Você está na página 1de 72

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CAMILA AMADO SCHAUTZ DA ROCHA

GESTÃO DE ESTOQUE EM UMA FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO NO


OESTE DO PARANÁ

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso

Medianeira
2019
CAMILA AMADO SCHAUTZ DA ROCHA

GESTÃO DE ESTOQUE EM UMA FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO NO


OESTE DO PARANÁ

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Curso de Graduação, em
Engenharia de Produção, da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientador (a): Prof. Me. Peterson Diego


Kunh

Medianeira
2019
TERMO DE APROVAÇÃO

GESTÃO DE ESTOQUE EM UMA FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO NO


OESTE DO PARANÁ

Por

Camila Amado Schautz Da Rocha

Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado às 9h do dia 18 de junho de 2019


como requisito, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Medianeira.
O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o projeto para
realização de trabalho de diplomação aprovado.

______________________________________
Prof. Me. Peterson Diego Kunh
Universidade Tecnológica Federal do Paraná

______________________________________
Prof. Me. Edson Hermenegildo Pereira Júnior
Universidade Tecnológica Federal do Paraná

______________________________________
Prof. Me. Lidiana Zocche
Universidade Tecnológica Federal do Paraná

- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso -


A Deus, meus familiares, professores e amigos...
AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha familia, pelo apoio e amor de


vocês. Não importa a distância, sempre estaremos juntos.
Em especial à minha avó, Lucimar, por me educar, sempre me encorajar,
motivar, ser meu exemplo e principalmente, por me tornar a mulher que sou hoje. Te
agradeço imensamente, minha mãe.
Ao meu pai, Márcio, que não mediu esforços para que eu pudesse estar
aqui durante esses 5 anos. Que me apoiou nas horas da saudade, nas horas de
desmotivação, quando a vontade de desistir se tornava maior que o sonho.
À Associação Atlética Acadêmica de Engenharia XVIII de Março, por esses
5 anos de aprendizado, experiências, por momentos de imensa felicidade. Poder fazer
parte da história da XVIII, é um orgulho. Obrigada aos meus amigos que juntos a mim,
acreditaram que Medianeira é sim, uma cidade pequena, de atlética gigante.
Agradeço ao meu orientador Peterson Diego Kunh, que foi responsável por
me guiar na conclusão dessa pesquisa. A todos os professores do curso de
Engenharia de Produção, pelos ensinamentos transmitidos, pela dedicação, sempre
com o propósito de tornar-nos bons profissionais.
Ao meu companheiro, Willian Novaes, que me incentivou e me deu todo
apoio durante esses últimos anos.
Aos amigos e colegas que conquistei ao longo desta caminhada, pelas
histórias que serão contadas por longos anos, por todos os momentos compartilhados.
Obrigada por se tornarem minha família!
“Há um punhado de homens que conseguem enriquecer simplesmente porque

prestam atenção aos pormenores que a maioria despreza”.


Henry Ford
RESUMO

A.S. DA ROCHA, CAMILA. Gestão de estoque em uma farmácia de manipulação


localizada no oeste do Paraná. 2019. Monografia (Bacharel em Engenharia de
Produção) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

O estudo tem como tema a gestão de estoques em uma farmácia de manipulação de


médio porte, visando a importância de uma eficiente gestão desse setor, afim de
manter os níveis adequados de materiais, garantindo um equilíbrio entre os itens
estocados e a demanda, evitando o desperdício de matéria prima pelo excesso de
quantidade na hora da compra por exemplo, ou a falta de material para a produção do
medicamento, ocasionando o cancelamento da venda e a insatisfação do cliente.
Dessa forma, o objetivo foi propor melhorias na gestão de estoques da farmácia
utilizando-se de ferramentas como a Curva ABC, que contribui para o controle dos
níveis de materiais na empresa, permitindo que os gestores deem maior atenção aos
itens de classificação A, ou seja, de maior consumo. Por meio da elaboração da Curva
ABC identificou-se os itens de maior influência na composição dos custos e
apresentou-se os valores dos níveis de estoques calculados para determinados itens,
sendo que 23 itens são responsáveis por 49,59% do custo anual de compra de
matérias no período correspondente a agosto de 2016 a agosto de 2018.

Palavras-chave: Gestão de estoques; Desperdícios; Curva ABC; Lucratividade;


Custos;
ABSTRACT

A.S. DA ROCHA, CAMILA. Stock management at a handling pharmacy located in


western Paraná. 2019. Monograph (Bachelor in Production Engineering) - Federal
Technological University of Paraná.

The study has the theme of inventory management in a medium-sized pharmacy,


aiming at the importance of an efficient management of this sector, in order to maintain
the adequate levels of materials, ensuring a balance between stocked items and
demand, avoiding the waste of raw material due to excess quantity at the time of
purchase for example, or the lack of material for the production of the drug, causing
the cancellation of the sale and customer dissatisfaction. Thus, the objective was to
propose improvements in pharmacy inventory management using tools such as the
ABC Curve, which contributes to the control of material levels in the company, allowing
managers to pay greater attention to items classified as A, or consumption. Through
the ABC Curve, the items with the greatest influence on cost composition were
identified and the values of the inventory levels calculated for certain items were
presented, with 23 items accounting for 49.59% of the annual purchase cost of subjects
in the period corresponding to August 2016 to August 2018.

Keywords: Inventory Management; Waste; Curve ABC; Profitability; Costs;


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Curva 80-20 com uma classificação ABC de produtos arbitrária. ............. 21
Figura 2 - Conceito da curva ABC. ............................................................................ 22
Figura 3 - Gráfico dente de serra. ............................................................................. 23
Figura 4 - Dente de serra com ruptura. ..................................................................... 24
Figura 5 - Dente de serra utilizando o estoque mínimo. ............................................ 25
Figura 6 - Gráfico dente de serra com tempo de reposição x ponto de pedido ......... 27
Figura 7 - Cronograma das etapas de desenvolvimento do trabalho. ....................... 37
Figura 8 - Representação gráfica da curva ABC. ...................................................... 44
Figura 9 - Estoques máximos, mínimos e ponto de pedido em unidades. ................ 45
Figura 10 - Estoque mínimo calculado. ..................................................................... 47
Figura 11 - Ponto de pedido calculado. ..................................................................... 48
Figura 12 - Estoque máximo calculado. .................................................................... 49
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Atividades primárias e secundárias da logística ...................................... 15


Quadro 2 - Tipos de Estoques................................................................................... 18
Quadro 3 - Desvio padrão para nível de serviço. ...................................................... 29
Quadro 4 - Abordagens de custos............................................................................. 33
Quadro 5 - Parâmetros da Curva ABC ...................................................................... 40
Quadro 6 - Quantidades calculadas pelo parâmetro da Curva ABC adotado. .......... 43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Primeira etapa para elaboração da curva ABC. ....................................... 41


Tabela 2 - Segunda etapa para elaboração da curva ABC (continua) ...................... 41
Tabela 3 - Terceira etapa para elaboração da curva ABC (continua) ....................... 42
LISTA DE SIGLAS

Mapa Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento


Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14
3.1 LOGÍSTICA ......................................................................................................... 14
3.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS .............................................................................. 16
3.3 GESTÃO DE ESTOQUES................................................................................... 16
3.4 TIPOS DE ESTOQUE ......................................................................................... 17
3.5 CURVA ABC ....................................................................................................... 19
3.5.1 Classificação ABC ............................................................................................ 19
3.6 CURVA DENTE DE SERRA ............................................................................... 23
3.7 TIPOS DE DEMANDA ......................................................................................... 25
3.8 PONTO DE PEDIDO ........................................................................................... 26
3.9 ESTOQUE DE SEGURANÇA ............................................................................. 28
3.10 ESTOQUE MÍNIMO........................................................................................... 29
3.11 ESTOQUE MÁXIMO ......................................................................................... 30
3.12 LOTE ECONÔMICO.......................................................................................... 31
4 PROCEDIMENTOS MÉTODOLOGICOS............................................................... 34
4.1 LOCAL DE ESTUDO ........................................................................................... 34
4.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 34
4.2.1. Quanto à sua Abordagem ............................................................................... 35
4.2.2. Quanto à sua Natureza ................................................................................... 35
4.2.3. Quanto ao Objetivo ......................................................................................... 35
4.2.4. Quanto aos Procedimentos ............................................................................. 36
4.3 ETAPAS DA PESQUISA ..................................................................................... 36
5 ANALISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 39
5.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA ATUAL ................................................................... 39
5.2 ELABORAÇÃO DA CURVA ABC DE PARETO .................................................. 40
5.4 ESTOQUES MÁXIMOS, MÍNIMOS E PONTO DE PEDIDO. .............................. 44
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES ........................................................ 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
APÊNDICES ........................................................................................................ 56
11

