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MEISHU-SAMA: Na vida humana, não existe problema tão complicado e de difícil solução quanto
o amor. Em suma, o amor é a flor da vida e também o espinho. Existem aqueles que dizem que o
amor é soberano e também quem o considere como a causa da imoralidade. Do nosso ponto de
vista, ele realmente se posiciona acima de tudo e também é verdade que há casos em que ele pode
se tornar imoralidade. Apresentarei, a seguir, a nossa opinião sobre o amor.
O amor é a maior bênção que Deus atribuiu ao homem; é algo tão atraente que por mais que
apreciemos a sua beleza, não é suficiente. E quando o amor atinge o auge, ele se torna algo tão
perigoso, a ponto de uma pessoa não se importar em abandonar a vida. Por isso, podemos até dizer
que os romances e as peças teatrais não existiriam sem o amor. Caso ele não existisse neste mundo,
com certeza, a vida seria como um campo seco de um gélido inverno.
Entretanto, quando observamos a realidade, notamos que são mais numerosos os exemplos
de infelicidade do que de felicidade no amor. Brigas entre os homens, sofrimentos sem solução,
destruição do destino, suicídio por amor; homicídios e outros fatos desagradáveis, quase sem
exceção, têm a causa no mor. Podemos dizer que se trata de algo realmente terrível.
Sendo assim, escreverei, pelo ponto de vista religioso, a maneira correta de se lidar com o
amor.
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Esse problema não é tão difícil assim. É muito fácil. Podem achar isso estranho, mas em suma, o
amor, na realidade, deve ser inteligente, corajoso e verdadeiro. Primeiramente, vamos supor que se
estabeleça o amor entre um homem e uma mulher. Neste caso, não se deve deixar levar pela opinião
pessoal. Deve-se, sim, encarar objetivamente até o fim.
Para tanto, é preciso observar, em primeiro lugar, o resultado: pensar na futura felicidade e
infelicidade dos dois. Por exemplo, se o objetivo final for o casamento, constitui-se um bem e obter-
se-á felicidade. Mas se for sem pretensão de casamento, mas por diversão pura e simplesmente,
causada por um ímpeto momentâneo, no mínimo, a mulher ficará infeliz e por isso constitui-se um
mal.
Entretanto, a pessoa interessada poderá afirmar: "Para se amar, não se pode ficar pensando em bem
ou mal, ou qual será o resultado; é só amar. É só ter o ímpeto do amor irrefreável." Mas isto
constitui um amor cego, ou seja, significa que a pessoa foi tragada pelo amor. No caso de um
homem, significa que fora engolido por uma frágil mulher, ou seja, fora vencido por ela.
conseqüentemente, um fraco desse tipo não merece qualificação de homem. Será uma pessoa que
dificilmente terá chance de subir na vida. O que queremos dizer é que devemos, a todo custo, tragar
o amor. Assim fazendo, jamais haverá motivos para se cometerem erros. A mulher, por sua vez,
deve ter como alvo de respeito um homem assim e, então, o amor será mais profundo e haverá
satisfação. conseqüentemente, o nosso ponto de vista sobre o amor jamais é negativo. Ele é
realmente a flor da vida. Só que não se deve deixar dominar pelo amor; se conseguir dominá-lo,
jamais haverá erro.
Em termos gerais, é essa a filosofia do amor.
Tengoku no Fukuin (21/01/1950)
Suplemento 1
INTERLOCUTOR: Um jovem se apaixona e fica muito entusiasmado. Depois que esse amor
esfria, ele se apaixona por outra. isso constitui um pecado?
MEISHU-SAMA: Casou-se com o primeiro amor?
INTERLOCUTOR: Não, mas teve relações sexuais.
MEISHU-SAMA: Há muitos. Entretanto, dizer que gosta sem ter intenção de se casar, não é
correto. Na verdade, não é correto apaixonar-se sem intenção de casar. Não é um amor verdadeiro.
É momentâneo. É um covarde que ele próprio sabe que irá esfriar. Diverte-se com a mulher. (...)
