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Traduzido do original em inglês: The Dawning of Indestructible Joy: Daily Readings for Advent
Publicado por Crossway
a publishing ministry of Good News Publishers
Wheaton, Illinois 60187, U.S.A.
As citações bíblicas foram retiradas da Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do
Brasil, salvo indicação contrária. Citações bíblicas com a indicação (NVT) foram retiradas da Nova
Versão Transformadora, da Editora Mundo Cristão. Citações bíblicas com a indicação (NVI) foram
retiradas da Nova Versão Internacional, da Biblica, Inc.
É proibida a reprodução deste livro sem prévia autorização da editora, salvo em breve citação.
Edição
Yuri Freire
Tradução
Alan Cristie
Revisão
Jean Probst
Josemar de Souza Pinto
Projeto gráfico, diagramação e capa
Pedro Henrique Pereira de Carvalho
CDD: 242.332
Publicado no Brasil por Editora Concílio
Copyright © 2021 Editora Concílio
www.editoraconcilio.com.br
contato@editoraconcilio.com.br
Para Sam Storms,
parceiro no hedonismo cristão,
amigo precioso da alegria indestrutível.
SUMÁRIO
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
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2 DE DEZEMBRO
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3 DE DEZEMBRO
Aproxime-se d o Salvad or
Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos o nosso Senhor Jesus, o
grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, aperfeiçoe vocês em
todo o bem, para que possam fazer a vontade dele. Que ele opere em nós o que é
agradável diante dele, por meio de Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o
sempre. Amém!
HEBREUS 13.20-21
Uma das coisas agradáveis aos olhos de Deus é que o seu povo continue a se
aproximar dele para todo o sempre. Assim, ele está realizando em nós
exatamente isso.
Hebreus 13.21 diz que ele faz isso “por meio de Jesus Cristo”, o que
significa, no mínimo, que Jesus comprou essa graça para nós com sua morte
e que Jesus ora e pede ao Pai por isso com base nessa morte.
Em outras palavras, quando o autor de Hebreus nos diz que aproximar-se
de Deus é o que nos qualifica para a eterna obra salvífica do nosso Sumo
Sacerdote, ele não quer dizer que o nosso Sumo Sacerdote nos deixa
sozinhos em nossa disposição pecaminosa e resistência natural, como se
pudéssemos nos aproximar de Deus por conta própria. Pelo contrário, nosso
Sumo Sacerdote intercede por nós e pede ao Pai para fazer exatamente o que
Hebreus 13.21 diz que ele fará — operar em nós o que é agradável diante
dele — “por meio de Jesus Cristo”.
Deixe-me ilustrar isso da forma como isso parecia quando o nosso Sumo
Sacerdote estava na terra. Em Lucas 22.31-32, Jesus diz a Pedro: “Simão,
Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém,
orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para
mim, fortaleça os seus irmãos”. Então, Jesus já estava intercedendo pelos
seus quando estava na terra, e ele orava para que a fé de Pedro — a fé dele/a
nossa fé — não desfalecesse.
Além disso, ele estava tão confiante em sua oração por Pedro que disse
“quando [você] voltar para mim”, não “se você voltar para mim”. Portanto,
ainda que Pedro tenha tropeçado na negação, sua fé não desfaleceu por
completo. Essa é a oração do Senhor por nós. Essa é mais uma peça da nossa
grande segurança e esperança nessa grande epístola de garantia.
Não é maravilhoso saber nesta época do Advento que Deus ordena que
nos acheguemos a ele? Não é maravilhoso saber que esse grande e santo
Deus de justiça e ira diz: “Aproximem-se de mim por meio do meu Filho, o
seu Sumo Sacerdote. Aproximem-se de mim. Aproximem-se de mim”?
Este é o seu convite nestas leituras do Advento: “Aproxime-se de mim por
meio do seu Sumo Sacerdote. Aproxime-se de mim em confissão, oração,
meditação, confiança e louvor. Venha! Jamais o lançarei fora”. Pois Cristo
“pode salvar totalmente os que por ele se aproximam de Deus, vivendo
sempre para interceder por eles” (Hb 7.25).