1 INTRODUÇÃO

A maximização de lucro é o maior objetivo de toda empresa, seja este,


obtido através de equipamentos, financiamentos de vendas, estoques, entre outros.
Segundo Christopher (2011), a vantagem competitiva do mercado pode ser atingida
por uma gestão eficaz da logística e da cadeia de suprimentos.
De acordo com Montanheiro, Fernandes (2008), a gestão de estoques
eficaz, resulta em melhorias significativas a organização no planejamento da
produção, segurança na tomada de decisões e prevenção de possíveis atrasos na
entrega.
Ballou (2006) e Ching (2008) definem a gestão de estoques como sendo
uma das primeiras atividades no processo da logística e por isso necessitam de maior
atenção do gestor. Ressaltam também que o capital investido em estoques não deve
ficar parado, pois ocasiona custos, ocupam espaço e podem ficar ultrapassados.
Viana (2002) ressalta que a gestão de estoque permite a empresa obter
maior lucro, melhorando eficiência, eliminando falhas, diminuindo custos, aumentando
assim a confiabilidade e rapidez no atendimento.
No código de ética dos farmacêuticos aprovado pelo CONSELHO
FEDERAL DE FARMÁCIA (2004, p. 12), diz que uma das obrigações do farmacêutico
inscrito no Conselho Regional de Farmácia, responsável pelo estabelecimento é:
“Respeitar a vida humana, jamais cooperando com atos que intencionalmente atentem
contra ela ou que coloquem em risco sua integridade física ou psíquica”, reafirmando
a importância de uma gestão eficaz no controle do estoque.
Nem sempre é dada a devida atenção a gestão de estoque na maioria das
empresas, sendo que esta decisão pode refletir na diminuição da lucratividade e o
desenvolvimento da mesma. Dias (2012) ressalta os preços altamente competitivos
na atualidade e a importância da gestão de forma eficaz para se obter uma vantagem
competitiva.
Nesse contexto, este estudo é importante para estabelecer controle de
mercadorias obsoletas, os níveis adequados de estoques, o ponto de pedido, evitando
que medicamentos vencidos se mantenham em estoque podendo chegar ao cliente
ou permitindo a falta de matéria prima para elaboração dos mesmos, realizando a
12

implementação de dados reais no sistema operacional afim de obter a organização e


melhoria do processo.
O presente estudo foi realizado em uma farmácia de manipulação situada
na região oeste do Paraná, onde realizou-se um balanço geral dos itens presentes no
estoque confrontando-os com o sistema operacional. Realizando um diagnóstico do
atual planejamento e controle do estoque, o controle da validade das matérias-primas
(as quais devem ser descartadas quatro meses antes do vencimento), os níveis
máximo e mínimo, assim como o ponto de pedido para o ressuprimento.
13

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Otimizar a gestão de estoques de uma farmácia de manipulação, situada


no oeste do Paraná.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Analisar o método atual utilizado para a gestão de estoque da farmácia;


b) Realizar o inventário dos materiais existentes no estoque e confrontar os
dados reais com o do sistema;
c) Identificar os itens de maior representatividade na composição dos
custos de estoque através da curva ABC;
d) Determinar os níveis máximos e mínimos de estoque e o ponto de pedido
dos itens classificados como A;
e) Propor melhorias que otimize a gestão de estoque da empresa
analisada.
14

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 LOGÍSTICA

O conceito de logística é relacionado com a estratégia de forças militares,


onde era utilizado em todo o processo de combate, como: o abastecimento,
movimentações, armamentos e munições para os locais certos.
Segundo Ballou (2006), as atividades logísticas são utilizadas há muitos
anos, porém a logística empresarial é uma área relativamente nova, a qual inclui a da
produção, financeira e marketing, afim de melhorar a administração através do
planejamento de bens e serviços.
A logística empresarial tem como objetivo mostrar como a administração
pode ser eficaz nos serviços de distribuição aos consumidores, utilizando o
planejamento, organização e gestão efetiva para ação de movimentação e
armazenagem de forma que favoreça o fluxo de produtos (GARCIA; GARCIA;
STRASSBURG, 2003).
Para Slack, Chambers, Johnston (2009) a logística é considerada como
uma extensão do controle da gestão física, que começa pelo canal de distribuição até
o final da cadeia produtiva da empresa.
Christopher (2011, p. 2) define a logística como:

Logística é o processo de gestão estratégica da aquisição, movimentação e


armazenagem de materiais, peças e estoques finais (e os fluxos de
informação relacionados) por meio da organização e seus canais de
comercialização, de tal forma que as rentabilidades atual e futura sejam
maximizadas através da execução de pedidos, visando custo benefício.

Pozo (2002) considera a logística perfeita quando existe relação entre


materiais e informações, que começa desde a administração de materiais, distribuição
física de produtos e serviços da empresa que visão ao final a satisfazer o cliente.
O conceito de logística foi evoluindo com o aumento competitivo do
mercado segundo Ching (2008), o qual exige das empresas um diferencial em sua
produtividade e qualidade dos produtos e/ou serviços oferecidos aos consumidores,
assumindo a logística um papel fundamental na integração das áreas da produção.
15

Para Dias (2012) quando a logística é bem planejada e executada, tem-se


a garantia de reduzir os custos do estoque, transporte e distribuição, além de otimizar
o tempo das operações e diminuir a ocorrência de produtos defeituosos e perdas por
falhas na produção.
Ballou (2006) e Ching (2008) afirmam que para a logística exercer sua
devida função tanto no ambiente interno, quanto externo da organização, existem
atividades primárias e secundárias a serem seguidas. As atividades primárias são
fundamentais, pois contribuem com a maior parte do custo total que a função da
logística exerce. Já as atividades secundárias, são contribuintes das primárias e
simulam a menor parte dos custos. No Quadro 1 são apresentadas as atividades
primárias e secundárias seguidas de suas respectivas definições.

Atividades primárias:

Imprescindível para chegada dos bens e serviços ao cliente no local


desejado. Os transportes modais para a movimentação dos produtos
Transportes
acabados podem ser rodoviários, ferroviários, aeroviários e marítimos,
sendo o peso proporcional ao total do custo da logística.
Os estoques são impossíveis de serem produzidos de forma
Gestão de estoques instantânea, como também é preciso um estoque mínimo que opere
como amortecedores entre a oferta e a demanda.
Atividade principiante na movimentação dos produtos até a entrega ao
Processamento de pedidos
consumidor, que determina o tempo total até a entrega ao cliente.

Atividades secundárias:

Quando os produtos não são encaminhados diretamente ao mercado,


Armazenagem utilizam essa técnica. Envolvendo as demandas do espaço para
estocagem das mercadorias.

Manuseio de materiais É o trajeto dos itens na armazenagem.

É a análise dos dados, através da coleta de informações para se obter


Manutenção da informação
uma base para o controle e planejamento da logística.
Quadro 1 - Atividades primárias e secundárias da logística
Fonte: Adaptado de Ballou (2006) e Ching (2008).

A logística está sendo vista no âmbito gerencial como uma vantagem


competitiva do mercado, além da redução dos custos, a melhoria da qualidade do
produto e serviço ao cliente, o sistema logístico se antecipa para possíveis falhas
durante o processo, auxiliando a empresa atingir com eficácia seus objetivos.
16

3.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS

Nos últimos anos, devido ao alto crescimento da globalização, as


organizações precisaram procurar sistemas estratégicos para gerir de uma forma mais
adequada e com mais eficiência os novos conceitos do mercado, o qual valorizem a
qualidade, tempo, lugar e informação do produto.
Para Ballou (2006), a cadeia de suprimentos se trata de um conjunto de
atividades repetitivas durante o percurso da matéria-prima ser transformada em
produto acabado, essas atividades são ditas como funcionais e agregam valor ao
consumidor.
Ching (2008) ressalta que a empresa só terá vantagens competitivas no
mercado, por meio do aumento da produtividade, produtos diferenciados e alto nível
de serviço voltado ao cliente. Para alcançar o objetivo pretendido, essas atividades
devem abranger todas as partes envolvidas com a empresa, tanto dentro, quanto fora.
Segundo Christopher (2011), a cadeia de suprimentos é uma rede de
organizações envolvidas pela montante e a jusante, nos diferentes processos e
atividades que agregam valor ao consumidor final em produtos e serviços.
De acordo com Chopra e Meindl (2011), direta ou indiretamente, as etapas
envolvidas no atendimento de um pedido a um cliente são parte da gestão da cadeia
de suprimentos. Essa gestão não inclui apenas fornecedores e fabricantes, conta com
todos que fazem parte desse processo, como depósitos, transportadores, varejistas,
até chegar na mão do cliente.

3.3 GESTÃO DE ESTOQUES

O gerenciamento do estoque é fundamental na rentabilidade da empresa.


A gestão de estoques não é somente armazenar os produtos, ela é responsável
também por cuidar desse capital estacionado.
Para Ballou (2006), os estoques são amontoados de componentes
primários, materiais em processos e produtos finais que surgem em diversos pontos
da produção dos mesmos nas empresas.
17

Segundo Ching (2008), os estoques são capitais inativos que poderiam


estar sendo investidos de outras formas, assim redirecionam fundos que poderiam ser
usados em outros serviços e tem o mesmo custo que qualquer outro investimento da
empresa. Porém o mesmo ressalta, que sem estoque é impossível trabalhar em uma
empresa, pois ele trabalha como amortecedor entre as etapas de produção até a
chegada ao consumidor.
Dias (2012) diz que as empresas têm como objetivo minimizar os capitais
investidos em estoques, otimizando a administração geral, procurando assim,
maximizar o lucro.
De acordo com Pozo (2002, p 34):

A correta administração de materiais pode ser facilmente percebida quando


os bens necessários não estão disponíveis no momento exato e correto para
atender a demanda e as necessidades do mercado.

Os custos para manter os estoques, segundo Ballou (2006), variam entre


20% e 40% do valor do mesmo, o que comprova o quão importante é ter uma
administração de estoques adequada em uma empresa.
De acordo com Paoleschi (2009), o controle de estoque é aplicado para
monitorar os processos reais, por isso é imprescindível o conhecimento das atividades
para um controle eficaz. As principais atividades são: conhecer o saldo existente de
materiais (diário, mensal, anual), como também, o que se pretende estocar para
dimensionar a área a ser utilizada; organizar o almoxarifado da melhor forma, sendo
por rua, armazém, prateleira, gaveta; verificar se o ambiente necessita de
climatização, entre outras.
Alguns aspectos devem estar claros antes de se criar um sistema de controle
de estoques. Entre eles, está a definição de quais tipos de estoques há na empresa, qual
o nível adequado de estoque que deve permanecer para suprir as necessidades e qual a
relação entre o nível de estoque e o capital necessário envolvido (DIAS, 2012).

