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E Book Trabalhoemequipenaatenoprimriafinal
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All content following this page was uploaded by Marcelo Dalla Vecchia on 18 December 2017.
TRABALHO EM
EQUIPE NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE
FUNDAMENTOS
HISTÓRICO-POLÍTICOS
© 2012 Editora UNESP
Cultura Acadêmica
Praça da Sé, 108
01001-900 – São Paulo – SP
Tel.: (0xx11) 3242-7171
Fax: (0xx11) 3242-7172
www.culturaacademica.com.br
feu@editora.unesp.br
V516t
Dalla Vecchia, Marcelo
Trabalho em equipe na atenção primária à saúde: fundamentos his-
tórico-políticos / Marcelo Dalla Vecchia. São Paulo: Cultura Acadêmica,
2012.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7983-357-1
1. Cuidados primários de saúde. 2. Psicologia social. 3. Saúde
pública. I. Título.
12-9267. CDD: 302
CDU: 316.6
Editora afiliada:
Para Fernanda Márcia
e Ana.
AGRADECIMENTOS
Prefácio 11
Apresentação 15
Parte I
O processo de trabalho e o trabalho coletivo em saúde 23
Parte II
O trabalho em equipe na atenção primária à saúde 65
O PROCESSO DE TRABALHO
E O TRABALHO COLETIVO EM SAÚDE
1
ELEMENTOS ESTRUTURAIS
DO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE
[No caso das classes sociais mais baixas] não se trata apenas [...]
de não poder seguir as recomendações devido à precariedade de suas
30 MARCELO DALLA VECCHIA
[s.p.]) destaca que “a doença pode ser admitida nesse modelo como
até influenciada pela vida de relação do indivíduo doente, mas
como fenômeno positivo é recortada exclusivamente no espaço de
seu corpo individual”.
No processo de trabalho que caracteriza o modelo anatomo-
clínico: (a) seu agente é o médico; (b) seu objeto de trabalho é o
corpo do paciente; (c) seus instrumentos serão o diagnóstico e a te-
rapêutica, operados pelo médico; (d) suas finalidades são o controle
da ocorrência de doença no indivíduo e a recuperação do doente.
O hospital moderno aparecerá como outro de seus instrumentos
fundamentais e condição para o trabalho médico, uma vez que é aí
que se constroem as teorias das doenças baseadas na relação médico
e corpo do paciente. É também no hospital que se conforma um
trabalhador médico coletivo. Nesse panorama, configuram-se as
principais marcas do processo de trabalho médico na Modernidade.
No que tange ao modelo epidemiológico, Mendes-Gonçalves
(1992) observa que ele logrou um desenvolvimento técnico dado
em paralelo ao modelo clínico, mas, diferentemente, ocorrido “nos
bastidores”. Isso gerou o aprimoramento de instrumentos voltados
ao controle das doenças infecciosas e parasitárias com significativo
impacto coletivo: o saneamento, a vigilância e as imunizações. A
concepção de prevenção subjacente ao trabalho médico, no sistema
capitalista, reside em que controlar doenças significa evitá-las e tra-
tá-las. Dessa forma, o modelo epidemiológico permite que à “arte”
da clínica seja acoplada a racionalidade positivista da “ciência” apli-
cada ao social enquanto coletivo pelas: (a) priorização de determi-
nadas ações, (b) avaliação do custo-benefício de cada ação; (c) alo-
cação dos recursos humanos e materiais necessários e suficientes.
Igualmente ao modelo anatomoclínico, operado em um pro-
cesso de trabalho no qual ao diagnóstico segue uma prescrição in-
dividual pelo médico, no modelo epidemiológico ao diagnóstico
comunitário seguirá uma prescrição coletiva pelo planejador de
saúde que será ou não um trabalhador médico. Visto que o objeto
de trabalho do modelo epidemiológico é o coletivo, as decisões po-
líticas e as relações de poder serão fundamentais na sua abordagem.
42 MARCELO DALLA VECCHIA
Ações Modelo Prática assisten- Processo de trabalho em saú- Construção coletiva - Mobilização Ações
Programáticas técnico- cial de docentes e de (marxismo), epidemiologia do projeto de traba- para a educação territoriais de
-assistencial pesquisadores do social crítica (reprodução e lho das equipes de continuada dos prevenção de
(organização Centro de Saúde- produção social das neces- saúde por meio da membros da equipe riscos e agravos
tecnológica -Escola Samuel sidades de saúde), ética no programação - Organização de não são consi-
do trabalho Pessoa, vinculado cuidado à saúde ações preocupadas deradas
em saúde) ao Departamento com a dimensão
de Medicina Pre- ético-pedagógica
ventiva/USP - Redefinição
das necessidades
sociais de saúde
Vigilância da Modelo Experiências de Noção de distrito sanitário, Integração das - Valorização da Propostas es-
Saúde de atenção gestão de dis- noção de Sistemas Locais de práticas de saúde regionalização e pecíficas sobre
(integrali- tritos sanitários Saúde (SILOS), planejamen- no distrito sanitário hierarquização o processo de
dade como implantadas to estratégico-situacional, (políticas saudáveis, - Incorporação trabalho em
meio para a por secretarias epidemiologia social crítica ações de vigilância e dos mapas de risco saúde não são
equidade) municipais e (análise da situação de saúde) práticas clínicas) (microáreas) apresentadas
Continua
Quadro 1: Continuação
Ênfase Origens Fundamentos Estratégias Contribuições Lacunas
Vigilância da estaduais de - Incorporação de
Saúde saúde com par- problemas de saúde
ceria de agências (planejamento e
internacionais programação)
Saúde da Modelo Movimento Articulação de noções e con- Organização - Oportunidade de - Processo de
Família de atenção da Medicina ceitos de distintas disciplinas sistêmica dos mudança em larga expansão é de-
(expansão e Familiar (EUA, da Saúde Pública e da Saúde serviços, equipes escala do modelo sarticulado da
qualificação) década de 1960) Coletiva multiprofissionais de de atenção à saúde regionalização
e da Medicina saúde, uso de infor- (induzida por po- e hierarqui-
Comunitária mação epidemiológi- líticas de regulação zação
(década de 1970) ca, integralidade das e controle com - Proposta de
práticas a expansão da redefinição do
cobertura) conteúdo das
ações não é
formalizada
Cidades Modelo Enfoque da Pro- - Noções de risco e vulnera- - Articulação - Avanços no pro- - Não enca-
Saudáveis de atenção moção da Saúde bilidade (problematização intersetorial visando cesso de descentra- minha os pro-
(promoção da (Conferência de do conceito de saúde da políticas públicas lização blemas mais
saúde) Ottawa, 1986) racionalidade biomédica) saudáveis - Experiências ino- específicos
- Redefinição dos valores - Organização de vadoras de articula- do modelo de
associados à saúde (equidade, programas e ações ção intersetorial atenção à saúde
TRABALHO EM EQUIPE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
EQUIPE DE REALIZAÇÃO
Coordenação Geral
Arlete Zebber
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