, ,

MATERIA MEDICA
HOMEOP Á TICA
Interpretada
 MATÉRIA MÉDICA
,
HOMEOPATICA
Interpretada

Carlos Roberto Brunini

Pediatra, Mestre em Homeopatia, Doutor em Clínica Médica
e membro da American Academy of Pediatrics.
Professor da Faculdade de Ciências
da Saúde de São Paulo - FACIS-IBEHE

Mario Sérgio Giorgi

Cirurgião dentista Habilitado em Homeopatia - CFO
Mestre em Homeopatia - FACIS
Prof. Adjunto da Disciplina de Clinica ]Oltegrada do
Curso de Odontologia- UNIBAN BRASIL
 Copyright © 20 I OROBE Editoria l

Nenhuma parte desta publicação poderá ser produzid a, guardada pelo sistema relr ieval ou transmitida de qualquer modo
por qua lquer outro meio, seja este eletrônico. mecânico, ou de fotocópia, de gravação ou outros, sem prévia autorização
escrita pela editora ,

20 10

PRODUÇÃO EDITORIAL
Diretor Responsável - J. R obel':.o M. Bclmude
Arte I1nal e Capa - Homeobras
Revisão: Paulo Gontijo Veloso de Almeida.
Todos os direitos desra publicação estão reservados pela

Ficha Catalográfica: .
Elaborada pela Bibliotecária Julieta Dias Nascimento - CRB~6. 658

Brunini, Carlos Roberto

615 .532 Máteria médica homeopática interpretada / Carlos Roberto
B896m Brunirti, Mário Sérgio Giorgi / Belo Horizonte: Robe Editorial,
2010 2010.
586p. : il.

ISBN: 978-8 5-87490- 74-2

1. Homeopatia - Matéria médica e Tratamento. 2. Homeo-

patia. 3. Doenças - Tratamento homeopático. 4. Semiologia
homeopática. I. Giorgi , Mário Sérgio, colab. II . Título.

CDD: 615.532
CDU: 615.89

Rua Prof. Rubens Romanelli, 13 5 - Bandeirantes - Belo Horizonte - MG - Brasil

CEP 3 1365 350 - Te!. : (3 1) 349 1-2240
 Colaboradores

Os nossos agradecimentos a todos os colaboradores

Mário Sérgio Giorgi

Coordenação Geral
Eduardo Regis F. Teixeira
Revisor científico

Adriana Lopes Picazzio Fabio Bolognani

Ana Lúcia Juncken Teixeira Felix Alberto Cofiel Otalora
Ana Maria Martins Gelasio Ferraz de Melo
Ana Maria Prado Pereira Joào Luiz da Silva
Ana Cristina Braun A vila Marques Jeanne do Carmo Michelin Dias
Ana Lúcia Juncken Teixeira Jonatas do Carmo Scarmelote
Ana Regina Torro Jorge Eduardo Storace
André Luis Ribeiro Jose Carlos Coutinho
Antonio Carlos Marinheiro Jussara S. Jorge Giorgi
Carlos Brunini Kiyoshi Agena
Carlos Sampaio Leni Spinola Costa Vermulm
Carlos Mello Leonór Carnos
Carmela P Pinheiro Lia Rachel B. Romano
Carolina Ap. Grossi Brasil Moreira Luis Carlos dos Santos
Cheyanne Maziviero Luiz Cesar Saiam a
Cideli Coelho Marcelo Pustiglione
C/áudia Andreia Rebelato Sanches Marco Antonio Kulik
C/euza Christiani Paschoa Marcia do Amaral Sampaio
Cristiane Moraes Margarida Antunes Haddad
David Mauricio Coutinho Maria de Lourdes P Gomes
Doralisa Rohsig Maria do Carmo Arenales
Elisandra Pezetta Maria Luiza Gazean De Moraes
Elizabeth Damaris Fernandez Desiati Maria Luiza Gonçalves Corrêa
Eduardo Regis F Teixeira Maria Regina Mello Spott
Eloete Teixeira Reyes Mario Lorenço Romano
Estevào Borges Jorge Mauricio Teixeira
Fabiana Regina de Souza Irrera Milton Brechane Stein
Nancy de Mello Filho
Neli Moreira
Ornar Kalil Eid
Osvaldo Moreira Neto
Paulelle Naressi
Paulo Rogerio Sellani
Paulo Sergio Pereira
Paulo Sergio Pinto
Pedro Graciano Garcia Bocaranda
Rosangela Negri de Godoy
Rubens Garavello Machado
Sandra Cristina Pereira de Oliveira
Sergio Eiji Furtlla
Sheila Barreto
Sidnei Rossini
Silvia Regina Araujo
WilJredo Carlos dos Santos
Verônica Sickert Kalthach
Tania Waked Gomes Amorim
Tubertino Geraldo de Paula
Waldemar Magaldi
 Prefácio

A Homeopatia, ciência e arte de cura, desenvolvida por Samuel H ahne-

mann, a partir de sua definição de técnica terapêutica indusa no conceiro de
medicina hipocrática, se vê engrandecida e honrada pelo magnífico trabalho
de um de seus maiores enrusiastas , um de seus maiores feirores, o Professor
Douror Carlos Brunini, que consagra esta especialidade nas áreas da Medi-
cina, Medicina Veterinária, Farmácia e fururamente na Odontologia, com
obras da maior qualidade.
Este homem, um realizador de sonhos e aspirações , que com seu pró-
prio esforço, empenhou uma dedicação impar na concretização cientÍfica
e inserção desta especialidade médica no conceito clínica ambularorial e
hospitalar, realizando e concretizando as evidências das virrudes e verdades
da Homeopatia para" grande escola médica brasileira.
Visível por seus escritos, livros de extremo caráter didático, facilita e
simpl.ifica a compreensõo dos ditames da Matéria Medica, com uma capaci-
dade inerente a ele mesmo, de sinteti zar o conteúdo dos principais medica-
mentos homeopáticos aplicados a clínica pediátrica homeopática, que agora
ultrapassam estes limites, e também serão agora "saboreadas" pelos clínicos.
Um grande homem, cujo cadter e amor pela medicina, entoado pela ho-
meopatia, são o marco de se u sucesso na clínica, 'percebe -se sua característica
altru.ísta e fraterna, incCIlti"ando e tornando concrero o saber homeopático
inclusive no desenvolvimento acadêmico, dando chance a rodos de trilhar
de maneira científica os valores inerentes a própria homeopatia .
Mas estes esforços herculianos consomem a qualquer ser hmnano de
maneira exaustiva, e somente através de uma parceria fraterna e complemen-
tar, com o Doutor Mario Sérgio Giorgi, es te nova obra pôde se concretizar,
onde a ação de duas almas dedicadas ao bem comum compõe esta publicação
do maior valor a comunidadc homcopática brasileira.
Sugiro a todos que vierem a contemplar esta obra, que percebam
as caracte rísticas da multidisciplinaridade linguística, que facilita aos mais
incautos a compreensão de maneira simples e concisa os valores de nossa
Matéria Medica.

Fábio de Almeida Bolognani

PreJidenu da Fedn'ação Brasue.t"ra de Horn.eapatin
j\1~mbro da Câmara Técnica de Homeopatia. do ConseUJo Regional de 1vledi.cina cW
Estado do Rio de]a-nciro
 Nota dos autores,

o Ieiror observará que nos capítulos deste livro, teremos relatos de

outros amores, o que entendemos como essencial, uma vez que estes rela-
ros fundamentam as observações (sacadas) do que chamamos de Ma[éria
Médica In[erpre[ada.
Assim, no decorrer desta obra, as observações, apesar de pessoais e
didáticas, é o espíriro do trabalho, ou seja, um agente facilitador a aqueles
que buscam aprimorar seus conhecimentos nesta arte, ao mesmo tempo em
que enCOntram uma direção para selecionar os medicamentos mais seme-
lhantes possíveis.
Acredi[amos, com isso, estarmos cumprind.o com nossa vocação e, mais
uma vez, auxiliando profissionais da saúde no traro da cura e bem estar de
seus pacIentes.
Recomendamos ainda, a leitura do livro sob o título: "O PARÁGRAFO
153 NA PRÁTICA HOMEOPÁTICA", que é baseado no livro "Organon",
de Hahnemann, logo a seguir a este estudo, pois o mesmo oferece, de uma
forma suscima, os aspecros mais importantes a serem priorizados em cada
medicamento.
Uma boa leitura a você, amigo Ieiror, que durame estes últimos vime
e dois anos [em prestigiado nossas publicações científicas.
N a figura do Dr. Paulo Cezar Maldonado, médico homeopata, e es-
tudioso da homeopatia, além de (amigo do peiro) , homenageamos, nossos
alunos, lei [ores e também nossos críticos.

Carlos Brunini e Mario Giorgi.

 índice

Como estudar H o meopatia ....... ........ ...... ................... .... .. .. ....... .. ....... ..... .............. .... ............. ..... 13
Abies Canadensis ................. ... .............. .. ..... .... ........ ................... ....... .... .... .. ... .... ... ..... ...... ........... 15
Abrotanum (Artemisia Abrotan...n) .............. .. .. ..... ................ ...................... ..... ......... .... .... ......... .. 16
Absinthium (Ab,-jnto) .... ............... ........... ..... ......... .. .. .... ... .. ... ..... .... ..... .. .. .... ..... .......... .... .. .. ... ..... .. 19
Acirlltm benzoicum ...................... .... ......... ...... .......... ........... ..................... ... ......... ........... .. .. ......... 21
Aconitu1P/ napellus .. ..... ..... ........ .... .... .... ... ... ......... .. .......... .. .... ..... ........ .. .......... .... .... ..... ............ .... . 23
Agaricus mmcarius ............ .. ... ... .. .. .............. .. ... .... .......... ...... .... .. .............................. ...... .............. 31
Agnus castm ...... ... ...... ....... ...................................... ........ ............... ... .... ...... ... .......... ............. ..... . 36
A/oc pera ........ ..... ..... ........ ... .... ... .......... .. ...... ...... ... .......... .. .......... .. ..... ...... ..... ... .... .. ......... ... .... ... ... 38
A /umina . . .. .. ... ....... .............. .. .................. .... .. ... ...... .................. .................... .. ....................... ... .. 41
Ambra grisea ...... ...... ............ ....... ...... .. .. .......... ...... .... ..................... ..... ... ;.............. ............. ......... 46
Anacardium O1'ienta/c ..... ....... .................. ........ ... ... .... .... ........ .. .. ............ ........... .... .. ......... ........ ..... 50
Antimonium crudu1P/ ......... ... .... .... ....... .. ...... ... ...... ............ ......... ............. .......... .. ......... ..... ......... . 53
Apis mellifica .. .......... ...... ... .... ........... ............................................ ............................................ 59
A "anca diadema ......... .............. .. ......... ................. .... ................ ............. ............... ........... ........... 67
Argmtuln ninicum ....... ......................... ...... .................. ... ...................... .... ..... ... ....... ............ .... 70
A mica =ntana ... ................... ..... .......................... ...... ............. ......... ................ ........ ' ................. 74
Arsmicum a/bum ..... ...... ............... .. .. .. ............. ... .. .... .. ............. .................... .......... ................. ..... 79
Aurum metalicum ..... .................. ...... ........ ............... ...... .... ................ ........................... ... ...... ... ... 87
Baryta carbonica ........... ...... .............. .............. ........ ............... :.. .. ............. ..... ..... ....... ........ ........ ... 93
Bel/adonna (A n-opa belladonna) ... ..... .... ........... ........ ......... .. ............... ................ ...... .................. ... 97
Borax ... .................. ....... ...... ............. ..... ... .. ...... ... ..... ....... .... ... ........... ....... ......... ......... .. ..... ........ 103
Bryonia a/ba ..... .... .... ......... .................. ............ ................ ... ........... ................... ..... .......... ... ........ 105
Bufo Mna ...... ... ................ .............. .. ............. ........................ ...... ............... ............... .... ............ 112
Cactus gmndijlo1'1<S ............... ....... ........ .......... ........ ................. .......... ................. ........... ........ .. .. . 116
Calem-ea ca1'bo>tica .......... ....... .. ......... .... ... .. ................... ..... ..... .......... ........ ........ .. .......... .... ......... 12 O
Calearca fluorica ....... .... ........ .... ...... ... ..... ................... .... ..... ...... .............. ......... .... ....... .... ...... ..... 124
.,

Calcarea phosphorica...................................................... ............... . ............................ 129

Calendu/a officinalis .................................................................................................................. 132
Camphora ......................................................................... ....................................................... 135
Cannabis indica ......................................................................................................................... 139
Capsicum annuum ........................................................................ .................................... ......... 144
Carbo animalis .......................................................................................................................... .. 152
Carbo vegetabilis ................................................................................... ...................................... 156
Carcinosinum ...................................................................................................................... ....... 162
Causticum ................................................................................................................................. 167
Cedron ...................................................................................................................................... 170
Cenchris contortrix ..................................................................................................................... 173
ChamomiUa ......... ...................................................................................................................... 176
Chelidonium .............................................................................................................................. 181
China ................................................. ....................................................................................... 188
Cicuta 1,;rosa .............................................................................................................................. 194
Cocainum ....................................................................................................................... ........ 202
Cocculus indicus ... ................................. ............................ ..... ............................ .......... .......... 207
Coffia cruda .............................................................................................................................. 211
Cowcynthis ................................................................................................................................. 216
Conium maculatum ................................................................................................................... 222
Crotalus honidus ..................................................................................... , .............................. .. 226
Cuprum metallicum .................................................................................................................. 230
Cyclamen europaeum ...... ............................................................................................................ 236
Dioscorea vilwsa ...................................................................................... : ................................... 241
Dolichos Im'riens ..................................................................................... :................................... 245
Drosera ............................................................................................................................. ......... 25 O
Dulcamara ................................................................................................................................ 255
Euphrasia .................................................................................................................................. 258
Ferrum ......................................................................................... ............................................. 260
Gelsemium sempervirens ......................................................... , .................................................... 266
Gwnoinum ................................................................................................................................. 270
Graphites naturaJis ..................................................................................................................... 274
Hamamelis virginiana ................................................................................................................ 279
Hecla lava ........................................................ .......................................................................... 283
Helleborus niger ........................................................ .................................................................. 287
Hepar Sulphu,' ........................................................................................................................... 291
Hydrastis canadensis .......................................................... ......................................................... 296
Hyoscyamus nige7' ..... .......... ............... ............ ............. .......... .. .... ....................... ... ................. ..... 300
Hypo-icum peiffiYan,m ..................... .. .................................. .. .... ........................ ............... .......... 303
Ignatia amara ...... ........... .. ... .......... .. .. ......... .................. ..... ... ....... ..... ...... .. .. .............................. 313
I od."n purum ......... ... ...... ... ..... ........ .. .. ..... .......... .. .... ............. .. .......................... ..... .. .... ............ .. 321
Ipecacuanha .......... ........ ..... ..... .. ......... ........ ........ .. ....... ............ ...... ................ .... .......... ........... .... 325
Kali bichromicum .... ...... .............. ..... ........ .. .... .......... ... .. .... .... ..................~................... .. ......... .... 330
I(nli carbonicum .................... ... ...... .. .. ............. ......... ... ... .... ......... .. .... ................. ...... .. .... ........ ... 334
Kreosotum ..................... .... ..... .. .......... ............... ........ .... ...................... ........................ ... ............ 340
Lac caninum ............. ...... ....... .. ......... ........ .................. .......... ............... ........ ..... .. ....... ............. ... 346
Lachesis trigonocephal/us.. ................. ............................................. ... ......... ........ ..... ... .... .............. 354
Ledum palustre ..... ................... ...... .... .. .... .... ..... ...... ... ....... ....... .... .. .... ..... ... ......... ...... ......... ......... 361
Lilium tig";'lUm ........ .... .... ... .. ....... .. .... .... ......... .. ....... .... ....... ... .............. ... ............... ... ..... ........... 366
Lobelia inflata ............... ........ ..... ... ......... .. ...... .......... ............ ................. ........ ......... .. .............. .... 372
L.\'copodillm clavatum ........... .................................... ... ................. .. .......................... .... ............... 376
Lyssinum ou Hydrophobinum ...................................................................................................... 381
MJJgnesia carbonica .............. ........................... ........ .. .... .......... .. .............................. .. ................. 384
Mandragora officinarum .... ... ......... .... ..... .................. ........ ... ....... .. ........... ......... ............ .. ......... ... 389
Medm7hinum ........ ............................................................................. ......... ... ....... .. .................. 397
Menurius solubilis ..... ............ ... ..... .. .... .. .... ... ... ....... ... ............. ... ........ ............ ............. .. .............. 403
Natrum carbonicum .............. ...... .......... .. ...... ... ........ ........ .. .... ... .......... .......... ............... ....... ....... 409
Nacrum muriatimm ........ .... ............... .. ........................ ......... ........ ..... .. ... .. :...... ....... ....... ........ .... 412
Natrum sulphuricum ............... .. ........... .. ...... .. .. .......... ..... .. .... ............... ............ ...................... .... 421
Nicricum acidum ................ ... ...... ........... ... .... ........ ..... ....... .. ..... ....... ................... .. .............. ........ 423
Nux vomica ................... ..... ....................................................................... .................................. 430
Opium ...... ........ ... ...... .. .............. .. .............. ........... .. ................. ....... ..... ........... .... .. ... ....... ........ ... 437
Pal/adium ..... .... ........... ..... ... ......... ..... ........ .. ... .......... ... .. ........ ...................... .. ........................ ... ' 442
Pecroleum ............... .................... .. ...... .. ...... ... ........ ........ .. ..... ............... .............. ........ .... .... ........ 446
PhosphoriCttm acidum .......... ........ ......... .. ................ ... ...... ......... ........ .. ................... .. .... ... .... ......... 451
PhosphfiY/ts ........................ ... .............. ... ...... ... .. ......... ......... ..... .... ........ .......... ....... .. ....... .. ........ ... 455
Phytolacca decandra ............. .. ............. ................ .. .. .... ......... ... ........... .. ........... ... .. .. .. ........ ............ 459
Platina metal/icum .. ...... ........................... .... .. ............... .. ........ ................ .. .. ... .... ......... ... .. .......... 464
Plumbum metal/icum ........ .............. ..... .......... .......... ...... .. .................... ................ ........ ...... ......... 472
Psorinum .............. .............. .... .......... ... ................... .. ............ ... .. .. ................. ......... .. .. ............. ... 477
p,t/satilla nigricans ............................ .. ...... .. .. .............. ..... .... ..... ... ... .. .... .......... ....... ........ .......... .. 480
Ranunculus bulbos"s ...... ........ .. .. .... .................... ..... .. ............ .. ......................................... ......... .. 485
Rauwoljia serpentina ..... ......... ... ....... ................................ .................. ...... ... ....... ......... .. .... ......... 489
Rhus toxicodendron .................................................................................... ..... .... .... ...... .............. 492
Ruta graveolens ... ... ......................... ............. ...... ............... .... ...... ................ ........ .... ....... ... .... ..... 498
Sarsaparilha ........................................ ....... ..... ...... ... ............... .......... .. ... .... .. ............. .... ..... ....... . 501
Secale corntttum ....... ............. ..... .. ....... .................. .. .... .. ............................ .... ....... .. .................... 504
Sepia oificinalis .......... ................. .. ........................ ................. .. .. ..... ......... .... .. ...... .. ..... ............ .... 507
Spigelia anthelmia ......... .... .. .... .......... .. .. ............. ............ .. ...... .. ..................................... ... .......... 511
Staphisagria ........... .......... .......................... .... ..... .......... ......... .......... ....... ........... ............. ......... .. 513
~

Strarnonium ... " ............ ................ ...... ... ............. .. .. .... .................................................. .. ........ .... 517
S~,lphur ........... ....... ........ .. ... ..... .. .. ............. ....... .. .. ....... ..... .......................................... ............... 525
Syphilint<m ..... ....... ....... .... .. .... ......... ..... ...... ... ..... ..................... ...................... .... ... ....... ............ ... 537
Tahacum ............. ..... ....... ......... ...... .... ....... .. ...... ....... ............ ......... ..... ..... ........ .......................... 539
Tarentllla hispanica .... .. ........... ....... ... .. ....... ........... ... ....... ..... .. ............... .. .. ... ........ ................ ...... 541
Thuya occidcntalis .......... ................... ......... ............ ..... .. ........ ..... ..... ........ ...... .... ... .......... ..... ....... 548
Tubcrculinum .. ....... ............................... ............................................................... ..................... 560
Valcl-iana oificinaliJ ............ ..... ...... .......... .......... .. ...... ..... .... .... ....... ........ ..... ................................ 562
Veratl'Um album ...... ................................ .... ..... ........ .... ................ ..... ..... .. ................................. 567
Apêndice teórico doutrinário ...... .... ... ...... ........................... ............................ .......... ................. 573
Referências bi bliográficas ............. ........................ ............. .......... .. ....... ... ...... ........... .. ........ ....... 583
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Como estudar homeopatia
Nos aprendemos ao mesmo tempo em que tam-
bém ensinamos Homeopatia, apesar de fugirmos da
ortodoxia, nosso lema sempre toi o ensino simples,
ctid:ítico, longe do erudito. M ais uma vez reeditamos
esta pauta. O ditki.l é ser fácil. J?arafras.1cando o poeta
temos de ser sempre uma metamorfose ambulante,
pois cremos que apesar da verdade ser absoluta, não
é patrimoni o de ninguém.
Assim um olhar crítico para estes 20 anos de
magistério após tamos ajustes na tota, que é a busca
da cura daqueles que assistimos e o ensino de nossa
arte de curar.
O livro MATÉRIA MÉDICA INTERPRE-
TADA, tem o objetivo de ser um livro didático que
faciLite a compreensão e o gênio do med icamento
homeopático, facilitando assim a prática clínica. Se-
guem abaixo dicas que emendemos no exercício da
docência serem importantes para memorização. Boa
leirura e Bom esrudo.
'Tudo o que eu adquiro do mundo exterior tem
que passar POt um filtro ; O fiLtro da imaginação. "
(Masi Elizalde).
Se o elemento do mundo exterior não tem nada a
ver do pontO de vista simból.ico com a minha mancha
particular (psora) , passa a ser considerado de forma
objetiva pelo meu intelecto, desperta os movimentos
de minha vontade e fica guardado na minha memória
racional.
Se a imagem formada estiver de acordo com a
rea.!idade a parte racional da alma humana permitirá
uma ação correta entretanto, como está recebendo
imagens as quais mostram uma desconformidade
cuja mectida é a emoção gerada no indivíduo, a alma
racional estará aruando de maneira incorreta, porém
13
não é ela que está alterada mas a imaginação que gera,
com as imagens ali guardadas, sentimentos c sensações
que estão em desacordo com a real.idade .
O difícil é ser fácil , mas o pessoal muito preocu-
pado em ser completo dei..,ou a homeopatia prolixa!
Roteiro de esrudo
Esrude um remédio por ctia e dois aos domingos,
leia o Organon "uma Bíblia de cabeceira", na dúvida
consulte a domrina, mili,,' figuras didáticas para a
memori,zaçao, n.:\"ise as matérias constantemente, use
o máximo de recursos e estimule os ctiversos sentidos
quando estiver esrudando.
Estratégias para entender a doutrina. Esrude o
Organon pela temática .
Missão § 1-2
Técn.ica homeopática § 3-4
Enfermidades § 5,18
Drogas § 19-21
F.mprego das drogas em enfermidades § 22-27
Emprego e seleção do medicamento § 28 - 69
Sumário § 70
Classificação das enfermidades § 72-104
Patogencsias § 105- 145
Farmácia homeopática § 146- 285
Agemes terapêuticos não medicamentosos
§ 286-291
Estratégias para entender Repertório
O Repertório homeopático nasceu da chatice e
confusão que é o esrudo comparativo das matérias
médicas, depois de um certo tempo, rudo fLca muito
igual especialmente se não individuaJ.izarmos os sinto-
mas psóricos (Organon §153). D enrreos repertórios,
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
o de Kenr é muito mais preciso, é a «mãe" dos demais,
assim é o mais deralhado, o mais didárico e foi ela-
borado para dependermos menos da maréria médica.
O primeiro foi o de Boeninghausen, o "Velho
Barão", que auxiliou procurando evirar que o home-
opara, esrudasse a Maréria Médica aré encontrar um
medicamento cujos sintomas se assemelhem aos do
paciemc eml]uestão. Quando Bomingllausen, lia uma
rubrica ele lembrava de qual sintoma tinha levado
cada medicamento esrar ali.
Estratégias para estudar a Matéria Médica
A melhor maneira de enrender a Maréria MécUca,
e o esrudo que seja capaz de "presentar a imagem do
medicamento de 1I1na fonna tilo clara c direta, e para o
homeopara que renha wna boa memória, consulraria
o repertório apenas para relembrar a imagem de um
medicamento já esrudado.
QUAL A MÁGICA? ,,omo um mapa do re-
souro, prescrever um medicamento, cuja patogene. ia
renha a identidade ou assinarura do paciente ou do
gênio epidêmico. Recuperar a amiga ciência da Mne-
moréenica, discutindo os cUv~rsos tipos de arenção de
que fazemos uso, no nosso di" a cUa. Aproximadamen-
te 50% do col1teúd" memorizado por leiruras repe-
tidas é percUdo depois de apenas 2 horas? O truque
é combinar aos seus esrudos rotineiros. o método da
associaçao, em que você une o que lhe é conhecido,
com aquilo que você quer reter na memória. Mas o
que faz parte de nossa rotina? Mas associar o que? a
quem) Qual a melhor maneira de aprender maréria
médica) Arravés de exemplos didáricos que nos au-
xiliem a memorização.
A Escola Argentina utiliza muitos mi tos, mas para
ser homeopata é preciso s.llll~r mitologia~ É necessário
ter uma culrura psicanalista) ou erudição farisaica,
herança equivocada ou uma nova proposra e esre livro
inove na téenica de entender a Matéri" Médica.
O maior problema no esrudo da homeopatia,
não é o entender, é o não esquecer (50% do conteúdo
memorizado por leiruras repetidas é perdido depois
de apenas 2 horas). Procure associar o conteúdo das
aulas, a circunstâncias e fatos que tenham relação com
as suas emoções, note e depois anore, a sua sacada.
Vygorsky, diz aque o pensamento propriamente
dito é gerado pela morivação, isto é, por nossos dese-
jos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por
trás de cada pensamento há uma rendência afetivo-
volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do
pensamento de outrem só é possível quando enten-
demos sua base afetivo-voliriva.
A sua sacada deve ser o tlash qne traz a memória
a f( ltografia do medicamento. Ela deve ter um vínculo
clnocional, uma pessoa, uma música, um personagem.
A exemplo de wn ex-aluno, cada um deve buscar
sua própria maneira de memorizar a Matéria Médica.
A exemplo de um ex-aluno.
Era uma vez
Um aluno japonês
DL Kyoshi, que não copiava.
Em seu caderno, desenhava
E assim, memorizav~;
Seus desenhos podem ser encontrados encarra-
dos em vários medicamenws deste volume.
Esta é a MATÉRJAMÉDICA INTERPRETADA.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada

Ables canadensis

Grande inquietude a noite, dá voltas de um lado

a outro na cama .

Este jeito estabanado, por onde passa derru-

bando coisas, ilustra este medicamento, o ator de
comédias dos anos 60 - Jerry Lewis.

ENTENDENDO SEU GÊNIO

Medicamento considerado "pequeno" entretanto
importante diagnóstico diferencial com Sepia e Lilium
tigrinum pelas queixas uterinas e U ma personalidade
que engana muim pois sendo pessoas de aparente
tranquilidade, bonachões, explodem por pequene-
zas, bobagens, descuidadas, derrubam e trombam
com coisas. Crianças que dão problemas durante a
noite pois seu sono é agitado e custam para dormir,
afetuosas e briguentas.
SINTOMAS GERAlS - Grande prostração,
quer estar sempre deitado, com as pernas flexionadas.
SINTOMAS PARTICULARES - Sensação
de vazio ou leveza na cabeça. Boca seca. Sensação se o sangue fosse gelado. Pele fria e úmida. Suores
epigástrica de fraqueza e fome imediata, exagerado noturnos.
apetite, com tendência a comer em excesso o mais do
que pode digerir. Distensão gástrica com palpitações DESEJOS E AVERSÓES - Desejo de c:une,
depois de eomer. Ruídos no ventre depois de comer. pides, rabanetes ou nabos '" alimentos fortes.
Sensação de fígado pequeno e duro. Ardor no reto Animais aparentemente tranquilos, porém de
com constipação. Útçro dolorido que melliora com a pavio curto, até com seus proprietários, tendo assim
pressão. Sente seu útero débil e pensa que vai abortar. um humor IábiJ, derrubam coisas por onde passam,
Dispneia com sensação de ter um pulmão do lado como um rolo compressor quebram vasos e eletro-
direito insuficiente. Dor atrás da escápula direita. domésticos da casa. Difícil dormir a noite , sendo
Sensação de debilidade em região sacra l. Sensação dorminhocos durante o dia. Gulosos, comem até
de água fria entre os ombros. Calafrios que correm vomitar. Constipação intestinal crônica. Prolapso
pela costas. Mãos frias, esn-emecimento e frio , como uterino e abortos.
16 Carlos Bn..mini. Mario Giorgi & Colabs.

Abrofanum

Artenli.<ia A&rotan14m, Abrotanum macho, Aurora-
dos-jardim ou Citromla, é uma planta herbácea, vivaz,
da família das Sinantereas, que tem forte relação com
as Absintias; é comum nos jardins c tem um odor
forte, aromático, canforado, cítrico, dai seu nOme
de Citronela, que ela comparte com J Metissa. (J. A.
Lathoud.2002).
Pla.nta aromática em forma de arbusto que cresce
no Sul da Europa, muito usada na medicina populat
para rrat;l\11entO lk emagrecimento, febre héctica,
tuberculose etc
Suas indi,Jç()c, c1.íssicas são: marasmo mais
pronunciado m s extremidades inferiores, desnutrição,
diarréia c que alterna eOOl reumati smo.
Na firutcrapiJ oA&rotaml1/1 é utilizado para pro-
mover a memtrlla~-ão, como antisséptico e vernúfugo.
Seus constituintes também estimulam a digestão e as
funções hepáticas. Uma infusáo das folhas funciona
como um repelente natural de insetos quando apli-
cado sobre a pele e se forem utilizados nos cabelos,
combatem a caspa.
Gastrite, nefrite, meningite, hepatite ou atrepsia
por reumatismo e hemorroidas, supressão brusca de
diarréia;
Rcumari,c;mo e disenreria;
Afl:cç.lo cardbca por tratamento local de reu-
maasmo;
Cãibras e cólicas articulares (Kalm., Led., Spig.);
Reumatismo e manife.stações;
Caxumba após orquitcs viscerais;
Mastite depois de ovarite;
Reumatismo que é levado ao coração;
Endocardite (l0:llm., Spongia e Sepia).
O que parece mais provável é que o indivíduo de
A&rotan1tm apresenta uma incapacidade de absorver
os alimcntos que ingere (emagrecimento acentuado,
marasmo, embora com apetite voraz). O bolo alimen-
tar não digerido (absorvido) passJ para o inrestino
ocasionando diarréia e essa por, sua persistência,
provoca o surgimento de hemorroidas procidentes.

Ação geral e características

Sua ação é muito marcante na esfera da nutriçáo
em que existe enfraquecimento progressivo, emacia-
ção, atrt pcsia (ma rasmo), anemia e manifestações
escrofulosas.
É indicado para os casos de brusca supressão
após tratamento das manifestações locais de uma
enfermidade.
Intoxicação: congestão cérebro-espinhal, excita-
ção, depressão, parajjsia e atrofia.
É o grande medicamento das alternâncias e
metástases viscerais:
Diarreia e constipação; Artetnisu. Abrotanflm.
 Matérie Médica Homeopática Interpretada
Essa dificuldade de absorver os nutrientes no
plano físico estende-se ao mental quantO à sua di-
ticuldade de assimilar a realidade da sua existência.
(Repertório de Kent/Eizayaga)
Embotamiento (pesadez, dificuldade para pensar
e compreender), olvidadiço; ilusiones cerehraJ tiene
replandecimiento; caliado, silencioso e etc.
As alternâncias e metástases nos levam a pensar
na dificuldade que apresenta, em relação ao fluxo
exonerarivo, uma vez que não conseguindo rcrer os
alimentos, que são a grande força capaz de manter a
vida e por conseguinte a energia vital, não encontra
O quanrum necessário para transpor os obsdculos
patológicos necessários para a homcostasia geral .
Sintomas mentais: grande ansiedade, tristeza,
depressão, histeria , inquierude, irritabilidade, indo-
lência, di!iculdade para pensar, avers;ío ao trabalho
e inumanidade.
Homeopatia & pediatria
A criança de Ab,'otamtm é irritada, violenta,
cmel, de mau hmnor, re.,sentida, assusta-se facilmente,
loquaz e excitada.
A atrepsia (desotdem nutritiva da infância,
caractcti:.oada por emaciação progressiva e enfraque-
cimento de tOdas as funçôes org,\nicas; marasmo)
encontra aqui indicação, princil'aln1Qnte se o processo
é progressivo iniciando-se pelas pernas e subindo e se
a criança não consegue sustentar a clbeça.
Em sua deficiência nutricioml (não assimilando
os nmrienres) nao alcança o nÍ\-d energético suflCiente
para a cura e de modo idêntico não atinge a assimi-
lação ideal da energia vital conforme os mecanismos
de sua renovação (vitalismo).
Face enrugada, aspecto de velho, olhos fundos
e olheiras azulad'ls. Cravos na bce, em indivíduos
emagn.:lidos.
Aparelho respiratório - sensação de ardor pelo
ar frio) l"pisraxe eUl jovem,:, nariz seco por dentro)
pleurisia com sensaç;ío de compressão que o impede
de respirar, segue bem depois de Aconitum e Bryonia.
Aparelho digestivo - scnsa,5o de que o estômago
flurua na água ; dores agudas, ardentes, picantes ou
sensação de fi·io; agr'l\·'lÇão J lIoite. Abdome distendi-
do com pontos duros. Altcrn;lllcia de prisão de ventre
e diarréia. fezes lientérios.
Ascaridíasc, alternância de diarréia com consti-
pação, hemorróidas "pós supressão de dor reumática.
17
Hemorróida procidente, queimantes ao tOque,
cólica hemorroidal com dor sacra!.
Supuração ou secreção sanguínea no wnbigo do
recém-nato , peritolllte.
Aparelho circulatório - dor na região cardíaca,
tipo lancinante, pulso débil e curtO, metástase de
reumatismo para (j coração.
Aparelho genital - dor no ovário esquerdo.
Hidrocele em crianças depois de erupç50 suprimida
ou escarlatina.
Extremidades: membros inferiores e pernas
muito emagrl.'cid~lS , reumatismo ) prillcipahnente nos
membros superiores, pwmos e tOrnozelos, quando há
muita dor e ainda não existe edema, dores articulares
sensíveis ao movimento geral do corpo, ainda que
sinta melhor ao mover somente a arriculaç30 afetada;
agravação à noite principalmente após a meia-noite ,
pela umidade e pela mudança do tempo. Dificuldade
para mover-se sens'lção de paralisia nos membros
superiores ou inferiores. Inquierude nos membros
superiores à noite. Torpeza nas mãos, deixando cair
objetOs.
Frieiras com pruridos, parestesias e sensação de
frio nos dedos dos pés.
Paralisia com neuralgia. Remédio único (U .R. )
BartheU.
Pele - fl,ícida, enrugada , que pende em pregas.
Desejos e aversões : deseja pão; pão com lei[e
fervido.
Modalidades
Agravação:
- pelo frio, pela umidade e pela mudança de
tempo;
- pelo movimento geral do corpo, se bem que a
dor reumática se acalme pelo movimento unicamente
da articulação afetada, n'l l"Ondiç;io de que o reStO do
corpo permaneça imóvd;
- pela noite, sobretudo depois da meia-noite;
- pela supressão das excreções .
Melhoria:
- pelo calor;
- por fezes amolecidas.
Comparação:
Emagrecimento progressivo a partir dos mem-
bros inferiores: Arg. ".,Mag. m.,Am. mur., AIn'ot.
18 Carlos Bruninl, Mario Giorgl & Colabs.
Marasmo - Aethusa - Intolerância ao leite.
Marasmo que emagrece de cima para baixo:
Lye., Nat., Iod.
Emagrece apesar de comer bem: Aeet-a., Iod.,
Sanic., Tub., Abrot.
Emagrece todo corpo com ventre abaulado: Bar-
C., Sil., Abrot., Nat.m, Sulph., Cale., Iod.
Mecção cardíac.a após supressão reumática: Kal-
mia., Ledum, Spig., Aur.
Reumati~mo que alterna com diarréia: Knli-bi,
Abrot.
Hidrocele em criança: Rhod.
Reumatismo no punho e tornozelo: Ruta
Sintomas característicos:
Mente: Gosraria de fazer algo cruel (U.R.);
ilusões de que ouve vozes na cama, que desaparecem
quando as esCUta atentamente, medo do amoleci-
mento cerebral.
Sonhos: Cam cachorros raivosos.
Ouvidos: Zumbido como abelha.
Nariz: Epistaxe (em plectóricos).
Boca: Calor, manhã (Abrot., Nat.- c.).
Dentes: Dor dilacerante.
EstÔmago: dor cortante e roedor à noite (U .R. ).
Bexiga: Cheia, urgência para urinar, porém urina
escassa, com micção incompleta, após defecar tem
urgência para urinar (3 remédios; Abrot., Carb-an.,
Cic.).
Outros: Dor lombar com irradiação para os
testículos, dor reumática por diarréia controlada com
uso de antidiarreicos (U.R.), dores ao despertar: no
ombro, nos membros superiores, na perna e no pé.
Despertar com tremor por susto (U.R.).
Compreendendo Abrotanum
O processo de digestão humana se fundamenta na
ingestão dos alimentos provenientes do exterior para o
interior do aparelho digestivo, onde são fragmentados
para posterior absorção. Nosso paciente decerto não
consegue assimilar "os nutrientes existenciais", tais
como alegria, amor, fraternidade e outros. Num se-
gundo momento tenta superar equivocadamente essa
deficiência com obstinação, apetire voraz, excitação,
histeria, inquierude e cólera. Não conseguindo seu
objetivo fica ressentido, calado, indolente, com aver-
são a trabalho, emagrece e se "trava" em reumatismo
ou paralisia e se deixa envelhecer precocemente, fruto
de tristeza prolongada, com mau humor, sem energia
sequer para curar doenças comuns.
Caso clínico
L.A.S., 5 anos
Q. P.: diarréia, emagrecimento.
A mãe relata dificuldade de longa data, da criança
não engordar apesar de se alimentar bem, às vezes até
exageradamente e toda vez que ela tenta uma superali-
mentação, a criança apresenta diarréia com restos não
digeridos de alimentos presentes (fezes lientéricas ).
Apesar de inúmeros tratamentos e medicamentos, a
criança continua magra, desnutrida, pesando 13 kg.
Temperamento: criança triste, colérica, agressiva
com repentes de crueldade.
Exame físico: criança desnurrida com mucosas
hipocoradas, pele com elasticidade diminuída.
Abdome: distendido.
Caração e pulmões: sem anormalidade.
Membros inferiores: discreto edema.
Medicado com Abrotanum 12 CH dose única.
- Retorno com relato matemo de melhoria geral.
A criança ganhara dois quilos de peso. Apresen-
tava-se mais calma, com diarréia ocasional de curta
duração e sono bom.
Mucosas normocor:idas.
Conduta: Sem prescrição.
- Relatava incremento da diarréia. Entretanto
não perdera peso e reapareceu nervosismo.
Candura: Abrotanum 30 CH (D.U.)
- Criança havia engordado três quilos. Estava
mais calma, sem inchações nos membros inferiores e
mais comunicativa e carinhosa.
Candura: Abrotanum 200 CH (D.U.)
- A mãe retoma referindo melhoria geral, a
criança não tinha mais diarréia e estava próxima do
índice de peso'normal para a idade, calma e amistosa.
Orientada a retornar caso reapareçam os sin-
tomas.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Ab.rinthium majus, Absitlthium officinate,
Absinthium rusticum, Artemisia absinthium
A história do uso médico do absinto documen-
tado segundo Padosh, Lachenmeier e Kroner (Uni-
versidade de Heidelberg), é datado antes do Papyrus
de Ebers. O documcnto médico egípcio data de
aproximadamente 1552 a. C, documentos estes que
acreditam ser uma cópia dos livros mais antigos de
rnOT (3500 a. C). Já naquela época suas proprie-
dades antielmínticas eram conhecidas pelos egípcios.
Dotadas de propriedade amargas e cujas sumida-
des floridas são empregadas no licor de urinar. Urina
cor alaranjada forte, com odor de urina de cavalo.
Quando propagandeio as delicias da fada faço
com a melhor das intençóes (e ainda tiro um sarro
com a Coca-Cola): o mlUldo nos cobra muita se-
riedade e não há como suportar a pressão caótica
da sociedade sem momentos de abstração. Beber
Absinto.
19
AbsiÍlthium (absinto)
é abstrair. Além do quê, o ab.rinto é a bebida mais
lendária que existe e foi apreciada por vários gêrúos
da humalÚdade.
Reflito no que escreveu M. Bandeira, um dos
meus poetas preferidos: "a vida não vale a pena e a
dor de ser vivida". Se está certo, n50 sei. O fato é que
eu me cansei de estoísmo.
Eu quero é viver plenamente e gozar em cada
vão momento'
E aqui vai uma dica: eis o perigo de fazer seu
corpo domínio público: você se torna tão fácil que
nlUlca encontrará alguém que te mereça.
A culpa são desses meus 6culos quadrados dessa
minha cara de palerma. '
Durante um ano minha luta foi para que os lei-
tores do "Beba Absinto" me levassem menos a sério.
Fracassei. Além do mais, temos de convir que manter
um blog não é uma tarefa árdua assim. Um ano de
vida é muita coisa, se você pensar bem.
Tempo suficiente para que uma vida seja forma-
da, tempo para que se mude uma vida ou, no meu
Bebida lendária.
20 Carlos Brllnini, Mario Giorgi & Co/abs.
caso, tempo demais para uma vida que não muda ,
tudo ainda é muito bonito pra quem chega e lê O
último poste r-engraçadinho. Alguém pode até se
encantar com o estilo "bom-humor-negro" adotado
nos textos, as piadinha~ inbmes, a fllosofla de vida
do "Beba Absinto c Esqueça as Mazelas do Mundo'"
Ali,is, pouquíssimas pessoa, que leram "Beba Absinto"
entenderam ,de \'erdade o por quê do título. Muitos
disseram: "E o blog dl' um rapaz bebado fazendo
apologia ao álcool". Enganaram-se! Eu posso até ser
um rapaz bêbado que fa7. apologia ao álcool, mas essa
nunca foi a esscncia do "Beba Absinto".
Diagnóstico diferencial
Canabis i"dica - traz excitação cerebral loquaz
mais eufórica com imaginação grandiosa, tendência
ao desdobramento da perso nal.idade, agra\'a-sc na
escuridão.
Nux vomica - congestão do sistema porta
(\';l~cubrizaç:ío hep'tica), mais irritável, colérico e
hiperrefkxi\·o.
Lachesis - mais loquacidade, congestão do figado
e perrurbaç(,es vasomotoras com intolerância ao con-
tato e à coostriç50 de roupas na cintura e no pescoço.
Natrt/lIl mur - Amargo deprcssi\'o, ressentido
mas pouco delirante ou alucinado, normalmente pé
no chão.
Hyosciamus - Marcado pela falta de pudor, vul-
garidade e deboche, absinto é fechado e r~servado.
Entendendo seu sofrimento
o diferencial com outros "encapetados" está
na sua autopunição que acarreta seu sofrimento.
Diferente de Stramonium e Belladonn. que são muito
ILUSTRAÇÃO - Retirado de um blog de Absinto.
violentos, encontramos em Absinto uma violência
autodirigida, com aspectos de sofrimento isolado,
não transferindo ao ourrO seu sofrer, sofre isolado
e amargamente, sua loucura é sua calamidade.
Não existe nenhluna forma de prazer, nem
equivocada como em Hyoscin.mus.
Discurso do Pobre diabo, da vida amarga. Há
em Absint;'lm o da estrela decaída.
Miasmaticamente falando: Os indivíduos que
sofrem Absintimn, são amargos como a losna, in-
digestos, com o papel equivocado de transformar
em amargura e indigestão a vida dos que estão ao
seu redor.
A estrela decaída tem a missão equivocada
de trazer calamidade ao mundo em seu redor,
cont,uniná-Io com seu fel.
Con\'iver com Absintillm é sorver do seu fel
eterno.
Viver Absinto é constantemente sorver O
próprio fel'
Psicossomaticamente tillando, a comoção ce-
rebral é indicador de que o paciente tenta corrigir
uma rota errada, pela qual é afetado e "leva na
cabeça", quiseram subir alto demais e são retidos
rudemente.
O desmaio, a comoção cerebral tOrna evidente
que alguém por um CUrtO espaço de tempo aban-
dona a responsabilidade pela própria vida (negaçõo
da responsabilidade de Suas ações, é melhor que
outro assuma O volante).
O atague epiléptico é uma maneira do indi-
víd uo se ver livre de pressões eXternas. Na anti-
guidade as convulsões e acessos eram observadas
como manifestações demoníacas.
O ataque convulsivo é a reprodução de uma
luta, de dois partidos rivais\ a consciência luta
contra a inconscíêncial' sucu111be pt>f não sup()['tar
a sua violência.
Os sinto mas - Opistótono (pescoço esticado,
como no tétano) com rangn de dentes, coréia c
convulsões histéricas, kVà-nos a b7.cr à lcitllfJ dc
que Absinthum) con\'erte assim toda a sua raiva
a uma situação em que um outro apodera de seu
corpo e tOma conta de sua vida .
Bem como a midrÍ<lse com anisocoria (alte-
rações pupilares assimétricas), d,í-nos a impressOío
de uma morte inlincnte e transitória onde por
segundos o indivíduo habita o vak da morte e
das sombras eXl'erimenrando 1111\ misto de ê'xtase
e terror) uma vlvêm:'i;l Illística.
 Matéria Médica Homeoptltica Interpretada
Introdução:
O esrudo dos ácidos orgânicos utilizados na
terapêutica homeopática, guardam wn interesse es-
pecial, pois alguns deles são no processo catabólico,
produtos de desintegração e oxidação de cadeias alifá-
ticas, que chegam a um estado em que wn organismo
deficiente não tem opções para completar a combus-
tão dos dejetos orgânicos, ou seja de transformar em
clióxido de carbono e óxido de. dihidrogênio.
Os mcclicamentos serão reconhecidos pois
o estado quase terminal de combustão que permite
a presença destes, os sinais fisiopatológicos serão
facilmente reconhecidos.
Derivam das cadeias alifáticas:
- áciIÚJ acético: 2 átomos de carbono e 1 fun ção
ácida
- áciIÚJ oxálico: 2 átomos de carbono e 2 funções
ácidas
- áciIÚJ /áctico: 3 átomos de carbono e 1 função
ácida
- ácido tartá,-;co: 4 átomos de carbono e 2 fun-
ções ,icidas
Derivam das cadeias aromáticas, trazendo wn
núcleo fenol:
- áciIÚJ carbólico ou fblico
- ácitW bCllzoico
- ácitW salicüico
Deri vam d,,:; ácitWs azotadoJ:
- ácitW cianídrico
- áciIÚJ úrico
Historicamente, a medicina tem estudado
mais atentamente o merabolismo do ácido úrico,
e os dejetos do ácido láctico, a,étiro, benzoico e
fêmco, esquecidos em geral, promovem um estado
de acidose, sobrerudo por distúrbios importantes do
2
Acidum benzoicum
catabolismo pela retenção que pode ser produzida
destes dejetos no organismo, quando elimina mal ou
faz uma superprodução.
Consequente a esta superprodução ou retenção
de dejetos ácidos, poderemos observar o aparecimento
de wna série de afecções crônicas, onde a mais cons-
tante e tenaz, e a menos compreenclida atualmente:
o rewnatismo.
Este rewnatismo, está associado a outrOS ácidos,
como o benwico, úrico e lático.
Benzoicum acidum
Origem: é oácilÚJ benzoico, C 7 H 6 O, sob forma
de cristais incolores, solúveis em álcool. Empregado
na meclicina como modificador de secreções brônqui-
cas e infecções do aparelho urinário. É eliminado sob
forma de ácido hipúrico.
Ação geral: a experimentação patogenética e
observação terapêutica evidenciaram dois tropismos
preterenciais:
- a bexiga, onde provoca uma irritação com
emissão de mina de odor amoniacal, "como urina de
cavalo", escura, purulenta.
- nas pequenas articulações, com dores articula-
res erráticas, localizadas no tendão de Aquiles, joelhos
e pwlhos.
- Uma ação secundária no aparelho cárclio -
vascular, com palpitações e batimentos das artérias
temporais.
Sinais característicos:
sensação: estalos articulares
- agravação: redução da diurese
- sinais característicos: odor urinário impregna
o ambienre e roupas.
2 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Indicações clinicas:
hiperuricemia e alterações articulares
prostatismo
litíase urinária
cistites crônicas.
Fisiopatologia:
A gênese do adoecimento orgânico, segundo os
conceitos homeopáticos, concernente ao processo de
adequação metabólica que encontramOS no equiübrio
diatésico da Psora·, reage conforme a capacidade de
organização metabólica, a nível catabólico e anabólico,
e se desenvolv<: conforme a capacidade de equilíbrio
em relação aos seus resíduos e excreções ou acúmulos
por deficiências emunctoriais.
° ácido benzoico, C, H s - COOH, é wn dejetO,
wn estado Intermediário da desintegração de ptote-
ínas de núcleo cíclico, que o organismo deficiente
não está aptO a queimar, até formar CO, e H,O. Ele
se origina também no intestino, pela putrefação de
substâncias proteicas, como o indol, fenol, etc, e é
às vezes reabso rvido. São necessárias 400 partes de
água para dissolver uma parte de ácido benzoico.
Este fenômeno promove a tendência de precipitação
e de depósito no organismo, pois sua baixa solubili-
dade O deixa quimicamente pouco reacional e pouco
transportável.
A tendência é de decantar em locais onde a cir-
culação é lenta e em tecidos que formam "fundo de
saco" fisiológico, notadamente nas serosas articulares,
ligamentos, tendões, aponeuroses e tOdas serosas em
geral. IstO desenvolve wna diátese rewnática.
De outra parte, o organismo tende a reagir,
no sentido de eliminar o excesso de ácido benzoico.
Esta eliminação não será fácil, e a baixa solubilidade
promoverá wn acúmulo na bile - via de excreção para
O intestino ou no bassinet dos rins, levando a preci-
pitação e agravado pelo pH variável, que favorecem
a formação de cálculos.
Mas, para promov<:r a solubilização, o organis-
mo lança mao de uma combinação química, já que
o transporte fisico é quase impossível devido a baixa
solubilidade, e cnrao, observaremos wna combinação
de:
Acido benzoíco + glicocola = Acido hipúríco
° ácido hipúrico é pouco tóxico, mais solúvel e
por consequência mais fácil de ser eliminado pelo rim.
Um fatO interessante, é a grande quantidade deste
ácido nas urinas de herbívoros, e wn dos sintOmas
chaves será de odor forte na urina , amoníacal , de
"cavalo", impregnando o ambiente.
A glicocola está presente em todo organismo, e é
um dos protídeos mais abundantes do organismo no
sangue. Mas, esta glicocola é um ácido arninado útil na
nutrição, estará consUfRido para promover eliminação
de dejetOs, ao invés de ser assimilado, para construção
proteica. IstO promoverá um emagrecimento, redução
de vitalidade, e emagrecimento.
As infecções urinárias podem aparecer, nefrites,
pielonefrites e dores nas lojas renais.
REUMATISMO: aqui, nos vemos na fisiologia
do enxofre, onde as sulfoconjugaçõcs são insuficientes
para realizar a eliminação do ácido. Nódulos articu-
lares, tOfos, erratismo das dores, que cosnunam ser
a esquerda.
METÁSTASES: é comum vermos a aparição de
dores gástricas, espasmos brônquicos, micrânea, ou
indo para o intestino, promovendo diarréia.
Uma possibilidade é o aparecimento de amig-
dalites , anginas, cuja característica é a infiJtração ede-
matOsa. A sensação é de engasgo, de corpo estranho.
Diarreia mucosa, tipo espwnosa, fétida, tipo
água de sabão.
Asma, com piora à noite, pior do lado direito.
Rewnatismo cardíaco, por fixação de toxinas nas
serosas cardíacas: pericárdio e endocárdio. Palpitação
dolorosa norurna, ressentida nas artérias temporais.
Cefaleias, agravada por mudança de temperatura,
wnidade, frio :
Velhinho
reunuítico.
 Maféría Médíca Homeopática Interpretada

Aconifum
•
napellus

Aconitum napellus, OU Aconit napel, Capuchão, Allen

(Madriette), Carro-de- Vênus, Chá-de- Vênus, planta Os pensamentos dos indivíduosAconitum giranl
ranW1cu1ácea, em estado selvagem cresce em toda a ao redor da morte e predizem o momentO da mesma,
Europa, especialmente em países montanhosos (Al- verdadeiro temor de morrer, principalmente na gravi-
pes, França, Suíça, Alemanha), também é cultivada dez e parto. Sua expressão é ansiosa, assustada e Sua
como planta ornamental. Diz-se NapeUus porque sua vida torna-se miserável graças a esse medo.
raiz se parece com O nabo. Os indivíduosAconitum são pessoas que arrastam
Além das substâncias comW1S a todos os vegetais: como tributo rniasmárico wna siruação extrassensorial
amido, goma, cera, clorofila, matérias a1bwninoides,
gordurosas, resinas etc, o Aconitum napeUus contém
ainda 2 a1ca1oides aos quais devemos as principais
propriedades: a aconirina e a napelina. (J. A. Larhoud.
2002).
Toda a planta é muitO venenosa , os rubérculos
contêm até 1,5% de aconirina e napelina. Em dose
elevada, a aconirina é wn dos mais violentos vene-
nos para o sistema nervoso, e os rubérculos colliido~
servem essencialmente para obter esse a1caloide. E
utilizada como componente de misruras medicinais
analgésicas (reumatismos, gora, ciática, dores de
dentes).
O envenenamento manifesta-se por salivação
excessiva, falta de ar, tremores, aceleração do pulso e
do ritmo respiratório.

"Meu coração se contorce e dentro de mim caem

terrores mortais, medo e tremor me penetram e wn
calafrio me envolve"
Salmos, rei Davi. - A verdadeira face de Aconi-
tum, expressa medo, assim é curativo dos transtornos
decorrente ao medo, medos indefinidos, medo da
morte, medo do sobrenarural, aqui O medo não é
dirigido a coisas concretas como Bryonia teme a po-
breza, Phosphorus que teme o trovão, Belladona que
teme cachorros ....
2 Carlos Brunini, Mario G;org; & Cofabs.

de ter a sacação de prever acontecimentos fururos. infortúnio tornando-se violentos, inquietos, irritáveis
Desta maneira, por carregarem dentro de si "insigrhs" e mandões.
de clarividência, desenvolvem reativamente a ansieda- Aconitum é um dos medicamentos mais sensíveis
de pelo fururo (Aconit"m é o bidu da Matéria Méclica). à dor, sendo que as dores o fazem gritar a noite inteira.
Os autores escrevem queAconit"m tem o sinto- (É a manifestação física da sua hipersensibilidade).
ma transtorno por trivialidade, entretanto se compre- Pensa que vai ficar louco de tanta dor. Tais sin-
endermos que este medicamento tem consciência do tomas, muiras vezes, ocorrem pela exposição ao frio
que está por vir, ficarcmos com uma ótica diferente, seco, vento ou corren.!e de ar frio, especialmente se
pois, o que pode significar trivialidade ou bagatelas ele estiver transpirando.
para alguns, no caso de Aconitum a conotação é ou- Aconitmn é o medicamenro para transtornos
tra, pois, não são bobagens: os fatos que prevê terão agudos.
importâncias reais (Aconitum prevê o dia e a hora de A criança tem grandes tendências a resfriar-se
sua morte). com calor na cabeça e frio no corpo, boca seca, gen-
Viverá desta forma um estado de alerta conStan- giva inflamada, gOStO amargo na boca.
re, vivenciando, COm frequência, sustos e sobressaltOs Retenção de urina em recém-nascidos, disúria,
consequentes de sua antccipação (convulsões por apresentando de peculiar uma ansiedade pelo começar
sustos em crianças). a urinar. Falso erupe, dor de garganta por friagem.
Pequenos estímulos podem ser suficientes para Febre alta e seca, com pele vermelha e seca, piora
deixá-lo excitado, uma vez que vive em estado de à noite ou ao anoitecer, sede com grande quantidade
alerta. Estímulos luminosos, ruídos e odores desagra- de água fria, intensa inquierude durante a febre.
dáveis podem desencadear grandes respostas nestas
pessoas, já previamente prevenidas (transtOrnos por Vannier
sustos). A mlÍsica é, também, um grande estímulo
Aconitt<m convém especialmente às pessoas jo-
para tais inclivíduos levando-os ao entristecimento e
vens e vigorosas; muito facilmente congestivas, sen-
sofrimento.
síveis às mudanças atmosféricas e que em pleno vigor
Compreendendo esta situação miasmática
caem subitamente doentes, após haver se submetido
(clarividência), compreenderemos porque tais indi-
a um resfriado brusco.
víduos são tão medrosos, pois, a consciência de fatos
desagradáveis, que aconteceram cm relação a uma
O mal surge sempre de modo brusco e os sinais
realidade presente, acarretari uma siruação conflitiva
clínicos manifestam-se de imediato, eom uma violên-
de insegurança, justificando seu medo pelo fururo,
cia e intensidade extremas.
medo de escuro, de atravessar a rua (pois crê que será
Tríade sintomárica deAconit"m: agiração, medo
atropelado), de multidões.
da morte, dores intoler.áveis.
A covardia em Aconitum é uma resposta reativa
sendo pelfeitamente esperada nestes que sabem o lado
sombrio de seu fururo.
Uma vez em aula, um aluno perguntou se a um
inclivíduoAconitum ocorreriam também adivinhações
interessantes como saber quais os números que dariam
na loto, por exemplo.
N a ocasião respondi que seria possível, mas
dificilmente seria motivo de consulta (queixa clíni-
ca) ou sintomas referidos em patogene.sia pois, uma
pessoa que está prevendo coisas deste tipo, jamais
viria queixar-se ao médico ou anotá-Ias conlO sintolna.
São os profctas da Matéria Médica c, talvez por
carregarem este especialulliverso dentro de si , é que
falta-lhes um senso de ideal ou determinação, e eles
acabam por se com porra rem como predestinados
e entregues às suas sortes, uma vez que conhecem
seus destinos) ou peJo contrário, revoltatn-se C0l11 O Bruxos_
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Modalidades
LATERALIDADE: Esquerda
Agravação
- pelo vento frio e seco.
- à noite, próximo à meLl-noitt. Os sintomas
do remédio: agitação, angústia, dores erc., es tão pio-
res à noite, sobrerudo, próximo à meia-noite. Curio-
samente, os dois ontrus reméJins do trio da agit:l\'jo,
Rhus toxicodendron e Arsenicu11l a/hum, têm rambém
uma agravação norurna, próximo à mei:l-noite.
- em 1un qu"rto quenre.
- deitada sobre o lado.
- pelos vinhos e estimulantes.
- pela fumaça do tabaco.
- pelol músic,' , ruíJo, luz.
- pelo medo, por emo<;ões violentas.
Melhoria
- ao ar livn.'.
°
- durllite repouso.
- após a tLlnspira<;ão quente
Traços essenciais da dinâmica miasmática
Psora
Terror de uma morre iminente. Prediz o dia e a
hora de SUa morre.
Crê ter wna doença incurável.
Temor de um.l des3raça ameaçadora. Teme 1un
acidente.
Pressentimenros sombrios.
Extremamente cauteloso, até para cruzar
uma rua.
Temor de escuridão.
Pe"o,,, muito propms.ls a se assustar e adoecer
por um susto.
Nosrilgicos de seu lar e c1arividemes.
lntm<;,-,es contrárias"O qne di7.em.
Muito sensíveis a serem depreciadas ou humi-
lhadas.
Tomam cada "bronca" pelo lado mal e reagem
de forma impetllusa.
Aferuosos e comun icativos.
Sicose
Apareee:l hipcrativilhde e o dinamismo, amando
com audácia e coragelll difl'rente da atirude psórica.
Obstinado, orgulhoso. desconfiado, intolerame à
conrrad i<;ão.
Sífilis
Predomina a Jesespcr:lll<;"; pensa que não se
recuperará; suas reações são violentas, selvagens (mais
que impetuoso); e tr:lll sforma-se num misantropo
25
com ódio dos homens e indiferença aos que ama.
Quer suicidar-se com luna navaU,a de barbear.
Hahnemann
Distração de atenção quando lê on escreve por
uma frequente falta de pensamento.
- Preocupação mental: é incapaz de completar
a descrição dos peRsamentos que rem concebido ou
deixado csctito ao meio, pela merade, sem rer que
f.1Zer esforço prévio para recordá-los.
-Instabilidade de ideias quando quer seguir uma
linha de pensamento, mun segundo as afugenta , nwn
terceiro momento novamenre despreza este último,
até que se encontra toralmente confuso.
- Debilidade de memória. Debilidade do poder
de pensar.
- Memória vivaz.
- Não pode pensar em nada sem considerar nada,
saber nada e não pode formar nenhuma ideia em Sua
cabeça como fazia usualmente, porém seme como se
todas as operações mentais tivessem lugar na boca do
estômago, depois das duas horas reve aroques de ver-
tigem e logo sua usual capacidade de pcnsar rerornou.
- Ansiedade com medo de sufocação.
- IrresistÍvel incli.nação a deitar-se.
- Ao anoireccr, depois de deitar, l' durame o dia
semado, sonha aco rdado e tem ilusões ~omo: pensar
que est''''a longe de casa.
,Mau humor, sem inclinação para nada, depres-
sao de espíriro enquanto caminha.
- De novo alegre e inclinado a cantar e dançar.
- Ataques aJtern'lIltes de esrados opOStoS de
humor.
- Por momentos, tranquilidade raciona.! e em
ourros, fala tonteir"s.
- Em um momemo, desespero por sua recupe-
ração, e, em outro, cheio de esperanças.
- Inconsolável ansiedade e piedosos gritos com
lamemos e reprovações a respeito de (com frequência
trivialidades) males.
- Misericordioso, queixas ansio.s:ls, com temores
cm'ardes, desespero, choraminga em voz alta, amarga
qu~ixas e reprovaçües.
- Visão lúcida: ele diz, agora minha amada (qne
esti a no Km. dali) deve estar cantando uma difícil
peça (de um concerto de Beethoven), que eu acabo
de cantar (ela, apesar de perigosamente enferma, tem
camado neste di" C) concerto. partieuI.lrmente bem.)
(H"hnClllann) .
- O menor ruído é imoleravél.
2 Canos Brunini, Man'o Giorgi & CoIabs.
- A música lhe é intolerável, a percorre cada
membro e se volta totalmente melancólico.
- Excessiva tendência a sobressaltar-se.
- Toma cada gracejo pelo lado mal.
- Encrenqueiro, alternando de hora em hora,
com clisparatada insânia, fala tonteiras infantis e está
extremamente alegre.
- Disposição colérica.
- Obstinação.
- Misantropia.
- ~çado poder de imaginação.
-AS vezes, aparece chorando, outras gorgeando.
- Brincadeiras insanas.
- Terror a uma morte iminente.
- Ansiedade mortal, recorrente de tempos em
tempos.
- Temores lamentáveis de uma morte iminente.
- Temor de que alguma desgraça lhe possa
ocorrer.
- Pena e inquietude.
- Ansiedade e mau humor, acompanhadas de
pequenas pontadas no peito e seguidas de palpitações
na boc~ do estômago e dor de cabeça.
- Oclio aos homens.
- Faz tudo com precipitação e procura pela casa
roda.
- Sensação de ansiedade, momentaneamente
aliviada bebendo água fria.
- Sente-se agitado por uma ansiedade interior.
- Não pode livrar-se de pensamentos tristes e
ansiosos, mesmo estando na mais alegre companhia.
- Ansiedade como se uma grande desgraça esti-
vesse a ponto de ocorrer.
- Ansiedade que nunca para e o força a caminhar
sem cessar.
- Agitação extrema e contínua; em um momen-
to sentava-se, em outro parava, agora caminhava e
terminava sempre por não saber analisar mais suas
sensações.
- Agitação extrema; todos os movimentos, todas
as ações, acompanham-se de apuro e uma extrema
precipitação.
Hering
- Em um momento perfeitamente consciente,
em OUtrO desvairando.
- Clarividência, consciente de que sua amada, a
quilômetros de distância, está cantando certa peça.
- Embotamento e confusão mental .
- Inconsciente como moribundo, mudo, apo-
plexia.
- Insensível, estúpido, mesmo durante as con-
vulsões.
- Estúpido, olhos fechados, sacudidas dos mús-
culos das faces, boca comprimida, não pode recordar
fatos.
- Ideias que O obcecam, não pode livrar-se delas.
- Não pode terminar uma ideia ou escrever sem
grande esforço.
- Atenção clistraída; quando lê, os pensamentos
parecem cessar.
- Não pode refletir; as ideias parecem vir desde
o estômago, depois dos ataques de vertigem; os pen-
samentos são novamente normais.
- Excitado ou sumido em pensamentos.
- Rápida trOca de pensamentos, requer grande
esforço, fIxar uma linha de pensamento.
- Ao tentar pensar em uma coisa, Outra se in-
terpõe e esta é rapidamente suplantada por outra, e
assIm suceSSIVamente.
- Diminuição do poder intelectual, não pode
sequer chegar ao flffi de um ligeiro trabalho mental.
- ~maginação vivaz.
- Extase, inclinado a estar alegre, cantar e dançar.
- Delírio, alaridos, olhar fIxo/inflamação cerebral.
- Delírio com movimentos convulsivos/mielites.
- Delírio com grande calor, pupilas dilatadas ou
convulsões, conversação infantil e tonta.
- Delírio com assunto sobre a morte/ no puer-
pério .
- Delírio, especialrilente à noite, desvario, salta
fora da Cama pela manhã, com transpiração excessiva.
- As dores sáo intoleráveis, o fazem chorar, põe-
se muito inquieto.
- Desejo de estar só, isolada.
- Disposição a chorar, pranto violento com
agitação facial.
- Loquacidade, linguagem apressada.
- Altera riso e pranto, em um momento alegre,
em outro sombrio.
- Queixoso; lamentos ansiosos, reprovações por
coisas mínimas.
- Berros em voz alta ao mínimo contaro, berros
com dores, não pode suportar a luz, não quer ser
tocado ou descoberto, zumbido nos ouvidos.
- Impaciência, de fuga daqui para lá ; constanre-
mente troca de lugar.
- Não pode seguir muito em uma coisa.
- Desgosro por falar, responde laconicamente
sim ou não.
- A música lhe é insuportável, o deixa triste.
- Tristeza com solicitude, preocupação pelo futu-
ro sobre a sua recuperação ou medo de perder a razão.
 Matéria Médica Homeopática fnterpll3tada
- Extrema timidez, especialmente depois de um
susto, medo da escuridão.
- Medo de ir aonde exista algo excitante, ou mui-
ta gente. Pensa que será empurrada contra todos os
que encontra, semblante expressivo de timidez, cons-
tante pavor de cambalear e cair durante a gravidez.
- Medo de fantasmas .
- Medo da morte durante a gravidez ou parto,
com prolapso de útero, com grande loquacidade ou
ansiedade na região do coração. Três vezes se sentiu
cego e afirmou que estava nas mãos da morte.
- Prediz o dia da sua morte, oferece aos seus
amigos um adeus perpéulo.
- Crianças coléricas com momentos de raiva.
- DesgostoSO po r bagatelas, toma cada gracejo
pelo lado mau .
- Encrenqueiro, com constante delírio variável,
fala como cria n~ a , alegre.
- Obstinado agita-se impaciente.
- Coloca-se em um sono profundo, porém rara-
mente dorme, lamentos por humilhaçao.
- Transtorno por susto, medo da escuridão, verti-
gens, desmaios, tremores, debilidade cardiaca, ameaça
de aborto, interrupção súbita do fluxo menstrual,
ardor no estômago.
Gallavardin
- Temperamento sanguíneo arterial, em todas as
idades , sobrerudo em crianças e adolescentes.
- Mais frequentes em mulheres adultas que em
homens adultos .
- Impulsos violentos alternantes. Caráter versátil.
Gente ativa, expansiva, rara e pouco concentrada.
- Paixões vivas, nunca saciadas, a causa do rápido
esgotamento das forças.
- Gente de bons sentidos (inruitivas) , mas sem
raciocínio (incapacidade de raciocinar).
Duprat
Modalidades características:
Sujeitos inclinados ao medo e a serem exagera-
damente cautelosos, sempre sob a impressão de um
temor irracional, com temor à morte, a uma desgraça
iminente, à escuridão, de atravessar uma rua. Cheio
de pressentimentos sombrios. Triste escutando músi-
ca, à qual não pode suportar; sofrem de transtornos
da memória, com a impressão de coisas que devem
fazer e já tenham sido fcitas; com dificuldade para se
concentrarem e seguirem uma ideia.
27
Nos estados agudos: grande agitação e angús-
tia, com intenso medo da morte; predizendo seu
momento.
Sujeitos pequenos, jovens com circulação flui-
da e ativa; pletóricos; de temperamento sanguíneo
nenroso; sedentários, muito sensíveis ao frio seco,
ao inverno; agitados e ansiosos com necessidade de
movimento.
Face: em quaciPo agudo: face vermelha, vultosa,
com uma bochecha vermelha e outra pálida; palidez
ao erguer-se da cama para sentar-se; expressão ansiosa.
Mulheres: menstruações abundantes que quando
suprimidas sangram o nariz (epistaxes ).
Quando grávidas têm medo da morte e indife-
rença a todos.
Amenorreia em jovens.
Vertigem por supressão brusca do fluxo mens-
trual pelo frio ; vertigem com inclinação a cair para
a direita .
Cefaleias frontais com sensações de plenirude nos
seios da face; sensação de água fervendo na cabeça,
de que a cabeça vai explodir, cefaleias por exposição
ao sol, por supressão das regras etc.
A cefaleia melhora ao ar livre e se agrava em
quarto quente.
Formigamento nas bochechas, sensação de cara
inchada, nevralgia.
Hiperscnsibilidade à luz, sobre rudo ao sol, ao
ruído.
Vijnovsky
- Enjoos ao se erguer ou levantar, com escureci-
mento da visão e náuseas .
- Sensação de que a cabeça ferve . Calor na cabeça
com frio no corpo. Plenirude cefálica, principalmen-
te occipital. Hipertensão endocraniana (Boericke);
apoplexia. Cefaleia com coriza, melhora com micção
profusa. Cefaleia occipital pelo calor solar; pressiva
frontal para fora.
- Inflamação nos olhos ao se expor ao ar frio, ao
qual são muito sensíveis; ou devido à presença de cor-
pos estranhos. Olhos vermelhos depois de pancadas.
Fotofobia e secura, com pontadas ao mexer os olhos.
- Rosto vermelho, que se alterna com palidez, de
um lado pálido e do Outro vermelho, uma bochecha
está vermelha e quente e a outra, pálida e fria. O rosto
fica pálido ao se erguer. Rosto inchado, edemaciado;
tem a sensaçáo de ter um rosto grande. Nevralgia
facial esquerda pulsátil pelo vento frio e seco, com
inquietude, adormecimento e prurido. Dor na raiz do
28 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
nariz, com coriza seca e obsaução nasal, com escassa
ou nenhwna secreção.
- Boca e língua secas. Prurido na ponta da língua,
gue e.stá branca. Gengivas guentes e inflamadas; dores
em dentes sadios, sensíveis ao frio, ao vento St'CO c frio.
Mo\'imento constante de mas tigaç;io da mandíhula.
GostO amargo.
- Garganta e úvula vermelhas e secas, com dor,
ardor e pontadas ao engolir. A garganta sangra.
- Gasn-ite e dor de estômago, depois de tomar
bebidas frias. I'UI"'Ç()CS no cpig:ístrio e abdome . Vô-
mitos com medo, calor, suores profusos e poliúria.
Sede intensa. HeJllatêmcse.
- Dor no abdome, gue se estende ao tórax
guando defeca. Abdome sensível ao tato . Cólicas.
Apendicite. I'eritonite.
- Fezes peguenas e freguentes com tenesmo,
verdes e semelhantcs a espinafre amassado, diarréia
aquosa em crianças, gue choram e se gueixam muito,
com insônia e inguierude. Hemorroidas que sangram.
- Retençio urinária nos recém-nascidos. Desejo
urgente de urinar, com ansiedade principalmente ao
começar; é doloroso. Desejo ineficaz de urinar na
criança, que segura os genitais e grita. Mie<;ão invo-
lundria com sede e medo. Disúria. Dor c pressão na
bexiga. Urina CSGl!;sa, vermelha, quente, dolorosa ou
suprimida , sanguinolenta. Ardor uretral. Dor rcnal.
- Arnenorre ia em meninas pletóricas ; deve-se dar
Aconitum após um susto para evitar a "'pressão da
mensauação. (AlIe n). Aborto devido a SUSto. Vagina
quente, seca, sensível. Cólica pós- parto com medo
e inquierude. Mensauações profusas, com epistaxe,
muito prolongadas.
- Falso crupe depois de se expor ao ar frio e
seco. Irrita~ão laríngea pelo ar frio, pela dor ao tossir
segurando a laringe quando tosse. Dor e sensa~jo
como se estivesse em Carne viva pelo ar frio, que piora
ao inspirar. Dor na laringe ao tocar com rouquidõo.
- Respiração acelerada, ansiosa. Ansiedade e
opressão no peito, precordial, piora subindo ou pelos
movimentos rápido.s, com sensação de plenirude,
calGi" e constrição, COlHO se houvesse uma faixa .
Congestão torácica. Dores no tór<Lx, com pontadas
durante a inspiração. Dor precordial. Palpitações de
dia, com ansiedade precordial: dm:lIlte a febre , por
causa de susto, movin1ento e ao acordar. Endocardite e
pericardite aguda. Sensação de ter sido borrifado com
água quente demro do peito. Tosse pelo ar frio e seco,
com ruídos semelhantes a latidos, crupal, rouca e seca,
durante a febre ou pela irritação ou prurido das vias
aéreas; piora à meia-noite. Expectoração hemóptica
de sangue vermelho brilhante.
- Formigamento da coluna. Região lombar
adormecida. Pontadas lombares.
- Mãos quentes e pés frios. Saliências hipotenares
vermelhas em ambas as mãos (Boericke). Sensação de
gotas de água caindo pelas coxas. Formigamento e
adormecimento em membros snperiores, nas cardio-
patias, nas pernas enqnanto está sentado. Prurido nas
mãos e dedos, nos pés estendendo-se para cima. Reu-
matismo articular, com inchaço vermelho brilhante,
muito sensível, piorando à noite. Estalos articulares
indolores. Lassidão de ligamentos articulares, tendên-
cia a torcer os tornozelos.
- Sonhos ansiosos. Insônia com inqu.ierude,
vira-se na cama. Insônia nos idosos. Tem sobressaltos
durante os son110s.
- Calafrios com frio nos vasos sanguíneos; piora
ao ser tocado.
- Febre alta, seca, com pele vermelha e quente,
piora à noite ou ao anoitecer; com sede ardente de
grandes quantidades de água fria; com ansied ade,
inquietude e medo; calor interno com calafrios ex-
ternos, com uma bocbecha vermelha e quente e a
outra pálida e fria; com intensa inquietude nervosa,
virando-se desesperadamente na cama. Segundo Von
Lippe, é "o febrífugo mais valioso" de toda Matéria
Médica. Ondas de frio que passam através dele. Sa-
rampo. Rubéola. .
- Sua nas partes cobertas , suores quentes, depois
de evacuar, nas partes apoiadas.
- Pele vermelha, quente, inchada, seca e queiman-
te. Púrpura miliar. Icterícia em recém-nascidos. Rash
de cor vermelha imensa ou escarlate. Pele eriçada.
Úlceras infl,madas.
História clinica
Nome : L. A S
Sexo : masculino
Idade : 12 anos
Ouço, do consultório wn rumulto na sala de
espera: "Meu filho está mal, não est:í vendo? Se a
doutora não o atender já, ele va i morrer."
Emra a minha secretária apavorada, dizendo:
"Dourora, pelo amor de Deus, atenda agora o L. A
S., que não está passando bem, pois o pai dele e ele
estão muito nervosos ,"
Não precisei responder, uma vez que os dois já
cstavam na minJla sala.
Pai: "Doutora, faça alguma coisa pelo L.AS.,
pois já não sei mais o que E,zer. "
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
(O garoto, cada vez que tosse agarra () próprio
pescoço, dizendo: "Pai, eu vou morrer!", nunla an-
siedade e medo terríveis).
Pai: "Doutora, ele sempre foi assim, apavorado.
Eu corro com ele pelas mínimas coisas desde que
nasceu. Ele fica ruim, de uma hora para outra."
L.A.S.: "Quero ágtu gelada" (muito agitado).
(Enquanto o pai sai, peço ao garoto para des-
crever o que sente).
L.A.S.: "É horrível, parece que vou morrer, pois
minha cabeça dói muito, ríüll.ha boca está seca e a
garganta muito irritada."
(O pai volra com a água, que O garoto bebe de
uma só vez e pede mais, porém, quando percebeu que
o pai não estava disposto a ir buscar imediatamente,
levantou-se impaciente e foi tomar mais água.)
Pai: "Será que a senhora não tem um remedinho
bom para ele, desculpe se estou pedindo. A senhora
está vendo ele assim agora, depois da meia-noite é
pior, ninguén1 mais dorme. n
(L.A.S. volra ansioso, agitado, pedindo para
terminar logo a consulra. Perguntando sobre o início
da doença, refere mdo rer cqmeçado no dia anterior,
quando no fim da tarde foi pegar O merrô para ir à
casa de um amigo, o que raramente faz. Lembra que
eStava com o corpo suado e apanhou friagem. Quanto
ao seu temperamento, refere ser inquieto, agitado,
nervoso. Seu maior medo é da morte, mas tem medo
também de sair, de atravessar a rua e de multidão.
Ansioso, pede novamente para encerrar a consulta.)
Exame físico: EGR, afebril, eupncico, cianótico,
anictérico, sem edemas.
Apresentando hiperemia intensa de orofaringe.
Mucosas secas. AR: pulmões normais. ACV, AD e
AGU: ndn. PA: 120 X 80 mmHg.
Conduta:
Aconitum napellus CH 6 plus (hoje)
Aconitum napellus CH 30 (dose única) 7 dias
após.
Evolução: 15 dias após, telefona-me o pai de
L.A.S., referindo-se satisfeito com a melhora do ftlho,
prometendo ligar, novamente, 15 dias após, dando-se
maiores detalhes.
No segundo telefonema, 30 dias após a consul-
ta, O pai do garoto relata sua rápida melhora após
a primeira ingestão do remédio; porém, depois da
segunda, parece que ele ficou um pouco agitado,
ansioso, inquieto e preocupou-se. Porém, gradativa-
mente, tudo foi passando; mas ainda não de todo, ele
continua melhorando, parece até outra pessoa.
29
Agradece, prometendo InalT at nO\';.1 consulta
para o tllho 30 dias depois.
O Encontro com a Morte
Em uma das suas crônicas mais lúcidas, Manoel
Bandeira fala daqueles que marcam "rendez-vous com
a morte". Era cOlno se a Parca, implacável, tivesse
apostado, desde ao l.'ascer, a sua marca na tí'Ontc dos
por ela escolhidos. A \'ida é uma regalü que a morte
lhes concede, uma espécie de período de carência,
até quc venha buscá-los para () seu reino das trevas.
Aquelas reflexões Elzia B:mdeira, a propósito do
jovem poetaAlan Seegerque, em 1913, publicon seu
famoso poema: 1 havc a rcndcz-vous with death. Três
anos depois, em batalha no sul da Europa, uma bala
de metralhadora cumpriu aquele vaticín io. Na como-
vente biografia do Presidenre Kennedy (Sorcnsen,
T.e. - Kcnncd)'. Harpcr and Row Publishcrs, New
York, 1965), narra o autor um acontecimento que se
liga a essa ordem de ideias. Corria a festa de batizado
do pequeno John, ftlho de Kcnnedy e Jacqueline, e o
emba.ixador da Irlanda, al.i presenre, saudou o recém-
nascido com um poema, no qual, simbolicamente,
pedia a Deus que coroasse o menino que apenas
começava a viver. E, a propósito, foi lembrado que o
jovem presidente tinha como de sua preferência um
outro poema que, frequentemente, pedia à mulher
que lhe recitasse. Era exatamente o que se segue:
I HAVE A RENDEZVOUS
WITHDEATH
(Eu tenho lun encontro com a morte)
rhave a rendezrous with death.
Tenho um encontro com a morte
At sonze disputed ban'icade,
Em alguma barricada de luta,
When Spring comes bac/i with ru.>tlin/J shade
Quando a primavera voltar na sombra sussurante
And apple bWHoms fil! the ai"
E as flores das macieiras invadirem o ar
I have a 'TndezI'Ol1S witIJ death
Tenho um encontro com a morte
When Sp,.i"gs b,-illgs bacll bltlL' da)'s and Jair.
Quando a primavera trouxer de volta os claros
dias azuis.
It ma)' be he shall take m)' hand,
Pode acontecer que ela me tome a mão
And lead me into his dark land,
E me conduza à sua negra morada,
3 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
Jolm F. Kennedy.
And cwse my eyes and quench my breath
E me feche os olhos e apague meu sopro
l t may be l shall pass him still.
Pode acontecer que eu passe sem vê-la .
l ha;pe a rendezvous w;th death
Tenho um encontro com a morte.
On some scarred slope Of battered hill,
Em alguma escarpa rugosa de uma fustigada
colina,
Wben Spring comes round again this year
Quando, de novo, a Primavera voltar este ano
And the first meadow jIowers appear.
E as primeiras flores do prado surgirem.
God knows "twere better to be deep
Deus sabe como seria melhor repousar
Pillowed in silk and scented tÚ!w>,
Em travesseiros de seda, entre perfumes
Wbere Ú7Pe throbs out in blissfol sleep,
Na amorOsa palpitação do sono feliz,
Puse nigh to pulse, and breath to breath,
Mãos dadas, os rostos unidos,
Wbere hushed awakenings are dear ...
Quando é caro o silencioso despertar
But l"ve a rendezvous with death
Mas eu tenho um encontrO com a morte
At midnight in some flaming town,
À meia-noite, em alguma cidade flamejante,
Wben Spring trips north again thi.r year;
Quando, este ano, a primavera partir de novo
para o norte,
And l to my pledged word am true,
E sou fiel à palavra empenhada,
l shalJ not foil that rendezvous.
Não perderei esse encontro.
Alan SeegerjAwysio de Paula
Ninguém poderia imaginar que o mau presságio
haveria de se realizar nas mais trágicas circunstâncias.
Então o Presidente dos Estados Unidos, na flor dos
seus 46 anos, desftlava em carro aberto pelas ruas de
Dallas, Texas, quando balas traiçoeiras vararam-lhe
o crânio, tal como acontecera ao jovem A1an Seeger.
Em vão, sonhara como o poeta, para aquele momento
"despertar de mãos dadas, os rostos unidos, quando
é caro o silencioso despertar". A morte tinha pressa,
vindo cobrar-lhe o compromisso e, aquele encontro,
ele não poderia faltar.
Este texto (O Encontro com a Morte) foi tira·
do do jornal JBM Especial em homenagem ao Prof.
Aloysio de Paula, e diz muito sobre o medicamento
Aconitum, onde a profecia e o destino assinalam sua
presença.
Ilustração Musical
O AMANHÃ
A cigana leu o meu destino
Eu sonhei
Bola de cristal, jogô de búzios, cartQmante
Eu sempre perguntéi
O que será o amanhã
Como vai ser o meu destino
Já desfolhei, o mal me quer
Primeiro amor de um menino
E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realçjo diz
Que eu serei feliz
Sem pre feliz
Como será o amanhã
Responda a quem puder
O que irá me acontecer
O meu destino será como Deus quiser
 Matén'a Médica Homeopática Interpretada

Agaricus muscarius

SINONÍMIA: Agárico mosqueado, Amanita
musearia, Aganem mata-rrwseas, Falso fongo.
Origem
FWlgO do gênero Amanita, da família das Aga-
ricínias, é um falso fungo.
Segundo a descrição de Hahnemann, tem a
forma de um cogumelo de copa vermelho-escarlate
enfeitada por excrescências esbranquiçadas e foliolos
brancos. Encontrado na França, none da Europa e Ásia
em lugares secos. Obtém-se a tintura-mãe através de
trituração do cogumelo verde e maceração em álcool.
Toxicologia
É extremamente venenoso devido à presença dos
alcaloides miceto-muscarina, miceto-atropina, colina
e betaína. Os sintomas de envenenamento agudo
ocorrem entre uma e três horas após sua ingestão.
Intensas queimaduras gástricas, vÔmitos, diarréia por
irritação da mucosa intestinal, seguidos de delírios,
alucinações auditivas e visuais, sonolência. Ação sobre
os centros nervosos causando movimentos involuntá-
rios e espasmódicos dos músculos, generalizados ou
localizados. Tremores, nevralgias, irritação de mucosas,
erupções com pruridos, perturbação da sensibilidade
térmica (sensação de frio), vasodilatação das extremi-
dades, dirninuição do pulso e da respiração. Excitação
ilsico-mental seguida de inibição como nas bebidas
alcoólicas.
Medicamento indicado para alcoólatras, devido
a estes apresentarem os sintomas como tremores, de-
lírios, perturbações gastrointesunais e cefaléia.
com grande fluência de ideias e pensamentos. Sobres-
saltos dormindo e sonambulismo.
Apresenta varias formas de delirio: delirio furioso
com exaltação da força ilsica, com raiva e violência, gri-
tos e loquacidade, querendo saltar da cama, alternando
alegria com tristeza; delirio religioso, canta e profetiza;
delirio silencioso, não respondendo a perguntas, ar-
remessando objetos contra as pessoas, não reconhece
ninguém; delirium tremens, com movimentos exage-
rados, incertos, irregulares com tremores nas mãos,
deixando cair objetos, passos largos e cambaleantes,
fala indistinta. Todos os movimentos espasmódicos
melhoram ou cessam durante Osono. Da mesma forma
como os cogumelos escondem seu veneno monal sob
uma capa de docilidade e encantamento, os indivíduos
Agancus são violentos, ameaçadores com desejo de
matar, rancorosos, ofendem-se facilmente, coléricos,
podendo apresentar mania c loucura. Arrogantes e
briguentos, porém covardes, têm aversão que lhes
falem ou toquem.

Sintomas mentais
Inconstância, humor variável, componamento
caótico e infantil. Inquietude, irritação, mente ativa Cogumelo psicodélico.
32 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
São indivíduos luxuriosos, com grande ninfoma-
nia, apresentando histeria e tranStOrnos após abuso
sexual, com agravaçio de seus sintomas, após o
coito .
Ansiosos, com aversão a companhia, agravação
por estarem sozinhas , temor de infortúnio, de perder
a razio, de malefício, de enfermidade iminente, de ter
um ataque, de asfLxia à noite .
Tem ilusão de que uma colher de água parece
um lago (U.R .), que mn pequeno agulheiro parece
um abismo (U. R.), de que é grande, que está sob um
comando sobrc-hlunano.
TranstOrnos relacionados à cólera, como dip-
somania (alcoolismo), excessos sexuais, excitação
emocional, sustO e trabalho mental.
Indiferença aos assuntOs de negócios, ao traba-
lho, prostração da mente, debilidade da memó ria,
melancolia e tristeza.
~ Apresenta uma IMPORTANTE particula-
ridade, que são seus tiques nervosos, (divide com
Hyosciamus). ~ U ma agitação localizada, por exemplo
agita a cabeça, que fica em constante movimento, dor
de cabeça como se fosse atravessada por um prego
de gelo. ~ Vertigem como se estivesse embriagado.
Durante a noite des perta muitas vezes, com sono en-
trecortado, acarretando preguiça matinal e sonolência
durante O dia. Os sintOmas são agravados pelo sol
(divide com Gelsemium ).
Sintomas gerais
Agravação dos sintomas:
- pelo ar frio, pela manhã, antes de tempestades.
- após refeições.
........',
• Aparelho Digestório
E as situações psicodilieas da vida.
- pelo esforço mental.
- pelo coitO.
Melhora dos sintOmas :
- pelo movimento lento.
Lateralidade:
Cruzada, esquerda superior e direita inferior.
Sono
Sonolência durante o dia, boceja sem parar; à
noite tem sono leve e agitado, não reparador. Tem
muitOs sonhos com despertar frequente , Ievando-o a
diflculdades para sair da cama pela manhã.
Sintomas locais
Cabeça
A cabeça es tá em constante movimento como
durante a core ia. Dor como se lUTI prego estivesse
cravado no lado direitO, como se a cabeça fosse perfu-
rada por agulhas de gelo. Dor (Cefaleia) frontal pela
manhã, com irradiação para a raiz do nariz.
Erupções no couro cabeludo eczematOsas com
crostas , ou apenas prurido, piotes pela manhã que o
o brigam a se coçar com posterior se nsação de frio
gelado na região afetada. Vertigem como embria -
gado, principalmente pela manhã ao ar livre e após
exposição ao sol.
Olhos
Movimentos conStantes das pupilas (nistágmo),
que piora ao ler ou olhar fixam ente. Miopia, visão
dupla, úlceras de córnea, movimento constante das
pálpebras, lacrimejamento por tOsse, edema no canal
lacrimal.
Ouvidos
Sensação de ruídos, pmrido na orelha com ver-
melhidão e dor ardente.
Face
Vermelhidio das bochechas , com prurido e
queimação. Espasmos nos músculos faciais, coreia,
paralisia e nevralgia facial comO se agulhas de gelo
picassem o nervo afetado .
Pescoço
Não tOlera constrição ou roupas no pescoço.
Língua seca, trêmula, diflcultando a fala. Tremor
da língua ao colocar para fora semelhante ao medi-
camento Lachesis. Aftas, range os dentes durante o
sono (bruxismo).
 Malêna MédIca Homeopática Interpretada
Síndromc da fome devoradora, sem apetite.
E ndllr~ ç;jo das amígda.las, garganta seca sem
disf.\gia, cnlCr<>s com goSto de ovos podres ou alimen-
tos, náll se~ls J vômitos alilnenrares, soluços) sonolência
após as reti:ições. Dores latejantes na região do fígado
e baço. Diarreia precedida por dores abdominais e
tenesmo retal, dores intestinais com flatos inodoros
ou fétidos e quenres.
Medicamenro usado para enreri te infecciosa,
rubercu losa e perru,-bações gastrinrcstinais dos al-
coó licos.
Aparelho genitourinário
Urina leirosa após meio-dia, sensação de que
a urlna sai fria com gotejamento involuntário. Me-
dicamento para prurido e ardores uretrais COmo o
medicamento
Petrokum.
Genitais masculinos frios e encolhidos, desejo
sexua l aumenrado sem ereção, ejaculação rardia, do-
lorosa e incomplera. Dor na uretra durante o coito.
Genitais femininos com prurido vulvat imolerá-
vel, se nsação de peso no baLxo venrre como se o útero
fosse cai r como Sepia e LiUium tigrimun. Todos os
sinromas gerais pioram durame a mens truação como
Actea racemosa, melhorando antes e depois dela.
Leuco rréia ácida esconante e abundante . Prurido
e ardor nas mamas, prolapso urerino. Histeria após
coiro, excitação e excesso sexual, com debilidade no
homem e desfalecimemo na mulher.
Aparelho Respiratório
Nariz
Descarga nasal tetida, sanguinolenta e profusa,
dor na raiz durante a cefaleia, poma do nariz verme-
lho-azulada como se estivesse gelada. Catarro crônico
com secura ou costas. (Lathoud. 2002).
Laringe, Traquéia e Pulmões
Rouquidão por cantar, rosse por irritação larúl-
gea, seca, paroxística. Tosse que cessa ao espirrar. Ex-
pecroração de pequenas bolas de muco. Tuberculose
pulmonar incipiente. Pomadas no pulmão direiro.
Sensação de o pressio no diafragma e esrreitanlenro
do tórax .
Apareiho Cir.::ulatório
Palpitações cardiocas dolorosas pela manhã e ao
anoitecer. Dor cardíaca como agulhadas com opressão
do coração e pu~nões, com choql1e e palpitações.
3
Osteoarticular
Coluna vertebral rígida, com a sensação de que
vai quebr.lr ao at;achar-se. Dor na região lombossacra
estando senrado , precisando deitar-se. Sensação de
gelo ou água fria correndo ao longo da coluna ver-
tebral. Dores nos ossos na parte inferior das pernas,
que piora em descanso e ao sentar-se, meUlorando em
movimenro. Insegurança ao andar, tropeçando sobre
qualquer coisa no cami nho. Dores de crescimento
nas (nanças.
Sistema nervoso
Espasmos de vários grupos musculares, tre-
mores, fraqueza em geral, falta de coordenaçáo dos
movimenros das mãos e dos pés, objeros caem das
mãos. Movimenros coreicos muiro variados, pálpebras
em constante movimento, coluna vertebral sensível
ao taro . Durante o sono não há movimenração es-
pasmódica.
Pele
Prurido intenso em rodo corpo, principa~enre
oreUus, face, nariz, artelhos, com sensação de queima-
ção e vermelhidão, como se estivesse ulcerando pelo
trio. Vermelhidão nos dedos com prurido e queimação
como por frieiras. (Lathoud 2002)
Medicamemo ind.icado para frieiras.
MIASMATICAMENTE ó Ao mesmo tempo
em que na sua ó PSORA, apresema uma narural
loucura e desvario, defende-se ó SICOTICAMENTE
com transrornos relacionados aos vexames que dá, re-
preensões que recebê, coléricos, excitação emocional,
SUStoS e laboriosidade. ó Na SÍFILIS enconrramos
indiferença aos assuntos, negócios e a mdo, aversão
ao trabalho, esquecimento e melancolia
Homeopatia & pediatria
Apresenram dificuldade no aprendizado da fala,
da marcha e com atraso em rudo. Falta de memória e
habilidade para compreensão, após esforço mental ou
intelecrual agrava seu estado. Tem desenvolvimenro
lemo da inreligência e da psicomotricidade. (Lamo-
tlle , 1999)
Diagnóstico Diferencial com as crianças de:
Baryta carbonica
Apresenta debilidade menral e intelectual, po-
dendo chegar à imbecilidade, sendo mais tímida e
 Carfos Blvnini, Mario Gíorgi & Colabs.
en"IOrgonhJd;t. (Om 3V rs;io por pc.ssoos desconheci-
J.1S. IUpcl' trofi.\ de :lJn ígd Jh,.
,UCdOf"l'IJiIl1l11!
'ri;\Ilça ma.! dcsenvul\'iLh, fi'aca com tendência
a .1urncntu gm" Lion-a.r.
Cllknml .lIrl,ollica
Cnán '3 ~u rd 3 co m m,Jis indo lência e lentidão
U', 'lu debilidade mental.
}jll~' mll/1
1mbcclhúadt·, debiliJaJl' d e memona, nso e
dlOn) f.kil, com deselo de ~ta r SÓ pnra masturbar-se.
Diagnóstico diferencial
"1 m:niCllt" a/hum
"" trie iras .•.io s<om"lhanrcs. co m inchaço, ardor,
p,or< cOm o fl-"'I e m elho r.1 com calor. Coreia com
Inquittudt n . pernas que o briga-o a "lterar.1 posiçõc:
d,,, r 'ou andar para <lcalnu r- c.
Calltlabit ;,uUca
Ddtrio, grande aflul-t1ci.; ,Ie ideias, desejo sexual
... m~nt:td (). ardo r uretral, pnturhação da sensibilida-
dI:" It-nllli.:..l , por m ~em corei~.
l..n,-/J(JÚ
Nin l()m,tnta, ilusão de estar sob um comando
SOhfe-humano , intol.crância a ro upas apertadas no
I""'CCI~O, remoI' de JinguJ, logmcidade , O lado malé·
ncn ( J f3cilitiade com que se ofendem . O s sintomas
d~ auttlriran,mo e ciúmes de Lachesis não é compar-
tilhado '-0111 Al/a'ú:IIL
Stmll1I/,.;U1II
.Ortla ti eclosão vio lenta, com expre., são tãcial
'l,l( muda ontil\u .ll11~nt"- lllovimentos de tor,úes elH
h ..1" .:erro, J""p= ~tcrro rizado, estando dormindo
Ic\ .mt~ .1 '':éII'leÇl <:spasm di amentc.
Zmfltm
COII~i a ' pnre.Cl: depois de um SUSto ou ror su-
p!'C.,sâo de tlm.! erupç;jo, com pio ra ap")s ingestão de
"inho c ao entardecer.
Caso Clinico
JS1.S., 9 an o" ,(xC) Qlasculino, hranco.
A mãe rciata que Seu filho \'e111 ,\prcsentando
[ll)Ue, nervo,os C coret.a, , .:ndo medicado atualmente
pelo neurol ogista que o acompanha com Alo peri·
doi. Porém, segundo a nüc, a criança continua com
movi.mentos estranhos que não consegut: controlar)
derruba coisas que está segurando, mesmo usando o
medicamento de forl11a correta, não observa qualquer
meU10ra.
Sobre seu dese nvolvimento neuromoto r, a mãe
conta que ele demorou um po uco para andar e falar.
Não se importa de emprestar suas cois;1s e dividir com
os colegas; também não teln jcito de mandão . Em casa
prefere brincar sozinho no quarto, mas às vezes va i até
a sala para certificar·se que há alguém por lá; segundo
a mãe, ele não gOSt" de sentir-se totalmente sozinho.
Em rel ação ao sono, a m:ie comenta que é agi-
tado; e que fica muito nervo", qlunclo SLLl ftlh o tem
um "ataque", ocasião em que ele grita, ri, faz. ca retas,
anda pela casa se m reconhecer ninguém, para em se-
guida fica r rezando e cantando tudo o que ;1prendeu
na igreja . Após ;llgu1l1 tempo ele ado rmece e pela
manhã nunca se lembra do que lhe aconteceu na noite
anterior. QU 'illdo está dormindo ele n,\o apresenta
aqueles movimentos nos braços Cc no rosto.
A respeito de seu jeito de ser, suas características
marcantes, a mãe o vê como um menino agitado, que
briga à toa , que remói tudo que llle fazem de ruim,
chegando :l devolver pequenos desaforos de formas
violentos. E~ t,í preocupada com () genio ruim do filho,
por que acho lJllC ele é muito nervoso. "Doutora, acho
que ele tem estes ataques de loucura à noite po r causa
de tanta maldade que fica pensando em fa zer com os
outros. Será que estes tremore:, nos braços não sõo
consequência de tanta raiV<l? ~'
Em rcl,\ção ao interrogató rio sobre a saúde física
do menino, rdcriu à presença constante de queimação
quando cst.í utinando (sem infecção const<\tada pelos
exames), Cc diarréia quando castigado ou corrigido
pelo p<li, e também úcpois de um susto.
Exame clinico:
BEG , co rado, hidratJdo, "fcbril, eupneico .
Bulhas rítlnicas e normotcm,'ticas, pulmócs livres;
abdome distendido, indolor, timpiínico à pcrcussào.
Boca COll\ tremor de língu;1 c orofaringe hiperemia-
da. Presença de movimentos enreicos discretos em
membros superiores e [lCe.
Sintomas selecionados:
- coreia, melhora dormindo;
- C3.1'J , estrcmccüncnto (coreí a)~
~ extremidade, coreia;
- tremor de língua;
 Mafétia Médica Homeopática Jnt&rprefada
- lentO para aprender a falar;
- embotamento em crianças;
- aversão à companhia;
- dc~cjo de companhia, sozinho agrava;
~ r31\,"';
- violento, raiva o leva a cometer violência;
- delírio;
- ardor uretral quando está urinando.
De acordo COm os ~intomas selecionados, a
criança foi medicada com Agaricus muscarius 30 CH
dose única e plus' nas crises. Retornou após 40 dias
com rcloro de que esteve pie Ir da COrem nos primeirc"
dois dias, mas depois k11 md hOlando e I1r1S último,
dias só teve crise quando ticou nervOSQ. TI:l.n uormido
melhor, mas teve ainda um.' vez. aqu le ·'.1t'aquc de
loucura", há cinco ruas, preocupando a todos (Om
suas visões e gritos.
Medicado novamente com Agm'iClts mll-'cm1m
60 CH dose única e,()rientado a rctornar em 40 ruas .
Após este período, retOrnou mostrando e X dente evo-
lução, diminuindo as "crises de loucura", sentindo-se
muito bem.
Condura: segue sem medicação.
 Côrlos Brunmi. Mario Giorgi & CoJabs.
É um arbusto da família d as Verbenáceas, por
ca usa da beleza de suas folhas é muito cultivada em
jardins, mas encontra-se em estado natural em toda
a baci a do Mediterrâneo crescendo em terrenos are-
nosos próximo às rochas.
Na antiguidade era considerado pelos gregos
como slmbolo da castidade e as mulheres nos leitos
com suas folh as na ausência de seus maridos, para
diminui ção do desejo sexual.
A tintura-mãe se prepara com as fo lhas e os
frutos fr escos.
Ação geral do medicamento
O principal local de ação deAgn tlscastus funda -
menta-se principalmente na esfera sexu al. Os órgãos
genitais são pOnto de eleição, diminlli a vitalidade se-
xual e ao mesmo tem po provoca uma forre depressão
mental com perda acentuada da vitalidade nervosa.
Agnus castus - arbusto.
Agnus castus
O medicamento age ind.istintamenre nos dois
sexos, mas as patoge nesias mostram que a ação é
melhor nas mulheres.
Em homens jovens CJue cometeram abusos se -
xuais, com háb itos solitários e antecedentes blenor-
rágicos.
Sintomas particulares
Cefaleias frequ entes no vérrix craniano, que me-
lho ra quando olha fixamente para um ponto.
Fotofobia com prurido ocular bilateralmeme,
apresentando midríase, formigamento na face .
Ruídos nos ouvidos ·com hipoacusia .
Segundo Allen - AgmtS casrtls tem parosm ia ,
sente no nariz um odor de arengue ou almíscar, que
é imaginário.
Odontalg ias após inges tão de bebidas ou ali-
mentOs quentes, com gosro metálico na boca , não
apresentando sede .
Folhas e .frutos.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Emctações ou flatos com odor semelhante a
urina velha.
Frequentemente tem a mania de ficar suspen-
dendo o abdome com as mãos, tem a sensação que o
abdome cai ou está sempre pressionando as vísceras.
Apresenta intensos borborigmos no abdome
durante o sono.
Em crianças com intensa diarréia e em adultos a
diarréia é crônica, com fezes brancas, difíceis de serem
expelidas que a todo momento ficam retrocedendo.
Fissuras anais profundas que apresentam intensa
dor ao caminhar.
Frequentemente apresentam ascaridíase.
Hipogalactia ou supressão de leite no puerpé-
37
no, com intensa tristeza, falando a todo momento
que vai morrer. No parto apresema placenta retida.
Mulheres com libid o totalmente ausente , aversão ao
coito, frigidez.
Esterilidade com amenorreia e desejo sexual
ausente, às vezes apresentando metrorragias intensas.
Mãos que suam muito, um suor frio que piora
caminhando ao ar Ii\'l'e, com entorses de tornozelo
quando caminha.
Dores reumáticas em todas as articulações
assemelhando-se a dos gotosos, com nodulações nas
articulações especialmente a dos dedos das mãos e
dos pés.
 Aloe vera
•

·"'cmprt 'lu~ nccL"S<iw Ilu~tr-ar a Icil.b =~lh.!nÇl 1- con~cs tão fetal: - hemorróidas , tam bém tcnl
1~'llIhr l-me Jl">te m(>dl~.lIl"'n((l, roi., .10 m '<mo temp" lima aç.\ o pu rg1tl\'O .
4"1: I: um rÔ[1K1, I~,runulantt' c fCJrufic:um:), Ién n 2- (on~c.,>rii.u un naría: - !':t~n s aç5 0 clt:' fX~o n~ rli1 5
tnJ,m.iUlJ .. estadus ue imensa debilidade: c rraqueza. c nas Gl(ki ras , desejos frequentes J e minor, hcmor-
lJe,d" ~ dm igui<iadr que os g r~g" " os rnm.mns pen- ragi dS VesiClis , ç' agero IlO fl uxo ll1CnSlllJ ;j 1 c l bono .
'.1\ 1111 '111~ ,·Iu. ~II l,,'m p,lr.l e.umubr " fluxo biliar N e.)tI: rncJ.icamC: l1to enco ntramos um sLLunma.
em Ir.ll"WI1l'" d'l',:sl]\''',. No pnn IplO J o sc,-uJ" q ue devido a sua pecllli.J.ridadc com porta gastarmos
\...: Ü\. lU '-.uJ~'T~du utnlO pw:gal\~c. Hcring fez J. tml tt: m po J. ll1J..is na SU J retlcx:lo: Frarcrn izado con1
1.111 ..,r. C.'rerlll"I1I,I~.'io, m 1864. E um, pl"nr, Jc: () mUlldo imeiro, aqu i .Alor conligura como único
p.u'e, lJuc:nto>, uma" pru..'lr.,do c: (mundo da i\ r.ibla.. I1lcdiCamenw (lI.R .}, acrcuito scr este LJ pOnto de
,cnduquc suas tinturas c mruraçüc' ocon'cm a partir
J" ";CO 'lue e'<;orre dJ.< fnlh.u..
SU.I ação r~""rawlógin\ I. esrudn fitotedpico-
alopaDcamentc fulando) apresem. uma seletividade
rJr~ '" ~..,finçt=" () que 1111' dJr.í J up<lrnll1idadc
lI<- mil!.' .1 JI"mc c·,t.llxlc~cm1Us ..JgUnlJ' rddçtJt"
rSh:'USM mla.uca.~ com seu mundo n1CnI'3.1.

o pacifista daMRtma Midica e a fraternidadc

Im;l't!I'fal john Lnwn.
 Maléna Médica .HomoopllUc8 In/arllf!iladrf
pattida, para encontrarmos seu sintoma clla,'c, que
nos fará compteellder o seu núcleo de dcseLjuilíbtio,
seu mias ma-mãe, a sua psota.
Entjo vejamos: os autores de Matéria Médica
(Kent, Vijnovsky, Phathak, Allen) apresentam e,te
medicamento como também uma pc." oa tr.ígil, de,, -
contcnre c infcli" (como descreveremos nas citaçües
que se segucm) . Parece LJue não faz sentido que UIll J
pesso.l que husca a fraternidade para C) mundo tCllha
ta.is sentlllKntos negativos e aparentt::mentc antagô -
!1u':os.
Entretanto, nosso estudo nus leva a entcndet a
dinâmica deste medicamento como o grande medica-
mento da Conciliaçõo. Sendo a.,sim um pacificador,
um moderador I
Mas qllal seria o motivo que levaria nossa Ba-
bosa a ter tanta nohrez:l de .o;;;cntimcntos e ao meSnlQ
tempo, um hLUllor detest;Ível, licUldo aborrecida por
ter pessoas perto>
No reperrúrio, Aloc é rica em sintomas retalS
(m~ i s qut: os D1entüis) tais sinto mas demonstram
falta ele controle: evacuação durante flatos, urgência
par;) C\':lCll:U mas só S:1cm fl:ltos) e\'acuações involun-
tárias ao caminhar.
A psicanálise nos ensina que com o controle do
esfíncter ana! o illdi,'íduo começa a exercer o controle
sobre seus conteúdos internos que lança no mundo.
A dificuldade em lidar com estes controles em
seu pró prio corpo é a respo nsável pela vontade qlle
tais indivíduos têm de gerenciar o mundo externo.
Dest;l forma \'oLta-se para o meio externo, com um
altruísmo exagerauo, que é utilizado para esconder
sua insatisfação em lidar com sua imaturidade e fra-
gilidade .
O iut al da P;lZ universal é a sua capa sicórica.
Num munuu harmonizado, se não houver guelTas d a
(Aloe) nõo corre riscos . Mas aqui o m0tivo é diferente
do altruísmo é uma def.!sa pelo medo que algo de
mal lhe acomeça.
Aloe não corre riscos, pensar neste medicamento
quando Phosphorus nao está caminhando bem. Aqui se
parece mais com Crmsticu"J q ue impera pelo SllbotJl0
e chantagem psíLjuica.
Esta postura altruísta c fr aterna nem sempre
vinga, pois é reati\';), ;1ssim enco ntramos mn apa-
rente sintoma p= doxai : (l L R.I Flu'i,l, raiv;}, sanh;:r
sofrimento pur C ifilis). SUlto ma como este, leV'J -oos
a penslIr em L.'ropoi/úln/. Vcm t7'MI1 e BrUni/o/w c
esqu ecemos d=" rt:rnedio pequcl.lo.
E.sra in mIJi d.ldc, dJlicuJ d~r!c em lid.lr wn.igo
gel'alldo um medo d" o utr • J ' · no. .\ u['llrtuniuJd .
..k faz.:r algumas rel.\~(lC5 co m J m aneira d" ",L ~ n
.lSp cto da própria planta, o que did ao câlTIclltC lic.'
bastJllt(.· inten.:.:ssmte:
Assim como A lo" vrra , a habosa , " um~ r l.H\tJ
pollCO desell\'oh-ida, pois C.l rece de flllha." truto.. 1!
fl ores, o que demonstra uma baiÀà c\'oluçao, b~'t.tl1.­
te dcmcntar IlU prirni ria poruntO, no sso p J O lt~
. infantil, pouco evo luído (amaJlJ rc:cldul ~ '1"101
entcndt;·se 1\1I :1 ~ 3n:n03...').
AcreJ.italllos q ue ,1 (om p l"~I\.,ã" mi.J'tn,ÍI.ÍLl -ie
um mcuic,lmcnto d ' -nos " UP0tTluudauc de a\.m ·
çarmos t: c n t~ndemlO> ,eu sofrer. .' , iOl <end" ,~
tenho em tllloh o frenrc a!gru'Ln uc .eme pd.l ,un;,
do wliverso, pois )ente·>c- ti-.igll IllJmrell P,Of1CJ I
e crê correr perigo 3 rodo i n~t Jmc, num mllI'dfl
harmooizado este perign lle i.\~ril de exi,ti r (úde"
sicótica ). Ao mesmo tempo e ] quc uelO ""ta nluilu
imaturidade ou fraquez. ( re a~~i() sifi hric..J).
A/oe vera
ESQUEMATICA,\ 1Th'1' E
(pl'opm ta de dinâmica mi.tsITLicic.\):
FRAGILIDAD E (p, o ra) ...
CO:sJCTUA Ç ÃO (sico.e ) ...
ómo E VINGfu'\iÇA I. ífi lis)
Considera ções
Ci ta~ úc.\ de t"-\tm 'd 'llltores q ue emba.sa'll o
ra~ jociH.io miasmá tico aqui dc",c:nvolvH.i.,.)o
AlIen
Adequado, pesso:ls indo lcmel>, '\:iUl.JJ" . ,11m
aversão ao Ir.1balho seja. m 'mal ou flJil.:o; o O h Ih •
mental tra7. bdig:t.
Phathak
A:, pessoas o aborr«em, repele U LXx:l:K .\l.UI·
hWllnr LJue pior.! com o tcmptl l1\1bl~dl) c C(:)11l (Ul\\-
ripa -n. TI'I'U10r ao llm .u- rui~'" ou ill,1\lC15. I.rnagw
qu a-' pessoas caminbam forte (lU v:lg'Jn\,dJneUl",
Boericke
U m n:cd emr: remédio 1"111 ajudar ~ I'I"t:ahdc
cer () l'quibbrío u\lulog;lcll depoi, J 1""\.11' mim'"
 Carlos Brunlnl, Mario Glorgi & Colabs .
rcmedios . Não há remédio mais rico em sinromas da
êongrsrãu porra!, e nenhum que t"l1h'l ebdo melhores
rcsulr.rdus Iln icos. Mau, efeitos devidos :1 vida e há-
bitos scckn drios. Geme c,ns~da e velhos bebedores
UC CtTVC;.L
Kenl
1"."1(" pod~ ~nli[Lr O menor ar .'il'lTI deixar sair uma
d i~ll.lr,ld .l ~l1 b'r. lllcúl fcc~J.
Vijnovsky
Tem I' rc5St:mimcnros de que sua morre está
I'ni~im~, ' "ida é um peso . Não quer nem se mover.
DcscontcJltc c: i rriLlda consigo mesma ou com seus
rr.tnc;:rOrJ IO'ô, c::.-'tpcciahncnte quando tem dores, meUlo-
P ;ll> 'r li vre. O delJ 35 pessoas, quer esrar só.
Voisin
Trrit,1t;5o do ccí lo n com disúria . Colire aguda
thrulcntJ . E riulogiJ : cerveja, resfriado e oseras.
Vannier
-+ Ccfalci.l Longcs tiva froma!, com dores inren·
S,lS "!TI regi~() supraorbirária, sensação de peso nos
ulho, c náuscJ, . O p~cienrc se vê obrigado a fechar
pJr(1~lmenre flS nlhos , Cefalé ia .üternada com lomba!·
gi~ c hemorróidJs. Rosto congestionado com lábios
vermelhos e dSl'ccro subicté1'i co da pele.
-+ De~ejn de suco de fruo . lO ave rsão pela comi ·
.1..1. .\ \TOtOS am:1rgol .
imagine
lm .gille que não há paraíso
ó fácil se você tenrar
;-.lenhul11 inferno ab'li xo de nós
E J 'ima de você apenas o céu
Tm Jgi ne rod~ as p 'SUa
\',\'enlo para o hoje
Imagine não c..mtir paí$C;:s
. JO é díf1cil de fazê · ln
Nada pejo q ~ IU(.l1' 0 11 mo rrer
F I1cnhwna religião r..ull bém
lmaglllc rue!." ,IS pesoo."
Viwndo a I'ida em pn
T'llwz voe': dig a que
t'll WU um sonhnclor
Distensão do abdome que está pc.s,ldo, q uel1te
-+
e inchado, emir" gaslOs queimantes e irrital11l'.' depuis
da comid a, s Cl1sa ~jo de pressão e cólicas, x orn p'"
nhadas de d~biliclade il1tlOnsa. Desejos conslante;, de
evaCU.11') uma CILlctl' r ístlca é que sua evacl1:lção é
in vol1Ultár ia mesmo quando sólida, ao soltar gJses
o u urinar (o esperado seria aCOntecer em diarréias).
-+ HemorroidaSW <]llCim:1ntes e dol()rosas) sen-
sível·salientes como um GKho-de' uvas e sangrantes,
que melhora m com aplica~ões frias. Acompanhadas
de coceira e ardor no reto. Fraqucza na menstruação
prolapso urerino
Acreditando que muitos pacifistas anseiam pela
paz, po is assim acreditam não correr riscos, coloGUTloS
aqui a letra e a versão de Imagine, de John Lennon.
Hino ao pacifismo Universal.
Notas do capítulo:
L A fase anal desenvolve·se dentro do período
entre 2 anos e 6 meses a 4 an os, qua ndo a
criança define seus conrroles de es fíncteres:
vesical e reral.
2. Emocionalmenre falando são imamros, pois
demonstram uma má resoluç\o de uma fase
da illüncia.
3. Sua fragilidade aparecc nos sinto mas do reper·
[('>rIo: cansaço, CDtlfus;1o I11CI\Lll, desespero,
aparia, medos, fraqucl.J de mem(,ril, queixoso
e ntre outros.
MilS não sou o lH1ico
Desejo que um dia
você Sl' Junte ;t nós
E O nnlndo, ent5.o, será como um .só
IrllJgine
, nlo exisrir posses
Surprccndcria-nl<.' se você const'guissl'
Sem ganància e fome
Uma innalldJde huma.na
Imaginc toJas as pessoas
CompartiUlalldo o mundo
Voe pmle dizer
Quc eu sou 1un sonhado r
lvbs n;10 SfHl o único
D ese jo que um dia
Você se junte a nós
E () mundo, en tão) .'ier;Í con10 um só
 Matéria Médica Homeopatica Interpretada
Alum;"". (óxido de alumínio) arua sobre o inte-
leclO do indivíduo, levando a alterações com confusão
de imeligéoLia, irresolução, embotamento e no nível
do simpático e nervos espinhais, levando a debilidade
muscular doI músculos inervados por estes filetes,
acarretando dificuldade na deglutição (disfagia),
paralisia csofágica, dificuldade para movimentar os
braços, paralisia vesical ou retal, paralisia de todo
um lado d o corpo. Tudo é mais lentO no paciente
de "1!umina. Os demais sentidos estão debilitados,
mucosas secas, mucos idades espessas difíceis de serem
removidas. (Kent).
Hahnemann
- Desalentado e triste, somente deseja que o
d"xem só, antes do meio-dia.
- Está exuberantemente alegre.
- Grande variação de humor.
- Desalentado a respeito de sua doença.
- Pensa que não poderá voltar a estat bem no-
VaJ.11ente.
- lmatilna somente qlJadros tristes e desagra-
dáveis .
- Pensamentos tristes invadem sua mente cons-
tantemente e O obrigam a chorar com inqúierude e
41
Alumina
ansiedade, como se algo lhe fosse acontecer; qualquer
coisa que o Ula está cheia de tristeza.
- Queixas e gemidos corno se tivesse urna grande
dor, sem dar- se conta .
- Vê o lado mal das coisas, chora e grita durante
horas.
- A criança chora continuamente, contra a sua
vontade, durante meia hora.
- Ansiedade com grande inquietude durante
todo o dia.
- Humor sér i o~ ansioso.
- Humor ansioso, introvertido, desgostoso
(vexado).
- Ansiedade opressiva, com sensação de vazio e
confusão na cabeça e pressão na fronte.
- Ansiedade com calor externo e inquietude,
como se houvesse feito algum maL
- Ansiedade e temOr, como se houvesse cometido
urncnrne.
- lnquietude ao anoitecer, corno se algum dano
ou mal estivesse iminente.
- Ansiedade com palpitações do coração e pulsa-
ções em várias partes do peito e do abdome.
ÓxiMI de alumínio.
 Carlos Bmniru·, Mario Giorgi & Colabs.
- Ansiedade como se fosse ter wna crise epiléptica
em poucas horas, pela manhã .
- Medo de perder a razão.
- N50 pode ver sangue, nem uma faca, .,em que
terríveis pensamentos o oprimam; por exemplo, como
se tivesse que suicidar-se, mesmo rendo grmde pavor
a esta vIsao.
- J\.Iuito tÍmido, SObIT",llto-se ao onvir cair a
mínuna COIsa.
- Descontente com tud o, eomo se estivesse
desesperado.
- Mal-humorado, nad:t lhe cai bem.
- Propensão ao choro, com os lóbulos das oreUlas
quentes.
- N~o quer fazer O que os ourrOs docjam.
- Ri depreciativamente de tudo.
AJlen
- Ansiedade opressiva com vazio e pressão na
cabeça e confus;lo.
- Ansiedade com calor exrremO e inqllierllLle
como se houve"e feito algo de mal.
- Ansiedade como se esri ,,",se ameaçado de um
ataque de epilepsia.
- Ansiedade com palpitação no coração e pulsa-
ções em algumas partes do peito e do abdome.
- Inquietude ao enta rdecer, como se houvesse
um dano in1inenre.
- Ass ustaJiço, sobressa lra-se ao cair algo insig-
nificante no chão.
- Se equ.ivoca constantemente ao falar, expres-
sando um pensamento roralmeme distinto do que
rencionava dizer.
- Grande distinção e irresolução. Grande falra
de memó ria.
- Exrremamente irritável e obstinado.
- Se opõe aos Jesejos de Outras pessoas.
- Dirige-se a todos com depreciação. Hlunor
cambi:\llte.
- Falta de memóri;l por v;írias sem;lilas.
- Falta lk mem(,ria surpreendeme.
- Gr<ulde debilidode de memória permanente.
Hering
Confus;io quanto ~ sua identidade pessoal,
grande debilidade Ou perda de mel1l(,ria.
- IncapacidaJe para recordar coisas ou manter
uma linh.l de pensamentos.
- Comete erros ao falar. usando palavras que não
se propõe. Tempo pJ.,sa lento - tédio intolerável, luna
hora parece meio d.ia .
- Dificuldade para pensar.
- Mania de matar-se com uma anna branca.
- Vê sangue ou r.lCa - surgem ide ias horríveis de
suicídio (tenta afastar tais ideias).
- Deprimido - Llcrirnoso - Melancolia.
- Temeroso de perder a razão.
- Pensamentos de ~lliddio, ansiedade e mal-
humorado.
- Sobressalta-se com facilidade.
Margaret Tyler
- Ao ver sangue em IHn punhal, tem idei lS
horríveis de se matar, mesmo que a ideia o aborreça.
Grande temor à morte, medo de pet-der a razão.
- Chora constantemente. Tédio intoler:í vc~ não
tem disposi<;,ío para nenhuma espécie de rr;1ba.lho.
Lippe
- Facilmente ofendido - disposição para derramar
lágrimas, ansioso e cheio de medo .
- Alrernando vi"xidade com g rande debilidade
de 11lt:m<'1I-J.l e illclpacid :H.ic para pens::ir coerente-
mente.
Clarke
- Humor irrirável, u'istc, com desesperança de
cura, choro involuntário, angústia c ansiedade, como
se estivesse ameaçado po racidente fatal ou houvesse
cometido um crime.
- O tempo passa lentamente: o dia é intolerável,
parece que não acabará nunca.
-Ideias de suicídio aq ver um punhal ou sangue,
a.inda que esta ideia o aborreça muito.
- Tendência a assusrar-se. Irritado - mau humor
com inaptidão par;1 o trab;uho.
- Predisposiçào ao tra balho. Distraçio, debili-
dade de memória, ausência de idcias, incap;lCidadc
para sC);;uir a ideia, se equivoca ao falar. Parece quc .1
consciência de si está fora do corpo.
Boericke
-I )cpress;lo de ànimo; teme perder a raz:;o; con-
fusão no que diz respeito à sua ickntidadc, apurado,
precipirado.
- O tempo passa lentamente. Humor " ,lriávcl ,
melhora à medida que () dia avança. Tendência suicida
ao ver s"anglH': ou faca,
Voisin
- Depressão, paresi,l muscular - secuu de pele
e mucosas.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
- Tudu é seco; seu aspcctu, seu C5pirúu, IllUCUSdS
e pele apergamini1ada.
- Velhos canrores com bronquites sem expecro-
lilÇ;io;se lamentam s~m ç,s~n, Embo-tamento.
- lnclp;u. ue tomar uma decisão .
- Intolerância a batata. Paresia rcr'li.
- Sensação de teia de aranha na cara.
Palavras TEMA:
Hiporonia. falta de auto- controle, sentimento
de culpa._
CORRELAÇÕES
Pela sua maleabilidade e sua natural
vocação a formar ligas, entendemos
assim a assinatura deste
medicamento.
Não atua sozinho, são pessoas IIlseguras, que
dependem de se ligar a outras.
O lneta1 mais abund:ll11"c da face terrestre, de-
monstrando aqui ser comum e ordinário, nada de
especial à servem como revestimento demonstrando,
como embalagem, invólucro, scrvindo de transporte
(condutor) LUua vulgaridade, rnenos valia, o impor-
tante é o conteúdo e não a embalagem.
Dinâmica miasmática
Tanto nos aurores aClma~ como nos clássicos:
Hahnemann, Hering, Allen, encontramos sintomas
psóricos marcantes: ansiedade com temor e uma certa
inquietude, só justificada em indivíduos que se sentem
culpados de um ou algum crime (masAlumina não
sabe que crime é esse, é um crime "psórico))?, 11m ato
equivocado', uma ideia errada de ser?, pois o crime
não é real, mas o seu desassossego sim).
Esto inexplicável sensação de culpa traz uma im-
pressão de que existe uma desgraça prestes a acontecer.
Ao lTIontarmos esra Dinâmica miasmática e ten-
tarmos dar vida a este medicamento, vemos que os
sintomas ansiedade com temor, inquietude (como se
fosse culpado de um crime) são a angústia -mãe, o eixo
miasm"tico que corrói a alma de Alumil1a, trazendo
aquele "comichão-coceguento" de sua psora, esta
inquietude inata, que é responsável pelo seu adoecer
(desequilíbrio de sua euergia vital).
Esta inquietude se mostra tanto organica-mente,
quando teme um ataque cardíaco ou uma crise epilép-
tica (algo de mal pairando no ar e que pode acontecet
sobre si a qualquer instante), como mentalmente ao
temer perder o juízo, enlouquecer e vir a matar-se
com um pilJlho.l, chpgando ao cúmulo de escondê-
lo de si mesmo, pois receia que num desvario possa
chegar às vias de fato, demonstrando aqui ralta de
confiança em si e domínio erritico de seu corpo, tal
como a imoxicaçou ou patogcnesia, onde o óxido de
Alum{nio desencadeio confusão mental.
O sangue traz à..c;ua memória a sensação mórbida
de que algo de mal aconteceu, mas Ahmtilla não sabe
precisar o quê; desta fotma, quando vê sangue jorran-
do ou escorrendo, agravam seus sintomas mentais.
Do pOnto de Vi'Cd ufdivo, o abartdOl'O se faz pre-
sente na medida em que buscam o apoio das pessoas
e mmca tal apoio lhes será adequado ou suficiente,
justificando através de uma postura "Abandônica" o
porquê de alguns bebês recusarem o leite artificial,
exigindo o seio da mãe, não entendendo desde cedo
que mal poderiam ter feito plr2 que a própria mãe
n:1O lhe ofereça seu leite (voltamos à temática de
culpa), acarretando, portanto, inguietude, ansiedade
desde lactemes, sendo bastante chorões, insarisfeitos
e caprichosos, sentem-se toubados no afeto, sonham
com ladrões.
É importante lembrar que a culpa é justificativa
de sua ansiedade e inquictude, não sendo aqui o eL'Xo
como no medicamento Thuya.
Reage sicoticamente com sintomas de coragem,
crítico, ambícioso, arrogante, não tolerando as con-
tradições e obsti.l1açoo, tendo atos falhos e equívocos
como reativos, melhorando quando ocupados todos
os smtomas mentaIs.
Sifdiricamente, O encontramos desalentado,
esquccido de tudo, desanimado com sua saúde, indo-
lente e com um "gruo" de identidade, demonstrando
uma desagregação psíquica, chegando a crer que Oque
fez, viu ou ouviu, foi outro que fez (*), chegando a
traduzir aqui sua ansiedade e inquierude mal resolvi-
das em implllsos concretos de morte, podendo vir a
ser assassino ou suicida.
(* ) Ao lermos: "confusão sobre sua identidade,
quando diz algo sente como se fosse outra pessoa
que houvesse dito e quando vê algo é como se ourra
pessoa tivesse visto" (Clarke), fica então bem evidente
a vontade queAlurnina tem de esconder a idemidade
de criminoso (pois sente-se culpado).
Compreendendo seus sintomas
Aütmina atuará ranto no nível de intelecto , cau-
sando alterações, como falta de memória e irresolução,
quanto no nível motor, causando hipoatividade ou
inatividade; assim, tais indivíduos terão a sensação de
 Carlos Brunini. Mario Giorgi & ~'ablf.
que o tempo passa por demais lentO, uma hora, para
eles, parece um dia (Cannabis indica). Desenvolvem
mentalmente ansiedade pelo futuro e sentimento de
culpa, com agravação de seu~ sintomas pela manhã; e
agravação ao pensar nos sem problemas, rorna.ndo-se
pessoas sérias, não sorriem, melindradas (ofendem-
se facilmente), com alto grau de descontentamento,
vivem reclamando.
Esre proce.<so de paralisia, aqui, tem a partiCll-
laridade de ter um aumento gradual: a princípi o se -
miparaJjsia , em seguida inatividade e depois paralis ia
completa.
Exemplificando: quando uma mulher deAlumi-
na vai urinar, antes fica bastante tempo sentada, para
depois, então, escorrer naturalmente a urina, pois
sua musCld'ltura não lhe permite apressar O processo.
Para Kent, é O medicamento qne mais combina
esforços para evacuar (inatividade do rero). Depois de
sentada por muito tempo na bacia sentindo o seu reto
cheio de fezes (após vários dias sem evacuar) , a pessoa
acaba fazendo grandes esforços como comprimir o
abdome com a mão, ficar de cócoras, transpirando
muiro de tanta força e lutando como num parto até
conseguir, o que aca ba acontecendo também pelo
auxílio da força de gravidade.
O medicamento A/lIlIli1la é indicado para os
indivíduos, em que a prostração orglnica e o embo-
tamento mental estão presentes (diferencial com Gel-
seminm, onde a inatividade muscular está prc.s ente,
mas mentalmente o sintoma marcante é a antecipa-
ção); sendo assim, também é utiJjzado com grande
frequência em pessoas da terceira idade , em que tais
sintomas são marcantes. Os pacientes Altm'lina têm
vertigeln, tremcrn, vacilam, as coisas giram ao redor
constantemente (cor responde à vertigem nas pessoas
cansadas e desgastadas pela idade), tontura ao fechar
os olhos, com tendência a cair.
Fraqueza cerebral, sensação de que o céreb ro
cai para a frente, cefaleia como se usasse um chapéu
aperrado.
Piora na lua nova (Sitieea). Deseja comer coisas
indigestas e não cnmestíveis, como terra, gesso, lápis,
pano, etc. (voltando aqui w tema, fraqueza Cerebral,
identidade confusa).
Queda de pálpebns, paralisia de pálpebra supe-
rior, não pode abrir os 01l10S, sendo este medicamento
indicado para a p3ralisi3 f3cial, onde ocorre ptose
palpebral e queda de uma rimel labial. A ejaculação
da lágrima evitando atrito entre a pálpebra/córnea
também estará prejudicada, pois haverá hipotonia
do músculo que coordena c"ra arivi.!".!e, i \l~ti fi,_II,JII
conjulltivites frcq\Jenrc:\, CQrtl cx(es~lv.l lJccc-"'\ldJlh:
de coçar os olhos, A,slm mm~m compreendemo.
O estrabismo pd I má . lnknaç:lo () glu '0 (KIII." ,
não acomr'lI1h~nd o e o bedecendo ~ voz ti,· ttlnlJl1l1< I
dos seus net\'m .
Pel-cebc u m hal u Jmarclado 30 redor d.1 Il17 c \'\~
objetos am.,re!ps . •
Ausi'r"'i a (lU dill\11111 ilJn dn OIClto, .ll.en)!lI'.l<
inchadas, m,lU h:iliro, S<Xllr.1 n a gJ.rg,lI1t,1.
Sensação de re lilx.lmcmo na g->rg.rnt. di t:tgi.l-
engole com djfictlld"d~ e :l, .S pOUC0< co m erucuçoo
frequentes ) dispncia &:om tu~,e. a~Vjl \U .l l()S~~ .lO
falar ou cantar.
Esta debi lid.lde t.llubém 'cri ll1arcad;! na ,tIJ.
esfera se,ual, c()m de~c.im nces~i\'f" 01:1' ~eflmp.l ·
nhados de imporênóa, ngmv.mdo <em pel1s-lJl1emm
e piorando e01 muitO ~u men t. I.
Assim como os individuos Alunwur. 11 ler,Ic7.~
tamhón esraLÍ presente ne.no rnerucarncmo, porr.mru
dc,unnos tcr ,1 cautela de não substiruir raplliut1cnrc
por outro, pois llcom:rn li",,' namra l demIJrJ para"
medicamento agir c o CJ!>tl <Tll11cçar ~ evpluir ne"em
os homeOp'ltas 'r:l rel11 :It~nto~ a i",o quando\·,ti'.,'
rem diante de um p,u:iente .A/llmillll .
Homeopatia & pediatria
A queLxa o rg.l nka n~ ai~ fr~ quco[(:: é ~U.1 tnllt1
vidade ou h.ipotoniJ musl,d.,t. sendo que J rct;u,[ a
mais chamativa .
Faz verdadeiras gimi.stica. pu a C":ll"113r mc~m(l
as e"acnações líquidas, podem ti1J n ~ ,111 '.prescnmr
demora e ru.ficuld adc p,"'l urina.r, assim csprum:m;j
sua barriguinha. . .
A corrcspond 'ueia no p lano mcnúll é a sua f.1lta
de entusiasmo, com parafuia d a vOI1r;1de . D ESANI-
MADAS ATÉ PARA Al I VIDADES PRESUI'OS -
TAMENTE AGRAD VEIS, CRIANÇAS J\IAI~
QUE SEDI: NTÁR I AS, SÃO l'R STRt\D,\S,
DESANIMADAS E DEPRESSIV A !
Grilos de identidade sâo m:ti.~ a.:tIltuauo, na
ad"lescéncia, êpoca que es(te rC I1l<' d lU pode ,cr extre-
mamente útil. Socialrn"me fu llndo fi, I compllc:u.las,
demonstrando diricnkl.tdes cm '" Cnrurl11Jr IllJ J.n1 -
bicnte escolar.
Impre ss ion aveí~ - Il~'() po tkm I'er Qnguc que
passam rn'l l. ' rian ,IS 0111 o e~ piritn tio COlJLr ••
Recusam () leite arrjE iat, t:XigUldo " da mãe,
dificukbdes nO amam cnmr com compkmwtu. Je -
monstrando assim cinl..M~ e Uln a.o;pccrn .1b lnJ.\mrl I.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - animal com, debilidade em to-
dos os músculos do corpo, tenesrpo sem resultados,
fezes empedradas, paralisia retal. Ulceras em mucosas
que vão endurecendo, sua origem é de uma pedra;
a bauxita.
As úlceras com base endurecidas são bem re-
solvidas com Alumina. Podem aparecer sobre a pele
45
crostas cartilaginosas, nos lugares onde a circulação
é débil, tornando-se uma grossa massa endurecida.
O animal de ....
Debilidade em todos os músculos do corpo,
tenesn;o sem resultados, fezes empedradas, paralisia
retal. Ulceras em mucosas que vão endurecendo, sua
origem é de uma pedra a bauxita.
 6 Carlos Bruninl, Mario Glofg' & Colabs.
Âmbar: subsrincia resinos~ e aromática gue tem
a consistência de cera. Tenaz, fkx.ível, de cor cinzenta
e ch ~iro análogo ao do almíscar.
Essa slIbsrâ ncia é a co ncreção intestina.! dos
cachalotes,
Cach alotes são cedceos scntdhantes às baleias,
n13S mui ro terozcs.
Ele tem uma cabeça enorme e seu comprimento,
não é raro, atinge 25 merrns,
O âmbar" encontrado em pegue nas massas
fluruando no m ar. As mais lItiJi:wdas na tndústria são
oriundas de Madag;ascar e Sumatra.
Hahncmann publicou a patogencsia de Ambra
[Tl'úea na seglll1da edi~,ír) da .Mat~ria Médica Pura em
1827. S;ío descrito, 489 simomas.
Os indivíduosAmbraglúca apn',entam a misan-
tn ;pia como caractetística forre do seu temperamento.
E les pioram na prese nça de OU I r,IS pe'Soas,
E há uma marcada agra\'a~';Ío pela conversação
([(ent).
T ais pessoas nio toleram eS tar em sociedade,
t('1I1 muita timidez, c snfrem por viV('r('l n isolados. A
pn:SCllça de estran.hos lhes causa medo.
A misantropia é classificada como sintoma do
miasm:t ,ifiürico.
Entendendo a dinàmica miaslIlática de A lII!Ji'a
grisea, \'emos que nestes indivíduos a mis:lntropiJ
tem lun significado psúrico. Relaciona- se com sua
angústi:t existencial. Eles não conseguem se relacionar
(.on1 os dC,I11ais) tClnl:1l1 as pess()as, e assim sofrem por
ví verem isobdns.
Aqui é interessante kmbrarmos a origem do
próprio ll.Inbar. Ele se forl11a atr;IVés do fenômeno
de concreçio., aonde pequellos pCLbcinhos do sc
juntando e formam um maior. Esses pedacinhos s:io
Ambra grisea
prova\'elmente excreção gordurosa da vc·.sícula biliar
dos cachalotes e sofrem concreç,lo no intestino do
animal.
As pequenas ma~sas ásperas e 0 l'a(;15 de Âmh:tr
podem ser facilmentc partidas em pedaços desiguais,
rudes.
Assim, da mesma form a os indivídu().'i que so-
frem Ambra nao conseguem ebborar "a concreção"
isto ~J juntar-se aos demai.1-;, seus ihruais no mundo.
E assúnJ se CUraLl.O ao tomar A 11Ibra/f"isca pre-
parada homeopaticamente e conscl,"Ilirão realizar a
unilo com os demais.
Em sua reação sicótica Ambm não querendo
se expor aos demais por causa d;1 gr;tnde timida
ap resema Confusão mental , pergunt:t scm esperar
resposta, foge de qualquer diálogo f'da ndo sobre
ou tros rernJs.
No repertório aparece como Avers:ío a contestar.
H á compreensão lenta ,
Esquece o que acabam de o uvi r o u dizer - de-
bilidade da memória (sintoma 7 da Matéria Médica
Pura de Hal1Jlemann).
Cachalole.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Teremos também msicdade, inquierude, vivem
pensando em acontecimentos passados desagradáveis.
Ficam mal humorado.
Daqui se parte para uma riqueza de sintomas do
miasma sifilítico.
Atnbm agrava com a música; ocorre desalento,
sem coragem para reagir, passam O dia inteiro tristes,
chor:ll1do , sem gosto para fazer qualquer tarefa. Há
uma indiferença geral, a vida va i perdendo sentido.
Enftm uma verdadeira depressão mental.
A>sim , vemos que Atnbra é um grande medi-
camento dos idosos, daqueles que se aposentaram e
perdem o enrusiasmo para as coisas, gerando aquela
indiferença descrita anteriormente.
T ambém será útil àqueles prematuramente
envelhecidos, às vezes até com aparência física enve-
lhecida, com fraqueza, frio, adormecimento de partes
do corpo, pernas inseguras e membros inrumescidos.
Ocorre em A1I1bra a alternância de depressão do
espírito com tcmpcramenro forte; ranzinzas, histéri-
cos. Sintomas que são comuns em idosos.
E.B.Nash em sua Matéria Médica c1assificaAm-
bra grisca como um dos remédios histéricos. JW1tO
com MOJchus,Asafoetidn e Valmcma.
Para fins de esrudo comparativo vale a pena ler
a matéria médica destes remédios.
Todos apresentam caráter nervoso e tempera-
mento difícil.
Sintomas gerais e locais
Agravação:
1 - Presença de outras pessoas.
2 - Estando deitada.
3 - Pela música.
4 - Depois de comer.
5 - Pelas bebidas quentes.
6 - Em um quarto quente.
7 - Pela manhã.
Melhora:
1 - Ao ar fresco.
2 - Bebidas frias.
3 - Levantando-se do leito.
Cabeça
I - Dor de cabeça pre.ssiva que começa em am-
bos os seios da tàcc; dores lancinantes, cortantes, que
piOf<lm com esforços e melhoram com a imobilidade.
Dor de cabeça ao assoar o nariz.
2 - Vertigem dos idosos, piorando de manhã.
O paciente já levanta com a mente confusa e pesada.
(Kem).
47
3 - Visão opaca mesmo sem doença orgânica do
olho. Trata-se de uma opacificação da V1são de causa
nervosa. Assim ocorre também com a audição.
4 - O indivíduo ouve pouco apesar de não ter
nenhuma afecção orgânica do ouvido. (Kent).
A música lhe agrava os sintomas por estarem
afetados os nervos da audição. Escutar música provoca
congestão da cabeça (!<ent).
Peito - Garganta· Laringe - Tosse
Tosse espasmódica por coceira ou aspereza na
laringe.
Tosse nervosa, piora falando em voz alta.
Tosse espasmódica com frequentes eructaçõ<:s
e ronqueira.
Tmse muito similar a tosse convulsiva seguida de
copioso fllL'{O de muco branco (Coqueluche) .
A tosse aparece com excitação nervosa, com tre-
mores que faz os médicos suspeitarem que possa haver
problemas cerebrais ou na medula espinhal.
A tosse agrava pela música.
Asma com dispneia, com sibilos, que agravam
pela música e pela presença de estranhos.
Há ansiedade. Há palpitação no coração ante lun
leve esforço (Kent)_ E a palpitação provoca opressão
ao respirar (Kent).
Asma e palpitação ao tentar o ato sexual.
Estômago - Abdome - Reto
Sensação de debilidade (vazio) no estômago,
piora após comer, piora após cada evacuação.
Pressão profunda e dolorimento na região do
hipocôndIio direito, plora de manh.ã, após comer e
após evacuar.
Sensação de frio gelado no abdome. Parece frio
todo O interior do seu ventre. (Kent).
Constipação inveterada de pessoas velhas.
Tem desejos frequentes e ineficazes de evacuar
que a deixam muito ansiosa.
É impossível a ela evaeuar na prescIIÇ3 de alguém.
Na verdade não evacua de forma alguma com
alguém perto (remédio único JIO repertório de Kenr).
Como ocorrc no caso do indivíduo que está hospita-
lizado e tem sempre alguém próximo.
Este sintoma mostra fortemente como Ambra
grisea reage mal perto de pessoas, buscando sempre
solidão.
Genitourinário
Urina sanguinolenta, rurva, cheiro ácido, ardor,
pruridos em uretra e vulva.
48 Carlos Brunmi. Man"o Glorgi & Colabs.

Coceiras e sensações de picadas no escroto. Solidão, tristeza, melancolia, depressão, pelSS,' o

Fortes ereções matinais, sem desejo sec·mal. Pros- fim de semana prolongado em casa no quarto \'Cndo
rante - vánas nucções à nOite. Videos e chamando Pizza em casa para não ter que
Há hemorragia menstrual. sair e assim não ver a cara de ninguém.
Há perda de sangue enue dois ciclos menstruais "No trono de um apartamento com a boca es-
que ocorrem por wn pequeno esforço ou após expul- cancarada cheia de dentes, esperando a morte chegar."
são de fezes duras. (Raul Seixas).
Estar deitada agrava os sintomas uterinos. O digno de cura é transformar estas pessoas mi-
Menstrua premamrameme. Há fluxo copioso e samrópicas (comráriÇ) de filantrópicas) e indivíduo.,
há dor horrível, sensação de picadas e pruridos nos socialmeme corretos, (participantes e envolvidos).
genitais com inchaçao dos lábios vulvares. Não toleram nenhuma expressão musical.
Congestão na cabeça e sinusites crônicas agra-
Sono e Sonhos vadas por ouvit música.
Insônia em geral acarretada por aborrecimentos, Se a música é uma linguagem UNIVERSAL, um
por ansiedade (Sepia). meio de comlUllcação vemos aqui um grilo
Mesmo que venha sono lemo e cansado se deitar, Importante neste medicamento, que é a tàlta de
logo que se deita, perde o sono, e aparecem preocu- comunicação.
pações, fica remoendo seus problemas, fica pensando Obstipação intestinal crônica. Desejos ineficazes
em acontecimentos passados desagradáveis. de evacuat o que aumenta seu estado ansioso. Sensa-
ção de fraqueza e vazio na barriga que meJhora com
Fala durante o sono.
flatos e eructos
Tem sonhos fmtásticos (vê caras diabólicas, vê
Impossível evacuar com alguém perto. (Único
fantasmas). Isso o molesta e o mantém desperto. Às
remédio!).
vezes em estado semi acordado segue mantendo em
Hemorragias em todos os vasos onde é possível
sua mente essas visóes.
sangrar, nariz, útero, bexiga, gengiva ...
TROCANDO EM MiÚDOS: Insônia mesmo com o corpo fatigado.
Palpitações cardíacas ao menor esforço, após a
Sua ação é praticamente exclusiva no sistema menot excitação, com tremedeira. Pulsações percebi-
nervoso, afeta pouco a vida vegetativa. das até na extremidade.
No sistema nervoso determina uma neuropatia Pele e extremida&s edemaciadas.
depressiva, uma astenia geral, cãibras, tremores e
espasmos musculares importantes.
Vamos dar um ânimo a nossa Ambra para
Aversão a qualquet diálogo ou comunicação
resgatar sua
com os demais, o máximo de isolamento.
- -.......-
Juventude perdida?
Tem raiva e ódio a qualquet movimento ou
simação social.
Nervosismo, tremores, desespero, nao quer
viver.
Quem tem amigos nunca está sozinho, o inverso
também é verdadeiro. Fica pior na presença de pessoas
estranhas, e até das que lhe sao tàmiliares.
Uma característica deste medicamento é o seu
isolamcnto de pessoas e o envelhecimento precoce.
Tais indivíduos pela sua rabugice, passam a ideia
de quando perderam seu paraíso, deixaram a infância
e a juvenmde, mesmo JOVEM se comporta como
wn velho chato.
Uma inexplicável revolta. Alterna depressão com
veelnênCla
Perdet a sua juvenmde é perder a força vigor,
inteligência e alegria de viver. Solidão, tristeza e depressão.
 Melena M6dica Homeopàtica InIBlprDlar1.:J
Pana O fim de semana prolo11gado em casa, nO
quarto vendo vídeos,
Homeopatia & pediatria
Difícil convívio, hora do recreio nâo qUl'rClll
sa.ir da sala, fogem das brincade iras com o gmpo e
de atividades sociais.
Resmungncnt:ls, nada lhes envolve, nem diss~1 -
bares nem situ ;1\-t1l".S prl's supostamentc agraJávcis,
um a vida sem vibrações, chata e enfadonha mesmo
na in Gnci a.
ÜJllCL'1lt ra,:io difícil.
I~DIFERENÇA- meSll10 com esforços [lido se
torll,) em V~l(),
um helo pre ... cllte ou tuna repreensão,
tcUlro faz, não se envolve, gl',1I1de medicamento para
autlsma.
TRISTEZA, NEGATIVISMO - Crianças de-
pressivas e JJllargas (plena de raiva).
Intolerância a música e dança de qualquer ritmo
ou melodia.
Homeopatia & veterinária
Regina Torvo: Animais que são incapazes de
defecO[ na presença de alguém . Alto grau de timidez,
Teme estrclnhos. Embot;lIncnto. Depressivos, indife-
rente a cOl11 pcUlheiros e bri.lKadeiras. Esquecidos, des-
cuidados de si. Bate nos objetos e continua andando,
não conseguem desviar, como carrinhos de fricç ão,
hemolT,lgi,t"i c uhstipação intc stinal.
 c~,.,.os Bruninl, Mané) Giorgi & Colabs.
Allnmrdi"m O1'icntale, a noz em t()rma de cora·
ç:i ), com uma casca dma por fora e uma polpa doce,
[Cln a fOrn1J dt LU~ (oração, n1as náo põe corclção enl
naJa d<,> que tv.. E wna Jiwtiledônia, se divide em
duas partes ao germinar, tem sua vomade dividida e
opOSta.
É uma árvore com (erca de vinte lnetros, tem
egolatria· se seme superior e orgulhoso. É o aluno
qL1~ se mostra superior ao professor, com atitude de··
safiadora e arrogante, mas sua falta de autoconfiança
"ai se mostrar ames das provas. Em sua confusão de
" "mades e sensa~ão de que não conseguirá terminar
mda do que começou, temará o suicídio se atirando
de uma altura.
Por esta confusão que chega a fazer com que
njo reconheça nem os parentes mais chegados, sua
faltCl de autoconfiança, embotamento e dificuldade de
concemração, é um dos medicamentos m ais usados
para reduzir o pânico ante um exame.
Imoral.
Anacardium orienfa/e
Brusca perda da memória, por esforço mental;
tudo lhe parece irreal, como em um sonho; tem pouca
memória para O que acaba de ler Olt pensar, não retém
nada, todos os seus sintomas memais melhoram ao
comer mas voltam a piorar cerca de duas horas depois.
Sente como se tivesse dupla personalidade, como
se em sua mente aruasse duas vontades opostas e con·
traditórias, uma ordena fazer o que a outra proíbe,
tem a ilusão de que em um ombro está um anjo que
lhe aconselha a fazer o bem e em outro um diabo que
lhe aconselha a fazer o mal. Esta situação origina um
de scus aspectos mais característicos, que é a falta de
confiança em si mesmo, que o leva a pensar que não
faz nada bem feito, que é indeciso e não tem vontade
própria, teme o futuro'
É cruel, impiedoso, perverso, odeia, é a criança
que insulta, diz palavrões; ou a outra que destroça
um animal pelo simpks prazer de [17,(:·10.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
É áspero, violemo, não tolera a menor contra·
dição ; não tem nenhum sentido moral, ri de coisas
sérias; em Sl' US inlpu(soS contraditórios) é muito de·
sagr"d;Í\'d com "qlleles a quem quer bem, e mesmo
quando ~c dá conta de slIa atirude, não consegue
evitá-la.
Tem ide ias lIxas de que tem inimigos , não confia
nem nos amigos e nem em SI própno, pensa que está
rodeado de inimigos e que vive sendo perseguido
enquanto caminha.
Um paciellte a quem dei Anacardium relatou
que, em seu trabalho, tOdos ficavarn falando dele, llÍn-
guém gostava dele e por isto, não conseguia terminar
suas mrefas, se desesperava e voltava para casa; no
caminho as pessoas no ônibus sabiam que ele estava
fugind o e ficavam olhando para ele, acusando·o. Ti·
nha vontade de voltar e fazer o serviço como se não
tivesse ninguém olhando para ele, mas não conseguia.
Agrava por esforços físicos e mentais, rocar
piano, alimentos quentes. Melhora por calor, por
repouso e ~ tarde.
Lateralidade esquerda superior e direita inferior.
Desejo de lei te e aversão à comida.
Tem sonhos ansiosos , com cadáveres, com fogo,
com acontecimentos p'lSsados há muito tempo, que
seguem após o despertar.
Sente adormecimento em qualquer parte do
corpo que deixa imóvel por algum tempo.
Sintomas meneais peculiares:
Perda de memória (confusão);
Ilusões;
Ambivalência ensações de dualidade (dupla
personalidade) ;
Irrealidade;
InsegurJ.llçJ;
Perversóes;
lIbslêmia ;
ClUeldade;
TClllor ao infoITÚnio (medo de ficar paralítico).
Sintomas particulares
. Vertigem ao abaixJr ou levantar, náuseas du-
rante a gravidez que melhoram comendo. Fehre às
16 horas que melhura comendo.
- Dorméncia na pele, púsrulas prurigi.l1osas, com
secreção amarelada. Verrugas nas palmas e dedos,
pruridos nas m~os e dedos inchados.
1
- Come demasiado rápido, mas sua digestão é
lenta, sent.indo plenirude 011 distensão, dispepsia .• 'ãu
sente o gosto da comida, com tendência a se enga~g,\r
ao com(t e beber.
- Os objetOs lhe parecem afasrados, visão turva,
miopia; hipoacusia, como se estlvesse com unl tam-
pão, otalgia ao mastigar; olfato agudo ou pervertido ;
h~lito pútrido, língua pesada, que difIculta sua fala.
. Tem ilusões de que vê diabos, que é wn diabo,
que um diabo lhe sussurra blasfêmias ao ouvido ,
ouve vozes, ouve pessoas morras, não se vê ao o lhar
no espeUlo, não se crê parte deste mundo - talve7. por
isto, é um misantropo " é insatisfeito, melancólico,
pode chegar ao suicídio com um tiro.
Resumo de sintomas
Falta de confiança, tem necessidade de sentar-
se , apo iar-se, deitar-se) precisa destl' :lpnio ; r..:unocm
agrava ao ar livre quando se seme sem a proreçào de
quatro paredes; ansiedade de eUllleicneia; scnsaç~o de
isolamento, sente·se deutro de wn"J cápsula, separado
dos demais, diferente de Camphora , que se se nr~ sú
nO universo.
Sintomas gerais
Sensações de corpo estr.1I1ho ou farpas onde dÓi,
de um tJ.l11pão ou wna faixa que o apertam, causando
wna sensação de constriç'lo, que melhorJ.m comendo
e que em puuco tempo, volram a doer.
Sensação de que um aro rodeia pan,·, do scu
corpo, como cabeça, peito e ânus.
Na clínicCl vemos o pacienreAruual'iiiWII rdat.lJl·
do que scnte mais frio quanto mais abrigado esre)a.
Agrava durante e depois do coito.
SCIlSÍ\-cJ às correntes de ar frio e ao frio; piora
também por cãibras nas panturrilhas, dores d",s es-
crito res, miodolli:ts nas pt' m~ com dores «prcssiv·a... '
e rim1lcas.
Diagnóstico diferencial
Bal'J'ta carbonica: Falta de confian~ a . embora-
mento e sensação de isolamento s,'o sinro111ds predo·
minames em Bar·c e 'lue rambém esrõo presenres em
Anacard-ium; porém, Bar-c não tem a divisão imerna
de Anacardiuln.
Lycopodjum: T~m em comum a fàJta de mnfiança,
o orgulho, a rusposiç,io em cunrraruzer e intolerância
à contradição , aneecipaç,io e aversão à companhia,
mas não tem o ;lutori.rJrismo l a nlCriculosidade e
 2 Carfos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
não melhora por ocupação, sintomas que conferem
a Lyc um caráter mais comperiri vo que AUllmrdium;
Lyc precisa se valorizar na sua comparaç;io com os
demais, enquamoAnacardium lura contra ele mesmo,
sua divisão interna.
Lachesis: o ressentimento, O orgulho, a descon-
fiança e a loquacidade nos podem fazer pensar em
Lach; esta confusão awnenta quando escutamos o
paciente dizer que é em botado ao despertar, esquece o
que acaba de ler ou se sente perseguido por inimigos.
Mas a dúvida pode se r desfeita quando vemos que o
paciente Lach é autoridrio, ciumento, censurador e
crítico, sintomas ausenres em Anacardium , que tem
na irresolução e ambi\'alência entre desejo e obrigação
um "eu" débil que não pode decidir.
Seu sofrer fica ass im resumido: a figura de
wn anjo de um lado e de um demônio no outro,
incitando-o para que cometa um assassinato ou atos
de benevolência (dividido em duas vontades.
Essa sua confusão de vontades e sensação de que
não dará conta de seus deveres ou terminar as coisas
que deu início acarrerará tristeza (depressão), alter-
nado com equivocado sen timento de superioridade
e arrogânCIa.
São ENANTIOMORFAS:
Uma é a im agem no espelho da outra.
Homeopatia & pediatria
Fr.lg.ilidade- difíci l decidir pequena5 coisas (ir-
resolução), inseg1.lr;ls. Um eomporramem<l variado
e contraditório, em (tTtos n'lOlllentos um dOCL~ ell1
ourros pega fogo, imoler.í\·d, aqui a prcsenp J.1'> dws
ordens rrn crlnrus.-Io, fica cmban;mado, di ficult.mdo
scu aprcndi7.ndo c pntórmacc escobr.
Esta c()llfl1s~() cle ordens c \'ontadcs nl.:.ltrct,) irn-
tabilidade tomando-se criança agrc.~~iva' e "jubilas.
(cruéis e perver:;.ls).
Melhora comendo (tudo melho ra , 111l:1ltJ.1 é
orgânico) e emociona-se com o plano .
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Impossível d 'scrrvu' nu animal
as se nsações verbalizadas , entr"ramo ,ua egolJtrio,
demonstrand, l-se orgulhoso e sup'on"r d[r.l vé~ uc slIa
aIÍmde de" Jti .ldora e arrogaJlte . : em cont[. p,lrtida
êovarde (blta de (\nti.II<;J em si mesmo ), nos leva"
conduir a ,u .. dudidade Em SUJ .onI11"="0 de \·ot1tac.ks
tentará o .cü, iJ io se alJr,\.Jldll d.o.: UI1\.l )ltur,1. Sinl,lç"' "
("111 que o animal desconhcC' () ptnflll O don<>, morde
o dono SelTI morivo; CnJd , i mpictJ o~o) descoJltiJdo,
IÚO tolera wnlrad.ição. Ate",\ ~ por esfo rços Hsic"" .\0
ar livre e alimenlU' quentc"s,mt:UlO r'l pelo cal or c re·
pOll.lO a ta.rde, i" tclol lid.1<.Ie eSljuerda superior e di r, 11.1
if1 kriur. Desej( j de leite l' Jversão ~1 c()mida ) cllgjl s!!.n~
frequentes col11endo ou heb,·n dr> .
Mioclonia nos membro.!> pélv icos.
 Materia Médica Homeopática Interpretada
A origetn do nome ((antimôni o'\ como é dada
no li vro enrirulado O carro trilUlfame do Antimônio,
publicado em 1604, foi a de que "Valenrille", emão,
decidiu experimentar a produção dos mesmos efei-
tos, mini strando antimônlo a monges que se haviam
emaciado em consequêllcia dos jejuns Os monges
morreram . Por isto , com horrível sentido de humor,
"Va,lcntine" deu, àquela subsrância , que até então tive-
ra Olltro nome) (1 denomjnação de [{antimônid\ para
significar Hantimonge", ou, ainda, «veneno mortal
para mo nges". (O H o mem e a Medicin a, Mil anos
de trevas, Rirchie Calder, Ed. Hemus).
O Antúnonium crudttm (ou minério cinza de
antimônio, cuja sinonílni3 é Stibiu11l sulphtwatu 11~ ni-
grttm) é composto pelos meraloides enxofre e 'Ul timô-
nio, e sua designação química é sulfeto de antimônio;
é assim encontrado na namreZ<1, na torma de blocos
que se assemelham a agulhas negras paralelas , com
Minério Antimônio.
Anfimonium crudum
um brilho quase merál.ico. Hahnemann descreve que
é composto de 28 partes de enxofre para 100 partes
de an timônio.
Conhecido pelo menos desde a Anrignidade
grega, era util.izado localmente para a cura de úlceras
nos olhos e pele, bem como internamente para pro-
vocar emese; são descritas inroxiclç<>es pela ingcstJo
de ali mentos que, por serem ácidos, permaneccram
muito tempo em contato com louças esmaltadas e
de porcelana (nas quais o antimônio é empregado
na fabricação), resultando na formação de solução de
antimônio; sua intoxicação se caracteriza por rápido
início dos sin tomas gasrroinrestinais, seguindo por
colapso circulatório grave.
Sua milização homeopática foi inrroduzid,l por
H ahnemann, que o experimentou juntamente com
q uatro outros colegas e O indicou na segunda edição
de doença crônica (1835-9), como um novo medi-
camento (além de Olltros) para uso no tratamento
da psora.
Hahnemann cita que é llm medicamento "útil
quando os segui ntes sintomas estiverem presentes:
iJl(olcrJnci a numa crianç", ao ser tocada ou olhada;
fluxo de sangue na cabc,~; coceira incomodativa na
cabeça, com queda de cabelos; vermeUüdão e inflama-
ção das pálpebras; amígd alas doloridas; calor e coceira
nas bochechas; longa e conr.Ínua perda de apetite,
eructos com sabor do que foi ingerido; náusea; cólica
com perda de apetite; fezes duras e urina vermelha,
numa criança; alternância de diarréia e constipação
em idosos; fezes duras e de emissão ditlcil; descarg:l
constante de muco branco-amarelado do ânus; micção
frequente com muita emissão de muco e queimação
na uretra, com dor na região sacra; dor cortante na
urerra durante micção; dores violentas nos membros
interiores; sensibilidade ao frio; sonolência".
 Carlos Bruniní. Mario Giorgl & Co/abs.
Segundo Jah r, deve ser considerado nos casos
de "infhmaçõcs reumáticas dos múscu los; afecçõos
artríticas com inchaço e nodosida lks; nas contra-
ções reumáticas dos múscuJos) com curvatura dos
membro,,').
AJkn nos fala que os sintomas mudam de local,
e vão de um ladu para oUU'O no corpo .
NJSh chama J cltcnção para a capa grossa e
branco -leitosa na língua , que aparece em vários
t r,lmtornos: em desarranjos de estômago, princi-
p.llmente por excesso de awnentação, especialmente
por cOlnida gordurosa, com náusc.l; relata que vários
medicamentm :tpresentam este ripo de língua, mas
que este é o principal.
Relere qUê seu estado mentaJ (uma grande tris-
teza com disposição sentimental), ao lado da caracte-
rísti~ de crianças que nau suportam serem tocachs uu
o lludas, é uma verdadeira pérola , A criança irritada,
.10 Cflntrário de Chamomilla que qu er ser levada no
colo e chacoa lhada, grita e chora de fo rma tempera-
mental a qualquer pequena atenção.
Diz ainda ele que os casos reumáticos de Anti-
"""''''111 "1"Iul lllll gui"m-s e pela extrema sensibilidade
na sob dos pés, cluma também a atenção para a agra-
vação pel o calor do sol, calor do fogo e banhos frios,
comu por exemplo em casus em que os problemas
começam após nadar ou c.ür na água.
Hug:hcs lembra sua ex trema efICác ia em proble-
mas de pele , especialmente na toce, nos genirais e na
so.la dos pés, que sao extremllneme sensíveis; excres-
cências córneas em qualquer lugar da peJe, primária
011 ,ccund:íria purulentas, com g rande coceira e dor.
Kem cita que o centro de todos os sintomas
localiza-se no estômago, não importa qual o transtor-
no. A pros tração é similar ir de ArseniC/<I1'I, mas este
possui tJm tremendo medo da morre, enq uanto que
em .1llnnwlt;um crudum há uma ausência do desejo
de viver ; náuseas comtantes, sente o estômago muito
Chl~ io como se tivesse comido dcmai.'i) com abdome
disrcmlido.
Em Hcring está a ceC,ki , após o banho, desar-
r.:mjos cstonlaclis ) bebidas alc()ó li clS~ cabfrios) frio e
erupções suprilniJ:.1s; . 1 sede é viol'c nta, com .)ccura
nos l;ihios; n:1useas c vômitos, boca amarga ; dia'T" ia
aquosa com mmida mal digerida, em parre líquida
e em parte ~ólida , piura po r vinagre, ácidos, vinho
azedo, calor, banho li'in; a tn.ssc" cujo primeiro ataque
é mais intenso l' os seguintes c3.da vez 111ais fracos;
a grande sonolência dur,mte o dia, espeeia.lmente ir
tarde; e a febrc, cujo êalor é acompanhado de sedc e
seguido por transpiração (há também violento cala-
frio, sem sede).
Por último) como resumo) vamos citar VaLUlier,
que o indica para eczema) urticária) acne) indigestões,
intoúcações alimentares , transtorn os gástricos, ente-
rite, hemorroidas, gora e reumatismos.
Seus sintomas mentais são assim descritos de
forma pLlra em Doença'Crônica de Halulemann.
- comínuo estado de c'xtase de amor enrusias-
mático, dcsejando uma mulher ideal que preencha
sua fantasia ; mais ao andar ao ar livre do que nUlTI
quarto; desapa rece após vários dias com uma apareme
diminuição do impulso sexual;
- melancolia, humor irritado toda a tarde; o som
de sin os, bem como a aparência de tudo que o cerca
Ieva-o até a chorar; sua respiração é rrabalhosa e curta ;
- meditação ansiosa du rante o dia, sobre ele
mes mo) seu presente e destino futur();
- ans iedades;
· muito inclinado a assustar-se com um pequeno
barulho;
· mal-humorado todo O dia;
- irritado, sem vontade de falar com ninguém;
incomodado, mal-humorado por qualquer
cOisa;
sensação de confusão na cabe~a, como após
trabalho contínuo em um quarto frio;
· mal-humorado e tris te ao anoitecer;
- tristeza durante O dia ;
- ele não fala ; .
- decidido impu.lso de dar-se um tiro, à nOite,
sem inclinação a nenJ1uma Outra forma de suicídio,
ele foi impelido a levant3r-se da cama porque não
podia livrar-se de>se pensamento.
Antimonium C1"ud1<1n aparece em pouco mais de
150 sintomas na seção p.siquismo do repertório de
KentjEiza\"3ga:
Sete deles sáo exclusivos:
- choro ao som de sinos ;
- choro quando se IaV.1 em água fri'l;
· êxtase caminhand o à luz da lua ;
- senti menta.! ao claro da lua;
- sentimental durante diarréia;
- sentimental antes da menstruação;
- melancólico quando o tocam.
Cinco são ilusões:
- i1us,-,cs da imaginaç:io, tànt'lSia;
- i1usio de que 31gucóm o chama;
- ilusão de que alguém o chama ao despertar;
 Matéria Médíca Homeopática Interpretada
- ilusão de que vê corpos mutilados;
- ilusão de erros sobre sua identidade pessoal.
E seis são temores:
- te mor do infortúnio;
- temo r do m al;
- tem or da morte;
- tem or por ru ídos;
- temor com tremores;
- temor a ser tocado.
Estudo dinâmico
Na pso ra evidencia-se como principal o núcleo
afetivo, apresentando fantasias exaltadas especial-
mente com relação 11 busca de uma mulher ideal ,
m ostrando-se portan to afetuoso e amoroso_ O sinto-
ma que se sobressai então é o imenso sentimentalismo
ro mântico, que se evidenci a de forma mais particular
ao aprc,cmá-Io melancolicamente à luz da lua ou à luz
suave, como a filtrada por um vidro ; aparece também
wn a irresistível vontade de falar em rimas o u fazer
versos . Sofre, assim, de transtornos po r decepção
amo rosa e por pena; é assustadiço, impressionável,
choroso e ansioso - antes de tormenta elétrica (Phosp),
com temor a ser tocado , ao ar livre, pelo fururo, com
cansaço da vida -, além de temeroso.
Mas de form a muiro próxim a a essa psora ,
apresenta wn a for te sífliis com gra nde dificuldade
de contato e tristeza (caminhando ao ar livre, por
ruído) , uma seriedade meditativa calada, absorta. E há
uma grande misantropia com aversão a ser rocado e
aversão a companhi a; está descontente, desalentado e
indolente, sente fastio da vida e cansaço de viver, com
desejo de mo rte e disposição suicida por desespero,
afogando-se ou com arma de fogo.
Isto rudo é temperado por humor sicótico repul-
sivo, extremamente antipático (hosco, no repertório),
irrirável (por bagarelas, por cefaleia, em crianças) ,
desconfiado, impaciente, inquieto, o bsrinado e capri-
choso; agrava ao ser oUlado, é contririo e into leranre à
contradiç50, e rem cólera qu,\ndo cO toudo, selldo que
a carícia lhe provoca nJuseas e vômitos (agregado).
Tem so nhos numerosos; são esgotantes e arer-
radores com Jciden tcs, traumatismos, mortes, lnu-
r.i1ação, brigas, cóle ra; ou agradáveis com festejos e
eró ticos com poluções.
Descja coisa ácida, cerveja, pepinos e picles.
Tem aversao a comida em gcrál e ao leite
m :lt ..-rno.
Agrava com comida azeda, carne de po rco, do-
ces, fruras , gorduras, manteiga, pão, vin agn..: , comida
nutritiva e comidas e bebidas Irias.
Anti11l(l/IiulII tnrtllriwlIl liJrtnrlJto duplo de
Antimônio e Potássio, é um sa l tóxico, em forma
de cristais oc taedros incolores, transparentes, que
ao ar li vre se cobrem lentamente de um pó branco.
É inodoro, com sábor ác ido nauseánte e solú,-e1 em
álcool. Prepara -se por trituração e solução. Sua fó r-
mula química é: C4H407Sb. AI três primeiras dina -
miz.u;ões s~O obtidas por rriru,·ação e as seguintes po r
dilui,ões sucess ivas. LATHOUD: Age especialmente
no sistema nervoso e g:mglionar e tende a aniquilar a
vitalidade, exercendo uma ação debilitante, gue leva
a d.iminuiçio do flu xo nervosos dos reeidos, e nos
órg,ios da vida vegetativa do corpo de maneira ger.ú e
parricubrmcllte nos pl.ilnlõt:s (; vísceras :lbdominais. t
lun depressor do sistema nervoso, por intermédio do
qual produ/. paralisi,,, mOtoras e sensori:ris, com perda
dos reflexos, hem como por scr emérico provoca ainda
entl-áquecilllenro da força muscular . Tem "ti"idade
como depressor cardíaco ag indo profundamente na
circulação, leva a degeneraçj() gordurosa do olioCl r-
dia, causam erupções na pele.E importante atividade
nas mucosas provo , ndo muito cararco.
Aqui a pala",a tema cm concúrdáncia com cste
mc.dicamento é: lerdo (congestio), D evagar quase
parando scri a a pátóclia que mais illlsrra ranto o
compo rtamento físi co como o mental. T:ris pacientes
apresentam um jeito lerdo de ser, com indiferença
que acarreta um esrado de desanimo, at seu catarro
é lerdo para sair, daí fica congestionado no peito ne-
cessitando vomirar para poder expectorar um pouco,
É O GRANDE fOLGADO DA MAT MÉDICA.
Quer ficar encostado, irritados e mal hwno radns, C> -
pecialmenrc, após [( l5sir, ao mesmo tempo inquicrudc
e desassossego, medo de ficar só mas deseja solidão,
Fala consigo mesmo, Telldênci:r suicida, transrornos
por ira e vexame. l ~ ma grande prnsrraç50 que lhe dá
vontade ·de ficar afwldado na cama, Sonoléllcia lll1e
piora com a tosse. Importante sensa,io de ",Ii"i~
progressiva e iminente. T odos os sintolllJS físicos e
inclusi\'e os ment~l i s :1grJY~lln com a wnidade , em
anlbientes mofados.
Sintoma tal agia
1- Vemgem ao lCchar os "lhos ou lev"llf'u· " cabc.~"
do travesseiro .
2- Cebleia como se algo apertasse:r cabeça, treme-
deira na cabeça e n....s n1..j ()~ ((:01]) 0 }1 rk..insoJl).
 Carlos Brunim, Mano Glorgi & Colabs.
3- Olhos fundos e oU1eiras.
4- Nariz afllado, hatimento de asa do nari7., cori-
zas, rostO páliJo e cianótico, sacudidas no rostO
ao tOssir, tremedeiras no queixo e a boca fica
aberta após ter bocejado.
S- Língua cianótica, sialotrcia, paladar prejudicado
nas crises de coriza .
6- Apetite diminuído, difícil hidrator nos transtOr-
IiOS bronquiais, pois não tem sede e se forçar,
vomltam.
7- Tra L1:-.t()rno~ g;1scrintestinais) acompanhanl os
pulm(jnarcs, hz parre dos grandes vomitadores
da Mat. M éd ica, vômitOs de tOdas as formas
possíveis) biliosos, catarrais, dolorosos) matu-
t ill0~J enfim.
8- CóIiCe\S abdominais antes de defecar, sensação
de ter o abdome che io de pedras, constipação
que alterna com diuréia, diarréia na pneumo-
ma ...
9- Urina escu ra ou avermelhada com filam entos
sangl.l íneos, com dores violentas na bexiga.
10- Catarro I.\ríngeo, especialmente em idosos
11- Voz fraca, segura a garganta para tOssir.
12- RUJdos estertorosos nO peitO, bronquia is que
são ouvidos a distâ ncia , provocados por uma
gnnde quantidade de muco acumulado no
sistem a respiratório, com incapacidade para
expectOra-lo (parece que vai expectOrar muitO
mas não sai nada), decorrente a dificl\ldade de
puder eXl'ulsivo.Os nlídos no peitO melhoram
qmndo deitados, me UlOram quando sentado
e erguido.Respiração acelerada, abdominal,
nlidosJ, Jc:")jgual intermitenre) curta, trênluJa )
assobiante enfIm uma importante dispnei a.
Desta forma entendemos como um grande
medicamento pata asma, bronquite capi lar,
doenças pulmonares .
13- Ansiedade com calor precordial, sensação de
ardor no peito,
14- Extremidades frias
15- Importante dor lombar.
Vijnovsk)': Quando es ta criança estende os
braços, quer ser carregada por aq ueles que estão a
Ua vo lta, fica melhor quando é levada no colo (não
chdcualhada ),Uma caractetística é qu"l1to mais tosse,
nuis ,.. e irrit;1. De lIma maneira geral são crianças irrita-
di".1s. Pedem colo não pela busca de afeto, decorrente
,\ UITU c3r~ncja :lferiva,como em P"lsatilla, maS por
ser fblgada,. A criança deAntimoHium tavtaricum não
gOS ta de toques e flertes (tocada ou olhada).No que
se refere a vômitOs, nos lembram Ipeca , mas ndo sente
bem c..,rar depo is do VlHn ito pelo contrário ~lum en ta
J
sua so nolência e prosrração,Faz parte do grupo das
crianças dorminhocas.
Regina Torro: Indica para o animal que es tá
morrendo de pneumonia, ati tude heroica, Ocorre
hipotermia, face aparentando grande sofrimento.
1vloviment;lçjo illtcns,a. da asa do nariz na tentativa
de inspirar algUln ar, esd se afi1gando no se u muco-
catarral (muco branco ). Estertoraç:io grossa e inabili-
dade para expectorar. Animais .Ierdos na expectoração
e nas atividades físicas mesmo naquelas intetessantes.
Adoram colinho , Sofrem com mudanças bruscas de
temperatura . Agravam oS sintomas destes J1limajs
quando ficam bravos, náuseas e vômitos ca tarrais.
Receita para diagnosticar: Prostraçao, avcndo a ser
tocado ou o lhado, irritabilidade, aversão ao leite,
ad iciona-se ainda muco branco, expectoração quase
imrossivel, pústuJas ...
Matéria Médica comparada
O primeiro medicamento que se impõe no
estudo comparado com Antimonium cr"dulII é o
[anarato de antlmônio e potássio, ou Antimolliu1'fl
taytaticu1lt~ anlbos são os compostos de anrinlônio
mais importantes da matéria médica (os o utros são
compostos de anrimônio com arsênico, com iodo e
com va riações químicos de elL\:ofre , todos com hem
menos estudos patogenéticos e químicos efetu:lJos).
A principal diferença entre os dois mewcaml"lltOs
é que Ant-t tem seu foco principal de ação no apareUlO
respiratório, sendo os sinromas digesrivos secundários
ou con:-.cquentes à at~cção respiratória; O inverso é
que vale para Ar/t-c . Portanto, Anr-t está indicado
em vários qu adtos pulmonares (asma, bronquite,
pneumonia, broncopneumonia, edema pulmonar) em
que predominam os sintomas de uma tosse espasmó-
dica, sufocame, que piora ao ingerir alimentos e às
3 horas da manhã, obrigando o paciente a sentar-se,
com muita debilidade e batimentos das asas do nariz
(Lyc), muitos esterrores e pouca expecwração; acom-
panhado de náuseas constantes com muita ansiedade e
prostraçiio; há um esforço muito grande para vomitor,
com sufocação e esgotamento (Ars); h:í ainda uma
intensa sonolência, maior do que em _"1m-c.
Do ponto de vista mental, A.nr-t compartilha
com Anr-c o tàtO de ser ansioso pelo fumro (além de
ter ansied~llk sellt~\d(), COm tClllnr e com expressão
1
ansiosa), assustadiço e choroso (ao despertar, agrava
à noite), IllJS não aparece em si ntOlnas relativos à
 Matéria Médica Homeopática Interpre tada
7
afetividade; também teme a mo rte (e teme lima en- compositor contemporâneo destacou-se por snas mú-
fennidade iminente, que não vai se restabelecer, estar sicas de conteúdo po l.ítico, mas neSta mú,ic l há lm1
só, e a asfIxia à noi te ). lirismo e romantismo bem ao estilo de Am-c, como
A ,..t-t possui uma sicose mais marcada , com rai- já sugere o tÍtulo "No claro do luar" (não nos esque-
va, fúri a, violência, desejo de morder e muita cólera ; çam os que esta interpretação ( uma mera redução de
ele tossc po r cólera, sua cólera sc alterna com alegri a, cunho didático, não es,;otando outras interpretações
e com e:o.lberància (U.R.). e a transcendência artíst.ica; a tradução do espanhol
O s dois Antimoniuns citados não toleram ser é bastante livre): .•
o bservados pelas pessoas, o olhar de terceiros é ir- No claro do luar
ritante para eles, entretanto em Ant-c este aspecto
é mai s marcado, pois chega a agravar seus sinto mas
mentais, (Lyc., Merc.); da mesma [orma, ambos rêm
aversão aos que lhes dirigem palavras, aversão a que
lhes falem .
Ainda Ant-t geme quando é rocado (U.R_),
crianças que gritam quando rocadas (U. R .), desejo
de co mpanhi a, dcscjo de ser levado no colo sentado
(U .R .).
OutrO importante medicamento a ser di stin-
guido é Ipeca, que tem suas indicações em quadros
diges tivos l' respiratórios . Suas características sao : as
náuseas são mais constantes e não melhoram com
vómitos; a Língua é I.impa e não há sede (An t-c tem
sede imensa,Ant-t tem sede de pequenas quantidades,
frequ entes); está indicado em casos de asma onde há
tosse violenta e sufocante com estertOres fmos e muito
pouca secreção. Sua psora se caracteriza por ser um
abandónico, sentir-se infortunado, cheio de desejos,
não sabe ndo o que quer; na si cose é muito orgu lhoso
e depreciarivo, muito impaciente, com os negócios e o ronllintico.
a sua doença; na sífIlis torna-se incliferente ao prazer,
por não se ntir prazer em nada.
Po r último, vamos lembrar de Natrum carbo- No claro do luar
nicum , que sofre de ptoblemas digestivos e é um Aonde quer que vá brilhar
inclivíduo isolado, depressivo e esquizoide também, Dorme a grande sorte
cujo drama radica-se no contato com O Outro; mas a Que terá de madrugar
psora de Nat-c está ligada ao abandono (com ilusão
de estar separado dos outros) e falta de confIança Mirtlla guardiã do destino ( 1)
(com ilusão de que não vai ter êJtito, faz tudo mal ), SOMa cercada de flo r (l)
sintomas que não pertcncem a Ant-c. E nos salva da morte (2)
Desse núcleo derivam, em Nat-c, a ansiedade Com sorte no amar (1)
(pelo fururo, pela saúde) e a hipersensibilidade (ruido, SOMa, talismã querido (1)
música ), bem como os temores . H á neste medicamen- Sortlla, meu fim em scu tempo ( 1)
to também um predomínio da síftlis, com tristeza, So nha, signo imerecido (1)
aversão a família e a cerras pessoas, à companhia , Sonha, miMa felicidade ( 1)
desejo de solidão, indiferença aos filhos, parentes e
amigos (detalhe: Nat-c possui uma agravação geral SOMa, cavalos de ferro
pela lua chei a e Anr-c uma agravação mental pela luz Sonha, no vento do sul
da lua) . Sortlla um tempo de aguaceiro
A tÍtulo de ilustração, segue-se uma composição No baile da luz
do músico cubano Silvio Rodriguez, de 1975. Este So nha o que faço e não digo
 Carios Brunini. Mario Giorgi & Colabs.