3.4 TIPOS DE ESTOQUE


18

As quantidades em estoque devem ser planejadas e controladas, para que


a produção não pare e nem que haja excessos desnecessários que aumente os custos
da empresa, afirma Chiavenato (2005).
Segundo Dias (2012) e Ballou (2006), os estoques são divididos de acordo
com suas funções, para a melhor gerencia do estoque existente na empresa. O
Quadro 2, são apresentados alguns tipos de estoques que podem ser encontrados
nas organizações, como também suas definições.

Tipos de estoque Descrição

São materiais básicos que requerem processamento para se transformar em


Matéria-Prima
um produto acabado, sua utilização é proporcional ao volume de produção.

São os materiais que estão sendo usados em diferentes estágios do processo


de fabricação. Em geral, estão parcialmente acabados ou em estágio
Produtos em
intermediário de produção. Podem ser compreendidos como itens que já
processo
passaram por algum processo, mas que ainda não chegaram no fim do
processo produtivo.

São itens produzidos, mas ainda não comercializados. Nas organizações que
Produtos acabados produzem por encomenda o estoque é mantido muito baixo e as que produzem
pela previsão das vendas tendem a manter o estoque maior.

Materiais MRO São materiais para apoio às atividades de produção, para evitar paradas na
(manutenção, fábrica o que pode gerar perdas com mão de obra, equipamentos ociosos,
reparo e operação) prazo de entrega estendido e até mesmo o cancelamento do pedido.

São os itens em transitório, os quais possuem uma movimentação lenta e


Estoque de canal
também os itens que estão entre os estágios de produção.

Estoque de São gerados quando há muita variação no preço da matéria-prima, com objetivo
especulação de se obter mais lucro.

São gerados pelo tamanho dos lotes, afim de ganhar descontos pelas
Estoque de ciclo
quantidades compradas.

Estoque de É um estoque a mais, para garantir as condições da demanda e o tempo de


segurança entrega. Afim de assegurar a empresa de variações não previstas.

São os estoques que ficam ultrapassados ou perdidos devido ao longo tempo


Estoque obsoleto
armazenado ou acabam sendo roubados.
Quadro 2 - Tipos de Estoques
Fonte: Adaptado de Dias (2012), Ballou (2006) e Corrêa e Corrêa (2012).

Os gestores devem analisar o tipo de estoque que melhor se encaixa em


suas organizações, se atentando desde o momento da compra de matéria-prima até
a chegada do produto ao cliente, afim de evitar futuros problemas.
19

Na empresa estudada nesta pesquisa, serão analisados os níveis máximos


e mínimos de estoque e o ponto de pedido das matérias-primas, analisados pela
segurança de suprir a demanda de forma a não gerar custos adicionais.

3.5 CURVA ABC

De acordo com Dias (2012), a curva ABC é uma ferramenta importante ao


gestor e é obtida através da classificação dos itens conforme sua importância relativa,
justificando a atenção daqueles itens perante a administração da empresa.
Para Slack, Chambers, Johnston (2009, p. 377): “os itens com
movimentação de valor particularmente alto demandam controle cuidadoso, enquanto
aqueles com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados tão
rigorosamente”. A curva ABC determina a ordem de prioridade dos produtos em
estoque, sendo muito útil ao gestor mostrando quais itens devem ter maior atenção.
Krajewski, Ritzman e Malhotra, (2009) ressaltam que a estrutura da curva
ABC incide na divisão dos produtos em três categorias diferenciadas de acordo com
seu custo financeiro, afim de sinalizar aos administradores quais os itens possuem
maiores valores.
Ching (2008) relembra que este método já é aplicado em muitas indústrias
há vários anos atrás e que se baseia no diagrama de Pareto, onde nem todos os itens
tem a mesma relevância e a atenção deve ser direcionada aos mais significativos.
A curva ABC também é usada para definir políticas de vendas, estabelecer
prioridades, entre outras situações na empresa, e não só para administração de
estoques, ressalta Dias (2012).

3.5.1 Classificação ABC

Segundo Ballou (2006) para aplicar uma política de controle de estoque,


deve-se separar os produtos pelo grau de importância para a empresa e não os tratar
20

iguais, pelo fato de que são diferentes em demandas, lucros ou competitividade no


mercado.
Determinados itens têm custos de manutenção maiores que outros de
acordo com Corrêa e Corrêa (2012), dessa forma a necessidade de definir os itens
que devem ter maior atenção na empresa passa a ser essencial. A classificação ABC
tem objetivo de definir diferentes grupos com a informação dos itens mantidos, para
obtenção de maior lucratividade.
O princípio 80-20, como Ballou (2006) denomina, está relacionado pela
desproporcionalidade da porcentagem nas vendas e lucros entre os produtos, onde
80% das vendas representam 20% da produção.
Ballou (2006) e Dias (2012) afirmam que as categorias podem ser definidas
em três classes: A, B e C, conforme observa-se na Figura 1 , porém não existe uma
forma estrita para agrupar os itens nas classes citadas, variando a cada situação. De
acordo com o bom senso ocorre a seguinte classificação:
 Classe A: representa os mais importantes para a administração,
chegando no máximo a 20% dos itens e não devem ultrapassar 50% dos custos totais
de investimento.
 Classe B: são os itens com saídas menores que a classe A,
considerados intermediários na distribuição, representando 30% dos itens, não
devendo passar 30% dos custos totais.
 Classe C: são os itens restantes, representando os 50% restantes, não
devem exceder 20% dos custos totais.
A Figura 1 mostra a curva 80-20 de forma gráfica conforme a classificação
dos produtos.
21

Figura 1 - Curva 80-20 com uma classificação ABC de produtos arbitrária.


Fonte: Ballou (2006).

Os itens A necessitam de maior atenção, devido aos seus elevados custos


no capital da empresa. Os itens B, representam um custo médio podendo calcular
uma quantidade que minimize o custo total (Lote Econômico de Compras), como
também o ponto de pedido afim de cobrir os gastos com estoques de segurança. Para
C, a atenção não precisa ser tão rigorosa, já que representa o menor custo, sendo de
fácil obtenção.
Corrêa e Corrêa (2012), ressaltam que há passos para serem seguidos
para aplicação da curva ABC. Primeiramente, deve-se determinar a quantidade total
utilizada no ano anterior, o custo médio e anual de cada item. Depois, colocar todos
os itens em valor decrescente do custo total de investimento encontrado anteriormente
e calcular os valores acumulados de toda lista na ordem definida. Por fim, deve-se
colocar em termos percentuais os valores encontrados, plotar num gráfico e assim
definir as regiões A, B e C pela inclinação da curva. A Figura 2 mostra um exemplo de
aplicação da curva ABC.
22

Figura 2 - Conceito da curva ABC.


Fonte: Corrêa e Corrêa (2012).

A Figura 2 apresenta os passos para a realização da técnica conforme


citado anteriormente. Sendo a sequência de 1 a 13 classificados como classe A,
representando até 80% do custo anual acumulado e os itens da classe C, 39 a 47,
representando a menor parcela deste capital.
23

3.6 CURVA DENTE DE SERRA

A entrada e saída de um item no sistema pode ser feita graficamente


segundo Dias (2012), o qual a abscissa corresponde ao tempo decorrido e a ordenada
o consumo. Ressalta também que caso não ocorram alterações na demanda, falhas
administrativas, atrasos em geral ou a rejeição de alguma entrega do fornecedor pelo
controle de qualidade, o comportamento desta curva será padrão.
A chamada “Curva dente-de-serra” ilustra muito claramente como o
estoque se comporta ao longo de determinado período, podendo ser usada para
definir o ponto em que este estoque deve ser reabastecido. É assim denominado pela
sequência de triângulos apresentados (BOWERSOX et al., 2010).
A Figura 3 mostra o gráfico com comportamento padrão, o qual é
denominado dente de serra.

Figura 3 - Gráfico dente de serra.


Fonte: Dias (2012).

Dias (2012) observa na Figura 3 que o consumo é uniforme, o estoque inicia


na parte superior do gráfico, com o decorrer do tempo é consumido até chegar a
“zero”. Nesse momento o almoxarifado é comunicado para a reposição do estoque,
voltando o mesmo para a posição inicial. Segue-se esse ciclo repetitivo e constante
se não ocorrer nenhuma alteração na demanda durante esse tempo, como por
exemplo atrasos do fornecedor.
24

Corrêa e Corrêa (2012) salientam que nas situações práticas, na grande


parte dos casos a demanda não é constante, existindo uma flutuação em torno de
certo valor, com a possibilidade que o estoque chegue a zero antes que o
ressuprimento esteja disponível. Nestes casos, acontece uma situação denominada
ruptura de estoques.
Em alguns casos, o consumo de matéria-prima é variável, Dias (2012) diz
que para não deixar de atender ao cliente pela falta de itens no estoque, define-se a
ruptura de estoque como uma saída para diminuir os riscos de ter um estoque zero
durante algum período. A ruptura do estoque pode ser observada na Figura 4.

Figura 4 - Dente de serra com ruptura.


Fonte: Adaptado de Dias (2012).

A linha pontilhada da Figura 4, que está entre os meses de julho a


setembro, representa o tempo que o estoque é zero, por esse motivo a venda de
oitenta unidades foi perdida. O objetivo de uma gestão adequada é evitar essas
ocorrências.
Segundo Dias (2012), um método para evitar a falta de matéria-prima no
estoque, é manter uma quantidade de itens armazenados a mais do que a previsão
da demanda, ou seja, um estoque mínimo estimado por uma projeção, o qual tem
como objetivo suprir possíveis imprevistos que possam ocorrer.
25

A Figura 5 apresenta a projeção do estoque mínimo utilizando o gráfico de


dente de serra.