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4 DE DEZEMBRO
O sentid o d o Advento
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos.
MARCOS 10.45
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5 DE DEZEMBRO
Por duas vezes em 1João 3.1-10, nos é dito o motivo do Natal, isto é, a razão
pela qual o eterno e divino Filho de Deus veio ao mundo como um ser
humano.
No versículo 5, João diz: “Vocês sabem que ele se manifestou para tirar os
pecados, e nele não existe pecado”. Assim, a não pecaminosidade de Cristo é
afirmada (“nele não existe pecado”), e a razão para a sua vinda é afirmada
(“ele se manifestou para tirar os pecados”).
Depois, na segunda parte do versículo 8, João diz: “Para isto se
manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo”. E o foco
específico que João tem em mente quando diz “obras do diabo” é o pecado
que o diabo promove. Vemos isso na primeira parte do versículo 8: “Aquele
que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde
o princípio”. Assim, as obras do diabo que Jesus veio para destruir são as
obras do pecado.
Então, duas vezes João nos diz que o Natal — o Filho de Deus se tornar
humano — aconteceu para tirar os nossos pecados ou para destruir as obras
do diabo, isto é, o pecado. Jesus nasceu de uma virgem, por obra do Espírito
Santo (Mt 1.18-20), cresceu “em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e
dos homens” (Lc 2.52) e foi perfeitamente obediente e sem pecado em toda
a sua vida e ministério, até a morte, e morte de cruz (Fp 2.5-8; Hb 4.15) — a
fim de destruir as obras do diabo, ou seja, tirar os nossos pecados.
Nossos pecados. Tome isso de forma pessoal e ame Jesus por isso. Receba
as palavras bem pessoais do apóstolo Paulo e torne-as as suas palavras: “Esse
viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou
e se entregou por mim” (Gl 2.20). Foi assim que ele destruiu as obras do
diabo e nos resgatou dos nossos pecados. Não deixe o Natal no abstrato.
Seus pecados. Seu conflito com o diabo. Sua vitória. Ele veio para isso.
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6 DE DEZEMBRO
Uma das cenas mais famosas do Natal na Bíblia é o anúncio feito pelos anjos
aos pastores de que o Salvador nascera. E depois diz: “E, de repente,
apareceu com o anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e
dizendo: ‘Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens,
a quem ele quer bem’” (Lc 2.13-14).
Glória a Deus, paz ao homem. Os anjos são enviados para deixar algo
muito claro: o Filho de Deus veio à sua criação para manifestar a glória de
Deus e reconciliar as pessoas, da alienação, à paz com Deus. Para
demonstrar a grandeza de Deus na salvação e tornar o homem alegre em
Deus.
Assim, quando chegamos em João 12, não nos surpreende quando
ouvimos Jesus em sua oração dizer que isso aconteceria no ponto mais
importante de sua vida terrena, a saber, sua morte e ressurreição. Que Deus
seria, de fato, glorificado no resgate de pecadores. Observe João 12.27-30:
— Agora a minha alma está angustiada, e o que direi? “Pai, salva-me desta hora”? [Sabemos
que ele se refere à hora de sua morte, pois no versículo 24 ele diz: “se o grão de trigo, caindo na
terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto”.] Não, pois foi precisamente
com este propósito que eu vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome.
Então veio uma voz do céu:
— Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei.
A multidão que ali estava e que ouviu aquela voz dizia ter havido um trovão. Outros diziam:
— Foi um anjo que lhe falou.
Então Jesus explicou:
— Não foi por minha causa que veio esta voz, e sim por causa de vocês.
No versículo 27, Jesus diz: “foi precisamente com este propósito que eu
vim para esta hora”. E qual é este propósito? Resposta: versículo 28, “Pai,
glorifica o teu nome”. É por isso que a minha morte se aproxima.
