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E TUDO VEM A SER NADA

Temos palácios pomposos Vai tudo numa carreira


Dos grandes imperadores, Envelhece a mocidade,
Ministros e senadores, A avareza e a vaidade
E mais vultos magestosos; É quer queira ou não queira;
Temos papas virtuosos Tudo se torna em poeira,
De uma vida regrada, Cá nesta vida cançada
Temos também a espada É uma lei promulgada
De soberbos generais, Que vem pela mão Divina,
O dever assim destina
Comandantes, Marechais,
E tudo vem a ser nada.
E tudo vem a ser nada.

Honra, grandezas, brazões;


Entusiasmos, bondades;
São completas vaidades
São perfeitas ilusões,
Argumentos, discursões;
Algazarra, palavrada,
Sinagoga, caçoada,
Murmúrios, tricas, censura,
Muito tem a criatura,
E tudo vem a
ser nada.
Silvino Pirauá de Lima

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