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Segredos em Terapia de Casal

Segredo na Terapia de Casal

Professora
Professora MarisaMarisa
VerdolinVerdolin

“Segredos não são só


segredos; são armas
guardadas na manga até o
momento oportuno de
serem utilizadas...”

Pretty Little Liars

Ciclo CEAP 1
Segredos em Terapia de Casal

I. Introdução

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

I. Introdução
Segredo é um tema comum na vida de todos nós. Quem não tem ou nunca teve
segredos? Quem desconhece os custos de mantê-los e de tê-los revelados?

Mas em se tratando da Terapia de Casais, o tema segredo surge como um desafio que
exige do terapeuta o desenvolvimento de habilidades específicas.

Embora o segredo seja um tema frequente na terapia de casais e existam diferentes


orientações sobre como lidar com o segredo na terapia de casal, a bibliografia existente
a respeito é bastante restrita.

O que lhes trago e vamos aqui refletir, representa o que tenho aprendido com minha
prática, e espero que possa lhes agregar algum subsídio para a suas.

Segredo é um tema do interesse do ser humano desde sempre, pois a seu respeito,
existem Mitos e histórias.

Ouçam uma delas.

Ciclo CEAP 2
Segredos em Terapia de Casal

O Segredo do Rei Midas

“Os mitos nos ajudam a entender as


relações humanas e guardam em si a
chave para o entendimento do
mundo e da nossa mente analítica.
A mitologia grega, repleta de lendas
históricas e contos sobre deuses,
deusas, batalhas heroicas e jornadas
no mundo subterrâneo, revela-nos a
mente humana e seus meandros
multifacetados.
Atemporais e eternos, os mitos estão
presentes na vida de cada ser
humano, não importa em que tempo
ou local. Somos todos, deuses e
heróis de nossa própria história.”

II. Conceito

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

Ciclo CEAP 3
Segredos em Terapia de Casal

II. Conceito

A palavra segredo é originária do latim –


secretum

E secretum é uma palavra derivada de


secernere que em latim, significa separar.

• Segredo é um tema que desafia o ser humano em diferentes aspectos:


• Se por um lado ele é algo que lhe custa caro manter.
• Por outro, ele é algo que lhe é caro (muito precioso) manter.

• O segredo interfere na relações humanas especialmente no que se refere


ao poder nelas implícito.
• Sabemos que toda relação entre humanos é, à priori, relação de poder,
evoluindo, à posteriori, para relação de afeto – positivo ou negativo.

• O efeito do segredo na relação de poder entre pessoas é complexo e


paradoxal:
• a pessoa que o detém, tem o poder de revelá-lo ou não;
• a pessoa que não o conhece, ainda que inconsciente, tem o poder de
manter o primeiro sob tensão de ser descoberto;
• já o segredo, aquilo que é mantido como secreto, tem o poder de
controlar ambos os envolvidos nesse jogo de esconde-esconde.

Ciclo CEAP 4
Segredos em Terapia de Casal

• Dizem que todo mundo tem algo a esconder: segredos obscuros ou


assuntos constrangedores que se ocultam até das pessoas próximas.

• Ao longo do tempo, muitos estudiosos e pesquisadores do mundo inteiro


se debruçam sobre o tema ‘segredo’ e os resultados de algumas dessas
pesquisas nos mostram que apesar de ser uma prática comum, ocultar um
segredo exige um esforço que pode ter efeitos nocivos sobre a saúde e a
qualidade de vida.

III. Efeitos do
Segredo na
Saúde

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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Ciclo CEAP 5
Segredos em Terapia de Casal

III. Efeitos do Segredo na Saúde

No nível Físico

• Em geral, quem esconde alguma coisa tende a somatizar a tensão. Os


esforços para conviver com um segredo sobrecarregam o cérebro,
afetam a qualidade do sono, podendo causar insônia ou sono excessivo.
• Prejudicam a atenção e lentificam o pensamento - quando a pessoa
está distraída com um segredo, ela não está completamente presente.
• Alteram a capacidade de tomar decisões e tornam o indivíduo propenso
a reatividade no padrão luta x fuga.
• Sobrecarregam a funcionalidade neurológica – resultando em
irritabilidade e perda de autocontrole.

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• Comprometem a aprendizagem, pois esse jeito de


funcionar sobrecarrega negativamente o "lóbulo lógico“.
• Podem levar a aquisição de hábitos perigosos – utilização
de medicamentos estimulantes/tranquilizantes; álcool,
fumo e outras drogas.
• Causam propensão à depressão.
• Ocultar informações predispõe a distúrbios gástricos,
disfunções endócrinas, alteração da pressão arterial, a
dores de cabeça e nas costas.
• Observação: a gravidade dos problemas de saúde pode ser
relativa à importância dos segredos guardados.

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Ciclo CEAP 6
Segredos em Terapia de Casal

No nível Emocional e Relacional

• Prejudicam o bem-estar geral - a energia necessária para resistir, se censurar, ruminar o


assunto, a ansiedade e causada pela antecipação do que aconteceria se alguém
descobrisse, tudo torna-se sobrecarga.
• O indivíduo pode desenvolver ideias persecutórias, contando histórias de terror a si
mesmo em vez de entender o que está acontecendo e como se sente.
• Desenvolvimento de comportamento antissocial e reações depressivas a estímulos
triviais.
• Redução da resiliência emocional – perda da harmonia consigo mesmo.

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• Ansiedade, tensão e culpa, levam à sensação de


isolamento.
• Diminui a empatia: o ocultamento de informações pode
causar esgotamento físico e mental, fazendo com que a
pessoa se concentre mais em si mesma e ignore que
acontece com as pessoas ao seu redor.
• Prejudica relacionamentos importantes comprometendo a
comunicação interpessoal e a credibilidade, além de
arruinar relações familiares ou de amizade.

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Ciclo CEAP 7
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Atividade Prática

Considerando que o segredo revelado


perde o poder de opressão que ele
encerra, faço um desafio aos corajosos:

• Listem seus segredos antigos ou


atuais.
• Avaliem o poder que eles exercem
sobre vocês, em sua saúde, física e
emocional.
• Identifiquem as histórias que contam
a si mesmos para justificar seu
isolamento interno.
• Escolham uma imagem para
simbolizar como imaginam que se
sentiriam se os revelassem.
• Afixem essa imagem em um lugar que
possam conviver com ela.
• Avaliem seus sentimentos e emoções
resultantes desse exercício.
• Suas reflexões devem ser mantidas
em segredo.
• Ou, não...

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Quer ampliar o seu ponto de vista


sobre os efeitos de se guardar
segredos?

Texto Complementar Nº 1
Guardar Segredo não faz mal à
Saúde

&

Texto Complementar Nº 2
Há Ciências por trás do Segredo

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Ciclo CEAP 8
Segredos em Terapia de Casal

IV.
Privacidade

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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IV. Privacidade

• Alguns conceitos são popularmente associados a


segredo: oculto, sigiloso, confidencial, reservado,
sombrio, mistério.
• Mas, é importante distinguir o conceito “ Privacidade”
que muitas vezes se confunde com segredo, no
imaginário humano, podendo causar dificuldades
relacionais:
• Essa distinção implica nuances e peculiaridades que no
sistema terapêutico se configuram como um desafio.