Figura 5 - Dente de serra utilizando o estoque mínimo.


Fonte: Adaptado de Dias (2012).

A Figura 5 apresenta no ponto inicial o estoque máximo sendo consumido


com o passar do tempo. Caso haja alteração da demanda ou no tempo de reposição
da matéria-prima o estoque mínimo é consumido, quando adotado. Os tipos de
estoque, assim como o ponto de pedido, serão abordados ao decorrer da pesquisa.

3.7 TIPOS DE DEMANDA

Corrêa e Corrêa (2012) afirmam que a demanda independente é aquela


que a demanda futura dos itens não está no controle da empresa, tendo esta que
prever um consumo futuro. Já a demanda dependente, permite que o consumo futuro
seja calculado com base no controle da operação.
Segundo Dias (2012), as demandas se classificam em quantitativa, a qual
se baseia em vendas passadas, variáveis de fácil previsão e influência do marketing,
e qualitativa, a qual se baseia em opiniões dos envolvidos no processo e pesquisas.
26

As demandas podem ser classificadas em dependentes e independentes


conforme Moreira (2008), a demanda independente mesmo com influência da
empresa por meio da redução de preços, está fora do controle da empresa,
dependendo somente das condições do mercado. Já a demanda dependente, ocorre
quando o consumo pode ser controlado e programado internamente na empresa.

3.8 PONTO DE PEDIDO

Segundo Corrêa e Corrêa (2012), o modelo de ponto de reposição opera


da seguinte forma: quando certa quantidade é retirada do estoque, observa-se a
quantidade restante, caso essa quantidade for menor que uma quantidade
anteriormente determinada, chamada de ressuprimento, realiza-se a compra ou a
produção do item (conforme a situação). O tempo que o fornecedor leva até entregar
o item solicitado é denominado tempo de reposição ou lead time.
Pozo (2002) ressalta que o ponto de pedido é a quantidade de um
determinado item em estoque, que garantirá o suprimento da demanda sem correr
riscos de falta de matéria-prima. Assim, quando um item chega nesse ponto, deve-se
fazer o ressuprimento do estoque.
Dias (2012) divide em três partes esse tempo de reposição:
a) Emissão do pedido: tempo desde o momento da compra até o
recebimento do pedido ao fornecedor;
b) Preparação do pedido: tempo de fabricação e faturamento do pedido;
c) Transporte: tempo da saída do fornecedor até chegar nas mãos do
cliente.
Segundo Ballou (2006) o Tempo de Ressuprimento, ou Tempo de
Reposição, é o tempo entre o momento de identificação da necessidade e o momento
em que o item chegará ao estoque.
Para Garcia, Lacerda e Arozo (2006) o ponto de pedido é a forma de
garantir que não haja efeitos da variabilidade do tempo de reposição e do consumo
médio, acrescentando o estoque mínimo como segurança.
A fórmula citada a cima para Dias (2012) é apresentada na equação (1):
27

𝑷𝑷 = 𝑪 × 𝑻𝑹 + 𝑬𝒎𝒊𝒏 (1)

Em que:
𝑃𝑃 = Ponto de pedido
𝐶 = Consumo médio
𝑇𝑅 = Tempo de reposição
𝐸𝑚𝑖𝑛 = Estoque mínimo

Pode-se representar graficamente o tempo de reposição como na Figura 6:

Figura 6 - Gráfico dente de serra com tempo de reposição x ponto de pedido


Fonte: Dias (2012).

Observa-se que no ponto de pedido (PP) é realizada a compra ao


fornecedor e o lead time é consumido desde a emissão da nota até a chegada da
mercadoria, podendo-se utilizar ou não do estoque mínimo.
Através do cálculo do ponto de pedido, é possível identificar a quantidade
mínima em estoque para atender a demanda e o ponto exato da próxima reposição
do estoque.
28

3.9 ESTOQUE DE SEGURANÇA

Corrêa e Corrêa (2012) muitas empresas diante da possibilidade de


rupturas no comportamento da curva dente de serra, optam por manter uma
determinada quantidade de itens em estoque, afim de suprir eventuais necessidades
caso a demanda seja alterada após a realização do pedido.
Chopra e Meindl (2011) mostram que quanto maior a variabilidade, mais
difícil é a sua previsão. Com as demandas previsíveis e a pouca variabilidade da
mesma, não há necessidade de estoques de segurança, sendo a demanda atendida
pelo estoque cíclico (diferença entre o lote de produção e a demanda). Portanto, o
estoque de segurança serve para amenizar os efeitos da variabilidade da demanda.
Para Bowersox e Closs (2010), o estoque de segurança é necessário para
proteger os níveis de estoques correntes, pela incerteza das demandas e de prazos
de reabastecimento.
Dias (2012) analisa o estoque mínimo, conhecido também como estoque
de segurança, está diretamente ligado com o grau de imobilização financeira da
empresa. Assim, através da equação (2), pode-se chegar ao estoque de segurança.

𝐸𝑚𝑖𝑛 = 𝐶 × 𝐾 (2)
Em que:
𝐸𝑚𝑖𝑛 = estoque mínimo
𝐶 = consumo médio
𝐾 = fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantia contra
um risco de ruptura

Os valores adotados pelo fator K apresentado na fórmula acima, que tem


como objetivo prevenir possíveis falhas no sistema, devem ser definidos pela
empresa, que determina o grau de atendimento para o item (DIAS, 2012).
Segundo Tubino (2000), para cada nível de serviço desejado, um número
de desvio padrão (K) deve ser considerado conforme mostra o Quadro 3.

Nível de serviço K
80% 0,84
29

85% 1,03
90% 1,28
95% 1,64
99% 2,32
99,99% 3,62
Quadro 3 - Desvio padrão para nível de serviço.
Fonte: Tubino (2000)

Entende-se, portanto, que caso o gestor queira ter uma margem de falha
de 10% nos estoques da organização, usaremos 1,28 para o valor de K. Tendo assim,
uma garantia de que somente em 10% das vezes o estoque deste item seja zero.
O estoque de segurança é calculado através do consumo médio (estoque
de segurança somado ao prazo dos fornecedores) e do fator de segurança,
representando as incertezas da demanda durante o lead time.
Nesse estudo serão apresentados outros tópicos que complementam o
cálculo deste estoque extra.

3.10 ESTOQUE MÍNIMO

O estoque mínimo para Pozo (2002), também conhecido como estoque de


segurança, tem como objetivo suprir possíveis alterações no estoque, que podem ser
causadas por exemplo pelo aumento da demanda ou atrasos dos fornecedores.
Dias (2012) relata que o estoque mínimo é diretamente ligado ao grau
financeiro da empresa, e representa a quantidade mínima que deve existir em
estoque, para cobrir possíveis atrasos no reabastecimento, garantindo o
funcionamento contínuo e eficaz do processo.
Para Viana (2002, p. 150),

Quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento


superior ao programado ou um consumo desproporcional. Ao ser atingido
pelo estoque em declínio, indica a condição crítica do material,
desencadeando providências, como por exemplo, a ativação das
encomendas em andamento, objetivando evitar a ruptura do estoque.
30

O mínimo permitido para Moreira (2008), tem como base a taxa de nível de
estoque de segurança e o tempo de reposição que leva para o fornecedor realizar a
entrega do pedido.
Corrêa e Corrêa (2012) afirmam que a organização pode calcular o estoque
mínimo baseada no risco que ela está disposta a assumir se houver alguma mudança
inesperada por parte da demanda. A equação (3) representa como obter o estoque
mínimo para esse caso.

𝐄𝐬𝐞𝐠 = 𝐅𝐒 × 𝛔 × √𝐋𝐓⁄𝐏𝐏 (3)

Em que:
𝐸𝑠𝑒𝑔 = estoque de segurança
𝐹𝑆 = fator de segurança, dado em função do nível de serviço pretendido.
𝜎 = desvio-padrão estimado da demanda
𝐿𝑇 = lead time de ressuprimento
𝑃𝑃 = periodicidade à qual se refere o desvio-padrão

O fator de segurança (𝐹𝑆) da equação (3) é representado pelo valor de nível


de serviço (𝐾), representado na equação (2) citada em tópicos anteriores. E o lead
time de ressuprimento (𝐿𝑇), sendo representado pelo tempo de reposição (𝑇𝑅) na
equação (1).

3.11 ESTOQUE MÁXIMO

De acordo com Tófoli (2012), estoque máximo é igual à soma do estoque


de segurança mais o lote econômico. O mesmo sofre limitações de ordem física,
manuseio, custos, inventários, riscos entre outros. Esse tipo de estoque envolve o
suprimento e o estoque de reserva.
Segundo Martins (2002), o estoque máximo consiste no consumo médio
mensal, na verificação do nível do estoque, seja ele, semanal, quinzenal ou mensal,
e na quantidade necessária para suprir a demanda do mesmo.
31

A Equação 4 é utilizada para o cálculo do estoque máximo:

𝐄𝐦á𝐱 = 𝐃 × (𝐋𝐓 + 𝐈) + 𝐄𝐬𝐞𝐠 (4)

Em que:
𝐸𝑚á𝑥 = Estoque máximo
𝐷 = Demanda média
𝐿𝑇 = Tempo de reposição
𝐸𝑠𝑒𝑔 = Estoque de segurança
𝐼 = Intervalo de revisão

Portanto, o estoque máximo é obtido pelo consumo mensal do item


(demanda média), o tempo de reposição (LT) somado ao intervalo de revisão (I)
efetuado pela empresa e pela soma do estoque mínimo, conhecido também como
estoque de segurança (𝐸𝑠𝑒𝑔 ).

