bebês
na creche: Contribuições da psicologia do desenvolvimento (pp. 67-79). Curitiba: Juruá.

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Capítulo 3 30


ÍNDICE REMISSIVO

A
Ambiente escolar 25, 50, 94, 108, 110, 114, 119, 120, 121, 123, 151
Ansiedade 5, 7, 28, 78, 79
Aprendizagem significativa 114, 124, 152
Arquitetura distribuída 173, 177, 178, 181, 184
Artes visuais 164, 169, 170, 171, 172
Autismo 31, 32, 33, 34, 35, 36
B
Base Nacional Comum Curricular 47, 62, 63, 69, 76, 77, 195
C
Ciberfeminismo 125, 127, 130, 131, 134, 136, 138
Clitoria ternatea 164, 169, 170, 171
Currículo 37, 38, 40, 41, 42, 43, 44, 62, 64, 65, 66, 67, 74, 75, 76, 107, 113, 145, 147, 148,
149
D
Disponibilidade 90, 99, 173, 175, 176, 177, 180, 181, 184, 185
E
Educação 2, 3, 6, 7, 10, 13, 15, 18, 20, 22, 24, 25, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40,
42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 62, 64, 65, 66, 68, 70, 71, 74, 75, 76, 77, 78, 87, 88,
89, 90, 92, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 112,
113, 114, 116, 120, 122, 124, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 146, 147, 150, 152, 153,
154, 167, 172, 180, 187, 189, 192, 195, 199, 207, 208, 209, 210
Educação de surdo 101, 104, 106
Educação do campo 87, 88, 97, 99
Educação especial 31, 32, 34, 35, 110
EJA 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100
Elemento lúdico 114, 118
Ensino 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 41, 45, 46, 47,
48, 50, 51, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 75, 76, 77, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 97, 98,
99, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 115, 117, 118, 119, 121,
123, 124, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 145, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154,
164, 167, 168, 171, 173, 185, 187, 188, 189, 190, 192, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 205,
206, 207, 208, 209, 210
Ensino de geografia 101, 107, 113

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Índice Remissivo 211
Ensino remoto 1, 3, 6, 7, 9, 17, 18, 45, 46, 48, 50, 51
Ensino superior 14, 15, 17, 19, 89, 101, 124, 154, 210
Epistemología 125, 126, 127, 135, 137
Estrategias de enseñanza 52, 56
Estratégias inovadoras 45
Estratégias pedagógicas 6, 31, 33, 48
Estrés académico 78, 84, 85

F
Formação de professores 31, 32, 33, 35, 36, 108, 109, 210
G
Género 55, 125, 126, 127, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 137
Gestão de redes 173
Gestão de serviços 173

I
Inclusão educacional 31, 32, 35, 36
Investigación científica 52, 53, 54, 55, 56, 58, 59, 60

J
Jogo 33, 35, 71, 72, 114, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 155, 156
L
Língua portuguesa 139, 140, 141, 143, 144, 145, 147, 148, 150, 151, 152, 153, 171
M
Monitoramento de datacenter 173
Monitoramento de rede 173
Monitoramento de serviços 173
Motivación 52, 59
Multiletramentos 62, 64, 66, 67, 68, 69, 72, 73, 74, 76, 77
Multimodalidade 62, 64, 67
P
Pandemia 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 13, 15, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 26, 28, 29, 30, 45,
46, 47, 48, 50, 51
Pandemia da Covid-19 1, 3, 8, 18
Pobreza 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 81
Políticas públicas 13, 18, 34, 37, 39, 40, 41, 42, 43, 66, 75, 88, 96, 98, 99, 194, 195, 208

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Índice Remissivo 212
Prática pedagógica 1, 22, 33, 36, 74, 89, 195, 198
Problemas académicos 78
Problemas educativos 78
Pronera 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 98, 99, 100

S
Steam 164, 165, 166, 167, 168, 169, 170, 171, 172
T
Tecnologia 1, 4, 10, 16, 19, 46, 48, 49, 50, 51, 91, 99, 101, 122, 124, 139, 140, 141, 142,
143, 144, 145, 146, 147, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 156, 171, 173, 174, 185
Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC) 125, 133, 134
Tutoría y estrés 78
U
Unipampa 8, 9, 10, 15, 16, 17, 19
Universidade 1, 8, 9, 10, 13, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 36, 37, 62, 87, 90, 91, 94, 95, 98, 99,
100, 107, 114, 119, 139, 164, 165, 166, 170, 187, 191, 192, 197, 208, 209, 210

A educação enquanto fenômeno social: Avanços, limites e contradições 2 Índice Remissivo 213

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