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Ciclo CEAP 9
Segredos em Terapia de Casal

Segredo e Privacidade

Segredo – é um tema, um fato, uma ideia, uma vivência,


uma ocorrência que se decide manter em sigilo
intencionalmente para encobrir situações de vergonha,
medo e ansiedade e tem por finalidade evitar situações de
perda, desonra, humilhação e consequências ruins, ou para
se tirar vantagens sobre uma situação.

Esses temas, geralmente, se referem a crenças e mitos


pessoais, familiares e/ou sociais.

Na maioria das vezes, o que se faz secreto se torna um ponto


de tensão para o indivíduo, tanto no nível pessoal, quanto
no relacional.

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Segredo e Privacidade

Privacidade - é uma condição inerente ao ser humano. É


resguardo da dignidade, sigilo, pudor e confiança; é a
preservação do direito e do dever do indivíduo de ser
transparente diante da própria consciência.

Um direito individual de resguardar informações pessoais do


acesso alheio, sendo privativo o que diz respeito só a si.

Refere-se ao que é íntimo, que não interessa compartilhar e


que se protege do acesso indesejado de outros.

Em geral, o resguardo da privacidade resulta em tranquilidade


e cria uma zona de conforto para o indivíduo.

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Ciclo CEAP 10
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V.
Considerações
a respeito de
Segredo

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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V. Considerações a Respeito de Segredo

Os segredos constituem uma parte indispensável da interação humana.

“Os segredos, além de complexos, com frequência, são problemáticos: criam


percepções distorcidas e relacionamentos tensos. Em vista dessas características,
ao lidar com eles na terapia, não se deve buscar regras simplistas:

“todo segredo deve ser revelado”


“o terapeuta deve focar no processo de se manter o segredo e não
necessariamente no seu conteúdo”
“o segredo deve ser tratado em terapia individual”, etc.”

(Evan Imber-Black)

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Ciclo CEAP 11
Segredos em Terapia de Casal

Cada terapeuta deverá que se dedicar a desenvolver a


maneira que lhe pareça mais adequada para lidar com o
segredo em cada situação específica em que ele surgir no
processo terapêutico; mantendo a consciência de que cada
vez deverá agir relativamente às circunstâncias, ao contexto e
às interações que vierem a se estabelecer no sistema
terapêutico.

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Considerações sobre a Privacidade

• A privacidade garante a independência do ser humano adulto.

• Mas, sobre ela existem mitos que podem deturpar percepções e interferir
gravemente nos relacionamentos.

• A partir da banalização e divulgação de conhecimentos e preceitos


psicanalíticos, mais precisamente a partir da segunda metade do século XX,
criou-se uma mentalidade psicologizada que colaborou para um pretenso
abandono das ilusões e mitos românticos que coloriam as relações amorosas
até então.

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Ciclo CEAP 12
Segredos em Terapia de Casal

• No entanto, para substitui-los e se defender dos ciúmes, da solidão, do


sentimento de culpa e de outros sofrimentos inerentes aos humanos, foram
criadas outras fantasias, talvez mais exigentes do que os antigos mitos.

• A partir da pretenciosa premissa de que a vontade teria o poder de legislar


sobre os sentimentos, casais considerados modernos e liberados inventaram
novos contratos para reger o funcionamento do vínculo amoroso, que podem
resultar em amarras ainda mais opressoras do que as antigas.

• Exemplos: Mito da Liberdade e Mito da Transparência.

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Mito da Liberdade

“Quem é livre, só faz o que quer, desde a hora em que acorda até a hora de
dormir!” – alardeiam as propagandas de cigarro.
Livre?
Quem só faz o que o desejo manda está mais perto da loucura do que da
liberdade – até porque o desejo é ilimitado , e é impossível satisfazê-lo. Assim, o
ser humano está sempre fadado a fazer escolhas e, portanto, a tolerar a frustração
das renúncias.

Essa restrição inerente à natureza humana, que impede a realização absoluta do


desejo, é negada por casais que (imaturamente) fazem um pacto de respeito
integral às liberdades individuais.
Em nome desse pacto, o casal pode chegar a exageros que o expõe a riscos, tanto
físicos quanto emocionais. Muitas vezes o pacto reflete uma dificuldade de fazer
uma entrega amorosa, e funciona como uma rota de escape para fugir do
sofrimento inerente à possibilidade de perda.

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Ciclo CEAP 13
Segredos em Terapia de Casal

Como defesa e corolário dessa pretensa liberdade, surge uma falsa noção de
independência, na qual cada um ignora os sentimento do outro, recusando-se
a “prestar contas” de seus atos. De fato, um adulto não tem motivos para
prestar contas do que faz (a não ser, eventualmente, a um superior hierárquico,
na esfera profissional), desde que seja responsável direto pelas consequências
de suas escolhas.
Mas há uma diferença entre “prestar contas” e “dar satisfações”: o bem querer
implica o desejo de ver o outro satisfeito, sem que isso signifique submeter –se
ao controle do parceiro.

Na medida em que se ignoram os sentimentos do parceiro, este é negado


como pessoa – e a “coisificação” do outro traz, como consequência, a solidão, o
tédio e a mesmice, pois se exclui do relacionamento o que lhe traria alimento
e movimento, isto é, os sentimentos mais profundos e verdadeiros.
Essa atitude de desrespeito pelo outro desmerece tudo o que este poderia
oferecer: afinal, de que me vale ser desejado e admirado por alguém que não
admiro?

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Mito da Transparência

Esse mito substitui o voto da Fidelidade. Trata-se de um compromisso mútuo


de comunicar ao parceiro todos os seus sentimentos, pensamentos e desejos,
incluindo confidências eventuais sobre envolvimentos paralelos.

O objetivo desse pacto é, por um lado, evitar a humilhação de se sentir


excluído da intimidade do outro, ao receber informações de terceiros; por
outro lado, busca a cumplicidade (ou no mínimo a complacência) do parceiro,
caso se sinta atraído por outra pessoa – um recurso para se defender da culpa.

Essa norma, editada para controlar o que cada parceiro pode sentir (ou
expressar), tenta banir do repertório emocional os sentimento considerados
indignos ou humilhantes.
Além de inútil(não há como evitar sentimentos como culpa ou ciúmes), é
impraticável, pois não somos transparentes nem para nós mesmos (quantas
vezes somos pegos de surpresa ao manifestar reações e sentimentos de que
nos julgávamos incapazes...).

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Ciclo CEAP 14
Segredos em Terapia de Casal

Por isso mesmo, não é fácil detectar quando, no fundo de uma legítima
camaradagem entre colegas de trabalho começa a despontar a semente de
um sentimento amoroso.

Quando seria, então, o momento certo em que se deveria fazer uma


comunicação ao parceiro, em nome da prometida transparência? Como ter
certeza de agir movido pelo pacto de lealdade, e não por motivações menos
nobres (embora reconhecidamente humanas), como o desejo de atrair o
interesse de um parceiro desatento?

A franqueza rigorosa exigida e pactuada pode facilmente se transformar em


grosseria; a lealdade absoluta toca as raias da crueldade – provocando mais
sofrimento do que o antigo pacto de fidelidade.