O Pai ouve a oração de Jesus e responde: “Eu já o glorifiquei e ainda o
glorificarei”. Ele acabara de glorificar o seu nome por meio de Jesus na
ressurreição de Lázaro (Jo 11.4,40) e agora o glorificaria na morte e
ressurreição de Jesus.
Não perca a ênfase no comprometimento de Deus em glorificar a Deus.
Não só Jesus ora para que Deus glorifique Deus, “Pai, glorifica o teu nome”
(v. 28), mas o próprio Deus diz: “Eu já glorifiquei o meu nome e ainda o
glorificarei”. Deus enviou anjos para dizer isso em Lucas 2, e o próprio Deus
diz isso em João 12.28: “Eu já o glorifiquei [o meu nome] e ainda o
glorificarei”.
A razão mais profunda pela qual vivemos para a glória de Deus é que
Deus age pela glória de Deus. Somos apaixonados pela glória de Deus
porque Deus é apaixonado pela glória de Deus.
O que faz disso tamanha boa-nova, especialmente no Evangelho de João,
é que a glória de Deus é cheia de graça e verdade. “E o Verbo se fez carne e
habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória
como do unigênito do Pai” (Jo 1.14).
O que há de mais glorioso em Deus é que ele é tão plenamente
autossuficiente que a glória da plenitude do seu ser transborda em verdade e
graça por suas criaturas. Ele não precisa de nós. E, portanto, em sua
plenitude, ele transborda por nós. Tamanha é a graça que recebemos no
Natal.
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7 DE DEZEMBRO
O que essa passagem nos ensina é que Deus colocou Jesus no cenário da
história para abençoar pessoas. “Na sua descendência, serão abençoadas
todas as nações da terra.”
Deus disse ao seu Filho no céu: “É chegada a hora; eu prometi bênção, e
agora é a hora de cumprir a minha promessa. Você será o emissário da
minha bênção. Eu quero que a bênção chegue ao mundo; tenho tanto para
compartilhar! Vá agora e abençoe o meu povo! Abençoe-os! Sim, abençoe
todos os povos da terra por meio do meu povo! Abençoe-os! Abençoe-os!”.
Você pode ver isso nos versículos 25 e 26, quando a bênção de Deus é
mencionada duas vezes. O versículo 26 diz explicitamente que Deus enviou
Jesus ao povo de Israel para abençoá-los. E, quando ele diz que Deus o
enviou primeiramente a Israel, significa que ele enviará a bênção a outros
depois disso. O versículo 25 deixa claro que esse era o objetivo de Deus na
aliança que fez com Abraão: “Na sua descendência, serão abençoadas todas
as nações da terra”. Bênção para os judeus e, depois, por meio deles — por
meio do Messias judeu —, bênção para todos os povos, o que inclui você.
Assim, eu digo a você que, nesta época do Advento, Deus está se
movendo em sua direção com bênção. Você está no versículo 25. Não
importa que dois milênios tenham passado. Com Deus, mil anos são como
um dia (2Pe 3.8). Com ele, é como se essa promessa tivesse sido feita dois
dias atrás. É por isso que a bênção ainda é atual para você. Se você se
aproximar dele em fé, receberá a bênção. É disso que se trata o Natal — a
maior bênção de todas.
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8 DE DEZEMBRO
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9 DE DEZEMBRO
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite. E eis que vinha com as nuvens do céu alguém
como um filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe
dado o domínio, a glória e o reino, para que as pessoas de todos os povos, nações e línguas o
servissem. O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será
destruído”.
Essa é a linguagem de reino, glória e soberania (Jo 3.13; 5.27; 6.62). Mas
esse título tem um tom diferente dos títulos Filho de Deus e Rei de Israel. Ele
soa mais inferior e ordinário. Assim, quando ele o usava, suas reivindicações
de reino, glória e soberania não soavam tão explícitas. Apenas aqueles que
tinham ouvidos para ouvir chegavam ao significado exaltado do termo
“Filho do Homem” quando Jesus o usava.
