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RUPTURA DO MANGUITO ROTADOR O tratamento é conservador, por meio de fisioterapia e analgesia.

Pode-se tentar uma infiltração subacromial.


MOVIMENTOS

Quando houver alteração da morfologia do acrômio e o paciente for


refratário ao tratamento clínico, pode-se optar por tratamento
cirúrgico, feito por meio da acromioplastia. Como o ligamento
coracoacromial é um protetor do impacto, pode-se tentar
reconstruí-lo, quando indicado, ou ao menos não o lesar durante a
cirurgia.

SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR


É uma doença atrelada ao envelhecimento e a atividades acima do
nível dos ombros e da cabeça.
Ocorre por uma inflamação crônica dos tendões do manguito
rotador (tendinopatia), que pode evoluir para ruptura (lesão do
manguito rotador).

SÍNDROME DO IMPACTO
Compreende lesões degenerativas por microtrauma repetitivo
associado a hipovascularização da porção terminal do tendão do
M. supraespinhoso. É causado pela impacção da tuberosidade
maior contra o acrômio, o que lesa o tendão.

Aco
ZONA CRÍTICA DE CODMAN: localizada entre 1,2 e 2 cm
mete pacientes especialmente > 40 anos de idade, sendo
proximalmente à inserção do tendão do supraespinhal na
virtualmente onipresente aos 80 anos, devido ao desgaste natural
tuberosidade maior do úmero. Sendo uma zona de falha de
do manguito.
vascularização, ela é particularmente suscetível a lesões,
especialmente no contexto da síndrome do impacto do ombro.
Atividades causais: doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (DORT), por movimentos repetitivos envolvendo os ombros
O impacto ocorre com o movimento de elevação no plano da
(atividades em fábricas ou até mesmo em escritório); trabalhos
escápula, atividades acima do nível da cabeça e rotação
domésticos (passar e pendurar roupas, varrer a casa, atividades de
(arremesso). Acomete majoritariamente individuos entre 40-50
jardinagem); atividades esportivas.
anos, homens = mulheres. Terceira causa de dor em ortopedia

IMPACTO SUBACROMIAL
O impacto subacromial é a causa mais comum de dor no ombro
(45% e 65%), associando-se muitas vezes à síndrome do manguito
rotador (o impacto invariavelmente levará a uma lesão do tendão).
O paciente refere dor insidiosa e noturna, durante elevação frontal
ou flexão vertical.

Diagnóstico pelos testes de impacto (Neer, Yocum, Hawkins- SUPRAESPINHAL: O MAIS ACOMETIDO
Kennedy - objetivo é fazer a tuberosidade maior impactar no
ANATOMIA FUNCIONAL
acrômio) e confirmado por radiografias (avaliar a morfologia do
acrômio) e RNM (avalia os tendões do manguito).
O manguito rotador funciona como estabilizador dinâmico da
cabeça umeral na glenóide; compressão, evitando cisalhamento do
Deltóide.
Há três articulações + 1 pseudoarticulação.

Tendinite calcária.
FISIOPATOLOGIA
Estágios:
Causas intrínsecas: teoria degenerativa + desgaste com aumento
idade + teoria vascular (1cm medial à insersão do M.supraespinhoso Reversível: principalmente em jovens, associado a edema,
hipovascular - Zona crítica de Codman) hemorragia, podendo ser secundário a instabilidade do ombro.

Causas extrínsecas ou traumáticas: Irreversível: tendinite fibrose, pessoas de meia idade e mais as
lesões do estagio 1 pode responder a medidas conservadoras.
 Forma do acrômio - I (reto), II (Curvo), III (ganchoso).
 Osteófitos da articulação AC Degeneração e ruptura tendínea, tratamento cirúrgico

 Os Acromiale (não junção das cartilagens que foram o acrômio QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
durante o desenvolvimento embrionário)
Dor no ombro na face anterior, irradiada pelo braço até o cotovelo
 Tendinite Calcária (pode simular sensação de infarto), que normalmente o desperta à
 Consolidação viciosa do úmero, clavícula ou acrômio. noite, especialmente ao dormir sobre o lado afetado.
 Instabilidade anterior do ombro
 Trauma ou micro trauma repetido do MR Há dor para movimentos como rotação e abdução e atividades acima
do nível dos ombros (domésticas, pentear os cabelos), gerando
impotencia funcional (redução da força de RE, RI e abdução). Pode
haver creptação.

Geralmente, o arco de movimentos é doloroso, e o diagnóstico pode


ser confundido com bursite. Contudo os testes para manguito
rotador estarão positivos, conforme o tendão afetado.

