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FORTALEZA,
2022.2
FORTALEZA,
Via Corpus,
2022.2
AGRADECIMENTOS
À Deus, por ter sido minha fortaleza, por me fazer ser forte e corajosa para
percorrer este caminho.
À minha mãe, Luciana, que sempre foi minha maior incentivadora durante esta
trajetória, que desde o início da graduação sonha com este momento. Que cuidou de
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mim desde sempre. Que me ensinou a perseguir os meus sonhos e jamais abaixar a
cabeça diante os percalços que esta vida pode trazer e a superar as inúmeras
dificuldades que surgiram durante este árduo caminho. Que sempre acreditou mais em
mim do que eu mesma. Sem ela, eu nada seria. À ela devo toda a minha vida. Nada será
suficiente para agradecê-la.
À minhas irmãs Vanessa e Vitória, pois esta conquista e os frutos que virão dela
serão sempre dedicadas a elas e para elas.
Ao meu irmão Pedro Henrique, pelas palavras de incentivo e de motivação, bem
como por ter tornado realidade um dos maiores sonhos de minha vida: conhecer meus
avós.
À minha irmã Ana Fabíola, a quem sempre me encorajou e por diversas vezes
me estendeu a mão quando precisei.
À minha irmã Amanda Vitória, que apesar de não conhece-la pessoalmente, sei
que estará sempre ao meu lado quando precisar.
Aos meus avós Luiza e Francisco Delfino (in memoriam), pois estão me
protegendo lá de cima e sei que estariam orgulhosos por esta conquista.
À minha tia Maria Neuma (in memoriam), por ter acreditado em mim até o
último dia de sua vida.
À minha avó Cecília, por me colocar sempre em suas orações.
À minha sobrinha Anaiza Barbalho, pela admiração e carinho que tem por mim.
À minha tia Geruza, por ter cuidado de mim juntamente com minha avó Cecília
e minha mãe, bem como por ter me ajudado de maneira bastante significativa durante a
minha vida.
Às minhas primas Jaqueline e Nágila, pelos momentos de alegria e experiências
compartilhadas.
À amiga e colega de trabalho Dra. Camila Furlan, não só pelas palavras de
motivação e incentivo, mas pelo conhecimento transmitido e por me fazer enxergar o
quão longe sou capaz de ir.
Às minhas amigas Dra. Léa Mont’Alverne e Dra. Marize Girão, por terem
acreditado em mim desde o início e não só por terem acompanhado a minha trajetória
profissional, mas também pelas palavras de apoio e incentivo durante a graduação.
Ao meu amigo e ex-chefe Dr. Miguel Vasconcelos, por todo o conhecimento e
experiências profissionais repassados, por todas as vezes que estendeu a mão e me
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ajudou a seguir em frente. Graças a ele, aprendi lições não só da advocacia, mas sim de
humanidade e companheirismo.
Ao meu amigo Antônio Vieira Cartaxo, pelas palavras de motivação e por todo
conhecimento transmitido.
Às minhas amigas e companheiras de trabalho Maria Gabrielly e Willia Soares
por terem compartilhado comigo tantas experiências e momentos incríveis.
À todos os meus professores, que sempre enxergaram em mim um grande
potencial.
