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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

CURSO DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES
3RA

Disciplina: Regulamentos de Telecomunicações e Interligação

Tema do Trabalho: Gestão do espectro de frequências

Discente: Cezerilo Mahunguana

Didier Juma

Fernando Mahumane

Docente: Eng. Marita Chinay

Maputo, Dezembro de 2021


Índice

Introdução...................................................................................................................................................3
Objectivos....................................................................................................................................................4
Geral........................................................................................................................................................4
Específicos...............................................................................................................................................4
Conceito de espectro de frequências..........................................................................................................5
Gestão de espectro radioeléctrico...............................................................................................................7
Entidades reguladoras das Comunicações...................................................................................................8
União Internacional das Telecomunicações UIT......................................................................................8
Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique INCM...............................................................10
Conclusão..................................................................................................................................................16
Bibliografia................................................................................................................................................17
Gestão do espectro e frequências

Introdução

O uso crescente das radiocomunicações, com recurso ao espectro radioeléctrico, devido em


particular à necessidade progressiva de mobilidade, bem como as oportunidades que esta
utilização pode criar para o desenvolvimento da sociedade, fazem ressaltar a importância do país
dotar-se de um sistema eficaz de gestão do espectro. Por esse motivo, e por ser pertinente que
quem deseja formar-se como Engenheiro de telecomunicações conhecimentos sobre quais as
entidade regulam as comunicações/ ou o uso do espectro, o presente trabalho apresenta as
entidades responsáveis pela regulação e gestão do espectro radioeléctrico a nível nacional e
internacional.
Mas para uma melhor compreensão do assunto abordado, antes são apresentados alguns
conceitos referentes ao espectro de frequências.

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Gestão do espectro e frequências

Objectivos

Geral

 Compreender os princípios que regem o processo de gestão do espectro de frequências.

Específicos

 Apresentar uma definição de espectro de frequências;


 Diferenciar espectro electromagnético do espectro radioeléctrico;
 Apresentar as entidades reguladoras das telecomunicações a nível internacional e
nacional.

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Gestão do espectro e frequências

Conceito de espectro de frequências.

Segundo Ross. Et al (1980 em Pinheiro 2015), o chamado espectro electromagnético é o


conjunto de todas as frequências contidas na radiação electromagnética. A energia ou radiação
electromagnética comporta ondas de luz e ondas de rádio, que são transmitidas na forma de
campos eléctricos e electromagnéticos oscilantes, em formato semelhante ao de uma onda, a uma
velocidade de 300 mil km/s. A taxa de oscilação é expressa em ciclos por segundo e essa taxa
constitui o que se chama de frequência do espectro.

O espectro é comummente descrito em termos de sua frequência, que é o número de ondas ou


oscilações completas que passam determinado tempo por segundo. O conceito de frequência é de
fundamental importância para a regulação do espectro, já que é a frequência do espectro que
determinada sua utilidade e sua susceptibilidade à interferência. Essa frequência é medida pela
escala Hertz, em que 1 Hertz significa a passagem de uma onda a cada segundo. As ondas do
espectro electromagnético movem-se à velocidade da luz, uma velocidade constante e, portanto,
o comprimento da onda e sua frequência são inversamente proporcionais, ou seja: a frequência é
igual à velocidade da onda dividida pelo seu comprimento.

Cada sistema de comunicação opera dentro de uma faixa de frequências predefinida, a qual está
incluída no espectro de frequências que engloba todas as faixas de irradiação electromagnética.
As divisões do espectro são apresentadas na figura abaixo

Figura 1: Espectro electromagnético [Fonte: Badinham, L. Carvalho, A. (2011)]

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Gestão do espectro e frequências

O espectro radioeléctrico propriamente dito, tema deste trabalho, está contido e compreende
apenas uma pequena parte do espectro electromagnético. O espectro electromagnético inclui,
além do espectro radioeléctrico, os raios-X, a luz visível e os raios gama. O objecto de estudo do
presente trabalho se restringe, dessa forma, ao espectro radioeléctrico e não ao conjunto
completo do espectro electromagnético. O espectro radioeléctrico ocupa apenas pequena porção
do espectro electromagnético, porção essa que se estende dos 3 kilohertz (KHz) aos 300
Gigahertz (GHz). A União Internacional de Telecomunicações – UIT, por exemplo, define o
espectro radioeléctrico como todas as frequências abaixo de 300 GHz.

