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GIOVANI BATISTA FELTES, Prefeito Municipal de Campo Bom, no uso de suas atribuições
legais, tendo a Câmara Municipal de Vereadores aprovado, sanciona e promulga a seguinte:
LEI:
Art. 2º Os níveis de intensidade de sons ou ruídos fixados por esta Lei, bem como o
nível equivalente e o método utilizado para a medição e avaliação, obedecerão as
recomendações das Normas 10.151 (Avaliação do Ruído em Áreas Habilitadas Visando
o Conforto da Comunidade), e 10.152 (Níveis de Ruído para Conforto Acústico), da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, ou às que estas sucederem.
Art. 4º Incluem-se, igualmente, nas determinações desta Lei, os ruídos emitidos nas
seguintes situações:
a) a utilização de matracas, cornetas, apitos, buzinas, aparelhos sonoros ou outros
sinais, exagerados ou contínuos, em anúncios ou na propaganda de produtos;
b) a emissão, por mais de um minuto, de sons de sinos, ciganas, sirenes, apitos ou
similares, estacionários ou não, excetuados casos de emergência;
c) a emissão de sons, por veículo automotor de qualquer natureza, através de
equipamento de som, rádio, toca-fitas, CD player, alto-falantes ou quaisquer outros
aparelhos de emissão, em locais públicos, ou em estabelecimentos de acesso público.
d) o carregamento e o descarregamento, a abertura e o fechamento, o manuseio de
caixas, engradados, recipientes de qualquer natureza, materiais de construção, latas de
lixo ou similares, no período noturno, causando distúrbios sonoros;
e) a operação ou a execução, em residências, de qualquer instrumento musical,
amplificado eletronicamente, ou não, rádio, fonógrafo, aparelho de televisão, CD player,
ou qualquer outro equipamento que produza, reproduza ou amplifique o som;
f) a operação ou a execução, em qualquer local de entretenimento público, de qualquer
instrumento musical, amplificado eletronicamente, ou não, rádio, fonógrafo, aparelho de
televisão, CD player, ou qualquer outro equipamento que produza, reproduza ou
amplifique o som.
§ 1º Quanto a emissão de ruídos por veículos automotores, ou não, inclusive aqueles
utilizados para atividades de publicidade e propaganda, não poderá ser ultrapassado, em
qualquer caso, o limite de 85 decibéis nos horários diurno e vespertino, e de 75 decibéis
no horário noturno, em qualquer caso, na curva "A" do medidor de intensidade de som,
a uma distância de 7,00m (sete metros) da respectiva origem, ao ar livre.
§ 2º Vetado.
Art. 10. Não se compreendem nas proibições desta Lei, desde que não ultrapassem o
volume de 85 dB (oitenta e cinco decibeis), na curva "A" do medidor de intensidade de
som, ao ar livre, à uma distância de 7,00m (sete metros) da respectiva origem, nos
períodos noturnos e vespertinos, e observem o disposto nas Tabelas anexas a este
Diploma, os ruídos e sons produzidos por:
I - Aparelhos sonorizadores, carros de som e similares, usados nas propagandas
eleitoral e política, e nas manifestações coletivas;
II - Sinos de igrejas ou templos religiosos, desde que sirvam, exclusivamente, para
indicar horas, ou anunciar a realização de atos ou cultos religiosos;
III - Bandas de músicas em procissão, cortejos, ou desfiles cívicos;
IV - Sirenes ou aparelhos de sinalização sonora utilizados por ambulâncias, carros de
bombeiros ou viaturas policiais.
§ 1º Os sons e ruídos decorrentes de explosivos utilizados no arrebentamento de
pedreiras, rochas ou demolições, deverão ser previamente autorizados pela Fiscalização
Municipal, e somente serão permitidos nos períodos diurnos, de segundas-feiras a
sábados, sendo expressamente vedados em domingos e feriados oficiais.
§ 2º Por ocasião dos eventos constantes do Calendário Municipal de Eventos definido
em Lei, são toleradas, excepcionalmente, as manifestações tradicionais, normalmente
proibidas por esta Lei.
Art. 11. A pessoa física ou jurídica que infringir qualquer dispositivo desta Lei, seus
regulamentos e demais normas dela decorrentes, fica sujeita, independentemente da
obrigação de cessar a transgressão, e de arcar com outras sanções imponíveis pela União
ou pelo Estado do Rio Grande do Sul, administrativas, cíveis ou penais, às seguintes
penalidades, definidas sem qualquer ordem obrigatória de precedência:
I - Notificação escrita, para adequação aos termos desta Lei, com prazo de 10 (dez)
dias, prorrogável, no máximo, duas vezes por igual período, em havendo comprovada
necessidade;
II - Multa simples;
III - Multa diária;
IV - Embargo da obra;
V - Interdição temporária, parcial ou total do estabelecimento, ou das atividades
desenvolvidas;
VI - Cassação do alvará de licença para funcionamento do estabelecimento.
§ 1º Para os fins de aplicação das penalidades previstas no caput deste artigo, as
infrações aos dispositivos desta Lei são classificadas como incômodas ou leves (IL),
nocivas ou graves (NG), perigosas ou gravíssima (PG), conforme Tabela III anexa à
este Diploma.