Sonha em plena liberdade o que faz Chaninha ser tão diferente de todos
Sonha que há dias llul' "ivo (2) os outros ga r()~ que voei- jj reve?
Sonha no que há que calar Nunca brig" com Oou tro ga to da casa, porém faz
Entre as luzes mais belas (4) algo que nenhum ou tro garo fez. Gosta de colo, po-
Dorme inrr;\I1quilo meu ;\I1lOr (4) r(:m, se ~ pego para colocar em meu colo, ela (omeça
Porque em ,' cu sonho de estrelas (4) a miar. E sempre e.,Jada, e não suporta que" toquem.
Minha p'lS.<agem turva a cor (4 ) Ao ser tocada, inicia um miado forte e sentido,
Mas se pudesse fazer (4 ) completamente difere"nte de quando pede comida,
Mel de abelha em vez de sa l (4) por exemplo.
Buscaria a sorte (4 ) - hz aJguns testes e verifiquei qne o único medo
Que vale" c seu sonhar (4) que ela demonstra é quando V(lU tod-Ll. Qnando
pessoas estranhas vão tocá-Ia, ela foge e tica por perto,
50nh" após catacl.ismos não se esconde como Outros p:atos .
Sonha O golpe dmo e árduo Outra característica da Chaninha é assustar-se a
Sonh" todos os "hismos pontO de "dar um pulinho" quando (sti dormindo.
Que dc OUn;l vida não sei O outro gato sempre pede leite; ela porém, se
lhe ofercLclnos, demonstra roral aversão, uvir;lildo a
Sonha O que faço e n50 digo (3) cara" mesmo qLl3ndo está com muita fome.
Sonha em piem liberdade (3) Repertorizando (Kent /Eiza)'aga)
So nha em que 116 dias que vivo (3) 1. Co lo, deseja (:uzado) - 4,1
Sonha no que háque c lJar ( 3 2. Tocado, a\'c r.' ~o (evita ser tocada até pela
SOllh" no cortc do di" (3) proprietária) 90,1
Do dia que fui e que é (3) 3. Temor de ser tocada (quando é tocada trans -
A mmh5, alma minha ( 3) forma-se em medrosa) 89,2
Que tenho sonhado hojc (3) 4. Sobressalto dormindo, 82,1
5. Urina sanguinolenta (hemaruria) 435,3
Pode-se desmcar, a partir do que já vimus, alguns
6. Aversão ao leite - 320,2
tcmas do mcd ica me nto, 'lual sejam:
7. Queixa-se, quando lhe rocam 76,2
O sintoma de "queixa-se qua ndo tocada " foi
- a b,,, ..:3 do "mor idul (1 ) , o sentimentalismo
utiljzado para confirmár o medicamento, pois trata-
e os rrans ro rnos an10rosos ~
se de um sinroma de medicamento único e uma má
- o tema da mo rre (2);
interpretação de sintomas faz com que nos equivo-
- a ansiedade pelo futuro (3);
quemos em relação ao.di"gnóstico medicamentoso .
- e o e' tado introspectivo e depressivo (4) com
No exame de urina tipo l:
que sofre, desencadeado pelo clima já delineado no
Densidade: 1025 Glicose : -
p ri meiro verso: no claro do luar.
Ph : 7,5 Cetona:
Caso clínico veterinário Proteína: 100 mg % Bilirrubina: -
Sangue:
A proprietá ria de Chaninha assusrou-se, pOl' A an;\ lise do sedimento resu.ltou na observação
nallueJa manhã sua urina estava completamente também de fosfJto triplo amonÍaco magncs iano .
3vcrmeLhada , caraCteriz~)ndo Ul1U severa honatúri3. Após receber Antimoniu11Z tal1:aricum CH 200
Esta gata sian1<:sa, com dez anos de idade, sempre em plns, a hem"túria normaliwu-se em 3 dias. Con-
foi muito saudável, sua única a1teraçáo é uma alopécia tinuou sendo medicada durante 30 dias.
abdo minal no período posterior ao cio e mastite na A alopéeia ahdol11inal desapareceu, a mastire foi
mama 3nlcrior d.ireita. totalmenre reabS<lJTida.
E la é \n uiro dóc il, boa companheira e nada Após o tratamento, o exame de urina ap resenta:
medrosa cOm bamlhos, tempestades, ou até pe"oas D ensid ade: 1030
csrnnhas. A propriet,í ria , qUe ' C1npre teve garos, já a Glieosc: Ph: 6,0
l::lractcri zou COln o diferente dus demais . Ce rona: - Proteína : - Bilirrubina : - Sangue :
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Introdução
De acordo com Lathoud, "O p"imeiro sintoma
produzido por uma abelha que pica uma parte qual·
(lue, do corpo é uma dor aguda, ardente, lancinante
com escassa latência e sensação de picadas. Nessa
região se produz um edema, mais ou menos grande
com a sensação de pisadura, inchação, cor rosada,
intensiftcando·se até ter um aspecto erisipelatoso,
chegando a evolnir para inflamação, snpnração e em
graus avançados, à gangrena.))
Característica das abelhas:
Abelhas são classiftcadas como insetos holome·
tábolos, o (lne signiftca quc apresentam metamorfose
completa, (lU e passa pelo estágio do ovo, larva, pupa
e adulto.
De acordo com Winston, uma pequena colmeia
típica pode conter até 20.000 abelhas, que se divi-
dem em três tipos morfológicos . Rainha, Zangão
e Operárias (trabalhadoras) . o que caractenza o
polimorfismo da espécie.
5
Apis mellifica
Organização:
Rainha- São as maiores da colmeia, e podem
viver até 2 anos. São do gênero feminino, podendo
inclusive ser bissexuais. Têm como principais fi.mções:
secretar feromônios (ácid09·hidroxidecenoico), aca·
salar com machos, depositar até 1500 ovos por dia e
matar lrmãs e mãe.
Zangões· Sen tamanho é médio, e sna expectati·
va de vida gira em torno de 21 a 32 dias na primavera,
90 dias no verão e de nenhum dia no inverno. São
de gêuero estritamente masculino e sua tunção na
colineia é de acasalar com a jovem rainha.
Operárias: São pequenas, e vivem de 20 a 40
dias nO verão, podendo chegar a 140 dias nO inverno.
São do gênero feminino, e estéreis, Suas funções na
colmeia são: procurar alin1ento; atender as larvas, jo-
vens zangões ou as rainhas; limpar a colmeia; coletar
o néctar e o própolis; defender a colinéia,
A operária da MM, medicamento preparado
através da t,-ituração de todo o inseto.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Sinonímia
Apis
Apis mellifica
Cultura popular
O veneno da abelha é administrado por meio
de picadas namr.is das abelhas, injeções subcutâneas,
pomadas, inalações e até mes mo por comprimid os,
usado como medicamento comra diversos distúrbios
e afecções.
Conhecido como pitoxina, esre veneno é utiliza-
do com sucesso contra nevralgias, nervites, afecções
cutâneas, doenças oftálmicas, além da redução da taxa
de colesterol e hi pertensão arterial.
No Brasi l, esta caracte rís ti ca é praticamellte
desconhecida, e limita-se apenas aos casos de reuma-
tismos. Em países como Uni:lO Soviética e Estados
Unid os, o veneno de abelh a é muito utilizado para
tratamento de reumatismo.
A procedência do medicamento
De acordo com Llthoud, a preparação do medi -
camen tO se dá através da trimração de todo O insetO.
H ering orienta que o inseto deve ser pressionado
COln uma pinça, e que se colete Somente o veneno
pa ra a preparação do medicamento .
Intoxicação
Constinüção do veneno:
Entre as vári as substâncitls que constituem o
veneno, destacam -se:
Melitina (50% do veneno seco), responsável pela
maioria dos efeitos lesivos.
Fosfolipase A (12% do veneno seco) , uma das
responsáveis pelos efei tos hemolíticos.
Alt'm dos citados acima, existe m referências
a s ubs tância s conl O histalnin a) hi aturonid ase)
apamilla, além de um fator de sagr egador dos
m as tóc itos.
A quantidade de veneno injetada em lUna fer-
roada gira em torno de 0,1 mg, enquantO que cada
abelha possui cerca de 0,2 :l 0,5 mg de veneno seco.
A constimição do veneno é muitO complexa,
e inclu i aminas biogênicas, peptídeos e proteínas
(enzi m ~s) .
Entre estas substâncias, contém apamina - um
peptídio neurotóxico que 'presenta profundos efei-
toS n as funç ões da medula espinhal, acarretando
convulsões, hipera t.ividade e espasmos nos múscu los
esqueléticos.
Apresentam atividades farmacológicas e alergê-
nicas, produzindo dor localizada, edema e eritema
(causados por aumemo da permeabilidade vascular).
Em relação aos fatores alergênicos estão as enzimas ,
que são os maiores componentes da maiori a dos
venenos anlmaJS.
Quando recebe d9ses fatais (acima de 4 mg/
kg), O indívíduo geralmente sucumbe por fa lha res-
piratória.
Sugere-se que esse peptídio atravesse a ba rreira
hematOJiquórica, pois a atividade central é observada
tanto em administração sistêmica quanto em injeção
intrave nrricular. Em nível periférico , a apamina atua
como efetor altamente seletivo de permeabilidade
iônica em algumas membranas celulares, reduzindo os
fluxos de potássio, diminuindo amplamente o tônus
inibitório e aumentando a excitabilid ade, entre outros.
Durante o ato de ferroor, estas proteínas antigê-
nicas de elevado peso molecular iniciam uma resposta
imune catac terística, responsável pcla 11ipersensibili-
dade de alguns indivíduos.
Em certas ocasióes, as reações alérgicas imediatas
provocadas por efeito direto de venenOs de abelhas ,
chegam a ser mais intensas que reações desencadeadas
pelo veneno de serpemes, escorpiões e aranhas.
Entre os sinais e sintomas da toxicidade estão
inclusos: edema pulmonar, vômitos , náuseas , hipo-
tensão, fraqueza generalizada, taquicardia e perda da
consciênCIa.
Em manifesrações tardias podem ser incluídos: he-
matúria, rabdomiólise e IRA (insuficiência renal aguda).
Podem ocorrer também: , índrome da deficiência respi-
ratória aguda, hemólise intravascular, disfunção hepáti-
ca, rabdomiólise (com mioglobinemia e mioglobinLma),
hipertensao e lesão do miocárdio (possivelmente devido
à liberação de catecolaminas endógenas pela fosfolipase
A2 e melitina do veneno) , choque, coma e hemorragias.
Os acbados laboratoriais inclll.íram ieucocitose com
neutrofilia, aumento das enzimas séricas (AST, ALT ,
CK, LDH) e de creatinina.
Em simaçães em que ocorre um número extremo
de picadas, o indivíduo pode cheg:lr a óbito ligeira-
mente por causa da cardiotoxicidade do veneno, que
é citotóxico.
Dinãmica Miasmática
Pso ra
IndivíduosApis, em sua Psora, travam wna vida
frustrada , pois perderam O paraíso da fecundidade,
tornando-se estéreis, demonstrando sua menos -va lia e
 Maféria Médica Homeopática Interpretada
escravidão quando renunciam a si mesmos; perdendo
sua realeza; tornando-se tristes, chorões) ciumentos,
fanáticos por trabalho e, assim, a psora do medica-
mento Apis, carregará consigo a frustração de que
chegou apene" na metade do cantinho e que deverá
anular-se para o bem comLU11.
Sicose
Na Sicose, como uma defesa, a pessoa Apis
apresenta-se mais ciumenta, loquaz (dicltorial),
fugindo de situações embaraçosas c difíceis com ir-
responsabilidade, tendo crises de riso perante coisas
sérias, fingindo insensibiliJade ftente a reais proble-
mas, transformando-se em um verdadeiro Epicurista,
(gozador dos prazeres do mundo, divertindo-se com
o que acontece à sua volta, até mesmo justificando
sua ninfomania, que também se justifica como a busca
insana da fecundação).
São indivíduos batalhadores, competentes e
dinâlnicos, têlll mllita iniciativa c (spírito de líderan-
ça, sendo também observadores c curiosos, al<'m de
muito ágeis e precipitados . N ão medem esforços para
cum pnr suas metas.
Sífilis
Sifiliticamente desejam a morre, são misantro-
pos, exacerbam seu desalento e melancolia, enfraque-
cem ideias, têm raciocínio lento, violê ncia exagerada
e pressentimento de morte, que justifica-se pela vida
muito curta (de 6 a 8 semanas) das abelhas operárias.
Visão homeopática
Analisando de forma analógica, podemos chegar
ao seguinte raciocínio clínico das manifestações de
Apis (das abelhas) que alguns inclivíduos apresenram:
Grito encefálico: Sintoma característico desse
medicamento, é descrito como de grande importân-
cia. Em uma situação na qual o inclivíduo ptofere
gritos agudíssimos em sono, pode-se estabelecer
uma identificação com a picada da abelha (quando a
dor da ferroada é tão intensa que o paciente grita).
Esta situação de grito encefál ico ocorre também nas
merungoencefalites, sendo graças a isso um potente
medicamento para essa patologia.
Na procura de odvogar este tem;> e enconrrar
pontOS com uns entre o comportamento da abelha e
O dos hLU11anos:
Os sintomas mentais são agravados pelo calor,
deixando-os tristes, chorando sem causa, tendo de-
pressão emotiva muitO importante e agitação.
Sintomas orgânicos também agravam pelo calor,
com erupções vermelhas, edemas e retenção líquida
em geral.
As abelhas tanlbém tem INTOLERÂNCIA AO
CALOR, desenvolvendo através do levar água para
dentro da colmeia, especialmente nos dias mais quen-
tes e secos (diluem o mel) enquanto as operárias ficam
batendo as asas e vo:ffido em série com uma formação
adequada, rígida fnendo assim um complexo sistema
de ar condicionaJo.
Quando queremos que uma colônia se mude
basta aC~l1der fogo e deixar a fumaça sobre a colmeia
que as abelhas partirão. Os indivíduosApis melhoram
quando jogamos água fria no seu rostO.
São I:-.iDIVÍDUOS AGITADOS, bem como as
abelhas tt'l11lUna locomoção rápida, chegando a vibrar
as suas asas a 400 vezes por segundo.
Dicas Temáticas
Apis mel - Onde a identidade do grupo é a mais
importante! Renuncianl a sua identidade particu.lar
e assim passam a ser um de LU11 grupo, portanto eu
Não O Carlos, médico, pai de 2 filhos, btasileiro... ou
o Mário, dentista paulistano. Antes sou corintiano ou
palmeirense ou deste ou daquele partido ou grupo
religioso. AMABILIDADE - é ter prazer de traba-
lhar pelo outro e em Apis esta situação alcança sua
expressão máxima, pois tem prazer e fazer um doce
para sua vizinha, lavar. o carro do amigo ou cortara
grama do campinho ao lado.
Pa'togenesia
"Necessita estar muito ocupado, fazendo algo,
delírio ocupado". Trabalha em excesso, sente-se mal
quando nâo pode trabalhar.
O indivíduoApis tem debilidade nervosa, que se
manifesta como transtornos de coordenação motora
(caem objetos de suas mãos como se perdessem o
controle de seu próprio corpo).
Busca tonstantemente o contato com as pessoas
e sente-se inseguro quando sozinho. Este tipo de com-
portamento lembra uma criança Irágil, que enquanto
"criança" explica sua necessidade de contato com LU11
grupo. Remete aos monges, que vivem em comuni-
dade, renunciando à sua identidade e sexualidade,
colocando em primeiro lugar sempre o bem comum.
A pessoa Apis dança, e demonstra melhora de
toda a sua sinromatologia com a dança, o que se
justifica, sabendo-se que a dança neste caso é como
a linguagem das abelhas, que através de seus mo-
 Carfos Brunim, Mano Glorgi & Colabs.
vimcntos transmite aos dema.is () local onde es tá a
fonte alimentar !ex: danças ctrculares indicam que a
comida esd .\ menos de êcm metros; dependendo do
ri ano do bailado, informa a <]u<lIltid adc de alimento:
quanto mais ve lo/., m .1is dJil1lellto). JLlan Shaffer refere
que existem di aktos da lingmgem das abelhas, e que
em divlTS,lS n:git>es h;l sistcmelS próprios de diálogos)
relacionados com a d ,mça.
Pacientes ilpiI são deveras ciumentos, ressaltando
que a abelha rainha é a !11(lis ciunlent<l da natureZ:l,
chegando a marar suas irmá, I':lra poder reinar sem
compe tição, é possível justilLc"f este tipo de com-
portamento .
Apresentam grande i.n~ó ni~l e rôrica, com mui ta
I,,-sclv ia . Este desnrio erótico ,\contece durante
ci to scxual da abelha} no qual 0" ó rgãos gcnita.i:s do
zangé\o são dcst:lG\dos para PCrI1\.U\ccercll\ na bolsa
gLnital da rainha ,·que a,,",s im o z.mgão e casn'O -o
durante a cópula, demo nstran do ~ im hol i ca me nrc O
qUtlllto é cxclusivista, C iLU11 l"'nt;1 ~ frívo la, impiedus.l e
dominador.l)
Cabem neste capítulo algumas citaçúes a respeito
dl-'te tipO de compo rtamento :
" Os individuos A pi< são Ci umentos 13/ 1. "
(Kenr,l926 ).
"dese jo sexual vio lento em viúvas 453/2."(Kcnr,
1926 ) .
'"as coisas doces como o m el, ;1~radam O P;l-
bda r ebs pesso"s". (Bronfman, ap ud Brunini cr aI.
1992 ).
Sintomatologia
1 Co nvulsões ese nCldc.ldas por Ilm banho quenre
o>u um qua rto ~b"fado e quente. O que carac·
te riza C.H :lS convu lsóes está n o fato de serem
unibtera.is, assim : Ilml"do do corpo rem abalos
e outro lado fio paralisado.
11 Grande m ed icamento cicatrizanre para feri·
d.IS, desencadeadas por outros insetos , cujos
transto rno, fo ram d ese n cadeados rápida e
violen tarTlc n te .
11 1. Menint'i tc com do res de cabeça que parecem
picadas de ~belhas, lev"ndo a gritos; os c"belos
caem em placas.
IV Pálpebras inch adas, acompanhadas de conj un-
tivite, estrabismo e fotofobia.
V. Tod~s aS mani fes tações deApis nos lembrarão a
ferro ada da abelha, com 11ma dor em pontadas
e edema . ll r<lças a esse ripo de edema , será um
grande medicamen to para eelema de glote ranto
dos alérgicos, (pós-operató rio, po r manipula-
ção endotraqueaJ ).
VI, N as vias lIri.n~ri:ls , é UIll g rande lned ical11ento)
ocorrendo urinJ em gOlejamento, ou anúria,
albUlnint.'tria) hemaruricl e c ilindrúria, muitas
vezes , por esforço urinário e ~co mp anhado de
!(ritos no bebê.
VII É muito trequc l,lre cisto no ovário direitO,
sendo que, as mulheres Apis companiJham com
[(ali cnrbOllictllil, o aborto nos primeiros meses
de gravidez, k-mbr;\l\d" qu e .\ abelha oper.íria
é es téril) sendo portanto , / 1/,I,\'. um gr<111d t:
me dic~mento paI<\ mulheres co m tendência a
a bOl"t.l rem.
° VIII Divide com Lai"!Jcsú ~ int"krânci ,\ a rOllp~s
e adomos em vo lta do pescoço .
IX No repertó rio de KE};T consta a mbric,,: l.lu -
s50 de que a lingll " é de lll.ldeira 44/3 (U.R.).
Xo No dicio nário dos símbolos de Chevalier, na
págin" 579, encontramos : na Índ ia,,, madeira
é o símbolo da substância uni vers<1 l, sendo a
matéria prima que deriva cada uma das outraS,
portanto) é a Inatéria-mãe, demo nstrando que
em ApiJ, o termo maternidalk akan~a gr.lnde
hierarqu ia (tratamento para cstcri lid.ldc).
XI. Asma, res pira com dificuldade, necess ita ja-
neJ.h abertas.
XIl. Rel\matism o, nódulos gowsos, eri s ipel~,
sinovites e rigidez. '
Xln. dJafrios, urticárias, picadas de insetos, fll -
rllncuJose, sonolência depois de comer.
Sintomatologia Mental
IndivídllosApis costumam melho rar com a se n-
sação de água fria no rosto (bem diferente do ardor
e queimação de Arsmicum a/hum).
AbeUlas não sobreviveriam a variações de tempe-
ratura, Illoti vo pelo qual possuem um sistellla s imíl~r
a Ulll ar condicionado, no qual em tem po quellte e
seco Glrrcp;a.m água para dentro) para u.medecer a
colônia c dil11.ir o mel, se necessário for. Sempre que a
temperatura da co ~nei.l aumenta, as abeU,.l.S o pedtias
constitucnl lima fo rmação enl série, vibrando as asas,
e, desta form~, tormando um turbiJhonamellto de at,
que:: rdi·igI.:L\ ;t mesma.
Estes insetos ficam muiro agit"d os com o fogo .
São pessoas ~gitadas (parte moto ra), não são
eapnes de caminhar tranquilamenre pela rua , pois
pnSS lll'ln uma pressa psórica. Por este motivo, sua
 Mataria Medica Homeopática Interpretada 63
locomoção é extremamente rápida (convém salientar "Esta foi a primeira cura de hidtopsia por Apis
que a abelha pode vibrar suas asas até 400 vezes por que foi registrada. A partir deste fato empírico, este
segundo). usu in morbis, percebi que a profiss:ío havia estado
Sua sintomatologia mental pode ser agravada alheia a lun poderoso agente de cura e, por conse-
pelo calor, siruação na qual sente-se triste, chora sem guinte, iniciei uma série de experimentaçóes e ensaios
motivo aparente, apresenta depressão emoriva muito clínicos com Apis" (Dr. E. E. Marc)' et ai. apoud
importante, que é acompanhada de melancolia, irri- M.L.Tyler,1992)."
rabilidade e medo da morte, além de sono agitado e
gritos encefálicos (cs tcs e{)muns em crianças). Sua Diagnóstico diferencial
sintomatologia org5niea também pode ser agravada
O diagnóstico diferencial deApis com Champho-
pelo calor, oCbionando erupções de pele, edemas de
ra, Ca."sticum, China, Conium, Lachesis, Lycopodium,
face, pálpebras c faringe, sensação de corpo estranho
Phosphorus, Veratrum, N= vomica, Ignatia e Sulphur
preso na garganta, ranger de demes etc.
foi feito por Brofman, considerando o aspecto or-
Primeira cura de hidropsia, de acordo com T yler:
gulho. Todos os medicamentos acima citados soo
"Em 1847, a ;ltcnção do autor foi dirigida ini-
orgulhosos ao passo que Apis e Champhora são des-
cialmeme a Apis 1IIcUifica como um ageme curativo
providos deste st:ntimento.
através da uma cura exemplar. Um garoto, com cerca
Considerando o pOntO de vista ditatorial:
de 12 anos de idade, vinha sofrendo durante vários
- Ditadores tem por hábito não tolerar con-
meses de ascite c hidrotúrax. Durante três meses ele
havia sido tratado inicialmente por médicos alopatas, tradições: Apis, Champhora e Causticum toleram
de uma discntcria, acompanhada de aseite. Depois foi comradiçóes. Ditadores são pessoas constantes, Apis
e Arnica são pcssoas inconstantes.
tratado por vátios meses POt um médico homeopata .
Nenhum bcncfício permanente resultou de ambos A sintomarologia orgânica de Apis lembra lima
os tratamentos, e os simomas por fim, tornaram-se picada de abelha, com dores ardentes, que, por sua
tão urgentes, que fui chamado para uma consulta na vez, lembram a ferroada, o gue deixa a região ede-
qual recorri imediatamcntc a uma punção para salvar maciada, com derrame de líquido se toSO a seu redor,
o paciente do perigo imincme. Novamente foram acompanhado de aumento da temperamra local e
prescritos remédios homeopâticos apropriados, mas inflamações avermelhadas. Melhora com água fria.
sem debelar o curso avançado da doença. O paciente
Homeopatia & pediatria
começou a acumular líquido novamente com grande
rapidez. A secreção de urina fora quase suspensa, a O temperamento da criançaApis é frágil e labo-
pele estava seca e quente, o pulso rápido e fraco, a rioso como a abelha.
respiração curta e difícil, havia grande sensibi.lidade
no abdome, boca e garganta secas, sede, inquierude e
ansiedade excessiva, tosse curta irritante e uma quase
total impossibilidade de dormir.
Neste estado do caso, uma índia nômade, uma
das poucas sobreviventes da tribo Narragansett, su-
geriu que a família usasse uma abelha mduera todas
as noites e manhãs. Ela encerrava as abelhas em um
balde de lata tapado e as levava ao forno quente até
que fossem mortas e então, após moê-Ias, fazia um
xarope que era dado ao paciente à noite e pela manhã .
Depois de um período de cerca de 24 horas, a pele
tornou-se menos quente e mal' macia, a respiração
menos difícil e ma.is livre, o pulso mais vagaroso e
forte, houve um alunentO substancial na quantidade
de urma. Daí para frente os sintomas continuaram a
melhorar constantemente, a efusão hidrópica dmú-
nuiu dia após dia, até que no fmal de poucas semanas
o paciente estava compleranlente curado". Dra . .MR:rgareth Tyler.
 Carlos Srunini, Mario Giorgi & Colabs.
Sua adaptação social é muito boa , por exemplo
em situações co mo adequação a wna nova nmna da
escola, sua posmra é posi ..iva, demons tra não ver a
hora de ir pra escola.
Desde cedo vive trabalhando, inclusi ve fabrican-
do seus próprios brinquedos.
Possui wn enOrme senso de organização, aprecia
atividades como arrumar a casa, está sempre com um
pano (" vassoura na mão .
Em geral ctianças Apis são muito amáveis , têm
prazer em servir e oferecem-se para cwnprir tarefas .
Adoram dançar.
Sentem mu.ito calor, vivem se abanando.
Precisa m de apoio do grupo para se afirmar, são
I11seguras.
Possuem muitas reações alétgicas (são lliper-
alérgicas), m anifestando erupções, edem as (face,
pálpebtas e faringe - sensaçâo de corpo estranho na
garganta).
Característi ca marcame: durante a dentição a
cnança gma.
Durante o so no reage com sobtessaltos e gritos
súbitos.
Bebês e crianças cosmmam aptesentar retenção
minária, que causa tal desconforto a pOntO de a crian-
ça grirar e sal tar pela casa.
Apis representa um excelente medi camento no
tratamento da ASMA em crianças quando os acessos
são alternados com urticárias.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Uma característica do animalApis
é ser apressado por natureza , locomover-se rapida-
mente. Precisa estar sempre ocupado.
Não sllJlorta ficar só, neces.s ira permanecer em
grupo. Seu estado melhora ao ouvit música, e cos-
tuma d;lOça r.
É muito ciwnento. Chora sem motivo aparen-
te e demonstra tristeza. Ao deparar-se com calor e
fogo, toge instintivamente . N ;io tolera ambientes
kchados, pode um sinlpJeS banho quente ou uma
casinha aba.fada pode desencadear uma convulsão.
Sua melhora pode ocorrer attavés de wn banho frio.
Em vetcrin;íria, Apis é wn grande medicamento para
patolog;i:ls (Olno: retenção lltinária) incontinência,
diarréi,l involllnrária (como se o ânus estivesse cons-
tantementc aberto).
Em rea~ões anaftláticas, (independente do mo-
tivo), não há relato de nenhwn medicamento mais
eficaz que Apis.
Além das indi cações citadas acima , convém
salientar: ascite, hidrotórax , todo tipo de edema -
desde que haja agravaçâo pelo calor, por eSLlr só,
inquietude, ciúme.
Casos clínicos
Caso clínico Humano
N ome: P.S.
Idade: 63 anos Sexo: feminino Cot: branca
Estado civil : viúva
Nacio nalidade : brasileira
Profissão: funcionária pública aposentada
D ata: 28/08/ 92
Queixa pregressa: "Sinto agulhadas pelo corpo,
fica doendo, queimando, não tem lugar certo. Tudo
começou há mais ou menos seis meses quando inchou
e inflamou o joelho direito, sentia agulhadas e queima-
va. O farmacêutico, velho conhecido nosso, indicou-
me uma po mada de liSO veterinátio, Calminex, que
foi um santo remédio. Uma semana depois acordei
com o rosto inchado. Fui correndo ao urologista, fiz
uma série de exames e não acusaram nada ; Como eu
continuava sentindo agulhadas por todo O corpo,
ele me encaminhou para u reumatologista, quando
fiz novos exames que também não ac usaram nada.
Ele receitou cortisona; ÍlJO tom ei. Resolvi tentar o
tratamento homeopático. Não estou tomando nada.
O que tem me aliviado um pouco, são as compre.",.lS
ftias, não suporto o calor.
Sou muito inquieta; faço tudo correndo, poucas
amigas da minha idade - e até com menos idade -,
conseguem acompanhar o meu ritmo. Moro com
um a irm ã mais nova, totalmente diferente de mim .
Apis animal.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Eu gOSto de dançar, vou a todos os bailes do clube
da terceira idade; adoro este clube. Lá nós fazemos
crochê, tricot, bordados, ginástica etc. Sou eu quem
organiza tudo, não sei ficar parada. Esqueço que
tenllo casa, irmã, esqueço até de mim para falar a
verdade, sinto-me bem assim; enguanto ela (minlu
irmã) não sai de casa.
Agora, ela quer que eu vá com ela fazer retiro.
Deus me livre! Não dou para viver isolada.
Meu marido era um samo homem, satisfazia
todos os meus desejos; eu era muito ciumenta e ain-
da sou, acho que por insegurança minha, porque ele
nunca deu motivos. Ele morreu do coração, infimo
(chora). Eu sinto muira Luta dele, em todos os sen-
tidos, a seMora emende?
Quando o meu marido faleceu , eu rambém que -
ria morrer, fiquei só, nós não tivemos filhos. Figuei
muito deprimida, isolei·me, achava que ia morrer e
tinha medo. Precisci ser intern~da em uma clínica psi-
quiát~ic'l de t50 ruim que fiquei; e isso já tàz dez anos.
Erarnos três irmás, a 111ais velha faleceu com
dncer de mama, eu sou a do meio e a caçula, que
é solteira, mora comigo. No"os pais faleceram há
mais ou menos quinze anos. Tivemos uma infância
feliz dentro de nossas possibilidades e nos d~vamos
bem. Quando criança, dizem, eu gritava dormindo;
acho-me uma pessoa cariMosa, mas quando brava,
chego a ficar agressiva.
Não me sinto bem no calor, e como o verão está
chegando teMO receio que as dores piorem, por isso
preciso sarar logo.
• diurético. Após 4 dias: Anti-inflamatório hormol1al
\ Por lUTIa semana só conseguia ingerir líquidos
Apis criança.
5
No calor, não durmo bem, fico irritada e até
agressiva, justamente porque não me simo bem.
SOMO, mas nunca lembro dos SOnll0S.
Na alimentação gOSto de comidas ácidas, mas não
rejeito nada. Não sinto sede, bebo pouquíssima água.
Minha transpiração é normal."
Exame cünico
EGB, paciente J10 mamemo assimomátiea, afe-
bril, eupncica acianótic.l, anictérica, sem edemas, PA:
140 X 90 mmhg, AR, ACV, AD e AGU: ndn
01 :Apis mellifica CH 100 (dose lmica ). Retorno,
em trinta dias.
Em 02/10/92 , a paciente faz um COntato tele·
fônico:
- Dra. estou ótima, qualquer hora apareço por
aí. Muito obrigada'
Caso clínico Veterinário
Coleta de dados do ambulatório veterinário da
F ACIS unidade de Porra Alegre - RS
Nome do paciente: Chica da Silva
Idade: Aproximadamente 3 anos
Espécie: Can.ina
Raça: Pasror Belga
Pelagem: Preta
l' consulta:26.05.02
Queixa principal: Há aproximadamente a 45
dias foi picada por abelhas. Mais de 100 ferrões na
cabeça, boca, nariz, orelhas, língua e OUlOS. Desde
então não camiMou mais . Deambula apoiada nos
membros anteriores.
Primeiramente foi trarada com veterinário alopa-
ta que medicou comcami-histamínico, antinflamató·
rio não-hormonal (ácido acetil salicílico), dipirona e
(dexametasona) e Anri·inflan1atório não·hormonal
(piroxicam ).
Ficou duas noites sem dormir, apresentou edema
no tornozelo e urina com odor estranÍ1o.
(pão com leite).
Há 1 semanas, cada vez mais ofegante, se cansa
facilmente , parece que está fraca , andar cambaleante,
girando ao redor de si até cair, deita enroscada e fica
nesta posição.
Temperamento: é dócil, se riv~r comida por
perro ela rosna e ataca Outros caes. E i.nteligente, é
muito apegada ao dono.
Fezes : só consegue defecar com as pernas eleva-
das. De aspecto normal.
História pregressa: Raio X de articulação coxo·
femural bilateral grave, apresentava claudicação.
 Carlos Brunin;, Mario Giorgi & Co/abs.
Medo: De apanhar. Houve uma slmação que
matou uma galinha (que <:reI a preterida dos proprie-
tários) e os donos batCfelm neb, ficou apavorada e
encolhida. Desde emão. n:io. fo.i mais ameaçada.
Necessidades: preciso de um lugar macio para
deitar, após o acideme.
Em função do acideme c telmbém por apresentar
simomas como: edema.jnchelço, vcnneUlidao (erite-
~a) e por se tratar de uma situação. aguda,onde os
SlOtomas mais graves necesSitam ser prontamente
revertido.s foi rw:itadoApis ",cllifica 12 CH - 5 gló-
bulos wna vez ao dia durante 30 dias.
Retornou em 30 dias: Melhorou o vermelhidão
dos olhos já no 2° dia do tratamento. Começou a dor-
mir (l1elho.r. Está mais dispost).. Respiração melhorou.
Apetite rerornou. Sente muita sede, pede água. Pede
também para sair e fazer suas necessidades, cerca de
duas vezes ao dia.
Medicada também com:
Amua 6 CH - 5 glóbulos duas vezes ao dia. Até
reavaliação.
Nosódio de: Tecido cartilaginoso, muscular e
tendão na 30 CH - 5 glóbulos 2 vezes ao dia. Até
nova reavaliação.
Em agosto de 2002, já apoia os membros pos-
teriores no chão e em dezembro conseguiu subir no
carro sozinha.
Após, foi reperrorizada e medicada com remédio
constitucional, para a queixa de displasia coxofemural
bilateral grave, e com este tratamemo apresemou
meUlOra.
 Matéria Médica Homeopática Jnlerpretada
Aranea diadcma (Epcira diadema )
Nome comum -A milha diadema, aranha da cruz
papal, aranha p017a Cl"IIZ, (pérides.
Descrição
Encontrada na Europa e na América, nas paredes
das ruínas, nos estábulos etc.
Apresenta o corpo ovoide, grande e sem pêlos,
e nas costas uma linha lo ngitudinal , formada por
pontos brancos e an1arelos; é cortada por três linhas
similares à cruz. papal.
Preparação
Tíntura do animal macerado segundo a 4' regra
(farmacopeia homeopática mexicana).
Efeitos tóxicos
Como as Tarântulas, Mygale, TheriJion, O vene-
no das Ara1lCilS atinge fortemente o sistema nervoso.
O efeito da Aranea, em geral, apresenta ações
sobre o sistema nervoso, sangue e ossos.
Aranea diadema
Ação sobre o sistema neIVoso
1- Sistema nervoso central é comprometido no sen-
tido da depressão, com uma profunda astenia,
levando a um enfraquecimento vital.
2- O Sistema nervoso periférico sofre d,mos nos nervos
perif~ricos com grandes manifestações nevrálgicas.
3- Centros ténnims atingidos com grandes aCl'SSOS lcbtis.
Ação sobre o sangue
Tendências hemorrágicas l' hemofílicas, com
esplenomegalia.
Ação sobre o sistema musculoesquelético
1- Inflamação das articulações com dores do tipo
reumático.
2- Dores ósseas intensas e perfurames, com osteítes
principalmente de tíbia e calcâneo.
Sintomas mentais
Aral/ca, como todo remédio homeopático,
mantém estreita relação entre o seu caráter (tempera-
mento) e o seu hábitar, no desenrolar de sua dinâmica
n1i:lsmáric:l.
As Tarântulas mantêm estreita reLlção com ('I,
fato res' semelhantes ao brilho e ao calor lbs areias; a
Theridion enjoa e se agrava com os mueios l,rodu -
zidos pelo mar que a cerca.
Aranea habita as paredes das ruínas, dos estábu-
los, e os lugares úmidos. Desenvolve seus sintomas
miasmáticos ligados a esses fato res do seu hábitat. E,
como uma aranha, tamhém mantém características
próprias da famOia.
Todas "envenenam o sangue» e "atuanl) pre-
dominantemente, no sistema nervoso produz.indo
si ntoma~ espas módicos, como a careia e ,\ hi stcri a"
(Farrington) .
Ara,nea tem as caracrerísticas dos relnédios hi-
drogen o ides como Nat-s e Thuj.
Podemos considerar como importantes:
1- A Ulnidade as.'inci:1dJ con1 seus sintomas co -
muns) t~lis cütno febre) paJudjsn1o, reumatismo
etc. características sintomáticas-sicóticas.
2- As paredes das rlI ím s, os es t,iblllos co m o
sentido reatiyo emocLol1.1 1 ligadu aos fa rores
de 'lbJndo no ck" ambicntes aqn.ec idos com o
calo r da convivência humana : o seu se nso de -
pressivo, o aspecto ca nsado, tàstidioso, o o Lh,lr
desespcLKlo e a vont.1Je de morrer - sintoma
psórico-si filíti co
Como na letra do samba bossa -novol:
ess~l terríve l nostalgia,
(C •••
que ch~lInam de vagotonia,
essa tristl.:za de viver,
dá uma \'ontade de morrer .. "
Aranea é vagotônica e111 seus espasmos viscer.ú.s
e glandulares. E apresenta period icidade ao sc· mi-Ios .
É o remédio, por excelência, para a' fehres pa lúd icas
com calafl-ios c ptincipaünente as pcriudicas, como
a malária. O paciente sente um frio que chega aos
ossn'i e nada o alivia.
Mas no sono é que AmllCil manifesta a sua
expressão mais sicótÍca. Na cama, quer dormindo,
quer desperta,Aranea apresenta suas mais profundas
manitestações.
O esgotame nto de A rallea vem acompanhado
por um desejo de ticar deitado, mas sente uma sensa -
ção de frio glacial nos ossos sem q ue se possa aquecer.
O sono torna-se agitado, com o despertar frequ ente.
Ao despertar tem a sensação de que as mã()s e os an-
tebraços estão inchados e pesados. O doentc acorda
muitas vezes, à noite, co m a ideia de que uma parte
do seu COtpO está consider~vdme nte inch.lcb e tem
de tocar a região para fazer desaparecer essa sensaçao.
O local úmido, chuvoso o u fri o (como os sótãus
e os porões) , e mesmo o banho demonstram, quan-
do agravam, a profund a sensibilidade de Aranea à
água. Aranea tem completa in capacidade para viver
perto de água doce (rios, lagos etc.). Ou em lugares
úmidos e ftios.
Outra grande característica de Aranea é a pe-
riodicidade. Seus sinto mas sobrevêm e desaparecem
sempre no mesmo ho rário.
Aliás, A ranea cosnuna , com fregllência , agravar
ao meio-dia e à meia-no ire. Ag rava deitado.
Aml/(Il também apresenta ,'olta peri ódic~ de S(llS
sillro m3s, lo:' exatamen te à mesma hor;:l~ com lU11,) se n-
saçio contínua de frio. Mas os fatores de melh()r.l Um-
b~m apreSe nt,ml um~ particularidade basranrc típica:
Am1"lca melhura ao ar line e com a fUl11aç,l do
[lI111 0 , ou fumando. i\preSenta lateral idade direita.
Presençcl const,mtc de cahfrios, ligados J sensa -
ção conStante Je l;'iu e com periodicidade de sinro mas
que faze m de A nlllCiJ um" opção p"r.l atenuação dos
si ntom" da maLíria.
O frio e a constituição hidrogeno ide fnem com
que ...-:l rnncll Sillt.I , CUl11 frequência, a sensaç~o de que
partes de Seu corpo estejam maiores e nlai s pesadas
(?>lat.<".). Às vezes acorda à noite com a se nsação de
q ue sua mão tem o dobro do tam anho natural . Mas a
principal inchação é a do baço, que é rea l (r rincipal-
mente depoi, Jo LI'" de quinina 379.3.U. R .). Aml1ea,
como Cbin., rLTr. , tem csplenomegali a.
.Aranea melhora COll1 () ~o l , procura o sol, e,
com um:1 C1L1C[crísrica inrcn,,:ss;ln tc: nãu .~ ua. Apes;lr
da cxposi)·;l() do C:;llor do sol, AnlJlffl não tLlIlspira.
Duran[t' suas febres intensJs, com cala.fi.·ju, não sua.
Outro grande faror de melhora" comprimir o
local d'l dor.
Amnca apresenta ansicdade e embotamento
quando no ar úmido e a,ua es turet:l<;5o umbé m
rnelhoLl com o funlo. Apresenta um hl1mor nu ge ral
alegrt, mJS quc se alterna com triSte/..l.
Apresenta contusão 'm enr~ 1 dep()is J e comer, ao
,llloitl'ccr e ao se s tlhlnct~ r .\ l'sfon;o Illenml.
lIusôes Je Jumentu Je partcs d" eurp" , princi-
palmente mãos e antebraços. Ilusúe, auditivas como
se escutasse conversas disr.1I1tcs tU.R.).
Durante as febres periódicas ap resenta indife-
rença de humor.
Suas i"quietudes freq uemes melhoram ao ar ~v re,
m as vêm sCl'uidas da ilus.io de que uldo rarece irreal.
Durante a menstrua~Jo ou d urante ('llor febril
apresenta grande irritabilidade.
Tem remot de lugares estreitos e da noite. Du-
rante o calor fehril apresema grande rristeza e não quer
deixar a cama. Fs<" melanco l.i a, advi nda do estado
febril, melhora ao ar livre. Deseja a morte.
Sua cabeça apresenta a sensação de estar quente
muna tentativa de vencer o fiio patolÓgiCO que a acomete.
O "calor na cabeça" desencadeia confi,são mental
com dores que se irradiam para o max.ilar inferior
(com o uma nevralgia de trigêmeo).
Aranea vai para o ar livre , passeia, acende o seu
ciga rro e melho ra . Pela manhã havia passado po r um
 Maléria Médica Homeopática Interpretada
pequeno momento em que sentia uma espécie de
vertigem logo que se levantou. Mas nesse momento
já não conseguia mamer-se deirado.
As suas tartes dores de Clbeça OCOLTem com nevral-
gia, principalmente do rrigêmeo direito, com uma dor
que vai da perikria para o cenrro. Sente calor e tremor
nos olhos, que se irradiam p3rJ J manchbula, com dores
violentas, " noire, iJl1cdiar;unente depois de se deirar.
À rarde, ao estudar, sente confusao na cabeça e
dor pressiva nos ossos da rêmpora direi,a e no alto da
cabeça, que melhoram comprimindo a cabeça com a
mao; os SllltOIl1;l"õ reaparecern tão logo a lnão é reriLlda.
- Imeressante regisrrar que a dor de cabeça de
Aranea nem sempre cessa rotalmeme fumando , mas
desaparece, por completo, se fumar ao ar livre - e,
principalmente, ao ar livre na primavera.
- Boca com muita sensibilidade, com sensação
de frio nos incisivos inferiores direitos, especialmente
aspirando o ar. Essa dor retoma no dia seguinte, na
mesma hora, com uma febre tipo intermitente.
- Dor súbita e violenta nos dentes e ma},jlares
superiores e inferiores, à noire, imediarameme depo is
de deitar.
- Dores em fincada no palato e faringe.
- Depois que bebe leire sente um gosro desagra-
dável, de resto.
- Sensação de frio nos dentes, de caráter agudo ,
que reaparece, cada dia, à mesma hora.
- Náuseas, com gosto amargo na boca (que passa
fumando) com língua membranos".
Ainda com sinais particulares interess anre s
vamos encontrar l1nla nevralgia inrercostal que se
desloca até a coluna.
Ara1/ca cosruma "presenrar hemoi,rise com in-
tensa oprcss:Lo no tórax e com taquipneia.
As mulheres apresentam di srnenorrei a co m
menstru"'iões frequenres, copios", " p;.-olongadas. O
fluxo é, nornlahncnre, viscoso , nt:SSilS ., ituações.
Sono leve, com despertar frequ ente, sempre
com a SCL1SJçáo de que os braços e as mãos es taVam
inchados c mais longos e fortes que o habitual. "Eles
estão tao pesados que ela imagina qu e nóo poderá
Ievantar-sc devido ao peso" (MMP).
Ara1lea dcvc ser comparada com China, T uber-
culimm, e Chinintl1n sulphllricum devido à repetição
periódico dos sintomJs e deve ser indicada nas febres
intermitentes com ""pkno-megalia.
Caso Clínico
A .J.S., masc., comerciante, 32 anos
13/ 1/ 1994. H á mais o u menos 8 meses vinha
se tratando de " mal-es tar geral , com muito cansaço"
e <\ulla febre" que o aco meria sempre à no ice e na
mesma ho ra .
No início a febre sc fazia aco mpan.har por muiros
calafrios e dores que chegavam aos ossos. Teve muitas
complicações co m os de ntes, que começava m a doer
com o frio. Era uma d o r que aparecia subitamente e
às vnes logo que !><: deitava .
? s dentistas não acharam nada que explicasse a
dor. As vezes a dor ia para "o roSto", para o lado e aí "a
coisa ticJva feia"; não havia O que a fi zesse passar. Ele
fica va tão agitado, que "saía para fora" para caminhar
dura~te algum rempo.
As vezes, ele fi cava muito deprimido, principal-
menre quando se ntia essa dor fo rre , e a.í "ele sentava
na varanda de sua casa, a esposa ficava con versando e
aos poucos ia melho rando", (pergtultei se ele ftuna va).
- "Ah I dOLLtor, fo i bo m falar nisso. A úruca coisa
que melho ra a minha tristeza, - a minha muUler não
acredita , e os médicos dis.,eram que é psicológico -,
mas a ún.ica coisa que melho ra a tris teza c ".' do res, é
o cigarro . Eu fum o um cigarro e a do r vai passando
aos po uquinhos."
- "Eu tenho so frid o muito co m essas do res e o
meLl sono es d cada vez pio r. Às vezes, acordo co m
" d o rmênci~ " nos braços e nas mãos e parece que
pes am um a to nelada."
- "Eu sempre fui Lun ho mem de atividade e de boa
saúde. E agora vivo assim, sem disposição para nada."
- "Os médicos dizem que eu tenho nevraJgia de
trigêmeo; já fizeram exames porque pensaranl até que
minha febre era de malária. Acharam LLma anemia.
Mas nada de mal~ria. ,i
- "Eu já tomei tudo que é antibiótico, e agora
es tou usand o remédio para a dor do rosto."
Estava usando :
- Carbamazepiua - 1200 mg/dia;
- Fenitoina 100 mg ir noite;
- A mixiliua.
O paciente estava com olheiras, com aspecto de
profunda asrenia , com quadro mental de dcprcssdo.
Era janeiro, época de muita ch"va aqui na re-
g ião, O dia estava muito úmido e de referiu que com
a umid ade as do res pioravam.
M edicado co m :
Aranea 30 CH - d . repetida. 5 glóbulos 3 vezes
ao d.ia até desaparecerem os sintomas.
D o is dias depo is, estava ass intom ático. Suspen-
sa a m edicação , se manteve assintomárico aré agora
(se tem bro/ 1994).
 Carfo s 8rumni. Mano Giorgi & Colabs

Argentum nitricum

Sinonínúa Ação geral do medicamento

Ib;W"n"" ,litrimm OU ni tr~to de pr.rJ t:lm bém Tem uma ação especial e protú nda so bre o siste-
ch.l m, do de "pedra do diabo" ou "pedra dI' infe rno" ma nervoso cérebro-"pinhaJ. que \ aI de um.l >implo,
pc!:! E';~nl" . " liga dc b ilidade nervosa, o<Titaçãu, sonu cheio de inrcrnop-
çôes, fraqueza espinha l, fra'lucz3 das pernas inelo . t2
Or igem do medicamento
à paralisia, vertigens, obscurecimento da vista.
N50 e:ti... tc em I:Mado natural. É u n: ultado d , Tem oçlo também subre as mucosas, 30 nívd
a~.lo dl/ácido nirriccsobro prata (Ag..N'O,). É umsal J.1S quais prod uz "atonia c il1fbll13ç~n dcsITUriva" :
,uluvcl, se dilui f.lcilmeme em ;\gUJ; rem "bar típjw. úlceras na boLO , g.trg:OIlL.\, pilpeb r:1' , ~ó rne3s, bexiga,
mClõllKo, d sagradá\'el e é mu;t(,) dllstico . útero, vagina e vulva.
Ternm de um lado a pratl, a m~téri,l. o Sll(CS. u
m~tc rial do ho mem ; elo é tamhém o melhor condutor
de c31 r e de d ·tricidade; fui d Ulantc m uito tempo Características do Argenlum nilricum
esc ,U, ida (0 111 0 moeda, se ndo ao mesmo rempo São pessoas magras, abatidas, fatigadas, com
p rec iosa e bas tanrc llulcávcl. Outra c,,'ractcrística .tspecto enveU,ecielo c murcho; as criaJtças t"on aspecto
deste m etal é o scu brilho. Ela eSlá ligada à úea da de velhos, com os olhos e os lábios "/.l\l:ldos e secos.
mmunic;'ç:ío.
f'or uutro lado, temos o ácido níu'ico, o mais forte e
o mais cáustico de todos,,, ,icidos; simboliza o espírito.
E o ~e.s píriro do sal" dos alqu imistas.
O sal tesultante destes dois componentes, o n.itra -
to de prata, vai ser conveniente os pessoas obcecad.1s
ao m esmo tempo pela performance e pc.:la perfeição .
O nitrato de prata é usado nos hospirais como
colírio prc\Tntivo d.\)) contaminações \'~lginais no
momento do parto.
Quanto às 'uas dinamizações, a primeira deve
ser feira eon água destibda , a segunda em partes iguais
d~ águ3 e i1cool e da terceira em diante com álcool.

Experimentações
/\5 experimenraçót's iniciais deA'lJentum nitricum
produziram sintam. s físicos bem defmidos e Sllg"-
tivos. Produz tam bém peculariedades interessante, a
nivel mcnr ,L1 . Arg. n. - colírio p"'eventivo >ta hora do parto.
 Matéria Médica Homeopálica Interpretada
7
Segundo Gnernsey são individuos murchos e
secos, tran sformados pela doença.
fa ce cianótica, respiração pesada, sem pulso .
Como diz Kent, as características intelectuais e
mentais são as mais evidentes (é um reméd io mineral,
metálico, estmtmado e frio).
ArgenllJm nitricum apresenta como característica
central, a questão do tempo vivenciada de fonna angus-
tiada por representar para cio, ~ finitude. Nesse sentido ,
apresenta em S\la dinâmi ca um comportamento de tri s- AWJ-O JIt. ':J>tI ~~ (; ~ W<;, i'. .
~ll
teza e desânimo em relnçiio no tempo presente, como o ........,ri1 ~~, "'''''''-0
poeta Rilke que ao cam inhar numa linda estrada teria . CrFJttE'
dito que se angustiava diante da clcmeridade de tanta 1J111.A-_" - I~t".. MI~~ ,
bdeza condenada à finitude. Fst~ é o drama de Argenlum • k11J"~ Irlw/Li.-fl
nilricum: o passar do tempo, a finitude, a morte viven- 1'tu .u;..'"" :
ciados com profunda ansiedade, antecipação e angústia 1\::.tcJ~!1V"'</ ~·
existencial, impossibiliwndo-o de vivenciar com alegria
os momentos agradáveis do presente.

Característícas mentaís
Predomjnância dos si nrOlll;1S mentais: ern pri-
meiro luga r di stúrbios de memória e da razão. Ele
é irracional, faz (OiS.I< c'stranhas e chega a estranhas
conclusões.
Apresenta todo ripn de alucinações, imaginações
e ilusôes.
Sua mente está pertmbada por pensamentos
desagradáveis, principalmente à noi te. Esres pensa-
mentos o rorturam de tal maneira, que é tomado
por ansiedade e prc,"" e sai para lUa a ,1Ildar ; quanto
mais rápido anda , mais rápido acha que deve afldar e
assim caminha até a exaustão. Sua mente é invadida
por ideias estranhas e medo.
Supersticioso, tem a impressão de que terá um
ataque nu que ficará doente.
U ma das ideias es tranhas é a de que, se passar
por dctermin3da esquina, cairá o u terá um ataque.
Para evitar que isso ocorra, dá a volta no quarteirão e
evita, de qualquer maneira passar por <lqueb esquina,
com medo de fazer alguma loucura .
Impulsivo, quando cmza uma ponte o u vai a um
lugar ~Ito, aclu que po de matar ·se o u pular da ponte.
As vezes ele realmente pula . Quando o lh a para
fora através de uma janela alta, pensa como seria
horrível pular dali, e às vezes pula mesmO.
Inseguro, sofre de uma c\'Uema latta de confiança
em si mesmo, gerando um forte sentimento de desva-
lorizaç50, comCsentimentos de fracasso.
Torno-se mentiroso para esconder sua fraqueza;
teme empreender coisas, pois não acredita que terá
sucesso, e consequentemente não é ambicioso. Não
tem inclinaçJo ao trab" lho, não deseja fi\7.cr nada.
-À~/..#;i~ ~
{' \!./-~ II· .
É o mais fcíl, ico dos remédios. Está constante-
mente com medo de tudo . Tem medo dt: lad rões ,
medo de dnença , da morte, extrema ansiedade de.
que a morte est,í perto e, várias vezes prediz a própria
morte como Aevuitz,tm.
É um dos grandes apressados da Matéria M~di ­
ca. Como não se sente seguro, faz tudo com muir.}
agitação.
Têm a sensação de que O tempo passa muito
lentamente e isso o impulsiona a se apressar. O 'I!U
desassosego faz com que viva um inferno imerio r,
uma inquietmlc q'-!e não lhe permite encontrar a paz
e a tranquilidade. E um apressado, chegando sem pr
antes da hora marcada.
É lU11 dos gr<lndes remédios para os terrores da
anteci pação.
Tem pavor de exames. Quando tem algum com -
prolni sso, uma consulta méd ica ou denr-iri3) hCJ ~ n ­
sioso até que chegue ,1 hora. Se for viajar, fi ca am ioso,
cheio de medos, de tremores nervosos, melhorando
apenas quando a viagem começa. Se maror UIl1 en-
COntro com alguém, a ansiedade o faz fi car banhado
em suor. Quando vai a um casamenro, a um COl lCtTtu,
à igreja, a àJ1siedadc acompanha o medo, qu.: o le"a 11.
diarréia (GeJsemium ). Amedronta -se com mu.ltidões,
sente medo em cenas lugares.
 Carlos Brunml, Mario Glorgl & Colabs
Sente ai nda tri sta", melanco li a e confusãu.
~ Icmór ia fraca. Fica to nto ~o o lhar para edifÍ<.:ios
"ILOS co mo se ambos os lados pudc"cm aprox.imat -
se t espremê-lo; e sua vertigem aumenta ;'10 fecha r
molhos.
É teimoso , obstinado c apresenta as mais esrra-
nh.1.' objeções contra rudo o que lhe é propOSto .
Apresenta clal"rrolobia: teme elevadorcs , sauna,
enfim, qU'llquc r lugar IiXh,ldo.
Pa rado~mcnte reme fiur só, m as ao mesmo
tempo sente-!::'c In.ll fllllll ;t mbie:nte com nluitas pC'''-
soas. ProCUH, cntj o , tcar próxi mo da sa.ída o que
lhe d ~ um cerro conforto. Por tem er alrura e lug:l res
fechados , ao viaj ar de avião procura sem pr<: uma
pol trona junto à saída de eme rgência, meSmO que
nio ",e;:ja um lug:u muito confortáve l.
Dicas temáticas dramatização e compreensão
i\t r.l vés de seu) experimentadon.""i ) as drogas
re\~c bm ,in[Ol~ estranhos e caracn: n~l1Co.s) menl.us
e fí, iêOs, E qU'llldo esses si ntomas equipar,un -se aos
q ue são encontrados na~ pessoas essas drot-!.;\$ ( lIralll .
Qu,1l1m m ais próx:ima for a corrcspond0nci,l, mais cerra
scr,i a CUL\. .\1a rgartth Tyler: "A escola anri~a utiLizava
em dOSe!> alop:íticJS em processos de c 1u tcrizaçeo de
~"rgJI1t.1 , (k in ndo os pacicntes de U1l1 ~ cor azu lada
~h3;n,lda de argiria , é um re~nédio de fraquezas e auto
- wm,e!11tl t:ío <!stral\hos ' E um irracional, fal-co isas
~srr;u,-h ;l~ c chep ~1 estranhas conclusõe ~, loucuras"
Ilnap,ine o ~lJ tir da criança no mome nto do nas-
ci mcnLo . RSLC é drama experim ent,ldo por Algmtum:
slla dan'trofobia , abandono, fragilid~de, indefensib i-
lidade. Angu, tia da separação, t~is se n sa~ões quando ,
se olrrast,l p:lfa a vida adulta, rcfletem o sofrimento
Jes tc medicamento . Seus medos são inLt ntis. Adllltos
'luc 'c wmpclI-ram como criançom s. Imaruros. P o-
,iciu n,lmc mo, e medos demonstrando imaturidade!
Pessimista , hipocondria, pejo medo que só O mal
vai lh e acontecer, apressado, apurad o, apressa os
out ros , (( ) superstici oso atribui a qualquer riro uma
... uper- i1n po rrJIKi J.) as.,,·jnl arribu! a um trevo ou um
pc Jc cneiho J responsabilidade de seH sncesso ou
frJc;)'\\o, () qne demonst ra fr,lquc7,a <: insegurança)
Heri n g: ~, 'ão tcm inclinação ao trabalho. G ran-
d!: ,Ibatimemo com depressão c melancolia , em bora-
n\cnto, 1110 deseja t:1zcr nada; triste, sente medo de
dc~tl"l.ua r ; hl uno r choros\),"
Seu medo e negativismo e m excesso faz de
A/llwlllm o grande medicamento para a"Síndrome
do pânico,"
Caracteristicas gerais
Allfentum nitl'iwm aprese l1t ~ intenso dese jo
de açúc'1r, mas o açúcat Lhe faz. mal. Não conseg ue
digeri-lo, produz gases, nia e em algumas si l11a~ ieS
age como um la.unte, calls;lIldo diarréia .
rntolerância ao calor. Deseja ar frio, bebid,,~ rria>,
banhos frios.
Melhora caminhando ao ar livre .
Os seus sinto mas se agrava m quando deita sob re
o Jado direito, poi s essa pos ição lhe causa p,l'.mdes
palpitações
Apresema sonhos es tranhos, pesadelos com
serpentes . Sonha que se J csc t1tende com sCus amigos .
S intomas físicos medicad os co m A'JJOItum
nitricHm:
M aJ·esu[ com ansiedade, tremores, g:-tgLu: ira.
CO ll vtllsõc~) e n..x:tquecas psicossom.iric;\$.
Cefa le ia (dor de ca beça) l'Ongcs ti va 'lliviada
quando se amarra uma faixa fortemente ao Seu redor.
Vertigens com zun1bidos, tremores; caminhar
com oLhos fechados Lhe dá vertige m .
Oftalmia do rccém-nascido; obstruçoo do canal
lacrimal do recém nascido,
Conjunri vite com secreção mucopuruJenra, não
irritam e, amarel ada, Blefarite.
Foto fobi a intensa, não podendo sUl'orrar a luz.
Melho ra ao ar livre e frio e piora em qLW'to quente
e abafado.
r onra d,l Língua ve rmelha e dolorida. t;cngivas
scnsí\'cis c sang rantes. H alitose com sali va abundante
e visco sa,
Faringire com a sensa~Jo de 11m gro\cro espetado
l1a g'l rganra (como Repa/' SulpIJII/', que, no emamo,
pretere 11m quarro quente e bebidas quentcs).
Rouquidão crôn ica dos cam o res, agravada de
maohã.
Có licas do recém-n'1scido, gases e cmcrações
difíceis e explosivas,
Náuseas após comer . Desejo de vomitar como
sc a c~beça esri\'esse com dckiru.
l~ ; l st r{)l'ntcritcs agudas (Cl !11 dí~lrréí ~l n:rdc.
Di stensão e flamlência com inrolcr,íl1ci.1 j s ro upas
apertadas.
Dispeps ia po r alimentos açllcarados, po r emu-
ções, e cm particlllar po r a l'reL:n!>ão ,
É um dos remédios mai s fl atulentos da M atéria
Médica .
Palpirações e arritm ia ncn'm,1. SOI1"',:;O de uma
balTJ JtrJI'csswdo O pei to que o impeJc de rcspirar.
Angina n os intelectllais cstressados e nos ho mens de
negócio . (Lamothc) .
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Enurese noturna e diurna, com medo de não
poder segurar.
Emissão de algumas gotas de urina apás terminar
de urinoL
ImpOtência , ausência de desejos .
Menstruações irregulares, abundantes ou escas-
sas. I.encorreia profunda, amarcla e sanguinolenta.
Int1amaçoo dos oveírios e dos órgãos pélvicos.
Dores dilacerantes, rápidas, sobr~nldo nas extre-
midades. Rigidez nas panmrrilhas, grande debilidade
e cansaço. Fraquez..el com tremores.
Erupções pusrulosas com prurido, principalmen-
te à noite com o calor da cama. Lesões na pele nas
regiões que se "poiam na cama.
Trio dos antecipados:
Lycopodiltm - Você marca um encontro para
as 20:00h5 (um jantar por exemplo), Lycopodium
preowpado com as aparências, querendo se mostrar
muito correto e pontual (teme fracassar) chega as
19:30(excc55o de pmdência, não quer atrasar), mas
fiea enrolando até as 20:00, aqui ele entra em cena
e se apresema pontualíssimo. Numa prova de escola
ele passa a noite preparando cola para poder se sair
bem, sua antecipação nao pontuada de caráter moral
ou ético, O unporrante é vencer.
Argmtum - O mesmo jantar as 20:00hs,AlgCl"-
tum antecipa e ehega às 15 :00 hs e você mica em ter
•
73
de aturar a visita que chegou tão cedo, em relação
a uma prova escolar por acredita,' que vai mal, faz
diarréia sofre, passa dias estudando e acaba tendo um
bom desempenho •
Gelsemium - E aquele que chegará atrasado
(como sempre) as 23:00hs, e nas proveIS tica pensando
no fracasso O que de fato acontece pois não consegue
estudar.
Fala sobre a hora de sua morte não por profetizar,
como Aconitum, mas por crer tanto no mal, e que a
desgraça acontrecerá de uma certa forma ou data que
finda ocorrendo.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - o animal apresenta um quadro
sintomático rico e definido, com transtornos por
antecipação e muito medo de ruído, sao cães que se
assuStam com rojõ~s e barulhos de comemorações,
trovões e raios ou mesmo luzes e holofotes. Necessita
de ambientes livres, graças a sua claustrofobia, ou
lugares com muira geme.
Medo de lugares altos. Tendo as vezes impulsos
de se atirar por uma janeb, sem um porque caminham
ou sae m desembcstadarnenre correndo em algumas
situações. lnsegurança, tr,nstornos digestivos de uma
maneira geraJ, conjuntiyires purulentas) :lO viajar é
acometido por ansiedade e inquictude incontroláveis,
se a janela est.iver aberta o animal salta por ela e corre
até a exaustão .
 C<Jrlo~
Recolhida nas montanha, da Suíça dos Auverges
ou dus Vosgos na <'poca da floração (julho e agosto),
sua preparação ocorrê a partir da pbnta inteira. Tem
;) propriedade de desencade;H crises de espirros, é
também conh,cida pdo nome Tabaco dos Vosgus ou
Retonia das montanhas.
Para Charertc o enven,nomento pela Amica se
apresentará de três maneiLls:
Forma gastrointestinal - com cãibras no es-
tômago, náuseas, vômitos e diarréia coleriforme;
ainda poded ;1Companhar-se de sintomas nervosos,
sobretudo de sonolênciJ) vercigens) tremores e até
mesmo convulsões.
Fo rma nervosa - caracterizada por convulsões,
sobretudo tônicas, constituindo principalmente con-
trações flbri.liares; paralisia afetando de preferência a
fomla paraplégica. Notamos, em alguns casos, o coma
com perda compku do conhecimento.
Forma cardíaca - acusando-se por uma pressão
dolorosa retroesternal, com sen timento de angústia,
diarréia, parada cardíaca, pulso fino e irregular.
Em doses fracas ponderais, manifesta sua ação:
10 Sobre os vasos sanguíneos e particularmente
os capilares, produzindo a sua dilatação e permitindo
a produção de extravasamentos sanguíneos que se
traduzem exteriormente por equimoses.
Sobre a pele c tecido celular, que afeta superficial-
mente, ocorrendo equimoses, sugilações, pequenos
botõ", furunculosos muito dolorosos; notamos ao
mesmo têl11pO disn'lrbios da sensibilidade; ela está
exaltada sobretudu ao nível das articulações e os do-
entes acusam a sensação de terem sido moídos por
pancadas.
Brunini. Mario Giorgt & Colabs.
Arnica montana
Arnica é um "miútico" e sua ação sobre o co-
ração, músculo oco, é norivel, produzindo eretismo
cardíaco, palpitações, angústia, dispneia ..
Pela ana logia fica agora, porrantocompreensível
a sinromatologia que ser;). descrüa ) pois se Anúctl telll
a prupriedade de desencadear os sin tomas acima,
logicamente equilihrará os abaixo descritos.
Dcst;\ m;lneira é o principal medicamcl1to P;lr"
as manifcsta~'õe~ traumáticas, tais como conn.lsÕc ~,
entorc,~s, ocidcntt" por batidas em qualqner região uo
corpu - sendo il1c1usive utilizada e occit.1 su~s açõc.,
e propriedades l\aO apenas pelos homCOpJt;lS, COntO
também a população leiga e médicos aloparJ.5. U[i-
lizoda com muita frequêri.cia entre cintrgiões geroi"
orropcdistas, cinlrgiôcs dentistas c ó rurgíf>es pUs-
ticos, pois atua muito bem nos hematomas do pós-
opermório, ajudando a reabsorver ex[ravasamentos
sanguínens de cor roxa-azulada ; é também patrimônio
de nossa cultura popular colocar uma apLicJ<;áo de
tintura deArnica topicamente na região afetada para
 Matéria Médica Hom!:Opálica Interpretada
aLviar a dor e convalescer melhor esre "sangue pisado"
e prevenir a supura~jo que poderá ocorrer.
Em siwaçõcs de grande cobrança a scrores do
organismo que k,·am a uma fadiga dolo rosa com ma-
nitcstaçlo de "csrresse" local, rais como os aderas que
se impf>cm , às vezes, uma sobrccarga física (carregar
peso) ()u oradores e cantores que forçam sua:> cordas
vocais, ou mesmo esforços mentais em excesso; pois
tais esforços fimcionam como se fossem traumatismo.
Graças a esta sensibilidade Upós- trauln,)tica" ) os
indivíduos Arnica agravarão se ll S sintomas pel o me-
nor contam, pela mobilização das panes aferadas, peto
frio, rerão diliculdade para encontrar um lado da cama
para dormir, pois todos serão duros e incômodos,
passando a noite virando de um can ro para o outro.
No p"'no mental acarretará um estado de isolamento
das pessoas, por temer ser tocado e vir a sentir dores.
Kent
Desta forma o paciente A rnica é triste, deseja
estar só, que não lhe falem, que não se aproximem,
que não puxem assunto.
lrritabilidade, mau humor, tristeza, rimidez, re-
meroso, facilmente assllstado, imagina toda classe de
coisas, especialmente que possui uma afecção cardíaca,
ou que se gangrenará. Um repentino temor da morre
aparece neste momento levando à angústia.
o traumat;zaIÚJ.
7
Assim, todos aqueles que já tiveram uma ex-
periê ncia em pronto-socorro com pacientes poli-
traumatizados poderão reconhecer que tais sintomas
são os mesmos deArnica , tanto no orgânico, quanto
na sua instabilidade emocional, e insegurança psíquica
que a siruaçlo D'aumática é capaz de desencadear.
O estado esruporoso, podendo desencadear
inconsciência, coma (especialmente durante a febre),
alterando com momentos que afirma estar ótimo e
não entender por que está num Jeito (apesar de estar
em mau estado geral clínico); seguido de esqueci-
mento do que falou, equivocando-se ao falar, medo
súbito de morrer, assustado, angustiado, com perda de
sua memória, nos lembra os sintomas de um trallma
craruoencefálico; mllitas vezes acompanhado tam-
bém de vertigens, vômitos com coágulos de sangue;
agregue-se aqui mn imporrante estado de prostração.
Desta maneira , didaticamente vai ficando tran-
quilo o esrudo e a abord agem de Arnica montmm,
onde a história clínica nos é apresentada sempre com
sintomas similares aos dos traumatizados, sem que tal
tenha necessariamente ocorrido, demonstrando um
"g':'nio" especial ou lIm universo ímpar deste medi-
camento rico ctn sintomas de sofrinlento, como se a
vida lhe tivesse arropelado.
, Nash
Debilidade, cansado, sensação como de haver
sido golpeado, e sentir-se como se estivesse conruso
em rodo o corpo; como indicam as experimentações,
explica o porquê de rriuitas curas qlle se têm reaLzado
tanto em pOtências altas como baixas, nas afecçõcs
agudas e crônicas.
As hemorragias, tais como hematomas, equi-
moses ou ainda va ri zes e estase venosa estarão aqui
presentes; desta maneira encontramos o sangramento
sempre presente, como: hemorragias retinianas, ou
de pálpebras, sangramento de ouvidos com dores
como se houvesse sido golpeado, epistaxes ao assoar
o nariz com coceira em asa do nariz (como um co-
águlo fazendo o pa pel de corpo estranho), edemas
de gânglios do pescoço e rostO vermelho quente e
edemaciado, hálito fétido,
Ao engolir Arnica encontra clificu1dade, como se
fosse algo duro em sua garganta, hematêmeses, tem
a sensação do estômago nas costas; dores toráxicas
e aO toss ir deve agarrar para sustemá-lo entretanto,
este procedimento é doloroso, "difereme de Bryonia
cujo aperto lhe traz alívio".
7 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.

N o aparelho digestivo, encontruemos a disen-
teria, odor fétido, flatos chei r:lndo ovos podres, he-
m orroi das , prol~ psos de rcto, melena, perde matéria
fecal dormindo.
Sua micção é fraca no jorro e doloros~, com
gotejamento, hennrúri~, ba lam o postites, o rquites
(s imi.lares às orquites traumáticos ou por excesso de
maniplllaç~o de genitais). Ovários e útero dolorosos
ao caminhar, varizes dolorosas de v~gina, metrorragia
pós coito, menstruaçücs abundantes com coágu.los.
Em resumo, se observarm os bem todos os s in-
tomas descritos em Arnica, lembraremos sempre a
situaç,i o do trauma predo min ando, p o is, segundo
Charette: as su~s do res e m anifestações são análogas
às que sentimos após termos recebido uma pancada,
todo o corpo parece dolorido como se estivesse co-
bertos de conrusões, po demos achar est~ sensação
em todas as regiões do corpo, mas é particularmente
frequente na região llterin a o nde um~ sensação de
pisadura e de ferida impedem de conservar-se ereta
e and~ndo.
Na gravidez os movimentos do feto são dolo-
rosos.
Manifestações reumáticas com dor, impo tência
funcional , rigidez matinal das articulações, similares
às causadas po r tr~um as e acidentes.
Kent: Uma caracterÍsrica geral do remédio é
a permanência do corpo frio e cabeça quente, todo
corpo e as extremidades estão frias, a cabeça se sente
que nre.
(Fazer diagnóstico diferencial com Belladona pela
totalidade de sintom as).
- está de bom humor, sossegado (ação curativa
de uma pessoa de humor oposto ).
- está extrem~mente excitad~, e1~ podia rir facil-
mente quando não havia oc~sião par~ isso, e qu~ndo
alguém lhe dizia algo que a aborrecia, punha-se h.lriosa
e ini c iav~ com fortes gritos.
- está muito enfadada e reticente, ela não fala
uma palavra.
- rude, deseja ter várias coisas e logu as recusa.
- enfadada, tudo a fastia, toda sua alegria anterior
e am~bi.l.idade têm desaparecido.
- insolência rude e imperiosa.
- temores: temor ansioso de que aconteça algo
de ruim.
- desesperança.
- dorme muito.
- rem muitos sonhos.
- a grande quantidade de sonhos faz scu dormir
não reparador, tem a sensação de que n,io dormiu
nada.
- renl sonhos ansiosos) pesados, desde o ~1110ire(er
e durante toda noite) estes o tàdigan1 cn1 t.\ccsso.
- ao anoitecer) imediatamente depois de durmir.
telTI sonhos terrí veis sob re cachorros e gJt<)\ gr.1!ldt'S
e negros.
- sonhos terrifIcantes, grit~l com \-OZ ;11r.1 d, lrmill-
do e consequentememe, desperta.
- dormindo, sobressalta-se assllstado.

AlgtU1S sintomas chamativos descritos na m atéria

médica (Hal1nemann ):
- falta de memória, esquece a pal avra que está
r".-•
--. .
'
•
~

na ponta da língua.
- confusão mental, a vertigem e a ansiedade se
incrementam por vômitos artificiais.
- assusta-se e sobressalta por pequenas coisas
inesperadas.
- distração menta.! , não pode fL~a r seus pensa -
mentOS em um tema.
- sente mau humor hipocondrí~co, ele está in-
disposto para tudo.
- sente inquietude física e mentaJ (porém sem real
ansiedade), como se estivesse impedido de fazer algo
necessá rio, com completa indis posição ao trabalho.
- está de hWTIor áspero, como depo is de W11a
disputa .
- está alegre, lo quaz (ação curativa em uma pes-
so~ de humo r o poSto). o traumatiztUÚJ.
 Matéria Médica Homeopatica Interpretada
- tem um sonho que dura toda a noite no qual, é
continuamente repreendida, lhe dirigem reprovações
vergonhosas (., respeito de sua conduta imoral); ao
despertar, lhe é difícil saber se foi um sonho ou se é
uma realidade.
- tem um sonho que dura várias horas, no qual
ele mostra grande irresolução.
- recorda os sonhos de sua noite interior.
- tem um sonho vívido, o qual a princípio é
alegre, depois ansioso.
- tem sonhos vívidos que não recorda.
- sonhos tcrrificanres, (01110, por exemplo, com
traços relampejantes, sepulturas.
- tem sonhos sobre pessoas escoriadas, que re-
sultam lTIlútü 3terrantes.
Alguns sintomas chamativos da Enciclopédia
de AlIen:
- vivacidade incornuol.
- horror no instante da morte.
- aversão por toda tarefa séria.
- confiJsão mental, seus pensamentos não podem
fixar-se em um tema por grande tempo.
Alguns sintomas chamativos extraídos dos Sin-
famas guias He:ring:
- estupefação, perda da visão e da audição, co-
moção cerebral.
- está como morto, comoção cerebral, apoplexia
etc.
- com insensibilidade, calafrios congestivos,
Ineningi te etc.
- perda da consciência / angina pectoris. Incons-
ciência, quando fala responde corretamente, porém o
delírio e a inconsciência retornam em seguida.
- está esquecido, o que lhe escapa rapidamente
de sua memória, esquece as palavras que está por
dizer / tifoidea.
- dclírio murmurante / tifoidea.
- delírio, murmura levemente.
- delirium tremens,
- derrama-se em lágrimas e faz exclamações,
depois da raiva.
- roga em si.!êncio por sua alma, apresenta uma
alegria irreflexiva, grande frieza e picardia.
- indiferença por tudo, mau humor.
- está excitado e tímido / paralisia.
- está extremamente mal-humorada e irritada,
não deseja falar uma palavra.
- tem excessiva sensibilidade mental, prolapso
uterino. Naturalmenre é muito sensirivo, sem dú·
vida, sua aguda sensibilidade mental se volta muito
exagerada.
77
- seus sofrimentos eram do intensos que nesses
momentos tinha que parar com as atividades / ataques
de cefaleia.
- lânguido / mialgia.
- sente incapacidade para realizar lima tarefa
efetiva contínua.
- o estado mentalé lastimoso.
Dinâmica miasmática
Psoricamente Amica apresenta grande inquie-
tude física e mental, entretanto não tem mobilidade;
esta imobilização restringe este medicamento e lhe dá
a sensação de estar inlpedido de fazer algo necessário,
com completa indisposição para as tarefas. Amica
teme executar uma tarefa de maneira inadequada e vir
a ser repreendida, pois é consciente de suas lin1itações.
Uma vez já foi ativa, ágil, tanto do ponto de vista
orgânico quanto do mental, agora encontra-se numa
situação limitada.
"Tem um sonho que dura toda a noite, no qual
é continuamente repreendida e Ule dirigem críticas
vergonhosas (acerca de sua conduta imoral); ao
despertar, lhe é difícil saber se foi um sonho ou uma
realidade (os indivíduosAmica têm sonhos vívidos)."
Este sonho demonstra claramente a dificuldade
de Amica em se colocar, uma vez que comete falhas
trocando as ordens das ideias, apresenta-se com des-
vario, furioso, embora consciente de sua situação.
1. Na sua psora Amica é sensível a todo choque,
movimento ou exercício, a leitura e a reflexão.
Naturalmente é muito sensitivo, sem dúvida sua
aguda sensibilidade mental se volta muito exagerada;
e as emoções mentais llie provocam Cefaleia, que lhe
traz irritabilidade; sobressaltos, aqui vemos claramen-
te, já na sua angústia existencial, o sofrinlento de um
medicamento que perde sua agilidade física e mental
e agora sofre por ter que executar tarefas com limi-
tações mentais e físicas (sabendo que sua capacidade
já não é a mesma).
Amica tem a impressão de que a vida já lhe
deu uma grande pancada - o que é demonstrado 'ao
lermos Hering:
Teme ser golpeado por aqueles que se aproxi-
mam, teme também a sensibilidade de ser tocado.
Ou ainda em Hahnemann, quando diz:
Tem sonhos a respeito de pessoas escoriadas que
resultam muito aterrantes.
Agora sinl, mediante a compreensão miasmática
de Arnica, entendemos o porquê de todos os seus
7 Carlos Brunini, Mario Gforgi & Colabs.
sintomas, pois nada mais são do que uma visão de
seu paraíso de mobilidade e agilidade para o cárcere
mental e físico de um corpo e mente que age como
um politraumatizado, aqui ocorrendo, portanto, seu
momento psórico (ato equjvocado).
Com a não-elaboração ou resolução correta,
Arnica encontrará dois movimentos miasmáticos
distintos:
2. Na sua dâesa sicótica, com sintomas reativos
como esquecimento, o que acabou de ler escapa da sua
memória, esquecendo as palavras que está por dizer;
apresenta uma alegria irreflexiva com grande frieza
e picardia, insolente, rude, imperioso, deseja várias
coisas e logo recusa. Mal-humorado, excessivo desejo
de executar grandes tarefas literárias, sem entretanto
conseguir fazê-Ias.
E mais uma vez Sua instabilidade emocional apa-
rece qnando "está extremamente excitada, ela podia
rir facilmente, quando não havia ocasião para isto, e
quando alguém dizia algo que a desgostava, punha-se
furiosa e começava COm fortes gritos".
3. Sifiliticamente, sente indiferença por suas
ocupações, mdo é diferente.
Distração mental, não pode fIxar seus pensamen-
tos num tema; absorto em seus pensamentos, com
perda da consciência, esrupefação, perda da visão e
audição. Mau humor hipocondríaco, indisposto, rudo
é repugnante, fastia.
Todo trabalho é fastidioso, com aversão a toda
tarefa séria. Desapareceu sua alegria e amabilidade,
quer brigar com todo mundo, não deseja nada, nada
pode envolvê-lo.
Homeopatia & pediatria
Crianças cheias de hematomas, equimoses, arra-
nhões etc, devemos ir em busca de sua personalidade
e seu temperamento e se aqui encontramos irritabili-
dade, mau humor, tristeza, medo, angústia estaremos
diante de alguém que se sente atropelado pela vida,
mesmo que esta vida esteja apenas começando. Essa
sensação de atropelamento que carrega é a responsá-
vel pela sua aversão a compassividade. Tais crianças
apresentam um exagero em suas manifestaçáes, assim
uma pequena queda num plano em desnível, mesmo
que ainda esteja engatinhando acarreta transtornos
desproporcionais, como desmaios, coma levando o
paciente ao ProntO Socorro pela emergência. Peque-
nos acidentes causa.rJ;l framras, luxações , entorses,
vivem machucadas. Apesar de rudo são ousadas e se
machucam por imprudência.
Não gostam de muitos beijos e abraços melo-
sos, diferente da P..lsatilla que inventa "dodóis" para
ganhar colinho.
Espirra m muito / sonham que são enterradas
vivas/ fragilidade capilar.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Desde a primeira vez que receitei
Arnica nunca mais prescrevi um anti inflan1atório
para tratunatismos inclusive 0$ cranianos. Indicada
para os traumatismos das parres moles em que não há
rompimento da pele, nos perfuro-cortantes indica-se
mais Hyptricum.
Nas torçáes aArnica é maravilhosa, fazendo com
que o animal volte a apoiar o membro em poucas
horas, também útil nos casos em que O paciente tem
medo de ser tocado pela dor que isso possa produzir.
Do ponto de vista mental entendemos a sua PSORA
como sendo pacientes que sofrem um medo como se
tivessem sido espancados sem que na verdade tal tenha
ocorrido. É todo dOlorido, irritável triste, tímido,
repleto de medos, desconfiado e não enCOntra uma
posição para descansar. Agrava pelo concato, pelo mo-
vimento das partes afetadas e pelo frio. Medicamento
para hemorragias, hematomas, equimoses varizes e
estases venosas, sendo o primeiro medicamento a ser
pensado em A Vc.
Evacuações involuntárias durante o sono,
abortos após quedas, higromas, torções e fraruras
ajustadas_o
 MatériB Médica Homeopática Interpretada
Conto de uma homeopata
Por Rnsângcla Ncgri
Um dia, que prometia ser igual a outro qual-
quer, ao entrar 110 carro, percebi que um dos pneus
estaVa furado. Consequentemente fui procurar um
borracheiro.
Ao chegar a borracharia obserwi, com certo grau
de espanto, aquilo que estava diante de meus olhos.
Os pneus novos estavam dispostos minuciosa-
menre de acordo com o tipo e tamanho .....
Tive a nítida sensação de estar numa biblioteca
ou museu.
A banheira, na qual se coloca água para testarmos
o pneu, era branca, alva e a própria água era cristalina
como a de uma cachoeira.
A mangueira de calibragem estava tão perfei-
tamente enrolada, que lembrava uma cobra na hora
do bo te .
E o chão' Fiquei tão tentada que passei o dedo
e fiquei surpresa ao verifICar que ele estava limpo,
muito limpo.
Diante de tanra meticulosidade, chegando mes-
mo a ser fastidioso, e com esta mania de limpeza,
fiquei tentada a medid-lo com Anmicum album. Ain-
da, com mais vontade fiquei por pensar queAnmicum
album, com sua fome de ar, passará sua vida inteira
numa borracharia, armazenando ar dentro dos pneus.
Portanto, nós homeopatas, devemos ser ao mes-
mo tempo imparciais, mas sempre prontos a observar
nado que ocorre ao nosso redor.
(Acidum album, Metalu", album) é o Anidro arse-
nioso ou Óxido branco de arsênico, é um semimetal,
elemento químico sólido, cristalino, acinzentado ou
como pó branco, cristalino, sem odor, com aspeCto
9
Arsenicum album
de açúcar, raramente encontrado no estado nanaral,
obtido geralmente através do processo de combustão.
Sua ação fisiológica nos é conhecida graças 11 intoxi-
cação arsênica.
Apesar de proibido, é utilizado como raticida de
distribuição clandestina; O arsênico é encontrado no
solo, na água e no ar sendo um poluente ambiental
comum.
Toxicologia
Anaará sobre nado no nabo digestivo, árvore res-
piratória, pele, sistema nervoso, coração, figado e rins .
As intoxicações peJo ,arsê nico podem ser dividi-
das em aguda e crônica.
Nas intoxicações aglldos as manifestações gos-
trointestinais podem apatecer dentro de uma hora ou
em até 12 horas, após ingestão oral, se houver outros
alimentos no estômago.
Os primeiros sintomas podem consistir de gosto
metálico, queimação na boca ou ardência dos lábios,
esôfago e estômago, gastrire ou gastroenterite hemor-
rágica, constrição da garganta e dificuldade para de-
glutir, intensa dor gástrica, vômitos em jato, diarréia
profusa e dolorosa, podendo apresentar características
de "água de arroz", desidratação, irritabilidade, sono-
lência, delírio, tOnnara, tremores, convulsões, hipóxia,
cianose, coma e mOrte.
Em geral, verifica-se a presença de oligúria com
proteinúria e hematúria; evennaalmente anúria e in-
suficiência renal aguda. São observadas alterações nas
quantidades de glóbulos vermelhos e brancos. Pode
ocorrer necrose hepática e choques hipovolêmico e
cardiogênico. Óbito pode sobrevir entre 24 horas a
4 dias. A exposição por inalação causa danos agudos
em vias respiratórias, conjuntivas e pele.
80 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
Nas intoxicações crônicas os primeiros sinais e
sintomas sao fraqueza e dores musculares, pigmen-
tação cmanea (pescoço, pálpebras, mamilos e axilas),
hiperceratose e edema. Pode haver odor de alho na
respiração e suor. Também podem ocorrer anorexia,
prostração, náus eas, vômitos ocasionais, diarréia
ou obstipação, dermatite, cera tose palmoplanrar e
alopécia.
As unhas cosmmam apresentar estrias carac-
terísticas (lin has transversais brancas de arsênico
depositado, que cosrumam aparecer dentro de seis
semanas após a exposição). À medida que a exposição
aumenra e progride a intoxicação de órgãos como
o fígado, ducros biliares e sistema nervoso, omros
podem ser afetados. Pode-se verificar encefalopatias
e neurire periférica com paralisia motora e sensorial
de extremidades, principalmente nas pernas.
Desta forma o arsênico atuará como um elemen-
to cáustico e destruidor , e o recurso que o organismo
usa para eliminar este agente agressor é a eliminação
através da pele, mucosas, estômago, intestino, serosas
e pulmao. Logicamente no seu emprego homeopático
teremos um grande medicamento para os desequilíbrios
descritos nestes selores.
Sintomas gerais
Os indivíduos Arsenicum apresentam-se com
grande estado de esgotamento e prostração física,
sentindo-se totalmente sem forças para realizar qual-
quer tipo de esforço, sentindo uma hipersensibilidade
em todos os setores do organismo.
Pascheto: "A face deAr..-enicum demonsrra tipica-
';lente todo o realismo de sua proft.mda enfermidade.
E uma face cadavérica, crescida ou alongada, cúm pele
seca, apergaminhada, cor pálida-esverdeada. Os traços
sao marcantes como nariz afLlado, pele fria, enrugada
e escamosa com descamação fina , furfurácea. Pode
eStar coberta de suores frios e viscosos. Seu aspecto
caquérico ou emagrecido lhe confere a verdadeira
fácies hipocrática, ressaltando vermelhidão congesriva
nos olhos e bolsas nas pálpebras inferiores. Lábios
secos üvidos apergami.nhados e azuJados, capa branca
sobre a lingu a."
Todos os sintomas de desanimo/ ptosrração so-
mados a esta ap arência mórbida descrita, serao mais
acenmados e marcantes, depois de diarreias, febres,
das refeições, durante as menstruações, após vômi-
tos ou mesmo uma humilhação ou vexação. Ocorre
grande agravação destes sintomas após a meia-noite
as 2 horas da madrugada.
Uma ou ([a ca racterística importante deste me-
dicamento esrá no sentido da ardência de suas dores,
sendo portanto dores queimantes.
As partes afetadas queimam como fogo, como
se tivessem carvões em brasa na região dolorida (ou
agulhas ardentes). Aqui cumpre-se também no aspec-
to prático com a lei cns semelhanças, pois apenas as
compressas quentes e o calor têm a competência para
([azer alívio da dor.
As compressas fri as trazem apenas uma melhora
efêmera e transitória) enrrer('U1ro, agravanl os sintonus
mentais e agitam muito mais O paciente deixando-os
mais inquietos e ansiosos (agravam COm o trio), assim
como as comidas frias (sorve te etc .), frios (saJsicha,
salame etc.), frutas e alcoóli cos (as bebidas quentes
trazem confOrtO e me1l10ra ).
Estes indivíduos têm graças à sua ansiedade,
grande dificuldade de permanecerem parados, ao
mesmo tempo em que, esforços físicos em excesso
agravam seus SIntomas.
A ardência e o odor pútrido (cadavérico) serão
marcantes nas secreções de todas as mucosas do
organismo, tais como: coriza com secreção clara,
escoriante, ardente que chega a queimar o lábio supe-
rior. Gengivas ardentes , dolorosas e inchadas, língua
mapeada, gosto amargo e púrrido ao comer; afras
queimantes na boca, range os dentes (as odonralgias
melhoram com o calor), disfagia, dor de garganta
ao engol.ir (melho ra quando engole comida quente).
Sente dor e queimação no estômago, ansiedade
na boca do es tômago COm distensão abdominal,
podendo desenvolver' úlcera e aumento dos mídos
hidroaéreos.
Pode ocorrer disenterias escoriantes (muco e
sangue) com odor de ovos podres, hemorroidas, com
grande ardor com fi ssuras e escoriações ao redor.
Apresenta debilidade vesical com micção ardente
e com gotejamento, úlceras de meato uretra! e escroto.
A muJher queixa-se de pmrido e corrimento va-
ginal escorianre, ardente e de mau cheiro, com fluxo
menstrual ábundante e sangue negro.
Asma (geralmente às 2 ou 3 horas da madru-
gada) impossibj/itando-o de respirar e de deitar-se;
fica sentado na cama com respiração ofegante. Tosse
com expecroração cinzenta/clara e espumosa durante
o dia; enfi sema.
Nash: Arseniwrn é em particular muito eficaz
num grande número de enfermidades pulmonares,
nos quais a respiração parece muito oprimida. A respi-
raçao é sibilante com tosse e expectoração espumosa.
O doente não pode deirar-se, necessitando estar senta-
do para respirar e é incapaz de mover-se sem sent.ir-se
 MSlén'a MtJdica Homeopática Interpretada
sufocado com os rubos bronquiais espasmodicamente
contraídos. É muito útil nas afecções asmáticas cau-
sadas ou agravadas por erupções suprimidas, como
na pneumonia pós sarampo recolhido e nas alterações
crônicas dos pulmões pelo desaparecimento de algum
eczema. Recordo um caso de asma de muitos anos
para o qual fui chamado à meia-noite porque os fami-
liares estavam atertorizados, pois acreditavam que a
enfenna morreria até o amanhecer. Verifiquei que seus
ataques se apresentavam à uma hora da madrugada,
dei Arsenicum 30 CH e foi completamente curada".
Pode apresentar palpitação que é O aumento da
frequência cardíaca na ansiedade e angina péctoris.
Na febre tem calafrios com muita sede mas toma
um pouco de água por vez em pequenos goles, delírio
durante a febre; transpiração aumentada à noite . Du-
rante a asma tem manifestações queimantes de pele
como: ictiose, eczema, psoríases, urticárias, lupus,
herpes-zoster, antra:'(, úlceras de pele entre outros ...
Sintomas mentais
Qualo seu remédio sr_ Hahnemaoo?
"Eu me curei rapidamente de um catarro com
A.-senicum que se agravava a noite após me deitar. O
que me levava quase a morte. A dose que eu tomei foi
tão diminuta que ia além de qualquer crença.
Certamente que outros sintomas de minha do-
ença também se encontravam entre os sintomas de
Arsenicum. »
Nash: "Nenhum remédio tem a inquierude
deste. A inquierude mental é tão grande como a do
corpo. Sofre ataques de ansiedade que o obrigam a
deixar a cama durante a noite, mesmo que não tenha
nenhuma dor, necessita estar trocando constantemen-
te de lugar."
Arsenicum album forma com Aconitum napellus
e com Rhus toxicodendrum o que Nash chama de
trio da agi tação.
A agitação de Arsenicum é passiva, isto é, quer
se mover sem parar porém não consegue sozinho,
necessitando da ajuda de outras pessoas. Lembrar
que sua agitação é física e mental .
O temperamento de Arsmi""n alb..m é caracte-
rizado pela alternância entre a excitação e a depressão.
Agitação, ansiedade e prostração são as três principais
características que dominam os indivíduos que vibram
em Arsmiwm.
Paschero: "O sintoma característico essencial de
Arsmiwm é ansiedade , não posso conceber o diagnós-
81
tico preciso deste medicamento, qualquer que seja a
afecção deste enfermo sem a presença determinante
da ansiedade".
Allen: "Ansiedade é marcarussima, e está quase
sempre associada à inquierude e ao m edo. Manifesta-
se em uma expressão ansiosa ou receptiva, angustiada,
acentuando-se à noite especialmente depois da meia-
noite e alcança o m.lx.imo de intensidade às 3 horas da
manhã, com '\'erdadeiros ataques de ansiedade que o
tiram da cama". Sua ansiedade tem alívio pelo movi-
mento, portanto, agrava-se num emprego sedentário e
parece ser de aparecimento periódico e com frequente
caráter hipocondsíaco. Com consciência ou não, existe
como base nesta ansiedade um intenso "sentimento
de culpa", que o faz reprovar-se (censurar-se) e sentir
remorsos" .
Os indivíduos ArsCl'licu11I apresentam intenso
medo da morte, principalmente quando estão sozi-
nhos, graças a isto tem desejo de companhia, temem
vir a morrer sozinhos, sendo que a morte é um tema
que ocupa seus pensamentos com grande intensida-
de, ocorrendo não apenas o medo de morrer como
paradoxalmente desejo de suicídio.
Articulam formas de morrer, pedem ao seu mé-
dico um remédio que acabe de vez com o seu sofri-
mento, assim como também têm desejos repentinos
de matar com instinto assassino.
Ser avaro é outra característica deste medica-
mento que é extremamente seguro com seus gastos,
muito voltado ao dinheiro e aos ganhos financeiros.
Tem aspecto organizado e meticuloso, não tole-
rando ver nada fora do lugar. São ponruais e muito
críticos com as falhas organizacionais dos outros.
Têm, muitas vezes, mania de limpeza compulsiva,
(sendo um traço forte deste medicamento esse tipo
de neurose).
Estes indivíduos apresentam transtornos por
antecipação (pensam no desagradável que poderá
advir), justificando assim seu medo de ladrões, de
escuro, de fantasmas (crê que tem ladsões embaixo
da cama), transpirando frio nestas ocasiões.
Com medo de animais e insetos, têm alucinações
a respeito disto. Este traço negativo de seu caráter, a
covardia, leva-o a comportar-se como um ciumento,
depreciador, desconfiado, caluniador, maledicente,
rancoroso, blasfemador (ofende seu sagrado, pragueja
e maldiz) sendo que não tolera a aproximação das
pessoas (nem que o olhem, nem que o toguem).
Tanto quanto Hepa.· S..lphur, agrava seus sinto-
mas no final do dia, uma vez que o fogo, portanto o
82 Carlos Brunini. Mario Glorgi & Colabs.
SR.ntos Dumont Personalúúule
Arsenicum alhum.
calor, alimema sua existência. Assim, no crepúsculo,
quando o sol vai desaparecendo, ocorre angústia e
tristeza emArsenicum, agravando seus sintomas. Tem
também grande irritabilidade ao despertar (diagnós·
tico diferencial com Nux vumica).
Delírios violentos, com alucinações onde ouve
vozes c vê animais, especialmente depois de ingerir
bebidas alcoólicas.
Crianças com manifestações de religiosidade
marcadas, leem a Bíblia, falam sobre a salvação de sua
alma, ajoelham·se, rezam e discutem temas religiosos
com tendência à vocação clerical.
Hahnemann
-Ideias tristes e pesarosas à noite na cama, como
se houvesse ocorrido algum infortúnio para algum
de seus parentes.
- Lamentos lastimosos devido a uma constrição
do peito, a mais violenta, que lhe tirava o sossego,
acompanhada por uma sensação em seu abdome ex-
tremamente desagradável, isto a compelia a dobrar-se
em duas, pular daqui para ,Já, e logo compor-se para
caminhar de um lado a outro.
- Ataques de angústia por um grande tempo.
- Ansiedade e inquietude em todo o corpo.
- Ansiedade, angústia.
- Excessiva angústia.
- A mais intolerável angústia.
- Grande angústia com constrição no peito e
respiração dificultosa.
- Angústia contínua semelhante a remorsos de
consciência, como se ele houvesse atuado violando
seus deveres, sem saber qual em particular.
- Angústia, tremor e estremecimentos com trans-
piração fria no rosto. -
- Não pode encontrar descanso em nenhum
lugar, troca continuamente de posição, deseja ir de
uma cama à outra (e deitar-se aqui e ali).
-Inquieto, move-se de um lado a outro na cama
com tristeza e sede inextinguível.
- Inquietude com dores na cabeça, abdome e
joelhos.
- Inquietude e ansiedade hipocondríaca como
por estar sentado constantemente num quarto, que
inicia na wna superior do tórax e sem palpitações.
- Crê que sua casa está cheia de ladrões e que
estes estão embaixo de sua cama, causando-lhe suores
frios que percorrem todo o corpo.
- Ele salta para fora da cama e esconde·se no
guarda-roupas, sendo que daí será retirado com di-
ficuldade .
- Desespera-se por sua vida.
- Desalento e choro. Pensa que nada poderá
ajudá·lo e que de qualquer modo ele terá que mor-
rer, ao mesmo tempo ele sente frio e calafrios com
debilidade geral posterior.
- Inconformado, não tem prazer em nada.
- Durante todo o dia, insatisfeito e eXtremamente
vexado consigo mesmo, pensava que não havia traba-
lhado O suficiente e reprovasse do modo mais amargo.
- Mau humor pela manhã na cama, joga os
travesseiros para o lado, insatisfeito, joga as cobertas
da cama, descobre-se, não olha para nada, não presta
atenção em nada.
- Enfadado e insatisfeito com tudo, ele encontra
erros em tudo, toda a conversação, todo ruído e luz
lhe parecem fortes e altos.
. Seus desejos excedem suas necessidades, come
mais do que precisa; caminha mais rápido do que o
necessário e do que é o ideal.
. Indiferença à vida.
- Durante os primeiros minutos tem grande
tranquilidade de espírito e serenidade, porém depois
de 1/2 hora, apresenta excessiva inquietude e ansie-
dade. Ele imaginava que os efeitos do veneno iam ser
terríveis e desejava manter-se vivo (em um suicida
desalentado).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
- Sonhos vívidos desgostantes.
- Ela estava na sua cama completamente insen-
sível, murmurava sons incompreensíveis, com oUlos
fixos, suor frio sobre sua fronte, tremor em todo o
corpo, pulso pequeno, duro e rápido.
- Insânia, a princípio cefaleia, excessiva angústia,
sentia ruídos diante dos ouvidos, como por enormes
sinos, e quando abria seus olhos, sempre via wn ho-
mem que se havia enforcado tempos atrás no sótão
da casa e que fazia constantemente cenas suplicantes
para que o libertassem. Ele corria com uma faca, po-
rém como não podia soltá-la voltava-se desesperado
e queria jogar-se, ao ser impedido, ele punha-se tão
inquieto que era difícil mantê-lo na cama, perdeu a
palavra, entretanto entendia plenamente, e quando
desejava exprc:ssar-se escrevendo, somente fazia riscos
incompreensíveis, tremia, chorava com a fronte co-
berta com suor de angústia, ajoeUlava-se e levantava
seus braços implorando.
- Ela não havia dormido o suficiente e pela ma-
nhã tinha cansaço nos olhos, por isso não podia se
levantar da cama logo cedo.
- Depois da meia-noite, até às 3 horas da madru-
gada, mexe-se de wn lado a outro na cama dormindo
somente alguns momentos.
- Logo adormece, sente wna conrrarura repen-
tina no joeUlo que o desperta como por wn choque
elétrico, cansado por sonhar ql!e está batendo com
seu pé contra wna pedra.
- Lamenta-se dormindo, move-se de wn lado
para o Outro na cama, especialmente perto das 3 horas
da madrugada.
- Sonhos ansiosos a respeito de perigo, desper-
rando a cada sonho. Às vezes gritando em voz alta e
voltando sempre a sonhar com a1gwn outro temor.
- Sonhos ansiosos, deseja gritar, porém dificil-
mente pode articular wna palavra e desperta subita-
mente por seu próprio grito (que escuta).
AlIen
- Excitabilidade cerebral.
- Depois da meia-noite, wn desejo frequente de
matar-se, apunhalando seu coração de lado a lado.
- Delírio violento à noite com grande inquierude.
- Delírio violento com convulsões tetânicas.
- Desvario e carfologia * .
- Ele desvaria, fazendo movimentos com as
mãos, como se estivesse medindo com wna régua,
tal desvario relaciona-se com suas tarefas.
- Respostas tontas.
83
- In disposição para responder às perguntas.
- Lamenta-se em voz alta.
- Grita frequentemente de dor.
- Excessivamente melancólico.
- A ansiedade e a inquierude são indescritÍveis.
- "Matem~ me", ele gritava "aliviai-me das dores".
- Temor da morte que sobrevém repentinamente
quando o deixam só, ou quando vai para a cama.
- Sua disposição tem mudado muito desde o
envenenamento (quatro meses atrás), sua alegria na-
rural desvaneceu-se por completo. Ela estava temerosa
da solidão e da morte. A menor causa era suficiente
para que se pusesse colérica e raivosa, o que acontecia
especialmente quando Ule falavam da sua completa
recuperação, coisa que ela considerava impossível.
Por alguns momentos também Ule atacava uma me-
lancolia indescritÍvel, depois de um ano retomou sua
alegria perdida.
- Confusão mental.
- Perda da memória.
Hering
- Ela estava na cama em wn estado de inconsci-
ência; murmurava com oUlos fIXOS, suor frio sobre a
fronte, tremor geral e pulso fraco.
- Crianças com gastrite. Esrupor, interrompido
por lanlentos ansiosos .
- Pensa na morte e na incurabilidade de seu
transtorno.
- Ideia fixa de que sua família morrerá de fome.
- Embotamento e debilidade da cabeça, não
pode pensar e está irritável, como se houvera tido wn
resfriado ou perdido o sono.
- Alucinação atormentadora como se houvesse
alguém ao seu lado, fazendo tudo o que ela fazia,
comendo, lavando etc. Ele vê toda classe de vermes
sobre sua cama, joga fora alguns punhados destes e
trata de escapar dos mesmos.
- Imagina ver ladrões em seu quarto e oUla debai-
xo de sua cama, está banhado de suor frio por medo.
- Fantasias que retomam periodicamente.
- Fala selvagemente com os oUlos aberros e não
está conscieJ)te de estar desperto.
- Delirio durante o cal.or, inconsciência, mania.
- Mania, cefaleia, terrível ansiedade, ruídos nos
ouvidos como de vários sinos.
Vê wn homem que havia se enforcado e que
pede que lhe soltem. Ao falar que quer ajudar tal
homem, ele tendia a pendurar-se e ao ser impedido,
cai em desespero e volta-se tão inquieto que precisa
ser mantido com dificuldade na cama. Perde a, fala
84 Carlos Brunin;. Mario Giorgi & Co/abs.
com consciêm.:ia plena, rrJ.ta de escn:,'\'er, porém só
pode fner traços ininteiigívcis. Ele fala, chora, sua
fronte está coberta por Llm Sl\or ansioso, finalmente
se ajoelha e levanta suas mãos suplicando.
- Mania suicid.l.
- Muito cnfadado e desalentado, catarro intestinal
crônÍco,
- Insatisfeito e colérico consigo 111csmo. Durante
todo o dia pensa ql\e não tem cumprido o suficiente
e reprova-se ~unarg~lIncntc.
- A criança está irritável quei.:'Wsa e inquieta,
dcseja ser curcgada.
- Irrit.ívd com embotamento e sensação de
confusão na cabeça.
- Irritabilidade com ondas de calor e calafrios
quando fIla ou move-se.
- Irritável, desencorajado, inquieto, vexado com
pequcnas cOIsas.
- Vexado e insatisfeito com rudo, o m.ínimo ruído
ou luz o transtorna, está muito sensível às impressóes
externas.
- Vexação com ansiedade, inquierude e calafrios.
- Volta-se furiosa quando lhe oferecem algo
para comer, enquanto queix-a-se de falta de apetite.
- Obstinado, avaro, i.nclinado à maUcia e sátira.
Compreensão miasmática de Arsenicum
Nas diversas Matéri'ls Médicas está descrito que
Arsenic"m sonha com enforcamento. A sensação de
asfixia ocorrida no momento do enforcamento é
a mesma sensação de asfixia que sofre o indivíduo
Arsenimm em sua "fome de ar", fome geradora de
sua angústia, sentida como uma constrição no peito
e pescoço.
Na sua PSORA, traz dentro de si a sensação
de que violou os seus deveres, mas não sabe quais
deveres, reprovando-se amargamente.
Isto acarreta uma grande ansiedade (a ansiedade
é uma neurose da angústia), sendo portanto a angústia
o eixo miasmático deste medicamento.
Esta angústia contínua acarretará lima grande
inquiemJe física e mental, não pode encontrar des-
canso em nenhum lugar trocando a cada i.nstante de
posiçJO e ficando com a mente ocupada, pensando
em doenças e outras desgraças.
Desta maneira na sua afirmação SJCÓnCA -
apresentar-se-á como obstinado, avato, inclinado à
maJicia e à sátira. A menor coisa o ofende deixando-o
colérico. Seus dcsejos são maiores que as necessidades,
COme mais do que precisa e anda mais rápido do que
o necessário (exemplo de sua hipertrofia sicótica).
Na sua evolução SIFILÍTICA encontraremos
entre outros simomas, um ArseniwlIt com grande
indiferença e falta de simpatia; com medo de si
mesmo, com mania suicida e medo de vir a matar
alguém, desesperançoso, melancólico, mania religiosa,
enfadado, a'·crsão a qualquer serviço.
Psico-homeopatia
Duas forças se equilibram na dinâmica psíquica
para que haja o filOciollamento psíquico harmônico.
Convém lembrar a primeira força, a libido, é a pulSa0
de vida e criati,·idade. A outra, a destruto, energia
como expressa o próprio nome, destrutiva e mórbida
é o impulso de mOrte.
Arsenic"rn, numa fase sifilítica, tem uma dinâ-
mica psíquica extremamente destrutiva) (0111 nlani-
festações frequentes do predomínio da destruto, do
impulso de morte.
Nesta fase, o psiquismo de Arsenicttm movi-
menta-se movido por uma grande carga de ansiedade
inconsciente, latente e por uma desrrutividade auto
e heterodirigida.
Basicamente todas as características mentais de
Arsenic",n se interrelacionam através de seu núcleo
de culpa inconsciente, na medida em que existe um
registro inconsciente de que ele não consegue "cons-
truir a si nem aos outros" e sim destruir-se e também
aos outros.
A angústia de Arsenimm é a express:ío do medo
que tem de si mesmo,'da sua agressividJde, e smdo
o objeto de seu próprio medo, inseguro, sente que
também o meio externo o ameaça c amedronta, assim
suas tendências antissociais se cxplicalll.
Relacionar-se com O próximo supiíe laços afeti-
vos. Arsenic"rn tem grande dificuldade em lidar com
afeto. Da mesma forma que não pode amar-se, não
ama também ao outro.
A afetividade de A1'senimm não está voltada
para outro, e sim para o objeto. O que se traduz,
claramente, por seu caráter mesquinho. Sua mesqui-
nhez, avareza e apego ao objeto é a tradução de sua
expressão afetiva.
Os mecanismos de defesa de ego mais utilizados
são pnmános.
A excreção ou eliminação própria deA1'senic"m,
externalizada arr'l\"és das diarrcias e vôm.itos, são
grandes indicadores disto.
Pode-se d.izer que Arsmicum se autoimoxica,
quer seja por sua destrutividade, quer seja por sua
morbidez ou violência. Seus processos de eliminação,
via corpo, indicam um sistema primário de defesa
egOlca.
 Matén's Médica Homeopática Interpretada
A desesperança obsetvada nesta dinâmica psíqui-
ca relaciona-se à sua destrurividade e agressividade:
como não consegue canalizar e transfofll1ar esta ener-
gia destruriva para processos criativos e construtivos,
acaba por desacredirar em si mesmo,
E é este sentimento de menosvalia e a culpa
gerada por todos os aspectos negativos que obsetva
em si, que geram wna desesperança que, somatizada,
transforma-se em asma ou infarto ou, dizendo mais
enfaticamente, na busca da própria morte. Morte te-
mida terrivelmente, mas desejada inconscientemente,
obsetvada na autopunição expressa pela asma, entre
outras doenças.
Uma dramatização em prosa de wn aluno.
Homeopatia & Pediatria
A criança Arsenicum apresenta:
3 "Ms" ~MEDO - MOVIMENTAÇÃO -
METICULOSIDADE
4 "As" ~ Avareza, Ardência, Asma, Ansiedade.
Sentido religioso para a vida' (raro estranho e peculiar
em crianças),.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro Arsenicum (Meta/um a/hum)
animais inquietos, sem descanso, vivem trocando de
posição, Ansiosos- o proprietário percebe que o cão
não dorme após a meia noi te, Animais medrosos,
assustados e covardes, mania de ficar escondido ou
de escapar de lugares quando se sente ameaçado.
Meticu1osidade- conheço wna cadelinha que come
impecavelmente pelas bordas do prato, não deixando
wn grão de arroz cair fora , Desejo de companhia,
sofrem quando sozinhos (choram). Dóceis, cari-
nhosos, desejo de gelo, transtornos por vacinação.
Também apelidado de troca ter homeopático por sua
competência na aruação de ascite e edemas. Aruam
em gangrenas e em tecidos com podridão (supuração)
em geral.
Caso Veterinário
Ego, wn gato siamês com 5 anOs de idade estava
vivendo do amor de seus proprietários que insistiam
em procurar recursos para o seu grande mal que o
atormentava desde 1990, quando tinha 2 anos.
Como portador da sindrome urológica felina
estava condenado. Em 3 anos de tratamento passou
por 6 cirurgias, foi castrado e teve o pênis amputado.
Como a obstrução da uretra tornava a ocorrer, foi tra-
zido com sua sonda uretral permanente e wn capacete
na cabeça que o impedia de lamber-se.
85
Sua infelicidade era rotal. Como se roda a torrura
não fosse suficiente, era submetido a diversas dietas
na rentativa de cessar a formação dos cristais que o
obstruíam, Nenhwna dieta cwnpria sua função,
A proprietária vivia em constante sobressalto, o
temor de encontrá-lo obstruído era grande, porém O
pavor de não haver mais recursos era maior,
Alrerou totalm"nte sua vida, não se afastava dele,
não viajava e pouco cumpria sua vida' profissional.
Ao conhecê-lo, pedi para que Ego ficasse inter-
nado por dois motivos: deveria conhecê-lo o mais
rápido possível pois O tempo estava muito CUrtO para
ele; e se ocorresse a obstrução (o perigo era iminente)
deveria repassar a sonda que estava cada vez mais
complicado. Apesar da sonda fLxa, Ego tinha controle
sobre a micção que sempre estava repleta de "areias".
Ego parecia mais wn cão, pois acompanhava a
proprietária pela casa. Por estar doente a tanto tempo
isolou-se, não se misturava com os outrOS gatos da
casa, Informou-me também que havia tido lesões de
pele, tratadas pela alopatia.
A internação foi autorizada , pois a sonda per-
manente foi eliminada e com isto aboli o capacete e
liberei a dieta.
A primeira atirude de Ego foi se esconder dentro
de wn armário, permanecendo por lá wna semana
toda, saía apenas para comer e urinar (ufa! ).
Quando resolveu aparecer, mostrou sua verdadei-
ra face, desejava a nossa companhia, solicitava afagos
demonstrando sua doçura .
Após esta fase foi para uma gaiola , onde se
escondia sob os jornais quando aparecia algum cão.
Continuava insistindo em afetos e companhia.
Foi medicado com Arsenicum album CH 200,
dose única . Nessa data 27/ 09/93 o hemograma apre-
sentava leucopenia (7500 mm 3 ), eosinofilia (22%).
Na urina, wna proreinúria de 300 mg%, pH 7,5 e
presença de sangue.
N o sedimento urinário, eram incalculáveis os
fosfatos tri.plo amoníaco magnesianos.
Em 7/10/93, O pH da urina era de 6,5; protei-
núria de 100mg%, traços de sangue.
N a análise do sedimento, os fosfatos triplo amo-
níaco magnesianos diminuíram.
Análises em 18/10/93.
Leucograma - 10.600 mm'1; eosinofilia (19%)
Analises em 18/11/93
Leucograma 12,150 mm 3 , eosinóftlos normais.
Na urina, pH 6,0 ; traços de proteína; ausência
de sangue. Ausência de cristais.
86 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.

A dose de Arsenicum foi repetida uma única Repertorização

vez, pois a proprietária encontrou Ego se lambendo 1 - afetuoso - 2,2
demais, e com dificuldade para urinar. 2 - doçura - 25,3
Com algumas horas voltou ao normal. 3 - depreciativo (pois não se mistura com os
Quanto ao Ego, somente sei que está muito feliz. outros gatos) - 24,3
A pele ainda apresenta lesões. 4 - deseja companhia (acompanha a proprietária
Os proprietários também estão felizes pois pla- como um cão) 15,2
nejam viajar para a Europa. 5 - esconde, por temor 28,3
O controle está programado para ocorrer a cada 6 - urina sanguinolenta 435,3
6 meses. 7 - urina, sedimento, areia 436,1
 M.I~rl. M~dlC8
Aurum metalicum ou Ouro metálico, o Rex
merallorum dos A1quimjstas, Aurum flliatum, Au-
rum colloidale é um metal bem conhecido e que se
encontra em numerosas regiões do globo. O ouro
pode ser encontrado no estado nativo puro, mas o
mais frequente é ser encontrado unido ao cobre, à
prata, em pepitas, e em finas particulas misturadas
com areia em leitos de rios. (Lathoud).
- Ouro: "elemento de nO atômico 79, metálico,
amarelo, dúctil, maleável, denso, pouco reativo, uti-
lizado em ligas preciosas"(Aurélio Buarque).
- "Do ponto de vista terapêutico foi muito
utilizado pelos árabes, que o empregavam contra a
melancolia, as palpitações e dispneia. Foi abandonado
após objeções relacionadas com sua insolubilidade
e consequente inassimilação. No começo do século
XIX ganha nova reputação. Os médicos Chrestien e
Mil de Montpelier demonstraram que reduzido a pó
muito fino tinha ação nas secreções mucosas; depois,
seu emprego sob a forma coloidal se tOrnou clássico.
Todo o seu poder e valor terapêutico foram
postos à descobeno graças às experimentações Hah-
nemannianas". (Lathoud).
Referências blblicas
Na verdade Moisés estava tratando a sífilis do
povo rebelde e destrutivo e estava vivendo no de-
seno, pois ao dar ouro em pó diluido e agitado em
água estava fazendo um procedimentO homeopático,
(sugerimos que o leitor leia mais sobre este tema em
Êxodos 32, Bíblia - antigo testamento).
Preparação:
"Para uso homeopático se usa o ouro obtido
precipitando uma solução de cloreto de ouro com
uma solução de sulfato ferroso e o precipitado de
ouro é lavado por decantação com água ligeiramente
HOm80paliC8 Inl.rpr&lad.
87
Allrum metalicum
acidificada pelo HCI e depois com água pura. As três
primeiras dinamizações se preparam por trituração
Hahnemanniana, e as mais elevadas por diluições
sucessivas. "(Lathoud).
Hahnemann
Descontente com todas as circunstâncias,
ela pensava que em todas as panes encontrara um
impedimento - causado a maior parte das vezes por
seu destino (ou sorre) opostO, ou por si mesma, e se
mortifica e se põe abatida.
- Melancolia - imagina que não está aptO (ou que
não é idôneo) para este mundo e, ponanto, deseja
morrer; pensa nisto com o prazer mais intenso.
- Inquierude e pressa que impulsiona à atividade
mental e física; não consegue trabalhar o suficiente-
mente rápido e não poderá atuar de modo satisfatório.
- Mau humor, desalento - pensa que não pode
ter sucesso em nada.
- Mal-humorado e irascível - a mínima contra-
dição o excita até a cólera.
- Alterna frequentemente - mau humor silencioso
e alegria.
Allen
- Excitação religiosa.
- Deseja estar só.
- Desgosto pela vida com tendência suicida.
- Pranto frequente.
- Desalento, melancolia, imagina que não pode ter
êxito na vida.
Herlng
- Imagina que perdeu o afeto dos amigos e istO
o entristece até o pranto.
- Melancolia, disposto a chorar, imagina que não
está apto para o mundo, que nunca poderá ter êxitO.
88 Carlos Bruniní, Mario Giorgi & Colabs.

- Está todo O tem po com o ânimo obscuro - de- Em Aurum, todos os sentimentos narurais ao
sesperançado - sente ansiedade e desespero. A vida é homem saudável estão pervertidos.
wna carga para ele. Esta afirmação é tão abrangente, que wn dos sen-
- Muito infeliz, com pensamento suicida. timentos fundamentais, o amor à vida, a sua proteção,
Reunindo os diferentes autores podemos classi- estão pervertidos e ele se mostra desgostoso da vida,
ficar os sintomas encontrados Aurum metalicum , em cansado da vida, tem vontade de morrer e procura
primários de excitação, e secundários de depressão. maneiras de cometer suicídio. Não tem amor à vida.
O doeme de Aurum metalicum pode ser alegre
como na em briagnez, mas tra ta -se de uma tensão
psíquica capaz de transformar-se em cólera rapida-
mente . Essa excitação lembra o quadro de mania ou
embriaguez: o doente esta agitado, necessita mudar
de lugar e de pensamentos a todo instante. Manifesta
wna grande necessidade de atividade psíquica e men-
tal, mas não persevera em nada; faz perguntas e não
espera resposta; começa uma ação e não termina. "É
apressado, briguemo, tem cólera violenta à menor
comradição e pelo menor obstáculo.
Sua agitação o impede de dormir, mas, não
sente fadiga. Este estado o leva progressivameme a
depressão, que é tipicamente melancólica. A memória
e as taculdades intelecruais diminuem até o ponto em
que o doente toge de suas obrigações
Torna-se hesitante, depois escrupuloso, inferior;
fica tacirurno e foge da conversação. Sua percepção
social esta equivocada. Crê que lhe erguem obstáculo,
crê ser acusado e cai em delírio paranoico. Então a ~~' L 'I"~
agrcssividade do período primário se volta contra o f1'tn..4....
sujeito e tem desejo de suicídio. 1 -.0 I~ , I»<I...-
~ ... - ..... ,/>.~

É impressionant~ que alguém consiga chegar a

este estado mental, eSta depressão tenebrosa, que é
a perda absoluta de toda a alegria de viver. Tire-se
a esperança de um homem, e ele não terá mais nada
pelo que viver, só desejará morrer. Parece que esta
é a siruação deste remédio; auto-condenação, auto-
reprovação contínua, autocrítica negativa, um olhar
pessimista constante para dentro de si mesmo.
Imagina que nada dará certO e que faz rudo
errado. Está rompido consigo mesmo. Está o tempo
todo imaginando que negligenciou algo. Imagina
que merece ser repreendido por ter negligenciado
seu dever.
Olha para o lado negro de rudo, o tempo todo
esperando por más noócias, esperando que rodo dê
errado. O fururo lhe parece negro e deseja morrer.
Os negócios vão mal, a famí1ia o perturba, os amigos
o incomodam, se torna extremamente irritado, com
raiva à toa, se preocupa com bobagens. Qualquer
coisinha o deixa enfurecido e perturbado, está sempre
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
89
arormentado. O estado mental de Aurum é de uma Na fuga para se afirmar, na fantasia, experimenta
terrível loucura devido a sua instabilidade emocional a inquietude e impulsivamente se entrega a atividade
e melancolia. física e mental imaginária, teorizando as fantasias em
Sofre os transrornos por mágoa, decepção amo- exaltados projetos, que se real , o seu fastio da vida
rosa, medo, raiva, contradição e mortificação. não permitiria realizar.
Esta renúncia pela vida às vezes surge sem ne- O excesso, a atividade física e mental, ilusória
nhuma perturbação de origem intelectual, que está termina no cansaço e no abandono dos projeros
intacta, integra. Ele está bem no trabalho , é bom sicóticos - que nunca ·passaram do plano imaginati-
pai, todos a sua volta o consideram inteligente, no vo - e a fuga se torna melancólica e auto-destrutiva,
entantO, está preocupado, em silêncio, com seu estado culminando com o pensamento de morte e aceitação
e seu ódio pelo mundo. Nada disse a ninguém, e é da vontade sujcida.
encontrado enforcado em seu quarro. Por outro lado, organicamente, Aurum metali-
Outras vezes existe um estado de fraqueza inte- cum afeta a circulação, dando congestão sanguínea
lecrual. Ele não consegue pensar nem raciocinar. Seus em rodo o corpo, podendo apresenrar hipertensão
sentimentos estão praticamente intacros, porém ele arterial, arritmia, insuficiência cardíaca.
cai em um estado de imbecilidade ou se rorna furioso Afeta o tecido ósseo, particularmente o nariz, véu
e se suicida em um ímpero. palatino e masroide, produzindo cáries e exosroses.
Atua também produzindo doenças reumáticas, edema
A dinâmica miasmátlca de Aurum articular, doenças das cartilagens.
Metal precioso encontrado nas ligas, o ouro se Aurum metalicum influencia também o tecido
sente, quando isolado e puro, pronto para enriquecer glandular e as glândulas, rornando os endurecidos e
a vida dos demais. Destinado às joias e ao enriqueci- infUtrados, principalmente os testículos e linfáticos.
mento do mundo.
Entretanto, tão logo se encontra depurado, fica à
mercê de jogo econômico - sua utilização não enriquece
O mundo, mas serve, ao contrário de sua destinação, .jjbo 'fIi#,
para acentuar a diferença entre a pobreza e a riqueza. . ~ i ot;réIl./4<..
As mãos que O recolhem da terra, e que o de- ·~""u.
puraram, se rornam vítimas do roubo, do assassLnio ~ ...""'--.
ligados às falsas destinaç6cs da riqueza material.
A sensação mágica de trazer alegria por meio
de sua riqueza confunde-se com a maldição de gerar
desavenças e diferenças entre os homens . Restando da
alegria, o humor melancólico de quem não consegue
ser compreendido pelos demais.
Descontente, incompreendido, sentindo-se con-
fuso e desalentado, só lhe resta a fuga para un1 mundo
onde sua destinação seria compreendida a partir de
seus próprios projetos, e se entrega à excitação da
busca de uma vida que não seja uma carga para ele,
ou se entrega ao pensamento suicida na busca da
transformação, pela morte, de sua destinação.
Aurum é o grande suicida da matéria médica,
M6fj;C-'/o<1&hv ./)/Sr. c./~c.v~o
não o suicídio doloroso de quem perdeu O afeto dos
t; ~~n:D"'/;' -"'ió c~~.
amigos, de quem sente que não foi compreendido
em sua destinação e que não está apro para O mundo.
O pensamento suicida deAurum não incomoda,
Modalidades
passa por sua vontade como algo natural, sem receios
ou contradições. -Agravação: à noite, pelo esforço mental, pelo frio.
Podemos entender, assim, sua dinâmica miasmáóca. -Melhoria: ao ar livre, quando f.tzcalor, no verão,
9 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

e com música que o suaviza, leva a clareza à sua alma toda uma realidade, para si mesmo, imaginária, teo-
sombria e atenua sua cólera. rizando fantasias, exaltando projetos, junto à tristeza
que carrega.
Estudo do repertório de Aurum Lá a existência é uma aventura
«.Poderíamos contar casos e mais casos de pa- De tal modo inconsequente
cientes, nestes dias de depressão comercial por todo Que Joana a louca de Espanha
o mundo, os quais, levados ao desespero por meios Rainha e falsa demente
diretos e ansiedades, tentaram o suicídio, mas que Vem a ser contra parente
foram trazidos de volta à vida através das doses do Da nora que nunca tive
ouro homeopático. n (M. L. Tyler). E como farei gin.tstica
Poderíamos se fosse o caso, relatar ou discriminar Andarei de bicicleta
cada rubrica do repertório para entendermos o remé- Montarei em burro brabo
dio Aurum. Entretanto, o repertório deve traduzir Subirei no pau de sebo
por suas rubricas o sofrimento vivo, dinâmico que Tomarei banhos no mar!
vimos do paciente. Devemos observar no paciente TEORIZADOR 89/2
o seu poema vivo, para só então entender ou buscar EXCITÁVEL 30/ 3
entender o seu simillimum e empreendermos a busca EXCITAÇÃO emocional, rranstornos, por 31/2
do digno de curar. IMPULSIVO 49/ 1
Encontramos em Manuel Bandeira e na sua po- DELÍRIO, exaltação de força fisica, com 21/1
esia universal um momentoAurum que nos permite TRISTEZA, alternando física, energia, com
estudar sem dúvida o remédioAurum ou o remédio 93/ 1
de «Vou-me embora pra Pasárgadan • TRANSTORNO, excitação emocional, por 91/2
O poeta inicia com desabafo de tristeza do sofri-
mento «psórico deAurum" - A Fuga - por sentir-se Toda a energia dispensada pela fuga sicótica
na situação de abandono, acreditlU1do ter perdido O na profunda excitação do viver intenso não afasta o
carinho dos demais e verbaliza., na ilusão que experi- sentir-se só e o leva a um novo cansaço, num humor
menta a fantasia de encontrar o paraíso perdido, onde gozoso que se alterna com a tristeza de fundo - pro-
o próprio rei o estima. curando distrair-se a respeito de si mesmo e apelando
ABANDONO 1/1 para a imaginação de buscar espíritos que o consolem;
DESCONTENTE 23/1 enquanto. põe à sua própria disposição recursos que
ILUS~O, abandono, desamparado, está 38/2 afastem o seu sentimento ilusório de inapto para o
ILUSAO, afeto dos amigos, perdeu 38/2 mundo.
TRISTEZA, amigos, como se houvesse perdido
o afeto dos 93/1 (U.R.). E quando estiver cansado
TRANSTORNO, por decepção 91/2. Deito na beira do 'rio
TRISTEZA, amor, por decepção 93/1. Mando chamar a mãe d'água
- Prossegue no ato equivocado de compensar o Pra me encontrar as histórias
transtorno da decepção e da tristeza pela perda do Que no tempo de eu menino
amor, na fuga da fantasia lasciva. Rosa vinha me contar
Lá tenho a mulher que eu quero. Vou-me embora pra Pasárgada
Na cama que escolherei. ~m Pasárgada tem tudo
Fantasias lascivas. 32/3 E outra civilização
- Insiste e inicia a fuga sicótica, penetrando nas Tem um processo seguro
próprias fantasias nostálgicas, negando-se a aceitar o De impedir a concepção
tedioso fastio da própria existência. Tem telefone automático
Vou-me embora pra Pasárgada. Tem alcaloide à vontade
Aqui eu não sou feliz. Tem prostitutas bonitas
Fastio, vida de 36/ 1 Para a gente namorar!
... e ingressa na sicose transtornado pela decep-
ção, excitado, agindo impulsivamente e recriando ALEGRE, alternando com tristeza 3/1
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
TRlSIEZA, disttaído de pensamento sobte si
mesmo, deseja ser 93/3
TRlSTEZA, s6 94/2
ILUSÕES, imaginações, fantasias , ilusões 44/ 1
ILUSÕES, inapto para o mundo é 44/ 1 (U.R.)
ILUSÕES, espectros, espíritos, vê 42/ 1
- FinalmenteAurum aprofunda a sua tristeza na
melancolia consigo mesmo, revelando sua sífilis na
aceitação da morte com disposição suicida. Retoma
à afirmação nostálgica de sua psora, fechando o ciclo
de sua Dinâmica miasmática.
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
MELANCÓLICO, taciturno 65/3
MELANCOLIA, consigo mesmo 66/2
MORTE, deseja 68/3
MORTE, pensamento de 69/1
TRlS"fEZA, suicida com disposição 94/2
SUICIDIO, disposição 83/2
SUICÍDIO, pensamentos 83/3
Simbolismo
Segundo a doutrina Hindu, o ouro é a "luz
mineral".
Segundo Guénom, a palavra latinaAurum é igual
à hebraica A6R (a luz).
Jung transcreve a bela explicação do alquimista
Michel Majer, em "Do Circulo Phisico Cuadraro",
para o qual, em consequência dos milhões de rotações
em torno da terra (ou inversamente), o sol nela fiou
o ouro. O ouro é a imagem da luz solar e, por conse-
guinte, da inteligência divina_ O coração é a imagem
do sol no homem, como o ouro é na terra.
(Na Matéria Médica Pura, Hahnemann - Grande
angústia ao redor do coração.) Consequentemenre,
o ouro simboliza o todo superior, a glorificação ou
"Quarto Estado" depois do negro (culpa, penitência),
branco (perdão, inocência) e vermelho (sublimação,
paixão). Tudo O que é de ouro ou se faz de ouro
pretende transmitir à sua utilidade ou função essa
qualidade superior.
Crísaor, com sua espada mágica de ouro, simbo-
liza a perfeita decisão espiritual. O ouro constitui tam-
bém o elemento essencial do simbolismo do tesouro
91
escondido ou dificil de encontrar, imagem dos bens
espirituais e da iluminação suprema. (Juan E. Cirlor).
O ouro na busca de sua realização, s6 ap6s ter
sido descoberto como o tesouro oculro, busca a ilu-
minação suprema no tesouro dos bens espirituais - a
Paz, a riqueza para todos. Em sua caminhada é uti-
lizado pelo poder COlVO riqueza material desprovida
dos sentidos do tesouro espiritual, em vez da Paz e da
fraternidade que 'busca do poder e da riqueza terrena.
Na preparação homeopática traz na sua energia a
sua destinação ontológica, por isso - sozinho - ao ser
dinamizado, leva o indivíduo desalentado e melancó-
lico "sentir-se inapto para O mundo", à percepção de
que "a vida é mais do que a carne, e o corpo mais do
que O vestuário". Restaurando a completa percepção
dos amores universais do ser humano.
Assim é que no poema o Aurum busca na iden-
tidade do afeto com O rei a possibilidade do exercício
do poder perfeiro existente na desrinação do rei-SOL.
Entretanro sua fuga é produto de um aro equivocado
e este rei está distante, numa Pasárgada onde sua fuga
imaginativa o lançou. Por essa razão, o seu fastio e
o seu cansaço apelam para a morte que poderá ser -
deitado na beira do rio - a única solução para O seu
desolador miasma.
Se essa morte for por afogamento, diz mais uma
vez o recurso da fantasia, no rio, onde está deitado
à margem.
Suicídio, afogando-se 83/2.
Quem sabe não ressurge noutras aluviões com
novas existências, sem o abandono que o vitimou?
"Algumas histórias de suicidas
retiradas da internet"
20 anos
Meio: Tiro na cabeça
Forma de mensagem: manuscrito a tinta esfe-
rográfica azul
"São Paulo 18 de julho de 1988.
Edu estou deixando esta carta para mostrar a
você o que sinro e o que estou sentindo.
Edu são 2: 15 hs da madrugada não consegui
dormir um minuro se quer esta rudo doendo dentro
de mim só em pensar que ti perdi de verdade.
Du porque você fingiu , porque você mentiu
para mim este tempo todo. Du não estou aguentan-
do mais, está sendo duro resistir esta dor tão grande
que estou senrindo dentro de mim e por viver assim
preferi morrer.
Edu quando lembrar-se de mim lembre-se que
ri amei e amei de verdade"
92 Carlos Brunini, Mario Giorgl & Colabs.
22 anos
Meio: precipitação em queda livre
Fonna de mensagem: manuscrito
Obs: modelo "Carlos, Eu precisava tanto falar
contigo, pena, você não deixou. Vou morrer te aman-
do. Eu te amo loucamente. Tudo o que fIz de errado,
foi wna necessidade de estar com você outra vez.
Você não quiz me ouvir. Agora será impossível
me ouvir outra vez. Eu te amo. Se romei esta iniciativa
foi simplesmente pelo faro de saber que nunca mais o
teria de volta.
Por mim, peça desculpas à minha mãe. Diga a
ela que eu a amo muito também porém não encontrei
mais nenhwna existência para mim. Eu te amo, tudo
o que fIz foi porque o amava demais. Tentei explicar
isto à minha mãe: não se preocupe, será impossível te
ligar outra vez. (assinatura)
Eu, Márcia, dou meus olhos, meus cabelos e meu
sangue a quem precisar.
Juro estar dizendo a verdade, perante todos e a
Deus. (assinatura).
Sem ele não viver mais. (assinatura)."
"A quem possa interessar:
Grande parte do que possuía foi vendida ou
doada.
O que resta, é minha vontade que seja entregue
ao meu amigo João; o qual poderá dar a meus per-
tences o destino que lhe aprouver.
Nada deverá ser entregue a qualquer parente meu.
Quanto aos meus resros mortais, suplico encare-
cidamente; não o torturem com choros, rezas ou velas.
É apenas a minha matéria e imploro que a deixem
degradando-se em paz.
A putrefação não é degradante.
Se a hwnanidade pennitisse que a natureza to-
masse o seu curso, seria o renascimento da matéria.
Eu renasceria no vento que passa a murmurar,
nas folhas que farfalham, no solo que abriga e alimen-
ta milhares de seres vivos, na água que corre para o
mar nas chuvas que regam os campos, no orvalho
que cintila ao luar, nas grandes árvores que abrigam
ninhos de passarinhos e que vergam a passagem dos
ventos fortes, nos pequenos arbustos que escondem
a caça do caçador ...
Céus' Eu me vingaria se apenas wna de minhas
particulas participasse do desabrochar de wna flor
ou do canto de um pássaro. Romântico?
Não! Foi O mundo, minha familia, meu educador
mas principalmente ... foi o seio que aconchegou a
criança que vinha lhe contar as suas u'istezas, mágoas,
alegrias, pensamentos, e seus desejos íntimos ... suas
esperanças. A criança crescida quer voltar para lhe
contar seus sofrimentos, desilusões, a morte de suas
esperanças ... para encontrar novamente o aconchego
onde poderá descansar sua cabeça cansada e abatida e
onde poderá, enfIm, chorar as suas lágrimas que não
encontram onde chorãr.
Volto derrotada porque não fui capaz de viver,
trabalhar e estudar não foram sufIcientes para mim.
E foi tudo o que me restou. PrefIro morrer do que
viver com a morte dentro de mim. Perdoem-me."
Homeopatia & Pediatria
Crianças com: Dificuldade de amar e de demons-
trar afeto( diftcil demonstrar aquilo que não tem); você
"jamais" ganhará wn beijinho de wn criança ouro -não
por arrogância como em Platina, mas pela ausência
de conteúdo afetivo. Coléricas, bravas explosivas,sua
temática de morte choca e impressiona. Lida com
naturalidade a respeito da morte, coleciona gravuras
e fIgurinhas que tratam do tema morte e suicídio.
Jogam catchup na roupa dando a impressão de san-
gue. Seus desenhos são destrutivos e a morte está
sempre presente. Um comportamento exagerada-
mente melancólico. Medicamento utilizado para a
esquiwfrenia infantil, com / ou não antecedentes
esquiwfrênicos familiires. A destrutividadc sifIlítica
pode também ser evidenciada através de cáries ósseas,
dentárias, sinusopatias supurativas, abscessos na face,
cáries dentárias, dores ~rticulares e doenças articulares.
Orquites, urina com aspecto leitoso, crianças fracas
doentias e desnutridas
Homeopatia & veterinária
Regina Ton-o: Animais depressivos, procuram
a solidão, descontente coléricos a menor contradi-
ção, fastio, destrutivos, e auto destrutivos. Mecçóes
rewnáticas com edemas nas articulações, inflamações
de periósteo e cáries ósseas, poliartrites migratórias,
comprometimento de cartilagens em geral com de-
formidades de septo nasal, ossos na face e secreções
supuradas, ossos do crânio doloridos apalpação.
Distúrbios catarrais, Dispneia enfisema pulmonar e
cardiopatias.
PERIGO!!!!! Sempre dê crédito a quem tem
disposição suicida, pois wn dia irá a vias de fato,
(Frase do tipo: quem não morre não vê Deus, Creia
na disposição suicida, ela não é.
 Matéria Médica HomeopfJUca Interpretada
Baryta carbonica ou carbonato de bário (CO,Ba)
é encontrado em esrado narural em massas fibrosas
e comp'actas branco-amareladas, ou em crisrais inco-
lores . É a "Wirherira" dos mineralogisras cujas belas
amosrras vem de Alston-Moor (Reino Unido). Para
obtê-los faz-se uma dupla decomposição, precipitando
o nirrato ou o cloreto de bário por uma solução de
carbonato alcalino. As rrês primeiras dinamizações são
obtidas por triruração, e a partir dessas obtemos as
dinamizações mais elevadas por dissolução de álcool.
Essência deste capitulo
Se tivermos a felicidade de fazer um diagnóstico
simillimum deste pequeno paciente, já valeu a pena
o esforço de uma vida clínica, pois as mudanças de
atirude implicam em uma NOVA - VIDA, deixando
rais crianças libertas de serem estigmatizadas como
limírrofcs, retardadas e outras denominações pejora-
tivas que podem marcar uma vida. Seu digno de cura
é sua irresolução desencadeada pela falra de confiança
em si mesmo, temem expor suas ideias e opiniões,
errarem e assim seriam ridicularizadas, justificando
Biotipo Baryta
carbonica.
93
Baryta carbonica
seu baixo rendimento escolar, pois mesmo que tenham
conhecimento do assw1to, temem se posicionar e daí
não respondem.
Vljnovsky
É um dos principais medicamentos nas oligofre-
nias ou em todos os ti pos de deficiência intelecrual
ou mental; imbecilidade, idioria.
O comportamento é infantil no adulto ou no
idoso, e a criança se comporta como se tivesse muito
menos idade. A criança parece estúpida, não presra
atenção, não aprende a brincar nem caminhar, muito
lenta em compreender, em apreender, e em se mexer.
Excessivamente tranquilo, nada parece impres-
sioná-lo e nem inreressá-Io.
Memória escassa e muito deficiente esquece as
palavras, absoluta falra de confiança em si mesmo,
indecisão, irresolução, aversão a estranhos, medo das
pessoas, grande timidez.
Grande oscilação enrre decisões opostas, toda
autoconfiança se foi.
Hahnemann
Hahnemann - Doenças crônicas
• Ela suspeirava, quando caminhava pela rua,
que as pessoas a censuravam e julgavam seus erros,
o que a deixava ansiosa, a tal ponto que não olhava
para cima, não olhava para nada e transpirava em
rodo o corpo.
• Ansioso e temeroso, um pequeno ruído na rua
lhe parece ser sinal de alarme "esrá pegando fogo"
isto a assusta de tal modo que o temor percorre todo
o seu corpo.
• Sente o mais alto grau de irresolução, ela se
propõe fazer um breve passeio e, tão logo faz os
preparativos, se arrepende e opta por ficar em casa.
 4 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
• Sente desvanecer toda a confiança em si mesmo.
• Muito esquecido, não lembra as palavras que
acabou de dizer.
• Embotamento mental, estupidez mental .
• Humor choroso duranle a noire.
• À noite tinha fantasias extravagantes e estupe-
fatas como em "estado febril".
• Sonha quase rodas as noites.
• Teve sonhos confusos durante várias noites,
por isto, pda manhã, ao levantar-se, precisa, primei-
ramente, concentrar seus pensamentos.
• Sonha com coisas caoticamente confusas.
• Quase todas as noites dorme inquieta e tem
sonhos ansiosos - à noite com sonhos ansiosos e sen-
sação de peso na cabeça pela manhã.
• Tem sonhos a respeito de pessoas falecidas (os
quais, sem dúvida, lhe causam temor) e murmura
dormindo.
• Tem sonhos ansiosos, e por isto desperta
transpirando.
Allen
• Imagina que caminha de joelhos .
• Está triste e temeroso; tem todo tipo de pensa-
mentos tristes sobre seu estado futuro , pensa também
que está completamente perdido.
• Sente abatimento e temor aos homens.
• Sente grande irresolução frente a pequenas
coisas, deseja tomar uma xícara de café e, em seguida,
não mais. Não sabe o que fazer.
Hering
Falta de clareza mental. Senilidade. Sente-
se estúpido e torpe; ao mover o corpo, O cérebro
pare.ce mOver-se de um lado para o outrO, como se
estivesse solro.
- Debilidade de memória.
- Idiotia, grande debilidade mental e física, in-
fantilismo em idosos, comportamento pueril e sem
sentido, senilidade, apoplexia.
- A criança não deseja brincar - está sentada num
canto, sem fazer nada - humor chorão, sente ansiedade
diante das tarefas mais triviais.
- É romada repentinamente por uma má apre-
ensão; imagina, por exemplo, que um amigo querido
caiu repentinamente enfermo e que está morrendo.
- Repentina ebulição de cólera, porém acompa-
nhada de covardia.
- Piora pensando em seus transtornos; piora
quando acompanhado, melhora quando está só.
Compreendendo nosso paciente
Ao buscarmos, mediante as descrições acima, a
compreensão deste medicamento, encontramos como
um traço marcante de seu caráter a sua "irresolução",
desencadeada pelo eixo psórico de uma intensa falta
de confiança em si mesmo, acarretando uma forte
sensação de "menos-valia" demonstrada pelo seu
desalento, sua timidez .ç sua covardia.
Troca rapidamente de opinião, a tal pOntO que
não consegue determinar "um pOntO de vista", pois
Baryta carbonica tem impressão de que sua resolução
será sempre errada e motivo de chacotas e gozações
das pessoas.
Ao ter a sensação de que canlinha de joelhos
no meio da rua, alcança a expressão máxima de seu
complexo de inferioridade, dobrando-se na presença
dos demais homens (dos quais tem medo).
Acaba também digerindo sua cólera, pois sua
covardia e insegurança [(sica e mental não dão opor-
nulidade de encarar de frente tais problemas; desta
maneira, olha para baixo, timIdamente, enquanto
caminha.
A defesa sicótica deste medicamento está justa-
mente neste movimento de timidez, pois, ao esconder-
se das pessoas, escapa da crítica e do deboche que
teme enfrentar.
Sofre com isso a duras penas, pois crê que todas
as pessoas a olham e a menosprezam.
Na medida em que'esqucce de tàtos importantes
ou não, que não se recorda daquilo que acabou de
dizer, demonstrando uma oligofrenia, sente-se como
que anistiada, pois as pessoas costumam ser mais
complacentes com os bradipsíquiws fugindo através
de sua " memória fraca" da responsabilidade (falta de
confiança em si mesmo).
Desta forma chega a ter aversão a estranhos,
pois teme errar na presença destes e no ridículo de
ser censurada.
É importante ressaltar, aqui, O grande valor que
tem o tratamento homeopático para tais pacientes,
pois a nossa: experiência no dia-a-dia da c\inica pedi-
átrica já nos proporcionou excelentes resultados com
crianças qualificadas pelas escolas como "linútrofes".
Estas, após tomarem o medicamento, passaram
a colher bons frutos escolares, uma vez que foi res-
tabelecido o fluxo energético, atuando na sua falta
de confiança em si mesmo, (estimulando) fazendo
o indivíduo perder sua inibição (que era reativa) e,
portanto, dando-lhe a oportunidade de encarar seus
problemas do cotidiano.
 Matéria Médica Homeopética Interpretada
95
Entretanto, se este fluxo de energia vital não Baryta, por não enfrentar (é covarde), digere a
for estimulado, encontraremos sintomas do terceiro duras penas suas afrontas que somaticamente deixarão
mias ma (sífllis) com grande confusão física e mental, sua marcada presença.
infantilismo, comportamento sem sentido, estupidez, São pessoas com um humor chorão, inquietas e
torpor, tendo inclusive a sensação de que o cérebro fechadas, com grande hiperexcitabilidade dos senti-
está solto na sua cabeça (não tem coordenação de dos, com defIciência de crescimento intelectual e fisi-
.ideias na sua mente, como que embaralhadas, mistu- co, envelhecimento precoce do aspecto fisico (como
radas); esquecido de tudo, com mau humor, aversão tem mesmo jovem),·uma mentalidade ranzinza;
mais acentuada à presença de pessoas (agora não grande medicamento para velhos, obesos e crianças.
apenas as estranhas, mas a qualquer pessoa, insociá- A ação do carbonato de bário junto às paredes
vel, misantropo), indivíduos adultos comportando-se arteriais desencadeia o ptocesso de arteriosclerose
como velhos esderosados, abatido, indolente, fala e hipertensão arterial - justificando organicamente,
muito (entretanto, não apresenta com sentido lógico pela "similitude" por que tais indivíduos apresentam
seu pensamento ). a "psicose senil" com este difícil temperamento mi-
santropo. Com desânimo, cansaço após as refeições,
PSORA .... natural sentimento menos valia, falta com vertigens, cefaleias e náuseas ao agachar-se ou
de auto - confiança levantar seus braços, que podem vir associadas ou
não a fotofobias, cataratas e visão rurva / nebulosa.
SICOSE .... difícil se posicionar, não responde,
pois acha que \'ai errar, passa por burro
Baryta C/l.rbonicI< sofre pela sua dificuldade de se
SIFlLIS .... confusão mental, imbecilidade, de-
relacionar com as pessoas (desconfia delas) , graças a
generação nervosa, indolência, misantropia desiste
isto tem falta de calor vital, sendo indivíduos sensíveis
da vida
ao frio, agravando ao ar frio, são por demais frioren-
A compr<:cnsão de BI<rytl< na sua dinâmica mias- tas; entretanto, melhoram ao comer comidas frias,
mática nos dá oportunidade de entender os demais agravando-se ao comer as quentes, que desencadeiam
sintomas e, assim, ao penetrarmos no seu universo a tosse (têm muita sede); têm fome, mas recusam
individual, percebemos o "sentir" deste medicamento, alimentos; disfagias.
que tem como "pano de fundo" a falta de confiança
em si mesmo; por isso o esquecimento que pode Demais sintomas
chegar ao extremo em adultos, quando não sabem
como voltar para casa, e a dificuldade no aprendizado
das crianças.
São recursos que o "ego" de Baryta carbonica
encontra para defender-se.
Tem sobressaltos a ser encostado, e tamanha
é sua ansiedade pelo futuro, (que crê ser sombrio)
que a qualquer instante sente que vai receber uma
má notícia.
O que mais poderíamos esperar de uma pessoa
tão insegura, que não a falta de confiança nos outros?
Desconfiança crê que falam dela .
Desta maneira, Baryta cI<rbonica desenvolve
também um movimento psíquico de revolta graças
a sua inferioridade e menos valia (piorando quando
pensa em transtornos), aparecendo aqui a indecisão
e a covardia sendo esta última um fator que desloca
em muito seu ritmo de energia, pois aqui BI<rym,
por se sentir inferior, engole seus dissabores e não
enfrenta a situação, acarretando transtornos físicos
e mentais pela não-mobilização desta energia (o que
não explode, implode).
 6 Carlos Bruniní, Mario Giorgi & Co/abs.

1. Hipertrofia das aITÚgdalas - supuração frequente

com abcessos.
2_ Prurido nos ouvidos / erupções retro-auricu-
lares.
3. Epistaxes pré-menstnJal, coriza, olfato agudo.
4. Parótidas inchadas - tensão na pele do roSto
como se tivessem passado claras de ovos.
5. Odontalgia - fístula dental.
6. Sialorreia 110m ma - molha a fronha à noite,
mau hálito, boca seca pela manhã (baba muito
durante a noite toda).
7. Abdome abaulado, tenso, duro em crianças, Aa-
tulência - cólicas, parece que o intestino vai de
um lado para o outro quando se vira na cama.
8. Adenopatias, lipomas, quistos, sarcomas e
vernlgas.
9. Catarro com tosse, voz rouca e coriza - sensação
de que algo cai dentro do tórax.
10. Palpitações na cabeça. Aftccfões respiratórias.
11. Adenopatia na nuca e região cervical.
12_ Calafrios, sudorcsc na presença de estranhos
(principalmente se tiwr que tomar alguma na hora. que é arguida, não responde passando por
decisão). burrinha ou memória fraca.
13. Dificuldade em cicatrizar as feridas. Tudo gira em torno de sua insegurança. Uma
14. Sonolência diurna, sono agitado à noite, fala agrcssividade defensiva.
dormindo (graças à péssima noite Baryta não São complexadas, entram no consultÓrio se es-
descansa o suflciente e, portanto, no Outro dia condendo atrás de seus pais,quando tem visi ta em casa
tem sonolência) . esconde-se em baixo dos móveis. Nas festinhas não
15. Dores musculares, mãos apergaminhadas comem os salgadinhos por ficarem envergonhadas.
(secas ).
16. Ascaricüase, prurido anal, fístula úmida. Homeopatia & veterinária
17. Fezes duras. Ardor ao urinar (hipertrofia de Regitu< Torro: este animal é: tímido, covarde,
próstata) . Aversão a estranhos demonstra.ndo falta de confiança
18. Impotência, ejaculação precoce, menstruação em SI mesmo. "
escassa, dores e hipertrofia de útero (do ponto Quando vem visitas o animal se esconde,e só
de vista mental, a impotência de Baryta está encontrado depois que as visi tas vão em bora
diretamente ligada à sua insegurança ). Emaciação e enfraquecimento gradual em ani-
19. Arteriosclerose. É útil nas doenças degenera- mais que estavam gordos e bem nutridos, o abdome
tivas das artérias , já que o carbonato de bário aumenta de volume. Hipertrofia toda cadeia de
é um tóxico cardiovascular que atua sobre o linfonodos.
músculo carcüaco e parede muscular das arté- É comilm enCOntrar nódulos linfáticos em forma
rias. As paredes arteriais amolecem e se dege- de rosário. Tem curado mInores.
neram originando aneurismas, que podem ser Sente muito frio, quer sempre estar coberto.
curados usa.ndo continuamente essa medicação. Deseja repousar depois de se alimentar, com debi-
Hipertmsáo arterial associado a arteriosclerose. lidade digestiva, constipação intestinal, glàndulas
Tendência à apoplexi'a. meseméricas aumentadas c éndurecidas. Desejo sexual
e performace diminuida.
Homeopatia & Pediatria
Tórax cheio de muco que o animal tem dificul-
Mãe confere as suas lições, toma o pontO e a dade para expectorar. Melhora deitando-se sobre o
criança sabe, demonstrando-se apta para a prova, mas Abdome.
 Matéria Médica HomeoptJtica Interpretada
Apresentação
Sinonímia: Atropa bellado1illa, So/anllm IcthaJc,
BclaMna, Morelle furWsa ou M01'cllc marina.
Bclladonna é uma planta herbácea vivaz da famí,
lia das Sol:náceas (gênero Atropa), natural da Eillopa,
cUJos órgaos (flores, frutos, folhas, riwmas, raízes,
caule etc.) possuem uma elevada concentração de
princípios ativos meclicinais (Arropina e hioscinamida,
a1calOldes voláteis, cliamina, piridina, bases pirólicas e
ácido crisatropínico), sendo considerada uma planta
venenosa devido aos efeitos tóxicos.
Seu fruto parece uma cereja grande, escura; o que
faz grande número de vítimas entre crianças que, uma
vez fascmadas por seus chamativos frutos , OS ingerem
e podem até morrer envenenadas. A tinrura-mãe se
obtém com a planta inteira e fresca.
Foi experimentado por H ahnemarm e seus colabo-
radores. Em Fragmenta de Viribus medicamentorum
QJu:<ndo a temperatura esquenta.
97
Belladonna
positivis, Belladonna apresentou 405 sintomas' na l'
eclição da Matéria Méclica Pura 650 sintomas', na 2'
Ed. 1432 sintomas e na 3' Ed . 1440 sintomas.
Latho ud: É graças à intimidade que todos nós
temos com a atropina (pois esta também faz parre
do arsenal de meclicamentos / alopáticos) que fICará
mai~ fácil à compreensão e esrudo da sintomatologia
orgaruca e mental da A/:7'opa belladona ou simples-
mente Belladona.
Para nós, homeopatas, cada medicamento tem
um gênio, um tipo de çaráter e temperamento que
pode ser reconhecido de duas maneiras:
10 Toxicologia - observação dos sintomas do in-
divíduo que teve ingestão acidenta'l da planta
ou tomou uma dose inadequada de atropina,
como, por exemplo, em pré-operatório.
2 0 Patogenesia - coletânea de sintomas que são
despeITados num inclivíduo saclio ao ingerir um
meclicamento homeopático (Experimentação).
Pupila dilatada, "bela dona ",
 Carlos Bruniní, Mario Giorgi & Co/abs.
Calor, vermelhidão e queimação são as três ca-
racterísticas que percorrem toda a patogenesia
de Belladona.
É da observação dos sintomas que chegaremos
ao remédio Belladona, pois, se esta planta dcsperta os
sintomas adiante enumerados, em doses homeopá-
ticas cura os mesmos sintomas (lei da scmelhança).
Sintomas de intoxicação
o Secura na boca - Secura na pclc - Sede com
dificuldade à dcglutiç50.
o Perda gradativa da noção perfeita e real do que
se trata e do que se passa em volta.
o Incapacidade de urinar, apesar da pressão
exercida pela bexiga.
o Perturbações psíquicas com gestos e movimen-
tos muito similares aos produzidos por um alcoólatra.
o Grita e gesticula - Chega a contorcer-se - An-
siedade.
o Boca e garganta secas - Gargalhadas violentas
- Gestos violentos e desordenados.
o Náuseas - Dilatação das pupilas - Vermelhidão
da face.
o Pulso baixo e fraco - Hipertermia - Taquicardia.
o Em doses elevadas, a vida é posta à prova em
6 a 20 horas após a ingestão.
Tais sintomas são com frequência vivenciados
por oós quando, por exemplo, os oftalmologistas nos
prescrevem colirios com atropioa oa fórmula para
dilatar pupilas ou quando, na vivência hospitalar, mui-
tos de nós assistimos indivíduos sensíveis à atropina
(como pré-operatório) apresentando pemlfbaçõcs tais
como: vermelhidão da face, secura na boca, náuseas,
hipertermia, taquicardia e mesmo alterações psíquicas
como delírios, alucinações e grande agitação, assim
como retenção de fezes e urina no "pós-operatório".
Devido aos sintomas acima descritos, muitas
vezes é útil a prescrição de Belladona no "pós-o pera-
tório", pois minimiu os sintomas indesejáveis que
foram despertados levando o paciente a vibrar na
sintonia de Belladona.
Núcleo do medicamento: Fogo, febre interior
e violência, é uma pessoa plectórica, vigorosa e inre-
lectual. Ansiedade religiosa (medo de arder no fogo
eterno).
.•
Ação geral do medicamento
. Congestão ativa com excitação nervosa e vascu-
lar; inflamação aguda, brusca e violenta; com secura
das mucosas e eXtrema facilidade para se resfriar.
Possui irritabilidade de todo sistema nervoso. Quanto
maior for a congestão, maior será o grau de excitabi-
lidade levando a uma hipersensibilidade dos sentidos,
principalmente por ruido e luz e uma instabilidade
dos sintomas, eles passam de um lugar para o outro
e aparecem e desaparecem bruscamente.
Belladona atua nos sintomas funcionais que são
psóricos e não diretamente no aspecto lesional. É
grande o número de sintom<!,5 de caráter neurológico,
que se refletem nas funções do intelecto, especialmen-
te nas sensações e percepçõcs, mas sao sintomas de
natureza tóxica e nao lesional e, portanto, psóricos
(Jose Laércio do Egito).
Conforme consta na Matéria Médica de Gilbert
Charerte, Belladona é um importante medicamento
da congestão cerebra:l e das cefaleias congestivas. Esta
congestão cerebral se mostra mais evidente ao nível
do córtex, tornando as rooas psíquicas especialmente
irritadas, justificando seu uso: na mania aguda; na
epilepsia; nas convulsõ~s; nas meningites.
Belladona .também congestiona e irrita, simulta-
neamente, outros setores do sistema nervoso central
- os núcleos optoestriados c o cerebelo - donde os
distúrbios da marcha que conferem a certas manifes-
tações tóxicas a qualificação de "embriaguez beladona-
da", bem como de coreia; a irritação do bulbo explica
os fenômenos laríngeos: disartria, tosse espasmódica,
respiração estridulosa, etc.
A irritação da medula justifica outras indicações:
mielites agudas em início; Belladona excita o simpáti-
co, razão porque nos indivíduos deste medicamento
tudo é espasmódico: espasmo dos vasos sanguíneos,
dos pequenos canais hepáticos, do candura cístico,
do colédoco, dos órgãos ocos (esôfago, estômago,
intestinos, bexiga, útero) e dos esfíncteres.
Também possui simultânea ação paralisante
sobre o vago, donde se observa o fenômeno de ace-
leração cardíaca.
 Matér;a Medica Homeopática Interpretada
Eleva a pressão sanguínea c pro\'oca uma vaso-
consrrição capilar. Todos os vasos são hipercmiados,
provocando O "erirema da Belllldollll" e o rubor escar-
laUniforme que se obsen'a após o abuso de dost's elt'-
vadas de Bel/ad01.a como fala Manquar (Nilo Cairo).
Belllldolln. é um medicamento nervoso , eeEiliCCl ,
agudo (o indivíduo adoece de modo súbito, sem
pródromos; a doença atinge rapidamente o máximo
de imensidade), rápido desde que o doeme passa a
melhorar, os simomas desaparecem rapidameme e a
cura se insrala [;i o depressa quão depress> sobrn'eio
à doen\-a. Este caráter de rapidez se faz mais evideme
em rdação às dores, que cosuunam ser fulgurantes,
violemo (o doente sofre muito c implora alívio),
vermelho (o rubor n50 se limita à face, mas abrange
a superfície dos tcgllmemos de um modo geral) e
quente (o calor se encontra muito ,1(enmado em Bel/a-
dOI/a ; as congesrões locais proporcionam sensação de
Gtlo r ,,:lo apcms subjetivo, mas também objetivo).
A"inalando que estes aspectos são comuns nas
doençall intà.ntis, torna-se fácil compreender a razão
porque Bcl/ndll1/a compete wm Clmlnomilla na clínica
diária. ( omentário de N'ISh).
Hahnemann & Organicismo - Usou Belladorma
cOlno tratamento curativo e preventivo de escarlatina,
pcla simiJitude de sintomas.
Sintomas mentais
Excitação" violfncia. Delírios e alucinações.
Grande abatimento. Amor à ~()lidão. Deürio violento
selvagem raivoso, raiva Cnlria violenta, rangem dentes
~ puxa pelo prúprio cabelo, morde, alucinações visuais
que piOrJJll durante a noite, quando fecha os olhos
alucinJ com o MAL. Desde bestas, animais que O
perscb'Ucffi, Inorte. iJninentc, estados m<U1í:tcns.
Ninf{Hllania , loucura pucrperal inc()l1sciência
com cab fi'io ,
Os indivíduos de Bci/adorma ~So aqudcs que
apresentam um tipo de comportJmellto mental e or-
gânico tal qlle, 111CSlll0 SCIll íngcrilTnl acidentalmente
a plama, ou tomarem dose inadequada clt- atropina,
comportaln-se cnlno se a rivc:s~l'nl tom~Kio, pois se
aprcsentdln (0111 os ~cgll intcs SintOnl3s: explosivos,
com delírio violento, furioso , bate com a cabeça na
parede e arranca os cabelos, loquacidade (mllda de
um assunto para outro, que nã() tCln nndJ a ver, e
não conclui).
Estes sintomas já se esboçam desde a inté\ncia,
onde encontramos crianças coléricas, birrentas, que
99
batem com a (',ll1e\'a na parede para chamarem a
atenção.
S60 pessoas que, apesar de fazerem o tipo valen-
tão t tCtn pl'r~unc:ntaJ, são l'XIrenlanlClltl' rnedrosos em
relaç60 ao sobrenatuf.1L
Medo de animais imaginários, fimasmas , soli-
djo (' bdr(x's. Mundo prúprio ahsorvido pllr espectros
e \'isiíes c esquecido-dos arredores. Teme estar prestes
a morrer.
As pessoas Bc/ladm.a têm um grande afluxo de
sangue para o cérebro, Justificando suas dores de ca-
beça. Inclusive agravam os sintomas mentais quando
cortam o cabelo.
Kent
As dores de cabeça e demais sintomas aparecem
e desaparecem subitamente. É um medicamellto no
qual, ao se colocar a mão sobre a cabeça e retirar em
seguida, tem-se a impressão de caJor. A lembrallça
daquele calor fica em sua mão por um tempo.
A nossa vivência com crianças, dentro da pe-
diatria , nos deu a oportuJlidade de, muiras vezes,
observar crian',as em situações de febre , onde os
delírios faziam parte de uma sintomatologia tão mar-
cante que chegava a deixar os familiares em estado de
pânico, pois saltavam n:t cama, gritavam) descreviam
monstros e demônios, animais imaginários, estando,
portanto, fora de seu esrado de lucidez.
Convém deixar bem claro que os indivíduos
Bclla:donna tan1bém deliram fora das crises de febre .
As pessoas de Belladonna são extreman1entC sen-
síveis aos tremores e trepidações, a pomo de pedirem
ao médico: "por favor, doutor, não sente na cama".
Aind,l sob o prisma mental encontramos uma
peculiaridade: "A ansiedade religiosa", Do pomo de
vista ~imb"lico, a compreensão disto, vem do fato de
que Bcl/aiWna é um medicamento ligado ao elemento
fogo. E quando adoece, mdo arde dentro de si, como
Bellld01ma
Se seu corpo ftl-ver
Sua ""mo e p2'gela e
o corpo mmcr
e a cabCfa estourar!
QJ,eira não se esquecer
a Bellado,ma to",ar
 o Carlos Brunini. Mario Giorgí & CoJabs.

se queimasse (ou ardesse nas chamas do inferno), sen-
do esta a angústia miasmática deste medicamento, ou
seja, torna-se bastante religioso pelo medo da punição
e do castigo eterno. Vir a arder no fogo por uma tarefa
mal cumprida é o núcleo, ou seja, os demais sintomas
são consequências deste "toga-interno". Graças a isto,
Belúuúma reza e é carola, como tentativa de redimir-se.
Esse desejo de resgatar algo perdido aparece por
meio de sua cleptomania. São pessoas que sonham
com fogo, brigam, dão pontapés e falam durante o
sono.
Trio do delírio de Nash:
-Belladona - violência predomina sobre estupor.
- Stra'/1/OIlium - loquacidade predomina com a
violência.
- Hyosciamt<s - estupor predomina sobre a vio-
lência.
Miasma
~ PSORA~ FOGO (febre- interior), ansiedade
religiosa (medo de arder no fogo eterno).
~ SICOSE~ REZA pela salvação de sua alma,
(tentativa de redenção), briga, bate, luta.
~ SÍFILIS~ DEPRESSÃO, tudo está perdido,
tédio, stllsação de vida destruída.
Epilepsia. A Aura é constituída por uma sensação de
caJ11lU1dongo que corre ao longo do corpo.
O fácies exprime ameaça e furor; no final os
traços relaxam e podem exprimir alegria (Kent).
Belladona também curou quadros de paralisia
facial a frigori, apesar de ser Causticum o remédio
geralmente indicado nesses casos (Lathoud).
Inflamação ocular. Estrabismo que sobrevém
bruscamente na congestão cerebral. Midríase.
Língua vermellia e seca, com as bordas vermellias
e uma cobertura branca no centro; papilas brilhantes
e proeminentes, como na escarlatina (Acon., A11t-
t.), odor ofensivo, com gosto pútrido na garganta
ao comer ou beber, apesar da comida ter um sabor
natural (Nash).
Enorme facilidade para se resfriar, sensível a
correntes de ar, especialmente ao descobrir a cabeça
(SiJicea também gosta de ,ter a cabeça coberta); por
cortar o cabelo (Hep.); as amígdalas incham após
andar no vento frio (Acon.). Apresenta tamanha afi-
nidade pela garganta. A queimação, a secura (Saba-
diIJa), a sensação de constrição (desejo constante de
deglurir para aliviar a sensação de secura, Lyssinum),
com ou sem inchação do pálato e amígdala, podem
ser intensas - (Nash).
Tosse seca, curta, com coceira e principalmente
noturna.