(Lídia Rosenberg Aratangy – O anel que tu me deste)

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Meus comentários e Observações

Esse mito da transparência é de uma crueldade sem limites: exige dos parceiros
o compartilhamento compulsório não apenas de seus sentimentos,
pensamentos, suas ideias desejos e fantasias, mas todas as ações e
movimentações, todas as conversas com amigos, familiares, colegas, de modo
que se tornem confidentes irrestritos, absolutamente íntimos e transparentes.

Ambos deverão saber toda a história pregressa do outro, suas experiências


amorosas anteriores, em detalhes, eventuais traumas ou quaisquer espécies de
vivências íntimas relevantes. É comum que considerem isso normal e bacana.
Nenhuma privacidade será permitida entre o casal: todas as senhas serão
reveladas, todos os telefones serão vistoriados, todas as bolsas e bolsos serão
fiscalizados, todos os passos serão identificados, todo o tempo será
cronometrado...

O objetivo desse pacto é atender ao desejo inútil e impraticável de se ter a


cumplicidade e o controle absolutos em relação ao parceiro, sem considerar o
risco a que se expõem mutuamente, pois não há como se saber o limite de sua
tolerância para lidar com as emoções que essa transparência total pode lhes
causar.

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Ciclo CEAP 15
Segredos em Terapia de Casal

O compartilhamento obrigatório de tudo, desrespeita o direito à privacidade de


ambos, podendo resultar em decepções e ressentimentos irremediáveis; o
desconforto contínuo na relação resulta em tortura mental; a destrutividade e o
sofrimento podem ser fator de adoecimento psíquico e descontrole emocional
dos envolvidos numa relação assim, podendo resultar em violência extrema, ou
morte.

É que as palavras ditas não podem ser desditas, e podem, facilmente se tornar
malditas.

Exemplo: Namorados que terminam e voltam. Conforme combinado, eles


relatam que ficaram com outros no período de separação.

Mais comum: Ele quer saber tudo (onde se encontraram, quantas vezes, o que
fizeram, o que ela sentiu), e quanto mais ela dá detalhes mais ele fica enfurecido
e enciumado.
Sempre que pode, volta nisso e a insulta. Relacionamento tóxico. Violência
psicológica.

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VI. Como
distinguir o
que é
privacidade e
o que é
segredo?
Curso: Segredos na Terapia de Casal
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Ciclo CEAP 16
Segredos em Terapia de Casal

VI. Como distinguir o que é privacidade e o que é segredo?


• Essa distinção se faz por critérios subjetivos e não objetivos, o que significa que não existe um
protocolo para se identificar o que é um ou outro.
• Assim, um indivíduo pode fazer segredo de um tema, que outro não compartilha, por
considerá-lo privativo.

• Quais são os critérios subjetivos?


• Nível de individualização, de maturidade emocional do indivíduo que conforme a
autoconsciência de seus princípios e referências éticas, define o direito à privacidade como
valor, sendo garantia de sua independência como ser humano adulto.

• Ao contrário, o indivíduo que não tem esse autoconhecimento, não tem a referência da
privacidade como um valor. Em geral ele se referencia em crenças, mitos e tabus em relação
aos temas que acredita devam ser mantidos em segredo.

• Fazer essa distinção para si, e propiciar aos clientes a oportunidade de distinguir o que é
privacidade ou segredo, é um desafio para o terapeuta ao lidar com segredo na terapia de
casal.
• Sua subjetividade e autoconhecimento, serão seus recursos mais preciosos nessa empreitada.
• Por isso nunca é muito investir em seu desenvolvimento pessoal.

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Considerando que há segredos inocentes e segredos inconfessáveis,


é cuidadoso que o terapeuta distinga segredo e privacidade, antes
de indicar ou contraindicar terapia para um casal.
Há autores que afirmam que alguns segredos podem ser salutares,
tanto sob o aspecto individual como sob o conjugal e/ou familiar.
Um Casal e
seus Segredos
“Se por um lado, o segredo tem uma conotação altamente negativa
não só por excluir o parceiro a respeito de algo pessoal, mas por
excluí-lo em relação a algo que ele tem o direito de saber, pois está
diretamente vinculado à sua pessoa e à conjugalidade, por outro
lado, qual o sentido de se revelar algo que uma das partes deseja
resguardar e se considera no direito de fazê-lo (privacidade).
Eventualmente, “poder silenciar/poder conter-se” pode representar
mais do que um direito. Pode significar prudência, cuidado e
respeito em relação a si mesmo e ao próprio cônjuge, significando
responsabilidade pelos seus atos.
Em síntese, pode representar um gesto de lealdade e de
generosidade.” (Evan Imber-Black)

A decisão cabe às pessoas, e ao terapeuta cabe isentar-se de


prejulgamentos e ajudá-las a se examinarem, se avaliarem, se
revelarem e a se apoiarem mutuamente sobre como lidar com seus
segredos.*

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Ciclo CEAP 17
Segredos em Terapia de Casal

Atividade Prática

Considerando que a privacidade


resguardada é fator de maturidade
emocional, desafio os corajosos a:

Refletir sobre como suas condições


de vida na pandemia tem afetado
sua privacidade.

Listar exemplos práticos de como


isso ocorre.

Identificar seus sentimentos


relativos a essa situação.

Se concluir que há necessidade,


buscar alternativas para o resgate de
alguma privacidade.

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Texto para Leitura Imprescindível

“Segredos dos Casais e Terapia Conjugal”


Rosmarie Welter-Enderlin

Disponível no livro:
“Os Segredos na Família e na Terapia Familiar” (Evan Imber-Black e
Colaboradores)

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Ciclo CEAP 18
Segredos em Terapia de Casal

VII. Temas de
Segredo

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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VII. Temas de Segredo

Origem: nascimento antes do casamento; filiação;


incesto; adoção; aborto, espontâneo ou voluntário

Doenças: câncer; lepra; aids; depressão; doenças


mentais; síndromes diversas, doenças hereditárias

Morte: causas; morte prematura; suicídio, assassinato

Inimizades: entre familiares; entre famílias, politicas

Finanças: dívidas; falências; heranças; casamentos por


interesse

Questões Judiciais: sociedades desfeitas; disputas de


bens; crimes

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Ciclo CEAP 19
Segredos em Terapia de Casal

VII. Temas de Segredo

Questões Conjugais: infertilidade; infidelidade;


impotência; divórcio; violência doméstica;
bigamia, filhos ilegítimos

Preconceitos: sexualidade feminina; virgindade;


prostituição; homo, bi e transexualidade; racial;
religioso, social

Traumas: acidentes; perdas; bullying; abuso físico,


sexual e psicológico

Vícios e Compulsão: drogas; álcool; jogo; sexo;


internet; trabalho; alimentar; adrenalina,
acumulação

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Atividade Prática

Considerando que a subjetividade do terapeuta


não só influenciará sua habilidade para acolher
e ajudar casais que lhe trazem seus segredos,
mas será justamente ela o seu mais precioso
recurso para tanto, desafio os corajosos:

Listem entre os temas citados aqueles sobre os


quais se sentem desconfortáveis em conversar.

