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A mensagem consiste na expressão física da informação produzida pela fonte, podendo ter

origem em pessoas ou máquinas e aparecer sob forma acústica, luminosa ou eléctrica.


A mensagem tem de ser convertida e processada de forma a obter-se um sinal que transporte a
informação eficientemente.

Compete ao emissor alterar as características deste sinal para que possa ser transmitido sobre o
canal de transmissão, tendo em conta as suas limitações.
O canal, por sua vez, suporta a conexão entre o emissor e o receptor, recorrendo a um par de
fios de cobre, um cabo coaxial, um feixe de luz ou uma onda de rádio.

No processo de comunicação alteram-se as características do sinal e adicionam-se outros sinais


que afectam o sinal recebido.

Na recepção, para recuperar a mensagem de saída, procede-se às operações inversas da


emissão, tendo em conta os efeitos introduzidos na cadeia.

Esta é uma breve explicação do princípio de operação de uma ligação de telecomunicações,


que naturalmente esconde a grande complexidade dos processos subjacentes em muitos casos,
que coloca enormes desafios tecnológicos e operacionais.

Fundamentos de Telecomunicações
Quando um sistema de comunicações não utiliza modulações diz-se que trabalha em “banda
base”. Neste caso, a banda de trabalho do canal coincide com a banda do sinal. Um exemplo
de comunicações em “banda base” é o da transmissão dos sinais telefónicos, na banda de
áudio, entre a central e o equipamento do assinante. Outro exemplo ocorre com as fibras
ópticas, em que se utilizam impulsos de luz correspondentes aos níveis eléctricos de sinais
digitais em banda base.
Quando se utiliza uma modulação, gera-se um novo sinal que ocupa uma banda de frequência
diferente, a que se chama “banda do canal”. A transmissão em redes de TV por cabo e as
emissões de rádio através do espaço livre são exemplos de transmissões na “banda do canal”.
Neste último caso de propagação electromagnética através do espaço livre, é mesmo
indispensável recorrer a uma modulação, uma vez que é necessário utilizar antenas. Como as
antenas, por razões de eficiência, devem ter uma dimensão da ordem do comprimento de onda,
para transmitir sinais de baixas frequências, por exemplo sinais áudio, seria necessário utilizar
antenas de enormes dimensões para transmitir em “banda base”.

Fundamentos de Telecomunicações
A figura mostra as frequências do espectro electromagnético utilizadas em sistemas de
telecomunicações, quer em banda base, quer em bando do canal.
As frequências utilizadas em radiocomunicações vão desde dezenas de kHz até dezenas de
GHz. As diversas bandas são conhecidas por designações que foram adoptadas pela União
Internacional de Telecomunicações (UIT), correspondendo cada uma delas a um intervalo de
uma década de comprimentos de onda.

Intervalo de comprimento de
Designação
onda / frequência
10 km - 1 km
LF Low Frequency
30 kHz - 300 kHz
10 hm - 1 hm
MF Medium Frequency
300 kHz - 3 MHz
10 dam - 1 dam
HF High Frequency
3 MHz - 30 MHz
10 m - 1 m
VHF Very High Frequency
30 MHz - 300 MHz
10 dm - 1 dm
UHF Ultra High Frequency
300 MHz - 3 GHz
SHF Super High Frequency 10 cm - 1 cm
(ondas centimétricas) 3 GHz - 30 GHz
EHF Extremely High Frequency 10 mm - 1 mm
(ondas milimétricas) 30 GHz - 300 GHz

Fundamentos de Telecomunicações
Nas comunicações digitais, o número de sinais (símbolos) diferentes é finito e a sua forma é
conhecida do desmodulador: aumenta-se a robustez ao ruído mas é necessário uma maior
ocupação de banda.

Em termos gerais, poderemos estabelecer a seguinte comparação entre comunicações


analógicas e digitais.

As comunicações analógicas são:


- pouco complexas;
- eficientes em termos de ocupação de banda;
- muito sensíveis ao ruído.

As comunicações digitais são:


- mais complexas;
- robustas relativamente ao ruído;
- mais adaptadas aos sinais de natureza digital.

Fundamentos de Telecomunicações
Vejamos alguns exemplos de partilha de recursos.

Multiplexagem de frequências
- programas de televisão difundidos pelo espaço livre ocupando canais distintos
- as modulações são um requisito indispensável para permitir a transmissão simultânea de
mais do que um sinal em bandas não sobrepostas, através do mesmo meio.
Multiplexagem temporal
- um mesmo computador acede a vários servidores da Internet por um único canal, sendo
a informação inserida em pacotes distintos, transmitidos sequencialmente
- embora não sendo estritamente necessário, a utilização de comunicações digitais facilita
a multiplexagem temporal, dado que, de um modo geral, é necessário memorizar a
informação, de forma a aguardar a sua oportunidade de transmissão.
Multiplexagem espacial
- um cabo telefónico é constituído por numerosos pares distintos (por vezes milhares),
cada um deles suportando uma comunicação individual
- uma separação geográfica razoável permite que vários canais reutilizem a mesma
frequência (por exemplo, uma rádio local no norte e uma outra no sul do país).

Muitas vezes, a necessidade de canais é tal que se utilizam duas ou mesmo as três técnicas de
multiplexagem. Consideremos um exemplo corrente de comunicações móveis GSM:
- multiplexagem de frequências: a banda dos 900 MHz utilizada neste sistema está
dividida em 124 canais não sobrepostos;
- multiplexagem temporal: num mesmo canal, podem comunicar 8 utilizadores distintos,
cada um no seu intervalo de tempo;
- multiplexagem espacial: o espaço geográfico é dividido em células, podendo células
relativamente afastadas reutilizar as mesmas frequências.
Fundamentos de Telecomunicações
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