Sintomas gerais e locais

O sono é congestivo, cheio de sonhos e agitado.
Sobressalto durante o sono. Sonolento, porém não
consegue dormir; canta dormindo ; dorme com os
olhos semiccrrados.
Dorme com as mãos sob a cabeça (Arsemcum
alJJum, Plati/la ) - (Boerieke).
Sonhos: Brigas. Fogo. Ladrões. Assassinos.
Caindo.
Hipersensibilidade do couro cabeludo.
Vertigens ou dores de cabeça de características
pulsáteis pelo grande afluxo de sangue. Todo o san-
gue parece esrar afluindo para a cabeça (Amylmt<m
/litrosu"" GIo/loÍ1lt<m, Melilotm). Congestão cerebral.
Os males vêm da cabeça, de cima para baixo.
Segundo AIlen, os pacientes têm vertigem ao
inclinar-se para frenre, ou quando se levantam depois
da inclinação (Bry.); a cada mud.mça de posição.
Enfiam a cabeça dentro do travesseiro (Apir., Hell.,
Podo.).
Convulsões febris agravadas por abalos (por
exemplo, quando se esbarra no leito do paciente).
 Matéria Médica Homeopátíca Interpretada
Crise aguda de hipertensão arterial. Pulso cheio,
rápido, duro. Palpitações cardiacas e batimento de
carótidas e artérias temporais .
Sensibilidade no abdome agravada pela menor
vibração, ao caminhar ou ao pisar ou mesmo da cama
ou da cadeira sobre a qual está deitada ou sentada.
O período pré-menstrual para Belladana é crítico,
melhorando com a menstruação que tem a caraCte-
rística de ser abundante, de cor vermelho-viva, com
coágulos escuros, sendo que, muitas vezes, este é
objero da consulta, cabendo ao homeopata seguir na
exploração do caso e encontrar mais sinromas para
poder diagnosticar Bel4uiona, pois não devemos recei-
tar apenas para um órgão e sim, buscar a toralidade.
Pressão para baixo, como se o conteúdo abdo-
minal fosse sair pela vulva; piora ficando de pé ou
sentando ereta; piora pela manhã (comparar com
Lil-t., Murex, Sep.). (Nash).
Dor renal ardente . Urina sai gora a gora .
Dor na coluna. Dores reumáticas muráveis.
Dores ciáticas dilacerantes.
Mãos frias - cabeça quente .
Pele ardente e brilhante. Abcessos frequentes
(sendo inclusive usada pelos alopatas a pomada de
BellaMna em abscesso, graças à sua atividade de simi-
litude com o processo: dor, calor, ardor, edema local).
As inflamações de BellaMna são mais localizadas
que as de A conitum. (Nash).
Independente de onde ocorre a inflamação, o
calor intenso é o mesmo. Indicada principalmente no
começo de todas as inflamações agudas, locais e gerais.
Apresenta crês grandes características: subiraneidade no
aparecimento, violência nas manifestações, desapare-
cimento repenuno.
Atropa beltadmUl.
10
Agravação: Pelo taro; pelas bebidas; à tarde;
movimentos, sentado; pelo núdo, correntes de ar,
olhar para objeros brilhantes (L)'ss., Stram.); depois
das 15 h; durante a madrugada, depois da meia-noite;
por descobrir a cabeça; pelo sol de verão; ao se deitar.
(AlIen) ; por odores fortes
Melhora: Pelo"repouso; de pé ou deitado. (ou
sentado erero - AlIen); aplicações frias; habitação
quente (quarto quente - AJJen).
Térmico: Friorento
Sede: Sedento (grande sede por água fria; ne-
nhuma sede durante a febre ou sede queimante com
secura na garganta, mas com horror a beber).
Fome: Perda de apetite
Aversão: A ácidos, café, bebidas alcoólicas,
comida quente, cheiro do leite, barulho, companhia
(sociedade).
Desejo: De cerveja; bebidas frias, limonada.
Lateralidade: Direita.
Transrorno por: Exposição ao frio; ao calor do
sol; cortar o cabelo; molhar a cabeça; manter a cabeça
descoberta; ingerir salsicha e vinho.
Comparação: Lábio superior inchado e espesso;
Bel!, Cale, Nat-m.
Antídoros: Acon, Camph., Cojf., Hep., Hyosc. ,
Merc., Op., Puls., Sabad., Vi1tum.
Principais indicações clínicas:
Abcesso. Aborto. Adenite. Amenorreia. Angi-
nas. Angiocolites. Apoplexia. Apendicite crônica.
Bartholinite. Bronquite. Broncopneumonia. CaJázio.
Caxumba. Cefaleias. Ciática. Colecistite. Cólicas in-
testinais. Coma. Congestão cerebral. Conjuntivite.
Convulsões. Coqueluche. Coreia. Coriza. Del.írio.
Dentição da criança. Diarreia. Dismenorreia. Dis-
tocia . Disuria. Encefalite viral. Enurese. Epilepsia.
Erisipela. Escarlatina_ Febre. Febre puerperal. Fu-
rúnculo. Gengivites. Glaucoma. Glossite. Gripe.
Hemicrânia direita. Hemoptise. Hemorragias. Hi-
pertensão arterial. Hipertireoidismo. Incontinência
urinária . Insolação. Insônia. Irite. Laringite. Mania.
Meningite. Mecrite. Metrorragia. Nefrite. NevraJgias.
Odontalgias. Orquite. Otite. Pancreatite. Peritonite.
Peritillite. Pneumonia viral. Prostatite. Queimaduras
cutâneas. Retinite. Rubéola. Sarampo. Seios. Sinusite.
Tabes. Taquicardia. Tosse. Varíola. Vômiros .
Homeopatia & pediatria:
São crianças fortes , corpulenras,explosivas, furio-
sas que quando contrariadas se rornam coléricas, vão
jogando as coisa que vêem na sua frente, comportam-
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
se como se estivessem tomadas ou fora de si, quando
são impedidas de jogarem as coisas c de socar, batem
com a cabeça no chão, fazem crises de birra arrancam
seus cabelos, mordem e mo.rdem-se. Avançam nas
pessoas a menor contradição mas essa valentia toda
é contrastada pelo alto medo de siruações espiriruais,
morrem de medo do escuro, bruxas, saci pererê e as-
sombrações. Pedem para pular a pane da história onde
esses personagens aparecem Impressionabilidade. Este
medo de coisas espirituais faz com que desenvolvam
uma busca religiosa, certamente a busca de proteção.
Delirantes vêem coisas, acordam a noite descrevendo
monstrOs e demônios, pesadelos sonham com FOGO.
Tem eXtremidades frias como gelo e cabeça quen-
te em fogo, sensação de queimação nas suas variadas
dores. MerlicamentO muito utilizado em hipertermia.
Homeopatia & veterinária
RFgi1Uf Torro- Animais cxp'losivos, violentos ,~111
crueldade, sem rancor não guardam nao se vingam boa
Índole, apesar de valentes, coléricos, birrentos que
batem a cabeça na parede para chamarem atenção.
Apesar de amorosos tem os nervos a ,flor da pele.
Extremamente sensíveis a luz, ruídos, tremores ou
Melhoram com aplicações frias e em quartO quente
repousando, rlifícil ingerir líquidos quentes, sede em
pequenos goles. Desajeitados derrubam por onde
passam. Indomáveis e ~em controle, difíceis de ades-
trar. São cleptomaníacos, os gatos roubam pequenos
objetos que ficam escondidos em outrO lugar.
Pomo frágil? - CABEÇA, olhos vermelhos
pupilas dilatadas, Acidentes Vasculares Cerebrais.
Incontinência urinária. Convulsões febris (não tem
inrlicação em epiJepsia).
Trepidação. Agravam seus sintomas mentais
após a tosa (especialmente na cabeça). Cabeça queme
e extremidades frias, sono agitado, rosnam, choram,
gritam, brigam e chutam enquanto dormem. Delírios
noturnos.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
LATHOUD - Bomx ou Bibol"ato de sódio é um
sal alcaEno que se apresenta sob a forma de cristais
grossos, prismáticos, romboidcs, oblíquos, ligeira-
mente opacos; evaporam no ar, são solúveis na água
e na glic<:rina c insolúveis no álcool.
É encontrado em estado natural na Pérsia e no
Tibet, pode scr preparado artificialmente fazendo
reagir o carbonato de sódio com o ácido bórico que
transforma ra pidamente o bicarbonato de sódio por
saturação.
Age profundamente sob re as mucosas que se
irrita até úlccrar, particularmente nas da boca pro-
movendo aftas.
NASH - "Os cílios tornam-se viscosos e colados
juntos e depois se voltam para dentro, há otorreia,
crostas secas nasais que voltam a se formar quando
retirados. Tosse acompanhada de expectoração te tida
com gosto de relva. Diarreias com evacuação contínua
dia e noite, de cor verde e aftas na Mca. A criança
grita antes e durante a micção, com urina vermelha
como Lyc. ou Salsapar,.illll. Uma leucorreia branca
albuminosa que empesteia a roupa; muito profusa
dando a sensação como se água quente corresse pelas
coxas. Pek supurada e eczemamsa".
MENTAIS -
• Grande medo do movimento descendente,
dcS(cndo uma escada, ou um lugar alto ou uma co-
lina, balança a rede ou avião, elevador. .. Acompanha
isso tudo muira ansiedade, o mesmo Ocorre quando
se inclina para a frente .
• Sobressalta-se com facilidade por ruídos, susto
e até por espirrar, fogos de artifício, gritos, dormindo
e ao acordar. Medo de trovões.
1
Borax
• Nervosos xingam muito e irritáveis) veemente
e blasfema, descontente irritável antes de defecar,
chora enquanto defeca e fica contente depois.
• Agitação não consegue ficar quieto um instan-
te, contrapondo com aversão ao trabalho.
• Medo de adquirir uma doença infecciosa
Sinais e sintomas
• Piora com todo O movimento de inclinação
para a frente Ou descendente, pelo mído bmsco, ainda
que leve, peJo clima úmido e frio ,pelo calor e pelo rir,
depois da menstruação e antes de urinar, fwnando .
• Melhora pressionando o local dolorido
(Bryonia).
• Fraqueza nas articulações.
• Vertigem, sendo que enjoa ao descer, escadas,
no mar quando sai do barco
• Sensibilidade no couro cabeludo, o cabelo
fica empb,trado, embJraçado, sujo e sem asseio. As
pestanas ficam abarrotadas de wn exudato viscoso,
seco, aglutinadas pela manhã, viram para dentro e
inflamam os olhos, pelos selvagens, causando con-
juntivites e bJefatites.
• Rosto pálido, terrosos e sofredor, sensação de
teia de aranha no face, acnes e cravos importantes no
rostO e na· boca.
Pele seca que demora a cicarri7""r, supuraç~o de
feridas.
• Inchaço no epigástrio após comer, com cólicas
e diarréia, náuseas viajando em um automóvel que
agrava descendo a serra. Vômitos e náuseas depois
de ruídos.
• Ausência de desejos sexuais, indiferença ao
sexo .
• Esterilidade, leucorreia albuminosa transparen-
te com cheiro fortíssimo de ovo e que deixa a região
vulvar assada (sensação de ardência- aftas vaginais).
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
GalactOrreia e leite espesso durante a amamen-
tação.
Pense na Queda como um arquétipo de CULPA.
Anjos caídos = Anjos culpados.
QUEDA Teológicl.
A humanidade, também cai do Paraíso, sai do
Éden.
Vamos agora entender seus MIASMAS
PSORA'" Corroer as mucosas, é correr o inte-
rior, as entranhas, e o medo da QUEDA, é a expressão
de sua culpa- ... SICOSE: Sobressaltos, Hipocondria,
... SÍFILIS: esterilidade, desanimo anorexia com
ferid as na boca. aversão ao trabaUlO,
Homeopatia & Pediatria
Desalinhados, sebo rreia, caspa e cabelos ense-
bados. Despenteados e de aspectO suj o, odeiam ser
penteadas. Sintoma chave é o pavor de movimentO
descendente. Observamos a criança agarrada a mesa
de exame do consultório, com medo de escorregar e
cair no chão, agarrada ao colo da mãe com medo de
cair, choram quando o elevador está descendo, escada
rolante e evitam a cerros brinquedos de parquinhos.
Teme também s itu~ ções onde possa se sentir
espremida (A1;gentum).
Medo de trovões e barulllos em geral. Comente
depois que defeca (Natl'U1n sulphuricum ).
Transtornos por dentição (Coffia, Chamomilla,
Phytollaca ) .
Rejeitam o peitO tanto pelas aftas quantO pelo
gosto de queijo azedo.
Medo que ocorre também a noite quando agar-
ram-se no berço, acorda e chora { depoi s manifesta
o medo, não que tenha sonhado que cai (Aconitu1n,
Alumina, Sttlphur, Zincum, Thuya e outros .. )
Terrores noturnos Apis, Cina, Stramonium.
Aquela tradicional brincadeira de jogar a criança
pra cima é muitO traumática em Borax, o medo traz
sobressaltOs e ai mesmo crianças mais velhas esticam
os braços na hora(comO'se fosse, um reflexo de MotO
em crianças maiores).
Grande medica mento para aftas, gengivites e
ourras infl amações de orofaringe.
Micção dolorosa, choram para urinar.
Homeopatia & veterinária
&gina T orro- O animal fica inseguro e de-
monstra medo do referido movimento descendente
a exemplo da ave que se assusta quando sua gaiola sai
de lugar alto para ser higienizada.
Pelos e penas que se embaraçam com facilidade,
sendo que cílios voltam-se para dentro entrópico,
animais de cara chata = braquicefáJicos, ex: bulldog,
gato persa, provocando inflamações, principalmente
nos cantOs externos, as pálpebras inferiores podem
completamente invertidas.
Mtas desde a boca até o ânus impossibilitam
uma alimentação adequada, no estômago ou no pró
ventrículo das aves impedindo a digestão causando
vômitos alim entares e criuco.
Cólicas e diarreias, inflamação em reto e ânus.
Flatulência exu berantc , o papagaio acumula gases
no papo, leva ndo a dcsnutrição, irritadiços e mal
humorados.
Urina escura com sedimento.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada

•
Bryonia alba

A pobreza não vem para diminuição da riqueza, Agarradas imóveis, grudadas, mobilizar-se ou
mas pelo aumento dos desejos." (Platão). mexer-se, interfere na sua sobrevivência (ato eqUIvo-
cado ou ideia errada de serk
Nome comum: noz branca, nabo do diabo
Planta, trepadeira da familia das Cucurbitáceas, Ação geral do medicamento I:
muito parecida com a "ideira, crescendo em bosques
Medicamento muito perseverante (Kent), cujas
e pradarias. É de origem curopcia, ocorre no norte da
afecçóes se desenvolvem lentamente; inclusive nos
Europa, Alemanha, França, Pirineus, Espanha e n0.:ce
estados agudos.
da I tilia. Utilizamos a tintura da r.uz, antes da floraçao.
Age em todas as membranas serosas e nas vísce-
A raiz tem sabor :unargo e odor forte e coméf!' um
ras contidas nela; causando inflamação e exsudação.
glicosideo - brWnina - e um alcakJide - ~iárJa,., E uma
Dor em todos os músculos e o caráter da dor
planta tóxica, por via oral, produzU1do colicas, VOl11ltos,
é: melhora em repouso e por pressão forte, melhora
diarréia, paralisia do SNC e morte. ._
estando deitado sobre o lado dolorido, pelo fno .
Desta forma entendemos porque a agltaçao e
As membra nas mucosas são secas e as descargas
O movimento tanto incomodam tais pacientes, que
aderentes.
cumprem com o papel ou assinarura, da planta, que
O paciente dellryonia é irritado, apresenta boca
vivem estáricas~ presas a uma escrurura (muro, cerca,
seca; sede excessiva; epigástrio sensível; fezes grandes,
poste , uma outra árvore).
duras e secas; tosse seca; dores reumáticas.

Bryonia alha Planta tI·epadeira. Colocar o pr6prio texto pl4tiío.

 Carlos Brunmi. Mario Gjorgi & Co/abs.
Bryonia comprOmete indivíduos hipcr,cnsíveis a
dor, robustos apesar de ocorrer uou fraque:ta física ,
com gradual aparecimcmo de queixas dínica.'. Os
edemas aumentam gradu:llmcntc conforme o d.ia
progride e desaparecem à noite. Frequentemente
indicado em dores articuhrcs, quando Amica falha.
Corresponde a febres ue quase todos os tipos, espe-
cialmente reWllátiCJs, tifoides, biliosas e remitentes.
Sede ardente, extrema, de grandes quantidades
por vez. Posição característica (imóvel , deitado do
lado dolorido).
Casos agudos: abscessos, promove reabsorção
de pus.
Sintomas particulares:
Vertigem, desmaios ao levantar da cadeira
ou cama com suor frio, sensação de que a cabeça
gira, Vertigem com cefaleia occipiral, que piora ao
1l1ÜVtmento.
Resfriados descendenres; catarro scios frontais e
peito. Coriza fluente , começando com espirros.
Febre com calafrios e frio externo no corpo.
Febre seca com um forte desejo de bebidas frias.
Desejo de descobrir-se. Chuto as cobertas. Febres
cxantemáticas. Sarampo (tradicional remédio).
ReplL'GIIllento nos canros da boca, tremor de lín-
gua. Língua fmamente coberta de amarelo com fissura
longitudinal. Secmo <.la boca, sem sede. _
Correlações psicossomáticas:
Bryollia tem alta seletividade para as membranas
seros"s, pericárdio, pleur., meninges, bainha sinovial.
fu ro de adoeccr cm scus invólucros orgânicos como
a pleura (LJue envolve os pulmõ~ ) . o pericárdio
(que envolve. o conç50 ), ;1 meninge (que reveste o
sistcOl:l nervos '» hainh~ sinovial (revestimento das
articulaçocs) .
M"s por que Rrymúll dege esses invólucros?
Porque imobilizado {,rgãos nobres através de sua
scrosa imobiliza rodo o indivíduo.
A imobilidade é um" detcs" sid,tica que se n10
tratada leva o imobiJiz;)ção ;jbsoluta (morte - sífilis).
Entendendo o gênio de Bryonia alba
Febre caracrniZ<lua por calali'ios, (ca lalrios e cs-
trimili'lues involunt;Írios do corpo, , m mnbilidade é
posta a provJ nesta SinlJçlo), foJos os seus sintomas
pioram quando ocorre atividade físiea.
Segundo Carlo, Melo : B')'unil1 alb,t busca um
refúgio, um "PORTO SEGURO", c" mo se não hou-
vesse segurança a sua volta. Bryonia alba bllsca a todo
custo criar, construir sua segurança. Não se trata de
uma falta de confiança em si, manifesta-se mais como
uma falta ete segurança no seu exterior
Bryonia alba é uma trepadeira que necessita
agarrar-se a alguma coisa. Sobe por uma árvore, por
um tronco .. Ela não consegue tirar do solo toda a água
de que necessita, ram~m retira líquido do tronco por
meio de pseudo-raizes.
Bryonia alba é um tipo seco, de mucosas secas e
também seca no amor.
Como trepadeira, Bryonia alba não consegue
manter-se firme por si mesma, necessita de alguma
coIsa para apoiar-se.
Psiquicamente Bryonia alba vai procurar algum
tipo de apoio e tende a segurar até Wlla parte do seu
próprio corpo.
Ela nao consegue manter-se ereta por não ter
um trOnco grosso e é isto que busca um tronco fora
de si para agarrar-se. Este trOnco é a casa, seu abrigo,
seu refúgio.
Aparece militas vezes nas rubricas relacionadas
à casa. A casa para Bl'yo~úa alba significa uma estru-
tura [(sica que traz segurança. Se na casa houver uma
companheira( o) melhor ainda, se houver filhos ótimo.
N5.o prccis:l Ser nrna casa Inxuosa, até mesmo
uma casinha sinlplcs é suficiente para se sentir feliz
e seguro.
Um dos grandes sofrimentos de Bryonia alba é
ter que morar ntll11a casa alugada.
Bryol1ia alba gosta muito de trabalhar , mas
também gosta de descansar, de repousar. Bryonia
aJbll tcm um" dualidaue marc"me, fRABALHOj
REPOUSO. No consultóri<.l ma expr~Sõé, cúmo:
VOL'fARl'ARACASA, VOI.TAR I'ARi\ O PORTO
SI:.G L'RO . (Carlos Melo) .
A casa é o lugarzinho onde recarrego aS bateria>
para O trabalho, é o lugar onde depois do trabalho
encontro o meu ACON ' HEGO, onde tcuho minha
cama, onde não preciso l'st"r olhando o relógio, onde
me sinto realmente protegido contra os ladrôcs, contra
as violências do mundo.
Simbologicamente aquela casinha,com espos,
e filhos representa o tronco que a trepadtOira B, 'ol1ia
alba necessita para viver) parJ. subir, para se apOi:1f,nO
qual sobe para se segurar.
Primeiro a sobrevivêllCi",a casa e depois outras
cOIsas.
Hering - 1-27 - Tem medo de não rer os recursos
para "iver. Aqui a segurança consiste em ter dinheiro,
e a insegurança em não tê-lo. Por isso, torna-se des-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
confiado, desonesro e avaro. Se vai comprar algo, pe-
chincha. Tem wna necessidade exagerada de guardar
objetos e dinheiro; não ga..ta e retém todo o possível.
Bryonia, na sua natureza (psora), é obcecado pelo
trabalho, é ativo, laborioso, perseverante, meticuloso,
obstinado, fala de negócios, sonha com negócios.
No Reperrório e "Medo da pobreza","Não ter
o necessário para a segurança pessoal".
Segundo Carlos Melo:
'A palavra cosa é muito forre em Bryonia aJba.
Uma mulher cujo marido vende a casa está sujeita a
adoecer. Ela fará rudo para não permitir que de ven-
da sua casa, pois é a maior aquisição da sUa vida. Há
outros tipos que querem ter uma casa, mas nenhum
com a imensidade deBryolliaaJbn.. Não existe forruna
que não possa diluir-se, não há emprego que não pos-
sa se perder, não há empresa que n50 possa quebrar,
nem casa que não possa incendiar-se. Chegam a ser
inescrupulosos, para alcançar a.. suas metas, como a
-planta trepadeira, que espreme o tronco de seu rutor
com suas espirais, podendo chegara matá-lo.
Portanto teme [lido que possa acontecer no
futuro. Tem medo de uma enfermidade iminente, de
loucura e de tlIdo que possa impedi-lo de trabalhar,
de estar apto a solucionar as desgraças que o cercam.
Precisa ter forças para controlar O ternido futuro. Tem
medo de sofrer, medo de um dano, de ser envenenado,
tem ansiedade por sua saúde. Como poderá defender-
se (trabalhar, sobreviver), se estiver doente?'
Muitos paciemes de Bryonia dizem: "Não posso
dar-me ao luxo de ficar doente, tenho meu negócio"
Não pode delegar, desconfia das pessoas.
Na sua PSORA, sua ansiedade pelo futuro o
converte em tímido, covarde e irresoluto.
Na SICOSE, este personagem que vive obcecado
pelo futuro, sofre transtornos por antecipação, por
isso é um fanático pelo trabalho, nada deve desviar
a sua atenção, assim na sua sicose se torna áspero,
violento, intolerante a contradição, por uma insigni-
ficância encoleriza-se.
Na SÍFILIS deprime-se pois a ansiedade pelo fu-
ruro Ihc traz nostalgia: um bem perdido, aqueles anos
passados onde havia segurança nas ruas, este mesmo
sentimcmo se manifesta no caso agudo, no delírio.
Crê estar longe de seu lugar, crê estar no estran-
geiro, quer voltar para casa, crê estar sobre controle
de estranhos, seus amigos lhe parecem estranhos. Sem
dúvida deve pensar: "que bom seria estar em casa com
meus familiares, protegido de estranhos".
Assim passa a vida de um SER que quer deter
o tempo, porque mesmo sendo rico teme tomar-se
pobre, mesmo estando feliz teme a desgraça, mesmo
07
estando sadios, teme se enfermar (excelentes clientes
de agências de seguros).
SOBREVIVÊNCIA é um tema palavra de
Bryonia alba, ;epete muito: QUERO APENAS TER
O NECESSARlO PARA VIVER: wna casa, um
emprego, nada de riqueza.
Entretanto Bryonia não vive. Está sempre se
preparando para ;'i ver. Previne, poupa, mas nada lhe
refura suficiente. Naturalmente não pode sentir-se
seguro. .
Medo de não ter os recursos -faz com que deseje
o que não está presente
Dinâmica miasmãtica
PSORA - ~ Irrirabilidade desencadeada pelo te-
mor ao infortúnio, sente-se ameaçado ~ INQUIETO.
SICOSE -~ Fixa, apego-(avarcza), imobilidade,
caseira, áspero, competitivo.
SIFILIS -~ Depressiva, humor chorão,
delirante(acredita estar longe de casa).
Sintomas clássicos de matéria médica que fun-
damentam a personalidade Bryotlia:
Hili - 629 - Andando, principalmente depois
de levantar da cadeira e ao começar a caminhar uma
falta de firmeza em todas as partes do corpo como
se todos os músculos tivessem perdido sua força,
continuando a andar melhora.
Hili - 634 - P,so e fraqueza em todos os mem-
bros.
Hili - 14 - Quando anda, ele cambaleia para
um lado e para o outro como se não conseguisse
manter- se de pé firmemente.
Sintoma físico que se reflete no mental, uma
insegurança perante a vida.
Hah- 22 - Está tão fraco mentaJmente que
seus pensamentos cessam, como se estivesse para
desmaiar, ao mesmo tempo calor no rosto, princi-
palmente quando está de pé
Hah - 25 - Ela não sabe o que estava fazendo,
e deixa cair tudo de suas mãos a trepadeira tem que
se agarrar através das gavinhas porque através das
mesmas mantém -se ereta.
Hah - 693 - Ilusões assustadoras como se fosse
atacado por soldados, estava a ponto de fugir.
É comum a referência que tinha medo de solda-
dos durante a infancia, porque o soldado interfere na
segurança que ele precisa ter à sua volta - "ilusão que
é perseguido pela polícia ou soldado"
Hili - 694 - Ela imaginou que pessoas estranhas
estivessem à sua volta, ... Falava como se fosse com
crianças estranhas e queria ir para casa.
 08 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Bryonia alba não se sente segura entre estranhos
e deseja ir para casa, seu porto seguro.
All - 1443 - Grande claudicação e desejo de
permanecer qweto.
Hall - 418 - Quando rosse pontadas no esterno,
deve segurar o peito com as mãos. Pontadas simples-
mente por rocá-Io.
Necessidade de apoio ele tem que se agarrar à
alguma coisa, até mesmo a si próprio.
Hah - 499 - Ele não consegue agarrar-se firme-
mente com as mãos.
Hah - 546 - Ai; pernas estão tão fracas que elas
quase não conseguem sustenta-lo quando começa a
caminhar ou mesmo quando está em pé.
Hah - 5 - Ele sente como se estivesse embriagado,
tende a ficar deitado.
Hah - 1S - Depois de se movimentar, estando
de pé, ela se inclina para um lado.
Her - 45-3 - A criança tem aversão a ser carre-
gada nos braços ou ser levantada.
All - 38 - Sem inclinação para o trabalho.
All- 39 - Imaginação muito preguiçosa; impos·
sível realizar qualquer plano para o hlruro, até mesmo
para o dia seguinte; o julgamento, por sua vez, está
impedido.
All - 654 - Ele é obrigado a deitar-se perfeita-
mente quieto, o menor movimento causa náuseas e
até vômitos.
Hah - 207 - Secura na boca de tal forma que a
língua chega a pregar no palato.
Hah - 215 - violenta sede dia e noite.
All- 1616 - Ao andar é obrigado a se dobrar
consideravelmente para frente.
Aqui a planta trepadeira precisa de um apoio
para não cair.
Hah - 526 - Vacilação das coxas, especialmente
ao subir e descer escadas.
Hah - 27 - Ela deseja coisas que não estão pre-
sentes.
Hah - 688 - No seu sonho, à noite, ela se levan-
tou e foi para a porta como se quisesse sair.
Movimento sifilítico sair de casa.
AlJ - 13 - Ansiedade no corpo todo, que o
compelia a fazer constantemente alguma coisa e não
encontrava repouso em qualquer lugar.
All - 15 - ?-lo quarto rorna-se muito ansioso,
melhora ao ar livre.
All - 37 - Superocupado, ela realiza e trabalha
demais.
Hah - 781 - Muito ocupado, deseja realizar e
trabalhar com muitas coisas.
All- 1823 - Sonhos nos quais está muito ativo.
All - 1772 - Sensação de fortalecimento.
Hah - 686 - Sonhos com a atenção voltada para
o seu trabalho.
Hah - 687 - Nos seus sonhos está ocupado com
os assunros da casa
Hah - 692 - De manhã, no início do dia, delírio
falando do trabalho a ser feito
All - 20 - Tendênci.l a irritação maior que o
usual; COntradição pro\'o.:a rain facilmente.
All- 21 - Humor irritado (não quer sua esposa
e seus filhos por perro; quer ficar só).
Apesar de aparente paradoxo, é um movimento
de sua sífilis.
All - 2S - Irritado; imagina que não consegue
completar seu trabalho; constantemente pega a peça
errada e sempre inclinado a pegar outra coisa.
Hah - 36 - De manhã a dor de cabeça começa
não ao acordar, mas logo que abre os olhos e os
movimenta.
Hah - 83 - De manhã uma grande oleosidade
no cabelo da cabeça; a cabeça está fria e as mãos
rornam- se completamente gordurosas ao pentear
os cabelos.
Tem pele ~uiro seca nos braços, mas parte do
rosro é oleoso. E um sintoma chave.
Hah - 436 - Na parte superior do esterno uma
pressão como se fosse a,mão; ela imaginou que não
podia caminhar ao ar livre sem sentir dor ali.
Hah - 583 - Nas polpas dos dedos dos pés uma
pontada com uma grande sensação de calor até o
anoitecer. Deve tirar os sapatos.
Hah - 747 - Internaínentc sente um grande calor.
O sangue par-ece queimar nos vasos sanguíneos.
Hah - 758 Transpiração que lembra óleo.
All - 1647 - Os sintomas desaparecem depois
de um Curto repouso, quando fica quieto na cama,
exceto a fraqueza e o humor muiro depressivo que
permanece o dia todo.
All - 1685 - Pela manhã ele se sente todo ma-
chucado e manco, particularmente no quadril direito.
All - 1812 - Acordava por todo bamlho, por
menor que fosse.
Her - 6-1 - Intolerãncia ao barulho.
Bryonia alba devcria ser agregado a rubrica "sen-
sível ao menor barulho",
Her - 44-5 - Inflamação que leva a um estágio
avançado de efusão nas serosas.
Brytmia alba - Calcarea carb. Quer uma casa onde
tenha aconchego (segurança). Quer um negócio para
produzir, prosperar, ter muito lucro.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Nostalgia de um passado seguro. Presságios,
aviso angustiame que o pior está a caminho.
Transtorno por movimento, busca imobilidade.
[nquietude, mobiliza-se.
Homeopatia & Pediatria
Quando enferma quer ficar no seu cantinho,
segurando (imobili zando O lado dolorido). O querer
ficar e m casa não deve ser vis to como misantropia,
pois se as pessoas foram até ela , ocorrerá participação
e brincade iras. Assim ela tem um social adequado,
desde que seja no seu canto. Elegem um quarto ou
um canro da casa para ser seu, levam seus amiguinhos
e seus brinquedos favoritos pata este canro, o qual
não gosta de dividir com ninguém, aqui a leirura é
de muiro mais delimitar seu espaço e terreno, de se
fL'(ar como a trepadeira. Adoecem nas viagens ou
quando saem de casa - odeiam sair de férias (sintoma
REP- raro esttanho e peculiar).
Homeopatia & veterinária:
Regina Torro: Bryonia agrava suas condições por
qualquer movimento e pelo calor, melhora pelo frio
e por pressão nas partes doloridas. A característica
é a imobilidade. Não gOSta de passear, sair de casa,
mesmo num terreno gra.nde ele fica brincando em
seu cantinho.
Animais tímidos, covardes, irresoluros - difíceis
de se posicionar.
lrritabilidade quando em visitas em casa ou
siruações que fogem a sua rotina.
Fica ocupado, coçando ou se lambendo. Medo
de tempestades, barulhos de fogos.
Inflamações nas serosas: pleura, pericárdico,
menmges.
Indicado em rraumatismos oculares onde a A"-
nica foi ineficaz.
Tosse seca, com expectoração difícil, respiração
dolorida curta e rápida, constipações crônicas alter-
nado com diarréia.
Compreensão do seu gênio medicamentoso e
seu estudo dinâmico.
Hahnemann
- A angústia que sentia no corpo, levava-o a
mover-se de um lado para OutrO; em nenhum lugar
encontrava descanso.
- Ansiedade, apreensivo sobre o fururo.
- Até 1 hora da madrugada, ele se move de um
lado para ourro.
1
- Sente inquierude à noite, na cama, demora para
dormir e seu sono é superficial .
- Imediatamenre depois de deitar-se e durante
toda a noite, tem uma sensação de calor no corpo
sem sede. Ele se move de um lado para ourro, não
pode expor nenhuma parte sem imediatamente tet
uma dor abdominal pulsante, ou pontadas aqui e lá,
como se fosse meteorismo de gases. Devido à insô-
nia, à grande quantida'"de de ideias acumuladas e ao
cansaço, o estado de flarulência diminui pela manhã.
O esrudo dinâmico dos medicamentos da Ma-
téria Médica são baseados no relato do paciente, co-
lhido pelo observador, para q ue compreendamos os
movimenros psíquicos e físicos de nossos pacientes;
assim, os sintomas psóricos setão individualizados em
cada movimento pela sua particularidade, conforme
o eixo de aflição que cada um vive.
Dessa forma, em Pulsatilla, o "desequilíbrio-
mãe" (aquilo que lhe rraz inquierude e lhe rouba a
rranquilidade), é voltado para o "afeto e O abando-
no», em Lycopodium; a {(n1enos·vaJia" é a responsável
por rodo o seu discurso psíquico e manifestações
somá ticas. Cada medicamento tem, dessa forma, sua
própria "canção".
Em B,.yonia, ao lermos Hahnemann no rrecho
colocado acima, nora mos que Sua cançâo, seu tema,
está voltada à palavra "mover-se", portanro, o movi-
mento é a psora, o eixo dos indivíduos que sofrem
B'yonia.
Gostaria de aqui colocar uma ideia muito di-
dática : o medicamenro, através de seu núcleo ou
rema cenrral, funciona. como um Long Play (disco)
arranhado, que repete ~ mesma melodia. São assim
os indivíduos .Bryonia: O disco voltará sempre ao
tema "mobilidade". Aqui, tanto os sintomas mentais
como orgânicos elegerão como rema central a piora
(agrava) com o movimento, sendo assim buscam a
imobilidade.
Ao buscarmos em Larhoud a origem deste me-
dicamento, encontramos que:
- Bryonia alba ou Bryonia branca, vulgarmenre
chamada Caulemée, noz branca, nabo do diabo, vinha
branca, é LUna planta herbácea, trepadeira, vi vaz, da
família das Cucurbitáceas. É basrante abundante na
França e Alemanha, crescendo em bosques e prados,
tem gosto azedo e cheiro insuportável.
Vijnovsky
- Pior por movimentos, nrdo em Bryonia agrava
com nrdo que signifique movimento, meUlorando
 o Carlos Brunini, Mario G/orgl & Co/abs.
parada. Piora com o movimento das partes afetadas,
com espirros, sacudidas, trepidações, movimentos
respiratórios fortes, caminhadas, esforços físicos,
melhorando com o repouso, imobilização e pressão
sobre regiões acometidas.
Sintomas Gerais
• Vertigem pela manhã ao kvantar-se.
• Mucosas ressecadas (boca , lábios e língua
secos).
• Dores agudas e pulsantes que se agravam ao
lado direito e ao menor movimento.
• Melhora pelo repouso (quanto mais se move,
mais sofre), e pela pressão forte, estando deitado sobrc
o lado dolorido.
• Melhora no escuro e no silêncio.
• Melhora também ao ar livre.
• O estado mental de Bryonia melhora com o frio
(ar livre, janelas abertas), mas algumas dores melho-
ram com compressas ou bebidas quentes. O estado
mental e físico de Bryonia tUba melhora com o frio, ar
livre, janelas abertas, e agravam em um quarto quente,
por excesso de roupas, pelo calor do leito. Sofrem
mais que os outros por estarem em apartamento com
pouca ventilação, igrejas, teatros e lugares quentes e
sem ar e estão piores no verão.
• Melhora descendo, piora subindo.
• Apetite e Sede
• Sede intensa de grandes quantidades de água
fria, mas em espaços de tempos grandes.
• Dcsejos de bebidas ácidas e frias, entretanto,
as bebidas quentes, pelas quais não tem desejo, alivia
as dores gástricas e intestinais, o que é uma particu-
laridade em Bryonia.. (Kent)
• Desejo de comer, mas sem gosto pela comida.
• Deseja coisas não comestíveis.
• Caracteriza-se junto com Nux vmnica e Pulsa-
tilla por marcadas desordens estomacais.
• Mastiga durante a febre.
• Arranca pele do lábio.
• Desconforto ao comer e beber.
• Desejo de cerveja, vinho, doces e ostras.
• Aversão a café, leite, gorduras e carne.
Sintomas odontológicos
- Dor de dente, depois da meia-noite até as três
da manhã, como quando uma corrente de ar frio num
dente aberto. A dor aumenta a ponto de torna.r-se
insuportável quando se encosta sobre o lado são; e
cessa quando se encosta ao lado enfermo.
• Dor lancinante entre o lábio inferior e a gen-
gIva.
• Dor como se O dente fora perfurado com uma
teSoura e em seguida arrancado; a aplicação de água
fria só acalma por um instante, mas caminhar ao ar
livre alivia muito.
• Dor de dente ao fumar.
• Instabilidade de todos os dentes, sensibilidade
ao contato e ao morder.
• Dor de dente ao abrir a boca, a entrada de ar
causa a dor.
• Inflamação ao lado esquerdo da face, ao lado
do nariz.
• Dor como se beliscasse as glândulas subma-
xilares.
• Pela manhã, depois de estar desperto, ocorre
a sensação de que todos os molares estão muito
grandes, o que ,p ode fazê-lo mexer com o dedo tanto
quanto puder, sem que sinta a mordida. E caso venha
senti-Ia, parece que os dentes cairão. Isto pode durar
até 15 horas.
• Pontadas na garganta quando se apoia ou
quando engole.
• Pontadas no músculo da face, do lado direito.
• Pressão pulsante na cavidade de articulação
temporomandibular (A!M) direita, mais torte du-
rante o movimento.
Enfun:
Pobre Bryonia que sofre por não conseguir ficar
quieta.
Caso clinico veterinário
A homeopatia na vida de Dascha (beagle, nasci-
da em julho de 1985) já é uma antiga companheira,
pois a proprietária deseja dar-lhe o melhor, inclusive
a verdadeira medicina para, assim, tentar curar a sua
alergia e seu temperamento que não é nada fácil.
Outros homeopatas veterinários a consultaram,
porém os progressos foram discretos.
Quando iniciei o tratamento, compreendi que
Dascha teria uma estranha peculiaridade para um cão:
a noção do certo e do errado. Quando recebia uma
bronca, se realmente havia cometido a falta, aceitava;
porém, quando não havia cometido "o crime" pro-
testava, latia e demonstrava sua revolta. Nux vmnica
melhorou a sua pele, em quase a totalidade, restaram
apenas alguns pOntOS e uma otite externa. O tempe-
ramento estava melhor, mordia menos as pessoas.
 Matéria Médica Homeopátíca Interpretada
No entanto, depois de algum tempo, iniciou o
processo e fui chamada com urgência. Como a pro-
prietária não podia trazê-la à clínica, fui até sua casa.
Nessa visita compreendi melhor Dascha. Ao
ouvir a campainha, late terrivelmeme. Porém, ao me
ver, sai correndo. Lembrei-me de que, na mesa de
exame, ela tenta fugir e a proprietária sempre relata
que tem muito medo de cães, e corre de medo deles.
"Pede", inclusive, para voltar para casa. Fato muito
raro em cães, pois alegria maior não existe do que
passear pelas ruas. Voltar para casa, nem pensar! E
Dascha foge à regra.
Desconfiada, vem para a sala depois de um tem-
po, porém, caminhando até de lado, pronta para fugir
novamente. Não se aproxima de mim.
Tento realizar um exame clínico. Sem chances!
Ela não permite que a toque e como sei que morde
sem avisar, não facilito . Nem tento fazê-la desistir
de suas atitudes, pois há muito tempo a proprietária
relata sua teimosia.
Em casa, enquanto eu não a "ameaço", permanece
calma, ao contrário de quando está na clínica, onde
permanece inquieta e ansiosa. Claro! Quer voltar para
casa, onde tudo é mais seguro!
Sobressalta-se quando assusta fato frequente na
rua.
São próprios de Dascha:
• Sonolência à tarde, após alimentar-se.
• Grande desejo de doces.
A visita foi detenninante na compreensão de
sua dinâmica.
111
Quando ela late, rosna, protesta por receber uma
bronca sem merecer, está, na verdade, demonstrando
sua indignação pela atitude dos proprietários.
No dicionário, indignar-se significa revoltar-se,
encolerizar-se, porque é indigno, é não merecedor,
. inapropriado, inadequado.
Dascha, simplesmente, avisa encolerizada aos
proprietários sobre o comportamento inadequado.
Se Nux vmnica tem a noção do certo e do errado,
é sempre sobre a sua ótica do certo e do errado. Das-
cha conhece os fatos, aceita a bronca quando cometeu
uma falta e indigna-se quando não o fez .
Nux vomica cumpriu a função de um bom similar,
porque sempre havia alguma lesão não resolvida.
Repertorizando:
1. Indignação - 52,1
2. Casa, deseja ir-se a - 12,3
3. Temor com desejo de escapar - 86,3 (de tudo
o que tem medo, demonstra escapando e tentando
voltar para casa).
4. Obstinada - 70,1 (quando toma uma atitude
não desiste do objetivo).
5. Suspicaz - 84,1 (muito desconfiada, anda de
lado, como para dizer "se algo ocorrer, fujo").
Com Bryonia CH 200, em dose única, sua vida
mudou. A pele está completamente sã e Dascha é
muito mais amiga dos proprietários; não morde
ninguém e não protesta quando sabe que está certa .
Afinal, está bem consigo mesma. Não existe mais
aquela desconfiança e está mais aberta em suas
 1 Carlos Brunini, Mario Giorg i & Co/abs.
Masturbação - mânustupração - de mânus - mão
stupratio - ação de sujar, macular, manchar. La~ -
"masturbare, masturbatio", (masturbar, masturbaçao)
- sujar as mãos Duas palavras latinas: Mânus: (mãos)
Turbari: (esfregar) - "esfregar com as mãos" Grego -
mastropeuein - prostituit. . .
Com O nome Bufá rana, se deSigna um medica-
mento preparado com o líquido extraído das glându-
las dorsais dos sapos. Todos os autores concordam
que o sapo tem uma função venenosa através das
glândulas cutâneas, do sangue e glândulas gel1ltats i das
glândulas cutâ.neas do dorso do sapo é que extra ím~s
uma substância: Bufotalina e Bufotenma, cUJa açao
fisiológica se assemellia a digitalina.
o masturbador.
Bufo-rana
Matéria Médica Lathoud
A toxicologia deste medicamento chega até nós
através da experiência já utilizada entre os índios, uma
vez que as mulheres inclígenas, cansadas das atividades
sexuais de seus maridos, colocavam Bufo rana Junto
com a bebida (aguardente), desenvolvendo impo-
tência e desinteresse sexual, como também desperta-
vam alteraçóes no espírito e faculdades intelectuais,
levando a embotamento - esquecimento, e em graus
maiores, imbecilidade - seguidas de desejo intenso de
masturbar-se, como também o desencadeamemo de
epilepsia e úlceras de face e mucosas. .
Nós, homeopatas; sabemos que quanto maior
for o teor toxicológico do medicamento, ou seja,
quanto mais venenoso, maior poder terapêutico tem.
E tudo aquilo que .é despertado deve ser curado
pelo mesmo agente agressor.
Osapo. .
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Já de saída, encontramos um sintoma muito
marcante neste remédio que é uma alteração na esfe -
ra sexual, pois, apesar de serem impotentes, muitas
vezes (homens ou muUleres frígida s) são altanlenre
ligados em sexo, dando elevado peso a isto, de tal
maneira que, por terem impulsos sexuais forte s, ao
mesmo tempo têm dificuldade de se relacionarem
com as pessoas.
Acaba m adeptos do "onan ismo", de tal ma-
nei ra que poderíamos chamar Bufo rana: grande
masrurbador( a) da matéria médica, chegando ao exa-
gero de se isolarem dos demais para se masrurbarem,
ou mesmo abandonarem O parce iro(a) na cama para
irem até O banheiro manipularem seus genitais com
toda falta de domín io de seus desejos.
Mas o que é onanismo?
A BÍBLIA E A HOMEOPATIA Onanismo:
Genesis 38 - 1- Por esse tempo Judá se separou dos
seus irmãos e foi 111m3r na casa de um homem cha -
mado Hira, que era do cidade de Adulã. 2 -Al i Judá
ficou conhecendo a filha de um cananeu chamado
Sua. J udá casou com ela, 3- e ela lhe deu um fiU,o , a
quem ele chamou de Er. 4 - Ela ficou grávida outra
vez e teve OUtro filho, a quem ela deu o nome de Onã.
S -Depois ela teve mais um fiUl0 , em quem ela pôs o
1
nome de Selá. Judá estava em Quezibe quando esse
menino nasceu. 6 -Judá casou Er, O seu fiU,o mais
veu'o, com uma muUler chamada Tamar. 7- O Senhor
Deus não gostava da vida perversa que Er levava e
por isso o matou. 8 -Então Jud á disse a Onã : - Vá
e tenha relações com a viúva do seu irmão. Assim,
você cumprirá o seu dever de cunhado para que o
seu irmao tenha descendentes por meio de você. 9
-Ora, O nã sabia que o· fiUlo que nascesse não seria
considerado como seu. Por isso, cada vez que tinha
relações COm a viúva do seu irmão, ele deixava que
o esperma caísse no chão para que o seu irmão não
tivesse descendentes por meio dele. Esta é a origem
da palavra 'Onanismo', que o dicionário diz significar:
'Automasrurbação manual masculina ou, no sentido
bíblico, cai to interrompido'
Kent
Durante as expe rimentações os órgãos genitais
esdo às vezes, em estado de excitação, outros, de im-
potência, porém acusam estado espiritual tal, que têm
suas mãos continuamente sobre seus órgaos genitais.
Outra manifestaçáo é a ejaculação precoce que
não deL'Xa de ser uma forma egoísta e isolada de chegar
ao orgasmo.
Ao esrudarmos zoologia, enCOntramos de ince-
ressance que a maioria dos anfíbios machos têm como
seu órgão reproduror músculos nos braços mais fortes,
dedos imernos curtos e forres e "almofadas nupciais",
ásperas nos dedos.
Acasalam-se na áglJa e o abraço sexual é conhe-
cido como anlplexo, ficando bem claro que, aqueles
que encontram sua forma máxima de sexualidade pela
manipulação de seus próprios genitais, carregam algo
de anfíbio dentro de si.
Esses indivíduos apresentam envelhecimento
precoce do tipo "aparência", indivíduos que aos 40
anos aparentam 65 , por exemplo. Entretanto, o com-
portamento mental é infamil, cheio de imbecilid ades
(gracinhas tora de hora e esrup idez).
Choram com facilidade e por nada, demonstran-
do sua imaruridade semimemal. Se formos buscar o
sentido da palavra Bufo no dicionário Aurélio, encon-
tramos a seguinte definição: "bUfa0: momo-tolo".
O utro dado interessame é que os indivíduos de
Bufo rana meUl0ram de maneira geral, tanto do pontO
de vista orgânico como mental , quando entranl em
contacro com a água.
Quantas vezes eSCutamos dizer: "Não vejo a
hora de chegar em casa e tomar uma chuveirada", ou
"banho de ime rsão", para se recompor de um susto
11 Carlos Brunini. Mario Giorgi & CoJabs.
ou uma dor de cabeça forte, t:ü qual os anfíbios que
vão na direção das águas quando assustados, fugindo
assim do perigo, ou mesmo quando desidratados
(causa orgânica), hidratam-sc rapidJJllente na água
ou superfícies úmidas em contato com sua pele.
Observação: Lembrar, também, que a busca da
água pur significar, simbolicamente, retorno ao útero
materno, lembra a regressJo deste. medic1111cnto.
Assim como o sapo e a ri que não têm centro
térmico regulador - pois são animais de slngue frio,
não tolerando, portJnto, temperamras extremas.
Aparecem convulsões inclusive dormindo, con-
vl1lsôes durame o coito, depois de uma crise de ira,
susto, onanísmo noite de lua cheia, supuração, mens-
1
truJção suprimida, quarto queme, mães que tomam
susto quando amamentam, bebê que convulsiona
após Sono profundo, membros frios, cara quente e
(efaleia forte.
Ansiedade por sua sJúde, teme adoecer, teme
enfermidades.
A sua angústia psórica está nJ situação persecu-
tória (mania de perseguição) e~1:rcmamente marcante,
possivelmente purque dentro da Sua identidade com
o sapo tenha vi,·cnciado o papel importante deste
animal como expiatório nas religiões primitivas; a
exemplo dos feiticeiros dos índios americanos que
usavam sapos em sacrifícios, como instrumentos de
suas magias, as pessoas de Bufo rana temem ser ins-
trumentos de experiências, magias e até parâmetros
para testes clínicos (diagnóstico de gravidez), sendo
pacientes desconfiados que conferem o que vão tomar
e obsessivos em relação ao medo de que algo de mal
aconteça.
Descargas e secreções fétidas (odor forte e desa-
gradá"el), fortes e ácidas , e nós sabemos que é graças
às secreções urticantes das verrugas dos sapos que eles
se defendem dos predadores.
Nosso paciente Bufo ralla tem um aspecto e
odor desagradável, tendo inclusive pele de aspecro
esverdeado, demonstrando uma posmra anti-social
(misantropia), defesa de seus predadores (pois che-
gam a desconfiar até de seus familiares, vendo-os
COmo inimigos I predadores).
Gagueira com língua paralisada, principalmente
se contrariado, ou se não é atendido quando fala, e nós
sabemos que os sapos têm língua viscosa e grande que
é lançada da parte posterior para adiante, justificando
a importância desta para tais indivíduos, sendo que,
no repertório de Kent, encontramos:
Língua azulada negra (página 272 U.R.).
Genitais femininos
a. Ovários - hipcr-atrofiados, dores ardentes, cistos
de odrios, ardor dc ovários.
b. Seios - câncer de seio, epitelioma, vesículas aber-
ras dolorosas, descargas fétidas, leite e sangue.
c. Útero - ulceraçócs, mmores, pólipos.
d. Menstruação - copiosa, frequente, desregulada
(convulsão antes da menstruação), fluxo aquo-
so, fétido , irritável.
e. Vagina - ardores, corrimento amarelado, abun-
dante e fétido.
Demais sintomas:
- Cefaleia congestiva - melhorai epistaxel mens-
truação, mãos de ferro apertando a cabeça.
- Olho direito aberto, olho esquerdo quase fecha-
do, pálpebra superior esquerda paralisada. Midríase.
- Otorreia purulenta.
- Rosto inchado, face inmmescida, calor no rosto,
transpiração.
- Linfangites agudas e supuradas, paranícios de
repetição, flebites crônicas, inchaço: mãos e braços,
debilidade de membros inferiores, caminha com
bengalas, secreção acre-amarelada.
- Tendência ao alcoolismo.
- Tórax, tosse violenta e vômitos, coração boia
na água (lembramos de, experiência feita no curso
científico I colegial em que o coração continuava
pulsando dentro do soro fisiológico por algum tempo
após retirado).
- Sonolento após as crises.
Homeopatia & Pediatria
Decorrente a imaturidade neurológica, encon-
tramOS manifestações neurológicas como:
a) epilepsia (grande mal) com aura ou adver-
tência epiléptica, que inicia pelo plexo solar e roSto.
b) pequeno mal (crises de ausência
c) eomulsócs febris (graças a sua labilidade
termo-regulador) .
Faz o tipo guri desligado, que vive no mundo da
lua - dificuldade de aprendizado, Baixo rendimento
escolar, crianças atrasadas.
Não tiram as mãos dos genitais apresentam
devemos lembrar que descobrir e manipular genitais
não é o mesmo que masturbar-se, mas aqui vão além
da natural descoberta da fase genital.
Medo de animais, o que é importante pois na-
ruralmente as criancinhas tem amor pelos bichinhos
(desde gue não renha sido assustada).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Melhoram tomando banho - até do que não é
razoável melhorar.
Homeopatia & veterinâria
RrtJina TIJn"O- animais com tendência marcada a
masturbação, indolente, descorúiado, insociável, não
toleram música, irritabilidade ao menor som.
Intolerantes a luz forte, tem muita necessidade
hídrica, adoram brincar na chuva e melhoram os seus
sintomas após tomar banho ou ar fresco, pioram ao
meio dia e na hora do sol forte.
Animais com epilepsia, nervos sensíveis e infla-
mados.
Pequenos ardores sobre os olhos e pele, onde o
epitélio é destruido e não regenerá. Úlceras de córnea,
olhos injetados, paralisia de pálpebras e músculos
oculares.
Convulsões durante o coito, emissão de esperma
assim que se sente só. Falta de controle sexual.
... Uma vez que a fIlosofia desta MATÉRIA MÉ-
DICA é ser a mais atual possível, com casos compa-
tÍveis com O SÉCULO XXI, vão alguns depoimentos
extraídos de alguns blogs de masturbação - (internet
a serviço da didática):
*- Não critiques a masturbação. É apenas sexo
com alguém que amo."
1
Mais claro é impossível. A frase de Woody AI-
len, no f time "Annie Hall", é uma definição digna de
constar num dicionário.
Mas que os homens estão à vontade com esta
forma de amor e que falam dela sem problemas não é
novidade. Billy Idol "dançava" sozinho, Prince cantava
acerca das variadíssimas utilidades de uma revista em
"Tanlborine", e até-Elvis CosteUo, muito antes do ro-
mântico "She", já elogiava a prática em "Pump It Up".
E as mulheres? Será que a masturbação continua a ser
uma forma de prazer reservada apenas aos homens?
• - Estou indo pro banho.- Então imagine que
sou seu sabonete ... Deixei então que deslizasse por
todo meu corpo, que envolvesse carinhosamente meus
mamilos, explorasse minha barriga, pernas e coxas,
até que chegasse entre minhas pernas ... Cheguei lá
pensando em você, pra você, deliciosamente.
* - Essa história ocorreu a dois dias atrás ... Eu
tava vendo um fIlme com minhas amigas e teve uma
cena que o cara masturbava a mulher, aquilo foi me
excitando eu não aguentava mais de tanta vontade
então fui pra o banheiro tomar um banho e quando
abri o chuveiro a primeira coisa que eu fiZ foi começar
a me tocar imaginando que era eu a mulher daquele
homem do f time, eu fui a loucura enquanto passava
a mão em mim mesma ... Aquilo me deixava louca
fui as nuvens debaixo do chuveiro senti tudo, foi
maravilhoso, foi mui~o bom aquilo tudo ...
11 Carfos Brunlfll, Mario Giorgl & Colabs.

Cactus grandiflorus

Cactus, uma alma se nsível em um a couraça
amargurada por espinhos.
Os profissionais da saúde que fizeram da H o -
meopatia o seu me io de vid a para ajuda r os seres
(planras, animais ou pessoas) muitas vezes sâo reco m-
pensados com verdadeiros " milagres" realizados pelos
medicamentos ho meopá ticos. O alívio que Cactus
gral/difWrus traz ao organismo é tão maravilhoso que,
cada vez que o prescrevemos, sentimos na expressão
do paciente toda a túrça e a beleza dessa arte criada
por H ah.nemann .
Devemos a descoberta deste valioso meclicamen-
to à esposa do Dr. Rubini . Admirando a grande beleza
e o pe rfume doce das flores de Cactus, e sabendo da
sua CUrta vida - elas se abrem ao anoi tecer e se fecham ,
morrendo, antes do amanhecer -, a senhora Rubini
induziu seu marido a fazer uma preparaçao com as
fl ores jovens (de onde vem o seu princípio magistral)
que seria um benefício para o sofrimento humano
até o flffi dos tempos. Em 1864, o Dr. Rocco Rubin;
publicou sua monografia em Nápoles, e, em 1865,
o Dr. A. Líppe editou a primeira tradução COrreta e
completa para o inglês. D esde entao vieram várias
o utras experimentações, até chegarmos ao que se
conhece de Cactu.< nos dias de hoje.
Localidades típ icas: Jam aica, América Meri-
dional.
D istr ibu iç;lo: Jam aica, Cuba, México. Am-
plamente plontada na América tropical. Cresce nas
costas do Med.ircrrâneo e se cu ltiva em invernáculos.
É comercialinda como planta ornamental.
Segundo Meira Penna : "Cactus grtmdiflorus é
originário do Brasil. Te m ca ule trepador, cresce pelos
muros, agarclndo-se pela raiz. Floresce em junho.
Suas flores são brancas por dentro e ama reladas por
fora, com um aroma suavíssimo de bauniU13. Abrem-
se às clezenove horas, mais ou menos, começando a
fen ecer à meia-noite, e fechando por completo, para
não mais se abrirem, pel. madrugada. Foi eSl1.Idado
homeopaticamente na Itália pelo Dr. Rubini, e no
Bras ll pelo Dl'. Duque Estrada."

A planta Cactus grandiflorus

Família botânica: Cac/aceae.

Sinonímia : Cereus grandiflonls, Selenicereus gran-
diflorus, Sel~nicereus spinulosus, Caclus serpC'n /arius,
Cactus mexicânus, Nigh/b loorn ing cereus, Coe/tiS de
fiores grandes, Cactus que floresce à noite, Flor-do-baile,
Fl or cheirosa. Grita suas dores.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Ação medicamentosa
Na Fitoterapia, para fins medicamentosos, usa-se
o extrato fluido das flores secas de Cactus gmndiflo-
n,s, colhidas quando a planta atinge O seu máximo
desenvolvimento .
A ÚJÚCl substância química, conhecida até hoje,
responsável por sua ação medicamentosa é um alca-
loide designado Cactina.
Fitoterapicamenre, possui uma ação semelhante,
em termos qualitativos, à da Digitalis (dedalei ra), não
apresentando, no entanto, açõo cumubtiva , estando
por isso desprovida de efeitos colaterais. A sua ação
exerce-se, de forma eletiva, sobre o coração, sendo
cardioproretora e cardio-reequilibrante.
Principais indicações fitoterápicas: em geral,
todas as afecções cardiacas. Em especial, na angina do
peito, na insuficiência val\'l1br aórtica, na debilidade
cardiaca consequc'nte a doenças i.túecciosas, na asma
cardíaca, na excitabilidade cardíaca devida a aneuris-
mas e na hipotensJo arterial. A posologia média diária
é de 500 mg (aferidos em pulv<:rizado de planta seca).
Na Homeopatia a tintura é obtida a partis das flores
e ramos jovens. As diferentes dinanlÍuções obtêm-se
por diluições hahnemarulianas.
Como força medicamentosa atua sobre as fibras
musculares, tanto lisas COIDO estriadas, produzindo
contrações.
Nas fibras musculares estriadas, a contração
produzida é sentida na forma de cãibras e se localizam
mais na supelfície do corpo.
Nos órgãos que possuem fibras circulares lisas,
isto é, em to bos e canais, está a principal ação de Cac-
tus: produz espasmo , constr ição (pressão circular que
reduz o diâmetro de um objeto, aperto, compressão)
como se o órgão estivesse numa gaiola de arames,
que se retorcem mais e mais, ou como que apertado
por um cinto, ou torniquete de ferro.
o paciente Cactus
As criaturas que encontram sua similitude ener-
gética em Cactusg1'andijlorus vivem o atO equivocado,
simbolicamente, de se comportarem como essa planta.
No indi víduo Cactus são observados: irre-
solução, lentidão, esrupor, embotamento, aversão
a contestar, um a g rand e debilidade, dores qoe o
obrigam a ficar quiero, imóvel. Agravam seo estado
por movimento, da mesma forma qoe a planta, qoe
é om Cactus rrepador, crescendo agarrado pelas
raízes em muros.
117
Os talos que compõem o vegetal são separados
na sua extensão por imervalos arredondados. Grande
parte dos Cactus apresema essa forma, como se a
seiva caminhasse em espasmos demro deles. Há um
anel apertado por onde quase não passa seiva, por
esse motivo há um acúmulo de líquido na porção
amerior à estenose dando aq uele aspecto "gorducho"
à planta. Nesse pomo chegamos ao tem a central do
paciente que sofre como Cactus , que são as constri-
ções, contrações e congestões. As constrições são tão
evidentes, que o indivíduo tem a sensação de estar
sendo comprimido por uma cinta de ferro, ou uma
gajola de arames que vão se retorcendo. Elas podem
estar presemes em todos os ó rgãos. Dessas constrições
resulta uma circulação sanguínea toda espasmódica
(como na planta) e congestões subsequentes. Há uma
congestão do sangue tão prolongada no coração,
que este acaba comprometido na sua função. T oda
simomatologia desre medicamento gira em torno das
constrições e congest<íes.
Como todo Cactus característico, este também
possui espinhos, a fim de afastar os inimigos e evitar
que tenham acesso a sua grande quantidade de seiva
acwnulada. Quem encontra similitude em Cactus é
calado, silencioso, tem cólera por contradição, agrava
ao consolo, por toque e por conversas. Tema de rodas
as maneiras não fazer contato com os Outros e com
o mundo. Talvez ioso óe deva ao intenso sofrimento
desse medicamento ou vice- versa.
As flores de Cactus são grandes, assim como O
seu sofrimento. Ebs se abrem no começo da noite
e morrem ames de o dia clarear. O pacieme que ne-
cessita deste medicam'ento rem a maior quantidade
de sintomas, e também os mais dramáticos, nesse
período, acreditando que não vai sobreviver até o
dia seguinte.
CactHS é áspero, espinhoso externamente, en-
quanto que em seu interior carrega a 'maio r riqueza
de um terreno deserto: a água' O que nos lembra um
outrO remédio que também faz ares de durão : Lyco-
podiu". (duro por fora e mole por dentro). Dentro
desta linha de raciocínio comparativo com a planta,
entendemos o porque de seu coração ser o cemro de
ação deste medicamento e também o centro das emo-
ções de um ser. Tudo o que altera o coração sempre
envolve emoções. Cactus não se permite extravasar
qualquer emoção, seu tesouro é a água que esrá presa
dentro de si, portanto, não sabe o que fazer e nem
como lidar com seus afetos e em oções (seu coração) .
Agrava pela música, tem cefaleia por música (tenta
transformar emoção em razão). Chora sem saber a
118 Carlos Brun;ni, Mario Glorgi & Co/abs.
causa. Melancólico, desconfiado. Tem pressa, é ansio-
so. Transtornos por decepção de amor. Congestiona
todos os seus sentimentos dentro da sua carapaça
dura, e eles acabam escapando, somatizando nas
palpitações, anginas e toda a sintomatologia cardíaca.
Portanto pessoas de difícil convivência, seus
espinhos emocionais, ao mesmo tempo que contem
sua maior riqueza, é o equivoco para as barreiras
exteriores, transformando-o como um "campo de
segurança máxima" pois o afasta da comunicação e
isola seus afetos.
As doenças respiratórias são de grande impor-
tância no paciente Cactus. Não poderia ser de outra
maneira, já que a respiração simboliza os processos
de troca e interação com o meio, além da liberdade
e independência. O indivíduo em questão agrava
ao toque, impedindo esse meio de contato através
da pele, mas não pode evitar o contato de respirar
e ainda continuar a viver. A respiração de Cactus
está oprimida pelos seus espinhos e pelas suas raízes
agarradas aos muros.
A pessoa que adoece em Cactus tem dores
constritivas e cãibras em todas as articulações e nos
músculos. Nos membros inferiores elas impedem a
movimentação normal, e a liberdade de ir e vir. Nos
membros superiores o reumatismo impede que se
toque e que a pessoa "estenda a mão para a outra".
Esses sintomas denotam a inflexibilidade e a rigidez da
consciência deste indivíduo, assim como a planta que
está imóvel. A agressividade demonstrada pela cólera à
contradição, pelo comportamento grotesco e o desejo
de fazer algo jocoso não é aceita pelo paciente. Não
pode ser externada pela dificuldade de manter contatO
com o meio, então se volta contra ele na forma de
dores intensas. Aparecem os gritos de dor, que são
a expressão do seu sadomasoquismo e de sua neces-
sidade de poder, mobilizando as pessoas que estão a
sua volta. Novamente a sua essência interna impede
o contato, e a pessoa agrava ao consolo e ao toque.
Além de todo O sofrimento, aparece um sentimento de
culpa pela não elaboração de suas emoções, trazendo
a ansiedade de consciência e o remOrSO.
Podemos afirmar que o núcleo de sofrimento
de Cactus é a constrição das suas emoções e de todo
o seu corpo. Acreditamos que aqui está a conexão
(link), com entendimento do psicossomático: O in-
divíduo tenta, equivocadamente, comprimir os seus
sentimentos, e a impressão que temos é que ele se
ocupa em sentir o seu intenso sofrimento, em vez
de provar as suas emoções. Tive uma paciente de
52 anos, portadora de miocardlocsclerose, que era
o sofrer person.ificado seu corpo foi se contraindo,
com importantes deformidades de coluna e postura,
era muito preocupada com o que acontecia com O
mundo, vivia como em Cactl<! um distanciamento
afetivo em relação a sua família. Uma frase que ouvi
e que destacou entre .muitas durante toda a minha
vida profissional foi dita por ela: "Douror, parece que
carrego a coroa de Cristo, cravada em meu corpol".
Cactus é um dos maiores sofredores da Matéria
Médica. Apresenta sintomas muito incomodativos,
que chegam a impedir sua condura normal de vida.
A sensação mais marcante é a de aperto, beliscão
como por uma mão de ferro, que se apresenta na
maioria dos órgãos. São como dores que lembram
flechadas ou relãmpagos nas articulações e nos mús-
culos, que fazem o paciente gritar.
Devido à circulação espasmódica há congestões
nos órgãos e no cérebnl, que podem terminar e,n apo·
plexia ou hemorragia. Essa hemorragia, mais comum
pela congestão, pode se apresentar por relaxalm:ntO
dos vasos, acompanhando afecçõcs cardíacas (('!lic"-s.
Medicamento de escolha para as afecções reu-
máticas que chegam ao coração.
A expressão do pacicnte é de grande sofrimento,
com face ansiosa, olhos "arregalados", boca e conjun-
tivas azuladas. Tem dor de cabeça se atrasar a hora
da refeição. Tonturas por sintomas cardíacos, às vezes
agravados por andar ou·inspirar.
Necessita de muito liquido para conseguir engolir
os alimentos (bem como o Cactus armazena líquido
dentro de seu interior). Anorexia, falta de paladar
para os alimentos. Náuseas intensas. Hematêmese.
Hemorragias intestinais em cardiopatias. Hemorroi -
das sangrantes e dolorosas .
Constrição do colo da bexiga, com retenção uri-
nária. Hemorragia vesical com formação de coágulos
que obstruem a uretra. Paralisia vesical. Menstruação
muito dolorosa que faz gritar. Constrição da vagina
(vaginismo), que impede o coito. Tumores e infla-
mação nas mamas.
Congestão pulmonar passiva por insuficiência
cardíaca. Respiração oprimida, como se o tórax
estivesse amarrado por uma cerca de arames que se
retorcem mais e mais. Esse quadro impede que o pa-
ciente se deite, principalmente sobre o lado esquerdo.
Pode estar acompanhado por desmaios.
Cactus pode beneficiar todas as cardiopatias,
tanto orgânicas como funcionais . Indicado para infec-
ções, principalmenre reumatismos, que levem a com-
 Matéria Médica Homeopática /nt9rpreteda
1
prometimentos cardíacos. Endocardites, pericarditeS; Agrava deitando-se sobre o lado esquerdo, ca-
hipertrofia cardíaca. Lesões valvulares, insuficiência minhando, subindo escadas, ao menor esforço, por
aórtÍca ou mitral, aneurismas. Debilidade cardíaca na consolo, por ruídos, às 11 horas e às 23 horas.
arteriosclerose. O paciente relata uma sensação como Melhora ao ar livre, sentado, em repouso, e ab-
se o coração não tivesse espaço para bater, um aperto solutamente quieto.
que impede os batimentos cardíacos.
12 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.

Calcarea carbonica

A palavra tema, a chave do sofrer deste medica-

mento são os PRESSENTIMENTOS!!
Remédio a base de carbonato de cálcio impura,
feito pela trituração da camada média da concha das
ostras.
Sinolúmia: ostrearum, carbonato de cálcio, Terra
calcária, Concha de ostra.
Um fator muito importante na vida é a realização
dos nossos empreendimentos. O estresse que scntimos
incita-nos a intensificar os nossos esforços e resulta
na concretização do objetivo desejado. H á indivíduos
que se sentem inseguros quanto à sua capacidade de
realizar os seus objetivos, e consequentemente sofrem
de mais estresse. Estes indivíduos necessitam de com-
postos de carbono (carbonicum). Df. Georgios Loukas carapaça dos moluscqs e crustáceos e os esqueletos
Carbonara de cálcio é um dos sais mais comuns dos animais .
encontrados na natureza, nas formas mais variadas , Entendemos que a biotipologia tem um valor
tanto no reino mineral, quanto no vegetal e no animal. restrito e buscamos sempre os sintomas mentais pois
Entra na formação dos mármores, giz etc., forma a estes definem o temperamento e a similitude homeo-

Pão duro, mão de vaca,

sovina.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
pática, aqui um a exceçao pois as características físicas
deste medicamento por setem particulares passam a
ter ma.is valor.
Assim : constituição gotda, cor da pele esbran-
quiçada urticária, que melhora com o ar h-io.
Cãibra nOS dedos dos pés e na panturrilha, à
noite. Palpitação no coração. Necessidade de respirat
fundo.
Muito acúmulo de s"liva na boca. Inchaço
nas gengivas. Som de estalos nos OUl'i(los quando
masoga.
Características do rosto: inchaço no lábio supe-
tior, Pelos ruivos, longos e sem vida. Rosto pálido,
claro, bochechudo e tEcido. Pele delicada e fina (que
deixa perceber as veias por transparência).
Expressão feliz. Olhos claros, dilatação crônica
das pupilas, sobrancelhas lar!,,,s e sedosas.
Dentes em forma dc emai, (com estrias).
Calcarea transpira f;1CiJmenre . Transpiração par-
cial. Suores abundantes na cabeç;l: em crianças com
cabeça grande e f<>J1tancb aherta que demora para
fechar. Suores p"rciais na nuca, peito , mãos, joelhos,
pés e ()rgãos genü;1Ís m"sculinos. Em todos os suores
de Calcarra carbonica ;1 superfície do corpo e extre-
midades têm ao mesmo tempo um frio característico.
Sensaç:lo de frio . Ao contdrio de Sulphur que
tem sensação de queimadura em toda sua patogenesia,
Calcarea carbonica tem pc's frios e úmidos, sensação
como se tivera colocado meias frias c molhadas. La-
teralidade direira.
Calcarea cm-bonica agrava pelo frio, constante-
mente todas as formas de frio O ;Igravam: sensível às
mudanças do calor para o frio rJramente consegue
aquecer-se. Agrava pela atividade intelecl1\:11 e física,
é urn apático por falta de resistência e energia vital.
(Falta d~ c:lior vital).
A melhora da ostra é pelo tempo seco e quando
está constipada, encostando sobre o lado doloroso.
Ação geral do medicamento
LATHOUD: PWI'Jl'elmente decorrente do
seu raclical cálcio, o remédio tem ação profunda nas
trocas inrersticiais dos tecidos, na esfera vegetar.iva,
na nutrição dos leucócitos, no desenvolvimento dos
ossos e medula.
Destaca-se assim no tecido ósseo, causando
exostose pela irregularidad e na clistribllÍção do cálcio
nOS diferentes aparelhos ficando mais acumulado em
determinados pontOS, JruJ também na circulação com
ação específica no músculo cardíaco e vasos sanguí-
neos, e congestão sanguínea por inchaço (pletora).
121
Capacidade de produzir pólipos.
Mi.asmas, entendendo a Calcarea
A chave do sofrer deste medicamento são os
pressentimentos"';' PSORA.
Assim. a pessoa tem a impressão de que algo vai
acontccer mas nao sabe o que, isso acarreta a ansie-
dade pelo futuro e depois acaba localizando que é
um medo de ficar pobre ou de morrer de fome, ficar
doente.
Responde a este pressentimento, tentando evitar
que o infortúnio aconteça, fará de rudo para nao ficar
pobre e passar necessidades, trabalha, economiza, lê
livros de medicina (assim pode prevenir as doenças,
temor ao infortúnio), ...;, SICOSE.
Sentindo-se incompetente para evitar esse des-
tino, fica apático e sem ,forças para seguir sua Ima,
caminhando para a ...;, StFILIS.
Sinromarologia pcr grupos mi asmá ticos
PSÓRlCOS -
1- medo da desgraça, do mal;
2- medo que algo ruim aconteça;
3- medo constante de rudo;
4- angústia com palpitJçJo;
6- ansiedade por pensamentos;
7 - transtornos por más notícias;
8- ansiedade pelo fururo;
9- exaltação de fam'lsias;
10- necessidade de proteção;
11- terrores norurnos.
Estes 3 últimos s'('tomas cabem desdobramen-
tos para melhor entendermos a dinâmica mental de
Calcarea carbonica.
O sintoma 8 - ansiedade pelo futuro, desdobra-se
em 3 tópicos ou sintomas consequentes:
a) Temor a enfermidade e morte"';' Teme ir ao
dentista, teme doença infecto-contagiosa, hipocon-
dria , i.lusão de ter urna moléstia incurável, Desespero
por sua recuperação
b) Pobreza e fome"';' Medo da pobreza. Ilusão de
que está ar[JIinado. Ansiedade pelos negócios Medo
de morrer de fome
c) Salvação"';' Duvida do bem estar de sua alma.
Afecção religiosa e mística, medo do desconhecido.
Teme que um c"stigo espiril1lal venha a lhe punir.
9- Exaltaçl0 dc fantasias
a) Sensível JS crueldades (impressionável) pois
teme que pcss. lhe acontecer algo parecido.
Angustia depois de ouvir coisas horríveis (falsa
compassividade). Medos por relatos de crueldade,
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
medo de fantasmas . V~ rostos e fikeis horríveis e
pessoas mortas,imagens de fogo. Ilusão ue que será
assassinado.
Indivíduo que assiste a programas de horror na
TV e depois se sente mal, dcsgraça.~ etc.
b) Agrava no escuro - no escuro a realidade é
menos estável e afloram tànrasmas no pensamento.
Medo de escuro. Tem visões e vê rostos ao fechar os
ollios.
c) Medo de loucura - Teme perder a razão. Teme
que as pessoas possam notar a confusao em sua cabe-
ça. Ilusão de CJue está enlouquecendo.
10 - Necessiuade de proteção- Sente-se aban-
donado e desprotegido a solidão llie é insuportável
deixando o corpo frio.
Desejo de companhia, de ser magnetizado. Auto
piedade. Chora por repreens;io. Atormen ta os demais
com seu sofrimento, sensível a grosseria.
SICÓTICOS - Deverá ocupar-se para evitar a
pobreza, as enfermidades e o desamparo .. . Será lógi-
co precavido, frio e tenaz. Ansiedade com inclinação
a trabalhar, industrioso, perseverante, ocupação
melhora, obstinado. Cheio de cuidados e preocupa-
ções, desconfiado, reservado, sério, paixão por livros
médicos Avaro, cobiça, egoísta, enganador, daninho,
cleptomaníaco, charlatáo
SIFILÍTICOS - Crê que é inevicÍleI seus pres-
sentinlentOS
• Desânimo, abatido melancólico,' Disposi,.50
suicida, de~cja morf"ê!" • Apatia, averS30 ao trabalho,
tédio, indisposto a falar e inJiferente aos ueveres • Ir-
ritabilidade, rancor, ofenue-se facilmente, melancolia.
Sintomas. ge,r ais e locais: -
1- Lentidão- "Tudo neles é lento, tardio, pesado
e frouxo" (M . Tyler), na sicose,
aqui vale tamo para as situações mentais como
as físicas.
2- Friorento- decorrente a falta de calor vital, piora
pelo frio e umidade, um frio que corta dentro
do osso.
3- Cansado, frouxo, fraco, que se esgota com
facilidade, como subir poucos degraus de uma
escada, ou depois do coito, agravam com es-
forços físicos.
4- Suores parciais em lugares diferentes do orga-
nismo, especialmente na cabeça, coincidindo
com frio no lugar.
5- Pioram após tomar leite, não toleram roupas
justas, afrouxam as cllças.
6- Ccnvulsões após SllStos, após vexações, uma
curiosa sensaç~o de arrepio amecede as convul-
sões como um rato correndo na pele.
7 - Desejo de ovos cozidos ou qu~ntc5 , moles.
Desejo de tlrinha, sorvete, osrras e mariscos ,
salgados e coisas não comestíveis, deseja leite
mesmo lhe bzcndo mal.
8- Transpira na cabeça, especialmente dormindo,
sensação de frio na cabeça, fontanelas se fecham
tardiamen te.
9- Ollios ramelemos, inflamação catarral, dacrio-
cistite, fotofobia.
10- OtOrreia com catarro espesso, hipoacusia,
mastOidite, eczema nas orellias.
11- Secreçâo nasal densa, fétida e ozena, pólipos
. .
nasaiS, espirros sem COrIza.
12- Cefaleias e vertigens ;lpÓS esforços ftsicos e fre-
quentemente depois do coitO- impotência com
ereções incompletas, ejaculação muito tardia,
dolorosa ou precoce, desejos snuais excessivos
sem ereção, frigidez 11;\ mulher.
13- Rosto pálido, doentio e citrino, terroso ama-
relado, expressão ansiosa e idiota, erupções nas
comissuras dos lábios.
14- Ccspe constaJ1temente, rânulas, aftas, língua
ferida, range dentes, movimentos de mastiga-
ção dormindo. Dentiçâo difícil e lenta.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
15- Dores de garganta - amidalites nas mudanças
de clima.
16- Apetite exagerado, mesmo depois de comer,
gastralgias.
17- Distensão abdominal com constipação intes-
tinal , fezes claras e duras, esbranquiçadas
18- Cistites, infecção urinária, litíase, enurese
no turna , urina sJllguinolenr3 , hipertrofia de
próstata.
19- Metrorragias, menstruações prolongadas e
abundantes . prurido vulvar intenso.
20- Laringe sensível ao som de piano, tossindo
quando ouve ou toca , rouquidão e di spneia
decorrente a broncoespasmo que agrava a noite.
21- A mão característica ue Calcarea é a mão sem
ossos, mole fria e úmida (Tylcr).
22- Sonolência depois ue comer ou jantar, insônia
de madrugada por pensação.
23- Calafrios pelo corpo, pele áspera, biotipo
gordo cheio dos transtornos digestivos.
Homeopatia & pediatria:
Já nascem ridícas ) avarentas , regulam suas balas,
guardam seu uinheirinho enrolado na mão, como que
escondenuo nos deu",. Não cbupa sorvete na frente
das visitas, para não ter que partir com as demais.
Sofre com infortúnios na IV, teme que a mesma
enchente do Sul chegue a sua casa.
Fala muito em dinheiro e teme ser pobre, acu-
mulam também gordura, obesas, lentas, guardam até
suas fezes obstipadas.
cheias de medos durante a noite, quando tais
fantasias de infortúnio tomam corpo, transpiram
muito na cabeça (a fronha , no outro dia, está tOda
molhada ), crostas lácteas e dentição difícil , cãibras
nos membros e humor chorão, egoístas friorentas,
preguiçosas, obstinadas. Kent: "As Calcareazinhas
são irritáveis e tristes, assustando-se com facilidade;
não gostam de ficar sozinhas e têm medo do futuro .
A ansiedade, a debilidade intelectual e a melancolia
vêm associadas a palpitações e vertigens."
Homeopatia & veterinária
Regina Trm-o: É o fllhote mais atrasado da ninha-
da, é o ultimo a pegar a teta e abrir os olhos, demora
para aprender a andar, as fontanelas tardam a fechar.
Muito medrosos, apresenta temor Com tremOr.
Medo do escuro, medo da própria sombra, medo
de cair (cão que não pula da mesa de atenclimento
ou gatos que não sobem em muro) não sobem ou
descem escadas, medo das multidões, tempestades
e fogo. Tímido, impaciente quer voltar para casa no
meio de um passeio.
Teimoso, ressentido, egoís ta, obeso, excesso de
apetite ou bulimico. Sedentário. Desejo de coisas não
comestíveis.
Transtornos em trocas dentárias, inclusive cino-
mose e GECA bemordgica. Constipação intestinal
crônica, demora para entrar na maturidade sexual.
Não pode ficar com o prato de ração vazio, teme não
ter o que comer depois.
Extremidades frias, mesmo na febre.
Segundo peca uo ca pital : avareza. (Paulo
Coelho). .
124 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Sinorúrnia: fluoreto de cálcio, Calcium fluoricum,
Fluorit, Fluor spar.
Um poderoso remédio tissular para glândulas
duras, empedradas, veias varicosas, e dilatadas. Nó-
dulos duros nos seios da mulher (primeiro remédio
que se deve pensar).
Calcarea fluorica vai devagar e sempre, sendo o
construtor paciente da matéria médica.
Apresentação
Ccúcarea fluorica (CaF2), ou fluoruro de cálcio, é
um sal que se encontra no estado natural em lugares
fundos, sob a forma de cristais cúbicos, octaédricos,
incolores ou de cores variados, chamados também
spath fluor ou fluorina ou fluorita.
Também encontramos em nossos tecidos, prin-
cipa.lmente nos ossos, nos dentes, e no tecido fibroso.
Este medicamento prepara-se por trituraçao
dos cristais de spath fluor, nas suas três primeiras
dinamizações.
la - Descrição e histórico
Um pó branco de tonalidade levemente acinzen-
tada, inodoro com a propriedade de ficar luminoso
quando aquecido. Insolúvel em água, mas ligeiramen-
te solúvel em muitos ácidos diluídos ou em ácidos
minerais concentrados. Acontece na nanlreza em
grandes depósitos.
Derrete sob calor vermelho e quando se funde
assume um aspecto vítreo.
Quem primeiro utiliwu este sal de cálcio foi o
Dr. Schussler. Está entre os doze medicamentos ho-
meopáticos que ele descreveu. (Enciclopédia de AlJen
- Matéria Médica, vaI. X, 398 - Calcarea fluorica).
Ca/carea fluorica
lb - Biotipo
"Calcarea fluorica convem particularmente a
indivíduos medianos ou pequenos, de tecidos geral-
mente firmes e tez morena",
Fisiopatologia
Açao fisiológica
As doenças localizadas na região superficial dos
ossos, dentes, e fibras elásticas estão sob a dependência
desse remédio.
"Por isso é útil em todos os transtornos que são
consequência do relaxamento de certas fibras elásti-
cas (hiperlassidão), compreendidas na dilataçao dos
vasos sanguíneos, rurndres vasculares, hemorroidas,
varizes; ptoses de órgãos abdominais, deslocamentos
uterinos, ptoses renais. A má nutrição dos ossos e
particularmente dos dentes, certas exostoses (prolife-
ração óssea na snperfície de um osso), depois de um
traumatismo; gânglios endurecidos (muito duros, de
LUua dureza de pedra)."
Estas características orgânicas representam o
miasma siftlítico.
Mecanismo
Mas o que ocorre no organismo quando este sal
está em desequilíbrio?
"A falta de Calcarea fluorica no organismo pa-
rece acarretar exsudação seguida de endurecimento
na superfície dos ossos a cujo nível se faz sentir mais
esta falta; resultado: relaxamento das fibras elásticas,
dilatação dos vasos e igualmente proses (queda de
um órgão pelo relaxamento dos ligamentos viscerais
ou das paredes abdominais; descenso): ptoses vis-
cerais, meroptoses, gastroptoses etc.; exsudação de
queratina na wna das células epidérrrúcas (protelna
insolúvel encontrada nas unhas, pele, cabelo e outros
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
tegumentos ~nimais); esta exsudação seca facilmente,
produzindo então crostas ~derentes, o que se observa
nas palmas das mãos, onde, em um trabalho m~nual
COntínuo penoso, pode-se encontrar calos idades que
ali se tenham formado por esse meio."
Modalidades
Agravação: Pelo repouso, pela mudança de tem-
po, pelo tempo frio e úmido. ü>rrente de ar.
Melhora: Depois de mover-se 111ll pouco, pelo
movimento prolongado, pelo calor, pelas aplicações
quentes. Massagens.
Sintomatologia mental
Palavras-chave de Calcm-ca fluo,-ica
Todo medicamento homeopático possui uma ou
mais palavras-chave. No caso de Calcarea flum'ica, não
nos é possível pensarmos neste medicamento sem nos
lembrarmos das pala\Ta~ :
1 - Ansioso, (k~alentado; tem medo sem razão,
especialmente temor de ruína financeira sem motivo
(em nível mental). Deprimido. Indecisão constante.
Necessita companhia e precisa de segurança.
2 - Endurecimento (em nÍ\'c1 físico).
Os miasmas de Calcarea fluoma
Calcarea fl"orica trn em sua natureza psórica
a tenacidade, que lhe confere o título de construtor
paciente da matéria médica, aquilo do "devagar e sem-
pre", esse endurecimento lhe traz uma perseverança
inabalável em seus projetos.
Sua mentalidade é de um realizador; não é bri-
lhante, nem vigoroso, porém absorve metodicamente
todos os dados de um problema, em um negócio
aproveita todas suas faces, também é manipulador
(sicose ).
Entretanto em movimentos destrutivos (sífilis)
encontramos: deprimido, indeciso, vacilante, ansioso,
desalentado ; tem medo sem razão, especialmente te-
mor doentio de ruína financeira sem motivo, tendên-
cia a dar ao dinheiro mais valor do 'lue realmente tem .
Demais sintomas:
A memória bem desenvolvida e provista (absorve
e retém informações com facilidade) é livre, ativa; tem
uma com preensão menos viva que em Caú;arca ostre-
antm, porém é compensada com grande capacidade
de absorver informações e retê-Ias .
Os centros supraoculares de observação estão
bem desenvolvidos, registram, retêm, comparam.
2
Ainda que lhe falte amplitude, profundidade
de concepção ou de vista, é um bom executor, um
espírito prático, um homem de negócios e de relações
(Mouezy-Eon ) .
Necessidade extrema de companhia, segurança.
Ansiedade sobre a saúde (Calcarea omea,.,,,,,).
Medo de uma doença iminente (Kn/.i carbonicum) , de
que a saúde esteja se arruinando.
Medo da morte. Desespero quanto à recupera-
ção.
Local e geral
Sono
Essa sensação de angl,stia, de temor, se encontra
em seu sono que é agitado, não reparador, e durante
O qual tem, em seus sonhos, uma sensação penosa de
pengo lffillente.
Cabeça
Exostoses dos ossos do crânio.
Ruídos como estalidos na cabeça.
Cefalohematoma em recém-nascidos, na zona
dos parietais, muito difícil de reabsorver.
Excrescências duras no couro cabeludo.
Úlceras no couro cabeludo com margens duras,
calosas.
Face
Assimetria facial .
Inchaço e endurecimento dos maxilares.
Ulcerações herpéticas nos lábios, consequência de
ter tomado fi:io, porém não difusas, como as de Nat.
muro
Olhos
Dores nos glóbulos oculares, melhora ao fechar
os olhos e apertá-los fortemente.
Sensação como de chama vacilante ou de pontOS
negros diante dos olhos.
Diminuição de visão depois de ter abusado de
seus olhos.
Manchas na córnea.
Queratite flictenular.
Conjuntivites.
Catarata.
Quistos subcutâneos das pálpebras.
Ouvidos
Depósitos calcáreos no tímpano; eselerose dos
ossículos e na porção petrosa temporal, com surdez,
ruídos e roncos .
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
Cera endurecida nos ouvidos
Supuração crônica do ouvido médio.
Boca
Dentes irregulares, mal implantados; rarefação
do esmalte dental; o esmalte do dente está rugoso e
é deficiente; movimentação anormal dos dentes com
ou sem dores; começam a mover-se em seus alvéolos.
Odontalgia com os dentes que se movem; dor
cada vez que um alimento toca o dente.
Aparecimento de rachaduras na língua, com ou
sem dor.
Endurecimento da língua, inclusive depois de
uma inflamação.
Abcessos nas gengivas com inchação dura do
maxilar.
Grande secura da boca.
Fístula dentária (ótimo remédio).
Erupções nas comissuras.
Língua: fissurada, endurecida após uma infla-
mação, glossite.
Gengiva: abscesso com inchaço duro, físrulas.
Dentes: pequenos, manchados, acinzentados,
irregulares, mal implantados, rarefação do esmalte
(rugoso ou deficiente); mobilidade, cáries premaru-
ras, quebra com facilidade, esmalte friivel, rugoso e
deficiente, descalcificado. Formato irregular da cotoa;
dentição lenta.
Faringe
Grande secura da garganta.
Ardor melhorado por bebidas quentes; agravado
de noite e por bebidas frias.
Dor de garganta folicular; tampões de muco
estão continuamente em formação nas criptas das
amígdalas.
Hiperttofia de amígdalas.
Úvula relaxada, cócegas na laringe.
Estômago
Perda do apetite com náuseas e vômitos depois
da comida.
V 6mitos nas crianças.
Vômitos de alimentos não digeridos.
Soluços (Cajuputum; Sulph. Ac. ).
Fraqueza e requinte no apetite, náusea e pertur-
bação depois de comer em crianças pequenas sobre-
carregadas com esrudos.
Indigestão aguda, em razão de cansaço e cansaço
cerebral.
Muita flatulência.
Abdome., fezes e ânus
Diarreia em pacientes com gota.
FJamlência com sensação de frio pior no hipo-
c6ndrio direito.
Dores em agulhadas n.a região hepática, pior
quando está sentado, melhora depois de anoitecer.
Agrava estando encostado sobre o lado dolorido
(ao contrário de Calcaml ostrearum).
Constipação (pris.iio de ventre) com sensação de
plenirude na cabeça.
Os intestinos estão "apertados", incapacitados
para expulsar a deposição.
Fissura anal: rachaduras extremamente dolorosas
na eXtremidade inferior do intestino.
Prurido anal (sensação desagradável peculiar,
causada por enfermidade ou agente irritante, que leva
o indivíduo a coçar-se em procura de alívio), hemor-
roidas com perda de sangue; hemorroidas internas,
geralmente com dores nos rins, geralmente na parte
inferior do sacro, e constipação.
Muitos gases nos baixo intestino.
Aparelho urinário
Urina abundante.
Necessidade frequente de urinar.
Às vezes, ao contrário, urina escassa, sem CO f,
odor acre na emissão, e irritante.
Órgão genital masculino
Pequena secreção constante de líquido seminal e
prostático com diminuição dos tesrÍculos.
Endurecimento dqs testÍculos e hidroceJe (cole-
ção líquida limitada que se localiza, principalmente,
em túni(a vaginal testicular ou ao longo de cordão
espen;nático).
E de muita utilidade para fazer desaparecer o
endurecime!1to do cancro hunteriano.
Órgão genital feminino
Prolapso urerino com sensação de peso, de pe-
sado; sensação como se o útero fosse sair pela vulva.
Prolapso uterino com dores e repuxões nos
músculos.
Regras abundantes.
O remédio tonifica o poder contrátil do útero
no caso de perdas.
Administrado durante a gravidez, favorece o
parto.
Endurecimento nos seios ou no útero ou nas
wnas anexas.
Aparelho circuJatório
Dilatação, hipertrofia do coração.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Dilatações arteriais e venosas.
Pelo rol que representa nas fibras contrácteis
das paredes vasculares, Calcarea flU<Jrica é wn grande
remédio para aS dilatações venosas e varizes. (prin-
cipal remédio para rumores vasculares, com vasos
sanguíneos dilatados e para varizes e veias dilatadas.)
Aparelho respiratório
Em uma fase precoce, o aneurisma será reduzido
ou detido em sua evolução pela ação deste remédio e
Ferrum phosphoricum, contanto que antes não se tenha
tomado iodeto de potássio.
Tumores Vasculares com dilatação dos vasos
sanguíneos.
Moléstia nas válvulas.
Quando as toxinas da tubereulose ataeam o eoração
e os vasos sanguíneos, é o remédio por exeelêneia para
restaurar a eontratibidade das fibras elástieas dos vasos.
Costa e extremidades
Sensação de repuxo e dores na parte inferior da
região sacral (sacro) COm sensação de queimadura,
plenirude e constrição intestinal.
lombalgia que simula uma irritação espinhal
com debilidade.
Lwnbago pior ao começar a mover-se, porém
melhora continuando o movimento.
Lwnbago crônico que se repete, ao menor es-
forço; a dor piora depois do deseanso, melhora pelo
movimento contínuo e pelo calor, e nisto se assemelha
muito a Rhus tox.
Estalidos nas articulações.
Sinovites crônicas.
Inchaço da articulação do ombro com crepitação
que indica falta de líquido sinovial.
Lassirude articular, luxações fáceis: as falanges se
deslocarão com facilidade; estas coisas se compreen-
dem facilmente, ao recordar quando a falta de solidez
é em Calcarea fluorica a fi bra elástica do tecido fibroso.
Twnores císticos no dorso da munheca.
Exostoses dos dedos.
Pele
Marcante brancura na pele.
Rachaduras da pele.
Fissuras, rachaduras, ou durezas na palma das
mãos.
Eczemas em virtUde de wna hiperemia venosa;
agrava pelo tempo úmido melhora à noite.
Eczema escamoso com espessamento e racha-
duras na pele.
127
Eczema anal, consequência de hemorroidas.
Úlceras fisrulosas, indolentes, que segregam pus
amarelo, espesso; úlceras de bordos calosos e duros.
Diagnóstico diferencial
No tratamento das varizes:
FlU<Jrictlm acid!,m, que é útil para tratar as varizes
existentes de longa data, particularmente nas pernas;
que tendem a ulcerar-se, que têm dores ardentes e
sensação de ruprura, de cansaço.
Hamamelis virginiana, que tem varizes duras,
com nodosidades; são inchadas e dolorosas.
PtI/satilla, que tem muitos transtornos da cir-
culação venosa, é útil no tratamento das varizes das
pernas COm sensibilidade e dor picante.
Lywpodytlm está indicado nos casos de varizes
dos membros inferiores localizadas particularmente
à direira, que parecem grossas e são duras à pressão.
Vipera berus, é o remédio das varizes muito in-
chadas, sensíveis, com ameaça de flebites.
Zinctlm, que tem velas grossas, vancosas nas
pernas.
No tratamento dos tecidos:
Temos visto que Calcarea fltlorica é rico em
infIltrações solidificadas; por ex., em gânglios endu-
recidos, que são de wna dureza de pedra.
Gânglios cervicais endurecidos, duros como
pedra.
Esta ação de Calcarea fltlorica sobre o tecido
glandular é importante; os endurecimentos glandu-
lares, os twnores dutos como pedra, os nodos endu-
recidos são característicos do remédio.
Os principais reméclios que podem comparar-se,
no que diz respeito a esta hipertrofia das glândulas,
são: CaIc. ostr., Graphites, Iodum, que apresenta incha-
ços, massas endurecidas nas fáscias e nos ligamentos
capsulares das articulações ou dos tendões, e também
hipertrofias ganglionares e glandulares, sobrerudo
em nível do corpo tifoideo; Sitieia, Hekla lapa, Lapis,
A/bus. .
Tumor quístico consequência de wn esforço
exagerado das fibras elásticas da região.
Exsudação na superfície de wn osso, que se en-
durece rapidamente e toma nesse lugar forma nodular
ou pontiaguda, exostoses nas articulações do torso e
do carpo; exostoses nos ossos do crânio.
Para esta produção de exostoses pode-se compa-
rar o remédio a Angusrura que é particularmente útil
nas exostoses do maxilar inferior e da tíbia; Dulca-
mara, nas dos ossos do antebraço e tíbia; Hekla Iara,
 2 Cerlos Brunini. Mario Giorg; & Colabs.
particularmente nas dos ossos do crânio, maxilares e
noia; Phosph., nas dos ossos do crânio, que têm dores
com repuxo, piores de noite e pelo menor contato etc.
Nódulos duros, glândulas duras, rumores duros
nos seios.
No tratamento do endurecimento :
Quando pensarmos someme em endurecimemo
não podercmos csquecer de estudá-lo ao lado de:
Baryta iodata; Ca/clI1-ca iodata; H ekla lava; Asterias
rubens (estrela-vermclha-do-mar); Conium macula-
tum; Phyto/aca; Carbo a,limalir; Merc. proloid.; Silicea.
Uso na Odontologia:
Inchaço duro nas bochechas, com dor ou dor
de dente, inchaço duro no osso maxilar. Abscesso na
gengiva, com inchaço duro no maxilar. Aparecimento
de rachaduras na língua, inclusive depois de inAa-
maç.io. Amolecimento dos dentes, anormal, com ou
sem dor; os dentes ficam frouxos nos seus alvéolos.
Dor de dente quando a comida toca (o dente). Deve
ser usado principalmente para dispersar crescimentos
ósseos ; ulcerações de ossos, e para fístulas. Útil ainda
nas exostoses traumáticas, no cancro do osso.
Um sarwma de células gigantes do maxilar su-
perior, causava a deformidade conhecida como "cara
de rã", foi muito melhorado por Ca/ca,-cajluOl-;ca em
curto tempo, depois que Si/ieca havia falhado. Endu-
rações que ameaçam supurar. Esmalte deficiente dos
dentes. H erpes labial'j:>equeno e duro.
Indicações odontológicas
Abcessos: gengival, com edema endurecido.
Cárie dentária: prematura.
Distúrbios de erupção dentária: dentição lenta.
Edema: facial, região mand ibular com endure-
cimento.
Erupções: peribucais e comissuras lábias.
FístuJas: região inchada, escura, com secreção
fétida, sanguinolenta.
Glossite: língua fissurada, endurecida.
H erpes: labiais.
Twnores benignos bucais.
 Motéria Médica Homeopática IlHerpretada
129

Ca/carea phosphorica

Cauarea phosphorica oscila entre os extremos, por
isso atua em situações de instabilidade.
Sinônimos
Fosfato de cálcio, Calei.,,,,, phosphoricum, Calcal'C«
phosphorata e Phospha.<calcius.
Origem: É um sal que abunda na natureza, se
encontra em vários lugares, é parre imegrantc de
todos os nossos tecidos (com exceção dos eU sticos)
e está presente em todos os líquidos do organismo.
Geralmente encontra-se combinado com albllmina,
exceto no tecido ósseo. EnCOmrJ.lllos o fosfato de
cálcio nos glóbulos, sali,';] , suco gástrico, 1e'te, demes,
no plasma sanguíneo, nos ossos e outros.
Aprescma-se com <lspecto de pó branco, amorfo,
inconstame, insolúwl em água porém solúvel em
ácidos. O remédio homeopático Cale. phosp. é 1Ull sal
dos tecidos de Schuess1er, tendo sido utilizado por
ele, segundo Clarke, apesar de ter sido previa111ente
porencializado e experimemado por Hering e outros
homeoparas. O medicamento pode ser preparado com
ácido fosfótico diluído em h,dróxido de cálcio, qlle
form a um precipitado branco; este deve ser filtrado
e seco, resulrando no fosfaro de cálcio.
(mostra-se como um tônico), enfermidades crônicas
debilitantes, 111ulheres na amamentação, jovens que
crescem muÜo rápido, perdas de líquidos orgânicos,
excessos de m~s turbação e também indicado nos
arrasos de crescimento.
Indicado de preferência naS pessoas de cor mo-
tena ou branco-suja.
Nas doenças da primeira infâncta.
C rianças que não têm torça para conservar a
cabeça ereta.
Crianças que custam a aprender a andar.
Crian<;as com demição difícil ou retatdada.
Froruras que tardam a se consolidar.
É boa indicação tanlbém pata fistulas no ânus
alternada com sintomas do peito.

Ação geral
O sso: ama bem em enfermidades qlle depen-
dem de um desequiJíbrio de suas mo léculas , como é
o caso de framras que rard am a formar calo, ou no
raquirismo por motivo de deficiência nutricional . Em
situações em que por qualquer razão exista wna má as-
similação de fosfaro de cálcio (como na osteoporose).
Sangue: arua alimentando os glóbulos recém-
lormados do sangue, sendo wm remédio de ptimeira
linha para anemia e c1orose.
Situações de desgaste orgânico: bebês na den-
tição, demora na convalescência de doença aguda Fosfato de ca/cio.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Dinâmica mental
Calcarea phosphorica é um remédio de creso-
memo, movimento, instabilidade, e assim sendo,
o indivíduo padecerá de grande insatisfação, pois
sente-se volú\'d, instável, necessitando sair da rotina,
O indivíduo sempre quer ir a alguma lugar.
Na re~lidade ele é a mistura de dois componen-
tes oposros: Calcarm cal'von;m e Phosphorus; assim,
segundo D, Grandgeorge:
O Cálcio representa a horiwntalidade (os Cal-
drea são pequenos),
O Phosphorus representa a verticalidade (os Phos-
phorus são altos),
A misn,ra dos dois fornece um quadro instável e
cheio de contradições, tanto em nível psíquico quanto
físico (\'ide quadro abaixo), Devido a este conflito,
origina-se o mal·e,star de Calcarea, phosp; dentro dele
exisre uma intensa instabilidade interior e por isso
é indicado nos momentos de grande instabilidade,
como: nascimento, início das aulas, puberdade, perí-
odos de cre,scimento acelerado, desligamento da mãe,
doenças agudas e OUtros.
E como reflexo disto existe uma intolerância a
variações exrernas e, portanto, agrava entre estações,
banhos frios, mudança de tempo, estresse psicológico,
quando é erguido,
A insatisfação é um sintoma chamativo de Cale,
phosp, G, Vithoukas chama atenção djsto com o sin-
toma: "Ele sabe que há algo que não funciona, mas
não sabe o que é e nem o que fazer, nem o que ele
quer", Foge e procura permanentemente o equilíbrio,
O descontentamento permanente deste indiví-
duo justifica alguns de seus sintomas, como:
Na Psora
Apresentam·se como indivíduos inqui'Ctos, vão
de um lugar para outro, com ansiedade interior, an-
siedade pelos outros e ansiedade por sua saúde. São
indidduos alegres, expansivos, vaidosos e querem que
reparem neles. São compassivos, sensíveis a injustiças,
a·s quais não toleram; medrosos, têm os medos de
Phosphoo'Us: tempesmues, escuro, câncer, medo do
mal de Calcarea e temem ouvir notícias mins que o
levam ao desequilíbrio (impressionáveis), A notícia
mim causa transtornos no indivíduo Cale, phosp"
podendo levá ·lo do embotamento à violência e selva-
geria, por isso muitas vezes, principalmente a criança,
fecha os ouvidos, recusa-se a escutar e vai embora
com medo de sua reação, Mágoa, desentendimentos,
desapontamento amoroso, excessos sexuais e estresse
prolongado também o fazem adoecer.
Devido a sua instahilidade deseja viajar e quando
está fora deseja voltar para casa, No seu quadro i,lusio-
nal, tem a sensação que está fora de casa e deseja voltar.
Na Sicose
Encontramos o in.tivíduo Cale, phosp, mal·humo-
rado, rabugento, ciumento, com irritabilidade desde
criança, variabilidade de comportamento (extrover-
tido ou reservado), autocrítico, reprova os outros
(censurador), difícil de ser contentado e agravando
todos os sintomas pelo consolo e pela contradição,
Pode se tornar mentiroso para justificar suas atitudes,
pois não suporta acusações (reprimendas) contra sua
pessoa.
Na Sifilis
Devido a seu descontentamento consigo mesmO
e com os outros, afimda-se em trisreza procurando iso-
lar-se, com aversáo a companhia, indiferença afetiva,
medo de trabalhar, e comporta-se como abobalhado
com embotamento mental (que em crianças aparece
como interrupção do desenvolvimento mental e no
idoso como demência senil), Pode chegar à idiotia
ou ao cretinismo, Não consegue Se concentrar e a
memória fica muito fraca, com erros ao falar ou re-
petindo palavras,
Quanto ao desenvolvimento psicomotor, pode-
mos encontrar Cale, phos/" como crianças precoces,
imaginativas, intuitiva;; ou como crianças retardadas
com retardo na marcha, no dcsenvo'lvimento, com
lentidão, dislexia, confusão, (Aqui a oscilação entre
extre'j1OS é bastante evidente),
Desejos alimentares:
Em crianças é comum rejeitar desde cedo o leite
materno.
Desejo de presunto, carne (defumada), sal,
gorduras, condimentos, peixe e coisas estranhas não
comeStÍ\'elS, como terra e ourros , Gosta de coisas
refrescan tes ,
Sintomas físicos :
Por ser um policresto, podemos encontrar diversos
sintomas, mas cabe aqui cimr alb'UIlS principais:
• Cefaleia dos escolares.
• Apetite \'Otaz com pouco ganho de peso.
• Cólicas pós-prandiais.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
• Dentição difícil com: diarréia, problemas res-
piratórios, infecção de garganta ou convulsões.
• Dentes crescem lentamente e se cariam pre-
cocemente.
• Fontanelas que tardam a fechar ou que reabrem
logo após fecharem.
• Vômitos e diarréia frequentes (tendência a
gastroenterites).
• Tendência ao acometimento laringo-brôn-
qUIco.
• Patologias articulares com entorses frequen-
tes, artrite juvenil, dores cervicais desde a infância e
torcicolo.
• Dores de crescimento dos membros inferiores
e epífises (Melhor remédio junto comPh.ac.).
• Fraturas que tardam a fechar (juntamente com
Symphyrum).
• Epistnes frequentes.
• Pólipos nasais grandes e pedunculados.
• Amígdalas hiperrrofiadas (amigdalite crônica).
• Desejo sexual aumentado.
• Problemas menstruais (dismenorreia) ou
hormonais que se iniciam na puberdade.
• Piora dos sintomas quando pensa neles.
• Sinais objetivos : alto, longilíneo, pés frios,
deformações dos membros, escoliose, cáries.
Aspecto físico: Alto, magro, ossos longos, dedos
afinados e alongados, retardo no crescimento e no
fechamento das suturas ósseas, palato ogival, ossos
cranianos finos e frágeis, exostoses, deformações dos
membros, escoliose, pernas arqueadas, pele seca, fria
e enrugada.
Agra va: com movimento, trabalho, umidade,
frio , esforço mental, pensar em seu sofrimento.
Melhora: repouso, silêncio, verão, tempo quente
e deitado.
Biótipo: magro, longilíneo, com ventre cavado.
132 Carlos Bn mitli, Marto Giorgl & Cofabs.

Ca/endula officinalis

Calendula: Cuida de nós' Apresenta indicações para va ri adas sim ações

A enfermeira da Matéria Médica: clínicas, em que se destaca seu uso como um exce-
Calendula officinalis iente hemastático, sendo por isso muitO utilizada em
odontologia nas extrações dentári as. Também tem
Foram tantas as oportunidades de li SO deste m~­ indicação nas esromarires e lesões n1cer,lti\'J.s da boca,
dicamento desde que comecei a esrudar e a trabalhar se ndo entao prescrita na forma de solução aquosa
com homeopatia na minha clínica diária, que esrudn- para bochechas.
lo um pouco mais passou a ser uma necess idade nossa. Em ginecologia, indica-se o seu uso para irregu-
Mu itas vezes, nos preocupávam os por ac har laridades menstruais, úlceras de colo de útero, infec-
arriscado trocar o protocolo alopático, tão conhecido ções vaginais e ulcerações can cerosas. Nesses casos,
e já bem descrito, pelo homeopático , principalmente logicamente, é usada como medicamento episód ico.
nos casos de traumatismo dentário, poi s eram con- Outra conhecida apli cação desta planta como
dições muito especiais. Nossas preocu pações nunca agente fitoterápi co reside em seu emprego como
se confirma ram, sempre colhemos bons resultados antídoto para picadas de insetos, como abelhas e
fazendo llS0 de Calmdttla, nessas e em outras sirua- vespas, pois evita imediatamente a dor e impede o
ções clínicas, para as quais este medicamento rambém desenvolvimento de fenômenos de intoxicação.
tem indicação.
A Calmdu/a officinalis, pertencente à Família
Compositae, é uma planta herbácea , narural do Me-
diterrâneo e da América do Norte.
Seu cultivo ocorre com maior frequ ência para
ornamentação de jardins do que para fins terapêuticos.
Esta planta atinge de 30 a 50 centímetros de ;}.Irura
com ramos angulares e folhas aveludadas. Apresenta
floração anual, produzindo flore s so litárias, com
diâmetros qne variam de 1,5 a 3 centímerros. Sua
flor é compos ta por duas fileiras de pétalas, tam bém
aveludadas, de cor amarelo forre, quase alaranjada,
que rodos os dias brindam o amanhecer, ao se abri-
rem, mostrando seu colorido alegre, e que se fecham
quando a rarde ca i, esperando pelo novo dia .
Com origem no latim, seu nome deriva da pa-
lavra KaJendulae, que significa primeiro dia de cada
mês do calendário, representando ass im o fato de ela
estar florida praticamente o ano todo. Também recebe
Outras denominações: Caltha officinalis, F/(;s omniurn
Calend,tia.
memium, Solis spoma e Solseginum aureurn.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Conta-se que, nos campos de batalha na Guerra
de Secessão americana, utiliwu-se a Calendula em
tratamento de queimaduras, para aliviar a dor, evitar
a infecção e acelerar a cicatrização. Atualmente nos
Estados Unidos, a Calendula tem sido muito utilizada
nas intervenções cirúrgicas, na forma de gaze Calen-
d..lada, devido a sua atividade antisséptica.
Segundo alguns importantes estudos laborato-
riais já realizados, a Calendula officillalis apresenta
ação bactericida (Tarle & Dvorzak 1989). Buscaram
avaliar através do extrato aquoso 1/10 de Calcndula
off. essa atividadc sobre Staphl'lococclIS aurcus, Pscu-
domona acrugillosa, J(]ebsiclla pllCIII1l011iac, Protcus
pulgaris c Strcptococcus Jàccalis, concluindo de forma
positiva tal atuação. Em outro estudo, ITeran et a!.
1994) utilizaram o exu·aro alcoólico a 80%, obndo
de flores secas de Calelldu/a, e obscn·aram também
uma ação bactericida .sobre Escherichia coli e uma
pequena atividade sobre Calldidez albicans, abrindo
a possibilidade de se conhecer também esse efeito
anti-fungístico do medicamento. Outros autores
também citaram haver unla ação antiviral, pois em
seus trabalhos observaram que o uso da Calend..1a
impediu o crescimento do vírus Herpes simplex em
culturas celulares.
Necessitando ainda de maiores confirmações,
encontram-se afirmações sobre sua ação imunoes-
timulante, anti-inflamatória, cicatrizante, sedativa e
antitumoral. Em nenhum dos trabalhos pesquisados
(ensaios pré-clínicos) foram relatados dados sobre
toxicidade aguda ou crônica.
Pesquisando sua composição química, tem-se
como componentes principais os flavonoides e as
saponinas. As saponinas são isoladas das raízes, folhas
e flores, sendo que nas flores encontram-se cerca de
6% dessas substâncias.
N as flores frescas também estão presentes os
álcoois triterpênicos (de 2% a 5 % ), na forma livre
ou esterificados com ácidos graxos; os carotenoides
(1,5%), responsáveis pela cor das flores; os flavo-
noides (de 0,2% a 0,9%) livres ou como glicosídeos
de quercitina e isorramnetina; cumarinas; ácidos
fenol-carboxilicos (0,1%); ácido salicflico; óleo vo-
látil (0,2%) e nas flores secas; polissacarídeos (10%
de pectina e 15% de polissacarídeos solúveis) e a
alantoína (até 0,7%).
Esta com posição quúuica demonstra o porquê
das indicações tão conhecidas deste medicamento, até
mesmo pela "medicina popular" dos quatro cantos
do mundo. Entretanto, apesar de ser mais conhecida
como um medicamento de mais emprego orgânico
que mental, ou autores abai:xo pontuam sua manifes-
tação psíquica, como apresentamos a seguir:
33
O uso da Calendula em Homeopatia a coloca
no grupo dos medicamentos que são muito úteis
para o atendimento a pacientes em quadros agudos
diversos. Por esse motivo os textos de Matéria Médica
sobre esse medicamento visam aos bons resultados
colhidos através da observação clínica, porém, como
nos interessa conhecer este medicamento de forma
global, buscamos e-encontramos alguns estudos pa-
togenéticos que trazem relatos de autores importantes
como Hering, Vjinovsky, Allen, entre outros, nos
permitindo, ainda que de forma reduzida, conhecer
este outro lado do medicamento.
Para Hering, este indivíduo se mostrou ansioso,
aflito, solicitante, chegando a ser rabugento devido a
sua grande irritabilidade. Em alguns momentos, foi
possível perceber um estado de fúria.
Mostrou também marcada inquietude à noite,
tanto mental quanto física, não encontrando posição
para descansar, andando continuamente de um lado
para O outro e sentindo muita sede. O autor ainda
comenta que, quando consegue dormir, tem a sen-
sação de queda de algum lugar alto, tornando o seu
sono nada reparador. Com essa noite mal dormida,
é de se esperar que durante o dia esteja sonolento
e com dif,culdade de concentração, mostrando-se
bastante distraído.
Vjinovsky pôde observar a facilidade para as-
sustar-se que esse indivíduo apresentou, com grande
tendência a sobressaltar-se, além de um estado de irri-
tabilidade que o deixa extremamente nervoso. Intole-
rante ao barulho, devido à hiperacusia que apresenta,
sintoma este que provavelmente contribui bastante
para aumentar sua irritabilidade. O autor considerou
importante também um estado de depressão que se
manifesta de forma intensa.
Já para Allen., o que lhe chamou atenção foi que o
paciente se mostra ansioso, raciturno e queixoso.
No Repertório de Sintomas também
aparecem:
- Delírio selvagem.
- Inconsciência, coma, esulpor.
- Linguagem ininteligível.
- Medo, apreensão, pavor de que algo
terrificante possa acontecer.
- Hipersenslbilidade.
- ilusões: de que está caindo de um lugar alto,
de que alguma calamidade avassaladora estivesse
ameaçando-o e de que ele(a) iria desmaiar.
Com os relatos desses renomados homeopatas,
somados ao que também aparece no Repertório, é
possível formar uma imagem mais caracterizada deste
13 Carlos 8runini, Man'o Gíorgi & Co/abs.
medicamento, ainda que a criteriosidade exija ma.iores
esrudos e confirmações.
Quanto aos sintomas físicos, temos mais
alguns relatos a considerar:
- Sua pelc apresenta uma tonalidade amarelada.
- Uma caractcrística bastante peculiar e, por-
tanto, mUito importantc para a Homeopatia é que
todos os sintomas físicos aparecem simultaneamente
a um calafrio.
- Sente a cabeça lenta e pesada pela manhã, com
cefaleia que sc localiza no frontal, do tipo pulsátil.
- Sensação de entorpecimento, especialmente na
parte superior do occipital.
- Ouve sons muito agudos. Dor de ouvido
durante o calor febril; pode ter perda da audição em
ambientes úmidos ou em condições eczematos as.
Escuta COm mais facilidade os sons que são emitidos
a distância.
- Tem os o lhos inflamados, as pupilas dilatadas
e as pálpebras muito inchadas, Com secura e prurido.
Os ferimentos nos olhos têm tendência à supuração.
- Sente os lábios inchados e queimantes até as
proximidades do nariz. Essa sensação aumenta rapi-
damente de intensidade. Apresenta também erupção
de pequenas vesículas ao redor da boca, enquanto a
língua parece seca e irritada.
- Gosto amargo e horrível na boca antes de se
alimentar .
- As glândulas submaxilares estão inchadas e
dolorosas ao toque , como se fossem supurar.
- São pacientes que podem apresentar bulimia;
ardor no estômago, vômito, distensão epigástrica e
dor profunda na região umbilical.
- Sensação de vazio no estômago é outra queixa
deste indivíduo, que a criança expressa demonstrando
ter fome logo depois de mamar.
- Pressão e opressão no lado esquerdo do peito,
à noitinha quando descansa na cama. Pulso irregular
que diminui rapidamente.
- Hipertrofia e endurecimento do útero. Sensa-
ção de peso na pelve.
- Nódulos nas mam as, escoriaçóes e rachaduras
nos mamilos.
- Dor uretral dilacerante, durante os calafrios.
Frequentes micções, especialmente à noite, com urina
descorada como água, muito quente e queimante.
- Mãos e pés frios. Varizcs inchadas e ulceradas.
Dores dilacerantes nos músculos e articulações, que
pioram pelo movimento .
- Tosse com expectoração esverdeada, rouquidão.
Sensação de corpo estranho nas vias aéreas.
Está muito sensível ao ar livre e fresco; sente
arrepios, estremecimentos, pois sua pele se apresenta
muito quente, o que é facilmente percebido ao tocá-Ia.
Pode ter seus sintOmas agravados por wnidade,
tempo fechado c nublado, movimento e também
ao anoitecer. Em contrapartida, a melhora se dará
quando estiver repousando e pelo calor.
Uma observação rmportante deve ser feita sobre
o sintoma dor, conforme está relatado nas diversas
Matérias Médicas e, em especial, na citação feira
por Vijnovsky: quando o paciente sente dor, ela se
mostra de forma exagerada, fora de proporção; por
ser excessiva a dor pode levar este indivíduo a ter wn
esgotamento nervoso .
Não fugindo à maneira muito própria que nosso
grupo tem de esrudar Matéria Médica, fica imeressan-
te notar que essas são dores que só se acalmam após
as 5 horas da manhã, junto com o amanhecer, e que
recomeçam dcpois das 17 horas, quando a tarde cai.
É fácil notar que a .sensação de melhora do paciente
acompanha o abrir e fc.:har ,b s flores da planta, pois
as flores de Calendula se fecham ao anoitecer, para
se abrirem novamente apenas pela manhã, buscando
a energia e o brilho do sol.
Matéria Médica comparada
É necessário fazermos wn esrudo de Matéria
Médica comparada, pois nota-se que a Calendula tem
sintomas parecidos aos de Hyperiw1n em trawnatis-
mos e afecções de partes ricas em inervação sensitiva,
quando há dor excessiva que não guarda proporção
Com lra1lmatismo - hipersensibilidade doloros<l. Toda-
via, não apresenta o entorpecimento na extremidade
do sítio do nervo lesado e agrava pelo tato.
Assim como Arnica nwntana, esse indivíduo
apresenta os sintomas de traumatismos sem dilace-
ração de partes moles e cansaço doloroso nos mús-
culos e articulações que pioram com O movimento.
Porém, no caso de Calendula, podemos somar a
hipersensibilidade ao barulho e ao ar frio, com dores
desproporcionais.
Compartilha também com Rhus-t os sintomas
de traumatismo em músculos isolados, sendo que
Rhus-t melhora pelo movimento contínuo e Calm-
dula agrava.
Uti.lizar Calendula, é como ter wna dedicada
enfermeira que o tempo todo alivia o sofrimento,
uma compassiva e amiga cuidadora.
Quem não gostaria de tê-Ia ao lado>
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Sintomas para reflexão:
Melhora quando pensa na sua doença- Melhora
quando quente e por beber água fria.
Alternando os sintomas: atividade e passividade.
Sensação alternada de frio e quente.
Dramatização
Ninguém poderia imaginar o que acontecia
nos porões daqueJa casa abandonada. Um grupo de
homens tentava obter uma pista que pudesse levá-
los ao chefe de uma nova seita religiosa que vinha
ganhando adeptos naquele lugar, introduzindo ideias
revolucionárias.
Havia um prisioneiro amarrado sendo interro-
gado, mas nada respondia.
Ele perdeu a consciência várias vezes, estava
debilitado, sentia a morte como próxima.
Tinha a pele fria , todo seu corpo muito frio. E
apesar do frio não conseguia se cobrir e ria de forma
insana, sem motivo, seu rosto, de vermelho passou a
pálido, tinha náuseas.
Um dos inquiridores vendo-o rir acertou-lhe um
soco no rosto. O interrogado ao mover a mandJbula
sentiu dores terríveis e não conseguia articular aS
palavras; desesperou-se .
Um dos homens colocou a mão no rosto dele
dizendo que parecia quebrado, ele ouviu, conseguiu
readquirir consciência e isso estranhamente o fez ficar
sem dor.
Lá ficou horas amordaçado e despertou já era
noite, e começou a ter medo.
Era sempre à noite que surgiam os medos.
Fechou os olhos e como em transe vislumbrava
momentos melhores; concentrou-se em lembranças
passadas, recordando que podia tocar músicas inteiras
35
Camphora
ao piano, de olhos fechados, sem partitura, sem errar
uma nota.
Seu corpo continuava muito gelado, seu coração
batia fraco e lentamente.
Tinha sonhos com ansiedade, aterradores, con-
fusos. Nem mesmo sonhos eróticos que o acordavam
excitado, pareciam poder tirá-lo daquela catatonia.
Os inquiridores voltaram e quando o viram
deram-no como morto; lá deixaram seu corpo esten-
dido e se foram.
Passado algum tempo ele foi acordando aos
gritos, chamou por ajuda. Levanta-se ainda tonto
e arrasta -se para a porta:. E ansioso por se salvar sai
rapidamente.
A Cânfora é um óleo, transparente, aromático,
extraído de uma planta originária do Japão, do grupo
das Lauráceas chamada Cinnamomum Camphora.
Ela também pode ser obtida por síntese.
A Cânfora é muito volátil, pouco solúvd em
água, mas bem solúvel em álcool.
Ela foi usada muito tempo na Medicina Chine-
sa. Era usada topicamente em diversas preparações e
I ~
 Carlos Bruninl, Mario Giorgi & Colabs.
também em injeções musculares como estimulante
respiratório.
Quando usada sobre a pele, ela é rubefaciente,
mas friccionada bem de leve, causa sensação de frio .
Como se vê esta é uma propriedade também do men-
tol, exrraído do óleo da Hortelã pimenta.
A Cânfora tem ainda discreta ação anestésica local,
com dormência da pele.
A Cânfora desperta sensação de calor e gosto
amargo e se ingerida em peguena guantidade produz
sensação de aguecimento e conforto no est6mago.
Mas em doses grandes é irritante e causa náuseas e
v6mitos.
A Cânfora é estimulante do sistema nervoso
central. Pode produzir alterações sensoriais e até
convulsões guando em doses grandes.
A Cânfora já foi usada como carminativo (sig-
nifica remédio antiflatulento).
A Patogenesia
A Cânfora foi estudada por Hahnemann e pu-
blicada na sua Matéria Médica Pura em 1825, com
345 sintomas.
Juntamente com Opium é um modelo de pato-
genesia gue deve ser lida por todo homeopata.
Já na introdução Hahnemann fala gue a Cam-
phora pode antidotar "efeitos violentos de muitos
medicamentos~
Camphora.
E até hoje Cânfora realmente pode ser usada
como antídoto dc maus efeitos causados por remédios
dados homeopatican1ente.
Os envenenamentos por Camphora produzem
súbita e imensa frialdade, sendo assim tem emprego
em situações de resfriamento. O pró pio Halmemann
dá a dica : "Apesar de poderosa, é mais transitória gue
gualguer OUtra droga, por isso ela precisa de repeti-
ção muito freguente até a reação, as vezes a cada 5
minutos, até o calor ser restabelecido".
Os sintomas mentais
Os sintomas mentais da Camphora são numero-
síssimos. Seguem por muitas páginas da Enciclopédia
de AIlen.
De modo geral Outras Matérias Médicas dão
uma ideia muito superficial dos padecimentos memais
extremos evocados por Camphom (Margarerh Tyler).
Neste nosso trabalho citaremos uma parte deles,
desejando e>timular o leitor para mais estudo.
o Confusão da cabeça com consciência perfeita-
meme clara (si moma 11 de Hahnemann).
o Falta de memória após catalepsia, recobrando
a consciência (simoma 12 de Hahnemann).
o Perda de consciência (sintoma 15 de Hahne-
mann).
o Os sentidos o abandonaram (sintoma 16 de
Hahnemann) .
o Ansiedade muíto grande (sintoma 335 de
Hahnemann).
o Ansiedade e agitação na cama (sintoma 336
de Hahnemann). .
o Conversa sem sentido e empreende coisas
absurdas (sintoma 339 de Hahnemann).
o O garoto rasteja para um canto, geme e chora,
ele se ofende com tudo o gue alguém lhe diz, como
se ele pensasse estar sendo mandado, ele pensa gue é
insultado e afrontado (sintoma 342 de Hahnemann).
o Briguento e insiste gue ele está certo. (sintoma
343 de Hilinemann) .
o Numa tarde ele semou-se ao piano e tocou,
com grande precisão, com os olhos fechados , o gue
em outros tempos ele não poderia ter feito, sem suas
parti tu ras.
o Delírios, fantasias confusas.
o Delírio furioso sendo mantido na cama com
dificuldade por dois homens .
• Raiva, violência, arranha, cospe e morde, rasga
roupas c espuma pela boca.
o Disposição a chorar freguentemente, não sabe
por guê.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
o Com frequência sente como se pudesse matar
as pessoas na rua ; nunca , porém sentiu disposição
para matar alguém de sua família.
o Tem impulsos de se atirar pela janela.
o Exci tados, fala sem ccssar. Fala selvagem .
o Gritou, berrou em linguagem indecente.
o Grita por ajuda, ab raça os outros, não fica só.
o Uma criança atira coisas p.lra o ar com riso.
o Tira as roupas e tenta se atirar pela janela.
o Aversão a todos os trabalhos.
o Sensação como se:
T odos os obje tos fossem muito brilhantes e
cintilantes (s intoma 75 de Hahnemann).
Como se pudesse voar.
Como se estivesse iluminado.
Os sintomas gerais
Em Cflmphora é o frio que predo mina .
Tudo que cntra em seu corpo como um chá
quente, por exemplo, lhc parece frio, assim como rudo
que sai do sell corpo é frio (secreções).
Está frio ao taro e apesar do frio quer estar des-
coberto. Descja at frio c as janelas abertas (Kem).
Porém ames que se possa fazer isso, surge um calor
nele e então ele deseja estar coberto, aquecedor ligado
e deseja bebidas quentes, e logo a frialdade volta.
Assim aparecem os estados alternames e con-
traditórios de frio e calor. Surgindo esses sintomas
em qualquer esrado de doença alcançará a cura com
Camphora homeopaticamente preparada.
Nenhuma ourra droga tem exatamente estes
si ntomas. A que mais se assemelha é Secale, que
sente ardência, como em alguns casos de gangrena
(Margareth Tyler).
A."im, Cmnphora se revela um remédio para
estados de colapso.
o Choque com rosto muito pálido.
o Frio e palidez.
• Lábio.'S cianúricos e hálito frio.
o Pulso quase imperceptível; acelerado, sem
febre.
o Estado de morte aparente.
Camphora foi muito útil na doença Cólera, onde
há colapso.
Aliás, vale recordar aqui o trio de remédios da
Cólera :
Camphora, Cuprum e Veratrum album.
Camphora tem o colapso com evacuações diar-
reicas sem cólica ou até sem evacuações e sensação
de frio.
137
Veratrum já apresenta colapso como consequên-
cia às muitas evacuações profusas, vômitoS e suores.
Cuprum por sua vez apresenta como sintoma
mais proeminente dores como clibras no estômago
e nas extremidades. E ainda convulsões.
E HallOemalUl nos ensina ainda:
"Somente quando dada sozinha na invasão inicial
da doença ela será M1aravilhosamente útil".
Agravação
o pelo movimento.
o pclo frio.
o por ar l.ivre.
• à noite.
Melhoria
o prestando atenção em seus sintomas.
o quando volta à consciência.
o pelo ar quente.
o ao beber água fria.
Desejos e Aversões
• aversão às sopas, ao tabaco, ao cheiro de ta-
baco.
Os sintomas locais
o Vertigens crescentes com dificuldade para ficar
sentada, senta como se estivesse caindo para o lado
direito. Fica meUlor em pé.
o Vertigens podem ser ou não acompanhados
de náuseas c vômitos.
o Cefaleias: que se estendem até a ponta dos
dedos; como se o ombro estivesse ferido na região
frontal, com n;lnscas.
Cefaleia frontal ao abaixar a cabeça.
Cdàlcia el11 afecções catarrais.
o Olhos: grudados, com olheiras, fOtofobia com
tremores nas ,pálpebras.
Ora tem miose ora tem midríase (ver sintomas
72 e 73 da M.M .Pura de HahnemalU1) .
o Ouvidos: com dor, alxessos no meato acústico,
orelha vermelha e quente.
Ouve ruídos como de cantoria nos ouvidos.
o Nariz: coriza aguda com calafrios e espirros.
Nariz frio, sente que o ar inalado está frio.
o Face: pálida, cianose em lábios, tàce fria, lábio
superior retraído para cima, mostrando os dentes.
• Boca: hálito fttido ) gostO am<lrgo, sialorreia
viscosa. Língua flácida e fria. Dores dentárias. Srn-
sação de choque nas raízcs dos incisi\'()s.
o Estômago: sede ardente e insaciável de grandes
quantidades de água fria.
13 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
• Abdome e reto: doença Cólera ao início, com
frio, vontade de descobrir-se e predomínio do frio em
relação à dor e à própria intensidade das evacuações.
• Genitais: aqui notamos informações confusas
nas várias matérias médicas estudadas. Umas referem
desejo sexual aumentado c outras falta de desejo
sexual.
É fundamental ler o sintoma 170 da Matéria
Médica Pura de Hahnemann e entender bem :
"Nos primeiros dois dias relaxamento do escroto,
deficiência de ereção do pênis, perda de desejo sexual".
Após 48 horas, ereções mui to mais fortes do que
em vezes anteriores.
Assim a perda do desejo sexual é ação primária
de Camphora. Ela não deve portanto ser usada para
combater o desejo sexual incomum, pois ocorreria
uma piora quando vem a ação secundária ao uso do
remédio.
Baseado pois na · patogenesia, causa perda dos
desejos e da ereção devendo ser usada homeopatica-
mente para cura desses sintomas.
• Asfixia do recém-nascido.
• Cianose em recém-nascidos.
 Matéria Médica Homeopáfíca Interpretada
139

Cannabis indica

Cannabis indica ou cânhamo da Índia, de onde Ao nos depararmos com os sintomas mentais de
se produz o haxixe, c a Carmabis ,-ativa ou cânhamo Cannabis indica notamos, em primeiro lugar, wna
europeu, de onde se produz a maconha, são botani- alternação do estado de consciência no sentido de
camente a mesma planta. (Vannier) . uma ampliação, luna exageração: tudo é percebido
A planta é integralmente utilizada para os mais com extrema agudeza e grande intensidade, levando
diversos fms, mas destaca-se especialmente a sua fibra, a detalhar as se nsa~ões dos sentidos com exuberante
também chamada de f!laça, muito usada na indústria exagero.
de papel, pois wn hectare de drllJamo produz O mes- Um paciente provavelmente nos veMa à con-
mo que quatro hectares de eucaliptos, num período sulta dizer que "está triste e indiferente; se ofende
de vinte anos. fácil; lunas vezes está alegre, outras sério ou furioso.
A indústria têxtil também é wn bom mercado que tem irresolução e incerteza por causa de sua ima-
para o câr!llamo, por estc ser cinco vezes mais resistente
que o algodão, e com seus longos feixes de até 4,5 m
é usado para fabricar cordas e amarras de navios pois
sao bastante resistentes.
Da semente extrai-se um óleo muito usado nas
indústrias de cosméticos como base para crcmes,
xampus, óleos hidratantes, etc, na indústria mecâni-
ca para verni zes, lubrificantes, combustíveis, tintas
e outros, bem como para a alimentação humana em
óleo, tempero, margarina, flocos de cereais, snacks e
outros. Como medicamento homeopático , propor-
cionalmente rico em Sintomas Mentais, aparece no
tradicional repertório de Kent com pouco mais de
300 rubricas, sendo que mais se 130 são ilusões, 70
são exclusivos. Aqui é chamativo uma alternânc ia
do estado de consciência no sentido de uma amplia-
ção, exagerando tudo, assim a percepção é aguda,
intensa co m exuberância de dera lhes exagero.
Para a análise da dinâmica dos sintomas psíqui-
cos recorreremos, portanto, à rica patogenesia de
Cannabis indica em Hughes, Kent e, principalmente,
Allen, comentados otimamente por Tyler. As diferen-
ças entre os dois medicamentos aparecerão em alguns
sintomas gerais e locais ao fmaL ÊXlase_
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
ginação volúvel, a pOntO de não poder dizer O que
é verdadeiro ou ficúcio, e distraído, a ponto de não
saber o que faz, suas ideias se perdem" (Iahr).
Ao aprofundarmos O relato, nos depararíamos
com O indivíduo de caráter mais possivelmente es-
quiwide, arredio ao contato e vivendo mais em seu
mundo fantasioso; uma angústia com uma ansiedade
pela sua salvação, junto com a sensação de abandono
Sintomas próprios e interessantes
• Todas as impressões são extremamente exa-
geradas.
• Uma estranha sensação de êxtase atravessa o
co rpo e os sentidos.
• O s membros e as partes, parecem aumenta-
dos.
• Uma sensação de beatirude atravessa seu
corpo.
• Exaltação de espírito com alegria, imaginações
e ilusões maravilhosas.
• Poderia traçar a circulação do sangue ao longo
de cada polegada de seu caminho, - eu sei quando
cada válvula é aberta e fechada.
• Sensações físicas estranhas de uma leveza e
estado aéreo.
• Ouve som das co res; verde; amarelo; verme-
lho; azul lhe soam, vindo em ondas perfeitamente
distintas.
• Disse que tinha sido rransportado para o céu ...
Canabis indica.
• Possuído pela ideia que sua morte está próxi-
ma .... deverá morrer logo e ser dissecado.
• Tudo em sua volta é imediatamente um gran-
de mistério aterrorizador.
• Desespero - medo de estar eternamente per-
dido .
• Formas demoníacas ... olhando-o com olhos
de fogo
• Uma sensação básica de dualidade- impressão
de ser dois- uma parte que vivencia e portanto mais
relacionada ao corpo e Outra que reflete, relacionada
a alma.
• Durante todo o tempo uma consciência dual
está presente ; o experimentador sente de vez em
quando que ele é distinto daquele sonho provocado
pelo haxixe, e pensar racionalmente.
• Parece ter duas existências) ou ser conscien-
te de dois, ou existir em duas esferas, a sensação
de DUALIDADE é muito marcante, uma de suas
"MENTES" pensa em alguma coisa, enquanto gue a
o utra ri disto.
• Sente-se como se fosse uma terceira pessoa,
olhando para ele mesmo e para seu amigo.
• A alm a p arecia estar separada do co rpo,
olhando-o do alto e tendo luna visão de todos os
movime ntos dos processos vitais .....
• ilusões dos sentidos- Ouve vozes e a música
mais su bLime; tem visões de beleza e glória, somente
igualadas no paraíso, paisagens da beleza mais subli-
me; profusão de flores de cores briU,antes, arquitetura
de beleza magnífica e grandeza, provendo uma cons-
ciência de felicidade; Não sabia se ele mesmo existia;
se os homens em geral existiam, e qual o propósito da
existência sua e deles. Há outras categorias de ilusões,
na maioria relacionadas a esse aumento de percepção,
principalmente nO tempo e no espaço.
• Exageros no tempo e espaço extraordinários.
Extrema demora de tempo e extensão de espaço ;
-poucos segundos parecem eras; a pronuncia de uma
palavra parece tão longa quantO um drama inteiro
e uns poucos metros uma distância intransponível
de tão grande, O quarto se expande; o tetO parece
elevar-se ... O tempo era indefinidamente prolongado,
minutos como se fossem dias.
• Parecia como se ele existisse sem forma através
de uma vasta extensão do espaço.
• Seu corpo parecia expandir-se e o arco do seu
crânio parecia mais largo que a abobada celeste.
Se encontramos sensações interessantes e agra-
dáveis em conrrapartida sua sensibilidade amplifica
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
as ruins, o praze r é um paraíso, mas O desprazer e a
dor são compdwis ao inferno.
NWlla compreensão Junguiana de seu psiquismo
diríamos que - este medicamento provoca uma súbita
e violenta irrupção de conteúdos inconscientes sobre
a consciência, que se infla ao identificar-se com os
conteúdos mais sublimes e estáticos relacionados ao
arquétipo do si-mesmo: self, ou se aniquila ao entrar
em contJW com os conteúdos angustiantes e aterra-
dores da sombra.
Ele imagina que possui um conhecimento in-
finiw e poder de visão; que é o Crisw vindo para
restaurar a perfeita paz no mundo. Tensão psíquica
- representada pela vivência dual de céu / inferno.
Ansiedade e angustia - utilizado para aliviar a tensão
nos usuários. Sentimento de culpa e medo/ alternado
coma sensação de prazer e liberdade.
• "O prazer é o próprio paraíso, e qualquer
pensamento ou sensação de dor leva de uma vez 'as
profundidades da miséria" - Quando acordei o de-
funto havia sumido, mas eu estava em seu lugar no
esquife .... então formas e faces demoníacas arremes-
saram-me num berço de fogo ardente.
U ma estranha sensação de isolamento com um
grande sentimento de solidão, embora rodeado de
amigos. Um desejo urgente de ser abraçado, orien-
tado e que alguém lhe tomasse conta, para que não
se levantasse da cama e fizesse um aw tolo.
Se os desencarnados retornassem para flutuar
sobre o túmulo, que uma vez havia sido um lar para
eles, eles considerariam seu amigos corno então con-
siderei os meus.
Sintomas mentais exagerados
e hilariantes
• Suavidade
• Clarividência
• Canta
• Assovia
• Grita
• Brinca fazendo jogo de palavras
• Tem gesws automáticos
• Erotismo
Miasmaticamente
PSORA e Paciente provavelmente virá a consulta
dizer que - está triste e indiferente; se ofende fácil;
umas vezes está alegre, ouuas sério ou furioso, que
tem irresolução e incerteza por causa de sua inlagi-
nação volúvel, a ponto de não poder dizer o que é
14
verdadeiro ou fictÍcio e distraído a pOntO de não saber
O que faz, sua ideias se perdem. Assinl nos deparamos
com indivíduo de caráter esquiwide, arredio ao con-
tato e vivendo mais em seu mWldo fantasiosa, cheio
de DUALIDADES já expostas.
SICOSE Orgulho, capricho, intolerância a
contradição, cólera,por bagatelas, loquacidade, labo-
riosidade, lascívia e ideias fixas.
SÍFILIS Aversão a companhia, indiferença afe-
tiva, pressentimentos de morte.
Sintomas gerais e locais
Agrava pela manhã, por ruídos, café, licores, ta-
baco. Deitado do lado direiw; Melhora por ar fresco ,
água fria e repouso, deseja bebidas frias. Esgotamento
depois de uma caminhada curta, sacudidas frequentes
e involWltárias da cabeça, boca e lábios secos, sensação
de inchaço 'no ânus, dores ardentes relacionadas a
micção, urina abWldante e incolor, corrimentO branco
e viscoso ao comprimir a glande, regras aumentadas
com sangue negro sem coágulos,insônia, manias,
hemicranias, blenorragia, prostatite. Sensação como
se gotas de água fria caíssem em regiões específicas
do corpo, cabeça ou ânus por exemplo. Asma e reu-
matismo.
Homeopatia & pediatria
Crianças com mania religiosa, parece ter intinli-
dade com O mWldo espirimal, tanta que seu maior
medo é o de ficar iouca (perder sua razão). ContO
em criança de ... O. caso de uma criança que tinha
medo de mudar de escola e ficar sem assistência psi-
cológica. Temem nadar no mar ou na piscina pelo
medo de afogar-se. Comportamento hilariante, riem
ou ao inverso choram sem um motivo aparente que
justifique. Não conseguem parar de rir.
Sintomas gerais e locais
Carmabis indica agrava pela manhã, por ruídos,
café, licores, tabaco, deitado do lado direiw;
Melhora ao ar fresco, com água fria e repouso;
deseja bebidas frias.
Esgotamento depois de uma caminhada curta;
sacudidas frequentes e involWltárias da cabeça; boca
e lábios secos; sensação de inchaço no ânus, como
sentado sobre uma bola; dores lancinantes e ardentes
antes, durante ou depois da micção, urina abWldante
e incolor, corrimento branco e viscoso ao comprimir
a glande; regras dolorosas e abundantes, sangue
1 2 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
negro sem coágulos. Insônia, manias, hemicranias,
blenorragia, prostatite.
Cannabis satira agrava estando deitado (sintomas
respiratórios), em pé (sintomas urinários), por subir
uma escada.
Melhora por permanecer em pé (dispneia).
Sensação como se gotas de. água fria caíssem
sobre um lugar do corpo; cabeça, coração, uretra,
estômago e ânus; Cefaleias conges6vas; dores repu-
xantes nos rins que se estendem às virilhas; dispneia
intensa com palpitação, só pode respirar de pé, tosse
frequente com expectoração difícil, viscosa, verde,
raramente com sangue; uretra inflamada, dolorosa e
muito sensível ao tato e pressão, tem que caminhar
com as pernas separadas, ardor ao urinar e imedia-
tamente depois estendendo à bexiga, corrimento
espesso, amarelo, ereções dolorosas, dor nos testÍculos
que piora em pé. Asma, blenorragia aguda, cistite,
epididimite, prostatite, bronquite, pleurisia, reuma-
tismo. (Vannier).
Caso clínico
M.S.T., 35 anos, branca, casada, prendas do-
mésticas.
Tenho sentido ardência cada vez que vou urinar.
Essa queimação acontece no início e permanece até
que eu acabe de urinar. Já fIZ exames que sempre
estão normais e o exame ginecológico também nada
revelou.
Preciso fazer um pouco de esforço antes de co-
meçar a unnar.
Mas o que mais me preocupa são umas sensações
estranhas que venho apresentando há anos e que agora
estão mais frequentes.
Co.<tumo ficar com muitos pensamentos na ca-
beça, e eles vêm tão depressa que provocam confusão.
Não consigo colocar essas ideias em ordem, mesmo
fazendo muito esforço. É horrível!
Por exemplo, quando estou conversando "entro
numas" de ficar falando, falando direto sobre tudo
e nada ao mesmo tempo. Parte de mim sabe que
isso está acontecendo, mas não consigo fazer nada
para impedir essa situação.
Outro dia, quando saí para ir à padaria, logo nos
primeiros passos fiquei com a impressão de que não
chegaria nunca, parecia que não saía do lugar, que
estava canlinhando há anos, numa jornada infinita.
Acho isso chato, estranho, ridículo.
Às vezes fico meio fora de mim, ouço vozes,
vejo imagens que aparecem do nada e, ao mesmo
tempo, percebo que isso é real. Parece que vivo em
dois mundos diferentes; por um lado, me vejo em'
lugares maravilhosos, que me trazem a sensação ora
de felicidade, ora de desespero; por outro lado, estou
consciente e assistindo a tudo isso.
No final de semana passado tive uma experiên-
cia muito desagradável na presença do meu marido.
Estava sentada na sala~ quieta, com o olhar parado e
distante. Ele se aproximou e quis conversar, mas eu
estava como que hipnotizada. Após alguns minutos
comecei a falar coisas sem sentido, em seguida, passei
a dançar e cantar. De repente, deitei no sofá e fiquei
como morta, jogada, toda anestesiada e angustiada
por não conseguir me controlar, COm um desejo enor-
me de ser abraçada e de ser protegida por alguém que
me impedisse de fazer mais bobagens.
Meu marido anda preoC1lpado e não quer mais
que eu fique sozinha.
Doutora, estou com medo de estar ficando louca.
Imagine que outro dia meu filho me contou sobre seu
amiguinho que quebrou o braço. Sabe o que eu fiz?
Desatei a rir, rir sem controle. Eu preciso ficar boa,
não gosto nem de lembrar dessas coisas, como pude
rir de uma coisa tão séria? O que me fez confessar-lhe
tais assuntos é que sempre soube que os homeopatas
são também psiquiatras, é verdade?
O que vai ser da minha alma se eu não parar de
agir assim de modo estranho? Dá um aperto aqui no
coração, uma sensação de que estou sozinha, sem ter
a quem recorrer. De que adianta estar com a lamília
se continuo a me sentir assim?
Medos: Bem ... tenho de ir à piscina com meu
filho. Só de me aproximar já sinto que vou me afogar.
Também tenho medo de escuro.
Quando· sou contrariada fico nervosa, às vezes
até exagero e me torno agressiva. Geralmente, estou
alegre, mas já aconteceu de ficar triste de uma hora
para outra e sem motivo.
Costumo sentir a boca muito seca e vontade de
beber água fria.
Sintomas do repertório localizados
no caso clínico:
(De acordo com o aparecimeto dos sintomas.)
liusões de distâncias 41,2.
Ilusões de exagero de tempo 47,2.
Ilusões de que ouve vozes 47,3.
liusões de estar dividido em duas partes 41,2.
Ri de assuntos sérios 79,2.
Angústia por opressão 4,3.
Abandono 1,1.
Temor a afogar-se 85,2 (U.R.).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
14
Alegre, alternando com tristeza 3,2. Receitado: Cannabis indica C 1000, dose única
Desejo de bebidas frias 322,3. e solicitado retorno em dois meses.
Conduta: Cannabis indica 200 CH, dose única. Passados mais três meses, a paciente deixa o
Retorno em um mês após a medicação, referindo seguinte recado com a secretária: dê um beijão na
que está se sentindo muito melhor, quase não tem doutora. Diga-lhe que estou ótima e ainda não mar-
mais sensações esquisitas, nunca mais teve ardência quei consulta, por falta de tempo. Mas assim que tiver
para urinar, mas ainda sente medo de se afogar. um tempinho, apareço por aí.

•
1 Carlos Brunmi, Mario Giorgi & Colabs.

Capsicum annuum

Capsiwm annuurn. - Pimenta Caiena, Pimenta
,'ennelha ou Pi111enta espanhola.
Planta herbácea anuaJ da fanúlia das solanáceas,
originária da América do Sul. Gera~nente o fruto é
colhido em plena maturação e dessecado ao sol. Os
coletores de ervas medicinais consideram-no precioso
para Cllrar o aJcoolismo, enjôos de mar, a artrite e o
reumatismo. A indústria farm ,Ki'utica o utiliza como
rubofaciente, nas preparações de cremes e pomadas
contra as dores reumáticas .
Lathoud
Originária da Índia Oriemal, é encontrada ram-
bém na América do Sul, interior da África e 1111as do
Pacífico. O fruto é vermelho ou amarelo, no outono
toma O sa bor de pimenta, acre, quente, excita o ape-
tite, muito urilizado co mo condimento. O remédio
é produzido a partir da tintura-mãe que é obtida dos
frutos secos de Capsicum.
Apesar de ser da família das solanáceas, possui
pouco das propriedades narcóticas observadas nas
plantas dessa fan1ília. Por outro lado, em aJras doses
tem propriedades irrita.ntes que afetam principilinente
as mucosas e o tubo digestivo. O fruto é vermelho o u
amarelo, no outono toma o sabor de pimenta acre,
quente, excita o apetite, é um condimento. A indústria
farm acêutica O utiliza como rubo fa ciente, nas prepa-
rações de cremes e pomadas para dores reumáticas.
CapsiW111 em febres intermitemes, ele era utili zado
em associaçflo COtn o utras substâ nci,1s, não sendo
possível, dessa forma, conhecer seus re.lis efeitos. O
médico homeopata utili zou o Cal'simll/ orientado
pelos estados mórbidos peculiares, produzidos por
esta poderosa substãncia medicinal na saúde do orga-
nismo; ele some nte tenta a remoçio d,'qUel.1S doenças
naturais) se a soma daqueles sintomas (ol1tém a Inaior
semelhança possívd com aqueles de Capsicum.
Capsú;u111 é a pimenta vennelh <1, udida , que dá
sensação de queimação ou ardênci.l na boca , os lábios
parecem que cn.:sccrn, ficanl edcmelLiados, aumenta
o apetite e a vontade de beber água g:cl.1da ou bebid<l
alcoólica.
Kent diz: "0s indivíduos Capiicum desej am algo
quente, esümula.nre, cois,as picantes, isto se vê nos
bebedores de uísque, desejam piment.l, e a pimenta,
por sua parte, 1J1es faz desejar uísque".
Se C,~psicum, a pimenta , é utili zada C01110 medi-
can1enro contra o alcoolismo, como ci ta do no livro de

Hahnemann
A pimenta espanhola , como é chamada, foi in-
troduzida coma tempero para condimentaras molhos
das mesas elegantes dos mais abastados, para estimular
o paladar para um apetite não natural e, então, arrui-
nar a saúde. Embora já existisse referência do uso do
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
plantas medicinais, podemos esperar que as pessoas
que são Capsicum têm tendência para o alcoolismo, já
que em homeopatia a cura é pelo semelhante.
A parrir do conhecimento do medicamento
através da literarura, da sua origem, da sua forma,
sua aparência, começamos a imaginar como seriam as
características de um indivíduo que é uma pimenta,
vermelha, "gordinha", que abre o apetite, que esti-
mula o desejo de outros condimemos e de bebidas
alcoólicas.
Assim, podemos visualizar uma pessoa obesa,
flácida, que tem as faces coradas, poma do nariz ver-
meUla, que gosta de comidas condimemadas, bebidas
alcoólicas e tem comporramemo ou humor instável,
semem -se bem rindo e brincando, e de repente se
ofendem, ficam explosivos, como explosivo é o sabor
e os efeiros da pimema espanhola. Hahnemann diz:
"na metade de uma brincadeira, roma-a para O lado
mal e fica colérico". Outra característica descrita na
literarura é um forre temor à censura e provavelmente
por isso (sua sombra, aquele lado negro que quere-
mos ocultar) vive criticando as outras pessoas por
núnimos aros.
Por outro lado, este indivíduo é extremamente
nostálgico, fica quiero, perdido em seus pensamentos,
sofre insônia, tem sonhos que falam de faros passados,
mas quando acorda não sabe se eles são, realmente,
fantasia ou realidade. As meninas esrudames, que
não podem esrudar ou trabalhar, por sentirem muita
falta da familia, que querem voltar para casa, são ca-
racterísticas da esfera do medicamemo como referido
por Kem.
Do pOntO de vista físico, podemos também
imaginar O tipo de queixa que pode existir em um
indivíduo com excessos de comida e bebida; a quei-
mação está presente em rodas as mucosas, boca, rubo
digestivo, bexiga, e com grande frequência apresema
hemorroidas .
Margareth Tyler
As dores ardentes de Capsi"'m, as quais afetam
as membranas mucosas, são as queimações, como da
pimenta caiena, espalhada sobre a regiao; as dores
afetam especialmente a boca, a lúlgua, o estômago, os
intestinos, o rero e a bexiga. Mas O peiro, os pulmões
e a pele também podem ser afetados. Sao pessoas que
necessitam de calor (assinl como o fruro da pimema
tem que secar ao sol para ser utilizado), o calor lhes
faz bem, são friorentas, sendo que o frio agrava seus
sintomas.
As crianças Capsicum são gordas, com faces co-
radas, de constiruição flácida, estão sempre com frio,
rornam-se desajeitadas e desgraciosas.
Margareth Tyler coma ainda sobre uma criança
na enfermaria que estava inconsolável, chorando e
soluçando do fundo de seu coração; lhe foi dada uma
dose de Capsicum e crm pouco mais tarde estava brin-
cando alegremente. Estes remédios de ação limitada,
porém curiosa e única, são os mais úteis onde eles
convêm; pode-se necessitar deles muito rarameme,
mas nada no mundo pode substiruí-Ios quando os
sintomas requerem sua ação. Felizmente, eles são
bastante fáceis de lembrar.
Kent
A maioria das su bstâncias que são usadas como
condimentos ou os excitantes serão, dentro de uma
Ou duas gerações, medicamentos muiro úteis; isro
porque as pessoas se envenenam com chá, café, pi-
menta e tabaco, e seus efeiros tóxicos nos pais causam
uma predisposição nos fUhos às doenças, que são
semelhantes às produzidas por aquelas substâncias.
Nas crianças gordas, flácidas, com face corada,
porém fria , ponta do nariz vermeUla, nascidas de pais
que bebem cerveja e que ingerem pimema, com uma
reação debilitada, constiruição relaxada e flácida e
afecção varicosa, enContramos a esfera de Capsicum.
Indivíduos com esta c.onstiruição reagem lemamente
após as doenças, não respondem aos remédios, são
preguiçosos, cansados e lentos. As partes rocadas são
flácidas e frolL'<as, "úmeUlas, gordas e frias.
O estad9 mentafé nostálgico, supersensível, des-
confiado, ,empre esperando por um insulro, teimoso
ao extremo, perverso.
146 Cerlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Se deseja uma coisa se oporá 11 mesma, caso seja
sugerida por outra pessoa. F. atormentado por pen-
samentos persistentes de suicídio; não quer se matar,
resiste aos pensamentos, porém wn impulso, às vezes
irreversível, desequilibra sua mente e de se suicida.
Dor de cabeça como sc o crânio fosse estourar
e voar aos pedaços; ao mover a cabeça, segura-a com
ambas as mãos. A cabeça parece grande demais, como
se o cérebro e os olhos fossem pressionados para fora,
ao abaixar-se.
Capsicum tem uma ação peculiar sobre os ossos
do ouvido externo e do processo mastoide , tem sido
frequentemente indicado nos abcessos mastoides, com
excelentes resultados.
Catarros antigos, quando não parece haver re-
ação após usar os remédios mais apropriada-mente
escolhidos e, de repente, o médico percebe que o
paciente tem face e ponta do nariz vermelhas e frias;
que nunca conseguia aprender na escola, e, se faz
algum esforço, logo começa a suar e enregela ao ar
frio. Quando o médico dá Cllpsicum a eSte paciente,
ele se levanta; melhorando em muito seus sintomas.
Disenteria, após evacuação tenesmo e sede, beber
provoca calafrios, as hemorroidas picam e beliscam ,
como se a pimenta tivC!;se sido espalhada sobre elas ;
com pletora, pesado, flácido, sensível ao frio , face
vermelha, rouquidão crônica. Tosse com súbitos pa-
roxismos, convulsionando o corpo todo; cada acesso
de tosse faz vibrar a parte afetada.
Nash
o autor resume assim as peculiaridades do me-
dicamento: dores ardentes, especialmente nas mem-
branas mucosas, ou dores agudas como por pimenta
vermelha sobre as partes. Tosse com dores em partes
distantes, como cabeça, bexiga, joelhos, pernas etc.
Arrepios ou tremores após cada vez que ingere líqui-
do. Começando entre os ombros e espalhando-se por
toda a parte. O autor refere ter tido um paciente que
gritava e apertava a cabeça entre as mãos, cada vez
que tossia, quadro este que durou anos . Finalmente
piorou tamo que foi necessário ficar acamado, por-
que a dor piorava muito quando sentava. Capsicum
curou-o muito rapidamente_
Guernsey
A cabeça dói como se fosse estourar, parece que
bate, pulsa, pica. Melhora com movimento. O couro
cabeludo comicha, arde, coça, como se tive.~se sido
esfregado com pimenta caie na. No abdome há a sen-
sação de como se este fosse estourar. BocCJos durante
O dia e insônia à noite . Sensação como se estivesse
caindo de Wlla altura durante O sono. El1.lctações com
gOSto e sensação da pimenta; sensação de água fria no
estômago. Os sintomas geralmente ocorrem no lado
esquerdo; em pessoas de cabelos claros; tendência
para engordar, músculos flácidos e pele inchada.
Farrington
O autor fala a \espeito das propriedades marca-
damente irritantes d'e Capsicum; é necessário pouca
quantidade da droga para a produção de irritação.
Ele diz que é eliminado através dos rins, produzindo
estrangúria, com ardência quando urina. O remédio
age melhor em pessoas corpulentas, possuidoras de
fibras f1ácidas. O estômago é fraco , a digestão é fraca,
o homem é todo fraco. Os adultos e as crianças são
irritadiços e nervosos; pioram com a mÚlima corrente
de ar, mesmo de ar quente; são desajeitados.
Características mentais
L Ansiedade
O temor e a frivolidade febril são acompanhados
de sensação de ansiedade, vertigem e de estupefação
mental, que se manifestam por uma ausência de pen-
samento, de um torpor. (Hahnemann).
Sente ansiedade e angústia como se estivesse para
morrer. (Hahnemann e Hering).
Ansiedade e preocupaçao - imagina que vai
morrer; ansiedade que O compele a respirar profun-
damente. (Allen).
Ansiedade antes de evacuar; durante calafrio e
por l1.lído. (Kent).
2. Temor e sobressaltos
Tendência a sobressaltar-se. (Halmema.lln).
Sobressaltos durante o sono, por um sonho.
(Kent).
Temor à censura, ao despertar e ao mal. (Kent
e Hering) .
O principal sintoma referente aO temOr é O medo
à censura encontrado no repertório de Kent e Matéria
Méd;ca Pura de Hering.
3. Irritabilidade
lrritabilidade que melhora ao despertar. (U .R.),
durante os calafrios. (Kent).
Faz repreensões e torna-se zangado com as falhas
dos outros. (Allen e HallDemann).
Facilmente irritado, encoleriza-se facilmente.
(Allen, Hahnemann e Hering).
Torna-se mal-humorado, irritado, colérico, se
ofende facilinente, toma tudo para o lado mal; mes-
mo durante as brincadeiras ofende-se facilmente .
(Hering).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Aversão por brincadeiras; alterna com cólera.
(Kent).
Está alegre e aceita brincadeiras. (Ha.hnemann).
4. Nostalgia e tristeza (depressão mental)
Nostalgia, com insônia, com faces vermelhas e
calor nas faces. (Hering).
Melancolia e hipocondri a. (Hahnemann e He-
ring).,
E triste, rabugento e obstinado. (Allen).
Nostalgia com calor na garganta (U.R.); nos-
talgia com faces vermelhas (U.R.); transtornos por
nostalgia. Trisreza depois de supressão das hemor-
roidas. (Kent).
5. Humor - pranto
Caprichoso, rindo constantemente e de repente
chorando. (Allen).
Variabilidade de htunor - algtunas vezes dá risada
constanremente e depois chora. (Hahnemann) .
Humor alrername; pranto alternando com riso.
(Kent).
6. Disposição suicida
Pensamemo de suicídio; suicídio por nostalgia.
(Kent).
Assombrado por tuna disposição suicida (He-
ring) .
7. Trabalho mental
Compreensão lema; diftculdade para pensar
e entender; disrraído; aversão a pensar; prostração
mental; impossível rrabalho intelecrual; confusão
memal pela manhã; confusão memal durante cala-
frios; pensamentos desconectados. (Kem).
Depois de dormir, ao despertar, tem tuna sensa-
ção de esrupefação mental como se não reconhecesse a
si mesmo; obnubilação mental; embotamento memal
pela manhã; falta de inclinação para trabalhar e para
pensar. (Hahnemann).
Presença de obnubilação do intelecto, idiota,
melancólico e hipocondríaco; relutância para pensar
e trabalhar. (Hering).
Obscurecimento e confusão na cabeça; confusão
mental ao despertar. (Allen).
8. Sono e sonhos
A não inclinação para tudo e o mau htunor
rerminaram com o sono; acorda várias vezes após a
meia-noite; bocejo quase ininterrupto. (Ha.hnemann).
Insônia; boceja; sonolência após aquecimento
especialmente depois de comer; sono interrompido
por gritos. (Allen) .
Grande desejo de deitar e dormir; grita dormin-
do; acorda com medo; grita e permanece cheio de
medo; seme grande sonolência (depois de comer).
(Hering).
1
Sono cheio de sonhos; sonhos cheios de obstácu-
los ; sonhos interrompidos por gritos. (Ha.hnemann).
Sonha muito dormindo. (Hering).
Sonhos cheios de diftculdade; sono cheio de
sonhos. (Allen).
Sonhos de caráter triste de coisas que apareceram
no passado e ao acordar ele não sabe se foi real ou
sonho. (Hahnemann é Allen).
9. Outras
Tendência ao alcoolismo (dipsomania); hipo-
condria; imprudente (temerário); indiscrição (falta de
tato); inquierude ansiosa, durante calafrios, durante
a febre, ocupada; laborioso, ativo, ocupado; mau
htunor que melhora dormindo; malicioso, maligno,
rancoroso; memória débil para as palavras; sensível
às impressões externas: palavras inocentes o ofen-
dem, aos ruídos, durante os calafrios, contradição da
vomade (antagonismo). (Moderno Repeáório de
Kent - Eizayaga).
É extremamente nostálgico, ftca quieto e perdido
nos seus pensamentos, sofre insônia, tem sonhos que
falam de fatos passados, sonhos vívidos, que confun-
dem o real com a fantasia.
Kent comenta o fa to lembrando dos esrudantes
que fora de casa não conseguem se concentrar nos es-
rudos ou trabalho pensando na sua família. (a pimenta
é tuna especiaria com papel conservador alimentar
como KYeosotum e Na/:P'Um muriaticum, quando não
existia geladeira.)
C linicameme sabemos que os danos dos que
comem e bebem muito tem nas suas vidas. Aqui
o comportamento é igual pela sirnilirude, também
pessoas que vivem seu passado.
Dinâmica miasmática
(Compreendendo seus miasmas)
O que será que acontece aoS indivíduos Cap-
sicum, que carregam tanto sofrimemo, ansiedade,
instabilidade de htunor, estão bem, brincando e de
repente tornam-se coléricos e explosivos? Ao mesmo
tempo são nostálgicos, introvertidos, ficam absortos
em se~ pensamemos e ainda têm disposição suicida.
E temando emender a história dos indivíduos
que conseguimos chegar à sua dinâmica miasmáti-
ca, permitindo assim tuna maior compreensão dos
sofrimentos dos seres htunanos, sem julgamemos
ou preconceitos, fazendo valer a nossa caridade
homeopática; dessa forma, ao descobrir o remédio
de fundo, estaremos ajudando-os a encontrar o seu
caminho de cura.
14 Carlos Brunini, Mario Giorgf & Colabs.
A nostalgia é um dos principais sintomas citados
na matéria no medicamento Capsiw1#; esta pode
ocorrer pela perda de algo no passado (fala a favor
desta hipótese o fato de apresentar sonhos tristes que
se relacionam com o passado, o que o deixam triste
e melancólico).
Mas do que ele tem nostalgia? O que ele perdeu
no passado? Por que essa perda o afeta tanto?
Se existe nostalgia provavelmente é porque no
passado ele era mais feliz; talvez tenha perdido algo
importante no passado e por isso hoje se vê comO
um ser errado OLl que tem uma maneira errada de ser
e isto lhe traz melancolia. Como também existe na
história deste medicamento o forte temor à censura
e a atitude reativa de censurar os outros por mínimos
atos, podemos deduzir que ele um dia foi perfeito e
o que ele perdeu no passado foi a sua perfeição. Ele
nasceu com esta sensação psórica de um dia ter sido
perfeito e hoje não ser mais, o que explica a nostalgia,
o temor à censura e a defesa de censurar os outros
antes, pois, caso contrário, alguém pode descobrir
toda a sua fraqueza (menos-valia) e angústia interior.
Na sicose observamos ansLedade, irritabilidade,
reações explosivas, coléricas, obstinação, inquiemde
ocupada e a censura ao outro; o que é coerente em
termos reativos com sua história psórica. Na verda-
de, ele busca encontrar o que perdeu, mas não sabe
como, tenta trabalhar muito, manter-se ocupado, mas
a ansiedade cresce dentro dele gerando irritabilidade,
cólera e acaba se perdendo na sua busca.
Na sífilis existe, como em outros medicamentos, o
cansaço da vida, da luta, é quando se começa a querer
entregar os pontos, vindo então a depressão, com indi-
ferença por mdo, confusão mental, falta de disposição
para o trabalho fisico ou mental e finalmente a disposição
para o suicídio.
ESQUEMA MIASMÁTICO + PSORA - bons
tempos aqueles, feliz o tempo que passou, doces re-
cordações, intolerante as criticas e censuras perda da
perfeição) + SICOSE - Ansioso, Humor instável,
Irritado, tinado, Ocupado e Implicante (censura antes
de ser censurado- defesa). + SIFlLIS -Indiferença, Al-
coolismo, Fastio ideias suicidas, Embotado, Preguiçoso.
Indi sposição geral.
Sintomas gerais
Queimação por todo o corpo; sensação como
se pimenta caiena fosse espalllada sobre as panes.
(Hering).
Sensação de flacidez; obesidade. (ICent).
Ar frio, especialmente uma corrente, é desagra-
dável para ele, não pode suportar; movimento piora.
(Hahnemann).
Agrava com ar livre, com frio em geral, pela
manhã, pelo movimento; banho frio agrava. (ICent).
Agrava andando ao ar livre, pela manhã ao
acordar ; corrente de ar frio é intolerável; agrava com
movimento, contínua sensação de articulações esma-
gadas. (AlIen). -
Agrava ao descobrir-se; grande sensibilidade
ao ar frio, particularmente uma corrente de ar; evita
rodos os movimenros. (Hering).
Melhora ao acostar-se, sentado e após comer.
(HaI1nemann, ICent e A1len).
Melhora com movimento contÍnuo. (Kent, AlIen
e Hering).
Melhora pelo calor. (Hallnemann, Kenr, Hering
e Allen).
Tais pessoas necessi tanl de calor (assim como o
fruro da pimenta tem que secar ao sol para ser
utilizado), o calor, assim como o seu fruto deve
ficar no so l secando 11les faz bem, são friorentas,
sendo que seus sin tomas sao agravados pelas baLxas
temperaruras e umidade.
Os adultos e crianças são irritadiços e nervosos,
pioram com a mínima corrente de ar, mesmo LUna
brisa quente.
Sintomas físicos
1. Cabeça
Dor latejanre e palpitante. (H ahnemann) .
Cefaleia latejante, dinlinui no repouso e aumenta
caminhando. (Hering).
Dor de estourar. (AlIen).
Dor com movimento da cabeça; dor ao banhar-
se com água fria; coceira no couro cabeludo; quei-
mação corrosiva em várias partes: lábios, boca, nariz
e pálpebras. (Kent).
2. Faces
Vermelhidão Ll1comum da face; dores faciai s.
(Hahnemann e A1len).
Febre após emoção, com as faces vermelhas;
bochechas vermeU1as, mãos quentes, alternando com
palidez; dor na face, diminui com o toque e à noite;
dor nos ossos faciai s; nevralgia facial. (Hering). Lá-
bios com fissuras. (Kent).
3. Ouvidos
Dor atrás da oreU1a (após 6 horas); dor profunda
com coceira no ouvido (após 16 horas). (HaI1ne-
mann ).
 Matéria Médica Homeopâtica Interpretada
Dor abaixo da orelha; dor que pressiona a orelha
a cada tossida (após 1 e 8 horas); coceira profunda
no ouvido .(Allen).
Inchaço no processo mastoide (atrás da orelha
com dor); periostite do processo m3stoide; não suo
porta bamUlO; surdez catarral; dor nos ouvidos com
queimação e dificuldade para escutar; dor com pressão
no ouvido a cada tosse, como se um abcesso fosse se
abrir; pressJo com dor ptofWlda no ouvido; dor em
um ouvido ou em ambos quando tosse; otite com per·
furação do tímpano com pus amarelo espesso; orelha
muiro quente; dor violenta atrás da oreUla. (Hering).
Abcesso atrás do ouvido; cáries na porção pe·
tros a do osso temporal; cáries no processo mastoide;
dor atrás do ouvido; in.flamação de ouvido médio;
inchaço atrás do ouvido. (Kent).
4. Nariz e olfato
Epistaxe matinal na cama. (Halmemann, Hering
e Allen).
Muco nasal com sangue. (Halmemarm e AJlen).
Olfato diminuído ; acúmulo de muco espesso no
nariz e garganta. (Hering).
Coriza; epistaxe; obstrução nasal; diminuição
do olfato; secreção em coanas posteriores pela ma·
nhã; formigamento com ardência no nariz, espirros
violentos e coriza. (Kent).
5. Boca, ga rgan ta c tu bo di ges ti vo
GoSto de águ a podre na boca; odor fétido insu·
portável como carniça dentro da boca. (Halmemarm).
Gosto rançoso na boca; gosto ácido na boca.
(Allen).
Muco viscoso na boca; secura na boca; friagem
no estômago. (Halmemann e Allen).
Garganta dolorida (angina); sensação de quei·
mação ou de fri o no estômago .(Hering).
Gosto pútrido; muco viscoso; odor ofensivo;
gengiva ardente; gosto azedo; calafrio durante asa·
livação; aperto na garganta; dor de garganta e tosse;
dor ardente no estômago; friagem no estômago; sede
depois de defecar; calafrio durante a sede; diarréia por
corrente de ar frio . (Kent).
Hemorroidas ardem, como se houvesse pimenta
espalhada sobre elas; com cada tosse explosiva esca·
pam flatos fétidos; tendência a obstipação intestinal
com eliminação de fezes pequenas e duras; flatulência;
renesmo ; ardência no ánus; tendência ao vômito.
(Kent).
6. Bexiga
Dor na uretra; queimação após urinar. (Hah·
nema.n.n).
14
Dor na be"-'ga durante tosse (U. R.); retenção
urinária após esforços; periuretrite; secreção prostá·
tica cremosa; depósito (sedimento) branco em urina .
(Kent).
7. Genitais masculinos
Ereção violenta pela manhã; blenorreia uretera!.
(Hahnemann) .
Ereções dolorosas; friagem no escroto; impo·
tência. (Kent).
Friagem no escroto ao despertat. (Hahnemann
e Kent).
8. Calafrio, febre e transpiração
Durante o rigor febril e calafrio ao mesmo tem·
po, ansiedade, tonrura e cabeça vazia, como se não
pensasse, desequiLibrada, de forma que bate em rudo.
(Halmemarm) .
Calafrios ao beber, à menor corrente de ar, nas
costas ao sair ao ar livre; melhora ao calor externo,
durante o movimento, depois da transpiração; tremor
por beber água fria; sucessão de calafrios sem suor;
transpiração melhora com movimento. (Kent).
Homeopatia & pediatria
Apetite voltado desde cedo para comer coisas
fortes, salaminho, queijos fortes azeitonas, picles ... ,
comidas com temperos fortes ou molhos picantes em
seus lanches, salgadinhos e se der oportunidade bebi·
das fortes, até além do docinho licor (MeiWn-hin1<m ).
Apesar da aparência de gordinho e bonachão muitas
vezes assumem um lado picante da vida e revela sua
braveza. Um aspecto nostálgico e romântico que
lembra Natr,m, muI' , que também tem papel de
conservar os alimentos (papel que na antiguidade,
antes da geladeira, pertencia as especiarias).Assim
suas emoções são quentes, e ardem no amor e no
romantismo nostálgico.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Capsic1<m é um dos meUlores
med.icamenros para saudades (nostalgia), assim um
reméd.io que não pode faltar em hoteizinhos e pet·
shops, quando os proprietários vão viajar. Sensíveis
ao frio,agravam após ter tom ado um banho não
quente. Indicado para artrites e artroses com articu'
lações rígidas, animais temperamentais que mudam
de comportamento conforme pequenos eSÚInulos,
propensos a tomarem SUStos. Tem uma ação seletiva
sobre os ossos do ouvido interno e também processo
mastoideo, acompanhado de dor e inflamação nos
ossos da face Tenesmo vesical com unna presa, e
cistite hemorrágica.
15 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
Caso clínico veterinário
Dra. Maria do Carmo Arenales
Bob seria um pincher se não tivesse uma mãe
toda malhada como um fox paulistinha. No entanto,
herdou a cor preta de seu pai e uma mancha branca
no peito de sua mãe. Nasceu em julho de 1993.
Ao vir para sua nova família (de humanos), a
amizade e paixão foi recíproca. Bob não aceita outras
pessoas e nem a família consegue desligar-se de Bob.
Neste ano, das férias fami Iiares Bob não pôde
participar. Teve que ser dei.'Cado com outras pessoas,
e em consequência adoeceu. Isolou-se das pessoas,
desejando sempre estar só, evitava a todos, permanecia
na porta da casa latindo todo O tempo, a ponto de
ficar completamente afônico e posteriormente iniciou
com um prurido desesperador.
A impressão, alegam os proprietários postiços,
é que necessitava estar sempre fazendo alguma coisa,
ou latindo, ou coçando, enquanto vigia v" a porta
esperando pelos proprictários.
A família que o hospedou eram pessoas de seu
conhecimento antes da viagem e apressadamente o
trouxeram para ser homeopatizado pois sabiam que
Bob era sadio, apenas adoeceu pela saudade que não
consegwu superar.
Desta forma conseguiram relatar o seu tempe-
ramento anterior.
Descreveu o exagero na recepção de seus pro-
prietários quando estes retornavam de seu trabalho
diário chegando inclusive a urinar todos os dias de
emoção. Neste momento de realizar a recepção dei-
xa seu temperamento extremamente tranquilo, que
sempre o caracterizou.
Um fato que sempre chamou a atenção é que
este cão, descendente de raças agitadas como o fox e
pincher é entretanto muito lemo e vagaroso.
Na rua em se us passeios diários rosna para
todos os cães e não permite que os cães o cheirem:
intimidades nunca com nenhum cão ou pessoa, não
faz amizades com ninguém .
Sempre foi muito teimoso, jamais desistiu de
seus objetivos, quando deseja passear na rua pede por
horas, até conseguir ser levado, se é contrariado neste
momento demonstra seu terrível humor'
Imeressame neste momento é considerar que
com toda certeza as pessoas que o trouxeram para
consulta homeopática alegam que a graduação da
teimosia do Bob é de total ordem que sugere uma
perseverança em seus objetivos, pois sua teimosia não
condiz com seu temperamento tranquilo.
Outro fato relatado é a impossibilidade da famí-
lia de falar ríspido com ele, ofende-se com facilidade
quando não se referem a ele com carinho e docilidade.
Seu humor que sempre foi muito alternante,
às vezes tranquilo e de bom humor, às vezes muito
agressivo e com mau humor, piorou com a viagem
dos proprietários.
Contradizê-lo, nem pensar, Bob si mplesmente
não aceita ser contrariado.
Alegam, sem poder confirmar, se antes ocorria,
um sobressalto durante o sono, como se seus sonhos
o assustassem. Porém relatam que, quando visitavam
seus proprietários, Bob sempre desejava beber café
jWlto com as visitas. Apesar de sempre ser negado,
o interesse eta grande. Com isto <: pela insistência
desproporcional que ele conferia ao desejo, passaram
a romar chá durante os encontros. "Porém em casa,
para agradá-lo, estamos dando-lhe cate. Será q ue é
sadio cKhorro romar caf~ ?" questio nam os que o
hospedaram temporariam nte.
Outro desejo que é co mpletamente reprimido é
álcool. Bob." muito chegado a qualquer bebid.! alco6-
Iica, e ucm mesmo para agradá-lo estavam lhe dando
bebida a!coólica. Neste mOmento me questionam se
existe cachorro viciado em bebidas!
Na realidade o que rodos desejam curar em Bob
é sua afonia, seu prurido com uma pele de aspecro
rugoso e principalmente suas saudades!.!! Alegam que
até seu humor eles toleram!!!
Repertorizando
(EI Moderno Repertório de Kent)
Sintomas
1- Transtorno nostalgia (adoeceu a partir da via-
gem de seus proprietários) 91,3.
2- Nostalgia (a saudade é muito intensa) 70,1.
3- Sujeira (seu aspecro é sujo) 83,1.
4- Repulsivo - humor (todos conheciam seu hu-
mor ruim) 78,1.
5- Ofende-se fácil (não aceita que falem com ele
se não for em rom carinhoso, não aceira rispi-
dez) 70,3.
6- Obstinado (quando deseja um obje tivo teima
muito) 70,1.
7- Contradição, não tolera (quando contrariado
rapidamente muda seu humor) 18,3.
8- Aversão companhia (ftca na porta todo o tempo
e não deseja companhia dos pseudos proprie-
tários) 15,1.
 Maléria Médica Homeopática Interpretada
Capsicum.
9- Reservado (não acl'ita amizades de cães e nem
de pessoas, demonstra também suas teservas
por não permitir que outros cães o cheirem)
78,2.
10- Ocupado (alegam os pseudQ~ proprietários que
Bob nào consegue ficar sem I:,zer alguma coisa:
late ou coça enquanto vigia a porta) 70,2.
11- Lento (este sintoma consta apenas no "tratado de
Matéria Médica Homeopática", de Vijoovsky na
página 362 tomo [).
12- Traoquilo e tranquilidade (estes sintomas foram
adicionados, e 80b os demonstta por ser absolu-
tamente calmo apesar de sua bagagem genética)
90,3
13- Peleador (quer brigar com todos os cães que vê
na rua) 71 ,3
1 1
14- Transtorno excitação emocional (urina dia-
riamente quando os proprietários verdadeiros
chegam do trabalho) 91,2
15- Monia por abuso da voz (como latiu demais
ficou afônico) 480,2
16- Perseverância (seu grau de teimosia é desco-
munal demonstrando ser na verdade demons-
tração de sua pe;severança) 74,1
17- Deseja café (demonstra querendo tomar
café mesmo quando tem visitas e COm muita
insistência) não encontramos este sintoma no
repertório, apenas na Matéria Médica, segundo
Vijnosvsky por exemplo.
18- SobressJ.!to dormindo (quando dorme apre-
senta tremores semelhantes a sobressaltos) 82,1
Foi fornecido a Bob Capsicum CH 200 em dose
única, üquido naruralmeme, para que pudesse satis-
fazer-se ao sentir o sabor alcoólico do medicamento.
Em trê~ dias, sua voz (latidos) foram retornando
ao timbre próprio, com uma semana deixou de coçar
e com isto melhorou seu aspecto de peJe.
Finalmente com quinze di:ts após a medicação,
resolveu tornar-se amigo também daqueles que o
hospedavam .
Com O retorno dos proprietários, demonstrou
sua alegria urinando durante sua festa de boas vindas,
afinal ninguém é perfeito.
No entanto, a amizade que Bob realizou com
os proprietários postiços somente ocorreu pela ação
catalizadora de Capsicu11l, e sua demonstração de que
esta amizade é autêntica é demonstrada quando ele
urina ao recebê-los como visita I
1 Carlos Brunini. Mano Giorgi & Cofabs.

