Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rosalira Oliveira
DEZ ESTRATÉGIAS PARA CONVIVER
COM A ALTA SENSIBILIDADE
Rosalira Oliveira
Recife – 2016
Rosalira Oliveira
Sumário
5
www.amesuasensibilidade.com.br
2. Apresentação: o que é isto que chamamos “alta
sensibilidade”?
6
www.amesuasensibilidade.com.br
da sua mudança de ânimo, ainda que não saiba explica-la: "Não sei o que
houve comigo, eu estava tão bem! ”, é uma frase corriqueira nessas situações.
De uma maneira muito geral, poderíamos dizer que uma PAS absorve bem
mais informação que as demais, ficando facilmente sobrecarregada com o
acúmulo. Em consequência, entre outras características, costuma:
Acredito, porém, que tão (ou mais) forte que esta influência é o trabalho do
próprio indivíduo e sua atitude proativa. Informação, autoconhecimento e
respeito para com a própria sensibilidade, podem ajudar as pessoas altamente
sensíveis a atuarem no mundo sentindo-se confortáveis com esta sua
característica e compartilhando as muitas qualidades das quais são dotadas.
Este é o sentido deste material: ajuda-lo/a a começar a grande aventura de
viver sua sensibilidade de forma plena. Boa leitura.
Sumário
7
www.amesuasensibilidade.com.br
3. 10 Estratégias para conviver com a alta sensibilidade
Afinal, todos nós sabemos que viver a partir do coração torna a vida
mais bela e profunda, porém mais complexa e assustadora também. E é disso
que trata esta publicação: de como aprender a viver com esse dom, sem
esconder-se ou negar essa característica, nem se afogar num mar
incontrolável de suscetibilidades. Creio que, na tarefa de encontrar esse
delicado equilíbrio, algumas das atitudes listadas abaixo podem ser de grande
auxílio.
8
www.amesuasensibilidade.com.br
I. Conheça e aceite a sua característica
9
www.amesuasensibilidade.com.br
Sensibilidade sensorial (que lhe permite captar as sutilezas, tanto do
meio ambiente, quanto das outras pessoas).
Apenas para evitar confusões, reafirmo que estes traços são definidores da
alta sensibilidade. Se você não se identifica com um ou mais deles, não é
uma pessoa altamente sensível. Estes atributos influenciam a maneira como
interagimos com o mundo e as outras pessoas. De modo geral, nós, PAS, nos
cansamos mais depressa, temos mais dificuldade em estabelecer limites nas
relações interpessoais, nos estressamos com mais facilidade e somos mais
incomodados por aspectos do meio ambiente como barulho, luzes e cheiros
fortes. Além de outros estímulos perfeitamente toleráveis para os outros, mas
excessivos para nós.
Por estas e outras dificuldades, ainda que saibamos que alta sensibilidade é
um “dom”, nem sempre conseguimos vivê-la dessa maneira. Eu própria
busquei, por muito tempo, negar essa característica, criando a máscara de uma
pessoa “forte”, uma vez que acreditava que minha sensibilidade me fazia
“fraca”. Acontece que, como disse Jung, “aquilo a que você resiste,
persiste”.
Assim, busque informação: leia livros, visite sites e blogs que tratam do
assunto, procure em revistas que abordam temas ligados ao desenvolvimento
pessoal, etc. Enfim, quanto mais você souber sobre a alta sensibilidade e o
modo como ela se expressa, melhor compreenderá as suas reações e mais
10
www.amesuasensibilidade.com.br
poderá aceita-las, reconhecendo-as como partes integrantes da sua
personalidade.
O fato é que, ainda que a alta sensibilidade seja um dom, nem sempre é
algo fácil de viver. Portanto, para canalizá-la e tirar proveito das muitas
vantagens que ela outorga a pessoa deve cuidar-se com carinho e atenção.
Saber que você é uma pessoa altamente sensível é importante. Entender
como funciona o sistema neurossensorial de uma PAS lhe dá uma
ferramenta fundamental para lidar com a característica no dia-a-dia.
Descobrir mais sobre o traço e sobre a maneira específica como ele se
manifesta no seu caso, pode lhe dar a segurança necessária para arriscar-se e
mostrar-se ao mundo, compartilhando, não apenas, a sua sensibilidade, mas
todos os seus dons. Já imaginou o que teria acontecido se a própria Elaine
Aron não tivesse descoberto dentro de si os recursos necessários para
aventurar-se?