3.12 LOTE ECONÔMICO

Lustosa, Mesquita e Oliveira (2008) afirmam que o modelo de Lote


Econômico de Compra (LEC) foi desenvolvido por Ford Harris em 1913 e introduzido
no sistema de produção para modelagem de estoques. Houve alterações nesse
modelo para que seu cálculo minimizasse o custo total de operação de um
determinado período, o qual, pode ser representado pela soma dos custos de
aquisição, operação e estocagem.
Para Slack, Chambers, Johnston (2009), o método mais utilizado para se
obter a quantidade de um item a ser pedida para o ressuprimento do estoque, é
chamado de abordagem do lote econômico de compra (LEC).
Graeml e Peinado (2007, p. 688) dizem que:

O lote econômico de compra pode ser calculado matematicamente e


corresponde à quantidade de material para a qual o custo de estocagem é
igual ao custo com pedidos, ou seja, do lote que representa a opção mais
econômica para a aquisição do material em questão.
32

A fórmula básica do LEC, quando aplicada corretamente, segundo Baily et


al (2000), resultará em estoques menores, menor número de pedidos e manutenção
do nível de serviços.
Segundo Pozo (2002) para se obter a fórmula afim de minimizar os custos
totais, a quantidade (Q) que minimiza o custo total (CT), ou seja o LEC, deriva-se a
equação (5) em função da quantidade e iguala-se a 0, conforme representado na
equação (6), obtendo-se então a equação (7).

𝐷 𝑄
𝐶𝑇 = 𝑆 × ( ) + 𝐼𝐶 × ( ) (5)
𝑄 2

𝜕𝐶𝑇 𝐼𝐶 𝐷𝑆
= − (6)
𝜕𝑄 2 𝑄2

2×𝐷𝑆
𝐿𝐸𝐶 = √ (7)
𝐼𝐶

Em que:
CT: custo de estoque total anual;
Q: quantidade do pedido para reposição do estoque;
D: demanda anual dos itens;
S: custo de aquisição por pedido;
C: valor do item no estoque;
I: custo da manutenção como percentagem do valor do item, % / ano.

Para encontrar os valores do custo total anual da equação (7), segundo


Corrêa e Corrêa (2012), é necessário definir padrões, como o ponto de pedido e o
tamanho do lote de ressuprimento. Para tal definição adota-se certas abordagens de
custos apresentadas no Quadro 4.
33

SÍMBOLO TIPO DE CUSTO DESCRIÇÃO


CUSTO FIXO DE FAZER UM É um custo fixo que não varia com a quantidade
𝐶𝑓 PEDIDO DE RESSUPRIMENTO pedida.
É custo anual total de armazenagem de um
CUSTO UNITÁRIO ANUAL DE
𝐶𝑒 determinado item. Incluindo todos os custos
ESTOCAGEM
envolvidos para manter esse item no estoque.

São calculados pela multiplicação do estoque médio


(tamanho do lote, dividido por dois) mantido pelo
𝐶𝐴 CUSTO DE ARMAZENAGEM sistema de 𝐶𝑒, expresso pela equação 8:
𝐿
𝐶𝐴 = 𝐶𝑒 × (8)
2
São calculados pela multiplicação do 𝐶𝑓 custos fixos
de um pedido, pelo número de pedidos feito ao longo
do ano (sendo pela demanda anual DA, dividido pelo
𝐶𝑃 CUSTO DE PEDIDO tamanho do lote), pode ser observada na equação 9:
𝐷𝐴
𝐶𝑃 = 𝐶𝑓 × (9)
𝐿
Quadro 4 - Abordagens de custos.
Fonte: Adaptado de Corrêa e Corrêa (2012).
34

4 PROCEDIMENTOS MÉTODOLOGICOS

4.1 LOCAL DE ESTUDO

O estudo foi realizado em uma farmácia localizada na região oeste do


Paraná que mantém suas atividades desde 2003, com foco na competência,
confiabilidade e o profissionalismo. Em 2009, o atual proprietário estabeleceu como
meta aumentar a demanda de vendas a médio e longo prazo. Nos últimos anos, a
farmácia de manipulação vem alcançando esse crescimento, abrangendo não só a
região de origem, como também cidades localizadas nas regiões Sul e Sudeste.
A missão da empresa é contribuir para a saúde da população por meio da
manipulação de medicamentos e cosméticos com qualidade e eficácia, priorizando o
atendimento especializado e individual ao cliente, a fim de promover saúde por meio
de um tratamento adequado. Com a visão de ser reconhecida como uma farmácia de
manipulação de referência na busca por qualidade de vida.
Atualmente com cerca de 26 funcionários, a empresa conta com
laboratórios adequados para a produção de medicamentos, como antibióticos,
hormônios para uso humano e medicamentos de uso veterinário com autorização do
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Possuem uma equipe
qualificada, com todas as documentações e exigências da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA).

4.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Toda classificação é feita baseada em algum critério. A classificação de


pesquisas é usualmente feita embasada no objetivo geral da mesma (GIL, 2010).
As pesquisas podem ser classificadas quanto a sua abordagem: qualitativa
e quantitativa, quanto a sua natureza: básica e aplicada, ao seu objetivo: exploratória,
descritiva, explicativa e seu procedimento: experimental, bibliográfica, ex-post-facto,
35

estudo de caso, participante, pesquisa-ação, entre outras. Nos tópicos seguintes,


serão abordadas as classificações citadas.

4.2.1. Quanto à sua Abordagem

Silva e Menezes (2009), descrevem que a pesquisa pode ser classificada


como quantitativa e qualitativa. A quantitativa é tudo que pode ser quantificável,
traduzindo em números as informações e opiniões para depois classifica-las e analisa-
las. Para isso utiliza-se de técnicas e estatísticas. Já a qualitativa, não requer o uso
dessas técnicas e nem de estatísticas, sendo o local e o pesquisador fontes diretas
da coleta de dados, de forma a ser analisada individualmente.
Este trabalho pode ser representado como qualitativo e quantitativo, por se
tratar da análise do estoque e a identificação dos problemas, buscando propor
melhorias na empresa mensurando possíveis desperdícios por meio de cálculos.

4.2.2. Quanto à sua Natureza

Segundo Gil (2010), as pesquisas podem ser classificadas em duas


categorias: básicas e aplicadas. Sendo que, as pesquisas básicas não precisam
necessariamente de uma aplicação prática para buscar um crescimento sobre algum
assunto, já as pesquisas aplicadas têm como objetivo solucionar problemas
anteriormente identificados com aplicações práticas.
A natureza deste trabalho caracteriza-se como pesquisa aplicada, pois os
resultados obtidos poderão ser utilizados na busca de solucionar os problemas
relacionados a gestão de estoques.

4.2.3. Quanto ao Objetivo


36

Marconi e Lakatos (2010) consideram que existem, basicamente, três tipos


de pesquisa com objetivos diferentes: pesquisa exploratória, descritiva e experimental.
A pesquisa descritiva tem como objetivo descrever as características de
uma população ou fenômeno identificando variáveis. Gil (2010) acrescenta que essa
pesquisa utiliza técnicas padronizadas por questionários e observações metódicas,
por meio da coleta de dados.
Pela descrição dos objetivos, este trabalho tem caráter descritivo pois
foram coletados dados para a interpretação dos mesmos.

4.2.4. Quanto aos Procedimentos

Conforme Yin (2001): “o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que


compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e
análise de dados”.
Para tal classificação, deve-se levar em conta o local da pesquisa, meios
de coleta e análise de dados, como também sua atividade prática. Sendo assim, este
trabalho trata-se de um estudo de caso com levantamento de dados, procurando
otimizar a gestão de estoque.

4.3 ETAPAS DA PESQUISA

Foram coletados dados diretamente com o proprietário da farmácia, que é


também, o responsável pelo setor de compra, bem como, com a responsável pelo
setor do estoque.
Através de questionários informais dúvidas foram sanadas ao decorrer da
realização do trabalho. Também foi possível obter informações com os funcionários,
devido a rotina diária, os mesmos puderam relatar situações que ocasionam
problemas devido ao estoque.
37

Como forma de propor melhorias de fácil aplicação, observou-se por vários


dias como ocorre o desenvolvimento das atividades para observar exatamente onde
ocorrem os reais problemas que afetam a administração do mesmo.
Após a definição do tema, objetivos e a revisão literária, a pesquisa ocorreu
em 4 etapas, observadas na Figura 7 e descritas a seguir:

Figura 7 - Cronograma das etapas de desenvolvimento do trabalho.