C~rbo animalis

o indivíduo Carbo animalis, carvão animal, tende Hahnemann

a não suportar coml?anhia e a querer ficar só para Humor extremamente melancólico. Pela manhã,
meditar ou refletir. E um grande nostálgico, aonde sente como se tivesse sido abandonado, cheio de
sua tristeza não vem da solidão, vem das !àntasias que nostalgia.
surgem na solidão. Timidez e tristeza; tudo parece tão triste para
Esse medicamento apresenta alguns distúrbios ela, que gostaria de chorar
como: - falta de energia e grande fraqueza, ocasionan- Inclinada a solidão, tristeza e introversão, quer
do dores de cabeça semelhante a um tornado, com
sensação de que está despedaçada. Nos ouvidos tem
ditiruldade de perceber de onde vem o som, não pode
dizer de qual direção vem o ruído que escuta, com a
sensação de tudo estranho.
As mulheres apresentam afecções nos seios e úre-
ro. Menstruações muito longas e frequentes.
Esse medicamento apresenta agravação pelo frio,
principalmente à noite e também apresenta agravação
caminhando. Mas com o calor melhora principalmen-
te em um quarto quente.
Então os sintomas chaves de Carbo animalis
são:
1. Ansiedade à noite.
2. Tristeza querendo estar só.
3. Digestão fraca.
4. Fraqueza. apenas estar só o tempo todo e evita qualquer con-
5. Náusea na gravidez. versa.
Pensamentos sombrios e mau humor, que não
Carbo animalis se afastam, a respeito de coisas presentes e passadas,
Carbo animaLis - medicamento introduzido por levando até o choro.
Hahnemann, que o preparava pondo sobre carvões Disposição ao choro.
acesos um pedaço grosso de couro de boi, fresco, sem Não pode chorar sufIciente.
curtir. Deixava-o arder até que não houvesse mais cha- Melancolia e ansiedade pela manhã, ao despertar.
ma. Então, retirava-o de cima dos carvões, colocava-o Muito ansiosa e deprimida, especialmente ao en-
rapidamente em uma prensa e estendia-o ao abrigo tardecer e a noite , não pode dormir calmamente peja
do ar. Quando estava frio, pulverizava-o e com pó angustia interna, mas sente-se melhor pela manhã.
resultante, preparava as três primeiras dinamizações Por causa da angustia, ela tem que balançar para
por triturações sucessivas. frente e para trás em sua cadeira.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
153
Inquietude e pressa. coloração azulada (Lach, Tarent-c) com supuração
Envergonhada e tímida. persistente e fétida. Períodos menstruais muito adian-
Tímida e medrosa o dia todo. tados e de excessiva duração.
Sente horror ao entardecer, a ponto de tremer Metrorragias por induração crônica do útero,
e chorar. também em mulheres caquéticas com hipertrofia
Pensamentos de morte. glandulares. O derrame menstrual sempre debilita
Desesperança. a paciente a ponto de mal poder falar. Tumores ma-
Desesperada dia e noite. mários constituídos p@r nódulos duros nos seios.
Mal-humorada, fala apenas com repugnância. Erupções cutâneas cor de cobre.
Mal-humorada,já pela manhã ao despertar. Debilidade de tornozelos em crianças (Nat-c,
Muito disposta a aborrecer-se. Sil).
Toma mal as coisas. Propensão a distensões ligamentosas causadas
Irada e rancorosa. por levantar pesos.
Obstinada, não se pode fazer nada para agradá-la.
Antipátiea ao inicio: depois, excitabilidade au- Vannier
mentada para impressões intensas.
É O remédio dos tumores que se transformam,
As vezes disposta a chorar, outras absurdamente
se ulceram e tomam uma evolução maligna, par-
alegre.
ticularmente indicado as pessoas idosas e débeis,
Extremamente alegre.
Involuntariamente assovia alto. com congestão venosa. Convém ao tratamento das
Fraqueza de memória; esquece a palavra que afecções bronquiais crônicas, com vômitos de pus,
está na SlJa boca. tuberculose, sífilis, câncer e adenites.
Não pode escrever uma carta, nem expressar Agrava pelo ar frio, melhora em um quarto quen-
seus pensamentos. te. Vertigem ao levantar com náuseas e epistaxe que
Os objetos na rua lhe parecem distantes, afas- melhora deitado. Audição diminuída e confusa, não
tados e mais brilhantes que O normal, como numa
cidade vazia, abandonada.
Confusão na cabeça, pela manhã, tudo que ela
olha lhe irrita.
Confusão na cabeça, como se da não tivesse
dormido,pela manhã, está confusa, não sabe se esteve
dormindo ou acordada.
Estupefação pela manhã, como se estivesse num
sonho profundo.
Grande estupefação ao sentar na mesa, a cabeça
pareee voar e surge O medo ansioso de que possa cair
inconsciente a qualquer momento.
Estupefação súbita, em vários momentos não
via nem ouvia nada, não tinha nenhum pensamento.
Estupefação súbita ao mover a cabeça e ao andar.

Nash
Sua principal característica geral é; grande de-
bilidade, falta de energia e prosrração. Tendência aos
infartos ganglionares, indurações e supurações.
As supurações benignas tendem a tornar-se úl-
ceras, e hipertrofias adquirem um caráter endurecido:
estes últimos, em geral nas regióes axilar, inguinal ou
mamarIa.
Os órgãos sexuais se encontram su bmetidos à
sua ação de forma também marcada. Furúnculos de Melancolia, tristeza e cansaço.
15 Carlos Brunini. Mario Giorgi & COI8b!
pode dizer de qual direção vem o [Uido que eSClIta,
(A'lf-n, 10l:li-bi ),
Fome canina, Sabor omargo na boca, arrotos
que tem gosto dos alimcn[()~ Ingeridos há muito
tempo, NáuSLJS pcrsistentes depois de comer, a\'erslo
a alimentos gordurosos, Constipa~;io com desejos
ineficazes de defecar. Hemorroidas numeros.l~, com
dores ardentes, que se agravam caminhando, Corri-
mento viscoso no ânus e períneo sem odor (Carb-v).
Tosse seca, sufocame, que se agrava à no ite e
deitado do lado direito com sacudidas tão fortes no
ventre que tem que Sl"rentá-Io com as mãos (Oros.)
Expectoração a bundante , verde, purulenta e
fétida,
Semação de frio no peito, com dores agudas
persisrentes, que se agrav.lm do lado direito ,
Ulceras com bordas azuladas e co rrimento de
um liquido purulento, lCtido, irritante nas mamas,
nariz, lábios, unhas e dedos.
Ulcerações no colo urerino com corrimento
l'mnlento, fétido e sanguinolento, Menstruações e
Ieucorrcia esgotantes,
Debilidade das arriculações, não pode cami-
nhar. Suores fétidos" noire que mancham a roupa de
amarelo,
Bronfman
O ponto de pemida do problemiricJ mental de
Carbo animalis é uma ilusão que tem pclJ manh ã, ao
despertar, quando sente qUe rudo é cstrJ.nho, ::\'ão é
uma sensação de isolamento aferivo com relação a
fanlili" como por exemplo em Nat-m, ou Sep, o u
com relação a soeied"de como Ana.:, ou com relação
a su,; esposa(o) cOlUoArs, Nat-s, Plat ou Staph, mas
sente que os objetos f."lmili"re~ lhe parecem estranhos.
Tudo lhe parece e",cranho e a sensação ed e aban-
dono ou isoblucnr<).
Então, refugia-se 110 passado., rendo nosralgia,
pois ao ver que tudo no presente é esrranho, lembra
de épocas c lugare.s onde não tiuha seus,ação de in-
fortúnio.
É o único que remédio que rem nosralgia pela
manhã, tendênci" t~mhém a I'il'er pensando em coisas
tristes dom possodo, cho ra muito c se come, chora
maIS.
Parece qUe nada que vellh" de fora consegue
acabar com a ~emaç~o de I'azio que scme em geral,
e especialmenee no estômago, c"da I'ez que scu filho
mama (O lemder). Nada a :Jkgr'l, nada a rira de seu
sofrimento, por ISSO é egoísta ) rllo presta atençao
em nada,
Silencioso, isolado, de press ivo. triste , melancó-
lico, encurvado) chorão, so li tário, seco como couro
queimado donde vem. Por js~o tem transrnrno~ c fra-
queza por perdas de líquidos , em geral; mensrl1.lação,
Ieuco rreia, emissão seminal , coito, Débil, não pode
avançar num mundo que desconhece (dobram-.e nos
rornozelos), ficando ligado ao pas~ ado (~e abrem ve-
UlaS cicarrizes) , ouvindo s<lns de Olltro mundo (o pas-
sado [)miuar) e senrindf>-se numa cidade abondomda,
COm medo de fechar os olhos, medo de l11ulridão, do
escuro, da morte, de enknnidadc iminente , do mal,
de desmaiar, de ter um ataque, de perder o raz:io, de
lugare> fechados e de asflXia.
Interpretando a matéria médica
Carb-na é um dos remédios de aç:ío proful1da
e duradoura, Seus transtornos chegam de modo
insid.ioso e se desenvolvem lentamente) torn:lndo-se
crônicus e com freqni:ncia graves. Corno Cm'b-p afe-
tam as \' ias, paralis"ndo-os ou relaxando-as, Cl1rb- an
congesriona, endureCe, inJluna por uJlla debilidade
venosa, principalmente nas pequenas veias . O proces -
so inAamatório é extenso, paralisado e sem tendência
a supurar- ao conrr,írio de HepaI', Merwriw sol. ou
S'IIlphttr
Todas as rcaç6es meneais ou orgânicas do indiví-
duo slo lenras, n10 há ncoluuna troca rá pida, inclusi "e
o processo inlbmat<'>rio é passil'o, As suos dore,< s~o
de ardência e o prurido é intcn~o,
EvcntualInentc surgem ulo.:raçi")cs nos diver."()s
tecidos. Quando as aberturas de: úlceras c flstulas
ocorrem com .., paredes endurecid,,,s e co m secreção
acre, Carb-lIJ1 é frequ entemente o remédio .
Carb-tm tem sido o Trande remédio das afe,-
ç&s cancerosas, co mo úlceras que ardem e como
são rodeadas de cido endurecido, infiltrado, de cor
escura onde crnana um liquido acre, purulento fétiúo.
Mentalmentt: o remédio apres"nra um caráter geral
de coisa crônica, ve.lha prolongada , o nde a~ respoHas
são lentas e oco rrCJn num tempo Jo ngo.
O indivíduo apresema grande prostração, uma
visível falto de energia vital, acompanhada de palpi-
ração ansiedade e desordens de pulso. O quadro l'stá
sempre associado" algo amigo, uma experiência ou
um quadro de doença ocorrida há tempos atrás, Seus
transtornos, ligados ao lado venosos do coração,
proporcionam barimemo~ nos pulsos, fortes onda de
calor, com sangramentos constantes.
Carb-an inicia seu dia com vertigens que são
piores pela manhã, ao mover a cabeça, ao erguer-se,
caíndo P;lC.l trás, (otn escurccimeuto da vista, fl'JuscJ.s,
episra"es, O cérebro parece estor ~olro, principalmeme
 Maléria Médica Homeopática Interpretada
'IPÓS comer, no tem po frio " ú mido. l::.specialmente
útil nas doenças d as p<:ssoa, idosas, ou muito debi-
litados, pro , t • das, com marcada plero ra venusa e
cia nose, especiJ hnente na face e nos lábios.
AtCcçõcs por perda de líquidos orgánicus, prin-
cipalmente em mutilercs duram" a amam entaç.io. A.s
pessoJS " ar["Oi>t:un, ' " Juelhus se do bram e mal podem
camúlh3r.
Catarata senil- parece 'lll C os olhos estão flOuxos
e se desprendem da órbita. As vezes vi· como u lTla
rede ilutuan clo a sua frente.
So bre ~ face apresentam ma nchas e cm pç6cs
m an·ons em as. d e bo rbok ta (Scp), acne, se bácea,
fdce quente pálida, tcrrosa , r aqu étíca, q ueda dos
pelos da barba . Dentes frouxos, gengi, ·as lnch.,das,
uo lu rosas , smgral1tb., com púSttu;'l' e d cnrc.~ m uito
scnslvcis ao fr io .
H:íJim [.:tido, vesícu.los ardem s lU bm:. ~ n.1
líng\lJ.. Câncer de !tnglla. cánccr faríllgeo .
Evacuações com futm otcns;vm, com ,,,furço<
ine.ficazes c urgt- ncia para detecar fel-C& dlu", , Jrdor
reral piora .10 ..:aminJw, t'scoriaçJI) c umi<.iauc .maJ
visco,., pontadas no reto C lcníasc:.
Incon t1nênda Luinária rllIturna, ':1)01 urtll,l leud.l
e an!t;ntt.
Poluçõcs noturnas com de bilidade e inquietu de
ansiosa , ausencil de desejo s:exuaJ e ~l lro fi a Jc testícu-
los. Mem rl·\lações frequentes, p rolongadas, negras e
oti.:nsivas. FltlXO queim ante, colo do utero endurecido
com câncer de útero, fluxo f~ tido, scro-sanguino1ento .
Nknstruaçóes com g rande d ~bilidnd e, que saem pela
manha, tumores duros ardentes. Prolaps() el e útero.
Todas as excreç6es são fétidas e toel as a.' dores
:u-dentes . Todos os sinais se acom p anham de wna
fraqueza geral num indivíduo com pouca vitalid.lck,
até para expressar o quadro patológico.
A tc~ pir açãu é can sJtiva , e." ter turosa, COtn
constrições su!o cantc.s, pomadas ardemes. Pleurisia
com ciann.se e expectorclç50 purulenra e pútrida, frio
precorJ ial. Tuberculose pulmonar, ulct rá tica, com
expectoraç.io verde, horrivelmente fétida.
Ins tHli ~l c()m iuqllictllde, angústia e medo de
afogar-se.
Visôes que () JSSlIst;11ll Jntcs de dormir, sonhos
inquieta ntes.
Sonhos
Agradáveis, Ansios os, Assass inato, Aterrado-
res, Confusos, Eróticos, Po luçúcs, Esí'urço menta.l,
Fandsticos) Infortúnio, Intckctuais, Meditação,
.' ;umerosos, que IÚO se recorda, SobressaI, trabalho
mental , Tristes, Visionários, Vívidos.
N um resumo, poderíamos di·Ler que Cllrb-an
tem wn profi.mdo sentimento com a sensaç.ío de que
rodo é estranho nwn mundo onde se sente isolado e
"b,mdomdo. ü ",sperta de braço com a nustalgia. ,\ s
ruas é OS objetos lhe parecem distantes, a realidade
pa rece quc foi troc~da (i.lusão que trocado tudo foi
40,1 Kent- Ei.r..aiaga); i.Iu.6 0 de que tudo CliL.1 deserto
e vazio (ilu sao - povoado vazio, esti 46, 3 URJo
São pusllinim es, com timidez vCff'onhosa.
buscam a .sulidão, evitam conversação, pre~dem-se ~
pensamentos desagradáveis do passado c esforçam-se
p'lra afase.I-Ius ; ag rava e m púbUco .
Gra.nde indinaç50 pso ro-sifiJític l tornando-o
im o ciávc:l , enfitstiaJo , rancoroso, ofendil\o, raivoso,
verwdcirameme colérico por antigas raivas, indife-
rente .
A fM _p.nn "Me,;,;.;,, '", obse r\'.l peLl inquietu de,
i mp.ICI ~ncja, '1\'arc",a, cgoísml' N~o pre'<t,1 a t" n~; o
em nadô . É tClmoso o bsti nado a po mo d" TlJd a
satlsL1zc io .
Miasmas
PSORA .... nostalgia (tudo é estranho) aban-
dono.
SlCO SE .... inq u.iewde, impaciência, avareza,
egoísmo, de};atencão, tcimosiJ., oosti nação cólera.
, SÍFILlS -+ ~sóciJ.biUda(k, fastio da vida, ran-
COf) UfL:ilSa t1ciJ, raiva, indifen:nc:l..
Simbolismo
Como carb- v, o sentido de queimar-se ao fogo
também pretende ating.i r o papel tronsformador, mas
em C m-b-lIll, a quei m a se interrompe ao ser apenas
calcin ada. F, se a madeira calcinada em Cmv-v vem
assoálda a tccundidade e a Libido no sentido trons-
for mador, em Ca,'b-an, o pedaço grosso do couro do
boi traz o signiflcado simb(,lico que o próprio boi re-
presenta arguetipicamente: o sofrimento , o sacrifício
a aparência e o trabalho. Na sua calcinação , Carb-an
rom pe a harmonia e perde o sentido de sacrifício
com o traba.UlO, tomando-se desatento, impaciente,
egoís ta etc.
O sofrimento que a natureza aceita, rransforma-
se em algo inquieto, que o f'lI, insociável e rancoroSo.
Essas profundas modiflcaç6es em seu ser nao
lhe permirem conhecimento da real.idade que o ccr-
ca, colocalldo-a na situaçao de perceber que tudo é
estranho, fato que leva a nostalgia psórica, fechando
seu ciclo miasmático.
 Carlos Brunini, Mario Glorgi & Colabs.
Carbo vegetabilis, O carvão vegetal, também
conhecido como carvão de lenha, é obtido mediante
a calcinação de madeira em recipiente fechado por
uma espessa capa de terra coberta de pasto. Para
uso medicinal são utilizados carvões provenientes
de madeiras brancas - sabugueiro, bétula, álamo e
especialmente faia. As três primeiras dinamizações se
preparam por trituração da mesma forma que Carbo
animalis e Graph.
Cao-bo vegetabilis não é nm carvão puro, pOIS
contém um pouco, de carbonato de potássio.
Carbo l'egetabilis vai se comportar como o ele-
mento que se sente calcinado, isto é, com a sua fotça
vital se exaurindo pelo fogo, no vapor exalado, mas
sem conseguir chegar a ser cinza do elemento que foi
consumido pelo fogo.
A manifestação de sua patogenesia vai traduzir
este estado na lentidão.
Carbo vegetabilis é lento para pensar, moroso para
agir, estúpido para entender, preguiçoso para concluir.
As pernas são desajeitadas; as juntas são frOtn:as
e os movimentos lentos, a pele é escura (como a ma-
deira chamuscada). A circulação capilar é obstruída,
a face é púrpura e escura.
Calcinado, o Carbo vegetabilis tem os ardores
das queimaduras e a frialdade de um fogo que não
consegue levá-lo às cinzas.
Ardência nas veias, capilares, cabeça, prurido e
queimação na pele. Ardência nas partes inflamadas,
ardência interna e frialdade externa. Frialdade com
circulação fraca, coração debilitado. Friakhde gelada
com pés e mãos frios, joeUlos, nariz, oreUlas e língua
frios.
Frialdade com queimação no estômago, coberto
por um suor frio, colapso com respiração fria; língua
fria, face fria (Camph) , a aparência é de um cadáver, e
Carbo vegetabilis
nessas condições pede para ser abanado (Kem); assim
como o carvão é abaIlado para revigorar sua chama.
Matéria Médica Pura - Hahnemann
Ansioso, como se tivesse o peito oprimido.
Aflito com angústia, que não pode se expressar
co m palavras.
Tremia por inguietude e ansiedade, e não podia
permanecer muito tempo em nenhum lugar.
Tremia todo o corpo por inquietude e angústia
todas as tardes; se sentia como se tivesse cometido
um grande crime, e tornava-se um mar de lágrimas
mesmo na rua diante de· estranhos.
Covarde e úmido.
Se tem que falar diante de um público o pulso
bate forte, a cara incha e muda de pálida para um
vermelho azulado.
Grande irritabilidade.
Excessiva excitação, como se estivesse muito
apressado, ou ocupado demais em seus afazeres.
Obstinadamente irritável durante todo o dia.
Muito briguento, irritável e propenso à ira.
Explosões de ira involuntária.
Muito irtitável e cai facilmente em mau humor;
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
pode chorar com facilidade por coisas tristes e ao
mesmo tempo rir com facili,.bde por bobagens.
Grande disposição para chorar, deseja dar-se
um tJro.
Se scnte tão infeliz que deseja mOrrer.
A mente é indolente e falta entusiasmo para
pensar.
Indiferente, duro de coração.
Indiferente, escutou tudo sem prazer ou desa-
grado, e sem pensar em nada.
A música, a qual ama, não lhe afeta todo o dia.
Nash
Força vital quase esgotada; co lapso completo.
O sangue se estanca nos capilares; turgência
venosa; superfície cutânea fria e cianótica.
H emorragias (nariz, estô mago, gengivas, intesti-
nos, bexiga ou qualquer superfkie mucosa); acompa-
nha uma palidez indcscritivel da superfície do corpo.
As mucosas se alteram: tornam-se esponjosas,
sangram , se ulceram e se tornam pútridas.
Meteorismo excessivo que exerce pressão para
cima no estômago e intestinos.
Fome de oxigênio; o paciente exclama: "Abanem-
me) abanem-me forte".
Anemia, especialmente em enfermidades agudas
que esgotaram o paciente; efeitos crônicos.
Pessoas que jamais se recuperaram completa-
mente dos efeitos extenuantes de alguma enfermidade
an[erlOr.
A digestão é débil: O alimemo mais simples é
mal suportado.
Os arrotos produzem um alivio temporário.
Efeitos perniciosos causados pela perda de líqui-
dos orgânicos.
Nas úlrimas etapas de uma doença, quando há
abundante suor frio, há~to frio, língua fria e perda de
voz, este remédio pode salvar a vida .
Joelhos frios, mesmo na cama; pés e mãos muito
frios, frio no braço e perna esq uerda ; lUmaSdos dedos
das mãos azuis.
Margareth Tyler - o considera um verdadeiro
"LEVANTA CADÁVER".- pela sua eficácia em casos
agudos.
Vannier- É o remédio da fl atulência e dos casos
graves: dispepsia, gastralgia, hemicrania do lado di-
reito, gengivite, laringite, hemorragias, febre amarela,
febre tifo ide, gangrena, cianose, caquexia. Agrava à
tarde, antes da meia-noite, pelo tempo queme e úmi-
do, depois de ter comido, de alimentos gordurosos, de
1 7
vinho, manteiga. Melhora depois de arrotar, ao expelir
gases e pelo sono. Perda do calor vital, cabeça quente
e corpo (nariz, mãos, joelhos, pés, pele, hálito) frio;
mas sente desejo de estar ao ar livre, não tem força
para respirar, deseja estar arejado. CefaJeia pulsátiJ com
calor na cabeça e extremidades fri as; sensação de peso,
não pode suportar o peso do chapéu. Língua coberta
de mucos idades a.g1areladas e escuras, fria, sensível
como se estivesse em carne viva, principalmente a
poma. Amargor na boca com aversão profunda pela
comida, por alimentos gordurosos, manteiga e leite.
Tudo parece transformar-se em gás; flatulência gás-
trica excessiva com arrotos ácidos ou pútridos depois
de comer ou beber, que o fazem sentir-se melhor
momentaneamente. Distensão da parte superior do
abdome com dores em cólica, constritivas, que se
es tendem ao peito e são acompanhadas de dispneia,
obrigando o enfermo a dobrar-se em dois. Diarreia
com muco amarelo e sangue, escura, que imante, de
odor cadavérico (Ars.). Ardores no peito (Phosp.) ,
como carvão em brasa, com fadiga e debilidade no
peito (Stann). Hemorragias frequentes: sangue es-
curo, decomposto, negro, coagulado, em mucosas
e orifícios; epis tax,es várias vezes aO dia; equimoses
espontâneas, petéqlllas. Regras adiantadas de odor
forte, precedidas de prurido violento ; leucorreia
leitosa, escoriante (Kreos) , que se agrava pela manhã .
GUERSNEY "As queixas por flatulência obs-
truída, podem ser dores de cabeça, dores ao redor do
coração ou em qualquer outro lugar, que são aliviadas
através da e~inação de gases, que tem odor pútrido
e fétido"
ALLEN "Para os efeitos nocivos de doenças
extenuantes em jovens e idosos (China, Phosphorus,
Psorinum) pessoas Caquéticas, cuja vitalidade ficou
enfraquecida ou esgotada. Para pessoas que jamais
se recuperaram dos efeitos Extenuantes de algumas
doenças anteriores - Asma, Sarampo, Coqueluche,
Pneumonia, Indigestões decorrenres a estados a1co-
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
óLicos, efeitos nocivos de uma antigo traumatismo,
nunca mais se recuperou hem de uma febre tifoide".
Assim como a Staphisagria está para as complicações
tardias de situações cirúrgicas o Carbo veg. , está para
as clínicas.
Kent - Ele afeta especialmente o sistema vascular,
o coração e o sistCI11a Vc..'IlOSO mais particularmente o
l
lado venoso da economia-o Lentid;l o é uml boa pa-
lavra plra se pensar, ao examinou a patogenesia deste
medicamento: Mor(>sidadl' ! Indolência> Turgescên-
cia ... Assim, tudo a respeilO da economia é moroso,
preguiçoso, plcnu (pletónco) distendido, inchado,
fofo. Suas mãos s;io fofas; as vei.ls estufadas; o corpo
parece cheio e túrgido; a cabeça e as pernas parecem
cheias, de fornu que o paciente quer colocar os pés
para cima para deixar o sangue correr. ... as veias, sao
preguiçosas, relaxadas e paralisadas. Paralisia vaso
motora ... vei:1s - varicosas. O estado ment,t! como u
tlsico é lento .... lemo para pens;u', IIlotllSu estúpiJo e
preguiçoso ... as pernas são dtsajeitad:tS .. . a pele esrá
escura, a circulação capilar e s t ~ ()b~truída ... a face é
púrpura e eSCura H
Cipola Ilmventarza
Trata-se de um medicamento cujo problema
radica -se fundamentalmente em sua autodesvalorl-
zação aferiva . Com efeito, sente-se essencialmente
abandonado, não querido, mas a modal.idade que o in-
dividualiza está descrita por sua ilusão de ser pequeno,
e esta é sua chave, pois a partir daí compreendemos
sua vergonha para atuar na sociedade e a timidez em
falar em público.
A presença de estranhos o põe muito ansioso,
o que se reflete na sua expre"ão facial que aparece
lívida , pálida, suada. A companhia de outras pessoas
gera nestes pacientes um verdadeito estado de inquie-
tude : pode adotar a postura de adular aos csrranhos,
figura.ndo na rubrica "avaro com a família e generoso
com estranhos", ou torna-se um insaciável, que foge
das pessoas. Sente-se abandonado pela manhã como
Lachesis e Carbo animalis, é afetuoso e afetado, talvez
para que o notem e o considerem.
Outro traço essencial da psora, a falta de con-
fiança , também está relacionado com os estranhos,
porque não pode aparecer em público; tem ansiedade
por amecipa~ão, é irresoluto, tímido ~ envergonhado
até O torpor.
O outro grande sintoma psórico de Carbo ve-
getabilis é a culpa, a ansiedade de consciência como
se tivesse cometido um crime grave, convertendo-se
em um mar de lágrimas mesmo na rua, diante de
estranhos, com medo do castigo divino ; com efeito,
tem afecção religiosa e remorsos .
No seu perfil sicótico, manifesta a ilusão de
que partes do seu corpo aumentam; é obstinado,
impaciente, apressadu na sua ocupação protissional;
é desconfiado, tem temores perseclltórios: vê car;IS,
ouve passos, tem a ilusão de que alguém está a seu
lado; se mostra apaixonado, adulador. mentiroso,
extravagante, cleptorn'lwaco, obsceno e lascivu.
~a sifUi.' se mostra i.ndiferente, duro de coração e
descsperançado, cum rechaço e aversão 11 compJ.nh i;l;
indolente, ind.ifercnte às suas ubrigações e indiferente
a tudo: alegrias) sofri.mentus, à mÍlsica e até aos seus
sere. q ueridos, chegando a um verdadeiro cansaço da
vida, e nesta expressão se parecendo muito com Sepia.
Considerações sobre a patogcncsia
Sente angústia com gI'ande inquiemde, ~ rank,
q ue se m,mifest::l por unu a.nsiedadc de conscicncia
como se fo"e culpado por wn crime que houvesse
cometido . A situação se torna tão desesperadora que
ele chora , copiosamente, na fre nte dos muros, mesmo
que na rua ou dia nte de estranhos. E, à noite, duran-
te ú sono, se entrega a fantasias, inclusive eróticas e
lascivas, em sonhos intensamente VÍvidos os quais,
llem sempre recorda. Mas tà.la durame O sono e de mTI
modo muito ligado aos seus sonhos , nessas ocasiões
acorda e então se recorda deles .
Mas chega a manhã e com ela o mamemo de
despertar para um novo dia, que o obriga a respostas
no ri ano da realidade que o cerca. Então, sua lentidão,
sua energia exaurida o mantêm num descumpasso
qlle o remete de pronto a wn estado de confusõo,
com a mente entorpecida por pensamentos lentos e
esgotados. É preciso um esfor~o sobre-humano pata
despertar e vencer o sono, que estará , no decorrer do
dia, à sua volta , como uma sombra.
Carbo vegetabilis está sempre na simação de algo
que foi queimado sem chegar a cinzas.
Num grande esforço para vencet o torpor,
entrega-se a uma grande excitaçõo, como se estivesse
apress:ldo ou como se as suas atividades rotineiras
representassem LUTIa sobrecarga de trabalho.
Precisando falar diante das pessoas o pulso
acelera e sua face adquire uma palidez acentuada,
tornando-se inchada e violácea . Sente-se pior depois
desse exercício mental. E, à tarde, enquJ.I1to lê, seme
uma sonolência que desoparece com O exercício físico,
movimentando-se.
Mas a sua turgência venosa dificulta a seu físico
acompanhar essa busca de movimento e ele começa a
 /dBreria Módica HOi'neoQtWr;a Interpr6lada
1
experime nr,\r as arde n( i~l<; e qucinUlç()CS 'lue su rgem Cllrbo 1";iJcmbilis, aprofu nda seu sofrimento e
nas n.:ia s (,'pibrcs, c.1be:ç.l. Os pruridos e J. qucilnaç3.o
J
apresenta um aspecto encovado, uma compleição
da pele começam" ilKomodar e impedem a atitude de amarelada, com sintomas de uma febre adinâmica,
movimento. Pcx:kria utilizar a SU:l vontade p.lnl, J1U111 com o corpo numa colo raçJo azulada, cianótica, com
esforço m:lis ;:,\C('llnL.ldc), «JIlscguir super;]!" r;l l csr,ldo, terrível ansiedade cardíaca e frio gélido em toda su-
mas a sua t()rç,' yital está exaurida e niio lhe resta perfície, com dores ardentes em suas viscerações, com
energia p.lr31urar. O seu estômago arde, suas úlceras seus poderes vitais rebaixados c scu sistema nervoso
crúnicls e 'eus ferimento s, que Cl1St~ll11 a cicltrizar) predominando. Le ..... brando um quadro de septicemia.
c()m~çanl a sangr.u. em sanb'1.lc escuro, cstJg:nado, Somcnre homeo paticamente preparado poderá
fétido, um odor cada\'érico cOI11l.:ça a surgir, tornando retomar sua vida e se recuperar para buscar, COm paz
sua situação mais incômoda e m"is de\'Ostadora. Car- e bem-estar, a harmonia cósmica dos fms maiores de
bo vegctl'lbílis iniei,) com um suor frio , copioso , com sua n isrência. Pois, a liberdade de seu Li\Tc-Arbítrio
respiração fria, com a [ICe fria; pede que llie abanem, se encontre' atrás da névoa que encobre o seu incons-
que llie ofereçam o oxig" nio capaz de restaurar-llie a ciente n;, uJtame do ato equivocado que praticou e o
força ou que aumente a combustão compkr"ndo a lançou fora do paraíso, numa fogueira de existência
queima até às ciluas, de onde poderia ressurgir. que llie rouba a força vital, m as 'lue não o queima
Seu estado mental começa a levá-lo à indiferença totalmente, de modo a permitir novo ressu rgimento
e ele ouve rudo" sua volta sem conseguir sentir prazet das cinzas.
ou desprazer, sOln pensar a respeito. A ansiedade che-
Sintomas mentais
ga na medida em que se sente oprimido, com a face
acalorada e com tremores frios. Ataques de vio lenta (Kent(Eizayaga) com diagnóstico diferencial
tosse c~pasm (')di c.l e em paroxisrno se iniciam e a face ABANDONO
parece tonllr-Se mais atormentada. Ele procura a jane- - manhã - Carb. -an, Lach.
la, senta-se numa cadeira, pede que o abanem, o mais ALEGRE
rápido possível, mas SU ei facc e suas mãos mantêm- se - come ndo
frias e o seu aspecto 'a presenta ,) palidez da morte. - - depois - Mez
Desde o momemo em quc despertou já se apre- ANSIEDADE
semava desfakcido, ainda na cama havia arrotado - à tarde
com o cheiro e o gosto dos condimentos, da comida - - de 16 -18 h : UR.
gordurosa e dos goles que ingerira. O seu apetite es- - cama) na
tranho o levava a procurar algo difereme. foi saciando - - sentar-se, deve - V.R.
seu desejo de café, ácidos, coisas doces e salgadas, e - estranhos, em presença de - Stram.
AVAREZA
sua aVLl'são por uma comida de mellior qualidade
- generoso com estranhos, avaro com a própria
o levou a sentir-se empanturrado, com etuctações
bmília ; Hyosc., Nrtt. m., Nux-v.
constames, lima plenitude no estêimago, congesrJo,
COLERA
flatulência, ~beração de gases terrivelmente ofensivos - antes do meio-dia - Nat.-c, Phosp.
e desordens intestinais com diarréia pútrida. M as ele - v~ rmino8es , nJas - Cina.
pede ao m édico que cure o seu estômago, pois ainda CON FUSÃO MENTAL
necessita, e o busca na comida , do condimento forte - levanrar-se, compelido a - Sulphltr.
que proporcionará o sabor que sua pOUl'a energia - mental , por esforço
vital nJO llie permite sentir na própri a ingestão das - melho ra - U.R.
experiências da realidade em que vive. DEL fRIO
A sua dor de cabeça é entorpecedora, princi- - na escuridão - Crtlc. car, Cupr., Stram.
palmente na região occipital; é urna dor constritiva, DESALENTADO
violenta, com uma sensação de peso, pareeendo chum- - irritabilidade, com - Dig.
bo - como todo sintoma dçpressivo - e acom panhada EXCITAÇÃO
pela sensaç50 de que a cabeça carrega um chapéu ou - pressa, como de - Coif.
um pano que a cobre, como a madeira abafada para ÊXTASE
ser calcinada. - transpiração, durante - lod., Nit. -ac., Sulph.
Seus dentes amolecidos se descolam da gengiva, FANTASiAS
que sangra, e se tornam sensíveis ao frio e ao calor. - transpirJção, durante - lod., Nit. -ac., Sulph.
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

GENEROSO CHUTA
- estranhos - H)'os., Nat.-m. , N1tx v. - verminose, na - U.R.
GOLPEIA PROSTRAÇÃO
- verm inose, na - U .R. - ao meio-dia, Phosph.
GRITA RAIVA
- dormindo - verminose, U.R.
- ante~ da mcnstruaçío - Sep., Sul. ac., Zinco REMORSOS
FALA - à tarde - Am. c. •
- incapaz de falar em público - Perr. SENSÍVEL
HUMOR - durante o dia - U .R.
- variável SUl< :ÍDIO
- à noire - U.R. - cólera, o impuJsiona ao - U.R.
- cem, depois de - Am. -c. - de~espero - Ambr., Ant-c., Hyosc.
ILUSÕES VIOLENTO
- C<tlr - antes do meio-dia - U. R.
- para dentro, as paredes da casa parecem (antes Gênio do medicamemo - fundamentado no
de um ataque de epilepsia) - U.R. estudo miasmático repertorial
- movendo-se, ouve coisas que estão por cima 1 - CULPA (campeã dos sintomas reperrori-
dele e fora da visão - Camh., Ph. ae., Phosp. záveis, é eleita como núcleo psórico) motivada pela
- na escuridão - U .R. sensação de que não cumpriu com seus deveres. Algo
- pequeno que f,'; cremado sem chegar as cinzas - não cumpriu
- de ser menor com seu papel crematório, missão fracassada. Justi-
- antes de um ataque de epilepsia - U.R. ficativa reperroria!: medo, ansiedade de consciência,
- os objetos se rornam menores - Camph., sobressalros, desaformnado, inquiemde, remorso.
Nit. -ae., Plat., Strmn. O semimemo de culpa é o maior inimigo da paz e
- passos, ouve. Cal1th, Crot. C., Nat. p. tranquilidade.
- visões 2 - VITALIDADE EM BAIXA
- horríveis aqui a falta de oxigenação sendo a geradora de
- ao anoitecer - Calc. sintomas, oxigênio é coinburente, a falta deste justifica
INCONSCIÊNCIA sintomas como a prostração e lentidão, devido a falta
- deitado - Coleh., Mag.e., Mag. m. de combustível. Justificativa reperrorial: choro, apatia,
- faz como morto - Am. indolência quer ser carregado no colo, camaço da vida
INDIFERENÇA covardia , desencorajado, lentidão.
- música que ama - Cattst., 19n, 3 - EMBOTAMENTO - devido a má oxigenação
INQUlETUDE cerebral, o 02 é a vida e o carvão foi abafado, sepuJrado,
- 16 às 18 hs - Lye. portanro é a morre. Cabe aqui o entendimento dos sin-
- companhia, em U.R. romas de morre, como tédio desanimo, embotamento
PRANTO mental(confusão) , dificuldade de raciocínio. Justific.lriva
- ar livre - Hum reperrodal : confusão mental, embotamento dificuldade
lRRITABILlDADE de raciocínio, fraqueza de memória, esquecimento, in-
- verminose - China, Fi/.
consciência; coma, insanidade, comportamento tolo ....
MEMÓRIA
4- ANTAGONISMO - e alternância de sin-
- periódica, Chin., Nat. m.
tomas , aca rretando fragilidade, decorreme a sua
MEDO
- apoplexia insegurança (difícil tomar uma decisão, teme errar),
- desperrar, ao - Arn.; Glon. irresoluto, falta de confiança em si mesmo. Justifica-
MORDER tiva repertorial: humor al ternan te : Alegre X Suicida
- na verminose - U.R. Ii Excitado X Tristez.l Ii Timidez X Extravagância Ii
MÚSICA Cólera X Aparia.
- palpirolçães ao e~euur - Ambr., Staph., Sulph. Palavra mave para reflexão : DEBILIDADE :Trio
ESQUECIDO sintomático: DEBILIDADE - LENTIDÃO - VER-
- periodicamente - Chin., Nat. m. MINOSE.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
SACADA: O carvão de lenha é obtido a partir da
queima incompleta de madeiras claras, em ambiente
ab,úado. C:nrbo vegetabilis vai se comportar como um
elemenro que "se sente" calcinado (que imado, isro é,
com a sua forç.l vital se exanrindo pelo fogo no vapor
exa lado, mas S~m chegar a ser cinza, uma queima in-
compkta que lhe acarreta uma sensação de dever não
<;tul1l'rido (culpa), com lentidão, fragueza e debilidade.
E knto para pensar, moroso para agir, estúpido para
emendeI' e preguiçoso para concluir (olha a falta de
oxigênio ai genteli') Suas pernas são dc,.ljeitadas,
as juntas frouxas e os movimentos lenros, su a pele é
escura (com o madeira chamuscada ), sua circu lação
capi.lar obsuuíd a, a face é púrpura e escura. A ausência
de ca lor vital que foi consumido pelas chamas confere
uma frialdade corporal que paradoxa lmeme melhora
quando abanado( assim como o carvão é abanado para
revigorar a chama). Há muiro tempo que o carvão é
utilizado para remover odor ruim de substâncias pú-
tridas e mofadas (flu idos e odores fétidos). Quando
havia háliro fétido na boca, usava-se bochechar com
carvão em pó, aplicava-se este mesmo carvão as úlce-
ras pútridas, com o propósiro de melhorar o chei ro,
administrado internamente nas disenterias de ourono,
atenuava o mau cheiro das fezes. Foi Hahnemann
quem preconizou as vantagens terapêuticas em urili -
zar esta substância quc até então tinha um resrri to e
discutível valo r nledic unentoso, (Olno medicamento
ho meopá tico (dinamizado) e sua eficácia.
Vale a correlação didática para as pessoas que ado-
ecem e sofrem por absorverem as sujeiras, problemas
e preocupações alh eias.
Inquietude diante das pessoas
O fogo, no sentido alquímico, vai surgir com
Herácliro num papel de agente transformador. T odas
as coisas, segundo Heráclito, nascem do fogo e reror-
nam para ele. É o germe que se reproduz nas vidas
sucess ivas (associação à libido e à fecundidade) , o fogo
é o uJtravivente. Realiza o bem (calor viral) e O mal
(desrruição, incêndio).
Sugere o desejo de desuuir o rempo e levar tudo
a seu tinal. O f( >);0 é a im'}gem arquetÍpica do fenô-
menocm S I.
"Atravessa r o fogo é símbolo de transcender a
condição hlunana." (Elizalde, "Miros, SueIÍos y mis-
rérios", Buenos Aires, 1961).
Carbo vegetabilis - Não cbega ao final da queima
e fica apenas Calcinado. Não transcende e por isso (ai
161
na simação de seu sofrimento psórico de ansiedade,
falra de confiança em si meslno e menos-valia - não
conseguiu transcender ao seu ato equivocado, caindo
na culpa de seu crime contra a própria harmonia e o
próprio equilíbrio
Falrou consumir-se por inteiro e recomeçar -
transformando - sua esrória, como a FÊNIX, já contada
em Kali carb01úcullt.·
A diferença é que a Fênix, ao renascer das cinzas,
(cinzas completas e não calcinadas, "incom pletas"), dá
aO indivíduo Kali a oportunidade de volta r fortalecido
de seu estado crematório.
Carbo vegetabilis não cumpre com seu papel cre-
mató rio aré o fim , não chega ao se u destino, justifica-
tiva para essa falra de confiança em si mesmo. Po is crê
que não dará com a de cnmprir sua missão.
Homeopatia & pediatria
Crianças lerdas sem audácia ou entusiasmo, são
medrosas, assustadas, covardes que se agitam ou são
t.í.midas na frente à estranhos, vag-arosas nas atividades
intelectuais, sendo que desanimam perame pequenos
obstáculos. Quando tem que cumprir com tarefas
escolares se tornam mal humortldas) entretanto não
respondem nem são grosseiras, sendo dóceis e gentis
(diferencial com Baryta carbonica ).
O órgão de cboque é o aparelho digestivo.
Agravam com doces, Gostam de ser abanadas.
VERJ.\1.INOSE.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: -.É nm animallenro e preguiçoso,
desajeitado com juntas frouxas , uma circulação venosa
rambém de vagar, causando hemorragias passivas de
sangue negro, por exudação capilar.
O cio é prolongado. Cicatrização e convalescença
tardia.
Sangue estancado com edemas.
Flatulento, com desejo de com idas pesadas, café,
doces, salgados e massas( o que é mais sugestivo nos
an imais); Aversão aos alimentos m ais digeríveis e
adeg uados.
lndiferença a tudo e a todos.
Necessita de muiro ar, quer as janelas abertas, o
ventilador ligado e ser abanado.
Ttemor com inquietude, Covardia, Timidez e Bri-
guento. Aversão a estranhos, lnsegurança, e sonolento,
Crises eventua.is de violência.
1 Carlos Brunim. Mario Giorgi & COlabs.
Origem
Bioterápico de câncer. O material usado para a
produção do medicamento é originário da Inglater-
ra, colhido de amOStras de câncer no Roral r .ondon
Homeophathic Hospital. (Cairo). Foi utilizJdo pela
primeira vez pelo Dr. D. M. Foubistcr em 1954 na
Inglatetra. É um remédio de est:ldo grave latente com
uma pesada hereditariedade. Segundo a escola france-
sa, que é plur:llista, Carcin:osinum é um drenado r, isto
é, antidota ou complcmenta o remédio constitucional
(de fundo ). Para a escola unicista, este medicJmenro
é considcmdo constinlCional por apresentar C:l1':lcte-
rísticas próprias de manifestar suas angústias, seus
sofrimentos e seu núcleo de adoecimemo.
Sintomas mentais
Transtornos por antecipação; antecipaç50 com
preocupação e angústia. Hipersensibilidade à música
(chora), marcado sentido de ritmo e dança. Cri.lJlças
que gostam de dançar. Compassivo, compartilha o
sofrimento dos demais.
Ofende-se tàcilmente (Tuberculinum). Fastidioso,
exige.nte, meticuloso, dct:llhista, perfeceionista e or-
ganizado em excesso (A rmúcum album ). (Vijnovsky
2004).
Procura persistentl."rncnte organi7.ar seu mun-
do exterior mediante uma POStL1[:l meticnlosa ,
indicando que seu mundo interior esti incontro-
lavelmente desorganizado e em desatmonia.
Intenso controle permanente de aferos, rigidez;
introversão c impossibilidade de exprimir ou viver
emoções, tristeza. Hipersensibilidade à infelicidade
dos outros, às histórias tristes, horríveis J às coisas que
dão medo . Muito afetivo. (Lamothe 1999) .
Dificuldade de concentr:lção, distraído, apático,
não contesta, retardo mental.
. Carcinosinum
Gosta de tormentas, alegrando-se com chuva e
relâmpagos.
Tem nllútus medos ; de cachorros e animalS em
geral, do escuro, de oun';1S crianças na escola. Não sabe
defender-se, :lversão à conversa, tímido. Tendência ao
suicídio. (Vijnovs""Y 2(04) .
Cansaço com exccssÍ\'J irritabilidade, indolência.
Necessidade de afeto, sentimento de infelicidade e
transtornos por infelicidade. Transtornos por susto
severo ou medo prolongado. Tiques complexos e
raros, arranca a pele ao redor das unhas. Destrutivi-
dade, falta de limites, agressividade e autodestruição,
comportando-se como ).Im tumor que cresce desor-
denadamente e sem limites.
Identifique seu caranguejo:
• Caranguejando, ou dando voltas sobre si mes-
mo, caranguejar dar voltas sobre- si mesmo, hesitar,
vacilar. Câncer - do latim cancri = caranguejo, câncer,
tumor, cancro- doença que resulta do crescimento
auttmomo de células e tecidos.
Carangmjando, (ti< IÚtndo voltas sob.,.. si mesmo,
carangmjar e dar voltas sobre si mesmo,
hesitar) vacilar.))
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
• O tecido neo plásico apresenta W1U esrrurura
atípi ca dos tecidos e órgãos caracterizando wna capa-
cidade ilimitada e inconrrolável de se reproduzir. Seu
desenvolvimento não obedece a nenhwna fmalidad e
útil ao organismo. Vem co mo sinônimo de rumor
maligno difere de rumores benignos, pois estes apre-
senram Iimitaçõ<.:s.
• Apresentando : Os indivíduos que sofrem
Carcinosunim, são aqueles que sofrem uma desorga-
nização interna e wn desvario(falta de met3s, clireções
e sentidos) e vivendo uma deso rganiza~jo interna e
desvario de sem propósiros, " exemplo da doença
CÂNCER.
• N ão é um anti-câncer e sim um medicamento
homeopático com o rclaro dos sintomas em experi-
menta dores saclios.
• Uma o utra vislo miasmática e Cancerirúsmo:
co nsiderado por muiros como wn quinto miasma e
(psom, sicose, sífilis mais ruberculismo e cancerinis-
mo)
• Tuberculinislllo- é considerado juntamente
com o cancerinismo como o utro miasma. Quando em
atividade possui funçõ's psóricas c sifilíticas, isro é a
exalta~ã() deiS hmÇ(lCS psíqu.icas " orgânicas do gênio
desnutivo (úlcera de tecidos e supurações).
• Cancerini smo : considerado por muiros como
o quinto miasma seria a combinação de rodos os
miasmas citados. O rumor can..:crosos é o resultado
de lUTI estado pré canceroso, passando pela hiperplasia
(s icose) e o gênio destrutivo da sífilis.
Mais um conceitO que pega "carona" em Carci-
nosinum ~ A escola francesa utiliza este medicamento
como wn drenador.
Mas, O que são drenado res?
a) Gerais - Ami-psóricos , antisicóticos, antl-
sitilirúsmo, anti-ruberculinismo e anti-cancerinismo.
b) Localizados - depende da anatomopatologia,
da fisiologia dos tecidos, da clínica (aparelhos e ór-
gãos), da bioquímica (produtos tônicos). Para essa
escola encontramos 2 poss ibilidades:
10 - Temos os medicamentos de fundo, remédio
constitucional e Kentinismo ou Unicismo ;
2 0 - O drenador anti dota ou complementa o
remédio de fundo, é o pluralismo.
Habitat I modo de vida - correlações
(assinaturas)
• Os caranguejos geralmente vivem em ambiente
marinho, mas muitas espécies têm habitat dulciaqu í-
cola ou semi-terrestre.
6
• Esses animais, como os outros artrópodes,
realizam troca da carapaça (muda o u ecdise) para o
crescimento do indivíduo.
• O s indivíduos ClJrcinosinum trocam de sinto-
mas de um lado para o outro do corpo (alternância
de sinto mas). São meticulosos ou seja tentam arru-
mar O mundo externo indicativo que buscam alguma
mudança interio r (rgania de arrumação) .
• Uma meticulosidade sem pro pósito e fica na
mania de arrwnação mas enrolando, não sai do lugar,
o que faz cliferencial por exemplo comArsenicmn que
dá wna geral e arrwna a casa toda, aqui o paciente e
fica "caranguejando" sem sair do lugar.
• Transtornos por antecipação = ANSIEDADE,
sofrem anres, pré-ocupados, decorrente a isso sua me-
ticulosidade, buscam a perfeição pelo medo de errar,
querem assim arrwnar a rudo, para que rudo dê certo.
• Palpitações violentas, opressão no peito.
Sabemos que oS caranguejos comem OS deoitos das
praias, assim são verdadeiros faxineiros que as limpam
(olha a mania de limpeza ai gente! ).
DlSTRlBUIÇÃO GEOGRÁFICA mundial:
Atlântico Ocidental - da Flórida até o Brasil (do Pará
até Santa Catarina).
O TElYlA FALTA DE LIMlTES: tambémenglo-
ba espaço, avançar no terreno, o mWldo é meu limite,
como o câncer que crcS(c sem limites.
• Ao buscar controlar o mWldo externo, de-
monSrra wna fàlta de 'im.i tes em resolver seus conflitos
internos (o interio r é contido e limitado, o exterior
é ilimitado).
• Este indomável movimento em domar o
mWldo externo demonstra uma inquietude interna
e que acarreta a expansão, como Wl1 rumor, onde
células crescem fora de seus limites, nwna desvairada
conquista de penetrar em outroS terrenos que não o
seu neoplasia' Os caranguejos são bastante rígidos,
pois em seus aspectos morfológicos: os caranguejos
caracterizam-se pela presença de wna carapaça calcária
No caso de câncer, wn númerO crescente de suas
células mudam de comportamento e, através de wna
participação ativa, iniciam um processo que por si
mesmo não leva a nenhwn resultado, mas que de fato
descobre seus limites no esgotamento do hospedeiro.
Carcinosinurn é inclicado para pessoas que tem
dificuldes em render e em encontrar a produção em
suas tarefas . Dar voltas em to rno de si mesmo =
caranguejar.
1 4 Carlos Bruníní, Mario Giorgi & Colabs,
o Vivem em substrato arenoso, areno-lodoso,
lodoso ou rochoso, onde rastejam e podem escavar
tocas ou refugiar- se entre as fendas, algas, corais
e outros orgal11smos vive em manguezals terrenos
10dosos( lama). São indivíduos persistentes, teimosos
e obsess ivos, por demais determinados em perseguir
seus objetivos.
o A maioria dos caranguejos são OlÚvOroS, isto é,
alimentam-se de vegetais, animais e matéria orgânica
em decomposição.
o São indivíduos destrutivos e cancer é o exem-
plo de uma moléstia destmtiva.
o destmtividade demonstrada, tanto no plano
mental quanto físico, agressividade auto e hetero - diri-
gida, indomável em suas mágoas, não toleram gualguer
consolo. E seu tonnento interior cransparece claramente
acravés de sonhos excitantes, sonha com assassinatos o
gue cumpre com o papel do cancer um dos maiores
assasssinos dos seres vivos. Compassividade apesar de
sua tinlidez.
o Os caranguejos são importantes para a cadeia
alimentar do manguezal. Ao se alimentarem, eles pi-
cam e trituram as folhas maduras caídas, permitindo
gue animais menores se alimentem também.
o Sua compassividade é notória.
Diz wn ditado: Mineiro s6 é solidário no cân-
cer, brincadeiras a parte mas são em doenças graves,
pacientes terminais, corredores de hospitais e UTIs,
o nde a solid ariedade humana é mais acentuada
o Pioram ou melhoram também a beira mar,
são indivíduos gue sentem o mar (olha o caranguejo
ai gente').
o De característica a sua reprodução ocorre na
praia ao ar livre, é a "andada", onde machos e fêmeas
saem de suas tocas para a cópu la. Os espermatozoides
são armazenados no teceptácu lo seminal da fêmea,
que libera seus óvulos, ocorrendo então a fecunda-
ção. Os ovos são incubados pela remea no abdome,
quando posteriormente saem peguenas la rvas, deno-
minadas zoeas.
o Adenopatias, mononucleose.
o Tumor de mama.
o Impotência sexual, tendência a mastutbação.
o Tosse rebelde.
o Clinicai Impressions of Caninosin, British.
Home. J.44, IV- 1954 e trabalhos posteriores". Foi
utilizado inicialmente O Carci'losinum sem acréscimos,
mas atualmente há OutroS em uso: Care. adeno-
stomach, Care. Scirms mammae, Care. adeno- vesica,
Carc. Intes. Comp. , Carc. Sguamous pulm.
o Solvey na Inglaterra utilizou-o, com resultados
animadores no cânCG e em metástases ou situações
terminais, como paliativo, de potencias 30°, 200,1000 ,
duas a três vezes por semana ou diariamente. Nossa
experiência doses 30 Ch, diariamente. Para todos os
pacientes com cancer.
Homeopatia & pediatria
Movimenta-se por música desde intra -útero,
marca o ritmo no pezinho (agui ocorre o oposto da
criançaAmbragrisea). Lembram Taranrula mas estas
apresentam uma dança frenética, enquanto aqui marca
o passo e praticamente não sai do lugar. Envolvidas
com problemas da família e também os sociais. Dor-
mem em posição genopeitoral, prece maometanae
idade escolar até adolescência (Colocynthis, Medorhi-
num, Tuberculinum, Pbospborus, Sepia, Lycopodium) .
Retardo mental (mongólicos segundo Vijnovsky)
o u superdotados. Muito sensíveis a censura. Medi-
camento para terror nomrno, acordam irritadas e
mal- humoradas. São tímidas na idade escolar, temem
seus colegas e não conseguem se defender das brigas
(covardes). Desejo marcado por alimentos doces, ou
mesmo açúcar puro. Transtornos pós vacina (Thuya).
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Anteceden tes de câncer familiar .
Uma relação importante com a música, pod endo
apresentar aversão ou um exagerado gosto (o que é
mais frequente), entretanto a música é sempre impor-
tante. Insônia ou acorda·assustado. Tímido, covarde,
hipersensível, ama as chuvas e tempestades. Carentes
afetivamente, jeitinho '1>ULSATÍLICO'" Utilizado
organicistican1ente para. estabilizar carcino mas.
Sintomas Fisicos
Cabeça
Cefaleias pulsantes profundas, do lado direito
da cabeça. Sensação de conscrição cerebral. Cefaleia
pressiva occiptal que piora ao levantar-se.
Face
Paralisia facial, cianose dos lábios. Mioclonias
nas pálpebras; fadiga ocular.
Aparelho digestório
Boca
Dor no palato, piora pela manhã e ao anoitecer,
por bebidas quentes; melhora com o frio. Odontal-
gias, lingua despapilada na ponta.
Abdome
Sensação de aperto no ventre com dor gue me-
lhora pela pressão, dobrar-se o u por bebidas quentes.
 Matéria Médica Homeopática Inrerpretada
Constipação crÔnica sem desejo, em geral desde a
inf'ancia, com fezes duras e secas. Flatulência, insufici-
ência hepática, vômitOS cíclicos. Parasitose intestinal.
ApareUlO genitourinário
Impotência sexual, tendência à masrurbação.
Aparelho cardiorrespiratório
Tosse por coceira supra ou retroesternal, pior
após calor ou ar frio, em quarto quente, por rir, falar
e bocejar. Opressão no peito com desejo de respirar
profundamente, asma. Violentas palpitaçóes com
sensação de constrição cardíaca.
Musculoesquelético
Dor no sacro, músculos doloridos inchados com
debilidade que melhoram após dormir por um curto
período. Dor nas pernas que melhora pelo calor e
movimentos suaves e piora por movimentos rápidos.
Dor ciática.
Pele
Acne facial e queloides.
Diagnóstico diferencial
- Quanto à hipersensibilidade:
Coffia croda
Tem wn universo hipersensível, com hipersensi-
bilidade sensorial e sensi tiva (paladar, odor, audição,
visão, tato). InsÔnia devido a hipersensibilidade aos
sons, às luzes, mdo lhe parece maior que o normal,
irritável, grande atividade física e mental.
Camomitla
Irritabilidade extrema gerando hipersensi-bilida-
de, com grande agitação associada à intolerância a dor
(estÍmulos externos levando a respostas exageradas).
A criança chora muito, é superagitada, tem cólicas,
medo do escuro e melhora ao ser colocada no colo
e balançada.
Nuxvomica
Apresenta alto grau de excitação e irritabilidade,
com hipersensibilidade a luz, odores, ruídos e paladar
forte. O sono não é reparador, pensa nos problemas,
rem sonhos horriveis. Desperta por volta das 3 horas e
pela manhã levanta-se de mau hwnor.
- Quanto à carência afetiva:
Phosphorus
Sensação de desamparo e não de abandono.
Extremamente compassivo, afetivamente doa mais
do que recebe . Sensível a ruídos , músicas, cores e
tato; medo da morte, falta de confiança em si mesmo,
tÍmido chegando à covardia, sofre por antecipação;
melhora com consolo.
16
P"lsatilla
O afeto é o traço marcante deste medicamento,
que dá carinho esperando receber mais. Melhora com
consolo, chora após manifestações de agressividade.
Sensação de abandono, desvalida com ilusão de estar
só. Busca afeto sendo organizada, vaidosa e jogando
charme. •
- Quanto à síndrome do terror noturno (acordar
gritando ou ehorando):
Calcarea carbonica
Acorda devido a seus pressentimentos ansiosos.
Phosphorus
Acorda e tem medo do escuro.
Stramoni"m
Acorda e tem medo de visões aterradoras.
Ignatia amara
Acorda e chora histericamente.
Caso clinico veterinário
Maggy, wna cadela adotada, sem raça definida,
nascida em novembro de 1989. Em junho de 1990,
teve wn episódio de diarréia, sendo medicada com
Lycopodi"m, pois o medicamento correspondia aos
seus medos e covardias. Em junho de 1991 apresentou
wn quadro de diarréia com sangue e foi medicada
novamente com Lycopodi,~m . Em junho de 1992 a
diarréia com sangue rçtorna com mais intensidade. O
exame de fezes constatou a presença de toxocara canis
e anc)'lostomus canis. Com Lycopodi"m CH 200 em
plus a diarréia normaliza e negativa o exame de fezes .
APÓS 30 dias o processo retoma, sendo medicada COm
A"senimm a/b"m com resposta positiva à medicação.
Surgiram lesóes de pele, leucopenia acompanhada de
eosinofilia severa, constatadas com hemograma. Após
episódio diarreico ocorreu quadro de constipação. No
início de agosto o processo retoma com características
mais graves. Cai na rua, não consegue se levantar e
defeca sem controle diarréia com sangue.
A principal suspeita no momento é de corpo
estranho vazado, que permite o fluxo intestinal. Me-
dicada com Silicea CH 30, responde prontamente. Foi
realizada wna ultrassonografia abdominal nenhuma
alteração foi constatada .. Independente do resultado
do exame, a conduta seria wna laparotomia explo-
ratória. Durante a cirurgia foi constatado aderência
intestinal correspondendo ao ceco, com diversos gân-
glios hipemofiados, sendo liberada quase totalmente.
O pós-operató rio seguiu bem com Amica montana
CH 30. Maggy volta a ter a disposição de antes. Após
30 dias da cirurgia retoma o processo.
166 Carlos Brunini. Mano Glorgi & Co/abs.
Importante relatar que apesar das grond<:s perdas
sanguíneas, nunca houve quadro de anemia.
Como a lesão tinha um aspecto de massa rumo-
tal, foi receitado Carcinosinum CH 200 em plus. *
Em 24 horas O processo regrediu. Desde então não
há quadro algum, nem mesmo outras patologias. Está
sem medicação desde então.
Ao analisar o comportamento do animal, pode-
se observar sua semelhança com os sintomas mentais
de CarcilluJill um. Maggy tem um temperamento em
que necessita muito de afeto, está sempre cobrando
c so licitando as pessoas da casa. Quando recebe uma
bronca rosna, para demonstrar a sua intolcdncia à
contradição. Assustou-se certa vez com um caminhão
e houve o retorno do quadro diarreico, conftrmando
desta form a um transtorno por SUSto. Forém, O que
mais a caracteriza é a sua excitação durante as tempes-
tades, vai para O quintal e late, correndo alegremente.
 Matéria Médica
Mistura de óxido de cálcio e bissulfaro de po-
tássio.
O indivíduo Causticum possui como principal
característica a debilidade, podendo chegar à paralisia.
São chorões, melancólicos e apreensivos com tudo.
Sobressaltam-se facilmente por qualquer ruído. Co-
vardia e timidez.
CflttstiCU>ll tem desejo de companhia e ciúmes.
Urgêncü para defecar em simações adversas.
Medo com tremor. MaJ-humorados e obstinados.
Demonstram fragilidade, tristC7..a e insegurança,
causando compaixão dos outros conseguindo tudo o
que querem se tornando verdadeiros tiranos.
Todas essas características são traduzidas para o
plano físico, através da principal característica desse
medicamento que é a paralisia. Paralisia de pálpebra,
de um lado da face, de língua e esôfago, da bexiga,
do reto e dos membros.
A paralisia facial de Caustimm pode ter como
causas: Supressão de erupções na face, cicatrização
de fcridas por meios externos, exposição ao frio e
doenças nervosa.~.
Segundo Kent: Este medicamento tem dois
tipos de paraljsia de bexiga; uma afeta os músculos
Homeop~tica Interpretada
167
Causficum
de expulsão e a urina é retida, o outro centra-se no
esfmcter e a urina passa involulltariamente.
Causticum é um medicamento próprio para in-
divíduos muito irritáveis com tendência à formação
de verrugas e doenças nervosas, digestivas, urinárias
e da pele.
Doenças provocadas por choques morais. Rou-
quidão dos cantores e oradores. Dificuldades escolares
e crianças que demoram a andar. Nevralgia facial pela
mudança de tempo.
Um sintoma importante é o encurtamento dos
tendóes e músculos que produz anquilose das articu-
lações e deformidade dos membros.
Muito importa!)te mencionar que o medicamen-
to é de extrema utilidade na papilomatose.
Causticum tem.grande aversão por doces e açú-
car. Fluxo menstrual escasso com frieza sexual. Prisão
de ventre, rouq,uidão matinal, coriza.
A criança tende a chorar por coisas mínimas.
Tanto o medo, como a sensação de estar des-
protegido, são situações marcantes no medicamento
Causticum.
Transtornos por aflição ou tristeza de longa dura-
ção; pela perda do sono, vigília norurna, por emoções
repentinas, medo, alegria, por raiva ou cólera; por
erupções su primidas.
Humor melancólico, triste, desesperançado;
por preocupação, mágoa, tristeza com choro. intensa
compaixão pelo sofrimento dos outros.
Sintoma mentais importantes
(repertório):
• Sarcástico
• ciumento
16 Carlos Brumm. Mario Giorgi & Colabs.
• covarde
• disposiçao a calúnia
• desejo de companhia, simpático
• compreensão lenta
• erótico
• desatento, atos falhos, erros ao falat ou
escrever
• falta de confiança em si m C'slnO
• fantasioso
• hipocondria
• idéias fiX;lS
• inconsolá vel
• introspecção
• lamenta-se, choro por bagatelas
• blasfema
• malicioso
• mentIrOSO
• medroso
• nostálgico, vive pensando em acontecimen-
ros passados desagradáveis
• aversão a trabalhos mentais
• pessimista, prostrado
• pensatiVO
A chantagem psicológica o imperador da Mat.
Médica (onde a dor impera) tese do medicamenro:
Os indivíduos gue sofrem CaustiCltm manipulam as
pessoas através de sua aparente fragiliuade, tornando-
se verdadeiros tiranos, onde reina a sua majcstade a
fragueza. Miasmaticamente Psora -+ por ter perdido
o posicionamento, não se posiciona, teme fracassar,
fica em "cima do muro", (tran sfo rm aç~o alguímica,
deixou de ser porcelana, perdeu sua posiçao inicial),
covardia, guem não se posiciona não COrre riscos e
os fracos são anis tiados, desvalido -+ Sicose- ares de
desprotegiuo, aparente fragilidade, transpira infe-
licidade, João sem btaço, precaução excessiva (por
medo) -+ Sífilis- indolente, dotminhoco, tédio da
vida, desespero suicídio
Sensação de desgraça e medo são idéias predo-
minantes neste medicamento.
Robens em Sensa tion as if!:
• perigo de risw iminente (danger)
• dano ou mal de origem mágica (evyl)
• desgraça (misforrune)
• como se algo de mal fosse acontecer (some-
thing will happen)
• Ansiedade todo o dia corno se houvesse feito
algo errado. Tais sintomas justificam seu sofrimento
"Cautela ansiosa", ou precaução pelo medo, antes de
dotmir vai conferir várias vezes se a casa está tranca-
da, se o gás foi desligado, uma peguena viajem checa
todo o carro, na verdade a precaução é reativa ao
negati\'isl11o gerado por uma menos valia. Eugenio
Candegabe - coloca Causticum como o ditador pelo
suborno, O indivíduo gue indiretamente manda, e
os demais obedecem. Porgue provoca nos outros,
pena e compaixão. Desta forma entram para o grupo
dos ditadores da matéria médica, suas aruaçóes são
pa"ivas, (iminência.parda ), sem forças formais de
auroridade, nem, voz de comando, não tem coragem
de reagir com imperuosidade, ao invés de impor uma
ordem, chantageia.
Histórias da vida real
- Dramatização - Mamãe guerida, acho gue é
melhor eu não ir mesmo, vá filhinha - não mamãe -
Filhinha eu sei gue você precisa se divertir, a festa deve
ser ótima, mas lembre-se gue mamãe sofre do coração
e não dorme enguanro você não chegar - prefiro não
ir mesmo - então tá bom , amor, você é quem sabe.
Esta foi mais uma vitima da rirania pelo suborno e
da chantagem (pressão psicológica).
Sintomas gerais :
Agravação - Em clima claro, bom; vindo do
ar livre para um guarto aquecido; ar frio , especial-
mente corrente ue ar frio; ao ~sfriar; por se molhar
ou banhar.
Melhoria: Em clima úmido e chuvoso; ar
guente.
Lateralidade: Direita
Declínio das forças como se desfalecesse; fra-
gueza e rremores.
Sensação de carne viva ou ferida; no couro cabe-
ludo, garganta) trato respiratório , reto) ânus, uretra)
vagina, útero.
Dmanre a madrugada, incapaz de ficar numa
posição tacil ou fi car deitado guieto durante um
momenro.
Precisa se mover cons tantemen te , mas o movi-
mento não alivia.
Organicamente
A paralisia é a expressão ua falta de vontade de
trabalhar; com lles:lnimo, C0l110 se fatalmente tivesse
que ocorrer uma desgraça iOlinellte, aClrretanuo-Ule
uma paralisia ll'10torJ ou orgJnic<l, transitória ou
permanenre, em musclllatura lisa Oll cstri'llla e lou
em ambas.
Assim primeiro ocorre lima paralisia de vontade,
falta de mori\'ação e entusiasmo, para depois no plano
fisico ocorrcr lUJU inati vid,de mllsCllbr, diferindo
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
da paralisia histérica, (histetia de conversão), pois
esta como em Gelsemium é aguda, enquanro aqui O
processo é mais gradativo.
Convulsões epilépticas com advertência ou aura
que inicia pelo plexo solar e agrava antes do período
menstrual.
Necções reumáticas desencadeadas por susro,
situações de pânico, fazendo despertar com tremores
à noite, tremores nas extremidades. Vertigens com
tendência a cair, cefaléias acompanhadas de náuseas,
forofobia, catarata, diplopia (tradução psicossomática
da dificuldade em enxergar com nitidez) , paralisia
das pálpebras.
lntertrigo, secreções fétidas de ouvido, orites e
otalgias, hipoacusia (surdez de conveniência?).
Acnes, inflamações e pruridos na ponta do nariz,
secreções nasais escoriante.
Dores em pontadas no rosto, com paralisia facial,
abscessos de lábios, paralisia da língua, esmmatites,
gOSto amargo, pútrido, piorreias, fístulas gengivais,
coceira na garganta, dor em carne viva para engolir.
Esta história de dor em carne viva (esfotada)
com uma sensação de queimadura ardida como que
por cal, ocorre em rodas as mucosas.
Distensão abdominal, flamlência, constipação
com fezes claras. Ardência para urinar e urina pouco
com prutido e poliúria, por incompetência da bexiga.
(Cantharis) .
Dores em testículos, ausência de orgasmo,
impotência sexual, aversão ao coito, desejos sexuais
diminuídos, esterilidade.
Laringe sensívd ao taro, com dor em carne viva
ao engolir, dor no peiro a mesma modalidade de dor
ao respirar. Palpitações ao anoitecer.
Herpes de pele e mucosas, verruga na poma dos
dedos, unha (leito ungueal).
Amica atropcl,ldo pela vida
Apis Comunitária
Aurum Destrutiva
Camphora Volátil
Causticum Suborno
Challwmi/Ja lrritabilidade
Omium Torpor
Ferrummet. Bélico
Lache";s Impulsos superiores
Lycopodium Amor ao poder
9
Mercurius soL Anarquista
Phosphorus Liderança comunitária
PLatina Crê ser superior
Veratrum Realeza
Homeopatia & pediatria
Apesar de pequena, tem o poder de dominar
roda a farrúlia , rodos acabam servindo a sua majestade
a fraqueza ou a doença, com ares de coitada acabam
tirando proveito de situações de dificuldades, defici-
ências ou pseudo deficiência. Assim geram nos outros
(pais, madrinha, avós etc .. ) um sentimento de culpa
deL"{ando todos cativos e dependentes de atender as
suas necessidades.
Quando estiver de plantão e aparecer junto com
seu pequeno paciente uma comitiva onde a impera-
dora ASMA dirige tudo, atenção para Causticum.
Homeopatia & veterinária
&gina Torro: Sua principal característica é a
debilidade, chegando a paralisias, melancolia, tristeza
e choro, timidez e covardia. Urgência para evacuar,
frente as situações
adversas. Sonolentos e cansados o dia todo,
inquietos durante a noite. Buscam a proteção de
seus donos, é um dos animais , mais carente de
proteção,Demonstrando fragilidade, tristeza e inse-
gurança despertam a compaixão nas pessoas e conse-
guem o que querem.
No plano físicos' estes sintoma negativos vão
acarretar manifestações sintomáticas do tipo paralisia
podendo ser - paralisia' de (1ce, língua, esôfago, bexiga,
rero e membros. Encurtamento de tendões e músculos
que produz. anquilose das articulações e deformidades
nos membros, também atua em torcicolo. O anin1al
Causticum parece faminto, mas ao lhe oferecer o ali-
memo, ele cheira c vai embora COmo Ars, Cocc e Sep.
Devido a fraqueza e paralisia do rero, por vezes
as fezes duras são expelidas quando o animal está em
pé. Também ocorre retenção e incontinência urinária
por atuar em musculatura vesical.
Medicamento útil para verrugas, especialmente
quando são concentradas na na face, membros torá-
cicos e tórax, entretanto, quando em genitais, cauda,
e parte posterior do animal O medicamento indicado
é Thuya.
 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Co/abs.
Sinonímias
Simamba Cedron, Simaruba ferroginea, Rattles-
nake bean, CedriÜJ, Sima/;a Ccdron, Siman,ba ferm-
.lllma.
Origem e descrição
Árvore da família das simarubáceas, tronco que
alcança 6 m de altura e 1 m de espessura. Cresce na
Venezuela, Brasil e América Central.
Princípio ativo:
cedrina (substância amarga) .
Preparaçao homeopática:
por tnturaçao ou tintura da semente seca e
pulverizada.
Ação geral
Cedron provoca manifestações neurálgicas e
febris cuja principal característica é a periodicidade
hodria . Somente esta característica conduz à pres-
criçJo deste medicamento.
Cedron tem sido empregado de forma empírica
no paludismo e como antídoto para as picadas de
serpentes.
Ação fisiológica : exerce ação sobre O eixo ce-
rebroespinal e sobre cada o simpático, produzindo
congestão cerebral, na gual é sl'guida de wn estado
febril que simula os ataques de paludismo.
Mental
Convém particularmente às mulheres nervosas,
excitáveis, com disposições voluptuosas.
lnquietude, excitabilidade, seguida de depressão.
Excitação antes do calafrio.
Medo de ir para a cama. lnquietude, sono agi-
tado.
Cedron
Sintomas Físicos
Cabeça
Dores de wna têmpora à outra atravessando os
olhos. Sensação de cabeça inchada. CefaJeias periódicas.
Enxaqueca que volta a cada dois dias à.s 10 h da manhã.
Nevralgia supraorbitária periódica com dor intensa
pior à esquerda, voltando regularmente à mesma hora.
O corpo todo parece dormente, com cefaleia. Cdaleia
piora à noite ao ar livre. Cefaleia sobre os olhos depois
do coito.
Tropísmo: cabeça.
Olhos
Dor intensa, como wn golpe, sobre O Oll10 esquer-
do; ou como wn tique doloroso depois do coito. Dor
severa no globo ocular, que vai até o nariz. Nevralgia su-
praorbital periódica, com dor intensa irradiada ao intecior
da cabeça, mais à esquerda, e sempre à mesma hora, com
lacrimejamento. Irite, Curuid ite , Lacrimejamento
ardente. Visão turva, Vê relâmpagos de luz. Olhos
fundos durante a menstruação ,
Os objetos parecem vermelhos à noite e amarelos
de dia (Bell,),
Excelente medicamento da nevralgia ciliar, com
dores agudas em torno do olho, sobretudo do lado
esquerdo. Glaucoma. Olhos queimando como fogo.
Ouvidos
Ruídos nos ouvidos. Hipoacusia à noi te. Um dos
melhores remédios para zumbidos nos ouvidos por
qUInIna.
Nariz
Ponta do nariz fria, nariz gelado. Secreção nasal.
 Matéria Médica
Face
Calor facial que se alterna ( om calafrios .
Nevralgia facial (ou do trigêmeo). m ais à wrciu,
das 19 às 20 horas. paroxística, periódica, imennitell-
te; mais em mulheres.
Rosto polido e lábios cianóticos, frios c sc,-os
durante ~ menstruação .
Distordo espasmódica dos músculos faciais.
Odontologia - sinais e si ntomas
Face: nevra1gia suborbitária periódica, ~om dor
i.ntensa, aguda, in.termitente ao an oite.cer. coo11acri-
mej amento , agran com o calor; trismo, vermelha à
noite, pálida durante a menstruaçáo, cianó tica.
Ouvidos : zumbido c ru ídos, ao meio-dia (um
dos melhores medicamentos).
Líbios: cian ' ticos, frios e secos durante a mens-
truação.
Boca: se m a c.'Crn:ma com sede imensa J u ranr.e a
m.:m.truaçáo; ,'pÓS:l meru.truaçio salivaçiio abundan-
te, ,;Uiva espessa, espllffiJ.Ote; odo r pLÍrrido durante a
11lCJ1Sti'uaçáo; gOStO me tá lICO; r~piração fria ; pal.lto
vcnndho; do r ;mJeme, sensação de e~ pin hos.
Lloglla: ·seca . ~nsaçiío de paralisada, com difi-
culdade rOL1 faJar, dura nte a mej1~ttllação ; dor ardente
em pon tadas, de m ;\Oh5 COI1\ ~e l1$"ç50 de espinhos em
um pOntO da raiz duranre ,\ mens tru~ção; prurido.
D entes : odonralg ia noturna durante a mens-
truação. Ao inspirat, pan:cc c()mo se um ar frio lhe
tocasse os dc.J1tcs.
Gengivas: sangrantes, durante a menstruação.
Genitais femininos
Antes da menstruação: lcncom:ia cinco a seis dias
antes, os vezes subsriruindo as regras (Colc .).
Dmalltc a menstruação : picadas na lính'Ua, se-
cura extrcma da hoca e da língua, sede intens. , há ~ tn
fétido, com sCllsaç50 de calor, fula com dil1culdadc,
sensação de língua paralisada. Sem apetite . Sensação
de pedra n() estúmago. Ncíusc,,, com estô mago dis-
Hon l~opática Interpretada
1 1
tendido. Convulsões voltando regularmente durante
as regras.
Depo i, da menstru çãu: sialorteia e lcucorrcia.
Coito: depre, 50 nervo,J ap6s o coito. Gagueira
depois do coito (na mulher). Há lito friO . Dor em um
pontO na raiz da I.íngua. Hipertrofi a das amígdalas .
E x,i ração sexu.l de rl1anh ã, com leucorreÍJ c seios
inchados e dolo rldos._Eclampsia puerperJ..i.
Genitais masculinos
Desejos com ereçües toda a noite e ao acordar.
Secreção uretral como se fosse bkno rrágica.
D epressão nervosa ap('s o co ito, nevralgias no
homem .
Abdome
Abdome duro e distendido . Flarul€ncia, cólicas
c bo rborigmos. Pontadas no figad c haço.
In testino
Desejos ineficazes de defecar . Evacua inm lunra-
naJnente na corela .
Aparelho uri nário
Dor renal. Ardor no uretcr e urerra . Sensação de
ter uma gora na uretra ou que goteja deI<!.
Aparelho circulatório
Palpitações e batimeutos irregulares. Pulso rápi-
do, cheio e incontrolável.
Aparelho respiratório
Constnç50 dolorosa na latinge, laringite. Disp-
neia com rouquidão inte tmi tente. Dispneia depois
do coito 0\1 de uurmir, melhor. comendo. Asma que
aparece regularmeme, todos os dias de 10 às 12 horas,
melh()rando erguido. Tosse toda manhã das 6 "s 8 ou
9 horas. Opressão lI() peito.
Coluna
Pescuçu rígido, dores na colwu. Dor lombar e
na nllca pela manhã.
Extremidades
Fraqueza geral, languidez e ucsmaios. Tremores .
J)ormcl\( ia no corpo rodo. SC IIS:lçi() de inchaço. Do-
res rlsgaJut'S con\ :lbaio.'\ nos membros.
Dor no deltoide direito. Dor cortante no coto-
velo. Dormência m m5() c antebraço direitos, e nas
perl\:1s, gue sente aumentadas. Dores articulares lan-
1 Carlos Brunmi, Mario Giorgi & Colabs.
CLnantes. Cãibras. Sacudidas nos rendões; no Tendão
de Aquiles.
Dores lancinantes nas articulações; piores nos
pés e nas mãos. Dores súbitas na ponta do polegar
direito, estendendo-se pelo braço acima até o ombro.
Dor brusca aguda na planta do pé direiro causando
um passo em falso ou uma queda, com irradiação no
joeUlo. Edema no joeUlo.
Herpes-woster, com dores irradiantes.
Sono
Sono inquieto, acorda muitas vezes . Sonha com
reuniões sociais, com mullleres, com brigas com ami-
gos e parentes já mortos; grita e desperta. Bocejos,
espreguIça.
Febre
Paroxismos de febre que aparecem regularmente
todos os dias à mesma hora, começando com calafrios
às 18 horas nas costas e membros, com pés e mãos
frias; depois com cefaleia frontal estendendo-se pela
região parietal. Olhos vermelhos. Calor com prurido
nos olhos, dores dilacer311tes nos membros, dormên-
cia nos membros. Sede de bebidas quentes durante a
febre e o calafrio. Paludismo: cotidiana ou terçã, com
marcada regularidade. Febres tropicais .
Modalidades
Agravação : piora depois de dormir, à noite, pelo
mau tempo, antes das tempestades, deitado, ao ar
livre , do lado esquerdo.
Piora durante a men stru ação: o lhos fundos,
rosto pálido, lábios cianóticos, odontalgias, gengivas
sangrentas, gagueja o u fala com dificuldade, boca e
lingua secas com formigamento e sensação de língua
paralisada, sede, e às vezes convulsões, epilepsia.
Piora depois do coito: dispneia, co reia (em mu-
lheres), nevralgias, cefalei a e gagueira.
MeUlora: em pé, erguido, parado.
Periodicidade: os sintomas reaparecem com
regularidade cronométrica.
Indicações clínicas
Principal indicação clínica : Nevralgia.
Convém especialmente às muU,eres nervosas,
facilmente exciráveis e de disposição nervosa.
Cedron está indicado em todas as patologias que
aparece uma periodicidade regular e cronométrica.
Por exemplo: todos os dias e a cada um dos dias, na
mesma hora precisa.
Periodicidade exata nas quei xas, em distritos
baixos e pantanosos.
Tem poderes como antídoto para mordidas de
cobras e picadas de insetos. Tintura da vagem pura
esfregada na fer ida.
Foram constatadas suas propriedades curativas
naS perturbações da mal;íria, principalmente na ne-
vralgia.
Um dos melhores remédios para O> 7.umbidos
pela quinina
Alivia as dores do cancro (T.M .).
Cefaleias diárias COm sensação de aumento de
volume da cabeça.
Neuralgias supraorbitárias; neuralgias do tri-
gênuo.
N euralgias de Arnold.
Do res dentárias.
Acessos febris nos antigos palúdicos ou pseu-
dopalúdicos com agitação , calafrios, sede de bebidas
quentes e logo fase de sudorese e esgotamento.
Algia: bucal , lingual, dor ardente, sensação de
espinhos.
Gengivite: durante a menstruação.
H alitose: odor pútrido durante a menstru açáo.
Nevralgia facial: suborbitária, periódica, I'o lta
regul armente à mesma hora (das 19 h às 20 h) , com
lacrimejamenro. .
Odontalgia: dur311te' a menstruação, sensação
de ar frio.
Paladar: gosto metálico;
Paralisia : lingual, sensação, durante a menstrua-
ção, com dificuldade para falar.
Prurido : lingual.
Ptialismolsialorreia): abundante após a mens-
truação.
Ruídos e zumbido nos ouvidos: ao meio dia.
Trismo.
Xerostomia: com sede intensa, durante a mens-
truação.
Prescrever Cedron de 7 a 30 CH , cinco glóbulos
duas vezes ao dia e se necessário, cinco glóbulos duas
horas antes do momento da manifestação patológica
Relacionamento
A.nrídoto: Lach., Bel!. Comparar com: A,-s,
China.
Relações: Aranea, Arsenicum (periodicidade
regular dos sintomas).
Complementar frequente: NatrumMu,-.
 Matéria Médica Homeopaflca Interpretada
1

Cenchris conforfrix

Os venenos dos ofídios, COlllO todas as substân- 8. Naja tripudia

cias da naturcz~, sâo dotados do poder de alterar o 9. Vipera
estado de saúde (11s pessoas, provocando sintomas.
Mas ao contrcirio de muitas Olltras substâncias, sua Ação geral dos venenos de ofídios
ação' toxicante em doses ponderais é tão indubitável Os venenos das co"rC\~ têm as seguintes pro-
quanto temível. priedades gerais que acabam caracterizcrndo suas
Através d.\ experimentação acidental (acidentes indicações tnap0uticas homeopáticas:
envolvendo picadas de cobra) conhecemos muitos dos
sintomas decorrentes da ação destes venenos . • Decomposição e liquidiEcação do sangue.
A Homeopatia, por sua vez, enriquece o tema ·Os locais afetados incham rapidamente e rapi-
através da experimentaçJo metódica (patogenética) de damente entram em processo de decomposição.
doses mínimas (altas diluições sucussionadas) destas • O san"l.le Eca escuro, fluido e desvital.izado;
substâncias, administrando-as a grupos de indivíduos
sadios (experimen tadores) e observC\ndo os sintOmas
desta forma Ilá predisposiçio para toxi-infecções,
tais como febre rifoide, difteria, gangrena, úlceras
desenvolvidos. fagedênicas, etc.
Surgem assim os medicamentos homeopáticos e • Provoca maC\lChas amarebs na pele (não por
seus conjuntos sintomáticos típicos ou característicos. icterícia mas devido à hem6Iisc ).
É baseado exatamente nesses conjuntos sinto- • Descargas ofensivas.
máticos das substâncias experimentadas que o home- • Coração fraco.
opata aplica a "lei da semelhança", transformando a
solução medicamentosa nUm Remédio.
Por ser preparada a partir de um produto E-
siológico (uma secreção glandular), esta categoria
de medicamento recebe a denominação genérica de
sarcódio.
A Matéria Médica Homeopática dedica particu-
lar espaço para 9 cobras.

1. Bothmps lanceolatus
2. Cenchris contortrix
3. Crotalus cascavella
4. Crotalus horridus
5. Elaps corallinus
6. Lachesis lanceolata
7. Lachesis trigonocephal><s
174 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Antídotos
São apomados como antídotos tradicionais
• álcool, uísque (em grande quantidade! ), calor
local, amonia e permanganatu de potássio.
• hoje em dia, Hão devemos esquecer do soro
antiofídico !
Cenchris contortrix
Patogenesia
Trata-se do veneno da serpente "Cabeça de co-
bre" ("Lachesis dextra").
A serpente norte-americana chamada "cabeça de
cobre", Cenchris contortrix (Ancim-odon contortrix), é
considerada muito similar à família Trigonocephaü.s
(à qual pertence a surucucu - Lachesis). Apesa; de ser
menor em tamanho, possui veneno mortal . E geral-
mente encontrada nas regiões temperadas da América
do Norte, próxima a cursos d'água, convivendo com
a "cobra d'água": Cenchris piscivarus.
Sua patogenesia original pode ser encontrada
entre os " novos remédios de Kent" (sic. Dr. Ro-
bert Séror) e conta com 429 sintomas [35 mentais
(8,16%)] observados em 7 "experimentadores", de
acordo com O protocolo abaixo:
N este protocolo, são destacados como caracte-
rísticos 12 sintomas, a saber:
Clínica
Cenchris cunturtrix pode estar indicada nas se-
guintes siruaçõe.s clínicas: amauruse, catarros, diarréia,
edema supraorbitário, cefaleia, afecções cardíacas,
leucorrei a, mcnurragia, pesadelos, dores ovarianas,
afecções da garganta e disnírbios vulvares (erupções).
Características gerais
Cenchris contortrix guarda as princi pais caracterís-
ticas dos venenos de cobra: coma; semi-consciência;
insensibilidade corneana; edema de lábio superior;
edema generalizado; paralisia; transpiração fria e
pegajosa.
Sintomas distintivos
Marcada alternância de humor;
• Extremamente distraído, desatento;
• Sonhos vívidos e horríveis: não consegue
deü,ar de tremer por horas após despertar; frequen-
temente são lascivos;
• Edema supraorbitário, abaixo das sobrance-
lhas, como um saco d'água pendurado;
• Diarreia caracterizada por dor antes da eva-
cuação e fezes frias;
• Leucorreia amarela. Dor no ovário direito.
Erupção herpética na vulva;
• Tosse seca, dura, piora às 15 h;
• Inquierude; sensação de sufocação, palpita-
ções, sensação de morte;
• Não tolera ruupas apertadas;
• Calafrios ou febre iniciando à tarde;
• Sensação de coração distendido, como se
sozinho ocupasse toda a caixa torácica;
• Acorda com disnírbio vulvar ou anal, seguido
por dolorimento e certo en torpecimento na região
sacra, melhora andando;
• Modalidades de agravação: deitando, à tarde,
ao anoitecer e à noite, aoacordar.
Cench,iJ contortrix guarda relações com:
• Lachesis: muito próxima, mas afeta mais o
ovário esquerdo que o direito; além disso, consegue
engolir sólidos e não liquidos, enquanto Cenchris tem
dificuldade de engolir em seco, engolindo bem tanto
sólidos quanto liquidos.
• Crotalus: também perde o senso de direção e
posição.
• Crocus: também tem humor alternante.
• K1:r./i carbonicum: no edema de pálpebra supe-
flOr.
É homeodotad a por ChanlOmiUa: no caso de he-
morragia e por Amonium carbonicum : nos sintomas
gerais. Homeodota P"lsatilla.
São seus principais sintomas:
Mentais
• Alternância de humor.
• Ansiedade, sensação que irá morrer subita-
mente.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
75
• Perd,l de memória. Letargia. Desatento, dis- Coração
traído. Pega conduçio értada sem perceber para onde • Sensação que o coração cresceu e ocupa todo
está indo. Deixa passar o ponto que deveria descer da o tórax com marcada consciência da existência do
condução. coração.
• Descontiado, pensa que seu marido quer • Dolorimento em peso e súbitas agulhadas no
coração.
interná-Ia num hospício.
. • Palpitações ("flurrer") sob a escápuJa esquerda.
As 15 h: sensação de "flurrering" seguido de sensação
Cabeça que o coração está saindo dentro do abdome; então
• Dolorimenro em peso com sede na reglao o pulso torna-se fraco, surge calor e o quadro dura
fronral à esquerda irradiando pata baixo, na atcada até após a meia-noite.
denrária esquerda e daí para a direita da região frontal
irradiando para baixo, na arcada denrária direita. Estômago
• Náusea melhora pelo gelo, piora pela água
Olhos (vomita).
• Edema tipo bolsa d'água sobre os olhos e nas • Deseja bebidas quentes.
sobrancelhas.
Abdome
• Dolorimento, prurido e vermelhidão marginal. • Não tolera roupa apertada.
• Visão embaçada. • Diarreia matinal, ao levantar: evacuação em
• Lacrimejamemo à esquerda. jato, frequente, aquosa, no início indolot sutgindo
grande dor após algumas horas.
Nariz
• Catarro. Órgãos sexuais
• Crostas. • Masculino: violento desejo sexual.
• Obstrução. • Feminino:
• Desejo aumentado.
Face • Leucorreia amarelada.
• Dor no ovário direito.
• Face inchada. • Erupção hetpética vulva r.
• Olheiras. • Fluxo menstrual muito ptofuso com coágulos
negros. .
Garganta
• Acúmulo de muco com tosse grossa. Órgãos respiratórios
• Dificuldade para engolir em seco, mas com • Tosse seca, dura piota às 15 h, sempte causan-
facilidade para engolir sólidos ou líquidos. do escape de urina.
176 Carfos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Apresentação
Sinonímia: Amhemis vulgaris, Chamo tlOstras,
Chamo vulgaris, Chrysatlthermm, ehamomilla, Leu-
camhebm,m, Matlzatlilla, Matriearia ehamomilla e
Matriearia sua1'Colms.
Esta planta pertencente à família das Composi-
tae, subfamítia Corybiferae, encontrada na Europa,
América do Norte, Norte da África, Ásia, cresce na
beira das estradas em terrenos não culrivados, secos
e atenosos, tem cheiro suave, agradável, semelhante
o chato.
Chamomilla
à maçã (empregada em infusões COntra indisposição
gástrica, cóticas, como calmante), sabor forte e wn
pouco amargo. Possui os seguintes princípios ativos:
azuleno, álcool caprilico e nomílico, tanino, além
de substâncias amargas. Amplamente utilizada na
Europa como fitoterápico e como erva aromática.
A sensibilidade da planta é sua característica maior,
evidenciada por sua texrura e forma de crescimento. A
tintura-mãe é preparada com a planta inteira, colhida
à época da floração.
Foi experimentado por Hahnemann no F rag-
menta de viribus medicamentorum pOSltlVIS e na
Matéria Médica Pura, l' edição.
Ação geral do medicamento
Cha111.omilla atua sobre os nervos sensitivos, por
onde produz hiperestesia, com hiperscnsibilidade
aos estímulos dolorosos, em desproporção com a
gravidade do caso. Dores que pioram por calor, ao
entardecer ou à noite.
Qualquer impressão externa pode provocar um
estado de angústia ou ansiedade. Estas dores podem
frequentemente terminar em desmaios, principal-
mente em pessoas que usam narcóticos ou café em
demasia.
Nash: "Frequentemente este estado de hiper-
sensibil idade pode alternar com estados de enl1lmes-
cimento, como nos estados reumáticos". Segundo
Nash, existem ourros medicamentos além da Chamo-
milla para a raiva e os transtornos causados por ela:
Aeonitum, B'Jonia, Coloeynthis, Ignatia, Lyeopodium,
Nux vomica, Staphisagria.
Boericke: Os sintomas chefes pertencem a esfera
mental e emocional. Especialmente indicado nas en-
 Maléria Médica Homeopática Interpretada
fermidades inlàntis, onde o mau humor, inquietação
e cólicas dão a indicação.
A inquietude é um traço forte no medicamento
Chamomilla. Segundo Allen, a calma mental contrain-
dica este medicamento.
Hahnemann: "Não se deve empregar Chamo-
milla em pacientes que suportam a dor com paciência
e resignação".
Núcleo do medicamento: Discurso da baixa
estima, não se tolera, daí sua agitação exagerada,
insatisfação e inquietude.
Não há hipertrofia do ego e nem tendência des-
trutiva, mas apenas irritativa, o que condiz mais com a
natureza tóxica, sendo considerado um medicamento
Antipsórico (José Laércio do Egito).
Sintomas mentais
Sujeito muito irritável, com humor áspero,
brigão, suscetível, colérico, rancoroso, impaciente,
obstinado, reconhece seus defeitos, mas não consegue
atuar de forma diferente.
Hipersensível a tudo, principalmente às dores.
Impaciente, não pode suportar quando inter-
- rompem sua fala. Não tolera ninguém ao seu redor,
não quer que lhe olhem e muito menos que o toquem,
não quer que lhe falem (Sil.), quando responde é com
grosseria e com predisposição a encolerizar-se. Após a
crise de cólera, tem vários transtornos como angústia
e sensação que seu coração vai estalar.
Ansioso, agitado, impressionável, muito sensível
à: dor, que o leva ao nlror. Agitação e insônia tão mar-
cadas que se aproxima do trio da agitação de Nash.
Não tem o medo da morte de Acon., pelo contrário,
solie tanto com suas dores que chega a preferir a
morte a ter que sofrer as dores que sente.
Difere ainda de Ars. e Rhus-t. porque a agita-
ção de Ars. vem acomparihada de debilidade e em
Rhus-t. relaciona-se com o alivio de suas dores pelo
movimento, Chamomilla não tem a debilidade de
Ars., sua agitação e insônia são consequência de sua
exagerada sensibilidade que faz com que não possa
suportar suas dores, ainda que mínimas.
Mais frequente em mulheres e crianças, sujeitos
muito nervosos ou que ficam assim por abuso de café
ou narcóticos. Tipo nervoso-sanguíneo, biper-rdlexo.
Mulheres
Mau humor antes da menstruação e durante O
parto, regras abundantes de sangue escuro, coagulado
177
e mal cheiroso. "Remédio excelente para os estados
biliosos das mulheres nervosas e irritáveis." (Dr.
Dewey) - Nilo Caito.
Crianças
Humor detestável, cheio de vontades, furioso se
não é atendido e rechaça tão logo lhe dão. As crianças
se acalmam no colo ou \)0 carrinho, mas sempre em
movimento.
Lathoud chega a dizer que Chamomilla é mau,
e o contraindica quando há estado de calma mental.
Vive permanentemente a sensação de ter sido
insultado, sendo por isto muito sensível à mais suave
ofensa, mesmo imaginária, ou ainda que tenha ocor-
rido há muito tempo.
Hahnemann disse a respeito de Chamomilla: "É
inadequada para pessoas que suportam a dor com
calma e pacientemente."
É uma das drogas dos casos fora de proporçôes
(tais como dores do parto, dores de dente, reumá-
ticas etc .. ). Um sintoma interessante é a dor com
dormência (Plat., Cocculus). "A sensação paralítica
de Chamomilla em qualquer parte, nunca ocorre sem
estar acompanhada por dor repuxante e dilacerante, e
essas dores em Chanum-.illa são sempre acomparihadas
por sensação paralitica ou de amortecimento da parte
afetada." Chamomilla não consegue suportar a cama,
tira os pés para fora da dma (Sulph., Puis., Med.), é
levado para fora da cama· pela dor ou pelo extremo
desconforto e sofrimento, suas dores são mais severas
a noite levando o paciente ao desespero, com uma
sede insaciável, suor quente na cabeça, molhando seu
cabelo, um lado da bocecha mais quente que o outro.
MMP (matéria medica pura)
"Constantemente de mau humor, como se hou-
vesse sido insultado".
"Não pode deixar de falar sobre antigas vexações
do passado". Este sentimento é algo tão profundo em
Chanwmilla que se manifesta através dos sintomas
causados por ser depreciado, por mortificação, por
honra ferida e por cólera, comprovado com um sin-
toma curativo durante as experimentaçõcs do medi-
camento: "Tranquilo e calmo ante uma provocação".
Estado de irritação c mau 1111l11or constante,
permanentemente descontente consigo mesmo, com
ansiedade de consciência por tudo. Também manifesto
em seus atos, é covarde, irresoluto, tem ansiedade pelo
futuro, temor ao trabalho e aversão a ser observado.
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cola bs.
Esta insatisfação também se manifesta no seu
constante desejo de mudança (Tt<b., Hep., Bry. ), é
cheio de caprichos.
Em sua sicose, tem ideias fixas, é obstinado com
sua sensação de ter sido insultado, nada do que lhe
façam o deixa satisfeito, ninguém pode lhe dirigir a
palavra, não tolera ser interrompido Enquanto fala.
Autoritário, imperativo e com disposição a depreciar
aos demais.
Intolerante à contradição e desconfiado, seus
escrúpulos de consciência dão lugar a uma falta de
sentido moral, é tão impaciente que tudo lhe parece
demasiadamente lento (Med., A>;g-n.).
Em sua manifestação sifllftica, rumina os insultos
e mortificações, é brigão e discutidor por rudo, fica
silencioso e não quer responder quando lhe dirigem
perguntas, senta-se duro e parece estar alheio a rudo
o que se passa ao seu redor.
Indiferente a rudo, responde de forma áspera e
curta, fica descuidado, não se impressiona com o bje-
tos ou fatos ao seu redor. Está sem espetanças de se
recuperar, reagindo de forma violenta quando tirado
de seu mutismo.
Margareth Tyler - define bem seu desconforto
interior: Esta pequena erva floresce entre os montes de
feno, uma peculiaridade é que suas pétalas brancas se
inclinam para trás, como se colocassem suas pequenas
mãos para trás de si (suas pétalas não param quietas).
Um excelente nome para Chamomilla é: "Não pode
suportar !"
Não pode suporrar a si mesmo . Não pode supor-
tar as outras pessoas não pode su porrar a dor (Coffia,
Acon.). N ão pode suportar as coisas deseja joga-las
fora. Tudo é simplesmente intolerável.
Miasmaticamente
• PSORA - Discurso da auto estima, não se
tolera, daí sua mobilidade exagerada, insatisfação.
• SICOSE - Irritação e mal humor a todo ins-
tante, pois também não tolera o o utro, ideias fixas,
caprichoso obstinado, intolerância a contradicão.
• SÍFILIS - Silencioso, não responde qU3.!~do lhe
perguntam, desesperançoso, melancólico.
Sintomas gerais e locais
Insônia com inquietude amplificada durante a
noite, acorda sobressaltado, tremulo com repuxões
nos membros e nas pálpebras. Munnúrios durante o
sono, chora e berra durante o sono, grita e agita-se .
Nem durante o sono que é o momento narural de
repor as energias nossa Chamomilla consegue sossegar,
se dar o direito de descansar, quanto equivoco '
Sonolência durante o dia, chega a adormecer en-
quanto come, porém à noite, sua agitação sobrevém,
com insônia. Apesar de querer dormir, quando dorme
tem o sono agitado, grita, geme, retém sonhos angus-
tiantes, com acidentes, que cai de abismos, desgraças,
pesadelos terríveis, às vezes.com os olhos entreabertos
e desperta sobressaltado. Sonolento sem conseguir dor-
mir (Bell., Caust., Op.). Tosse com ro ncos, po r pruri-
do subesternal, durante o sono, que não o desperta.
Suor quente e viscoso no couro cabeludo e face,
sobretudo após comer, enxaquecas de mn só lado, com
a maçã do rosto vermelha enquanto o outro lado do
rosto está pálido, dor latejante ou pressiva; hipersen-
sibilidade no ouvido ao vento frio, com zWl1bidos,
dores desgarrantes, em acessos que o deixam desespe-
rado; blefarite com ulceração e contração espasmódica
das pálpebras; lábios fissurados e secos , nevralgia do
trigêmio com do res intoleráveis, agravada pelo calor.
Uma face vemlelha e outra pálida, principalmen-
te após comer ou por enxaqueca.
Sede extrema, com a boca e língua seca, gosto
amargo ou rançoso, hálito fétido; dores de dentes
insuporráveis, pulsáteis ou em pontadas, os dentes lhe
parecem demasiadamente gr3.!1des, agrava por bebidas
quentes, ou por entrar em W11 ambiente quente, me-
lho ra por bebidas fri as, pio r à noite; aftas na língua.
Constrição na gargantà como por uma fa rpa,
espasmos que o impedem de engolir alimentos só-
lidos; infl3.!nação de glândulas salivares; cãibras no
es tômago, sensação de que ps alimentos estão pesan-
do, distensão gástrica ; anorexia, aversão especial ;:>elo
café, que lhe faz muito mal.
F1arulência e cólicas, distensão abdominal, expele
gases em pequenas quantidades e sem alívio, cólicas
após encolerizar-se, com ansiedade e náuseas .
Diarreias pastosas , verdosas ou amareladas,
como ovos mexidos, com dores no ânus, em especial
em crianças durante a dentição. Aconitt<m também
tem diarréia esverdeada, porém com aspecto de espi-
nafre picado e acomp3.!lhada de tenesmo; A>;gentt<m
nitriwm tem diarréia esverdeada como espinafre
picado, em jorro; e Calcarea phosphorica tem diarréia
esverdeada e líquida que, como Chamomil/a, é comWll
na época da dentição. Diarreia provocada por excita-
ção emocional, raiva, má notícia ou medo.
Regras adiantadas, com sangue abundante e
negro, cheio de coágulos, com cólicas violentas, com
repuxos violentos nas coxas e pernas, desejo frequente
de urinar e humor insuportável.
 Matéria Médico Homeopática Interpretada
Mamilos i nt1~mad(1~, ~m,f\'ei 5 ao roque (HeÚJn.,
Phvt); m = ilOl' inf.tn ri \ sensíveis ao roque. O leite
e>rorre, em mulher lactantes (jorra d~pois do des-
mame : CO" . l. (Allen\ .
Nlcttomgia com co águlo> ~ sangue negro (co·
3gul~do), com cólicas como se fosse de parto . Leu-
correia arnardada , cscorianrc, p ior.! depo is de comer
Ameaça ,I<- . hu no depo i& de ema :io ou cókr:l.
Rigld,:t. do co lo, do rL"S do parto qlle se iniáun
nas COSlil!\ c vão até a fJCC il1terna das coxas, grit:l
que não suport~ m.us, gritos desproporcionais à dor
que seme .
H tP"~crLSivd a odores, secreção de muco quente
e aquoso, com sensação de nariz rapado. Aspereza e
constriç:iu na la ri ng~, ronCos por cararro bronquial.
Tosse seca, irTltantc., com coceira consrante na gar-
ganta, que piora enquJIlto dorme, de 2J às 24 horas e
que não d perta o pad em . Tosse agravada por vemo
e tempo frio. A c C! 11)11 encolenza-se q uando tn~St:.
Dores reumátieas viol nm> que tlnIIn o pa iente
clt cama e que o obrigam J canunhar pela <:a. . Agira·
ção por dor. do res ciánca\ principalll1cnre à csquerda,
crubras à noite ru>. paorurrilha. D or nos membros,
~gr. ada J no ire., q\le o o briga a levantar-se da cama
c andar de um hdo para o outro (Rhus-t., Fe>-rum,
VerM .) . (Na,h).
Hipcrsensível ao frio , mas se aquece dpido .
Rcu m:íricos e nel'dlgiCQs
Tr:tnstornos por ate, narcóricos, dentiçlo, suor
suprimido pelo frio por cólera.
HipersensibiJidade, em todos os pontos de seu
corpo, na cabeça com sensação de pressão, latejamento
(lU como se estivesse est.lJando. Quadros de enxaqueca
de um só lado, com um lado do rosto vermelho (o
bdo da dor).
Sensibilidade dolorosa exacerbada, dores lJIl-
cinantcs. Dores que levam o pacieme ao desespero;
nevralgias , disnwnorrei a nevrálgica, parto. Quase
específico das dores de ouvido das crianças. (Nilo
Cairo).
Hi outra sCllSaç:;o frequentemente associada,
alglllnas vezes altcrn:llH.io COIT1 a dor ou com a hiper-
sensibilidade - a donnência. Encontra-se em cstados
reumáticos ou de par.ilisia, sendo muito caraCterística.
(Nash).
Queimação nas solas dos pés à noite., colocando-
as para fora da cama (Puls., Sulph., Med. ). (AIlen).
Agravação: Por ar frio, raiva, vemo, calor súbito,
de noire (21 :" 24 ho ras), por cate, por eructaçocs.
Melhora : Por snar, muiras dures melhoram por
calor local, exCetO udontalgia, que melhora por fri o,
17
rempo queme e úmido, por ser carregado no colo,
em Jejum.
Térmico: Friorento melhorado pelo calor.
Sede: Aumemada
Fome : Fome à noite, ou ausente.
Aversoo: A alimentos; ce rveja; café e bebidas
quentes ; carne.
Desejo : Café, ácidos, bebidas frias
Latcraridade: esquerda.
Transtorno: cólera
Comparação:
o Descobre os pés:
Med., Sull'h., Puls., Sanic., Op., Chamo
o Três grandes remédios da dor:
Aco"., C/mln., Coff
o Tosse sem acordar:
Cham., LMh., Cale., Coff
o Transrorno por cólera:
Acon., Bry., Colo c., Ign., Lyc., Nux-v; Staph.
o Amortecimento da parre afetada :
Acoll., Cham., Plat., Rhus-t
o Dismenorreia dulorosa:
Cham., Cinúc., Caul., .Mag-p, Vib.
o;', pele supura pelo menor ferimento :
C ham., BIJY., Hcp., Sil.
Principais indicações clínicas :
Aborto. Aleitamemo materno. Cãibras. Cefaleia.
Cólica abdominal e hepática. Convulsões. Coque·
luche. Dentição da criança. D ermire das nádegas.
Diarreia . Dismenorreia. Dispepsia. Disrocia . Fissura
anal. Insônia . Metrorragi3S. Nevralgias . Odontalgias .
Otire. Tosse.
Homeopatia & Pediatria
O s efeiros calmanres desra planta são os mais
conhecidos dos pediatras e da população leiga em
geral. O mais chamativo aqui é a melhora com o
movimento, os pais tem que ficar chacoalhando o
bebe (embalando com vigor), e quando param um
pouco desperta a griraria e o choro, mesmo coisas
aparentemente sem lógica como melhora a irritação
de uma erupção dentária agirando-o no colo (trans-
tornos por dentição), o esperado seria querer sossego
na hora da dor, mas em Chamomilla é o contrário.
Cólera quando tosse. Crianças que só dormem no
colo e com embalo, fa7.cndo revezamento dos pais.
Tem que ficar sacuclindo ou chacoalhado o carrinho
ou dar uma voltinha no quarteirão de carro para poder
dormir, na arualidade temos até carrinho mororizado
para as Charnomillas mais chies.
 8 Canos Brunim, Mario Giorg; & CoJabs.
• Um humor detestável, cheia de H)nt,ldes e
caprichos, furiosa qLlmdo não atendida, tiz crises de
birra , a música agravJ Chamomilla . Grande medica-
mento das cóucas de barriga do RN, com e\'~ cuações
esverdeadas, nenhuma posição lhe agrada o que de-
monstra insatisfação .... Você olha para uma criança
Pu/satilla chorando tem vontade de acarinha-Ia no
colo, entretanto uma Chmnomilla dcí vontade de jogar
pela janela. Para MargJretb T yler CiJmnomilla é uma
das drogas do !\.3(: do berçário, Acon. - para desordens
ci rculatórias, BcU desordens do cérebro e Chamomilla
desordens do temperamento.
Crianç'1S mandonas, pedem qu e pessoas, in-
clusive a enfcnneira e o médico saiam do quarto)
choram até consegu ir o intento um choro incansável
de birra e bravcza. Se Chamomillrr c' um bebe doente,
ele é facilmentc' reconhecido, irá se lamentar, berrar,
i.nsistir para ser levado no colo . No momento em que
sua mãe cansada ou seu pai exausto tentarem senta-lo
ou desce-lo do colo, começará tudo ourra vez, sendo
a noite tudo piora , Quando estica sua mãozinha de
um objeto para O ourro e quando lhe oferece m algum
deles, ele os atira longe, M arcas Registradas de nosso
cr iança C:IJmnontilla . Nash diz ele não sa be o que
quer, mas O médico sa be Chamomilta nela A criança
subtament< endurece o corpo e incl.ina -se' para trás,
chuta quando carregada, chora sem moderação e atira
todas as coisas, que amorzin.ho de bebe! II
Homeopatia & veterinária
REgina Torro- Ani mais irriráveis, coléricos e
brigucmos. Obstinado. Impacicme. Caprichoso, não
tolera ninguém por perto quando zangados. Não tole-
ra contradição. Desconfiado. Descomeme com tudo.
Muito agitado e sensível a dor, nestes momentos
furioso, quer destruir tudo. Melhora quando mantido
em movimemo nos braços.
Ag rava nas erupções e trOcas dentárias, onde
ocorrcnl diarréia e cólicas.
Cólicas de gases, abdome distendid o como
tambor e sensível ao toque. Di vide com Colocynthis
o espaço para cólica no equino
A Criança de ... Sonolento de dia mas agitado
dutante a noite. Hiperse nsíveis as dores.
Casos da vida real na internet, o que aS pessoas
pensam e dizem
Minha bebê de 9 meses anda muito agirada e
agressiva o que faço? Quando não quer comer cospe
a comida pra fora , faz muita manha, joga a cabeça
pra tras, quando noS falamos não ela começa a chorar
as vcteS vamos dar beijos ela fica irritada , por que»
- Oi amiga, é norm al , ás vezes pode ser que
estão nascendo os dentinhos , e eles ficam realmente
inquietos, leve-a ao pediatra, para ter a certeza, se
for dente, tem muitos remédinhos que aliviam o mal
estar do bebê.
- Olha, a minha nenê tem 1 a.no e melO e já
passou por uma fase assim, depois passou, de ve7. cm
quando ela ainda tem uns "ataques" desses. Agora o
problema é a teimosia ... é insuportável falo mil wzcs
e ela não obedece i! Mas concordo com uma resposta
que vi aqui, seja firme , não dê muita colher de chá,
porque eles são muito espertos, eles nos testam O
tempo todo. Vai passar, beijão! I
- Olha, pode se r alguma coisa que esrá deixando
cio assim repare no ambiente em que ela vive, se é
calmo, se é tudo tranquilo. As pessoas que convivem
com ela tb in.flueci am muito viu>!
E caso não seja nada disso e vc tiver encucada
procura um médi co, um psicológo ele va i indicar te-
rapias e massagens para o seu bab)' ficar mas calmo.
Beijos - boa sorte .
- Deve ser um a fase em que eles Se sentem limi -
tados pelo "não". ElZem birra. Demonstre tirmeza em
sua opinião e nao o deixe tomar conra da situação. Eles
já nos testam desde cedo. Ofereça a mesma comida no
jantar. Não troque a comida por bolacha ou qualquer
Outro alimemo. Um a ho ra a fome va i apertar. Os
dentes costúmam atrapalhar mesmo.
 •
Matéria Médica Hom90pática Interpretada
Grande CheliiÚJnium - Ervas-de-venugas Golon-
drina - Quelidonia - Ec/aire.
- Família - Papaverácea.
- Habitat - Europa e América (muros - ruínas
antigas - lugares úmidos: escombros, penhascos).
- Lateralidade - Direita.
- Tropismo - Fígado.
- Keynote - Dor no ângulo interno do omoplata
direito.
- Agravação - 4 horas e 16 horas, por movimen-
to, por mudança de temperarura, por tato superficial.
- Melhora - Depois de ter comido e por alimentos
e bebidas quentes, depois da refeição da tarde, pelo
repouso, pela pressão, pelo calor (exceto a cabeça).
- Composição química - Compreende 2 alcaloi-
des: a Sanguinária ou Chelerythrine, que é abundante
e, em sua proporção menor, a CheliiÚJnia.
- Medicamento - A tintura-mãe é fcita com a
planta fresca, inteira no momento de sua floração .
Histórico
ChelitWnium majus é uma planta que nasce na
Europa e América, em lugares úmidos, escombrosos,
Chelidonium
velhos muros c penhascos, produz flores amarelas
brilhantes, e com folhas aladas com verde brando.
Suas raízes são de cor marrom e a planta contém suco
amarelado, viscoso e amargo.
A princípio foi usada como remédio para o fi-
gado, devido à cor de seu suco, que é parecida com
a bile. Mais tarde, depois de feito o esrudo de sua
patogenesia, foi comprovado este fato.
Considerada como cáustico desde sua origem,
os médicos gregos, Galeno e outros, a usavam nas
enfermidades do fígado, especialmente a icterícia e
também diversas oftalmias. Este último uso lhe valeu
O nome de "Ec/aire" e "Salignac". O nome "Golon-
drina" (em grego: Kdidon), vem também da virtude
oftálmica, porque os ninhos de Golondrinas tinham
fama de serem bons para as enfermidades dos olhos;
e porque se destinava a eStes pássaros a virtude de dar
a vista a seus filhotes com o suco desta planta.
"Dioscórides" - USava para aclarar a vista.
"PLúüo" - falava de um coürio com o nome de
Chelidonien.
"Schalbern" - no século XVII usava a planta em
cataratas.
Foi usada para oftalmia escrofuJosa, ulcerosa ou
não, queratites e manchas córneas.
CheliiÚJnium tem sido usado por médicos de
todos os tempos : Galeno, Dioscórides, Paracelso,
Boerchane, Hufeland e Rachemacher.
Paracelso O considerava como drenador de Au-
MIm nas enfermidades do figado.
Van Hclmont a recomendava na ascite.
Recamier a utilizava nas febres intermitentes,
gOtas, inflamações do peito e congestão do baço.
Cazen, em seu tratamento de plantas medicinais
indígenas, recomenda contra calos, verrugas, úlcera
 8 Carlos Bruníní, Mano Glorgí & Colabs.
de má Úldo le (humor bilioso), físrulas escrofulosas
e coceiras.
Gran Clement usava em elUpções vesiculosas e
herpéticas.
Dr. Hinsdale constato u nos pulmões forte con-
gestão das partes superficiais, desorganização dos
pulmões na região mais congestio nada, inflamação e
espessamento da pleura. No duodeno parecia motriz,
ação hiposteniante. Usava também em inflamações
pleliro pulmonares.
Burnet, em seus esrudos clÚlicos , nos dá por
via indireta dados preciosos sobre o fígado do Che-
lidiJnium. Concluiu que ChelidiJnium res ponde ao
aumento de volume vertical do fígado.
Nebel - corresponde especialmente a superpro-
dução de indol com eliminação, dando ao enfermo
um odor fecaloide .
Ú'
,/
Teste c Rogai - síndrome bronquítico de caráter
catarral, cspecialmcntc nas crianças.
Síndrome asmático em artrÍtico biliuso, com
influências de mudanças de tempo e manifestações
norumas; com sensação de constricção na região
diafragmática.
Df. Farrington - podemos fazer uso desta dro-
ga em simples estado conhecido como "bilioso",
em congestão ou inflamação hepática e também na
pneumonia com sintomas biliosos.
ChelidiJniurn majuJ & sua vida temperada pela
amargura da bile' U ma planta perene, com gOSto
agudo e ardente que quando comprím.ida, produz um
sumo amarelo, leitosos e corrosivo. Também pudera!
Ela cresce em sebes e locais sujos, entre pedras e restos
de lixo (assinarura da amargura).
ChelidiJnium é um enfermo indolente, pregui·
çoso, mal-humorado , propenso a hipocondria, a
melancolia . Toma às vezes forma religiosa, medo de
condenar-se, ou ideias suicid as. Medo de ficar louco.
Teme o trabalho mental e físico.
No estado agudo pode haver delírio tranquilo,
scguido de letargia. Durante o dia grande tendência
a sonolência.
Biopatologia
Pessoas magras, secas, com cabelos vermelhos)
pele cinza-amarelada, muito irritáveis e suj~itas a
afecçües hepáticas (Ch,ron).
Sintomas mentais
T risteza e ansied ade sao caracte rfsti~'11S marcan·
tes o Ansiedade lJ Lle impede de descansar, mantendo
o paciente intranquilo dia e noite.
Tristeza como se houvesse cometido um crime,
COlno se 'estivesse para acontecer algo terrível. Tris-
teza de tal forma que pensa que vai morrer. Humor
chorão, desgostoso, descontente.
Desgosto por todci esforço mental e pela con-
versação.
Melancolia , mal-estar cardíaco com grande
eXCitação.
BIOTIPOLOGIA- Pessoas magras, secas com
cabelos vermelhos, pcle cinza ama...lada, muito
irritlÍveis e sujeitas as aftcfóes hepáticas.
 Matéría Médica Homeopátíca Interpretada
Vertigens - delírios (perda de consciência e
devaneios). As coisas giram ao seu redor. Vertigens
que não cessam e são seguidas de náuseas e às vezes
de vômitos.
Sensação de plenitude e angústia no estômago
agravada por movimentos.
Paciente deprimido moralmente e propenso ao
pranto.
Angústia mental- irrequieto, necessita mover-se.
Sente a cabeça pesada e apenas pode levantá -la
quando apoiada em almofadas.
Incapacidade da mente para trabalhar, impos-
sibilidade para pensar, para meditar, pulso lento.
Como vimos pelo sintomas acima, os indivíduos
que sofrem Chelidonium têm uma vida temperada pela
amargura da bile.
Exaltação do espírito alternado com depressão.
KENT: "Desordens do fígado que levam à me-
lancolia, produz pesadez mental com incapacidade
para pensar, e desordens no coração com grande
excitação."
Ainda segundo KENT: "Este remédio parece
atuar sobre todo o sistema, mas quase sempre, junto
com as outras desordens, veremos o fígado afetado
e é adequado aquilo que os médicos e os antigos
chamavam de "estado bilioso"."
O núcleo mental desse paciente, segundo Ber-
nardo Vijnovslcy, é:
"Ansiedade de consciência como se fosse culpado
de um crime e desespera-se para obter salvação de
sua alma.
Sente-se perseguido por um odor nauseabundo,
fecaloide, como se todos os objetos que o rodeiam
estivessem sujos de matéria fecal.
Melindrado, pressente a morte, melancólico,
chorão.
Aversão ao trabalho físico e mental, especialmente
depois do almoço, quando tem preguiça."
Matéria Médica
Hahnemann
Ansiedade de futuro
"Extraordinariamente deprimido, cheio de pen-
samentos obscuros acerca do presente e do futuro
que o fazem chorar, ele não porlia ter descanso em
nenhum lugar."
Allen
Ansiedade de consciência
Irritado, deprimido, como se tivesse cometido
algum mal. O que não lhe dá descanso.
183
Ilusão de identidade
Ansioso a respeito da morte e de ser um soldado,
à noite.
Saúde
Humor triste, ela teme que tenha arruinado sua
saúde com a experimentação.
Outros
Fica assustaaa ao menor ruído, como se não
tivesse uma boa consciência.
Humor muito irritável, "estouro" diário de raiva
sem causa, sente como se pudesse bater nas crianças
e treme de raiva porque não tem razão para fazê-lo.
Mal-humorado e constantemente insatisfeito
com aqueles à sua volta.
Hering
Ansiedade de consciência, pela sua saúde, medo
mórbido.
Inquietude e desconforto de consciência. Ela
sente que cometeu um pecado imperdoável e estará
eternamente perdida.
Ansiedade. Não permite descanso em nenhum
empreendimento, como se tivesse cometido um
crime, medo de ficar louca com inquietude e calor.
Imagina que não pode pensar e que vai perder
a razão.
Pensa que vai morrer.
Está contrariado acerca de toda trivialidade e
tem violentos ataques passionais de temperamento.
Sintomas gerais
Os sintomas .mentais são acompanhados quase
sempre os sintomas físicos, os quais relacionam-se
ou aproximam-se dos sintomas hepáticos: têm dores
surdas e "penosas". Dores como de machucaduras.
Fortes dores que parecem envolver a todo o lóbulo
direito do fígado, criando uma sensação de plenitude.
Pressão para cima com dificuldades para respirar.
Pressão para baixo com náuseas e vômitos.
Mas, segundo Vijnovslcy, o sintoma-chave de
Chelicidnium é uma dor fixa da omoplata rlireita, em
seu ângulo inferior e interno - piora pela manhã ou
ao despertar às 4 horas; ao respirar, ao mover o bra-
ço direito, estendendo-se ao externo ou ao ombro.
Pontadas debaixo do omoplata direito ao respirar,
representando um reflexo de afecção hepática.
Este merlicamento tem sido usado ao longo dos
anos de uma maneira organicista para curar pneu-
monia e pleurisia; várias formas de congestão do
fígado - quando estas dores vão da frente para trás e
parecem sentir-se em toda as costas - em congestões,
18 Cartos Brunmi. Mario Giorgl & Colabs.
inflamações e aumento do fígado em casos scmicrô-
nicos e inclusive agudos, demonstrando ser bastante
adequado para tais afecçõ<:s.
Tem sido também amplamente uriJizado para
aliviar a cólica por cálculo biliar. O motivo é que
Chelidonium é um dos medicamentos que atuam
sobre as fibras circulares dos tubos da vesícula biliar,
fazendo com que estes relaxem e permitam que a
pedra passe sem dor.
É claro que se um paciente es ti equilibrado,
vibrando h"rmonicamente, não haverá pedras na bik
e, po rtanto, náo haverá rctcn,lo na vesícula biliar.
Mas se ocorrer um desequilíbrio na Energia Vital e
acontecer de um cálculo ficar retido no conduto cís-
tico, criar-se-á um;! irritação ao longo desta mucosa.
Quando esta dor for lancinante, agulhante, pungenre e
se estender até as costas, Chelidonium lhe trará a cura.
A dor vai embora e isso é uma coisa muito importante
para nós; aliviar aquele paciente naquele momento de
espasmo e deixar com que a pedra pa",e através do
conduro (extraído de Matéria Médica Homeopática
de Kenr).
Existem outros medicamenros que também
poderão curar a cólica por cálculo biliar e, é claro, o
que nos vai interessar é a totalidade sintomatológica
desse paciente mais o sintoma da cólica.
Por exemplo: encontramos um paciente senta-
do na cama, com febre' :l lta, inclinado para a frente,
apoiado nos COtOvelos, com uma dor no lado direito
estendendo-se para O esquerdo; suas dores são des-
garrantes, ele está imóvel, porque tudo lhe agrava
pelo mo\·imento.
Este paciente está sentado com uma dor que o
desfigura, está irritado, deprimido, cheio de pensa-
mentos obscuros, pensa que vai mo rrer, não pode
mover-se sem que a dor U~e Crave como um punhal.
~o elia seguinte, sua pele esrá amarelada, não
quer que o tOqucm. Suas dores melhoranl com o
calor e seus simomas mentais melhoram comendo.
Se pudermos ver estc pacientc no início, poderemos
alivió-lo c até evitarmos uma pneumonia com o me-
dicunel1to Chelidonium .
Sintomas particulares
1. T emperamento bi.lioso, com vômitos biliosos
- piora ao levant:lr-se da C:lma.
2. Náuseas durante um ataque de ansiedade.
(As dores, quando SlO graves, parecem gulpear o
es tômago e causar o võmitu.)
3 . T em dor persistente no estômago que agrava
com o movimel1ro e melhora com ClUctOS. Constric-
ção e sensibilidade na boca do estômago.
Constrição e .1n:,'Ústia no epigástrio, pontadas
no fígado - litíasc biliar Je-'ando a cólicas hepáticas,
hepatites agudas e crônicas, a"ites.
A dor no estômago melhora encolhendo as
pernas e apoiando-se so bre o lado esquerdo, melhora
também comendo.
4. Aparência de cara suja, amarela, com expressão
ansiosa, sofredora. Icterícia , neuralgia do nervo facial.
5. Gosw amargo na boca, língua marcada pelos
dentes, mucosidade na boca, mau hálito, gengivas
que saogr:lm.
6 . Dor no olho esquerdo , pontadas doloro-
sas, dures como agulhadas nos olhos. Inflanlações,
neuralgia supraorbital elireita. Opacidade da córnea,
cararatas, físrulas lacrimais, diplopia.
7. As dores de cabeça são provocadas pelo calor.
Essas do res sio agravadas por movinlenros, pelo calor,
por um quarto quente, por aplioçõ", de calor.
Tem dor de cabeça periódica, biliosa, com vô-
mitos de bílis , com desejo de deitar-se, ficar imóvel ,
num quarto escuro, e melhora depois de vomitar bílis.
Tem um outro si ntoma que é: frio na região
occipital - cai cabelo da nuca.
8. Diarreia biliosa - acompanhada de icterícia.
Deposições tipo argila, pálidas , muito daras, em
crianças se apresentam muito brancas.
Diarrei" e obstipação se alternam.
9. Rouquidão. Cqm a tosse aparece p"nsãu e
dor na laringe. As elificuldades para respirar aparecem
com sintomas hepáticos, com a pneumonia e outros
problemas em nível respiratório.
"Res piração ditlcil, com curtos acessos de
tosse. Respiração breve, rápida. Ansiedade como se
estivesse por af()gar-se, aperto no peito."
Tem também ataques notu.rnos de asma, que
são provocados pela mudança de tem po. A tosse vem
com as doenças de fígado e de pulmões , da é crônica
e violenta ) espasnlódica ) seca) SCIIl Cxpe.ltoraçJo, rui-
dosa, cansativa. Coq.uduche.
10. U rina espumosa, escura . Ardência na vagina,
dor em po.nraebs 110S testículos e cordÍlcs cspermá-
tlcos.
11 . Dispneia pneumônica - principalmente as se-
guid as de complicações hepáticas. Bronquite catarral.
12 . Dores n.:um ,ltic . 1S e nevrálgicas 1l ..1S cxtrcnú-
dades. Cansaço. Indolência. Pouca disposição para
trabalhar.
13. Ataques febris , com calafrios, acompanhados
de pneumonia ou doell,as du fígadu.
Febres intermitentes, que se apresentam à tarde
ou :lO :mOI tecer.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
14. Tem sono e não consegue dormir. Fala en-
quanto dorme .
Desejos e aversões
D eseja leite quente e bebidas quentes.
A ingestão de comid as quentes melnora os sin-
tomas nepáticos, peitorais e do estô mago.
Tem desejos de vinagre, vinho, cnvej a, café e
ácidos.
As grávidas têm desejos a1imCllures atípicos.
Aversões - queijo, café c carne.
Matéria Médica comparada
Chclidoniunl - produz dores obtus.as no ângulo
inferior da omoplata direito, porém mais próximo da
coluna vertebral.
Ranunculw bulbosus - tem dores recorrentes em
todo o bordo interno do omoplata esquerdo, esten-
dendo-se algwl1aS vezes mais para baixo do ângulo
inferior, irradiando-se pelo peito do mesmo lado.
Angustura - produz dores agudas e cortantes que
se irradiam justamente na parte inferior do omoplata
di reito, ambos têm inflamaçõo no fígado.
Bryonia - é muito semelhante a Chelidol1ium nas
afecçóes hepiticáS, os duis produzem dor na parte in-
ferior do omoplata direito, e também têm inflamação
no fígado. Porém Bryonia se distingue nas evacuações
intestinais que sóo duras, stocas, cor de café e se fluem
são pastosas , abundantes e vão acompanhadas de có-
licas semelhante ao que produz Colocynthis às vezes a
matéria fecal tem odor de queij o azedo, no entanto,
amb;ls pioram pelo movimento, Bryonia deseja apoi ar-
se sobre o lado dolorido.
l>ycopodill1ll - tem alguma semelhança com Che-
liMnium; distingue-se facilmente pelos ruíd os das
flatosidades no hipocôndrio esquerdo. O sabor na
boca é mais azedo do que amargo. Vômi tos ácidos,
sensaçóo de plcnirude por tomar pequenas quantida-
des de alimento.
Quanto à narureza das dores, elas são obrusas
e como machucaduras em Lycopodium e agudas e
lancinantes em C/;clidollimn .
Mcrcurius - está indicado algumas vezes em
pneumonias com sintomas biliosos. O que o faz
distiuguir-s.e de Chelidonium é em rel ação ao caráter
das deposições , que em Mercu,-ius são viscosas e
acompanhadas de grande tcnesmo, antes, durante e
depo is das evacuações (e m ChcliMnium as evacuações
são bem mais fáceis ). Em Merc"rius a expectOração
contém f"amentos de sangue e há dores agudas que
se estendem da parte inferior do pulmão direito,
a té o dorso (este sintoma pode ser encontrado em
Chelidollium) .
Antimonium tartaricum - também tem coloração
amarela na pele, na urina e no vômito " Nas pneu-
monias biliosas, dores sob as falsas costelas do lado
direito, saliva espumosa, amarela e tenaz. Estertores
no peito e sufocação, movinlento em leque na asa do
nariz, grande depressão e fortes batimentos cardíacos.
Kftli carbol1ic",n - é wn medicamento frequente-
mente indicado no tratamento das pnewnonias. Não
está indicado no início da enfermidade, mas sinl mais
tarde, quando há exsndato copioso nos pulmões, com
notáveis estertores mucosos durante a tosse.
Homeopatia & Pediatria
Briguentos, encrenqueiro e mau hwnor após
as refeições (mesmo que seja mamadeira), aversão
as brincadeiras - os pais referem que tais crianças
são rabugentas( com A'/lbm- misanuopia, Chel aze-
dume), estranham as pessoas, mesmo as familiares,
choram e fa7..em birra, nunca vão ao colo daqueles que
desconhecem , emburram por pouca coisa. Magras
irri táveis, que se aborrecem com música e cantigas
infantis,manias de cheira rudo.
Tem O aparelho digestivo como órgão de choque,
pele am areladã, ictérica, mau hálito, língua marcada
pelos dentes e amarelada, acompanha wna hipocolia
fecal que leva os mais experientes a pedir TGO e
TGP, pela suspeita de hepatite, o que é muitas vezes
descartada.
Medicamento da icterícia nco-natal e da hepatite.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Animais indolentes , preguiçoso
e mal humorado, inquieto, com sono muito agitado,
animais amargos, hwno r detestável.
Cólicas biliares devido a obstrução dos canaücu-
los biJiares por litíase.
Desejo de leite quente a ingestão de comid as
quemes traz aüvio aos conflitos hepáticos . D eseja
vinagre e substâncias ácidas.
Sintomas oculares como catarata, ceratite e
manchas na córnea.
Icterícia, náuseas e vômitOS que pioram ao mo-
vimento.
Chelidonium se parece com Bryonia pelo aspecto
de imobilidade no momento da dor, mas Bryonia
deita-se do lado dolorido enqu antO em Chelidonium
é o con trário .
18 Carfos Brunini, Mario Giorgi & C018bs.
Caso clínico
09/02/87 - José Augusto, 9 anos
Natural: Bauru (interior de São Paulo)
Parto cesáreo: 3,210 gramas e 49 cm (2° filho - a
mãe refere cesárea por falta de dilatação)
Berçário: Icterícia do recém-nascido; não sabe
detalhar taxas de Bilirrubina, ou o Zoneamento, ficou
dois dias em banho de luz (Fowterapia).
Antecedentes familiares: Avó (materna) diabéti-
ca, parentes com alergias respiratórias (Asma, Rinite).
Antecedentes pessoais: Aleitamento materno,
até duas semanas , depois o leite foi diminuindo e
entrOu com leite artificial; catapora com dois anos,
e bronquite, que iniciou aos cinco anos de idade;
vacinas em ordem, tomou todas as obrigatórias sem
reações pós-vacInações.
Esta criança veio me procurar pelo serviço de ci-
rurgia pediátrica, pois apresenta obstipação intestinal
crônica, seguida de eventuais episódios de diarréia,
vive com a roupa suja de fezes, escapa um pouco
sempre no decorrer do dia ou quando faz "pwn."
Foi acostumado desde o segundo trimestre de
vida ao uso de supositórios de glicerina, ou mesmo de
laxativos, sendo que a família chegou, como rotina,
a colocar leite de magnésia junw com a mamadeira;
atualmente faz uso de wn clister a cada 3 ou 4 dias,
para depois evacuar.
É encaminhado por colega pediatra para explora-
ção cünica/e radiográfica sln, para definir se seu caso
não seria megacólon congêniw ou megareto.
Mesmo ficando dias sem evacuar, suas fezes não
são duras, nunca desenvolveu wn fecaloma, o aspecto
é pastOSO e frequentemente mais claro que o conven-
cional, acompanhadas às vezes de urina escura, sendo
que devido a isso traz TGO e TGP que foram pedidos
quando tinha 2 anos e 3 anos e meio, por suspeita de
hepatite, (tais exames resultaram normais). Junto com
hemograma que apresentava de imporrante desvio à
esquerda.
Raio X de abdome simples feito há 6 meses
mostra a imagem em miolo de pão, mais característica
em cólon transverso 1/ 3 distal, e cólon descendente,
o que é compatÍvel com a obstipação intestinal.
O relato da mãe:
"Guw é wna criança problemática, sempre foi
muiw apegado a mim e, quando pequeno, não saía
do meu colo. Arualmente vem apresentando muiws
problemas na relação com seus amigos na escola, o
relatório escolar conta que prefere ficar retraído nwn
canto na hora do intervalo, não brinca e, quando insis-
tem neste pOnto, ele se irrita , fica furioso, joga coisas
e responde com malcriação. A própria "tia" disse que
já fez muitas tentativas para ajudá-lo a entrosar-se
mais, wdas inúteis.
Quando nervoso, enfrenta até seu irmão mais
velho (12 anos), mesmo levando desvantagem na
maioria das vezes; é dQ. tipo 'galego', brigão.
Quando questionei a respeito de seus afews, a
mãe informou que o mesmo tinha muiw ciúme da
irmã mais nova (com 4 anos), e que as crises asmáticas
apareceram após O nascimento dela; e aqui colocou,
além do fawr ciúme, talvez a mudança para outro
quarro da casa, menos ensolarado, piorando tais crises
com as mudanças de clima.
Em relação a asma apresenta, com uma frequên-
cia praticamente quinzenal, crises forríssimas, tendo
que correr para o pronto-socorro de madrugada ,
fazer inalações e tomar corricoides, antialérgicos e
broncodilatadores; algumas vezes injeções subcutâ-
neas de adrenalina.
Atualmente faz vacinas com alergista e wma o
medicamento derivado do ácido de cewtifeno, cujo
nome comercial cabe-nos omitir.
Há dois anos fez durante 6 meses ludorerapia,
mas acabou desistindo por não colher o resultado que
a família esperava.
"Quando tem febre, esta criança deixa rodo mun-
do louco de tamanha agitação", di z Regina , a mãe .
"Gosta muiw de salgadinhos e de refrigeranres
gelados. Gosta de café e de leite, mas .. . fazer esta
criança comer carne é wna luta ."
fiz
Nesta 1a consulta wna reperrorização extrain-
do da história: .
1- Desejo de ser alçado (levado no colo) 4.1.
2- Temperamento explosivo (colérico) 13.2.
3- Calado, silencioso 11.2.
4- Inquietude durante o calor febril 54.2.
5- Aversão a carne 320.1.
6- Matéria fecal clara 404.1.
7- Matéria fecal paswsa 407.1.
8- Asma brônquica cOm a mudança de tempe-
ratura 482.2.
9- Obstipação 386,3.
Valorizei, além dos três primeiros sintomas
mentais, sua inquietude durante o calor febril, e
pensei em Lycopodium, Sulphur e Chelidonium (que
não tem inqu.ietude durante o calor febril); como
normalmente os indivíduos Lycopodium desejam
companhia, apesar de cobrir bem a sintomawlogia
de obstipação com diarréia, findei dando o Sulphur
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
mais por exclusão, e pedi que voltassem após 15 dias;
enquanto isso,estudaria as radi ografias.
Receitado Sulphur CH 30, dose única, e Placebo
3 glóbulos 3 vezes ao dia, durante uma semana.
2' consulta (volta após 40 dias)
16.03 .87 - :--rão teve crise de as ma apesar de
suspenso tanto O medicamentO alopático quantO o
rnrJiGunenro com as vacinas do alergist:l; segu.iu
oricntaçJo alimentar "macrobiótica" (na verdade na
lima dieta rica em fibras que a mãe interpretou como
macrobiótica, usou apenas 2 vezes o cliste r nc,tcs
últimos 40 dias).
Persiste, entretanto, muito rebelde, bastante
nêrVOSO, com preguiça marcada - "se der moleza ele
bu o dia todo na frente da TV'-, para fuzer liçJo é
uma guerra dentro de ca>a; n50 sei se é porque rei-
niciamos as aulas de csrá <e rCadaplaIldo, mas creio
que é O seu jeito - vag:ü mesmo; é distrafdo _esqllecc
.lté de seu próprio nome, às ve-zcs demoro um pouco
para dizer que seu nome t J u~~ AugtL<[O, vive aéreo,
chq;o até a pensar se isto de nJ(J evacuar, nao seria
prq;lliça de fOzcr força .
l '; j( ()lI muitu imprr.:s.)ioll;ldo com UOM fita dt.:
«Tnd.iana J()nes" que ulag;unos no vídeo) ffiJ$ mesmo
antes disso sempre achei o GutO medroso, sempre tem
que ter uma Im: acesa no corredor, e não vai para .'Cll
quarto sem que outro irmão o acompanhe na hora
de dormir.
'"' descontente, nada parece que vai bem, reclama
muito, resmunguemo com coisas, fala a noite toda
(o que nao fala com os outros durame o dia, fala i\
noite com resmungos) , sono agitado, parece que está
brigando no sonho.
Quando lhe perguntO sobre algum sonho, diz
que n50 se lembra de nenhum.
Acho que seria melhor a geme rentar mais un1
pouco com o medicamento homeopático, ape,ar de
que não sei se já comcmei que ele tOmou o complexo
tal do labora tório tal e SÓ tem resultado no dia em
que toma o remédio."
1
Acrescentei agora aos simomas:
Preguiça, indolência - 52.l.
Concentração difícil- 15.2.
Embotamento - 26.2.
Estando incapO? de dar conta de si - 27.1 (U.R.).
Entro com Chelidonium CH 30 - D .U. e peço
retorno em 45 dias.
29/10/87 - "Demorei esse tempo todo para vir
aqui porque o Guto esteve ótimo, nem foi preciso
marcar mais, t~m"ém andamos com problemas fi -
nanceiros, o Henri<-iue (pai) ficou desempregado, e
como tudo ia bem ..
Neste período de S,'te meses passou a ter um
sono ma.is tranquilo, su .. relação na escola melhorou
muito, agora até rraz amigos para brincar em casa, e
frequenta ~ casa destes, vai para a cama quando tem
SQno ~e m prc isar de com panhia,
Teve d 0 3$ C';SI!S de a.sma que meLh oraram sÓ
com ÍIL'\l:Ição c apcnólS uma \fel ., ' llI ndo por medo
de que viesse a , gravar ,\la tosse tlei-Ihe uma medida
de broncodibtador; seu intesrino funciona melhor,
entretanto, nus últimos 30 dias lI SOU 2 vez,·s bxante,
pois estllvn coO!;upado e com eólicas.
Eotro com Chelidonitm, 60 H - D.U.
Acrescento agora outras rubricas colhi das do
repertóriu, relendo a história :
Dcfccação involuntária - 398.1
Cólera por bagatelas - 14.2
Desesperado durante O calor febril- 24.1
(E havia tomado como inquietude durante o
calor febril 542, este último Chelidoni"m não tem ).
Descontente, insatisfeito - 23 .1
Guro evoluiu muito bem e tenho notícias suas
por intermédio da mie, quando traz sua irmã menor
Cristina, lima doce Pttlsatilla que cobrava afeto em
excesso dos pais, deixando nossu Chelidonium muito
enciumado.
1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
Chamada pelos índios andinos de "Pau de Quen-
ulras'\ a casca de certa árvore, abundante na América
do Sul, curou a condessa de Chinchón de uma febre
tenaz em 1630. Graças à influência de seu marido no
Peru, O pó d'l quina se difundiu pelo mundo a partir
de então. O nome botânico "CinchOlla officinalis" foi
dado em honra à condessa.
Passou a ser utilizada como tônico para qual-
quer doença em que houvesse debilidade, e também
para febres intermitentes. Este uso indiscriminado
provocou muitos efeitos colaterais nos pacientes,
genericamente ch3m'ldos de "Caquexia Quina".
roi então que Hahnemann, certo de que a me-
dicina clássica que aprendeu não era capaz de curar,
China
passou a viver traduzindo trabalhos científicos e se
deparou com a descrição da China (Quina ou Cin-
chona) na Matéria Médica de CuUen.
Então uma luz brilhou em seu interior, inruiu
a aplicação prática da lei dos semelhantes, "Similia
Similibus Curanrur". Era o ano de 1790 e ele ex-
perimentou em si mesmo doses tóxicas de China.
Observou e registrou os sintomas mentais e físicos
reconhecendo a semelhança entre o quadro causado
e o quadro para o qual era terapeuticamente usada .
Repetiu a experiência em ourras pessoas sadias, e os
resultados se repetiram,
Depois de múltiplas tentativas observou que,
diluindo a China, seus sintomas se torna\'Jm mais
claros e característicos, e os efeitos tóxicos sumiam. •
Aprendeu que, caso individualizasse exatamente
o quadro psicofísico de um doente e correspondesse
à China, podia çurá-lo com uma única dose na 12
CH ou seja, 100 elevado à 12. Explicou que curar
sign.ifieava "promover uma recuperação não pertur-
bada por sofrimentos posteriores; de forma rápida,
suave e duradoura".
Assim, China teve a importância histórica de
ser o primeiro medicamento homeopático, Jitando a
Hahnemann os quatro pilares da Homeopatia:
1. Lei dos Semelliames;
2. Experiência nO homem são;
3. Medicamento único; e
4. Doses atenuadas,
O mais chamativo na indicação de China é a
etiologia dos sintomas: estes começam após uma
perda, aguda ou crônica, de líquidos vita.is quaisquer,
seja sangue (incluindo menstruação, pós operatório,
hemorragiJs em geral), suor, sêmen) seja através da
diarréia, vômitos, supuração, etc.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
189
E, sem dúúd,l, o mais chamativo no quadro clí- Cálculos e cólica biliar, icterícia no RN.
nico é a debilidade c a hipcrsensibilidade do sistema Loquia, transpiração ou coriza suprimidas.
nervoso, com anemia progressiva e palidez. Assim, Sensação que o cérebro bate contra o crânio.
China é um medicamemo da convalescência em que Cefaleia do occipital se irradia para toda a cabeça.
ocorre perda de líquidos, em que este quadro surge Rubor facial alternando com palidez.
desproporcionalmeme à quantidade perdida. Lactação durante menstruação suprimida.
Portamo, I'océ pode usar China organicistica-
.., >'14
meme para estados pós-hemorrágicos, pós excessos
sexuais ou masrurbações numerosas, etc. , mas na arte
homeopática é imprescindível reconhecer o indivíduo
China. Neste esforço, foi elaborado o que se segue.

Quem é o individuo China?