RESUMO
O presente trabalho tem como tema “Tribunal do Júri: Influência Midiática nos Crimes
de Repercussão Nacional”. Tem como objetivo investigar como se dá a efetivação da
liberdade de imprensa e a interferência midiática na imparcialidade dos crimes de
repercussão nacional, e, ainda, até que ponto esta interferência pode ter relevância no
julgamento destes crimes que geram repercussão. No decorrer do trabalho, será
demonstrado como se deu a introdução do Tribunal do Júri no Brasil e seu breve
contexto histórico, bem como a estrutura das partes que compõem o corpo do júri e os
jurados, competência do tribunal e outros aspectos das garantias constitucionais
asseguradas e princípios norteadores. Por fim, será analisado os aspectos que envolvem
a influência da mídia na sociedade atual e como ela influencia nas decisões tomadas
durante os julgamentos de crimes dolosos contra a vida, tal como a maneira em que os
fatos veiculados pela mídia de maneira exorbitante e por vezes irresponsável, pode
colocar em jogo o futuro do réu que está diante o plenário de julgamento. Ademais,
foram selecionados três casos concretos de crimes de grande repercussão nacional e o
impacto e relevância que estes crimes trouxeram para os dias atuais.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO, 2 BREVE CONTEXTO DO TRIBUNAL DO JÚRI NO
ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO; 2.1 ESTRUTURA DAS PARTES
QUE CONSISTEM O JÚRI E DOS JURADOS; 2.2 COMPETÊNCIA DO
TRIBUNAL; 2.3 ASPECTOS GERAIS DAS GARANTIA FUNDAMENTAIS E OS
PRINCÍPIOS NORTEADORES; 2.3.1 SOBERANIA DOS VEREDITOS; 2.3.2
SIGILO DAS VOTAÇÕES; 3 INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA SOCIEDADE
ATUAL; 3.1 INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO SISTEMA JURÍDICO PENAL
BRASILEIRO; 4 DOS CASOS MAIS EMBLEMÁTICOS DO TRIBUNAL DO
JÚRI; 4.1 INFLUÊNCIA MIDIÁTICA NO TRIBUNAL DO JÚRI 4.2 DA
INTERFERÊNCIA MIDIÁTICA NA IMPARCIALIDADE; CONCLUSÃO;
REFERÊNCIAS.
INTRODUÇÃO
tribunal do júri, quais sejam, o Caso Richthofen, Caso Daniella Perez e Caso Isabella
Nardoni, bem como se dá a influência da mídia no tribunal do júri e na imparcialidade
dos jurados.
Começaremos nossa pesquisa trazendo uma definição de instituto júri, onde será
discorrido que a instituição do júri tem uma longa história. Ademais, será exposto que
existem algumas diferenças ao longo do tempo para decidir questões maiores gravidade
ou repercussões sociais, nesse contexto:
Na Palestina, havia o tribunal dos vintes e três, nas vilas em que a população
fosse superior a 120 famílias. Tais cortes conheciam e julgavam processos
criminais relacionados a crimes puníveis com pena de morte. Os membros
escolhidos dentre padres, levitas e principais chefes de Israel (NUCCI, 2008,
p. 41).
Conforme leciona Silva e Avelar (2022, on-line), há exatos 200 anos, o júri foi
constituído pelo decreto de "Sua Alteza Real" Regente Dom Pedro I. A história do júri
original brasileiro capaz de indiciar novos crimes não pode ser considerada linear.
Apresenta um dilema que reflete a era política e social de cada época. Em homenagem a
este dia, apresentamos a Editora Revista dos Tribunais - Thomson Reuters Brasil
“Estudos em Homenagem aos 200 anos do Brasil”, e tivemos o prazer de compilar
alguns dos mais famosos juristas e pesquisadores.
No Brasil, a priori, o júri foi criado para julgar apenas os crimes de imprensa.
Pinto (2020) relata, ainda, que o único recurso cabível à decisão do conselho seria
destinado à Clemência Real, onde os juízes seriam escolhidos pelo Corregedor e os
Ouvidores do Crime.
Como leciona Pinto (2020), somente a partir da promulgação da Constituição do
Império, em 25 de março de 1824 que as Constituições Federais Brasileiras passaram a
elencar a previsão do Tribunal do Júri, onde seriam destinadas ao julgamento de ações
cíveis e criminais, para garantir uma forma de equilíbrio social pertinentes aos ilícitos
praticados por qualquer pessoa.
2.1 ESTRUTURA DAS PARTES QUE CONSISTEM O JÚRI E DOS JURADOS
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qualificado (art. 121, § 2.º), induzimento, instigação e auxílio ao suicídio (art. 122),
infanticídio (art. 123) e as várias formas de aborto (arts. 124, 125, 126 e 127).
argumentos de ambas as partes, com particular ênfase para a defesa.” Exercida a defesa
plena, completa e perfeita, caberá ao corpo de jurados decidir pela condenação ou
absolvição do réu.
Desta forma, deve ser ressaltado a importância do sigilo das votações, o qual é
um princípio assegurado no art. XXXVIII, alínea “b”, da Constituição Federal Brasileira
(1988), trata-se de outro instituto do Tribunal do Júri no direito brasileiro. Conforme o
Código de Processo Penal (1941), art. 485:
Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o
Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o
escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser
procedida a votação.