Fonte: Autoria própria.
38

O primeiro objetivo específico da pesquisa, analisar o método atual utilizado


para a gestão de estoque da farmácia, compreende a etapa 1. Foi realizada a primeira
visita no início de agosto de 2018, através de conversa informal com o proprietário
onde foram coletadas informações a respeito da gestão de estoques da empresa.
Através deste primeiro contato foi possível definir o tempo e os produtos que foram
utilizados para análise dos dados, além de definir as principais ferramentas utilizadas
na gestão de estoques atual da empresa.
O segundo objetivo específico, realizar o inventário dos materiais existentes
no estoque e confrontar os dados reais com o do sistema, representando a segunda
etapa, foi realizado através do sistema de vendas.
Desta forma, elaborou-se um relatório com a compilação dos dados obtidos
pelo software da empresa e as planilhas de compras dos últimos 2 anos feitas pelo
próprio proprietário. A análise dos dados foi realizada por meio de tabelas, gráficos e
do software Excel ®, que permitiu a compreensão do funcionamento da gestão atual
realizada pela empresa, e a verificação de seu funcionamento.
Para concluir o terceiro objetivo, identificar os itens de maior
representatividade na composição dos custos de estoque através da curva ABC, na
etapa 3, os itens foram classificados em relação ao seu valor monetário, afim de
identificar por meio da classificação ABC os produtos que a empresa necessita dar
maior atenção em seu estoque.
A fim de atingir o quarto objetivo desta pesquisa, determinar os níveis
máximos e mínimos de estoque e o ponto de pedido dos itens classificados como A,
na etapa 4, os níveis de estoque foram calculados através das equações do estoque
mínimo, máximo e do ponto de pedido, apresentados no referencial teórico.
Com a intenção de atingir o último objetivo especifico dessa pesquisa,
foram propostas melhorias passíveis de implementação, que serão relatadas na
análise dos resultados, afim de manter níveis consideráveis de estoque, avaliando
possíveis reduções de quantidades para diminuir o capital obsoleto. Garantindo o
objetivo geral da pesquisa, de otimizar a gestão de estoque da farmácia.
39

5 ANALISE DOS RESULTADOS

5.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA ATUAL

Observa-se que atualmente não existe um controle de estoque efetivo


implementado, o qual é realizado pela responsável do setor de estoques através de
uma lista dos produtos que estão faltando, a qual é repassada ao dono do
estabelecimento para efetivar as compras, ou é realizado uma verificação do estoque
quando o representante comercial faz uma visita a empresa.
Algumas informações são lançadas via sistema que servem somente para
controle da gerência para realizar as vendas. Os materiais não são classificados, não
se sabe a quantidade de materiais em estoque, em muitos casos ocorre a falta de
produto, como também o vencimento.
Não se utiliza um software para realizar o controle de estoque, o que
dificulta a obtenção de informações, tanto para a gestão de estoque, como para outros
departamentos, como compras, custos, vendas e gerência. Sem os relatórios
gerenciais fica difícil tomar decisões e melhor dimensionar as quantidades estocadas
e momento certo para realizar a compra, o que atualmente é realizado somente
quando o produto acaba.
Os produtos em estoque não possuem codificação e classificação o que
dificulta a localização. O controle é feito visualmente, não sendo possível saber quais
são os produtos que realmente tem maior valor e suas quantidades.
Outro ponto identificado como essencial na regularização do
estabelecimento está relacionado aos níveis e políticas de estoque, evitando ruptura
e obsolescência. Tendo em vista que a organização trabalha com produtos que
possuem uma demanda irregular, verifica-se a necessidade de realizar o
dimensionamento dos estoques mínimos, máximo e ponto de ressuprimento.
40

5.2 ELABORAÇÃO DA CURVA ABC DE PARETO

A curva ABC foi elaborada com o objetivo de apresentar quais os materiais


exercem maior influência na composição no custo de compras da empresa, de forma
visual, afim de se obter controles mais rígidos a estes itens.
Conforme Ballou (2006) e Dias (2012) afirmam, a escolha dos parâmetros
de classificação dos itens na curva ABC é livre, desde que feita com bom senso, para
a realização deste estudo optou-se por adotar os parâmetros apresentados no Quadro
5 para a construção dos grupos A, B e C.

CLASSE %CUSTO %ITENS


A 50% 20%
B 80% 50%
C 100% 100%
Quadro 5 - Parâmetros da Curva ABC
Fonte: Adaptado de Ballou (2006) e Dias (2012).

A mesma foi elaborada em três etapas, nas quais deve-se ter dados
confiáveis para sua construção:
Na primeira etapa foram relacionados os 795 itens comprados no período
de 24 meses (1), quantidade total adquirida no período (2), relacionando então o valor
total de cada item (3) e a classificação dos itens (4), Tabela 1.
Já na segunda etapa, a classificação (4) foi colocada em ordem crescente,
de forma que esteja relacionada ao valor acumulado (5) e a porcentagem do valor
acumulado (6) em função a soma do valor total dos itens, conforme observa-se na
Tabela 2.
A diferença primordial entre as Classes A e B, é proporcional a sua
disparidade numérica, ou seja, a Classe A representa o grupo de maior valor de
consumo e menor quantidade de itens.
A Classe C é exatamente o contrário. Nela está representado o grupo de
menor valor de consumo e uma quantidade maior de itens. A Classe B, por
conseguinte, traz consigo a representação de uma situação em meio às outras classes
(A e C).
41

Tabela 1 - Primeira etapa para elaboração da curva ABC.


QTDE.
PRODUTO VALOR TOTAL CLASSIFICAÇÃO
TOTAL
(1) (3) (4)
(2)
ABIL 180 1000 R$ 222,10 516º
ACECLOFENACO 1500 R$ 215,00 524º
ACICLOVIR 2500 R$ 1.453,50 161º
ACIDO 23259 R$ 12.710,51 16º
B CAN 500 R$ 235,00 504º
BACLOFENO 100 R$ 250,00 490º
BASES (DIVERSOS) 10235 R$ 15.263,29 15º
BASES EFERVESCENTES (DIVERSAS) 618,4 R$ 34.988,37 8º
CAPSAICINA USO EXTERNO 62 R$ 335,78 438º
CAPSIATE 90 R$ 699,80 284º
CAPSICI 40 R$ 334,00 440º
CÁPSULAS (DIVERSAS) 11028 R$ 196.418,95 1º
CAPTOPRIL 1000 R$ 249,00 492º
DESVENLAFAXINA 220 R$ 3.154,00 83º
DEXAMETASONA 190 R$ 1.202,00 196º
DHA 1244 R$ 2.206,79 118º
DIACEREINA 7900 R$ 11.575,00 18º
ESTRIOL 40 R$ 748,00 268º
ESTROGENOS CONJUGADOS 620 R$ 11.258,40 20º
EXTRATO GLICOLICO 267 R$ 1.946,16 130º
EXTRATO SECO (DIVERSOS) 34090 R$ 37.240,57 6º
EZETIMIBA 300 R$ 1.867,60 137º
FAMOTIDINA 6900 R$ 7.785,69 35º
FLUOXETINA 18 R$ 4.880,00 55º
FLUTAMIDA 1500 R$ 565,50 333º
FOLINATO DE CALCIO 50 R$ 834,00 248º
FOMBLIM 260 R$ 1.376,80 168º
FOS 1056 R$ 4.120,06 65º
GABAPENTINA 30 R$ 7.160,00 37º
GARCINIA 25 R$ 2.579,80 102º
GARRA DO DIABO 7 R$ 1.355,80 174º
VITAMINAS (DIVERSAS) 14260 R$ 33.212,30 9º
... ... ... ...
Fonte: Autoria própria.

Tabela 2 - Segunda etapa para elaboração da curva ABC (continua)


VALOR VALOR % VALOR
PRODUTO CLASSIF.
TOTAL ACUMULADO ACUMULADO
(1) (4)
(3) (5) (6)
CÁPSULAS (DIVERSAS) R$ 196.418,95 R$ 196.418,95 13,14% 1º
ORLISTAT R$ 54.175,00 R$ 250.593,95 16,77% 2º
CELULOMAX R$ 53.956,00 R$ 304.549,95 20,38% 3º
MINOXIDIL R$ 45.348,00 R$ 349.897,95 23,41% 4º
COLAGENO R$ 40.240,44 R$ 390.138,39 26,10% 5º
EXTRATO SECO (DIVERSOS) R$ 37.240,57 R$ 427.378,96 28,60% 6º
CONDROITINA SULFATO R$ 36.818,50 R$ 464.197,46 31,06% 7º
BASES EFERVESCENTES (DIVERSAS) R$ 34.988,37 R$ 499.185,83 33,40% 8º
VITAMINAS (DIVERSAS) R$ 33.212,30 R$ 532.398,13 35,62% 9º
GLUCOSAMINA R$ 31.335,50 R$ 563.733,63 37,72% 10º
... ... ... ... ...
42

CODEINA R$ 9.533,00 R$ 750.737,23 50,23% 24º


TOPIRAMATO R$ 9.493,00 R$ 760.230,23 50,87% 25º
OLI OLA R$ 9.200,00 R$ 769.430,23 51,48% 26º
PAROXETINA R$ 8.775,00 R$ 778.205,23 52,07% 27º
SERTRALINA R$ 8.770,55 R$ 786.975,78 52,66% 28º
BUPROPIONA R$ 8.670,00 R$ 795.645,78 53,24% 29º
DIOSMINA R$ 8.244,56 R$ 803.890,34 53,79% 30º
CACTINEA R$ 8.003,00 R$ 811.893,34 54,32% 31º
HIDROXICLOROQUINA R$ 7.927,00 R$ 819.820,34 54,85% 32º
COSMOVAX J R$ 7.863,40 R$ 827.683,74 55,38% 33º
... ... ... ... ...
FILTRO SOLAR HIDROSOLUVEL R$ 1.894,44 R$ 1.195.953,78 80,02% 134º
POTABA R$ 1.890,91 R$ 1.197.844,69 80,15% 135º
TRIGLICERIDES R$ 1.883,90 R$ 1.199.728,59 80,27% 136º
EZETIMIBA R$ 1.867,60 R$ 1.201.596,19 80,40% 137º
HIDROCORTISONA ACETATO R$ 1.809,10 R$ 1.203.405,29 80,52% 138º
MELOXICAM R$ 1.778,00 R$ 1.205.183,29 80,64% 139º
IODETO DE POTASSIO R$ 1.739,00 R$ 1.206.922,29 80,75% 140º
LOSARTAM R$ 1.732,90 R$ 1.208.655,19 80,87% 141º
IN CELL R$ 1.730,00 R$ 1.210.385,19 80,99% 142º
GEL TRANSDERMICO R$ 1.707,00 R$ 1.212.092,19 81,10% 143º
... ... ... ... ...
Fonte: Autoria própria.

Na hipótese acima construída, observou-se a classificação, no que diz


respeito à elaboração da curva de Pareto, quanto à definição dos itens A, B e C,
conforme demonstrado até aqui.
Desta maneira, realizando a classificação no Excel conforme os parâmetros
propostos anteriormente, os itens foram classificados de acordo com as classes na
Tabela 3.