Caracteres gerais:
Constiruição débil, quebrantada, sensível, fraca,
pálida. Olhos envolros por halo azulado. Insônia após
3 a.m.
Sensibilidade aumentada ao tato, a ruídos, odo-
res. Dores provocadas por vemo ou ar frio .
Periodicidade (An., Caps., Eup-per., Ign. , lp.,
Nat-m., etc. ): cada dia, a cada sete dias, a cada qua-
torze dias.
Transpira ao menor esforço.
Sangramemo fácil por qualquer orifício (Carb-
V., Crot., Ferr., Phos., Sul-ac.) e seguido de congestão,
inflamação, necrose e gangrena úmida podendo ter
dores desgarrantes, cãibras e convulsões (Ferr. , Phos.).
Hidropsia e anasarca pós-hemorrágicas, com
anemia .
Perda dos sentidos; zumbido nos ouvidos, tre-
mor, frio geral.
Grande flatulência (Carb-v., Lyc.) que não me- . Mentais
lhora eructando e eliminando f1atos. Diarreia sem "China" diz Pascheto: "É um sujeito astênico
dor, com fezes não digeridas. irritável, que oferece o quadro de hipocondria com
Sede intensa com sudorese. Sudorese durante apatia , indiferença e aversão a companhia. Assim
O sono; estando coberto; facilmente. Sudorese em como não metaboliza as perdas físicas, não tolera as
excesso nos pés; em partes cobertas; dorso do corpo; perdas morais e se torna inconsolável".
do lado esquerdo. Mas por que China não metaboliza?
A febre é insidiosa. Vejamos a sua dinâmica miasmática.
Agrava:
Movimento; contato leve; ar frio; após comer; Descrição dos sintomas pela
outono; transpirando; à noite (às vezes exatameme compreensão miasmática
à meia-noite). Psora:
Melhora: No seu núcleo de angústia existencial, China se
Pressão forte (mostrando que a sensibilidade é seme "sugada" pelo meio exterior.
mais imaginária que física); calor. Ilusão de que é infortunado, estorvado, acossa-
Sintomas característicos e particulares do, abandonado.
Problemas hepáticos crônicos (hipertrofia). Ilusão que puseram travas em seu trabalho
Asma em idosos, com sinais de morte iminente. (U .R. ).
Demes negros. Grande ansiedade e angústia.
1 Carlos Bruníni, Mario Giorgi & Cofabs.
Sonha que é apunhabdo (por isso sangra).
Sonha com acidentes, trauma tismos, que caiu
de uma alnara.
Isto justificará sua psora em atividade.
"Desalento; cansado da vida; aborrecido; mal-
humorado.; silencioso; nada vale a pena; confusão
mental; erra ao falar; embotado; apático; indolente;
avesso ao trabalho mental; falta de confiança em si;
timido; covarde; tacinarno; pena silenciosa; indiferen-
ça a ganhar dillhciro; medo de cachorros."
"O que formalmente lhe parecia uma luz genial
agora parece opaco, sem sorte e frívolo."
Todo este quadro de desvitalidade ocorre prin-
cipalmente de manhã, desde que acorda.
Sicose:
Numa tentativa de reconquistar seu p.traíso per-
dido, a vitalidade, porém sem mudar sua ideia eri.ld~
de ser, desenvolve:
Claridade mEntal; alegria; faz ri nos detalhada-
mente; constrói "Castelos no ar" (lembrando hipe-
ratlVldade mental no delírio H:bril, ou a fase maníaca
da P.M.D.); durante toda a noite.
Sonhos numerosos, absurdos, confusos, ater-
radores.
Sonhos que continuam após despertar.
Desta forma, hipertrofia seu ego, transtórmando-
se: orgulhoso, ditador, censurador, depreciativo,
discutidor, ávido, cobiçador, invejoso.
Paixão por jogos de dinheiro.
Sonha que discute por dinheiro .
Medo de não poder comer o suficiente.
E quando, na manhã seguinte, vê seus sonhos
se desvanecerem e volrar a desvitalidade , e não pode
então concretizar seus planos ...
"Vê, caras. Vê gente ao fechar os olhos. Vê fan-
tasmas. E 'p erseguido por inimigos.
Sonha cortar. Sonha que vomita vermes.
Está irritado; leva nado a mal; passa para a mais
violenta raiva, como se pudcsse apunhalar qualquer
um; aversão a companhia, ao consolo, à conversação,
ao toque, às carícias, que o olhem. Rancor com raiva;
sonha com acontecimentos ocorridos há tempos; lem-
bra e fala fatos desagradáveis do passado. Transtornos
por cólera com pena silenciosa,"
Sífilis
Amargurado neste ciclo diário, tem "grande
rancor e indiferença, a nado.
Medo de matar.
Pensa em suicídio mas tem medo da morte e se
acovarda".
Logicamente que esta agressil'idade dirigida
conrra os denlais vai causar ((sentimento de culpa",
só que aq ui não é do núcleo como em A7'senicnm ou
Súlphur
Estes três movimentos miasmáticos comnôcm
uma dinâmica, e nem sempre há limites nítid~s no
tcmpo-cspaço. Mas há predomínio da psora peJa
manhã, e da sicose à noi'te, como já referido.
Miasmas
... PSORA - Uma natural sensação de que é
sugado, desanimado, (falta de animus , "alma", vam-
pirizaçâo) .
"'SICOSE - Busca de revitaJização, Aparenta-~e
alegre, orgulhosos, ditador ávido, cobiçador.
... SIBILIS - Amargura, tédio,indiferença, sui-
cídio.
Psico-homeopatia le China
Agora pensemos: por que Ch ina adoeceu? Por
que foi desv italizada? Para isso é prcciso que com-
preendamos sua dinâmica psíquica utilizando o sonho
como elemento de ace"o ao inconsciente e à própri a
dinâmica mental.
Recordemos que a quina é a casca da árvore. A
casca, ou seja, a parte seca e morra da planta, é a parte
destinaída de água.
A casca simboliza o ekmento fogo demonstrado
na sua patogenesia peJa fehre e é tam bém chamada
"pau de quennaras". China sonha com fogo. O fogo
simbolicamente é o elemento purificador, é ele que
libera o espírito das impurczas, depurando-o para o
encontro com o divin(').
Qual o órgão do corpo humano ligado ao fogo,
à cólera? O fígado. Chirta é usada na malária, nas
hepatopatias crônicas. E dessa forma cumpre o seu
destino ligado ao fogo, depura o organismo dos males
causados peJa cólera (.pelo fogo destrutivo interior).
China é sensível às impressões sexuais. China já
foi viva, cheia de água, O princípio da vitalidade, e
perdeu a capacidade de absorver, concentrar e manter
a água no corpo, como a alegria de viver, na alma.
Ficou seca, travada, obstruída. "O sangue sai espon-
taneamente por todos os orifícios do corpo."
Seu organismo reflete a negação à vida, produ-
zindo esta faUla metabólica. Esta é a ideia errada de
ser de China: negar-se a vida, ou seja, negar estar
consciente no aqui e agora e construir um maravi-
lhoso destino.
Mas por quc China negaria a vida? Recorramos à
simbologia para entender seus processos inconscientes.
 Maténa Médica Honleopátlca Interpretada
Água : .. t()Jlt~ de "iLb ; o meio intralltnO; o
princípio feminino, "in "; "fonte para o reflexo do w,
para o processo do ~u roconhecimento".
Será que CiJilln , ao n"scer, ressentiu-se ao ser
desligada do demento igua do meio uterino materno?
Será que CiJilln ao se desligar do elemento nlltrientc
do ventre m~terno sentiu-se abandonada e sem afero'
É preciso Icmbr.u que a ,igua, aqui interpretada como
líquido nutricnt~, é o alimento básico da crianÇl (leite)
durante os se us primeiros meses de vida. E': t~mbém
da boca, d~ satisf.1ç50 de sua oralidade, que a criança
internaliu "S scns .çõ~s de afago, 3fero e proteção.
Assim a águ" (como líquido) si mboliz~ tamocm o
alimento ~tl·ti\"() . E sem o alimento afetivo os senti -
memos de Jb~ nd()no e infortúnio emergirão. Sentiu-
se seca) Abandonada e infortunada? Apunhalaram
seu cordão umbilical, cortaram sua proteção e afeto
e reagiu com um rancor silencioso. Não desenvolveu
lima fo rma JUfOssuficicnre de ter o elemento água
dentro de si. Por isso CiJílla sonha com ,ígua .
O elementO água, associado 3S suas tormas de
expressão dc representação - mar, rio, riacho, simboliza
também () desejo de uma atividade nsica mais intensa
e o desejo de mudança de ambiente. De form a que
O sonho com águ~ pode ser representativo do desejo
inconsciente de transformação de "seu" jeito de ser
no mW1do de CiJilla mediante um movimento de
aucocon hecimento e transtormação . Desejos esses
si mbolicamente aqui reptesentados pelos sonhos
com naves e navegação que traduzem sem sombra
de dúvida dese jo de mudança.
Mar : China sonha com o mar. Simboliza o lugar
dos nascimentos ; dinâmica da vida; ineonsciente; o
lugar da paixões. É o que China perdeu a paixão de
viver. :-lio teve a alegria de ter nascido.
Dinheiro: Sonha que discute por dinheiro
(O.R.). Simboliza o alimento que circula, para nu-
trir. Clúlla tem paixão por jogos de dinheiro, e tem
medo de não comer O suficiente (fome canina). Está
tentando resgatar o que perdeu. O dinheiro também
simboliza o poder, a força, o controle e a autoridade.
A busca do dinheiro por meio do jogo simboliza a
diticuldade do indivíduo em lidar com todos OS con-
teúdos tel ativos ao poder, ao controle e à autoridade.
Observa-se inclusive esse desconuole no ato de jogar
para realizar o desejo, ato este que deposita na sone a
capacidade ou não de consegui-lo, e não através de si
mesmo, da própria capacidade de produzi-lo.
Sangue: China sofre por uma diminuta hemor-
ragia. Sirnboliza os valores solários com o fogo e a
9
vida . É o veículo da vida; o priocípio da geração e
da fertilidade; é a bebid a da imortalidade; o veículo
das paixóes, de1 alma. O sonho com sangue simboliza
o desejo de fertilidade, o desejo de viver, de viver
apaixonadameme. É esse desejo que se esgota por
meio das hemorragias de China, e é ele que ela busca
intensamente quando sente-se esvaziada do calor vi-
tal, seca do veículo das p"lxôcs simbolicamente aqui
representado pela perda de sangue.
Nave: China sonha que está navegando . A nave
simboliza a "imagem da vida, da matriz feminina.
Canal por ond.- circulam o sangue e O alimento. Local
onde a ,~da deve circular" . Nave, elemento de trans-
formação c mudança . Objeto que facilita a uansfor-
mação, condutor do desejo de ir e vir, simbolicamente
meio de circular para se uansformar.
Navegação : " meio de atingir a paz; busca do
centro espiritual primordial o u da imortalidade". Seu
inconsciente está buscando, mas sem poder atingir to-
dos os processos dc transformação dos quais necessita.
Peixes: sonha com peixes nadando na água
(O.R.). Peixe simbolicamente representa o Salva-
dor; aqui podcmos interpretar como o desejo de
espiritualizar-se para que dessa forma, em contato
com a criação, retome o vínculo com a fecundidade.
Sonh~ que o braço de sua mãe está ferido (O. R .).
O braço é o contato, o apoio, o envolvimento. O braço
simboliza a sociabilidade, as inter-relações, o contato
corporal, o envolvim,!lto nsico.
Vermes: sonha 'que v.omita vermes (O .R. ). O
verme simboliza o aspecto destruidor da libido ; a
podridão e a morte. China vOnUta eSte ripo de verme.
Através do sonho, ao vOnUtar vermes, China aponta
sua grande difieuldacle em termos do psíquico, que
é de aliar-se 11 vida com o entusiasmo e a paixão pelo
viver, com vínculo com a criação e com a criatura.
São todos sonhos sicóticos que significam bus-
caso
Cães: China tem medo de des. O que simboliza
o cão? A morre; os enfermos; o mundo subterrâneo
(inconsciente). A falta de tÔnus vital, a falta de paixão
pch vida.
Forma-se a hipó tese que China sofre desde
seu nascimento , com a perda do elemento nutriente
materno.
A homeopatia & pediatria
Re!embrando : A desidratação, é a perda exa-
gerada de água acompanhada de elementos mine!'ais
chamados de e1etróliros. A principal causa, na infância,
192 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
é constituída pela diarréia e vômito, levando a perdas
de líquidos. Sendo que a desidratação ocorre quando
tais perdas não são compensadas adequadamente.
A criança apresenta algumas peculiaridades na sua
quantidade de água corpórea, assim nós sabemos
que grande parte do corpo humano é composto de
água, no adulto, 55% do seu peso é água, sendo que
na criança esta proporção é ainda maior, basta saber
que no recém nascido ehega a 80% do peso sendo
representado por água, o bebê pequeno é mais sensível
as infeções intestinais, sendo que estas por sua vez
levam aos vômitoS e diarreias O que ocasiona perda
de líquido. Tais crianças entram num incrível estado
de prostração, após 2 ou 3 evacuações líquidas, ou
mesmo eventual vômito e ficam murchas física e
mentalmente, tristes silenciosas, sem prazer para nada,
jururus, jogadinhas no colo de seus pais, mesmo que a
perda hídrica não tenha sido significativa, entram em
um desânimo como se fosse uma desidratação de se-
gundo ou terceiro grau. Sai do consultório razoáveis,
vomitam mais umas 2 ou 3 vezes na esquina e pronto
lá estão totalmente entregues. Devemos diferenciar
com o jogo de sedução de uma Pu/satilla que ao se
abater rnelhora sendo consolada, aqui é o inverso pois
China chora e vomita por carícias.
Homeopatia & veterinária
&gina Torro: Indicada para animais que estão
anêmicos e enfermos por repetidas hemorragias, acar-
retando importante debilidade, chegando a caquexia e
convulsões, com uma convalescença arrastada. Existe
uma periodicidade no adoecer, com uma frequ ência
maior de 2 em 2 dias. Agrava após comer, aversão a
comida, indigestão por frutas peixe e leite. Forofobia
esclerótica amarela, melhora na escuridão. O entendi-
mento deste medicamento nos leva a ver China como
um medicamento tônico para os estados de fraqueza
por perda de fluidos orgãnicos, tanto de sangue nas
hemorragias, como de líquidos na gastrenterite ,
quanto na amamentação. É a fraqueza decorrente
ao estado de drenagem de líquidos, mexendo com a
economia de uma forma desproporcional, líquido à
FRAQUEZA.
Caso veterinário
Selma, apesar de não ter raça defInida, é muito
amada por sua proprietária. Esta lhe deu tal nome
em homenagem para uma grande amiga. Uma vez
esgotados os recursos da medicina convencional, com
10 anos de idade iniciou o tratamento homeopático.
Sua hemorragia nasal, que insiste em ser matinal,
não responde aos anti-hemorrágicos. Após sangrar
a sensação que a proprietária tem é que a vida de
Selma esvai-se.
Diz: "Fica completamente prostrada, porém a
perda, não é tão intensa quanto o seu abatimento.
E atormentador, póis antes de recuperar-se total-
mente, a hemorragia volta a acontecer. Tenho medo
que numa destas ela realmente vá embora."
Vamos começar tudo com um hemograma para
avaliarmos suas alterações hematológicas, porém
quero saber quem é a Selma para poder ajudá-Ia in-
dependente de suas alterações hematológicas.
Veio para mim há 8 anos e nunca houve pro-
blemas, nem mesmo de adaptação; era como se nos
conhecêssemos há muito tempo.
Existiu uma Selma ml'liw brincalhona, hoje
dorme muito, cada vez mais.
Está surda e prefere dormir a qualquer outra
coisa, porém , apesar da surdez, tem muito medo de
barulhos. Como ela ouve sendo surda> Ou será que
dorme para não ouvir?
Uma condição se manteve: muito medrosa, tem
medo de tudo o que tem vida, cachorros, gatos, gente.
Completamente desobediente, isto já a levou a
dois acidentes de carro, pois corre pejas ruas como
louca.
Muito friorenta, pr~ura sempre o solou lugares
quentes da casa. O estranho é que ela troca carne por
qualquer fruta, ou mesmo doce.
Como é a hemorragia? De uma coisa eu tenho
certeza: mês sim, mês não, sangra. Sai sangue de
Sente ser vampirizada.
 Matéria Médica Homeopálica Interpretada
ambas as narinas, começa sempre de manhã , o sangue
sai em pelotas, como coágulos. . de considerarmos os sintomas mentais, é sua maneira
No exame clínico, nada consta em orafaringe e
nannas.
Presença de nódulo na mama anterior c·sguerda.
Temper;ltuta de 38,8° C. Auscultaç;lo sem anolllali,ls
C:lnliacas c pulmonares.
A medicação foi indicada antes de "'aliarmos o
hemograma com 2,62 milhões helll,kias mm' e 28%
de hematócritos. Leucócitos: 10950 mm'-
Sintomas chamativos da história:
(Repertório de KENT/EIZAYAGA)
01 - Temor mídos - 88/3
02- Desobediente - 24/2
03- Frio agrava 838/2
04- Deseja fmtas - 322/ 3
05- Deseja doces - 322/3
06- Perda líquidos, agrava - 847/ 1
07- Periodicidade - 847/ 1
08- Epistaxe de manhi - 234/ 2
09- Epistaxe de s;mgue coagulado - 235/3
10- Nódulo mama - 543/ 2
11- Latera lidade esguerda - 843/ 1
193
Chin.a surge como medicamento independente
peculiar de cuacterizar suas emoções nas lesões.
Como simoma diretor, teríamos que avaliar seu
cansaço de vive r (12/ 1), seu fastio pela vida (3 6/ 1)
- demonsn'a estes sintomas por não ouvir o que a pro-
prietária tem a lhe dizer, mesmo em voz alta , embora
exista um a a tiv id ad~ auditi va funcional.
Apesar de ser o sintoma digno de curar, este
"autismo" em que Selma se coloca, o utilizamos táo
somente para comprovar O diagnóstico terapêutico,
por se tratar de um sintoma subjetivo que necessita
da verbalização da emoção. Não podemos equivocar-
nos e deLur de dar a ve rdadeira medic ina ao paciente.
Sintomas como cansaço de vive r e fasuo pela vida
vêm de encontro ao núcleo de sofrimento de China.
Com China CH 30, 2 doses por dia, durante 30
dias, fIZem os com que o hemograma ampliasse para
3,53 milhões hemácias mm3; o módulo mamário
desapareceu. Selma inicia um despertar para a vida e
começa a reali7.ar as brincadeiras de anos atrás.
Com um ano de trar',unento, seu hemograma
conserva-se em 5,65 miUli>cs hemácias/ mm 3
Nunca Se repeti u () epi., ódio de epistaxe.
Toda a vizinh anç,' comenLl O processo de reju-
venescimento físieo e mental que transfonnou Selma.
 L."-Jlr1~ B:1JIllrn. Maflo GII.Jrgl
Cicu ta virosa
AetllllJII. tynapiwn
COlliUIII maculam",
Cicuta virosa
CI.lfflNi.o.<-pá"tano,~ C i" ntRr/JmPIO<fI, Sal.m- dos-
IQuclJ.I, CiW;a-CUlJlllm , esta rl.mta cresce nas bordas de
'I\lJ t' n:g:tto5, p.\ntanos, prados, açudes , bgos etc.
Por cooa-a Europa (principalmente Alemanha, Norte
Lote da Fr"llça e Sibéria ).
É u m vegetal extremamente venenoso e de
adct1uado aspecto viçoso. 1'IUtcsce no vedo (Julho e
Co! .
Cicuta virosa
Agosto) e libera wn odor pestífero e estupet:lcicnre.
Sua raiz c seu suco pOSSUCI11 uma substânc.i.1 ativa
r.nWto venenosa dcnolnin .1Ja ~'cjcutoxinan. De sua
raiz fresca - que é grossa, branca, carnuda, alongada
e transparente ehcja de pelos e oca, colhida no início
da floração, quaodo espremida obtém-se um suco
amarelo forre também com odor desagradável, gosto
cáustico e picante; para O preparo da medicação, este
suco é então misnlrado em partes iguais com álcool.
Minutos depois de ingerida l provoca nos seres
hwnanos forte ardor na boca. Ansias de vômitos,
tonturas, desfalecimentos, paralisia, estado de coma.
Depois seguem-se convulsão, a boca começa a espu-
mar, os dentes a rangeI', as extremidades do corpo
são atacadas e arurmentà&ls por fortes cã.ibras (o que
já é wn indicativo de seu emprego na epilepsia), os
lábios e as faces se tornam roxos, as pupilas dibtam-
se, tornam-se sem reaç3o, a respiração e em outras
vezes a pulsaç:io sofrem paralisia no auge de unu
forte eonvuls:ío, raramente chega a rigidez tetânica .
A morte sobrevém, decorridas algumas hUtas após
a ingestão) no auge de uma convulsão ou no eSEado
de paralisia ql1~ a meS111.1 segl1~. podendo tanlbém
ocorrer até 20 horas após.
Allen
A) "Aberração mental, cantando, dançando pas-
sos muito grotescos; gritando (delírio em 2
horas) - delírio após wn cochilo· não habitual,
calor corporal, ela saltou da cama, dançou,
riu e fez todo tipo de besteiras, tomou muito
vinho, saltOU , bateu ,palmas c ficou com a fuce
ruborizada a noite inteira. n
B) "Tristeza por vários dias - quando OS outrOS
estaVam animados, ele estava triste (melancolia
por dois dias pós eefaleia). Gosta de ficar só, e
 Matéria Médica Homeopátfca Interpretada
sem tendência a falar, com diminuição do poder
de compreensão. Ele não consegue acreditar
que vi,ü relações sociais comuns, rudo UIe pa-
rece estranho e amedrontador. Ele pensava no
fururo com ansiedade e ficava constantemente
triste- grande temor". "Desprezo e escárnio
pela espécie humana., evita as pessoas e abor-
rece-se excessivamente com suas brincadeiras,
predisposição para tender à misantropia, ele
abandona a sociedade, e permanece só, reflete
sobre os erros da humanidade e sobre si mesmo,
desconfiado."
Hahnemann
A) "Mania; calor em todo o corpo após sono não
habirual; ele saltou da cama, dançou, riu e fez
todo ripo de bobagens, bebeu uma generosa
quantidade de vinho, pulou à toa constante-
mente, bateu palmas e ao mesmo tempo estava
com a face rosada por toda noite. Ele sentia-
se como uma criança de 7 a 8 anos de idade,
os objetos eram muito atrativos e queridos
para ele, como brinquedos para uma criança.
Tranquilidade mental, ele estava extremamente
satisfeito com sua posição e consigo próprio e
muito alegre (ação curativa secundária)."
B) "Depreciação c desprezo pela raça humana;
de afastou-se dos amigos, estava desgostoso
com eles e a sua disposição direcionava-se para
a misanu-opia, rerirou-se para a solidão. Perda
da crença nas pessoas e fobia pelos homens; ele
fugiu deles e tornou-se solitário, e pensou seria-
mente sobre os erros deles e sobre si próprio.
Enquanto todos eram alegres, ele era triste, exci-
tado pelo fururo, sentia-se ameaçado por rudo".
Hering
A) "Gesticulações engraçadas, com rubor facial e
calor em todo corpo. Aberração mental, can-
rando, executando passos de dança grotescus e
gritando. Gosta de brinquedos infantis, pula da
cama em estado de alegria infantil. Grande agi-
tação como uma criança que segura a roupa do
adulto com medo. Estranhos desejos de comer
carvão. Ele se vê como uma criança pequena.
ilusões tàntásticas, ataques de loucura".
B) "Pensamentos ansiosos sobre o fururo; seme-
se triste.
Desconfiança, evitando as pessoas, despreza os
outros; um ancião teme as conversas subre a
doença, pois pensa que vai morrer, tem medo
da sociedade e quer ficar só. Melancolia, indi-
ferença e tristeza. Ansiedade extrema e mau-
humor. Pranteando, gemendo e uivando. Muito
desligado sente-se como se esrivesse num lug,'.lf
estranho, o que UIe causa medo."
Mas onde está a GRfÇA?
Compreendendo seu mias ma I
Sintomas do repertório
Tema deste medicamento ''F UGA'' (assim como
a planta de Cicuta vive às margens, bordas e pântanos,
o indivíduo Cicuta) fica à margem do mundo, foge
em estado absorto, pouco envolvimento apresema
convulsões epilépticas (sem consciência do que passa),
histerias, caralepsia, aversão a companhias, êxtase,
gritos, fastio da vida, desprezo pelos homens, ilusão,
imbecilidade, melancólico, medirativo, perda de me-
mória, pensativo, ideias de suicídio, mania por dança,
e comportamemo infantil, travessuras C inadcqu<lç<io
nas brincadeiras.
Compreendendo seu mias ma 11
Esta planta é collsiderada das mais viscosas
entre as plantas venenosas, assim comO ela é bonita,
também é mortal, uma peculiaridade botânica é que
ela libera um odor pestífero c esrupefanre mo se
estivesse dizendo : "NÃO SE APROXIM E, FUJA'
PERlGO!"
Sabemos que os sentidos que fazem nosso con-
tato e percepção com o mundo, não ter seus sentidos
conectados, implica em estar longe, distante.
O Reoerrório traz as referências:
•
Dcs~parecimento de sentidos /Terror por ruídos
/ Contacto agrava / Epistaxes pelo menor contato /
Diplopia por objetos próximos/ Secura na língua /
Inchaço e movimemo ditkil da língua (o que dificulta
a fala - comunicação) .
Mensagens destes sintomas: "Não se aproxi-
mem!"
Compreendendo seu miasma 111
A pele nada mais é do que uma camada divisó-
ria entre o indivíduo e o meio exterior. O paciente
Cicuta concentra na pele uma série de manifestações
que demonstram sua dificuldade de relacionamento
com a vida: erupções amarelas, ardentes, crostosas ,
herpéticas, úmidas vermelhas, supurames, prurido/
úlceras, secreções corrosivas, sensíveis, espessamento
da pele.
19 Garfos Brunmi. !Anli, J Giorgi & Colabs.
Isso dá ao indivíduo Cicuta uma viscosidade
repugnan te que afas ta as pessoas de si.
Compreendendo seu miasma IV
Outra forma de se "f,1St"r do mundo é a sua
não localizaçao no tempo e no espaço: não sabe onde
está/ enganos no tempo e no espaço/ eng;lnos em
localidades! confunde o funrro com passado/ lugares
parecem estranhos! está longe de casa.
De forma semelhante, a sua localização tam bém
se refere a pessoas e COiS;lS conhccid,ls : Ilusão - mdo é
estr<lIlho / COi",S f.lIlüliares parecem estranhas, desco -
nhece todos - inconsciência erro sobre sua identidade
pessoal / nao reconhece os parentes
Compreendendo seu miasma V
É um dos m"dic;unenros mais úteis aos indi-
víduos epilépticos" convulsivos, demonstrando as
diticuldades que Cicuta apresema para desc;llTl'gar
suas energias, de lUlla forma organizada e através
de cargas elétricas contidas ao voltar para si mesm o
(envenenam-se); levand o o indidduo às referid;ls
crises e descontroles físicos e ml'mais, podendo ter
alterações e1etrom~l~né ticas ou não) ou conter sua
encrgiJ. de form a espástica, tensa, como wn estado
ret:m ico em que existe Ioda unla rigidez de muscu-
latura) cndurecitnento de pescoço c aS Si.lll tornado o
pescoço rígido isola-o do corpo.
Grande medicamento em trauma (r;inio eneeEi-
lico leva.ndo a convulsões.
Na sua sinromarologia gnal- grande diliwldade
em controlar rodos os mlÍsculos de seu corpo, desen-
volvendo estrabismo (falta de controle <13 !Tlusculatura
Grande ren<édio de clmvulsão e epilepsia,
ocular), epistaxe com es pirros incontrolávcÍ.;j verme-
Ihidôo da face com presença de e!1Jpções purulentas/
trismo) musculanll-Ll da boca, tange dent~~~ ~uticllla
mal as palavras, espum a pela bocal engasga para en -
golir. rem fome logo após comer, náuseas enquanto
come.! cólicas intestinais, ardor e distensão abdominal,
sangrame ntos digestivos, diarreias com desejo de
urinar, tr;lI1spiraç~o no abdome/ tesúculos retraídos e
poluçães eróticas à noite, mensrruações atrasadas com
dores em queimaç50 e sacudidas no útettl/ espasmo
de musculatura torácica, palpitações, sacndilbs nos
múscu.los das pernas e braços, calor noturno com
desejo de ficar próximo a lareira , o fogo exerce uma
tração espec ial em Cicuta.
Homeopatia & pediatria
Crianças chatas, gosram de demonstrar que são
espertinhas - levar vantagem, gostam de ridicularizar
os demais, piadistas, mas um humor sem graça . .'\fet,l-
das fazem micagms para ,lparecer. São mais para bola-
fora e apclat.ivas do que espirituosas e comllJÚcativas,
só elas riem de suas próprias graci.nhas.
Epilepsia, sendo '1ue aqu i não é decorreme
das convulsúes febris, nas suas crises encontramos
convulsões violentas todo o corpo contorce e f,cam
inconsciente . )\;a fasc de alfabetização as letras pare-
cem voar, g i.rar, subir e desap:l.nxem por inSt~U1t('S. Seu
apetite é anormal, desi:ja.ndo coisas não comesúveis
como giz, terra, carv~o, massa de parede.
HomeoP'!tia & veterinária
Regina T01'ro - Convulsões epilépticas com perda
da consciência e cabeça esticada para tris (opistó-
to no), ocorrendo perda de controle dos esfíncteres
nessas con,ulsócs, que podem ser desencadead;l.' por
nlído, susto ou ser tocado. Também serVem para
pequeno mal ou convulsões loca lizadas (difereucial
com Hyosciamus). Num pós-trnuma, como craniano,
quando Amica não esd resoh-endo pensar neste
medicanlCnto. Tensão na musculatura do pescoço,
deseja comer coisas anormais.
Desconfiados, aversoo a companhia , preferem
ficar sozinhos. Alterna cólera com imliferen,'a, alegria
com tristeza, mania (Om fastio da vida. Desejo de
ftcar próximo ao fogo (fogueira ou fogão ligado).
Dermatite pustular na ca beça com grandes crOStas
amareladas.
PROSA, VERSO E BOM HUMOR
A Sccred .ria telefona
Seu Cimra está agcnd,\do
 Materia Médica Homeopalica Interpretada
Dá vontade de fugir
Dá vontade de sumir
"'\;" coitado, anda sofrendo
Baix;l estima, convuJsao
Então \'oct: acaba entendendo
~ar~ ser homeopata tem que ter vocaçõo l
E \'eneno da Cicuta
Responsável pelo deboche , soLid50.
Uma 30 CH.
Seu destino muda de vetdade, transformando
sua loucura em sanidade.
Con;um maculatum
Sinonímia: COl1illm, C01tiUI/J mnjOl', Cicuta pul-
ga,-is, Corimu/mm Cicuta e COl'iandr"," 11/.aculatum.
Conhecida como Cuuta-da-Em-opa.
COl1illm pertence à Elmília das umbelíferas e
cresce eOl lugares úlniJos cOlno às nlargens dos rios,
à beira de estradas, " locais improdutivos. Encon-
trado principa~ncnte na Enropa, Ásia e América do
noftc. Todas as partes da plant~ são muito veneno-
sas) cspCci '.lllncnte as SCllll'ntes l' as raízes. O c1uk é
oco, aptesentando Ill,lllchas arroxeadas ou púrpuras
que sustemam foll1as rendilhadas e pequenas flotes
brancas "rranjadas como cachos. Pode atingir até 3
metros de almra. O mcdicamento é feito a partir do
SII CO quc é extraído ,ltra\TS da mael'l'ação da planta
fresca na época de floração urilizando-se inclusive sua
raiz. Quando suas folhas são an1assadas liberan1 um
odor desagradável semeli1ante ao do camundongo.
(:01ÚIllIl IIItlC/lln.t1l1ll também conhecido como
Cicuta, começou a ser utilizada na Europa dnrante
a Idade Média principalmente como analgésico ou
sedativo.
Seus poderes medicinais foram descritos por Sto-
erk a partir 1770, no entanto devido SU<1 ação tó",ica
o seu uso em doses ponderais ca usou danos à vida
do homem. Por ser extremamente venenosa algumas
pessoas mOrreram após soprarem o caule que foran1
tranformados em flautas ou apitos.
Porém sú foi utilizado por Hah.nemalJn como
remédio homeopático apenas em 1821, Desde então
este medicamento tem sido utilizado na terapêuriea
homeopática apresentando ""im uma aç:ío benéfica
ao pacieme além das SlIaS qualidades antipsúricJs.
Sócrates (399 a. C.) foi condenado à mOrte
sendo obrigado a ingerir o sumo da Cicuta pois foi
condenado à morre. Sendo sua pritica normal na
Grécia Antiga, a Cimta eta C) venenO oficial destas
condemções. O carcereiro de Sócr~tes ~eosrumado
aos sintomas após a ingestão do veneno o imtruiu
logo que ele o behesse deveri a !cvanGlJ c .mdar are
sentir as pernas pesadas e enr'ío deitar-se, pois () torpar
subirá para o coração. C Ol1i1lln apresenta uma paralisia
que se inicia nas extremidades para a cabeça.
Cmliullt tem como principal parogenC!'ia um:!
paralisia ascendente progressiva, procedida de con-
Vl.lhõC's l' vertigens.
Atua nos tecidos endurecidos, principalmente
os glandulares e geralmente ocorre após um trau-
matismo. Nos casos de mclanclllia relaci o nad o à
impüt~ncia e pril'ação sexual por longo tempo , ;-';05
casos de câncer em especial os endurecidos , nos seio ,
ovários útero, prÓstar,l e testÍculos. Caxumba e nas
doenças dos idosos.
No mental o indivíduo Conium maculatum "
lento e taciturno com dificuldade para entendcr O
que li1e falam ou o que Lê. Tem aversão à sociedade
mas não consegue ficar sozinho, chora c é incapaz de
fazer um esforço mental prolongado (Pbos) . Tem a
sensação de sentir-se preso (Am.) e de que sua mente
se esvai como se cUl"lda como os músculos do corpo,
estado de imbecibilidade.
Seu caráter é passivo e lento levando o indivíduo
a uma total indiferença. Memória debilitada e menta-
lidade obtusa e sem entusiasmo (CClllIIilbis).
É supersticioso e valoriza as futilidades como
gasta r com coisas -inúteis, desperdiçando-as, não de-
seja traballiar preferindo 'a diversão,
É um medicamento de ação prolongada sendo
utilizado principalmente na., afecções glandulares de
origens malignas ou Glllecros.1S ql1C aparecem infil-
tradas e inflan1adas que JO longo do tempo se tornam
duras, Tem ação sobre todas as glindulas do corpo e
formação de nódulos. Inchaço dos gânglios axilares.
Usado extcllSanlcnre no endurcc imenL,) de útero
e ovários. Os seios podem estar duros ou moles e
flácidos com pontOS dutos, sensíveis e dolorido> \ 0 -
nil/m na direita e Si/ieca na esquerda). Estes sintomas
geralmente são seguido, de traum.rtismos.
Aumento e endurecimento dos gânglios cervicais
em crianças escrofulosas.
Fowfobia intensa desproporcional aos sintomas
de inflamação do olho. As dores sao piores a noite e
agravam à mais insignificante iluminação, alívio no
escuro e pela presüo. Pode haver úlcera de córnea da
direita pata esquerda.
Este mcdican1enro é o mais utilizado para ptose
(Cels., Caurt., Srpitl) e paresia ou paralisia dos mús-
culos dm olhos (Cnllrt). As pálpebras podem ficar
endurecidas, gross:Js, pesJdas e caídas. Dificuldade
para abrir os o lhos e quando consegue saem lágrimas
quentes dos seus oli1os.
 Carlo's Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
Muiro utilizado nos casos de epitelioma de
pálpebra, nariz e bochech~. Epífora constante. En -
xerga os obj~tos coloridos de vermelho, com cores
do arco-íris, listras, visão dllpla , fraqueza e aversão à
iluminação. É incapaz de focalizar objeros em movi-
mentos, pois apresenta lentidão na acuidade visuaL
Como se seus olhos esti vessem tremendo. Úlcera e
tumor canceroso na face e nos lábios. Todas as lesões
são endurecidas. Desenvolve catarata após trauma.
Acúmulo de cera nos ouvidos com coloração
amarelada l'U a"ermelhada com pus ou muco.
No sistema digestivo apresenta paresia ou parali-
sia no esôfago, dificuldade na descida do alimento que
para na alrura do drdia chegando ao estômago após
grande esforço. Cortstriç:io espasmódica e sensação
de wna bola subindo do estômago para a garganta.
'Dificuldade e incapacidade para defecar devido a uma
fraqueza muscular paralisante. En,ctaçõcs ácidas,
náusea imensa com cãibra na região epigástrica.
Dor forte no esrómago que :divia ao encostar
os cotovelos nos joelhos. Aprcsenra vômito "iolcmo
de muco ou massa com aspecto de borra de café ou
7J.1arrom.
Abdome duro e sensível e a sensação de que está
com um laço amarrado no lado direito (Laeh) .
Desejo de sa l, alimemos ácidos e ca~c. Aversão
ao leite e pão.
Expulsão de fezes e gases que parecem frios.
Prisão de ventre com fezes muito duras a cada dois
dias (Cale carb j.
Afecções uterinas. As mamas tornanl-se dolo-
rosas, inchadas e com pontos duros (Iod, Pbyt, Sil).
Muito utilizado nos tumores tibrosos do útero
e diminuição e infLItração dos tumores endurecidos
no cérvi:\. Prurido, inflamação e endurecimento dos
seios c mamilos, g~ralment.e após traumas. A glán-
dula mamária pode aumentar c em seguida diminuir
complctamcn.te tornando a pele f1ácida e caída como
um saco. As regras atrasad.ls c por pouco tempo.
Ames das regras ocorre prurido vulvar, os seios
tornam-se inchados, doloridos c endurecidos. Espas-
mos uterinos durante e após pode ocorrer uma leu-
correia ácida, leitosa e abwldante. Depressão nervosa
após supressão das regras.
Tosse seca quase const:ll1te com pontos sccos
na laringe c sensação de formigamento. É necessário
sentar-se para tossi r onde apresenta algum alívio. A
tosse de COllimn leva a fadiga c não consegue expul'sar
o muco (Kali bi). Piora esundo deitado e respirando
profundamente.
Nos transtornos por traumas espinh,ús e nos
casos de paralisia que tem início de baixo para cima.
Engole o catarrO devido a sua debilidade paralisante
para expulsá-lo.
Nenhum outrO medicamento tem sintomas tão
marcados. Apresenta vertigem ao mexer a cabeça para
cima c para baixo(Phos), ao virar a cabeça para O lado
(Su) , para o lado esquerdo (Coloe) e ao revirar os
olhos podendo cair. Nos casos de ataxia locomotora
que tem início nas enremidades e vai para a cabeça.
Convulsões e vertigens que seguem par" paralisia
ascendeme progrcssi,·a. Entorpecimento geral e tra-
queza muscular debilitante com tremores, repuxõcs
e contrações que ocorrem progressivamente (Coce).
Andar cambaleante ou arrasta as pernas como se
estivesse bêbado. J'v1Js no momento em que fecha os
olhos pode andar firme.
l'\ão pode ficar em pé sem vacilar (Coce), prin-
cipalmente no escuro c ao levantar da cama (Br)').
Vertigem piora deitado, levantar após estar sentado,
ao olhar ao redor, deitado como se a cama estivesse
girando.
Adormecimento e rorpor seguido de dores e
fraq,ucza (Plat e Cham).
Não pode ingerir qualquer bebida alcoólica
porque provocam no seu organismo tremedeira,
exciução, fr~queza memal e prostração.
Apresenta ação nos músculos em geral, especial-
mente nos relacionadas à vis5o.
A dores de cabeça. de Coniltm aparecem pela
manhã tão logo se levanta dando a sensação de que
vai explodir.
Sua pele tem coloraçao azulada, úlceras ene-
grecidas serossanguinolenras que cheiram mal. As
palmas das mãos e as unhas com coloração amarelada.
Ulcerações antigas que são persistentes e indolores.
Cicatrizes doloridas.
Enj(,o e dores de e~beça ao observar Ljlk11quer
coisa que esteja em movimento como and~r <ie carro.
Periodicidade marcada a cada duas sem'JUas.
Suores dura tltc o sono sendo este Sinr0l11a carac-
terístico porque inlediatanlcnrc ao adormecer começ.-1
a transpirar tanfl> de dia como à noite (RI')' c LllCh).
Desejo constante de deitar e dormir. Consegue dormir
após a mela-noi(e.
Melhora: ao deixar os pés pendentes n~ cama até
os joelhos ou colocando os pés sohre a cadeira ou
cama. No escuro, pelo movimento e pelo calor.
Agr~va: à noite, COm a cabeça baixa, deitado, ao
se mexe.r na cama, depois de ter .se alimentado antes
e dw'allte as regras.
 MaJrfffa !lM:dica HomtJCpalJclJ Irllerpr otada
Suas dores são anientes 011]0 se ti v(SSC espinhos
(L (Qmo picadas pis ). Os sintolUJ..'> aparecem do
..ureita para esquerda.
Sensaç.1<J de que as roupas estão pesadas dema.is
sobre seu ombros e tÓrax.
T em a sensação que possui um corpo e~ rra])ho
abaixo do cn\n.io ou como se 'xisruse mn corpo <:.'i"
rranho no l~ d() direito do cérebro.
Este medicamento é muito ut.ilizado nos pa-
cientes lUOSOS, cancerosos l.: q ue ap resentam gio~
gLiOli dumtIltrldos. Principais indicaçõcs do Con;"",
macnlamm: depressão ner\' ,cn3rata após trauma,
disfunção c.réril, tibromil, frigidez, hipemofi" c cndu-
recimemo das ghindul,15 p[incip.llmC1Jte mam;Ínas c
ptós 13. Vertigem., u<lumarum os e u lcera de córnea.
Coniu.m pode ser cncontrado nos pastos L inge~
rido por lllínlai:-o C,lU5J..llUO intux.iclÇÕCS cujos s inais
clínicos S30 perda de for,a fUllscllhr, tonteira, tremor,
desorLkm \isual e dificuldade para respirar. No enta n-
tO depell<kndo da quanüd.ldc ingeri da pode caUSar
morte súb ira ou danos irré\'ers ívci, ~ \;d... do animal..
Conium quando o problema é sexo
JllV6 n a pessoas prelTIJtnra menre envelheci-
d:l.~ deprim.kLls f ansi()~as ~ trisres, com hipocondria
c h isrcriJ . cujo., sin tomas ~e dc.-;clT\'ohTIll a partir da
abstincnci" se:m al. 01.l f rtc rc b ção de sintomas
seXillli.< com COII;''''I o nde podemos o b'lcn·ar. por
um b do desejo scxu:d com id6:1S de sonh!)s eróticos
c lllcomitante a impO[ênc.ia . ExpLicandc) ;l<silll seu
emprego em viúvos , celib. 'ios e solteir!)s.
Sio pesso:lS ressentidas, volradas ao pa,<sado,
rum :1YC[S3.0 a companh i-a e agrJvJm pelo consolo
(emborn temam estar só) e q ue padecem por d",scn-
ganas amorosos (mas niio por um ca.rá= mmOSQ,
e sim por sua fraqueza psícofisica ). Dih'cncial com
Nalrlm, mttr, q ue ~ ressentido, afemoso, que ra111-
bém tem agravação pelo consolo, mas que padece
por cólera com pcm silcnci lSa. Didatiwmenrc cabe
o entendimento dt: Co"ill /tl como um Nntrulll mltr.
Sofrendo a repressão sexual.
Mal-11llI1'lorndos, ofundem·se facilmente, não
tOleralll a mínima cOlltraruç5ú, com si-nrOJllaS agra·
vados pela manhã.
Para descrevermos as ações <!csta droga, nada
melhor que a dcscriÇ<lo de PLATAO a [' -peito da
condcnaçao e SÓuatcs a tomar Cicuta (Gim;"",
maculatum). P LAIÃO diz; "Quando Sócra tes viu O
homem dcsrin;tdo li lhe mÍnim'ar o V«:lJeIlO aproximar-
se dele, pcrgwltou-lhc: confidencialmente: Dize-me
tu, que tetn bastllnte c-epenmcia, o que preci!<o fazn'
E então o homem lhe nlpliwu: r ad.. mais que irlb'Crir
o Líquido, anlbr de lá para ci atéscnri:r as pernas bem
Glnsadas, então dt:i tar·s" de COSlas e .tglr.lIdar o res-
ume efeito da draS". Sócrates ~\s im fez. C:olocandr) o
Miee nos I;\bios, i[]geriu rodo o conteúdo, sem fazer
clIxta, nem alt~ ra r a (jsionomia, T endo fciro isso se
pl\S J cJ..nUnhar corno lhe fora orden ado e por tlm,
quando senn u as pérnas enful queccram, de; w u -sc c
cobriu-se. N esse U1Sr'Ulte O homem 'lu., havia rrazid
o veneno começou a apalpá- lo ... q uando enfim lhe:
"ralpou os pé. e a parre inferior das pernas .
"Depois "pc!'t.ando-Ule mais forrentenre os
perh'untou-U,c Se:: sentia., c Sócrate, csp0tld.:u-lh que
não, em seguida fez o me,J1]O na aIrura dos joelh(,s ,.
assim foi su bindo, buscando experime ntar a "ÇlÍo do
venena. 1\05 disse que esta\'a esfriando e que q uando o
veneno aringisse a altura do coração e""ria aliviado da
vida. Quando roda a parre interior do corpo estava fria
Sócrates se descobriu e depois convulsiu nou. Erlliío
algoz: o descohriu tota!menn:, os o lhos !11osrta\-am um
brilho ap:!g;tdo, Quando C riton '~D i.-,o 3prox.im() ~I-~e
e lhe cerrou os olhos ca boca - Sricra\'es esta\'a LL10rtO!~
Homeopatia & pediatria
N ClSsa criança Conium nctn W11 comportamentu
Socinpata., agindo como tiranos na sua família, seus
pais terão de scrYÍ-las sempre, baixa to lerât1Cia a frus-
tração OL1 contrad içao, não supOrt:lm oL1vir u m não,
desconhecem e não aceitam Iimit , preguiçc\s c.k-
sinrerc$..ç.aebs quanto as ati,·;da..d.c"t escolares. gravam
duranre a noite, selltcll1 tonUl('fU ao dormir, se viram
de um lado para o outro e apresentam toSSe toq ue-
luxoide, q ue se intensifica na m;,dru!;ada, Fo to fo bia.
e:\(cs~o d cera no.'i onvtdos 1 urina inrcfTompilu.
Homeopatia & veterinária
Regina T,m"o - Paraplc.gia após conCtls ao n3
coluna. É um grande medicamento para as paralisias
esp:ís ncl. E paralisia dchiLit;l\lte progressiva.
ma p<:rda da for,a sc'm dor, nos membros pél-
vicos , wn andar \·acila.t1 'l< CJJnbaleia como .'\f' esrivcs.sc
bêb" do, .. rrasra as pernas.
orais [r~lostornos agravam no clima rio. constipa·
ç30 inveterada com fezes duros, debilidade da bexiga,
que ~ consegue elimin.,r parte de seu co metÍ lo, para·
lisia esofígica, sendo que o alimento para 110 mcio do
caminho , linfonodos endurecidos. GrJ..nde p;t.liativ
do cincer em geral, de estômago, mam", útero, tàz
cstenOSC$ com f~lC ilidad~") esteno~e uretra.l.
 Carlos Brunmi, Mario Giorgi & Cofabs.
Caso clinico veterinário:
Josie, Teckel, canina, 10 anos, fêmea
Motivo principal da consulta: Crises de tosse que
não param até ela ficar esgotada. A tosse é barulhenta
"carregada" e começa às vezes com ela deitada ou
em pé, daí ela tem que ficar sentada. Parece que tem
catarro, mas não sai nenhuma secreção. Tosse direto,
tem época que melhora um pouco. Tem também m-
mor nas mamas. Já retirou 3 mamas há 2 anos atrás
e agora aparcceram nas outras. Tem crises de coluna ,
não consegue ftcar em pé, cai a toda hora . Há uns 5
anos os gânglios da garganta ficaram enormes e os
da coxa também . Fez biopsia cujo resultado foi sus-
peiro para carcinomJ, mas teria que fazer outra pata
ter certeza . A proprictária não quis fazer novamente.
A proprietária rdata que a Josie prefcre a ela.
Tem outras duas cachorras que convivem com ela,
quer dizer não convivem porque ela é muito ciu-
menta e é ela quem manda nas outras apesar de ser a
menor de todas. Não deixa as outras chc"arem perto
principalmentc se ela sai para passear c~m a dona .
Quando chegam em casa ela nJO qucr que as olltras
chcguem perto, ela toma posse. Ela é que manda
em casa. Quando ela toma bronca vira de barriga
pra Ctma. Qu.mdo ftca sozinha chora, uiva e grita O
tempo todo, agora não deixo-a mais sozinha. E ainda
arranha a porta. É muito carinhosa, brincalhona, mas
por causa da tosse e da coluna esta mais quieta. Tem
dó dela porquc parece que fica muito deprimida de
vez em qnando . Não quer saber de nada, fica bem al-
guns dias. A proprietária quer tratar com homeopatia
porque não quer que ela passe por outra cirurgia, tem
medo que não resista.
Sintomas:
Mental' - Ciúme.
Mental- Companhia - deseja companhia, aversão
a solidão.
Mental - DitatOrial - dominador, dogmático
despótico.
Mental - Choro, quando sozinho.
Garganta externa - endurecimento dos gânglios.
Tosse - Espasmódica.
Pei to - cânccr em mamas.
Conium maclllatum 12 CH
Após 3(j) dias do inicio do tratamento à proprie-
tária relata que da est.l mais feliz, brincando mais e
não teve crise de tosse. Está mais disposta, teve uma
crise de tossc, mas não foi como as outras, que pa-
rCCla que estan engasgada. Está dormindo bem. O
relacionamento dela com as outras cachorras melho-
rou, da até deixou que elas entrassem em casa, mas
continua cillmenta, ficou no meu colo o tempo todo.
Os gânglios estão menores à palpação.
Após 90 dias a p-roprietária diz que ela está óti-
ma, não dá sossego em casa, mais brincalhona, nem
parece que tcm 10 anos. Os rumores da mama estão
menores e o outro veterinário sugeriu esperar para
operar já que os tumores não estão crescendo. Tosse de
vez em quando mas não teve mais crises. Está satisfeita
com o tratamento porque a Josie est~ bem mais feliz
depois que começou a tomar o medicamento.
Aethusa cynapium
Aethusa
Medicamento com emprego praticamente res-
trito a peLliatria, remédio cujos autores falam muiro
de sintomas que ocorrem com crianças .
Lathoud -
Atthma c)'napium - (Cimta menor) ou falsa salsa,
cresce em jardins cultivados ou em locais abandona-
dos, com frequência é confundida com a salsa sendo
qne esta confus50 já causou muitos acidentes. Pode
ser reconhecida pelo séu caule avermelhado na base,
as foUlas verdes mais escuras que a equivalente co-
mestível, exalam um cheiro desagradável quando a
apertamos com os dedos, ao contrário da sa lsa cujo
cheiro é aromático e agradável (gostosinho).
Piora ao olhar para cima - simbolicamente indica
um aspecto depressivo de acordo com seus vômitos
e estupidez e delírios.
Sintomas Mentais
Vijnovsky
1- não consegue pensar, nem compreender nem se
concentrar, casos de estafa, antes dos exames -
"Hering - Como se uma barreira sc impnsesse
entre os objctos do mWldo exterior e os ó rgãos
dos senttdos".
2- delírio maníaco, raivoso, com alucinações, vê
gatos, cachorros, fatos que correm e insetos.
3- Piora no escuro, medo de fechar os olhos e não
acordar mais.
4- Impulsos de saltar pela janela, muitas vezes com
intenções suicidas .
5 - Triste quando sozinho, fala com lentidão.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Sintomas Físicos
1- Vertigem com sonolência e palpitações, não
consegue levantar a cabeça sendo que esta es-
quenta quando cessa a vertigem.
2- Sintomas cefálicos (enxaqueca) que melhora
quando exonera gases ou evacua. Sensação
de cabeça, o rosto e as mãos inchadas quando
toma banho.
3- Fotofobia crônica, obstrução nos ouvidos, sente
como se deles saísse algo quente.
4- Sialorreia, sente a língua muito grande ou seca,
úmida e branca após tomar leite.
5- Desejos frequentes muitas vezes ineficazes de
espirrar, herpes na ponta do nariz.
Kent - "B ruscamente durante os calores de ve-
rão a criança não digere mais o leite; anres que seja
digerido é vomitado e surge uma diarréia amarela
esverdeada; em seguida a fácies sc torna hipocrática,
com palidez branco-azulada, sobretudo ao redor do
nariz e dos lábios, os olhos estão fundos e seu aspecto
"moribundo. Cai em prostração extrema, dorme pro-
tundamcnte, desperta para mamar novamente, mas
em sC):,'uida vomita o leite que acabou de tomar, tem
nova diarréia e dorme aniquilado, se Aetlmsa cynapium
não intervém a criança poderá morrer . Pode haver
ainda convulsôcs, delírio c cxcitaç50 acompanhando
o quadro."
Rejeição ao leite artiticial (de vaca), assim sair do
seio materno é um problema, grande medicamento
1
para o papo a moda - refluxo. Crianças vomitadeiras,
sendo que isso ocorre em períodos de surtos agudos,
levando a vomitar um leite azedo, coagulado, surtos
que são agravados muitas vezes pela dentição e pelo
verão forte, podendo ser acompanhado de diarreias
explosivas.lpeca também é vomitadeira, mas vomita
qualquer coisa e aquL vemOS uma especificação em vo-
mitar o leite. São crianças fracas, quando adoecem mal
conseguem ficar em pé, apresentando aspeao ansioso
e sofredor. Tem um jeito meio abobalhado, sonolenta
e de difícil aprendizado. Apetite voraz, mesmo depois
de ter vomitado fazendo o ciclo - comeu - vomita.
Fome voraz, comeu - vomita. - S após o vômito sugere
uma indicação para a estenose hipertrófica de piloro.
Margareth Tyler - É o remédio de crianças idio-
tas, com uma sensação de incapacidade para executar
tarefas.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Para os filhotes que vomitam leite
coagulado, mas algum tempo depois de ingeridos,
acompanha uma diarréia aquosa, amarelo-esverdeada,
ou mucosa, associados a uma importante prostração
e sono prolongado, sem Acthusa ou outra medida
intervencionista o animal morre em dois ou três dias.
Uma fraqueza acentuada, que chama a atenção.
N a febre temos uma ausência com plem de sede, enrije-
cimento e inchaço do corpo e coloração preto-azulada.
 Carlos Brumni, Mario Giorgi & Colabs.

Cocainum

"Pt ter Pan" - Os inctivíduos '''CoCai1'lt1111 são

l
' Os "médicos antigos" - .,accrdores conheciam us
p"""oas que preferem pensar que são eternas crianças, efeitOs da lenra mastigação das t"lhas. Ela aumcnm a
pois s5.o insegur'1s e im~1nlras circuJa"ÇJo sanguínea, o ritmo da respir<lç50) J cnergi2
Considcraç6cs conrexruais e origem - Coca muscular, o metabolismo, além de arenu.lr a sensaçw
E,-itll1vxylon coca de fome pelo efeitO anes~j3 nte sobre a ml1c()Sa do
É um arbusto de 1 a 3 m de alrura que cresce cs t',mago. An!3lmente sabe-se qnc, em qU:lntidad
!lOS vales quentes dos Andes. Era considerada, nos excessivas age COI110 narcótico, v;(iJ e aCJ.ba por tClns·
t"m pos elo Império incaico, uma plant:t sagrada, só o turmar O \"ióado num derrotado física e mentalmente .
imperador-rinha o direito de cultivá-Ia. O nome deriva Em 1567, no Concílio de I.ima, foi pro ibicl.!,
do aimad Koka, que significa arbusro . pois era considerada o Utaljsm~l do diabo'~ , In, s, e m
Era distribuída em sacos pequenos àqueles que se 1573, o vice-rei Toledo autOri za nO\"amen!t: I> I CU
disri nguiam pelos serviços prestados. O povo só reve pJantio e consumo.
direito ao cultivo após o domínio espanhol. Em 1750, em·i,lm mudas pa ra a Europa .
Durante o Império incaico, os sacerdotes a Em 18:'\6, o médico alemão Popig deu o akrt.\
usa\"am para diagnosticar a forma e a evolução das contra a coca, que aré entoo era considerada bem!fic1.
doenças pelas posições das folhas de coca que lança- Fm 1860, Nicmann isolou a (ocalua, aJcaJ0 ide
\.·am ao solo. E atualmente também é usado, para da coca.
adivinhar o futuro. E m 1863, .\'1arimi, "químico italiano, prtp~f':I
O uso irrestrito das folhas duoca eta permitido o famoso e1ixic Mariani , fortitlcante famoso, assim
exclusivamente aos sacerdotes. Eles passavam a um como o vinho de QlIinqllina, à base de coca, com
estado de embriaguez durante as cerimô nias de culto
ou exorcismo. Como resultado dessa cerimônia sur-
giam suas interpretações do futnro e seus diagnósticos
das enfermidades, para infecções e fraruras nos ossos.
Também enchiam-se as bocas.dos defuntos com follias
de coca.
Não eram só os incas que as usavam, os mo-
chicas e os naZeas também . Pelas cerâmicas deixadas
pelos muchicas se suspeita que eles desenvoh·cram
m étodos de cirurgias que merecem admiração, tais
como: amputação de membros c próteses de madeira
e trepanaçües cranianas. roram achados cenrenas de
cránios trepanados.
É poss·ívcl que tenha sido usada, a coca para a
realização de tais cirurgias .
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
muiro sucesso na época, foi usado por Júlio Veme,
Rodin, czar da Rússia, papa Pio X, Leão XllI.
Em 1884, Freud escreve De la cocaine, te).'tQs
sobre sua experiência com o uso da cocaí.....
Em 1884, Koller descobriu a possibilidade de
cirurgia ocular sem dor, mediante a instilação de
goras de cocaína.
Em 1886, surgia um novo xarope, à base de
cocaína, cafeína, extraro da noz de cola, mismrados
com água e gás carbônico - era a Coca-Cola, que até
o ano de 1903 continha cocaína.
Reclus e Halstcd, em 1885, também a usaram
mediante sua injeção em nervos. fu técnicas de Hals-
red até hoje são utilizadas em cirurgias de mama.
Bier e Corning a usaram no canal raquidiano; e
com isto ela conquisrou as salas de cirurgia de todo
o mundo.
Atualmente, o camponês nos Andes usa a folha
de coca misturada com cinzas do talo de um cereal
chamado quinua, arroz c erva-docc, para tirar o sabor
amargo das folhas, e fICa mastigando este bolo durante
horas. Os mineiros também a usam dessa forma para
evirar a fadiga e a fome . O índio utiliza aproximada-
mente de 30 a 60 gramas de folhas por dia_
A técnica mais remota dos índios na Veneruela
e Colômbia consistia em colocar em ebulição folhas
de coca mascadas, com água e cal em pó (obtido peJa
raspagem de conchas previamente cozidas) de onde
se obtinha um xarope viscoso muito semelhante à
pasta base.
A coca possui 14 a1ca1oides que são os seguintes:
1. CAJCaí.... - e o éter metílico da benwil ecgonina
e tem as seguintes propriedades: anestésico
•
local, analgésico, usada como esrupefaciente,
provoca a estimulação do SNC: hiperexcita-
bilidade, irritabilidade, loquacidade, euforia,
ansiedade, aumento da capacidade menra.!,
diminui a fadiga fisica, diminui o apetite, pro-
voca excitação sexual. Em altas doses, deprime
o centro cardiorrespiratório, o que pode levar
a uma parada cárdio c/ou respiratória e morte
súbita. Este efeito é potencializado pela ação
do álcool e/ou de tranquilizantes.
2. Ecgonina - tem a propriedade de mctabolizar
os carbojdraros e glicídeos.
Esse me.canisl11o explica por que a obesidade é rara
entre os camponeses andinos.
3. Arropina - com seu efeito antiespasmódico alivia
a cólica menstrual e intestinal.
4. Peptina - é adsorvente e anridiarreico.
2 3
5. Papaína - melhora a digestão.
6. Higrina - es.rimula as glândulas salivares, protege
os dentes, o que explicaria a rara incidência de
cáries em índios.
7. Globulina - cardiorônico parecido com o digi-
tai, aumenta a colltratilidade do miocárdio e a
frequência cardíaca, estimula o centro respira-
tório, melhorando o "mal das alturas" (tontura,
dispneia, cefaleia).
8. Piridina - melhora o funcionamento cerebral.
9. Quinolina - junto com higrina, fósforo e cá.lcio,
evita as cáries.
10. Reserpina - diminui a pressão arterial, o que
explica serem tão incomuns casos de hiperten-
são em camponeses.
11. Conina - anestésico poderoso (Cicuta também
a contém).
12. Cocaí.... - analgésico.
13. Benzoína - acelera a formação de células
musculares e evita a putrefação de alimentos;
agindo com atropina e papaína, melhora a
gastrite e úlcera.
14. lnulina - provoca aumento dos glóbulos
vermelhos, brancos e plaquetas; aumentando
a concentração de hemoglobina, melhora a
capração de oxigênio pelo sangue, contribuin-
do assim para melllorar o "mal das a1ruras".
Substituto do café, é. usada para tratamento de
laringite em cantores e locutores, em regimes
para quem faz grandes exercícios fisicos, e age
ainda como substiruto na desintoxicação de
anfetarninas e cocaína.
A coca wnrém a insulina, isso explica a raridade
de diabete entre os indígenas. Contém proteínas e
carboidratos, vitaminas (A, B, C e E) e sais minerais
e os 8 aminoácidos essenciais.
É usada para dispepsia, f1arulên çia, cólicas, gas-
tralgias, histeria, convulsões idiopáticas, fraqueza após
doenças grayes, "mal das alturas".
Das lendas
Existem muitos mitos e lendas ligados à aparição
da coca. Narramos abaixo uma dessas histórias:
"Conhece a nlsteza? Os olhos de Coca tinham
sua cor. Era uma jovem índia, muito bonita, que mo-
rava no CoUasuyu, que tinha a peJe cor de mel. Era
vaidosa, conquistadora e egoísta, nada levava a sério,
só pensava em se divertir e dançar, ria dos rapazes que
a pediam em casamento, nunca tinha sofrido. Desde
a aurora cantava com os pássaros e trançava flores em
seus cabelos negros.
 Carlos Brunini, Mario Giorg; & Colabs.
Cumpria rodos os seus deveres, fiava a lã de lha-
ma e de alpaca, fazendo os mais boniros e raros fios ,
mas o coquetismo de Coca , que rejeitava os homens
depoi s de ter se oferecido a eles, é fonte de desgraça.
O inca consuJta os sacerdotes e os adivinhos;
estes, depois de examinarem os augúrios, afirmam
que é preciso sacrificar Coca , sob pena de causar ca-
tástrofes terríveis sobre o Império. O imperador, cheio
de tristeza, mandou conduzir Coca para o sacrifício,
durante as mais solenes cerimônias. Os pedaços de seu
corpo foram enterrados nos quatro canros do império,
onde indicaram os sacerdotes. Sobre cada um desses
lugares nascia um arbusto com folhas verdes muito
bonitas, que foi chamado Coca em homenagem à
jovem sacrificada."
Interpretando a lenda
Como a jovem índia da lenda, a personalidade
Cocaintlm precisa mostrar sua força de conquista. Para
°
dominar outro, o seduz, vincula o conquistado a si
através do afero, para depois rejeitá-lo, humilhando-
o. Sua dificuldade é a de ligar-se ao outro através do
afero e de sentir as relações afctivas como questões
de profunda importância e valor na vida das pessoas .
A sedução, o jogo da fascinação, é a anna que
utiliza para despertar interesse e afero, e, como usa
apenas o fogo da paixao para ligar-se ao outro, rapi-
damente desinteressa-se pelo conquistado. Tal fogo
ardente logo será extinro, junro com o víncuJo afetivo.
Mesmo o vínculo superficial é difícil para Cocaintlm:
ele precisa estar em constante elaçao, em êxtase;
onde ü que conta é apenas o prazer : O riso fácil, a
satisfação dos sentidos, o sabor do poder. Como se
estivesse anestesiado contra o afero, IIlconsciente-
mente associado à dor e ao desprazer. Anestesiado,
vive desvencilhando-se da dor do amor, dos vínculos
mais profundos.
Sua menos-valia é grande. Como não consegue
amar, não pode ser amado ; assim, sua falta de im-
portância interna cheg.r a ponto de promover sérios
distúrbios psíquicos : alucina-se ouvindo coisas de-
sagradáveis sobre si mesmo; vê e sente carraparos e
larvas cobrindo seu corpo. Está coberto pelo que há
de menor e de imundo.
De seu vínculo com a vida interessa e marca
apenas o que existe no "aqui e agora". O passado não
existe, a experiência do viver que traz aprendizado
é negada, esquecida. Comporta-se como a criança
que, por não ter maturidade neurológica, não me-
moriza seus primeiros dois anos de vida, plenos de
aprendizado.
Negando seu passado, nega sua experiência e
crescimenro, permanecendo na condição de eterna
criança: o puer aeternus .
Cocaintlm - correlações didáticas
(Cocaína; Alcaloide do Eryth,-oÁ)'ú>n Coca
Peter Pan:
Aro 1- O HOMEM QUE NÃO QUER CRES-
CER .
Aro 2- O PÓ DE PIRlLlMPlMPlM
Aro 3- A TERRA DO NUNCA SINOPSE
Uma história assombrosa de aventuras , desco-
bertas e sonhos, Peter pafl vem emocionando as pla-
teias de rodo o mundo desde a sua estreia nos palcos
teatrais de Londres há 100 anos . A fábula clássica do
menino que não queria crescer - e da menina cuja
família insiste para que ela cresça ..
Peter Pan é um garoto que mora numa terra onde
as pessoa não envelhecem. Ele convida três irmãos
para viver nesta terra, a Terra do t\' unca onde eles
terão que combater o Capitão Gancho e viver mil e
uma aventuras. Com doses ilimitadas de imaginação.
Interpretação
(Dra. Maria de Lourdes de PauJa Gomes Bru-
nini)
Sintomas mentais
Falta de sentido moral.
ConStante desejo de fazer algo grande, empre-
ender grandes demonstrações de força . Industrioso,
laborioso, mania por trabalho.
Ciúme irracional.
 Matéria MédiC8 Homeopática Interpretada

Alucjnaç(-K'\ auditi\ '~lS , pl' l1SJ llue ouve coisas Imoral: L Contrário à moral, desonesto, liberti -
desagradi"cis ,obre si. AJucimções "isuai" de ri rxl per- no, amimoral. 2. Do ponto de vista de uma sociedade
securório; \'ê l' sente c1rrap~tos e larvas (es tá coberto determinada, diz-se de condura, ou doutrina, que
por eles). SensJçio como se O passado nJo ex:istis se. conn-,lria regra moral por ela prescrita. 3. Do ponto
' Loqu<1Z - !,ranclc ,lriúclade ce rebraL de vista do indivíduo, diz-se de conduta ou doutrina
. D escuid a de su.) ap",ência ,·isua!. que contraria regra moral por ele adotada. 4. Diz-se
Esmdo do medic.ullCnrO Coraifl""/' de conduta ou doutrina que contraria regra mOlial
O gcnio medic.llllentoso é aquilo que existe Jc prescrita por um d<!do tempo e lugar. 5. Pessoa sem
comum no comportamento do nosso paciente ou moral.
experimentador, e aquele que sofre o medicamenro.
Assim quando nos deparamos com pessoas que, mes - A falta de sentido moral (pág. 68/coL 2/2 pt, do
lTIO SelTI nunca terem usado nenhUll1 tipo de narcótico, repertório de Kent-Eizayaga) ocorre naqueles que são
comportam-se como se estÍvcsSClTI "'embaladas" pelo imarllros, nos quais o juizo do bem e do mal ainda
efeiro da cocaúza. Com todas as manifestações (como não estio presentes, lcmbrcmdo-nos as crianças que
veremos a seguir), fIca evidente que nosso paciente não têm ainda senso moral.
sofre equivocadamente Cocai1'lum.
Quais os sintomas que os indívíduos "usuários)) Didarieamente é admissível fazer alusão ao per-
de cocaína apresentam para que possamos estabelecer sonagem "Peter Pan", super-herói dos contos infantis
uma relação' - que um dia resolvcu "11;10 crescer" - pennanecer
Os sint0111;;lS são euforia il1rcl1sa e prolongada, criança - fugir das responsabilidades da vida adulta/
sensaçio de bem-estar, loquacidade, estimulação inte- madura e, para re.lli' "lr seus desejos, aspirava um pó
lectual e motora, mídríase, excitação sexual, sente-se (pirilim pim pim); assim, sob cfeiro desse pó, viajava
um verdadeiro super-homem. à CCTerra do nuncl" c rcalizava grandes proezas.
Portanto, quando se encontrar lun paciente cujos
Compreendendo seu miasma
síntomJs mentJis lembrem uma pessoa ~(Jjgada)) - ima-
É um medicamento considerado pequeno, pois mra - loquaz, com um ego hipertrotiado como um
foram feitos poucos esmdos e experimentações; en- super-heróil (Peter Pan), deve-se pensar no remédio
tretanto, a pdtica quotidian~ dcmonstra quc, graças a Cocainlflll.
seu peculiar "ego hiper-insutbdo", combina bastanre
com pensamento sicótico de nossa sociedade arual, na
qual os v:uores competitivos e aparentes sobrepujam
os valores morais.
O sintoma-chave, o ponto a partir do qu:u com-
preendemos seu sofrer equivocado é falra de sentido
moral.
Fsre é muitas vezes confundido com compor-
tamento amoral ou ímora,l, para que não ocorraIn
dU\'úhs "ejamos as definições do dicionário Aurélio:
Amoral: L (2ne noo é contririo, nem confonne a
mor:U. Segnndo Oscar "rilde, a arte não é moral, nem
imoral, mas amoral. 2. Que falta moral: procedimento
amoral. 3. Que não tem senso de moral: muitos o
consideram um escritor amorai. Que é privado de
qualifIcação moral, que se sim,l fora da categoria. Por
não se referir a Clto suscetível dc julgaIl1cnto norma-
tivo do ponto de vista do bem e do maL 5. Diz-se da
condura humana que, suscetível de qualificaçõo moral,
não se pauta pcbs rcgr~ls lllorais vigentes t'ln WTI dado
telnpo e lugar, seja por ignorincia do indivíduo ou
do grupo considerado, seja pela indiferença, expressa • ó
e fundamenralb, "os valores morais.
 Carlos Brunini, Mario Gíorgi & Co/abs.
Reforçando ainda com os sintomas do Repertó-
rio Kent / Eizayaga - Ambição (4 / 1 /1 pt) - Audácia
( 10/ 1 / 1 pt) - Laborioso (59 / 2 / 2 pt) - Loquaz
(61/2/ 1 pt) - Ilusões auclitivas (39/2 / 1 pt) - Ilu-
sões de que é perseguido por seus inimigos (46 / 2
/2 pt) (na história Peter Pan era perseguido por seu
arqui-inimigo Capi tão Gancho).
Sintomas gerais
O sintoma-chave é descrito como se sob a
pele houvesse larvas ou pequenos corpos estranhos,
como grãos de areia. Aderências a estreitamento pós-
opera tórios.
Corea, Parkinson. Tremores de alcoólatras e
sems.
Desejos de doces.
Sintomas particulares
Sensação de latido e estalido na cabeça.
Midríascs. Glaucoma , hipertensão incra-ocular,
sensibilidade da córnea diminuída, olhos fixos sem
expressão.
Caso clínico
Paciente: R. P. L.
Sexo: masculino, 25 anos
Solteiro
Jornalista
Q. D. - Dor de estômago há 6 meses e impo-
tência há 3 meses.
H. M. A. Refere que desde há mais ou menos 6
meses vem sentindo dor de estômago, que piora com
G!fé, uísque e comidas muiro temperadas, fez exame
de endoscopia que revelou gascrite.
Também se queixa de imporência há aproxima-
damemc 3 meses. É uma pessoa muito ativa, traba-
lhador, extrovertida e làlante, é jornalista, deseja se
tornar famoso e ter muito dinheiro para poder gozar
a vida em sua plenitude, está cansado do clinheiro
contado todo mês para viver.
Está estudando línguas à noite, inglês e francês,
pois pretende viajar à Europa, mas não como a maio-
ria dos turistas e sim se hospedar no horel George V,
ou no Ritz em Paris e viajar de primeira classe.
''Não me importo de fazer qualquer coisa para
ganhar clinheiro, já fui até acompanhame de madame,
e ganhei belos presentes" e mostra a correnre de ouro,
"não me incomodo de mudar algumas notícias con-
form e o pedido de meu chefe por interesse de outros,
ao final o mal com isso não é tão grande assim".
Era namorador até há poucos meses, pois anda
falhando nas relações, sente como se não tivesse pênis
e isro o deixa deprimido.
Só teve uma namorada firnle, no interior, lnas a
deixou, pois ela engravidou e ele não quis assumir a
paternidade, tinha até "arrumado alguém para pro-
vocar aborto".
"A dor que sinto está atrapalhando minha vida,
pois meus contaros sociais e políticos são muiro im-
portantes na minha profissão".
Sono - sono agitado, ultimamente ando com
lnsônla.
Sonhos - não se recorda.
Desejos alimentares - prefere doces
Repertorização:
1- Laborioso - 59/ 2 2' pomos
2- Ambicioso - 4/ 1 1 ponto
3- Loquaz - 61/ 2 1 ponto
4- Moral , falta de sentido - 68/ 2 2 pomos
5- Ausente - sensação. de que o pênis 438/2 - 2
pontos U.R.
Conduta: meclicado com O remédio Cocainum
CH30D. U .
A evolução do caso foi muito boa, o paciente
andou bem e até hoje quando penso neste meclica-
mento lembro-me de R.P. L.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
07

Cpcculus indicus

Na busc:t do equilíbrio perdido. A insegurança

como indicativo de falta de equilíbrio - tonturas

É uma substância vegetal, utilizada, desde muito

tempo antes de Hahnemann, como um veneno para
peixes, deixando-os estupidificados, paralisados,
possibilitando assim su,' fácil captura até mesmo com
as mãos .

Seu primeiro uso medicinal deu -se a partir das

expenmentaçocs patogenéticas de Hahnemann, tendo
efeito marcado sobre o sistema nervoso, particular-
mente sobre os componentes cerebrais e medulares
das vias motoras, produzi.ndo muitos sintomas como
cãibras, dificuldade de controle de força e incoorde-
nação de movimentos, como disse Kent: Cocculus
lentifica todas as atividades do corpo e da mente,
produzindo uma espécie de "fraqueza paralítica".
A Picrotoxina é o a1caloide de Cocculus, sen-
do que seu efeito em peixes é descrito por Clarke:
"Quando a Picrotoxina, é adicionada à água na qual os
peixes estão nadando, eles fazem mo\~entos rápidos
escavantes e sinuosos, e então nadam vagarosamente,
abrem suas bocas e guelras frequentemente, caem para
os lados e morrem asfixados rapidamente."
Hughes: "A picrotoxina produz e cura convulsões
raoto crônicas como tônicas, lembrando as manifes-
tações similares aos rraumas no pedúnculo cerebral:
como os movimentos semicirculares, para trás e ro-
tação sobre o eixo do corpo. Lentidão do pulso e da
respiração indicativo de distúrbio do vago"

Sintomas mentais
Tem suas respostas muito lentas, pensa lema-
mente, é lentO para virar-se e ver o que se passa e para
2 Carlos Bruniní, Mario Giorgi & Co/abs.
responder a alguém, embora o faça corretamente,
precisa que lhe façam uma pergunta mais de uma vez
para que possa respondê-la.
Há uma lentidão para aprender, é esquecido,
engana-se com as palavras que vai dizer, tem que ler
várias vezes um trecho, para que possa compreendê-lo.
Aturdido por ler ou pensar. Esta lentidão o leva à in-
dolência, não tcrminando nada do que começa a fazer.
Hipersensibilidade marcada por hiperexcita-
bilidade do sistcma nervoso. Não tolera ruídos,
transtorno, sacudidas e nem que o toquem ou que
o contradigam. Muito susceptível às ofensas, vozes
fortes, atitudes rudes, o medo, a ira ou un1 insulto.
Assusta-se e sobressalta-se facibnente. Preocupa-
se pouco com sua saúde e muito com a dos demais,
COI11 sentimento de culpa e ansiedade. Senta-se num
canto sem falar, sumido em recordações tristes e não
se dá conta do que se passa ao seu redor.
Medo de morrer, de espectros e fantasmas, medo
de perigos desconhecidos; pior à noite.
Confusão mental por comer ou beber, transtor-
nos por ira, vexame ou tristeza, com pena silenciosa
e profi.mda.
Margareth Tyler diz que um caso de Coccu/us
precisa da combinação de vexação, ansiedade e trans-
tornos por perda de sono.
Desta forma seus sintomas combinam com a
in1agem do bêbado e da embriagues, cabendo assim
tanto para tratar grandes porres, COI11 também em
concordância com labirintites e tonturas que apre-
sentam marcha ébria (naqueles não alcoolizados).
Sonhos:
- Sonha que fez mal a alguém, que cometeu um
crin1e, com desgostos ou infortúnios passados.
- Sonha com sua morte, com mortos, que seus
dentes caem (Nux v), doenças, sonhos ansiosos, des-
gostosos, seguidos de medo.
Sintomas gerais
Mal do mar, transtornos produzidos por viajar
ou até mesmo olhar uma embarcação, um calTo, um
trem ou wn avião; com náuseas e vômitos.
Desmaios ao levantar-se pela manhã, histérico
ao ser tocado, depois de defecar, durante palpitações.
Conscquências de falta de sono, noite mal dor-
mida para cuidar de um enfermo (Clarke), chegando
às convulsões.
Falta de energia vital, muito débil, paralisia e
tremores, principalmente antes e durante as mens-
truações.
Desejo de bebidas geladas, principalmente cer-
veja e aversao a coisas ácidas.
Piora levantando-se da cama, fumando, moven-
do-se, por gritar, quando é tocado, pelo calor da cama,
por ruídos ou qualquer emoção. Melhora sentado,
deitado quieto ou em um quarto quente.
Sintomas particulares
Vertigem que acompanha os sintomas mentais,
sentindo-se como intoXicado, com tendência a cair
para trás e necessita estar encostado em algo.
Sensação de vazio na cabeça, ataques de verti-
gem com inconsciênCla.
Dores de cabeça como se estivesse atado a um
fio, faixa ou aro. Dor de cabeça da nuca ao pescoço,
com tendência da cabeça cair para trás, não pode
sustentá-Ia por debilidade na muscularura da nuca.
Visão rurva, dificuldade para abrir os olhos,
visao de moscas, hemiopia (nao vê o lado direito das
coisas), olhos secos e inflamados, dores nos olhos
como se tivessem sido arrancados da cabeça. Olfato
muito agudo, narinas ulceradas; ouve ruído de água
corrente nos ouvidos ou os têm tapados.
Face vermelha, inchada, quente, piora durante a
febre, sente calores na face em lugares frios.
Paralisia facial, nevralgia facial à tarde, face fria
ao tato. Boca seca sem sede, dentes cariados, dentes
moles, com gengivas inchadas, dificuldade para falar
como por paralisia da língua, gosto metálico.
Asco à comida, tem náuseas de cheirar, olhar
ou até ouvir falar em comida, sensação de plenitude
ou cãibras no estômagQ; sensação de que há uma
minhoca ou verme cami.nhando em seu estômago,
sensaçao de vazio no estômago, fome sem desejo de
comer e sede sem desejo de beber.
 Malén'a Médíca Homeopática Interpretada
Dores cortantes no ventre durante a menstru-
ação, piora ao mover-se. Distenção timpânica do
abdome, com sensação de vazio, flarulência, dores
no anel inguinal como se fosse por hérnia . Hérnias
estranguladas, com constipação, piora constipado.
Constipação com fezes duras, desejo ineficaz de
defecar, diarréia por viajar de carro.
Dor nos testículos como se tivessem sido golpe-
ados, prurido escrotal, grande excitação se}:ual.
Flw(o como água de carne ou muco sanguino-
lento fétido, em vez de fluxo menstrual, ou durante
a gravidez, com cãibras a cada respiração e distenção
abdominal. Menstruação prematura, a cada 15 dias,
com coáguJos, piora em pé, caminhando ou por mor-
tificação. Grande debilidade durante a menstruação,
não pode ficar em pé, com sensação de desmaios e
adormecimento de extremidades.
Falta de firmeza nos joelhos, marcha vacilante,
tabes dorsallis, debilidade paralítica de extremidades,
sente as pernas inúteis, dor ao mover os membros,
como se eles fossem romper-se, estalos e dor em
articulações.
Tremor nas mãos enquanto come, que se inten-
sifica quanto mais alto as levanta; mãos cianóticas,
mãos frias ou quentes, alternadamente.
Insônia por cuidar de doentes, sono perturbado
por inquierude e ansiedade. Sonhos terroríficos e a.n-
siosos, com morte e enfermidades. Boceja e desperta
constantemente, sonolência insuperável; a menOr
interrupção do sono o deixa arrasado, debilitado,
com as pálpebras pesadas. Grita, sobressalta e tem
movimentos convulsivos das mãos durante o sono.
Transpiração fácil, por mover-se, profusa no
tórax, chega a jorrar, suor gotejante na face, piora
pela manhã. Febre insidiosa por ira, febre nOturna
que o emagrece.
Estudo dinâmico
Coccu/us sente tcr sido insultado pelo erro que
cometeu, sente-se culpado, sofrendo muito por seu
passado, envergonhado de seu mal agir, fala e pensa
constantemente coisas desagradáveis de seu passado.
Todo o seu corpo coça, ao anoitecer ou por des-
pir-se. Sono inquieto COm sonhos terrorwcos de mor-
te e doença. Tem transtornos vários por noites sem
dormir, cuidando de pessoas doentes, por se mostrar
sicoticamente com passivo, sublimando assim seu ato
equivocado de não ter dado afero e punindo-se com
algo que sabe que vai lhe trazer vários transtornos.
Ilusão de que o tem po passa muito rápido, como
se não tivesse tempo para reparar o seu erro, parado-
xalmente age muito lentamente, tem respostas lentas
e necessita que repItam a pergunta para que possa ter
tempo de pensar na resposta.
Depois de desperdiçar sua energia nesta tentativa
de reparação do erro, Coccu/us se entrega, desespe-
rançado, irresoluto, sem conseguir terminar nem as
tarefas mais simples, isola-se num canto e fica pensan-
do nas coisas desagradáveis de seu passado sem nem
perceber o que se pasY<l ao seu redor.
Homeopatia & pediatria
Dificuldade no aprendizado causada pela pre-
guiça e uma narural falta de motivação até para as
atividades agradáveis. Mal humor, ressentimento, as
crianças de Coccu/us são bravas, emburram e ficam
horas caladas num canto. Vomitam ao passear de
carro, insônia a noite,
Dicas práticas:
vômito estomacal ~ lpeca
vômito catarral ~ Antimonium tar.
vômito meningeo~ Apis mel
vômito cerebelar ~ Cocm/tls
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: O animal de Coccu/us, é normal-
mente lento para se mover, para aprender, irritadiço,
intolerante a ruídos, sobressaltos e estrirniliques como
choque elétrico.
Descordenados, paralisia muscular transitória,
melancólico, triste, nervosismo.
Sensível a menor repreensão, vomitadores (es-
pecialmente dentro do carro) .
Fraqueza generali~ada, anorexia
Um relato:
O fato eque eu passei a andar com enormes ton-
turas. Os médicos nunca encontraram um dia fui a um
psiquia tra e ele me receitou tarja preta.
Por uns dias dormi muito, mas depois a recupera-
ção foi real. As tonruras passaram, e com o tempo fui
diminuindo a dose, entretanto quando estava quase
parando com os calmantes as tonruras volravanl.
Uns anos depois, um médico de clínica geral
disse-me que eu tinha era um síndrome vertiginosa,
e receitou-me medicação para isso, aliviando a carga
de ansiolíticos.
Em Abril deste ano, numa semana muito traba-
lhosa e stressante (misturado com pouco sono), tive
numa situação de si stressante teria de apresentar um
trabaUlo na empresa para toda a diretoria.
Tive um enorme ataque de tonturas e pâ.nico.
 1 Carfos Brunini, Man'o Glorgl & Colabs.
Semi o pescoço a f,car tenso, diliculdade em me
concentrar visualmente, tonruras enormes, scnslçlo
de que ia desmaiar a qualqller momento. Tentei con-
trolar a respiração mas era muito difícil de o fazer.
Passei o tempo todo com esses sintomas (osci-
lando em intensidade ao longo de quase 2 hons).
Desde aí as tOnturas voltaram novamente com
mais intensidade, e voltei ao médico que me receitou
medicação novamente para o síndrome vertiginoso.
Qnando penso nos problemas lá de casa tudo tOda
em minha volta.
As melhorJS foram imediatas e evidentes, ainda
que não esteja a 100%.
Deixem-me dizer que eu tenho muitos sintomas
de ansiedade em determinad as alturas:
-Se por exemplo eu sentir uma dorzinha no
peito, dou logo um salto, como se tivesse medo de
um ataque cardíaco. Sinto as pernas bambas, penso
que vou ealr.
- Se estOu sentado e tenho uma pequena sensação
de tOntura, dou um salto como se esrivesse a segurar-
me de uma queda.
- Se dirigir me sinto pouco coofiante, notO que o
pé esquerdo vai levantado, e não descansado e apoiado
como quando me sinto mais calmo e segutO. Fico
natutalmente com receio algo constante de ter uma
tontura e me sentir mal, o que' me f"" evitar situações
que de outra forma não deveria evitar.
O meu médico chama de síndrome vertiginoso,
mas eu não sintO melhoras com os medicamentos que
"atacam» essa parte.
Por outrO lado, penso que os sintomas que
descrevo atrás, parece-me que este problema é funda-
mentalmente de ordem nervosa . Estas tontura estão
acabando com minha vida.
 Mait}na Médica Homeopática Interpretada
Coj]"m m ula o endereço da dor
O c.lte é uma planta com os segtIlOtes usos
etnofarmacológicos identificados:
l-:S timulamc, dillIÚ icn, depurativo do sangue,
tô nico geral, antiasm.í rico , antigripaJ, antidiarreico,
antireunl~tico, combate as vertigens, as cefalei a as-
sociadas a resfriados, vuinerário, antiespasmódico e
sudorífico.
Coffea cruda, Oll Coffea rnnllica, Oll Café cru , ou
sim plesmente café, " um conhecido fruto da árvore da
r~m fjia das rubiáceas, originária da Eriópia e Arábia,
de " nde foi levada para as IIh,, , Bordon e Marriniea;
p~ rmane(L sempre verde e alcança altura de 6 a 8
m etros; seu fruto contém o princípio ativo da cakína,
e ~uas diferentes dinamizações se preparam a partir
de u ma tintura -mãe, obtida dos grãos, sem torrar, de
Coffea arabica. (Extraída do livro de Lathoud).
1
Coffea cruda
A compreensão do medicamento Coffea cn/da
nos é bastante clara, graças à experiência que a maioria
de nós mesmos temos dos efeitos excitantes l]l1L es r.
bebida é capaz de nos despcrrnr; assi m, a compreen-
são da patogenLsia abaixo é perfeitamente dedutível.
Patogenesia
G,ffin crlllla derennin,\ c:s,'el1,ialmeme crctism, )
nervoso, excitação d e touas as funções orgânicas,
hiperesresia de todos os sen liuos, q ue são muito ea-
ra(cerísticos: a potênci,l visual se faz nl.Ús sensível, o
ouvido ma.is sutil, o gOStO nl,ús ab'Udo, o que aUl11tnta
sua sensibilidade à dor.
Os mú sculos sao mais móvei, . tendo maior
turgicidade, desejos sexuais mais d"spertos, havendo
exagLro de atividade nervosa dos órgãos digesrjvós
e secretores) o que leva a Jperitt excessivo, au men-
tando a cV:1Cllaç50 e a diure,c . A insônia OCJ~iDnad[l
pejo café nos faz lembrar sua excitação de c, pírito c
o calor febril.
Considerações
Nós homeopatas bnscamos sempre uma identi -
dade, wna ressonância enrre aquilo que é comporta-
mento do individuo e aquilo que acontece em intonia
com seu medicJIuclltO.
Assim, temos pessoas qu e são natnralmcnre
excitadas, ligadas com grande afluxo de ideias (ex -
tremamente atl\'as); mostraJn-se, portanto, extrcma~
mente sensíveis) como se tivessem ingerido bules de
café (sem que na vadade tal ti c 'se owrrido ). e eSta
agitação é uma maneira namraJ de ser (soa psora ).
Tais pessoas tCm suas at ividadc:s mentais e~acc r­
badas . c"m gr mde insônia dur.1nR: (l noite, devido
212 Carlos Brunini, Mano Glorgi & Colabs.
a sua hipersens ibiLidade, dando, dessa maneira , uma
dimensão maior aos fenônlenos que ocorrem à sua
volta. Assim, wn pequeno latido. UIH barulho de esca-
pamento de motocicleta a um quiJometro de distância
bd com que esta sensível plantinha de café que existe
dentro de si tenha a impressão de haver um eanil no
seu quarto ou um motor nos seus ouvidos.
O barulhinho vira um barulhão. Uma pequena
fresta no vão da janeb, que deixa passar um pouco de
luz, o fará pensar que é um holofote em seu rosto, e
assim por diante, acarretando desassossego e inquie-
tude a Coffea que, por ser muito sensível, sofrerá estas
dl1'-'lS penas.
É como a estória da árvore de ca fé, que, à menOr
intempérie, como uma geada por exemplo, sofre,
padece, não produz e adoece.
E todos nós sabemos quanto sofre um indivíduo
que não tem sono, passando noites intermináveis em
vigílias.
Desta maneira , o menor cheito, ruído, passos,
timbres de campainh as, ric-tac de relógios e mesmo
pequenos toques pelo tatO, devido à hi persensibilida-
de sensorial e sensitiva, transformam-se em grandes
problemas para as pessoas Coffea.
Portanto, se este medicamento é capaz de desper-
tar tais sintomas no indivíduo sadio , é também capaz
de curar aqueles que padecem destes sintomas, sendo
descrito por Kent como "o mais esplêndido seda tivo
conhecido".
E na medicina alopática conhecemos estes pode-
res do alcaloide "cafeína", muito urilizado em asso-
ciação COln outros analgésicos, como os "salicdatos"
(exemplo: Cafiaspirina).
É um medicamento que, graças ao seu sentir
especia~nente exagerado, é capaz de aperceber-se de
coisas que pa.<S,lriam em branco para outros, com
grandes sacadas e "i nsigrh,", principalmente se forem
voltadas à sua esfera pc>soal, rrocando de humor ra-
pidamente (do bom para O mau humor e vice-versa),
lembrando agui a sua semente dicotiledônea (ou seja,
duas partes); portanto, troca rapidamente de polari-
dade, o que dificulta em muito o relacionamento com
ind.ivíduos CoJJca ) que} muitas \T7..CS ) inrcrroll1pem
uma conversaçáo normal com crises histéricas (sendo
melindráveis, deve-se, ao se lidar com COJJÚI, medir
as palavras e tomar muito cuidado, pois qualquer fora
poderá ser deveras ofensivo, embora tais indivíduos,
logo em seguida, num rápido instante, podem tornar-
se chorôes e arrependidos.
Sintomatologia
Vertigem - piora pensando, melhora com a troca
de posição, não pode estar parado.
Apoplexia e congestão cefálica após wna surpresa
agradável ou por falar.
M idríases - olhos venmelhos com ardor, com vista
muito clara, pode ler letras muito pequenas.
Hiperacusia - ou~e os menores ru,dos, mesmo
os que os outros não ouçam , ou mesmo aqueles que
es táo muito distantes; sensível à música, barulhos de
campainhas, tic-tac de relógios.
Hiperosmia - sens ível por dema.is aos odores.
Epist;lxes.
CJ.lor no rosto - fica com o roSto brilhante com
a febre. Excelente remédio para nevralgia facial, suor
facial com escalafrios.
Odontalgias - pulsáteis ou neurálgicas, com todo
o quadro mental de intolerância à dor, piorando à noi-
te, depois de comer, piora com água quente, melhora
com fria, range os dentes, bnLxismo.
Boca seca e paladar aguçado - sente o gosto mais
agudo ou perda do gosto, gosto apurado, boca seca,
sialorreia da gravidez.
Gargama dolorida - piorando ao ar frio , com
a sensação de ter sempre que engolir; úvu[a muito
larga e inchada.
Nao tolera roupa justa (sens,veis ao taro) - rou-
pas principalmente apertadas na barriga, isto em
fi.mção de este remédio ser um grande flatulento e
de ter a sensação de cólicas por compressão de gases.
Dor no bipocôndrio direito com f1arulência.
Urina incolor - gotejamento - micções profusas
majs à n1eia-noi te.
Hipersensibi lidape vuh'ovaginal - prurido
volumoso) coceira, muita secreção mucosa e fluxo
sanguíneo. Convulsiíe.s puerperais.
Dismcnotreia - tluxo Jeitoso, piora urinando,
dotes severas e ame;l.,-a de aborto.
Espasmo de glote - senslção de laringe em carne
viva e ronqueira pela manhã. Opressão no peito, tosse
seca, asma, inspiração curta e pesada,
Palpitaçõcs - violenta , irregular e nervosa, após
excitJ.~10 Ou surpresa.
Tremores nas mãos - quando tenta segurar algo
ou mesmo quando estas estão quietas; ainda n-emorcs
nos pés e movimentos corei formes _
Ins(lI1ia - em função de ncita~'~o, fluxo aumCl1-
tado de ideias, ideia ftxa, crianças que des~crtam
agitadas à noite e querem brincar.
Hipersensibilidade de pele - erupções com hipe-
rexciubilidade e choro, pele quentc, pmrido, c111pções
escarlatiniformes.
 Maféria Médica Homeopática Interp retada
13
5. Hi sreria - chora de modo terrível - D obra seu
(orpo) move seus membrus) range os dentes)
esrica-se rigidamente; grunhidos e dispneia.
6. Exasperação - lrritabilidadc, joga as coisas para
Us lados, rompe coisas.
7. Sentimento de culpa - Co m grande angústia
8. Medo de mor rer (teme sofrer dores na hora
da morre).
9 . Delirium tremens - Corre de um lado pata o
outro, pensa que não está em sua casa. Grande
loquacidade.
10. T ransrorno por alegria excessiva
Alguns trabalhos mostram que um terço da
população adulta sofre de insônia, seja pata ÍJüciar
o sono, para mantê-lo ou ainda manifestando um
despe nar precoce. Você sabia que esta árvore é mui-
to se nsível' E que necessita de condições ideais e
rigorosas. bem como um tratamento adequado' A
pl anta café é extremamente sensível, s6 é possível a sua
subrevivência em simaçües especia.is. Os indivíduos
Co.ffca são pCSSO.1S também sensíveis. impressionáveis.
R (s - pequeno estúnulo, R- grande resposra).
Olha a assinamra aqui gente' Vejam que planta
sensíve l. O café está pronto para a colheira quando
os fruro s atingetn o estágio "cl'reja», A coU1eira deve

Sintomas mentais
1. Inusitada atividade mental e física - gr;111de ex-
citabilidade e exaltação, estando sempre repleto
de ideias, co isas para t:lzer, principaJmente à
noi te. H á um verdadeiro e\age ro da atividade
intdcctuaJ ) imag ina em excesso.
2. Hipersensibilidade sensorial e sensitiva - todos
os ,~cntidos - pa.ladílt) odor) gustativo) visual e
auditivo - estão nasranre ativos e acelerados.
3. Emoções repl nrinas c surpresas agradáveis
- Coffea é dê suma utilidade em distúrbios re-
lacionados com SuStoS ou emoções repentinas,
inclusive as :1gradáveis.
,
4. Excessivo prm to e lamenraçües - por coisas pe-
quenas ou bagatelas. A criança chora e ri com
facilidade, ri, chora l' se :rborrecc. cm imemal. Ligar/fio.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
'n r~Jl.izada O mais rapiJamentc possível, sendo ideal
que !)e com plete nwn per(odo de 2 a 3 meses. Antes
do perí ,do de (olheita de\·e.-se orgaru:z;ar o material
a ser usado (panos, sncaria, etc.) e providenciar o
ajus[(! e regu lagem de ro do o equipamento. Deve-se
tanlb ' 111 ta ze r a arnllnação para facil itn r a coUleita
~ J varrição do s frutos caldos (cate d.: v••rrição ). O s
terreiros e secado res devem ser revi auos lo:: crireriosa-
ml:nre limpos, eliminando todos os resíduos de café
c out ras sujidades. O caft que é colhido na mão tem
um~ q ualidade muito supcriüt·, em comparação com
" Ct Iheit.1 fe ita bar.: l1do o sarrafo no tronco da arvore
e depois varrido do clüo,
RELt\:r : grava pesquisando sobre distúrbios
do sono 'l ll.tnJo cnCOntrd ",te site ... E /,'Dstci bas-
taot,,- c:rnbnr:t. , ai ba que não há , olução para o meu
""o. Po is não durmo bcm há an os devido a pulu.i-
çao sonora do bairro o nde r",id(), de Wl1a p rofissão
I:Xcessivam cnt~ t.ensa e de uma rotina d om6t1ca sem
lazer. Este é um prob lema social em que não basta O
cClnhccimcn to p>iquiátrico. mas tlmbém " cullscicnti -
~'çâ() de pessoas flsic." e jurídicas de rodos os setor s
da , ......,cdade brru.ik1ra
Parabenú-) rodos vocês, proti'5iClrla;' d a psi-
quiatria e das demais ciênei"-s, que colabora m para
a melhoria da vida, Ob,,!rvo que seus esforços são
estimulados po r ação divina, caSo contrário, Iimirados
pcla pacidade lml11:lI1a, náo su pOlTJriam os desafios.
E peço 3. D <..1.1S por ~eus avanços, N.Ulca desistam, pois
conhecendo os proble.m3s de muitos e a solidariedade
de o utros com iguais problemas, cons~guimos comi-
flU ar com os nossos.
Mesmo es rando com sono demoro para dormir,
cnt..ío nâo durmo bem, No dia seguinte Eco cansada,
irmada, desanimada e com dor no corpo. Já rentei
t:lntos calmanres e hipnóricos mas es re apesar de
[JUrem dormir bem me deixava muito irriroda, isto
tem 11m ano e meio , Devo tentar um tratame nto para
Depressõo ? A ins"n ia vai e vo lta scm motivo () que
devo fuzcr ) As causa... d a imónia são muitas, desde
barulho, eokhào ou travcssei ro ruins, uso de csrimu-
lanres no final do dia (café , refrigerantes), ansicd.1dc,
d epressão, apneia do suno, etc. Procure um Psiquiatra
Clínico em sua cidade.
PERFIL - É um medicame nto que graças ao
seu sentir cxagcr:ldo é c:.lpaz de apcrcdx:r-sl' de coisas
que passariam em br'lllco p" ra outros, (0111 grandes
sacadas e insigths, principalm<:nte se forem voltadas
11 sua esferJ pessoa l, troc..I1Jo de 1111ll1or rapid:unente
(do bom para u mau hwnor C vice- ve rsa) lembrando
e~ ta a se mente diwtiledônca do (aft'. h so tlmbém
pode ser interpretado muitas vezes como um com-
portamento histérico, Assim s:io chorões, provadores
de vinll0S e cafés, perfumes etc" ,Podemos pensar que
se ofendem por bagatelas, entretanto para o hipersen-
sível uma pequeneza pode ter uma maior dimensjo"
Homeopatia & pediatria
Devido a sua hiperscnsibilidade, estarão sempre
pelos cantos da casa cho rando, inconsoláveis. A pri-
meIra reação que as pessoas 1"em ao ver lima cnança
pequena de colo chorando é agrada-ias e é exatamente
ai que as coisas pioram, pois 1130 toleram serl'm ear-
rq;adas quando choram, São as mais .se nsíveis da ma-
léria médica, cuidado com as brincadeira de mão pois
pequenos esúmulos podem trazer grandes respnstas,
OFE:-.!DIDAS MELl~DRADAS POR BAGATE-
LAS , Crianças com insónia onde deve reinar na casa a
roul falta de estímulos, Grande medicamento para as
dores agudas dos lactentes como dentiç:í(), o ralgia, e
cólicas em geral que agravam ao movimento,
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Extremamente sensíveis a núdos
scndo capaz de escura r a grandes distancia o ruido
agravam seus sintomas e suas dores, sofrem com os
vemos e com o frio (igual a planta de café), Insó-
nü marcante com grande ativid ade física e memal.
Sensíveis aos estímul os, inclusive aos dolorosos em
excesso, magoam-se depo is de pequenas pancadinhas,
não gostam de toques e apertos.
Vigília
(Vinicius de Moraes)
Eu às vezes acordo e 0 1110 a noite estrelada , e su-
fro doidamente . A lágrima que brilha nos meus o ll1os
possui por 1U11 segundo a estrela que brill1a no céu ,
Eu sofro no silêncio, olhando a noi te que dorme
iluminada. Pavorosamente acordado à clor e ao silên-
cio, P avorQSanlente acordado.
Tudo em mim sofre, ao peito apresso não basta o
ar embalsamadu da noite, Ao coração es magado não
b:lsra a lágrima triste que desce, e ao espírito aturdido
n:'o t""sta a consolação do sofrime nto.
Há quaJquer coisa fora de mim , não sei, no
vago, como que uma presença ind efinida, que simo
mas não tenllo.
Meu sofrimento é o maior de todos os sofrimen-
tos, porque ele não precisou a visão que fluma , e não
a p recIsará jam:l1S,
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
A dor estará em mim e eu estarei na dor, em
todas as minhas vigíli as.
Eu sofrerei até o último dia, porque será o meu
último dia, o último dia de minha mocidade.
Repertorização do poema Vigília
(Vinicius de Moraes)
Eu às vezes acordo e olho a noite estrelada, e
sofro doidamente. A lágrima que brilha nos meus
olhos possui por um segundo a
estrela que briU,. no céu.
1- Insônia por ansiedade - 736/ 3
2- Tristeza - 92/ 2
3- Pranto involuntário- 63/2
4- Delírio à noite - 20/ 2
Eu sofro no silêncio, olhando a noite que dorme
iluminada. Pavorosamente
acordado à dor c ao silêncio.
Pavorosamente acordado.
5- Sentimento de abandono - 1/1
6- Insônia até a manhã - 736/1
7- Insônia com pensamento ativo - 739/1
Tudo em mim sofre, ao peito opresso não basta
o ar embalsamado da noite. Ao coração esmagado não
basta a lágrima triste que desce. E ao espírito aturdido
não basta a consolação do soti·imento.
8 - Dor cortante internamente - 831/ 1
9 - Opressão no peito - 543/1
10- Palpitação cardíaca - 545/ 1
11- Insônia por palpitação - 739/ 1
12- Atolondrado - 9/ 3
*Interessante lembrar, que CoJfea escreve versos
- 95/1
Há qualquer coisa fora de mim,
não se l, no vago,
5
como se uma presença indefmida,
que sinto mas não tenho.
13- Confusão mental - 16/2
14- Hipersensível - 80/1
Meu sofrimento é o maior de todos os sofrimen-
tos, porque ele não precisou a visão que flutua , e não
a precisará jamais.
A dor estará em mim e eu estarei na dor. Em
todas as minhas Vigílias. Eu sofrerei até o último
dia, porque será o meu último dia , o último dia da
minha mocidade.
15- Pensamento de morte - 69/ 1
16- Temor à morte pela dor - 88/1 (U.R.)
17- Sentimental- 81/1
18 - Dores com pranto - 63/1
19 - Sensível às dores - 80/1
20 - Terror (medo) - 84/ 3
A poesia é uma linguagem universal, pois dá
asas ao sentir. Este poema de Vinicius parece-nos um
relato cLírúco em versos de um "remécUo vivo», da
matéria médica; procurando tais versos no repertório
então tudo se materializa. Isto porque a Homeopatia
é uma lei também universal, pois acreditamos que há
semelhança em tudo, e só atra vés dela o homem pode
evoluir. Cremos ainda no aspecto maior, holístico,
que engloba tudo, pois tudo está contido no todo,
daí que qualquer cirClll1stância da vida dará sempre
asas para que o raciocínio e o espírito de observação
dos homeopatas sonde o homem no mais íntimo de
sua alma, do seu ser.
Creio que Vinicius estava em CoJfea quando
escreveu "Vigília", servindo a sua sensibilidade para
que nÓS hemeopatas vivenciemos a matéria médica;
assim pensando, observando tudo ao nosso redor,
poderemos ajudar nossos pacientes a enconrrar o mais
alto grau de nossa existência (Hahnemann, Organon
Parágrafo 9).
21 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
"Oh Colocynthis , isolastes na sua dor, e assim em
'
cólicas experimentastes o DESERTO de rua vida I "
Também conhecida pelo nome de laranja do
ctiabo,inquieta na sua dor, como o homem do deserto
que é inquieto, nômade não fIxa residência em ne-
nhum lugar. Nevralgias in consoláveis, nada melhora!
Suas folhas são isoladas, socialmente são pessoas
difkeis e não toleram ninguém por perto em especial
quando estão com dores.
Eliseu volrou para Gilgal, e havia fome na terra.
Enquanto os filhos dos profetas esravam assentados
na sua presença, ctisse ao moço: Põe a panela grande
ao lume e faz um caldo de ervas para os [,lhos dos
profetas.
Então saiu ao campo a apanhar ervas, e achou
uma videira brava. Colhell dela a sua capa cheia de
Colodntidas (Colocynthis), veio e cortou-as na panela
do caldo, embora ninguém soubesse o que eram.
Assim tiraram de COmer para os homens, quando
começaram a comer daquele caldo, chamaram: ho-
Colocynthis
•
mem de Deus, há morte na panela. E não puderam
comer.
Disse Eliseu: traui farinha. Ele a colocou na
panela, e disse: "orai de comer para o povo. E já então
não havia mal nenhum na panela".
II Reis Capírulo 4 - Versículos 38 - 41 Texto
Escrito Pelo Profeta Samuel 850 a. C.
Apresentação
Sinonímia: Citmll",. colocynthis, Cucumis co-
Iocynthis .
Pertence à fam íli a das cucurbitáceas, originárias
do Oriente e norte da África, sendo cultivada na
Espanha.
É tOna planta anual \:!e hastes longas e delgadas,
recoberta de uma pelagem áspera, com folhas recorta-
das e de longos pedolos, e com face inferior recoberta
de uma pelugem branca"
Q!<em niW se verga, qmbra. Cólica em cãibra.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
As folh as são isoladas, solitárias, de COr amarela
com listas verdes, seus fruros são globosos, do tama-
nho de wna laranja-pera. Contém os princípios ativos:
Colocintina ci triliolo e Colocinticlina.
É uma planta de clima árido que propaga sua
semente, ranto na Arábia, quanto na Palestina (Planta
do Deserro).
O medicamento " prepa rado, triturando-se o
fruto seco com lactose, durante 3 horas.
Foi expetimentado por Hahnemann e seus co-
laboradores. A experimentação apareceu na Matéria
Médica Pura. Nas Doenças Crônicas apresentou 283
sintomas.
Ação geral do medicamento
Age so bre o sistema nervoso, principalmente
sobre os troncos lIervosos (Nervo ciático e trigêmeo)
e plexos nervosos (intestinais, solar e genitais). Sua
esfera de ação é ca racterizada por dores em cãibra que
obriga m o paciente a se fletir.
Desenvolve a maio ria dos seus sinromas, no
abdome e ca beça, causando nevra lgia~ intensas, que
quase sempre melhoram pela pressao. E útil, não ape-
nas em queixas agudas do trato digestivo e intestinos,
mas, também nas queixas crônicas em nervos grandes
como: fac ial, ciático e espinhal.
Núcleo do med icamento: indignação soma-
rizada na barriga. O diagnóstico diferencial se fará
COm os medicamentos do núcleo da mortificação ,
principalmente Chatn., Ign., Staph.
O quadro mental de Colocynthis denota agressi-
vidade e não ansiedade, porém no nível dos sintomas
parriculares, grand e parte destes são nitidamenre
psóricos, embora apresente dor severa, neurálgica,
dcsgarrame, ex tremamente violenta ; distúrbio neu-
rológico, sintomas do sifüinismo, sendo considerado
um medicamento Antipsórico e Antisifdínico. (José
Laércio do Egito).
Sintomas mentais
Irritável, impacienre, inclignado, taciturno, sem-
pre insatisfeito, sem vontade para falar ou fica furioso
ao ser questionado, cólera fácil em acessos repentinos;
medroso, deseja ficar só; quer tudo, jogando fora em
seguida. Ofende-se facilmente. Transto rno por raiva,
com indignação, parricularmente vômito, diarréia e
supressão da menstruaçao.
Allen
Mente: "Depois de uma garrafa de cerveja da Ba-
vária eu me senti mui to intoxicado; uma coisa Intuto
21
incomum." Ele não podia, sem difiCllldade, se livrar
da ideia de que não estava em seu próprio quarto,
mas em o utro. Sem inclinação para falat durante o
clia i.nteiro. Desanimado, triste, avesso a faJar . Extrema
ansiedade. Disposição irritável. Excitado, esrado de
temperamento irritável; taciturnidade . Extrema rabu-
gice; nada U,e parece direiro; mostra-se extremamente
impaciente e zangado quando é obrigado a responder
a qualquer indagação,. e se torna mais dolorosamente
confuso; qualquer coisa o aborrece, mesmo a mais
simples bagatela. Mal-hwnorado; ofende-se por tudo;
sem vontade de responder. Rerorno de pensamentos
vexatórios, que ele havia esquecido, mas que logo
produzem um incomum contentamento. Intelectual.
Embotamento pela manhã, com despertar tardio e
aversão a levantar-se. Dificuldade de reunir seus pen-
samentos. Um peculiar estado da mente; não poclia
seguir nenhuma séri e de pensamenros. Desatenção.
Incomum fraqueza de memória.
KENT
"O principal aspecto de Colocynthis sao as dores
neurálgicas dilacerantes e fortes, tão graves que o
paciellte é incapaz de manter-se quieto .. . A, vezes
elas são aliviadas pelo movimento- pelo menos parece
que das ficam piores durante o repouso, melhoram
pela pressão e às vezes conseguem algum alívio com o
calor ... As dores ocorrem na face, abdome e ao longo
do curso dos nervos". "Estas dores são frequentemen-
re devidas a uma causa muito singular, a sabet- raiva
com indignação. Des ta form a, as pessoas que são
arrogautes e que facilmente se sentem ofendidas e
humilhadas, tem queixas Colocynthis. A rai va será
seguida por wna nevralgia violenta na cabeça, nos
OU10S desceudo pela espinha, intestinos ..... ". "Grita
de dor, anda pelo quarto e rorna -se cada vez mais
ansioso enquanto a dor ataca ... Seus amigos o irritam,
ele deseja ficar só ... .EIe faz tudo O que pode para su-
portar aquelas dores horríveis. Elas fi·equentemente
resultam em raiva e indignação ... V ômiros e diarréia
quase sempre vem com as dores, especialmente se elas
são no abdome... As cólicas Ocorrem com paroxismos
que aumentam em intensidade" - "O pacienre torna-se
cada vez nlais nauseado a[é que começa a vOlnitar, e
ele continua com ânsia após o estômago ficar vazio ...
O médico pergunta : O que acomeceu com você para
lhe causar estas dores?- A resposta dela tende a ser do
tipo- Minha empregada derrubou água suja nwn tape-
te tao bonito, tocamos umas palavras a respeito disso
e aqui está o resultado." "O vômito de Colacynthis é
 1 Carlos Brunini. Mario Giorgl & Co/sbs.
diferente daquele que ocorre na maioria dos demais
remédios. A náusea não aparece no inicio, mas quan-
do a dor se torna suficientemente intensa a náusea e
o vômito começam, os conteúdos do estô mago são
colocados para fora e a pacicntc continua com ânsia
de vômito até que o sofrimenm tenha sua gravidade
diminuída" A expressão da face de CowcY",this é de
ansiedade devido à gravidade do sofrimento. Não
interessa onde a dor ocorrc, a face fica contorcida ..
Todas as dores mclhoram com a pressão, mas isto é só
no início. Após a dor durar uns dias , a pane se torna
sensível e a prcs.~ão não é mais suportada ... As dores
no estômago apertam, São em cãibras e escavanres,
como se fosse agarrado pelo dedo por uma mão
forre ... Dores similares ocorrem na pane inferior do
abdome, quc melhoram dobrando-se o corpo, o que
aumenta a prcss~o" "Cólica por raiva com indignação;
melhora dobrando-se e piora mantendo-se em uma
posição ereta, ficando em pé ou inclinado-se para
trás, nas nevralgias ovarianas violentas de Cowcynthis
a muU1er f1exiona a perna dolorida fortemente contra
o abdome e a manterá ali" ...
Hering
M ente: Memória fraca.
- Confusão no lado esquerdo da cabeça, com dor
constritiva, queimante, na órbita esquerda, têmpora
e n~lrizl c nos dentes superiores.
- Desejo constante de escapar, ollios meio fecha-
dos. Abortamento. Deprimido e triste; disposição
para suplicar (gritar) e chorar.
- Lamenta-se amargamente dia e noite.
- Grita de dor. Peritonite.
- Caminha em torno do quarto com grande
ansiedade . Cefaleia_
- Indisposição para falar, responder Oll ver
amigos.
- Extrema ansiedade. Extremamente irritável e
impaciente; nada llie parece correto ; fica zangado ao
ser questionado.
- Mau humor; se ofende por tudo .
- Raiva com indignação e extrema irritabilidade; joga
fora coisas que tem nas mãos. Indignação, particularmente
vomitando e com diarréia, e também com snpressão da
menstruação.
Nash
Nenhum medicamento determina luna cólica
cão illtensa como CStl: c talnpoucü nenhllln outro a
alivia tão rapidamentc : a cólica de ColocY/lrhis é terrí-
vel, rornando-se suportável apenas, dobrando-se ou
apertando o abdome contra algo duro . A cólica é de
característica nevrá.lgica, acompanhada por vômitos
e diarréia que parecem mais ser resultado de intensa
dor de estômago do que algum outro transtorno do
aparelho digestivo. Com características de cãibras.
Assim como os indivíduos Bufo rana , que têm
um comporramento de anfíbio, necessitando da água
para seu reeqlúlíbrio ; os tacheis, que rrazem o veneno
da cobra em sua üngua venenosa, incrementando a
intriga; osApis, que têm ac ima de tudo um compro-
misso soc ial em prol da colerividade; os intoxicados
por Colocynthis (fruto do deserto) apresentarão a refe-
rida cólica que, por ser rão intensa, levará o indivíduo
a dobrar-se de dor, lembrando aqui o comportamento
dos bedn ínos quando, ao buscar Meca, curvam-se na
posiç~() de "prece maometana", Colocynthis ao dobrar-
se, Clm'ar-sc em dois, na rentativa de aliviar suas fortes
dores desgarrantes, assemellia-se aos orientais que, nas
saudações, curvam-se em sinal de respe ito.
O s indivíduos Colocynthis são briosos comO os
homens do deserto que, quando expostos a con -
trariedades ou depreciações que os coloquem em
posições vexarórias - no sentido de ter que se curvar
para quem não mereça respeito -, desencadeiam em si
transtornos por ira com indignação, mortificando-se
e adoecendo por isso .
Essa situação de sub'missão ocasionada pelo
"curvar-se a contragosto" é eXtremamente desagr.ldáve.l
para o nosso personagem, que, revoltado com a situa-
ção, reage com cólera, com. inqllietação no momentu
da dor, com misantropia em seu sofrimento (isola-se,
pois não quer que o vejan1 curvar-se) , com irritação,
com inconformismo por seu sofrimento, com depres-
são e tristeza.
O indivíduo Cowcynthis reativamente demonstra
falta dê sentido religioso ocasionado pela indigna-
ção e revolta dirigida ao "criador", que o expõe a
humilhação ao lado das demais criaturas, fazendo-o
dobrar-se e submeter-se às adversidades, fa to que
fere e sensibiliza a nobreza de caráter de Cowcynthis,
fazendo-o sofrer intensamente por isso.
Há um ditado que diz: "O s que não se apro-
ximam de Deus pelo amor, aproximar-se-ão pela
dor". A falta de sentido religioso afasta Cowcynthis
da religiosid ade. Desra forma, curvar-se-ão pela sua
dor, cumprindo com a sabedoria do ditado (falta de
sentimento religioso - 77/3) .
 Matéria Médica Homeopática In(erpretada
Ao lermos, em Kent, "cólica por aborrecimento
com indignação", melhora encllrvando-se e piora na
posição ereta - sendo que produz, no sistema nervoso,
um estado como O enco ntrado em pessoas que, por
anos, têm trabalhado com situações de desgosto e
vexações -, fica bem evidente a sensação de rraição à
sua nobreza ao curvar-se aos indignos.
Dest" forma, Coloc)'lIthís lida de uma maneira
crônica com tais dissabores, sendo portanto o medica-
mento para as pessoas brios.!s, orgulhosas e altaneiras,
pes"",.'s que sofrem quando contraditas.
São indivíduos que apresentam cólicas seguidas
de nevralgia na cabeça, nos olhos, coluna vertebral,
intestinos e nervos cdricos.
É importante fazer aqui uma relação diferencial
entre o orgulho altaneiro ue Platina, que ao perceber-
'c superior a todos e a tudo não se dobra às adver-
sidades, preferindo "quebrar-se" a "dobrar-se" ou
vergar-se ante a adversidade. COÚJcynthis, "pesar de seu
orgu.1ho, dobra-se diante das adversidades, e o fato de
dobrar-se ao imerecido que transtorna e adoece este
personagem, que de certa forma mostra-se maleáveJ.
Tais indi víduos são briosos como o herói árabe
das mil e uma noites, quando passam por llwnilhações
fazem seu haraguiri punindo a si mesmo com violen-
tas dores e espasmos abdominais. Assim a submissão
fere seu orgulho e o vexa (mortiflca). Reage com
orgulho, amor próprio ferido, misantropia e revolta
por ter sido mortificado (hum ilhado). Blasfema e
revoltam-se contra Deus responsável pelo seu sofri-
mento (repertório- atcu- falra de sentido religioso).
SACADA- Sabemos que os intoxicados por Co-
IOC)'lIthis, apresentam a referida cólica que é tão forte
que leva O indivíduo a dobrar-se de dor, lembrando
aqui o comportamento dos beduínos, que ao busca r
Meca curvam-se na posição em prece maometana.
Ao dobrar -se lembra o cumprimento oriental de
saudação, curvam-se em sinal de respeito.
Da revista do G.E.H.S.H. - 1986, retiramos o
curioso provérbio maometano que diz: "O crente
que lê o Alcorão, é igual a U rrogga, que é doce e
agradável ao paladar e ao olfato; aquele que não lê,
é como a palmeira agradável ao paladar; O ímpio
que lê, igu ala -se à muna, com agradável perfume
mas sabor adstringente; aq uele que não lê é, porém ,
como O COÚJcynthis, sem aroma e com sabor amargo".
Este sabor amargo é demonstrado pela insatis-
fação consigo e irrita bilidade com as coisas que se
passam ao seu redor, pequenas contraried ades. No
restante, poderão desencadear dois comportamentos
neste medicamento:
1) Ou Cowcynthis emudece, não reage e a se-
guir tem lima forte cólica, necessitando dobrar-se
contorcendo-se de tama dor.
2) Ou fica colérico, raivoso, pois as pequenas
contrariedades são uma afronta a sua nobreza de "ser
do deserto", que dtsafia e vence as maiores adversi-
dade e intempéries.
Aqui é interessante lembrar as suas folhas, qne
são isoladas das demais, tal qual seu caráter misantró-
pico, que nao aprecia que o vejam se dobrar.
(:owcynthis é inquieto, agitado na sua dor, o ho-
mem do deserto é nômade itinerante na sua residência.
"Extrema irritabiJidade, leva tudo a mal, não res-
pond e com boa vontade, fica encolerizado por nada,
maus efeitos físicos de sua cólera". (Leon Vannier).
Sintomas gerais e locais
Os indivíduos Colocynthis apresentam tontura
quando viram rapidamente a cabeça (especialmente
para O lado esquerdo), tendo a ,('(1~.!ção de joelhos
frouxos e que vão cair a qualquer instante, demons-
trando sua insegurança e fragilidade na postura. Aqui
os sintomas apre.séntarão o caráter violento da "laranja
do diabo" com Cefaleias intoleráveis, pressão dolo-
rosa nos olhos, dor no globo ocular, extremamente
sensíveis ao rato , taJ?to na cabeça como uos demais
setores orgêntcos.
Sua nevralgia faz com que nenhuma posição o
conforte, trazendo uma inquienrde ímpar na busca
de suportar dortão intensa (é o grande medicamento
da nevralgia facial e3querda, com expressão de rosto
ansioso de tanto sofrimento).
Lacrimejamento, sensação de latejamento e pru-
rido no ouvido gue melhora quando introduz o dedo.
Na cavidade oral, enCOntramos dores de dente
nas mais variadas modalidades e tipos, acompanhadas
de mau hálito e garganta seca.
As manifestações gastrointentinais, tais como
diarréia e vÔlni tos, ocorrerão por um nlovimento
psicológico reativo a sua indignação ou vexação,
que melhora dobrando-se, ou seja, acomodando
seu corpo ao movimentO psicológico. Sensação de
que foi humiLhado por alguém, tendo o seu corpo
que acompanhar sua mente no gesto de curvar-se às
indignações da sua vida.
Na região abdominal é o grande medicamento
para cólicas com ventre distendido, ruídos hidroaéreos
agravados com timpanismo, o aspecto é descrito como
abdome de batráquio.
 Carlos Bnmini, Mario Giorgi & Colabs.
No aparelho genitourinárin teremm in.f1amação
vesical com fortes dores aco mpanhadas de priApismo
com impotência sexual. Frequmtc desej o de urinar
com queimação urinando.
Metrorragias, dores em ovário s (principalmente
esquerdo), corrimento amarelo espes so de odor forte,
acompanhado de cólicas por espasmos uterinos, que
melhoram dobrando-se.
Tosse irritativa acompanhada de constipação, larin-
gite que faz engolir a cada pouco eom dispneia.
Pontada s cardiacas e no peito após aborrecimento.
Dores musculares variadas em omoplatas, com cãibras.
Dotes ciáticas , extremidades fria s e resto do corpo
quente. Transpiração abundante de madrugada . Sudorese
com cheiro de urina.
Insônia - dorme mal, acorda cansado -, acom pa-
nhada de pensamentos irados.
Sonhos eróticos, vívidos.
Agravação : Aborrecimentos, indignação, quan-
do só. As batatas , a comida indiges ta e os alimentos
frios são fatores agravantes.
Melhora: Dobrando-se em dois, por pressão
forre, por fazer exercício violemo, brusco; com o
aquecimento, ao romar café quente, evacuação ou
eliminação de gases. As crianças melhoram da cólica
ao pressionarmos sua barriga apertando a coxa sobre
o abdome (bicicl etinha ).
Térmico : Friorento.
Sede: Ard ente , co nseguindo ingerir líquidos,
devagar em pequena quantidade.
l'ome: Aumentada .
Aversão : A aljme nros que possam causar cáibras
na garganta .
Desejo: D e cerveja.
Lateralidadc : Esquerda.
T ransrorno po r: Raiva, indignação, por cólera
explosiva (cólera reprimida: Staphysagria), comra-
riedade, exposiçl o ao frio .
Comparaçl o :
.. Cólera: Cham. , Acon. , B17" Staph. , Ign., Lyc.,
Nux-v.
.. Melhora com pressão forte: Starn., Chil1.,
Bry., Coloco
.. Consrrição : Co/()c., Cact.,AnM.
Principais indicaçõs clinicas:
Angiocolite. Ci~rica . Cisro de ovirio. Colicistite.
Cólica abdom.i.nal . Cólica hepStica. Cúlica nefrética.
Colite. Coxarrrose. Diarreia. Disenteria. Dismenorreia.
Firnc>se. Hérnia crural ou inguinaJ . LombaJgia. NevraJgia
suborbitária e faciaJ. Pdvipelironite. Perironite. Periartri-
te. Retinite.
Homeopatia & pediatria
Criança, tem uma rápida so matizaçã o após
passar uma raiva que 11.0s faz pensar se é dor de fato
ou simulação. Mas é uma dor real que ao invés do
esperado (ficar quietinha num camo, até a dor pas-
sar) ao contrário ela se agita mais, xinga, inquieta e
irritada, dobra-se contorce-se e adota a posição fetal
ou genopeiroral ou em prece maometana. As cólicas
mnitas vezes vem acompanhadas de vômiros, ou mes-
mo sofrerem apenas vômiro, numa fase ma.is inicial
(aqui se confunde mniro com [peca ).
Vomitam e se põe colérica s imediatamente
quando contrariadas, aqui a indignação é imediata
diferenre de Sraphisagria que é retardada. MeUloram
com bicicktinha.
Homeopatia & Veterinária '
Regina Torro - Cólicas acompanhadas de vômi-
ros e diarréia que levam o an,imal a se curvar para obter
alívio. As dores pioram durante o repouso, fazendo o
pacienre a se mover de lá para cá o tempo rodo. Raiva
com indignação após brigas com o proprietário, são
irritáveis, nervosos, sen,idos e cheio de melindres,
altaneiros sendo que padecem perante as contradições.
Grande medicamento para a cólica de equinos.
Caso clínico odontológico
L.Z. - 65 anos - bl:as. - casada
professora aposenrada - leucoderma
- gênero feminino
Q .P.: Neuralgia do Trigêmeo,Encaminhada
para avaliação odontológica e abordagem homeo-
pática (neurologista). Bom estado de saúde geral e
bucal(sem má oclusão ), data da consulta: 25/ 04/ 05
H.P.M .A A neuralgia do trigêmeo me arormenta há
5 anos. "Só à base de drogas que alguém pode rocar
no meu rosro ou eu mesma". Gabapenrina - 1 caps.
(300mg) 3x ao di a há 3 meses . "É uma dor horro-
rosa". Acho qlle é a pior dor do mundo. " É como
se eu estivesse encostando na minha facc, um fio
desencapado, um fiO elétrico do lado esquerdo". Te-
nho dor qllase toda a semana. Mistura cãibra violenta
aqui na "maça do rosto" com um choque de 220V e
com pontadas". Quando tenho a dor me curvo, me
dobro em dois pois a dor é muiro forte. A dorvem de
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
repente e desaparece de\·agarinho. "Já fui ao promo
socorro e o s médicos me dizenl: "Ah , deve ser uma
or.ite". Eu fui Iluma dentista, especialista em canais,
ela me tirou todos os nervos dos dentes superiores
do lado esquerdo. Ela ia tirando de 11m em 11m e a
dor não passava. Ela dizia: "não, deve ser o ourro".
O neurologista foi quem disse que eu tenho neu ralgia
do trigêmeo e me receitou o medicamento e me en-
caminhou a este serviço." "Quem sabe a Homeopatia
seja a minha salvação! "" Eu torcia, quando eu ia ao
médico, pra ele dizer: 'Ah, você tem um rumor, vamos
o perar, acabar o problema. Mas não tinha, não existia
nada" .Esta dor me atormenta há 5 anos. "Só à base
de drogas que alguém pode tocar no meu rosto, ou
eu mesma". Só de lembrar da dor, ela chora. "Quero
melhorar, fazer as coisas que uma pessoa normal faz.
Porque você tem medo de escova r o dente. Medo de
tomar vento no rosto. Medo de lava r o rosto com
água fria". Quero semi r no rosto a brisa, caminhando.
Janrar uma bela pizza. Ganhar um beijo gostosO do
filho . Para quem sente essa dor, nada disso é possível.
Sintomas locais encontrados:
Face; dor lat. Esquerda
Face; dor câimbra esquerda
Face; dor pontada esquerda
Generalidades; dor aparece subitamente e desapare-
ce gradualmente generalidades; toque agrava
Qualquer siruação de contrariedade, me deixa
muito vulnerável. Acho que essa dor é produto de
minha raiva, pois me incomoda muito a injustiça
contra rudo e contra todos, me deixa num estado
tal que me irri to, gri to e fico muito mal humorada
.
ISSO me abala muito, rira o meu sono. Sou sim um a
' s6 tive duas crises neste último mês. Passei por al-
pessoa brava , fico irada e inquieta nestas siruações,
mas não reajo como gostaria e as crises de do r aparece
ImedJar,lIuente. Sou uma pessoa muito materialista e
acho que pago por não ter religião. Sei que eu tenho
que mudar, mas sou assim e quem quiser que aguente.
Sintomas mentais encontrados
Ateu - allsência de sentimento religioso, indife-
rença, apatia - pela religião
Avareza
Cólera por dores
Intolerante a contradição
Indignação - transtornos por
Indignação
21
Orgulhoso
Transtornos por colera com indignaçao
Generalidades - dobrar O corpo em dois
Síndrome mínima de valor máximo (sm.v.m.)
Transtornos por indignaçao Ateu, falta de senti-
mento religioso Dor na face , lado esquerdo Dor que
aparece subitamente ~ desaparece gradualmente Posi-
ção, dobrar o corpo em dois (posição geno-peitoral).
DIAGNÓSTICOS:
CLÍNICO: neuralgia do trigêmeo
NOSOLÓGICO : lesional grave
MlASMÁTICO: sicose
MEDICAMENTOSO : Colocynthis
São Paulo, 25 de abril de 2005. pj a Sra. L
Z. Uso interno
. COÚJcynthis - 12 CH . 20 ml. Pingue 5 gotas
diretamente na boca, 1 vez ao dia, por 30 dias. 10
Retorno: As crises de dor ainda aparecem, mas já
noto uma diferença, vamos ver!!!· "Sabê que estou
mais tranquiJa, menos briguenta". · "É como se esti-
vesse tomado urn calmante". - "escou cuidando mais
de mlm.-
_,)" meu sono esta'b om, mas d urmo pou-
co".- repetiu várias vezes: "estou rranquiJa". Avalio a
melhora com nota 7,0. (relação temporal do antes-
depois para avaliação do tratamento homeopático
. Barreiro,2002) COÚJcynthis - 18 CH . 20 m!. Como
no esquema anterior ,Retorno : 30 dd 2° Retorno :
28j06j05 (sic) - "estou mais motivada e tranquiJa"."
estou com mais disposição, não quero me resrringir"."
estou dormindo mclhor".por falar nas dores, nossa'!'
gumas contrariedades, mas estou aceitando melhor.
Não adianta eu não vou mudar o mundo mesmo"
"Não estou tomando mais o Neurotin ." (orientação
médica)- "hoje dou nota 8,0, mas quero melhorar
mais". COÚJcynthis - 30 CH· d.u . . 2 ml. Tome todo
o conteúdo em jejum pela manhã. Retorno: 60 dd
3° Consulta: 29j08j05 (sic)
- Domor: Graças a Deus não tive mais dor.· "es-
tou quase 10, apesar de estarem acontecendo algumas
coisas na minha vida". - "andei dando uns palpites na
fam.ília, mas numa boa ".- " meu marido acha que eu
estou ótima, menos chata e briguenta"· "me mandou
nao faltar hoje, para tomar mais remédio " .
 Carlos Brunini, Mario Giorg/ & Colabs.

Conillm maculatum

Sinonimia: COr/ium, Conium major, Cicuta ,'ul-
l,,,ris, CorifllldrwJl Cicuta e Coriallfinrm maculatlllJ1.
O m l;ccida COIllO Cicuta-rfrr-Ettropa.
A planta Conium pertence à família das umbe-
líferas e cresce em lugares úmidos como as margens
dos rios, à beira de estradas e locais improduti vos.
Encontrado principalmente na Europa, Asia e Amé-
rica do nOrte. Todas as partc's da pl.\I1Ll são muitO
V<:nellosas) especialmente as scrnenn;s c. as raízes. O
cAule é oco, apresentando manchas arroxeadas ou
púrpuras que sustentam folha.' rendilhadas e pequenas
!lotes brancas arranjadas como cachos. Pode atingir
até 3 metros de altura. O medicamento é !Ciro a partir
do Suco que é exu,údo através da maceração da plama
fi'e<ea na época de floração utilizando-se inclusive sua
raiz. Quando suas folhas são amassadas liberam um
odor desagradável semeU1ante ao do camw1dongo.
O Conium macular,,,,, também conhecido como
Cicuta. Começou a ser utilizada na Europa durante
a IcL,de Média principalmente como analgésico ou
~cda tivo.
Seus poderes medicinais foram descritOs por Sto-
erk a p"rtir 1770, no enrantO devido sua ação tóxica
o seu uso em doses ponderais causou danos à vida
do homem. Por ser extremamente venenosa algumas
pessoas morrerram após soprarem O caule que foram
trant(,nnados em 11amas ou apiros.
Porém, só foi utilizado por Hahnemann como
remédio homeopático apenas em 1821. Desde então
este medicamento tem sido utilizado na terapêutica
homeopática apresentando assem uma ação benéfica
ao pacienre além das suas qualjdades antipsóricas.
Sócrates (399 a. C) foi obrigado a ingerir o
sumo da Cicuta poi s foi condenado à morte. Sendo
sua prática normal na Grécia Antig.l , a Cimta era o
veneno oficial destas cond enações. O carcereiro de
Sócrates acostumado aos sintomas após a ingestão
do veneno o insrruiu logo que ele o bebesse deveria
levantar e andar até sentir as pernas pesaJas t" então
deitar-se, pois o torpar subirá para o coraç.io. O
COl/ilt'" apresenta uma paralisia que se inicia nas
eXtremidades para a c,lloeça.
O Conium tem como principal patogenesia uma
paralisia ascendente progressiva, procedido de convul-
sões e vertigens. Atua nos tecidos endurecidos, princi-
palmeme os glandulares e geralmente ocorre após um
traumatismo. Nos casos de melâncolia relacionado à
impotência e priva,ão s,xuaJ por longo tempo. ;\los
casus de câncer em especial os endurecidos, nos scios,
ovários útero, próstata e testículos. Caxumi>. e nas
doenças dos idosos.
No mental o indivíduo de COl/ill'" mowllltl/111
é lentO e taciturno com' dificuldade para entender o
que lhe f.1lam ou o que lê. Tem aversão a sociedade
mas não consegue ficar sozinho, chora e é incapaz de
fazer um esforço mental prolongado (Phos ). Tem a
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
sensação de sentir-se preso (Arn) e de que sua mente
se esvai como se cansada como os músculos do corpo,
estado de imbecibilidade. Seu caráter é passivo e lento
levando O indivíduo a uma total indiferença. Memória
debilitada e mentalidade obtusa e sem entusiasmo
(Cannabis). É supersticioso e valoriza as futilidades
como gastar com coisas inúteis, despercliçando-as, não
deseja trabalhar preferindo a diversao. Excesso ou su-
pressão se~uallevam a ansiedade, tristeza e depressão.
É o medicamento daqueles que ficam em abstinência
sexual principalmente se apresentar vertigem. Cheio
de medos e pensamentos a cerca da morte.
É um medicamento de ação prolongada sendo
urilizado principalmente nas afecções glandulares de
origens malignas ou cancerosas que aparecem inftl-
tradas e inflamadas que ao longo do tempo se tornam
duras. Tem ação sobre todas as glândulas do corpo e
formação de nódulos. Inchaço dos gânglios axilares.
Usado extensamente no endurecimento útero e ová-
rios. Os seios podem estar duros ou moles e flácidos
com pontos duros, sensíveis e doloridos (Conium na
direita e Silicea na esquerda). Estes sintomas geral-
mente são seguidos de traumatismos.
Aumento e endurecimento dos gânglios cervicais
em crianças escrafuJosas.
Fotofobia imensa desproporcional aos sintomas
de inflamação do olho. As dores são piores a noite e
agravam ao mais insignificante iluminação, alívio no
escuro e pela pressão. Pode haver ulcera de córnea
da direita para esquerda. Este medicamento é O mais
utilizado para Ptose (Ge/s., Caust., Sepia) e paresia
ou paralisia dos músculos dos olhos (Caust) . As
pálpebras podem ficar endurecidas, grossas, pesadas
e caídas. Dificuldade para abrir os olhos e quando
consegue Saem lágrimas quentes dos seus olhos.
Muito utilizado nos CaSOS de epitelioma de pálpebra,
nariz e bochecha. Epifora constante. Enxerga os ob-
jetos coloridos de vermelho, com cores do arco-íris,
listras, visão dupla, fraqueza e aversão à iluminação.
É incapaz de focalizar objetos em movimentos, pois
apresenta lentidão na acuidade visual. Como se seus
olhos estivessem tremendo. Úlcera e rumOr canceroso
na face e nos lábios. Todas as lesões são endurecidas.
Desenvolve catarata após trauma.
Acumulo de cera nos ouvidos com coloração
amarelada ou avermelhada com pus ou muco.
No sistema digestivo apresenta pares ia ou parali-
sia no esôfago, diftculdade na descida do alimento que
pára na altura do cárdia chegando ao esrômago após
grande esforço. Constrição espasmódica e sensação
de uma bola subindo do estômago para a garganta.
23
Dificuldade e incapacidade para evacuar devido a
uma fraqueza muscular paralisante. Eructaçóes ácidas,
náusea intensa com câibra na região epigástrica.
Dor forte no estômago que alivia ao encostar
os cotovelos nos joelhos. Apresenta vômito violento
de muco ou maSSa com aspecto de borra de café ou
marrom .
Abdome duro e sensível e a sensação de que está
com um laço amarrado no lado direito (Lach).
Desejo de sal, alimentos ácidos e café. Aversão
ao leite a pão.
Expulsão de fezes e gases que parecem frios.
Prisão de ventre com fezes muito duras a cada dois
dias (CaI.c carb).
No sistema urinário apresenta micção intermi-
tente, parando e recomeçando a fluir sem nenhuma
pressão. Paralisia do esfmcter vesical.
No homem há grande debilidade do órgão se-
xual, com desejo intenso e pensamento lascivo, mas
sente-se incapaz de realizar o coito. Tem emissões na
presença da mulher, porém a ereção não é suficien-
te, duram pouco e desaparecem assim que começa
o ato sexual, isto é ejaculação precoce (Phos ). Esta
debilidade leva a hipocondri a, ansiedade, histeria
infelicidade. Pode aCOntecer em homens e mulheres
tanto pela abstinência quanto pelos excessos sexuais.
Testículos aumentados e endurecidos. Mecçóes da
próstata, continencia sexual prolongada.
Mecções uterina~. As mamaS tornam-se dolo-
rosas, inchadas e com 'noduJos duros (Iod, Phyt, Sil).
Ausência de desejo sexual. Muito utilizado nos rumo-
res fibrosos do útero e diminuição e infiltração dos
rumores endurecidos .no cérvix. Prurido, inflamação
e endurecimento dos seios e mamilos, geralmente
após traumas. A glândula mamária pode aumentar e
em seguida dinUnuir completamente tornando a pele
flácida e caída como um saco. As regras atrasadas e
por pouco tempo. Antes das regras ocorre prurido
vulvar, os seios tornam-se inchados, doloridos e en-
durecidos. Espasmos uterinos durante e após pode
ocorrer uma leucorreia ácida, leitosa e abundante.
Depressão nervosa após supressão das regras.
Tosse seca quase constante com P9ntos secos
na laringe e sensação de formigamento. E necessário
sentar-se para tossir onde apresenra algum alívio. A
tosse de Conium leva a fadiga e não consegue expulsar
o muco (Kali bi ). Piora estando deitado e respirando
profundamente.
Nos transtornos por traumaS espinhais e nos
casos de paralisia que tem início de baixo para cima.
Engole O catarro devido sua debilidade paralisante
para expulsa-lo.
224 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.

Nenhum outro medicamento tem sinromas tão Tem a sensação que possui Ulll corpo esrranho
marcados. Apresenra vertigem ao mexer a cabeça para abaixo do crânio ou como se existisse um corpo es-
cima e para baixo (Phos), ao virar a cabeça para o lado tranho no lado direito do cérebro.
(Sil) , para o lado esquerdo (Coloe) e ao revirar os Este medicamento é muiro utilizado nos pa-
olhos podendo cair. N os casos de ataxia locomotora cientes idosos , cancerosos e que apresentam gânglios
que tem início nas extremidades e vai para a cabeça. aumentados. Principais indicações do Coni",,, macula-
Convulsões e vertigens que seguem para paralisia tmn depressão nervos, cararara após trauma, clisfunção
ascendente progressiva. Entorpecimento geral e fra- erétil, fibroma, frigidez" hiperrrofia e endurecinlento
queza muscular debilitanre com tremores, repuxões das glândulas, principalmente mamárias e próstata.
e contrações que OCOrrem progressivamente (Coce). Vertigens, rraumatismos e úlcera de córnea.
Andar cambaleante ou urasta as pernas como se O Coniu", pode ser encontrado nos pastos e
estivesse bêbado. Mas no momento em que fecha os ingerido por animais causando intoxicações cujos
olhos pode andar firme. sinais clínicos s1l0 perda de força muscular, tonteira,
Não pode ficar em pé sem vacilar (Coce), prin- tremor, desordem visual e dificuldade para respirar.
cipalmente no escuro e ao levantar da cama (Bry). No entanto dependendo da quantidade ingerida pode
Vertigem piora deitado, levantar após estar sentado, causar morte súbita ou danos irreversíveis a vida do
ao olhar ao redor, deitado como se a cama estivesse an imal.
girando.
Adormecimento e torpor seguido de dores e Caso clínico veterinário:
fraqueza (Plat e Cham). Josie, Teckel, canina, la anos, fêmea
Não pode ingerir qualquer bebida alcoólica Motivo principal da consulta: Crises de tOSSe que
porque provocam no seu organismo tremedeira, não param até ela ficar esgotada. A tosse é barulhenta
excitação, fraqueza mental e prostração. "carregada" e começa às vezes com ela deitada ou em
Apresenta ação nos músculos em geral, especial- pé, daí ela tem que ficar sentada. Parece que tem catar-
mente nos relacionadas a visão. ro, mas não sa i nenhuma secreção. Tosse direto, tem
A dores de cabeça de Conium aparecem pela época que melhora um pouco. Tem também tumor
manhã tão logo se levanta dando a sensação de que nas mamas. Já rtirou 3 mamas há 2 anos atrás e ago-
vai explodir. ra apareceram nas outras. Tem crises de coluna , não
Sua pele tem coloração azulada, úlceras ene-
consegue ficar em pé, cai a toda hora. Há uns 5 anos
grecidas serosangu inolentas que cheiram mal. As
atrás os gânglios da garganta ficaram enormes e os
palmas das mãos e a unhas com coloração amarelada.
da coxa também. Fez biopsia que o resultado foi sus-
Ulcerações antigas que são persistentes e indolores.
peito para carcinoma , mas teria que fazer OUtra para
Cicatrizes doloridas.
Enjôo e dores de cabeça ao observar qu alquer ter certeza. A proprietária não quis fazer novamente.
coisa que esteja em movimento como andar de carro. Proprietária relata que a Josie pr~fere a ela. Tem
Periodicidade marcada a cada duas semanas. outras duas cachorras que convivem com ela, quer
Suores durante o sono sendo este sintoma carac- dizer não convivem porque ela é muito ciumenta e
terístico porque imed iatamente ao adormecer começa é quem manda nas outras apesar de ser a menor de
a transpirar tanto de dia como a noite (B»' e Lach). todas. Não deixa as outras chegarem perto da dona
Desejo constante de deitar e dormir. Consegue dormir principalmente se ela sair para passear com a dona.
após a meia-nOite. Quando chegam em casa ela não quer que as outras
Melhora: ao deixar os pés pendentes na cama cheguem perto, ela toma posse. Ela é que manda
até os joelhos ou colocando os pés sobre a cadeira em casa. Quando ela toma bronca vira de barriga
ou cama. No escuro, pelo movimento c pelo calor. pra cima. Quando fica sozinha chora, uiva e grita o
Agrava: à noite, com a cabeça baixa, deitado, ao tempo todo, agora não deixo-a mais sozinJla. E ainda
se mexer na cama , depois de ter se alimentado antes arranha a porta. É muito carinhosa, brincalhona, mas
e duranre as regras. por causa da rosse e da coluna eSta mais quieta. Tem
Suas dores são ardentes como se tivesse espi nJloS dó dela porque parece que fica muito deprimida de
ou como picadas (Apis). Os sintomas aparecem da vez em quando. Não quer sa ber de nada , fica bem
clireita para esquerda. alguns dias. Proprietária quer rratar com homeopatia
Sensação de que as roupas esrão pesadas demais porque não quer que e1a'passe por outra cimrgia, tem
sobre seus ombros e tórax. medo que ela não resista.
 Matéria Médica Homeopátíca Interpretada
Sintomas:
Mental - Ciúme.
Mental - Companhia - deseja companhia, aver-
são a solidão.
Mental - Ditatorial - dominador, dogmático
despótico.
Mental - Choto, quando sozinho.
Garganta externa - endurecimento dos gânglios.
Tosse - Espasmódica.
Peito - câncer em mamas.
Con;tI1n maculatum 12 CH.
Após 30 dias do inicio do tratamento proprie-
tária relata que ela está mais fdiz, brincando mais e
não teve lUna crise de tosse. Está mais disposta , teve
uma crise de tosse, mas não foi como as outras, que
parecia que estava engasgada. Está dormindo bem. O
relacionamento dela com as outras cachorras melho-
rou, ela aré delxou que elas entrassem em casa, mas
continua ciumenta, ficou no meu colo o tempo todo.
Os gânglios estão menores apalpação.
Após 90 dias proprietária diz que ela está ótima,
não dá sossego em cas"', mais brincalhona, nem parece
que tem 10 anos. Os rumores da mama estão menores
e o outro veterinário sugeriu esperar para operar já
que os rumores não estão crescendo. Tosse de vez em
quando mas não teve mais crises. Está satisfeita com o
tratamento porque a Josie está bem mais feliz depois
que começou a dar o medicamento.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Toxicologia
As cobras do gênero Crotalus sâo também co-
nhecidas como cascavéis e apresentam as seguintes
características:
• dentes inoculares de veneno} grandes e ocos}
siruados na frente da boca.
• cauda com guizo ou chocalho na ponta.
• vivem em lugares abertos, regiões secas e
pedregosas, cerrados e pastos.
• tamanho de até 1,60 m de comprimento.
A Crotalus horridus é uma espécie de cascavel
encontrada na América do Norre.
Os venenos das cascaveis possuem forte ação
neurotóxica, miotóx.ica e anticoagulante.
A ação neurotóxica é devida à crotoxina do ve-
neno, que, sendo uma neurotoxina, inibe a ação da
acetilcolina na placa neuromotora, levando à paralisia
motora.
A ação mio tóxica leva a lesões de fibras muscu-
lares esqueléticas que liberam enzimas e mioglobina
para O sangue e urina.
A ação anticoagulante é contra a trombina,
podendo levar à falta de coagulação do sangue, com
alteração do coagulograma.
Crofalus horridus
•
Os sintomas do envenenamento sáo: mal-estar,
prostração, sudorese, vômitos, sonolência ou agitação,
secura na boca, ptose palpebral, diplopia, paralisia
vélato-palatina (disfagia), alteração do olfato e paladar,
mialgias generalizadas, urina avermelhada ou escura
(mioglobinúria), fenômenos hemorrágicos, podendo
chegar a insuficiência respiratória e renal, que podem
levar à morre, caso náo tratadas a tempo.
Sintomas mentais
(Compreendendo seus miasmas)
Na sua psora Crotalus horridus sente-se angus-
tiado e ansioso, com descjo de estar em movimento
constante, o que o torna mais ansioso ainda. De-
monstra isso pela sua inquierude e agitação agravando
durante o período febril (com palidez e transpiração
fria no rosto). .
Tem pranto fá,cil e curiosamente chora enquanto
está lendo (Lach.) E um indivíduo sentinaental, hiper-
sensível, principalmente à leirura (causa choro), aos
ruídos e a certas pessoas.
Apresenta-se tímido e com transtornos por
antecipação, desejando estar em companhia das pes-
soas. Também tem transtornos após se assustar (por
sustos).
Apresenta vários delírios: com eefaleia e olhos
abertos: com sonolência, com gritos e gemidos, com
desejo de escapar da cama; delírios em estados sépticos
ou febris; delirium-tremens; delírio maníaco; delírio
durante as convulsões.
Crotalus horridus tem muitas alucinações: ima-
gina-se rodeado de inimigos e animais; desperta à
noite lutando com inimigos imaginários; ouve vozes;
vê fantasmas.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Costuma ter períodos de insônia alternando com
sonolcncia . Tem sonhos de morre , de cadáwres, fica
agitado J noite, range os dentes a ponto de d~~gJ.stá­
los. Ao despertar, está cansado e embnltecido (sono
não reparador).
Crota/us tem uma característica muito peculiar,
dorme durante seus sintomas) como rodos os venenos
de cobra, em maior 01\ menor intensid ade, dormem
dura.nte os transtornos, seja um'l cefakia, Um sa ngra-
mento ou OUD·O sintoma qualquer.
Crotalus tem medo de gente (anuopofobia),
de lugares públicos (agorat()bia), de que lhe ocorra
um mal, de remédios (medo selecionando remédios
- U.R.) e também tem hidrofobia .
Na sua fase sicótica apresenta-se bastante loquaz,
assim como Lachesis, só que enquanto Crotaltts tem
loquacidade que lembra um estado passivo com
embriagucz (bla rápido, resmunga, hesita nas pala-
vras), Lachesis está em excitação selvagem durante a
loquacidade.
CrotaJus tem debilidade de memória para nomes
próptios, lugares, datas e também para expressar-se
cortetamente, equivocando-se nos cálculos, nas pa-
bvras e ao escrever cartas. Dá respostas desconexas,
incoerentes e vacilantes. AJém disso é distraído e em-
botado (dificu ldade para pensar e compreender), ao
entrar numa loja esquece-se do que ia comprar. Pode
ser usado para demência senil com ótimos resultados
(esquecimento nos idosos) .
Pode se tornar áspero, mordaz, irritável, obsti-
nado, desconfiado e impaciente.
Na fase sifilítica enttega-se à depressão mental,
com grande tristeza e pensamento contínuo na mor-
te . Fica indiferente, misantropo e acaba se tornando
alcoólatra (dipsomania), pois tem desejo de bebidas
embriagantes. Kent acha que, usado de maneira apro-
priada, pode remover a vontade dc bebidas fortes.
Entendendo seu gênio medicamentoso
O "Mdancólico - Agitado" da Matéria Médica.
A pahwra grega "brmalcon", da qual tem o rigem
fannácia c farmacêuticos , tem um significado duplo
- podendo servir como remédio ou veneno; aqui em
Crotalus da encomr" slIa exprcssJo maior, pois O
mesmo veneno Jll0rtal, fulminante, encontrado nesta
cobra , roma-se um.) podcrosa arma terapêutica (um
grande remédio) par,l aqueles indivíduos que tem Um
27
comportamento melancólico sendo ao mesmo tempo
pessoas ll1qllletos.
Freqnentemenre as pessoas «down" A os tristes,
depressivos - costumam ter um assentanleuro ffs ico.
ou seja, ficam isolados, estát.icos, num canto. S'ld'
~qtli é o contrário) a tristeza desperta uma coceira
interior, deixando os ~acicntes que sofrem Crota/us
perturbados c .lfiitados.
Este é o ponto que diferencia no,"o paciente
dos demais e é de grande valia parJ o diagnóstico
diferencial com outros depressivos da Matéria Médica.
Sintomas gerais
Margarcth T y1er cita C rotalu.< horridu.< como um
dos grandes medi camento~ para quadros sépticos,
além de Lachnis, Trr /"cntula whm.(ú, Anthrncinu7n
e Pyi'ogenillm. É útil em tucos sépticos na gengivJ ,
pele, intestino) urina, anexos ginccolóaico,) entre
outros, sendo que a característica princip,,1 é a incrível
rapidez com que chega a um estado pútrido e grave,
acompanhado d.e febre, prostração e tremores súbito> .
Assim como o veneno da casca"d telll ,tçiíu .tn·
ticoagulante, (:ruta/us apresema di,ítese hemorragic.
pronunciada: o sangue nui pelos o lhos, ouvidos ,
nariz e qualquer orifício do corpo; >angt<lfl1t ntll 11,\
pele, unhas e gengivas; suor sJllguino1cnto ; pu rpura
hemorrágica; equ imoses.
. O s.mgtIe é geralmente liquido, escuro e pútrido.
Após as hemorragias h~ grandt' prosrra'i,io, como sena
esperado em tal remédio.
Hahnemann deix()u claro qUe "quanto maior o
ve neno, maior o ren,édjo'» e, pOrt::U1to) podemos u~ar
Crota/us homdus para os fenôllel110s hemorrágicos
que tenh'"11 essas mesmas caral"tcrísticas, jcí qll ~ o
que causa lun simoma pode (uri -lo. Indicado nas
cons tituições muito debilitadas, adinâmicas, pi,\mi-
cas e hemorrágicas. Útjl nas enfermidades sépticas e
toxêmicas, na febre amarela, no paludismo (Malárj,),
na febre tifoide, na diltcria e no alcoolismo crbllicQ .
Também nos tr:1nStOnHJ."i nutritivos e mentais da
senilidade.
A 1ateralidade é predominanrc :. direita (u con -
trário de Lachesis) .
Há transtornos após vacinação, picad,,, I.k inse-
tos ou tCrjdas por dissecção.
Melhora no repouso.
Piora durante o sono, de manhã ao despertar,
na primavera (tempo quente), por roupa apertada,
deitado do lado direito, pelo álcool, ao ar livre, por
movimento e esforços.
 Carlos Brunim. Mal'io Giorgl & Cofsbs.
Sintomas particulares
* Segmemo cefálico - Ceh1eia congestiva piora
do lado direito e ao mover-se . Vertigem COm fraqueza
e tremores.
• Olhos - muito sensív~is à luz, olhos amarelos
(icterícia), fotofobia, hemorrogias retinianas e sub-
conjuntivas, vê os objetOs ,".ui, ou amarelos.
* Ouvidos - otorreia sanguinolenta e pútrida.
Sensação de entupimento no ouvido direitO.
* Nari7. - epistaxe de S<U1gue líquido, escuro e
que não coagula.
* Aparelho digestivo - ranger de dentes à noite
(R.echina) , gengiv", sangram com facilidade (Carb.
veg. - Lach. ), língua inchada e rrêmula (glossite ) saí
da boca e vai para direita, hálito fétido. Sensação de
constrição na garganta com secura, não pode engolir
sólidos, úlcera com gangrena na boca e faringe. Sem
apetite, sede extrem a. Vômitos biliosos - vômitos em
borra de café. Abdome tenso, não suporta roupa aper-
tada (Lach.), hematêmese, gastrite, úlcera gástrica,
câncer de estômago. Desejos de bebidas alcoólicas e
açúcar. Fígado congestio nado, doloroso com icterí-
cia. Diarr~ ia irritante com sangue escuro. Vômitos,
diarréia e micção simultâneos.
* Aparelho genitourinário - betl1atúria, câncer
de bexiga e próstata. Desej os sexuais au mentados.
Metrorragias com sangue escuro e que não coagula.
Câncer de útero. Febre puerperal.
• Aparelho respiratório -laringite aguda, edema
de g lote, afoni a por picada de inseto, tosse seca , asma,
bronquiectasias, pneumonias , hemoptise.
* Aparelho cardiovascular - fraq ueza cardíaca,
palpitações com dores precordiais, flebite, varizes,
linfangites.
* PeJe - pústulas, úlceras de decúbito, equ imo-
ses ) petéquias) suor com sangue, frieiras, panarícios,
erupções pás-vacinação, furúnculos, antru.
* Extremidades - mãos trêmulas, inchadas. Pa-
restes las <10 cruzar as pernas.
Diagnóstico diferencial das cobras
• (,'rota/us caJcavella
É a C3sc3\·d encontrada no Brasil, tão mortal
quanto a Crotalus iJorrid,<s. Diferencia-se por menor
fenô meno hemorrágico e maior comprometimento
meneaI.
Tem intolerância às roup"' ao redor do corpo
(semelhante a Lach. e Crot.-h.), e hepatopatia com
icterícia bem menos acentuaua.
De todos as cobras somente L",:!)(sis e C,·otalus
cascaJ'ella com partilham de clarividê ncia.
Apresenta muitas ilusões: ouve vozes atrás
dela, vê o espectro da morte , imagina que seus OU10S
estão caindo do rosto (U.R.), atira-se contra porcas
fechadas, vê esqueletos (Opium), ouve passos atrás
dele (UR.).
o BothrlJps lanciolatus
É uma serpente da América do Sul (jararaca),
bastame venenosa e m9.1:a.l.
Tem tend ência hemorrágica: hemorragia cete-
bral, retiniana, gástrica, inrestinal, púrpuras e equi-
moses.
Há trombose cerebral com hemiplegia e afasia.
Predominância do lado direito (Crot.-h. à direita;
Lach. à esquerda ).
o Elaps comtlimlS
É a serpente coral da América Latina.
Tanlbém apresenta diátese hemo rrágica, com
sangue escuro (epist,ue, hemoptise, menstruação
escura; corrimemo de sangue escuro entre dois pe-
ríodos).
Tem sensaçao de frio gelado internamente (no
peito, no estômago).
Dores agudas noS pulmões, mais à direita.
Como todas as cobras, Elaps também apresenta
muitas ilusões: de que ela está caindo para a frente
(Alumina silicata), de que é ferido, de que está sendo
golpeado, Ouve vozes.
o Naja tripudians
Serpente da índia e América do Sul.
Naja é um indivíduo deprimido, triste c ansioso,
com ide ia constante de suicídio (Auyum ) e desej o
brusco de se suicidar. .
Possui i.lu~ões: de que descuidou de seuS deveres,
está ferido na cabeça (U .R .), matuta sobre problemas
imaginários, está debaixo de controle sobre -hlunano
(Lach.).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Ocorrem palpitações constantes, sensação de
abafamento, não pode deitar-se do lado esquerdo,
Dores cardíacas irradiando-se para a nuca e braço
esquerdo, com ansiedade, opressão e sensação de
morte iminen te.
História clínica
Crotalus horridus
B, M, D" 52 anos, sexo feminino, professora,
casada,
Paciente encaminhada pelo otorrinolarino-
gologista com quadro de epistaxe recorrente sem hi-
pertensão anerial, coagulo paria ou qualquer patologia
vascular local que a justificasse,
Trouxe Raio X, seios da face normais, hemo-
grama e coagulograma normais, segue resumo da
história clínica,
Já ocorreram outros tipos de sangramentos?
Tem época que fico com a urina bem carregada,
sempre mostrando sangue quando faço exame de
unna.
O urologista acha que pode ser "areia na urina"
ou calculose microscópica, mas toda vez que faço
ultrassonografia não consta nada,
Também costumo ter sangramento de gengiva
logo depois de escovar os dentes, Só que o dentista
não sabe o motivo já que ele disse que minha gengiva
é rosada , de aparência normal e que não tenho tártaro
ou gengivite, coisas que segundo ele poderiam causar
sangramentos,
Que outras doenças você já teve?
Costumo ter crises de asma toda vez que sou
picada por inseto, Não me lembro de mais nada, a
não ser que sempre fui magrinha, sempre me acharam
com cara de doente,
Fale-me um pouco de você!
Bom, é difícil fuJar de mimmesma, desde pequena
sou mais fechada, acho que por timidez.
Sou muito agitada, ando pra todo lado procuran-
do o que fazer, tanto na escola onde trabalho como
229
em casa, vivo preocupada com as coisas, se tenho que
entregar provas ou alguma reunião com os outros pro-
fessores, fico mais agitada, chego a ter sangramento
nasal de tão nervosa e até que rudo comece eu não
sossego, sempre vivi rudo antecipadamente ,
Tem uma coisa que ultimamente vem me preo-
cupando, é que ando esquecida, confundindo nOmes
das pessoas, Tem sid<!J frequente em esquecer onde
guardo as coisas, Meus filhos vivem dizendo que
quando guardo qualquer coisa, estou é escondendo
aquilo, E o pior é constatar isso, outro dia achei no
meu armário um detergente e uma caixa de sabão em
PÓ' Já pensou, achei que estou ficando esclerosada,
Cada vez que me pego com estes "esquecimentos"
fico péssima, onde ando com a cabeça,
E sobre seu sono, como é?
É .sempre agitado, me mexo muito e meu ma-
rido diz que precisa me curucar à noite porque fico
rangendo os dentes,
Geralmente eu acordo como se nem tivesse pre-
gado o olho, de tão cansada.
Você já teve sonhos proféticos ou algum ripo de
premonição?
Não, na verdade não costumo ter nenhum tipo
de insight,
Exame físico: descorada, hidratada
B, rítmicos P= livres sem edemas
Pele=pequenas equimoses em braço e perna
direita
Sintomas repertorizados
Hemorragia - por orificios do corpo 839 m,
Pele - picadura de insetos (agregar),
Timidez 89 m,
Inquierude 53 r.
Transtorno por antecipação 91 L
Memória, debilidade de 67 L
Nomes próprios 67 lI.
Dentes - Rechina - durante o sono.
Pele - púrpura hemorrágica 804 r.
Medicada com Crotalm horridus 30 CH D,U.
Retornou 48 dias após COm boa evolução já
que não apresentou mais sangramentos e houve uma
melhora apesar de pequena, quanto a sua memória.
Receitado 200 CH e pedido para retomar em
45 dias. Como ia viajar telefonou dizendo estar sem
sangramentos e que retornará após Sua viagem.
 Carlos Brunini, Mario Giorgí & Colabs.

Cuprum mefallicum

Abrcviatura: Cupr fuga mente, adoece, e ao adoecer elege o seu sistema

Denominação científica e1érrico condutor, ou seja, o sistema nervoso e suas
GUppC1' terminações e1énicas, ocasionando assim convulsões,
Cupmlm filum hip.:rexcitação neuroll1uscwar e um estado de alerta
Cuprum constante que o leva à fadiga.
Cupm'" filum Sua inquietação, insônia, palpitações, respira-
Cllprum met(fllimm ção rá pida e formigamento nos dão a sensação de
que está de prontidão e que tais pessoas podem nos
Classificação e tnonomia dar um "choque elétrico" a qualquer instante, vhoro
Reino mineral. involuntário.

Descrição
O cobre é um metal, excelente conduror de
dcrricidade (energia) e calor, de COr vermelha carac·
terística, maleável, dúctil. Quando exposto ao ar seco
não se altera, mas ao ar úmido cont~ndo dióxido de
carbono, cobre·se com lunO camada esverdeada de
carbono básico (azinhavre ou verdere).
Preparação
Trituração.
Miasma
Siftlítico.
Compreendendo lun pouco do llistórico deste
lnedicament():
Cuprum, o "eletrizado" da Matéria Médica.
Assim como o cobre é um excelente condutor
de energia, os indivíduos cobre (Cuprum) são .qudes
que carregam dentro de si uma grande quantidade de
detricidade .
O adoecer para nós homeoparas é consequên·
cia dos aros equivocados; Cup",,,,, aO reter energia
elétrica, ao .1rmazená-la ao invés de drená-la cenrri-
Toxicologia
"Aquilo que um veneno pode causar, ele também
pode curar".
Todos os compostos de cobre dcveriam ser
tratados como se fossem tóxicos: uma quantidade
de 30 g de sulfato de. cobre é potcncialmente letal
em humanos. O metal em pó é combustível, inalado
pode provocar tosse, dor de cabeça c dor de garganta.
Recomenda-se evitar a exposição laboral e a utilização
de protetores como óculos, luvas e máscaras é neces-
sária. Os valores limites ambientais são de 0,2 mg/m 3
para vapor de cobre e 1 mg/m 3 para o pó e névoas.
Reage com oxidantes forres tais como cloratos, bro-
matos e iouatos, originando o perigo de explosões.
Na intoxicação por cobre, o indivíduo irá referir:
inquietação, insônia, raiva) convulsões) apoplc.xla,
araque de anb'1ístia , repugnância, vertigem, náusea,
palpitação cardíaca, pulso fraco, ardência na boca,
dores no estômago pouco depois de ingerir alimentos,
obstmç50 intL'StÍnal ou evacuações violentas chegando
mesmo à diarréia sanguinolenta, suor frio, palidez de
face, dores por todo o corpo, sensação de formiga-
mento no alto da cabeça, respiração extremamente
rápida, hemoprise, soluços, paralisia e morre.
 Ma téria Médica Homeopática Interpretada
Ação geral do medicamento
Cuprum arua eletivamente sobre a medula e sim-
pático, tem influência marcante em rodo o organismo.
Terminações nervosas sens itivas. Cupru11l causa
- nos músculos, ossos, articulações e vísceras - dores
excesSIVas que rerornam por acessos.
Termin;lções nervosas mororas . Cuprum derer-
mina, nos músculos, cãibras que snão seguidas por
convulsões desordenadas e paroxísticas, que chegam
a fenômenos paralíticos (gênio m<Írbido).
Os músculos volundrios, que se encontram em
estado de excitabilidade perpétua, apresentam estre-
mecimentos, cãibras principalmenre nas panrurrilhas,
e
convulsões que come~<l1l1 nas extremidades afetam
principalmente os extensores.
Os músculos involunrários também serão aco-
metidos e o indivíd110 apresemar,; transtornos respi-
ratórios) cardíacos c desurdens mecânicas no sistema
digestivo.
Características
Os pontos nUl S Importantes relacionados ao
aspecro do paciente e que levam a uma indicação
muiro precisa são: a combinação de escleróticas azu-
ladas, pronrsão ocular e inchaço ao redor dos olhos.
Em SCb'1.lI1do lugar, niste tensão devido à ansied ade
po r antecipação , hiperatividade, medo do fracasso e
repressão mental, emocional e fisica. Os pacientes ten-
tam controlar esta teuslo, são meticulosos e têm que
respeitar as normas. Planej am rudo e têm dificuldade
de adaptar-se. São sérios e prudentes e não gostam
de assllmir riscos. O s pacientes CUJrmm se sentem
melhor (menos ansiosos) quando estão ocupados.
Sua ansiedade pelos outros, especialmente pelos seus
familiares, foi comprovada muitas vezes. No plano
físico sempre exi ste um a forma de espasmo ou de
tensão: epilepsia, asma, hipertensão, angina pecroris,
tensão no joeUlo e ombros e cãibras musculares, es-
pecialmente nos dedos dos pés. Com rudo isso existe
esgotamento e prostração.
Para "Guernsey", em key-nores, Cuprum teria
como sinal marcante um gOSto forte e metálico na
boca (Rhus-rox também o apresenta nesta forma tão
marcante).
Para '1\ash", Cupmm poderia ser resumido em
uma única palavra: espasmo.
Para "Kent", Cuprum é proeminentemente um
medicamento convulsivo : "A tendência convulsiva
associa-se com quase rodas as queixas que C~,pr"m cria
e cura". Cuprum apresenta convulsões com graus va-
riá veis de violência (desde crises focais , com repuxões,
até as crises convulsivas tô nico-clô nicas generalizadas
tipo grande mal).
Em Cuprum , qualquer que seja o órgão do s i~ ­
rema respiratório afetado, existirá uma assustadora
respiraçJo espasmódica (dispneia). Cabendo aqui, a
descrição fei ta por Kent referente a uma crise de rasse
comprida de Cuprum: "a criança é ramada por wn
atoque dessa violentã toSse comprida, a face roma-se
lívida ou azulada, as unhas dos dedos das mãos fIcam
descoloridas, os aUlas giranl para cima, a crianç l to'>Sc
até perder a respiração e então cai num estado Je in -
sensibilidade po r um longo tempo, que a m;Íe chega
a temer que a CrLJnça nunca mais respire) com uma
ação espasmódica violenta em sua respiração, mas, a
partir de respira,ões mais curtas, a criança volta a si
como se fosse trazida de volta à vida".
"Se pudesse obter rapidomente um panca de
água fria, ela interromperia a tosse. A água fria , es·
pecialmente, aliviará o espasmo."
Kent também inclui Cuprum entre os medica-
mentOs de escolha para ("'lera. Agui sendo diferen-
ciado de Camphora e Veratrtlln.
C"prum: casos espasmódicos, convulsivo,l _C;r.o,os
em que as descargas cessam ou são suprimidas c ocor-
rem súbitas convulsões. Restabelecerá as descargas e
terminará as convul sões.
Camphora: casos ca.racterizados por frialdade
externa e mais ou menos secur:l.
Veratrum: suar · copioso, vômitos e purgação
(epidemias de 1853/ 54/ 55 , epidemia russa de 1830/
31 - nestas a mortalidade ,'aiu de 2/ 3 para 1/3).
Convufsões de Cuprum
O terreno de ação de Cuprum é a atividade tn Ul>-
cular, que irá manifes tar-se: por meio de convulsões,
ou por contrações, cãibras ou espas mos musculares
violentos que aparecem e desaparecem bruscamente.
Características da convulsão
a) Causas provocadoras o u desencadeantes
- humilhação, SUStO ou qualquer excitação.
- supressão ou desaparecimento de erupções,
descargas ou exantem as, menstruação ou dores.
- golpes na cabeça .
- ao molhar-se.
- bebidas frias.
- ao pressionar o estô mago.
- depois de tossir.
- durante dentição (~rianças).
- antes e durante f(lenstruação.
 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
- na gra videz e puerpério (com cegueira).
- à noite, dormindo.
- lua nova.
- periodicamenre (a cada 7 dias).
b) Precedendo ao ataque convulsivo
- pequenas sacudidas musculares.
- palpitações, vómitos.
- pouca ou violenta constrição na parte inferior
do tórax.
c) Imediatamenre antes da crise
- aparecem puxões ou movimenros irregulares,
principalmenrc nos dedos das mãos e pés, estendendo-
se a todo O corpo. O polegar flexiona -se brusca e es-
pasmodicamente denrro dos outros dedos fortemenre
fechados sobre ele.
- gosto merálico inrenso com sialorreia.
- grito agudo e perda da consciência.
d) Durante a crise
- convulsões tônico-c1ônicas, movimenros de-
sordenados ou de flexão e exrensão dos membros, a
cabeça, o pescoço e a coluna vertebral formam um
arco côncavo para trás (a ré ao opistótono, como pode
também ser em prostótono). Marcante cianose facial,
choro, olhos virados para cima e avermelhados, espu-
ma na boca, respiração rápida e ruidosa, incontinência
dos esfíncteres e Suor na cabeça e tórax, convulções se
iniciam num membro superior.
e) Depois da crise
- o paciente apresenra-se com a aparência de mor-
to, existe um sono profundo e ao acordar enconrra-se
prostrado, não recorda de nada , tem frio, vômitos,
cefaleia, choro, tremores e sudorese.
f) Teremos aind a
- as convulsões na meningite, cólera, coqueluche
e escarlatina.
- convulsões urêmicas com vômitos conúouos,
delírio loquaz e cólica, seguindo-se apatia, mau hálito,
língua fria e colapso.
- sobressalto dormindo.
- epilepsia com aura no joelho ou no plexo solar
e subindo.
- coreia quase sempre à esquerda ou de um s6
lado, por SUSto, irritação ou gravidez.
- tétano com trismo, opistótono e liberação de
esfiDcteres e perda de urina.
- rremores e desmaios.
- convulsões puerperais, a urina é escassa e aJ-
buminosa. No rrabalho de parto a pacienre torna-se
subitamenre cega. As luzes do quarto tendem a de-
saparecer, assim como as dores do parto, mas então
surgem as convulsões (começando nos dedos das
mãos e dos pés).
Considerações gerais
Como característica geral podemos dizer que
em Cuprum a violência é marcante em todos os seus
sin tOnlas: dürréi:1, espasmos) vômitos) convulsões)
manias e delírios.
Os sintomas poderão aparecer por supressão ou
desaparecimenro de empções ou exantemas ou des-
cargas (suores, diarréia, menstmação) ou até mesmo
por supressão de suores dos pés.
Modalidade
Os sintomas aparecerão periodicamente e em
grupos, apresentando larera lidade esquerda. Cuprum
tem como grande fator de melhora a transpiração,
portanro deveremos rer sempre o cuidado de não
suprimir os suores do nosso paciente (por exemplo:
não usar desodoranres antitranspirantes), pois ao
fazê-lo poderemos desencadear uma convulsão. Nos-
so paciente melhorará ainda pela pressão e bebendo
água fria.
Como fatores de piora reremos: ar ou vento
frio, O anoitecer ou a noite, anres de menstmar, por
supressões, lua nova, por contato, pela falta de sono
e pela pressão .
O meral Cuprum _
Cuprtmz certamente não esrará entre os medica-
mentos como um meral exuocrante, mas assemelha-
se aos medicamentos hipersensíveis, pois apresenra
sensibilidade exasperada tanto física como menral
(estará ao lado de Bell. o N ux -v, Zincum).
A pele apresenta-se sensi bilizada, assim como as
verrugas. Os odores o molesram.
Apresenta um esgo tamento físico OH menral
por excesso de atividade mental ou pela falta de sono
(NuX-Ji. ).
Cuprum chora involuntariamente, pela menor
emoção, quando sua, e esre choro piora ao conversar.
Cuprum tem no choro um grande fator de piora.
Cuprum chora a perda do paraíso.
Simbologia
O cobre vermelho representa:
- a água - princípio vital de todas as coisas;
- a luz - simboliza a vida, a salvação, a felicidade ;
- a palavra - que é fecnndante;
- o esperma - que se enrola em rorno da matriz
feminina .
 Matéria Médíca Homeopática Interpretada
Na ttadição asteca, existe a equivalência das
cores vermelho e verde que são duas expressões da
força vital.
O vermelho é o símbolo da fecundidade, do
princípio da vida, com sua força, poder e brilho. , O
vermelho-claro é diurno, macho, tônico e forte . E a
eJqJressão da vida. É a cor do fogo central do homem
e da terra, do ventre. O vermelho-esruro é noturno,
fêmea, secreto. É o mistério da vida.
Os oceanos purpúreos dos gregos e do Mar
Vermelho estão ligados ao mesmo simbolismo, repre-
sentam o ventre, onde morte e vida se transformam
simultaneamente.
E aqui começamos a sentir o sofrimento de
nosso Cuprum, onde a vida e a morte, por meio de
suas convulsões violentas, coexistem num mesmo ser.
Satanás, senhor do inferno, se veste de vermelho,
expressão da violência consumidora do fogo do in-
ferno ou dos desejos e paixõcs irrefreáveis. Na Idade
Média , o verdugo, senhor da vida e da morte, usava
um traje vermelho.
Existe uma lenda que diz que no "início dos
tempos um homem aprendeu o segredo da mágica
de um caranguejo, qUe na vermelho por causa da
feitiçaria da qual estava carregado; o homem matou o
caranguejo depois de ter extorquido dele o segredo; e
é por isso que os caranguejos hoje são pretos, porque
foram destinúdos de sua feitiçaria; entretanto, eles
demoram a morrer porque foram outrora os senhores
da vida e da morte".
Teria sido, nOsso Cuprum, num paraíso distante,
portador do desejo de possuir vida e morte simulta-
neamente?
Ao entrar em contato com O ar, O cobre torna-
se esverdeado, e, na simbologia, o verde é a cor do
reino vegetal, é o desabrochar da primavera, a água, a
vida, e é a cor da mediação entre o vermelho do fogo
do inferno e o azul do céu. É a cor da esperança, da
longevidade e da imortalidade.
Para os alquimistas e ocultistaS a luz verde simbo-
liza a iluminação, a morte e a vida. Na Idade Média,
o verde também signiflcava a cor do veneno e brilho
ameaçador (olhos verdes de entidades demoniacas).
Cuprum tem sua vida em função da morte, e esta
ambivalência é sentida com extrema violência, como
se estivesse sendo castigado por ter cometido um mal
imperdoável. O desejo de ser IMORTAL.
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial mais difícil é com
Carcinosim<m que apresenta muitos sintomas em
233
COmtU11. As provas de Templeton em Carcinosinum
mostram torpor cerebral e inércia mental junto com
uma sensação de apertamento e constrição. Algumas
publicações insistem na rigidez da personalidade e na
falta de adaptação. Tudo isso dificulta ainda mais o
diagnóstico diferencial.
Outro diagnóstico diferencial difícil é com Ar-
senicum alhum devido à enorme ansiedade, medo da
morte, prudência;melhora com ocupação, impaci-
ência ansiosa c antecipação. Scpia também é sin1ilar,
com melhora pelo esforço físico, agravamentO pela
menstruação, pés frios, hipersensibilidade a tudo,
lentidão e prostração e ofensa fácil. Outro diagnós-
tico diferencial é com outros metais, especialmente
Aurmn, Ferrum e Plumbum.
Complementares
Ars., Bel/., Calc., Caust., Iod., Ip., Kali-p., Lach.,
Laur., Op., Phos., Sec., Stram., Ter., Vemt.
Remédios que seguem bem
Apis., Arr., Bel/., Cale., Caust., Cic., Hyos., Kali-n.,
Meny., Nit-ac., Puls., Stram., Verat., Zinco
Antidotado por
A.Ir., Bel/., Calc., Camph., Cham., Chin., Cic.,
Cocc., Con., Du!.., Ferr., Hep., Ip., Merc. , Nux-v., Puls.,
Rhus-t., Sacch., Squil., Stram., Sulph., Verat.
Colaterais
Verat.
Casos clínicos
F.GA., 24 anos, casada.
A paciente refere estar sentindo-se eXtremamente
cansada, com muito S0l10 apesar de não conseguir
dormir direito, pois acorda frequentemente no meio
da noite com cãibras e por vezes acorda com certa
ansiedade, mas não sabe do que ou por quê.
"Quando pequena apresentei lesões na pele que
descamavam e coçavam. Estas lesões iam e vinham,
e cada vez que elas apareciam minha mãe me levava
ao derm.atologista, que me examinava e medava uma
série de pomadas c cremes para passar. Fizeste tipo de
tratamento dos 8 aos 10 anos, e finalmente me curei
deste mal. Aos 11 anos, após ter Ie"ado 'u m SUStO
muitO grande com a perda de uma amiga, comecei
a ter desmaios. Mas eles eram bem diferentes, pois,
um pouco antes de acontecer, os dedos dos pés e os
dedos das mãos começavam a repuxar e cada vez ia
aumentando mais, até que eu dava um grito bem alto
e caía, debatendo-me muito, virava os olhos, urinava
na roupa e, quando acordava, porque eu perdia total-
 Carlos Bruníní. Mario Giorgi & Colabs.
mente a consciência, estava muiro sonolema. Tratei-
me com neurologistas, psiquiatra.s e psicólogos, e após
cinco ano~ eu estava curada . Scd que eStlva mesmo?
No ano pas"do cu cngravidei. Durante a gravi-
dez tudo correu m'lravilhosamente, nus na hora do
parto eu comecó a ter aItera<;ões de vis,io, enxergava
borrado, e mmeeei '1 sentir repux()CS nos dedos dos
pés.e das. mãos, 'ntjo convulsionei. Há wn ano co-
mec<:i, nQVan.l c nt~ , .um trar:1mcnto com drogas para
ptevenir as ·co l1vulsõcs 1 lnas go~taria de rel1tar outro
tipo de tratamentO ."
. A paciente apresentando um quadro típico de
nH:rá'stase mó rbid.l, pois algum tempo depois de
serem suprimidas as lesões de pele a paciente apresen-
tou crisc convulsi\'a, demonstrando assim o caminho
inverso da cura.
Rcpcrtorizado:
Com'lll",,,, por susro
Con\'ulsões puerperais
Lesões descamati"as de pele
Lesões pmriginosas dc pelc
Insônia por ciibros
Insônia por ansiedade
A pacicnte foi medicada com Cuprum metcdlicum
L.M.3, duas gotas ao dia por dois meses.
A escala L.1\1. foi usada para que a pacienre não
tivesse agravações indesej'1\'eis, para que a cura se des-
se mais rápida e suavemente, e porque as enfennidades
crô nicas são mais sensíveis aos medicamentos prepa-
rados segundo a escala L.M. em relação à cenresimal.
A paciente reromou apresentando wn qua-
dro mais promissor: estava dormindo melhor, não
apresentava mais cãibras e conseguia dormir a noite
inteira. Não sabia por que, mas estaVa sentindo-se
mais leve e alegre . Não chorou nesta segunda consulta
como tinha acontecido na primeira vez.
A paciente encontra-se em tratamento homeo pá-
tico com ótimas perspectivas, em fase de diminuição
dos medicamentos alopáticos sem intercorrências.
Controle EEG se mnntém nonnaJizado desde o início
do tratamento.
Caso clínico veterinário
Ursa, uma cadeb com 1 ano e 6 meses, sem raça
defll1ida , foi apresentada 3 clínica devido a um histó-
rico de convulsões que haviam surgido há três meses.
Inicialmente, hou\'e wncl frequênci" quinzenal com
evolução semanal e, em seguida, ddrja, ocorrendo,
então, vários episódios convulsivos ao dia .
Indagada sobre a pcrsonrr.lidade, a proprie-
tária saJientou seu comportamento ansioso , uma
inquiecude durante todo o tempo (inquiecude
ansiosa), que a faz andar de um lado para outro, fa-
rejar rudo rapidamente, sem descansar nem por um
momento (o que foi comprovado durante a consulta ,
guando Ursa náo sentou ou deitOu na sala de atendi-
mento nenhwna vez).
Outra caracterísrica relatada foram seus temores.
Ursa não permite que ninguL'ffi se .1pl'Oxime, em casa
ou durante os passeios ~u rua , fugindo ou tentando
escapar (temor de que ourros se lhe aproximem ).
Este sintoma também foi obse rvado no consultório,
quando Ursa náo permiriu que ninguém, nem mesmo
o proprietário, a pega.~se para ser examinada. Em casa ,
quando ocorre a visita de pessoas estranhas, Ursa se
esconde c somente aparece após verificar que as pes-
soas foram embora (temor de estranhos). Seu maior
e mais cnrioso temor, rodavia , é o temor por lugares
escuros. Ursa não frequenta locais escuros da casa,
bastando, porém, ver wna luz acesa para que volte a
frequentá-los ("temor da escuridão") .
Mais um sintoma apresentado por Ursa durante
a consulta, e confirmado pe\;! proprietária em outras
ocasiões, foi o de covardia: Ursa apresenta-se feroz,
enquanro permanece no colo de sua dona, bastando,
contudo, colocá-Ia no chão para que desapareça sua
ferocid ade, tentando voltar para o colo de sua dona .
Este comportamento se repete na presença de outros
cães (covardia ).
A sintomatologia física de Ursa também apresen-
ta particul aridades, tendo sido uriliL:lLla para auxiliar
na escolha do medicamento.
Ursa convulsiona, n.1 maior parte das \'ezes, em
situações que a excitam: quando os proprietários che-
gam em casa ou quando a \e\'Jffi para o seu pa"eio
diário (convulsões por cxcita<;.i o ).
O episódio convulsivo inicia-se, Irequentemente,
em um dos membros inferiores, com movinlenros
clônicos deste, generalizando-se logo em seguida. Du-
rante a convulsão, Ursa conrr~li e estica os lnembros)
apresentando sialorreia e incontinência dos esfíncteres
(convulsões epilépticas).
No período pós-convulsivo, Ursa, quase sempre,
apresenta-se prostrada, dormindo por longos períodos
(sono depois de convulsões).
Na repcrtorização (EI moderno Repertório de
Kent) foram utilizados os sintomas abaixo citados:
1- "inguierudc ansiosa" - 54, r.
2- "temor de la oscuridad" - 88, 11.
3- "temor de extranos" - 86, ITr.
4- "temor de que otros se]e acerquen" - 85, IlI.
5- "cobardia" - 13, lI.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
235
Cuprum cobriu a totalidade dos smtomas. Foi
prescrito Cuprum metallicum CH 18 em três doses
diárias, durante 30 dias. Ursa apresentou diminui-
ção gradativa da frequência dos episódios, para duas
convulsões por semana. Na segunda prescrição, foi
utilizado Cuprum Iftetallicum CH 30, em dose única,
quando Ursa evoluiu para um episódio convulsivo
por semana . Após setenta dias da primeira prescrição,
ministrou-se Ctlprum metallicum CH 100, em dose
única. Ursa está bem há cinco meses, sem medicações,
tendo apresentado apenas dois episódios convulsivos
de menOr intensidade. Neste momento a proprietária
relata que Ursa está transformada, acompa.t1.hando a
melhoria da crise convulsiva, está mais calma, rara-
mente demonstra sua ansiedade e seus temores. Ursa
sociabiliwu-se.

6- "convulsiones epilépticas" - 821, m.