11
www.amesuasensibilidade.com.br
II. Busque o autoconhecimento
O segundo passo é o autoconhecimento, que tem como ponto de partida
a auto-observação. A alta sensibilidade é uma característica que se
manifesta de maneira distinta em cada pessoa. Cada um de nós é diferente.
O que seria um ponto de atenção para uma pessoa, pode não ter maior
significado para outra. Ser uma pessoa altamente sensível é apenas uma parte
do que somos, uma faceta da nossa personalidade, e nunca a sua totalidade.
Você precisa saber como essa característica interage com outros
aspectos da sua personalidade e como a atitude negativa da sociedade em
relação a ela afeta o modo como você a vivencia.
12
www.amesuasensibilidade.com.br
opinião no trabalho, por medo de se expor? Considera-se tímido/a e fica pouco
à vontade em situações sociais? Tem medo de falar em público?
13
www.amesuasensibilidade.com.br
III. Desenvolva sua autoestima
14
www.amesuasensibilidade.com.br
tratamento, sempre exigindo demais de si e se recriminando mentalmente
quando não atinge o padrão esperado.
15
www.amesuasensibilidade.com.br
que independe dos “sucessos” ou “fracassos” com os quais nos brindam
a opinião alheia e o mundo exterior.
Por fim, se você sentir que o tema da autoestima lhe traz ainda muitas
questões a serem trabalhadas e está na raiz de dificuldades e impasses
recorrentes em sua vida, talvez seja o caso de buscar a ajuda de um
profissional para revisitar sua história e construir uma nova perspectiva sobre si
mesmo.
16
www.amesuasensibilidade.com.br
IV. Aprenda a cuidar do seu corpo e respeitá-lo
17
www.amesuasensibilidade.com.br
Para evitar entrar nessa espiral é preciso considerar a quantidade e a
qualidade do seu sono como uma prioridade. Alguns conselhos:
Estabeleça uma rotina: se você estabelece uma hora certa para dormir e
acordar, seu corpo irá se adaptando a esses horários. Pelo menos uma ou
duas horas antes de dormir, desligue todos os equipamentos eletrônicos
(desligue-os da tomada, uma vez que somos sensíveis à radiação.). Procure
atividades relaxantes e evite aquelas que vão mantê-lo excitado (como o
telejornal noturno ou um filme de ação)
18
www.amesuasensibilidade.com.br
(ou a queda do nível da glicose no sangue) pode provocar uma diminuição das
substâncias bioquímicas necessárias ao funcionamento regular do sistema
nervoso, deixando-nos mal-humorados, irritados e propensos a agir de forma
excessivamente emocional. Mais uma vez, esta não é uma regra geral, mas
algo possível de suceder no seu caso específico.
19
www.amesuasensibilidade.com.br
V. Vigie seus limites
20
www.amesuasensibilidade.com.br
O desejo de ajudar se fundamenta em muitas coisas. Além da
valorização social da disponibilidade e da generosidade, existe, no nosso caso,
a questão da empatia. A capacidade que temos de estabelecer uma conexão
emocional profunda com outra pessoa (ou mesmo com um animal), pode nos
levar ao impulso de ajudar o outro, muitas vezes de forma irrefletida.
Começamos a dar conselhos ou a fazer coisas para a outra pessoa, sem parar
para pensar se ela realmente necessita dela, ou deseja, a nossa intervenção.
Este tipo de atitude (a ajuda muitas vezes indesejada) costuma ter como
resultado uma insatisfação por parte de todos os envolvidos. Assim, é preciso
desenvolver a habilidade de perceber a dor da outra pessoa, mantendo ao
mesmo tempo o próprio centro, para evitar sermos arrastados para dentro de
uma situação que não nos pertence.
21
www.amesuasensibilidade.com.br
dignidade. Mas não fique perturbado, se fraquejar. Simplesmente, continue
praticando. Você só tem a ganhar com isso.
22
www.amesuasensibilidade.com.br
VI. Aprenda a gerenciar o estresse
23
www.amesuasensibilidade.com.br
Atenção. Um certo nível de estresse, não apenas faz parte da vida,
como também é parte integrante do processo de crescimento. Sair da zona de
conforto implica, necessariamente, expor-se a situações estressantes. E não
devemos usar a nossa sensibilidade como uma desculpa para nos
escondermos da vida e evitarmos o estresse. O que estou tentando deixar
claro é que devemos encarar os desafios da vida, levando em
consideração a nossa sensibilidade e atuando de forma consequente em
relação a ela. Ou seja, estando atentos aos nossos limites.