O supraespinhal é afetado primeiro, e lesão do subescapular denota


uma doença mais antiga e grave.
O subescapular é um importante estabilizador da cabeça longa do
bíceps, que, por sua vez, é uma estabilizadora auxiliar do ombro.
Com o seu rompimento, ocorrerão sobrecarga e desgaste articular.
Pseudoparalisia (causada por rupturas grandes e maciças) - não
Forma variante (tipo III) consegue levantar o membro superior - diferenciar do ombro
congelado.

EXAME FÍSICO
Inspeção/Palpação
Movimentos ativos e passivos limitados: para RI, verificar se braço
fica em C6, L5, S1, sacro ou trocanter maior
Testes irritativos e sinais
Tuberosidade aumentada.

I. TESTE DE JOBE (SUPRAESPINHAL): é feito por meio da abdução no


plano escapular contra resistência e os polegares voltados para
baixo. Uma variação é o teste do supra, em que é feito com o
antebraço em posição neutra (polegar para cima).
II. TESTE DE PATTE (INFRAESPINHOSO): ombro elevado em 90º,
cotovelo fletido, fazendo-se a rotação externa do ombro contra V. TESTE DE YOCUM: deve apoiar sua mão no ombro contralateral e
resistência. fazer a elevação do cotovelo, contra resistência do examinador.
Positivo em presença de dor.

Uma variação é o teste do infraespinhoso - braço aduzido, colado ao


tronco, cotovelo fletido e promovendo-se a rotação externa contra
resistência.
VI. TESTE DE HAWKINS-KENNEDY: com o ombro em elevação no
plano da escápula de 90°, em posição neutra, e o cotovelo em 90° de
flexão, faz-se uma rotação interna súbita e passiva. O teste é positivo
em caso de dor.

III. TESTE DE GERBER (SUBESCAPULAR): paciente deve apoiar o


antebraço na região lombar e tentar afastá- lo (por meio da rotação
interna do ombro).

IV. TESTE DE NEER: elevação passiva de 0-180° no plano da escápula. VII. TESTE DE YERGASON: consiste na palpação do tendão da cabeça
No impacto, o paciente refere dor. longa do bíceps, na região anterior do ombro, enquanto o paciente
faz a supinação do antebraço contra resistência. Dor indica teste
positivo.
passivamente em rotação interna, e o paciente deve mantê-lo
ativamente assim (o mesmo teste, de forma invertida, pode ser
usado para avaliar o infraespinhal) - teste frequente em lesões mais
graves.

VIII. TESTE DE SPEED (TENDÃO DO CABOLO LONGO DO BICEPS


BRAQUIAL): antebraço supinado e o cotovelo estendido, o paciente
deve fazer uma flexão vertical contra resistência; dor indica teste
positivo.

IX. TESTE DA LIDOCAINA: injetar 8 ml de lidocaina no espaço


subacromial. Se melhorar dor, teste positivo

X. PRESS BELLY OU TESTE DE NAPOLEÃO (SUBESCAPULAR): paciente


deve apertar a própria barriga.

XI. BEAR HUG – TESTE DO ABRAÇO DE URSO (SUBESCAPULAR):


paciente deve tentar encostar a mão no ombro contralateral, contra
a oposição do examinador.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico pode ser feito com segurança pelo exame físico.
USG - método auxiliar, de baixo custo e com boa acurácia, tendo
XII. TESTE DA CANCELA (SUBESCAPULAR): o membro é posicionado limitação de ser examinador dependente. Na prática, prefere-se
RNM (avaliação mais detalhada, evidencia diminuição do espaço  Modificações das atividades
subacromial).  Ganho funcional
 Fisioterapia com analgesia, ganho de amplitude de movimentos,
Ao realizar os testes para manguito rotador, dor denota fortalecimento isométrico e, posteriormente, isotônicos de fase
tendinopatia, e perda de força, ruptura muscular. excêntrica dos tendões do manguito rotador.
Contudo, uma ruptura muscular observada ao exame de imagem Não se deve:
não necessariamente terá repercussão clínica e, não raro, pacientes AINES: pouco ou nenhum efeito, já que se trata de uma inflamação
com ruptura total do tendão têm força preservada. crônica; ademais, a maioria dos pacientes é idosa e estes
medicamentos são contraindicados;
Radiografias não diagnóstica, servindo para diferencial de patologias Imobilizar o ombro - ombro parado desenvolve o que chamamos de
do ombro (ex: tendinite calcárea) e permitindo observar alterações capsulite adesiva (ombro congelado).
características de doença mais avançada (ascensão da cabeça por
atrofia do manguito, osteoartrose).