No entanto, a decisão do júri pode ser revertida caso se verifique que a decisão
do júri é totalmente contrária às provas constantes dos autos, ou se houver inovação
probatória, a acusação e a defesa apresentarem novas provas não incluídas no processo.
Nesse contexto, como leciona Pinto (2020, p 38): “Ainda que o Tribunal do Júri seja
considerado a forma mais democrática de julgamento, recebe inúmeras críticas pelo fato
de atribuir a cidadãos comuns e sem conhecimento técnico-legal, a responsabilidade de
atuar como julgadores.”
às robustas provas dos autos de uma ação penal, de modo que não venham a interferir
na convicção da opinião pública de maneira errônea aos fatos.
Deve-se haver compromisso, não podendo a grande mídia recortar os fatos e
montá-los de forma sensacionalista apenas para atrair audiência, a fim de evitar pré-
julgamentos e conclusões precipitadas. Nas palavras de Prattes e Tavares (2008, p. 37):
“O papel da mídia não é julgar e sim apresentar os fatos de maneira completa e
verdadeira, sem o objetivo de punir o suspeito, mas sim de transmitir ao público a
realidade dos fatos.”
Por fim, Prattes e Tavares (2008), dispõe que havendo tamanha
desproporcionalidade, os julgamentos feitos pelo tribunal do júri poderão ser imersos à
parcialidade dos jurados, visto que irão entrar em plenário com uma convicção pré-
formulada e não se atentarão aos fatos e provas produzidas dentro dos autos processuais
das ações penais, ainda que haja motivos para absolver o acusado, por estarem com a
ínfima ideia de que aquele réu é culpado, estarão a sentenciar alguém inocente a
cumprir uma pena a qual não lhe é necessária.
A Constituição Federal (1988), em seu artigo 5º, LVII diz que “ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença criminal condenatória”. Para
Prattes e Tavares (2018), apesar de constar no bojo da Constituição Federal, no artigo
acima mencionado, que até o trânsito em julgado da sentença criminal condenatória
ninguém será considerado culpado de um crime, os meios de comunicação praticam o
oposto, visto que em alguns casos, o réu é condenado – perante a sociedade, antes
mesmo de seu julgamento.
A Carta Magna presume a inocência do indivíduo até que se comprove o
inverso, mas não obstante a isto os meios de comunicação, em alguns casos,
condenam o réu antes mesmo de seu julgamento. O suspeito muitas vezes é
julgado pela opinião divulgada pela mídia (PRATTES, TAVARES, 2018, p.
36).
Compreende-se que por mais que tais pessoas tenham cometidos crimes que
causem intenso repúdio na sociedade, todos têm direito a um julgamento justo e à ampla
defesa. No entanto, com a enorme pressão e clamor social, estes criminosos sempre
estarão presentes no imaginário popular, podendo impedir, inclusive, a ressocialização
destes após o cumprimento efetivo da pena que lhes foram impostas.
Por mais que o papel dos comunicadores seja o de levar informações ao seu
espectador, muitos utilizam-se deste artifício para impor suas próprias ideologias,
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CONCLUSÃO
Destarte, o referido trabalho busca demonstrar o quão poderosa a mídia pode ser
no sistema jurídico brasileiro, o quão forte é o seu poder de manipulação e formação da
opinião pública sob a ótica do direito penal.
É cediço que, muito embora os extensos crimes existentes na capitulação penal
revoltem e causem pavor perante a sociedade, sendo inegável o fato de que
determinados meios de comunicação podem interferir nos desfechos das ações penais
que tramitam sob as mais diversas Varas do Júri existentes no Brasil.
A prática delituosa sempre existiu e infelizmente continuará existindo na
sociedade e alguns delitos poderão ser mais graves e mais repugnantes que outros. No
entanto, não podemos classificar e pré-julgar um réu apenas sob a visão contorcida do
que a mídia nos apresenta, mas sim, com dever e senso de justiça. Os jurados que
compõem o conselho de sentença são em grande maioria leigos e não detém de qualquer
conhecimento jurídico, de modo que toda e qualquer informação exposta de maneira
equivocada e irresponsável poderá interferir no futuro daquele que está sentado no
banco dos réus.
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