Segundo o anexo I do regulamento de Radiocomunicações, da publicação oficial da república de


Moçambique, do dia 26 de Novembro de 2018, o Espectro radioeléctrico é conjunto de ondas
electromagnéticas que se propagam pelo espaço sem guia artificial e cujos limites se fixam
convencionalmente entre os 3kHz até 300GHz.
Do ponto de vista técnico, portanto, são no presente trabalho as questões concernentes ao
espectro que se estende de 3 KHz a 300 GHz, definido tecnicamente como a faixa do espectro
electromagnético que compreende o espectro radioeléctrico, e cujas utilidades vão desde a
navegação aeronáutica e sistemas de navegação marinha, ao rádio, à televisão e, mais
recentemente à telefonia móvel e à banda larga móvel para aceder à Internet.

Tabela 1: Tabela classificação das ondas de rádio [Fonte: Nascimento (1992)]

Sigla Frequências Ondas Faixas de


frequências
VLF Muito baixas Muito longas 3 KHz à 30 kHz
LF Baixas Longas 30 kHz à 300 KHz
MF Medias Medias 300 KHz à 3 MHz
HF Altas Curtas 3 MHz à 30 MHz
VHF Muito altas --------- 30 MHz à 300 MHz
UHF Ultra-elevadas --------- 300 MHz à 3 GHz
SHF Super elevadas Microondas 3 GHz à 30 GHz
EHF Extremamente Microondas 30 GHz à 300 GHz
elevadas

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Gestão do espectro e frequências

Tabela 2: Tabela características principais das ondas de rádio [Fonte: Nascimento (1992)].

Frequência Modo de propagação Alcance Variação


Menor do que 3 MHz Ondas terrestres (é Inversamente Pequena
(VLF, LF, MF) usada exclusivamente à proporcionais à
polarização vertical) frequência do sinal.
Necessita potência
elevada
Entre 3 MHz e 30 Ondas Ionosféricas e Proporcional à Depende da hora do
MHz (HF) ondas directas (nas frequência dia e da estacão do
frequências mais ano
elevadas)
Acima de 30 MHz Ondas directas Depende da altura das Muito pequena
(VHF, UHF, SHF e antenas
EHF)

As faixas de frequências em que se concentram os principais serviços de telecomunicações são:

a) VHF (very high frequency ou frequência muito alta) – Faixa entre 30 MHz e 300 MHz, na
qual estão os serviços de radiodifusão comercial FM e os canais 2 a 13 de TV.
b) UHF (ultra high frequency ou frequência ultra-alta) – Faixa entre 300 MHz e 3 GHz, com
destaque para os canais de TV transmitidos por UHF e de telefonia celular.
c) SHF (super high frequency ou frequência super alta) – Faixa entre 3 GHz e 30 GHz,
destinadas às transmissões via satélite nas bandas “C” (TV aberta, telefonia e dados) e “Ku” (TV
por assinatura), alem de frequências para rádio digital.

Gestão de espectro radioeléctrico

Em todo mundo a gestão do espectro de frequências é atribuída às autoridades reguladoras, que


irão monitorar o uso correcto do espectro por parte das diferentes estacões de rádio.

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Gestão do espectro e frequências

Entidades reguladoras das Comunicações

As entidades reguladoras podem exercer suas funções a nível nacional, regional e internacional. Como
exemplo dessas entidades temos:

 CTO
 UIT
 UPU
 AICEP
 CRASA
 UAT
 ARCTEL-CPLP
 INCM
 AGER
 ANAC
 ANCOM
 ANTEL
 ANC
 BROCRA
 FCC
 ARN
 ICASA
 INACOM

Dentre as entidades acima mencionadas, importa destacar duas, o INCM (entidade Nacional) e a UIT
(entidade internacional). Estas são abordadas com maiores detalhes nos parágrafos a seguir.

União Internacional das Telecomunicações UIT

A UIT é a agência especializada da ONU para tecnologias de informação e comunicação.


Dedica-se para que até mesmo as regiões mais desfavorecidas do mundo tenham acesso às
tecnologias de informação e comunicação e desenvolve padrões que garantem a interconexão das
redes e tecnologias.
A UIT foi fundada como união internacional de telégrafos em Paris, no dia 17 de Maio de 1865 e
é hoje a organização internacional mais antiga do mundo, é desde 1947 uma agência
especializada das Nações Unidas.