Reflitam e anotem as possíveis causas de seu


desconforto em relação a cada um.

Leiam livros e vejam filmes sobre os temas, e


reflitam sobre como foram abordados.

Considerem levar esses temas para sua terapia


e/ou supervisão.

E, finalmente, tentem estruturar intervenções


que lhes pareçam adequadas para lidar com
eventuais desafios sobre esses temas.

Só compartilhem suas reflexões se sentirem


confortáveis para fazê-lo.

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Ciclo CEAP 20
Segredos em Terapia de Casal

VIII. Segredo
e Mentira

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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VIII. Segredo e Mentira

Existe uma relação íntima entre o


segredo e a mentira.
É que para se manter um segredo é
necessário ter-se disponibilidade para
mentir.
A Mentira é um subterfúgio para se
Segredo & Mentira manter um segredo.
Mas a mentira tem uma peculiaridade:
Ela pretende sustentar o segredo, mas
ela não se sustenta por si só; ela exige
o suporte de outras mentiras, o que
acaba por constituir uma estrutura
mentirosa.

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Ciclo CEAP 21
Segredos em Terapia de Casal

Pseudeia

Mentira

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Curiosidades sobre a Mentira

Podemos identificar diferentes tipos de mentira.

Mentira Protetora
• São aquelas mentiras que muitas vezes se opta em dizer para pessoas frágeis:
• Crianças, idosos, enfermos - sobre morte, doença, outros temas que julgamos
ser difícil para eles processarem; e muitas vezes até desnecessário.
• É uma forma de poupar-lhes sofrimento.

Mentira Social
• São as mentiras que se diz por discrição, por gentileza, autopreservação, por
conveniência, e mesmo por sobrevivência.

Mentira Defensiva
• Implica culpa e responsabilidade.

Mentira Ardilosa
• Através das quais se pretende vantagens.

Mentira Patológica
• Mitomania - mentir por compulsão, desnecessariamente; a pessoa mente com
tanta frequência e convicção que passa a acreditar na mentira que criou.

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Ciclo CEAP 22
Segredos em Terapia de Casal

Quer ampliar o seu ponto de vista


sobre os efeitos da Mentira?

Texto Complementar Nº 3

Honestidade pode fazer muito bem à


Saúde

&

Texto Complementar Nº 4

Mentir menos faz bem para a


Saúde Mental e Física

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IX.
Autoengano

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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Ciclo CEAP 23
Segredos em Terapia de Casal

IX. Autoengano
Uma fragilidade humana sobre a qual pouco se
costuma falar

O autoengano, a mentira que um indivíduo


conta para si mesmo, a seu respeito, e na qual
passa a acreditar.
É como um segredo que ele guarda de si
mesmo...

Trata-se de uma competência desenvolvida a


partir da resistência diante do trabalhoso e
complexo processo de amadurecimento
emocional e autoconhecimento.
Negando-se a se conhecer, ele negligencia sua
capacidade natural de autocrítica e
autovalorização.

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O indivíduo que se perde e se prende


no autoengano desenvolve uma visão
imaginária a seu respeito e através de
constante apreciação ruidosa de si
mesmo, torna-se dependente da
aprovação externa.

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Ciclo CEAP 24
Segredos em Terapia de Casal

Ao invés de se autoquestionar e refletir sobre si e suas próprias referências, valores e


ações, avalia-se em comparação assimétrica com os outros, iludindo-se sobre seu real
valor:

• Ou ele se prende à ilusão de superioridade em relação aos outros, que se traduz em


pensamentos e reações de arrogância e superestimação de si mesmo.
• Ou então se perde na ilusão de inferioridade em relação aos outros, que se traduz
em pensamentos e reações de humilhação e subestimação de si mesmo.

Como ele não constitui valores e princípios para orientar sua conduta e age sob
influência dos valores ditados pelo contexto em que se insere, não consegue ser leal a
si mesmo:
ou sua consciência se torna elástica e autoindulgente, levando-o a se perdoar por
tudo, a priori.
ou se torna rígida e tirânica, levando-o à intolerância e exigência de perfeição.

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Enquanto mente para si mesmo criando justificativas para suas ações diante de estímulos
e circunstâncias, valida exageradamente suas atitudes, mesmo aquelas que considera
inaceitáveis por parte dos outros.
Por não se autoquestionar, o indivíduo que cultiva o autoengano se torna
inconsequente, não tem dor de consciência e sim, ‘consciência pesada’, carregando uma
dor que ele sente, mas não sabe nomear e cuja responsabilidade atribui sempre aos
outros, assim como as consequências negativas de seus próprios atos.
O autoengano se mantém às custas da indisponibilidade do indivíduo de reconhecer
suas fragilidades, de se autoquestionar e de aprender; ele já sabe o suficiente e não
recebe bem críticas colaborativas neste sentido.

O indivíduo perdido no autoengano é muito vulnerável às críticas alheias e quando não


recebe o tratamento especial que acredita merecer (tanto o arrogante quanto o
humilhado), ao invés de agir com assertividade, pode tomar atitudes intempestivas de
confronto; acusação; agressão; desrespeito; exigência; revolta, ressentimento e até
mesmo ações inconsequentes de violência e vingança.

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Ciclo CEAP 25
Segredos em Terapia de Casal

Atividade Prática

Considerando que “nada que é humano


nos pode ser estranho” (Terêncio – 195
a.C – 159 a.C), e que ninguém, mesmo os
terapeutas, estão isentos do
autoengano...
Desafio os corajosos:

A listar as mentiras que conta para si,


sobre si e as que já transformou em
verdades.

A identificar os temas sobre os quais


você, preferencialmente, costuma mentir
a seu respeito.

A experimentar ler sua lista em voz alta.

A conviver com essa lista alguns dias,


tantos quantos forem toleráveis.

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E, a quando se decidir, rasgá-la,


queimá-la e escolher um dos seguintes
destinos para dar às suas cinzas:

Jogar ao vento para que a energia do ar


lhe traga leveza do auto perdão por
mentir.

Jogar em água corrente para que a


energia da água “lave” a imaturidade
que o impele a mentir.

Misturar à terra, para que a energia


telúrica transforme a coragem dolorosa
de se desnudar assim, em adubo para
favorecer o nascimento de novas
formas mais amorosas de se ver e se
valorizar.

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Ciclo CEAP 26
Segredos em Terapia de Casal

X. Segredo -
Aspectos
Relacionais

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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X. Segredo - Aspectos Relacionais


Separação
• É o principal efeito de um segredo num sistema relacional.
• E ela tem um aspecto paradoxal.
• Por um lado o segredo separa a pessoa (ou as pessoas) que o detém, daquela (ou
daquelas) que não podem conhecê-lo.
• Por outro lado ele cria uma coalisão incômoda e comprometedora entre os que o
compartilham.
• Duas pessoas que juntas guardam um segredo, aparentemente criam um vínculo de
confiança que as aproxima.
• Porém, esse mesmo vínculo cria entre elas um constrangimento que vai levá-las a se
evitarem, pois que sua convivência se torna incômoda e angustiante.
• Essa cumplicidade que as vincula, paradoxalmente, as separa.
• Ambas se sentem presas e “na mão” da outra...