24
www.amesuasensibilidade.com.br
Depressão, adicções, alterações do comportamento alimentar e
diferentes desequilíbrios emocionais (perda da libido e uma
incapacidade de sentir prazer nas atividades diárias).
25
www.amesuasensibilidade.com.br
estímulos recebidos ao longo do dia. Estas são, apenas, algumas das atitudes
que devem ser incorporadas à sua rotina.
26
www.amesuasensibilidade.com.br
VII. Tenha um (ou mais) espaço sagrado
27
www.amesuasensibilidade.com.br
Penso, porém, que dentre todos os espaços sagrados que dispomos, o
mais importante é aquele criado dentro de nós mesmos através da prática
da meditação. Esvaziar a mente é uma necessidade vital para a maioria das
PAS. O motivo é claro: com um mundo interior tão rico aliado à capacidade
para absorver tantas informações, a mente vive num estado constante de
atividade. Existem muitas práticas de meditação disponíveis, envolvendo ou
não uma religião específica. Cabe a cada um de nós encontrar aquela que
melhor se adapta a nossa personalidade e estilo de vida.
28
www.amesuasensibilidade.com.br
VIII. Faça contato com outras PAS
29
www.amesuasensibilidade.com.br
IX. Procure exemplos
30
www.amesuasensibilidade.com.br
“A decisão de realizar essa pesquisa, escrever sobre ela e ensinar faz
de mim uma espécie de pioneira. Mas isso também faz parte da
condição de ser uma PAS. Nós somos com frequência os primeiros a
ver o que precisa ser feito. À medida que for crescendo a confiança em
nossas virtudes, talvez um número cada vez maior de nós venha a se
manifestar – à nossa maneira sensível. ” (2002, p. 17)
31
www.amesuasensibilidade.com.br
X. Não se esconda do mundo
Sumário
33
www.amesuasensibilidade.com.br
4. Para saber mais (recursos, blogs, artigos)
Livros:
1. Livros da dra. Elaine Aron:
Em português
Use a sensibilidade a seu favor: pessoas altamente sensíveis. São
Paulo: Gente: 2002
Crianças sensíveis: como preparar seu filho para enfrentar o mundo de
hoje. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
Em inglês
The Higly Sensitive Person in Love
The Highly Sensitive Person’s Workbook
The Undervalued Self
Psychotherapy and the Highly Sensitive Person: Improving Outcomes for
That Minority of People Who are the Majority of Clients.
Filmes e documentários:
1. “Sensitive: the untold story”. Filme produzido pela dra. Elaine Aron
(disponível para compra no site da dra. Aron. Possui legendas em
português)
2. “PAS: sensibilidad al trasluz” documentário produzido pelo Programa
“Crónicas” de La2 de TVE)- em espanhol. Disponivel no site da
emissora: http://www.rtve.es/alacarta/videos/a-punto-con-la-2/punto-la2-
apuntoparavivir-23may/3614836/
34
www.amesuasensibilidade.com.br
3. “Are you a Higly sensitive person?” Video em inglês (com legendas em
português). Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=Y2z3sxiBsA8
Sites e blogs
4. http://hsperson.com. (site oficial da dra. Elaine Aron)
5. personasaltamentesensibles.com(site da coach Karina Zegers de Bejil)
6. amesuasensibilidade.com.br (minha website)
Sumário
35
www.amesuasensibilidade.com.br
5. Identificando sua sensibilidade: Um roteiro para a auto-
observação
36
www.amesuasensibilidade.com.br
Amizades e Relacionamentos sociais
13. Sinto quando alguém está mal e me identifico com seu mal-estar
14. Sinto quando um ambiente está “carregado” (pessoas brigaram ou outra
coisa)
15. Quando percebo uma necessidade imediatamente me disponho a
ajudar.
16. Fico mal quando vejo um ser indefeso (animal, criança ou idoso)
sofrendo.
17. Me revolta tanta injustiça no mundo, mas não sei o que fazer
18. Se alguém me pede ajuda tenho grande dificuldade em dizer não
19. Faço tudo para evitar um conflito
20. Me importa muito a opinião das outras pessoas a meu respeito
21. Necessito da aprovação dos outros para me sentir bem comigo
mesmo/a
22. Se alguém não pensa ou sente como eu, me sinto rejeitado/a
23. Em reuniões tenho dificuldade para expressar minha opinião
24. Se alguém grita ou é agressivo comigo simplesmente me paraliso
25. Tenho dificuldade em defender-me quando me sinto atacado
26. Em geral fico retraído em um ambiente novo. Prefiro observar mais do
que interagir
Relações afetivas
37
www.amesuasensibilidade.com.br
Personalidade e Estilo de vida
31. Procuro fazer tudo bem feito. Tenho horror a cometer erros e faço tudo
para evita-los.
