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O fenômeno da globalização, caracterizado pela interconexão e interdependência entre

países, tem sido um processo complexo que reconfigura as relações econômicas, sociais e
culturais em escala mundial. Nesse contexto, as reflexões de pensadores como Milton
Santos e João Carlos Moreira destacam-se, fornecendo insights sobre os desafios
enfrentados pelos territórios e pelos trabalhadores assalariados diante da intensificação
desse processo.
No entendimento de Milton Santos, a globalização contemporânea busca consolidar o
domínio do mundo por meio da associação entre grandes organizações e tecnologia,
revelando uma aspiração à homogeneização que, no entanto, esbarra nas peculiaridades
dos territórios e nas contingências locais. Essa visão chama a atenção para a resistência
natural das comunidades em preservar suas identidades e características próprias, mesmo
diante da pressão globalizante.
João Carlos Moreira, por sua vez, destaca a face mais desafiadora da globalização,
centrando-se na situação dos trabalhadores assalariados. A abertura ou transferência de
filiais para países com salários mais baixos e legislação trabalhista mais flexível impõe uma
deterioração nas condições laborais, evidenciando um dilema ético e social que permeia a
globalização. A competição por custos reduzidos muitas vezes resulta na exploração de
mão de obra e na precarização do emprego.
Nesse cenário, é crucial analisar como a globalização impacta diretamente o mercado de
trabalho. A busca incessante por eficiência e competitividade leva à automação e à
substituição de postos de trabalho, intensificando a desigualdade social e econômica. A
tecnologia, quando cegamente utilizada, pode ampliar as disparidades ao invés de
promover inclusão.
Portanto, frente aos desafios impostos pela globalização, é essencial repensar as práticas
econômicas e sociais. A preservação da diversidade cultural e a garantia de direitos
trabalhistas são fundamentais para mitigar os impactos negativos desse processo. A
sociedade globalizada necessita, mais do que nunca, de políticas que promovam a
equidade, a justiça social e a sustentabilidade, assegurando que o progresso econômico
não ocorra à custa da dignidade humana e da diversidade cultural. Somente assim, será
possível construir um futuro global mais justo e inclusivo para todos.

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