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Ciclo CEAP 27
Segredos em Terapia de Casal

Curiosidade

O segredo se faz presente nos silêncios inoportunos que permeiam as conversas;


ele se insinua nas reticências e modulações do tom de voz; ele paira nos
ambientes, instigando uma curiosidade incômoda.

Desconfiança

O não dito sempre corre o risco de tornar-se o maldito e isso arranha a relação
de confiança entre os que são por ele envolvidos.

Sofrimento e Distanciamento Emocional

As pessoas que sustentam o segredo de uma forma ou de outra (por guardá-lo


ou por sentir seus efeitos sem conhecê-lo) são atingidas por um tipo de
sofrimento e distanciamento emocional característico dessa situação.

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XI. Segredo -
Desafio ao
Terapeuta de
Casal
Desafio de Ordem Pessoal

Curso: Segredos na Terapia de Casal


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Ciclo CEAP 28
Segredos em Terapia de Casal

Segredo - Desafio do Terapeuta de Casal

Seja qual for o tema secreto do casal, seja qual for o pedido que lhe fazem em
relação ao segredo, lidar com ele na terapia de casal é um desafio complexo
para o terapeuta:

Desafios Pessoais

Desafios Técnicos

Desafios Teóricos

Desafios Práticos

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XI. Desafios de Ordem Pessoal

Autoquestionamento/Autoconhecimento
Cabe ao terapeuta identificar :
• seus próprios valores, mitos, preconceitos e referências éticas sobre “segredo na
relação de casal” e sobre cada um dos temas de segredos que possam surgir em
seus atendimentos
• seus próprios valores, mitos preconceitos e referências éticas sobre a privacidade
e sobre como lida com segredos e mentiras em seus próprios relacionamentos

58

Ciclo CEAP 29
Segredos em Terapia de Casal

Autoconsciência
Isso lhe permitirá:
• identificar e lidar adequadamente com as possíveis ressonâncias que
surjam no sistema terapêutico
• desenvolver habilidades para utilizar a subjetividade a favor do processo
terapêutico (manifestar seu ponto de vista para promover a ampliação dos
questionamentos do casal)
Compaixão
• atitude interna que lhe permite legitimar as dores e as escolhas dos
parceiros, sem emitir juízo de valor

59

Talvez não seja comum falar-se em virtudes em relação aos desafios pessoais de um
terapeuta.

Porém, considerando que casais que se mantêm juntos às custas de sofrimento e


em detrimento de seu desenvolvimento e crescimento pessoal, não o fazem por
preferirem essa situação, mas por não saber como fazer diferente, penso que o
terapeuta que se dispõe a atendê-los deve compreender a dor implícita em seus
pedidos de ajuda e desenvolver a virtude da compaixão, essencial para lhes
oferecer o acolhimento adequado.

60

Ciclo CEAP 30
Segredos em Terapia de Casal

E o que é a Compaixão?

Compaixão pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de


outra pessoa. Não deve ser confundida com empatia.
A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o
sofrimento de outro, demonstrando especial gentileza para com aqueles que
sofrem.
É um sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem,
acompanhado do desejo de minorá-la; participação espiritual na infelicidade
alheia que suscita um impulso altruísta de ternura para com o sofredor.
Compadecer é "sofrer com".
Ter compaixão é a virtude de compartilhar o sofrimento do outro.
Não significa aprovar suas razões, sejam elas boas ou más.
Ter compaixão é não ser indiferente frente ao sofrimento do outro.

É reconhecer-se como semelhante a ele, como sendo capaz de agir e se sentir


como ele, se estivesse passando pelo que ele está passando.

Isso é uma questão de atitude, portanto fórum íntimo.

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Atividade Prática

Considerando que todos têm segredos


e nem todos são ruins ou prejudiciais;
que nem todos os segredos incomodam
e, em alguns casos, manter certos
segredos é necessário; que muitas vezes
um segredo que você guarda e te
incomoda, é menor do que parece; e
que conhecer a si mesmo pode trazer
respostas para questões simples como,
“por que eu estou sofrendo com isso?"
ou "preciso realmente levar isso
comigo?“

Desafio aos corajosos a se fazerem


essas perguntas:

Sinto-me preso a um segredo?


Sinto-me mal quando penso nele?

62

Ciclo CEAP 31
Segredos em Terapia de Casal

Preocupo-me regularmente com as


consequências em minha vida se esse
segredo fosse revelado?

Sinto vergonha desse segredo?


Sinto medo desse segredo?
Ele me deixa preocupado?

Penso nele obsessivamente?


Esse pensamento me atrapalha, me
desconcentra?
Prejudica minha relação com as
pessoas?

Será que devo procurar ajuda para lidar


com tudo isso?
Desejo compartilhar minhas reflexões?

63

XII. Segredo -
Desafio ao
Terapeuta de
Casal
Desafio de Ordem Técnica

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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Ciclo CEAP 32
Segredos em Terapia de Casal

XII. Desafios de Ordem Técnica

• Conhecer argumentos de autores diversos que indicam e que contraindicam o


atendimento conjunto quando há segredo.

• Desenvolver competências, habilidades para distinguir entre a conveniência ou não da


terapia conjunta em cada caso.

• Cultivar capacidade e sensibilidade para reconhecer e interpretar adequadamente o


drama vincular implícito em cada situação.

• Definir sobre a necessidade e conveniência da inclusão de atendimentos individuais.

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• Desenvolver habilidades que favorecerão o acolhimento da dor dos parceiros


enredados na situação de segredo:

• Escuta generosa : ouvir sem contra argumentar internamente, mal


esperando a pessoa se calar para apresentar seus argumentos; ouvir sem
fazer juízo de valor, validando a narrativa como legitima.
• Curiosidade genuína: fazer perguntas que demonstrem seu interesse de
compreender o que ouve e não como um investigador, para descobrir
algo oculto na narrativa.

66

Ciclo CEAP 33
Segredos em Terapia de Casal

Compete ao Terapeuta

• Estabelecer o contrato terapêutico.

• A partir de suas habilidades técnicas eleger as abordagens, recursos e


estratégias terapêuticas adequadas para a condução de cada caso,
segundo suas características;

• Identificar os recursos do casal para enfrentar o desafio doloroso de


lidar com o segredo e seus efeitos;

• Legitimar a dor de cada parceiro, e seus sentimentos de fracasso;

67

• Utilizar suas habilidades para identificar os pontos forte e recursos


do casal para enfrentar o desafio que terão;

• Lidar intersubjetivamente com as questões, legitimando o ponto de


vista de cada parceiro, expressando o seu, sem assumir a
responsabilidade de encontrar, sugerir ou definir soluções.

• Conduzir o desnudamento do segredo no momento e da forma


adequados, buscando oportunizar novos níveis de integração na
relação, prevenindo respostas violentas e/ou ruptura radical
perniciosa, ou ainda a manutenção da relação a qualquer custo.

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Ciclo CEAP 34
Segredos em Terapia de Casal

XIII. Segredo -
Desafio ao
Terapeuta de
Casal
Desafio de Ordem Teórica

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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XIII. Desafios de Ordem Teórica

Para o terapeuta sistêmico é importante ter clareza das referências teóricas sobre a
funcionalidade do sistema conjugal e suas propriedades para se orientar em relação
a intervenções e abordagens adequadas a cada casal e suas características.