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Gestão do espectro e frequências

A UIT é o centro do sector das TIC’s, e permite que o sistema de comunicação global seja
confiável e esteja em evolução, esta união aloca as órbitas globais de espectro radioeléctrico e de
satélite.
Os padrões, protocolos e acordos internacionais da UIT são a base do sistema global de
telecomunicações, coordena satélites em todo mundo através da gestão do espectro e orbitas,
tornando possível comunicar até em zonas remotas. A UIT torna possível o acesso a internet, e
através de canais de comunicação de emergência, normas técnicas para sistemas de alertas
prévio, apoia as comunicações na sequência de catástrofes e emergências.
A UIT também trabalha com a indústria para definir as novas tecnologias de apoio as redes e
serviços futuros, protege a revolução móvel através de padrões técnicos e possibilitando o acesso
móvel e banda larga.

1. Estrutura Organizacional da UIT

A união internacional das telecomunicações é composta por três principais áreas de actividade
que funcionam na base de conferências e reuniões, que são:

Área das Radiocomunicações: A área das Radiocomunicações da UIT (UIT-R) gere o vasto e
crescente leque de serviços de radiocomunicações e espectro de radiofrequências e órbitas de
satélites Internacionais. As comunicações sem fio têm apresentado um crescimento muito grande
desse modo há necessidade de soluções para atender a necessidade adicional de atribuição de
recurso de espectro radioeléctrico e padrões harmonizados para melhorar a interoperabilidade.
Devido ao UIT-R os satélites permitem chamadas telefónicas, programas de televisão, navegação
por satélite e mapas online, os serviços espaçais permitem monitorar e transmitir mudanças em
dados como temperatura do oceano, gases estufa, ajudando-nos a prever o caminho de um
furacão ou medida com que o clima global esta mudando

Área de Normalização: A área de normalização da união internacional das telecomunicações


(UIT-T) estabelece os padrões fundamentais para o funcionamento das redes de tecnologias de
informação e comunicação e sem esses padrões não seria possível por exemplo, fazer uma
chamada telefónica ou navegar na internet nos moldes que tem sido visto nos dias de hoje. Para

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Gestão do espectro e frequências

aceder à internet, protocolos de transporte, compressão de voz e vídeo, redes domésticas e


muitos outros aspectos das TIC’s, vários padrões da UIT permitem que os sistemas funcionem
local e globalmente.

Área de Desenvolvimento: A área de desenvolvimento de telecomunicações da UIT (UIT-D)


oferece aos interessados uma plataforma para expansão de sua presença em mercados
emergentes, ensinando a por boas políticas em prática demonstrando a liderança global das
tecnologias de comunicação. A UIT-D defende uma série de iniciativas importante que tem
como finalidade colmatar a divisão digital e publica regularmente dados estatísticos sobre as
TIC’s de forma mais abrangentes e confiáveis.

2. Membros da UIT

A UIT representa várias corporações a volta do mundo todo, a partir de fabricantes de larga
escala até pequenos e inovadores agentes trabalhando com novas tecnologias emergentes. Todos
estão engajados, envolvidos e comissionado pelas actividades da UIT.
A UIT é a única entre as agências da ONU com membros do sector público e privado, é
constituída por 193 estados membros, reguladores de TIC’s, instituições académicas e cerca de
700 empresas de tecnologia, incluindo o INCM.

Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique INCM

Segundo o anexo I do Regulamento das Radiocomunicações publicado ao 26 de Novembro de


2018, o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique é a Instituição pública que
desempenha as funções de regulação, supervisão, fiscalização e representação do sector de
telecomunicações.

1. Historial sobre a criação do INCM

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Gestão do espectro e frequências

Com o advento da independência nacional, foi imperativa a criação de instituições que


expressassem a realidade político-económica da então recém-formada Republica popular de
Moçambique. Em 1982 deu-se a separação dos correios e das telecomunicações, e com o decreto
22/92, 23/92, 24/92 de 10 de Setembro cria-se o Instituto Nacional das Comunicações de
Moçambique (INCM) juntamente com os decretos 23/92 e 24/92 de 10 de Setembro que criam a
Empresa Nacional Telecomunicações de Moçambique (TDM) e Empresa Nacional Correios de
Moçambique (CDM), o que representava claramente uma distinção entre funções políticas,
regulativas e operacionais.
O Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique tem actividades bastante específicas que
resumem exactamente o que é regulação, que segundo os mesmos seria “o estabelecimento de
regras pelo estado, utilizando o seu poder coercivo no mercado, a fiscalização do cumprimento
dessas regras e punição de actos ilegais.”