7- "convulsiones por excitación" - 822, I.
8- "sueno después de convulsiones" - 730, IT!.
 3 Carlos Brunint, Mario Giorgi & Co/abs.
Flor com grande efeito decorativo principal-
mente no interior de residências, sua beleza delicada
confere sofisticação nos ambientes ado rnados por
elas. Sua folhagem é muito ilustrativa, verde escura
com manchas mais claras (c!orose, as folhas não pto-
dllzem c1otofila suficiente ). As tlores são seu grande
diferencial, ap resentando pc'tabs invertidas, e uma
vasta diversidade de cores, entre br,tOco, vermelho,
tosa, salmão e combina~ões cliferenres.
Pertencente à t"I11í1ia das primoUceas, apresenta
ruversos nomes populares, como:
Casranha-de-porco, maç.5-de-porco ou pão- -de-
porco. Depois da florescência o pedúnculo enrola -se
em espiral a fim de esconder o fruto na terra por isso
é chamada de cas tanha-de-porco, (Moreira, 1985).
Seu tubérculo é amargo, acre, purgarivo e um
emético violento, entretanto inofensivo a suínos
(Moreira, 1985).
Na fitoterapia faz-se uso das fl ores ou de toda a
planra, enquanto que, para a homeopatia , usa-se a sua
rai.z fresca, colhida no olltono, m.isturando sell suco
em parres iguais com álcool.
Cyc/ame{J europaeum
Quase não tem nso na alopatia atual, l11as ti)i lar-
gamente utilizada por médicos gregos e ,\rabes como
drenador de líquidos e para dores de cabc~a. G,ueno
(foi um médico grego, 129-200), também a utilizava
em aplicações externas e como purga nte e suado r.
Para podermos entender um pouco da persona-
lidade do inruvíduo que vibra como C)'clamen, vamos
conhecer nrn pouco mais do modo de viver desta
planta, que para ter uma aparência banira e saudável ,
necessira de algllns cuidados es peciais. Para florescer,
precisa estar em Ingar o mais fresco possível, com
basrante umidade e baixa remperatura, com lnrni-
nos id ade, mas sem receber sol direramente. Precisa
rambém de pequena qllan~dade de água todos os dias,
sem nunca molhar suas folhas. Se estiver planrada
nun1 jardim, dará preferênCia por florescer à sombra
e sem a companhia de olln-as plantas.
Mentalmente, podemos d.izer que o trio culpa
- abandono - rrisreza, dá origem , e ao mesmo rem-
po, define muito bem tudo aquilo que se passa com
Cyctamen.
T ocado consranremente por lima ansiedade de
consciência, como se fosse um criminoso ou como
se tivesse causado algum mal, rem remorsos, repro-
vando-se por isso.
Segundo a Maréria Médica, enconrramos as
seguinres descrições, que confirmam esre quadro:
Sentia um pesar inrerno e nrna ansiedade de
consciência como se ele não houvesse realizado seus
deveres e como se houvesse cometido um crime.
Sente uma tristeza extrema, como se ele tivesse
feira algum mal e como se houvesse descuidado de
seus deveres (Hahnemann, 1920).
Como rodo aquele que cometeu nrn deliro, teme
rê-Io de pagar religiosameme ou cosmicamente, seme
que algo deve acomecer para fo rçar esse pagamemo.
Surge emão, decorrenre russo, o medo do infortú-
 Maréria Médica Homeopática Interpretada
nio iminente e a grande ansiedade pelo futuro com
pensamentos profundos sobre o que se passa e o que
será O seu futuro. C:Yc!ll1ncn é a vítima de si mesmo,
sofrendo duplamente pela culpa e pela autoagressão
que esta culpa promove.
Cyclflmcn se comunica com O mundo, por meio
de sua ansieLlade, com sensação de culpa e desejos de
fuga; em decorrência disso, surge uma sensação de
abandono, em que se sente perseguido por todos e
também com medo, busca a solidão e seu contato
com a sociedade é núnimo. Introjeta J e distancia-se
dos .demais.
1- Introjeção: é o processo por meio do qual
O indivíduo obedece e aceita opiniões arbitrárias,
normas e valores pertencentes aos outros, engolindo
coisas alheias sem querer e sem defender seus próprios
direitos por medo da agressividade própria e da dos
OUtrOS (Ribeiro, 1997).
Se apresentam pensamentos deprimentes a
respeito do presente e do futuro, os quais o levam
quase ao pranto.
Está sumido em seus pensamentos deprimentes,
deseja estar só e pensar no seu destino futuro. (Hah-
nemann, 1920).
Sente-se mal-humorada com disposição a chorar,
sente medo da morte e tem a ilusão de estar abando-
nada e perseguida por todos (Hering, 1974).
O abandono de Cyclamen não é um abando-
no afetivo, mas uma sensação de estar só e de ser
perseguido por todos. Não é afetivo, afetuoso ou
aletivamente compassivo_ Não tem sintomas relativos
ao consolo porque não busca e não lhe interessa ser
consolado (luan S. Schaffer).
Devido ao fato de se isolar, não podemos sequer
confirmar o sintoma Haversáo ao consolo" como
encontramos no repertório, posto que Cyelamen não
dá chance nem para a tentativa de consolo por parte
dos que o cercam.
237
Apresenta crises de duas ou mais horas, onde
não deseja falar com ninguém Falar é um transtorno
para ele (Bandoel, 1992).
Para defender-se de sua angústia psórica, Cyela-
men submerge, como já dissemos, em pensamentos
profundos sobre seu futuro, além de apresentar em-
botamento de memória.
Apresenta memória obtusa, se recorda com
dificuldade o que acaba de aCOntecer. Às vezes, a
mesma) está muito ativa. Isto acontece como uma
rápida alteração (Bandoel, 1992).
É frequente que isso ocorra depois de uma pena
sofrida, tem transtornos por pena sofrida e terror de
consciência, fica como se não estivesse nem alegre,
nem triste, parecendo acordar de um sonho, não
entendendo sequer o que acontece à sua volta. Num
polo oposto podemos encontrar também afluência
de ideias, de pensamentos com mente muito ativa e
esperta.
Normalmente seu humor é a1ternante. Apresen-
tando-se melancólico para, em seguida, estar alegre,
calmo e tranquilo. Por vezes, grande irritabilidade e
até embotamento alternando com vontade de traba-
lhar.
Por momentos, ele se sente extremamente en-
fadado e mal-humorado, porém rapidamente volta a
ter uma estranha sensação de felicidade.
Havia estado anterLormente contente, repentina-
mente se voltou sério e sentiu um certo grau de mau
humor, depois de um tempo, voltou a estar contente
e logo, outra vez abo.rrecido (Hahnemann,1920).
Se sente alegre, 6 que alterna com um sentimento
de irrirabilidade (Heting, 1974).
Cyclamin é ansioso, pois é um indivíduo chorão,
pensativo, preocupado com temores e pesares. Seu
pensar é imaginário, se imagina só no mundo, e que
está sendo perseguido. É uma pessoa calada, que
remói , que fica pensando no futuro. Preferindo estar
só (Kent, 1988) .
Cyclamen sofre em silêncio, mas não é uma pena
silenciosa e sim uma pena não evidenciada, disfarçada,
sem deixar que ninguém perceba este seu sofrimento.
Podemos entender o porquê de termos dito que
o trio culpa - abandono - tristeza, define tão bem
Cyclamen, pois a culpa gera a sensação de abandono
muito própria e pessoal de Cyelamen, que acaba por
deixá-lo muito triste, essa tristeza o faz lembrar sua
culpa e começa tudo novamente.
Sente-se mal-humorada, com disposLção a cho-
rar, sente medo da morte (Hering, 1974).
 38 Carlos Brunini, Mario Gíorgi & CoJabs.
Cyclamen Europaeum
A luminosidade faz mal para Cyclamen, sendo
assim, teme os relâmpagos, não por causa das chu-
vas, mas sim porque seus transtornos podem ocorrer
devido à luz do relâmpago. Todos os seus temores
aumentam durante as febres e os calafrios.
Compõem ainda o quadro mental de Cyclamen:
- ofende-se com muita facilidade e por coisas
pequenas e banais, tomando tudo pelo lado mal;
- obstinação e irritabilidade;
- tem memória embotada e dificilmente pode
recordar o que aconteceu recentemente; ou tem aflu-
ência de ideias, de pensamentos, eom mente muito
ativa c esperta;
- inquietude ansiosa, devido à sua culpa, e isso
acontece mais à noite;
- <:xccssiva escrupulosidade;
- tem sonhos agitados, inquietude. Sonha com
dinh.eiro ou moedas de ouro. Sonha também com
fezes;
- aversão ao trabalho porque sc cansa facilmente;
- sente-se perseguido;
- ofende-se por pequenas coisas;
- ilusão de que duas pessoas estào com ela na
cama e que cobrem metade de seu corpo.
Sintomas Locais
- Cabeça: Dores de cabeça pela manhã com visão
turva, obscura, vacilanre, com manchas escuras diante
dos olhos. Vê estrelas de várias cores, centelhas, sofre
diplopia, estrabismo.
Sente calor nos olhos, ardor, prurido, que piora
ao procurar enxergar. Distúrbios da visão relacionados
com sintomas gástricos, vertigem, as coisas giram ao
seu redor, tem dores de cabeça só de um lado.
Frequentes espirros com coceira nos ouvidos.
- Aparelho digestivo: sente gosto de sal, arrotos
com soluços, sofre maus efeitos por cOmer alimentos
gordurosos e café. Sacia sua fome comendo pouco.
Constipação intestinal, hemorroidas, dor no reto e
no pecineo. Saciedade depois de algumas bocadas
(compartilha com L}cópoditlm clanrum), então o
alimento se torna repugnante, pro\'oca náuseas na
garganta e no palato (AlIen, 1995).
- Reto: Dores anais c no períneo, como se tivesse
um ponto supurado, quando anda ou senta (Boericke,
2003).
- Aparelho urinário: Urina profusa aquosa e
esbranquiçada Ou a\'ermclhada, irritações frequentes,
com pontadas na uretra ao minar, dor na região renal
do lado dirdto.
- Genitais femininos: Mensmlações suprimidas
ou escassas, sangue negro, podem ser suprimidas por
dançar, exercitar-se ou esquentar o corpo. Menstrua-
ções interrompidas no segundo dia, ou profusas eom
muitas dores como de parto, ventre inchado. Seios
dmos, inchados, doloridos com secreção leitosa pré-
menstrual. A menstruação pode ser um transtorno,
mas também pode trazer alívio para muitos proble-
mas, como a melancolia, que melhora por menstruar.
- Pele: Acne em mulheres jovens que melhora
durante a menstruação, prurido que alivia coçando.
- Extremidades: DOres em lugares em que os
ossos se aproximam da superfície, com ardência nos
calcanhares, dores no ~riósteo. Cãibras no polegar
direito e indicador. (esc~itores).
- Sono: Não reparador, perturbado por SOMOS
ansiosos, sonhos vívidos, amedrontadores. Sono agi-
tado. Dorme tarde. Acorda cedo, mas muito cansado
e sonolento, não consegue levantar. (Kcnt 1980).
Particularidades
- Cefaleia.
. Alterações com diminuições ou distorções dos
sentidos como hipoacusia (perda parcial da capaci-
dade de ouvir), perda do olfato, do paladar 011 sente
lun gosto salgado na boca, transtornos visuais como
diplopia (visão dupla), visão turva, eDevoada, com
mancha escura, visão com aro colorido, miopia e
estrabismo convergente.
Não tem sede durante o dia, mas tem muita
sede à noite.
Sonolêl1cia e bocejos frequentes.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Calafrios por todo O corpo.
Prurido em diversos lugares do corpo, quando
melhora em um lugar começa em Outro.
Grande sensibilidade ao ar frio c por desco-
brir-se.
Tem desejo de limonada, sardinha c coisas não
comestíveis, tem aversão a pão, ffi:u1tcíga , gordura}
cerveja, carne e alimentos frios.
Melhora: Em quarto quente, dentro de casa,
após as menstruações, caminhando.
Agrava: /\1: livte;'água fria, banho frio, menstru-
ações, sentando e deitando à noite.
Dinâmica miasmática
Pré-psorJ: Era cwnpridor de seus deveres.
Psora: Sente culpa ou por ter cometido wn gran~
de erro ou por não reI clunprido seu dever e por isso
tem a sensação de abandono e de que é perseguido.
Sicose: Obsessivo, depreciativo, crítico (sem
ser arrogante, egoísta ou orgulhoso), escrupuloso,
meticulow, obstinado, colérico e irri tado, rancoroso,
vmgatlvo.
Sífilis: Isolamento quer total solidão, ama ficar
só, sem vontade de falar, melancolia e indiferença.
Diagnóstico diferencial
Cyclamen europaeum X P"lsatilla nigricanr
Constantemente ouvimos falar que Cydamm é
uma Pulsatilla sem afeto. Será quc esse é o caminho
correto para distinguirmos um medicamento do
outro)
Na verdade sabemos que o indivíduo PulsatiJla
se sente abandonado e ao mesmo tempo culpado por
esse abandono; por isso, com a intenção de r("erter
esse quadro, se mostra tímido, desprotegido, desam-
parado e COm humor muito chorão, buscando assim
comover as pessoas que o cercam e dessa forma rece-
ber afeto, atenção, proteção e os cuidados que tanto
bem lhe trazem. Outras artimanhas também fazem
parte do arsenal de P"lsatilla nesta luta, como mudar
rapidamente de humor se isso lhe garantir agrados.
}:, sempre organizado, consigo e COm as coisas a sua
volta, mantendo rudo asseado e arrumado da melhor
maneira possível. É wna companhia agradável, que
com doçura e meiguice tenta tocar o coração de todos.
Extremamente ciwnenta, wna "verdadeira P"l-
safilla" não perdoa um irmão ou seu próprio filho, O
considera lun intruso, que pode lhe roubar o carinho
e a estima que tanto deseja.
Se algo lhe trOllxer dissabores ou lhe magoar, o
consolo será um excelente remédio.
Cyclamen não é afetivo como Pulsatilla, porém ·
.também se sente 'abandonado, só que seu abandono
decorre da grande sensação de culpa que traz e dá
impressão de que é perseguido; por se achar culpado,
é então que se esquiva, buscando ficar só, se comuni-
cando.o mínimo possível com. as pessoas. Consolar
Cyclamen nesse mpmento não lhe trará nenhum be-
nefício: não quer, não procura, não aceita e nem dá
chance de receber consolo. C~clamen agora só quer
seu quarto e de prefer2ncia que esteja escuro. Seus
pensamentos são triste> e sombrios, fica pensando no·
'futuro, imaginando siruações etemendo profunda-
mente a morte e o infortúnio.
Cyclamen tem hUOlor chorão e se' sente bastante
aliviado depois de chorar. Seu choro' não acontece para
chamar atenção, mas sim porque de algwna maneira
tocaram em seu ponto fraco; e foi tocado tão fundo
que, sem ter como esconder, chora demonstrando que
aquela siruação paradoxal com que nos deparamus às
vezes, que até espanta os outros - quando por exem-
pio, ri comentando uma desgraça qualquer, não passa
de uma couraça, uma capa construída para encobrir
a culpa que pensa ter.
Caso clínico
Nome: M.J.A
Idade: 39 anos Data de nasc: 12/ 10/ 53
Estado civil: casada. Profissão : arquiteta
Data: 11/ 01/93.
Motivo da consulta: enxaquecas.
Há mais ou m"nos trinta anos sofro de enxaque-
cas com enjoo e vista embaçada; no início tomei chás
e remédios.caseiros, e fui levando.
A partir da menarca as crises se intensificaram,
faltava às aulas na escola, quase perdi o ano. Preo-
cupados, meus pais me levaram ao oculista, que me
passou óculos para descanso. Mas não adiantou, eu
acordava já com dor de cabeça.
Há cerca de dezenove anos , por insistência do
meu marido, comecei a me tratar com wn neurolo-
gista, passando então a tomar teméd.ios alopáticos;
como não resolveu o problema, e a conselho de wna
amiga que sofre do mesmo mal e vem tendo êxito
com tratamento homeopático, resolvi tentar.
Sou insegura, sinto-me só e estou constantemen·
te aborrecida . Falo demais, me explico demais, e meu
marido diz que não há necessidade. Confio demais nas
pessoas e sinto que isso não é recíproco, no trabalho
é onde mais sinto isso.
Quando as pessoas me olham, me ponho a pen-
sar: o que fiz de mal? Me sinto culpada.
240 Carlos Brunini, Mario Giorgl & Co/abs.
Fico furiosa quando me criticam, já vivo me
criticando. Volto para casa triste, choro, não falo nada
do que aconteceu, falo só do trabalho, meu marido e
meus fiUlos não me dão a proteção necessária; sinto-
me só, insegura, impotente diante da simação.
Se me convidam para sair, prefiro ficar em casa,
onde me sintO mais segura; porém, constantemente
entro em depressão, distàrço com esforço, mas no
fundo me sinto inferior aos demais.
Ao exame clínico
Paciente alta, magra, de bom nível intelecrual
EGE nutricional bom.
AR, ACV, AD e AGU: NDN PA =
120 x 80.
Encontramos nesta história clínica o discurso dos
que sofrem Cyclamen , ou seja, sua tríade composta
de abandono, culpa e tristeza. Os sintomas rcperto-
rizados abaixo são apenas ratificantes.
Sintomas enconrrados no repertório
(Kent/Eizayaga)
Abandono: 1,1
Ansiedade de consciência, como se fosse culpado
de un crime: 6,3
Crítico: 19,2
Cavila: 13,1
Cabeça, dor pela manhã: 113,2
Cabeça, dor ao levantar-se: 113,3
Conduta: Cyclamen CH 30 (DOSE ÚNICA)
Retornou após 60 dias, referindo-nos:
Sente-se bem, o relacionamento com o marido,
ftlhos e amigos, inclusive no trabalho, vem meUloran-
do a cada dia. Teve apenas um episódio de emaqueca
no período pré-menstrual há 30 dias, porém leve e
suportáveL
Conduta: Sem meditação. Quadro clínico em
müvunen to.
Caso clinico veterinário
Anastácia, apelidada de Tati, é uma Schnauzer
e vive com outros quarro cães da mesma raça. Tem
12 anos de idade. No entanto, não se misrura muito
com eles, sempre foi assim.
Mesmo com o proprietário em casa gosta de
pemlancccr em um quarto; enquanto todos os outros
cães estão afoitos desejando atenção, Tati se isola.
Porém é muito obediente e meiga.
Uma característica sua é sempre dormir após se
alimentar. O que faz diferente é que, ao chegar em
casa, o proprictário deve cumprin1entá-b primeiro
que todos; se não o fizer, afasta-se e sai, segundo ele
"pisando duro",
Quando os outros,l;olicitam brincadeiras, finge
que não é com ela, afasta-se e os deixa "falando so-
zinhos",
Após sessenta dias do cio, sempre representa
todo o drama do parto. Faz o ninho, se isola para
amanlentar e então até permite que os Outros ma-
mem nela.
Cosmma ter muito leite o que até lhe rendeu, em
certa ocasião uma mastite na téta anterior esquerda.
Os anos lhe trouxeram uma ca tarata esquérda e um
cisto sebáceo na pata anterior esquerda.
Na repertorização não foi considaada a atim-
de de afastar-se caso não receba atenção in1ediata.
Enquanto todos solicitam e lutam pelo seu espaço,
Tati se afasta, numa atimde de quem acredita não ter
valor para mereccr qualquer atenção. Na linguagem
repertorial, o abandono, a desvatlda. Se ela pudesse
verbalizar realmente a sua emoção poderíamos utilizar
O sintoma de uma forma mais concreta.
Repertorizando:
- Aversão à companhia (está sempre isolada,
longe de todos) 15,1
2 - Doçura (muito meiga e ohediente) 25,3
3 - Depreciativa (afasta-se dos demais quando
os outros pedem atenção, age como se eles não esti-
vessem por lá) 24,3
4 - Ilusão que está grávida (faz o ninho, dei.,<a
que os outros mamem) 41,3
5 - Leite, em mulheres (fêmeas) não grávidas
543,1
6 - Lado, sintoma de um lado 84,3
7 - Sonolência, após almoço 745,1
Cyclamen CH 200 em dose única - além da mas-
tite, do leite nas mamas, da gravidez psicológica, foi
também capaz de alterar a sua condição de desvalida.
Hoje solicita atenção COmo os demais.
 Matéria Médíca Homeopática In terpretada

Dioscorea vil/osa

Introdução: humano, vemos o ódio estampado na face .

James T yler Kent ( 1849 -1916), médico ho me·
opata americano, personificou os medicamen tos ho ·
meopáticos, lil,'s co nferindo uma face, uma imagem
e desta maneira atribui uma profunda importância it
observação, inspeç30, do rosto, expressa0, do pacienre
para a escolila do remédio:
[ ... ) Estudar a làce dos remédios é muiro útil'
. '
aSSIm como estudar a làce de pessoas saudáveis, para
gue seJm1 capazes de perceber suas intenções pelas ex-
pressões tàciais . Um homem mostra SUelS açe)es lia vida
Vemos essas coisas nos remédios assun como
nas pessoas ... Um médico ativo, atenro e observador
percebe, vê na face do seu paciente vários sinto mas
gue ele tem na cabeça, mas gue ele não consegue
contar. De como a face exprime O remédio [ ... ] (Bergo
e Luz, 1996, p.40).
Kent nos transmite a imporrência desta inspeção
atenta e sutil do paciente, já gu e o olhar é nosso pri-
meiro contaro, o passo inicial para o es tabelecimenro
desta relação tão íntinla, ríca e enlocionanre gue é
J

a do médico, interlocutor dos segredos, alegrias, an-

pela face, ele mostra seu modo de pensar, seus ódios,
suas ambições e seus amores. Vocês podem ver o amor
em muiros rosros de: profissionais, podem scfecionar
o rosro do estud ioso. Estas sao apenas manifestações
do amor it vida gue vivem . Alguns manifestam ódio'
ódio da vida na gual são forçados a viver, ódio do se:
gústias, tristezas entim da vida vivida - sofrida desre
paciente. Sendo enr:1o, o a liJar, o prim eiro passo em
direção à procura d;} semeJh:Ulç;l ent.re eSte indivíduo
e o medica mento homeopático.
Creio ser fundm1ental para a prática diária da ho-
lneopatia, estabeleccr tlOla imagem) cri.,r llnl retrato,

J Em g~ego, pol!s si{fnifi:a muito~ e khrestos, benéfico, favorável. E em interpret&lfiio latina; o que

. tem ml·"tas aphc&lf~es. Sao os,m:d1camentos dotado,- de poder farnmcêut'ico profimdo e amplo, sendo
frequentemente prescntos na cltmca. Halmc",a",. estabeleceu uma lista de 24 policrestos, que vem sendo
continuamente a,,'escida.
 Carfos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
para entender, apreender os numerosos medicamen-
tos homeopáticos. E apropriando-me, da expressão
inglesa : to Iearn by hearr, ao se estudar homeopatia
não se pode acionar somente a razão, mas também
os sentidos e a emoção, guardando estes saberes no
coração.
E nos despindo dos preconceitos, como nos
ensina H,1hncmann no seno parágrafo da 6' edição
do Organon (1921 ), devemos conhecer o maior nu-
mero de remédios homeopáticos, mesmo que estes
não pertençam ao grupo dos policrestos I como é o
caso da Dioscorea vi/losa.
1 Em grego, polys significa muitos e khrestos,
benéfico, favorável. E em interpretação latina ; o que
tem muitas aplicações. São os medicamentos dota-
dos de poder farmacêutico profundo e amplo, sendo
frequentemente prescritos na clínica. Hahnemann
estabeleceu uma lista de 24 policrestos, que vem sendo
continuamente acrescida:
Histórico, class ificação vegetal, composição
quimíca e indicação fitoterápica
A Dioscorea vilJosa é uma planta trepadeira, pe-
rene, apresentando um riwma marrom , cilíndrico,
torcido e tuberoso e um fmo tronco que pode medir
até 12 metros de comprimento. Sendo também uti-
lizada como planta ornamental, pois suas folhas são
largamente ovaladas, alternadas e medindo de 6 a 14
centímetros e flores amarelo-esverdeadas.
Estas plantas foram assim denominadas em ho -
menagem a Pedanius Dioscórides (40 - 90), médi co
cirurgião que acompanhou o Imperador romano
Nero em suas campanhas à Península Ibérica, Norte
da África e Síria . Nesta ocasião, Dioscórides descreve
cerca de seiscentos produtos de origem vegetal, animal
e mineral, com suas inclicaçães méclicas publicando no
ano 78 De Materia Medica, obra que alcança grande
projeção, tornando-se um guia do ensino médico
tanto no Ocidente quanro no Oriente, nO mundo
árabe, que nesta época já dispunlla de escolas médicas
bastante organizadas. Até o século XV serão feitas
cópias, em latim, desta obra e muitos dos produtos,
descritos por Dioscórides, são utilizados atualmente
como fármacos.
A parte utilizada da Dioscorea como medica-
mento é a porção ruberosa da ra.iz e em algumas
culturas, também como alimento por conter uma
grande quantidade de fécula. No Brasil é conhecida
popularmente como cará ou inhame selvagem, tubér-
culo comestível e também para emplastros para uso
tópico, no caso de infeções de pele. Sua clistribuição
geográfica é bastante ampla , em países de cl.ima tro-
picaI. A denominação popular deste tubérculo, em
alguns países, sâo inclicativas de seu uso terapêutico.
Por exemplo: no México, yam (inhame) ou raiz dei
eólico (raiz da cólica), inclicada para cólicas biliares,
intestinais e renais. Nos E. U.A, devil's bones (ossos
do demônio), rheumatism root (raiz do reumatismo)
ou wild yam (inhame selvagem ). Na China, OUtras
duas variedades de L>iosc01'ea serão utilizadas tera-
peuticamente, a opposita, como tônico para os rins,
pulmões e estômago, indicada para asma, menopausa
e clistúrbios urinários. E outra será a hypoglauca, para
cistites, como antirreumático e para síntese de con-
traceptivos orais. Esta propriedade de contracepção
também foi utilizada pelos mexicanos , de 1950 até os
fi nS dos anos setenta, quando a Dioscorea representava
a única fonte de hormônios se),.'uais.
As ações terapêuticas desta raiz são explicadas
farmacologicamente por conter, dentre os seus prin-
cípios ativos, as saponinas, representadas pela dios-
genina. As saponinas extraídas de fontes fitote rapicas
são precursoras da síntese de cortisona e progesterona,
explicando sua ação hormonal e indicações terapêu-
ticas para os sintomas do climatério e menopausa. A
diosgenina, presente na Dioscorea vi/losa, além desta
também terá o utras funções; antiespasmódica, anti-
inflamatórias, anrimicóticas e antitumorais contra
alguns tipos de sarcoma, demonstradas somente in
vitro. .
Não se conhece, em profunclidade, a toxicidade
da Dioscorea vilJosa, mas é conhecido que o seu excesso
pode ocasionar distúrbios gastrointesrinais por causa
da presença do alcaloidt dioscorina.
Supondo que Hahnemaon e seus seguidores ao
empregarem um meclicamento, possivelmente tenham
se ti.mdamentado na observação da intoxicação causa-
da pelo mesmo, em função das altas doses que eram
preconizadas pela medicina heroica da época, será
simples a constrUção da imagem deste wgetal que
também é utilizado homeopaticamente.
MatérIa médica
N a bibliografia consultada os sintomas mais
frequentes encontrados serão as cólicas, irracliando-se
para diversas regiões do corpo, intensas c de intervalos
regulares, comprometendo o sistema gastrointestinal
e genital, revelando a atinidade de atuação deste me-
dicamento por estes. Sendo que os sintomas relativos
à esfera mental são escassos. Este meclicamento é
utilizado preferencialmente em forma de tinrura-mãe,
obtida a partir da trituração da raiz, ou da terceira à
quinta potência centesimal hahnemania.ona.
 Matéria Médica Homeopática Interprefada
A imagem do indivíduo que sofre Dioscorca é
daquele que cncomr~ ,dívio de suas cólicas ou dores,
sobretudo, das dsceras .lbdon1ill.lis ou péh'iclS, .lti-
rando seu corpo pm,1 trás (semelhante J posiçâo de
opisrcirono dos pacienres rerânicos), melhorando ao
perm~l!1C((T ereto e/ou n10vünenLlndo-sl' ao ar livre.
A agravaçjo ocorre quando dobra o corpo
(dikreme das dores de CoLoc1'7lt!Jis )ou comprime o
segmento doloroso (cu l1 trJ.rialldo a mel hOLl das dores
aliviadas por Bryonill), ao esrar deirodo .
Mentalmcure são indivídnos com grande de-
pressão de sua Forç;1 Vital, avessos a companhia e
irridvti s. Facilmente preocupad()s. Inquietos, apesar
do cJ.nsaço físico, necessitando eStJr n10vimentando-
se. Melhoram quaJldo \·iaj~ rn. Este CUlsaço também é
percebido em níveis mais sntis que abrangem a esfera
verbJI e o da expressão escrita, isto é, irao denominar
os objetos de maneira equivocada, por exemplo, ao
escreverem ou Iilhrem direita quando desejam, na
re;\lidade, expre.ssar esguerda.
Este medicamento apresenta afinidades sobretu-
do pelo sistema digestivo e genital.
Estômago, abdome e reto: As dores deste pa-
cieme são de início súbito, desaparecem num local e
reJ p;\recem em outto, de forma paroxísticas. Irradiam
- se de cima abaixo, comprometendo segmentos dis-
tantes do corpo principalmente quando iniciam no
abdome, ripo cãibras, com boca seca e amarga pela
manha, com üngua saburrosa, mas sem sede. As dores
epigástricas irradiam-se para o esrerno e braços, são
seguidas de grande quanridade de erucrações, com
gosto de ovos podres, os quais aliviam o quadro
á1gico. Soluço e também eliminação de flaros . Estas
dores podem também ser gueimantes e o paciente as
relara como uma sensação de azia.
As dores abdominais podem subitamente mudar
de lugar, aparecendo em lugares remotos, como dedos
das mãos ou pés. (Boericke, 1997, p.165)
Estas dores abdominais, tipo cólicas dilacerantes,
melhoran1 quando o indivíduo can1inha. E as cólicas
irradiam-se do abdome para o peito, costas e braços.
Dores agudas do fígado, penetrando para cima
até o bico do peito do lado direito. (Boericke,l997,
p. 165). Dores da vesícula biliar para o peito, costas e
braços. Cólica renal, especialmente direita, irradiando-
se aré as extremidades, com sudorese fria e taquicardia,
expuls,\o de cálcu.los.
Está indicada para os bebedores crônicos de chá,
crianças, jovens ou velhos, e também para aqueles que
cometem erros ou excessos alimentares. Provocando
flatulência, distensao abdominal, agravada pm r< lUplS
apertadas.
Prurido !lO reto, Hemorroidas com d o tes
[lCl\etrames gue irraclian1-se por todas as pan es do
corpo, parecem cachos de UVlS ou com cCrc.!ia.' ver-
melhas. Urgência matinal p"-ra evacuar, o índi,ciduo
é acordado por esta, com liberação de flatos quc:nre,
c diarréia líquida, copiosa, amarelada, acom panhad a
de dores no S<lCl"O e intestinos, que irradi:-tm·sc }XlI"
todo o corpo c que n"o ,IJi,'iarn com a lilxraçJn da.<,
fezes, seguida de uma se l\ s~ç5 0 de desfak cimento .
Tenesmo. Indicado para a cólera e diarreias por erros
alimentares em crianças.
Sono
Demora para lillClar O S0110) por I S~O prefere
dormir mJ.is tarde à noitc 1 <.: ntrc tJ11to acorda L.:edo,
indisposto, com a boca SC D , Jíngu,\ cobert,\ por uma
saburra marrom ou branm,;ull arelada e as p;Upebras
pegajosas . Durante o sonu re m salivJ.~·a( \ excessiva
e esta esco rre da boca. A partir das dms horas da
madrugada piora dos sin!'''!l:!s. Suno!ellw após o
mein-dia (Poirer e Vannicr, 1987, p. 141).
Genitais masculinos e
femininos
Enússôes senlinais nOturnas do nnindo, sem ser
acompanh,,-da por ereção ou SOm1!)S eróticos . Pode
apresentar excitação si'xlIal freguente, com ereções dia
e noire ou desejo sexual diminuído com imporencla .
Genitais frios e reLu.ados , quase insensíveis. Sudorese
com odor forte no escrOto c púbis (ViJllovsky, 1995,
Vol. I, p.604) .
Nas mulheres sn,í ind icado para dismenorreias ,
que irradiam-se pOIa partes distintas do corpo. D mcs
bisas de parto que alternam com c\ibras dolorosas dos
músculos flexores dos f1Ododactilos e quirodacrilos. As
gesranres que sOtiUll de DioscoJ"ca alternam diarréra e
con:'l'I paç:\o.
Aparelho locomotor e artic u la ções
Dores lUS (OS!.lS con1 sensJç;l o dt' est;1r C]llebra-
do, fraturado, com irradiJçio paxa os quadris, viriliu s
e tesrículos. Agravando ao se aba.ixar c melhorando
quando fica em pé ou andar.
Entretamo, a dor ciática, que acomete prefe ren-
cialmente o lado direito, meU10ra ao ficar perfe ita-
mente tranquilo.
Dor no al1gulo da m,\l1díb u!J. Trismo.
Cervicalgia com rigidez. D oro agudas dos
on10platas, n1atinJis do intensaS' q ue não cü n~cgue
1
 Carlos Brunini, Mario Giorg/ & Colabs.
rnOVinlen[ar- se na ca ma , e n[rct:1I1[O melho ra cOln
nl0vlnlen[o .
D or aguda e pronlllda no omopla ta esquerdo
q ue irradia-se para O pulmão direito.
As dores artieuL1res S:lO piores de manhã cedo
e li noite .
Tórax
Angina peetoris, do res cardfacas agudas e toráci-
cas irradiando-se p;\ra ;u nhos os braços, acompanha-
das de fhrulênciJ. Dores cardíacas tão imensas, com
sensação de apeno) gue o indivíduo não consegue
apo iar-se so bre o lad o esquerdo, impedindo- o de se
Inovimen[ar ou falar ) com dispneia) sudorese fri a e
pulsa ção fr;KJ e imermiteme, a cada 8 ou 10 bati-
lnentos.
Sintomas particulares:
Vertigens com tendência a cair para trás e para a
direita . Sensação como se a cabeça estivesse amarrada.
Cefaleia que irradia-se desde o vértex até os
ombros, para a regi.io frontal com náuseas e coriza e
finalmente para o oceipício e para os OU10S, com uma
sensação cortante.
aU10S do loridos, pio r o do lado direito, com
sensação que sai ar quente deles, pio ra ao anoitecer.
Lilcrimejamento no ca lor, piora ao or livre, melhora
quand o fecha os OUlOS. Sensoção de poeira o u cílios
nos o lhos.
Sentado escrevendo tem epistaxe unilateral es -
querda seguida por um coágulo. Narinas doloridas .
Sente malcheim c coriza.
Ga.rganta irritada, áspera , seca provocando pi-
ga rros constames acompanhada de náusc1s. Prurid o
na amígda la esquerda . Ponra&1s nas amísd.1las q ue se
irra diam .ué os ouvidos) sa ída de cerJ endurecid a do
ouvido direito c prurido. Sensação de ouvidos tapados
e d olorid os ao serem tocados. O t;11sia ao bocej;ll- c
tossir. Parótidas dolorid as .
To"-Sc devido a LUna sensação de coceira constante
na laringe, provocando dor epigástrica. Dor aguda e
cortante ini t:Í,lndo na ax.ila esquerd:1, irradiando-se
para o mamílo e daí para o pu lmão esquerdo que me-
lho ro com a com pressão. Do r em amhos os l'u lmõ~s
irradi.ll1do-sc da frente para trás e vice-vers:1..
Um dos remédios mais importantes r ara os es-
t~gios inicia is do pana rício, acompatlhaJu de dores
agudas e unhas fr ágei s e qu eb r.lljj~'1s. Tendência a
supurações penungl.,leais.
Retrato medicamentoso e
sugestões para comparações
"este item final pretendo construir uma imagem
da Dioscorea "ill05a , que permaneça nos corações e
mentes como) sugeri i.nicialtnente.
Assim homens e mulheres que soFrem Dwscorea
são indivíduos de baixa vil..lld ade que lhes cau sa
irritabilidade, preferindo o isolamento. Entretanto
sâo inquietos po is o movimento tende a meu'orar seu
sofrim ento . Tendem a troca t as palavras.
Terão tendências a erros alimentares que provo-
cam flatolência e cóli cas abdominais, que irradiam-se
para po rçaes longínquas do corpo, acometendo-os
em interva los regulares e alivi am quando este estira o
seu corpo para tr;Ís, ditCrente de Colocynthis que ali via
dobrando-se para frente e comprimindo o abdome,
com indignação e roiva . A flatolência e a sonolência
pós -prandial é semdhante a de Nux vomim, assim
como o despertar entorpecido da Dioscorea, entretanto
os indivíduos ·)\lux vomicfI reagirão de maneira mais
explosiva e irritada, sendo os primeiros caraeteri'!."-
dos por um grande esgotamento tanto físico quanto
mental. .
D esta forma aqui ficam algumas sugestões para
comparações com Cl.I outros medicamentos homeopá-
ticos, assim como si ntomas mais detalhados à respeito
da Dwscorca "i/10m, med icamenro ponco lem brado na
prática diária 111 a~ com inte ressantes "poden.:s". Su·
cesso n CSLl Íll stigall[e viagem pelo saber homeopJtico
povoada por emoçóes fo rtes; raívas) ressentlrncntos,
tristezas' Lí"rimas
b , dores sentidas no corpo e na .lima.
Aproveite o ca minho, desfrute a paisagem e seja feli ?,1
 Matéria Médica Homeopálica Interpretada
2

Dolichos p ru";ens

Meu interesse por este mecticamento iniciou na floração dá-se entre dezembro c Janeiro c a fru tifica-
clínica, quanclo recebi 11111 60 de nome Shawli, era ção, de abril a ourubro.
um Chow Chow de 1 ano de idade, a qucix., principal As vagens são espe"" ("semelhantes a couro"),
era uma ·'alergia'" a propril't.íria relatava que o ani- curvas (em forma de "furo de violino"), medem de
mal se coçavo demais (prurido intenso sem lesão ou 4,0 a 10,0 cm de comprimento e contêm de 2 a 6
erupção na pele), prindp;ümente virilhas (face interna sementes. As sementes variam na cor. ~L'ndo branc;l5,
de membros pélvicos) . e por isso se mostrava muito pretas ou manchadas. As vagens sio cobertas com
agitado e "sem parada". ln icio do problema aproxi- pelos áspetos , avermelhados, os qu;,i, são facilmente
madamente 15 clias. Conversondo com a proprietária, desprendidos, podendo causar intensa irritação na
sobre o seu conhecimento sobre a Homeopatia, a pele (Medicus, 2001). Esses pelos são popuJarmenrc
mesma declarou que sua fUha segue tUn tratamento conhecidos como "pó de mico", por ptoduzirem um
homeopático, e que o cáozinho adorava os glóbulos intenso prurido c inquietnde. E são utilizados para a
quando caíam ao chão, todos achando "bonitinho" preparação da rinrura-mãc do Dolichos p11ll'iens.
é- lo comer, deixavam sem problemas. Minha pri-
meira pergculta, depois do fato narrado foi: "Qual Matéria méd ica
O nOme do medicamento de sua filha)" A resposta
É interessante a ü"jo de c:,da autor sobre o
chegou 4 dias depois, era o Dolichos pm,.ims . Shawli
medicall1entO , pois en1bora apres~lltcm sintomas
parou de tomar o mecticamento e em alguns dias já
não apresentava nenhwn sintoma, pois havia cessado
a patogenesia do medicamento.
Sinonímias: Dolichos pntriens; Stizolobiu1n prtt-
rims; M ucu 1/ ft p1'lt1'ita; Setllt' siliquae hisutae; Cowage;
Cowirc/; ; COllhage; Kiwach; Carpopogon prm';,,1/J.
hanci's: Cadjuet; Pois velus; Pois à gratter;
Liane à gratter.
Alemão: Kratzbohnen; Kuhkratze.
AMlIc1t1tn pnl1'icns, como é também conhecida,
é uma trepadeira leguminosa capaz de crescer até seis
metros de comprimento, com galhos finos e longos,
acinzentada, de foU,as ovais ou alongadas, pontiagu-
das e finas (MedicllS, 2001 ), sendo encontrada nas
regiões tropicais: Ásia, Amúicas, África (Grieve,
2001 ). As flores s~o grandes c brancas, crescem em
cachos, com corola em formato de borboleta, de cor
púrpura azulada (também há flores púrpuras escuras),
tendo cada flor de 3,5 a 4,0 cm de comprimento . A
 Carlos Brunml. Mario Grorgi & Coiabs
semelh,unes, a valorização de cada um difere consi-
deravelme nte
Segundo Nilo Cairo
A principal esfera de ação deste medicamento é
nos pruridos sem erupção; nos velhos; nas mulheres
nervosas; na histeria, na gr:1videz) nas congestões
hepática,; nos diabéticos .
Prisão de ventre com prurido interno. Abdome
intulne!icido.
Hemorroidas com u1ten!il coceira.
Icterícia, prurido noturno.
Dor de gari?,.u1ta, que piora ao engolir, sobretudo
atrás do ângulo direito do maxilar intCrior, como se
lUn alfll1ete aí estivesse csp~r.ado verticalmente.
Prurido. Piora à noire por coçar.
Irri tação nervosa da denri ~ão.
Segundo Vannier
E nfari zJ rambém os pruridos intensos sem
erupç:io, mas em rcla.ção com perturbaçôes da nmçâo
hepática.
G rande sensibilidade das gengivas, com nervosis-
mo e agitação. Ci ra r;lmbém a dor i.mensa na garganta,
abaixo do :ingulo do maxilar direito. Piora ao engolir.
Frisa0 de ventre com distensão do abdome e
pruridos. Hgado aJlInentado; não pode suporrar uma
roupa aperrada.
Agitação.
Pruridos intensos, generalizados, sem erupção.
Estado subictérico da pele, manchas amareladas.
Herpes.
Clínica: Perturbações da dentição.
Anginas (não mencionado por outro autor).
CoJesterinemia com pnlridos. Prurido Senil.
Segundo Phathak
Apenas relaciona o prurido intenso da pele sem
erupções ou i.nflamações. Manchas amarelas por todos
os lados. Coceira à noire.
Neuralgia que segue Herpes zosrer.
Segundo Boericke
Um medica mento para o lado direiro, com sin-
romas pronunciados no fígado e na pele. U m prurido
forte generalizado sem erupção. Sens ibilidade nervosa
aumentada. Prurido senil. Diárese hemorroidal.
Garganta: Dores na garganta, piora engolin-
do, embaixo do ângulo do maxilar direiro, como se
houvesse uma lasca fincada \·~rric;jlmente . Dores na
gengiva impedindo de dormir.
Abdome: Cól.ícas por ficar com os pés molhados.
Prisão de ventre com prurido; abd()me distendido .
Fezes brancas (não mencionJdo pelos autores cirados
anteriormente). Fígado disr~ndido. Hel1lorrroidas
ardentes.
Pele: Muito prurido, sem inchaço nem cnlpção;
pior nos ombros, rambém nos corovelos, joelhos e
partes cabeludas (s intomas modali zados). Pontos
amarelos; cOI'ando demais à no ite. Herpcs-,-Ósrer.
Modalidades : Pior, de noite, coça ndo, do lado
direito.
Segundo Vijnovsky
Divide em Sinto01as mentais, gerais e particu-
lares:
Mental:
• Hipersensibilid ade nervosa e intensa inquie-
rude.
Geral:
• Pior de noite; pelo calor da cama (prurid o);
do lado direito; por molhar os pés (cólicas); pOLÍgua
fria (pele que arde ).
• Tremores musculares. Espasmos clônicos dos
membros, com perda de consciência, olhos f!X(>s e
abertos.
• Convulsões em crianças, piora na dentição.
• Dores neurálgicas seguindo a um Herpes
zosrer.
Particular:
• Olhos amarelados. Erupção na borda das pál-
pebras. Dor no olho direito.
• D or no ouvido direiro, logo depois no esquer-
do.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
• Cara amarela . Enrijecimento de uma pequena
parte. Cara inchada, mais nos lábios.
·Transtornos pela dentição em crianças, com
gengivas irriradas. Gengivas doloridas, excessivamente
sensíveis, inchadas) roxas; com dores piores à noite ;
quase não pode comer e beber. Gosto de sangue na
boca ao tossir.
• Dor de garganta, piora ao engolir, debaixo
do ângulo maxilar inferior direiro, como se ali fosse
cravado verticalmente uma lasca de madeira. Dor na
garganra do lado direiro que vai ao esquerdo, como
conrraída.
• Vômiros biliosos.
• Fígado inch;!do, dolorido; não rolera roupa
aperrada. Afecçõcs hepáticas com icterícia , prurido,
fezes brancas e constipação. Cãibras intensas no ven-
tre , pior;! pelo movimento. Dores debaixo do umbigo.
Ventre distendido com constipação e ruídos.
• Constipação: durante a dentição; na gravidez;
nos transtornos hepáticos, com prurido, fezes brancas.
H emorro idas com ardor. Parasitos intestinais.
• Enurese. Eliminação de areia e pequenos
cálculos.
• Tosse piora ao deirar-se à noire; com sibilos e
dispneia; desde as quatro da manhã e por roda manhã;
ruidosa, inces" nte ; com fácil expecroração. Herpes
zosrer imercosral com muiro prurido e ardor.
• Prurido violento c intolerável por todo O
corpo, sem erupção visível ; piora de noite na cam a
(impedindo de dormir), e pelo calor; se coça inces-
santemente, sem alívio, in tensifi cando o prurido, que
é mais intenso nas cosras, joelhos e lugares pilosos.
Prurido senil. Icterícia com prurido. Manchas ama-
relas na pele.
Segundo Voisin
• Este Autor divide em n-ês tópicos principais:
Dores gengivais, o hepático, o prurido dos obsti-
pados. E ainda diferencia o que é indispensável do
apenas frequente.
• Dores gengivais
• Indispensável: Agravadas à noite e impedindo
de dormir.
• Frequentes: agiração, nervosismo, obstipação.
Obs : Sintoma possível: Faringite conges ti va
crônica com sensação dolorosa de espinho em direção
do ângulo do maxilar inferior ao engolir.
• O hepático
• Indispensável: Fígado grosso, congestionado
e sensível.
2
Permrbações da eliminação biliar.
Subicterícia.
Obstipação ou tendência à obstipação
Prurido cutâneo ou anal, agrava à noite e calor
do leito.
• Frequentes: Hipercolesterolemia.
Distensão do abdome com intolerância à COllS-
trição das roupas na cintura.
Fezes escuras.
Manchas cutâneas amareladas.
• O prurido dos obsripados
• Indispensável: prurido dos obstipados ou
agravado esrando obstipado.
Agravando à noite, caJor do Ieiro, estando obs-
tipado.
• Frequentes: congestão crônica do fígado.
O prurido é cutâneo (muiras vezes generalizado)
ou anal, geraJmente sem erupção. Só é aliviado por
laxantes ou quando o coçar chega a fazer sangrar.
Segundo Hering
Serão mencionados aqui os sintomas não citados
pelos outros autores ou os que diferem.
Sensação: D or na cabeça (golpe , soco). Sente-se
como embriagado.
Dentro da cabeça: Sente como se a cabeça fosse
se separar e isso rraz dor. Dor têmpora direita.
Audição e ouvido~: Dor ao redor do ouvido
direito. Dor repentina, como se uma flexa perfurasse
o ouvido, mais tarde passa para o esquerdo_
Face: Face amarela. Vermelhidão de uma bo-
chec ha. Inchaço da faci: , principaJmente dos lábios.
Abundância de espinhaS, dor no maxilar direito.
Dentes : Mastigação excessivamente sensível,
porém sem dor. Dor neurálgica, agravação à noite.
Gengivas inchadas, vermelhas, doloridas, que pode
meU10rar ao comer ou beber. Gengiva dolorida atrapa-
lhando o sono por metade da noire. Gengiva irrirada,
que leva ao ranger de dentes .
Náusea.e vômito: Flatulência e erucração. Vô-
mito bili ar, com mal-esrar.
Abdome: Cólicas quando molham O pé. Dor
na rcgiJO lombar direirJ. Dor como que por contu-
são abaixo do umbigo, e na região inguinal do lado
esquerdo.
Intestino e reto: Dor no ânus. Cons tipação com
mal-estar e prurido.
Aparel ho urinário: Dificuldade de urinar, saíd:1
de pequenos cálculos. Disúria com ou sem irriração.
Orgias se);uais masculinos: Impotência.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Gravidez, parto e lactação: Intenso prurido por
todo corpo, principalmente à noite, prejudicando o
sono. Awnentando o prurido sem erupções na pele.
Respiração: Sensação de inchaço na garganta.
Tosse ao se deitar, com ronco e dispneia das 4 horas
até a manhã. Tosse seca com expecroração e um gosto
forte de sangue na boca.
Pescoço: Dor sobre a artéria carótida direita,
como se uma lasca estivesse fincando lá. Dor nos
músculos do lado direito do pescoço.
Membros superiores: Dor no alto do ombro
direito, dor na mão direita. Última falange do dedo
médio direito dolorida. Dor na raiz da unha do dedo
indicador direito.
Membros em geral: Eczemas, erupções secas,
nas mãos e pernas.
Nervos: Flacidez muscular. Espasmos clônicos
das extremidades, com perda de consciência. Olhos
fixos e pálpebras abertas. Convulsões de crianças.
Afeta os nervos de crianças, durante a dentição.
Sono: À noite, a sensação de queimação da pele
é intolerável. Noite sem dormir. Mal-estar.
Temperatura: Quando quente, prurido à noite.
Água fria queima e coça a pele. Água fria diminui
o prurido, porém causa tremores. Se molhar o pé,
cólica.
Febre: A pele queima à noite, na cama.
Localidade e direção: Direita para esquerda :
passagem da dor de wn lado para outro da garganta,
dor como picada na orelha. Daí em diante, prurido
primeiro nos pés, cada inverno subindo até alcançar
o abdome e quadril. Espalhando em círculos, erupção
nas a:xilas.
Sensações: De golpe na cabeça que a cabeça está
separada do corpo; sensação de engasgar e de um
caroço na ga rgan ta.
Dor: na cabeça; no olho direito, ao redor do
ouvido direito, no maxilar direito ; fIgado lado es-
querdo; baço doente com pedras; no abdome; na
região lombar; no ânus; em ambos pulmões; sobre
a artéria carótida direita, como se uma lasca estivesse
fincando; dor nos músculos do pescoço do lado di-
reito; sob a escápula. Medo de grampos: no abdome
em intervalos. Espetadas repentinas: no ouvido.
Neuralgia: na manrubula; seguindo herpes zoster. Dor
como contusão: abaixo do wnbigo e região inguinal
esquerda. Queimação e dor violenta: com erupção
na axila esquerda, espalhando em círculos e voltando
para a espinha; na pele é intolerável. Sensibilidade de
maSTigação. Sensação de contração: do lado direito
•
da garganta até o esquerdo. Irritação da pele. Prurido
na face. Prurido: constipação com queixas de fIgado,
por todo o corpo, é intolerável.
Tecidos: Atua sobre o sistema cérebro-espinhal,
produzindo contrações musculares e convulsões.
Irritação na pele em icterícia, queixa de fígado, e
durante a gravidez.
Toque. Movimento passivo. Ferimentos: Agra-
vam ao coçar.
Pele: Prurido violento por todo o corpo sem
erupções visíveis. Constipação durante a gravidez.
Icterícia. Intolerável coceira, piora à noite. Prurido na
face e particularmente nos lábios, a pessoa é compelida
a se coçar incessantemente, mas sem alívio; piora à
noite; na cama; água fria dá sensação de queimação.
Mãos e face com violenta coceira. De 7 a 10 dias
descamação de uma pequena superfície até todo o
corpo, tão logo termina a descamação o prurido e a
inflamação retornam.
Diagnóstico diferencial
Segundo Voisin:
- Diferencial Dores Gengivais:
Chammnilla - difere pela irritabilidade e a fre-
quência de diarréia.
- Diferencial Hepático:
Nux vomica - Bastante próximo, porém mais
hipersensível e irritável; pesado e sonolento depois
das refeições; prurido anal, porém não cutâneo.
SulphuT - Mais flatulência, tendência às elimina-
ções, alternância de obstipação e de diarréia, erupções
(com prurido rendo as·mesmas modalidades).
Heroirium - convém ao prurido dos hepáticos
corpulentos, mas não obstipados.
• Diferencial Prurido dos Obstipados:
Indigo - prurido causado pela obsti pação, porém
não é pior à noite e pelo calor do leito, o prurido anal
agrava com o movimento.
Segundo Voisin, outros remédios estão afasta-
dos, pois o prurido deles é pior pelo calor do leito,
porém não agrava pela obstipação.
• Diferencial Prurido sem Erupção (Medicamen-
tos que constam no Repertório Ariovaldo):
Alumina - Tem o prurido na pele sem lesões, e
quando o indivíduo se aquece ou pelo calor da cama
se coça até sangrar, mas não tem a agitação caracterís-
tica do Dolichos, pois tudo é lento no doenteAlumina
(Lathoud,2001).
Arsenicum album - Possue o prurido, mas me-
lhora com o calor .
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Mercurius - Está no Repertório, e possui também
Outros sintomas em comum, como: agitação, agrava-
mento pelo calor da cama, constipação. Entretanto,
o doente Mercurius cheira mal, sobretudo o hálito, a
transpiração é ofensiva, com odor forte e penetrante, a
urina e as fezes também são nauseabundas (Lathoud,
2001).
Mezereum - Quadro mental de melancolia e
tristeza.
Psorinum - A pele piora com o calor, mas o
an.imal sente muito frio, o que lhe causa um grande
sofrimento, já que assim que se aquece aumenta o
prurido (Torro, 1999).
Sulphur - Fetidez da pele. Suores locais, parciais,
mas que podem se generalizar, são fétidos, ácidos e
com odor de mofo (Lathoud, 2001).
Rhus toxicodendron: Herpes-zósrer (Boericke
2001)
Sintomas do Dolichos pruricns não encontrados
no repertório (Ariovaldo, 2000).
Mas constam em Matérias Médicas citadas do
Dolichos pruriens:
o Mental - Inquietude
Olho
o Olho - Amarelado
o Olho - Erupções - Pálpebras
Face
o Face - Inflamação - Lábios
o Face - Prurido - Lábios
Estômago
o Estômago - Eructação
o Estômago - Vômito - Bilioso
Abdome
o Abdome - Flatulência
Reto
o Reto - Hemorroidas
Fezes
o Fezes - Bran cas
Urina
o Urina - Sedimento - Areia
Extremidades
o Extremidades - Dor - Ombro dir.
o Extremidades - Dor - M~o dir.
Caso clínico
Maxie, lun macho de 3 anos de idade, chega à
clínica muito agitado. A proprietária (RES) relata que
o animal é sempre agirado daquela forma, possui uma
coceira (prurido) que chega a incomodar, principal-
mente nas axilas (Face interna de membros toráxicos),
e virilha (face interna de membros pélvicos), normal-
mente à noite, ao deitar-se sob os cobertores (onde
não para muito tempo). Apresenta tosse ao anoitecer,
quando chega a ter dificuldade de respirar. Gosta de
chamar a atenção, e quando é repreendido abaixa a
cabeça e às vezes enfrenta (esta observação não ficou
clara). Foi colocado com cadelas da raça dele, mas não
houve acasalamento, pois Maxie não conseguiu ereção.
Tem o costume de ir para porta, quando quer urinar
com desespero, já na rua, "ulda muito, tenta urinar,
mas demora e parece que tem um pouco de dificul-
dade (disúria). Come bem (normorexia), e prefere ter
companhia. A proprietária relata que trabalha fora e
que o cão passa muito tempo sozinho (principalmente
nos fins de semana). Alimentação: ração.
Ao exame clínico observei a ausência de qualquer
lesão ou erupção que justificasse o prurido relatado.
Repertorização:
1 - MENTAL - INQUIETUDE - ansiosa - ca-
minhar.
2 - BEXIGA - URGÊNCIA para urinar - ine-
ficaz.
3 - RESPIRAÇÃO - DIFÍCIL - tosse, com
4 - TOSSE - ANOITECER.
5 - PEl.E - PRURIDO - noite.
6 - PE1~E - PRURlDO ao aquecer-se.
7 - PELE - PRURlDO sem erupção.
Medicamento receitado: Dolichos pruriens 6 CH
3x/dia.
Depois de 15 dias, a proprietária relata a melhora
do animal em 70 % na tosse e 80 % no prurido e
também uma certa sonolência.
Maxie retoma depois de 40 dias, sem prurido.
 Csrlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
Drosera onde o
planejamento está sempre presente
Grande número de homeop~tas já usou esta
medicação em sua cünica com sucesso. Ao sermos
convidad~s para preparar a aula no IBEHE, lnstiru-
ro Brasileiro de Estudos Homeopáticos, sobre esta
medic~ção , 1c"J.ntamos imediatamente a bibliografia
das matérias médicas amplamente divulgadas. Muiro
fácil. O espírito de cientista, de observação e de aven-
rura que existe dentro de nós, ainda que não seja do
grande quanro de outros colegas, algtms deles geniais,
mobiliwu-nos a entrar em contaro com os jardins
botânicos de rodo o Brasil na tentativa de encontrar
bibliografia sobre a planta e uma hipótese mais feliz:
encontrarmos lima mudinha da nossa tão esrudada
Drosera ,-ot'lmdifolia.
Drosera
Mesmo sabendo que seu habitat narural é o pân-
tano, terrenos mugosos encontrados na América do
Norte, Europa e Ásia, fomos em campo e, após muiros
contaros, nos inclicaram o professor José Maurício Pi-
liak~s, cientista, professor botânico jovem, que não só
fornecell bibliografias a respeito mas também ofereceu
uma mucLinha da DrOSCl'cr. rotundifolicr para nosso esru-
do. Nossos agradecimentos ao professor Piliakas qlle,
com sua participação, fez enriquecer sob remaneir~
nosso entendimento sobre a medicação e, portanto,
sobre o paciente Droscra rotundifolicr.
As plantas carnív~ras são considerad as das
mais sofisticadas, pois são extremamenre evoluídas
e antigas. Não sáo os inSeros sua principal fonte de
alimentação, pois sáo seres autótrofos, isro é, fabricam
seu próprio alimento, pir meio da forossínrese.
Como vivem em solos ácidos o u pobres em
certos nlltrientes, capruram sua vítima e dela retiram
os nutrientes de que necessitam, sendo este último
 Maténa Médica Homeopátíca Interpretada

processo de alimentação uma complementação de começa a se do brar sobre a vírima, pm va riação de

sua nutriçao. turgescencia das células o postas à face que a presa
Segundo botânicos mais antigos e o professor está em conrato com a folha, e inicia O processo de
absorção do que lhe é necessário. Quando termina,
Pilia lcas, as plantas retiram de suas vítimas: em especial
nitratos (principalmente componente do prmo plasma espontaneamente elimina a carcaça do inseto.
celular ), fosfatos (participantes das reações energéti- As Droseras apresentam flores brancas o u cores
cas), sais minerais e outros componentes, mediante derivadas do vermelho. O nosso exemplar fl oriu
um processo no qu al p roduzem di versos tipos de lindamenre em março e suas flores são rosas claras e
enzimas, realizando a digestao e posteriormente ab- de uma delicadeza importante para os nossos olhos,
sorvendo o que lhe convém. maior ainda para os pequenos insetos. As flores per-
As plantas carnívoras são distri buídas em termos manecem fechadas durante o dia e só se abrem ao sol
taxonômicos em dezesse is gêne ros, com aproximada- quente entre 9 horas e meio-dia.
mente setecentas es pécies espal hadas em quase todo Para a medicação homeopática, é usada toda a
o mundo, cada qual com seu habitar definido. planta no início de sua floração, preparando a tinrura-
mãe a partir do suco de tod a a planra em álcool, 90 %
o gênero D rosera é mais cosmopolita, sendo colhida no mês de julho, que no seu habitat natural
80% das es pécies australianas. No Brasil encontranl0S é a época do início de sua floração.
quinze espécies que se encontram distribuídas na Mata Halll1emann sempre mencionou aDrasera rat,m-
Atlân tica e Planalto Central. Seg1lndo o pesquisador difolia e chamava a arenção sobre o fato de as sucussões
Hoehne F. c., nao foram encontrados, entretanto, aumentarem muito o poder medicinal desra planta ,
exemplares da Dro5e1'a rotundifolia , que usamos como alertando ainda para os cuidados sempre importantes
medicação homeopárica - isto após ser conveniente- no preparo desra droga medicinal.
mente e segundo regras fi xas preparada Fara exercer N a história da medicina há várias tentativas de
sua ação medicamentosa. se usar a D,'ostra rotundifolia, porém só Hal1nemann
A Drosera rot" ndifolia que usamos para medi- conseguiu o método correto ao transformá-Ia em
cação é uma planta pequena, de aproximadamente medicaçáo homeopática sendo de grande utilidade nos
cin co centíme tros, prostrada no chão, em pântanos,
pacientes indicados. Esre notável cientisra deixou um
testetn unho muito inte ressante : "A Drosera rotu.ndi-
com folhas modificadas em arm aruUlas para a caprura
folia é uma das mais poderosas plantas medicinais da
dos inseros, com pelos vermelhos glandulares em sua
nossa terra. PrÍlnciramcnte fora usada externamente,
face superior, sendo que na extremidade de cada um
nas afecçõcs cutâneas , mas sem sucesso. Nas práticas
encontramos uma goricula de uma substância viscosa,
modernas tem sido usada em grandes doses (século
rranslúcida, acre, que reflere a luz solar, quimicamente
XVJIl), porém sem terem tido a felicidade de bons
classificada como um polimucossacarídeo .
resultados. Temo matarem pacienres e com isso re-
Os insetos, atraídos pelo colorido da planta, pelo
jeitarem esse medicamento, eu porém a uso na 30, e
odor exalado por ela e pela reflexão da luz solar arra-
um a dose única homeopática é suficiente para a cura
vés das goriculas, pousam na folha e ficam grudados
da coqueluche, por volta do sétimo ou nono dia".
na substância; quanto mais se debarem, mais ficarao Após esses detalhes rápidos sobre a botânica
presos na subsrância viscosa, que acabará por matá- e como H ahnemann preparou e usou a medicação
los, devido à interrupção de seu ciclo respirarório. Drosera rot,mdifolia, vamos mencionar as conclusões
Todos os dias , observo os mesmos movimentos obtidas e relatadas na matéria médica tanto de Hah-
desta planta, e fi co fascin ada com su a beleza pela nemann quanro de outros autores confirmando os
manhã, quando suas go tículas nas ex tremidad es resulrados do primei ro .
dos pelos verm elhos estão refletindo a luz solar. Em O paciente que sofre D rosera rotundifolia apre-
volta começam a surgir pequenos insetos voadores senta os seguintes sinromas orgânicos:
que ineviravelmenre pousam nas suas folhas e são "Sente que a cefalei a ali via qu ando segu ra a
"eliminados", cabeça com as mãos".
Passa-me a ideia de que a planra se veste para "Aperto no peito, com ruspneia, especialmente
marar, com seus pingos de orvalho, pois no fim do ao falar, mesmo a cada palavra a garganta se cono·aí".
dia e lo nge do so l ela nao rem ranto fascínio assim. "Frequentemente, durante o dia, ele tem uma
Retornando da minha divagação, após o inse- fome voraz sem apetite. Quando pensa que já está
to ter seu ciclo respirarório inrerrompido, a foUl a saciado, a fome retoma após uma ou duas horas".
 Carlos Brunint, Mario Giorgi & Colabs.
"A náusea volta simplesmente por pensar nela".
"Espirros dolorosos e tOsse durante os quais
tende a segurar o peito com as mãos".
"Constrição da laringe que melhora caminhan-
do)).
"Não pode tossir sem segurar a regi~o epigás-
trica".
HFaJa num tom de voz muito grave".
«Ao tossir vOJnita água, muco e comida".
"O braço está dolotOSO com movimento, como
se a carne fosse "rancada dos ossos".
"Contrações espasmódicas dos tendões Aexores
dos dedos quando segura alguma coisa, de tal forma
que só pode d.istendê-los com dificuldade".
"Dor paralisante no quadril direito, coxa e tor-
nozelo, o que o faz mancar".
"Caminhar instável, cambaleante, devido à fra-
queza Jos pés ao começar a andar, que melhora por
continuar andando".
"Todos os membros estão como se estivessem
paralisados".
"InAexibilidad.e dos calcanhares, eles estão muitO
rígidos".
Kent nos confirma os si ntomas respiratórios:
"Apresenta uma sensação áspera, na laringe e
traqueia, quando pigarreando (Carraspera) consegue
limpá-la".
"Apresenta cócegas na laringe, no quarto quente.
Constrição da laringe que melhora caminhando".
"Laringe dolorida ao inspirar".
"Tosses com paroxismos, que seguem -se uns aos
outros tão violentamente que ele dificilmente é capaz
de manter a respiração, que se acelera".
~CCatarro" . "Mal-hwnorado, wna bobagem o tira do ~é riu " .
"Constrição da laringe, caminhando melhora.
(u. R)."
"Constrição da laringe conversando".
"Inflamação da laringe".
"Irritação da laringe conversando".
"Secreção de muco na laringe".
"Secn:ç5"o de muco na traqueia".
"Sensação de substância estranha na laringe".
"Tamp:io m bringe".
"Tuberculos~ na laringe".
"Tuberculose na traqueia".
"Respiração asmática".
ccApneia tossindd'.
"Respiração difícil, caminlulldo melhora".
"Tossc depois da meia-noite".
"Tosse deitado, nem bem a cabeça toca no tra-
vessei ro'}.
"Tosse segurando a garganta".
"Tosse asfLxiante ao redor da meia-noite".
"Tosse melbora ao pressionar a boca do estôma-
go com as mãos".
Observamos que a maioria dos sintomas do
paciente que sofre Drorera rotundifolia localiza-se no
sistema respiratório; e'2,bora não dtvamos esquecer
dos sintomas reumáticos, da cefaleia e ve rtigens etc.
Os sintomas mentais também focom rebtado,
pelos diversos autOres e mencionaremos os mais
significativos:
"Obstinação na execução dos seus planos".
"Durante todo o dia, humor preocupado e an-
sioso, cheio de desconfiança como se tivesse que lidar
apenas com gente fal sa".
"Silencioso e reservado, com ansiedade, ele está
com medo como se estivesse p"r" ouvir coisas desa-
gradáveis".
"Ansiedade como se os inimigos não pudessem
deixá-lo em paz, eles são invejosos e O estão perse-
guindo".
"Ele es tá triste e deprimido a respeito dos males
da vida, que as pessoas causam umas às Outras e a si
mesmo e por isso está ansioso e preocupado" .
"Está deprimido a respeito da maldade dos
outros em todos os sen tidos e ao mesmo tempo J c-
sencorajado e preocupado com o futuro".
"Ansiedade na solidão, deseja ter sempre olguém
por perto, não suporta ftcar sem companheiros".
"Ansiedade especialmente ao anoitecer".
"Fala wn to m de voz grave»,
"Recehe insultos de forma muito ressentida, não
dcix;1 de se aborrecer".
"'Um.l órcwlstincia sem importância incita-o
demasiadamente, lica fora de si com fúria ".
((Sonhos vexatórios, aborrecedores, vívidos a
respeito dos maus-tratoS dos ourms".
"Freq uentemente, durante o dia, tem fome voraz
sem apetite: e quando pensa que ji saciou a fome, ela
retorna em uma ou duas horas".
"Infeliz, sentidos obrusos, sem inclinação para
trabalho manual e intelectual".
"Excessiva desconfiança".
"Tein1oso, ohstinado, insiste em executar seus
planos".
Quanto mais lemos as matérias médicas e o
repertório, mais identificamos o paciente que sofre
Drorera rotundifolia em nosso consultório.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Como temos o prazer de conviver diariamente
com a planta Droscra 1'Ottmdifolia, fizemos várias
observações de seus mecanismos de sobrevivência e
pudemos fazer uma analogia muito interessante, com-
parando o comportamento da planta e do indivíduo
que sofre Droscra Rorundifolia.
Doutrina das assinaturas
ANALOGIAS
Suas tolhas são largas redondas, transformadas
em armadilhas, sendo que nonmalmenre o biotipo do
paciente é gordo, entretantO tam bém pode ser magro
apesar do grande consumo de calorias (já falamos que
esta planta se veste para matar). Observamos que a
planta está sempre preparada, com as suas folhas
abertas (bocas) e com seus mecanismos (armadilhas)
de sedução atraindo o inseto voador. Bem como o
paciente Drosera tem uma fome voraz, sempre comen-
do, mesmo sem apetite, e é persistente, obstinado nos
seus planos, (suas armadilhas e truques).
A planta dilacera o inseto que mata, destruindo-o
após seduzi-lo com suas armadilhas, interrompendo
seu ciclo respiratório.
Os pacientes Drosera tem seu ciclo respiratório
interrompido pela coqueluche.
Um caráter destrutivo, que é demonstrado psi-
cossomaticamente por uma dor nos braços como se
a carne estivesse sendo arrancada dos ossos
O líquido viscoso que se apresenta pela
manhã"gotas de orvalho" tem características de pe-
gajoso, como que cola a sua presa, nosso paciente
tem contrações espasmódicas nos tendões dos dedos
(como os pelos da planta que "ftrncionariam"como
dedos), quando segura alguma coisa, de tal forma que
, só pode distender a mão com dificuldade
Esta mesma substãncia, transparente e translúci-
da que reflete a luz do sol e seduz os insetos, é viscosa
acre e erosiva. O paciente tem uma sensação irritante
de coceira na laringe provocando tosse, tem salivação
aquosa e odor ofensivo na boca.
A planta fica imóvel no pãntano, o paciente
apresenta dor paralisante no quadril, coxa e tornozelo
A planta vive em alagados e o inseto mergulha
no líquido onde é morto e digerido, O paciente tem
ansiedade como se impelido a afogar-se.
A planta depende da ingestão de insetos para a
sua sobrevivência, os indivíduos Drosera sentem-se
ameaçados constantemente, com ansiedade como
se tivesse inimigos a sua volta que irão roubar-lhe a
vida Ou algo vital
2
A planta está rodeada de insetos que voam a
sua volta, porém aqueles que pousam nas suas folhas
transfonmadas em armadilhas são digeridos, enquantO
part.icipam de sua polinizaçáo, através de suas flores
que estáo no topo, de suas hastes bem longas distante
das folhas carnívoras. (tem a folha que é canúvora
do mal, mas a flor náo é carnívora, é do bem). O
paciente tem ansieci:lde na solidão, deseja sempre
alguém por perto.
Nos dias de chuva as gotículas de muco quase
não se fazem presentes, parece abatida pela falta de
sol, e insetos ao seu redor. Tais pacientes agravam nos
dias chuvosos.
Homeopatia & pediatria
Sempre que encontramos uma criança gordinha
com uma fome insaciável, poderemos estar diante de
uma Drosera, plantinha carnívora que vive de boca
aberta aguardando alimento, nem bem acabou O
almoço em casa corre na vizinhança para cavar um
lanchinho extra. Como uma draga, vão traçando toda
a co.oúda que tem na frente, sem se importar com o
cardápio. Desconfiadas, cheias de receio, fazem planos
fururos, sobre sua vida profissional e futura, gerada
por um temor ao fracasso, pensando que as coisas não
andarão bem (desde muito cedo, chama a atenção)
Sensação de coceira ou arranhão na garganta,
que acarreta uma tosse rebelde, seca e em surtos
(coqueluchoide), amam nos processos respiratórios
alérgicos com estas caracteÓsticas. lnquierude durante
os acessos de tosse
Homeopatia & Veterinária
Regina Torro: referindo-se a Margarern Tyler
- "D,-osera é uma planta insetívora e que tem má
reputaçáo em relação a alimentação de ovelhas nos
paStos. Dizem que os animais contraem uma tosse
muito violenta e vão definhado ".
Dr. Cllrie publicou um trabalho onde ele conse-
guiu, administrando Drosera, por um longo período,
um quadro semelhante à ruberculose em gatos.
Donde se conclui o grande auxílio deste remédio
na mberculose em gãnglios, laringe, ossos e articu-
lações. Tosse provocada por coceira na laringe com
vômitos de comida também útil em cáries ósseas nas
vértebras devido a ruberculose .
Arua também como energizante levantando o es-
tado geral de tais pacientes abatidos pela Tuberculose.
Dor nos ossos longos
254 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Desconfiados, silenciosos, rescrvCldos e obsti-
nados. Não tolera ficar sozinha, apetite voraz. Dores
articulares, coxeia e claudica.
O que seria de nós pediatras se não fosse a Dro-
scra nos pequenos pacientes que não param de tossir.
Bendito mediClll1CnrO, que tantO nos ajuda 1
Cupnm~ metalicum
Quando tosse tem acessos repetidos e prolon-
gados de sufocação, durante os quais a criança fica
rígida e perde a consciência. A face e os lábios fICa m
azulados. Após a tosse vem o vômito. Há muco no
peito e espasmos convulsivos. Há melhora após beber
goles de água fria e pede para beber após os ataques
de tosse.
Corallium rubntm
Este é O outro remédio da coqueluche, quando os
acessos de tosse são muito rápidos e muito violentos,
ficando o doente muito vermelho ou negro, esgota-
se rapidamente em sufocação extrema, perdendo a
consciência e a respiração. Há agravação pela manhã.
Cbina
É indicada para tosse seca, espasmódica, sufocan-
te, acompanhada por convulsões ou rigidez do corpo
durante ou imediatamente após o acesso, em crianças
que têm também sintomas de verminoses.
Ipeca
Tosse espasmódica incessante, "iolenta, sufo-
cante, sem expectoração, com numerosas estrias nos
pulmões, seguidas de náuseas persistentes e vômitos.
Acompanha o quadro angústia, ansiedade, sen-
sação de frio e rigidez do corpo com a face violeta ou
roxa. Pode haver hemopóascs abundantes com sangue
vermelho vivo. O vômito de muco abundante alivia
transitoriamente o quadro.
Kn:li carbonicum
Os acessos de tosse pioram da meia-noite às três
horas da manhã, ou no começo do dia, acompanha-
dos de vômitos de alimentos que foram ingeridos na
véspera ao entardecer. Há edema do ângulo interno
da pálpebra superior.
Hyosciamus
Tosse seca, espasmódica, violenta, quase inces-
sante, quando o doenre está deitado, impedindo o
sono, melhora estando sentado.
Stramonium
Indicado na forma francamente convulsiva da
coqueluche, quando além dos acessos violentos da
tosse agregam-se movimenros espasmódicos também
violentos das extremidades ou generalizados.
 Matéria Médica Homeopática Inte rpreta da

Ou/camara

Um relato :
Esse frio úmido perfura a pele até os ossos e
me afunda no <17.ul imenso. O céu te m milhares de
camadas azui, e eu atra\'csso cada uma delas com o
fogo ardente e qucnt~ dos OU10S . Deve ser por isso
que é cor tão bonita , cor das coisas imensas, de mar
e céu , de calma e tempestade .
Eu fico cntre <1 pele seca e o céu. Não estou onde
deveri a e até esqueço por uns instantes: eu sou só um
olho vivo pu lsame.
Dulcamara
SolanumDulcamara- Doce-amara, Uva-de-cão,
Vinha -da-Judeia, Ti ra -febre.
Habitat: França (Euro pa) lugares úmidos e
sombrlos (redor rios) -Trepadeira, a planta contem
alcaloides tóx.icos (solaceína e solaneÚla).
CONSTITUIÇÃO e TIPO , LINF ÁTICA,
jovens, pele fina, permeável, assim observamos uma
indefinlção e dualldade também físi ca , rema desre
medicamento pois a fragilidade e o enrusiasmo ca-
minham junros'
TOXICOLOGIA (simomas do envenenamento)
- ParaJisa o SNC
- Reduz o barimento cardíaco
- Diminui a frequência respirarória
- Hiporerm ia
- Vertigens
Delírio
Convulsões e morte

"Tudo agrava pelo tempo úmido"

sequência do adoecer nos pacientes Du/camara.

1) SIl\TTOMAS DERMATOLÓGICOS
(Celul.ite, Dermatites, Úlceras, Icterícia, Eczemas,

•
Erupções, Doenças venéreas)

2) SINTOMAS RESPIRATÓRIOS
(Febre, PneunlOnia, Bronquite-congestão

•
bronquial)

3) SINTOMAS NEUROLÓGICOS
(como uma boa solanácea arua e no SNC.)
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
Mas é doce ou amarga, quanta indefmição!
A Bíblia e a Homeopatia
Então chegaram a Mara, e não puderam beber
as águas de Mara, porque eram amargas ; por isso
chamou-se de Mara. Daí o Senhor mandou Moisés
lançar um lenho nas águas, e as águas se tornaram
doces ...
Êxodo 15 :2
Doce-amara porque?
Sabor das folhas é inicialmente doce e depois
amargo ...
Margareth Tyler: "Dulcamara afeta de uma ma-
neira subversiva e corretivamente todas as membtanas
mucosas além das glândulas, pele e músculos".
Kent: "Doutor se eu sentir frio terei utgência
para urinar, se eu for para um local frio terei que
evacuar ou urinar."
"Tão logo começam as noites frias ou as chuvas
de outono, há nos pacientes Dttlcamara um aumento
do reumatismo e das secreções de catarro ... Os qua-
dros catarrais sempre enropem quando há chuva fria ".
Sintomas mentais:
Dominador e possessivo nos relacionamentos .
EspecialmclHe com aqueles próximos à ele.
Resoluto, egocêntri co; força suas opiniões aos
Outros.
Sente-se não apreciado se aS pessoas não de-
monstram a gratidão por ele esperada. Censurador,
crítico, quase desconfiado. Preocupado, ansioso sobre
a família e os outros. Ansioso. Fala sobre seus filhos ,
famaia.
Prático, pessoas simples (Chel ).
Agitação mental - Impaciência, Impulsos colé-
ricos, inaptidão ao trabalho
Deseja objetos e os recusa logo, após obtê-los
voluntarioso, (Cham, Staph ).
Confusão mental (dificuldade em encontrar a
palavra correta) - Delírios (sem tema definido).
Alucinações auditivas e visuais( manhã ao le-
vantar).
Temperamento ora doce, ora amargo.
Sonho: Crê vet lun fantasma perro dele - que
foge ,,! Sonolência e bocejos (dia).
insônia (noite) cl agitação fisica ,Sono agitado,
intranquilo.
Movimentos contínuos na cama ,Sonhos terríveis
que amedrontam.
Desperta com pesadelos e ou"e ;llgll<' m chama-
lo, Prurido violento na pele dormindo.
Manifestações orgânicas
Agrava: Umidade, tempo ChU\DSO, trio Úll1ido,
súbita mudança de temp~ (i n\'erso deAcollitll1/1 - frio
seco) e facilita a reação na pele e mucosa. Fim do
verão e no outono (d ia quelHe - noite fria e úmida).
Melhora e tempo seco.
Sua ação principal é fundamentalmente onde a
pele é mais fin a: face,peito , axi las, prega das articula-
ções, costas das mãos, parte superio r interna da coxa,
órgão genital externo e as lesões produzem secreção
abundante, viscosa e fétida.
Pele, mucosas e glândulas- Iniciando o quadro
na pele em seguida para mucosas com erupções e
prlwido, com inflamação e hiper-secreção, urticária
generalizaM (Apis, RJms).
Sistema linfático - Inchaço dos gânglios (cervi-
cais, axilares , inguinais).
Aparelho fibro-muscular - tendões.
Sistema nervoso (medula) .
Indicações: Abscessos, acne, albuminúria, artrite,
herpes, manchas.
Cabeça:
Dor acentuada em região occipital e nuca. Dor
surdam pressiva ou perfurante . Nevralgia facial.
Esrupidamente forte' de dentro para fora . Frio
gene ralizado e calor na cabeça
Náuseas. Sensação de inchaço e dor pinçante nas
bochechas até orelhas.
Agrava por supressão ou desaparecimento brus-
co de espinhas. Crostas espessas no couro cabeludo ...
que sangra fácil ao coçar ... que provoca queda de
cabelo.
Olhos:
Irritação da conjw1tiva, conjlmtivite, ptose da
pálpebra superior, pupilas dilat adas e contraídas
(alternadamente), t()cofobia, inflamação. Sinromas
relacionados as condições atmosféricas. Frio-úmi do
Ouvidos:
Dor noturna com náusea, catarro no ouvido
médio, zumbidos, tinidos
Aparelho digestivo
Boca raspa a garganta após frio. Saliva espessa,
sabonete com cheiro fétido , esromatite mercurial.
 Maléna Médica Homeopática Interpretada
Boca seca e sede imensa, hipersalivação (engolir
e cuspir consr.l11rcmenre).
Estômago, abdome e feze s: Sensação: Prrurido,
pressão e contração.
Desejo bebidas frias. Náusea com constrição,
Vômito mncoso.
Calor e ansiedade. Sede ardente, cólicas, Dor
cortallte.
Produção de gases e borborigmos e set1s,'ção de
diarréia mas eliminação flatos melhora.
Diarreia mucosa e fezes verdes, amare I"das,
viscosas e sanguinolentas no verão quando o tempo
fica frio-lunido der repeme ou supressão de erupções.
Aparelho Urinário :
Necessidade frequente de urinar, micção dolo-
rosa. Gotejamento (gota a gora). Cararro na bexiga.
257
Piora por frio-úmido. Disúria após caminhar com pés
úmidos e sendr frio.
Depósito espesso e purulento da urina . Mens-
truação retardada , curta e com pouco fluxo
Aparecimento de empções cutâneas antes da
menstruação (&ll., COtt.).
Snpressão da msnstruação após exposição ao
fi-ia-úmida.
Vias Aéreas:
Obstrução nasal (frio-úmido e chuva fria). Prefe-
re respirar ar queme. Coriza seca. Impressão de nariz
tapado. Resfriado dofo1lo (fim de agosto, hemisfério
norte) e Com dor p,-essiva no epigástrio
Com cócegas na laringe e expecroração fácil.
Tosse seca cons tante (inverno e outono).
Coloca fortememe a mão na região dolorida ao
tOSSir.
 Carlos Bruntn" MariO G10rgl & Colabs.

Euphrasia

É uma planta anual da família das escrofuláceas, máticas, quando ho uver concordâtlc ia de sÍJlto mas.
gue cn. ''i'.T comumente nos prados) pastêlgens e jardins Atua tiO apareUlO respiratório, com coriza flueme e
e florcsü, entre julllO e ountbro . violenta, sec rc~:i() abund,\nte de líquido mu,mo, não
Seus sintomas memais podem ser resu midos na irritante com JacrimcjJmento au mentado. ,Hlium
palavr., '·kcilada". Assim são reservados. t.lcirurnos, cepa tem um sinto ma semdhan te , mas com cori za
absorrus , melan cólicos, indo lemes, indiferentes. c:scoriante e: lacrimejamento não irrit.:tnte .
Conhecido medicamento para situações o ftalmo lógi- A cori7a pode se acomp<UlJur de tosse frequmte
cas, cxtrapola o sentido estrito ao entendermos este com expectoraç.io·. Tosse coquelllchoide somente du-
comport:1memo fechado e taciturno, falta de visão rame o dia com laerimejamento abundante. Genitais
do mundo. fetnininos ame norreia com s into mas catarrais no s
A.<> im ; O Bitolado, não enxerga para os lados, OU10S, nariz e ablUldante Jacrimejamento irritante.
seu~ horizontes são estreitos! Pouca \'is~\o o u mtdi· Medicamemo, pobre de simomas mentais, ou
gência emocional = O. ainda pouco estudado / e,,['erimemado. Tndicado
Age e1etivamente I1JS mucosas dos olhos e na não apenas nas convencionJi.' e cit.adas intlamaçõcs
parte superior do trato respiratório, particularmente oculares, mas também para os transrornos (a\J.sados
do mriz. Os pOntos principais' de Euphrasia são: os pelo excesso de T. V., videog.lIl\es, sin, aç()cs alérgicas e
olhos, Kompanhado de lacrim ejamemo constante, lacrimejamento frequente/ou aUl\\Ci\tado. Fofofo bias.
co pioso, irritante e ardente. Simultaneamente apre-
sentJ secreçao nasal profusa, branda e suave, sendo
ah'TlVa ao amanhecer.
~ l~ o g rande medicamento das inflamaçães/in-
tecçôes oLulares, atuando com violência sobre as pál-
pebras, verdadeira blefarites, as pálpebras se torn:1m
vermelhas e injetada." principalmente na face interna .
Conjuntivitc, que pode chegar a ulcerações com
secreção espessa e (',coriante. Inflamação e ulceração
do bordo das p,UpebrJs, acompanhada ou não de ce-
f.,leia. VermclhidJo ÍJ~ flam atória na conjuntiva, com
sensaçõo de pressão nos OU,OS.
Inflamação da córnea. Sensação de ardor nos
olhos corno por areia. Inchaço e aglutinação das pál-
pebras. Secreção abundante com lágTimas corrosivas,
sobretudo por n:por-sc ao ,·"nm. Secreçao abundante
de muco sanguinolento nOs olhos e nas pálpebras.
Fotofobia pela luz do di:1 , do sol e pela luz arti-
ficial. Tem também indicação em conjllntivites trau-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Homeopatia & pediatria
Na criança Euphrasia , (diagnosticada mai s, pelo
orgânico c depois com melhora do mental), tod.,s as
Outras manifestações vão de carona (0111 as oCldaref."
bronqllite 'l"C começa com coceira nos olhos e depois
venndhidJo, gripes, alergias, amidalites, todas com
Wll,' pontinha de comprometimento oftálmico junto.
Piscação exage"ada e peripacosa, quando CHores
emOCionas presentes.
Hom eopatia & veterinária
Há lima condição catarral com secreção ocular
profÍJsa, acre, aquosa. Pupilas contraídas, fotofobia
ulceração de córnea, agravam ao ar frio e vento) tra-
zendo grande Jacrimejamento. O segundo grupo de
sintomas importantes em Euphr. é o nasal. Espirros
e coriza fluente. Respiração dificil melhorada à noite
ao deitar e piora pela manha ao mover-se.
História da vida real
Eis que hoje de manhã, depois de tanto tempo
com essa conjuntivite e a pálpebra ainda inchada,
apesar do olho estar aparentemente normal, minha
visão (do olho esquerdo) estava (e está!) completa-
mente embaçada. Lembrei-me de wn amigo, médico-
especialista, em quem confio.
Logo cedo hguei: ((Doutor estou com conjunti-
vi te, achei que já estava sarando, mas minha pálpebra
ainda esr,í inchada e minha visão está sensível à luz.
O que voce me indica?
·'·como você esrá en.xergando? Está embaçado?"
"Está' Não emergo uada de longe e nem consigo
,lbrir os olhos direito"
"-Então é melhor que venha até aqui para que eu
possa te examinar. Isso me preocupa um pouco mais ..
O in(haço vai sair nor~ahnente, mas a sua visão pode
ficar assim até por meses se não for tratada ."
HO inchaço vai sair então?"
(C _ Corno é esse inchaço? Muito ou pouco?"
"Acho que pouco! Não dá pra perceber muito."
Disse isso comparando com o qua.nto melhotou, pelo
inchaço que estava antes tinha melhorado bastante.
Quando cheguei na clínica, ele me pediu para
tirar meus óculos escuros já começou a rir:
"Isso é pouco inchado' Você está parecendo uma
monstrinha'" [risos).
Agora vou ter que seguir todas as recomendações
médicas . O inchaço não é preocupame, a não ser
pelo fato de me deixar com o aspecto de monstro ;
maS esre colírio Euphrasia, parece marca de agência
de automóveis.
 6 Carlos Brun",i, Mario Giorgi & Colabs.

• Ferrum

Sinonímia e inconsciência. Neste estádio, a criança cotre tisco

Fern m. hydrogenium reductum de mo rte.
Fase 4 (2 ou 5 semanas de pois): podem aparecer
Fern<m metallicum
com p ~cações da intoxicação por fe rro, como uma obs-
Fel'l'urlt metatticum h)'dl'ogenitllll /,CdUctl""
trução intesrinal, um a cirrose o u uma lesão cetebral.
Fen'll1" plW1tm
Fe,-rum reM etI""! Simbologia
Ferrum reductum
Ferro é comumente ado tado como símbolo de
Toxicologia rob ustez, de dureza de o bstinação, de rigor excessivo e
O s sinto mas das doses excess ivas de fe rro mani - de inflexibi lidade . A sua vulgaridade não é um a cons-
tante, sendo que já foi considerado um metal sagtado,
fes tam-se tip icamente nas seguintes fases:
como se fosse caído dos céus (de o tigem meteó tica).
Fase 1 (dentro de 6 horas) : os sintomas podem
incluir vômitos, irritabilidade, diarréia explosiva, Seus simboljsmos são cotÍtraditó rios, pois, ao mesmo
dor abdo minal, adormecimento e perda do conhe- tempo que protege contra' as más influências, ele pode
se r rambém o instrumento desta mesma influência .
cimento. A irritação da camada mucosa do aparel ho
O ferro é o pri.ncípio <\6 vo qu e modifi ca a prima
dIgestivo pode causar hemo rragia esromaca l (gas trite
matéria da alguimia , mas também é o instrumento
hemo rrágica). Uma frequência res pirató ria e cardíaca
aceleradas, a pressão arterial baixa e a eleva da acidez
sanguínea também podem ser consequência de alros
valo res de fe rro no sangue. A pressão arteri al mui to
baixa ou a perd a de consciência durante as prim eiras
seis ho ras ind icam q ue o processo é mu ito grave.
Fase 2 (dentro de 10 a 14 horas): pode produzir-
se um a melhoria aparente, mas falsa, que acaba em
24 ho ras.
Fase 3 (entre 12 e 48 horas ) : pode aparecer
uma g rande diminuição da pre,>ão arrerial (choque ),
o afluxo de sangue aos tecidos pode ser escasso e a
concentração de glicose no sangue baixa. ()s valores
de ferro no sangue podem ser normais, mas as análi -
ses podem indicar que o fígado ficou lesado. Outros
sintom as podem incl uir fe bre, aWl1ento de gló bulos
brancos, petntrbações hemo rrágicas, ano rm alidades
na condução elétrica do coração, assim como deso-
rientação, inquietação, ado rmecimento, convulsóes Anh1Jico.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
satânico, da guerra e da morte. O ferro profano é de
origem infernal e o ferro sagrado é de origem astral,
mais especificanlente ligado ao planeta Marte (Jean
Chevalier e Eduardo Cirlot).
Tese deste temaFerrum metallicum são indivídu-
os que misturam nobreza com vulgaridade, tão forte
e valente e tão anêmico, mas que paradoxo!
O Ferro é comumente adotado com símbolo de
robustez, de dureza de obstinação, de rigor excessivo
e de inflexibilidade.
A sua V1.l1garidade não é uma constante, sendo
que já foi considerado um metal sagrado, como se
caísse dos céus (de origem meteórica).
O Ferro é o princípio ativo que modifica a pri-
ma matéria da alquimia, ao mesmo tempo que é um
instrumento satânico de guerra e morte
Sintomas orgânicos
Vertigem ao ver água escorrendo, dor de cabeça
com pontadas, ruídos nos ouvidos antes da menstru-
ação, dores martelantes, puJsantes ou congestivas e
com frio nas extremidades, dor no couro cabeludo,
que a faz desmanchar o penteado.
Rosto vermelllo vivo pela menor emoção ou dor,
as partes vermell,.s se tornam pálidas e frias. Olhos
de lUTI vermell10 fosco, cheios de água, fotofobia, as
letras se juntam.
Dor de dente, aliviada com água gelada. Ape-
tite voraz ou absoluta perda de apetite, aversão aos
alimentos ácidos, com diarréia ao comê-los. Arrotos
com comida, vômitos depois de comer e ardência no
estômago, dispepsia flatulenta.
Fezes indigeridas, à noite. Desejo ineficaz segui-
do de cãibras no reto, dor nas costas, prolapso. Urina
involuntária, piora à noite, com prurido na metra que
se estende à bex.iga.
Pele pálida que se congestiona com facilidade,
cede à pressão. Palpitações que pioram com movi-
mento, sangramentos.
Menstruações profusas, demoradas, pálidas ou
aguadas, que cessam e voltam um ou dois dias depois,
com grandes pedaços vindos do útero, em mulheres
fracas e debilitadas, embora tenham rosto vermell10
VIVO.
Modalidades: febre com extremidades frias, com
calafrios às 4:00 h, com calor nas palmas e solas, com
transpiração profusa e debilitante.
Mell10ra com movimentos leves, após levamar-
se. Piora parado, suando ou por movimentos bruscos.
Lathoud
Vertigem acompanhada de zumbidos, aparece
ao levantar-se.
Enrubece à menor emoção, o que agrava todos
os sintomas.
Hipersensíveis e estão sempre cansados, incapa-
zes de um esforço prol"ngado.
Tendência às hemorragias (nasais, pulmonares,
renais etc.)
Cefaleia congestiva com dores pulsáteis, face
vermell,. e pés frios, mell10ram pela pressão e pioram
por movinlento rápido.
Agravação pelo repouso, por movinlento rápido,
o que provoca obscmecimento da visão e vertigem, é
obrigado a sentar-se.
Mell10ra ao se mover lentamente, pelo caminhar
suave, após levantar-se, pelo calor (com exceção das
dores cervicais, do roSto e dos dentes que mell10ram
por aplicações frias).
ALLEN
Tosse apenas durante O dia, aliviada ao deitar-se
e mell10ra ao comer.
Hidropisia: depois de perda de fluidos orgânicos,
abuso de quinina, febre intennitente suprinlida.
China officinallis é o vegetal análogo, segue bem
em quase todas as doenças, agudas ou crônicas.
Homeopaticamente o Fermm metallicum é obti-
do por meio da trituração do pó de ferro com lactose.
O Ferro é o metal mais comum na natureza,
embora quase sempre encontrado em formas com-
binadas (portanto inlpuro, sem raça definida), sendo
que é um dos mais conhecido desde a antiguidade.
Em estado puro é branco grisáceo, dmo, gra-
nuloso ou laminoso, sendo facilmente encontrado
misturado ao Iodo, Magnésio, Fósforo e Muriático.
Hahnemann - Disposição violenta , briguenta e
firme, Ansiedade comO se tivesse feito algo de mal.
Fraqueza por fadiga, alternando com tremores ansio-
sos. Ataques fi-equentes de tremores em todo o corpo.
Irresistível desejo de deitar. Ebulição do sangue du-
rante o dia, com calo a noite, especialmente nas mãos.
Hcring - Depressão mental com pressentin1entos
tristes.
Allen - torna-se mal- humor.do, moroso, sem
inclinação para o trabalho físico ou memal. Deprimi-
do, sente como se fosse perder sua vísceras.
O Ferro para ser forte e cumprir scu papel tem
de apanhar muito (malhado) do ferreiro, temperar o
ferro, tentar a espada, aprimorar seus buracos, vazios,
preencher sua fraquezas, o indivíduo Ferrum é valente
 arios Srull mi. Mano Giarql
e :l1l(:m ico, forte após p",s:u' pelo fogo. l1l"S h'ocr) :tnt e'
disso . Indivíduos que lutam aré a ~u n _U!TIa apa-
rência de forrcs, nl ~,S cheio de buracos illtenlos, v.lzios,
U ma \; s50 "c.irmic'l'\ CO L~tl di -')t(,.l n: ida ) tJ.i~
indivíduos acreditam q ue p rccis-am expurgar SeU
selltimento, de culpo através da prova do logo e das
p:UlCadas do ferreiro.
P ara ter uma vida plena é obrigatório o sofi-;-
memo) É obrigado o sofrimcnto para sermos felizes?
Esrr " um planeta onde só existe dc.sgl'll~~1 e porrada )
Ac.rcd.i tar e viver isso indiscriminadamente é o
papel equiv\>cado de., tcs indivíduos, uma assinatura
(doutrina das assinaturas) mal interpretada e judi-
ciiliJ .
MenrJis - É Ilm indivíduo hipersensível. eo lérico
por uma simples conrr<1riedade. a míntrna modi t,c,lç'io
no me io provoca mil ita ansiedade e excit:lçiíLJ.
O dilr) filosóDco e popular aDm,. J lei do rctom' I
ilu.,n-amio pelo ferro, "gllem com ti:mJ ferI:, com láro
,cri fe rido" tam bém ilustra este binômio p;u adoxal
fon;:ll fraqueza anemio ,
lrirJ bilid.ldc às mínimas coisas como o 'imples 1'0,
'i'u' de um P,lpcl o dü,a louco, corno se est1\''-'S>C fora de
.,J. -por pouca coisa cntra nwna irritação nCr\'tJS.'l, cn1oti\'O
o mtolcr.m tc. nada é suportável. Tem um modo alrcradq
de comp0rt:lr-,c, podendo em uma noite t:St:lr depll-
mído c melancólico <: na noite seguinte excessivamente
contente e alegre. Tem desejo de estar só, é tarciruno
c tl30 gosta de ocupações, no mundo das ideias, tendo
.lV<:rsáo <lOS estudos e atividades intelectuais.
Medo de mo rrer com grande ansiedade pelos
"'scu.~ " mcJos de info rtúnio) especialmente ao anoi-
tecer, com pressrnrimemos e press:ígios melancólicos,
J:-f RING iluséra bem - "dava voltas na cama e
Minério de f"'''''o.
Co!abs,
rôu consegu ia dormi r. Sua ansiedade dá a impressão
de que sol're pancadas na boca do estômago, como
se J.lgunl dano tivesse aco ntecido"
'Eum indivídLJo combativo, vivendo constante-
mente em guerra, tendo ilusáo e sonhos belicosos .
Sonha com parentes mortos, ca rregando dentro de si
uma enorme culpa, por um sentimento de um crime
q ue não praticou, assim justifica seu medo de lugares
públicos e das multidões. Não consegue dar afetos,
porém tem sentimemos, e desta maneira deseja estar
só, ficando incomodado com rudo, aversão a paremes
e amigos queridos.
ALLEN "o cuidado de seus f,lhos o deixa ainda
mais irritado, L'StaVa rude com os que (stav;11TI COIH e le
porque od iava ve-Ios 011 ouvi-los, desejando fi car só"
O Ferro também chamado de Syderos (daí a
p:llJ\'t.l siderúrgica) em retCrencia a sua origem me-
tt:,',rico, espoço side"'ll, de l'idu a um grande choque
de um l'orpo cckstt: qne se~:1rou a Lu) da Terra.
DecJido ferro no 110"u plallcta aqlli repere a imagem
de ruptura ci<io e qlledo arqueripo de transgressão.
O krro qllis im por pela torça o que achava ser o
u-:rro, errou sendo durç) c cruel, insensível ) violento e
mi litar, como consequénci>l dirct" percebeu ter erra-
do . fi , ando 'lllsiosos por ter ag'ido mal, rem dúvidas,
nu, se defende , sendo pl'lldentc ,;,',brio, dogmático
ce rto de si e se envo lve em brigas, disputas, sua luta
tem um fim qU<lndo se esgota e entra num estado
;tnénu..:o, a f:11ta ou baixa de sangue é um ü1dicativo
de desvitalização.
Buscar impo r a vitó ria pela espada é seu equi-
voco, sua maldição miasmático - "NJS ruas a es pada
o deixará sem fiU10, em seus (ares reinará O tertor.,.'"
Dt 32;35
Se pudermos falar em pré-p""Ll, sua busca é
de resgatar o equilíbrio de Janos, ql1 ~ estabelece por
meio de duas cabeças a co municação entre o mundo
superior (das possi bili,bdes de fumro e ainda ,üo for-
m ado) e o mundo inkrior (materializado), fundindo
o amor e O ódio com fLO alidade de reno,'ar " vida.
Porém, Janos com seus doi!'! rosto.') ) ~(') pode ver o
passado e o fumro, afastando-se do "crdadeiro e erer-
no presente. Ai acontece o caminhu equivocado de,
pelo dogmatismo e pela força hruta , impor sempre a
"vitória" de um dos dois lados da lllesma moeda. Sem
perceber que o caminho do meio, ou seja, e síntese
entre: o maniqueísta de certo e de errad().
N es te momento o nosso <l migo Ferrum me-
tn.lli(um vive sua an gústia m.iasmática, express:mdo
na PSORA a bLlsca do certo e o exaustivo ,ombate
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
ao errado, por meio de bravatas, disputas, lutas e o
emprego de muita força bruta -, esta atitude vai cres-
cendo até ficar quase que inviável seu relacionamento
social. Sua belicosidade faz com que combata até a
total exaustão, sem trégua a seu fisico, sem perceber
a dor, como um obstinado fora de si.
Na SICOSE, o indivíduo Ferrum metllllicum se
defende com culpa e ansiosidade, tentando ser muito
prudente e dogmático, mas acaba sempre se metendo
em mais lutas até exaurir totalmente as suas energias,
saindo sempre como um perdedor e muitas vezes,
até mutilado.
A SÍFILIS se caracteriza pelo estupor e pela total
entrega, já em permanente anemia e falta de energia,
com isolamento e muita depressão.
Miasmas
PSORA Um metal muito forte, mas impuros se
vulnerável. Pessoas impuras, (impureza= transgres -
são) cometeu algum pecado e se sente refém de si
mesmo, sabe de suas fraquezas' SICOSE: Auto aflfma
uma força que já não tem , pessoas. Rigidez, belicoso,
autoritário GENERAL que luta até o fim não é um
mando poütico com Lyc, (~ iferencial) um comando
de dis.ciplina de quartel? SIFLIS se caracteriza por
estupor e pela total entrega (rendição), anemia, falta
de energia, isolamento e depressão.
Didaticamente, arriscaríamos a dizer que Ferrum
metllllicum é um Lycopodium não poütico, sempre
pensar neste medicamento quando um Lyc. não está
progredindo, fàz parte dos pequenos mas notáveis
medicamentos
LycIJpodium é covarde, enquanto Fen-um lma até
O final, destemido.
Margareth Tyler é um dos 4 medicamentos para
a obesidade
1) Calcarea carbonica
2) Capsicum
3) Ferrum metallicum
4) Graphites
Homeopatia & pediatria
Um espírito bélico natural, desde cedo adoram
brincadeiras de lutas, imitam super heróis da TV, He
Man, Giraia, Iron-man, Digimon, seu brinquedo
predileto é uma espada de plástico - isso é comum
não é peculiar, mas no caso existe um exagero.
Assim como no adulto, apesar desta disposição
marcial, tem mucosas descoradas, frágeis e anêmi-
cas. Querem fazer aulas de judô, karatê, entretanto,
paradoxalmente são sensíveis e temem se machucar .
6
2 (duas) indicações formais:
1) Crianças que apresentam a.lterações no hemo-
grama, mostrando uma anemia ferropriva, mes-
mo com uma nutrição correta, demonstrando
dificuldade em assimilação.
2) Crianças com hemograma normal, ferro séri-
co normal, mas que tem um comportamento
orgânico similar ao de um anêmico - apatia,
desânimo, fraqueza e mucosas descoradas.
Assim lembram rubercu1inum, entretanto este
é covarde, chuta coisas, xinga é exagerado mas
não enfrenta nem é combativo.
Alternam apetite excessivo com inapetência,
sendo que se abatem com pequenas manifestações
hemorrágicas, como China se abate com pequenas
perdas de üquidos.
Homeopatia & veterinária
Regina TIJrrIJ.- É belicoso por excelência, sem-
pre metido em brigas e disputas, atirudes agressivas,
cóleras por pequenas contradições.
Entremeia com processos de fadiga e lassidão,
falta de energia e uma permanente anemia ou estado
anêmico. Ataques frequentes de tremedeira pelo corpo
e irresistivel desejo de deitar-se.
E um dos grandes remédios estomacais (tam-
bém em humanos), regurgitação de alimento após
as refeições, vômitos, náuseas e refluxos de conteúdo
gástrico. O apetite não é afetado, vomita e continua
comendo.
Ê um dos melhores medicamentos para tosse
com vômito alimentar.
Relaxamento em ·todos os lugares, reto, bexiga,
vagina, útero·, decorrente a isso encontramos pro-
lapsos , constipação cronicd incontinência urinária,
1
cansaço etc. ..
Considerações simbólicas psico-homeopatia
O deus grego Ares é o que mais se aproxima de
Ferrum >1Ittallicum, é o deus da guerra, considerado
o "carniceiro"; onde quer que ele aparecesse havia
discórdia e grande batalha. Ares ou Marte é filho do
casamemo sagrado de Zeus e Hera; sendo um filho
de origem demoníaca, é coriheç,ido como "o bebedor
de sangue" ou "flagelo dos homens". É um deus de
pouquíssimo apreço por parte de seus irmãos olim-
picos, com uma total pobreza de cultos em toda a
HéJade, apesar de ser o deus da guerra, e com cons-
tantes derrotas para os imortais, heróis e até mesmo
2 Carlos Brumni. Mario Giorgl & Colabs
para os mortais. Refletindo que a inteligência sempre
ganha da força bruta, lembrando que a guelT<l é a
impossibilidade de criati\"idade sinrética, para a união
dos opostos. Seu prazer, seja llê que bdo combata,
é poder participar da violência e do sangue, como
senhor absoluto e conhecedor do "certo".
O ferro tamhém é chamado de "Syderos", em
referência a sua origCI11 111ereórica, devido a um cho-
que de um corpo celeste que scparou a lua da terra,
além de resultar no ferro em nosso planeta.
MeUie Uyldcrt, em seu livro A Magia dos Metais,
diz que o ferro no sangue dá ao homem o anseio de
mostrar seus poderes.
O ferro, por ser um metal empregado nas armas
para conquistas e guerras, é proibido no templo de
Salomão.
Os termos populares que utilizam o feiTO de-
monstram a sua obstinação, sua arirude agressiva e
seu sentido parcimonioso de agir: Homem de ferro
- coração de ferro - disposição férrea - mão de ferro -
testa-de-ferro - vou te ferrar - o inseto ferroou - quem
com ferro fere, com ferro será ferido, etc.
Outro conto que nos faz lembrar do "sofri-
mento" e do caminho de crescimento para o Fe1'rVtm
metalfuurn é o João de hrro, compilado pelos irmãos
Grimm, em que um homem bruto e devorado r que
vivia na floresta é caprur'ldo e preso em uma jaula
de ferro. A partir deste evento começa a acontecer
as peripécias que vão contribuir para a evolução de
o guerreiro.
U1TIjo\'em príncipe, até o seu tot;~d amêldurecimento,
tendo eomo desfecho a reveLlção de que este homem
primitivo e insrintivo que foi o habirante da floresta
devoradora era um rei, anteriormente. enfeiriçado,
por algum motivo não revelado. Mas em função da
dinâmica do conto deduzimos que houve abuso de
poder e muitas atirudes agressivas, perdendo desta
forma todos os seus !foderes e bens materiais, até
reconquistar o seu verdadeiro fim existencial e cres-
cimento.
Fenurn metalficurn é este indivíduo que quis agir
dentro de uma total certeza do melhor, com muita
autoconfiança e belicosidade, mas por não conseguir
mediar e equilibrar as forças opostas se inflacionou
e perdeu seu vigor e sua autoconfiança, até o total
esrupor.
Caso clínico
Nome: R.T.F.
D.N.: 05/07/64
Sexo: masc.
Queix" principal: Diarreias constantes, princi-
palmente à noite.
Histórico: Sempre, desde pequeno, solre destes
episódios diarrcicos seguidos de grande prostração e
desânimo. Citou tamhéll1 vários momentos de dor de
cabeça e quadros anêmicos. Nesta siruação fica febril,
com as extremidades frias e muita pa.lidez.
Aritude mental: Diz ser um jovem muito inse-
guro, sempre ocilando enrre uma arirude agressiva,
muitas vezes desastrosa, e um comportamento de
apatia, desJnimo e depressão.
Comenra ter medos infundados e pressentimen-
ros tristes, com f.llta de confrança e muita transpiração.
Seu tema principal é o medo de sua própria
agressividade, diz muiras vezes perder o controle e
pôr tudo a perder; comentou uma situação em que
se envolveu em uma briga, quando ficou surpreso de
sua agressividade e maldade com o opositor.
Comenta que fica excitado com a mais leve
contradição.
É inquieto e nervoso, agravando ao calor da
cama, parado e sentado.
Quando mais jovem, sofreu cronicamente de
corizas, seguidas de perda de sangue, o que lhe de-
prunra mUlto.
Diz que amalmente os momentos de depressão
são raros.
Exame físico segmentar:
Pa= 130 x 80 mmHg T= 36.8° C
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Eutrófico, Hidratado, Brnf, Pulmões livres de
ruídos, aduentícios, ausência de edemas em extre-
midades.
Demais segmentos - ndn
Prescrição:
Fe17urn mctrrllicuTn CH 100 Liq . 2 mJ dose única;
tomar tudo pela manhã em jejum .
Retorno: no seu retorno, após 37 dias da tomada
do medicamento, relatou que houve inicialmente uma
piora nos episódios diarreicos, além de sentir-se muito
5
debilitado. Porém, rapidamente estes sintomas foram
diminuindo, começou a se sentir muito melhor nos
aspectos emocionais.
Relatou que, surpreendentemente, reapareceu a
coriza que há muitos anos não rinha.
Demonstrou esrar bastante tranquiJo e wn pouco
malS seguro co11S1g0 mesmo.
Prescrição: foi ~edido para aguardar mais 30
dias, sem nenhuma medicação prescrita, para uma
nova aval.iação da ação do medicamento.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Gelsemium sempervirens
Vijnowisky - um dos mais importantes medi -
Camentos para transtornos psicossomáticos, de causa
emocionaJ , a~dos ou crônicos, cuja o rigem pode ser
'recente o u antiga. Entre as causas bruscas o u repen-
tinas estão, em especiaJ, as más not.ícias (destaque)
cau" Uldo diarréia, aborto, excitação, debilidade, te-
mores, insônia, etc. .. ou notícias excita·ntes) e qualquer
emoção como susto, medo, ira, ira com ansiedade ou
com susto, morte de um fiU10 , snrpresas, etc ...
A SÍNDROME DE GOLlAS
"SÓ VETO GIGANTES! I! I"
Gelsemium sempervirens possui I'Ú rias denomi-
nações: GelswúlI1n lIittldum , Jasmim-da-virgini a,
Jasmim-selvagem ou Jasmim-amarelo.
Gclscl"lli"m é lUl1 arbusto trepador lb famíüa das
Logoniáceas, com belas Hores que desabrocham na
primaveta, possuindo lUl1 delicioso perfirme.
Originário Ja Virgínia, sul da Améric1 do ~ () rte,
pode ser encontrado no Texas , Flórida e México .
A tinrura-mãe é preparada com a raiz fresca colhi-
da pouco antes da floração da planta, ou com a raiz. seca.
A tintura de Gelsemium elaborada a partir da
planta seca é quase inerte, enquanto que ,1 preparação
feita a partir da planta fresca é muito mais atuante.
O uso de Gclscmif/I/I como remédio se deve ao
Dr. E. M . Hale (EUA), que se orguU1a\'a do título qn<
seus colegas lhe deram, "Pa i dos Remédios "'o\·os".
Gelsemi."" é uma planta trepadeira c as<illl como
ela, os pacientes GeL<rl/Jium nc<:cssitam de apoio fIsico
para se desenvolver, caracterizando dess'l fo rma a
fro uxidão e a fraque7.3 J c;ses indidc!w" . y!c:ntaII1KJlte,
também necessitam de apoio pelo sell núcleo de insegu-
rança, acarrerando vários transtornos pOI' 'Iltecipoção.
A descriçj o da aç';o de GCIsClIliwII li:i u pOI' ela-
rke é excelente.
Elc a considera uma. impo rtante droga, não só
pelo gClDde número de sintomas que caUSá , mas ptin -
cipaJmente pelo número de sintomas bem marclIlrcs e
claramente característicos, que corrrsponJem aqueles
const:lnternente enco ntrados na prática di.i.ria :
"(Jelscmiw'/"l é um grande parCllisclllll'. Ele produz
um estado gera.1 de paresia mental e física. A mente
é lenta , O sistema musculat enCOntra-se relaxado, os
membros tão pesados, que ele dificilmente consegue
movê-los. A mesma condição paré rilJ aparece nas
 fv'/aMn's MI}rtir.a f'1ofTlc opáfica Interpretada
pálpebras , c:m so1l1do prose: !lOS músculos oculares,
causa ndo diplopia; na e<<'>l'ago (Ousando pcrd.1 da
Lapa...:iJ3lk de eng,otir. no Sn \l s~ que: r erm.lneLe aber-
ro . A pro, rraçõo monta i é simbo li zad a por ~prcensã o,
coma Olltl'S de prc.s r~l r um t'xa me ~ ncrvosi., mo d.i ante
da J.lldi e nc iJ.~ ~fl'i to de raivJ1 mágoJ, más noticias e ~
acompan hada por ljueda das pálpcbL'as. Di sf.tgia ou
;)fon.ia histéricl , após em()ções. Trt"mor é um kcy-note
para e>tC remédio ." (TYLER).
Intoxicação
No caso de envenenamento pela plant ol, po r sinal
muiro "ellcnosa ( principa~ncntc a (asca c rJizes), u
sintom a predominame é a paralisia dos nervus mo,
rom. [\0 inicio a mente está lúcida, com lentidão do
pem amemo e eb emoti,·i,bde. Em seguida oco rre
um rcb.xamel1to dos esfíncteres. Depois a respiraç.lo
ro m a-se ditlcil c, fina~ne nte, o músculo ca rd.íaco cede
c n dOt'nte morre.
O cloridraro de Gclscmina, sal do alcaJoide de
GcI.'cllliUI/l sempe?viJ'éIIs, prodl17. refl exos allmenLld u.,
e p:l raJi sia d~l.'i rerminJçócs mororas c, l'111 seguida,
das sensiti, as (d aí scu poder an:tlgébico utilizado pd,1
alopatia) e Illidríase.
Produz, inicialmente divers. , fo rmas de parAlisia
d s centros motures (' depois do s centrus st'[)!'>oria.is .
5uJ ação paraJítica é acompanhada de e,tu pot men-
tal . lentidão do pensamento c da emmi\'idadc, Há
paralisia de g rupos mUSCll LltC!S vari;:Hios: ao redor
dos olhos, laringe, g arganta, peito, es fíJ1 (:teres, nas
e,rremidades, etc. Em doses tóxicas há 1enrificação c
fraqueza L'arJiaca, bipotennia ) verrigell1) hipoten ãu
arterial e paralisia respiratória.
Patogenesia
Ao eXclln inarmos a sua plrogcnesía vererI10s que
o rcmédiu concentra sua influéncia principalm ente
(l O Sistenla 11CI"\U50, tendo uma ação depressi va e
pJ.ralisante.
Amarelou!
Tem ainda afinidade pelas mucosas , levando a
inflamações cararrais mai s ou menos importantes .
Características de Ge/semium
É wn medicamento que convém ao sistema ner-
voso dos indivíuu()$ scns{veis, irriciveis, com fraqueza
gcral c muitos O'<:I1,.,rcs . (Dr, G, H . Martin ) .
Crianças, ~dul tos, jovens rrl"uito nen'OMJS) irri-
tadiç')s, com a face inchada, tornando -se subi tament <:
vermelha, violeta, com .tr abobado. (Dr, Chiron).
Apresentam relaxamento e prostração completa
do sistclll<l muscular ('Um paralisia motora completa
e incompleta; trcmores . Os músculos parecem l1ão
obedecer à vonl.lde.
O s prilllciros s;.nrumas são a sensaç:ío de lass;'
dão e fraqu cz3 f,'Cral, des cj a dei ta.r-se pela fraqueza,
tendência a adormecer, o pulso rurn.l -se fraco c lento
e acelera ao meno r movimento,
Scrrsaç'Jo de [",d iga em rodo corpo e nos mem-
bro s, tJuc parecet1) pes~lJ(l~, não consegue levan t'ar a ca-
beça d" n"Jvcsseiro da cama, nem os membros da cama.
h so lassidoo geral di lugar aos n 'CIllOl'CS. Gelsemi"",
é considerado o rCluédio mais " tr~rnu.lol' da Matéri::
Médieol . Alf,'lms o'emores são tão imensos que O doente
é slcuffido por um violemo arrepio, apesar de não t r
calai·nos. Nash o -:hamava de "o reméffio do tremor".
Fraquczol muscular imporro.ntc pode ser cO on,
trada em todu o corf'b, junto com nevralgia, espasmos
c con\~. d .sóc-" N oi nevraJgia do trig<'tn co dc Gr/m/liu/1/.
temus tambem ptose p.llpcbral do mesmo lado.
 Carlos Brunim, Mario Giorgi & Colabs.
Apresentam também hipersensibilidade nervosa.
Celsemium está indicado nas alteraçúes nervosas após
uma excitação brusca ou u ma emoção violenta (mós
notícias, por um acontecimento imprevisto ) e nos
problemas nervosos Ij~a dos ~ timidez.
Um dos simo mas mais frequentes que acompa-
nham essas alterações " a diarréia.
Mentais
Celsemium é o remédio da histeria de conversão,
aros falhos, ou seja perante siruações em que é posto
a prova, converte sua insegurança em movimentos
especiais coma a cegueira sem motivo (h istérica), ou
suas pernas não se movem ou mesmo quando tem de
dizer algumas palavras fic a mudo.
Seus atos falhos (esq uecimento ou troca de pa-
lavras e siruações também ilustram isso muito bem).
Esta fragilid ade no plano mental é traduzida por:
apa:tia desejaficarsozinho, é quieto e silencioso (fed"do).
Assim não é um medicamento sociável. Evita as
pessoas, quer ficar sozinho quieto.
Sintoma paradoxal, pois as limitações o torna
dependente das pessoas . (Pm'adoxalmente, nas rteces-
sidades flsicas quer ser O mais independente possível ",) .
Imolação.
ORGULHOSO, difícil receber ajuda.
O indivíduo Cetsemi,.m é lemo, preguiçoso,
teme o movimento. As suas faculdades mentais estão
entorpecidas, não consegue pensar claramente nem
fIxar sua atenção.
Deseja ficar tranquilo. Este desejo de solidão
não é por tristezo, mas sim porque ama eStar em paz;
tem preguiça de Eclar e de pensar.
Este quadro mental é temporariamente suspenso
para dar lugar a um estado de excitação.
Apresenta transtornos psicossomáticos de causa
emocional, agudos e crôn.icos, cuja origem pode ser
recente ou anoga.
Entre as causas bru scas estão as más no tÍcias,
com diarréia) tremores e insônia o u uma emoção,
como susto) med o) ira, surpresas.
Apresenta também rransrornos causados por
antecipação. Esta antecipação é, em geral, uma mi s-
rura de ans iedade, insegurança e medo, que conduz
o paciente a viver os acontecimentos em sua mente
antecipadamente e com detalhes manejados por sua
fantas ia. Acontecimentos que podem cansar diarréia.
Tem medo da morte, que sen coraçJo pare de
bater. Medo de tempestades, medo de perder seu auro
cont.role, de qne algo de mal lhe ocorra.
O núcleo de anrecipação se faz presente, desenca-
deando imobilidade e paralisia. A antecipaçio misrura
a ansiedade com O medo, levando uma pitad a de
insegurança. Qualquer apontamento agendado passa
a ser justifIcativa para esse sofrer antes da hora com
PRÉ-OCUPAÇÃO. OS transrornos psicossomáticos
vem de forma vari;Íwl. Como diarreias, palidez, pa-
ralisias. Está no PO DIUM dos medrosos da M atéria
Méd.ica. Aqui o medo é paralisante, deixando enges-
sado, imobili7.ado, O rneIÚJ de perder tira a vontade
deganhar, entra derrotado e foge aos desafios. Quem
não arrisca. Não conhece vitórias e sua existência é
parada, sem sabor, pois não se expõe'
Covardia, difkil se posicionar, medo de lugares
públicos, timidez, fragilzinho, desejo de suicídio ,
entediado, uma fixação no relógio e tempo, acha que
não vai dar conta! Atrasado aos compromissos, falta
de ponrualid ade'
Doutrina das assinaruras: Aqui, tanto os ,in-
tomas mentais) quanto os sintomas físicos agravam
na presença d.o sol forre é o Jasminzeiro, Dama- da-
noire, seu perfi.une é exalado a Hoire. (grande nmédio
para resfriados egripes pós-praia).
Modalidades
(características particulares)
Os sintomas de Celsemium semperrirens agravam
pelo tempo úmido, nublado e nas rempestades. Possui
intolcrineia ao sol forre do verão e ao fumo.
Os sintomas agravam rambém pelas emoções,
más notícias, pela agitação neHosa e ao pensar nas
suas enfermidades.
Os sinwmas melhoram ao ar livre, por urinar
abundantemente e ao se inclinar para freme.
Em relação ao sono : Demoram para dormir;
qualquer excitação o mantém acordado e quando
consegue o sono é agi tado. Sonha que morre e sente
que os olhos afundam.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Sintomas Orgânicos
Ce faleia do tipo congesti\'o.
Ccfaleia occipit<tl com sensação pulsátil ou de mar·
tela, que melhora deit;lIldo, com a cabeça bem calçada
no travessei ro.
Cefaleias com c.1r~:iter nevrálgico nas têmpo ras e
em cim'l dos olhos, com náuseas.
Cet:lleias que melhoram com a emissão abllndante
de urina.
Sensação de constrição na cabeça, como se causada
por uma faixa ou fio, piora sobre os olhos.
Enxaqueca precedida de alterações visuais ou uma
espécie de cegueira.
As enxaquecas de Gelse11'littm não são acompa·
nhadas de náuseas e vômitos, mas sim por tremores e
intensa fraqueza.
Dilatação das pupilas. Pupilas desiguais. Diplopia
por paralisia dos músculos do olho. Estrabismo.
Dificuldade para abrir as pálpebras ali de mantê· las
abems, pálpebras caídas. Forofobia.
Visão como que enfumaçada, com dor acima dos
olhos.
Obscurecimemo da visão e vertigem.
Lacrimejamento. Conjuntivite. Blefarite. Glaucoma.
Face vermellla e quente ao roque, com expressão
abobada.
Contração dos músculos da face, particularmente ao
redor da boca, não controla a maxila, tremores do queixo.
Entorpecimento da língua que dificulta a fala e a
deglutição. Língua recoberta por uma camada espessa
e amarela com háLiro fétido. Ausência de sede.
Garganta inflamada, com dificuldade para engolir
alimentos quentes. Sensação de corpo estranho que
impede de engolir.
Soluços, piora à noite.
Diarreia súbir<1, involuntária, de cor creme ou verde,
que sobrevém após urna má notícia, depois de urn susto,
uma emoção ali excitação. Paralisia do esfíncter anal.
Incontin ên ci~1 urinária. Gotejamenco involwltário.
Predisposição a resfriar·se pela menor mudança de
tempo, principalmente do calor para o frio.
Monia por paralisia das cordas vocais.
Palpitação cardíaca. Batida cardíaca irregular como
se o coração fosse parar de bater.
Dores cervicais irradiadas a toda cabeça. Frio nas
costas que sobem e descem.
Relaxamento e paralisia de todo o sistema muscu·
lar. Fadiga dos membros inferiores após exercícios leves.
Tremores nos membros. Dores musculares profundas
nos braços que ficam fracos e adormecidos.
Erupções semelhantes à rubéola, principalmente
na face.
6
Febre sem sede, com calor na cabeça e rosto, mãos
e pés frios.
Homeopatia & pediatria
Crianças ANTECIPADAS, esperam com torcida
ansiosa, uma determinada data, urna festinha, urna
viagem. Assim como também anrecipam fracassos,
acreditam que vão seveprovadas nas provas escolares,
e a histeria de conversão, como expressão psicosso·
mática está presente neste medicamemo, como ficar
mudo na hora de canrar nas festinhas de escolas.
Temem atrasar· se ou perder ti- hom e cobram isso de
seus pais. Pioram com o sol forte de verão. Temem
sofrer alguma doença grave ou incurável.
Homeopatia & veterinária
RqJina Torro: Fisicamente· prostrado, frouxidão
de esfíncreres e incordenação morara, com tremores.
Agravam ao sol forte. Diarreias, vômitos, trans·
tornos, quando simações conflitantes, como entrar no
carrO (viagem ou ir ao veterinário).
Animais tÚTIidos, medrosos e inseguros sofrem
por sustos ou surpresas bruscas.
Que tal, caro leitor, urn momento descontraído
e vermos como o poera cuida de sua antecipação e
insegurança ?
TEXTO DE FERNADO PESSOA:
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado ai·
gumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é
a maior empresa do mundo.
E que posso e\'itar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e perí·
odos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar urn autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da
vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios semimemos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo
que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo ...
(Fernando Pessoa)
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs
1. Nitroglicerina ou nitroglicerol
Explosivo poderoso. Sua fórmula química é
CJHs (ONO,) ,.
Foi descoberta em 1846, por um italiano, Ascâ-
ruo Sobrero. Mas, devido ao difícil manuseio, a nitro-
glicerina não foi usada por anos. Até que, em 1867,
Alfred Bernhard Nobel, um químico sueco, combinou
a nitroglicerina com uma substância absorvente e en-
tão este explosivo pôde ser manipulado e embalado
com segurança. Estava inventada a dinamite.
A nitroglicerina , quando explode, expande-se
formando gases que ocupam cerel de 3 mil vezes o
espaço ocupado pelo líquido.
A explos50 é 3 vezes mais poderosa que a igual
quantidade de pólvora.
A velocidade de explosão é cerca de 25 vezes
maior que a pólvora.
A nitroglicerina foi introduzida na homeopatia
quando fei ta experimentação por Hering. (Guiding
Simptons) em 1848.
•
Glonoinum
Sua química é fascinante, comenta Margareth
Tyler, dois elementos brandos, até mesmo essenciais
à vida, corno a glicerina produto de higiene pessoal,
tão inerte que não poderia fazer mal , e O nitrogênio,
gás incolor, insípido e inodoro. Quando quatro partes
destes são misturados a uma parte de oxigênio (este
último essencial à vida), cria-se uma mistura de um
poderoso agente explosivo.
DL Huges:Aponta que apc",r da Escola antiga
(alopática) usar Glonoinum, foi da homeopatia que
veio a vanguarda deste estudo. Os agentes mais ex-
plendidamente curativos em homeopatia são a partir
de substâncias químicas ou medicinais violentas, a
partir das suas doses infinitesimais.
2. O paciente G/onoinum
O paciente Gúmoinum apresentará características
próprias e peculiares, e sempre nos fazendo lembrar
da nitroglicerina com suas características altamente
explosivas e pela rapidez com que se dá esta explosão.
Margareth Tyler define Glonoin>tm como um
medicamento de ação local, tão súbito, tão definido,
tão alarmante e torturante, e por isso tão terapêutico,
que, uma vez conhecido, é impossível esquecê-lo.
Glonoimtm se resume em coração e cabeça. En-
contra remos, portanto, um grande número de sinto-
mas e queixas responsáveis pelas consultas.
Conhecetldo Glonoinum - DOUTRlNA DAS
ASSINATURAS.
Este paciente, nos faz lembrar a nitroglicerina por
sua rapidez e sua explosividade.
Fazendo conexão COm a explosão, emendemos
o medo da morte, medo de ser envenenado, sente a
garganta inchada e o tórax parafusado. Teme que algo
de mal lhe aconteça.
 Matéria MédIca HomeopátIca Interpretada
Não é de t;\\;)r, qui etO - silencioso, só responde,
irrit~ÍI'e1 as co nrradições, por ser fechado não desabatà
e remoi o p,\ssado. Comporramenro manÍJco, quer
lurar, pula r p,na cim:l, nestes momemos tem aflu xo
de ideias e fala m\litO. Confuso , caótico como se a
explosão interior O atOrdoasse, se perde, erra caminhos
c desconhece pessoas e lugares.
O paciente retere qt\~ o sangue parece correr para
O coração e subir rapidamentc para a cabeça. Ime-
diatameme aparece uma sensação como se a cabeça
fosse muitO grande, enorme. Pressão e dor de dentro
para fora em ambas as têmporas. A cabeça está muitO
cheia, pulso cheio e rápido. Sensação de que o cérebro
possa explodir e de que o crânio é muito pequeno.
Sensação de ondulação na cabeça, têmporas e nas
artérias temporais que ficam salientes, semelhantes a
cordões grossos. .
Divide com Cale.-c a sensação de adorm'ecí-
mento no lábio inferior (pág. 245-2, Repertório /
Kent- Eiza\·aga ). A sensação de que o cérebro possa ex-
plodir é tão !f"rmdc, que o paciente relata qúe é como
se tivesse sido pC'ndurado de cabeça para baíxo e,
consequentememe, jJo1l pesse um grande afluia de san-
gue para a cabeça (experimentação).
Durante as crises de dores de cabeça, os olhos
estarão vermelhos, quentes e coin expressão feroz.
Os dentes COm dores pulsantes. O corpo partilha esta
sensação de pUIS,lÇão .
O coração palpira violentamente e as artérias
carótidas puls<1m freneticamente. Portanto, a cabeça
estará quente, tàce enrijecida púrpura ou vermelho
brilhante.
Todo este pulsar piora com os movimentOs;
logo,.o·colocar-se de pé, o caminhar, o movimentar-se
é extremamente doloroso.
A cabeça melhorará com aplicações frias,.ar livre,
janelas aberras.
Opondo-se a toda essa pletora, encontraremos
um Glolloin"111 de extremidades frias, pálidas, com
transpiração profusa.
. GlonoinllllJ piora no verão e melhora no inverno.
Sente-se pior no calor e meUlora na sombra. Suas
dores pioram ao contato com luzes brilhantes.
Em sua casa, ele quer que sua cabeça esteja bem
elevada , mesmo ao dormir, com aplicações frias e
janelas abertas. O sono deverá Ser longo, para que
ocorra uma melhora das dores de cabeça, para que
os pés e mãos se aqueçam, para que o estado febril
e as pulsações do corpo cessem e ele possa despertar
confortavelinente. Mas, ao sair ao sol, suas dorc;s
recomeçarão.
71
Cabeça, fatOres de piora e agravação:
- com sacudidas ou trepidações;
- ao colocar-se de pé;
- ao inclinar a cabeça para trás;
- após deitar-se;
- ao subü- escadas;
- tempo úmido ou ao sol;
- perto de luzes que irradiem calor;
- depois de exercícios com transpiração;
- pelo peso de um chapéu;
- por vinhos ou estimulantes;
- pelo esforço meneai, .
É comum encontrarmos um paciente Glonoinum
sentado em sua cama, apertando a cabeça com as
mãos, com todas as suas força s, até que os braços se
cansem . Ele pede que amarrem a sua cabeça 0\1 que
lhe coloquem um gorro . Esta dor é por vezes tão in-
tensaqu,eü 'paciente se põe violento e tenta suicidar-se'
pulando de uma janela. .
"É surpreendente saber q=tO tempo um pacien-
te Glonoinum permanecerá ini6veJ e em silêncio, sem
mover um único músculo, porque á 1>lQVCY-se é do/qroso,
Juntamente com esta congestão, ocorre" uma
rurnefação ao redor do pescoço que leva o paciente a
abrir O colarinho da camisa, pois este provoca a sen-
sação de s\1focamenro (semelhante à Lach.). Mas;se"
formos mais adiante e pesquisarmos mais, não.existe
somente a sensação, mas um edem a real ao redor do
pescoço, garganta, abaL'Xo do mento e glâ.ndulas.
Um experimentador relatou : "O queixo parece
alongado até os joelhos". E era obrigado a tocá-lo re-
petidamente para assegurar-se que não era este o caso.
"Como se a cabeça e o pescoço estivessem ata-
dos; as roupas nesta região parecem muito apertadas."
"Garganta com sensação de sufocação e de aperto
como num estrangu)amento." (Hering).
3. A mulher GLÔNOINUM .
A mulher apresentará congestão intensa do cé-
rebro induzida nas constiruições pletóricas por súbita
supressão da mensm\ação, ou distúrbios da circulação
intracraniana na menopausa.
Portanto, Glonoinum será o medicamento de
escolha para nos ajudar a alcançar O alívio dos dis-
túrbios circul atórios cerebrais na menstruação, mas
ele não agirá nos calores do climatério como é o caso
de Lachesis.
Sintomas do Repertório de Kent / Eizayaga:
menstruação:
- mais à noite - pág. 463-3
- amenorreia - pág. 4()3-3
- curta duração - pág. 464-3
 72 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
- dismenorreia - pág_ 464-3
- intermitente - pág. 645-3
- suprimida - pág. 466-3
- com convulsão - pago 466-3
- em mulheres pletóricas - pág. 467-1
- tardia - pág. 467-1
40A convulsão de GLONOINUM
o paciente apresentará convulsões epilépticas,
com congestão da cabeça e do coração. Queda no
chão com a boca espumando. Convulsões com pulso
cerrado e solavancos das pernas e ptmhos. Durante
os espasmos os dedos das mãos e pé permanecem
estendidos e separados (principalmente os da mão
esquerda).
Sintomas do Repertório de Kent / Eizayaga:
- convulsão - pág. 820-3
- banho quente agrava - pág. 821-2 (Apis, Glo-
noinum, Natrum muriaticum, Opium)
- sem consciência - pág. 821-3
- epileptiformes - pág. 821-1
- depois de esforço - pág. 822-1
- depois de esforço mental - pág. 822-3 (Bella-
dona, Gúmltinum)
- puerperais - pág. 822-3
5. O mental de GLONOINUM
Apesar de Glmwinum não apresentar um mental
tão rico como o de Belladona, o paciente normal-
mente nos procurará com a queixa do não reconhecer
ruas conhecidas, como as que ele mora 011 trabalha. E
esta queixa passa a ter importância extrema quando
a ela associamos um quadro de hipertensão arterial,
ou ccfaleia puJsátiJ que piora ao expor-se ao sol, luz
ou calor.
Sintomas do Repertório de Kent I Eizayaga:
- reconhece - pág. 77-1
- não reconhece nada
- não rcconhece ruas conhecidas
- não reconhece parentes
Gwnoinum não tolera ser contrariado, mas não
contesta alol1cadame11te comoBelladona, ele tem aver-
são a contestar. Por vezes, apresenta acessos maníacos
com agitação mental e, devido à intensidade de suas
cefaleias, ele salta da cama, corre e salta pela janela.
O paciente poderá referir que tem medo de ser
sufocado, devido à sensação de ter a garganta inchada.
Apresenta medo da morte, cada vez que seu peito lhe
parccer comprimido. E lembra Lach. ao ter medo de
ser envenenado.
6_ Diagnóstico diferencial
601- Belladona
lndivíduos pJetóricos, apresentando-se irritados
e violentos quando enfermos. São sensíveis à luz (a
pnpila dilata com facilidade) e aos tremores e rrepida-
ções. Apresenta o corpo frio e a cabeça quente devido
ao grande afluxo de sangue cerebral.
Apresenta um gran.de número de sinromas men-
tais: a agressividade, violência, bate com a cabeça na
parede, arranca os cabelos. É loquaz e não conclui
(diferente de Lach.). Apresenta delírios, vê bichos
durante a febre ou fora dela.
Nash diz: "Glonoinum é melhor adaptado ao estágio
inicial congestivo das doC1lças inflamatórias do cérebro.
Belladona vai além, e pode se,- ainda o remédio utilizado
após o estágio inflamatório ter sido iniciado. »
Nenhum dos dois pode suportar O menOr abalo.
Mas as ondas de dor ascendente são absoluramente
características de Glonoinumo E ainda as dores de
BelÚldona são de início súhito, e da mesma forma
repentina vão emhora, as de Glonointim são muito
mais rápidas.
602- Iris versicolor
Tem como grande caracterísrica a queimação
no canal alimentar (vômitos ácidos fazendo arder o
estômago; diarréia que queima o ânus ; a boca parece
queimada e possui uma saJ ivação viscosa que pode ir
do lábio até o chão num único fio, lembrando IV:tli
bicho). O paciente irá refnir cólicas noturnas com
diarréia entre 2 e 3 horas da manhã ou a cada 15 dias.
Iris versicowr apresenrará dores de ca beça do ti po
enxaquecoso, hemicronianas à direira, precedidas e
acompanhadas de visão nublada com nállseas e vômi-
tos biliosos. Agrava pela manhã, pelo esforço mental,
pelo frio e repouso. Apresenta-se periodicamente (de
7 em 7 dias ou de 8 em 8 dias). Melhora por um
moderado movimento.
Mentalmente refere frequente depressão de\'ido à
cefaleia, ofendendo-se facilmenre graças a seu cará rer
bilioso.
6_3- Sanguinaria canadensis
O paciente refere dores de cabeça do ripo solar,
começa com o nascer do sol, ficando mais imensa
com o passar do dia e diminuindo ao anoitecer. A
dor de cabeça começa no occipício, estendendo-se
para cima e se instalando sobre o olho direito. Sente
como se a cabeça fosse estourar, ou se os olhos fo~scm
pressionados para fora. Tem caráter periódico (de 7
em 7 dias).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Ele não tolera a luz, ruídos, odores, saClldid~s ou
movimento. Melhora ao dormir ou deitado, quieto
e pressionando a cabeça, no escuro e após vômitos.
Hiperacusia. Ruídos nos ouvidos.
Fala com dificuldade. Paralisia dos músculos
da deglutição . Garganta seca, ardente, com coceira,
constrição.
Anorexia para alimentos sólidos. Hematêmeses e
melenas.
Formigamento e adormecimento do antebraço e
mão. Anestesias.
Sono inquieto. Insônia.
Frio com intensa palidez.
Homeopatia & pediatria:
O valor de uma dor ou sintoma em atendimen-
to as crianças deve sempre levar em consideração a
Qualidade de Vida, assim uma dor de cabeça passa
a ser importante quando o paciente interrompe uma
atividade agradável por sua causa. É um reméd.io para
as dores de cabeça da criança, ou mesmo a en.xaqueca,
uma vez descartada as causas orgânicas outros e psi-
cossomáticas. Estas crianças sofrem dores de cabeça
do tipo pulsátiJ, sendo que estas melhoram quando
apertam um pano amarrado na cabeça ou quando
apertam a cabeça (em redor). Latejante,dando uma
sensação de contração e descontração,piorando com
sacudidas e trepidaçôes (Bell, Coffea), a movimenta-
ção (Valeriana) em sol fone (Gelsemium), pós conar
cabelos (Bell, Acon) ou mesmo sem nenhuma lógica
ou periodicidade. Suas dores melhoram dormindo.
Durante a crise, as extremidades apresentam-se frias
com palidez e transpiração aumentada. Convulsões
durante banho quente (Apis, Opium, Nat-m1Jr), me-
Lhoram com compressas frias e janelas abertas. Dedos
das mãos e pés separados durante as crises.
Homeopatia & veterinária:
Não reconhece seus donos e os lugares por onde
anda. Isso ocorre de uma maneira intermitente, mas
pode ir se tornando muito frequentes. Efeitos noci-
vos do susto, medo, de contusões mecânicas e suas
consequências tarelias . Transtornos após o animal se
expor muito ao sol, inclusive em locais quentes. Em
meningites ou apoplexia, a cabeça está quente e virada
para o lado direito, olhos congestos ou vidrados e as
patas frias. Inelicado em coágulos no cérebro. Devi-
273
dos a quedas pós desmaios e traumas. Para Hughes:
"Glon, afeta os centros nCl1l0S0S da cá·culação e é limitaM
a erra esfera'~ portanto útil nas hemorragias. Far-
ringron resume o Kqnote deste medicamento assim:
"Uma tendência a irregularidades súbitas e violentas da
circulação. ))
Hisk>ria clínica
E.P.S., 64 anos, casada.
A paciente relata dores de cabeça intensas há mais
ou menos cinco anos, depois de ter tido uma briga
muito grande com uns vizinhos, que eram inquilinos e
amigos na época; ela acredita até hoje que estava certa
e por isso guarda grande mágoa destas pessoas. "A dor
de cabeça começa latejante e de repente está tão forte
que é como se a minha cabeça fosse explodir. Durante
as crises, todo o meu corpo se debate, pula, é como
se o corpo estivesse seguindo um ritmo pulsanre que
existe na minha cabeça. Meus olhos ficam vermelhos e
então devo colocar compressas frias para melhorá-los.
Já procurei vários médicos e fiz vários exames,
EEG , Tomografia Computadorizada Cerebral e
Líquor, mas todos os resultados foran1 normais. Já
tomei vários mecUcamentos que melhoram as crises só
enquanto estou tomando, depois volta rudo de novo".
A história caminhava normalmente quando de
repente a acompanhante perguntou para a paciente
se ela não ia contar sobre os esquecimentos. E então
foi indagado o que eram estes esquecin1entos.
"Desde mocinha, eu cosrumava me perder de
casa para O trabalho, do trabalho para casa, de casa
para a escola, da escola para casa. Não sei se era me
perder ou se eu não reconhecia os lugares. E isto
acontece até hoje, mas já me acosrumei com isto".
Ao exame físico a paciente apresentava HAS (cU-
zia fazer uso de higroton 50 mg ao dia) e apresentava
artérias temporais hiperuofiadas, de modo ql1e de
longe podíamos vê-Ias pulsando.
Repertorizado:
- não reconhece ruas conhecidas;
. transtornos por brigas;
- malicioso;
- dor de cabeça.
A paciente foi meelicada com Gumoinum CH
12, evoluindo de forma satistàtória. A paciente se-
guiu tratamento na escala frequencial ascendente,
não apresentando agravações e usufruindo da escala
centesimal Halmemanniana por mais tempo.
274 Carlos Brunini, Man'o Giorgi & Colabs.
Evite imi tações! Abaixo a pirataria!
Isomeria: é o fenômeno da existência de subs-
tâncias que apresentam o mesmo número de átomos
de cada elemento na molécula (a mesma fórmula
molecular e, no entanto, possuem propriedades dife-
rentes em virtude das diferentes disposições espaciais
desses átomos na formação da molécula.
Sinônimo
Plombagina
Chumbo negro
Mina de chumbo (Charerre)
Aspectos gerais
É um carvão mineral, quase puro, ligeiramen -
te misturado com ferro, apresentando-se como uma
substância de coloração cinza quase negra, brilhante,
gordurosa ao toque, insípida e sem odor. Encontrado
nas minas da Bavária e Inglaterra, sendo o medica-
mento preparado através de trituração do chumbo
negro dos melhores lápis ingleses.
Graphites é um isômero do cliamante, tendo a
mesma composição atômica, porém tendo um arranjo
molecular cliferente devido a não ter sofrido ação da
Graphites naturalis
pressão, como no caso do cliamante. Entendendo o
elemento Graphites, podemos compreender a história
de vida das pessoas de Graphites que têm sempre a
sensação do "quase", uma vez que, por muito pouco
não foram nobres e importantes como O diamante,
não passando de um xerox, um papel carbono, insig-
nificantes.
Seu eixo miasmático gira em tomo do que poderia
ter sido e não foi, sentem como se na vida tivesse faltado
uma pressão, um empurrãozinho, o que o teria feito
subir na sua carreira e na vida. Assim , podemos enten-
der as suas características mentais: timidez (sentem-se
impuros), insegurança, medo de se posicionar e vir a
errar, desconfiança (devido a sensação que já foi traído
na vida), prudência, irresaJução.
O choro por música acontece em função de
Graphites vir a refletir sobte sua histÓria e desgraça de
vida, "oportunidade perclida", levando o indivíduo a
depressão e melancolia.
Utilizado pela primeira vez em homeopatia, pelo
próprio Hahnemann. Preparado de triturações dos me-
lhores lápis ingleses, sendo um carbono "quase" puro,
pois vem misturado com ferro, nas minas de metal,
nos fará recordar uma associação patogenética que
 Meteria Médica Homeopática Interpretada
nos lembra O estado anêmico de Ferrttm metalliwm,
a obesidade de CnlCflrea carbonica e os transtornos
digestivos com fhmlência de Carbo veg. (um pouco
de tudo, sem raça definida, o mais vira-hta da Mat.
Médica). Hahnemann nos conta como um médico
alemão viu tr.lbaU,adores em uma fábrica de espeUlo
usando Gmphites para remover erupções causadas
por herpes. Do diamante aproveita-se até os cacos
pois este é nobre. Faltou pressão para que ele tivesse
o arranjo molecular do diamante. fu pessoas que
sofrem Graphites, sentem como se a vida tivesse llles
pregado uma peça, sonegando-llle uma oportunidade,
um empurrãozinho que faltou, aquela força política,
aquele patrocínio, e por pouco, quase seria nobre. São
melancólicos, depressivos, ressentidos, despeitados.
Desolados, invejosos, trazem a INFERNAL sensação
de que não vão alcançar as suas metas.
LATHOUD: O seu biOtipo é de um sujeito
gordo, de constituição tosca, triste, constipado, ros-
to inchado, que sofre irregularidades circulatótias,
sua pele tem erupções crostosas, com supuração de
liquido denso como o mel. Assim, no plano orgâni-
co, a sua aparência é a traduçõo de sua mencsvalia,
pois demonstrando um aspecto de deslei;xo, está
abandonando sua vaidade, (auto-estima). Portanto
estará externalizando seu interior repugnante. É um
medicamento que sofre sua inferioridade que, por
expressar-se na superfície, traz: eczemas, intertrigos,
quielites, psoríase, erisipela, queda de cabelos, man-
chas e outras "perebas!"
·medo de morrer ou que aconteça algo.
Ação do medicamento
O Graphites é um medicamento antipsórico, de
ação profunda, poderoso nas doenças crônicas. Pro-
Oh dia! Oh vida! Oh azar!
27
duz congestão do sistema porta e retarda a velocidade
sangutnea de um modo geral, levando às grandes
características do medicamento: anemia, hipersensi-
bilidade ao frio e diferentes distúrbios ocorrendo no
período menstrual.
Na experimentação, constata-se que Graphites tem
a seguinte ação de modo sucessivo: ação cutânea, ação
genital, ação em mucosas, levando, principalmente, a
distúrbios gastrointestinais.
Sua principal ação é sobre a pele onde produz erup-
ções de diversos tipos, com tendência a estender-se e a
eliminar uma secreção mucosa, gelatinosa, semelllante
ao mel, sendo esse aspecto bastante característico.
Fisicamente, o paciente Graphites é gordo,
pálido, constipado, friorento sofrendo de irregula-
ridades circulatórias, sendo especialmente indicado
para mullleres que, caracteristicamente, apresentam
menstruações tardias.
Sintomas mentais
No enfoque psíquico, ele é triste, ansioso, in-
deciso, irresoluto, d istra.ído ao falar e ao escrever
cometendo equívocos, muito impressionável, com
tendência a se assustar, esquecido (recorda com difi-
culda~es de fatos recentes).
E muito sensível 11 música, que o entristece e o
faz chorar. Chora, também, sem razão aparente ou
por pequenas coisas sc sentindo melllor depois.
Tem pensamentos persistentes em relação à
morre, tendo sensação e pressentimento de morre e
Vive pensando em acontecimentos passados
desagradáveis.
Tem muitos medos: medo de perder a razão,
medo do trabalho. O medo melllora chorando.
Ansiedade principalmente de manhã, ao desper-
tar: pelo fumro, pré-menstrual, por antecipação, pela
sua salvação com afecção religiosa, durante o trabalho
ou quando está sentado, ansiedade de consciência
(como se fosse culpado de um crime).
Se concentra com dificuldade. O trabalho mental
o fadiga.
Irritabilidade, mau humor, aversão a que lhe
falem, aversão à comparlhia, se ofende e se excita
facilmente. Ou é lento, indolente, com tendência a
ficar sentado, ausente com os sentidos embotados,
melancólico.
"Esd consciente, mas sem possibilidade de
mover-se ou falar. "(Catalepsia).
"fu Crianças Graphytes são insolentes, chatas,
riem ao serem reprinlldas." (AUen).
27 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Sintomas locais
Pele
°
A pele é, sem dúvida, principal campo de ação
de Graphites , e os sintolllJS aí localizados, muitas
vezes, são o que condicionam sua prescrição, sendo
utilizados por correntes orgonicistas para tratamento
de eczema, intertrigos, escrofuloses (principalmente
se acompanhadas de bolhas com liquido denso), pso-
ríase, quielites, erisipela, queda de cabelo, manchas,
eczema de pálpebr:ls, entre Outros.
Apresenta variad:ls formas de lesões: desde eri-
tema, escamas, crostas, fissuras, vesícula serosa até
bolhas cheias de pus. Entretanto qualquer que seja,
a lesão é secretante e dá origem a um "ltquido espesso e
viscoso C01no 11/.c1}), se ndo essa a nla.is importante ca rac-
terística cutânea de Graphites, motivo de sua indicação
nos eczemas exsudativos.
As lesões são pruriginosas, agravando a noite,
pelo calor, por lavar-se e melhorando pelo frio; o
paciente se coça até ficar com a pele em carne viva e
a secreção aumenta pela coçadura .
Podem ser encontradas em qualquer região cutâ-
nea, porém, localizam-se principalmente no couro
cabeludo, retroauricular, nas pálpebras, lábios e men-
to, nas pregas de flexão dos membros (especialmente
em crianças) , nos genitais, entre as nádegas, entre as
coxas, entre os dedos.
Fissuras dolorosas, nas comissuras e orifícios
naturais. Sendo recurso útil nessas situações, es-
pecialmente naquelas lesões localizadas no ângulo
palpebral eÀ'terno, gue sangram facilmente; também
na comissura dos lábios, em torno dos mamilos, no
ânus, bem como na ponta e entre os dedos.
A pele das mãos é dura e fissurada , principalmen-
te na ponta dos dedos, nas articulações dos dedos e
entre eles, onde apresenta-se úmido e em ca rne viva,
podendo ser indicado nas dermatites de mãos.
Graphites constirui excelente medicamento em
queloides, inrcrfáindo na reabsorção de tecido cica-
tricial mesmo em cicatrizes antigas .
A ação do medkamento não é apenas na peje mas
também nos fânno.<: as unlus se tornam espessadas
e quebradiças, se def("m;un e escurecem. Os cabelos
se rornam frágeis antes de atingirem o comprimento
normal.
Genitais
O segundo local mais importante de ação de
Graphites é a nível dos ó'lJiios SC_~-1t(ÚS fc",illinos , onde
observamos :
Menstruações atrasadas Ou ausentes, escassas,
em geral de sangue pálido ou mescladas com coágu-
los negros, escurO!; ou negras, sendo precedidas por
prurido vulvar. Acompanhadas por diversas mani-
festações : fadiga, rouquid~o com catarro, dispneia,
coriza, tosse, epistaxe, suores, mal-estar matinal, dor
nos membros, edema dos membros, odontalgias,
cãibras, cefaleia, niuse:ls.
Leucorreia pálida, mia, profusa, corrosiva, que
sai em jorros, dia e noite, antes e depois da menstru -
ação, caminhando e sentada, de coloraç;io branca ou
branco-ama relada, com grande debilidade lombar e
geral.
Grande aversão ao coito.
Em relação aos genitais masculinos: debilid:lde
sexual com aumento do desejo ou aversão ao coito,
ejaculação precoce ou inexistente, priapismo, impo-
tência.
Durante o coito, cãibras dolorosas na pan-
turrilha.
Trato gastrointestinal
O terceiro local mais importante de ação de
Graphites é a llíl'd digestivo, onde o sintoma mais
peculia r é a flarulência, tantO no estômago quanto
no intestino, Oabdome apresenta-se duro, distendido
devido a flarulência ; nãoxolera nada pressionando a
sua cinrura, necessitando afrouxa.r a roupa .
Apresenta dores, geralmente em cãibra, pressão
ou queimação (pirose), alivia temporariammte co-
mendo, com bebidas guenres, principalmente leite,
e deitando, piorando por bebidas frias ou alimentos
frios . Náuseas e vômitos após cada refeição.
Fome canina. Grande sede de manhã e depois
de comer.
Ao nível do intestino se apresenta a constipação
ou a diarréia, ambas típicas:
Obstipação sem desejos, fezes nodosas e volu-
mosas, difíceis de expulsar, cujos fragmentos estão
unidos por filamentos de muco, com odor ácido ou
pútrido; após c"acuaç50 das fezes (osruma seguir a
eliminação de muco (de forma organicist;l, sendo o
principal medicamento prescrito na mucorreia).
Diarrcia com fe= líquidas, ncgras, com restos
alimemar", muito irritmt,s e fétidas, podendo ser se-
guidas de abundante elimin:lçiio de muco gelatinoso.
Prurido anal violemo, o indivíduo coça O ânus
até estar em carne viva (podendo ser indicado para
paras irose intestinal de luna forma geral, oxiuríase,
ascaridíase e teníasc).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Hemorroidas com fissura anal ardente, com dor
pior ao sentar ou dar um passo largo, ou depois de
defecar, sangrante. Prolapso retal fácil, também sem
desejos de defecar, como se o reto estivesse paralisado.
Outras manifestações locais
peculiares
Sensação de teia de aranha na face, tenta afastá-Ia
com dificuldade.
Hipoacusia (diminuição da audição) com a par-
ticularidade de ouvir melhor em meio a barulho ou
viajando em um veículo, em um trem) em marcha,
pois o movimento que lhe é imprimido mobiliza os
ossículos da estrurura acústica.
Ruídos violentos nos ouvidos à noite. Estalos
nos ouvidos ao se alimentar.
Reverberação de suas próprias palavras ou de
cada passo que dá.
Olfato anormalmente agudo; não tolera o per-
fume das flores nem os odores fortes.
O doente é perturbado por odor de queimado.
Odor fétido no nariz, piora durante a menstruação.
Gosto e hálito de ovos podres de manhã ou
hálito de urina.
Espasmos na garganta que obrigam a engolir
constantemente. Deglutição difícil, com dores como
se a garganta estivesse em carne viva.
Incapacidade para controlar as cordas vocais,
rouquidão ao começar a cantar e na mudança de tom.
277
Sensação de vazio e frio no coração e tórax, com
tristeza.
Sensação como por uma descarga elétrica desde
o coração até a face anterior do corpo.
Palpitaçóes pelo menor movimento, com an-
siedade.
Cãibras, espasmos, tremores, contraçóes mus-
culares e tendinosas,!, rigidez em diversas partes do
corpo. Adormecimento em vários pontos.
Nódulos arrríticos nas articulaçóes dos dedos das
mãos, inchaço, rigidez deformação dos dedos.
Sono agitado e perturbado por ideias fixas e so-
nhos muito vívidos, horríveis e de acidentes, ou com
fogo, mortes. Durante o sono fala, sobressalta-se, tem
slldorese na cabeça, urina-se. Sonolência pela manhã.
Sintomas Gerais
Suores ácidos, que mancham a roupa de amarelo,
fétidos, pelo menor movimento ou esforço, até por
falar. Suores norurnos.
Grande esgotamento com rápida e brusca queda
de forças.
Transtornos por perda de fluidos vitais. Anemia.
Hemorragias.
Piora: pela fome, em movimento, à noite (antes
da meia-noite), durante a menstruação pela música,
pela luz do dia, por resfriar-se, por lavar-se, por mu-
dança de tempo (dores), pelo calor do quarto ou da
cama, no verão e no outono.
Melhora: em repouso, viajando em um veículo,
no ruído, no escuro, depois de comer, agasalhando-se,
por abrigar-se, caminhando ao ar livre (deseja ar livre,
mas é sensível a corrente de ar e se resfria facilmente).
Lateralidade: esquerda.
Dinâmica miasmática
O indivíduo tem a angústia miasmática de que
poderia ser nobre, o que não aconteceu por pouco,
por falta de um "empurrãozinho" da vida. "Poderia
ser um diamante, no entanto, não passa de um reles
e descartávellápis preto."
Na sua Psora tem a sensação de angústia e pres-
sa como se fosse culpado de um crime, sentindo-se
como miserável e infeliz, tendo ao anoitecer grande
angústia, como se houvesse acontecido alguma des-
graça. Extrema indecisão, sentindo-se incapaz de
resolver algo.
Este sentir é perfeitamente compreensível na
medida que entendemos a menos-valia que este medi-
27 Garfos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
camento tem. Foi de certa forma fraudado pela vida,
que não lhe deu igual oporrunidade que os demais,
uma vez que o "quase" é uma palavra que defme a sua
chance tk chegar à nobreza e a pcifeifão.
Na sua Sicose s10 extremamente escrupulosos,
fazem rudo com detalhes e devagar, por medo de er-
rar. Tem ideias fIXas qne lhe tiram o sono, atos falhos
falando ou escrevendo, esquecimenros.
Defende-se do deboche das pessoas (pois crê
que sua siUlação é ridícula) com risadas, wmbarias.
Na SIft/is apresenta perda de memória, indolên-
cia, falta de gosto pela vida, melancolia e pensamentos
de morte, mJU humor.
Homeopatia & pediatria
Insolentes, malcriadas, riem após serem repre-
endidas, revoltadas, sempre procuram justificar seus
fracassos. Destrutividade com aquilo que não possui
ou não tem. Reclama que o bife do irmão é maior
ou que não foi tão bem na partida porque seu tênis
era inferior, se tivesse um melhor, Se, se, se ... Quase
passou ... , quase venceu ... , a culpa ou responsabili-
dade, do que entende ser seu fracasso é sempre da
responsabilidade de outro, se seu professor ou colégio
fosse melhor sua performace seria melhor, veja eu
quase cheguei lá. Crianças desalinhadas, obesas que
melhoram comendo (gulosas), friorentas com erup-
ções secretantes onde o líquido é denso como mel,
o que incrementa seu aspecto ruim, mesmo quando
sente-se bem , ficam insatisfeitas crendo que o melhor
lhes foi sonegado. ~
Homeopatia & veterinária :
Regina Torro: Tímido, inseguro, melancólico,
com falta de disposição, especialmente pela manhã.
Desconfiados. Baixo tônus vital, famintos - seus sin-
tomas agravam pela fome, friorentos.
Maus companheiros, preferem ficar só. Lentidão,
inclinação a sentar e ficar parado.
Olfato agravam pejo cheiro de flores, caspa que
causa coceira auditiva. Inflamação no canto das pálpe-
bras, terçóis, crostas secas no nariz, com cheiro forte.
Câncer de mama decorrente de antigas cicatrizes pós
abscessos de repetição. Gênio epidêmico que combina
com cães de raça cocker.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
2 9

Hamamelis virginiana

A Hamamelis é uma pequena árvore (de 3 a 5
m de altura) da família Hamamelidacea, nativa dos
bosques úmidos dos Estados Unidos e Canadá; sua
frutificação ocorre quando a planta ainda está florida,
e provém disto a origem de seu nome: do grego hama,
significa ao mesmo tempo e mel1is significa fruto.
Usada pelos índios americanos como cicarrizante
e anti-hemorrágico, foi levado à Europa em 1735.
É também conhecida como "avelã das feiticei-
ras", pela crença popular em seu poder de descobrir
mananciais escondidos.
É extremamente semelhante à avelã, da qual se
diferencia por suas flores. Seu sabor é primeiramente
amargo, adsrringente, deixando depois um gosto acre.
A preparação da tintura -mãe é feita macerando-
se em álcool a 90° folhas frescas, ramos tenros e raízes.
imortalidade, do mesmo modo O vinho simbolizando
O sangue da vida eterna na Eucaristia. (Dicionário de
Símbolos Chevalier).
A hemorragia é um importante sintoma dos
indivíduos que sofrem Hanmmelis (sangram com
facilidade), agravando seus sintomas fisicos e mentais,
uma vez que, ao perder o sangue, perdem sua vitali-
dade e seu elo com a divindade, tornando-se, então,
mais "mortais". Hamamelis sofre por deixar que se
perca sua vitalidade e, desanimado e embotado, deixa
a vitalidade que lhe resta estagnada como lhe fica o
sangue nas veias (estase venenosa), mostrando-se en-
tão misantropo, com desejo de estar parado, sentado
e meditando (80,III U.R.).

Compreendendo seu sofrimento

1° Argumento
Nós sabemos que o desânimo, falta de motiva-
ção e fastio - porranto, falta de utilidade (energia de
vida) - são traços que marcam o caráter depressivo;
fazendo uma ponte com O fruto de Hamamelis que
tem o gosto amargo, compreendemos o seu gênio
medicamentoso onde a amargura (depressão), ocupa
lugar de destaque.
2° Argumento
O sangue é universalmente considerado o veículo
da vida - "sangue é vida", assim se diz biblicamente. Às
vezes é até visto como princípio da geração. Segundo
a tradição caldeia, é o sangue divino que, misturado
à terra, deu origem aos seres. De acordo com vários
mitos, o sangue dá origem as plantas e aos metais.
Na rradição cristã, o sangue - misturado à água-
da chaga de Cristo, recolhido no Graal, é a bebida da
280 Carlos Bruniní, Mario Gíorgi & Colabs.
Os indivíduos Hanumulis adoecem por, equi-
vocadamente, sofrerem uma estagnação interior; ser
estagnado, paralisar seu fluido de vida (sangue) é o
digno de cura deste medicamento.
N a Parábola de Talentos do Livro Sagrado citado
por Lucas temos outra ilustração deste ato equivo-
cado, quando um homem distribui bens aos seus
servos e, depois, premia aquele que aplicou o dinheiro
recebido e repreende quem deixou o dinheiro parado.
Do texto temos como lição a importância da
mobilidade, da dinâmica da vida, pois ficar parado
é um ato equivocado, afasta o homem de seus altos
fins (Organon, par. 9) e assim propicia o adoecer
físico e psíquico.
Neste sentido Hamamelis faz aqui um diferencial
com China (Matéria Médica Homeopática, IBEBE,
volume V, pág. 56), que sente sua vitalidade sugada
pelo meio; Hamamelis perde sua vitalidade por não
conseguir desenvolvê-la, fica estagnado. Ambos fazem
transtornos por perda de sangue, mas China apresenta
uma debilidade mais marcantemente física, enquanto
em Hamamelis é mais marcante a falta de disposição
para a vida (China faz também transtornos por perda
de outros líquidos, e não apenas sangue).
China sente-se "vampirizada" pelo meio e
Hamamelis sente-se como se fosse ele mesmo seu
próprio vampiro, pois é ele quem deixa sua vitalidade
esvair-se (e sente gosto de sangue na boca).
Assim, encontramos Hamamelis melancólico
por sua vitalidade perdida, sem vontade para estudar
ou trabalhar e com ideias confusas, tão confusas que
chega a sentir-se como se fosse perder a razão.
Preso em sua depressão Hamamelis não se per-
mite o prazer e o demonstra por sentir-se triste e
pesaroso após ejaculações ou após masturbação.
Seu embotamento é pior pela manhã, ao desper-
tar, mostrando sua falta de disposição para a vida, e
piora quando anda. (26, ill).
Tem memória débil especialmente para palavras
enquanto falando e, portanto, comete erros ao falat,
além, de ter dificuldade de concentração, chegando
a se mostrar incapaz de ler. (60, II).
Também podemos encontrar Hamamelis sicóti-
co, descontente, irritadiço, com humor colérico, não
tolerando que lhe falem e com grande afluência de
pensamentos. Hamamelis é meticuloso e sensível à
desordem. (24, li).
Hamamelis espera que todos respeitem suas
opiniões.
Matéria Médica
Para ilustrar separamos alguns sintomas do
psiquismo das Matérias Médicas de Allen e Hering:
• Sente-se melancólico.
• Muito melancólico e triste, provavelmente
por ter tido ej aculações norurnas.
• Pesaroso por ter tido ejaculações à noite.
• Sem disposição para esrudar ou trabalhar,
ideias confusas que não consegue organizar.
• Deseja estar só, não consegue se concentrar
nos esrudos.
• Sem disposição para trabalhar, gostaria de
sentar-se e pensar, ou meditar, enquanto acordado.
• Embotado e desanimado todo o dia.
• Sente-se embotado e estúpido à noite.
• Irritável.
• Muito facilmente irritável, não deseja que lhe
falem.
• Ainda com dificuldade de concentrar-se nos
esrudos; colérico; nada parece satisfazê-lo.
• Sente que deveria ser reverenciado e que todos
deveriam respeitar suas opiniões.
• Esquecido, principalmente para palavras,
quando está falando.
• Sente-se como se fosse ficar louco.
• Após cefaleia, náusea e esrupor geral que du-
ram duas horas e desaparecem, sente-se mais brilhante
e lúcido que antes do remédio.
• Hemorragias com mente tranquila.
• Descontente todo o dia.
• Inabilidade para concentrar os pensamentos
nos esrudos, sente-se por demais desesperançoso e
descontente.
• Sonho: tem um morcego voando no quarto,
com medo de ser machucado por ele.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada 281
Clínica Modalidades
Ação Geral Agtavaçao: Por ar quente e úmido; pelo toque.
No plano fisicoHamame/is tem ação importante Melhora: Pelo repouso .
sobre o sistema circulatório, particularmente sobre o Ourros remédios com OS quais Hamamçlis faz
sistema venoso, sendo o medicamento da congestão diferencial são Natrum mur, pela sua depressão, La-
venosa, das hemorragias passivas de sangue escuro, chesis, pelo temor de loucura associado a problemas
que dificilmente se coagula, fazendo aí diferencial com com a genitália e sexualidade, e ainda pelas caracte-
Croccus sativus, que apresenta hemorragia de sangue rísticas dos sintomas·locais das queixas genitais faz
esL-urO, porém coagulado, e com China, que apresenta diferencial com Scpia (dores em peso em mulheres e
hemorragias profusas seguidas de depressão - Hama- repuxantes em homens).
melis permanece tranquilo durante as hemorragias.
Hamamclis tem sua ação no sistema venoso APELIDO: O ESTAGNADO
agindo como vasoconstri tor periférico, com ação NÚCLEO: amargura (depressão)
vasomotora e favorecendo o reromo venoso. Tem SINTOMAS MARCANTES:
excelente ação hemostática nas hemorragias capilares. estagnação interior;
Tem ainda poderosa ação nos órgãos genitais, melancolia;
tanto masculinos como femininos, sobretudo em memória débil;
quadro de dores que se agravam em tempo chuvoso dificuldade de concentração;
e se ir,radiam para todo o abdome. estase venosa (varizes);
E marcado também em Hamamelis a sensibilida- ação hemos tática nas hemorragias capilares.
de dolorosa das regiões afetadas, com dor como por
contuSão, que nos faz pensar em diferenciá-lo de Ar- oAnimal de ...
nica montana, sobretudo nas dores de extremidades. - Absorto com ausência mental
Existem aliás reIaros em Matérias Médicas clínicas de - Orgulhoso
que Hamamelis age bem naqueles casos dolorosos que - Metódico
Amua não resolveu. (Lathoud). - Taciturno
Clinicamente Hamamelis tem sido indicado para - Descuidado
varizes e varicosidades em geral, por sua característica
- Hemorragia das-mucosas, equimose, extrava-
de ação em situações congestivas do sistema venoso,
samento sanguíneo e hematoma
sendo recomendado muitas vezes o uso tópico do me-
- Vômiro e diarréia de sangue escuro ou negro
dicamento, partiL-ularmente no caso de hemorroidas,
dividindo aí o espaço com PaeotJia. - Metrorragia uterina prolongada e aborto
Tem ainda efeito adstringente, sendo por isto
largamente utilizado como fi tocosmético.

Outros sintomas
• Olhos injetados e doloridos.
• Hemorragias intraoculares por esforço ou
tosse violenta.
• Sensação de fadiga e quebra nos ossos de
braços e pernas.
• Hematêmese de sangue escuro.
• Episraxe abundante com sensação de aperto
na raiz do nariz e de pressão entre os olhos.
• Equimoses ao menor choque.
• Metrorragia entre dois períodos, sobretudo
após abalos ou choque.
• Úlceras varicosas.
282 Carlos 8runiní, Mario Giorgi & CoIabs.
A Boca de ...
- hemorragia pós exodontia (venosa)
ATM (ruídos e zumbido ouvidos: campainha.
Caso clinico
M.D.A., 38 anos, fem., branca, casada.
"Doutora, eu vim à consulta porque, depois que
tive a minha filha, há quatro anos, venho sentindo
uma espécie de dor aqui dos lados, como se fosse nos
ovários, é uma dor forte, que puxa, incomoda; como
se eles estivessem pesados. Já fui ao ginecologista, fiz
todos exames, até aquele - como é que chama mesmo,
que faz na gravidez? - US, e ele disse que estava tudo
normaJ.
Às vezes, a dor chega como que até o útero,
mas é SÓ às vezes. Essas dores sempre pioram com
a menstruação, ah! E a menstruação vem muito: eu
sempre tive os sangramentos muito fortes, cheguei até
a ter sangramento durante a gravidez, depois então ...
Ou tra coisa que me incomoda são as varizes,
eu sinto as pernas muito cansadas e doloridas, eu já
tentei usar aquelas meias especiais - e também não
resolveu. Não sei, isto me deixa triste e desanimada,
parece que estes problemas me deixam assim, sem
vontade para nada.
Eu sou uma pessoa calma, mas meio fechada,
gosto de ficar quieta, pensando. Sempre gostei muito
de estudar, de ler, coisas assim, chegava a procurar
cursos para fazer, porque gostava de manter minha
cabeça ocupada.
Ultimamente não, eu pego aJgwna coisa pra ler e
sei lá, não consigo, tenho vontade mas parece que as
coisas se embaraJham e eu não consigo ler, dai perco
a vontade. Aliás, ando bem desanimada, sem vonta-
de pra nada. De manhã então, quando eu levanto,
estou imprestável, não posso fazer nada, parece que
estou confusa, apática, não consigo nem pensar, fico
assim, paradona e desanimada, pensando. Me sinto
tão estranha, vazia, às vezes eu tenho medo de estar
ficando louca.
Tenho estado sempre assim, esqueci como se diz ...
quer dizer, pra baixo ... (como se faJa?) mas enquanto
estou menstruada parece ainda pior, não tenho cótica,
mas o fluxo é bem - como se diz mesmo' Forte, não,
sei lá, é muito, (intenso).
O ginecologista antes dizia que era depressão
depois do parto; mas a-té hoje' Sei lá, eu sei que
tudo começou depois que eu tive minha filha. Meu
parto foi normaJ, mas eu perdi muito sangue depois,
diziam que meu útero não tinha torça, não encolhia."
Sintomas tomados no caso:
Mente - medo - insanidade
Mente - trabaJho mentaJ - desejo de
Mente - ler - incapaz de ler
Mente - absorto
Mente - esquecido - paJavras enquanto faJa, de;
busca a palavra
Mente - embotamento - manhã - levantar, ao
Generalidades - menstruação - durante
Feminina, genitália - metrorragia - dores do
parto - durante e após
Feminina, genitália - dor - cortante - ovários
Tratamento: Hamamelis 30 CH Mse única.
2" consulta:
"Ah! Doutora, estou bem melhor, a dor nos
ovários melhorou bastante, e até o fluxo está menor.
Nestes 2 meses eu já não .me senti tão pra baixo, tão
desanimada. Mas logo que eu tomei o remédio tive
um sangramento forte, e nem era o dia de descer -
lembra, eu até. liguei pra senhora? achei que eu fosse
morrer - mas passou.
Agora estou bem melhor, comecei a fazer um
curso sobre Construtivismo - esse método didático
de agora, sabe? Estou gostando bastante, e é sempre
uma atualização, né?"
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Abreviarura:
Heiela
Denominação Clentífica:
Hecla (Hekia) lava
Lava Heclae (Heklae)
Classificação e taxonomia:
Reino mineral.
Contém sílica, alumínio, óxido de cálcio, mag-
nésio c óxido de ferro.
Descrição
Cinzas da lava do Monte Hekla, Islândia. O pó
fino, distante das encostas do vulcão, apresenta um
efeito tóxico muito evidente, diferentemente da lava
endurecida da cratera do vulcão que apresentou uma
baixa toxicidade.
PÓ amorfo ou massa porosa, castanho-escuro,
baixo peso, baixo odor, inicialmente sem sabor e com
O passar do tempo este vai se acidificando, insolúvel
em água e álcool, mas rapidamente solubitizado em
ácido clorídrico.
Preparação:
Triruração.
Miasma:
Sifilítico.
No repertório Lince, alguns sintomas chamam
nossa atenção, pois nos permitem estabelecer na se-
quência, conexões que facilitariam O entendimento
dinâmico entre a lava de um vulcão e aqueles que
carregam este miasma dentro de si:
1. Dor de cabeça concomitante a dor de dente.
2. Cáries ósseas, dentárias acompanhadas de muita
dor.
2
Hecla lava
3. Sarcomas, tumores e necrOse óssea.
4. Pólipos, endurecimento ganglionar, intumesci-
mentos e abscessos.
5. Dores de cabeça acomp,mhadas de dores em
diversas regiões do corpo e dor de dente.
Tais sintomas acima nos são indicativos de que
as suas dores são intensas, profundas e latejantes,
pois é um medicamento que arua em circunstâncias
de extrema sensibilidade, como abscessos, tumores,
cáries, câncer e esclerose ganglionar.
Partindo do princípio de que ninguém adoece do
que quer, mas sim do que pode, e que as diferentes
manifestações de nma doença têm relação com sua
maneira de pensar, agir e sentir (Kent) , podemos
compreender seu sofrer como decorrência de um
vulcão interior, sendo assim um medicamento para
pessoas que vivem como se algo pudesse explodir ou vir à
tona (abscesso) a qualquer instante. É o potencial
explosivo de Hecla lava, sua fúria e destrutividade, o
que apenas aCOntece em atividade.
Entretanto, enquanto não explode, é uma
montanha que, segundo Chevallicr (Dicionário de
Símbolos), traz a ideia de tramcendência e de paz
espirirual, 'sendo o encontro do céu com a terra.
Nosso paciente Hecla lava, tal como a lava de
um vulcão, é um ser contido que pode detonar a
qualquer instante.
Compreendendo um pouco do histórico deste
medicamento:
Este remédio, pouco conhecido, é feito da cinza
vulcânica do mOnte Haia, Islândia, que apresenta
como característica erupções com liúcio explosivo que
costumam durar horas; O que se segue é um processo
mais lento, porém constante, durante algumas sema-
nas. Isso é algo observado e que deve ser checado.
284 Carlos arunini, Mario Giorgi & CoJabs.
Durante a viagem à Islândia, Garth Wilkinson
observou que ovelhas que pastavam nas encostas do
monte Hecla apresentavam imensas exostoses na ma-
xila. A ausência de leite também foi observada tanto
em vacas quanto em ovelhas. Notou que quanto mais
distante e mais fIno o pó de lava mais prejudicial ele
é. A lava grossa ao redor da montanha é inerte.
Vacas, após a morte, foram examinadas eencon-
trou-se em seus intestinos uma grande quantidade
de cinzas endurecidas como uma massa, O estômago
estava coberto por uma membrana preta manchada
de marrom e de difícil remoção e os dentes da maxila
estavam cobertos por uma crosta metálica brilhante.
Muitos cavalos morreram por proruberâncias
nos ossos da maxila e por deslocamento do maxilar.
Ovelhas ao serem dissecadas apresentaram in-
ternamente uma matriz azulada e os intestinos eram
friáveis. Seus ossos e os dentes foram muito afetados.
Os ossos da cabeça, principalmente os ossos da man-
dJbula, apresentaram-se inchados e tomaram-se muito
friáveis, e ao serem fervidos eles se despedaçaram. Es-
tes "inchaços" que cobriam os maxilares apresentavam
uma textura diferente, eram mais escuros e podiam
ser destacados do osso sem feri-lo . Em muitos casos
fatais um "buraco" (tumor) foi descoberto em baixo
das protuberâncias.
Garth Willcinson também utiliwu Hecla com
excelentes resultados em dores de dente, abscessos
gengivais, protuberâncias ósseas na maxila e em pa-
cientes que apresentavam difIculdades de dentição.
A experiência clínica demonstrou o poder da Hecla
no tratamento de muitas formas de doença óssea,
incluindo osteosarcomas, osteítes sifilíticas e ex()stoses. As
protuberâncias são doloridas e sensíveis ao toque,
agravam com toque e pressão.
Lavas do Mtntnt Heela, lcetand.
As glândulas são tão ou mais infectadas que os
ossos. Esclerose ganglionar dos nódulos do pescoço
tal como um "colar de pérolas". O lado direito é
predominantemente acometido.
A composição da lava desse vulcão é bastante
complexa e também única, dada toda sua origem. Ao
longo dos anos tem sido estudada e até hoje não se
sabe explicá-la como sendo resultado de um simples
processo evolucionário.
Sílica, alumínio, magnésio, calcárea e óxido de
ferro fazem parte dessa composição. Em algumas
erupções observou·se um alto grau de flúor, coincidin-
do com um alto grau de fatalidades entre os rebanhos.
Generalidades
Está indicada em várias formas de afecçóes ós-
seas, em geral após algum traumatismo.
Tendência supurativa.
Lateralidade predominante dos sintomas:
Direita.
As modalizações aproximam Hecla de Rhus tox.
(Clark).
Particularidades
Hering
• Até agora os sinto.mas mentais não estão
claramente defmidos. .
• Dor de cabeça crônica.
• Vertigem sempre que levanta, abaixa ou muda
de direção. .
• Destruição ulcerativa dos ossos nasais.
• N evralgi;t facial ou dor de cabeça de origem
dental (pulpites) ou cáries dentais.
• Pólipos crescendo c deformando a face, for-
çando o olho e obstruindo a narina. Estendem-se à
o Monte Hcela.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
cavidade bucal, impedindo a respiração e a mastiga-
ção. Epistaxe. Dor de cabeça.
o Dor de dente, especialmente em dentes que
estão muiro sensíveis à pressão. Com protuberâncias
na maxila.
o Nevralgia por dentes cariados; em cavidades
em que o dente foi eJ(uaído .
o Abscessos com reabsorção da cavidade óssea
após extração dentária .
o Sensibilidade nos dentes superiores direitos
após leve pressão.
o Endurecimento e crescimento tumoral tão
grande como uma pera na região da asa do nariz e
muiro sensível ao roque.
o Conjuntivite no olho direito.
o Endurecimento e inftltração de glândulas do
pescoço, tal como um "colar de pérolas".
o Mialgia, especialmente nos músculos inter-
costais.
o Dores rorácicas.
o Supressão da secreção láctea.
o Gastrite.
o Colite.
o Ausência de lubrificação (ovelhas e vacas).
o Exosroses na tíbia, muiro doloridas e incapa-
citando o trabalho.
o Actinomicose.
Clark
o Osteíte do nariz com obstrução nasal.
o Twnores no sínus ou na parótida.
o Sinusites.
o Nevralgia facial ao tocar os nervos maxilares
superiores ou inferiores.
o Exostoses maxilares inferiores.
o Hipertrofia da mandíbula.
o Cáries dentárias; cáries dentárias na infância.
o Dores nevrálgicas em cavidades de dentes
extraídos
o Sequelas dolorosas ou não cicatrização após
extração dentária.
o Físrulas dentais ; físrulas ósseas dos ossos da
face .
o Abscessos dentários; abscessos de raízes.
o Abscessos de gengiva devido a dentes ca-
riados.
o Periodontite.
o Transrornos localizados ou generalizados
relacionados a wna causa dentária.
285
Tropismo pelos caninos.
o
Adenopatias cervicais duras e sensíveis.
o
o Twnores ósseos, infecções (ósseas) ou não .
o Raquitismo dos membros inferiores (encur-
vamento dos ossos).
o Twnotes benignos nos pés.
o Twnores malignos nos ossos.
o Osteomalácia~
o Inflamação das veias; f1ebites; varizes (Cale.
fi.; FI. ae.).
o Agravação no inicio do movimento; melhora
pelo movimento contínuo.
o Agravação ao repouso, pela pressão.
Comparações
Como vimos, esta lava é composta de muitos
elementos, o que nos faz entender porque com partilha
de sintomas com mui toS policresros:
Silieea: é um medicamento também bastante
utilizado em abscessos e cáries dentárias e ósseas,
entretamo aqui temos a fragilidade personificada em
processos supurativos crônicos. Em contrapartida,
nossa lava, Hecla , após sua súbita explosão, tem
períodos de atividade mais lenta (como se fosse wn
adormecimento) em que fica assimomática , existe
trégua em sua supuração, enquanro em Silicea a dre-
nagem é normalmente contínua.
Phytolaea deeandi'a: é, sem dúvida, O medica-
mento que mais se emprega para adenopatias com
infarros ganglionares. Entretanro raramente encon-
tramos aqui O aspecro supurativo (abscesso) destes,
como é comwn em Hecla.
Hepar Sulphur: também considerado wn me-
dicamemo para furúnculos. Quando empregado
em casos de abscessos, ele "amadurece" o processo
facilitando sua drenagem, entretanto em Hepar tudo
é muito agudo, sua resposta é imediata, é a impulsi-
vidade personificada, não tem nada de contido como
nossa lava.
Outras medicações que têm sua ação comprova-
da no tratamento de exostoses são: Aumm, Aumm
muriatieum, Mercurius e Silieea.
Os remédios que mais se aproximam são: Siti-
cea, Calcarea carbonica, Calcarea phosphoriea, Hepar
Sulphur.
Este grande medicamento para cáries dentárias e
ósseas, abscessos, muito utilizado pelos dentistas ho-
meopa tas no alívio de suas dores, não mereceria mais
experimentações e estudos? Fica aqui nossa sugestão.
286 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

APELIDO: O CONTIDO - Doença da articulação coxo femoral (displasia,

NÚCLEO: insegurança degeneração, necrose)
SlNTOMAS MARCANTES: - Caríes, exostoses, inflamações, amolecimento
ação lenta, porém constante; (osteomalácca) e tumores ósseos
afecções ósseas pós traumática; - Agrava iniciando o movimento e melhora com
tendência supmativa; movimento continuado
cáries ósseas acompanhadas de muita dor. - Dermatofitose

O Animal de ... A Boca de ...