Propriedades do Sistema

(Globalidade) Parceiros são interligados de tal forma que tudo que afeta um,
afetará o outro.

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Ciclo CEAP 35
Segredos em Terapia de Casal

(Homeostase) Ambos desejam manter a unicidade como casal, e ainda que


desejem ajuda para fazer mudanças que percebem necessárias, eles receiam
que essas possam ameaçá-la; então, desenvolverão mecanismos de preservação
do sistema (retroalimentação negativa ou positiva).

(Equifinalidade) Criatividade, versatilidade e espontaneidade ativa do sistema


para buscar seu equilíbrio a partir de qualquer ponto, ou seja de dentro de
seus próprios parâmetros; capacidade de gerar resultados que o mantenham
em equilíbrio, independentemente de influências externas (incluindo o
terapeuta).

(Circularidade) Competência dos parceiros de influenciar mutuamente suas


reações.

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Natureza e a Dinâmica do Sistema

Da mesma forma e para a mesma finalidade, é importante que ele identifique a partir
das narrativas e comportamentos dos parceiros aspectos da natureza e a dinâmica do
sistema que eles constituem.

Natureza do Sistema (aberto ou fechado) – avaliar o nível de rigidez e flexibilidade de


cada casal para se adaptar, para receber e fazer críticas; para fazer ou não fazer
mudanças; para redefinir a relação a partir de aprendizados necessários à sua
manutenção como unidade, e para seu desenvolvimento evolutivo.
Dinâmica do Sistema – identificar regras, premissas, crenças, valores que determinam
o objetivo dos parceiros na relação que mantêm, conforme seus interesses e
necessidades.

E ainda deverá considerar as referências da autopoiese e da resiliência do sistema


conjugal para estimular e encorajar os parceiros a assumirem essas competências a
favor do processo terapêutico, como oportunidade transformadora da relação e dos
parceiros individualmente.

72

Ciclo CEAP 36
Segredos em Terapia de Casal

Autopoiese

Capacidade do sistema vivo de se produzir, reciclar e recriar a si


mesmo; ao solicitar ajuda terapêutica, o casal traz consigo não apenas
suas queixas e dores, mas principalmente um arsenal de recursos
naturais de ‘autocura’ a ser explorado no processo terapêutico.

Resiliência

Capacidade do casal de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças,


superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas: choque,
estresse e de eventos traumáticos.

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Esse conhecimento teórico permite ao terapeuta entender que cada casal vai lidar com o
desafio do segredo à sua maneira conforme seus recursos, e seus interesses.

Para ele deve ficar claro que é em decorrência da sua singularidade que cada casal
percorrerá sua trajetória evolutiva com maior ou menor facilidade.

Não existe portanto uma forma específica de conduzir o processo terapêutico que se
aplique a todos os casais que lidam com segredo em sua relação.

O processo terapêutico deve possibilitar o entendimento e assimilação desses conceitos


tanto pelo terapeuta quanto pelo casal.

74

Ciclo CEAP 37
Segredos em Terapia de Casal

Pessoalmente, considero que não basta que o terapeuta tenha esse conhecimento
teórico; é necessário que ele desenvolva habilidades para utilizá-lo a favor do processo,
assim como propiciar aos parceiros oportunidades de também se conscientizarem dele
também, para assumirem o poder sobre si que essa conscientização lhes confere.

Acredito que compete ao terapeuta ‘educar’ seus clientes, informá-los sobre seus
recursos como seres humanos, instigar-lhes o amadurecimento emocional e o
autoconhecimento, promover-lhes o hábito de filosofar, pensar sobre o que pensam.
Isso deve ser tão importante como objetivo terapêutico, quanto eles superarem a crise
causada pelo segredo; pois lhes permitirá seguirem em frente e se transformarem como
pessoas.

Dessa forma eles adquirirão competência para continuar lidando com outras questões
relacionais que os desafiarão vida afora.

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XIV. Segredo
- Desafio ao
Terapeuta de
Casal
Desafio de Ordem Prática
1 - Segredo Motivo Expresso da Terapia

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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Ciclo CEAP 38
Segredos em Terapia de Casal

XIV. Desafios de Ordem Prática

Como o Segredo surge na Terapia de Casal?

• Motivo expresso do pedido de ajuda

• Motivo implícito do pedido de ajuda

• Ameaça Velada à relação do casal

• Motivo da crise conjugal

Contrato Terapêutico

• Cláusulas para reger os encontros e


o processo terapêutico

77

1 - Segredo Motivo
• Isso ocorre quando o segredo é DO casal - Os Expresso da Terapia
parceiros compartilham um segredo e se
tornam cúmplices na sua manutenção.

• Nesses caso o casal se abre com o terapeuta,


no atendimento conjunto e tratam do tema
com certa naturalidade.

• Contam o segredo e pedem ajuda para lidar


com a ansiedade e estresse que ele lhes causa.

• Pode ser um segredo que eles escondem de


suas famílias originárias, de seus filhos, do
ambiente de trabalho e/ou dos amigos.

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Ciclo CEAP 39
Segredos em Terapia de Casal

1 - Segredo Motivo
• Podem também solicitar ajuda para revelar
esse segredo e lidar com as consequências Expresso da Terapia
esperáveis.

• Ou ainda, podem buscar ajuda quando seu


segredo já foi descoberto e lhes causou, além
de constrangimento, dificuldades relacionais
que desejam resgatar e minimizar os
prejuízos.

• Os temas mais frequentes nesses casos


costumam ser: infertilidade; aborto;
comportamento compulsivo de um deles
(dinheiro, comida, bebida, jogo, sexo etc.);
dívidas e perdas financeiras; doenças
estigmatizantes (depressão, aids, câncer e
outras).

79

Compete ao terapeuta:

• Pesquisar o histórico do segredo.

• Identificar premissas e o sistema de valores do casal em relação ao tema do segredo


com o qual estão comprometidos.
• Promover a identificação de recursos pessoais e relacionais que os unem nesse objetivo.
• Promover reflexões sobre o comprometimento da relação de confiança no sistema como
um todo, que advém da manutenção ou revelação do segredo.

• Orientá-los na avaliação dos ônus e bônus da manutenção e/ou revelação do segredo.


• Ajudá-los a definir se vão manter ou revelar.
• Promover a identificação de recursos pessoais e relacionais disponíveis para uni-los
também na decisão tomada.

80

Ciclo CEAP 40
Segredos em Terapia de Casal

• Incluir suas próprias impressões e dar exemplos de outras pessoas que já ajudou com
situações semelhantes e as soluções que criaram.
• Legitimar a decisão que tomarem.
• Orientá-los a conduzir e objetivar essa decisão.

• Orientá-los na utilização de seus recursos para lidar com as consequências de sua


decisão, tanto no sistema amplo quanto no sistema conjugal.