2. Estrutura organizacional do INCM

Segundo informações disponíveis no site oficial do – www.incm.gov.mz - o INCM conta hoje


com cerca de 130 funcionários, distribuídos pela sede (Maputo), Delegação Provincial de Sofala
(Beira), Delegação Provincial de Nampula (Nampula), Delegação Provincial de Tete (Tete) e
Delegação Provincial de Zambézia (Quelimane).
O INCM está sob tutela do ministro responsável pela área das comunicações, gozando da
autonomia administrativa (capacidade para praticar actos administrativos próprios), financeira
(capacidade de decidir as suas despesas e seu orçamento) e dos poderes de actuação e de
atribuições adequadas para a tomada de decisões pelo mesmo.

3. Funções do INCM

O espectro de frequências de rádio é um recurso natural, por essa ordem é de domínio público,
porém como o estabelecido na lei das telecomunicações no artigo 21, a gestão, administração e
controlo deste recurso no nosso país compete ao INCM. O seu uso é sujeita a licença como diz o

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Gestão do espectro e frequências

artigo 23 da lei das telecomunicações, licença atribuída pelo INCM decidida sobre realização de
concurso público.

No âmbito de regulação, desenvolvimento dos sectores postal e de Telecomunicações cabe ao INCM

 Submeter os projectos de legislação e regulamentação necessários para o funcionamento


destes sectores, e dar o parecer sobre projectos de legislação e regulamentação propostos
por outros organismos e entidades;
 Regular os serviços postal e de telecomunicações para servir da melhor forma e
contribuir para o desenvolvimento económico e social do pais;
 Regular a interligação das redes e a s condições de interoperabilidade dos serviços de
telecomunicações de uso publico;
 Controlar, acompanhar e proceder à revisão de tarifas dos serviços público de
telecomunicações;
 Fiscalizar a qualidade dos serviços prestados pelos operadores se prestadores de serviços
postal e de telecomunicações de uso público;
 Promover a livre concorrência na prestação de serviços postais e de telecomunicações,
prevenir e agir a medida contra práticas abusivas anticoncorrenciais;
 Realizar estudos do desenvolvimento dos sectores postal e de telecomunicações;
 Atribuir, renovar e alterar licenças para o estabelecimento e exploração de redes e
serviços de telecomunicações ou registar nos casos previstos na lei;
 Licenciar a exploração de serviços postais;

4. Tipos de serviços das radiocomunicações

Serviços de radiocomunicações são todos serviços que implicam a transmissão, a emissão ou


recepção de ondas radioeléctricas com fins específicos de telecomunicações.
Serviço fixo - Todo serviço de radiocomunicações entre pontos fixos determinados.

Serviço Móvel Terrestre - É todo aquele que se dá entre estacões móveis e estacões terrestres,
ou entre estacões móveis.

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Gestão do espectro e frequências

Serviço Móvel Marítimo - Serviço móvel entre estacões costeiras e estacões de navios, entre
estacões de navios, ou entre estacões de bordo associadas’

Serviço Móvel Aeronáutico - Serviço móvel entre estações aeronáuticas e estacões de aeronave,
ou entre estacões de aeronaves, no qual podem também participar estacões de salvamento.

Serviço Amador - Serviço de radiocomunicações que tem por objectivo a instrução individual, a
intercomunicação e o estudo efectuado por amadores, isto é, pessoal autorizado interessado pelas
técnicas de rádio.

Serviços de Radiocomunicações - são aqueles que envolvem a utilização de uma ou mais


estacões espaciais ou a utilização de um ou mais satélites reflectores ou outros ojectos no espaço.