§ 2º A pena de multa implica na obrigação de pagamento do valor correspondente a:
I - Nas infrações incômodas ou leves (IL), ao valor de 300 (trezentos) URMs
(unidades de Referência Municipal);
II - Nas infrações nocivas ou graves (NG), ao valor de 1.000 (um mil) URMs
(Unidades de Referência Municipal);
III - Nas infrações perigosas ou gravíssimas (PG), ao valor de 2.000 (duas mil)
URMs (Unidades de Referência Municipal).
Art. 12. São solidariamente responsáveis pelas infrações e penalidades de que trata este
Diploma, além dos contratantes das emissões sonoras, referidos no art. 9º deste
Diploma, as seguintes pessoas:
I - O requerimento da licença/autorização para emissão sonora;
II - O proprietário, possuidor, locatário, arrendatário e/ou titular do domínio útil sobre
o local onde houver emissão sonora;
III - O proprietário, ou possuidor a qualquer título, do objeto, veículo, artefato ou
equipamento de emissão sonora;
IV - O autor e o executor do projeto de emissão sonora;
V - Os profissionais responsáveis pela manutenção do objeto, veículo, artefato,
equipamento e/ou local de emissão sonora.
Parágrafo único. Os responsáveis solidários, além de arcar com as penalidades
decorrentes das infrações às determinações desta Lei, responderão civil e
administrativamente por quaisquer danos causados à comunidade e/ou á Administração
Municipal.
Art. 13. A reincidência verificar-se-á quando o agente cometer nova infração da mesma
espécie.
Parágrafo único. Nos casos de reincidência haverá aplicação dobrada da multa
prevista.
Art. 14. Haverá infração continuada quando houver continuidade da prática da infração,
inobstante já notificado ou penalidade o infrator.
Parágrafo único. Nos casos de infração continuada, a penalidade de multa poderá ser
aplicada diariamente, até a cessação da infração.
Art. 15. De qualquer penalidade imposta pela Fiscalização Municipal, caberá recurso,
com efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, à Secretaria Municipal de Finanças.
§ 1º Negado provimento ao recurso, caberá pedido de reconsideração, sem efeito
suspensivo, ao Prefeito Municipal, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º O recurso e o pedido de reconsideração deverão ser formulados por escrito, e
regularmente protocolados junto a Administração Municipal.
Art. 16. Os estabelecimentos que estiverem em desacordo com o estatuído nesta Lei, e
que necessitem de isolamento acústico, terão prazo de 150 (cento e cinqüenta) dias,
contando da respectiva publicação, para se adaptarem às respectivas exigências.
§ 1º As pessoas jurídicas ou físicas que já possuem Alvará de Licença expedido pelo
Município, para a atividade de publicidade e propaganda, com uso de veículo automotor
ou não, porém em desacordo com estatuído nesta Lei, terão prazo de 90 (noventa) dias,
contados a partir da respectiva publicação, para se adaptarem a as exigências deste Lei.
§ 2º Na impossibilidade de atendimento ao disposto no caput e § 1º deste artigo, a
pessoa física ou jurídica, terá suas atividades suspensas, até a devida adequação, ou, se
for o caso, a respectiva transferência para local onde a emissão sonora produzida seja
permitida.
Art. 18. Na aplicação das normas estabelecidas por esta Lei, compete à Secretaria
Municipal:
I - Estabelecer programa de controle dos ruídos urbanos, exercer o controle e a
fiscalização das fontes de poluição sonora;
II - Aplicar as sanções previstas e exigir o respectivo cumprimento;
III - Organizar programas de educação e consideração da comunidade sobre:
a) causas, efeitos e métodos gerais de atenuação e controle de ruídos e vibrações;
b) esclarecimento das ações por esta Lei, e procedimentos para o relato das
violações.
Art. 19. Tendo como fato gerador a fiscalização e licenciamento para emissões sonoras,
fica instituída a Taxa de Licença para Emissão Sonora, devida na conformidade da
seguinte Tabela:
ESPÉCIE VALOR
a) sonorização, de qualquer natureza, por veículo, automotor ou não 20 URMs por veículo
b) sonorização de qualquer natureza, por estabelecimento comercial, industrial ou
80 URMs por estabelecimento
de prestação de serviços, que necessitem de certidão de tratamento acústico
c) sonorização, de qualquer natureza, por pessoa física, profissional autônomo ou
10 URMs por pessoa
não
Art. 20. No que se fizer necessário, esta Lei, que será regulamentada pelo Poder
Executivo, no prazo de 90 (noventa) dias.
Art. 21. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas a Lei
Municipal nº 1.039/88, de 21.06.1988, os artigos 40, 41, 42, 43, 44 e 45 da Lei
Municipal nº 1.606/1994, de 14.09.1994 (Código de Posturas), e as alíneas "e", "f" e "g"
do art. 180, da Lei Municipal nº 2.397/2002 de 30/12/2002, com as alterações
introduzidas pela Lei Municipal nº 2.559/2003, de 29/12/2003 (Código Tributário
Municipal).
Gabinete do Prefeito Municipal de Campo Bom, 07 de fevereiro de 2006.
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