Tabela 3 - Terceira etapa para elaboração da curva ABC (continua)


VALOR VALOR % VALOR
PRODUTO CLASSIF. CLASSIF.
TOTAL ACUMULADO ACUMULADO
(1) (4) ABC (7)
(3) (5) (6)
CÁPSULAS (DIVERSAS) R$196.418,95 R$ 196.418,95 13,142% 1º A
ORLISTAT R$ 54.175,00 R$ 250.593,95 16,767% 2º A
CELULOMAX R$ 53.956,00 R$ 304.549,95 20,377% 3º A
MINOXIDIL R$ 45.348,00 R$ 349.897,95 23,411% 4º A
COLAGENO R$ 40.240,44 R$ 390.138,39 26,104% 5º A
EXTRATO SECO (DIVERSOS) R$ 37.240,57 R$ 427.378,96 28,596% 6º A
CONDROITINA SULFATO R$ 36.818,50 R$ 464.197,46 31,059% 7º A
BASES EFERVESCENTES
A
(DIVERSAS) R$ 34.988,37 R$ 499.185,83 33,400% 8º
VITAMINAS (DIVERSAS) R$ 33.212,30 R$ 532.398,13 35,622% 9º A
GLUCOSAMINA R$ 31.335,50 R$ 563.733,63 37,719% 10º A
... ... ... ... ... ...
CODEINA R$ 9.533,00 R$ 750.737,23 50,231% 24º B
TOPIRAMATO R$ 9.493,00 R$ 760.230,23 50,866% 25º B
OLI OLA R$ 9.200,00 R$ 769.430,23 51,482% 26º B
43

PAROXETINA R$ 8.775,00 R$ 778.205,23 52,069% 27º B


SERTRALINA R$ 8.770,55 R$ 786.975,78 52,656% 28º B
BUPROPIONA R$ 8.670,00 R$ 795.645,78 53,236% 29º B
DIOSMINA R$ 8.244,56 R$ 803.890,34 53,788% 30º B
CACTINEA R$ 8.003,00 R$ 811.893,34 54,323% 31º B
HIDROXICLOROQUINA R$ 7.927,00 R$ 819.820,34 54,853% 32º B
COSMOVAX J R$ 7.863,40 R$ 827.683,74 55,380% 33º B
... ... ... ... ... ...
FILTRO SOLAR HIDROSOLUVEL R$ 1.894,44 R$1.195.953,78 80,020% 134º C
POTABA R$ 1.890,91 R$1.197.844,69 80,147% 135º C
TRIGLICERIDES R$ 1.883,90 R$1.199.728,59 80,273% 136º C
EZETIMIBA R$ 1.867,60 R$1.201.596,19 80,398% 137º C
HIDROCORTISONA ACETATO R$ 1.809,10 R$1.203.405,29 80,519% 138º C
MELOXICAM R$ 1.778,00 R$1.205.183,29 80,638% 139º C
IODETO DE POTASSIO R$ 1.739,00 R$1.206.922,29 80,754% 140º C
LOSARTAM R$ 1.732,90 R$1.208.655,19 80,870% 141º C
IN CELL R$ 1.730,00 R$1.210.385,19 80,986% 142º C
GEL TRANSDERMICO R$ 1.707,00 R$1.212.092,19 81,100% 143º C
... ... ... ... ... ...
Fonte: Autoria própria.

Dos 795 itens analisados, dos quais 23 itens correspondem a 49,59% do


valor total financeiro investido, classificando-se na classe A. Estes são considerados
como os itens mais importantes, os quais demandam mais atenção.
Na classe B, estão os produtos intermediários, com 110 itens
correspondendo a 30,30% do valor total investido. E por fim, na classe C, está a
maioria dos itens totalizando 662, que correspondem a 20,11% do valor investido no
período.
Vale ressaltar que nas Tabelas 1, 2 e 3 foram utilizados apenas 30 itens
para demonstrar como a classificação foi feita. As tabelas completas de cada classe
utilizadas para elaboração da curva ABC estão apresentadas no Apêndice A, B e C
respectivamente.
Os resultados obtidos da classificação ABC, com a participação dos itens
em cada grupo, o consumo total e custos dos itens estão demonstrados no Quadro 6,
a seguir.

Qtde de itens na
Classe Itens em % Consumo Total Valores em %
curva
A 23 2,89% R$ 741.204,23 49,59%
B 110 13,84% R$ 452.855,11 30,30%
C 662 83,27% R$ 300.505,07 20,11%
TOTAL 795 100% R$ 1.494.564,42 100%
Quadro 6 - Quantidades calculadas pelo parâmetro da Curva ABC adotado.
Fonte: Autoria própria.
44

Destaca-se que o valor da participação dos itens na Curva ABC em


percentual foi obtido pela divisão do valor total dos itens que compõe as classes A, B
e C pelo valor total dos itens analisados, dados em porcentagem.
Na Figura 8, tem-se a Curva ABC representada graficamente.

Figura 8 - Representação gráfica da curva ABC.


Fonte: Autoria própria.

O gráfico apresenta os percentuais acumulados dos itens analisados em


relação ao valor total investido. O eixo horizontal do gráfico mostra os números dos
itens e no eixo vertical as respectivas porcentagens sobre o investimento total. Nota-
se que 49,59% do valor representa 2,89% dos itens (Classe A), 30,30% representa
13,84% dos itens (Classe B) e 20,11% do valor representa 83,27% dos itens (Classe
C). Para o êxito dos próximos objetivos, os itens da classe A foram priorizados.

5.4 ESTOQUES MÁXIMOS, MÍNIMOS E PONTO DE PEDIDO.


45

Para os cálculos dos estoques máximos e mínimos, e ponto de pedido dos


itens classificados como classe A, utilizou-se a média do período de agosto de 2016
a agosto de 2018.
A Figura 9 exibe os estoques máximos, mínimos e ponto de pedido em
unidades dos itens classificados na classe A da Curva ABC.

Figura 9 - Estoques máximos, mínimos e ponto de pedido em unidades.


Fonte: Autoria própria.

O item 128 (Cápsulas) possui média de 459.500 unidades mensais e tempo


de reposição de 10 dias. Sendo o estoque mínimo a quantidade necessária para cobrir
o tempo de reposição do material, para este item são necessárias 83.695 unidades.
O estoque máximo para este item é de 7.895.195 unidades, pois a média
no período é de 459.500 unidades multiplicada pela soma do lead time de 10 dias com
o tempo de revisão do estoque de 7 dias, acrescentado ao final o estoque mínimo de
83.695 unidades.
Conforme os cálculos da Figura 9, quando o item atingir a quantidade
mínima em estoque, o gestor de estoques entenderá que é preciso comprar o material
e emitirá a ordem de compra, pois esta quantidade suportará apenas 10 dias. Este
procedimento se aplica aos demais itens do estoque.
Para efetuar os cálculos, partiu-se da Equação 3, proposta por Corrêa e
Corrêa (2012), para os casos onde a organização pode calcular o estoque mínimo,
também conhecido como estoque de segurança, baseada no risco que ela está
disposta a correr se houver alguma mudança inesperada por parte da demanda.
46

𝑬𝒔𝒆𝒈 = 𝑭𝑺 × 𝝈 × √𝑳𝑻⁄𝑷𝑷 (3)

Em que:
𝐸𝑠𝑒𝑔 = estoque de segurança
𝐹𝑆 = fator de segurança, dado em função do nível de serviço pretendido.
𝜎 = desvio-padrão estimado da demanda
𝐿𝑇 = lead time de ressuprimento
𝑃𝑃 = periodicidade à qual se refere o desvio-padrão

Para encontrar os valores do desvio padrão (𝜎) da demanda dos produtos


do grupo A, foi realizada primeiramente a média de entrada dos materiais do período
analisado.
As entradas de cada item foram separadas com suas respectivas
quantidades sendo estas registradas em planilhas de Excel ®. Posteriormente, foram
somadas e divididas pelo número de períodos, nesse caso de 24 meses. Assim,
calculou-se o desvio padrão (𝜎) utilizando a fórmula de desvio padrão do Excel ®.
Após o desvio padrão (𝜎) de cada item ter sido determinado, o fator de
segurança (FS) desejado pela empresa foi registrado, sendo este de 95% e em
consequência o valor de K, o qual fornece um K = 1,645.
De acordo com o dono da empresa, o tempo de reposição (lead time) para
os produtos é de aproximadamente 10 dias, dependendo do produto em questão. É
considerado como tempo de reposição, o período desde a emissão do pedido de
compra até a entrega efetiva do material na organização. Como os itens de classe A
tratam-se de itens imprescindíveis no estoque a periodicidade (PP) foi utilizada em 1
dia. Os valores de estoque mínimo obtidos com a aplicação da Equação 3 estão
apresentados na Figura 10
47

Figura 10 - Estoque mínimo calculado.


Fonte: Autoria própria.

Para o cálculo do ponto de pedido (PP) foi adotada a Equação 1


apresentada por Dias (2012), na qual são admitidas variações na demanda ao longo
dos períodos.

𝑷𝑷 = 𝑪 × 𝑻𝑹 + 𝑬𝒎𝒊𝒏 (1)

Em que:
𝑃𝑃 = Ponto de pedido
𝐶 = Consumo médio
𝑇𝑅 = Tempo de reposição
𝐸𝑚𝑖𝑛 = Estoque mínimo

Para encontrar o ponto de pedido (PP) é preciso determinar o consumo


médio (C) dos itens, para tal valor foi-se utilizada a média mensal dos itens conforme
fora calculado para o estoque mínimo. Os valores encontrados através da aplicação
da Equação 1 estão apresentados na Figura 11.
48

Figura 11 - Ponto de pedido calculado.