O Regulamento das Radiocomunicações de 26 de Novembro de 2018 regula os seguintes


serviços de radiocomunicações:

 Serviço fixo
 Serviço fixo por satélite
 Serviço móvel
 Serviço móvel aeronáutico
 Serviço móvel aeronáutico por satélite
 Serviço móvel marítimo
 Serviço móvel marítimo por satélite
 Serviço de movimento de barcos
 Serviço móvel por satélite
 Serviço móvel terrestre
 Serviço móvel terrestre por satélite;
 Serviço de operações portuárias;
 Serviço de radioamador;

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Gestão do espectro e frequências

 Serviço de radioamador por satélite;


 Serviço de radioastronomia;
 Serviço de radiodeterminação
 Serviço de radiodeterminação por satélite;
 Serviço de radiodifusão;
 Serviço de radiodifusão por satélite;
 Serviço de radiolocalização;
 Serviço de radiolocalização por satélite;
 Serviço de radionavegação;
 Serviço de radionavegação aeronáutica;
 Serviço de radionavegação aeronáutica por satélite;
 Serviço de radionavegação por satélite;
 Serviço de ajuda à meteorologia;
 Serviço espacial;
 Serviço experimental;
 Serviço de exploração da terra por satélite;
 Serviço de frequências padrão e de sinais horários;
 Serviço de frequências padrão e de sinais horários por satélite;
 Serviço de investigação espacial;
 Serviço de meteorologia por satélite;
 Serviço de segurança;

5. Utilização de estacões de Radiocomunicações

Segundo o artigo 5 do regulamento das Radiocomunicações de 26 de Novembro de 2019, a


utilização de estacões de radiocomunicações está sujeita a licenciamento, nos termos da
legislação em vigor aplicável. Compete à autoridade Reguladora, por um período limitado,
autorizar a utilização de espectro radioeléctrico para a realização de ensaios técnicos e de
estudos científicos em observância da legislação aplicável

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Gestão do espectro e frequências

Constituem obrigações do utilizador de estacões de radiocomunicações, sem prejuízo de


demais legislação aplicável, as seguintes:
a) Usar as frequências consignadas dentro dos parâmetros estabelecidos;
b) Utilizar as estacões para os fins a que foram autorizados;
c) Manter as estacões de radiocomunicações em bom estado de funcionamento de modo a
não provocar interferências prejudicais;
d) Respeitar as condições de instalação e utilização de equipamentos de radiocomunicações
impostas pela legislação em vigor;
e) Proceder à liquidação das taxas aplicáveis nos prazos fixados nos termos da legislação
em vigor;
f) Permitir o acesso dos age tês de fiscalização aos locais de instalação dos equipamentos de
radiocomunicações e acessórios para o efeito e vistoria das mesma;
g) Utilizar as estacões de radiocomunicações de acordo com os parâmetros técnicos fixados
pelo regulamento das radiocomunicações vigente e demais legislações regionais e
internacionais de radiocomunicações;
h) Colocar em todas as estacões fixos, em locais bem visíveis, uma placa da qual conste a
identificação do utilizador e o contacto de quem possa facultar o acesso às instalações;
i) Nos locais de instalação de estacões fixas de radiocomunicações e as torres que suportam
as antenas são obrigadas a afixação de sinalização luminosa informativa que alerta sobres
os riscos da referida instalação de acordo com a regulamentação especifica.

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Conclusão

Com a realização do presente trabalho foi possível verificar que o termo espectro nas
radiocomunicações refere-se ao espectro radioeléctrico e não ao espectro electromagnético no
seu todo. Foi também possível notar a importância da existência de entidades reguladoras de
comunicações ao nível nacional mas também internacional visto que o desenvolvimento das
comunicações tem impacto directo nas sociedades, não apenas pelas facilidades que estas podem
trazer, mas também pelo impacto que estas podem causar à economia dos países.

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Bibliografia

 Badinham, L. Carvalho, A. (2011). Electrónica: telecomunicações. São Paulo: Fundação Padre


Anchieta

 Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique. (2018). Relatório de regulação das


comunicações: situação das comunicações em Moçambique. Recuperado em 16 de Agosto,
2019, de http://www.incm.gov.mz/index.php/legislacao/legislacao-radiocomunicacoes

 Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique. (2018, Novembro 26). Regulamento de


Radiocomunicações. Imprensa Nacional de Mocambique, E.P. Disponivel em:
http://www.incm.gov.mz/index.php/legislacao/legislacao-radiocomunicacoes

 Nascimento, J. (1992). Telecomunicações. São Paulo: Makron books do Brasil Editora Ltda

 Pinheiro, G. (2015). A Regulação do espectro de radiofrequências no Brasil: Uma visão pública


sobre a perspectiva dos bens públicos. Universidade de Brasília, Brasil

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