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XIV. Segredo
- Desafio ao
Terapeuta de
Casal
Desafio de Ordem Prática
2 - Segredo Motivo Implícito da Terapia

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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Ciclo CEAP 41
Segredos em Terapia de Casal

2 - Segredo Motivo • Nesse caso o segredo é de um dos


parceiros que o guarda em relação ao
Implícito da Terapia outro.

• É a situação típica do segredo


provocando o isolamento entre os
parceiros.

• Nesses casos, em geral ele é


compartilhado com o terapeuta em
atendimento individual.

• O parceiro pede ajuda para lidar com


a ansiedade e estresse que o
atormentam por manter o segredo;

83

2 - Segredo Motivo
Implícito da Terapia • É comum que ele tenha dúvidas
sobre conveniência de manter ou
revelar o segredo; e pode mesmo
pedir ajuda para revelá-lo da
maneira mais adequada,
minimizando os prejuízos.

• Os temas mais frequentes costumam


ser variações em torno de:
infidelidade; filhos extra casamento;
questões da sexualidade (homo, bi,
fetiches, fantasias, etc.).

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Ciclo CEAP 42
Segredos em Terapia de Casal

Compete ao terapeuta:

• Pesquisar o histórico do segredo.

• Promover questionamentos que permitam ao indivíduo a distinção entre o que é sua


privacidade e o que ele deseja manter como segredo.

• Promover oportunidades de reflexões sobre o comprometimento de sua decisão na


relação de confiança entre ele e seu parceiro.

• Orientá-lo a contabilizar os ônus e os bônus de compartilhá-lo e/ou de mantê-lo.

85

• Promover sua conscientização sobre a responsabilidade pelas possíveis consequências


da escolha que fizer.
• Orientá-lo na avaliação de seus recursos pessoais e emocionais para lidar com elas.

• Avaliar e legitimar sua decisão, e orientá-lo em como lidar com ela de forma
construtiva, preservando a relação de confiança entre ele e seu parceiro.

• Se a opção for pela revelação, cabe ao terapeuta prepará-lo para fazê-lo da forma
mais adequada e construtiva possível.

• Também compete ao terapeuta preparar o outro parceiro para receber a revelação do


segredo.

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Ciclo CEAP 43
Segredos em Terapia de Casal

XIV. Segredo
- Desafio ao
Terapeuta de
Casal
Desafio de Ordem Prática
3 - Segredo Ameaça Velada à Relação do
Casal

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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• O segredo paira como ameaça no relacionamento a 3 - Segredo Ameaça Velada


dois; está prestes a ser descoberto. Nessa situação
o segredo cria um clima de ambiguidade no à Relação do Casal
sistema terapêutico, repercutindo a ambiguidade
existente entre o casal.

• Em geral o parceiro a quem o segredo é ocultado,


sabe da existência dele, mas age como se não
tivesse certeza. Ele pressiona o outro para uma
possível admissão do segredo, mas tem atitudes
contraditórias de negar que tenha interesse em
tomar conhecimento do segredo.

• Nos atendimentos ele diz que supõe e desconfia


do fato secreto; mas, ao mesmo tempo, apresenta
álibis e argumentos que inocentam o outro. Às
vezes, repetindo as palavras dele quanto tenta
negar o segredo, outras vezes criando os
argumentos que poderiam convencer a si mesmo
da inocência do outro.

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Ciclo CEAP 44
Segredos em Terapia de Casal

3 - Segredo Ameaça Velada


à Relação do Casal
• Enquanto o parceiro que não conseguiu preservar
adequadamente seu segredo, tenta minimizar a
importância da questão, ou demonstra
impaciência e grosseria quando se vê obrigado a
falar sobre o assunto.

• Os esforços dos parceiros para negar o óbvio,


costumam criar situações constrangedoras no
sistema terapêutico. O terapeuta, corre o risco de
se aliar ao parceiro desconfiado e pressionar o
outro para que confesse logo sua incompetência
para manobrar a situação que criou e não
consegue sustentar.

89

Compete ao Terapeuta:

• Além dos mesmos cuidados descritos nas situações anteriores, aqui, especificamente,
o terapeuta será mais exigido em relação à habilidade de utilizar sua subjetividade
como recurso terapêutico, sendo, portanto, necessário que ele tenha clareza sobre
seus valores e referências éticas sobre o tema em questão e sobre a manutenção de
segredo na relação a dois.

• Preservar a relação de confiança no sistema terapêutico evitando situações de


constrangimento*.

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Ciclo CEAP 45
Segredos em Terapia de Casal

• Nesses casos é imprescindível a inclusão de atendimentos individuais que permitam


ao terapeuta ouvir e questionar os parceiros separadamente, dando-lhes a
oportunidade de ser verdadeiros e objetivos em seus relatos e narrativas.

• Auxiliar os parceiros a expressar mutuamente seus sentimentos sem reatividade, e


avaliar a dimensão dos efeitos causados na relação a dois pela descoberta dos fatos
até então secretos.

• Auxiliá-los na utilização de seus recursos pessoais e relacionais para lidar com a


revelação iminente do segredo.

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XIV. Segredo
- Desafio ao
Terapeuta de
Casal
Desafio de Ordem Prática
4 - Segredo Motivo de Crise Conjugal

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

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Ciclo CEAP 46
Segredos em Terapia de Casal

• O segredo foi descoberto; a mentira foi


desvendada.

• Nessa situação o parceiro que descobre o 4 - Segredo Motivo de


segredo tende a ser reativo: se enfurece, agride,
sai de casa ou põe o outro pra fora da cama, do Crise Conjugal
quarto ou de casa. Frequentemente, ele expõe a
situação aos seus familiares e amigos. Depois
raciocina e cheio de ressentimento começa a
planejar soluções unilaterais, que em geral,
essas não o satisfazem.

• É comum que ele tome a iniciativa de propor a


terapia de casal, pois já cansou de sofrer e
ruminar, e está disposto a conversar para
encontrarem soluções conjuntas.
• Pode ficar constrangido de assumir que voltou
atrás, por exemplo em relação à decisão de se
separar, e pode desenvolver uma ambiguidade
em relação à terapia, como se sentisse vergonha
de estar tentando reconstruir o casamento.
Acontece então de se mostrar pouco receptivo a
questionamentos e intervenções do terapeuta.

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• Em geral, o parceiro ‘devedor’ do segredo,


inicia a terapia com postura de humildade e
arrependimento, mas logo que recobra alguma 4 - Segredo Motivo de
dose de autoconfiança, pode se mostrar reativo,
demonstrando raiva, sentimento de injustiça e
Crise Conjugal
tenda a desfiar muitas queixas contra o outro,
como que justificando seu ‘malfeito’.

• Mas, pode ocorrer que diante da ameaça de


perder o parceiro, se mostre arrependido,
amedrontado e proponha a terapia, como uma
tábua de salvação. Pode criar expectativas de
que o terapeuta lhe dê o protocolo de como
agir para recuperar a confiança do outro, e
pode lhe cobrar isso abertamente.
• Deseja que o parceiro o perdoe rápida e
sumariamente, para que possam logo
recomeçar outro padrão de relacionamento no
qual ele pretende e promete mudar, mostrando
o quanto valoriza o casamento.