Fonte: Autoria própria.

Na Figura 11 estão representados os valores para ponto de pedido (PP)


para os itens da classe A em estoque, os quais devem ser consumidos do instante no
qual o pedido é enviado ao fornecedor até a realização efetiva da entrega.
Partindo-se dos cálculos do estoque mínimo e ponto de pedido, foi utilizada
a Equação 4 apresentada por Martins (2002) para se obter o estoque máximo.

𝑬𝒎á𝒙 = 𝑫 × (𝑳𝑻 + 𝑰) + 𝑬𝒔𝒆𝒈 (4)

Em que:
𝐸𝑚á𝑥 = Estoque máximo
𝐷 = Demanda média
𝐿𝑇 = Tempo de reposição
𝐸𝑠𝑒𝑔 = Estoque de segurança
𝐼 = Intervalo de revisão
49

Figura 12 - Estoque máximo calculado.


Fonte: Autoria própria.

Na Figura 12 estão representadas as quantidades máximas de cada item


que devem ser estocadas pela empresa. Vale salientar que a vida útil dos produtos
deve ser considerada, para que não haja desperdícios futuros.
50

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

Em relação ao primeiro objetivo específico, verificou-se que o fator mais


crítico em relação à gestão de estoques na empresa é que não existe o controle de
estoque, o que existe são as planilhas de compras dos anos anteriores, que é uma
visão simplista do que há no estoque.
A lista de compras é realizada pela responsável do setor de estoque e a
compra é feita pelo dono da empresa, sendo que estes, não possuem nenhuma
formação em gestão ou controle de estoques. A lista é feita através da quantidade que
o dono da empresa acha suficiente, ou seja, que não vai faltar, também não existe um
planejamento de quando vai se realizar um novo pedido, este é feito quando o material
está para acabar ou já acabou gerando perda de receita e clientes insatisfeitos.
A falta e/ou excesso de itens em estoque acarreta prejuízos de várias
maneiras ao longo de todo o processo. Desta forma, surge a necessidade de uma
política de gestão de estoques eficiente, afim de reduzir os diversos desperdícios
durante o processo e aumentar a lucratividade da empresa.
Outro problema financeiro ocasionado pela falta de planejamento nas
compras é o custo com o frete pago às transportadoras, já que o responsável pela
compra não calcula o frete no valor final, tendo uma lista extensa de fornecedores.
Como resultado destas falhas se tem uma grande quantidade de matéria-
prima vencida, falta de produtos e material de embalagem. Isso acarreta atraso da
produção e a falta de vendas de medicamentos, resultando em prejuízo financeiro.
Como não se tem um sistema para controle do estoque, a realização do
inventário físico, segundo objetivo específico deste trabalho, foi realizado através das
quantidades existentes no sistema de vendas.
Durante a realização perceberam-se discrepâncias, como: diferenças entre
as quantidades físicas e as informadas no sistema, produtos que não estavam
lançados no sistema, duplicidade de itens, como também, produtos que foram
retirados do estoque por causa de sua obsolescência. Demonstrando que não há
coerência entre o estoque físico e a alimentação do sistema de vendas.
No que diz respeito ao terceiro objetivo específico, foram analisados 795
itens pertencentes ao grupo das matérias-primas, chegando-se aos seguintes
resultados: 23 itens correspondem a 49,59% do valor total de investimento no período
51

classificando-se na classe A, sendo assim, considerados os materiais com maior


importância. Os materiais intermediários, representam a classe B, com 110 itens
correspondendo a 30,30% do valor total. E por fim, 662 itens representam a classe C,
correspondendo a 20,11% do valor.
Por meio da Curva ABC, foi possível identificar os itens em estoques que
precisam de um controle mais rigoroso, os quais representam cerca de 50% dos
recursos financeiros investidos. Aplicando essa ferramenta no gerenciamento de
estoques, o responsável pelo setor de estoque na empresa em estudo, poderá
controlar os itens de maior consumo, concentrando seus esforços nesses materiais
para economia de recursos financeiros.
Para o quarto objetivo específico, foi considerado apenas o grupo de itens
classificados como classe A, por terem a maior movimentação de entradas e saídas.
Porém, sugere-se que a pesquisa seja ampliada abrangendo os demais grupos, visto
a importância do controle para todos os itens em estoque.
Como quinto objetivo, foi proposto a empresa aplicar um sistema de
estoque, afim de fornecer dados reais aos setores de compra, venda e a gerencia.
Auxiliando assim, na tomada de decisões.
Tendo em vista que a organização já possui um programa de
gerenciamento no setor de vendas, bastaria a inclusão de mais um setor, o que
possibilitará também, analisar melhor as quantidades mantidas em estoque, bem
como minimizar custos de armazenagem.
A classificação ABC é uma das formas mais usadas para auxiliar na gestão
de estoques. Essa análise baseia-se na verificação em um certo período de tempo do
consumo, em valores monetários ou quantidade dos itens de estoque para que eles
possam ser classificados em ordem decrescente de importância.
A empresa não utiliza um estoque de segurança, não analisa o tempo de
entrega do fornecedor, como também, realiza a média somente dos três últimos
meses para determinar a quantidade a ser comprada. Dessa forma, surgem diversas
divergências, tanto de desperdícios pelo excesso, quanto pela falta de matéria prima
em estoque. A sugestão para o proprietário seria reduzir os níveis de estoque através
do estoque mínimo, estoque máximo e ponto de pedido.
Como foi levantado no resultado do estudo à organização não possui
política de reposição de estoque formalizada. A política mais adequada para o perfil
desta, seria o sistema de reposição periódica de estoque, que irá considerar o estoque
52

existente e a emissão de um pedido referente ao estoque máximo calculado num


intervalo de tempo pré-estabelecido, onde a quantidade a ser pedida será a diferença
entre o estoque máximo e o estoque existente.
O objetivo dessa pesquisa foi otimizar a gestão de estoques de uma
farmácia de manipulação do oeste do Paraná, para tal, foi utilizada a Curva ABC como
ferramenta de controle na gestão de estoques. Para sua elaboração, foram utilizados
dados sobre o consumo de estoque referente a agosto de 2016 a agosto de 2018.
Na continuidade do estudo, pode-se testar outras formas de planejamento,
afim de obter êxito no objetivo geral.
53

REFERÊNCIAS

BAILY, Peter, et al. Princípios da administração. São Paulo: Atlas, 2000.

BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial.


5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D.J. Logística Empresarial. 1 ed. São Paulo: Atlas S.A.,
2010.

CFF. Conselho Federal de Farmácia. 2005. Disponível em


<http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/76/08-codigodeetica.pdf> Acesso em
setembro, 2018.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração da produção: uma abordagem


introdutória. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

CHING, Hong Yuh. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada. 3 ed. –


3. Reimpr. – São Paulo: Atlas, 2008.

CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gestão da Cadeia de Suprimentos. Estratégia,


Planejamento e Operações. 4 ed. São Paulo: Pearson Prentice, Hall 2011.

CHRISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.


São Paulo: CENGAGE Learning, 2011.

CORRÊA, Henrique. L.; CORRÊA, Carlos. A. Administração de produção e


operações. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6


ed. São Paulo: Atlas, 2012.

GARCIA, E.; GARCIA, O. P. G.; STRASSBURG, U. A Importância da Logística na


Gestão de Estoque. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Brasil. 2003.
Disponível em < http://www.intercostos.org/documentos/298.pdf>. Acesso em
outubro, 2018.
54

GARCIA, Eduardo S.; LACERDA, Leonardo S.; AROZO, Rodrigo. Gerenciando


incertezas no planejamento logístico: o papel do estoque de segurança. São
Paulo, 2006.

GIL, Antônio C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GRAEML, A. R.; PEINADO, J. Administração da Produção (Operações Industriais


e de Serviços). Curitiba: UnicenP, 2007.

KRAJEWSKI, Lee J.; RITZMAN, Larry P.; MALHOTRA, Manoj. K. Administração da


produção e operações. 8 ed. São Paulo: Pearson Prentice, Hall 2009.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de


metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LUSTOSA, L.; MESQUITA, M. A.; QUELHAS, O.; OLIVEIRA, R. Planejamento e


Controle da Produção. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2008.

MARTINS, P. G.; LAUGENI, P.F., Administração da Produção. São Paulo: Saraiva,


2002.

MONTANHEIRO, W. J.; FERNANDES, L. A. Gestão de estoques de materiais em


uma confecção. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA. 5
ed., Resende: 2008. Anais: Resende, Associação Educacional Dom Bosco, 2008.

MOREIRA, Daniel A. Administração da produção e operações. São Paulo.


Cengage Learning. 2008.

PAOLESCHI, B. Logística Industrial Integrada: Planejamento, produção, custo e


qualidade a satisfação do cliente. 2. ed. São Paulo: Érica, 2009.

POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma


Abordagem Logística. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e


Elaboração de Dissertação. 2005. Disponível em
<https://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia_de_pesquisa_e_elaboracao_de_te
ses_e_dissertacoes_4ed.pdf> Acesso em outubro, 2018.
55

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da


Produção. 3 ed. São Paulo: Atlas 2009.

TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. São José do Rio Preto: Raízes,


2012.

TUBINO, D. F. Manual de planejamento e controle da produção. 2 ed. São Paulo,


SP: Atlas, 2000.

VIANA, João José. Administração de materiais. São Paulo: Atlas S. A. 2002.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2 ed. Porto Alegre. Editora:


Bookmam, 2001.
56

APÊNDICES
57

APÊNDICE A - Planilha da classificação A


58

APÊNDICE B - Planilha da classificação B


59
60

APÊNDICE C - Planilha da classificação C


61
62
63
64
65
66
67
68
69

Você também pode gostar