- Epista-xe e pólipo nasal - hipertrofia da mandíbula

- Hipemofia da mandtbula - necroses e tumores ósseos
- Endmecimento dos gânglios - reabsorção alveolar vertical (bolsa periodontal)
 Matéria Médica Homeopática Inlerpretada
287

Helleborus niger

Ordem: Ranunculáceas. Componentes:

Heterósidos
Helebrina (helebrósido, derivado dos bufadienó-
Panes usadas: tintura feita da raiz, que é preta.
lidos com una potente atividade cardíaca) saponinas
(heleborina, tem efeito narcótico).
Habitat: montanhas, desde os Alpes da Suíça,
Alemanha e Áustria, através da Eslovênia e Croácia,
Efeitos tóxicos:
até o norre da Itália.
Ainda que a helebrina seja pouco tóxica,. alguns
Nome popular: Rosa do Natal.
dos seus derivados, como a desglucohelebrina e a
Outras plantas do gênero estudadas em Ho-
helcbrigenina podem provocar dores no estômago,
meopatia: Hel/cborus fletidus, Helleborus oricntal/is,
excessiva salivação, vômitos e cólicas, dores de cabe-
Hclleborus viridis.
ça, visão alterada, zumbidos nos ouvidos, alterações
cardíacas e inclusive colapso cardiovascular e morte
Ação geral: produz embotamento da sensibi-
se for tomado em grandes doses.
lidade, convulsões, delírio, edemas, dores na boca e
no abdomen com náuseas, vômitos, cãibras e diarréia
Propriedades: Arividade inotrópica positiva e
sanguinolenta.
cronotrópica negativa (aumenta o tônus cardíaco e
diminui a frequência do seu ritmo). Estimula a for-
Descrição: Erva permanente, cresce até 70 em.
mação de urina. Vomitivo. Narcótico.
com folhas em forma oval. Flores com 2 a 3 polegadas
de largura, pétalas brancas ou róseas. Seu fruto é uma Indicações:
pequena cápsula com muitas sementes pretas. Insuficiência cardíaca;
Epilepsia;
Hipocondria;
Alterações mentais diversas;
Amenorreia;
Anemia.

Helleborus niger, se manifesra na clínica como

um sujeito:
• Desconectado I Monotonia .
• Conectado.
Quando está no pOÜJ negativo Helkborus se fa-
rece mais com um vegetaJ t/Q que com uma pessoa. E o
tipo sobre o qual se costuma dizer: devagar, quase
parando. Vegera porque não parnclpa da VIda, está
28 Carlos Bn..mini, Mario Giorgi & Colabs.
desconectado, como um aparelho elétrico desligado
da tomada ou apenas numa fase. Desligado do meio,
num estado de monotonia.
Oscila entre a conexão e a desconecção.
Helleborlts se dcsliga do meio e entra num estado
vegetativo, como se fosse só instinto, um autômatol
robot, que precisa de um empurrão para andar e não
consegue parar por si mesmo.
Ao ar livre se sente como se estivesse doente
há muito tempo , os objetos lhe parecem alterados
e novos.
Indisposto e triste a respeito do seu estado pre-
sente, tudo parece monótono e nada lhe interessa.
Quando está envolto em seus pensamentos, pode
estar com o humor calado ou então tende a estar
sempre alegre e ativo.
Humor ansioso, incliferente à alegria e à tristeza.
Somente depois de mn grande esforço e de al-
gum tem po consegue relem brar o que queria dizer
ou o que lhe foi perguntado. Não consegue reter o
que acabou de ler. Incapacidade para pensar e reter
qualquer coisa na memória.
Distração da mente quando está estudando, não
consegue fe<ar seus pensamentos.
Relembra pouco ou nada do que lhe aconteceu,
não sente prazer com nada.
Parece a CPU de um computador sobrecar-
regada de dados, não processa bem o que entra e o que
sai (sem memória). Pensar é uma qualidade inerente
ao ser humano, sendo assim, H elleborns se encontra
quase no limiar do itracional.
Hahnemann concluiu que há um estado de estu-
por, de obtusão dos sentidos, pois tem visão perfeita
e é incapaz de entender o que vê; aparelho auclitivo
também perfeito e não é capaz de distinguir o que
ouve; os órgãos gustativos perfeitos e não sente o
gosto de nada; frequentemente fica sem pensamentos.
Deseja trabalhar, mas não consegue prestar aten·
ção naquilo que faz ou não tem força para realizá·lo.
É um indivíduo com dificuldade para prestar a aten·
ção, captar, se ligar às coisas que estão acontecendo
à sua volta.
Não consegue sentar, nem ficar em pé, nem
deitar, sempre aponta para o seu coração.
Apontar, tem a ver com sua incapacidade para se
expressar com palavras (CUR). Ambos são reméclios
para autistas em graus cliferentes.
O Autismo é uma síndtome que apresenta um
padrão de comportamento alterado, produzido de
forma complexa, como o resultado final de uma ex-
tensa sequência de causas.
Tem atitudes com poses bizarras: colocar um
objeto em determinada posição, ficando de CÓcoras
;colocar-se de pé numa perna só;impedir a passagem
das pessoas por uma porta,somente liberando-a após
tocar em uma determinada maneira os batentes.
Ecolalia: repete palavras ou frases em lugar de
linguagem normal. •
Dificuldade em expressar necessidades: usa ges-
toS e aponta obejetos em lugar de palavras.
Irregular habilidade motora· pode não querer
chutar uma bola, mas pode emplilhar blocos.
Inquietação e ansiedade como se estivesse ante-
cipando um infortúnio.
Desesperado por acreditar que deve morrer.
Medo da morte.
Desespera-se com sua vida.
Nostalgia. Ao ver uma pessoa feliz torna-se
muito melancól.ico e se sente muito infeliz.
A vida sem um contato com o mundo deve ser
muito monótona, por isto, infeliz.
Tem um sentimento de desamparo e desproteção.
Veste suas roupas com negligência.
Veste a carrusa pelo avesso, abotoa errado e
COIsas assun.
Sem capacidade para refletir.
Diminuição do poder da mente sobre o corpo,
não pode fixar suas iderns, lento para responder, os
músculos não agem prontamente se sua vontade não
for dirigida com firmeza para a ação. Sua atenção
é desviada quando alguém lhe fala e ele deixa cair
alguma coisa que estava segurando.
Olha ao seu redor com os olhos arregalados, de
uma forma milito estranha e quando questionado,
arregala os olhos da mesma maneira, dá uma olhada
ao seu redor e agarra sua cabeça.
Expressão estúpida, olhar arregalado, lento para
compreender e dar respostas, todas as pem'pçócs dos
sentidos evoluem lentamente ou não chegam ao cons-
ciente; não expressa qualquer desejo; se for deixado
assim até adormece.
Tendência a ter um olhar fixo e involuntário
dirigido para os objetOs.
Idiotia e cretinismo. Embotamento, não diz
nada. É governado por uma ideia fixa.
Sente como se tudo fosse claro e escuro.
Seu mundo se parece com uma foro em preto
e branco, um mundo sem atrarivo, monótono, com
indiferença para a akgria e a trisreza.
 Matéria Médica Homeopatica Interpretada
Instabilidade marcante em suas ações
Como se não pudesse comandar seus músculos
(Gels). A mente não comanda O corpo, precisa pensar
até para comandar os músculos.
Tenta constantemente escapar.
Recusa colo ou afagos, age como se estivesse
surdo.
Silêncio inflexível.
Extrema tendência a ficar irritado, a menor bo-
bagem que contrarie seus desejos lhe provoca raiva.
Acessos de raiva, demonsrra exrrema aflição sem
razão aparenre.
Facilmente fica com raiva, piora por ser conso-
lado, não quer ser perturbado.
Nega-se a ter contato com o meio.
Uma ausência total de contato com O meio, nisto
lembra Thuya que apresenta um bloqueio na comu-
nicação, com Curare que se fecha em si mesmo, com
Bar-sque tem medo de conversar, com Camphwaque
reflete sobre si, com Helium que se considera como
um dos medican1entos para autismo.
Quer deitar e rolar a cabeça de um lado para
ourro; sente-se desamparado como uma criança. Joga
a cabeça para trás para um lado e para Outro.
Ausência de todas os sentidos e todas as expres-
sões da vontade ; dificuldade para engolir.
Falta de sensações, com tremores e movimentos
das mãos em direção a cabeça, pisca os olhos, in-
sensibilidade a luz, movimentos mastigatórios e um
torpor, deita com os membros bem separados, pernas
flexionadas, urina involW1tária.
Facilmente fica com raiva, especialmente depois
que lhe falam docilmente.
Olhar vago, pupilas dilatadas, com os olhos bem
aberros ou semifechados.
No consultório pode ficar com aquela cara de
bobo,. às vezes babando, olhar arregalado, lembra o
cretlrusmo.
Nenhum sinal de que tem visão ou audição, não
articula nenhuma palavra.
Não consegue repousar em nenhum lugar devido
à uma ansiedade no coração.
Incapacidade do corpo para responder a
estímulos
Os músculos se recusam a fazer O seu trabalho
quando não são governados por uma forre atenção
da vontade.
Desespera-se para ficar bom
Kent: "Quando questionado O paciente Hellebo-
rttS não é capaz de dizer O que há na sua mente, quan-
289
do é acordado fala de espíritos ou diz que vê diabos
com chifres e rabo, imagina que está fazendo algo
errado, que está cometendo um pecado in1perdoável.
Faz movin1entos que parecem não ter nada a ver
com a sua vontade, ele sin1plesmente faz movin1entos
como alguém que está se movendo num estado de
ausência. "
Fisicamente apresenta:
Dor de cabeça, se torna mais intolerável quando
se esforça para ficar deitado, fecha os olhos num esta-
do de semissonolência e aí, esquece sua dor.
Sente um prego no alto da cabeça.
Falta de força nas mãos, não consegue segurar
nada, nem dobrar os dedos quando faz força .
Instabilidade dos membros, fraqueza dos pés,
vacilação dos joelhos, só consegue andar devagar.
HeUeb(JYUS é O tipo sobre o qual se costuma dizer:
devagar, quase parando.
Dor no calcanhar esquerdo, com medo de virar
O pé.
Todos os músculos dos membros estão muito
pesados e doloridos, fica im possibili tado de movi-
mentá-los.
Espasmo nas pálpebras superiores.
Um relaxamento súbito de todos os membros,
cai subitamente, mas retém sua consciência.
Um edema súbito da pele.
Repugnância ao beber.
U ma grande ansiedade com náuseas e sofrimen-
to, pensa que está para morrer.
Saliva aumentada ..
Grande tendência para o v6mito que perturba
o seu sono.
Desconforro geral.
Generalidades
• cobrir-se
• cefaleia e respiração estando deitado
• não suporra nem o calor nem O frio.
• 16 - 18 h
• descobrir-se
• esforço, exercício, andar, su bir escada
• movimento, agachar
• molhar-se
• pressão
• pensar em seus sintomas
• consolo
Tem comportamento ritualista, ligado a rocinas,
é inábil, não interage, nem se comunica. Quando fala,
não pergW1ta como O outro está. É autista.
290 Carlos Brunini, Mario Giorgl & CoJabs.
Ele é Helleborus?
Autismo é uma síndrome, ou seja, um conjunto
de sintomas que, agrupados, recebem esta denomi-
nação.
Autism Society of America
"Indivíduos com autismo usualmente exibem
pelo menos metade das características abaixo listadas.
Estes sintomas tem âmbito do brando ao severo em
intensidade de sintoma para sintoma. AJém disso,
o comportamento habitualmente ocorre através de
muitas situações diferentes e é consistentemente
inapropriado para sua idade."
o Dificuldade de relacionamento com ou-
tras cnanças.
o Riso inapropriado.
• Pouco ou nenhum contacto visual.
o Aparente insensibilidade 11 dor.
o Preferência pela solidão; modos arredios
o Rotação de objetos.
o Inapropriada fixação em objetos - (apalpá-los
insistentemente, mordê-los ... ).
o Perceptível hiperatividade ou extrema inati-
vidade.
o Ausência de resposta aos métodos normais
de ensino.
o Insistência em repetição, resistência à mudança
de rotina.
o Não tem real medo do perigo (consciência de
situações que envolvam perigo).
o Procedimento com poses bizarras: (fixar
objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé
numa perna só; impedir a passagem por uma porta,
somente liberando-a após tocar de uma determina
maneira os alisares) .
o Ecolalia - (repete palavras ou frases em lugar
da linguagem normal).
o Recusa colo ou afagos.
• Age como Se estivesse surdo.
o Dificuldade em expressar necessidades - usa
gesticular e apontar no lugar de palavras.
• Acessos de raiva - demonstra extrema aflição
sem razão aparente.
o Irregular habilidad~ motora - pode não querer
churar uma bola, mas pode arrumar blocos.
 Matéria Médica Homeopética Interpretada
Lathoud denomina o Hepar SIIlphllr de Hepar
SIIlphllris calcarellln ou fígado de enxofre calcário.
Boericke se refere a ele como sulfeto de cálcio de
Hahncmanl1.
Esta substância é uma combinação de partes
iguais de pó de enxofre puro e Calcarea ostrearnm.
A "tlor de enxofre" pura com o pó fino de conchas
de ostras, apresenta-se como uma massa amarela ou
avermelhada, porosa, friável e pouco solúvel em água.
Ela acarretará pontoS em comum enrre O SIIlphllr
sobretudo qua.nto às manifesta~õcs de pele e a Calca-
rea devido à intensa atividade gla.nduJar. Entreta.nto,
como veremos a seguir, Hepar SlIlphur apresema
um universo mental e também orgânico próprio,
distinto destes dois grandes a.ntipsóricos descritos
por Hahneman.n.
A genialidade e esplrito alquímico de Hahne-
man.n são os responsáveis pela invenção esse medi-
camento.
Nero incendiou &mu..
Hepar Sulphur
Ação geral do medicamento
1. Ação marcada e incontestável no sistema ner-
voso Ieva.ndo a hiperestesia sensorial. Desta
maneira se rá extremamente sensível ta.nto à
dor qua.nto às manifestações externas; por ou-
tro lado, teremos ação deprimente Ieva.ndo ao
enfraquecimento mental .
2. Atuando em mucosas: quadro catarral imo
portante, comprometendo mais vias aéreas
superiores, ouvidos e olhos.
3. Pele: escoriações, erupções miliares e urti-
ca.rifonncs, crostas nas comissuras da boca,
vesículas do tipo herpctiforme, supurações,
úlceras de pele.
4. Ação piogênica: podemos dizer que tem gra.nde
tendência à supuraçâo e que este é seu sintoma
mais característico. Qua.ndo usado em potências
altas (na fase em que o pus está se forma.ndo),
e não se repete a dos.e demasiadamente, poderá
chegar a fazer regressão do processo. Qua.ndo
o pus já está formado, potências baixas e re-
petitivas auxiliario a drenagem por apressar
a supuração (graças a este efeito é também
conhecido como bisturi homeopático).
5. Atuação em sistema linfático: enduração de
gânglios, nódulos, constituição escrofulosa,
supuração importa.nte de gânglios cervicais.
Matéria Médica Pura
Hahnemann
Enfermidades crônicas
• Esteve com ânimo rriste, por várias horas; se
sentia obrigada a chorar violentamente.
292 Carlos Brunini, Mario Giorgí & Colabs.
• Sentia uma terrível angústia à noite; durante
duas horas pensou que fosse morrer e estava muito
triste; acha\"a que se suicidaria.
• De mmhã, depois de levantar-se, está mal-
humorado, não tem vontade de falar; entretanto se
sentia contente enquanto estava na cama.
• Muito descontente e enfadado com suas dores
e desencorajado.
• Está extremamente enfadado e obstinado.
• A olínin1a coisJ O apaixonava' violentamente,
ele poderia ter matado alguém, sem dúvida.
• Sentia grande debilidade de memória durante
seu enfado, ele tinha que penSar wn pouco antes de
poder recordar algo.
• Teve uma aparição visionária de uma pessoa
morta, de manhã na cama, depois de despertar e de
estar consciente; isto O assustou também imaginou
ver a easa de seu vizinho em chamas, O que também
o aterronwu.
• Frequentemente comete erros ao falar e es-
crever.
• Até o anoitecer, sentia grande sonolência que
era acompmhada de bocejos frequentes, violentos,
quase convulsivos, e não podia evitar deitar-se.
• Depois de um entretcnunento arumado ao
anoitecer, não pode dormir Jurante toda a noite.
• Tem sonhos acerca de tarefas perigosas com
medo e terror.
• Tem sonhos ansiosos com transplfaçclu nas
costas ao despertar.
• Sonha estar vomitando pus e sangue.
Ânimo deprimido o leva a pensar em suicídio.
• Sonha que ouve tiros. Sonha que está caindo.
Vijnovsky
• É o paciente mais sensível da Matéria Médica.
• Secreções e excreçóes têm cheiro de que'Jo
velho e acre característico.
Hering
Sintomas Guias
• Grande debilidade de memória durante a
irritabilidade.
• Murmura delirantemente com calor queiman-
do no corpo.
• Tem visóes terríveis de fogo e de pessoas
mortas.
• Ao despertar, agitava a casa com gestos ter-
rí\"eis, ameaçava matar sua esposa e filhos, tentava
incendiar a casa e era difícil controlá-lo.
Depois foi admitido num asilo, onde permane-
cia sentado num canto do quarto, silencioso e sem
movimentar-se; sua urina e as fL:zCS saíam involw1ta-
riamente, toda a superfície do corpo estava coberta
por uma erupção escabiosa; tinha inquierude à nOIte
/ escabiose.
• Ânimo malicioso, sente que poderia matar
alguém com prazer. .
• A criança não tem inclinação para bnncar, nem
para divertir-se com nada, não ri. .
• O ânimo deprimido o leva a pensar em SUI-
cídio.
• A causa de ataques incontroláveis de angústia
interna, os quais às vezes sobrevinham repentinamen-
te', sente-se movido a tentar suicídio.
• A mínima coisa o irrita e provoca uma vee-
mência externa.
• Enfado, cólera pela menor insignificància.
• Apresenta irritabilidade colérica, que pode
chegar até a mais extrema violência - a qual não pode
amenizar - e term.inar com assassinato e incêndio.
Allen
• Extremamente descontente e irritado a respeito
de suas dores e desencorajado.
• Lembra de tudo o que foi desconfortável
durante sua vida.
• Humor irritado, rudo o que empreendia estava
errado. Desejava estar só.
• A mínima coisa fazia com que ele irrompesse
na maior violência; ele podia ter matado alguém sem
a menor hesitação.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
o Não suporta estar descoberto ao contrário de
Nux vl»nica, Secale cornutum e Camphora.
Nash
o É o medicamento que apresenta mais intensa-
mente melhora com O tempo úmido.
o Tem uma extrema sensibilidade ao frio (inver-
no), agravando-se ao vento frio, ar livre, e se beber
bebidas frias; as crianças de Hepar cosrumam apresen-
tar sintomas se tomarem sorvete: surgem amigdalites,
com dores de garganta como se tivesse um espinho
ou corpo estranho encravado nos tecidos; aparecem
também abscessos de amígdalas e suas secreções e
excreções cheiram mal, lembrando um cheiro forte
de queijo rançoso em toda a casa.
Kent
o Transpiração profusa durante o climatério com
cheiro de queijo que invade a casa de tão forte.
o Falsa difteria - asma, palpitações, panarício,
fwúnculos nas nádegas, erisipelas.
G. Charette
Convém, sobretudo às constituições linfáticas e
escrofulosas que têm tendência a empções c rumefa-
ções glandulares. O tom é frequentemente amarelado
com uma pele malsã. O lábio inferior está rachado no
meio, o superior inchado e doloroso.
Convém também às mulheres louras de caráter
apático e de músculos fracos.
Mentalmente, o indivíduo Hepar é quase sempre
triste e deprimido mentalmente, sobretudo à tarde.
Notamos tendência ao suicídio e também, "uma espé-
cie de calma feroz que o leva a cometer um homicídio
a sangue frio". O indivíduo de Hepar apresenta uma
hipersensibilidade física e mental, é muito friorento,
tudo lhe desagrada, irrita, nada O satisfaz. Pessoas
violentas irritando-se facilmente. Beberrões que em
estado de embriaguez são levados a matar.
Entendendo seu gênio
Impulso - agudo - fogo: o incendiário da Ma-
téria Médica.
O mesmo fogo que te queima no inferno te
purifica de seus pecados.
Medicamento mais impulsivo da Matéria Médica
num rompante comete desatinos. Desejo impulsivo
de matar se ficar irritado - a irritação ocorre por
bagatelas.
Impulso desejo de matar pela menor ofensa.
293
O Barbeiro tem desejo de matar seus clientes
enquanto passa a navalha no pescoço. lrritabilidade -
impulsão - se irrita por bagatelas levando a violência.
lrritabilidade = impulsão - palavra tema do me-
dicamento Intokr4nâa IIOS próprios filhos, passa a achar
Herodes natural (parafraseando a música Cotidiano
2 de Toquinho e Viníàus).
Linguagem rude - incisiva - língua em brasa -
violência (pequeno estímulo, grande vocabulário de
"gentilezas").
Síndrome do AIPO - (uma brincadeira didática:
"A.i por que fiz isso? Ai porque errei?»
A arrepende-se logo depois de ter feito algo (sem
pensar), ficando:
Depressivo - triste - melancólico.
Medroso, pela manhã tem visões de espíritos e
imagens assustadoras, aqui voltamos ao tema arder
no fogo do inferno
Doutrina das assinaturas: Tudo é muito rápido
(como O FOGO) = agudo, não usa a razão = ato
equivocado, age sem pensar, age sem refletir. Faz
coisas que normalmente não faria (impulso súbito,
sem previsão, repentino) . Você fica pasmo, é capaz
de grandes respostaS, disparates.
Dinâmica miasmática
A Dinâmica miasinática (que também poderia
ser entendida como a compreensão do núcleo neuró-
tico do paciente) nos auxilia a compreender os sinais e
sintomas orgânicos e mentais do medicamento junto
com seu gênio; portanto, sua maneira peculiar de ser.
Cremos que miasma não é apenas um dado histórico
introduzido por Hahnemann, mas é a maneira de ra-
ciocinar por meio da sintomatologia para penetrarmos
no lll1.Íverso mental de cada paciente.
Ao lermos então os sintomas extraídos das
experimentações de Hahnemann, Hering e Alien,
encontramos que Hepar Sulphur traz na sua psora
uma sensação de insatisfação consigo mesmo, não se
contentando ou satisfazendo com nada, eXplodindo
por bagatelas e podendo chegar às vias de fato graças
ao seu alto grau de irritabilidade.
Com sonhos nobres, coisas e tarefas perigosas,
que cai de uma altura e lhe causam um grande pânico.
Sonha que ouve tiros, sendo que esta inquietude e este
comichão é a psora deste medicamento, sua maneira
294 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

OutrO impulso forre e perigoso de Hepar esrá na

sua piromarua, acredira que pode incendiar o mundo.
Um exemplo forre desre faro que enconrramos na
hisrória é o do imperador Nero, que levou aré o final
sua cólera e violência, deliciando-se com o incêndio
de Roma.
~~ ...... .
oq'>1f! . ~'ttM'/"" '1m <v . )- JwlÁI<"j
p,w,wo I ( lU(' • . •. 1a$ ~ .' .7 '0
I I'7~Lil "7ffr U i /' r'
. LJ .I1)NLJ /1klr.a'rioo
Irritabilidade. No..0j·· J;(JJmva
PI{j)y,~,,·dftdJ.: tnI...()>f) ,~J<.(<&
r ,,~\
particular de se porrar, independenre de farores e
noxas eÀ-rernas.
O seu movimenro de afirmação a esra irrirabili-
dade psórica serão seus sinromas sicóticos como aros
·I · Qc,4 JiI w:lJtn,
1IJ1/<IJ1J,w ~VO
· /ÀJ.JTirrrD 4<JJA-J?,;fo/C .
J/lIJl!\l »f: 1Ict1!:
'JO~Ú10
~
\

falhos e grande esquecimenro dos faros , sempre faz
uma pausa anres de começar a falar como se estivesse
renrando recordar de algum faro ; mau humor e rem-
peramenro obstinado. Animo malicioso.
Ainda aparecerão sinromas desaurivos e de fuga
se predominar uma fase mais sifilítica; aqui, enrão,
Hepar esrará compleramenre estúpido, sem compre-
ender ou recordar-se de nada, com desconrenramenro
extremo; crianças que não rêm disposição para brincar
ou divertir-se, não riem, os pensamenros desaparecem,
e rornam-se misanrropos.
Fica evidenre sua sífilis ao lermos em Bering:
ao desperrar, agirava a casa com gesros rerríveis;
ameaçava marar a sua esposa e as cnanças, renrava
incendiar a casa e era difícil de conrrolar; depois disso
foi admirido num asilo, onde permanecia senrado,
num canro do quarro, si.lencioso e sem mover-se.
Demência, com complera esrupidez, esrá senrado num
canro em silêncio e sem falar.
Pois, sem dúvida que renrar colocar fogo em rudo
é um exemplo marcanre de uma das manifesrações mais
sifiUticas que se rem conhecimenro.
Considerações
A hipersensibilidade desre medicamenro, ranro
à dor quanro ao raro, fará de Hepar Sulphur um dos
medicamenros mais impulsivos da maréria médica,
sendo que desra forma poderá mesmo chegar ao ex-
tremo. Um exemplo disso é o caso do barbeiro que,
enquanro faz a barba de seus clienres, rem o desejo de
corrar o pescoço dos mesmos com sua navalha se ficar
irrirado; sendo que ral irriração ocorre por bagarelas.
(Exemplo exrraído da experimenração).
<io"p::A>fZ - ,;:j/" . _
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OB\ ~ tlG(/ ot J)1fJIbtin ? (-r~)
I . .".:t~
JSG<., 1'/+ _ " ,...., 1&
São ind.ivíduos gulosos que falam e comem
rapidamenre, melhorando após comer. Gosram de
comidas picanres, bebidas forres , aversão às gorduras.
Agem com pressa e falam com rapidez (Bellad<ma,
Lachesis, Dulcamara e Sulphur).
Enconrramos crianças H epar, birrenras, que
conrradizem e choram anres e depois da rosse.
O grande momenro do dia de desequilíbrio
esrá no anoirecer, onde aconrece depressão moral,
angúsria e exrrema apreensão, com remor da morre
e maus pressógios, sendo que pela manhã tem visões,
vê pessoas morras e crê que a casa do vizinho está em
chamas.
A tendência para a supuração é a mais acenruada
e tem sido um forre sinroma orienrador na prática.
As lesões se espalham com formação de pequenas
pápulas ao redor da les:io antiga. Tem o poder de
provocar supuração ao redor de corpos estranhos.
Por exemplo: se uma farpa de madeira está sob a pele
em local ignorado, Hepar Sulphur, assim como Silicea
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
se estiverem de acordo com os sintomas gerais
tl:Yra,
do paciente, apressam a supuração e curam o doente
expulsando o corpo estranho.
Demais sintomas
• Vertigem de manhã, cefaleia - melhora ao aper-
tar a cabeça com uma cinta.
• Sensação de que os olhos são empurrados para
trás, sensação de areia nos olhos, fotofobia.
• Pontada dolotosa como se detonasse os ouvi-
dos ao assoar o nariz - otorreia purulenta.
• Olfato agudo durante vertigem, secreção nasal
purulenta, ozena, obstrução nasal com ar frio - cheito
forte de queijo na secreção.
• Faces amarelas, com círculos vermelhos ao
redor dos olhos; dores nos ossos do rosto - púsrulas
nos lábios.
• Odontalgias, como se lhe arrancassem os
dentes.
• Úlceras na boca, gosto pútrido ou amargo -
metálico.
• Abscesso de amígdala e no pescoço.
• Gastralgia ao assoar o nariz.
• Cheiro de queijo rançoso, prorusão hemor-
roidal .
• Edema e supuração de gânglios inguinais.
Micção com urina turva, jorro perpendicular, coceira
no pênis, coceira vaginal que piora na menstruação.
A impulsividade atrapalha casos de amor, veja-
mos a letra de Roberto Carlos: Música didática.
Hepar sulphur
"Meu bem, meu bem, Você tem que acreditar
em rrum.
Ninguém pode destruir assim, Um grande amor.
Não dê ouvidos à maldade alheia e creia.
Sua estupidez não lhe deixa ver que eu te amo.
Meu bem, meu bem, Use a inteligência uma
vez só.
QuantOs idiotas vivem sós, Sem ter amor
E você vai ficar também sozinha, Eu sei porque
Sua esrupidez não lhe deixa ver, Que eu te amo.
Quantas vezes cu tentei falar,
Que no mundo não há mais lugar
Para quem toma decisões na vida sem pensar.
Conte ao menos até três, Se precisar conte outra
295
vez, Mas pense outra vez, Meu bem, meu bem, meu
bem, Eu te amo . Meu bem, meu bem
Sua incompreensão já é demais.
Nunca vi alguém tão incapaz de compreender
Que O meu amor é bem maior que tudo que
existe
Mas sua estupidez não lhe deixa ver
Que eu te amo,.,Ah eu te amo, eu te amo ...
tanto! "
A Boca de ...
. abscessos dento-a1veolares agudos (ação centrí-
fuga) em potências baixas, ação drenadora.
- eStOmatite.
- aftas no palato e nas gengivas.
Homeopatia & pediatria
Mania de fazer fogueirinha , as mães precisam
esconder CaiX3 de fósforos.
O senso de perigo não costuma fazer parte do
repertório destas crianças, sendo que são atrevidas,
topam atividades perigosas, não aceitam limites
sendo imprudentes, e graças a sua impulsividade fa-
zem aquilo que dá na telha. Sua irritabilidade, desde
cedo demonstrando ter pavio curto, explodem por
pequenas coisas, um brinquedo de montar que não
dá certo e FOGO!
Nux vomica tambéIp se parece com a explosão
mas tem o motivo da justiça. Crianças gulosas comem
tudo o que aparece na frente, gostam de comidas
condimentadas. É melhor o dia (SOL) que a noite,
inverso de Gelsemi..m. .
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: IMPULSMDADE - de repente
avança no proprietário. Mau humorado ao ser des-
pertado e pior ainda se for despertado.
SUPURAÇÃO atua com eficácia em abscessos
(quentes, nos frios Si/icea ), otites supuradas com
perfuração de túnpano e otorreia sanguinolenta.
Quadros cararrais de repetição. Acúmulos de
substâncias sebáceas na pele, múltiplos abscessos.
SENSIBILIDADE ao frio , dor tato, animais
friorentos, desejam permanecer cobertos, adoecem
pela friagem e mudanças de temperatura, gulosos,
secreções com cheiro de queijo rançoso que impreg-
nam o ambiente.
296 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.

Hydrastis canadensis

A sujeira e podridão de Hydrastis está na cara.
Hydrastis, Hydrastis canadensis ou Warneria
canadensis, é uma planta ranunculácea originária dos
Estados Unidos da América e Canadá, onde cresce
espontaneamente nos prados.
O nome genérico da planta "Hydrastis" deriva
de dois termos gregos que significam "jorrar água",
provavelmente devido ao seu efeito sobre as mem-
branas mucosas. Nomes populares: Selo-de-ouro,
Raiz-laranja, Sanguinária-amarela, Raiz-de-ouro. A
grossa raiz amarela desta erva foi utilizada original-
mente por uma tribo indígena amel;cana (Cherokees)
como tônico digestivo e tratamento de câncer. Outros
nativos americanos empregaram Hydrastis para tintura
de tecidos, patologias da pele, tratamento do fígado,
coração, febre e irritações oculares.
O rizoma contém como princípios ativos alca-
loides do tipo benzil - isoquinoleínico (Hidrastina,
Berberina, Canadina e Berberastina). O principal é
a Hidrastina, um vasoconstritor de origem central,
hemostático, flebotônico, hipertensor e oxitócito
aumentando o tônus e as contrações uterinas . A
Berberina atua como hipotensor e estimulante do
peristaltismo intestinal, possuindo atividade antimi-
crobiana ·contra bactérias e fungos.
A parogenesia de Hydrastis foi realizada em 1875
pelo Dr. Hale, um homeopata americano. A tintura
é obtida pela maceração da raiz fresca ou rizoma em
álcool a 90%.
rimentação que mostra que sob sua ação as mucosas
apresentam lesões inflamatórias caracterizadas por al-
teração de suas secreções naturais, que primeiramente
aumentam, depois se tomam anormais em quantidade
e qualidade. Inicialmente claras, brancas, transparen-
tes, depois se tornam amarelas, espessas, verdes, um
pouco sanguinolentas, viscosas e fIlamentosas.
No revestimento externo, benéfIco em grande
número de lesões cutâneas (escoriações, fIssuras e
úlceras), necessitando para atuar um certo grau de
croniddade. Esta especifIcidade de ação em lesões
irritativas crônicas de pele e mucosas colocaHydrastis
relacionado com a diátese cancerosa.
Hydrastis é um veneno essencialmente depressor.
Arua por meio de sistema nervoso sobre o aparelho
circulatório, ocasionando lentidão e arritmia dos mo-
vimentos cardíacos, ao mesmo tempo vasodilatação
geral que baixa a pressão vascular.

Ação geral do medicamento

Segundo Larhoud, Hydrastis atua de maneira
geral sobre rodas as mucosas. A clínica nos tem
demonstrado os ótimos resultados nos tratamentos
de catarros crônicos, de conformidade com a expe-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
2 7
Constituição e temperamento Medos: da morte, de doença, de wna doença
Indivíduos magros, caquéticos, debilitados. incurável.

Modalidades Sono / Sonhos

Agravação pelo calor, à noite, por vento seco e Sono inquieto. Insônia. Despertar difícil.
forte, por estar fora de casa, pelo movimento, pelo Sonhos: amorosos, ansiosos, sendo ocupado,
álcool. Melhoram pelo repouso e pela pressão. viagens, assustadores, ser perseguido, monstros )
vexatório.
SINTOMAS: Segwldo o programa RADAR
versão 7.3, Hydrastis possui 1230 sintomas homeo- Generalidades'
páticos, dos quais 74 são mentais. Secreções mucosas aumentadas, amareladas,
espessas, pegajosas, corrosivas. As mucosas podem
Sintomas mentais ser nasais, faríngeas , bronquiais, gástricas, duodenais,
(mais relevantes) intestinais, uretrais ou vaginais.
Um dos mais importantes medicamentos para
Dificilmente pensaremos em H ydrastis como
as afecções cancerosas.
um medicamento de fundo . Mesmo entre os mais
Grande prostração e debilidade física. Idosos
experientes homeopatas, quando se fala deste medi-
que se cansam facilmente, emagrecimento, marasmo.
camento, vem à tona a ideia de wn processo catarral Acessos repetidos de desmaios, com suores frios, por
especialmente indicado para as sinusopatias (assim
fraqueza. Os ferimentos , mesmo pequenos, sangram
como se fala em Amica para contusões ou Aconitum multo.
para gripes).
Entretanto, temos uma variedade de sintomas Cabeça
mentais como os que se seguem e podemos fazer Cefaleia frontal cortante acinla dos olhos, que
a1gwnas conexões psicossomáticas, dentro da abor-
melhora pela pressão manual. Dor cortante nas tem-
dagem homeopática. poras. Cefaleia no vértice Com náuseas.
Assim, se entendemos que "sinusite" é uma con-
Ruídos, com inflamação da trompa de Eustáquio
gestão inflamatória dos seios da face, o acúmulo destas
Erupções em crostas. Erupções úmidas. Oleo-
inlpurezas ou seja manter secreção mucopurulenta no sidade na fronte.
rosto, combina com temperamento irritável) raivoso,
amaldiçoante conferindo wna identidade rancorosa,
Olho
vingativa e sedenta de controle (guarda até seu pus
Inflamação com sec reção espessa, amarelada,
nos ossos da cara). aderente.
Depressão, tristeza, desalento. Angustiado.
Dor ardente, dor ao abrir as pálpebras.
Irritabilidade, principalmente após comer, após
Ulceração de conjuntiva. Conjuntiva anlarelo-
refeições. esverdead a.
Mal-humorado, piora se embriagado. Alcoo-
Opacidade da córnea.
lismo. Ouvido
Fraqueza de memória para fatos recentes, para
Secreção espessa, viscosa, amarelada, purulenta,
ortografia, para o que tinha lido, para o que está de odor repugnante.
prestes a dizer, para o que aconteceu .
Embotamento (lerdeza, torpor, dificuldade de
pensar e compreender).
Amaldiçoa, amaldiçoa sua mãe e atira o ali-
mento ou medicamento pelo aposento. Rancoroso
e vingativo.
Lamenta-se, queixa-se às vezes por dores.
Aversão a trabalho mental, a ler e a escrever.
Desejo de bater, de bater para machucar.
Desejo de esnobar, desdenhar, aqueles que são
diferentes dele.
298 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Co/abs.

Perfuração do Útnpano. Gastrite. Dor após alimentação, ardente, cor-

Obs([1Jção catarral da trompa de Eustáquio, com tante.
hipoacusia. Úlcetas. Vól11itos após alimentação.
Ruídos no ouvido como de c3mpainha (tinindo); Câncer.
som de maquinaria.
Abdome
Nariz Flatulência .
Sinusite (Kali-bi, Mere., Sil). Fígado: atrofia, cirrose, endurecido, aumentado.
Secreção espessa, viscosa, dura, amarela, verde- Dor abdominal como se viesse uma diarréia.
amarelada. Dores cortantes no hipogástrio
Secreção persistente das foss3s n<tSais posteriores. Roncos abdominais como se fosse ter uma
Coriza aquosa, escoriante, piora ao ar livre. diarréia.
Obs([1Jção. Obstrução em aposento quente. Reto
Ouna com secreção purulenta e sanguinolenta. Constipação. Constipação alternando com
diarréia.
Epistaxe Inatividade do reto .
Dor ardente. Dor em carne viva . Dor por ma- Fístula anal . Fi ssura anal.
chucadura do septo. Prolapso retal
Câncer nasal (Epitelioma). Fezes duras, cobcrt3 s por mucosidades espessas.

Face Uretra
Coloração pálida, expressão cansada. Blenorragia aguda com secreção amarela, espes-
Acne no queixo. Pústulas. sa, abundante.
Lábios com secura, aftas. Fissura nos cantos da Blenorragia crônica com secreção indolor.
boca. Prurido uretral.
Câncer nos lábios (Epitelioma).
Boca Genitais femininos
Leucorreia amarela, espessa, filamentosa, vis-
Gosto de pimenta ou amargo, paladar ruim .
cosa; agrava após menstruação. Prurido vulvar com
Língua inchada, branca, amarela ou vermelha,
leucorreia profusa. .
com marcas dentárias nas bordas. Acúmulo de muco
Desejo sexual aumentado.
viscoso na lingua
Coito doloroso, aversão ao coito.
Câncer de língua com dores ardentes, em quei-
Câncer uterino.
mação. Metrorragias, metrorragia por fibroma.
Úlceras na boca, com dores em queimação.
Respiração / Expectoração.
Garganta Respiração difícil quando deitado do lado es-
Faringite crônica, folicular. querdo.
Catarro espesso, viscoso, aderente, amarelado, Expectoração espessa, amarela, viscosa.
procedentes da fossas nasais que obrigam a escarrar
constantemente. Tórax
Garganta seca e dolorida, que está pior de manhã Câncer de mama. Endurecimento mamário.
ao despertar. Fissuras dos mamilos.
Mecçóes do coração. Palpitação do coração. Dor
Estômago em pontada no coração.
Apetite diminuído ou até inexistente. Inflamação dos brônquios em idosos.
Desejos: pão, pão com manteiga, ovos, chá.
Aversóes: carne, vegetais. Extremidades
Indigestão, principalmente em idosos. Dores reumáticas. Dor no quadril, na perna.
Sensação de vazio no cpigástrio. Fraqueza, debilidade dos membros inferiores,
Eructações azedas após se alimentar. joelho, perna.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Úlceras: membros inferiores, atrás da mão,
perna, tornozelo.
Inchaço: membros superiores, membros inferio-
res, tornozelo, pé.
Pele
Coloração amarela (icterícia).
Empçóes vesiculares amarelas . Intertrigo.
Úlceras profi.mdas, ardentes, secreção amarelada,
odor repugnante.
Úlceras sangrantes, endurecidas, dolorosas com
ferroada, pontada.
Úlceras cancerosas.
Urricária. Eczema.
Homeopatia & pediatria
A desafortunada
A criança de Hydrastis, jamais a esquecerá pelas
características de serem magras, caquéticas debilita-
das, (sensação de vazio no estômago). Catarrentas
(secreçõcs mucosas espessa, filamentosas, viscosas que
escorrem em volta do nariz dando um aspecto sujo e
desleixado), tristes, irritadas e mal humoradas. Dei-
xando de fato uma impressão de dor, falta de higiene,
sofrimento e pobreza. Se pudesse escolher um retrato
para nossas crianças carentes do terceiro mundo, teria
neste medicamento a foto ideal.
O aspecto desnutrido representa a fotografia
social das carências do terceiro mundo, interfere no
plano intelecrual, pois são esquecidas, tem aversão ao
trabalho mental, vão mal na escola.
Dificil dar COnta de suas tarefas escolarcs por
conta de seu desanimo, desmotivadas, nada agrada e
rudo é um grande peso, esforço.
Arua no tratamento bolhas herpéticas que apa-
recem no lábio inferior. Desinterias. Medicamento
mais conhecido por sua atividade junto a obstrução
nasal por coriza, densa, crônica e escoriante, como nas
sinusopatias, acompanhadas ou não de catarro crônico
na laringe, ou bronquite catarral com expectoração
viscosa. Obstrução das glândulas lacrimais.
APELIDO: O CATARRENTO
NÚCLEO: INDIFERENÇA
SINTOMAS MARCANTES:
secreção muco purulenta no rosto
temperamento irritável, raivoso
amaldiçoante - identidade rancorosa
2 9
secreções mucosas aumentadas e amareladas
afecções cancerosas
O AnimaI de ...
- Meruoso e alegre
- Vingativo
- Aversão a sair de casa
- Corrimento mucoso, espesso e amarelado
- Paralisia do rao e constipação crônica
- Hepatopatia com icterícia generalizada
- Úlceras cancerosas, endurecidas, indolentes e
sangrantes
- Tumores benignos e endurecimento dos gân-
glios.
A Boca de ...
língua inchada e branca ou amarela
saburra lingual - halitose
câncer de língua com dores ardentes
úlceras bucais com dores queimantes
Caso clínico
J.L.c., masculino, 9 anos de idade, procedente
de São Paulo.
Criança que já faz tratamento homeopático,
tendo como remédio de fi.mdo Lywpodium, apresenta
há duas semanas secrcção nasal, muita tosse e febre
baixa. Foi medicado com plus de Lycopodium 30 CH
e Allium cepa 6 CH no início, e segundo a mãe tinha
melhorado bastante, mas nos últimos 3 dias a tosse
norurna piorou, não consegue dormir, está cuspindo
catarro amarelado. A secreção nasal que no início era
aquosa, clara, agora está viscosa, espessa e amarelada,
mesmo pingando bastante Rinosoro, tendo-se consta-
tado cheiro fétido. A febre é baixa (37,5° C) somente
à noite, que melhora sem remédios.
Conduta: Hydrartis canadensis 3 CH, de 3/3
horas.
Evolução: Após 5 dias de tratamento, a tosse
norurna desapareceu e a secreção nasal está aquosa e
em pequena quantidade.
Discussão: Na prática diária dos pediatras,
otorrinolaringologistas e clínicos, o medicamento
Hydrastis é comumente utilizado como medicamen-
to episódico, nos casos agudos, organicis-ticamente
para rinosinusopatias. Raramente será utilizado como
remédio de fundo.
3 Carlos BrunlnJ, Mario Giorgi & Co/abs.

Hyoscyamus niger

Classificação Científica: isoladas e putificadas, essas substãncias originárias da

Reino: P/antas planta de Hyoscyamus são utilizadas nas contrações
Divisão: Magno/iophyta espasmóclicas musculares, irritação nervosa e histetia.
Classe: Mi:tgnoliopsida A preparação da tintura é realizada com a planta
Ordem: Solanáceas inteira.
Gênero: Hyosciaml<S A ingestão do meimendro acarretará a intoxica-
Espécie: H. Niger ção com a seguinte sequência de ação: tanto no geral
como em cada órgão individualmente trará:
Sinonímia: Beleno negro
Meimendro negro • Excitação com espasmos;
Henbane • Astenia com congestões(estancamento do san-
Origem: Europa e Ásia ocidental gue nos capilares);

Hyoscyamus niger é uma planta da família das $0- • Paralisias que termiBam em coma.
lanáceas. Cresce e se desenvolve em terrenos inférteis
e impróprios para o cultivo de outras plantas.
Possui odor fétido e nauseabundo.
É uma planta utilizada na meclicina traclicional
pois possue os alcaloides Hyoscynamina e Escopola-
mina que têm ação parecida com a atropina. Quando

Arlequim. Um exemplo.
 Matén'a Médica Homeopática Interpretada
Segundo Margareth Tyler: "Hyoscyamus é usada
na medi.cina tradicional como depressivo cerebral na
mania aguda, delirium tremem, delírio febril e insô-
nias. A droga é útil também para cessar ás cólicas."
O indivíduo de Hyoscyamus apresenta manifesta-
ções espasmódicas, sobressaltos, tiques, risadas sem
razão e falar entre os dentes.
Hyoscyamus tem um deürio maníaco, apresenta
tendência a aborrecer-se e insultar os demais. Tem o
ciúmes como sintoma mais marcante, bem como a
desconfiança. Assim como o ciúmes apresenta como
característica o exibicionismo (gosta de andar nu).
Segundo Charette:
O indivíduo tem tendência a pular do leito para
fugir de inimigos imaginários. Fala com loquacidade
de assuntos ligados as suas ocupações habituais, mu-
dando de um tema para outro, como Lachesis.
O delírio toma frequentemente uma form a
erótica, e o indivíduo descobre seus órgãos genitais.
Este delírio agitado alterna com um deürio tranquilo,
e é essa última forma com um "resmungar grosseiro "
que acaba por dominar.
Amedida que a fraqueza vai aumentando, o indi-
víduoHyoscyamus cai num estado de estupor tal, que é
difícil diferenciá-lo de Opium, podendo mesmo chegar
a um estado tifoide, onde este é o melhor remédio.
O deürio de Hyoscyamus sucede frequentemente
a loucura. A diminuição das faculdades intelectuais e
a perda da memória são sintomas muito frequentes .
As convulsões são muito importantes neste
medicamento. Ocorrem após as refeições, após um
SUSto, durante o sono, durante o parto.
Pode haver convulsões locais também com, sa-
cudidas e repuxões, tiques e nistagmo. Os espasmos
são mais c1ônicos que tônicos.
O sono é bem perturbado havendo gritos, choro
e sacudidas musculares podendo chegar a convulsão.
Vontade frequente de defecar alternando com
escassas ou raras evacUações. Pequeno fluxo de urina e
diurese copiosa; também são sintomas de alternância.
Muita vontade de urinar com pouco fluxo.
Petéquias na região abdominal, diartéia sangui-
nolenta, paralisia do esfíncter anal e da bexiga, após
o parto. Medicamento valioso para retenção urinária
pós parto.
Kent dá como caracteres particulares do deürio
de Hyoscyamus:
• medo de ser envenenado;
• alucinações de que uma pessoa está junto dele
e fala com ele;
301
• preocupações profissionais "loucura ocupada";
• o doente fala sempre do que fazia antes;
• medo de água corrente;
• desejo de estar nu .
Segundo Allen, outra característica importan-
te deste medicamento está na sua mania crônica,
caracterizada por sua lascividade, sendo o primeiro
medicamento a serl'ensado para esta situação.
Segundo Kent:
A paciente tira a roupa e expõe seus genitais
com excitabilidade sexual acentuada, fazendo gestos
obscenos provocativos, com acentuada ninfomania
e erotismo.
Vivendo fora da realidade, num mundo de aluci-
nações e fantasias, é perfeitamente compreensível que
Hyoscyamus seja um medicamento cheio de medos:
• Teme ficar só;
• Teme cachorro (medo de ser mordido);
• Hidrofobia (barulho de água o põe nervoso);
• Fala temas religiosos;
• Monia causada por emoções fortes (medo);
• Delirante, falta de pudor.
Sintomas
Gerais: Agravação de madrugada; durante as
menstruações; afecções mentais; ciúmes; amor infeliz.
Insônia intensa em pessoas irritadas e excitadas
por dificuldades financeiras , muitas vezes imaginárias.
Febre: pneumonia, escarlatina, torna-se rapida-
mente tifoide ; sentidos nublados, olhos fixos , belis-
cando ou mexendo na roupa de cama, língua seca e de
difícil CCintrole; evacuações e micções involuntárias;
contrações tendinosas.
Locais: Convulsões: em crianças, provocadas
por susto ou irritação de vermes intestinais; durante o
trabalho de parto; durante o estado puerperal; após as
refeições, a criança vomita, grita subitamente, depois
se toma insensível.
Espasmos: sem consciência, com grande agita-
ção; todos os músculos do corpo se contorcem, dos
olhos aos dedos dos pés.
Paralisia da bexiga: depois do partO, com reten-
ção ou incontinência urinária.
Tosse: seca, noturna, espasmódica; piora quando
deitado, aliviada ao se sentar; piora à noite, depois de
comer, beber conversar, cantar.
Cabeça: Sente a cabeça leve e confusa. Vertigem
como se estivesse embriagado. Sente o cérebro solto
302 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
e flutuando. Inflamação cerebral com inconsciência;
cabeça balançando de um lado para outro.
Olhos: Pupilas com dilataçao, cintilando, fIxas.
Olhos abertos, mas sem prestar atenção; abatidos
e entorpecidos, flXos. Estrabismo. Fechamento es-
pasmódico das pálpebras. Diplopia. Os objetos têm
margens coloridas.
Boca: língua seca, vermelha rachada, rígida e
imóvel, difIculdade em por para fora; fala perturba-
da. Espuma na boca. Dentes cobertos com tártaro.
Maxilar inferior caído.
Garganta: Sequidão e espetadelas. Estreita-
mento. Não pode deglutir, úvula alongada.
Estômago: Soluços, eructações vazias, amargas.
Naúseas, com vertigem. Vômitos com convulsões,
cãibras violentas, aliviadas ao vomitar; queimação
estomac;J.
Abdômen: cólicas, como se o abdômen fosse
estourar. Dilatação. Cólicas, com vômitos, soluços e
gritos. Timpanismo. Pontos vermelhos abdominais.
Genitais masculinos: Impotência. Lascivo;
expõe a sua pessoa; pega órgãos genitais durante o
estado febril.
Genitais femininos: espasmos histéricos antes
da menstruação. Desejo sexual excitado. Movimentos
convulsivos durante as menstruações, fluxo urinário
e suores. Espasmos em gestantes. Mania puerperal.
Peito: Períodos de sufocação. Espasmo forçando
a inclinar-se para frente." Tosse seca, espasmódica de
noite (pior deitado, melhorando ao sentar na cama),
devido a prurido na garganta, como se a úvula fosse
comprida demais. Hemoptise.
Extremidades: Cãibras nas panmrrilhas e nas
plantas dos pés.
Sono: Muita insônia. Entorpecimento com con-
vulsões. Sobressalta-se assustado. Coma vigil.
Nervos: Muita inquietude; todos os músculos
repuxam. Não fIca com a coberta.
Modalidades: Pior de noite, durante ás mens-
truações, após comer, ao se dei tar. Melhorando ao
se inclinar.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
303

Hypericum perforatum

Sinonímia
do princípio da Medicina (por analogia), que afirma
Fuga IÚlCmn1lUm, Herba solu, Mil-furos ou Mil-
que o aspecto dos vegetais indicava a sua utilização
furada, Erva-dc-São-João, En'a-das-perfurações ou
(Doutrina das assinaturas de Paracelso).
das-picadas, Hiperido. Vannicr rrazaindaHypericum
H)'pericum era comlUnente chamado em inglês
pscucW peiforatum.
de BaJm-ofWarrWr ("Bálsamo-do Guerreiro") por
Origem e histórico do causa do seu grande poder, de Grace-ofGod ("Graça-
medicamento
divina") ou Touch-and-Heal ("Toca-e-cura"). Era
também a "Erva-de-São-João", em francês, em
Próprio de lugares sombrios, este arbusto perene italiano e em alemão, língua esta que especificava
pertence à família H)'pcricacca e chega a atingir 80 "Sangue-de-São-João". (Johannisblut).
cm de altura. Com efeiro, era preciso colhê-lo no dia 24 de
Planta vivaz, cresce espontaneamente em roda junho, ao meio-dia, ou seja, quando o Sol atingia O
a Europa e Ásia, onde é considerada erva daninha,
florescendo em colinas, lugares secos, à orla de
bosques, à beira de caminhos e rios e em campos
sem cultivo.
Estando aclimatada ao Brasil, em vários países
da América e na Ausrrália, esta planta de belíssimas
flores amarelo-douradas encerra em sua intimidade
diversos princípios ativos usados de forma medicinal
desde a Antiguidade.
Prepara-se a tintura-mãe por maceração em
álcool a 90° da planta inteira, colhida no momento
da sua florada.
Hypcricumpe-rfol'atum é uma planta que apresenta
uma particularidade interessante: o parênquima de
suas folhas está salpicado de pequenas glãndulas de
essência aromática, rranslúcidas, que, observadas à luz,
se assemelham a mil pequenos orifícios e às quais se
deve o nOme de mil-furos ou mil-furada.
Suas flores, que permanecem abertas por apenas
um dia, apresentam em suas pétalas e sépalas pequenos
pêlos glandulosos de cor negra, os quais destilam um
óleo cor de sangue: a Hipcricina.
Estas perfurações, "este sangue", parecem
predestinar a planta a rratar das feridas em virtude
304 Carlos Brunini, Mario Giorgi & ColabS.
seu apogeu, momento em que a planta estava no auge
de sua força (Herbasolis).
Colhiam-se então buquês que se penduravam nas
portas das casas e estábulos. Na noite de São João era
recomendável usá-la.
Acreditava-se que Hypericum, chamado "Fuga
daemonum" desde a época galo-romana, afas tava
qualquer feitiço ou bruxa. rlor solar, combatia as
temíveis forças das sombras.
Um dado inwreosante é que an.i.mais ou pessoas
que, inadvertidamente, ingerissem suas flores apresen-
tavam uma acentuada fotossenssibilização à luz solar; as
áseas ocultaS e despigmentadas do corpo, quando expos-
taS ao sol tomavam-se um foco de irritação e prurido.
A partir da maceração dos cimos floridos de
Hypel'icl/m em azeite virgem, obtinha-se um belo
líquido carmim, de propriedades anti-inflamatórias
e cicatrizantes tópicas, o "óleo vermelliol).
O grande cirurgião Ambroise Paré O considerava
o vulnerável por excelência, e John Gerald , méd ico
e célebre herborista inglês, o descrevia assim em seu
Herball de 1597: ''um precioso remédio para ferimen-
tos profundos que atravessavam o corpo".
Graças às suas propriedades, Hypericum entrava
ainda na composição de um alcoolato de nome sig-
nificativo, a "água de arcabuzada".
A "Arnica" dos nervos
"Erva muito abençoada para o aUvio da dor,
Erva-de-São-João, assim chamada através dos sécu-
los em consideração ao querido discípulo de Cristo,
possivelmente por analogia decorrente do fato de ter
sido usada por este para propósitos curativos (poder-
se- ia citar muitas ervas que adquiriram seus nomes
da mesma maneira). Se este nome fosse apenas uma
concessão eclesiástica, seria certamente Erva-de-São-
Lucas, pois este foi O médico querido. Enue as ervas
e contusões de nossa terra, nenhuma rivaliza com
Hypericum pelo seu poder curativo sobre os nervos
traumatizados e para traumatismo especialmente de
panes ricas em nervos, sendo nestes casos utilizada
externa e internamente." "Lembramos de horas feli-
zes, perambulando pela floresta de Surrey, passadas
com uma certa herborista, quando criamos o hábito
de esmagar ervas entre os dedos para extrair e inalar
seu aroma . Quando esmagávan10s entre os dedos suas
flores amarelas aparecem manchas vermeU1as- escuras
enO'e os dedos parecidas com manchas ou coágulos de
sangue. Dando-nos a ideia de que o Todo Poderoso
tinha colocado seu selo sobre esta subs tância, para
que pudesse ser reconhecida pelos sofredores e neces-
sitados para as suas necessidades." "Uma garota havia
caído portando um copo e, entre outros ferimentos,
fez um corte feio no lábio, e um pequeno pedaço
deste ficou faltando. Foi feita uma mera compressa
de Hypericum naquela noite e o lábio estava curado
pela manhã." "Ele havia ido passar o fim de semana na
fazenda, como de costume, e, no sábado pela manhã,
saiu com o cabriolé, para passear com os cavalos pelo
campo. Eles estavam indóceis nesse dia, porque um
estranho esteve tocando gado com eles. Subitamente
um potro deu um coice e o atingiu no lado externo
da perna, logo abaixo do joeU1o. Ele caiu e com muita
sorte escapou de uma segunda patada que parecia ao
espectador que U1e atingiria o abdômen. Com muito
esforço conseguiu subir novamente no veículo e com
muita dor dirigiu de volta para casa. A pele estava
rompida, de forma que não era um caso de Arnica.
Houve uma corrida para achar a Erva-de-São-João,
sobre a qual colocou-se água fervendo e então foi
aplicada sobre o ferimento. A dor foi embora como
um passe de mágica. Ele tinha quase oitenta anos e
havia pouco tecido entre a pde e o osso, de forma
que a cicatrização deveria ser lenta, enuetanto estava
totalmente curado na segunda feira quando voltou
ao trabalho em Londres".
"Carta do Sargento de Highland .... Cerca de
uma semana após eu ter'recebido sua carta c glóbu-
los, um dos rapazes de ineu pelotão foi ferido por
um franco atirador, enquanto estava de sentinela nas
uincheiras; o ferimento era feio, aO'avessava o ombro
e ele estava sofrendo muito, sua face estava totalmente
sem cor e eu pensei que ele fosse desmaiar. Lembrei
dos glóbulos que tinha em minha mochila e decidi
dar dois a ele. Sobre o efeito que eles tiveram estou
certO que não preciso U1e dizer, mas surpreendeu-me e
deixou-me sem palavras, - transformou aquele homem
ferido e sofredor num rapaz alegre e brincalhão ... coisa
extraordinária!»
Kent: "Quando as eÀtremidades dos dedos foram
laceradas ou conrundidas, ou uma unha arrancada, ou
um nervo é comprinlido contra um osso ou uma pan-
cada e aquele nervo inflama-se e a dor est;' irradiando
para o corpo, uma condição perigosa está se iniciando,
aqui Hypericum está acima de todos os remédios, é
o primeiro em que devemos pensar.. .. Um cachorro
indócil que morda um dedo, ou a mão, ou O pulso e
corra os seus dentes através do nervo radial ou algum
de seus ramos, causando-lhe uma laceração ... "Se o
ferimento Jorir-se muito e começar a inchar, sem
 Matéria Médica Homeoptltica Interpretada
tendência a curar-se, parece seco e brilhante nas suas
bordas, vermelho, inflamado, sem tecido cicatricial.
Tal ferimento necessita de Hypericum) ele previne O
tétano. Ferimentos perfurantes, mordidas de ratos,
gatos etc, são sanados por Ledum) mas se ocorrer dor
irradiada a melhor opção é Hypericum".
"Lesões do cóccix cujas dores se estendem pela
coluna vertebral, cabeça, pelo corpo, extremidades.
E, a miúdo, provocam movimentos convulsivos".
"Dores de parto e contrações muito violentas e
seus maus efeitos, sobretudo após utilizar o fórceps."
Figura miasmática. Doutrina das assinaturas
(entendendo seu sofrimento) se Hypericum é um
remédio para curar as feridas dolorosas, no plano
mental a maior dor é uma alma machucada ~ o que
fica evidente pela sua depressão.
A depressão é a maior dor, é maior que a dor da
fome, pois o faminto come para aliviar sua dor e o
deprimido pode deixar de comer pois fica desmotivado.
Curar as dores do corpo e da alma é a missão
desta planta.
Inclicado para situações de "dor fantasma" e
"dor referida".
Patogenesia e ação geral do
medicamento
Os relatos patogenéticos apresentados por
diversos autores, após a experimentação de
Hyperimm perforatum, são unânimes em asseverar
Lesões da coluna vmebral.
que a sua propriedade fundamental é produzir uma
hipersensibilidade sensitiva dolorosa em todo o
organismo.
Esta hipersensibilidade é, acompanhada, a
princípio, por uma acentuada excitação física e mental
(podendo chegar ao delírio e às convulsões); em um
segundo momento, deriva para uma profunda astenia
e depressão mental.
A hiperestesia sensitiva provocada por Hypericum
é normalmente associada a um traumatismo de ordem
qualquer em mnas ricamente enervadas, apresentando
a peculiaridade de seguir. o trajeto do ramo nervoso
envolvido.
As dores, geralmente em pontadas, ardentes e
pulsáteis, assumem um caráter intolerável, levando o
indivíduo ao desespero.
Quando detonadas a partir de terminações ner-
vosas periféricas, irradiam-se em sentido ascendente
e centrípeto (neu,-ite ascendente).
Pelo contrário, quando deflagradas em troncos
ou ramos nervosos principais, seguem de forma des-
cendente e centrífuga o seu curso de expansão.
A partir da compreensão destes fatores, por analo-
gia, ficam daras as inclicaçõcs de Hypericum pe'/fo..atum
na clínica méclico-odontológica diária.
Matéria,Médica Pura
Mlen
Excitação mental, como após beber chá.
Ela falou incessanremente durante toda a noite,
especialmente por volta.das quatro da manhã, embora
adormecida, olhos clistorcidos e arregalados, cabeça
quente, car6tidas pulsando violentamente, face afo-
bada, olhos vermelhos e fixos, pupilas dilatadas, pulso
acelerado, cabelos molhados, com calor seco pelo
resto do corpo, grande apreensividade.
Ela começa a falar e a cantar ininterruptamente,
mas logo em seguida chora e grita assustada, respi-
rando ofegantemente; após ser magnetizada melhora,
levando as mãos à cabeça sente-se confortada, suavi-
zando os efeitos (relato da primeira noite).
Segunda noite: o ataque completo durou uma
hora.
Muito triste, mau humor (manhã seguínte).
Grande depressão, inclinada a chorar, tentando
melhorar até o anoitecer.
Apreensividade. Ela assustava-se facilmente por
algum tempo após a experimentação.
Intelecto: Exaustão mental. Debilidade de me-
mória após a experimentação.
306 Carlos Brunini, Mario Giorgi & eofabs.
Esquecimento. Acenruada fraqueza de memória
após a experimentação.
Hering
Comete erros escrevendo. Omite !etras.
Ela esquece o que queria dizer.
Aumento do poder intelecrual.
Ideias eróticas, cérebro excitado como após
beber chá.
Vê espíritos, espectros, delírio.
Fala incoerentemente durante o sono em torno
das quatro horas da manhã; visão perrurbada, olha
fixamente as pessoas, cabeça quente, carótidas pulsan-
do, face congesta e ruborizada, olhos fixos, pupilas
dilatadas, pulso frequente, cabelo úmido, resto do
corpo queimando, grande ansiedade, começa a cantar
e a seguir chora e grita, respiração ofegante, dor de
cabeça pulsante especialmente no vértex, pontadas
dilacerantes no cérebro, formigamento nas mãos e nos
pés, como se estivessem adormecidos, sede intensa,
língua com saburra branca.
Grande ansiedade. Meningite.
Melancolia. Irritado, inclinado a responder
rispidamente, dorme mal, desanimado ao despertar.
Consequência de um susto, efeitos de um "cho-
que).
Compreendendo o "gênio" de Hyptricum.
Se a Psora é o tributo pago por nossa imperfei-
ção, a dor, quer seja ela fIsica ou moral, é a reparação
pelo ato equivocado cometido.
Aquele que se julga, em débito com sua própria
natureza, o que resta é retratar-se pelo "mal" prati-
cado.
A ele não basta "punir-se" através da dor oca-
sionada por um ferimento sofrido; deve expandi-la,
irradiá-Ia, torná-la insuportável, transformá-Ia em
mil, assim como a planta dos mil-furos, dos mil
ferimentos.
Deve conduzi-la à sede do seu S.N.C. onde
toda a sensibilidade humana é decodificada; e lá,
simulando um quadro inflamatório meníngico, sua
mente entra em "ebulição", expurgando toda a sua
psora, a sua culpa.
É pela ação do "Sangue-de-São-João" que
uma grande congestão cerebral se instala, levando o
indivíduo ao delírio e liberando a sua ansiedade de
consciência.
Segundo os antigos, o "demônio" não suportava
a presença da Hcrba solis, a presença da Luz; analo-
gicamente, as mnas "sombrias" do corpo (menos
pigmentadas), quando sujeitas a Hyptricum se irritam
pela luz solar.
Ao arder em delírio pela ação da Herba solis, é
como se o indivíduo queimasse, trouxesse à tona o
que h~ de sombrio e oculto em si.
E a vibração de Hypericum agindo como um
porencializador, um mensageiro da Luz, tanto para
o corpo como para a alJ;na.
Ao entrar em contato com os seus "demônios
interiores" dá vazão à sua angústia existencial, através
de dores dilacerantes que podem levá-lo à convulsão
e ao choque.
Sua defesa sicótica fica representada pela confu-
são mental, através da qual busca, pelo esquecimento,
atenuar os efeitos deletérios do trauma físico-emo-
cional. sofrido.
O relato da patogenesia psíquica de Hyptricum
lembra alguém que, tendo participado de uma grande
batalha por toda uma noite, cai exaurido e sem forças,
sifiliticamente prostrado no dia seguinte.
Pelo princípio da similirude, o elemento que
provoca a dor é capaz de balsamizá-Ia; daí o "Bálsamo
do Guerreiro" que ao longo do tempo, vêm alivian-
do sofrimentos não só nos campos de batalha mas
também nas oficinas de trabalho da vida cotidiana.
Como João Batista - que por amor à verdade
derramou o seu próprio sangue combatendo a mentira
e a Iúpocrisia de sua época - Johannisblut, a seu modo,
trata as feridas físicas e as sombras da alma
Indicações clínicas
• Traumatismos acidentais ou cirúrgicos em
membros superiores e infçriores (braços, pernas, de-
dos, unhas, plantas das mãos c dos pés; seguidos de
dores lineares e irradiantes, com possível depressão
nervosa e/ou tétano consecutivos.
• Feridas laceradas ou esmagamento de extre-
midades.
"Preserva a integridade dos membros desgarra-
dos ou lacerados, quando quase totalmente separados
do corpo." (Allen).
• Ferimentos penetrantes, profundos, por obje-
tos perfurantes e pontiagudos (pregos, agulhas, espi-
nhos, aJfmetes, farpas de madeira), ou por mordidas
de insetos e animais (cães, gatos, ratos), especialmente
nas plantas das mãos ou dos pés (Lcdum).
• Em fraturas simples ou compostas, nevralgias
ou neurite com formigamento , ardor e adormeci-
mento.
• Coccigoclinia. "Lesões no cóccix cujas dores se
estendem pela coluna vertebral, cabeça, pelo corpo,
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
307
extremidades, e, a miúdo, provocam movimentos oHorário crítico da agravação: por volta das 4
convulsivos." (Kent). horas da manhã.
o Lesões no cóccix de mulheres panurientes que o Melhoria: inclinando a cabeça para trás, pelo

provocam dores ao longo do tempo. magnetismo.

"Dores de parto e contrações muito violentas e o Desejos alimentares: desejo de vinho, picles e

seus maus efeiros, sobretudo após utilizar O fórceps." bebidas quentes.

(Kent).
o Dores cruciantes após laparotomia ou peri-
neografia.
o Após simpatectomia.
o Collma vertebral ml1iro sensível após uma que-
da ou golpe, O menor movimento da cabeça ou dos
braços provoca gritos, podendo chegar à convulsão.
O paciente não suporta que O toquem.
o Dor ciática ou reumatismo por traumatismo.
o Dores reumáticas desgarrantes. Debilidade
paralítica.
o Hérnia de disco.
o Dores neuríticas, após traumatismo da raque
ou radiculite de origem vertebral ou medular. Dores
neuríticas dos membros após punção lombar.
o Dores em membro "fantasma" após amputa-
ção alta.
o Convulsões ou choques após traumatismos.
o Comoção cerebral. Meningires.
o Dor de cabeça com latejamento após queda
sobre a planta dos pés.
o Dor de cabeça após queda sobre O occipúcio.
o Odontalgias e periodontalgias irradiantes.
Trismo.
o Neurastenia pós-estafa.
o Calos e joanetes terrivelmente dolorosos.
Sintomas mentais
A dinâmica ml':!smática de Hypericum p!:Yforatum
aparece representada no repertório de Kent-Eizayaga
através de 86 sintomas psíquicos, dentre os quais
destacam-se os seguintes:
Psora
o Ansiedade; durante a febre.
o Inquietude; à noite, ao despertar, durante a
febre.
o Excitação: excitável.
o Hipersensível.
• Medo: terror, cair, movimento.
o Assustadiço: por bagatelas.
o lrritabilidade.
o Capacidade mental aumentada.
o ldeias, grande quantidade de, claridade da
mente.
Pensamentos sexuais, lascivo, luxurioso.
o
o ilusões: que vê espíritos, espectros, fantasmas,
que ouve vozes de mortos, que não está deitado na
cama, que está sendo elevado no ar e teme cair.
o Delírio: raivo~o, durante O sono, durante as
dores.

o Hemorroidas sangrantes e com dores violentas. Sicose

o Disúria com tenesmo vesical. o Confusão mental: pela manhã, ao despertar.
o Em uso local (ação alopática). Sedativo, ci- o Memória débil, fraca.

catrizante e hemos tático dos ferimentos, chagas e o Erros escrevendo: omite letras, omite palavras.

queimaduras cutãneas. o Erros falando: coloca mal as palavras, sole-

o Feridas com linfangites. trando.
o Velhas cicatrizes que se reabrem após trauma.

"Uma ferida algumas vezes se abrirá, se inchará, Sífilis

sem tendência a cicatrizar, aparecerá seca e brilhante o Tristeza: com depressão mental, ao anoitecer,

em seus bordos, avermelhada, inflamada, ardorosa, pela manhã, por traumatismo.

pulsante, dores desgarrantes, nenhum processo de ci- o Prostração da mente: esgotamento mental,

catrização. Essa ferida precisa de Hypericum. " (Kent). por traumatismo.

o Preventivo do tétano. o Perda da memória: depois de comoção cerebral,

o Asma hidrogenoide que agrava com tempo afasia, depois de traumatismo na cabeça.
úmido e nebuloso, cujos acessos melhoram com uma o Inconsciência: depois de esforço.

copiosa expectoração. o Indolência: aversão ao trabalho.

o Agravação: na escuridão, pelo ar frio, pela o Aversão ao trabalho mental.

umidade, pela neblina, pelo tato. o Melancolia.

3 Carlos Brunini, Man'o Glorgi & Colabs.
Sensações especiais
Cérebro excitado, como após beber chá; como se
as mãos e os pés es ti vesscm entorpecidos; como se a
cabeça repentinamente se along~lsse; como se estivl'~se
elevado no ar, com angústia por temer que o deixem
cair; como se tivesse algo vivo no cérebro; como se o
cérebro pudesse ser feito em pedaços, fragmentado ;
como se a testa fosse tocada por uma mão gelada;
como se u.m venn~ s<.'. lTIOVCSSC em sua garganta;
como se tivesse uma faixa apertada na região uterina ;
como se as pernas cstivcssem morras; como se os pés
estivessem sendo picados por agulhas; como se o pé
esquerdo estivesse distendido e deslocado.
Sintomas particulares
o Vertigem com sensação de que a cabeça
aumenta de tamanho repentinamente à noite, com
urgência urinári a.
o Pulsações, calor e ardor no vértex à tarde .
o Hiperacusia, sobretudo durante as menstru-
ações.
o Hiperos mi a.
o Erupções peribucais, crostas amarelo-esverde-
adas com fendas e umidade.
o Lábios e boca seca com caJor ardente, sede
mtensa.
o GostO de sangue na boca, língua branca ou
amarelo-suja, grande sensação de dor na lúlgtla com
incapacidade para faJar, sem rigidez ou inchação.
o Náusea e desejo de vomitar.
o Diarreia de verão com erupção, especialmente
pela manhã, com urgência, fezes moles, amarelas ou
biliosas.
o Constipação com violento tenesmo, hemorroi-
das sangrantes, com muita dor (esfíncteres).
o Uretra inchada e dura, com dores ardentes,
desejos de urinar, com violentas dores.
o Asm a pior com O tempo úmido e nebuloso,
cujos acessos melhoram com uma copiosa expectO-
ração .
o Grande prurido quando despido, especialmen-
te na região sacral; pele áspera como que coberta de
pequenos nóduJos diferenciais.
o uso de Hypericum
na odontologia
Decorrente ao seu manifestO tropismo, pela iner-
vação sensitiva periférica bucaJ, Hype,icum qualifica-se
como valioso medicamento pré e pós operatória na
prática odontológica cotidiana:
OdontaJgias e periodontalgias severas, com dores
lineares, irradiantes, seguindo o trajetO do rama ner-
voso, com possíveis depressão e trismo subsequente.
Lábios e boca secos, com calor ardente, sede
intensa e gosto quente n" boca, sialorreia após comer.
Língua com cobertura branca, ou branco
amarelada, com grande sensação de dor, dificuldades
na fonação, sem rigidez ou edema.
Hypericurn ~ Feridas lacerada., região ricas em
nervos.
Amua ~Conrusão de parres moles com cor
azulada sem ruptura na pele, ligamentos e tendões.
Calcarea phosp ~Comprometimento ósseo.
Ledum pallustre ~ Feridas por picadas, mordi-
das.
futta ~Contl1são de cartilagens tendões, inser-
ções tendinosas e oftálmicas.
Diagnóstico diferencial
Amica ,nontana: tropismo por tecidos moles e
muscular. Sensação de contusão, dor e fadiga após o
trauma. Com hemorragia, equimoses e hematOmas
(lesões negras ou negro-azuladas).
Preferencialmente indicado em contusões sem
COrtes ou lacerações. Kent indicava aA mica montana
apenas na fase inicial dos traum atismos, pois asse-
gurava que o seu uso persistente poderia acarretar
complicações patOgenêticas (Ex.: Erisipelas).
Agravação: pelo repouso, pelo movimento, pelo
contato, por trauma t1sico ou mental.
Melhoria : deitado com a cabeça baixa.
Ledu".palttStre: tal como Hypericum , tem indi-
cação para ferimentos produzidos por instrumentos
picantes ou perfurantes; bem como pata motdeduras
de animais e inseros.
Indicado especialmente quando as parres afeta-
das estão frias.
Kent: "Se uma mulher sensível se fere em um
espeto durante o dia, e dói tão violentamente que
não se sente bem; Ledurn prevenirá qualquer futuro
transtOrno; mas se a molésti a continua até de manhã,
e a dor se estende até a perna, é necessário administrar
Hypericurn" .
Ledum apresenta tropi smo peias pequenas arti-
culações das mãos e dos pés , e pelo joelho.
Dores reumatismais indo de baixo para cima,
com articulações inchad as, mas com a pele que a
recobre com aspecto pálido e frio. Indicado também
para traumatismos na cavidade orbital ("o lho roxo").
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Agravação: à noite, pelo calor da cama e das
cobertas.
Melhoria: pelo frio.
Ruta graveolens: indicado nas contusões dos
ossos, cartilagens, tendões, inserções tendinQsas, ar·
ticulações, cápsulas sinoviais, ao redor das cartilagens
e dos ligamentos.
Dores como se as panes afetadas tivessem sido
"esmagadas", com sensação de dor.
Dores reumáticas especialmente nos punhos e
tornozelos.
Agravação: pelo contato, pelo tempo úmido.
Melhoria: pelo movimento e pelo calor.
Rhus tox.: ioclicado nas dores de luxação, tem
ação sobre as fibras colágenas e tecidos periarriculares.
Debilidade de músculos e tendões.
Sinal patognomônico: triãogulo vermelho no
ápice da língua.
Agravação: pelo tempo úmido, repouso, deitado
sobre o lado afetado.
Melhoria: movimentação constante e aplicação
quente.
Staphysagria: inclicada para as feridas cortan-
tes, incisões, hematomas, dor pós·operatória e pós-
punções, cicatrização lenta.
Quando os esfíncteres estão distendidos , é o
antÍdoto natural para o estiramento. (Kent).
Estado de inclignação pós-cinu-gica.
Agravação: pelo contato, ao beber e comer, perda
de líquidos, fumo, por emoções reprimidas (raiva e
inclignação). Tendência à masturbação e transtornos
após o coi to.
Symphytum of.: indicado para trauma ósseo,
periósteo, tenclinoso com dor eÀtrema, aguda, ponta-
da, depois de fratura ou após a cicatrização da ferida
cirúrgica.
Específico ortopéclico é conhecido como "Cura
ossos" .
Kalmia latifolia: tal como Hypericum, as suas
dores seguem o trajeto do ramo nervoso, porém são
fulgurantes, em relâmpago, e clirigidas do centro à
periferia.
Agravação: pelo movimento.
Melhoria: pela alimentação, porém não aumen-
tam pelo tatO ou sacuclidelas como Hyperimm.
Calendula of.: indicada como cicatrizante e
regeneradora para lesões em pele, mucosas e tecidos
3 9
moles; preferencialmente para ferimentos que oca-
sionem a solução de continuidade das áreas afetadas
(cortes, lacerações, clivulsões, separações, incisões,
queimaduras) .
Uso interno e externo.
Diagnóstico cliferencial perante O delírio
O trio do delírio de Nash é composto por u·ês 50-
lanáceas que são: Belladona (predomínio da violência),
Hypericum (predomínio do estupor) e Stramonium
(predomínio da loquacidade).
Embora Hyperimm pertença à família vegetal
diversa (Hypericaceae), guarda semelhança com os
demais no tocante ao delírio; bem como quanto a ser
uma planta "marginal", que floresce em locais obscu·
ros e sombrios, tal como HyoscyamtlS e Stramonium.
Diagnóstico diferencial
Hypericum X Bel/adona.
Hypericum e BellatWna compartilham cliversos
sintomas, a saber: grande hiperestesia sensitiva,
exacerbada congestão cefálica, secura na boca, olhos
vermelhos com pupilas dilatadas, face congesta e ru-
borizada, carótidas pulsando violentamente, cefaleias
ardentes e pulsáteis, hipertermia e convulsões.
Ambos têm visões "sobrenaturais') e as temem,
são sensíveis à luz, ao tato e às trepidações, produzem
vertigens, sede intensa, algia lingual com clificuldade
para falar, cólicas abdominais, náuseas, tenesmo dos
esfíncteres anal e vesical, hemorroidas sangrantes e
dolorosas, dores ciáticas.
Entretanto, cliferenciam-se no seguinte:
- O delírio de Hypericum, embora muitO seme-
lhante ao delírio atropínico de BelJadona, inclusive nos
gritOs e na loquacidade, não é tão violento quanto
este. Belladona apresenta-se tanto delirando, quantO
na vida coticliana, uma espécie de excitação furiosa
ou mania violenta.
• Os males Bellad/micos ocorrem via de regra em
sentido descendente, ou seja, iniciam-se na cabeça;
Hypericum nem sempre.
• Os sintomas Betlad/micos aparecem e desapa-
recem em relâmpago, bruscamente; em Hypericum é
mais gradativo.
• Os dois possuem uma ansiedade religiosa, mas
em Belladona é mais marcante.
• Hypericum apresenta um adormecimento e um
formigamento nas eXtremidades; em BelJadona ocorre
um resfriamento.
• O pulso de Hypericum durante o delírio é cheio
e acelerado; em BellatWna é baixo e fraco.
310 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
• BellafÚma provoca no aparelho respiratório
uma tosse seca, curta, improdutiva; em H ypericum
ocorrem acessos asmáticos úmidos.
Diagnóstico diferencial
Hypericum X Hyoscyamus.
Ambos compartilham a ansiedade, a inquietu-
de, a loquacidade, o falar de forma ininteligível, a
excitação seguida de prostração e o erotismo; con-
tudo, a Hypericum falta a menos-valia, o abandono,
a desconfiança, o ciúmes com raiva, o ridículo e a
agressividade, e acima de tudo a vulgaridade presentes
em Hyoscyamus.
O delirio Hyoscyamicus tende à passividade, pois
ao contrário de Hypericum, a sua congestão cerebral é
seguida de estase sanguínea, levando ao estupor e pos-
sivelmente a um estado tifoide (semelhante a Opium).
Ambos são loquazes em seu delirio, contudo em
Hyoscyamus o delirio é ocupado (versa sobre assuntos
cotidianos) e O erotismo é muitO mais uma "mania
lasciva" .
Diagnóstico diferencial
Hypericum X Stramonium.
Hypericum e Stranwnium compartilham em seu
delirio a loquacidade, a ansiedade religiosa, a fala inin-
teligível, as vertigens com cefaleia congestiva, a face
vermelha e quente, a odontalgia pulsátil, a paralisia
lingual , os olhos fixos com pupilas dilatadas.
Contudo, falta a Hyperimm a crueldade e a
morbidez que Stramonium dedica a si mesmo e a seu
próximo.
Em Stramonium tudo é multiplicado por dez:
sua loquacidade assemelha-se mais a uma mania ou
"loucura" loquaz e furiosa; no delirio, não só fala de
forma incoerente e incompreensível, mas blasfema,
xinga, fala linguas estrangeiras e tem uma verdadeira
mania religiosa.
Assim como Hyoscyamus, Stramonium apresenta
uma grande perversão sexual, com obscenidade e
Iinguajar chulo; Hypericum, apenas uma moderada
exaltação erótica.
Stramonium demonstra crueldade para consigo
mesmo ao convulsionar com consciência (podendo
chegar à catalepsia), o que não ocorre com Hypericum;
e um certo sadismo em situações como imaginar-se
morrendo, sentindo-se feliz, e dando instruções a
respeitO do próprio funeral.
Finalizando, os casos de Strmmmium, ao contrá-
rio de Hypeticum, são casos de pouca dor física.
Conclusão
Hypericum perforatum, desde o início de sua ancestral
utilização, e mesmo após detalhada experimentação
pelos homeopataS contemporâneos, praticamente tem
o seu uso restrito ao traramento de sintomas físicos.
Contudo, resta saber se, possuidor de uma dinâmica
mental no mínimo esboçada, não poderá como um
fragmento da "Graça Divina" atenuar os padecimentos
psíquicos de indivíduõs que possam estar sendo
tratados similarmente com algum policresto.
o uso de Hypericum na
odontologia
Em virtude do seu manifesto tropismo, pela
enervação sensi tiva periférica bucal, Hypericum
qualifica-se como um valioso medicamento pré e
pós-operatório na prática odontológica cotidiana.
O seu bem-sucedido uso como medicamento
episódico, entretanto, deve ser criterioso e sempre
orientado para a busca de uma similitude maior,
quanto aos sintOmas geraJs e mentais.
O resumo dos relatOs patOgenéticos de Allen,
Hering e outros , quanto à si ntomatologia ora l
produzida por Hypericum, sintetiza o seguinte :
·Odontalgias e periodontalgias severas, com
dores lineares, irradiantes, seguindo o trajeto do ramo
nervoso, com possíveis depressão e trismo subsequen-
te, agravadas e melhoradas dentro das condições já
citadas.
• Lábios e boca secos, com calor ardente, sede
intensa, gOStO de sangue na boca.
• Língua com cobertura branca ou branco-
amarelad a, com grande sensação de dor, dificuldades
na fonação, sem 'rigidez ou edema.
• Sialorreia após comer.
Eis os principais quadros odontológicos em que
Hypericum tem indicação segura:
1.) Traumatismos acidentais ou cirúrgicos e
suas complicações
1.1) Acidentes traumáticos após anestesia.
1.2) Exodontias, fraruras ósseas e lesões de tecidos
moles.
1.3) Pericementites agudas (inflamações do liga-
mento periodontal na região periapical dentá-
ria, que eventualmente sucedem a remoção do
tecido pulpaJ').
1.4) Alveolites (infecção do alvéolo dentário após
extração).
 Matéria Médíca Homeopática Interpretada
1.5) Trismo (contraçao espasmódica dos músculos
elevadores da mandíbula, com limitação da
abertura bucal).
Comum após a remoçáo cirúrgica dos terceiros
molar~s inferiores retidos (sisos).
Hypet-icurn pode ser associado ao Bioterápico Te-
tanotnxillurn para casos de tétano.
1.6) Gengivectomias (remoça0 cirúrgica do tecido
gengival patológico).
1.7) Frenectomias (remoça0 cirúrgica dos freios
labial e/ou lingual).
2.) Alterações estomatológicas álgicas
2.1- Estomatites simples ou catarrais (inflamações
da mucosa bucal).
2.2- Algia lingual ou glossadinia.
Normalmente está associada a distúrbios
gerais e emocionais. As sensações álgicas mais
comuns são ardência, o dolorimento e as agulhadas,
devendo-se fazer diagnóstico diferencial com outtoS
medicamentos.
A glossadinia é um sintoma importante na
síndrome da ardência bucal (Burning rnauth syndrorne) ,
cuja etiologia é ignorada e atinge especialmente
mulheres acima de 50 anos.
3.) Nevralgias
3.1- Especialmente do nervo trigêmeo ou um de
seus o-és ramos responsáveis pela enervação
facial e da cavidade bucal.
Dores irradiantes e de difícil tratamento partir
de um ponto ou "rona" de disparo.
Relaciona-se à hiperexcitação mental, supressões
curâneomucosas ligadas a alternâncias patológicas,
alterações climáticas, compressões nervosas e inter-
ferências intrabucais.
Pré-operatório
Hypericum poderá ser administrado em doses
repetidas, em baixa potência (6 CH), três vezes ao
dia, iniciando 2 dias antes do ato cirúrgico.
Entretanto, Vijnovsky o indicava na 1000° dilui-
ção em dose única, uma hora antes do ato cirúrgico.
Pós-operatório
Hypericurn deverá ser administrado em baixa ou
média diluição (6 CH a 12 CH), preferencialmente
pelo método plus, com intervalos de tempo adequa-
dos à intensidade sintomatológica.
Nos quadros crônicos, de fundo mental evidente,
diluições a partir de 30 CH em dose única.
11
Homeopatia & pediatria
Uma carinha de eXpresSa0 de sofrimento pois sao
hipersensíveis a dor, comoAconitum, Chamornilla, Co-
ffiacruda, Nuxvomica ... , assim apresentarão respostas
exageradas aos estímulos. Sua seletividade dolorosa
encaminha -se para regiões ricas em nervos, como
o rosto, acometendo os dentes, üngua, nevralgias
faciais, o crédito a ser~ado a tais dores é decorrente
as alterações na Qualidade de Vida e mudanças de
comportamento mesmo as atividades agradáveis, sua
dor pode até levar o equivocado título de histérico
pela intensidade que é demonstrada (mas faz sentido).
Suas dores também, podem ser irradiadas a distância.
Chegam a desmaiar ou convulsionar de tanta dor.
Estas manifestações na face e boca atrapalham a co-
municação destas crianças que se tornam isoladas e
solitárias, potencializando assim seu sofrimento. Um
temperamento depressivo, somado as dores fazem
de nosso pequeno Hypericuln uma criança depressiva
e infeliz. Diferencial com Coffea que também é hi-
persensível de uma maneira geral co~o a estímulos
sonoros e visuais e não apenas a dor. E O grande me-
dicamento para pós operatório, com Staphisag.-ia o
espaço de medicamento para o pós operatório onde
houve lesão de raiz nervosa, e com Ledurn pcúlustre
para dores de feridas perfurantes.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Animais tristes (depressivos)-
nada os anima. Contusões em coluna, sendo O prin-
cipal medicamento a ser lembrado nos trauma ti mos
de cauda. Transtornos, decorrentes a lesões nestas
regiões, lembrando que o diagnóstico diferencial
referido nos humanos também cabe neste medica-
mento. Feridas laceradas em regiões muito enervadas.
Preventivo de tétano.
Caso clínico veterinário
Por Maria da Carnw Arenales
Como. toda gatinha com quatro meses de idade,
Teinha era muito malandra e agitada. Fazer bagunça
pela casa era seu passatempo predileto, principalmente
em frente a um grande espelho que ficava no chão.
Jogava papéis para cima e admirava sua obra, parecia
até que ela gostava do espelho para brincar com outra
gata ao mesmo tempo.
A sorte porém lhe foi negada quando acidental-
mente o espelho caiu sobre Teinha. Chegou na cUnica
sem poder se locomover, muito deprimida após o
trawnatismo, e, quando intencionávamos tocá-la, ela
312 carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
gritava de dor e reagia violentamente demonstrando
sua aversão a ser tocada .
Suas pupilas estavam completamente dilatadas,
se a deixássemos só novamente entrava em sua de-
pressão, porém ao mais leve movimento demonstrava
ter levado um susto.
Convulsionou logo após o traumatismo e na
clínica novamente.
Repertorizando (Repertório de Kent - Eizaya-
ga):
1- Transtornos por lesões e acidentes (sintomas
mentais por), após acidente alterou completa-
mente o seu temperamento dócil, brincalhão
tornando-se violenta - 91,2.
2- Tristeza, por traumatismo - 94,3 - após aciden-
te, quando não é solicitada, permanece triste,
cabisbaixa, deprimida. Bernardo Vijnovsky
defU1e este sintoma COmo depressão nervosa
decorrente de traumatismo - Tratado de Matéria
Méclica Homeopática, Tomo II, página 79.
3- Assustacliça - neste momento o mais leve movi-
mento lhe provoca uma reação como se tivesse
levado um susto - 9,2.
4' Sensível a dor, demonstra isto tornando-se
violenta quando indicamos que vamos tocá-
la - 80, L
5- Tocada, sente aversão, não suporta ser tocada,
demonstra quando nos aproximamos dela, an-
tes mesmo do toque. (Bernardo Vijnovsky, no
Tomo II, página 81, confirma este sintoma).
6- Convulsão por traumatismo - 823, L
7- Caminhar não pode decorrente traumatismo,
este sintoma não apresenta correlação nos
repertórios consultados, citado por Bernardo
Vijnovsky, no Tratado de Matéria Méclica Ho-
meopática, Tomo II, página 8I.
8- Pupilas dilatadas, olhos , 193,2.
A medicação foi prontamente fornecida a Teinha;
Hypericum CH 12 em plus, 1 gora a cada V2
hora, durante o primeiro clia; a cada hora no
segundo dia e a cada 2 horas no terceiro dia.
Levanta-se no início do terceiro clia e com apenas
uma semana não demonstra nenhum sintoma.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Ignatin.aTlUlra OU Fava-de-Santo-Inácw; semente
da família Strychnosignatia, cresce nas Filipinas, Con-
chinchina e Extremo Oriente. Tem o tamanho de uma
avelã, é angulosa, dura como pedra.
O que seria: mortificação?
Onipotência pelos fracassos?
Passividade histérica? Resignação, aceitação
conformismo'
Dramaticidade reativa e compensatória'
Curiosidade: no dia 1 de julho de 1847, o Jornal
do Comércio, publicou as palavras de despedida do
Dr. Mure, por ocasião de sua partida para a França,
já muito doente, após ter sido acusado de ter envene-
nado uma menina doente com duas doses de Ignatia
amara SCH.
Características:
Em constiruição e temperamenro se adapta ge-
ralmente a mulheres e a indivíduos do tipo feminino.
Face geralmente pálida.
Humor extremamente variável.
Tudo em Ignatia é parodoxal.
Ignatia é em essência uma afetivo-emocional
com uma particular hipersensibilidade para todas as
impressões externas de origem moral.
Tudo lhe chega e produz uma grande emoção;
responde aos estímulos com excitação, como ocorre
quando ouve más notícias, ou agravando quando fala
coisas desagradáveis.
Qualquer coisa a faz chorar; a criança terá todo
o tipo de transtornos ao receber um castigo, inclusive
transtornos mentais. (U.R.).
Muitos sintomas do repertório mostram como
Ignatia modaliza o afeto, a desgraça alheia desperta
313
Ignatia amara
nela sentimenros de compaixão, por sua grande sen-
sibilidade. E romântica e sentimental: a natureza, um
raio de sol, uma paisagem lhe emocionam e produzem
uma viva impressão.
É tão imatura afetivamente como P"lsatilla;
ambas são sentimentais, mas Ignatia pode frustrar-se
afetivamente, enquanto P"lsatilla sempre encontra
substitutos que preenchem o vazio deixado pelo
objeto frustrante .
Muitas vezes é difícil diferenciar Ignatia de
P"lsatilla, pois as duas são suaves, delicadas, condes-
cendentes, sofrendo por nostalgia; mas em p,tlsatilla
o que é muito forte é que ela sente que não é querida
o que não acontece com Ignatia.
É muito sensível'à perda de coisas ou pessoas
(amor, amigos, morte de criança, de parentes ou ami-
gos). Ignatia não suporta as perdas, sensibilizando-se
com a perda de um simples objeto ou mesmo com
uma quebra na parte econômica.
Se Pulsatilla é variável, Ignatia será muito mais,
é capaz de passar da tristeza mais profunda para a
alegria mais eufórica.
Mas o que melhor permite discriminar estes dois
remédios é a atitude frente ao consolo: P,,/satilla o
314 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
buscará angustiadamente, enquanto que Ignatia o
rechaçará.
Outra atirude que têm em comum é não co-
municar suas penas, mas uma e outra o farão por
distintos motivos. Pulsatilla para não preocupar os
outrOS, ou não cansar com suas queixas as pessoas
que lhe são queridas, pelo medo de ser abandonada;
Ignatia ocultará de outros qualquer sofrimento de que
padeça, fará segredos, não dirá nada quando receber
um grande susto, mortificando-se.
Muitas vezes este mutismo em que se encerra
Ignatia é um sintoma integrante de quadros de
proftmda melancolia, nos quais se autoculpa ou se
autorepreende ter-se esquecido de seus deveres, por
ter rompido seu voto, por ter procedido mal.
Sente falta de gosto e de interesse por rudo,
mesmo pela música que a emocionava e que ela ama-
va. A tristeza lhe impedirá o sono, e pode chegar ao
desespero por sua salvação, porque junto comAurum
é o mais melancólico da matéria médica; assim, pen-
sará que rudo está perdido e que sua única saída é o
suicídio, o qual tentará jogando-se de a1ruras.
Mergulhando no drama de Ignatia
-Sofrimento-silencioso: Sua emotividade se
manifesta por um pesar silencioso (pena silenciosa),
com descargas incontroláveis de choros involuntários,
ruidosos e com suspiros profundos, que continuam
por algum tempo depois de chorar. Sabemos que a
pena silenciosa ou o sofrer quieto, calado impõe um
diagnostico diferencial com - Natrum munaticum
(transforma um problema afetivo remoendo com res-
sentimento) Ignatia, não é inconsolável como Nat-m
I Leit· _ _ 1
A seNHORA. AL~M DE","
PROOUZJ;DO. PERMITIU E
FACXUTOV A ORDENHA
DO I.EI'" ...PQRT.""".
DENTRO DOS PIIl:CErrOS
DA JUSTÇA aRASII.EIU.
A D~"O CULPADA I!!
/ Corajosa numa siruação dramática e aterrorizada
diante de uma frustração afetiva, não se lastima, nem
vive de lembranças desagradáveis.
Seu desequilibrio se expressa por uma caracte-
rística instabilidade emocional.
Temas: resignação, aceitação conformismo!'!!'
Vulnerabilidade a perdas afetivas + mortificação
(humilhação).
Na comoção pela .perda (perrurbação, abalo)
ocorre a mortificação (aflição, humilhação, tormen-
to) sintoma que expressa sua narural tendência a pade-
cer com estímulo repetiti vo, masoquista (prazer com
o próprio sofrimento) que se resume numa aflição e
inabilidade persistente e que se traduz como a morte
de suas esperanças.
PERFIL: Instabilidade emocional.
PERSONALIDADE REATIV A (estar), expres-
sões características se evidenciam a partir de impactos
emocionais produzidos por perdas afetivas, desde a
decepção no amor à perda de um objeto amado ou
de um ente querido. Seus transtornos transcorrem
de origem emocional recente. Diferente de Nat-m,
padecem por decepção no amor, com respostas emo-
cionais rápidas, por amizades defraudadas, morte de
familiares, e por perda de objetos.
Remédio mais importante do luto, um humor
variavél, paradoxal e alternante
Seu humor é variável, paradoxal (contrário ao
comum, contra-senso) e alternante (alternâncias
emotivas), característica de sua personalidade. Ex.
rir em situações penosas, chorar por alegria ou
choro alternado com alegria. Não se compreende o
que ocorre (ela também '1ão! ). Reações imperuosas,
ilógicas, irracionais, inopommas numa dada siruação.
Sua linguagem corporal é estranha (modelo para a
Homeopatia = sintomas raros e estranhos).
Reações surpreendentes e imprevisíveis, com
perda frequente do COntrole emocional.
Risada nervosa, após sofrimentos.
Ri por coisas sérias.
por besteiras.
Desesperada por pequenas frustrações.
No sentido de compensar seu estado de pena e
de sair desta instabilidade emocional, para superar
suas crises e aliviar o abalo das perdas e frustração,
seus mecanismos defensivos são:
1- REGRESSÃO: retrocesso temporal, um com-
portamento infantil, brincalhão, manifestado
pela maneira de falar, pensar e conduzir-se.
Trata-se de um esconderijo, sente desejos de
 MstlJria Médica Homeopática Interpretada
Tormento.
escapar. Fala consigo mesma, tem uma série
de atirucies que não correspondem a sua idade
(para cJ1.unar a atenção, procurando afero e
compreensão) .
2- SUBLIMAÇÁO (exaltar-se, sobressair-se)-
laboriososo, atarefado, ocupado,-melhora ocu-
pado, consciencioso (cuidadoso, meticuloso),
caótico (rotal confusão, comportamento con-
fuso), audácia, arrojo, Fanático pelo que faz .
3 - PROJEÇÁO (imagem projetada):
Resolve seus confliros projetando suas culpas e
responsabilidades nos outros.
-Indignação (se indigna com maus procedimentos,
irresponsabilidades dos Outros e não rolera
injustiças).
-Cólera violema (por contradição), agressividade,
fica fora de si.
-Crítico, censurador.
-Briguento, golpeia e mordc.
-Desconfiado das imençôes dos que os cercam
-Ciúme (porquc uão se sente segura do amor que
recebe).
Sintomas consequentes;
Mecçõcs religiosas: escrúpulos religiosos exces-
sivos. Manifesta ansiedade c desespero por sua salva-
ção. Transrornos ilusórios: pemlrbaçôes sensoriais,
fantasias, sente- se perseguida, etc.
Depressão melancólica: com predomínio das
culpas e auro-reprovação. Vê rudo negro, se sente
como um criminoso, esta desalentada, insatisfeita com
315
rudo e todos, indiferente, recusa-se a comer (anorexia
nervosa), desesperada, se convence de que rudo está
perdido e conclui que a única solução é o suicídio,
jogando-se de uma alrura .
Ignatia e a Histeria
Nem rodos os quadros histéricos são cobertos
por Ignatia e nem rudo-em Ignatia significa histeria.
Kent: "Não se clltam com Ignatia as histerias
naturais) mas se curam essas mulheres sensíveis)
suaves, refInadas, bem-educadas, excitáveis em suas
queixas nervosas quando estas queixas são similares
aos si ntomas de histeria .
Isro não exclui que Ignatia possui marcados
traços histéricos. Nenhum medicamento mostra tan-
tas alternâncias como Ignatia, assim como também
muitos sinromas relacionados com histeria .
Histeria, histeria na menopausa, histeria COm
desmaio, histeria por desgosto, histeria durante a
menstruação.
Ignatia tem uma histeria especial diferente das
demais, pois quando uma pessoa está sobressaltada,
emociona-se com facilidade , faz coisas que nem sequer
ela pode explicar, coisas das quais se arrepende depois,
esta pessoa está se comportando como Ignatia.
Agora, a pessoa histérica não costuma se arrepen-
der do que faz, ela fica satisfeita com a sua histeria,
não importa o que tenha,feito, sentindo-se orgulhosa
de sua ação."
De acordo com a Cllnica Moderna de Psiquiatria,
a personalidade do histérico mostra, entre outrOs
traços típicos, as seguintes características:
- Buscam o consolo e despertam compajxão.
Transtorno por IÚcepçlio amorosa.
316 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.

- Têm uma perso nalidade imarura; raras vezes se como criança, ou como um tolo, fazendo micagens,
impressionam ou se maravilham diame de algo, imitando c burlando.
ou com a grandeza ou beleza de alguma coisa. Com sua vomade de ser estrela, fà.r:í discursos e
- Raras vezes semem compaixão. exibirá uma audácia como nenhum outro medicamen-
Nada disso sc encomra na parogenesia de Igna- tO (3 pomos no repertório), audácia que na realidade
tia, pois, apesar de fIngircm esrar enfermos, nunca não possui, pois é tão covarde que n~o arrisca dar
buscam O consolo. Por ourro lado, são muiro semi- uma opinião.
memais (como Antimonium Crndtl1l1), sendo capazes Para conseguir o dç>mínio sobre o meio ambieme
de sofrer muiro COm a desgraça alheia. recorrerá ao ardil, com O objcti\·o semprc prcseme
de que se ocupem dela; ~t 1'1ll1cnrad, fingirá esrar
enferma, chegará ao desmaio histérico.
Ignatia e a sensibilidade Responderá aos estÍmulos externos exagerada-
Ignatia é uma pessoa delicada, suave, sensível a meme , irritando-se à menor comraJição (U.R.) e
rodas as impressões externas, por isso sofre com esra por bagatelas.
hipersensibilidade, tendo diversos tipos de transror- Chora por nada, violência e selvageria por ba-
nos. gatelas, gritOs paroxísricos, riso imoderado e choro
Transtornos por: com lamúrias.
... amizade defraudada Pode chegar ao dramarismo de grirar por ajuda;
... decepção de amor vive mais a famasia do fIm à realidade. Tem memória
... antecipação débil, esquece rudo menos os sonhos. Sono profun-
... castigo (Ignatia, Tarentula) do, se sobressalta muito durante o sono, permanece
... ciúmes (Apis, Hyos., Ign., Lach., Nux-v., Puls., sentada com o olhar perdido, sonha muitO .
Staph.) As maiores dificuldades das mulheres de Ignatia
... cólera aparecem no plano afetivo, em sua relação com O sexo
... pena silenciosa oposro. Embora sejam doradas de uma exalração de
... cólera reprimida (Aur., Cham., Ign., Ip., Sep., libido (lasciva, aferuosa, apaixonada, desejo sexual
Staph.) aumentado, ninfomania), sua imaruridade as impedirá
... suSto de se aproximarem de um homem, seja por ódio ou
... decepção por medo .
... decepção receme (Ign., U.R.) Muiras vezes a mulher Ignatia poderá se relacio-
... perda de dinheiro (Ign., Plat., Staph.) nar com uma atirude sensual, sedurora, superficial,
... excitação emocional sem um camata profurdo ou compromerido, pois
... honra ferida (Chaffl., Ign., Nux-v., Staph., Verat.) nesres planos se dará c~ma de suas falências como
... fracasso científico literário (Calc., Ign., Lyc., mulher adulta. Poderá emão não se decidir por casar
Nux-v., Puls., Sulp.) ou não, rechaçar as relações sexuais que muiras vezes
... más notícias
... mortificação
... morte de criança
... morte de pais, paremes, amigos
... nostalgia
... pena
... cuidados, preocupações
... reprovações
... temor
... trabalho memal
... vergonha (Ign., Opium)

Ignatla e a relação com o meio

Deve chamar a atenção do ambieme de qualquer
maneira, mesmo que seja necessáno comportar-se Aflição.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
lhe resultaram dolorosas, e em outrOS momentos ca-
recerá de todo o tipo de sensações (insensibilidade)
durante o coito; aproveitando-se de sua facilidade para
provocar espasmos, mostrará outrO tipo de rechaço
sexual: o vaginismo.
Ante este fracasso da realidade buscará nova-
mente refúgio na fantasia, onde terá a ilusão de estar
casada (V.R.) oU grávida.
Também Ignatia pode estar ligada à hipermora-
lidade que rege toda sua personalidade, são excessiva-
mente pontuais, metódicas e com uma grande rigidez
moral. São muito submissas e obedientes. Não se
permitem cometer nenhum erro que possa significar
um prejuíw aos demais, porque o mais importante
em sua escala de valores é a justiça e a honra (não
suporta a injustiça).
Em consciência não perdoará nW1ca as ofensas
recebidas que possam ferir seu orgulho.
Outros sintomas
... ideias fixas
• memória débil
• cabeça pesada
• mortificação'
• melancolia
• incapacidade para pensar ao anoitecer
• humor variável
• desejo de estar só e aversão por estar só
• fantasias, delírio, insônia
• deseja coisas impróprias e chora quando lhe
são recusadas
• medo de não dormir nW1ca mais
• distraído
• melancolia com muitos suspiros
• melancolia depois de amor contrariado
• melancolia por sofrimentos mentais reais ou
imaginários suprimidos
• grande sofrimento por perder pessoas ou ob-
Jetos
• ansiedade como se cometesse um crime
• medo; não gosta de falar
• irritabilidade pela menor contradição (V .R .) -
cólera que passa rapidamente podendo alternar
com jocosidade
• grande ansiedade
• disposição delicada, sensível
• embotamento mental
• temor de que tenha uma úlcera no estômago
(V.R.)
SONHOS
• sonhos com o mesmo tema durante várias horas
• ideias ftxas em um sonho
317
• em seus sonhos está ocupado pensando na
mesma coisa durante toda a noite.
• ideia ftxa que não o abandona ao despertar
• sonhos com tristeza, desperta chorando
• sonhos com coisas espantosas
• sonha a noite que caiu na água e chora
• sonha que foi enterrada viva
•
Sintomas gerais e particulares
• febre sem sede
• agrava pelo frio e melhora pelo calor
• cefaleias por atenção concentrada
• funções gástricas inesperadas
• alimentos delicados e quentes perturbam seu
estômago e aumentam as náuseas
• alimentos picantes e fortes melhoram seu estado
• vazio no estômago
• tosse com uma sensação picante na laringe
• tremor nos membros com desmaios repentinos
• hipersensibilidade à dor e ao tato, melhora com
uma forte pressão
• piora pelo fumo, aversão a fumar
• falta de apetite e saciedade rápida
• morde a mucosa interna da boca quando fala
ou mastiga e morde a üngua (demonstrando
sua diftculdade em revidar, morde a língua mas
não extravasa).
Hahnemann
"Ignatia é aplicávd e curativo principalmente
em ataques repentinos e afecções agudas".
AlIen
"É o remédio das grandes contradições".
• Ri ante fatos tristes.
• Partes inflamadas indolores.
• Melhoram de dor de garganta engolindo.
• Prolapso retal com fezes moles.
.Odontalgia que melhora comendo.
.Dor de ouvido que melhora com ruído ou com
música.
Ignatin. e a justiça - o trio dos indignaMs:
.Staphysagria -ANux- 'Ptrmica-4Ignatia amara
Como já vimos anteriormente, Ignatia não tolera
a injustiça: procura fazer tudo corretamente, sem se
permitir prejudicar os demais.
Assim também , Nux 'Pomica e Staphisagria não
toleram injustiças.
318 Carlos Brunini, Medo Giorgl & Colabs.
Os três medicamentos também são sensíveis
a ruidos, têm transtornos por zanga, por cólera e
intolerância a roupa.
Em relação à justiça, cada um deles tem uma
maneira peculiar de reagir quando sentem que foram
injustiçados.
Nux vomica fica nervoso, vermelho e explode, ou
seja, entra na briga, compra briga alheia.
Staphisagriafica nervoso, branco (pálido), e não
briga, pois se acha distinto, superior a seus oponentes,
e por não reagir tem transtornos por cólera reprimida.
Ignatia não briga porque na verdade acaba
ficando em dúvida se não é ela quem está errada, mas
nunca vai perdoar, nem esquecer, e em consequência
disso também terá toda sorte de transtornos por
reprimir sua cólera.
Quanto à intolerância a roupa, em Staphisagria
incomoda senti-la no corpo, pela sua hipersensibilidade;
Nux vomica sempre que possível a afrouxa; e Ignatia
aura.
Dinâmica miasmática
ATO EQUIVOCADO - Rompeu seu voto, fez
o que não devia.
-+ PSORA: Tristeza, mudanças de humor,
aversão ao consolo, não se permite errar e sofre si-
lenciosamente.
-+ SICOSE: Vai reagir evitar seu sofrimento.
Chama a atenção do ambiente, faz discursos, faz pia-
das, burla, seduz com exaltação da libido.
-+ SIFILIS: Se auto-culpa, se repreende porque
procedeu mal, rompeu seu voto. Anseia desespera-
damente sua salvação, se da conta da falência afetiva.
Profunda melancolia, pensa que tudo está perdido e
a única a saída é o suicídio.
Homeopatia & pediatria
São crianças sensíveis e impressionáveis, com
disposição a pena silenciosa, desejam ficar só na dor,
suspiram muito e sentem-se injustiçadas. Atemori-
zam-se facilmente, sem terem sido amedrontadas;
têm uma tendência a serem medrosas.
Agravam todos os sintomas após um sUStO,
não toleram ser contrariadas Ou reprimidas, o que
pode levar a graus variados de transtornos, sendo a
convulsão muito comum. Devemos lembrar que são
rranstornos por causas recentes que as leva à mortifica-
ção, diferentemente de Natrum muriaticum, que têm
transtornos por fatos antigos que ficam remoendo.
Devido a sentirem-se injustiçadas, ficam exrre-
mamente irritadas quando a contradizem. Porém
permanecem caladas.
Com relação ao consolo, esta criança é também
bastante paradoxal, assim:
- quando sente-se injustiçado, rechaça.
- mas, quando o consolo faz parte de um re-
conhecimento de erro do outro, restabelecendo e
resgatando a verdade, então acaba aceitando o beijo
de boa paz (foi feita a justiça).
Choram involumariamente, fantasiam fugir de
casa, ou se mortificam para punir aqueles que não
a compreenderam e foram injustos; o egoísmo é,
portanto, um traço forte da criança Ignatia.
Desejam ficar sozinhas, acabam tornando-se
antissociais (fmto do seu sentimento de justiça).
Ignatia é escmpulosa, detalhista e se fL-xa muitas
vezes em pequenos detalhes.
São crianças que desde cedo demonstram senso
de organização, chegando ao perfeccionismo.
Outra característica forte são as manifestações
histéricas para chamar a atenção daqueles que estão
a sua volta: rasgam a sua roupa, quebram coisas,
dando a nítida impressão de que conscientemente se
divertem causando danos e preocupações.
A criança Ignatia tem:
A Crises alérgicas pelo fumo - filhos de pais fu-
mantes com problemas pulmonares crônicos.
A Convulsões por sustos, por dentição - sendo um
grande remédio para transtornos por dentição.
A Dores noturnas que, pertUrbam o sono. Sono
comatoso ou profundo entre as convulsões.
A Desejos espasmódicos e violentos levando ao
deslocamento mandjbular.
A Sono leve que é interrompido ao menor mído.
A Insônia - acorda à noite para comer, com a
sensação de' vazio no estômago.
A Sobressaltos com medo de dormir.
A Rangem os dentes, chutam dormindo.
A Acordam à noite com gritos e tremedeiras.
É importante não administrar Ignatia à noite,
pois pode provocar inquietude noturna.
Valorizar sempre a queixa de dor de cabeça, mesmo
em crianças pequenas, pois podemos estar diante de urna
criançaIgnatia. A cefaleia da criança Ignatia é do tipo
nervosa, com grande pressão na cabeça que melhora
ou agrava ao agachar-se.
Transpiram muito no rosto, lábios secos e cor-
tados, úlcera na comissura labial, saliva ácida, infla-
mação da boca e palato, língua coberta com crosta
branca, afioses e estomatites. Sensação de areia dentro
do olho, fotofobia. Urgência miccional; urticária
durante febre.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Homeopatia & veterinária
RqJina Torro - Em veterinária é muito parecida
com Pulsatilla, ambas são suaves, delicadas, meigas
e sofrem por nostalgia.
Ignatia entretanto carrega seu sofrimento justi-
ficado por um sentimento de culpa, enquanto a Pul-
safilla acaba de certa forma encontrando substirutos
para seus afetos, sendo que busca consolo enquanto
que Ignatia a rechaça com aversão. Um animal "cul-
pado" se encolhe quando ouve algum grito.
Prolapso retal com fezes moles, crises alérgicas
por fumaça de cigarros, suspiros, bocejos e soluços.
Caso clínico
R.Z., 32 anos, bancária, casada, 2 filhos.
QD: Há dois meses não consigo me alimentar,
nem tomar água.
Antecedentes pessoais:
Doença da infância - Todas
Panos normais
Varizes desde os quinze anos de idade
Safenectomia
Esclerose dos vasos 2 vezes por semana
Antecedentes familiares:
Mãe: varizes
Pai: são
"Doutor, sou enrovertida, um pouco acomoda-
da, gosto de achar tudo pronto, e qualquer provocação
me irrita, não gosto que falem áspero comigo. Sou
meio afobada no trabalho, não gosto de ficar demo-
rando para atender às pessoas e em casa também tem
que ser tudo na hora.
Tem algumas coisas que eu não tenho que espe-
rar e não gosto de pessoas malcriadas, me irritam, e
respondo à altura, só às vezes.
Eu e meu marido temos brigas homéricas, nin-
guém quer levar desaforo para casa ... (chora) e nunca
gostei de ser repreendida, mas fico quieta, calada e
triste depois das discussões e depois fICO pensando
nisso ou nas outras discussões que tivemos, e foi
depois de uma discussão dessas que eu fiquei assim.
Outra coisa doutor, sempre acho que o meu
marido está me enganando ou me escondendo coi-
sas, aí ligo para ele o dia todo, e procuro coisas nos
seus bolsos e muitas vezes acabamos brigando e não
consigo nem expor as minhas ide ias de tão nervosa
que fico, e eu me sinto agreclida e choro, choro tanto
e melhoro.
Houve época em que eu ficava chorando e acha-
va que a culpa era toda minha, porque eu era feia e
tinha varizes.
319
Casei com 21 anos, ele me tratava diferente e
depois mudou, e tenho que tomar cuidado para não
fIcar brigando e remoendo depois, sem ter o que falar.
Chegou uma certa hora que começou a me dar
aquilo, eu queria engolir e não conseguia, e precisava
tomar água de "golinhos" (veja, doutor, trago sempre
esta garrafinha comigo, aonde for).
Quando pego,(lo sono, acordo de madrugada
com a sensação de estar me afogando; vem uma coisa
aqui na garganta e não consigo fazer o movimento
de engolir, parece que vou engasgar com o próprio
"cuspe", estou muito assustada doutor, já emagreci
cinco quilos porque não consigo comer. É horrível,
mesmo quando não estou comendo ou bebendo, sinto
esta "bola" na garganta."
Humor: "Há momentos em que estou bem-
humorada e outros em que estou aborrecida.
Quero ficar controlando tudo, e no banco, quando
tenho que fazer alguma coisa com pressa, eu erro
- para falar, doutor, e até para escrever - e já percli
dinheiro por causa clisso, porque eu trabalho no caixa
e quando erro e escrevo a mais eu tenho que repor O
clinheiro depois, o senhor tem que me ajudar."
(Respira profundamente).
Sonhos: "Tenho muitos sonhos doutor, muitos.
10 sonho: Com um desafio em que eu cliscuria
e estava brava, como se a pessoa estivesse me
rebaixando e eu re;lgia. Esse sonho, doutor, se
repetiu várias vezes.
0
2 sonho: Com minha mãe que faleceu.
3 0 sonho: Tenho sonhos engraçados, tem alguns
que eu acordo de madrugada, volto a dormir e
continuo com o mesmo sonho.
Este também várias vezes.
4 0 sonho: Também tenho sonhos tristes e algumas
vezes acordo chorando.
Tenho também algumas tonturas, não posso
virar a cabeça que vêm as tonturas. E tem época que
até na cama eu acordo pensando que estou rodando.
Fico .querendo fazer tudo clireitinho; e se vou
dormir de tarde, já acho que deixei de fazer alguma
coisa que poderia ter feito .
Doutor, tenho medo de ficar louca.
Será que não estou com problemas de tireoide,
por isso não consigo engolir?
Desde pequena tenho medo de ladrões e agora,
com tudo isso que aparece na televisão fico com mais
medo ainda."
Ex. Clinico: PA-125X80 P-76 cor. rítmico (2t)
pulmões: MU+
320 CarfOs Bruninl, Mario Giorgi & Colabs.
sem ruídos adventícios Abd.ndn. membros in-
feriores: Flebires,
OF-ndn Tireoide: ndn
Receirado Ignatia 200 CH - d.u.
2 3 consulta: (32 dias após)
"Douror, O senhor quer me marar?
Depois do remédio piorou rudo, por isso liguei
um mome de vezes para o senhor, tenho até vergonha.
Nos primeirús dias não conseguia nem engolir,
fiquei dias quase em jejum, por isso eu pedi para o
senhor aquela licença.
Piorou rambém a minha digesrão, e será que não
é úlcera não, douror?
Mas depois disso rudo - ah! - melhorei, agora
estou com um pouquinho s6 de dificuldade para
engolir, mas já estou bem melhor, estou aré sem a
garrafinha, o senhor reparou?
Já estou dormindo melhor e meu marido acha
que estou mais calma.
Já eStou comendo melhor; rem hora que não sei
nem o que quero comer.
Tem horas que fico triste e me dá uma raiva
quando ele não concorda comigo, mas eu fico quieta
para não piorar rudo de novo.
(Respira profundameme)
Será que vou mesmo sarar, doutor? Acho que
não.
Meu marido rambém é difícil de lidar, o pai dele
e o irmão esrão em cas~ morando com a gente. No
começo rudo bem, mas já vai para um ano e meio
e acabamos discutindo por isso, e me sinto sempre
triste, o senhor já imaginou duas pessoas estranhas
morando com o senhor?
Fico triste ...
Cd.: Ignatia 500 CH-d.u.
Bem melhor agora, doutor, já nem me lembro
do problema de engolir, e pensar que o médico queria
me inrernar para fazer exames e me dar soro.
Estou mais calma agora; durmo a noite toda e
já não brigo ranto com meu marido, - que bobagem
eu desconfiar ranto dele, ele trabalha ranto e chega
tão cansado, e rambém já não ligo tanto quando as
crianças gritam nas brincadeiras.
Recuperei meu peso, doutor, estou comendo de
rudo até jil6 ..."
 Matéria Médica HomeoptJtica Interpretada
321

- lodium purum

Há tempos tomei conhecimento de que a mãe deste indivíduo, provocadas pela valorização excessiva
de um paciente meu estava passando por mna séria que dá a sua imaginação ou conscientização de que
avaliação méclica, pois vinha apresentando sintomas cometeu um ato errado ou que deixou ou, esqueceu
muito estranhos, como excesso de apetite, apesar de fazer algo.
de estar emagrecendo rapidamente. Sua fisionomia Na Matéria Médica de Hering, encontramos
parecia se alterar, pois apresentava exofralmia; aumen- sob o número 15 um relato muito importante, que
tou muito sua irritabilidade, estava muito nervosa, confirma isso e nos dá a conclição de entender todo
agitada, e teve até crises de muita violência quando o restante do que vamos esmdar deste meclicamento:
brigava com todo mundo, jogando coisas no chão "À noite, especial'mente quando pensa em errOs
para, em seguida, ter acessos de choro. reais ou imaginários, seu coração palpita 'como relâm-
Terminada a avaliação, chegaram a um cliagnós- pago', também sente pulsações na boca do estômago
tico: hipertireoiclismo. e nas têmporas, essas palpitações e a excitação arterial
Ela se desesperou, pois achava que nunca mais o tiram da cama, levando-o a banhos frios e fricções
estaria bem, sabia que seu tratamento deveria ser à para obter alívio temporário. Às vezes, pensamentos
base de hormônios, temia que tivesse que fazer cirm- terríveis tomam posse dele. Mal consegue ir para
gia, mdo passava pela sua cabeça e ela ficava cada vez casa, por temer algo horrível; em uma ocasião, teve
mais apavorada. um impulso irresistível de assassinar uma mulher
Como é de cosmme, tentei orientá-la cOm que lhe servia de guia, porque ele havia perclido seu
respeito a um tratamento homeopático, mostrando caminho. Estes ataques sobrevêm nos momentos mais
que poderia ser um caminho e inclicando um méclico
homeopata.
Ela aceitou!
Procurou o méclico e começou o tratamento.
O tratamento estava sendo muito produtivo;
nos encontros seguintes que tivemos, era nítido que
aquela senhora caminhava para O equihbrio de seu
orgarusmo.
Apesar de ter acompanhado só à clistância, o
caso me aguçou a curiosidade com respeito à ação
desta glândula. Foi então que me deparei com o me-
clicamento homeopático Iodium. Desde então tenho
esmdado bastante este meclicamento na tentativa de
entender melhor as linhas que determinam a perso-
nalidade do inclivíduo que sofre Iodium.
O que podemos notar i.niciahnente como sinto-
mas muito marcantes são a ansiedade e a inquiemde
322 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
inesperados, os problemas se agravam pela calma e
meditação, deve estar constantemente em ação, em
alguma ocupação laboriosa".
Quando Iodium pensa em seus erros reais ou
não, fica vulnerável a tudo que está a sua volta e passa
então a um estado de excitabiJjdade e perplexidade,
temendo novos fracassos; duvida que possa resolver
situações que lhe apareçam, pois já se enganou ou
errou antes, então agora se cuida para evitar que isso
volte a acontecer.
ALL - "Teme que swja uma desgraça de qual-
quer triviilidade".
HER - "Medo do mal, com excesso de cuidado".
N a mente de Iodium predomina um sentimento
de apreensão, de ansiedade constante, por isso ele
procura estar sempre ocupado e em movimento, na
intenção de aJjviar seu sofrimento mental, nos passa
então ser uma pessoa muito agitada, que não encontra
ilivio em nenhuma posição ou lugar.
Tem humor horrível, é impaciente, irritado,
parece que quanto mais quer se controlar, pior fica;
mostra-se um indivíduo fosco, fácil de se ofender,
qualquer ato dos outros pode Lhe recordar que se
equivocou, nada parece satisfazê-lo, tem sensibilidade
aumentada por aquilo que o cerca, é sensível às im-
pressões externas, às impressões mentais, sensuais e
a ruídos. Chega a ter tendências violentas, sendo do
tipo de pessoas que acabam quebrando ou atirando
coisas (como móveis, louças) em momentos de muita
irritação, ou, o que é pior, pensa em matar alguém
ou dirige essa violência contra si mesmo e pensa em
suicídio.
Se formos ao repertório, encontraremos:
Desejo de matar;
Repentino impulso de matar;
Impulso irresistível de matar uma mulher:
(D.R.)
Despedaça coisas;
Cólera, quando o tocam;
Violento, veemente;
Fúria que conduz a atos de violência;
Pensamentos persistentes de homicídio;
Disposição suicida;
Jogando-se do alto e
Arirando-se pela janela.
Tenho usado até aqui todos os caminhos possí-
veis para desvendar mais alguns dados importantes
sobre este medicamento, porém tudo o que encontro
é a confmnação e expJjcação daquele primeiro sintoma
citado, anotado por Hering, ou seja, tudo decorre da
valorização que Iodium dá aos seus erros, e então a
partir desta primeira falta, por não ter autoconfiança
(seu núcleo é de insegurança, como podemos notar),
torna-se escrupuloso, cuidadoso, industrioso, tentan-
do encobrir ou esconder de si mesmo sua incapacida-
de. Isso lhe possibilita uma melhor convivência com o
que o cerca, e que de tão importante lhe traz "alegria
e loquacidade imoderada", como encontramos resul-
tados nas Máterias Mtdicas. Assim como a ansiedade
e a inquietude demonstram seu sofrimento psórico, a
industriosidade e a violência são suas faces sicóticas e
sifiliticas, respectivamente, e não podemos deixar de
considerar que, assim como a ocupação e a atividade
o levam ao regozijo, a violência lhe traz O desespero
e o abatimento.
E assim Iodium vai levando sua vida, às vezes
correndo, às vezes chorando, movendo-se de um lado
para o outro, outras vezes brigando ou ainda feliz por
estar ocupado, mas, mesmo assim, o fracasso não sai
de sua mente. E, até quando consegue dormir, todos
os seus sonhos dizem respeito a fracasso, pois tem
sonhos esgo[.1dores, repugnames, sonha que se suja
com excrementos, que se lnove entre excrelnentos,
que caminha no barro, cai na água; sonha também
com desgraças, com perigo, com acidentes, sonhos
ansiosos com mortos) com ruínas; tem também so-
nhos amorosos porém com esforços infruríferos de
coito, ou com coitos desagradáveis.
São todos muito significativos, dão a ideia de
como é a sua vida, um éontÍnuo esforço para não fa-
lhar mais, para modificar todo o quadro, pois está em
jogo seu próprio juíw, mas indiferente a este esforço
sua vida prossegue e ele cai, se suja e volta a errar, e
assim começa tudo de f.lovo.
Sintomas orgânicos
Cabeça: cefaleia congestiva com afluxo de san-
gue e sensação de ter uma cinta apertando a cabeça
agravada por calor, barulho, movimento.
Vertigem ao agasalhar-se.
Face: pele amarelada, pilida.
Olhos:-edema de pálpebra, olhos desorbitados
e doloridos.
Pupilas dilatadas e lacrimejamento.
Ouvidos: sensibilidade exagerada aos ruídos e
surdez.
Nariz: secreção aquosa, copiosa e escoriante,
dor no osso nasal e seios paranasais.
Boca: mau hilito, aftas e ulcerações frequentes.
Gengivites, lingua marrom no centro e branca
nas bordas.
 Matéria Médica Homeopátic8 Interpretada
Salivação abundante e inchaço das glândulas
submandibulares.
Faringe: sensação de consrrição na garganta e
dificuldade para engolir.
Estômago: o apetite é variável, há casos de
verdadeira fome canina, outros de perda do aperite,
porém nos dois casos o emagrecimento é consrante.
Erucrações ácidas, pressão no c't{\mago, dores, náu-
seas e vômiros.
Abdome: inchaço abdominal, com borborigmos
e cólica.
Fígado e baço hipemofiados, afecções do pân-
creas.
Constipação intestinal que alterna POt diarréia
ao tomar leite.
Aparelho urinário: urina amarelo-escura , em
pouca quanridade com odor amoniacal, ardor no
meato urinário.
Aparelho genital:
Masculino: testículos inchados, hipertrofia-dos
e dolorosos, característica de Iodium; como efeito
tardio, queda do poder sexual e atrofia dos testículos.
Feminino: regras irregulares ou muito adianta-
das ou muito atrasadas, e às vezes muito abundantes.
Leucorreia crônica abundanre e corrosiva, ova-
rites, dor nos seios com aparecimento de nódulos e
displasias.
Aparelho circulatório:
Hipertrofia do coração com ou sem enfermidade
vascular, forte e inexplicável sensação de debilidade
com perda de respiração ao subir escadas. Tem tam-
bém sensação de compressão dolorosa do coração.
Pele: pele seca ou viscosa num tom de amare lo
sujo. O suor pode dar uma coloração azulada à roupa.
Modalidades
- Lateralidade: esquerda inferior e direita su-
penor.
Melhora:
- por comer: o individuo Iodium, quando tem
muito apetite, sente-se melhor de todos os seus sin-
tomas; quando come, inclusive tem alívio para seus
transtornos mentais.
- ao ar livre: por ter muito calor (é um dos
medicamentos mais calorentos da Matéria Médica)
precisa de ar fresco e de estar em local ventilado, em
uma casa fresca, sente que até respira melhor.
323
- por movimento: ao se movimentar todos os
seus sintomas, inclusive os mentais, melhoram, porém
cansam-se rapidamente.
Agravações:
- em locais quentes e abafados.
- por repouso.
- encostando sobre o lado doloroso.
.
I?esejos: de bebidas alcoólicas e carne.
E sempre interessante conhecer um pouco da
substância da qual é feito o medicamento. O iodo é
um metaloide que encontramos em abundância na
narureza, sempre combinado. Acha-se com facilidade
na água do mar, com certos minerais, porém onde
mais O encontramos é nas plantas marinhas, princi-
palmente nas algas.
O iodo está no nosso organismo, faz parte de
nossos tecidos e se acumula principalmente na glân-
dula tireoide.
Homeopatia & pediatria
Criança pavio curto. Inesperadamente interrom-
pe uma brincadeira que aparentemente caminhava
muito bem e torna-se violenta, com impulsos agres-
sivos. Com consequente arrependimento, emudece e
fica quieta num canto, mas não chora, crianças ligaAA5
em 400 w, não param um instante.
Um sintoma que chama muito a atenção nas
crianças Iodium é seu apeti te gulosas e mal humoradas
quando com fome e entretanto são magrinhas e tem
dificuldade em manter seu peso dentro das tabelas
nutricionais (sempre abaixo).
Apesar da agitação toda encontramos um sin-
toma paradoxal: cansaço por esforços físicos, como
pequenas corridas ou subir escadas.
Gânglios são palpáveis, principalmente em axilas
e pescoço (sendo duros e pequenos); são crianças que
salivam muito durante a noite (babam no travesseiro),
com mau hálito, sangramentos gengivais e estomati-
tes, olhos arregalados e saltados.
Encontraremos com frequência infecções catar-
rais, laringites estridulosas e rouquidão, coriza com
inchaço de asa do nariz.
Dores ósseas norumas (dor de crescimento Phos-
phoricumacidmn), arrotam com frequência, intestino
com evacuações esbranquiçadas (Chellilwnium) , espu-
mosas. Seus sintomas pioram com o calor e melhoram
por clima frio.
Apelido: o magri.nho elétrico
Núcleo: insegurança
324 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.

Sintomas marcantes: - Aversão que lhe fale, olhe ou toque

- ansiedade c inguierude - Apetite voraz com emagrecimento
- medo do mal, com excesso de cuidado - Caquexia (desnutriçao profunda)
- violento, veemente - Endurecimento das glândulas
- prostrado pelo excesso de atividade - Hiperrireoidismo com hipertrofia da tireoide
- alegria e loquacidade imoderada
- hiperrireoidismo
A Boca de ...
o Animal de . .. - lábios cianóticos
- lnquierude ansiosa (com fome) - bruxismo
- Violento com impulso de matar - líquen plano
- Medo de água, de pessoas e de ficar sozinho - nevcalgia facial
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Sexta-feira, feriadão que antecede o carnaval. No
painel do Monza, o relógio digital marca 19:48, o trá-
fico na Anhanguera, nas proximidades de Campinas,
vai se tornando mais intenso, lento, quase parando.
Inevitavelmente, por mais que procurasse
manter-se calma, pensamentos ruins aconteciam,
deixando-a mais irritada a cada troca de marcha ou
freada; os sons das buzinas penetravam atrevidos e
ecoavam fundo, roubando-lhe o pouco de autocon-
trole que restava.
No para choque do Scania - "O senhor é meu
pastor"".; o fluxo de pensamentos aumenta:
O que havia feito na vida?
Nestes 35 anos de infortúnios, dissabores,
aborrecimentos, a vida havia sido cruel para Ipeca,
e as pessoas não a tinham compreendido, então era
melhor viver só! - "Eu me basto!"
Liga o rádio: "Hora do Brasil". Bons tempos
aqueles de "]EC" (Juventude Estudantil Cristã).
Reuniões, horas procurando conduzir seu grupo de
colegas do "Colégio das Madres", em Catanduva,
a fazer uma greve, um protesto, rebelar-se contra a
direção da escola, esta burguesia (ri histericamente).
Um mar de saliva inunda sua boca, acompa-
nhado de arroto azedo, a cabeça parece estourar,
maldita enxaqueca! Seu estômago automaticamente
se contrai, ocorrendo a tão conhecida e desagradável
sensação de náusea.
Volta-se ao banco traseiro procurando a "tra-
dicional" toalhinha de viagem, abre-a, cospe, busca
respirar fundo, olha-se pelo retrovisor, passa a mão
pelos cabelos dando-lhes uma ajeitadinha; dá uma
voz de autocomando: "Paciência, fique fria, tudo já,
já melhora."
Sobressalta-se com o som ardido de uma buzina
ao lado, o tráfego piora: "Saco! Que adianta buzinar?"
32
. Ipecacuanha
"Que calor!", o ar condicionado não funciona,
porearia! Num impulso bate com a mão no painel,
punindo este desobediente aparelho: "estúpido!". Sua
ira aumenta, espanca o painel, resmunga, blasfema,
fica grunhindo. Está fora de si, sem controle, coleri-
camente histérica; sua boca espuma com tanta saliva.
Volta a sentir a tão desagradável sensação de
náuseas, acompanhada agora de "falta de ar". Tem
a impressão de que seu estômago vai sair pela boca,
equivocadamente coloca as mãos na boca para
impedi-lo.
Entretanto, seu dedo instintivamente busca a
garganta e traz o vômito "em golfadas", transpira,
sente-se gelada, talvez sua pressão tenha caído.
Respira fundo, agora o ar inalado tem um aroma
diferente, enche seus pulmões com uma agradável
sensação de paz, está tranquila, que lhe importa o
tráfico, O calor, as pessoas, nada poderá mais abalar
seu equiübrio. Por alguns instantes encontrou no
vômito um amigo.
"Se a viagem atrasar? O pessoal que espere, afinal
todos os anos tem carnaval."
O trânsito continuou "engarrafado" por mais
trinta minutos, os pensamentos ruins e as náuseas
voltaram e desvairadamente Ipeca buscou consolo nos
vômitos, dando-lhe alívio passageiro. Entretanto, se
equivocadamente crê que vomitando melhora, Ipeca
engana-se, pois vomitar é uma solução efêmera.
Ipecacuanha
É uma planta brasileira, cuja raiz tem proprie-
dades vomitivas acentuadas graças à emetina, seu
principal alcaloide.
Atua sobre o nervo pneumogástrico, desen-
cadeando não somente manifestações respiratórias
326 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
(pneumo) e digestivas (gástrico), como também
hemorragias e febre.
Esta atuação do pneumogástrico levará a uma
irritabilidade inflamatória de mucosas.
1- Assim, em ruvel de aparelho respiratório, a irri-
tabilidade de mucosa trará aumento de secreção
brônquica, que, uma vez acumulada a ruvel da
luz da árvore pulmonar, obstruirá o fluxo da
passagem de ar, fazendo um mecanismo espásti-
co, ocorrendo: dispneia, tosse incessante, rosto
cianótico, batimento de asas do nariz, sibilos
e todos os demais sintomas que compõem um
quadro de bronquite asmática; acompanhado
ou não de espirros.
2- No aparelho digestivo, pela irritação e inflama-
ção da mucosa gástrica, ocorrerá aumento de
secreção esromacal, com aumento da sialorreia,
que funcionará como estímulos para náuseas e
vômitos e mesmo aumento do trânsito intesti-
nal, acompanhada muitas vezes de diarreias com
náuseas persistentes; isto levará o indivíduo ao
desânimo e à prostração -língua úmida e limpa.
Hering assim coloca a respeiro: "Náuseas
angustiantes, constantes, com quase todas as queixas
sentidas no estômago, com eructações de ar, acúmulo
de muita saliva, enjoo e esforço para vomitar".
Nada alivía.
3- Hemorragias de sangue vermelho vivo - o
sangue é expulso em golfadas, como se a ar-
téria estivesse vomitando; sua hemorragia de
cor vermelho-vivo é de sangue arterial que sai
em pequenos jorros - de uma maneira forte,
"viril", o sangue é "vomitado" ativamente; le-
vando à palidez durante as regras e prostração,
estas desencadeadas pelo processo anêmico da
hemorragia.
Kent diz:
"Eu não poderia praticar medicina sem Ipeca,
devido a sua importância nas hemorragias. Não
quero dizer aquelas decorrentes de artérias cortadas,
onde é preciso fazer uma cirurgia, quero dizer das
hemorragias uterinas, ou dos rins, intestino, estôma-
go' pulmões. Nas formas mais graves de hemorragia
uterina, o médico homeopata é capaz de agir sem
recorrer a meios mecârúcos; quando o útero apresenta
sangramento lento e constante, e a cada momento o
fluxo aumenta como ~m jorro, e com cada pequeno
jorro ela pensa que vai desmaiar, ou sufoca-se, sendo
que o fluxo não é tanto para levar a tal prostração,
náusea, síncope, palidez, Ipeca é o remédio".
Abrimos aqui um parênteses para fazer o diag-
nóstico diferencial de hemorragias de alguns medi-
camentos da matéria médica, enquanto relembramos
alguns aspectos dos medicamentos abaixo citados
(inclusive aspectos mentais):
Aconitum - Hemorragias de sangue vermelho
vivo mais ansiedade e medo.
Amua - Hemorragias com coágulos e "sangue
pisado" como que após uma contusão.
BellatúJna - Hemorragia de sangue quente com
batimento de carótida e congestão cerebral.
Carbo vegetabilis - Hemorragia com rosto pálido,
paralisação de tudo e desejo de ser abanado. .
China - Hemorragias abundantes, prostração
intensa, e zumbido nos ouvidos.
Crotalus - Hemorragia de sangue negro; líquido
por todos os orifícios.
Fcrrum - Hemorragia com uma parte líquida e
outra coagulada, alternando aspecro de face descorada
e pálida.
Hyosciamus - Hemorragias com delírio, estreme-
cimento, sacudidas muSculares.
Lachcsis - Hemorragias de sangue decomposto
como palha queimada.
Phosphorus - Hemorragias profusas, persistentes,
atuando mesmo como hemostático até em pequenos
vasos.
Platina - Hemorragias de sangue em parre sólida,
coagulada em pequenos coágulos, em parte líquida.
Pu/satilla - Hemorragias intermitentes e variá-
veis, que alteram com o emocional do paciente.
AcrescentoAmbragrisea - Estados hemorrágicos
com coagulopatias em indivíduos indiferentes ao
mundo.
Quebradura febril - ocorrendo aqui febre com
grande desânimo geral.
Tanto aqueles que fizeram experimentação com
Ipcca, quanto os individuos que sofrem Ipeca, têm
uma exacerbação de seus sintomas fisicos e mentais
durante o calor febril, como vemos no repertório
(Kent/Eizayaga):
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Ansiedade - durante a febre 7. 2
Confusão mental- durante o calor febril 17.1
lmpaciência - com calor febril 48.3
Inconsciência (coma) - durante a febre 50.1
Inquierude - durante o calor febril 54.2
lrritabilidade - durante o calor febril 58.2
Pranto com humor chorão - durante calor febtil
62.3
Melancólico - durante a febre 66.2
Lamenta-se - durante o calor febril 76.1
Suspiros - durante o calor febril 84.2
Tristeza - durante o calor febril 93.2
A febre em Ipeca é acompanhada de uma impor-
tante modalidade qual seja a sensação de quebradura
que se manifesta primeiramente na cabeça, nuca,
costas e nos ossos, acompanhada de estado nauseoso
e também de sede moderada.
As citações de Hahnemann abaixo sintetizam
o que foi colocado até agora no plano orgânico a
respeito dos sintomas de Ipeca :
"Esta poderosa não foi criada meramente com
propósito de causar um esvaziamento forçado do es-
tômago através do vômito. Ela pode aliviar em alguns
casos a tendência do vômito similar ao seu próprio,
então ela deve, como a experiência tem mostrado,
exercer uma ação específica curativa mais particu-
larmente nas hemorragias, na dispneia paroxística e
espasmódica e nos estados sufocantes e também em
alguns tipos de tétano. Certos tipos de febre intermi-
tente são de tal forma que esta raiz é seu remédio ade-
quado como se depreende de seus próprios sintomas,
à medida que esteja presente uma maior semelhança
homeopática àqueles sintomas do caso da febre do
que em outros medicamentos."
Compreendendo os miasmas
Ipeca a "motinzeira" da Matéria Médica.
A problemática de Ipeca, do ponto de vista men-
tal, gira também na siruação de vômito. Ipeca, por não
conseguir resolver seus conflitos internos, "vomita"
nos demais suas frustrações.
Para compreendermos melhor e embasarmos esta
tese, vamos ao repertório de KentfEizayaga colher
no capítulo psiquismo alguns sintomas chamativos:
Altivo 3.3
CalW1iar 11.2
Cólera irascível 13.3
Crítico 19.2
Desgostoso 23.2
Depreciativo com rudo 24.3
Fastio geral 35.3
Indiferença (apatia) 51.2
327
Maus efeitos da indignação 52.1
Infortúnio 53.1
lrritabilidade 57.2
Malicioso (vingativo) 64.2
Obstinado 72.2
Humor repulsivo 78.1
Suspicaz 84.1
Tranquilidade de?Ois da cólera 90.3 U .R.
Vontade débil 95.3
Desta forma encontramos pessoas que natural-
mente, psoricamente são altivas, que põem defeito
e depreciam rudo, irritáveis e mal-humoradas, que
demonstram sua infelicidade através de sua sensação
de infortúnio (para os insatisfeitos, nada está bom,
rudo é desgraçadamente ruim, daí o infortúnio).
Dar a Ipeca seu digno de cura é fazê-la elaborar
seu lado crítico/depreciativo para que não se sinta
infeliz, infortunada, mal-humorada e arrogante.
Entretanto, Ipeca com sua psora não trabalhada
apresentará também sintomas indigestos e, portanto,
nauseantes, fuzendo-a vomitar seu ato equivocado (si-
cose) no outro por meio da calúnia, da cólera, fazendo
críticas, vingança com indignação e desconfiança
(suspicaz) ou em movimentos sifilíticos através da sua
obstinação, desgostos, indiferença e aborrecimento de
rudo, levando-a a apresentar debilidades de vontade.
A rubrica tranquilidade, depois da cólera 90.3
U.R., ilustra bem aquilo que foi colocado, pois
mostra bem o drama existencial deste medicamento
que necessi ta explodir em irascibilidade (cólera) seus
conflitos, para só depois encontrar algum equilibrio.
Diz Bronfman a respeito de Ipeca:
"Não encontra prazer em nada, deprecia e ao
mesmo tempo deseja que os demais depreciem, busca
a posição solidária e a concordância dos demais. É
um abandono insatisfeito que não sabe o que quer,
indiferente ao prazer e calW1iador".
SACADA-
Vômitos = rejeição (aborto), a exemplo da
grávida que vomita pelo medo (inconscientemente,
rejeita o fururo que teme).
Assim pensa que ao convencer os demais de suas
ideia estará prevenido: fugir a rejeição, medo de não
ser aceito.
Em Ipeca seu digno de cura é fazê-Ia elaborar
não apenas o seu lado crítico, mas principalmente a
necessidade da cumplicidade das pessoas sobre seu
pOntO de vista,
Por isso que ela vomita seus dissabores no
ouvido do alheio, pois espera que este reforce seu
comportamento.
 2 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Diagnóstico diferencial
Em nível prático gostaria de comentar o diferen-
cial com dois medicamentos que, na prática diária,
vem muitas vczes confundir, levando-nos muitaS vezes
à prescrição errada. ,
Staphysagria: E o medICamento que muito se
parece com Ipeca, sendo que ambos têm transtornos
por cólera reprimida; entretanto, em Staphysagria a
dignidade fala mais alto fazendo-a engolir seus dis-
sa bores para depois explodir no lugar errado, com
pessoas erradas, no momento errado.
0, indivíduoslpeca, para vomitar seus dissabores,
buscam pessoas que venham a concordar com Sua
opinião, sendo portanto vulgares, ao contrário da
digna Staphysagria.
Platina: Ao lermos que sao pessoas altivas,
que depreciam, desdenham os demais, encontramos
sinto mas mentai s hierarquicamente fortes que
são compartidos; entretanto, Platina não busca
"con ve rter}) os outros ao seu ponro de vista , é
naturalmente superior e não depende do apoio dos
demais. Creio que Ipeca é a Platina que busca a
concordância dos outros. É a Platina com motim e
subversão.
Homeopatia & pediatria
São pedantes, critica por despeito e vomita para
chamar atenção. Colocadoras de defeito, nada llies
agrada, mesmo wn passeio escolar onde todos estao
adorando, ela acha wn defeito e começa a agitar.
Adolescentes organizam motins e acham que a escola
e o professor esta se saindo mal, daí passa billietinhos
agitando a classe. Ao vomitar colocam ou abortam
para fora de si seus dissabores e insatisfações.
Pobre de quem tem que aturar nossa pequena
Ipeca!! !I!
Homeopatia & veterinária
Regi1ta Torro - Ocorrem ânsias, vômitos sia-
lorreia e emctações de ar, com awnento da secreção
estomacal e aumento do trânsito intestinal. Gastrites
onde mesmo wna pequena quantidade de água nao
para no estômago seguidas ou não por desinteira
(fezes com sangue). Vômitos sanguinolentos também
podem ocorrer, com grumos volwnosos. Irritabilida-
de de mucosa acarreta awnento de secreção brônquica
acarretando tosse, dispneia, batimento das asas do
nariz. Um animal altivo, colérico por bagatela, des-
gostosos, depreciativo, apático, vingativo, obstinado
desconfiado e sofre por indignaçao.
Caso Clinico veterinário
Aretha, uma rotteweler, fora adquirida com 3
anos de idade na tentativa de salvá-la da disseminaçao
da tosse de canil que assola a regiao (traqucobronqui-
te infecciosa dos cães-Manual Merck de Veterinária
sétima edição, página 792).
Fora criada sempre confinada num canil, pois o
seu destino era a reprodução. Tivera duas crias, sobre
as quais o atual proprietário nada sabia.
N ecessitava de aj uda urgente, sua vida corria
contra o tempo.
Como o caso era agudo, iniciamos o interro-
gatório pelos sintomas físicos para complementá-lo
com os mentalS.
Como é a tosse ?
''Tosse tanto que até vomita, o vômito é sempre
de comida não digerida, porém se não se alimentar
e o acesso vir, ela fica com ânsia sem parar. Na tosse
pode vir um catarro branco, mas não é sempre que
isto ocorre.')
° que provoca a tosse?
"Basta ela se sentir mellior e correr wn pouco
pelo quintal ."
Creio que como está livre agora gosta de come-
morar sua liberdade. Com isto tudo está tão magra
que parece transparente. Minha tentativa é de salvá-la,
pois nao resisti aos sem "olliínhos" sei que a homeo-
patia tem muitos recurSos e ela não responde aos ar1-
tibióticos e cortiwnas. Foram utilizados antibióticos
de terceira geração!
Gostaria de saber também sobre ela. Como é sua
sede, seu apetite?
''Tem wna sede inCrível, não há água que a sa-
tisfaça, porém quar1do rem febre (eu a meço com o
termômetro) ela fica completamente sem beber. Seu
apetite é estranho, tudo ela quer comer, pede tudo
o que temos na mão, porém ao receber não come'
Aconteceu até com carne ema. Quer até o que nao é
comestÍvel. Se quer wna bola para brincar, fUlgimos
que não vamos dar para provocá-la , ao conseguir
desiste, quer e nao quer, esta éAretha'
Como estamos falando dela, gostaria de saber
do seu,temperamento!
"E horrível, está conosco há pouco tempo e já a
apelidamos de "pavio curto."
Por que este apelido? (Na medicina veterinária
homeopática o apelido está sempre relacionado a
sintomas mentais de extremo interesse, não raro o
digno de ser curado!).
"Irrita-se por baruJhos como fogos nos dias de
jogos ou ano novo. Por qualquer motivo estoura-se,
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
é de "pavio curto". É mansa, vai com todos porém,
fica agressiva com os gritos das crianças, televisão alta,
muito movimento na casa. Sabe que tenho que pedir
por favor para a Aretha? Qualquer coisa fica brava.
Cachorro pode ser temperamental?"
Ao exame clínico ela me desconsiderou, agiu
como se eu não existisse. Ao comentar com o ptO-
prietário, a colocação foi a seguinte:
"Tudo o que tem vida ela vira a cara, seja gato,
cachorro, tarraruga e conclui ... até veterinária!"
Temperatura de 38,7 °C, estava sedenta e bebeu
água na clínica. Tossia muito e apresentava ânsia,
não fora alimentada anteriormente. Na auscultação
havia tantos estertores que impediam a auscultação
cardíaca. Arrotou muito durante o interrogatório.
Todo o costado estava à vista e discreta desidratação.
Mucosas congestas.
Um hemograma apresenta leucocitose de 28.350
acompanhada de eosinofilia.
Repertorização
1- vômito, durante a tosse 374,2
2- vômito de comida 349,1
3- náuseas, durante a tosse (apresenta ânsia de
vômito ao tossir) 340,3
4- sede, extrema 343,3
5- sede, ausência durante o calor febril 343,2
6- movimento, agrava 844,3
7- caprichoso, deseja coisas que rechaça quando
lhe oferecem (quer os objetos e comidas, porém de-
monstra desinteresse quando consegue) 12,3
8- cólera por bagatelas (este sintoma lhe valeu
o apelido de "pavio curtO") 14,1
9- depreciativa (literalmente vira a cara para tudo
que tem vida, menosprezando-as) 24,3
Foi medicada com Ipeca CH 30 em glóbulos,
recebendo a medicação três vezes ao dia, durante
trinta dias.
Ao retornar estava outra, perguntei se trocaram
de rotteweler para me agradar!
O pulmão estava sem alterações, o que permitiu
a auscultação cardíaca. Mucosas normais, remperatura
de 38,8°C, hidratada.
Não arrota, nem tosse ou vomita há 23 dias .
Sua compleição está normal para o padrão da raça.
O hemograma revelou 10.200 leucócitos e ausência
de eqsinofilia.
329
Permaneceu sem medicação por quatro meses.
Retornou, pois estava inapetente. Recebeu Ipeca CH
200 em dose única.
Então ocorreram outras alterações além do ape-
tite. Foram tantas que não mais justificava o apelido
de "pavio curto".
Para "detonar" Aretha tem agora um longo Ca-
minho a percorrer. É" como se ela gostasse de todos e
do quintal onde vive.
Coisas da internet, vida real homeopatia século
XXI.
"Por que não consigo ser feliz comigo mesma?
Como e provoco vômito sempre. Estou muito de-
pressiva. E agora?"
Você deve ser muito exigente consigo mesma.
Por isso não fica feliz com nada ... por algum motivo
você aprendeu a Ser assim, mas como já percebeu,
está te fazendo mal. Como mudar O jeito de enxergar
as coisas? O primeiro passo é aceitar que algo está
errado .... sua percepção. Como é que tem mendigo
feliz? É o ponto de vista dele ... Então, sugiro que
procure ajuda com psicólogo ou psiquiatra, procure
com quem conversar, leia livros e lute para mudar.
Não será fácil. Seja sua amiga e se ajude. Boa sorte.
"SONHAR CQM VÔMITO"
SIGNIFICADO·: Vomitar- perda de bens, negÓ-
cios e de pessoas de sua família. Ver alguém vomitan-
do - problemas de saúde tanto para você como para
familiares e amigos.·
Argb·
"O que é mais importante para mim? O calor
da sua carne viva Ou suas palavras em minha mente
guardadas? E o que me confortaria mais? Seus dentes
tortos e sua voz cansada ou a paz do fim de sua longa
estrada? Eu sofro horrivelmente com a distância; e eu
me assusto com essa brusca mudança.
A nossa distância tem ptoporções adimensionais;
prisões atemporais de liberdade inalcançável; e as mu-
danças terrenas que vagam errantes em minha vida
revolvem minhas dores devastando anos de trabalho.
E então, perdido na minha impotência, só resta me
erguer das cinzas e começar de novo esse jogo de
dor e enfado ou então me sentar e chorar sem fé no
mundo, esse eterno monstro mutável."
330 Carlos Bruníni, Mario Giorgi & Colabs.
Ktdi bichromicum, rudo é muito grudento e lerdo!
A experiência com o ensino da homeopatia mos-
tra que, ao fmal de um tema pouca coisa acaba sendo
aprecnruda, pois muitos medicamentos compartem
sintomas gerais e mentais.
Assim devemos buscar no que de mais impor-
tante aquele merucamento nos passa, restando pelo
menos do esrudo de cada remédio O conhecimento
de suas peculiaridades, seu jeitão, sua personalidade
homeopática (assim gravamos a sua identidade).
Em alguns merucamentOs policrestos por terem
uma vasta descrição patogenética, isso fica mais fácil,
e assim podemos até dar apelidos como no caso da
"carente Pulsatilla" ou do "inseguro e mandão Lyco-
podium" ou mesmo da "compassiva e comunicativa
Phosphorus". No caso de Kali bichromicum devemos
procurar através de correlações entre seu comporta-
mento mental e seus sintomas clinicos estabelecer uma
dinânúca que marque rudaticamente seu estudo pois
é um merucamento que, apesar de ter comprovada
eficácia na clinica, tem um mundo ll1ental com pou-
cas peculiaridades, mas cujo conjunto de sinais nos
identificam como o grande sedentário da Matéria
Médica!!!
Então vejamos dois momentos deste meruca-
mento:
1 - Um momento orgânico, onde encontramos
um muco (catano) denso, espesso e aderente
(viscoso como chiclete).
2 - Um grupo de sintomas mentais extraídos do
repertório serve de indicativo que tal meru-
camento é também aderente, mentalmente
falando (cabeça dura, de difícil mobilidade e
sedentário) .
Misantropia, amuado, cansaço em geral, desejo
de solidão, concentração djficil, lentidão, confusão
Ka/i bichromicum
mental, desencorajado, desconforto, embotamento,
esquecido, esrupefacto, medo das pessoas em geral,
indolência, imbecilidade, grotesco, fastio, timidez,
torpor, quieto, aversão ao trabalho mental, avesso
aos negócios.
Juntando então O momento 1 com o 2, Kali bi-
chromicum entendemos que ele tem lerdeza psíquica,
física e catarral. Sua morosidade o sufoca, por isso
sonha que está se sufocando, faz crises asmáticas com
intensa falta de ar, importante falta de oxigênio em sua
vida emocional, prefere ficar parado numa siruação
de conforto e inércia.
Assim demonstramos que Kali é o grande gru-
dento da Matéria Mérucao como se tivesse uma cola
que o conduz à inércia. . j
Vamos agora ao seu esrudo descritivo, que dará
sustentação para a tese de sua personalidade homeo-
pática aqui apresentada:
Lathoud:
o Bicarbonato de Potássio, sal tóxico, é obtido
tratando wna solução de cromato de potássio neutro
por ácido azoico. Apresenta-se em forma de criStais
vermelho-escuros, inalteráveis ao ar e solúveis em
 Matéria Médica HomeoptJtiea Interpretada
água. O remédio é preparado segundo os métodos
comuns de dinamizações de Halmemarm.
Allen:
Está muito bem-humorado e constantemente
inclinado a rir.
(Primeiro dia da experimentação.)
Desanimado, com grande melancolia à noite.
Ansiedade nascendo no peito.
Antropofobia, mau humor, irritabilidade.
Desinteressado por seus afazeres diários.
Completa indiferença com angústia no estômago.
Desinteressado pelo trabalho mental.
Aversão total ao trabalho mental após o jantar.
Hering:
Misantropia e mau humor, chegando até a des-
gosto da vida.
Apático, lânguido, indiferente, desinteresse por
trabalho mental ou físico.
Os pensamentos desaparecem.
Indiferente e desanimado após o menor aborre-
cimento, com angústia no estômago.
Antropofobia, taciturno.
Ansiedade que sobe no peito.
Biotipologia:
Ka/i bikromicum se adapta principalmente a pes-
soas gordas, de cabelos ruivos e faces com cor viva.
Tem um grande desejo de tomar cerveja, porém passa
mal quando bebe, lembrando aqueles foliões que no
início das festas estão alegres, bebem muito, e logo
ficam embriagados, tornando-se tristes, acabrunha-
dos, terminando a festa em um canto do salão, só,
isolados, não desejando conversa.
Atua principalmente nas afecçóes mucosas ca-
racterizadas por processos inflamatórios com secreção
abundante, com muco aderente, viscoso, gelatinoso
(parece cola, goma de mascar).
As dores de Kali se caracterizam por aparece-
rem localizadas em pontos bem definidos; são dores
agudas lancinantes, erráticas, que mudam de lugar
no corpo, que aparecem e desaparecem bruscamente.
Modalidades:
Lateralidade direita.
Alternância de sintomas.
Periodicidade dos sintomas.
Agrava pelo frio, pelo ar fresco da manhã, entre
331
2 e 3. horas da madrugada, pela manhã. Por beber
cervep.
Melhora ao caminhar, pelo calor.
Desejo por cerveja, aversão à carne.
Mental:
Taciturno, mis~tropo, mal-humorado, depri-
mido.
Diflculdade de concentração, memória fraca,
seus pensamentos desaparecem no meio do raciocínio.
Ansioso, como se a ansiedade fosse sair do seu
peito.
Sono:
Sono não reparador, agitado, fala incoerente-
mente enquanto dorme, agita os braços.
Desperta no meio da noite com desejo de uri-
nar, por falta de ar, palpitação, dor de cabeça. Piora
ao acordar.
Cabeça:
Vertigem repentina, ao se levantar, como se tudo
em sua volta começasse a girar.
Dor de cabeça frontal, normalmente sobre um
olho, pela manhã ao despertar, agrava por luz e ba-
rulho, melhor ao deitar, por apertar o local ou ao sair
ao ar livre. Piora ao agachar-se ou mover-se. As dores
podem ser precedidas por perturbação na visão.
Rosto pálido, amarelado, com expressão ansiosa.
Olhos secos, ardentes como se estivessem cheios
de areia. Pálpebras verm"elhas, inchadas. Inflamação
da íris, fotofobia. Úlcera. de córnea com tendência a
perfuração.
Dores violentas em pontadas nos ouvidos, prin-
cipalmente no esquerdo que se irradia para a boca
e parótida. Meato externo do ouvido inflamado,
inchado e com prurido.
Aparelho digestivo:
Dores em pontadas na raiz dos dentes, dentes
frouxos, gengivas inchadas, muito sensíveis.
Boca seca, saliva amarga, espessa, língua resse-
cada, mapeada.
Inflamação e ulceração da mucosa bucal. Hálito
fétido.
Edema de úvula como se fosse uma bolsa de
água. Presença de muco na orofaringe espesso, ftla-
mentoso, gelatinoso, que provoca catarro pela manhã.
Intensa sede com grande desejo de cerveja e
bebidas ácidas. Averrão a água.
332 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Ausência de apetite, digestão difícil, sente o
estômago pesado. Sente queimação gástrica.
Náuseas e vômitos geralmente mucosas e bilio-
sos, amargos, por tomar cerveja.
Inflamação de mucosa gástrica que pode evoluir
para úlcera.
Abdome inchado, endurecido, com tendência a
obstipação intestinal com cólicas intensas. Diarreia
matinal crônica. Dores no hipocôndrio clireito com
tendência a formar cálculos biliares.
Nternância de sintomas gastrointestinais com
sintomas rewnáticos.
Aparelho respiratório:
Dores na raiz do nariz e seio ftontal. Secreção
nasal espessa, fétida, purulenta. Sinusite. Úlceras
nasais ardentes. Odor fétido.
Coriza abundante, aquosa, com raias de sangue,
com espirros violentos.
Rouquidão, coceira na garganta, tosse seca, vio-
lenta com expectoração amarela, viscosa.
Falta de ar com dor no peito. Sensação e aperto
no peito.
Aparelho circulatório:
Sensação de frio no coração.
Pressão no coração após comer. Acorda subi-
tamente às 2:00 horas da manhã com palpitação.
Hipertrofia do coração.
Aparelho urinário:
Ardor uretral enquanto urina. Sensação como
que se após urinar houvesse ficado wna gota de urina
na uretra.
Tendência a inflamações renais com pus e sangue
na urma.
Genitais:
Masculinos: ausência de desejo sexual em pes-
soas obesas. Sente dor em pontada na próstata ao ca-
minhar. Prurido localizado na glande. Secreção uretral
espessa. Úlceras com aspecto cancroide, corrosivas.
Femininos: Leucorreia amarela, viscosa. Pruri-
do vulvar, ardor. Tendência a prolapso uterino. Mens-
truações acliantadas com náuseas, vertigem, dores de
cabeça, clismenorreia. Vômitos durante a gravidez.
Extremidades:
Nternância de dores rewnáticas com outros
sintomas. Dores articulares, que mudam bruscamente
de wna articulação para outra, que melhoram em
repouso e pioram por calor na cama.
Dores em toda a coluna e rigidez de nuca.
Lombociatalgia que piora por mudança de tempo e
melhora por flexionar a perna.
Acessos de calafrios repetidos, alternando por
ondas de calor e suor generalizado.
Pele:
Pele seca, quente e vermelha. Púsmla por todo
o corpo, com sensação de picadas. Ulcerações secas
com aspeCto ovaloide, ae bordos irregulares, duros e
elevados, com secreção amarelada e corrosiva. Acne.
Homeopatia & pediatria
Criança_s depressivas, melancólicas, que sofre
muito quando alguém lhe coloca wn apelido.
A hlUnilhação é somatizada de wna maneira
sufocativa, fica toda enmpida de catarro
Sensíveis às vexações, reagindo com tristeza (a
criança de Palladium também sofre com vexaçõcs,
gozações, pois se frustra quando busca O aplauso e
o reconhecimento dos demais, O que não é ocaso);
sua insegurança fica evidente pelo temor que tem às
críticas.
Tapam a boca com as mãos, como se em segui-
da se arrependessem daquilo que acabaram de clizer
(crêem que clisseram algo que não deveria ser clito),
como se sua participação no mundo fosse incômoda.
Tanto a sua tristeza como a sua irritabilidade melhora
comendo.
Ama nas mucosas (olhos, nariz, boca, garganta,
brônquios, aparelho cligestivo e urinário), promoven-
do a este nível secreções densas, viscosas, de coloração
amarelo-esverdeada.
Placas espessas que chegam a obstruir algumas
regiões das vias aéreas; ocasionando engasgos, wna
aspereza na garganta com pigarros, inflamações no
rosto (sinusite) c secreção abundante esverdeada e
pegajosa com cheiro desagradável em ouvido. Aqui
o Kali bichromicum funciona como wn detergente
desengordurando as placas catarrais e assim melhoran-
do a atividade respiratória. Agravam no tempo frio,
sendo este wn grande medicamento para problemas
articulares.
APELIDO: O SEDENTÁRIO
NÚCLEO: INSEGURANÇA
SINTOMAS MARCANTES:
- lerdeza psíquica, fisica e catarral;
- cabeça dura, de difícil mobilidade e se-
dentário;
- afecções mucosas;
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
333
processos inflamatórios com secreção abun- - Ulceração profunda com borda aumentada e
dante (muco aderente, viscoso, gelatinoso - grudento). secreção purulenta corrosiva
- Eczema do couro cabeludo e ouvido
o Animal de ... - Artrite, osteólise e cárie óssea
- Mal hum orado
- Im paciente A Boca de ...
- boca seca, saliva amarga, espessa, língua res-
- Cólera por bagatelas
secada e mapeada
- Aversão à carne . periodontite
- Secreção viscosa que pende em fio (saliva, inflamação e ulceração da mucosa bucal
vômito, leucorreia, otorreia) - halirose
334 Carlos Bruniní, Mario Glorgl & Co/abs.
Já na introdução, uma compreensão de sua
assinauua.
Kali carbonicum ou carbonato de potássio é um
sal incolor, pulverulento, cáustico e que cristaliza -se.
É enconrrado nas cinzas dos vegetais, portanto já foi
vivo e findou queimado, reduzido as cinzas, esta falta
de oxigênio (foi queimado, sufocado) acarretará uma
grande ânsia de liberdade.
HAHNEMANN - Enfermidades crônicas
- Ansiedade e desgosto por companhia.
- Triste, ela se sente só, deseja companhia para
ganhar ânimo.
- Grande tristeza, ela tende a chorar sem causa,
à noIte.
- Opressão ansiosa, rompe em pranto.
- Inquietude mental.
- Apurado em pensamento e na ação.
- Irresoluto.
- Temor de estar só.
- Assusta-se facilmente, especialmente por ligeiro
toque no corpo.
- Ela está assustada por aparições imaginárias;
imagina, por exemplo, que um pássaro está voando
até a janela e, com isso, emite um grito forte.
- Humor contrário, está obstinado e não sabe
ao certo o que quer.
- Está sempre em antagonismo consigo mesmo,
não sabe O que quer e se sente extremamente infeliz.
- Não está sa6sfeita com nada, está fora de si,
e furiosamente encolerizada, como se nada estivesse
de acordo com suas vontades, e frequentemente ela
mesma não sabe o que quer.
- Mal-humorada, não tem prazer com nada.
- Humor variável , em um momento, está bom
e quieto, num outro colérico por bobagens; com
frequência esperançoso, ora desesperançado.
Ki}1i carbonicum
- Com frequência não consegue encontrar a pa-
lavra e a expressão corretas, cometendo erros ao falar.
- Em alguns momentos tem a sensação de que
seus pensamentos e sua memória estão se desvane-
cendo, com zumbidos na cabeça.
- Insônia durante a noite, e quando dorme tem
sonhos ansiosos, de manhã se sente embotado, com
mãos quentes. Sono inquieto, ele se desperta às 4
horas da madrugada, e a partir daí várias vezes até o
amanhecer.
- A criança se move de um lado para o outro e
chora.
- Dormindo, cheio de fantasias e falando em
voz alta.
- Sonho ansioso, ela chama por ajuda.
- Os sonhos horrendos atrapalham seu sono.
- Sobressaltam-se'ao dormir.
- Sonhos com má?caras , fantasias e diabos.
- Duas noites seguidas, donnindo, seu corpo se
molha todo, como se lhe acometesse wna convulsão,
com contraturas nos braços e chutes com as pernas,
mesmo que sem o menor ruído, ao despertar não tem
noção do que sucedeu.
A1Ien
- Ela tinha pressenllinentos ansiosos à noite.
- Ela está assusrada com um grito alto, por uma
aparição imaginária, como, por exemplo, um pássaro
voando na janela.
- Cheia de medos e ansiosa acerca de sua doença.
- Medo de que ela não possa vir a se recuperar.
- Muito deprimida, foi obrigada a chorar muito,
porque 6nha constantemente em seus pensamentos
que la morrer.
. - Fraqueza de espíriro e rristeza num grau ex-
cessIvo.
 Matén'a Médica Homeopática Interpretada
335
- Pressentimentos rristes sobre o futuro. - Humor alternante, em um momento bom e
- Humor irresoluto. quieto, em outro excitado e colérico, por bagatelas,
- Grande rristeza, é obrigada a chorar, sem causa, constantemente tem antagonismo consigo mesma,
à nOlte. frequentemente esperançosa, frequentemente desalen-
- Pavor de estar sozinha. ta, desgosto com tudo, mal-humorada, impaciente,
- Humor irritado, não podia contentar-se. nada a satisfaz, melancolia,
- Falta de presença da mente, ele não pode achar - Teme morrer e ficar só,
rapidamente seu caminho para o trabalho. - Mal-humorada, irritável, O ruído lhe é desagra-
.
Jtlç- O"'0-HW r."--
, dável, se sobressalta fácil, especialmente quando lhe
o _ tocam, intoleráncia à voz humana.
~L~ - Delírio à noite, Pleurisia.

t~pI~
Imaginárias e sobressalta-se quando lhe tocam.
- Túnida e apreensiva acerca do futuro e de sua
enfermidade.

lJL 7 5<JN1/ft CD'41.MI!i.,Df

Dados os grandes sintomas descritos acima pe-
los mestres da homeopatia, podemos deduzir que os
sintomas mentais deste medicamento em suma são:
~
.;j:. Jl~-{ p o fi
-~"~~
~,D')I"
· Antagonismo;
•~ y.- ;1,.: . re ', . ....oY V' ,;AS- · Medo do infortúnio (ansiedade por sua saúde);
:ff)'~' . ..,rC"
~ .,f:.!