RAIOX: AP a 30 graus/axilar/perfil da escápula

TRATAMENTO CIRÚRGICO
 Indicações: pacientes jovens, atividade física, prática esportiva, dor
que não melhora com analgésicos e nem com fisioterapia por > 6
meses, rupturas parciais acima de 50% de espessura do tendão,
rupturas totais, rupturas traumáticas.
 Normalmente, é feita uma descompressão subacromial, reparo dos
tendões rompidos, acromioplastia antero-inferior e lateral,
desbridamento simples do tendão. É feita artroplastia parcial ou
total do ombro em caso de lesões maciças ou irreparáveis
CLASSIFICAÇÃO  Complicações: infecções (Propione bacterium), acnes, rigidez
articular, retardo de cicatrização, síndrome dolorosa regional do
ombro, TVP, descência do deltoide - maior incidência em cirurgia
aberta.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

TENDINITE CALCÁRIA DO OMBRO


 2-20% são assintomáticos
 Acomete principalmente paciente entre 30-60 anos, do sexo
feminino e sedentários. Predominio do lado direito em relação
ao esquerdo.
 Propõe como etiologia o papel da hipovascularização,
degeneração associada à idade e à metaplasia do tendão (mais
TRATAMENTO
comum é o tendão do M. supraespinhoso).
Lesões pequenas /médias não cicatrizam expontaneamente e há  Quadro Clínico: dor noturna, piora com atividade, sinais de
progressiva retração e lipossubstituição. Após 2 anos de lesão, o impacto positivos.
tendão evolui pra uma infiltração gordurosa GII de Gutalier e após 4  O tramento é individualizado.
anos de lesão pra GIII-GIV  Redução de fitato

Indicações para tratamento conservador: idoso fisiológico,


sedentário, sem dor ou assintomáticos, contra indicação clínica.
Opções:
 Alívio dos sintomas: analgésicos simples/opioides, infiltração (80%
eficácia; até 2 durante toda a vida pelo risco de frouxidão
ligamentar).
 Repouso relativo
primeiro movimento a ser perdido, seguido pela rotação externa,
abdução e flexão).

Pelo teste de Apley, normalmente o paciente consegue levar a mão


à região interescapular; na capsulite adesiva, contudo, ela fica
geralmente restrita à região sacral.

Poucos exames são realmente confirmatórios. O indicado é a RNM,


que deve demonstrar uma perda de espaço articular (daí, capsulite
adesiva). Pode-se associar o uso de contraste para auxiliar.

CAPSULITE ADESIVA DO OMBRO (OMBRO


O tratamento é feito com fisioterapia para ganho de movimentos,
CONGELADO) – MED 11 analgesia e, em último caso, movimentação sob sedação, seguindo
Doença autolimitada de perda de movimentação ativa e passiva do os movimentos pelo mnemônico FEAR: Flexão, Extensão, Abdução e
ombro, bilateral em 30% das vezes, com inflamação crônica da Adução, Rotações (vai no sentido contrário da progressão da perda
camada sinovial que leva a espessamento e contratura da cápsula, de movimentos).
fibrose e aderência. Ocorre uma proliferação de fibroblastos,
levando a produção excessiva de colágenos tipo I e III.
 Conservador (AINE + corticoide + bloqueio do nervo
Tem importante relação com a imobilização prolongada da supraescapular com Bupivacaina 0,5% 8mL semanal, + fisoterapia
articulação do ombro (que, na verdade, é relativamente curta: 1 a 2 por 6 meses): 95% melhora.
semanas de imobilização total já podem levar a rigidez e
 Cirúrgico: liberação com capsulotomia.
congelamento articular).
Seus fatores de risco são:
OBS: Não se pode tratar ruptura de manguito rotador antes de
 DM (aumenta o risco em 5 vezes) - não piora o prognóstico da
operar o ombro congelado.
doença ou o seu tratamento;
 Sexo feminino (2,3 vezes mais comum);
Pode ser classificada em primária (idiopática) ou secundária (DM,
 Maior de 49 anos;
AVE, cirurgias, tireoidopatias, exames invasivos - o tratamento da
 Discopatia cervical; doença de base deve vir primeiro).
 Imobilização prolongada;
 Hipertireoidismo;
 Infarto ou derrame;
 Doenças autoimunes;
 Trauma.
A doença ocorre em três fases:
 Fase 1: dor que progride por semanas a 1 mês, pior à noite.
 Fase 2: rigidez, de 4 a 12 semanas.
 Fase 3: descongelamento; leva semanas a meses, com melhora
progressiva, sem recuperar 100% na maioria dos casos.
Classificação pelo slide:
 Inflamatória (2-9m)
 Enrijecimento (7-12m)
 Descongelamento(recuperação expontânea) 12m-2anos

O quadro clínico segue as fases (dor, seguida de perda de


movimentação ativa e passiva, seguida de melhora espontânea), e o
diagnóstico é suspeitado na fase de dor, mas geralmente confirmado
apenas na fase de congelamento.

Não há critérios diagnósticos clínicos específicos, mas consideramos


a perda de rotação interna como o principal indicativo (ele seria o

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