32. Tenho a tendência a me magoar quando sou criticado
33. Sou muito autocrítico e me considero perfeccionista
34. Costumo adiar minhas tarefas até o último momento
35. Tenho dificuldades para planejar e me manter fiel ao planejado
36. Se estou sendo examinado ou numa situação de competição meu
desempenho fica abaixo das minhas capacidades.
37. Me bloqueio quando tenho que trabalhar sobre pressão
38. Reconheço que tenho facilidade para me estressar e que sou mais
ansioso/a que a média das pessoas
39. Tenho uma vida interior muito rica. Vivo muito nos meus pensamentos
40. Tenho uma tendência a me desvalorizar ou a considerar que os outros
são “melhores” do que eu
41. Tenho dificuldade para pedir ajuda
42. Sou um pouco rebelde. As obrigações impostas e as exigências me
fazem resistir
43. Mudanças de todo tipo me produzem nervosismo e stress
44. Costumo me adaptar ao meu entorno para viver em paz
45. Tenho tendência a adaptar-me às expectativas alheias
46. As vezes me deixo levar pelo entusiasmo e me comprometo com mais
coisas do que deveria
47. Me emociono profundamente com obras de arte, música ou poesia
48. Cenas violentas ou dramáticas me afetam fortemente (choro ou não
consigo parar de pensar nelas)
49. Me sinto mal quando me falta o contato com a natureza
50. A espiritualidade é muito importante para mim
Sumário
38
www.amesuasensibilidade.com.br
Sobre a autora:
Meu nome é Rosalira Oliveira e sou a criadora
deste e-book e do Programa Ame Sua
Sensibilidade. Meu objetivo é ajudar pessoas
altamente sensíveis a compreenderem e
canalizarem essa característica,
reconhecendo-a como um dom, tanto para
elas quanto para as pessoas com as quais
convivem. Por quê? Porque conheço bem a
sensação de viver se sentindo diferente das demais pessoas, tendo a nítida
impressão de que existe algo errado com você. Esta foi por muito tempo a minha
história.
Fui uma menina tímida, que ficava mais à vontade com os livros do que com as
pessoas. Como tantas crianças altamente sensíveis, fui induzida a tornar-me
“mais”. Mais forte. Mais sociável. Mais extrovertida (o que me fazia pensar que eu
era “menos”). Aprendi a lição: abandonei minha timidez e construí uma
personalidade extrovertida. Construí também várias carreiras profissionais.
Como assistente social, trabalhei em órgãos públicos e em organizações não
governamentais, aprendi a liderar pessoas e conduzir equipes de trabalho. No
meio de tudo isso, persistia a sensação de estar fora do meu lugar. Havia sempre
o esforço para me encaixar em um papel, que, sabia, não era o meu, e onde eu
não era eu.
39
www.amesuasensibilidade.com.br
Ainda que eu tivesse consciência de que “algo” não estava bem, tampouco sabia o
que era. Somente tinha a sensação de que estava vivendo uma vida que não era
minha, como se fosse um personagem seguindo um script escrito por outra
pessoa. Foi nesse momento que tive contato com o trabalho da Dra. Elaine Aron, a
psicóloga americana pioneira no estudo sobre a alta sensibilidade. De repente,
tudo fez sentido. Percebi que meu próprio sucesso em me adaptar ao mundo tinha
me levado a um ponto crítico, e que era necessário mudar. Busquei o apoio de
uma coach especializada em alta sensibilidade. Revisitei minha história e minhas
escolhas. Como resultado deste processo, aprofundei meus estudos sobre
espiritualidade e desenvolvimento pessoal e, posteriormente, fiz minha formação
em Coaching Ontológico, para que pudesse apoiar outras PAS no seu trabalho de
autoconhecimento e transformação pessoal.
Hoje descobri o meu lugar. Acredito firmemente que as pessoas com alta
sensibilidade necessitam aprender a superar seus receios, para que possam
oferecer seus dons à construção de um mundo melhor. Meu propósito é
contribuir para este desabrochar, compartilhando as ferramentas que me permitem
ir caminhando rumo a uma vida que não apenas integra, mas realmente, celebra
minha sensibilidade.
Sumário
40
www.amesuasensibilidade.com.br