Quem sai da linha, em suma, está dominado por Satanás. Até hoje, Satanás usava tais pessoas.
Daqui para frente, começarão a surgir pessoas diferentes, pois Satanás está se enfraquecendo, sabe?
Por isso, não se pode ter o pensamento e procedimento que se tinham até hoje. Aí reside o ponto
positivo ia Igreja Messiânica Mundial.
INTERLOCUTOR: As mulheres poderão ficar tranqüilas se arrumarem, como marido, fiéis da
Igreja Messiânica Mundial, não é? Meishu-Sama nos tem orientado severamente.
MElSHU-SAMA: A coisa não é bem assim. Se for uma pessoa que me ouve, a mulher poderá ficar
tranqüila. Caso contrário, é mais arriscado que o treino de humildade, pois Deus sempre nos testa.
Os que mesmo assim não despertam, Ele põe para ora. Não é que a própria pessoa desista ou saia
por vontade própria: Deus a põe para fora, pois tem livres poderes. Se a pessoa ficar ainda pior, Ele
põe um ponto final.
A causa principal da briga de um casal é o ciúme da mulher e, depois, a dificuldade financeira. Por
isso, se o chefe da família conscientizar-se dos motivos espirituais anteriormente citados, a causa do
ciúme irá desaparecer. E se ele se conscientizar que um casal é unido pela Vontade de Deus, e que
as relações extraconjugais constituem um pecado grave, não haverá outra alternativa, senão serem
bons maridos, boas esposas, enfim, um casal harmonioso. Isso não é invenção minha para tornar os
casais harmoniosos. É algo que me foi ensinado por Deus, acrescido de experiências que obtive
durante longos anos, de modo que afirmo não haver nem um pingo de mentira.
Vou enumerar, a seguir, os ensinamentos que se referem ao assunto, constantes na Bíblia:
- Não separe, pois, o homem o que Deus uniu (Mt 19-6).
- Deixará o homem o pai e a mãe para unir-se à mulher e os dois serão uma só carne (Mt 19-5).
- Não cobiçarás a mulher de teu próximo (Dt 5-21)
Suplemento 1
A) MEISHU-SAMA: É bom que o Bem vença, mesmo que seja um pouco. Mesmo que haja 99%
de Mal, se houver 100% de Bem, está bom. Basta que o Mal não extrapole o círculo. Dizer que
gosta daquela mulher, não tem importância, enquanto isso estiver só no pensamento, mas se tocá-la,
significa que já saiu do limite.
INTERLOCUTOR: Mesmo que a mulher fique contente?
MEISHU-SAMA: Mesmo que fique contente. No seu caso também, se a esposa vir, o que
acontecerá?
INTERLOCUTOR: E no caso de não ser casado?
MEISHU-SAMA: Mas é preciso que haja intenção de se casar.
Gossuiji-roku no 4 (08/11/1951)
B) MEISHU-SAMA: "Apaixonei-me por aquela mulher. É uma mulher atraente." Pensar assim
não faz mal, pois não tem jeito. Se bem que no cristianismo, isso constitui adultério. Entretanto, se a
tocarmos, cometeremos pecado.
C) INTERLOCUTOR: No cristianismo, fala-se que ver uma mulher e sentir-se atraído por ela é
o mesmo que cometer adultério. Mas, naquela época, era assim?
MEISHU-SAMA: Em suma, no cristianismo, também existem o Daijo e o Shojo. Essa
interpretação é do Bem de Shojo. Era preciso pregar o Bem de Shojo. Às pessoas de caráter Shojo,
precisa-se pregar o Bem de Shojo, pois é perigoso pregar só o Daijo.
Sentir é inevitável e se assim não o fosse, poderíamos reclamar para Deus. "Oh, aquela é uma
mulher atraente." Esse sentimento de admiração foi criado por Ele e se não fosse permitido, é
melhor que Ele não o tivesse criado.