Assim, dessa vez não foram os líderes judeus que usaram o título para
levá-lo à cruz. O próprio Jesus o usou dessa maneira. O versículo-chave é
João 3.14-15: “E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim
também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o
que nele crê tenha a vida eterna”.
Pode-se, então, dizer que a maior glória que Natanael, ou você e eu, pôde
ver é a glória do Filho do Homem, o Senhor dos céus, cujo domínio não tem
fim, levantado numa cruz para morrer por pecadores.
Assim, quando você o vir nesta época do Advento como Filho de Deus,
Rei de Israel e Filho do Homem, certifique-se de que esteja vendo a morte
dele para dar-lhe a vida eterna e, portanto, veja-o de uma forma gloriosa.
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10 DE DEZEMBRO
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11 DE DEZEMBRO
Em João 3.16, Jesus nos ensina que o Deus que existe ama. Absorva essa
informação por um momento. O Deus que absolutamente é. Ama. Ele ama.
De todas as coisas que você pode dizer a respeito de Deus, não se esqueça de
dizer isto: ele ama.
O mesmo autor de João 3.16 diz em 1João 4.8: “Deus é amor”. O que
penso que significa pelo menos o seguinte: dar o que é bom e servir pelo
benefício dos outros está mais próximo da essência de Deus do que receber
e ser servido. Deus é alguém que não tem necessidade de nada. Deus se
inclina para atender às necessidades. Deus é um doador. Deus é amor.
Assim, Jesus nos diz mais especificamente o que ele quer dizer com amor
em João 3.16. “Deus amou o mundo de tal maneira […].” De “tal maneira”
aqui não significa uma quantidade de amor, mas uma forma de amar. Ele
não quer dizer “Deus amou muito”, mas “Deus amou desse jeito”. “Deus
amou de tal maneira” significa “Deus amou desse modo”.
Como? De qual maneira Deus amou? Ele amou a ponto de dar “o seu
Filho unigênito”. E sabemos que essa entrega foi uma entrega à rejeição e à
morte. “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Em
vez disso, eles o mataram. E Jesus disse a respeito de tudo isso: “Eu te [Pai]
glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer” (Jo 17.4).
Assim, quando o Pai deu o seu Filho unigênito, ele o entregou para morrer.
Esse é o tipo de amor que o Pai tem. É um amor que doa. Que dá o seu
mais precioso tesouro — o seu Filho.
Medite nisso neste Advento. Foi um amor muito custoso. Um amor muito
poderoso. Um amor rude e doloroso. O significado do Natal é a celebração
desse amor. “Deus amou o mundo de tal maneira […].” E o que é mais
espantoso: Deus dá esse custoso amor a um mundo de pecadores indignos
como nós.
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12 DE DEZEMBRO
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13 DE DEZEMBRO
Não há como expressar quão preciosos são os presentes de Deus, e por toda
a eternidade cantaremos sobre eles. Mas os presentes mais preciosos que
você consegue imaginar não são um fim em si mesmos. Todos eles levam ao
próprio Deus. Em última análise, esse é o propósito de todos os seus
presentes.
Veja o perdão, por exemplo. Quando Cristo se tornou o nosso servo
como resgate, ele retirou a maldição da lei e a ameaça de castigo de todos
aqueles que creem. Mas para qual propósito? Para que pudéssemos desfrutar
do pecado com impunidade? Não. Para que pudéssemos desfrutar de Deus
pela eternidade! O perdão é precioso porque ele nos leva ao nosso lar: a
Deus.