94

Ciclo CEAP 47
Segredos em Terapia de Casal

Compete ao Terapeuta

Levando em conta:

• Conhecer opinião e argumentos de diferentes autores que aconselham e/ou


desaconselham o atendimento ao casal (em conjunto) quando há um segredo
prestes a ser revelado ou quando foi descoberto.

• Que talvez essa seja uma das situações em que os parceiros mais precisem de um
apoio consistente que lhes permita desnudarem-se e sobreviverem às inevitáveis
vergonhas e sofrimentos decorrentes da revelação de um segredo, além de
suporte para lidarem a dor do risco iminente de abandono.

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• Nessas circunstâncias é comum que o casal esteja às voltas com uma intrincada
rede de mentiras através da qual tentam reestabelecer o equilíbrio no sistema
abalado pelos fatos.

• As mágoas são abundantes e a confiança no sistema conjugal está em frangalhos.

• Esse cenário de crise pode ser muito oportuno para que o sistema realize uma
mudança de segunda ordem, redefinindo-se o contrato e a qualidade relacional
do casal.

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Ciclo CEAP 48
Segredos em Terapia de Casal

Assumir o desafio de:

• Distinguir entre a conveniência ou não da terapia nessa circunstância, segundo sua


capacidade e sensibilidade.
• Reconhecer e interpretar adequadamente o drama vincular implícito em cada relação,
e assim definir se a terapia de casal é de fundamental importância, ou, ao contrário,
se mostra contraindicada para cada casal.

• Não se comprometer em dar ao casal a solução perfeita para sua situação, mas,
promover a possibilidade de que os parceiros aproveitem a crise vivenciada como
oportunidade de aprendizagem e crescimento pessoal e relacional.

97

• Usar seu conhecimento teórico, suas habilidades técnicas e suas características


subjetivas para acompanhar o processo desencadeado pelo segredo revelado na
relação do casal, dando suporte aos parceiros para lidar com todos os movimentos
que naturalmente serão deflagrados na dinâmica relacional:

• Perdão mútuo

• Recomposição do elo de confiança entre eles

• Redefinição da relação

98

Ciclo CEAP 49
Segredos em Terapia de Casal

XV. Contrato
Terapêutico

Curso: Segredos na Terapia de Casal


Professora Marisa Verdolin

99

XV. Contrato Terapêutico

• Compete ao terapeuta estabelecer critérios para o atendimento do casal, devendo


explicar sua forma de trabalhar e abrir espaço para que os parceiros esclareçam
possíveis dúvidas sobre o contrato que lhes propõe.

• Além de regras que normalmente devem constar no contrato terapêutico para


atendimento individual

(sobre a duração da sessão; periodicidade dos atendimentos; confirmação, faltas e


cancelamento de consultas; atrasos; duração do processo terapêutico; regras para o
atendimento; e outras), no contrato para atendimento de casais, uma regra específica se
faz imprescindível:

100

Ciclo CEAP 50
Segredos em Terapia de Casal

A Inclusão de Sessões Individuais

• Há divergências entre autores sobre a conveniência da inclusão de sessões


individuais na terapia de casal; porém, eu considero essa possibilidade bastante
adequada, mesmo quando não há sinais de segredos no pedido inicial do casal.
• Nessa situação, especificamente, esses encontros individuais dão ao terapeuta
oportunidades de ouvir a revelação do segredo e as narrativas individuais sobre
o fato, poupando a si mesmo e os parceiros de situações constrangedoras,
desnecessárias.
• Por exemplo, quando está muito evidente a existência de algo que não está dito
e o terapeuta se vê diante do risco de, com seus questionamentos forçar a
‘confissão’ do que quer que seja.

101

Segundo sua subjetividade e habilidades, cabe ao terapeuta definir cláusulas que lhe
assegurem poder ouvir os parceiros sem criar conluio com eles e/ou motivos para
desconfiança no sistema terapêutico.

• Sugestões:

• Os atendimentos individuais podem ser solicitadas tanto pelo terapeuta


quanto pelos parceiros;

• Esses encontros só ocorrerão se houver consenso entre eles três;

• A pessoa que solicitar o atendimento individual deve comunicar aos outros


seu desejo, não sendo necessário que justifique ou informe o assunto que
deseja tratar;

• Os temas referentes aos problemas do casal que forem tratados nesse


atendimento, deverão necessariamente, ser compartilhados, posteriormente,
no atendimento conjunto.

• Um cuidado importante: sempre que a proposta for do terapeuta, ele deve


deixar claro que deseja atender os dois parceiros individualmente, pedindo
que eles definam em que ordem eles ocorrerão.

102

Ciclo CEAP 51
Segredos em Terapia de Casal

Alerta Final

Em geral a revelação de segredos é antecipado por uma longa e tormentosa


história. Um segredo mal revelado ou revelado em momento inoportuno
pode romper laços, danificar interações, levando as pessoas a optar por uma
saída que poderá ser o rompimento brusco do relacionamento.

Um desafio específico do terapeuta é identificar quando a manutenção - e


não a revelação de um segredo - pode ser uma forma de proteção ao casal,
bem como manejar os conteúdos da forma mais cuidadosa, definindo a
ocasião mais adequada para se revelar esclarecendo questões obscuras e
cheias de conflitos que, muitas vezes causam desesperança aos envolvidos.

Enfatizando que após a revelação do segredo o trabalho do terapeuta


continua intenso, longo e, muitas vezes, árduo, na busca pela restauração da
confiabilidade, do restabelecimento dos vínculos abalados e na
reestruturação da relação do casal.

103

Torna-se temerário o profissional se colocar como terapeuta apto ao


atendimento de casais sem desenvolver competências e habilidades para lidar
com esse desafio tão traumático, sempre presente nesses processos
terapêuticos.

Deixo-lhes sugestões para ilustrar alguns temas vistos nessa oportunidade.

Estarei aguardando suas perguntas, dúvidas, questionamentos, reflexões e


sugestões em nossa Sala de Aulas.
Até lá.

104

Ciclo CEAP 52
Segredos em Terapia de Casal

Sugestões
Filmes Séries

Segredos e Mentiras Dias de Natividad (Natal 3 x 4) - Netflix


Filme britânico / Mike Leigh (1996) Série Espanhola / Pau Freixas (2019)

Le Jeu (Nada a Esconder) - Netflix Big Little Lies - HBO


Filme Francês / Fred Cavayê (2018)
Série Norte-Americana / David E. Kelley (2017)
(versão do original italiano:“Perfetti Sconosciuti”(2016)

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Sugestões

Vídeos

Eu posso explicar...
https://www.youtube.com/watch?v=9x13N_NT_Tk

Relacionamento: O que é mentira e o que é preservar a individualidade?


https://www.facebook.com/watch/?v=483455502253823

106

Ciclo CEAP 53
Segredos em Terapia de Casal

Sugestões

Músicas Livros

Que Mistérios tem Clarisse Dom Casmurro

Caetano Veloso (1968) Machado de Assis (1899)


https://www.youtube.com › watch

Os Maias
Quem Mente perde a Razão
Eça de Queiroz (1888)
Autores: Zé da Silva e Edgard Nunes (1942)
Gravação Nelson Gonçalves
https://www.youtube.com › watch

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Ciclo CEAP 54

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