Suplemento 2
Dizem que a fé é amor, mas existem vários tipos de amor: amor correto, amor incorreto, amor
amplo, amor limitado, etc. É por isso que os que possuem fé não podem deixar de ter um
entendimento correto sobre o amor.
Em primeiro lugar, darei exemplos de amor correto. Nele se inclui o amor no lar - entre marido e
mulher, entre pais e filhos, entre irmãos, etc. - e o amor relativo às demais pessoas, tais como
amigos, parentes ou conhecidos. Por mais que esse tipo de amor aumente, não há nenhuma censura
a fazer. O problema é o amor incorreto.
Obviamente, o amor incorreto é o oposto do anterior: quebra a hamonia entre marido e mulher,
esfria as relações entre pais, filhos e irmãos, causa desentendimentos entre amigos e parentes,
distancia as relações, etc. Isso é muito freqüente na sociedade, sendo causado pelo amor incorreto,
ou pelo amor escasso.
Essa é uma classificação genérica do amor correto e do amor incorreto. Entretanto, entre esses tipos
de amor, o que talvez precisa ser mais analisado é o amor-paixão. Como já tive oportunidade de
explicar, mesmo nesse tipo de amor existe o correto e o incorreto. Naturalmente, o amor de jovens
puros, que objetivam o casamento, é um amor-paixão correto. Mas o amor-paixão muito freqüente
na sociedade, motivado por um impulso momentâneo, fútil, isto é, amor intempestivo como uma
febre tropical, é amor incorreto. Em suma, o amor-paixão não embasado na Inteligência Superior
(###Vide página 36 "Luz da Inteligência" e página 37 "As cinco Inteligências"###) é amor
incorreto. Se ele progride demais, invariavelmente gera situações trágicas. Isto porque, apesar de a
pessoa ter esposo ou esposa, o amor-paixão é dirigido para terceiros. Existem pessoas que acabam
caindo num destino catastrófico para o resto de seus dias e até perdem a vida por causa de um
prazer de pouca duração. É por isso que devem acautelar-se ao máximo, pois não há nada que cause
tão grandes prejuízos como esse tipo de amor-paixão.
Fiz uma crítica bem simples a respeito do bem e do mal no amor-paixão. Agora desejo explanar
sobre a amplitude do amor. Como eu disse anteriormente, o amor entre familiares e o amor pelas
coisas que nos rodeiam é amor de caráter "Shojo" (restrito), que pertence ao grupo do amor-próprio,
sendo mais freqüente nas pessoas comuns. É inerente ao tipo comum das pessoas boas, existindo,
também, nos agnósticos; quanto a estes, não tenho nada de especial a comentar, mas, em se tratando
de verdadeiras pessoas de fé, é totalmente diferente. O amor dos que têm fé é "Daijo", ou seja,
altruísta. Este amor "Daijo" ampliado ao máximo é o amor à humanidade, é o amor ao mundo.
Devemos atentar para o fato de que os japoneses, até o fim da Segunda Guerra Mundial, não
conheciam o verdadeiro amor "Daijo". Para eles, a mais ampla e elevada forma de amor era o amor
à pátria. Como todos sabem, seu maior objetivo consistia em dar a vida por ela, mas, como se
tratava de amor "Shojo", resultante da crença de que isso era o que havia de mais importante,
causou a lamentável situação em que o Japão se encontra atualmente. Portanto, como o amor
limitado a um povo ou a uma classe não é verdadeiro, mesmo que se prospere por um momento,
inevitavelmente acaba-se fracassando. Conseqüentemente, como eu disse antes, por mais que as
pessoas se esforcem com um objetivo limitado, afirmando pertencer a esta ou àquela ideologia, não
há possibilidade de grande sucesso. Tratando-se de ideologia, só o cosmopolitismo é verdadeiro.
Nesse sentido, para que a religião seja aceita como a verdadeira salvação, ela também deve ser de
caráter universal. É por esse motivo que a nossa Igreja teve seu nome completado com a palavra
Mundial.
18 de outubro de 1950