Por que queremos ser perdoados? Se a resposta é simplesmente por alívio
psicológico, ou somente para escapar do inferno, ou apenas para ter mais
prazeres físicos, então Deus não é honrado. Romanos 15.9 diz que o objetivo
de Cristo nos servir é para que os gentios “glorifiquem a Deus” por causa da
sua misericórdia. Mas, se exploramos a misericórdia de Deus como um
pretexto para desfrutar do pecado — ou até mesmo para desfrutar de coisas
inocentes —, Deus não recebe a glória devida. Deus recebe glória por
demonstrar misericórdia quando a sua misericórdia nos liberta para vê-lo
como o melhor presente da sua misericórdia — como a pessoa mais
aprazível do universo.
Assim, é bom para nós que Cristo tenha vindo em nome da verdade de
Deus, pois ele mesmo é a essência da misericórdia que prometera. E é bom
para nós que Cristo tenha vindo em nome da verdade de Deus, pois a sua
vinda mostra que Deus é fiel sobretudo a si mesmo; e ele confirma as
promessas de Deus e que tais promessas são promessas de misericórdia; e ele
nos mostra que ele mesmo é a essência da misericórdia que prometera.
Esse é o significado da sua vinda. Esse é o significado do Natal. Oh, que
Deus desperte o seu coração para uma profunda necessidade de
misericórdia como pecador! E que arrebate o seu coração com um grande
Salvador, Jesus Cristo. E que, então, liberte a sua língua para louvá-lo e
liberte as suas mãos para que a misericórdia dele brilhe por meio de você.
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15 DE DEZEMBRO
A alegria que eu busco não é a esperança de ficar rico com coisas que vêm de ti. Eu não vim a ti
pelas tuas coisas, mas por ti mesmo. E esse desejo eu agora intensifico e demonstro ao entregar
coisas na esperança de desfrutar mais de ti mesmo, não das coisas. Ao entregar a ti coisas das
quais tu não precisas e que eu posso desfrutar, estou dizendo mais sincera e autenticamente: “Tu
és o meu tesouro, não essas coisas”.
Penso que isso é o que significa adorar a Deus com presentes de ouro,
incenso e mirra.
Que Deus use a verdade desse texto e desperte em nós um desejo pelo
próprio Cristo. Que digamos do fundo do coração:
Senhor Jesus, tu és o Messias, o Rei de Israel. Todas as nações virão e se prostrarão diante de ti.
Deus governa o mundo a fim de que tu sejas adorado. Sendo assim, qualquer oposição que eu
possa encontrar, eu alegremente atribuo autoridade e dignidade a ti e trago os meus presentes
para dizer que só tu podes satisfazer o meu coração, não essas coisas.
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16 DE DEZEMBRO
A razão pela qual precisávamos que um resgate fosse pago em nosso favor é
porque nos entregamos ao pecado e fomos separados de um Deus santo.
Quando Jesus deu a sua vida em resgate, nossos mestres escravizadores — o
pecado, a morte e o diabo — tiveram que desistir de sua reivindicação sobre
nós. O resultado foi que nós podíamos ser adotados como família de Deus.
Paulo diz isso da seguinte forma em Gálatas 4.4-5: “quando chegou a
plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a
adoção de filhos”. Em outras palavras, a redenção, ou o resgate, nos liberta
para sermos parte da família de Deus. Nós tínhamos fugido e nos entregado
à escravidão. Mas Deus paga um resgate e nos redime da escravidão para
que retornemos à casa do Pai.
Para isso, o Filho de Deus teve que se tornar humano, de modo que
pudesse sofrer e morrer em nosso lugar para pagar o resgate. Esse é o
significado do Natal. Hebreus 2.14 apresenta isso da seguinte forma: “Visto,
pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também
Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o poder da morte”.
Em outras palavras, Cristo revestiu-se da nossa plena humanidade para
que pudesse morrer e, ao morrer, pagar o resgate e nos libertar do poder da
morte. E, assim, nos libertar para sermos incluídos em sua própria família.
O significado último do resgate é relacionamento. Seu relacionamento com
Deus, seu Pai misericordioso.
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17 DE DEZEMBRO
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18 DE DEZEMBRO
Eu ansiava grandemente por entender a epístola de Paulo aos romanos, e não havia empecilhos
senão aquela única expressão, “a justiça de Deus”, pois eu pensava que significava aquela justiça
pela qual Deus é justo e age justamente ao castigar o injusto. Minha situação era que, embora
fosse eu um monge impecável, estava diante de Deus como um pecador com a consciência
atormentada, e não tinha confiança de que meu mérito seria satisfatório para ele. Portanto, eu
não amava um Deus justo e irado, mas o odiava e murmurava contra ele. Ainda assim,
agarrava-me ao querido Paulo e tinha um grande desejo de entender o que ele quis dizer.
Noite e dia eu ponderava, até que vi a conexão entre a justiça de Deus e a declaração de que
“o justo viverá pela fé”. Então, compreendi que a justiça de Deus é aquela justiça pela qual, por
meio da graça e da absoluta misericórdia, ele nos justifica pela fé. Logo, senti-me renascido,
atravessando portas abertas no paraíso.
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19 DE DEZEMBRO
Deus não quer ser servido de nenhuma maneira que dê a entender que
estamos suprindo uma necessidade dele, ou auxiliando-o, ou oferecendo a
ele algo que já não possua por direito. “Quem primeiro deu alguma coisa a
Deus para que isso lhe seja restituído?” (Rm 11.35). “Se eu tivesse fome, não
teria necessidade de dizê-lo a você, pois meu é o mundo e a sua plenitude”
(Sl 50.12).
Portanto, de maneira alguma podemos negociar com Deus. Não temos
nada de valor que já não seja dele por direito. Não podemos oferecer-lhe
serviço. Seu carro nunca quebra. Nunca fica sem gasolina. Nunca fica sujo.
Ele nunca se cansa. Ele nunca fica deprimido. Ele nunca fica preso no
trânsito sem poder chegar aonde deseja. Ele nunca fica solitário. Ele nunca
tem fome.
Em outras palavras, se você quer o que Jesus tem para dar, você não pode
comprar. Você não pode oferecer nada em troca. Você não pode trabalhar
para ganhar. Ele já possui o seu dinheiro e tudo o que você tem. E, se você
trabalha, é apenas porque ele lhe deu a vida, o fôlego e tudo o mais. Tudo o
que podemos fazer é nos submetermos à sua espetacular oferta para ser o
nosso servo.
Essa submissão é chamada de fé — uma disposição a deixá-lo ser Deus.
Confiar nele como o Provedor, o Fortificador, o Conselheiro, o Guia, o
Salvador. E estarmos satisfeitos com isso — com tudo o que Deus é para nós
em Jesus. Isso é fé. E tê-la é o que significa ser cristão.
Natal significa: o Deus infinitamente autossuficiente veio não para ser
ajudado, mas para ser desfrutado.
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20 DE DEZEMBRO
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21 DE DEZEMBRO
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22 DE DEZEMBRO
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23 DE DEZEMBRO
Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e distantes. Estas transformarão as
suas espadas em lâminas de arados e as suas lanças, em foices. Nação não levantará a espada
contra nação, nem aprenderão mais a guerra.
Essa era a grande obra do Messias ainda a ser concluída. Sim, há inimigos na
terra que devem ser derrotados se queremos ter paz. Mas o grande inimigo
chamado pecado e juízo — esse é o maior e pior inimigo. O evangelho no
Natal é: Cristo colocou esse inimigo debaixo dos seus pés na cruz para que
todos que confiam nele tenham seus pecados atirados nas profundezas do mar.
Portanto, nós não dizemos “glória a nós”, mas: “Glória a Deus nas maiores
alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”.
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25 DE DEZEMBRO
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CONCLUSÃO
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Nasceu o Salvador! Deus recebe a
glória, e você recebe a paz
U M S E R M Ã O D E N ATA L
Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto servirá a vocês
de sinal: vocês encontrarão uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, de
repente, apareceu com o anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e dizendo:
“Glória a Deus
nas maiores alturas,
e paz na terra entre os homens,
a quem ele quer bem.” (Lc 2.11-14)
Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam
tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e
para ele. (Cl 1.16)
Para ele! Para a sua aparição. Para o dia da sua aparição. “Quando chegou a
plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei” (Gl 4.4). Isso aconteceu em um dia. O dia perfeito. Na plenitude do
tempo. O tempo perfeito marcado por Deus antes da fundação do mundo.
“Hoje lhes nasceu!”
“[…] na cidade de Davi […].” Isso aconteceu em uma cidade. Não em
Nárnia. Não na Terra Média. Não em uma galáxia muito, muito distante.
Aconteceu em uma cidade a cerca de dez mil quilômetros do Rio de Janeiro.
A cidade existe até hoje. Minha mãe morreu em um acidente de ônibus bem
perto dessa cidade. Essa cidade é real.
O nome da cidade é Belém (Lucas 2.4: “José também saiu da Galileia […]
até a cidade de Davi, chamada Belém”). Belém, a cerca de nove quilômetros
de distância de Jerusalém. Belém, a cidade onde Jessé viveu, pai de Davi, o
grande rei de Israel. Belém, a cidade sobre a qual Miqueias profetizou:
“E você, Belém-Efrata, que é pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de
você me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos,
desde os dias da eternidade”. (Mq 5.2)
Isso aconteceu em uma cidade. Uma cidade real, como a cidade onde você
mora.
Salvador, Messias, Senhor
“[…] o Salvador […].” “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador.”
O Salvador. Se você já pecou contra Deus alguma vez, precisa de um
Salvador. O anjo disse a José: “você porá nele o nome de Jesus, porque ele
salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21). Só Deus pode perdoar
pecados cometidos contra Deus. É por isso que Deus enviou o eterno Filho
de Deus ao mundo, porque ele é Deus. Foi por isso que Jesus disse: “o Filho
do Homem tem autoridade sobre a terra para perdoar pecados”. Portanto,
nasceu o Salvador.
“[…] que é Cristo […].” “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador,
que é Cristo.” Cristo é a versão em português de Christos, que significa “o
ungido”, que é também o significado de “Messias” (Jo 1.41; 4.25). Ele é
aquele há muito predito, há muito aguardado, o ungido acima de todos
(Sl 45.7). O último rei ungido. O último profeta ungido. O último sacerdote
ungido. Nele todas as promessas de Deus são “sim” (2Co 1.20)! Ele
cumpriria todas as esperanças e sonhos da piedosa Israel. E mais, muito
mais. Porque ele também é…
“[…] o Senhor.” “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é
Cristo, o Senhor.” O governante, o soberano, o poderoso Deus, o Pai eterno.
O Senhor do universo.
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o
seu nome será: “Maravilhoso Conselheiro”, “Deus Forte”, “Pai da Eternidade”, “Príncipe da
Paz”. Ele estenderá o seu governo, e haverá paz sem fim. (Is 9.6-7)
O Natal em resumo
O Senhor do governo infinito, universal, soberano. O Senhor de todos os
senhores.
Assim, eu exulto com você neste Natal por termos um grande Salvador,
Jesus, o Cristo, o Senhor, nascido em um dia numa cidade para nos salvar
dos nossos pecados — nossos muitos pecados.
Dois grandes propósitos para essas boas-novas
Quando o anjo anunciou essas novas aos pastores (Lc 2.11) e os direcionou
ao estábulo onde o bebê dormia, de repente um exército de anjos apareceu
no céu. Evidentemente, um anjo pode trazer as novas, mas um anjo não é o
bastante para reagir às novas. O significado dessas novas, o resultado último
dessas novas — isso exige um exército de anjos.
E, de repente, apareceu com o anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e
dizendo:
“Glória a Deus
nas maiores alturas,
e paz na terra entre os homens,
a quem ele quer bem.” (2.13-14)