~,~"L /frt ~ F · Medo da morte;

· Falta de confiança em si mesmo;
· Sensação de desampato.
Sacando seu jeito
Para MI:tt;IJeth Tyler "Kali carbonicum é um in-

JJ~
O/ir1flbJ éif, QrJE-Li>
divíduo enfadonho, irritável e sensível ao extremo,
especialmente quando está doente, pessoa cansativa e
tediosa. Friorenta sempre rremendo de frio, dores em
pontadas como que facadas, dores que cortam como
pontadas, FaciJmente assustável, infeliz, nervosos e agi-
tados, um medo que bate forte na boca do estômago."
Kent "Tais pacientes são hipersensíveis, por
exemplo a sua exageradil sensibilidade na sola dos pés
roçando O lençol excita todo o seu corpo." Quando
for examinar w:n pacien'te Kali-c, por mais óbvio que
seja, vá prevenindo e contando o que ocorrerá, para
que ele não se assuste, assim agora vamos medir a
Gallavardin pressão, depois vou escutar seu coração....
- Acesso de perda do conhecimento, discerni- Síndrorne núnima patogenética ou seja seus
mento, com perda de todos os sentidos e medo de cair, sintomas mais importantes:
- Apreensão sobre tudo a respeito da doença.
- Tristeza com desejo de sociedade, ou continu-
amente com desejo de morrer.
Hering
- Ataques repentinos de inocência.
- Não pode expressar-se, parece que já não sabe
como se começa a falar ou começar alguma coisa que
deseja, Mania puerperal. '" SÓ UM
- Embotado, estÚpido como depois de uma p()(JaUIN~O.
intoxicação. JÁ TO SAINDO...
- Imagina estar vendo pássaros no seu quarto e
tenta agarrá-los,
- Grande aversão por estar só,
336 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
~ Antagonismo
~ Medo de infortúnio com ansiedade por sua
saúde
~ Medo da morte
~ Falta de confiança em si mesmo
~ Sensação de desamparo
Digno de cura: Ajudar Kali carbonicum a tomar
decisões, vencer sua timidez, melhorar sua auto
estima e alçar seu võo.
Dinâmica miasmática, esquema-ticamente:
~ PSORA- antagonismo gerando ;'lSeguranfa e
confosiÚJ interior
~ SICOSE, se afirma com intolertincia, cólera,
nada serre (decorrente a não saber o que quer, conse-
quência de ser sufocada)
~ SÍFILIS, confosão menUlI, obtuso, i1UÚJlente
e apático.
Compreendendo seus miasmas
Seu antagonismo é um traço forte de sua
PSORA "constantemente em antagonismo consigo
mesma, em um momento esperançosa em outro de-
salentada", sendo o sintoma que mostra a condição
existencial de Kali carbollicum: grita pedindo ajuda,
dormindo (o que não faria conscientemente, quando
acordado), demonstrando uma grande dificuldade em
se posicionar perante as pessoas, ou seja, uma grande
falta de confiança em si mesmo, vivendo um drama
interno de que se fracassar ou não corresponder ficará
sozinho e desamparado, justificando assim seu medo
de que o futuro possa lhe trazer algum infortúnio
comO a mOrte ou a doença.
Kent
Kn:li carbonicum demonstra sua dificuldade no
trato com as pessoas mediante seu antagonismo, pois
é de se esperar que os indivíduos que necessitam de
companhia sejam pessoas amáveis, educadas e sociá-
veis; entretanto, Kali é caprichoso, irritável, irascível
- "briga com sua família e seu pão com manteiga".
Desta forma: temor de estar só, versus ansiedade
e desgosto por companhia. O medo que este medi-
camento acarreta fará com que sinta uma extrema
dificuldade em controlar-se perante as situações,
pois ao menor toque em seu corpo, sobressalta-se;
assim, ao examinar tais pacientes, deverá o médico
cautelosamente colocar seus aparelhos e avisá-los do
que está ocorrendo, por mais óbvio que possa parecer,
caso contrário se surpreenderá.
SICOTICAMENTE - Kali carbonicum se
afirma de uma maneira encolerizada, como se nada
estivesse de acordo com sua vontade, o que será
uma coisa extremamente difícil, pois sabemos que
frequentemente ele não sabe o que realmente quer,
portanto, nada será bom.
Comete uma porção de atOS falhos e erros ao
falar (hmTIor contrário, resmunguento), estoura por
bagatelas e com as pessoas próximas, havendo um
ap'rofundamento de tais sintomas sicóticos na sua
SÍFll.JS, quando surgem então a confusão mental,
sua disposição contrária, não sabendo o que quer,
e a impressão de ter perdido o conhecimento ou
o rumo ao tentar começar a falar ou executar uma
tarefa, deixando-o assim indisposto para o trabalho,
indiferente, indolente.
Aqui sua ansiedade desaparece (desalento),
desânimo geral, extremamente enfadado, sem gosto
ou goro para as coisas da vida. Colérico pela manhã,
range seus dentes. Intolerância à voz humana.
Kali carbOtlicum (carbonato de potássio, encon-
trado nas cinzas dos vegetais). Portanto, já foi vivo
e findou queimado, reduzido a cinzas, por isso tem
grande ânsia de liberdade, sonhando com pássaros
(quando sufocado por sua fome de ar "asfixia" nas
crises asmáticas).
Tendo aqui semelhança com o simbolismo da
cor cinza, que traduz, em termos de dinâmica afetiva,
indicadores de apatia, insegurança e intranquilidade.
É um medicamento que atua sobre o sistema
nervoso, ataca muito- profundamente e o deprime,
atuando também nas mucosas; portanto, do ponto de
vista orgânico teremos manifestações acentuadas nos
órgãos excretOres e se.cretores; assim encontraremos:
Trocadilhos:
Cefaleia que piora com o coito, assim o coito
é luna dor de Cabeça?
Dor de cabeça após o coito. Ou, quando uma
transa vira uma dor de cabeça?
L Inchaço nos olhos com edema de pálpebras,
com coceira, ardor, escoriações e supuração nos
cantos dos olhos; fotofobia.
2_ Pontadas no ouvido, inchaço com descarga de
pus amarelo ou cera liquida; úlceras de ouvido.
3_ Nariz com espirros violentos, inchado, assadura
em asa do nariz, secreção ver dosa, falta de ar
por obstrução nasal, narinas crostosas.
4_ Garganta seca, afonia, coceira na garganta.
5_ Batimentos arteriais, edemas em partes afetadas.
6. Transpiração nas ronas enfermas, sendo fétida
e V1SCQSa.
 Matéria Médica HomeopátiC8 Interpretada
7. Cistos sebáceos, rumores dolorosos e purulentos
do couro cabeludo.
8. Odont;llgias wm gengivas inflamadas, difi·
wldack para engolir (disfagia), mucosidade
"derenr" na faringe.
9. Distensão abdominal - gases por emoções·
ansictbde no estômago "distensão no abdome
pós'prandial", fbtulência.
10. Coceira no ânus pós-tosse.
11. Fezes caprinas - prolapso do reto.
12. Urina turva, viscosa, testículos inchados e
prurido escrotal.
13 . Adenopatia, dor reumática com adormeci·
mento.
14. Pele clara (OLI am,lrdada), face leitosa com
aspecto inchado.
15. Sonolência.
16. Dores articulares, pulsantes, cortantes, ou
em punhaladas, levando às vezes a gritos de
tanta dor.
17. Extremamente friorenw, com calafrios, "sem·
pre está tremendo". (Kent).
18. Indicado "para enfermidades de velhos com
edemas e paralisias ... com tendência à obesi·
dade". (AlJen).
19. Fluxo menstrual corrosivo.
20. Sensibilidade acentuada principalmente na
planta dos pés, levando a sobressaltos.
Psico-homeopatia
Analisando pacientes (crianças) !(ali carbonicum,
observamos alguns traços em comum que combinam
tanto com os já descritos pelos grandes mestres e aqui
citados, quanto com PASCHERO.
A conflitiva básica de KaJi carbonicum é a ambiva-
lência, vivida pelo grande medo da solidão que sente;
33
isto o mobiliza para a busca de companhia, ao mesmo
tempo que movimenra·se psiquicamente rejeitando o
consolo por não querer se sentir dependente.
O confliro vivido pelo medo da solidão e neces-
sidade de companhia verSUS o desejo de liberdade e
independência cria o desequilibrio expresso por meio
da agressividade e irritabilidade (características de sua
personalidade) .
O antagonismo-vivido expressa-se também por
meio de uma ansiedade tanto latente, como manifesta
na medida em que a tensão inrerna explode em lágri-
mas (busca companhia e rejeita o consolo que gera
tristeza com medo de morrer, medo de que no futuro
algo de mal vá lhe acontecer; estes pressentimentos o
fazem chorar, até mesmo durante o sono).
Como tem dificuldades em estabelecer metas ou
programas de vida, pois não sabe defmir o que quer,
sente-se extremamente insatisfeito sempre, levando
a um mau humor e melindres, ficando colérico por
bagatelas, alternando seu estado de equilíbrio por
excitabilidade e fúria.
Seu biotipo frágil - tu berculínico - somado à sua
fome de ar nas crises asmáticas inspira nas pessoas
um envolvimento paternalista (pois querem cuidar
de [(ali carboniwm).
Homeopatia & pediatria
Nossa experiência com crianças !(ali carbonicum
- asmáticas ou bronquíticas - nos traz indicadores que
as caracterizam, na medida em que a conflitiva básica
vivenciada traduz-se pela grande dependência afetiva
que a criança desenvolve em relação à figura materna e
sua eXtrema necessidage de liberdade e independência
(sonha com um pássaro voando livre).
Movidas psiquicamente por esta ambivalência,
mostram-se muito ansiosas e enernalizam esta ansie-
dade por meio das crises de bronquite I asma (choro
dos pulmões - Paschero); quando "nada" as impede
de respirar livremente, elas, no entanw, ficam comple-
tamente asfixiadas.
Esta' "asfixia" gerada pela ansiedade latente,
aliada a um processo punitivo (no sentido até de
chamar atenção), transforma-se no "tributo" que ela
paga por todos os seus pecados (perdi meu paraíso e
fui reduzida a cinzas).
São muiw exigentes consigo mesmas, mas tam-
bém com os outros; são caprichosas, não wleram
esperar. A expectativa de uma festa, um presenre que
chegará no Natal , ou qualquer outrO acontecimento,
338 CarfOs Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
como por exemplo "a ansiedade pelo presente de
aniversário", é capaz de produzir uma crise.
Na grande maioria das vezes tais crises são
usadas como instnunento de cOntrole dos pais e do
ambiente, que de certa forma a criança internaliza
como hôstil, na meâida em que "nem tudo acontece
da forma que ela quer" (ela nem sabe, ao certo, como
quer que as coisas aconteçam). Observa-se ainda que
o grau de impaciência é muito alto nessas crianças,
assim como é sua intolerância e irritabilidade.
A experiência indica ainda que na grande maioria
das vezes as mães de tais crianças são extremamente
controladoras, fálicas e sedutoras, trazendo wna ba-
gagem de personalidade que a criança deseja para si,
mas que fantasia não conseguir ter, gerando wn grande
sentimento de impotência que alimenta sua dependên-
cia em relação à figura materna (não quer magoar nem
decepcionar por medo de perder a proteção e vir a ficar
s6), então provoca a crise para receber companhia da
mãe ou outra figura forte que a substitua.
A criança impotente ante à dependência materna,
que rejeita mas não expressa por medo da solidão,
maus pressentimentos em relação ao futuro e medo de
ser abandonada, vendo-se fragilizada psiquicamente
usa como defesa a "crise de falta de ar", e assim recebe
"todas as recompensas que tem direito", como, por
exemplo, atenção e afeto.
Homeopatia & veterinária
Rrgina Torro - Seu antagonismo, bem como nm
hwnanos, é demonstrado através da ambivalência e
Medo de ficar s6 X necessidade de companhia. Ou
mesmo nwn momento está quieto e no outrO colérico,
impaciente voluntarioso, mal hwnorado e insatisfeito.
Sobressalta-se com muita facilidade por ruídos, durante
o sono ou quando é tocado (assustadiços). Uma timi-
dez marcante, grita quando assustado, muito útil em
hidropisia de ordem hepática, acompanhada de diarréia
durante a noite que agrava as três hora da madrugada
(tudo é pior nesse horário). Tosse que vem acompa-
nhada de vômitos, levando todo o corpo a sacudir
quando ocorre. Extremamente friorentos, estão sempre
tremendo, agravam pelo frio e aqui o interessante é que
aquecermos a parte dolorida a dor muda. Serve para
relembrar que as crises de asma demonstram simboli-
camente seu desejo de liberdade e independência.
Homeopatia simbólica
Fênix: (Dicionário de símbolm Chevalier - Ghe-
erbrant).
"A Fênix, segundo o que relatam Her6doto ou
Plutarco, é wn pássaro mítico de origem etíope, de
wn esplendor sem igual, dotado de wna extraordi-
nária longevidade, e que tem o poder, depois de se
consumir em uma fogueira, de renascer das cinzas."
Longe daqui demonstrarmos OU polemi-zarmos se
Kali carbonicum corresponde exatamente à Fênix; entre-
tanto, o conhecimento da então estudada matéria médica
deste medicamento e a busca de Fênix aponta-nm muitas
situações extremamente coincidentes que nos permitem,
do ponto de vista didático, guardarmos esta imagem.
Sendo, portanto, extremamente marcante a iden-
tidade desta figura simbólica com o drama miasmático
vivido por este medicamento. Na sua pré-psoraKàli
carbonicum tem a sensação de que era forte e voava - o
que llie foi tirado ao perder sua perfeição, trazendo-llie
a incômoda situação atual de cinzas, justificando seu
antagonismo pela atual impotência, inferioridade. Por
isso, sonha com pássaros (sonha resgatar sua liberdade
de voar), ao mesmo tempo em que sente asfixia cre-
mat6ria da falta de oxigênio nas suas crises asmáticas.
Fênix é consciente de que ao voltar das cinzas flcará
mais fortalecida; Kali carbonicum conscientemente
faz crises, pois tem a certeza de que ao sair dela será
mais forte, wna vez que com tais crises manipula as
pessoas exercendo seu poder sobre elas. Aqui então
a ambivalência fica clara, pois ao mesmo tempo que
exerce o poder sobre os demais , exercita também sua
menos valia mediante wn processo auto-punitivo.
Desta forma, ambos, são similares, pois, desde que
Kali carbonicum perdeu seu paraíso, não mais po-
dendo voar, vivendo como cinzas (na tentativa de se
purificar pelo fogo), amarga sua condição crematória,
infeliz, com diftculdades de se posicionar graças ao
antagonismo que existe em sua angústia nmtálgica de
superioridade e sua menm valia atual, aguardando seu
tão sonhado dia em que voltará a voar e ser livre, para
cumprir com os altos ftns de sua existência.
Falando de antagonismo
Indecisão
Recebi o email de wna amiga querida, falando
que está vivendo um momento de indecisão. Isso
me trouxe a mente algumas lembranças, como wn
texto que diz:
"A pessoa indecisa permanece na dúvida, na an-
siedade, na angústia. A indecisão acumula problemas,
preocupações, agressões. A história humana é feita
de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar,
saber perder vantagem e valores para ganhar outros.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
339
Quanto a nutrição, isto envolve uma conscienti-
zação dos nossos sentimentos, uma percepção do Eu .
É um momento em que devemos nos amar, respeitar
nossas limitações, buscar leiruras e músicas que nos fàlam
à alma, manter uma conexão direta com o Pai (através
da oração, da meditação, do contato com a natureza).
Bem , a celebração é algo fantástico, porque se
a indecisão está nos consumindo então estamos sem
condição de ver as "boas coisas ao nosso redor. Não
quero dizer que não saibamos que temos coisas boas,
quero dizer que não as estamos sentindo. Celebrar os
amores que nos cercam , o dia que amanhece, o céu,
o alinlento, a dádiva da visão e dos outros sentidos,
a áglla que nos chega pela torneira, a cama que nós
deitamos e tudo mais. Quando reservamos algJIl1s
momentos para celebrar a vida com o coração, algo
começa a se iluminar e tenho a impressão que esse
algo é uma das estradas dessa encruzilhada.
Fenix. Indecisão, uma música encontrada no blog.
myspace.comfbernardbond
As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, Não sei se vou ou se fico
gástricas c problemas de pele. " Não sei se fico ou se vou
Lembrei também de uma metáfora que ouvi Se vou eu sei que não fico
há uns 20 dias atrás, A metáfora da Encruzilhada. O Se fico eu sei que não vou (x2)
dicionário Michaelis diz que encruziUlada é: "Lugar Não sei se devo ou não devo
onde dois ou mais caminhos se cruzam". Quando Se me contenho ou avanço,
Se me atrevo ou não me atrevo,
estamos indecisos, nos sentimos numa encruzilhada
Se me canso ou descanso._,
e esta metáfora diz o seguinte: Não sei se cligo ou não cligo,
"Estar numa encruzilhada é uma forma de sinali- Se vou ou se fico aqui,
zação da vida, nos apontando que é momento de Des- Se procuro ou se espero
canso, Nutrição e Celebração. Momento de tirar um Mas eu sei que já me percli
pouco do peso das costas para que possamos refletir Não sei se falo a verdade
sobre nossos passos. Momento de nos nutrirmos com Ou se conto mentiras,
Talvez a realidade,
muito amor e conhecimento. Momento de celebrar a
Não seja o que ru prefiras ...
vida c tudo de bom que ela nos dá, com muita grati- Não sei se cligo sim
dão." Diz a mctáfora, que se procedermos assim, com Ou se digo não,
desprendimento, amor e gratidão, num determinado A dúvida que tenho em mim,
momento um dos caminhos desta encruzilhada vai se Só me causa confusão!
iluminar e saberemos por onde segllir. Não digam mais que aqui fique,
Não digam mais que me vá,
Muito bem, quando entendemos que enquanto
Se es[OU lá) (enho que vir,
não decidimos já estamos tomando a decisão de não Se eS(Qu aqui, (enho que vol(ar.
decidir, talvez a melhor coisa a ser feita é: manter a Não sei. Não quero.
consciência no momento. Entender que eu tomei a Mas espero e me desespero
decisão de não decidir naquele momento e isto já me Não sei se fico, não sei se vou.
tira da indecisão. Isso me coloca no estado de Descanso Se vivo, se choro ... Socorro
a que a metáfora se refere, nada como um pouco de Se corro, se morro. Não sei!
Não sei se quero, se busco, se tento
paz para ajudar a ver melhor a situação. Isso aconteceu
Eu só que sei que estou num [ormento
comigo uma vez e a indecisão estava me consumindo, Não sei se vou
quando eu resolvi descasar, avisei a todos que vinham Ou se fico
falar comigo que CU estava dando um tempo pra mim Só sei que fiquei
e que não resolveria nada naquele momento. Muito aflito.
34 Carlos Brun;ni, Mario Giorgi & CoIabs.
Tenho o hábito de ler frequente e diariamente.
Quando não assimilei o conteúdo, retorno quantas
vezes for necessário ao textO. Aconteceu este fato
com o prefácio da Dra. Tyler em seu livro futratos
de medicamentos homeopáticos.
Ela propóe um nome diferente para O sistema
de Hahnemann :
Homeopatia, a Medicina do poder
Só a prática da clínica, associada a um esrudo
repetitivo e contínuo, trouxe-me o verdadeiro signi-
ficado do potencial terapêutico da medicina home-
opática cujo objetivo principal é a reação vital, não
a ação fisiológica, do remédio sobre a energia vital
do paciente.
Esta terapêutica, usada com sabedoria, testemu-
nha este poder, transformando a química das tinruras-
mãe em agentes capazes de estimular a força viral,
biologicamente, por um caminho de cura definitivo
e prolongado.
l<Yeosotum é um deles. Com sintomas característi-
cos, sua parogenesia foi fielmente esrudada e relatada
por diversos médicos e cientistas.
O creosoto é uma fração da destiJação do alca-
trão constiruída por hidrocarbonetos, fenol e outros
derivados aromáticos. O alcatrão, obtido a partir da
destilação da madeira, foi descoberto em 1830 por
Reichbach e se apresenta com aspectO azeitoso, in-
color, irúlamável e de densidade superior à da água
destilada .
Nos séculos passados, sem a energia elétrica e
geladeira, as carnes de animais e peixes eram conser-
• Kreosotum
vadas em sal e/ou defumadas sobre fogão de lenha.
O creosoto tem a propriedade de preservar o
tecido animal da putrefação, dando-lhes sabor de
carne ou pescado defumado.
Observou-se que o uso diário e durante um
longo período deste tipo de alimento traz grandes
prejuízos à saúde, fazendo surgir sintomas como o es-
corbuto, cáries dentárias, hálito pútrido, constipação,
alteração dos humores corporais e grande mal-estar
geral que levará a intoxicações violentas e em certos
casos à morte.
Concluímos então que, apesar de possuir poder
antisséptico conservando carnes, é um tóxico potente,
que envenena em baixas doses.
Por outrO lado, este' caso nos mostra que um ele-
mento tóxico transformado em remédio homeopático
pode se transfoimar em uma medicação potente com
aruação eficaz e duradoura.
Para o uso homeopático a substância inicial é
bem purificada em álcool a 95° e, posteriormente,
diluída e dinamizada, segundo o método Hahneman-
niano, passando a chamar I<Yeosotum.
Toxicologia
O creosoto tem um poder desorganizador poten-
te nas células corporais humanas, levando a alterações
em quase todos os aparelhos, mucosas, causando
edema, inflamação e suas secreções, anteS normais,
tornam-se fétidas, exudativas com muco-pus branco-
amarelado abundante e às vezes sanguinolento. As
secreções são sempre escoriantes e ardentes, com
dores também ardentes.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada

A pele reage quando aparecem lesões papulosas, Quando o leitor tiver na sua frente um paciente
pustulosas ou ulceradas com secreção fétida, esco- que chora e suas lágrimas são escoriantes e ao deslizar
riante e ardente. dei.;xam as bordas das pálpebras e as bochechas verme-
As vísceras sofrem uma ação irritante, produ- U1as e feridas, fique atento, poderá ser Kreosoi..m seu
zindo dores e secreções ardentes como no aparellio semelliante, desde que se faça um bom diagnóstico
genitourinário e na boca, provocando albuminúria e diferencial.
cáries dentárias respectivamente. Kent descreve ...inda o fácies típico: palidez
Como o creosoto altera a constituição sanguínea, amarelada, aparência doentia, semicaquética, com
há aparecimento de hemorragias. Arrasa o desenvolvi- pústulas avermelliadas, descargas purulentas e acres.
mento em crianças, arua como um veneno paralisante A saliva queima e arde. Os ollios queimam e ardem
do sistema nervoso, causando grande debilidade. como se esfolados.
A leucorreia causa ardência e queimação, com
Patogenesia e sintomas membranas mucosas às vezes inflamadas e sempre
queimantes. A urina arde e queima. Há uma tendência
Kreosotum apresenta uma sintomatologia defini- de Kreosot..m à escoriação de excreções e secreções que
da, entretanto estes sintomas podem ser tão intensos se aplicam a todos os tecidos do corpo.
e graves que, muitas vezes, o paciente que sofre
Kreosot..m estará sendo atendido por cancerologistas. Homeopatia & pediatria
Chamo a atenção dos médicos especialistas em pedia- O Kreosotum pode manifestar seus sintomas já
tria' ginecologistas, hematologistas. na primeira wancia e este fato é altamente positivo
Acredito que nossa atenção deva ser maior, ca- para o rratamento precoce, desde é claro que o médico
racterizando este paciente quando seus sintomas ainda esteja familiarizado com a Matéria Médica.
não são tão intensos, dando-llie a oporrunidade de Multo recentemente, tivemos em nossa clínica
cura sem sofrimento tão marcante. um caso que chegou próximo do relato de Kent.
Quando o paciente ainda não tem lesões de Tratava-se de uma criança que, inicialmente, pensa-
células, sua recuperação mostra-se mais rápida e mos ser Chammnilla, mas que após um esrudo mais
duradoura. detalhado , evoluiu multo bem com o Kreosot..m:
Quando apresenta-se em uma fase mais tardia "Criança multo irritada, prefere os braços da mãe
e desesperadora, O tratamento, ainda que paliativo,
torna a presença do paciente mais tolerável, uma vez
que Kreosot..m faz parte dos remédios malcheirosos
da Matéria Médica.
Apresenta odor fétido, podre na boca, com de-
composição da membrana mucosa da garganta. Odor
cadavérico do vômito e evacuações pútridas.
Faringite séptica com amolecimento e degenera-
ção da membrana mucosa da laringe e especialmente
do esôfago. Apresenta gangrena dos pulmões, febre
pútrida e tendência à decomposição com rápido
emagrecimento.
A urina é fétida e, após o parto, o útero fica em
estado de putrefação e lóqulos negros e grumenta.
Leucorreia pútrida e aCre .
Kent, em seu livro Lições de Matéria Médica, dá
rrês caracter/sticas que identificam Kreosot..m:
- descargas escoriantes;
- pulsações por todo O corpo;
- sangramento abundante por pequenos feri-
mentos. Sensibilidade a música.
 42 Carlos Brunini, Mario Gíorgi & Co/abs.
e tem os lábios vermellios e sangrando. Nunca está
satisfeita, quer um brinquedo e quando O tem atira-o
longe; quer Outro e outro e nunca se sente satisfeita.
Tem as pálpebras vermellias e O canro da boca machu-
cado, escoriado. Apresenta O sulco entre as nádegas
vermellio e escoriado".
Pobre criança, que se torna irritada sofrendo com
suas mucosas escoriadas e seus fluidos a llie corroer e
causar ulcerações. Quando vomita, o conteúdo gástri-
co parece arrancar a mucosa da boca, irrita a gengiva,
a borda dos dentes e esfola os lábios.
Os dentes cariam muiro facilmente, a gengiva
fica esponjosa, dolorida e sangra facilmente.
Quando ocorrem emoções, o corpo sente pul-
sação em toda sua extensão. A música provoca choro
com lágrimas acres, palpitações, e pulsações que são
sentidas até nas extremidades.
Chamo a atenção do examinador, quando abaixar
a Ungua, pois fàcilmente ela apresenta gotas de sangue.
Pode apresentar epistaxes, ollios hiperemiados
que sangram como acontece com qualquer outro
ferimento que pode sangrar muito. A criança maior
segura seus genitais, pois eles estão muito doloridos e
a urina arde e queima. Apresenta urgência em urinar,
sem pre em quantidade considerável.
Acho importante facilitar ao leitor a identificação
do paciente que sofre J(yeosotum. Indicaremos em
tópicos os principais sintomas em crianças:
- cáries dentárias tão logo ocorra a erupção;
- geme constantemente ou cochila com os ollios
meio abertos no período da dentição;
- agita-se a noite toda sem causa aparente;
- crianças com odontalgia causada por cáries
dentárias;
MelÚJ.
- quando a dentição evolui mal a ponto de se
romar uma doença, compreendendo irritação geral
e caquexia com degeneração dos próprios dentes;
- grande inquietação, quer ficar o tempo todo
em movimento e grita a noite toda no período da
dentição;
- quando Chammnilla não melliora a irtitabilida-
de acentuada, pior das Ó' horas da tarde às 6 horas da
manhã. Observa-se a criança sofrendo por dentição
dolorida e só dorme se for acariciada e agradada o
tempo todo;
- cólera infantil com vômitOS copiosos e evacu-
ações com cheiro cadavérico. Cólera a partir de uma
dentição dolorida;
- repentino desejo de urinar durante o primeiro
sono, que é muito profundo. Em algumas crianças há
uma horrível queimação na pélvis, como de carvão
em brasa;
- crianças com aparência de velho, enrugadas.
Rápido emagrecimento, apesar de manterem sua esta-
rora com evolução normal ou tendência a serem altas.
Nossa intenção, neste capítulo, é resumir os
sintomas mais característicos do remédio com a meta
de caracterizar o paciente Kreosotum em busca do
seu semelhante. Organicisticamente, em potências
adequadas, o Kreosotum é muito usado, sendo indi-
cado para catarro das mucosas com secreções acres,
nas bronquites e leucorrefas com secreções ardentes.
Quando temos casos çlínicos de câncer, dentição
difici!, dispepsia, enterites, vômitos gravídicos, gen-
givites] eczemas, incontinência urinária, leucorreias
fétidas , perturbações menstruais e metrite, podemos
pensar em Kreosotum.
Lembro aos leitores que encontrar O semelhante
é prioridade (Hahnemann), mesmo que tenhamos
necessidade de usar uma medicação homeopática
fisiopatológica e/ou outra sindrômica.
E quando nosso paciente cresce, seus sintomas se
defmem e por conta de suas transformações celulares
e humorais se distribuem por rodos os aparelhos do
seu corpo. Observe:
- cefaleias intensas, frontal com vertigens e la-
tejos. Dor occipital com sensação de peso como se
fosse cair para trás. Queda de cabelos. Dor no couro
cabeludo. As dores são vivas, agudas e ardentes como
fogo (diferenciar deArsenicum), com agitação e irrita-
bi!idade. Diferenciar também com as dores de cabeça
de Gelsemium sempervirens, que tem a mesma sensação
de uma fita apertada acima dos olhos.
 Matéria Médíca Homeopática Interpretada
- as pálpebras estão vermelhas, edemaciadas e
coladas pela manhã, com prurido e lágrimas ardentes
e corrosivas. Os olhos sangram facilmente.
- o nariz apresenta coriza e as narinas ensanguen-
tadas. Lúpus no lado esquerdo do nariz.
- boca com lábios secos e fissurados. Lábio infe-
rior vermelho e dolorido. Odor pútrido, com gengivas
muito inflamadas e doloridas, ulceradas, roxas escuras
ou azuladas. Os dentes cariam facilmente, são negros
e caem em pedaços (diferenciar com Staphisagria). A
língua é pálida e flácida com acúmulo de saliva, tor-
nando o hálito fétido. A gengiva e a língua sangram
facilmente.
- tosse com dor ardente no peito, opressão e
expectoração abundante, purulenta, amarelada, es-
verdeada e muito irritante. Há também tendência
a hemoptises. Tosse com abalo do abdome e escape
de urina. Bronquite, asma com náusea, descarga de
urina, dor de cabeça e insônia. Gangrena pulmonar:
depois de cada ataque de tosse, expectoração copiosa
e purulenta extremamente fétida.
- ansiedade no coração. Pontadas. Pulsação em
todas as artérias quando em repouso.
- mamas rígidas vermelho-azuladas, cobertas
com pequenas protuberâncias escamosas, das quais
sai sangue quando as escamas são removidas. Ponta-
das. Atrofia. Nódulos pequenos duros e dolorosos.
Câncer de mama.
- estômago com sensação de plenitude e ardores
logo após as refeições. Náuseas, desejo de vomitar
mais frequente durante a gravidez. Náuseas e vômitos
alimentares, várias horas depois de comer. Vômitos
Apavorado.
343
ardentes. Analogia com os sintomas do câncer de
estômago.
- fígado com dores lancinantes e pressivas. Diar-
reias irritantes, corrosivas, com fezes marrom-escuras
e às vezes sanguinolentas, sempre com odor fétido
repugnante. Podem vir alternadas de constipação com
fezes duras, secas, difíceis.
- urina com dores ardentes e pruridos locais após
ter urinado. U!ceraç15es do colo do útero que sangra
facilmente com sensação de ardor, sangrando ao
menor contato, aparecendo então perdas sanguíneas
após o coito. Menstruações abundantes, adiantadas,
que duram muito com sangue claro, coagulado,
fétido, irritante e intermitente (Pulsatilla). Antes da
menstruação apresenta agitação, cefaleia occipital,
zumbidos nos ouvidos e surdez. Durante a menstru-
ação: ardor na vagina e na vulva com pruridos que Se
agravam após coçar. Depois: edema dos lábios, vulva
e irritação local. Lembrar Sepia com estes sintomas,
sendo que esta última medicação não apresenta sin-
tomas do ouvido. Lembrar também que o câncer do
colo do úteto tem sangramentos frequentes , com dor
ardente e sensibilidade.
- dores nas costas, que se estendem ao quadril
esquerdo, pioram pelo repouso e melhoram pelo
movimento.
- dor viva com sensação de deslocamento e rigi-
dez no polegar esquerdo como depois de uma queda.
- pele com pruridos generalizados ao anoitecer
tão intensos que tornam o doente agitado e furioso.
Erupções papulosas com prurido violento, mais
intenso à noite. Eczema seco ou úmido nas orelhas,
pálpebras, lábios, mãos, com ardência e prurido in-
tenso. Erupções urticariformes.
- palpitações que se transmitem por todo o
corpo e se agravam à menor emoção e pela música
sentimental.
- quer ficar em movimento todo O tempo.
Modalidades
A patogenesia de I&eosotum evidencia que:
- sua lateralidade é a esquerda;
- melhoram os sintomas pelo calor, pelo movi-
mento e por comida quente;
34 Cartos Bnmini, Mario Giorgi & Colabs.
- a agravação dos sintomas ocorre ao ar livre, pelo
frio e pelo banho frio. Pelo repouso, principalmente
estando deitado. Durante ou depois da menstruaçao
e pelo coito.
Sintomas Mentais -
Compreendendo seu drama
Os indivíduos KYeosotum fazem parte dos me-
dicamentos ansiosos, irritáveis e agitados da Matéria
Médica.
São tristes, melancólicos, impacientes, trabalha-
dores, sentimentais com humor chorão e facilmeme
sentem cólera porque estão insatisfeitos com tudo.
Assim como o Kreosotum protege o tecido animal
da putrefação, conservando-o, o conflito de Kyeosotmn
e tema principal é a perpetuação como espécie, pois
acreditam que podem perecer se desintegrando.
Tem ansiedade de consciência e é o único remé-
dio da Matéria Médica que tem ansiedade durante
o coito. Quando o paciente é uma mulher é o único
remédio (U .R.) que tem ansiedade ao pensar em
coito, apesar de ter desejo sexual aumentado.
Desde criança, KYeosotum é irritado e inquieto,
porque suas secreções são ardentes e escoriantes. Na
dentição sua irritabilidade é grande. É teimoso, cansa-
tivo e deseja ser carregado nos braços, encolerizando-
se por bagatelas.
Durante a noite sofre grande inquietude, agra-
vando qUàI1do deitado, mexendo-se na cama.
Apresenta sintomas comuns com vários ouuos
remédios da Matéria Médica, mas é com Natrum
1I111riatiwm que compartilha a maioria. Lembramos
que o sal também tem a propriedade de conservar o
tecido animal, como o creosoto.
Com respeito a Natrum muriaticum, sabemos
que o seu núcleo é o ressentimento e tem ansiedade
de consciência como se fo,,<: culpado de um crime,
ansiedade pelo futuro e ansiedade hipocondríaca.
Sofre pena silenciosa, vive no passado relembrando
e remoendo, atormentado por pensamentos tristes
e desagrad áveis que já ocorreram. Muito ciumento
quando criança, necessita ser querido, buscando afeto.
Quando não recebe, reprime-se, irrira-se, agride, tem
falra de segurança, vontade débil; é covarde e agrava
ao consolo porquc sente raiv,l. U.R.
Ambos os rem<'dios compartilham a tristeza, mas
só KYeosotum tem tristeza por música (2 pOntos); a
ansiedade com temor, negligência, a ansiedade antes
e durante a menstruação, a diflculdade para pells'lr e
compreender, cólera por bagatelas, insatisfeito com
mdo, hipersensível, etc.
Natru.1'ft mu'riaticum s()brcssalta-sl.: com sustos
dormindo e tem transtornos; KYeosotmn sobressalta-se
nas mesmas condições, porém não tcm transtornos.
Ambos têm dC8csperos, porém só Krcosotll/II tem
desespero por sua recuperação e dúvida que ela ocorra.
Natrum mu"aticum deseja bebidas alcoólicas,
Knosotu", não.
Ambos são excitáveis por uanstornos emocio-
nais e apresentam humor chodo sem causa definida
e até dormindo choram, porém só Krcnsotum chora
após uma emoção, mesmo a mais leve, porque é um
sentimental.
Ambos são sensíveis à música, agravam com ela ,
mas só KYeosotum tem dor de ouvido e sua tosse agrava
quando ouve música e ao tocar piano.
Em uma fase sifilítica ambos desejam a morte,
mas só Knosot7lln a deseja com desespero. (U.R.).
Ambos têm mania de trabalh ar, mas só Kyeosotum
é laborioso antes da menstruação.
Natrum mu,,;aticum geme dormindo, KYeosotum
geme, lamentaJldo-se.
Natrum muriati""n tem tendência à indecisão e
loucura, KYeo,"Qtum não.
Ambos são irritados durante o dia , pela manhã,
durante cefaleia, durante calafrio, mas se; Natrum
''''tnati'''ln é irritado durante a febre e só /\.reosotlt1n
é irritado durante a dentição.
Homeopatia& veterinária
Sandra Pi"to
O Animal de .. _
Deseja ser carregado e acariciado cansativo e
caprichoso, Choran1.inguento, colérico e desafiante,
Secreções abundantes e corrosivas das mucosas, de
odor púuido, Prolapso uterino, cOncer no ovário,
útero e vulva, Gangrena e necrose do pênis, útero e
vulva, Diabetes.
Aqui temos 11m ''Natrltm muro "- que gosta e aceita
consolo. Que tal uma dose de KYeosotu1lt 30 CH?
Para tratar as pessoas que estão deformadas, ou
melhor, defumad.ls?
Caso Clinico
L.S.T.V., 26 anos, feminina, branco, natural de
SJO Paulo, secn.:t<ÍriJ..
Queixa prineiral: SJ.llgran1ento, vaginais há um
ano.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
4
H.P.M.A.: "Dourora, não estou aguentando Exame físico:
mais. Desde meu casamento, há um ano, depois da Dados vitais normais. Palidez amarelada. Ema-
relação, eu sangro e tenho dor. Já fui a vários gineco- grecida.
logistas e já tomei muitos reméclios. Que nada! Tudo . Cabeça e pescoço: olhos hiperemiados e lacri-
do mesmo jeito. meJantes
Fico nervosa só de pensar que meu marido vai Tórax: MV tivre, BRNF sls e demais sp.
me procurar à noite. Tenho medo. A senhora enten- Abdome: sp; SN: sp; Coluna: sp; MMII: sp.
de, eu quero, mas fico tremendo e com o coração Avaliação ginecológica: colpite e Leucorreia
disparado, pensando que vou sangrar e dai mela rudo. amarela copiosa.
Sempre foi assim. Demais exames nada cligno de nota.
Quero engravidar no fururo , mas acho que ando
cansada. Quero primeiro resolver o meu problema. Sintomas Repertorizáveis:
Sempre fui muito irritada, não sei ficar parada. Ansiedade com temor, 8.3
Estou sempre arranjando o que fazer e antes da mens- Ansiedade ao pensar em coito (mulher), 6.3
truação parece que tenho mais necessidade de traba- Ansiedade durante o coito, 6.3
Irritabilidade, 57.2
lhar. Quando menstruo fico muito irritada e brava.
Fastio de vida, 36.1
QuandoJ>cquena eu cru assim também: sempre
Hwnor chorão, 62.1
em nlovimento) não par~lv~l quieta e meu nariz san-
Laborioso antes da menstruação, 59.3
grava muito. Sempre fui muito chorona. Não posso
Sentimental,81.1
ouvir música romântica, que me emociono, os ollios
Lacrimejamento, 190.1
lacrimejam e o coração bate mais forre.
Úlcera de córnea, 196.1
Aliás, sempre estou lacrimejando. Já tive até
Leucorreia amarela, 461.2
úlcera de córnea. assim , de bobeira.
Leucorreia copiosa, 461.3
Dourora, a senhora pode me ajudar, por favor?"
Condura: KYeosotum 30 CH, dose única.
346 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Lac caninum é um sarcódio ,preparado através da
dinamizaçãc tk leite de catkla. Como Lachesis, e muitos
outros conhecidos policrestos da Matéria Médica, este
medicamento encontrou uma violenta oposição por
ignorãncia e preconceito. Por anos foi tido como uma
fraude por parte daqueles que acreditaram nele e o
utilizaram, conrudo, sua maravilhosa ação terapêutica
pode, lenta e seguramente, vencer os obstáculos.
Ele foi usado com êxito por Discorideo, Rhasy
e Plínio. Era recomendado para o parto, para a fo-
tofobia, otite e outras afecções de ouvidos e olhos.
Plínio afirmava ter curado com ele, ulcerações de
orofaringes. Era também, muito usado como antídoto
para muitos venenos.
O uso do remédio foi restabelecido por Reisig,
de Nova Yorque, quando, viajando pela Europa, ou-
viu elogios à sua uidização em doenças da garganta.
Ao retomar à Europa, utiliwu-o com êxito como
proftlático em uma epidemia de difteria. Chamou a
atenção de Bayard, Wells e Swan para os maravilhosos
resultados obtidos durante essa epidemia, induzindo
assim a divulgação deste experimento.
Remédio foito IÚJ leite da cadela.
Lac caninum
Reisig potencializou na 17 C, a partir da qual as
potências de Swan e Fincke foram preparadas. O seu
uso é reconhecido e o trabalho incansável de Swan em
seu experimento com a 30 C, 200 C e Outras potências
foi publicado no MedicaI Advance.
Foi também submetido à experimentação home-
opática por HERING, que publicou os resultados no
seu Guia de Sintomas de Matéria Médica, nos levando
a conhecer um grande número de sintomas mentais
e imaginações fantásticas , com duração muito longa
nos experimentadores.
É por excelência o remédio dos medos e alu-
cinações, principalmente com cobras, das lesões de
pele e mucosa e provavelmente o medicamento com
a patogenesia mais rica em sintomas da garganta.
Tem sintomatologia mental muito semelhante
à dos venenos de cobra, especialmente Lachesis, o
que nos leva a procrnar encontrar um elo com as
inúmeras alucinações com cobras, demonstrados na
patogenesia.
Lac caninum tem, também, indicação sempre
que estivermos diante de um paciente com sintomas
mentais durante a lactação, na cessação do leite em
puerperas ou na galactorreia.
Estudo da Matéria Médica Pura
Veremos na MMP sintomas muito significativos
do perfil dinâmico deste medicamento, que vivencia
o medo de monstros que estão em seu interior, como
sendo monstros que povoam seus sonhos, sensações,
ilusões, caindo no seu mW1do real como no sintoma:
HERlNG: - Sensação de estar circundada por
muitas cobras. Algumas correm como um relâmpago
para cima e para baixo, dentro da pele ... teme por seus
 Maléria Médica Homeopática Interpretada
pés no chão, como se ela fosse pisar nas cobras e com
isso fazer com que elas se enrolassem em suas pernas;
com medo de olhar para trás por temer vê-las; na hora
de dormir tinha medo de fechar os olhos com medo
que uma grande cobra, do tamanho de seu braço,
fosse bater em seu rosto.
Sente um medo tão violento, que:
Não pode ser deixada nem por um instante.
Senta e olha sob as cadeiras, sofás e rudo na sala,
esperando e até temendo ver um monstro terrível se
arrastando e sentindo todo o tempo que se ele esti-
vesse, a levaria a um estado de loucura raivosa. Ela
não está com medo do escuro, é somente na luz que
imagina que pode vê-los.
Nervosa e inq uieta:
Quando paroxismos de nervosismo sobrevém ,
sente-se como rasgando suas roupas i tira seus anéis,
não pode supo rtar nada que a toque, especialmente
sobre a região ovariana, que a faz frequentemente
levantar as roupas de cama.
Tem um grande medo de cair escada abaixo.
Cair nos remete ao simbolismo de "Descer ao
Werno". Veremos acliante, nos próximos sintomas do
medicamento, que ele está relacionado com muitas
das ilusões com criaruras assustadoras - "Demônio
Interior'.
ALLEN - Visões horríveis; teme que elas tomem
forma real.
HERlNG - Medo da morte , com fisionomia
anSlosa.
Sua falt;} de autoconfiança não lhe permite per-
sistir em nada, pois é:
Muito inquieto, não pode concentrar pensa-
mentos ou a mente para ler, quer abandonar rudo,
tão logo inicia i
Teme tornar-se incapaz de realizar seus deveres.
Tão marcado por sua descrença em si mesmo
que:
Está marcada com a ideia de que rudo o que
clisser é mentira.
ALLEN - Está ligada na idei a de que rudo o que
ela cliz é mentira; pareee muito dillcil falar a verdade,
mas continuamente desconfia das coisas; enquanto
lê qualquer coisa, ela rapidamente muda o sentido,
omitindo ou adicionando coisas.
Por viver a sensação de ter cometido um grande
erro, por ter sucumbido à tentação da serpente, passa
a sentir como se todos a condenassem :
7
HERlNG - Pensa que é olhada de cima para
bai;'(Q por todos e que não é de nenhuma importância
para mnguém.
Imagina estar suja.
Como se em consequência desta condenação
devesse ser punida com o desdém de todos como no
SlI1toma.
Sente-se insultad a por sentir-se olhada com
desdém por todos .
ALLEN - Pensa que é olhada de cima para baixo
pelos outros e que ela não tem nenhuma importância
na vida; sente-se insuJtad a por isto.
HERlNG - Depressão de es pírito, duvida de
sua habilidade e sucesso, pensa que terá uma doença
cardíaca e, em consequência dela, morrerá.
Sensação como se fosse ficar louca, enquanto
sentada calma e pensando, algumas vezes ela tem as
visões mais terríveis apresentadas à sua visão mental,
(nem sempre cobras), sente-se horrivelmente amen-
drontada que elas possam tomar uma forma objetiva
e mostrar-se à sua visão no tmal.
A monstruosidade de lAc-c se manifesta em:
HERlNG - Intensa crueldade e óclio; eSCreve
coisas mesquinhas, rudes e abjetas para seu melhor
amIgo.
ALLEN - Intensa "feiu ra" (ugliness, ugly =
feio, torpe, vil, repe'Jente, ameaçador) e odiosidade,
eSCreve toda a sorte de coisas rudes e desdenhosas
para seus melhores amigos, que vai agredir para não
ser agreclida, mas o·faz exatamente contra as pessoas
mais próximas e que poderiam protegê-Ia.
Depois da menstruação, imagina todo o tipo de
coisas sobre cobras.
Acorda à noite com a sensação de estar deitada
sobre uma grande cobra.
Se imagina em toda sorte de desgraças, tem uma
ideia tão forte de estar enferma que :
HERlNG - Acordou durante a luz do dia,
sentindo que é uma massa de doença, horrível e da-
sagradável; não poclia suportar olhar para qualquer
parte de seu corpo, mesmo as mãos, como se isto,
intensificasse o sentido de desgosto e horror ; não
podia suportar qualquer parte de seu corpo tocando
em outra, tinha que manter até os dedos afastados,
sentiu como se, de alguma maneira, ela saísse de seu
corpo, e poderia ficar louca logo.
Imagina que "veste" um nariz de outra pessoa.
 4 Carlos Brunini, Mario Giorgi & GOIBbs.
,
t',:-<o.];C I!:E'JT'
t:5---I-=='-"",~
MfMiVJW ·
Teve que manter seus dedos afastados lUJS dos
outros.
Acorda estressada, é obligada a levantar e ocupar-
se de alguma maneira, sente como se fosse ficar louca.
E também:
Toda hora que surge um sintoma, ela crê que é
de uma doença instalada e não do remédio.
ALLEN - Medo de doença; de tuberculose; do
coração.
HERING - Ao deitar (tanto à noite, como de
dia), começa a pensar quão horrível seria sentir que
uma dor muito cortante, como uma faca, entrasse
através dela. Pensar sobre isto lhe dá um grande
esrresse mentaL
KENT - "Todos os leites deveriam ser potencia-
lizados, eles são os nossos remédios mais excelentes,
eles são produtos animais e alimento no começo da
vida animaJ e, portanto, correspondem aos nossos
primórdios da nossa mais intima natureza física. Se
nós tivéssemos expnimenwdo leite de m;1C3CO, vaca ,
égua e hwnano, como medicamentos creio que seriam
de grande valor.
É um remédio de ;1<;;10 profunda e duradora;
os experimentadores sentiam seus simomas durante
anos~ depois de feita a experimentação. Ele abunda
em sintomas nervosos.
É hipersensível deixando as mulheres violen-
tamente histéricas e causa todo tipo de sintomas
es tranhos e aparentemente impossíveis".
NAS H - conta que ele achava vergonhoso
receitar leite canino com remédio na profissão, mas
depois de acumuladas evidências, ele O usou num
caso de relUnatismo, que migrava de uma junta para
a outra, graças ao s u~esso do caso ele reconsiderou
seus preconceitos.
Emão ele conseguiu três balconistas em uma loja
para experimentá-la, na potência 200CH, tomando
a cada 2 horas. Todas tiveram dor de garganta sendo
que uma com manchas em ambas as amídalas.
Repertório
Passamos agora, ao estudo do Repertório, agru-
pando por temas os sintomas de Lac-c .
Ansiedade - ansiedade, dúvida de sua recupera-
ção; expressão ansiosa em seu rosto; sobressaltado.
Antagonismo consigo mesmo; empreende mui-
tas coisas mas não persevera em nada.
Choro aumentando; choro, sente-se nervosa o
dia todo.
Exaltação de famas ias , exaltação de fantasias
aterradoras; ilusões com fantasmas, COm imagens
espantosas; ilusões com animais) vê aranhas) animais
se arrastando, pássaros, insetos, ratazanas correndo
por baixo da cadeira, monstros, figuras horríveis, ouve
vozes; medo de ficar louca , perder a razão, sonhos
com bichos, com garos, com serpentes.
Pensamentos aterradores, como se estivesse
rodeada por uma midade de serpentes, co mo se
estivesse deirada sobre uma grande cobra, ilusão de
uma grande serpente dentro e ao redor dela, como se
algum monstro horrível saísse debaixo de sua cadeira.
Sonhos horríveis , desagradáveis, com diabos.
Sensação de que tudo é leve e imaterial.
Sensação como se estivesse andando no ar, como
se estivesse nadando no ar, como se não tocasse na
cama ao deitar, como se a cama estivesse se movendo
ao desperrar à noite. DIlSóes de que vê espíritos sus-
pensos no ar. Ilusão de que tudo parece irreal.
Sensação de que caso não conseguisse sair de seu
corpo, ficaria louca ; como se fosse ficar louco; como
se fosse ficar transtornado; como exaltado; medo de
ter uma enfermidade incurável; medo da morre.
Sensação como se seu corpo fosse formado por
uma só massa de enfermidades repugnantes ; ilus:lo
de que caem pedaços; de que morrerá de uma enfer-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
miebde cardíaca; ilusões sobre sua identidade; ilusão
de que "veste" o nariz de outro; ilusão que tem o
nariz de outro.
ilusões de que vê rostos, roStoS desfigurados,
tostos na escuriJão, tostos espantOsos.
Falta de confiança em si mesmo; desgostosO,
depreciativo consigo mesmo; duvida de seu êxito,
ilusio de que é desprezado; desejo de companhia ;
ilusão de que é muito pequeno (U .R.), medo de ser
incapaz de cuidar de seus deveres ; medo do fracasso,
transtornos por antecipação.
Erros escrevendo, troca palavras; falando, coloca
mal as palavras, troca o nome do objetO que vê pelo
que deseja, chama objetos pelo nome errado.
Esquecimento, vai às compras e as esquece no
balcão, memória débil, memória débil para o que
acaba de dizer, para o que acaba de fazer, para O que
acaba de escrever, para o que ia fazer , para o que leu,
para pala vras.
Fastio de si mesmo, fastio da vida; deseja a mor-
te, deseja a morte durante a convalescença; incli.nação
a sentar.
ilusão de que é insultado; ilusão de que está rudo
diminuído; ilusão de estat diminuído; desejo de luz,
maldiz, insulta; vingativo.
ilusão de estar sujo; lava sempre as mãos; medo
de cair, de cair de escadas, do movimento descenden-
te; mentiroso, crê que tudo que diz é mentira ; falta
de sentido moral.
Sensível; hipersensível a todas as impressões
externas, aos ruídos, à luz; deseja a luz.
Aversão aos doces e bebidas; desejos de bebidas
alcoólicas, uísque; bebidas mornas, leite; coisas pi-
cantes, pimenta; coisas salgadas, sal.
Sintomatologia
Grande alternância de lados, de forma repetida
e simétrica, com a volta do sintoma ao seu pontO de
origem, seja uma inflamação, dor ou transtorno de
qualquer ordem. Alternância rápida, repetida por
horas ou dia, O problema desaparece de lun lado e
reaparece do outro.
Agrava por medo; de dia, na marthã de um dia
e a noite de outro; por movimento; por vento frio ;
ao estender os membros após dormir.
Melhora com bebidas frias; em repouso; deitado;
ao ar livre.
A garganta é um dos cam pos de ação mais
importantes de Lac caninum; difterias, abscessos de
4
amígdalas, com fortes edemas que a impedem de
manter a boca fechada.
Inflamações agudas geralmente começando pelo
lado esquerdo, antes do período menstrual, alternando
as dores ora à eliteita, ora à esquerda.
Sensação de corpo estranho na garganta ao
engolir saliva.
É um grande medicamento para as patologias de
genitais femininos, m<;jlstruação aeliantada, copiosa,
que sai em jorro, de cor vermelho-vivo, viscosa ou
filamentosa, ou até membranosa, fluxo de um só dia,
com dor ovariana i.ntensa. As dores lembram agulha-
das ou como cortantes.
Chegam a refletir ser tão fortes como um parto.
Saem flatos da vagina, corrimentos fétidos e doloro-
sos. São excitáveis sexualmente com grandes desejos
que aumentam quando roçam suas roupas no clitóris,
ao caminhar. Sensação de seios cheios, com dores em
mamilos.
Nos homens atuam de uma maneira menos
intensa.
Trarão desejos aumentados, com cordão es-
permático doloroso do lado direito, edema de pênis
com cancros e condilomas; úlceras de glande e ble-
norragias.
Cefaleias que alteram de lado, com dor sobre os
olhos, enxaquecas que pioram ao falar ou costurar.
Vertigem ao caminhar com sensação de deslizar, como
se os pés não tOcassem no chão.
Rangido na articuração temporo-mandibular
ao comer.
Palpitações violentas , irtegulares, que pioram ao
deitar do lado esquerdo e melhoram deitando sobre
o direito.
Estudo dinâmico
Lac caninum sente que foi submetido a uma
prova e não pode resistir à tentação, não foi capaz de se
controlar. Desta forma, sente-se inferior, deprimido.
Não acredita em si mesmo, tem sentimentos de
desvalia, de tàJta de confiança, que não vai cumprir
com seus deveres.
Defende-se deste sentimento apresentando
memória fraca, pois assim não precisa se lembrar
do gue ocorreu. Cria um mundo próprio, às vezes
agradável, às vezes aterrador , neste momento
sobrevém um grande númeto de sensações e ilusões,
que falam de suas vivências mais profundas.
No entanto, sofre muitO pelo fatO de ter caído
em tentação. É incapaz porque não conseguiu vencer a
350 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
tentação, pois se fosse capaz teria conseguido. Cria-se
na pessoa uma cisão muito grande, pois por wn lado
há wn mundo agradável, do qual não pode partilhar
porque caiu em tentação e por isso é condenado a
viver angustiado.
Há muitas ilusões porque ele cria wn mundo
pessoal no qual passa a viver, e esse mundo tem coisas
boas inacessíveis e ruins presentes todo a o momento,
lembrando sua franqueza.
Esquematizando - Miasma
O sentido estético aqui é muito forte, acredita
ter wna intensa feiúra (ugliness, ugly= feio, torpe,
repelente, vil, ameaçador) sendo wna verdadeira
monsauosidade e revolta com sigo mesmo. Aqui o
sentimento de CULPA está presente, cedeu a tentação
da serpente e decaiu. Portanto, tem a visão daquilo
que carrega interiormente, se é feio por dentro, só
pode enxergar o mundo exterior também feio.
O castigo de ser culpado e a sua FEIURA!
PSORA.
Assim se comporta equivocadamente como wn
condenado. MEDOS' SICOSE.
E / ou dellrios. LOUCURA! SÍFILIS.
Aproximação simbólica
Ao pensar em termos hoLIsticos, HAHNE-
MANN havia não somente ultrapassado a sua época
como também a nossa, ao antecipar wn padrão global
que abrangesse não apenas a substância, mas também
aquilo que chamamos agora de energia. Essa foi sua
descoberta mais revolucionária, wna unicidade sub-
jacente à doença e à cura como única e semelhante.
Ambas começaram a ser reposruladas em nossa época
pela moderna física, biologia e psicologia profunda.
HAHNEMANN criou o que chamou de "Arz-
neimittle Bi/der", ou seja, os quadros ou imagens dos
remédios como se fossem personalidades.
Nossos quadros de remédios constiruem o que
se chama em alemão de sinbifder que, traduzido, quer
dizer imagem do significado ou símbolo. Através dos
símbolos, aprendemos a maneira pela qual as forças
de energia cósmica e biológica funcionam significa-
tivamente.
O modelo simbólico é usado agora em física
nuclear, em psicologia profunda e, até certo ponto,
na moderna biologia; conrudo não ating}u ainda,
de modo geral, a ciência da medicina. E porém,
inconscientemente inerente à abordagem de HAH-
NEMANN.
Proponho, assim, usar a abordagem simbólica
para melhor compreender o quadro ou imagem do
nosso medicamento.
Na compreensão psiquiárrica da psique incons-
ciente, nós relacionamos à dinâmica dos sonhos e
imagens da fantasia aos motivos (temas) mitológicos e
simbólicos que são a linguagem da psique inconscien-
te. O simbolismo mitolõgico oferece a mais antiga,
assim como a mais moderna e, portanto, atemporal,
compreensão do relacionamento do homem com as
forças cósmicas.
A riqueza das descrições da Matéria Médica de
Lac caninum relacionadas às imagens de serpentes,
nos leva a fazer wn esrudo mais profundo deste sím·
bolo. A serpente é wn dos nossos mais antigos, mais
grandiosos motivos mitológicos.
A serpente é a imagem da energia vital primor-
dial, autônoma e impessoal, subjacente e criadora da
existência e da consciência. É a imagem da vontade
de viver instintiva, do desejo, da ânsia de viver (do
latim, libido), o ímpeto de provar a vida, de aprender e
crescer provando-a. É wna força que envolve a árvore
da vida na história do paraIso, que levou à expulsão
do paraíso.
É a força que nos leva à vida e para denrro da
vida e que se desenvolve para a consciência; porém, e
aqui está o grande paradoxo, nesse desenvolvimento
a vida vira-se contra si me,5ma.
O sofrimento cent"ral de Lac ca.';lIum é o
antagonismo contra si mesmo, que se manifesta
simbolicamente por meio' da exaltação de fantasias e
ilusões, na maioria das vezes com serpentes, o que,
analogicamente, nos leva a pensar que Lac caninum
optou, na sua pré-psora, pelo saber, pelo crescimento
da consciência, ao ego, a vida necessariamente vira-se
contra SI mesma.
O desenvolvimento do ego fundamenta-se na
repressão, pelo menos parcial, de nossos anseios
instintivos. Se não quisermos viver como animais,
devemos tom'ar uma atirude contrária aos nossos
impulsos emocionais espontâneos e instintivos.
É wna desintegração, wna fragmentação que
resulta nwna totalidade harmoniosa, em que logos se
opõe a bio, o esplrito se posiciona contra a vida. É o
impulso da vida não· integrado, a libido não integrada,
o instinto não-integrado, dividido e dividindo-se.
É a revolta ou paralisia da ânsia de viver ou da
libido.
Lac caninum tem sintomas exacerbados na região
da garganta, que se caracteriza por ser wna área de
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
conflitos entre O controle contínuo do sentido da
identidade de um lado e, do Outro, pela avalanche de
emoções inconscientes; outra localização importante
de sintomas é a região ovariana e órgãos sexuais que
são evidentemente, o centro dos impulsos biológicos
e sexuais e da libido reprimidos.
A imagem deformada do eu, presente nos relatos
da Matéria Médica, chama atenção, mais uma vez,
para o simbolismo mitológico, traduzido agora pelo
Mito de Medusa, que simboliza a imagem deformada
do eu, que petrifica de horror em vez de esclarecer na
medida justa. Medusa, Euriale, Esteno, três irmãs, três
monstros, cabeça aureolada de serpentes enfurecidas,
presas de javali saindo dos lábios, mãos de bronze,
asas de ouro.
Simbolizam o inimigo a abater. As deformações
mOnstruosas da psique são devidas às forças perver-
tidas de três impulsos: sociabilidade, sexualidade, es-
pirirualidade. Euriale seria a perversão sexual; Esteno
a perversão social; MedlLsa simbolizaria O princípio
desses impulsos: o espirirual E evolutivo, mas per-
vertido em esr-Jgnação vaidosa. Só se pode combater
a culpabilidade originada da exaltação vaidosa dos
desejos com um esforço no sentido de realizar a justa
medida, a harmonia, simbolizada quando as Eríades
perseguem alguém na entrada do templo de Apolo,
deus da Harmonia.
Quem via a cabeça da Medusa ficava petrificado.
Não seria por refletir a imagem de uma culpa
pessoal?
Mas o reconhecimento da falta, no conhecimento
de si mesmo, pode também perverter-se em escrúpu-
los paralisantes da consciência em que Lac can;num
se manifesr-a em sua si cose por confusão mental,
esquecimento, erros escrevendo, falando , memória
débil. Não basta descobrir a culpa, é preciso suportar
a visão dela de maneira objetiva, nem exaltada, nem
inibida (sem exagerá-Ia ou minimizá-Ia). A própria
confissão deve estar isenta de excesso de vaidade e de
culpabilidade para assim cumprir seu papel reparador
e levar à harmonia.
Vijnowisky: "Alucinações e ilusões a respeito de
serpentes como se estivesse dentro delas, que sobem
na sua cama, que está deitada sobre uma serpente, "vê"
insetos, aranhas e faces. Acredita que flurua ou nada
no ar e não toca na Cama. Acredita que rudo que faz
ou vê é mentira, não acredita nem nos sintomas que
está relatando, pensa uma coisa, troca nomes e fala
outra. Acha que é depreciada e insultada. Pensa gue
está suja e gue tem doenças horríveis e incuráveis,
351
chora desesperadamente, acha que está usando o nariz
de outra pessoa ou os olhos"
Portanto, compõe o grupo das personalidade
psicóticas da Mat. Médica.
Sacadas e considerações
Lac caninum - Uma amostra grátis do inferno
Expressão ansiosa, medo de ficar sozinho, medo
da morte, medo de a<'loecer, hipocondria.
ANTECIPAÇÃO E ALCOOLISMO
Memória escassa, esquecido, repleto de mistake
(erros, equivocas).
Raiva, fúria as contradições, rude, blasfemador
e grosseiro, pleno de ÓDIO.
Diagnóstico diferenciaI
A comparação entre os remédios equivale a um
diagnóstico diferencial das indicações terapêuticas.
Ao compararmos remédios, na realidade com-
paramos as respostas e os estados constirucionais
das pessoas; o objetivo do diagnóstico diferencial
é a diferenciação dos guadros individuais, e não os
conceitos da doença.
O conceito da doença nos fornece meramente
uma média de prognósticos e expectativas gerais
(certamente muito valiosas), mas não nos fornece
uma maneira prática de auxiliar um determinado
caso individual.
O ato de comparar e diferenciar suas coisas ad-
mite, implicitamente, sua semelhança básica e, dentre
os medicamentos conhecidos, Lachem requer uma
atenção especial. Também incorporado à Matéria Mé-
dica Homeopática por BERING, este medicamento,
dentre os vene~os de cobra, representa luna variedade
selvagem da libido não integrada.
Como descrevemos anteriormente, a patologia
serpente, através dos símbolos mitológicos, nos leva
a encontrar vários pontos semelhantes à patologia
de Lac caninum e, ao observarmos as descrições da
Matéria Médica, estas semelhanças se confirmam.
Encontramos em Lachem e Lac can;num lateralidade
predominante à esquerda; o lado emocional, recep-
tivo, está sempre programado para o inconsciente;
são medicamentos supersensíveis, um ripo emocional
fortemente reprimido. A sensação de constrição na
garganta é uma resposta tÍpica de um ego com difi-
culdade de im pedir uma invasão pelas forças emocio-
nais e, em especial, pelas forças sexuais. A patologia
ovariana também, traduzindo repressão dos impulsos
biológicos e sexuais.
352 Carfos Brunini, Mario GiorQi & Colabs.
o desenvolvimento das patologias dos órgãos
de Lac cani1'lum se assemelham muito, sendo que as
respostas de Lachesis se dão com maior agressividade,
loquacidade, ciúmes. O fluxo de vida é estancado,
impedido, mas em I>achesis, diferentemente de Lac
can;num, melhoram com o início das descargas.
Lac caninum tem Ul11a patologia mais ligada ao
núcleo de des\'alia c até mesmo uma culpa POt tet
optado pelo conhecimento, traduzida em sensações
e ilusões horríveis. Se esconde em atos falhos, me-
mória débil, indolência, enquanto Lachesis apresenta
uma personalidade desconfiada no nível da paranoia,
tensa e deprimida.
Sepia, que igualmente busca o conhecimento,
também é um medicamento hipersensível , um tipo
emocional fortemente reprimido, mas com completa
indiferença pelos que mais quer, tem irritabilidade
coléri ca e indolência fria, não suporta contradição,
carater extremamente difícil e desagradável, descar-
rega seu mau humor e cólera nos que mais ama. Sua
patologia está ligada à repressão das características
femininas e sexuais e seus transtornos de sensibilidade
determin~m transtornos na cabeça e peito.
A diferenciação de Pulsatilla nigricans com Lac
caninum se faz observando a relação que Pu/satilla
tem consigo mesma. Os dois medicamentos têm
disposição melancólica, choro sem causa e sintomas
errantes L]Ue passam constantemente de um lado para
o outro, mas Pulsatilla tem núcleo de abandono, chora
porque comove as pessoas, dá carinho mas espera
receber o dobro, são pessoas inconstantes e capri-
chosas. Lac caninum convém a indivíduos sensíveis,
quietos, nervosos .
Nilo podemos deixar de observar criterio-
somente o diferencial com Sulphur, que também
apresenta memória débil, esquecimento, sensibilidade
exacerbada, periodicidade de sintomas, sintomas que
mudam de lado, lateralidade esquerda e muitos outros
simomas que se assemelham a Lac can;"1/1I/.. Mas,
Sulphur tem núcleo ligado à ideia exagerada do seu
próprio valor, ou seja, o oposto deLac caninum, que
tem como núcleo o antagonismo contra si mesmo.
Apis mellifica não tolera ficar só, tem depressão,
choro sem causa, irritabilidade, medo da morte, por
seu comportamento social, por renunciar a si mesmo,
perdendo sua própri" identidade para o bem comum.
Perdeu o paraíso da tecundidade, tornando-se estéril,
com desejos sexuais aumentados pela sua busca insana
de fecundação.
Conium maculatum e Murex purpurea têm um
mental bem parecido no que se refere à depressão,
tristeza, embotamento, transtornos da memória, mas
não têm nenhuma descrição de ilusões ou exaltação de
fantasias. Murex é um grande remédio para os órgãos
genitais femininos, com exaltação sexual violenta pelo
mínimo contacro e Conium é um grande medicamen-
to para difteria, constrição da garganta, transtornos
pós-diftéricos e problemas ovarianos.
Resta-nos destacar mais um medicamento por
suas ações violentas sobre as mucosas. Kali bichJ'o-
m;cttm tem , como Lac aminum, dores de amígdala
esquerda que se estende ao ouvido, difteria com placas
pseudo-membranosas, dores erráticas que mudam de
lugar, descargas mucosas, mas em linhas gerais, tem
características bem diferentes.
Lachesis e Lac caninum
. Comunicativo, insaciável;
- Vaidosa sentimento de repugnância de si mes-
mo (feiúra);
- Atenção especial loquacidade. Timidez, con-
tida;
- Desconfiada maliciosa, inocência insana;
- ilusão de que é domado por uma força superior,
encantamento;
- ilusão de que é muito pequeno. (UR);
- Cheios de si , inseguros;
- Lateralidade esquerda, alternância de lados.
Homeopatia & pediatria
Crianças grosseiras, i.otolerames as frusrrações,
explodem e se tornam agressivas.
As pequenas gritam durante a noite, parece que
tem pesadelos, mas como ainda não falam vai por
conta da agitação. As maiores contam seus sonhos
(pesadelos). Acordam muito assustadas.
Difícil manter amizade com o grupo, fechadas
e usualmente mal humoradas. Conversam pouco e
demonstram níveis variados de insanidade.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Dores que migram sistematica-
mente e sucessivamente de um lado para o out:ro do
corpo, melhora de um lado e piora do out:ro. Útil
em situações em que é preciso secar o leite* (onde a
P,,/satilla falhou).
Esquecido, desanimado, não faz amigos, inso-
ciável.
Mesmo que coma bem é insaciável , permanece
com fome após as refeições.
Dedos abduzidos, pois é intOlerável o toque de
um em outro.
Medo de cair de escadas.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Produz e cura ulceras muito vermelhas, secas,
lustrosas como se cobertas com epitélio.
* Arnold Shultz- Potências baixas e repetitivas
estimulam (ex.: 6 CH / 4 X clia), Potência alta inibe
(ex.: 30 CH/ IX dia).
Caso clínico
I.M.S.C.P. 44 anos, viúva, cabeleireira
Data: 19.09.92
Procura o serviço por problemas com pressão
arterial.
"Pressão alta quando estou nervosa, geralmente
por problemas familiares."
Procurou vários méclicos que solicitaram exames
de sangue e coração sem que se encontrasse qualquer
alteração.
Necessitou várias vezes de atendimento de
urgência, pois sente-se muito mal quando a pressão
altera.
Geralmente não sobe muito, mas tem a sensação
de que a cabeça vai estourar, sente-se flutuando no ar
com muita palpitação.
Procura o hospital por medo de morrer, tem
muito medo que estes sintomas sejam relacionados
com o coração, que O coração possa parar de bater,
fica muito angustiada, com falta de ar.
Às vezes acha que não tem doença nenhuma e
que o carcliologista está certo em clizer que seria um
problema de nervos.
Sente-se muito angustiada, sem esperanças na
vida. É viúva há 5 anos, mas já está separada do ma-
rido há 10 anos. Tem uma filha que mora com ela
(17 anos) e seus familiares estão longe. Chora muito,
está constantcmente triste.
53
A fUha esruda O clia todo e ela decidiu trabalhar
como cabeleireira por que assim tem sempre compa-
nhia durante O clia. Tem medo de ficar sozinha, não
sabe de que, mas tem.
É muito irritada com a filha, sente-se despreza-
da por ela; é muito sensível à críticas. Acha que os
familiares do marido l;:ivem observando suas atirudes.
Sonhos - tem muitos pesadelos, às vezes até
quando dorme durante O clia.
- sonha muito com animais e espíritos.
Medos - de aranhas, cobras, de morrer.
Desejos - de sal.
Menstruação - dores em ovário esquerdo quando
menstrua.
Sexualidade - acha que sexo é psicológico.
Meclicada com Lachesis 30 CH.
Data: 23.09.92
Melhora das palpitações, mas sente-se um pouco
cansada, sem coragem para as atividades rotineiras.
Não sentiu mais aumento de pressão.
Não meclicada.
Data: 10.12.92
Sentindo-se melhor, mas ainda sem vontade de
realizar suas tarefas procurou o méclico porque sente
algumas coisas estranhas, voltou a depressão e está
tendo muitos sonhos ruins.
Meclicada com Lac-c 30 CH.
Data: 10.01.93
A paciente retoma sentindo-se bem melhor,
desapareceram os problemas de pressão. Queixando-
se apenas de uma dor ilO ovário esquerdo, mas sem
muita import~cia.
3 4 Carfos Bronini, Man"o Giorgi & Cofabs.
Lachesis trigonocephallus
Lacbcsis trigmwcephalus & seus feitiços . Quando a
língua é O mais importante órgão do corpo humano.
Ordem natural - Ophidia.
Os acidentes ofielicos representam sério problema
de saúde pública nos países tropicais. No Brasil,
a maioria desses acidentes deve-se a serpentes do
gênero Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu e outros)
e Crotalus (cascavel), sendo raro os produzidos por
Lachcsis (sumcucu, surucutinga, malha-de-fogo) e
Micrurus (coral).
O gênero Laches}s pertence a espécie L. muta
ou trigonocephalus. E uma das maiores serpentes
peçonhentas das Américas, atingindo até 3,5 m
de comprimento e possuem cauda com escamas
úuhesis é um precioso mdicamento preparaIÚJ com
o veneno d4 granIÚ serpente venenosa d4 América
tÚJ Sul, a cobra Surucucu.
eriçadas. Habitam áreas florestais como Amazônia,
Mata Atlântica e alguns locais de matas úmidas do
Nordeste brasileiro.
Foi experimentado pela primeira vez por
Constantine Hering em 1828, e por ele meSmO
incorporado na Matéria Médica.
O veneno é colhido fresco, diretamente sobre o
açúcar de leite (lactose) e logo triturado.
Os sintomas desenvolvidos pelo seu veneno
são muito parecidos aos de outros ofídios, como
Naja, Vipera (V1bora), Crotalus (Cascavel) e Bothrops
(Jararaca, Umtu), com reação local e hemorragias.
A inoculação do vensno através da picada
de cobra caracteriza-se por manifesrações locais
importantes como dor e edema de caráter precoce
e progressivo. Frequentemente, surgem equimoses,
lesões bolhosas e sangramentos no local da picada.
Nos casos mais graves, pode ocorrer necrose de tecidos
moles com formação' de abscessos e desenvolvimento
de síndrome compartimental, podendo deixar como
sequelas a perda funcional ou mesmo anatômica do
membro acometido.
As manifestações sistêmicas incluem, além de
sangramentos em ferimentos cutâneos pré-existentes,
hemorragias à distância como gengivorragias,
epistaxes, hematêmese e hematúria. Podem ocorrer
náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e, mais
raramente, choque.
As complicações sistêmicas mais Comuns
são a insuficiência renal aguda, a septicemia e
a coagulação intravascular disseminada, tendo
patogênese multifatorial e sendo causa frequente de
óbito.
Todos atuam com grande potência no sistema
nervoso e sua ação é primeiramente excitante, logo
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
após ocorrem fenômenos astênicos (debilidade)
evoluindo para fenômenos paralíticos. Sua ação tóxica
leva no plano cerebral, a obnubilação, abatimento,
sonolência, coma, convulsões, paralisia progressiva
e geral. Também apresenta espasmos dolorosos por
ação simpática.
Em nível geral, a ação do veneno demonstra
sua sintomatologia com tropismo aos nervos
pneumogástricos, levando à sensação de constrição e
sufocação na garganta, disfagia, dispneias espasmódicas
e bradicardia.
Desencadeiam-se sensações como: garganta
irritável, tosse de origem simpática em afecções
cardíacas, estreitamento espasmódico do esôfago e
pal pitações nervosas.
Constituição e tipo
Podemos encontrar Lachesis em todas as idades
e tipos, mas geralmente se adapta melhor aos tipos
biliosos, espírito vulgar, hipersensuais, agressivos,
críticos, irônicos satíricos, vingativos, desconfiados
e supersticiosos.
Segundo Allen, a biotipologia de Lachesis se
adapta a - Mulheres coléricas, com manchas no rorto e
cahelos vermelhos, olhos escuros.
É o tipo clássico da mulher que passou dos
quarenta anos com rosto enrugado, face vermelha
e lábios violáceos. Tem constantemente o pescoço
descoberto.
Hipersensível e volúvel, sempre em mudança.
Indiscreta, comunicativa e sociável. Desejo
de estar acompanhada, cabelos tingidos com
cores chamativas. Quanto mais velhas, mais usam
cosméticos, com cores mais vivas, trocando muitas
vezes de roupa. Em sua constituição, encontramos o
tipo clássico da popular PERUA, indiscreta, arruma-
355
se com excesso de maquiagem, mexeriqueiras se
incomodam falando da vida alheia.
São hipersensuais, mais eróticas do que ternas,
críticas, imitam (burlam) e fazem deboches.
É a mulher que recusa-se a envelhecer; quando vê
que o físico está se degradando, ela se acaba também
(procura cirurgiões plásticos).
Também adap'tar-se ao homem que, aos 50
anos, arruma-se todo, perftuna-se, é super-simpático,
sai à rua e "paquera menininhas"; mas em casa é
autoritário, bravo, antipático e moralista.
Existe um livro chamado Os dragões do Éden,
de Carl Sagar, onde ele faz uma comparação do
que acontece com a Serpente e a natureza humana,
estabelecendo um paralelo da problemática do mundo
com os conteúdos "lachesoides", ou de Serpente, que
tem a condição humana.
Carl Sagan em seu livro diz: "O amor é invenção
dos mamíferos. Os mamiferos martram muito mais apego
a suas crias do que os répteis."
Mas quem é Lachesis?
Como é este personagem?
Como se apresenta na consulta?
Quais são os sintomas que aparecem?
o trabalho de HERING com a experimentação
deste medicamento, traz uma particularidade, define
seu núcleo. Conta -nos que depois de ter tomado este
medicamento, ficou inconsciente e delirante, mas ao
recuperar-se ele pergunta a sua esposa:
"Mas o que eu disse e fiz?"
O sintóma encontrado no capítulo Ilusões;
ENCANTADO (UR), ele não pode quebrar o
encanto, demonstra a equivocada situação de que é
dominado por uma força superior.
Q Hering 36 - Sente-se claramente como
se fosse um animal (SERPENTE), de um lado
a outro, enquanto todo o poder mental ficou
adormecido. INATIVO, sensação como se es-
tivesse nas mãos de um poder mais forte, COmo
se estivesse fascinado, como se não pudesse
quebrar o encantamento (TRANSE- ESTRA-
NHEZA- IDENTIDADE).
Q Hering 9 - Desejaria que alguém o aju-
dasse a livrar-se disso. Pensa que é outra pessoa,
que está morto, e que a sua alma está nas mãos
de um poder mais forte- demônios e espíritos.
 Carlos Brunini, Man"o Giorgi & Colabs.
&::;! Hering 42 - Mas está sem amigos e
desamparado (abandono).
&::;! Hering 36 - Felicidade e alegrias per-
feitas.
Hering.
&::;! Hering 19 - Medo de ser amaldiçoado,
como foi a serpente no paraíso.
&::;! Allen 10 - Quer contar hisrórias.
Lembra-se e logo sabe quando confundiu e
deturpou. Corrige-se e logo repete os mesmos
erros, o que lhe atormenta.
Entendendo o seu gênio
Lcu;hesis - Não é dona de si mesma, sente-se como
se estivesse presa a uma situação de encantamento, nas
mãos de um poder mais forte, da qual não pode sair.
N essa espécie de êxtase e fascinação sente-se
nostálgica de divertimento, alegria e felicidade.
Sofre pela felicidade perdida, sabe que repete os
mesmos erros, sentindo-se condenada a uma situação
da qual só poderia livrar-se se fosse ajudada, mas
isso não lhe é possível, pois sente-se sem amigos e
desamparada.
Essa espécie de transe em que se encontra é uma
percepção quase profética de sua própria condenação.
Enven.enada com seu próprio veneno.
Perder seu livre arbítrio, crer que seu caminho
já est" traçado é sua ideia errada de ser, seu ruiasma
mãe. assim frases do tipo eu não deveria llie dizer
Isso,Inas .....
Acaba falando coisas que se arrepende depois.
falta-llie o domínio de sua vida, é o "grilo" do encan-
tamento da serpente. Ccmo uma marionete, se sente
mani pulada.
Lcu;hesis - ilusões:
&::;! Está sob uma influência poderosa.
&::;! Está sobre um controle superior.
&::;! Ela é outra pessoa.
&::;! Erros sobre a sua identidade pessoal. De
ser duplo, esrá condenado / que se desintegra e
enfeitiçado e não pode romper o feitiço.
&::;! Foi levado para o espaço, flutua no ar.
&::;! Ccmo um espírito suspenso no ar.
&::;! Transe / sentimento de abandono.
&::;! _Visões bonitas- maravilhosas, nuvens
coloridas (é o paraíso).
A palavra de Deus e a Matéria Médica
"Então, o Senhor mandou entre o povo serpen-
tes abrasadoras que mordiam o povo, e morreram
muitos do povo de ISRAEL. Veio O povo a Moisés
e disse: "Havemos pecado, porque temos falado contra
o Senhor e contra ti, ora ao Senhor que tire de ruis as
serpentes." Então Moisés orou pelo seu povo. Disse
o senhor a Moisés: "Faze uma serpente abrasadora,
põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a
mirar viverá". Fez Moisés uma serpente de bronze e
a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por
alguma serpente, se olliava para a de bronze, sarava".
(Nm 21,5-9).
Mateus 10:16, utiliza o simbolismo do pássaro
e da Serpente quando diz:
"Sede pois, prudente .como as Serpentes e simples
como as pombas."
Sintomatologia mental
• desconfiança e ~iumeira - de forma gene-
ralizada, contere a bula e as coisas que seu médico
recomendou. Uma ciumeira insana que a leva as vias
de fato, (como Hyosciamus), manifestações histéricas
por ciúmes.
• loquacidade - uma falação sem sentido, muda
de temas e fala muito, pergunta e não tem tempo de
ouvir sua resposta, fala até dormindo. Carismática,
cativante e inteligente - assim como a serpente é sedu-
tora, nunl primeiro lnomcnto, você ticará encantado
por Lach. Excelentes vendedoras de enciclopédia
BARSA, pela sua capacidade de persuasão c ousadia.
Ccmunicativa, Expansiva (lembra Phosphorus).
• Delírios - durante a noite quando vê espíritos
e fantasmas (mediunidade, vidência, dom da profe-
cia ou para-normalidade), delírios eróticos, mega-
lomania. Fantasias vívidas, manias religiosas, com
 Matéria Médica Homeopática rnterpretada
357
1- A serpente tem hábitos norurnos,Lach
está melhor a noite, momento em que é mais
lúcida e inteligente.
2- Mas a serpente, a mais sagaz de todos
os animais selváticos que o SENHOR DEUS
tinha criado (GEN 3,1) - ela é considerada
por Kent como a rainha da selva, e podemos
constatar sua atirude ditatorial.
3- A serpente é viajante e a pessoa deLach
em geral gosta dé viajar, foi expulsa do paraíso.
Então o Senhor disse a serpente: "Visto que
isso fizeSte, maldita és entre os animais ... Ras-
tejará sobre teu ventre e comerás pó todos os
dias de rua vida." (GEN 6.13).
- Desde então a serpente vive nômade.
4- As pessoas de Lach, são fofoqueiras e
a serpente tem o veneno da maledicência na
língua. Salmo 140: "Aguçam a língua como a
serpente sob os lábios tem veneno e áspide."
5- A cobra não tem lágrimas, em Lach o
choro é difícil ou tem lágrima fria.
6- Asfixia as pessoas como a cobra que
enrola o próprio corpo.

Medos de Lachesis
desespero pela salvação de sua alma, motivada por Lachesis tem medo que a morte a surpreenda
um sentimento de culpa. São impressionáveis e su- durante a noite quando estiver dormindo.
gestionáveis. Espirirualidade, religiosidade acenruada. Contribuindo para esse temor, temos a clássica
• Sentimento de abandono - são pacientes sufocação e dificuldade respiratória de que padece
carentes que buscam seduzir, sendo que quando se Lachesis durante o SOI)O, depois de dormir e ao cair
propõe chegam a ser pessoas agradabilíssimas. Sofrem no sono. Daí os medos:
também por um amor não correspondido (Puls). • Ansiedade ao ir dormir.
• Espírito de contradição - crítica, arrogante, • Medo ao dormir.
• Medo de ir para a cama (modalidades
dura com os inferiores, pérfida, cruel, diabólica como
de um mesmo sintoma).
a serpente do Éden, implicante e desonesta, violenta
• Meêlo da loueura.
colérica e intrigante.
• Medo de desgraças.
• Instabilidade emocional - especialmente no
• Medo de rormentas.
período em relação as regras, grande utilidade em pu-
• Medo de água.
berdade, TPM e menopausa, histeria nestas três fases. • Medo do castigo divino e da morte.
• Erotismo intenso - lascívia, homossexualida- • Medo de homens.
de, obscenidade, ninfomania. • Medo de contágios.
• Não tolera que lhe toquem - especialmente • Medo de epidemias.
no pescoço, o toque piora seu estado psíquico. • Medo de ser envenenado.
• Contador de vantagens - dá uma pinta de • Medo de gente.
rico(a), gosta de aparentar mais do que é. Outras • Medo de ladrões.
vantagens invejosa e egoísta, impaciente, se ofende Para defender-se deste perigo recorre às ilusões e
facilmente, falta de generosidade, di psomania (alco- crê que está sob poder de uma força sobre-humana,
olismo), prolixa. de um ser maligno exterior a ela, de uma loueura
Sacadinhas - doutrina das assinaturas_Kent, religiosa. Está preoeupada pelos seus pecados, ater-
faz uma metáfora comparando a cobra com a pessoa. rorizada por eles.
 5 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
Em suas ilusões vê pessoas mortas, demônios,
imagens, fantasmas, ouve vozes que deve seguir, sente
que há alguém arrás dela, crê que a estão espiando e
que esrá perctida por predestinação.
O poder superior a faz sentir-se dupla, ou que
é ourra pessoa, ou que flutua no ar. Tem visões fan-
tásticas e charmosas, ouve sublimes meloctias e tem
a ilusão de que serpentes estão dentro ou ao redor
dela, a tal ponto que, ctn estados de atienação mental,
LaChfsis arrasta-se pelo chão.
Sonhos
Com cobras, com morres (a sua morre, a morre
de parentes), com cadáveres e enterros.
Síntese
Lachesis tem a sensação de onipotência, é medium
ou clarividente, recebeu o poder de Deus.
Sente-se enviado por Deus, por isso dá aos ou-
uos. Se preocupa em fazer favores.
Dá para receber. É ególatra e egocênuica.
Se necessita de wn favor de um amigo e esse
não corresponde, para Lachesis é como se essa pessoa
tivesse morrido.
Por meio da sedução busca o afeto, podendo
também, nwna ouua fase , rechaçar companhia.
Miasma
PSORA • sensação de estar sob wn poder mais
forre, perde o livre arbítrio, sua vida é regida por algo
mágico ENCANTAMENTO
SICOSE. ciwnenta
depreciativa, loquaz
atos falhos, fofoqueira.
SIFILIS. cansaço da vida, só vê o
lado negro (cavila), fastictiosa,
suicida, indolente, desanimada.
Simbologia
Como já ctissemos no início, existe wna correla-
ção ctireta com a Serpente do Paraíso.
"Deus proibiu Adão e Eva de comerem O fruto
da árvore do bem e do mal.
Mas Satã, pleno de inveja, uansformou-se em
Serpente, ocultOu-se enue as folhagens e com men-
tiras convenceu Eva a comer o fruto.
Deus amalctiçoou a Serpente condenando-a para
sempre arrastar-se sobre o próprio venue."
No tivro"O homem e seus símbolos", Jung ctiz:
"O homem deve cuidar do animal que leva dentro de
si e fazê-lo seu amigo." É exatamente isso que Lachesis
não consegue fazer, então a "condenação ctivina" toma
wna forma ainda mais intensa e dolorosa e ela con-
tinua sua busca inalcançável do amor ctivino perctido
e irrecuperável.
Interpretação psico-homeopática
A Serpente, ao mesmo tempo que simboliza o
"saber" (como conhe~imento acwnulado), também
simboliza O "fallus", a sexualidade, a força tibidinal
(movimento de vida). Simbolizando duas situações
opostas: "acúmulo e represa" x "movi.mento", en-
conrra-se internamente em situação de ambivalência
contínua, por isso a insegurança, o desconfiar, são
uaços desta personalidade.
Podemos traduzir nas cores a dualidade de
Lachesis:
- de wn lado o azul-escuro intenso e o
prero: o primeiro simbolizando a capacidade
intelectiva, a introspecção e a reflexão, e o se-
gundo a repressão, Oluto, a perda, a morbidez.
- de outro lado o vermelho intenso : a
sexualidade, a sensualidade, a paixão, a raiva
e até mesmo O ódio, que acaba por surgir na
composição vermelho-preto, que possibitira
ainda em função da morbidez: intenso desejo
de vingança, ou melhor, intenso sentimento de
vingança, além do ciúme.
Observa-se aqui a conflitiva básica: ter interna-
mente conctições de wnavida ctinâmica + explosiva +
vibrante e reprimi-la tão intensamente a pontO de não
viver como pode e deseja. Daqui surge o sentimentO
de "não ter vivido como merecia", de "ter perctido a
oportunidade de vive.>'''
Com esta ctinâmicà, inuapsíquica, os conflitos
mais primários áparecem na forma de forças opostas
em conllito, como em "ter X não fazer"; "querer
não poder", estimulando o ego a usar defesas como
"repressão", "negação», etc.
A sensação de "estar encantada" ou "em mãos de
wn poder maior" esrá basicamente ligada à capacidade
de inuospecção, elaboração de ideias e reflexão que,
na maioria das vezes, é reprimida "como se" fosse
algo que na verdade não lhe perrence, que não é seu.
Essa repressão traz danos que evidenciam-se até
como embotamento mental, ctificuJdade de aprender
imposta e não pre-existente.
A sexualidade uaduz-se na sensualidade e vora-
cidade, e até mesmo na ninfomania. O "nunca estar
satisfeita" ou "nunca estar preenchida" reflete-se na
personalidade em forma de ansiedade, na ansiedade
da busca da completude, da satisfação.
 Maléría Médica Homeopática Interpretada
Em termos de hwnor, observa-se a instabili-
dade sempre presente: ora a elação se faz presente,
momentos depois as crises de depressão acontecem
nwn piscar de olhos.
Sintomas Orgânicos:
1- lateralidade esquerda, não devemos
esquecer que é wn meclicamento com caracte-
rísticas emocionais.
2- intolerância a roupa apertada ou justa,
especiabnente em pescoço, o que além do mal
estar a põe nervosa.
3- seus sintoma (mentais e orgânicos), me-
lhoram quando ocorrem descargas menstruais,
o que equivale a dizer que agravam na supressão
destas (menopausa) agravam.
4- Hemorragias, em qualquer orifício do
corpo, wn sangue escuro com c1ificuldade para
coagular.
5- dores ardentes e pulsantes, cefaleias
congestivas, desmaios, palpitações, pré-corclial-
gia, c1ispneias suspirosas, sensação de fraqueza,
vertigem matinal.
6- calorentas, o calor vem em ondas mes-
mo longe da menopausa.
7- equimose oftálmica, hemorragia reti-
niana, olhos secos - pouca lágrima (cobra não
chora).
8- ponta do nariz 'vermelho- cianótica,
como um morango. Sangramentos nasais,
líquidos saem pelo nariz quando vai engolir,
engasga ou morde a língua.
9- rosto inchado e cianótico, espasmo ou
edema de glote, traqueite, laringite estridulosa,
celulite e erisipela facial.
~O- range os dentes durante o c1ia e dor-
mindo bruxismo - sangramento de gengivas,
wna língua brilhante e úmida, quando o méclico
pede para mostrar ela sai tremendo.
11- arnigdalas de cor púrpura, engole com
dificuldade, com a sensação de que algo lhe
aperta o pescoço.
12 - desejos sexuais awnentados, dores
em testículos e anexos.
13 - cianose de pele que por vezes toma
wn aspectO malhadas - erisipela gangrenosa,
úlceras varicosas, abscessos.
Homeopatia & pediatria
Uma criança egocêntrica, decorrente a isso, ci-
úmes autoritarismo, malícia, avareza e orgulho. São
359
críticas irritáveis e irritantes, ao mesmo tempo em
que sabe adular, serem sedutoras para levar vantagem.
Assim cativantes, simpáticas e comunicativas- EN-
CANTADORAS. Fofoqueiras, nem pense em peclir
sigilo pois, não são Baú de segredos, fazem coisas er-
radas, tem ciência de seu deslize, se arrependem, mas
não se controlam, sabem que vão errar e erram, (CImW
debaixo de uma vontade maior que niúJ é a sua). Natu-
ral sentid<! religioso, mesmo em familias niúJ praticantes.
SiúJ desconfiadas, implicantes e intrigantes. Choram p()Y
roupas apertadas e vaitúJsas. Inconveniência.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Animais ciumentos, ciúme do
proprietário, ciúmes de seus objetos, convulsionam
de ciúmes. Egoístas e egocêntricos e ditatoriais,
vingativos e desconfiados, extremamente sedutores
e charmosos. Fazem qualquer coisa para chamar a
atenção, inclusive simulam, doenças. Adoram viajar,
não toleram coleiras no pescoço. Vaidosos, adoram
laços nas orelhas exibidos após wn banho ou tosa.
Ninfomania, lascividade e libido awnentada. Apai-
xonados, sensíveis aos amores. Clarividência, muito
sensível. Há tropismo pelos nervos pnewnogástricos,
levando à sufocação na garganta, c1isfagias, clispneias
espasmóclicas e braclicarclia. Hemorragias com sangue
escuro, abscesso, linfedemas, gangrenas.
Caso clinico veterinário
Camila, apesar de não ter raça definid~, tem
muita "raça" e wn tratado de patologia em si. E com-
plicado falar de Camila sem descrever as patologias:
1- alergia: sua pele apresenta wn prurido
intenso, não tem pelos, é úmida e espessa,
como pele de elefante. Não omitindo a imensa
produção de caspa.
2- paralisia nos membros posteriores ,
frequentemente o quadro surge fazendo-a
sofrer mais ainda. Este quadro não cedeu ao
tratamento convencional e nem à acupuntura.
Aos raios X há wna c1iscreta calcificação entre
as vértebras lombares 5 c 6, que não justifica
wn quadro tão severo. Pecli a dosagem do ácido
úrico. Resultado: 5,3 mg % (a dosagem normal
é até 1,0 mg %).
3- vermes são presença obrigatória em
suas fezes, ao coproparasirológico encontra-
mos:
360 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
- Toxocara canis
- Trichuris vulpis
- Taenia pirifOlmes e
- DipyUidium caninum
Este zoológico intestinal não estava no
script; pode ocorrer nwn cão jovem, porém
Camila completara o 10° aniversário.
4- Nódulos mamários que a deformavam,
porém eram firmes, aderidos e indolores.
Uma mama p<Jsterior quase arrastava pelo chão
e estava lesionada pelo constante atrito. Foi amputada
para que não a prejudicasse mais e os demais nódulos
conservados.
Anatomopatológico foi uma surpresa: carcino-
ma.
Por onde começar com Camila?
Felizmente existe a homeopatia e o verdadeiro
caminho seria: quem é Camila?
Anteriormente era muito brincalhona, agora
não quer brincar; fica embaixo dos móveis e quando
se coça "avisa a todos" com suas lamentações. Nem
passeando está bem, pede para voltar para casa.
Seu grande medo são as tempestades. É muito
delicada com sua dona porém, a morde quando passa
peno de seu alimento, pega inadvertidamente seus
brinquedos e, principalmente, por dar atenção ao
papagaio. Mmal, é tão delicada e é quem deve receber
todas as atenções!!!
Não que seja tão ciumenta e egoísta. É que ...
Camila sofre o medicamento Lachesis, como foi
comprovado pela repenorização.
1- Casa, deseja ir à - pede para voltar para
casa durante os passeios, 12/3.
2- Esconde-se - fica embaixo dos móveis,
28/3.
3- Ciúmes, objetos e animais - agride a
proprietária quando dá atenção ao papagaio
ou toca em seus objetos, 13/1.
4- Lamenta -se de sua enfermidade - chora
enquanto se coça, 60/1.
5- Temor a tempestades elétricas, 89/2.
6- Egoísta - as atenções devem ser dire-
cionadas apenas para ela, 26/1.
7- Tumor de mama, 549/3.
Com Lachesis CH 200 dose única, o ácido úrico
ficou em 0,55 mg % em 46 dias. Não houve mais o
episódio de paralisação; o exame de fezes negativou;
os nódulos de mama diminuíram pela metade. Não se
esconde mais, passeia sem insistir em voltar para casa,
não permanece escondida e isolada. Principalmente
quando se coça, está dando umas férias aos ouvidos
de sua dona. •
Porém, paciência tem limite! Não precisa dar
tanta atenção ao papagaio!
Meses após, sua pele apresenta alguma pelagem,
espessura normal, sem a secreção que era constante.
Prurido discreto.
Camila segue com glóbulos que lhe devolvem
a alegria e as doses que lhe seguem bem estão entre
Lachesis CH 200 e CH 500.
Fofoqueira
P.O. Box
Composição: Jairo Goés/Márcio Camilo
TiJ namorando uma boca de matraca
Tem língua de jararaca, é agressiva e venenosa
Ela conhece a arte de fazer foxico
É chegada num cochicho
é campeã de fofoca
Essa encrenca não sabe ficar calada
E o hobby dessa danada é falar da vida alheia
Se ela falar da minha mãe vai se dar mal
Vou moer no pau e a coisa vai ficar feia
Ela tem fama de cobra na vizinhança inteira
Ela passa e o povo grita" fofoqueira! fofoqueira!"
Vou abrir um ''fOfocódronw JY., não vou marcar bo-
beira!
Vou ganhar muito dinheiro em cima da fofoqueira
Ela desperta m./ita ira na cidade
De tanto fazer maldade tem gente foando louca
Que inclusive "ajuntou" a vila inteira
RJ:uniu as costtll-eims
pra costurar
sua boca
Um dia desses foi numa s!mJeteria
Vi uns caras numa mesa chamando ela de língua
Se ela morrer vai ter que comprar dois caixões
Um pra colocar seu corpo e outro pra plJt sua língua.
 Mat~ria Médica Homeopática Interpretada
Ledum palustre & As mordidas da vida.
Ledon-dos-pàntanos ou Rosmarinho-selvagem
é um pequeno arbusto da família das Ericáceas que
cresce em terrenos pantanosos do norte da Europa ,
na Ásia e na América, é cultivado nos jardins. Uma
planta verde com 6 a 10 cm de altura, suas !lores,
quando frescas tem odor resinoso forte, sJbor amar-
go, adstringente e nauseoso. Sua açâo farmacológica
é sobre a rede capilar sanguínea especialmente nos
locais onde o tecido celular é pouco abundante, pois
priva o sistema capilar de seu tônus normal , causmdo
hemorragias subcutineJs em regiões articubres como
O dedão do pé. (LATHOUD).
3
Lf!dum palustre
Ao buscarmos no Dicionário de Símbolos de
Chçpalier, p. 517, o significado simbólico de joellio
encontraremos:
''N umerosas tradições antigas fazem do joellio
a sede principal de força do corpo o símbolo de au-
raridade do homem e poder social, daí o sentido das
expressões:
Dobrar ojoelho = fazer ara de humildade.
Fazer dobrar os joelhos = impor sua vontade a
alguém.
Tocar os joelhos = pedir proteção.
(PUnio, o antigo, registrou o carácter religioso
dos joellios = símbolo do poder).
Desta forma simbolicamente o joellio representa
o "faüus", fonte de poder e autoridade e qualquer
fragilidade observada nesta parte tão fundamental
do corpo humano é incli.cado na perda de auraridade
e poder; Ledum, ao somatizar-se nesta região,
estará castrando sua autoridade e seu poder. Desta
forma ,compreenderemos a seguir seu isolamento do
mundo externo e das pessoas, tornando-se frágil física
e psíquicamente.
O s testes gráficos da figura humana indicam
grande importància interpretativa, em termos psíqui-
cos, quando observa-se ênfase ou omissão do joellio
na figura humana.
O joellio é o responsável pela estabilidade do
corpo hum ano, além de representar um contatO
adequado com o ambiente ; desta forma , alguém que
adoece no joellio fragiliza uma área respomável pelo
equiUbrio natural e logicamente apresentará:
Dificuldade em manter a estabilidade do corpo,
sendo que os individuos Ledum apresentarão verti-
gens, como também c1istúrbios motores, com c1ifl-
culdade de locomoção graças às afecções reumáticas
e colagenoses.
362 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Observando o simbolismo do poder e da autori-
dade, no plano mental encontraremos, naqueles que
seletivamente adoecem no joelho, uma imaturidade
afetiva e sexual, com sentimentos de constrição e
castração, comportamento compulsivo e imaturo,
necessidade de valorização e aprovação do outro para
valorizar-se, dependência afetiva familiar.
Esta auto-agressão estará presente não apenas nas
articulações como também terá dificuldade em articular
seus próprios valores, conceitos e ideias. É um medica-
mento com sintomas mentais de misantropia, enfada-
do, timidez, mau humor sendo que miasmaticamente
serão indivíduos cheios de sintomas sifilíticos. Ledum
não e,:terioriza suas emoções e já que não "põe para
fora", volta a hostilidade para si, repreendendo-se.
Este sentimento interno de impotência, pois
castrou seu poder (violentando seu joelho), o faz
auto depreciativo, O que acarretará insegurança, culpa,
rebeldia e instabilidade.
Na medida em que não tem poder, autoridade
para resolver e decidir, deixa de expressar seus desejos,
afetos e expectativas.
Revoltado por não conseguir se expressar,
rebela-se afetivamente, e seus conteúdos de ódio e
raiva (sentindo-se culpado por este ódio e rancor),
direciona-os para si mesmo, a ponto de imobilizar-se
pela dor da afecção reumática.
Faz parte do grupo de "culpados" da Matéria Mé-
dica, como também é um dos "contidos", levando esta
contenção à expressão máxima de imobilidade através
de manifestações somáticas no aparelho locomotor.
Aqui lembramos a diferença de Calcarea carbonica
que tem como órgão de choque de sua somatização
o aparelho digestivo, diferentemente também deArse-
nicum, que, junto com a ambivalente.Kà1i carbonicum,
expressa suas doenças no pulmão e ainda da Tarentula
ou Spo'!..lJia, que somatizam no coração.
Desta forma, Ledum manifestará sua contenção
nas juntas, acarretando problemas reumáticos e co-
lagenoses.
E O que seriam as colagenoses?
Admite-se que as colagenoses resultam da rea-
ção de algum anticorpo que reaja com um antígeno
específico, levando a uma lesão no tecido conjuntivo,
onde estará presente uma gama globulina.
Enfim, não temos uma etiologia bem definida, e
o que seriam tais doenças senão a insatisfação do orga-
nismo consigo mesmo; se autoagred.indo e produzindo
anticorpos autodestrutivos. Ledum, ao eleger seu joe-
lho para ter uma doença do colágeno, cumpre com
um papel autopunitivo, sendo um exemplo da sífilis
miasmática, que ao conter seus impulsos, cumprirá
com um princípio natural, onde não ocorrendo dre-
nagem, o processo extravasa naturalmente, no caso
como doença (desequilíbrio da energia vital), o que
não explode - implode~ e as colagenoses são doenças
degenerativas.
Entendendo seu gênio e miasmas
Desta forma, o nosso paciente que sofre Ledum
apresenta-se hostil, como pessoa desgostosa e desa-
gradável, afastando os demais; ao mesmo tempo em
que desenvolve com tais manifestações orgânicas uma
dependência fisica dos outros, punindo-se duas vezes;
pois, ao mesmo tempo, pune seu eixo PSÓRICO
de cul,Pado.
E um dos principais medicamentos do reuma-
tismo e gota, acompanhada de nódulos reumáticos.
Suas dores migratórias melhoram com água fria, ou
compressa de gelo local, apresentando o sintoma
paradoxal: mesmo quando inchadas ou edemaciadas,
ao invés do sinal flogístico inflamatório que seria o
calor local, permanecem frias.
Assim como os individuos Ledum apresentam-se
frios, distantes na sua misantropia e apesar de sentirem
falta de calor vital, seu cprpo é frio, não toleram o
calor, buscando muitas vezes nas bebidas alcoólicas
(dipsomania) um companheiro que anistie sua culpa
(congela suas emoções) ..
São pessoas "mordidas", com humor detestável,
como se tivessem sido mordidas ou espetadas pelos
outros; estão sempre na vanguarda, com duas pedras
nas mãos, dão respostas insolentes às perguntas. Le-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
dum é também wn grande medicamento para picadas
de insetos (Apis), mordidas de ratos e feridas pene-
trantes nas palmas das mãos e pés. Tais feridas terão a
peculiaridade de serem frias, sendo wn medicamento
profLlático e terapêutico do tétano.
PASCHERO, diz que os indivíduos arrríticos
rewnáticos são depressivos com grande sentimento de
inferioridade e wna ansiosa necessidade de atenção ou
proteção. Revendo os antecedentes emocionais, des-
cobriremos wna mãe dominadora e severa ou um pai
autoritário e rígido que o obrigou a restrições desde
criança, tolhendo seus impulsos motores, agressivos
e com consequente exacerbação da hostilidade pela
rebeldia e impotência, frustrando a necessária descarga
motora de sua agressividade. Esta raiva e ressenti-
mento que produzirá, a sensação de culpa e medo do
castigo, leva a um amnento do tônus muscular por
contração. (carga energética contida).
Encontraremos em Ledum wna atirude de inten-
sa expectativa, com wn aspecto de vítima (lembrando
o mental de Causticum), ganhando O direiro de ser
atendido e, graças ao sofrimento que sua doença
lhe impõe, recebe proteção, sendo esra a sua defesa
SICÓTICA.
Tendência marcanre e sangramento das feridas,
sendo que, mesmo as insignificantes adquirem wn
aspecto hemorrágico, com grandes equimoses e ex-
rravasamento de sangue no subcutâneo quando não
drena; voltamos aqui ao tema drenagem: sendo wn
excelente medicamento para exrravasamento sangui-
neo ocular, pós trawna (soco), cwnprindo com wn
papel semelhante ao gelo.
E aqui cabe mais wna imagem simbólica que nos
auxiliará na compreensão do "gênio" do medicamento
Ledum, pois sendo frio, similar ao gelo, que faz vaso-
conscrição contendo hemorragias, nwn plano mental
rambém congelará suas emoções. Não se perrnirindo
colocar aquilo que pensa, agride sua vontade, assim
como agride seus impulsos, tornando-se imóvel,
duro e frio como wna pedra de gelo, misantrópico
e insensível.
° entendimento de que o rewnatismo é wna
colagenosa, melhor dizendo wna doença auto imune,
ou seja sem maiores justificativas o organismo passa a
p~oduzir anticorpos ilustra psicossomaticamente sua
SIFILIS, fruto de sua irreparável desrruição.
Diagnóstico diferencial
Aqui gostaria de lembrar três remédios de caráter
rewnático:
- Rhus tox
363
-Aurnm
- Petro/eum
Medicamentos que melhoram ao aquecimento
de suas articulações e que, no mental, enconITaremos
os individuos Rhus to:>: com movimentos externos,
volrados à necessidade de conITolar o OUITO. Petro/eum
com grande falta de domínio sobre si e Aurnm de
wna maneira equivocada, matando suas ambições e
desrruindo seu planet afetivo.
Ao encontrarmos mulheres que referem suas
mensrruações com fluxo volwnoso, sangue vermelho
vivo e wn intenso resfriamento de todo o corpo nestes
dias, devemos ficar atentos , pois é wn sintoma pecu-
liar e chamativo de Ledum (queda de temperarura).
São indivíduos obstipados (voltando ao tema de
contenção), com urina com sedimento areioso (ltyco-
podium), com inrensa sede de água fria (Phosphorns),
rosses secas acompanhadas de hemoptises, dores no
nariz ao menor toque, acompanhadas de epistaxes,
hipoacusia (sintoma rnisanerópico de quem não quer
ouvir o mundo), manifestações escrofulosas de pele,
com úlceras, erisipelas, petéquias que melhoram com
compressas frias.
A expecrativa com aspeCtO de vitima, coitadinha
e pobre de mim, lembrando Caustiwm entretanto não
procuram (consciente ou inconsciente levar vanragens
com sua fragilidade ou doença), se ocorre algum lucro
no adoecer este é natural, sem maquiagens ou dramas.
Homeopatia & pediatria
° entendimento desre medicamento (seu núcleo
e miasma, fica mais didático a partir da criança de .. )
A criança Ledum é a que mais teme o castigo e a
repreensão da.Maréria Médica, esrando normalmente
rensa e sobressalrada. (Graças ao rema "culpa").
A agressividade e a auto-punição são lugares
comuns da sua personalidade, demonstrando wn
hwnor deresrável, como se fossem mordidas ou
esperadas pelos oueros ou pela vida, assim vivem de
sobreaviso, com dúas pedras nas mãos, dão respostas
malcriadas· e grosseiras as perguntas que lhe fazem.
Grande emprego para feridas perfurantes, mordidas
de cachorro, ferroadas, picadas em geral; divide com
Silicea o espaço de auxiliar a expulsão de corpos es-
tranhos (farpas).
Reforçando a ideia: os desenhos (rraçados grá-
ficos), são recursos que auxiliam a compreensão do
gênio de wn medicamento, especialmente em crian·
ças que tem pouco vocabulário para contar de seu
mundo interior, assim o psicodiagnóstico rambém
364 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
pode ser uma excelente ferramenta para a semiologia
homeopática.
As crianças com este perfil costumam ao dese-
nhar, se excluírem, deixando a sua figura ausente no
teste "desenhe a sua família", ou algo incompleto em
seus membros (braços ou pernas) no "desenhe você
mesmo", indicativo de seu sentimento de inferiori-
dade e insegurança, além de uma ansiosa necessidade
de atenção ou proteção, também comum na persona-
lidade dos arrríticos.
Dentre aquelas que temem ser castigadas, Ledum
vai para o podium, temem as repreensões, vivem
tensas sobressaltadas demonstrando assim um intenso
sentimento de culpa aguardando sempre quando será
a próxima mordida.
Tendência marcante a sangramentos e feridas
(mesmo as insignificantes adquirem um aspecto he-
morrágico), com grandes equimoses e extravasamento
de sangue subcutâneo quando não drena (sufusões
hemorrágicas), sendo que é um excelente medica-
mento para sangue extravasado (pisado) diferindo
de Amua pois aqui não temos hematoma. Cumpre
na sua frialdade o papel do gelo.
Tais crianças (adultos) comportam-se psiquica-
mente como o gelo, sendo frias, indiferentes e pouco
envolvidas com os problemas a sua volta. Melhoram
com o frio e no inverno.
Divide com Apis o espaço do medicamento para
picadas de insetos, divergindo pelo aspecto de que
em Ledum as feridas têm sem pre a particularidade
de serem frias, mesmo quando infeccionadas, acom-
panhada de dor penetrante e aguda (pontada) que
piora ao toque e ao calor, e melhoram tanto da dor,
quanto da cicatrização com O uso de gelo e água fria.
Mesmo nos processos inflamatórios em que o es-
perado seria a presença de hipertennia local (calor local),
encontramos partes lesadas fiias e inchadas (sintoma
REP - raro estranho e peculiar).
Homeopatria & veterinária
&gina Torro - Uma característica é o adoeci-
mento nas articulações, que normalmente se inicia
de baixo para cima ao contrário de Knlmia que é de
cima para baixo, isto é das articulações distais dos
membros pélvicos, subindo e atingindo sua maior
frequência e intensidade na articulação dos joelhos
(fêmur, tíbio-patelar). Mesmo inflamada a região
permanece com temperatura fria. Há grande alívio
pelo frio e por aplicações frias.
Lembrar em feridas perfurantes, mordidas pós
briga entre animais, mordidas de mosquitos, com
comprometimento linfático.
Grande utilidade em processos gotosos em aves
que iniciam de baixo para cima.
Animais obstipados, toSS"C seca com hemoptíse
timidez, insegurança, misalltmpia, animal desagradá-
vel, mal humorado, sempre na defensiva.
Caso clínico
M.P., 42 anos, casada, doméstica
Q.D.: "Desde os 19 anos de idade eu tenho
"alergias" no corpo e dores nas jumas, doutor.
As minhas dores começam nos joelhos e vão
subindo, ora aqui, ora ali, vão mudando de lugar.
Tem hora que não posso nem encostar, de tanto que
doem, não sei mais o que fazer. .. e as alergias, então?
Qualquer picada de mosquito me amola, viram feridas
e ficam lateja.ndo; e não adiama passar nada que não
melhoram. Só melhoram se cu tomar banho mais frio,
não é engraçado? Os médicos diziam para eu colocar
bolsa de água quente nos joelhos, mas piorava.
Acho que sou toda ao contrário.
Qualquer machucadinho na minha pele fica com
sangue "pisado" e demora para sumir.
Será que não tenho diabete?"
Piora? "Ah! Se eu deitar na cama ou tiver calo
e eu ficar fazendo serviço de casa, as dores nas juntas
pioram.
Minha menstruação t;unbém não é normal, vem
bastante, antes do dia que estou esperando, e me sinto
tão abafada que preciso sair à rua e andar um pouco e
também fico mal-humoràda, com raiva e brigo com
todo mundo."
Sonhos?
"Tenho muitos, e o que mais se repete é o de
estar trabalhando, sempre fazendo alguma coisa.
De vez em quando tenho sonhos de que vão
acontecer coisas e elas realmente acontecem várias
vezes.
De resto, de vez em quando tenho dores de cabe-
ça, ora pesadas, ora fica latejando e melhora quando
vou descansar no quarto e ponho uma bolsa de gelo.
Às vezes estou mais nervosa e mal-humorada,
como já lhe disse, e brigo com as pessoas, mas de-
pois me dá um sentimento de culpa e me arrependo,
quando não brigo, fico quieta num canto."
Exame clínico
PA: 140X90 P: 94 Peso: 76 Alt: 1.64
BEG, corada, asculta cardíaca rícmica, sem so-
 Matéria Médica HomaoptJtica Interpretada
pros, pulmões livres, abdome globoso, sem aumento
de vísceras, membros inferiores reação inflamatória no
10 dedo do pé direito, sensível ao tocar, porém frio.
Membros superiores - tofos e nível arric. das
falanges distais das mãos e região extensão dos co-
tovelos.
Sintomas colhidos:
- tJcics-plectórica
- irritabilidade durante a menstruação;
- meUloria ao sair;
- ansiedade de consciência;
- sonhos visionários;
- sonhos ocupados (trabalhando);
- dores articulares que melhoram pelo frio;
- dores migratórias;
- melhoria geral pelo frio;
- sufusões hemorrágicas de pele.
Ministrado: Ledum palurtre CH 30 - dose única
1 a consulta (16/ 03/90)
2 a consulta (28/04/90)
"Doutor, tomei o remédio em jejum, COmo O
senhor falou, e uns 20 dias depois pioraram todas as
dores nas juntas - e como doeram! Demorei para me
sentir melhor, até hoje, ainda doem um pouco ... Ah'
Naquele dia, em que liguei para o senhor, eu estava
com tanta dor e, ainda para piorar, voltaram aquelas
alergias no corpo como "caroços". Coçavam tanto
que eu não podia nem dormir. Sabe o que fiz de tanto
365
desespero? Entrei embaixo do chuveiro frio ... sÓ assim
melhorou. Não sabia mais o que fazer. Mas, apesar
de rudo isso O "nervoso" melhorou."
COm<! assim?
"Bem, neste mês, aquela irritação que eu tinha
foi bem menor e nem cheguei a brigar com ninguém.
Até as pessoas acham que estou mais contente."
MIDjstrado:Ledumpalurtre CH 100 - dose única.
3 a consulta (30/6/90).
"Estou bem melhor. Tomei o remédio e as dores
voltaram um pouco mais fracas do que da última
vez, graças a Deus. As juntas não incharam mais e
agora já posso fazer todo o serviço da casa. Tive um
pouquinho daquela dor de cabeça da qual lhe falei,
mas passou logo e a menstruação, tam bém, já não
dura tanto tempo, nem é tão abundante; quase não
tive mau humor. Em casa, o senhor sabe, ninguém
acredita, dizem que estou diferente. Também não
tive mais aqueles sonhos dos quais lhe falei. Ah'
Apareceram aquelas manchinhas na pele. Aquelas que
aparecem quando me machuco e, agora, sumiram.
Sinto-me bem."
MIDjstrado: L(aum palllrtre CH 500 - dose única.
Por telefone (15/12/90):
"Estou tão bem' As dores não me incomodam
mais e não tive mais as "alergias"; meu humor está
ótimo. Vou até viajar no Natal para visitar meus pa-
rentes. Aeho que posso ir, não) Quando preciso voltar
ao seu consultório?"
36 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Lírio-mosqueado; Lírio-tigrado - Planta perene
pertencente à família das Liliaceae, originária da China
e Japão é urna planta ornamental vivaz. Cresce até 2m
de alrura com talo robusto e ereto produzindo flores
alaranjadas manchadas de preto que lhe vale o nome
"tigre"; suas pétalas curvam-se fortemente para trás.
Não deve ser confundido com o Lilium superbttm,
outra espécie de Lírio-tigrado da América do Norte,
cujas flores têm urna es.trela verde no centro, que faz
uma boa marca para esta planta.
Lathoud
A tinrura mãe é preparada com o caule, as fo-
lhas e flores no momento da floração e a partir desta
obteremos, por diluições hahnemaniannas sucessivas,
as diferentes ctinamizações deste reméctio. Manifesta
~ilium tigrinum
a sua ação principalmente nos órgãos da pelve e por
isso está próximo de Sepia succus. Está incticado em
sintomas reflexos do útero e ovário. Tem ação im-
portante sobre o coração.
AlIen
- Os efeitos mais marcantes de manifestação na
mente e nos órgãos reprodutores.
- Uma apreensão a respeito de suas obrigações
morais pesava intoleravelmente sobre ela, ao redor de
dez ctias depois de haver estado excitada sexualmente,
e a mesma continuou alternando com a excitação se-
xual, por um tempo de mais de quatro meses depois
da experimentação.
- Durante a excitação sexual, sente urn apuro
constante, como devesse curnprir as obrigações im-
perativas e tivesse urna total incapacidade para tal.
- Durante toda a noite e até a madrugada está
inquieto; tem sonhos lasdvos que o despertam.
- Tinha a sensação de que "iria ficar louca", se
não continuasse, e se sustentava fortemente.
- Durante a excitação sexual, sente urna pressa
constante, como se tivesse que cumprir com obriga-
ções e fosse incapaz ctisso.
- Sonhos horríveis e fatigantes.
- "O céu parecia lata e a terra ferro."
- Tenho pensamentos de suicíctio, penso quanra
quantidade de Opium me faria dormir para sempre,
neste caso, quem encontrará meu corpo e quem se
preocupará?
Margareth Tyler
Seus sintomas mentús e físicos são alarmantes
e intensos, exceto a depressão mental profunda e a
sensação intensa de "bearing down" - comparte tam-
bém com Sepia.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
A pressão para baixo em direção a pélvis é sentida
até a altura do estomago e mesmo nos ombros. Esra
dor é pior em pé, apesar de não aliviar ao deitar-se.
Uma sensação quando em pé, como se todo o
conteúdo da pélvis fosse escoar pela vagina se não for
impedido pela pressão para cima pela mão na vulva
ou por ficar senrada. Excitação sexual alternando com
o receio de desvio moral. Incapaz de mover-se, teme
que o útero caia. Pressão na bexiga, quer urinar todo
o tempo. Aversão a ficar sozinha. Constantemente
sentimento de pressa, corno por tarefas imperativas
e completa incapacidade para realizá-Ias, também
durante a excitação sexual.
Hering
- Sente tendência a chorar, com dor nas costas,
tem que manter-se muito ocupada, reprime seus
desejos sexuais.
- Sente como se tivesse que cumprir com um
dever imperativo, e daí apresenta uma incapacidade
total para realizá-lo, excitação sexual.
- Uma apreensão quanto a estar sujeito a uma
enfennidade ou calamidade iminente; com frequência
isto se acompanha por uma inflamação moderada
subaguda uterina ou ovariana.
- Crê que sua enfermidade é incurável, que ela
tem alguma enfennidade orgânica e que nada entende.
- Está atormentada por sua salvação.
- Dúvida a respeito de sua salvação, pensa que
está condenada a expiar seus pecados e os de sua fa-
mília, arranca os cabelos, caminha pelo quartO noite
e dia, deseja escapar, o consolo agrava.
- Sente tendência a maldizer, bater, a pensar em
coisas obscenas quando aparece este estado mental.
Dinâmica mental miasmática
Da leitura de Allen e Hering encontramos os
temas: mente, sexualidade, cumprimento do dever
(sensação de ter se maculado por uma obtigação que
não dará conta de executar) corno traços marcantes
deste medicamento.
O Lírio apresenta-se como uma planta que car-
rega tanto na sua morfologia • onde a pétala é um
órgão receptor "vulva" e o pistilo proeminente um
"falius" ., quanto nO seu comportamento, um forte
anragorusmo mental, desencadeado pela ambivalên-
cia; inverte suas emoções dando à Terra o papel de
ferro e ao Céu o papel de lata, destituindo os valores
espirituais de sua alta hierarquia, valorizando mais a
Terra (que é ferro e, portanto, mais importante do
367
que O Céu que é lata) - um raciocínio bastante lógico
para aqueles que estão atormentados pela salvação de
sua alma, crendo não ser possível redimir-se de seus
pecados, invertendo portanto os seus valores.
Esta dialética da flor do lírio será a responsável
por seus sintomas tanto de ordem mental quanto
física, criando uma ressonância entre a proposta de
vida de Lilium e os indivíduos que comportam-se
com este universo. -
Desta forma, os indivíduos Lilium tigrinum car-
regam para dentro de si, na sua ansiedade psórica,
um tormento mental a respeito de sua salvação, ou
seja, o resgate de seu paraíso de pureza e da sua per-
feição. Os indivíduos Lilium têm a sensação de que já
foram puros e perfeitos; assim também a simbologia
do Lírio está ligada à pureza e à perfeição, conforme
lemos nO livro sagrado: Mateus 6: 28,29. "Olhai os
lírios do campo, como eles crescem, niúJ lahutam e nem
fiam, mas eu vos digo que nem mesmo SalomiúJ com toda
a sua gl6ria se vestia como um destes."
A simbologia de pureza persiste ainda mais, ao
lermos no dicionário de símbolos de Chevalier, à
página 554.
Na tradição bíblica o lírio é o símbolo da eleição,
da escolha do amado (focalizando aqui também o
aspecto sensual deste medicamento).
"Como o Lírio entre os cardos, Assim minha bem
amada entre as jovens mulheres" (Cântico dos cânticos
1.2).
Este foi o privilégio de Israel entre as nações, da
Virgem Maria entre as mulheres de Israel, simboliza o
abandono à vontade do Senhor, a providência divina
que cuida de seus ftlhos 'voltando ao tema da virgem,
pureza, imaculada, enfim sua entrega, busca de pure-
za perfeição, o àbandono místico à graça de Deus).
Os indivíduos Lilium amargam na sua Psora urna
angústia por carregarem dentro de si uma situação
errática de condenação expiatória, pois é mediante
a dualidade entre o prazer e a culpa que se mantêm
impossibilitados de conquistar esta salvação (resgatar
seu paraíso de pureza e perfeição).
Apresentam como sintomas PsórÍcos a sensação
de que podem vir a ficar loucos, que não conseguem
conciliar o sono, de desvario, demonstrando inquie-
tude de espírito.
Sua defesa Sicótica aparece na tendência a
maldizer, golpear e pensar em coisas obscenas, ir-
ritação uterina, apresentando tendência ao choro e
sublimando sua sexualidade arravés da sua ocupação;
tornando-se industriosos, querem executar alguma
tarefa, cumprir algo.
3 8 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
Já Siftliticamente falando, suge a falta de gos-
to e goro pelas coisas, em que atuam sem pensar,
esquecidos das coisas, indecisos, canlinhando mais
por instinto do que por sentido de direção; quando
em seus pensamentos, imaginam quanto de Opium
teriam que tomar para morrer (disposição suicida).
Sintomatologia
Os sintomas mentais de Lilium são alternados
com os físicos, principalmente com os uterinos.
Kent refere que é um medicamento adequado
às manifestações em mulheres, sendo especialmente
adequado às histéricas (do gregoHirter = útero) que
sofrem de manifestações uterinas, cardíacas e várias
manifestações nervosas.
São extremamente irritáveis, cheias de ideias
fantasiosas, insanidade, melancolia religiosa e
imaginações, com uma sensação de perda ou queda
de seu paraíso de perfeição, adquirem culpabilidade,
pois no cxercício de sua sexualidade alternam prazer
com culpa; isto é demonstrado organicamente através
da sensação de queda, ou seja, a sensação de que os
órgãos caem internamente ou são tracionados para
baixo. (Esta sensação de tração para baixo se manifesta
pela impressão de que rodas as vísceras são puxadas
para baixo, especialmente para os genitais femininos
que serão abortados na vagina.).
Como uma tentativa de expulsar seus atos
equivocados e sua imperfeição, lembrando que este
"para baixo" significa uma situação depressiva e um
processo de auto-castração inconsciente (o prolapso
ou a expulsão do meu útero é minha "auto-castração").
Lilium tigrinum desenvolve particularmente
bem seus sintomas em mulheres nervosas que so-
frem transtornos uterinos com diversos sintomas
cardíacos e manifestações histeriformes. São mulheres
Os amantes.
de circulação venosa obstruída, aparência p1etórica,
sanguíneas, "carnudas", fortes) muito nen'osas. Em
geral manifestam o estado de Lilium tigrinum no
auge da idade crítica (menopausa). São desagradáveis,
incapazes de diur uma palavra amável; muito irritá-
veis, irrazoáveis, ilógicas, fantasiosas, estes estados se
manifestam particularmente em mulheres solteiras.
Remédio precioso para tondições muito aflitivas.
Veneno poderoso portanto medicamento.
Desconhecidos da Velha escola alopática, fun
de século .xIX e XX, medicamento seguro e útil nas
mãos daqueles que aprenderam com Hahnemann
como preparar e prescrever remédios.
Muitos sintomas surpreendentemente em co-
mum com Sepia, mas com sintomas defm.idos que o
distinguem.
A dialética da flor do lírio será responsável por
seus sintomas: tanto de ordem mental como física,
demonstrada pela morfologia da própria flor, que em
si mesma traz uma dualidade: MACHO X FEMEA
Lilium tigrinum vive uma doÚJrosa dialitica entre o sa-
grado e o profo1W. Este sÚTIbolo da pureza também é
encontrado em pinturas nas paredes dos palácios da
Grécia Antiga, onde era dedicado à Hera. É uma das
flores mais antigas do mundo. Na alquimia, fabricava-
se um perfume mágico a parrir desta flor, que era
usado para queimar no recinto onde se realizavam
ritualísticas. Também exi~tia uma crença que a flor
ajudava a reconciliar os amantes: um pedaço do seu
bulbo teria o poder de reaproximar os namorados que
romperam as relações. Outra curiosidade sobre esta
flor é que desde o século XVll, o lírio era usado para
decorar igrejas em homenagem à Virgem Maria, como
sÚTIbolo de sua virgindade. Antes, porém, retiravam
do lírio os órgãos masculinos e femininos (estames e
pistilos) , pois só assim a flor seria ''verdadeiramente
vi1;gem". Em homenagem à sua pureza e, talvez por
esse motivo, seja muito usado em buquês de noiva e
em festas religiosas.
Narra a mitologia, que a consellio de Minerva,
Juno deu seu seio a Hércules, que havia sido aban-
donado no campo por A1cmene, sua mãe. O jovem
herói teria sugado o seio com tanta força, que o lei te
esguichou em grande quantidade. As gotas que se
espalharam no céu formaram a Via Láctea e as que
caíram na rerra transformaram-se em lírios. O lírio
está indtÚdo numa antiga lisra de plantas consideradas
mágicas, que teriam o poder de proteger contra bru-
xaria: dentro de casa, transformaria as más vibrações,
e no jardim, funcionaria como uma barreira contra
malefícios.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Vijnovsky
Os órgãos genitais femininos consticuem o
máximo do campo de ação de Lilium tigrinum, os
desejos sexuais estão aumentados e com frequência
terminam em orgasmos involuntários. Melhora
estando ocupada.
E com tendência a usar linguagem obscena.
Sensação de tração para baixo, com pressão de
peso no útero ou pequena pélvis, como se todo o
conteúdo fosse pressionado para fora da vagina e
fosse sair; prolapso uterino, retroversão, fibroma,
fluxo amarelo ou marrom, ovários edemaciados,
prurido vulva r.
Cefaleias congestivas, com cabeça quente e pesa-
da, dificuldade para sustentá-Ia, impressão de que algo
aperra e puxa o seu crânio. Desta forma, em todos os
órgãos teremos esta sensação de "tração para baixo";
assim nas manifestações cardíacas encontraremos a
peculiar sensação de ter uma pedra amarrada no cora-
ção e que este cairá do tórax no sen tido descendente,
seguindo-se palpitações com taquicardias paroxísticas
(de origem emocional), sendo que tal sintoma pode
ser tão marcante que os pacientes chegam, muitas ve-
zes, com o corpo torro e com a mão segurando firme
o peito na tentativa de impedir a ptose deste órgão.
Encontramos da mesma forma indivíduos que
seguram firmemente o abdome com medo de suas
vísceras caírem ou mesmo mulheres que cruzam suas
pernas quando ficam em pé por alguns instantes (pelo
mesmo motivo: "seguram" suas víseras).
Tivemos um caso de Lilútm tigrinum em nosso
ambulatório, em que um sintoma peculiar e inte-
ressante foi uma agravação mental , após cirurgia de
períneo para correção de bexiga caída (senhora de 42
anos de idade), e o diagnóstico diferencial com Sta-
physagria (transtornos no pós-operatório), foi apenas
pela totalidade dos sintomas orgânicos e mentais do
paciente.
A esta sensação de tração cabe o diagnóstico di-
ferencial com Sepia, o que fica evidente pela diferença
de núcleo mentalfmiasmárico (Sepia busca resgatar
conhecimento - l° volume, página 170).
Encontramos ainda a sensação de pressão no reto
com tenesmo, urgência para evacuar com hemorroidas
proenunentes.
Tenesmo vesical, pressão sobre a bexíga, urina
leitosa, ardente, de cheiro forre com sedimento branco
e vermellio, testículo inchado, poluções norurnas.
Demais sintomas
Visão curva, astigmatismo, fotofobia, demons-
trando a dificuldade de ver as coisas com clareza,
justificando o estado ambivalente deste medicamento.
36
Obstrução nasal com secreção aquosa amarelada .
Ungua branco-amarelada, sialorreia.
Ingestão aumentada de líquidos.
Sensação de algo duro ao redor do estômago.
Opressão no peito com respiração susplrosa
(histérica).
Boceja vigormamente.
Dificuldade de caminhar num terreno irregular,
levando a cãibra de pernas e medo de cair ou escor-
regar, acompanhado de formigamento em várias
regiões.
A Psico-homeopatia
O lírio em sua forma compõe-se de duas parres:
o seu cálice, que nos lembra uma vulva, e os pistilos,
parre proeminente que lembra o fallus.
Da mesma forma que a flor do Liri<J, os pacientes
Li/ium tigrinum , pela lei da similirude, apresentam
uma grande analogia com a flor, em sua dinâmica
psíquica, na medida em que apresentam uma grande
ambivalência interna: alternam-se estados em que são
extremamente religiosas, pudicas, beatas, e estados em
que são sedutoras, amorais e ninfomarúacas.
Buscam a salvação na ilusão religiosa e perdem
a estabilidade emocional nas famas ias eróticas ,
acionando assim todo um processo de lapidação
interna através das ,vias: prazer/punição/dor, prazer/
puniçM/dor, processo cíclico doloroso.
Li/ium psiquicamente paga um preço muito alto
por sua tranquilidade e serenidade mental, na medida
em que transfere pa~a o corpo todos os seus transtor-
nos e tormentos, expulsando (excretando) para fora
de si aquDo que entende como responsável pela perda
de sua pureza original. Expulsa o útero (prolapso de
útero), e com ele expulsa também sua sexualidade para
fora de si. O útero é sim bolicamente representado
no Líri<J pelo cálice (vulva), permanentemente em
cópula com os seus pistilos (pênis). Lembrando aqui
um mito, o do primeiro homem, o mito do homem
andrógeno que se auto fecundava .
O lírio é slmbolo da própria ambivalência, in-
dicador de pureza e inocência na religião católica, e
sedução dos amores proibidos quando na mitologia
se relaciona com Jaci ntO - amor homossexual de
Apolo que depois de morro é transformado em litio.
A dualidade da flor, sua si mbologia ambivalente,
também pode ser observada nos pacientes Lilium
tigrinum, que quase sempre apresentam uma grande
alternância em seus sintomas: quando vêem mellior
seu estado mental pioram visivelmente seu estado
370 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
orgânico, e vice-versa. Reproduzem ciclicamente este
quadro, como se não "pudessem» e não "aceitassem"
para si o consolo de estar bem tanto mental como
organicamente.
Desta forma elegem inconscientemente seu pro-
cesso de ~castigo", não podendo "viver sem dor". Este
processo auropunitivo é constante; pode se observar
que, "além de ter que sofrer sempre", também não
podem ser consolados, (agravam com consolo).
O psiquismo de Li/ium não rolera bondade e
continência, na medida em que ao serem consolados
rornam-se mais irritáveis e antissociais, pois as tenta-
tivas de consolo e pacificação funcionam muiro mais
como fonte geradora de irritação e intolerância.
Na fase sifilitica observa-se ainda mais o processo
autopunitivo, wna vez que nesta fase nem mesmo o
"sono" pode se tornar "um descanso", "um conso-
lo" ou "conforto", pois Lilium passa noites inteiras
acordada e é atormentada tanto por fanáticas ideias
religiosas quanro por intensa excitação sexw.l, e de-
pois por grande melancolia religiosa, ciclo psíquico
altamente punitivo e doloroso.
Homeopatia & pediatria
Seus sintomas REP (raro estranho e peculiar)
1- moralistas, cheias de pudor, irritando-se por
ouvir palavrões, reprimindo os adultos
2- um narural e forte sentido religioso (mesmo em
famílias em que isto não é acenruado. ).
3- palpitações (sendo muitas vezes este O motivo
principal por que a fanúJja nos procura).
4- suspiros frequentes (respiração histérica), são
crianças preocupadas com doenças e temem
adoecer.
5- exagerada necessidade de fazer "pipi" a todo
instante.
A puberdade precoce ou mesmo a antecipação
da primeira menstruação são mais frequentes nas
criànças que sofrem Li/ium tigrinum, acompanhadas
de wn marcado estado de fraqueza.
O Animal de ...
- Depressivo e chorão
- Apressado caminhando
- Irritabilidade
- Insanidade
- Ansiedade de consciência
- Destrutivo (arranca seu pêlo)
- Distúrbio uterino (prolapso, deslocamento,
retenção de placenta, esterelidade)
- Hiperplasia de ovário e útero
Caso clínico
Nome R.S.P . D.N 05-03-60. Casada.
"Tenho problemas de má circulação, hemorrói-
das , intestino ressecado, O que me acarrerou cãibra
de sangue.
Além das varizes, a má circulação foi notada
quando fui receber soro na hora do parro. O sangue
desceu e quando subíu no soro deu wn estalo na
minha cabeça, pontada e dor de cabeça na hora de
dar à luz.
Quando grávida, o meu coração batia rapidamen-
te, acordava à noite e ficava com falta de ar; na época
foi solicitado wn E.C.G (normal). Atualmente sinto
palpitações intensas, tenho a impressão de que O cora-
ção irá sair pela boca, sinto meu pulso forte e rápido,
com tontura e tão intensa dor de cabeça que parece
que vai explodir. Isto acontece quando fiCO preocupada
com a demora do meu marido em chegar (que ele me
abandone), com meu filho na escola, de estar só, após
me masturbar, quando esrou ansiosa ou com muito
serviço para fazer. Às vezes, sem motivo algwn, sinro
mal-estar geral, renho que ficar deitada para melhorar.
Dor nos braços e no corpo todo. Cansaço, as minhas
veias queimam, necessito descansar para melhorar a
dor. Há mais ou menos dois anos após o parro, sinto
um peso no abdome, dor às excitações sexuais (an-
tes não tinha dor), é como se o útero estivesse aqui
embaixo, é como se rudo ,tivesse caído, cansaço, não
é bom. As relações sexuais antes de engravidar eram
agradáveis, atingia o orgasmo facilmente e várias vezes,
sentia wn calor por dentro me queimando; tive muitos
parceiros, dos quais me lembro com carinho embora
me preocupe o fato que possa ter me contaminado com
a AIDS. Após o parro fiquei com meus pensamentos,
fanrasiando, revendo a minha vida, sentia necessidade
de me masturbar. A menstruação queima e é escassa,
corrimento amarelo escasso queima. A minha vida
mudou quando conheci meu marido (não é o pai de
meu filho, a quem reconheceu como sendo dele). Ele
sabe do meu sofrimento e colabora para que possa
voltar à vida cristã, e peço a Deus em oração que me
ajude e devolva a fé perdida para poder acabar com
todas as dores e sofrimentos que tenho. Dedico uma
parte do dia para panicipar na igreja e do coral, e com
os hinos de louvor a Nosso Senhor sinto-me recom-
pensada com a paz e a tranquilidade que me trazem.
Hoje me questiono por que permaneci tanto tempo
com os olhos vendados, assim como tantos outros que
necessitam da ajuda divina. É por isso que panicipar
na igreja é importante (a paciente assume wn ar de
triSteza, melancolia, sofrimento). Antigamente eu não
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
questionava o meu comportamento, de ser briguenta,
de não querer conversar COm ninguém, de implicar
muitas vezes sem motivo nenhwn, fazendo a vida
de minha mãe e de minha irmã impossível, sentindo
ciúmes doentios por causa de ela ter mais wn pouco
de atenção. Ela teve complicações no coração, após
itÚecçõe, repetidas de amigdalites. Brigava e ficava
emburrada, permanecendo muitas vezes fechada no
meu quarto chorando e me lamentando da minha
sorte e da infelicidade de ter nascido. Eu tinha atirudes
de wn doente mental sem o ser, medo de ficar louca.
Quantas vezes não atenru ao perudo de minha mãe
para entrar em meu quartO e conversar, muitas vezes
afastei-a ao tentar me abraçar e cotÚortar por perceber
minha tristeza, com olhos vermelhos clizendo para ela
abraçar a filha preferida. Ela chorava, eu ria. Doutor,
por isso necessito curar meus males, para me sentir
rugna de constiruir uma famJlia, sem mácula. Para dar
a meu marido o filho que ele deseja.
O meu intestino é wn outro problema, tem ruas
que fnneiona, às vezes até demais, acordo e tenho que
correr por causa da diarréia, em Outros não funciona,
estufa o estômago e tenho que abrir a roupa porque
me incomoda; muitas vezes fica preso e evacuo com
dor queimando e necessito mudar de posição no vaso
sanitário, empurrando com a mão a barriga para elimi-
nar de wna vez e aliviar a dor insuportável, (quando
criança tive prolapso retal).
Eu durmo geralmente à me ia-noite porque
sempre tenho coisas para fazer. Meu sono é agitado,
sonho com mortos, desgraças e acordo ass ustada ; e
mais vezes acordo quando sonho que estou mantendo
relações sexuais. Também levanto com frequência à
noite para urinar por causa do problema de bexiga
que me aborrece quando o volwne de urina é pouco,
pois chega a queimar quando sai, nada alivia nesse
dado momento que parece eterno. Fui orientada a
tomar muita água, além dos merucamentos que me
receitaram. Normalmente bebo bastante água, tenho
o corpo sempre quente, verifico a temperarura, mas
não tenho febre .
O meu apetite não é bom, como pouco, com
receio que me faça mal; tenho gases; gOSto de coisas
salgadas, carne ."
Exame Físico: B. E. G, afebril
71
A. R: normal
F . C: + - 80 B. P . M .
S. Sen F. M. não evidenciamos atrito B3 ou B4
Abdome: Globoso doloroso a palpação profunda
difusamente timpanismo awnemado.
A. G. U . Giordano negativo.
Paciente encaminhado para avaliação carruol6-
gica e ginecol6gica.
Conduta: Lilium tigrinum 200 CH - dose única
Rerorno 45 ruas ap6s ala consulta, com exce-
lente evolução, segue sem merucamento.
Umas e Outras - Chico Buarque
Se uma nunca tem sorriso. É pra melhor se
reservar
E diz que espera o paraJso. E a hora de desabafar
A vida é feita de wn rosário.
Que custa tantO a se acabar. Por isso às vezes
ela para.
E senta wn pouco pra chorar ... Que rua!
Nossa, pra que tanta COnta. Já perru a conta de
tantO rezar ....
Se a outra não tem paraJso. Não dá muita im-
pOrtânCia, não
Pois já forjou o seu sorriso. E fez do mesmo
profissão
A vida é sempre aquela dança. Aonde não se
escolhe o par
Por isso às vezes ela cansa. E senta wn pouco
pra chorar
Que rua I Puxa, que vida danada.
Tem tanta calçàda pra se caminhar ...
Mas roda santa madrugada. Quando wna já
sonhou com Deus
E a outra, triste namorada. Coitada, já deitou
com os seus
O acaso faz com que essas duas. Que a sorre
sempre separou
Se cruzem pela mesm a rua. Olhando-se com a
mesma dor
Que rua' Cruzes, que vida comprida.
Pra que tanta vida pra geme de-sanimar.. ..
37 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Lobelia infiata é conhecida como Tabaco indiano,
wna planta orilmda da América, da família das Lobe-
liáceas, que cresce nas wnas quentes e temperadas do
globo. Apresema haste reta, follias ovais pontiagudas
e peludas reconadas nas bordas, flores axilares, azuis,
em cachos e com frutO capsular.
É wn dos medicamentos usados no quadro de
tabagismo pela semelliança de sintomas tóxicos entre
ambas as substâncias. Os botânicos antigamente
usavam Lobelia para " limpar" o estômago devido ao
seu poder emético.
O tabagismo agudo se manifesta com wn quadro
de prostração completa de todo sistema musrular,
com grande desfalecimento, hipotensão arterial, gran-
de palidez facial com suores frios, pulso débil, náuseas
e vômitos, vertigens e corpo gelado, podendo chegar
ao colapso. O tabagismo crônico se manifesta atra vés de
emagrecimento com inapetência, debilidade sexual ou
imporência, tremores nos dedos, cefaleias, venigens
I.obelia inflata
com náuseas, neurites ou atrofia do nervo ótico, tranS-
tOrnos cardíacos e aneriais (arteriosclerose), espasmos
das artérias cerebrais.
Em doses terapêuticas (fitoterapia) apresenta
efeito diurético, antifúngico, parasiticida, antiespas-
mócIico, expectOrante, alivia espasmos brônquicos,
emético, sedativo, fonalece as contrações do pano
e auxilia em picadas venenosas (principalmente de
cobra e de vespa).
Segundo Boericke, Lobelia inflata é wn estimu-
lante vasomotOr; incrementa a atividade de todo o
processo vegetativo; com atenção especial ao nervo
pnewnogástrico, produzindo wn estado de relaxa-
mento com opressão do peitO e epigastro, impedindo
a respiração, náusea e vômito.
Organicamente falando, o enfraquecimento,
relaxamentO dos músculos, náusea, vômitO e dispneia
são geralmente indicaçõe~ para se usar este remédio,
assim como n~ asma e afecções gástricas e os maus
efeitOs da embriaguez.
Sintomas mentais
A característica mental marCante em Lobelia
se mostra através da imagem de um indivíduo com
grande depressM e esgotamento, uma sensação de vazio
no estômago, enfraquecimentO mórbido, wn hwnor
melancólico, chegando a soluçar como wna criança.
Sente-se como se fosse morrer ou estivesse morrendo,
com dificuldade respiratória.
Tem sensação de vertigem e náusea mortal,
começando nos ollios, com dores de cabeça, agitação
e tremores no corpo.
Apresenta um quadro de raiva violenta com
fisionomia enrijecida e palpitações.
 Maféria Médica Homeopática Interpretada
Conhecendo "LOBELlA"
Os individuos Lobelia apresentam uma fragili-
dade tanto psíquica quanto física, e o sintoma orgâ-
nico que rraduz isto tudo é a sensação de ''vazio no
estômago", o que nada mais é do que a tradução da
vida sem graça, sem motivação, enfIm vazia, que tais
indivíduos equivocadamente vivem.
A sensação de vazio interior frustra o enrusias-
mo, a coragem e a motivação para seus afazeres do
cotidiano.
Didaticamente poderíamos registrar a lembrança
do "Jeca Tatu", personagem de nosso folclore que
retrata o homem simples do campo, como: caricatura
das pessoas débeis , indolentes, sem entusiasmo para
o trabalho, onde todos os sintomas aparecem pelo
maior esforço; tudo que cobre trabalho e energia em
Lobelia agrava.
Sintomas gerais e particulares
Lobclia piora pelo toque, movimento e peIo me-
nor esforço; ao anoitecer e de noite, por correntes de
ar, peIo frio, pelo tabaco. Melhora quando caminha
rápido, à tarde e pelo calor.
Tem, como Siticea, o poder de eliminar corpos
eft'Yanhos. Pode apresentar transtornos por supressão de
descargas, tais como: surdez, otalgias repetitivas que
melhoram pressionadas com os dedos, cefaleias que
pioram com a tosse, pelo movimento, com náuseas,
vômitos e prostração.
Dores lancinantes através de todo O corpo,
estendendo-se até a ponta dos dedos dos pés e mãos.
T remares, sacudidas convulsivas.
Cabeça
Vertigens e náuseas. Cefaleia nas fontaneIas e
testa com sensação de pressão que pioram com a tosse,
pelo movimento, ao subir escadas e à noite. Tensão
3
occipital. Cefaleia com náuseas, vômitos e grande
ptostração; após uma intoxicação; piora de tarde até
a meia-noite e pelo tabaco ou fumaça de Tabaco; com
brusca palidez, suores profusos e frios.
Olhos, ouvidos e boca
Ardor nos olhos, midríase, visão turva.
Otalgias, sensaç~o de tampão no ouvido direito,
que melhora pressionando-o com o dedo. Otorreias
profusas que se suprimidas trazem otalgias repetitivas
e surdez.
Sialorreia com náuseas, gosto amargo, mercurial,
língua branca, garganta seca, ardente, que piora ao
engolir. Secreção excessiva de muco espesso e pega-
joso na garganta, com frequente coceira nesta região.
Não consegue engolir, parece ter um corpo estranho
na garganta.
Aparelho digestivo
Anorexia, regurgitações frequentes, ácidas e
ardentes com sensação de consrrição e queimação e
cãibras no epigástrico. Soluços frequentes e violentos.
Transtornos gásrricos com excesSÍPas náuseas e vômitos.
Sensação de peso no estômago. Crises de námeasviolm-
tas e «mortais", com desfalecimento epigástrico, mal-
estar geral, palidez facial, com suores, hipoderrnia,
pulso débil e prostração, que piora pelo movimento
e melhora por tomar Um gole de água. Vômitos de
toiÚJ tipo: violentos com suspitos e náuseas; com o
rosto banhado de suor frio; crônicos patoxísticos com
bom apetite; biliosos e alimentícios; com marcada
prosrração. Pressão no estômago até a coluna; como
um peso; com· opressão angustiante no peito. Vazio
gástrico estendido ao coração.
A riqueza de sintomas digestivos faz de Lobelia
uma excelente medicação para aqueles que têm trans-
tornos gástricos. Assim, O sintoma:
"Não tolera comida quente que vomita. Passa
a ser pela S~la modalidade um sintoma da mais alta
hierarquia, porque é "sui-gene>'s".
Abdome e reto
Ventre dilatado, com borborigmos, com dores
que pioram depois de comer, com náuseas e flatos
fétidos.
Fezes: esbranquiçadas ou esverdeadas. Hemor-
roidas com copiosas hemorragias. Descarga de sangue
negro depois de defecar.
37 Carlos Bruníni, Mario Giorgi & Cofabs.
Aparelho Urogenital
Poliúria com polaciúria, mesmo noturna. Urina
turva, muiro roxa ou com sedimemo roxo abundante;
ou de cor alaranjado imenso. Sensação de peso nos
genitais, ardor no prepúcio, dor na uretra, gestantes
com contração uterina violema.
Sitema cardiorrespiratório
Aqui temos um grande emprego deste medica-
menro, ocorrendo a sinromologia: Cócegas na laringe
com frequentes ataques de tosse curta. Asma espas-
módica, que piora pelo ar frio ou por comida quente.
Dispneia que piora ao ar frio, ao anoitecer e noite,
pelo movimento, depois de esforços, deitado, com
rosse ou com sensação de corpo estranho na garganta,
com sinromas gástricos e pressentimento de morte,
com constrição no meio do peito, com necessidade
de respirar profundamente. Asma histérica, divide
este espaço com Ignatia amara, onde muitas vezes
o paciente consegue sair da crise do broncoespasmo,
quando advertido ou quando chamado à razão (Pa-
poterapia). Sens"fM de congestão, pressão ou peso
no tÓrax, como se o sangue das extremidades o esti-
vesse enchendo, melhora caminhando rapidamente.
Violentas dores no tórax ao respirar profundamente,
quando está sentado depois de comer; melhora pelo
movimento. Dor ardente em um ponto abaixo do
seio clireito que piora ao respirar, espirrar ou mover-se
rapidamente. Coqueluche com dispneia que ameaça
sufocá -lo. Enfisema senil, pneU111()nia em crianças, bron-
quite aguda. Contração espasmódica do diafragma,
sensação de que o peito está queimando.
Ansiedade precordial com sensação de debilida-
de. Dores profundas do CIJY"fM, na base. Sens"fM de
qt<e o COl"afM fica quieto 01< vai parar. Sensação de fra-
queza e pressão no epigástrio, subindo até O coração.
Pulso frequeme mas débil, fraco à noite.
Sistema esquelético
Dores reumáticas entre as esdpulas, debaixo da
escápula direita que piora inclinando-se para a frente.
Dores queimantes nas costas. Extrema sensibilidade no
sacro, não podendo tolerar o mínimo coma to, nem o
de uma almofada; está sentado inclinado para a freme,
para evitar o COntato com a roupa . Violentas cãibras
ou dores que pioram pelo movimento. Violentas do-
res no sacro durante a menstruação ou sua supressão.
Dores no ombro direito que se irradiam para o
esquerdo, pontadas no delroide direito. Reumatismo
no joelho direito. Dores desgarradas na tíbia e perô-
nio. Suores nas palmas das mãos, com dorso e ponta
dos dedos frios e secos. Cãibras na panrurrilha pela
manhã. Acorda cedo, sonha que o amputam, que o
ferem a bala.
Pele
Prurido por todo o corpo. Erupção como sarna,
com pústulas de intenso prurido entre os dedos das
mãos, no dorso e antebraços.
Outros
Paludismo de forma coticliana, pela manhã por
volta das 10 horas, começando com violentos esca-
lafrios até o meio-clia, seguidos de febre, por toda a
tarde, e copiosos suores norurnos; com sede antes dos
calafrios e dutante a febre; beber agrava os calafrios.
PerWdieidade: Todos os clias ao meio-dia, por
três meses: paroxismos asmáticos. Dores de cabeça
periódicas: à tarde, aumentando até meia-noite, a cada
três ataques se alternam em maior ou menor violência.
Relações e comparações:
Lobelia inflata apresema semelhança com um
grande número de reméclios, tais como:
-Arsenict<m albt<m e Rnsa damascena nos quadros
de febre do feno e erisipela fria.
- Digitalis pt<rpurea e tabact<m (nicotiana) nas
afecções cardíacas.
- Arsenicum albt<m e Veratrnm albt<m nos trans-
tornos gásmcos.
- Ipecacuanha na aSI1).a espasmóclica com vômi-
tos.
- Antimonit<m tartarict<m e IpecaCt<anha nas in-
clisposições matutinas e vômitos.
- ZiCt<m, Sulpht<r, Apomorphint<'" hydrochumct<m,
Bryqnia alba entre outrOS, também apresentam qua-
dros de emese.
Lobelia é inclicada para os maus efeitos da em-
briaguez.
APELIDO: O DEBILITADO
NÚCLEO: FALTADECONFlANÇAEM SI
MESMO
SINTOMAS MARCANTES:
depressão e esgotamento
humor melancólico
raiva violenta
sensação de vazio no estômago
agrava por movimento e esforço
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
O Animal de ...
- Embotamento com torpor
- Delírio furioso e violento ao despertar
- Fastidioso
- Cisto sebáceo e trauma na cabeça
- Prurido nos olhos e pálpebras
- Vômito violento por tossir, alimento quente
e movimento
- Fezes pastosas com odor repugnante
- Urina vemelha escura com sedimento marrom
ou alaranjado
A Boca de ...
- sialorreia com náuseas
- Língua branca (saburra), muco espesso e pe-
gajoso inclusive na garganta.
gosto amargo, mercurial.
Caso clínico
R.P.F., masco 29 anos, comerciante.
QP: Chega ao consultório reclamando que já
"fez de tudo" para resolver seus problemas estomacais
que o perseguem há tempos, achando que vai morrer
em função deles.
Quando inquirido sobre que problemas seriam,
ele começou a dizer que não aguentava mais as suas
dores estomacais, vivia sofrendo de náuseas, vômitos,
azia, e acreditava que estava emagrecendo em função
desta "doença" que nenhum exame, nem médico
descobriam.
Após acalmá-lo, pois estava muito inquieto e
ansioso, foi pedido para que falasse sobre como eram
as dores, quando sentia náuseas e vômitos, quais
eram as sensações, em que situações apareciam etc. o
paciente começou contando que sempre tem as dores
de estômago. Parece um tipo de cãibras, uma pressão
que chega a arder, disse. Falou ainda que geralmente
após comer sentia dores e uma sensação de peso no
375
estômago. As náuseas, assim como os vômitos eram
comuns durante as dores de cabeça, e relatou que já
chegou a sair sangue junto. Outra coisa que lembrou
foi que sentia dores também quando "arrotava".
Quando perguntado como era Sua vida, sua ma-
neira de ser, limitou-se a dizer que se achava inquieto,
às vezes se sentia fraco, esgotado, trabalhava e não
rendia nada e por isso ficava deprimido e aí "batia"
wna nisteza. Demonstrando ser wna pessoa reservada
dificil de abrir-se, ficando apenas sintomas orgânicos
para serem relacionados.
Sintomas repertorizados (Kent / Eizayaga)
1- Peso no estômago depois de comer 341-1
2- Náuseas durante cefaleia 338-III
3- Vômitos durante a cefaleia 346-II
4- Dor em constrição (cãibras) no estômago
327-II
5- Eructos dolorosos 331-III
1° Nux vomica 11/ 5
2° Bryrmia alba 10/5
3° Phosphlft'Us 9/5
4° Lobelia 8/5.
Foi receitado Nux vomica CH 30.
Após 45 dias, o paciente voltou, disse estar um
pouco melhor dos vômitos e das dores, porém estava
se sentindo sem força5, deprimido e com medo de
morrer. Percebeu que.os vômitos ocorriam quando
comia comida quente, o que controlava facilmente co-
mendo fria e que saliv~va muito quando tinha náusea.
Novos sintomas somados:
6- Vômitos depois de comida quente 346-1,
349-1 (Lob. U.R.) .
7- Náuseas com salivação 340-II (Lob. 3 pontos).
Nova prescrição: Lobelia inflata CH 30.
Paciente ligou após 15 dias dizendo que se sen-
tia bem melhor de tudo, estava mais feliz, as dores
pareciam estar diminuindo, assim como os vômitos
e aproveitou para perguntar, "discretamente", se o
remédio era também afrodisíaco.
 7 Carlos Bruniní, Mario Giorgf & Colabs.
Cada medicamento, assim como cada indivíduo,
tem sua história de vida, seu padrão de comporta-
mento, suas peculiaridades, cabendo ao homeopua ,
através de consulta e na medida em que o relato cU-
nico acontece, combinar os sinromas, organizá-los na
sua importância com seu devido valor para ir como
que montando um retraro falado de seu paciente ,
que é uma vivência única eonl suas características
individuais.
Pelos fundamentos homeopáticos, devemos sem-
pre encontrar relação entre nosso paciente e os reinos:
vegetal, animal e mineral; sendo que daí será feita a
sua medicação. Ao esrudarmos Lyc()podium, fica bem
explicado como isso acontece, pois o com portamento
desse vegetal em relação ao homem ilustra bem esse
princípio (semelhança).
Lathoud
Lycopodi1f'" clavatum , Lyc!JfJodium, Pé-de-lobo
ou Musgo-terrestre, da familia das Lvcopodiáceas,
cresce na FinJândia, Rússia, Suíça, Alpes e Pirineus,
Lycopodium clavafum
em terrenos acidentados de crescimento raJo e seco,
que preferem florestas secas, desenvolvendo-se j
sombra de arbusros, rastejando modestamente pelo
chão, seus esporos estão cobertos por uma carapaça
dura, grossa com uma substclllcia gordurosa interna
que se põe em liberdade após trirurações seguid as.
Licopódio é uma planta que arrasta uma história
pregressa de 300 milhões de anos, quando, então,
eram árvores imensas com fortes raízes, que foram
perdendo sua grandiosidade, redllZindo-se a um in-
signi fi cante musgo .
As suas sementes são. voadoras e são usadas na
preparação do medicamento, não absorvem umida-
de pois tepelem a água (daí ser um pó secame) , são
extremamente duras e queimam como uma chama
brilllante (daí o nome de 'enxofre vcgetal). Estas se-
mentes germinam de 6 a 7 anos e a planta em si atinge
a sua maruridade com capacidade de reprodução
depois de 12 a 15 anos (tal qual o homem): Lycopo-
diu11'i perdeu a capacidade de simetizar clorofila por
si - necessitando viver em simbiose. Assim a dinâmica
de vida da própria planta e'pross" em similimde com
o homem as tendências à secura, lentidão e dureza
com quantidades de combustão ocultas.
O testemunho obtido por meio das provas do
remédio (experimentação) e de experiência cUnica
estabelece defUlitivamente a ligação entre urna de-
terminada expressão da personalidade e da parologia
funcional, assim como orgânica.
HAHNEMANN: "Este pó parecido com po-
eira, que é amarelado e macio de rocar, é obtido das
espigas de um musgo, sendo que próximo ao fim do
verão as espigas são secas e depois moídas, utilizado
para envolver pí.lulas que facilm ente se aderem umas as
outras, e para proteger locais e ferimentos em dobras
 Matéria Médica Homeopá rica Interpretada
contra ;, fricç:io ocasionada por andar ou por outros
movimcntos. Ele fluma sobre a líquidos sem ser dis-
solvido, não tem go.<to ou cheiro e em sua condiçõo
namral bruta não possui efeito sobre o homem.
Esta droga tem propriedades maravilhosas,
que somente podem ser reveladas pela trituração e
sllcussfio."
KENT:
"Apesar de classificada entre as substâncias inertes
e visra como sendo somente útil para envolver pílulas
alopáticas, Hahnemann tornou-a útil, desenvolvendo
seu poder por atenuaç:io ."
MARGARETH TYLER:
"A mente é a parte melhor desenvolvida do que
o corpo, a antecipação é uma rubrica bastante útil, é
um indivíduo chcio de medos, chora muito quando
lhe agradecem, não pode suportar oposição, apreensão
na boca do estômago e dispepsia. "
Entendendo seu sofrimento
Os indivíd./.Os Lyc&podiu11'I trazem como amar-
gura Psórica, na sua essência, no seu núcleo de
sofrimento, a sensação de menos-valia e a sensação
nostálgica de que wn dia já foram maiores e ago ra
são se res insignificantes (tal qual a árvore frondosa /
agora reles musgo), e para saírem desta desconfortá-
vel siruação de perdedores vão à luta na tentativa de
recuperarem a força, a grandeza, enflm , o poder que
lhes foi tirado .
Assim, por exemplo, quando chega ao nosso con-
sultório um paciente portador de h.i pertensão arterial,
a obrigação do homeopata é questionar sobre seus
sonhos, ambiçúe.<, como se sente perante as sin,açóes
da vida, do quc gosta, o que desgosta etc. Não olhando
apenas o órgão adoecido, lllas procurando conhecer
a sua personalidade; e, se ncsto siruaçáo aparece um
tipo que luta como um lobo para ter lugar ao sol,
afirmar-se como alguém forte; não importando quan-
tos pode atropelor ou quanto esta posrura pode lhe
fazer mal. Por tc,· quc digerir sapos e lagartos no jogo
do\'alc-tudo (os tins justificam os meios), explode sna
pressão sanguÍuea, uma úlcera, ou uma litÍase biliar.
Estamos diante de quem quer resgatar seu poder,
devemos tratar, portamo, primeiro o desequilíbrio
psórico (mcntal), que é a sua sensação de menos-valia
que o faz ter tome de poder para a$si m melhorar no
todo, mudar sua atimde mental para dcpois melhorar
sua hipertensão. Lycopodium sabe de suas fragilidades
7
e de seu fracasso histórico pregresso, portanto tem
naturalmente falta de confiança em si mesmo, em sua
capacidade e em suas atirudes para enfrentar o meio
que o rodeia, e resolve isto tendo atirudes reativas, tais
como mostrando-se orgulhoso, superior, arrogante e
ditatorial e, como vimos, a semente de Lycopodiurn é
constiruída de uma carapaça dura externamente como
a carcaça de orgulho que J,ycopodium veste e com wn
marerial oleoso internaniente tal como as pessoas de
Lycopodiurn que são duras por fora e molengas por
dentro, sendo capazes de surpreender 0$ demais com
choros quando é homenageado, numa festa de an1igo
secrero ou arUversáno surpresa .
Adulam e gostam de ser adulados. A verdade
de Lycopodittm é o resgate de sua potencialidade que
lhe foi roubada com O passar dos anos (involução da
planta); era grande e forte, portanto poderosa , e é
atrás deste poder e alimentado pela vontade de subir
na vida) crescer na escaJa social ) que encontramos
este medicamento (indicado para políticos com fome
de poder e pun-sacos que pretendem subir na vida
bajulando), exrremamente industrioso, meticuloso,
esforçado.
Como exemplos temos o jovem c.d! capaz de
superar-se nos esrudos para chegar lá ; o funcionário
que faz carreira, agradando os que esrão por cima e
urinando nas cabeças dos subordinados. Semelhante
aos animais que deGmitam seus territórios urinando
ao redor deles.
"O Sr, sabe com quem está falando 1"
Resposta: "Sim, c011tLyc&podium clavatum,"
No vale-rudo para reconquistar o poder Lyco-
podimn se supera; entretanto , mais tarde isto lhe
acarretará um alto preço, pois, por ser exo-emamente
exigente consigo mesmo, violentou a sua narureza.
Assim, seu humor é altername aos extremos,
indo da paciência e tolerância a extrema irrirabi Iidade e
grosseria, dependendo é claro com quem está Gdando.
Numa sociedade materialásta como a nossa, onde
o dinheiro traz poder, é claro que Lyc&podill1n dará
valor a isto, procurando entiquecer-se (ter para ser
í ganhar poder), assim poderá se tornar avaro, pois
n;lO suporta a ideia de sofrer humilhação, buscando
às vezes na contravenção e jogo de azar o dinheiro
fácil, igu al à semente voadora Lycopodi·um que quer
voar longe e sempre por cima dos demais; não se
importa com os obstáculos, pois de uma maneira ou
de outra acaba por superá-los, aflnal de contas cum-
378 Carlos Brunini, Mario Glorgi & Co/abs.
pre O destino de sua planta que cresce e sobrevive,
teimosamente, em terrenos acidentados.
Tal como sua simbiose com a planta que não vive
sozinha, e estaria desaparecida do solo da terra se não
fosse esta troca, Lycopodimn tem desejo de companhia,
tem medo de ficar só, de se expor ao público, de
multidões, de escuridão, de morrer, de fantasmas, e
sente-se desprotegido e só, tendo medo das doenças,
com ansiedade ao despertar e anoitecer.
Sofre por antecipação devido a sua menos -valia,
pois teme ser reprovado e que descubram sua fragili-
dade interior, assustado ao despertar, durante O sono
ou antes de dormir ou por ouvir núdos.
A relação simbiótica aCOntece também na com-
passividade de Lycopodium, capaz de amargurar-se
pela dor do amigo quando as coisas lá andam mal,
trocando aqui a avareza por generosidade. Entretanto,
ao mesmo tempo que ajuda e consola, não tolera ser
consolado, pois o prêmio de consolação é atribuído
aOS derrotados, ninguém consola O vitorioso - a ele,
os louros da vitória. Lycopodium não gosta de perder,
pois istO lhe traz à lembrança seu drama de perda e
inferioridade.
São pessoas com intelectO aguçado e fraco
poder muscular; temperamento seco. Esta pode ser
a descrição-chave da personalidade de Lycopodium.
Encontramos aqui um antagonismo funcional básico
entre os níveis mental e vital . Atividades linfáticas e
glandulares diminuídas. A hipoatividade glandular
afeta O funcionamento do fígado e das adrenais ; istO,
por sua vez, resulta na redução do tônus geral: fraca
força muscular, fraqueza geral, debilidade e falta de
calor vital.
Fala muito e passa rapidamente de um tema a
outro; não tOlera perder nos lucros.
Dinãmica miasmática:
"Seu gênio medicamentoso!"
Lycopodium c/avatum & Síndrome de Superrnan
(a necessidade de ser ou se mostrar poderoso). Sua
sensação de menos valia faz parte de Sua natureza
PSORA. Mostrando-se PODEROSO, SICOSE
esconde sua fragilidade, sua similitude (assinatura)
com a decadência desta planta. Assim sempre assume
ares de campeão, "SUPERMAN!" Busca demonstrar
sua importância! (Você sabe com quem está faJ.ando?)
ORGULHOSO / ARROGANTE (porém, político
se for conveniente) / DITATORIAL (mandão!!! ).
Recursos para atingir suas metas (ter poder e
esconder sua fraqueza).
'"
Industrioso (mania de trabalhar) Meticuloso
/ Escrupuloso (a falta de confiança em si acarreta
desconfiança de tudo, checa todos os detalhes por
medo de fracassar decorrente a isso encontramos o
Tmwr ao Yacasso).
Esforçado, C.D.F. (Caxias, Covarde, Dissimula-
do, Avareza (dinheiro é sinal de poder).
Temor ao fracasso, pelo medo de errar e vir a
ser descoberra a sua fragilidade'!' (medo de falar em
público). Medo de fracassar e deixar a mostra que não
é uma arvore frondosa como quer demonstrar, mas
uma plantinha frágil.
Ditatorial.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Inseguro, mas quer passar por forte, valente, seguro
e poderoso.
• Hwnor instável. Sobressalto - assustadiço!!!
• Sofrimento por mortificação (hwnilhação).
• Desejos sexuais awnentados com medo de
falhar (preocupa-se em excesso, com a performance).
O jogo do vale tudo tem seu preço, os fins jus-
tificaram os meios? Ocorre wna deterioração tanto
física quanto mental, saca que trancou-se numa
"gaiola de ouro", seu pretendido sucesso a qualquer
preço fracassou. Este movimento é a Sífilis. Aqui
apresenta-se diabético, rupertenso, com pedras nos
rins ... Pensamentos suicidas, depressivo e fastidiado
da vida, chorão e insociável.
Caricatura do PODER:
Comportamento do Sr. PODEROSO: não tole-
ra contradição. Não tolera ser consolado (o consolo
passa wn atestado de fracasso, perdedor). Falta de
esportividade (não tolera perder). Compassivo - ajuda
mas não tolera ser Ajudado. Crítico, mas não toleram
ser criticados. Adulam para levar vantagens e adoram
ser adulados, puxa- saco'! Este é o atestad9 de que é
vencedor, de que tem importãncía, valor. E o resgate
de sua honra.
Assim passa a sentir-se valorizado, a ser wn
vegetal frondoso, majestoso, deixando de ser wna
simples "samambaia".
SEUS SlNTOMAS GERAIS:
Se agravam das 16 às 20 horas.
Não gosta do contato da roupa com o corpo,
melhora se usar roupa frouxa.
Piora por comer, pode comer até se saciar, o
que acontece com pequenas quantidades; é comwn
reclamar que se sente estufado.
Grande desejo por doces,. chocolates, ostras e
mariscos, de alimentos e bebidas quentes, bebidas
alcoólicas, tem aversão ao pão, café e carne.
Dores de dentes só à noite, que melhoram com
bebidas quentes ou com o calor da cama, que pioram
se tocar nos dentes ou se mastigar; range os dentes,
periodontite, üngua ulcerada, dolorosa e seca.
Sonolência depois de almoçar.
Constipação crôrnca.
Cólica renal geralmente por litíase.
Flatulência excessiva.
Homeopatia & pediatria
Comecemos caracterizando o bebê em Suas
patologias, já que nesta fase, raramente, temos os
sintomas mentais se apresentando.
379
É wn bebê que chora o dia todo, mas dorme a
noite toda.
O bebê é wn respirador bucal, pois sua obstrução
nasal é crôrnca. Ao observarmos seu nariz, veremos
que está cheio de muco purulento que escorre pela
região nasofaríngea.
Os recém-nascidos mostram seu couro cabeludo
com crosta láctea.
Constipação, faz grande esforço, porém sem
resultado. •
Chora antes da micção e, por vezes, notamos o
aparecimento de areia avermelhada nas fraldas deste
bebê.
A criança já maiorzinha tem um aspecto de
doente e envelhecida, cabeça grande em corpo
pequeno, rosto com ares de preocupação, ftonte
enrugada e olhos vivos, abdome proeminente, tórax
estreito.
Como no caso do bebê, a criança tem seus
sofrimentos físicos:
• nariz obstruído dificultando o sono, wna vez
que, por respirar pela boca, esta fica seca, com gosto
amargo e, por vezes, sente náuseas.
• vai ao banheiro por ter vontade de evacuar,
mas, por mais que faça esforço, só elimina wn pou-
co de gases e explica que sente como se tivesse wn
tampão no ãnus. Rejeita tomar leite, pois sabe que
lhe provocará diarreias.
• é wna criança friorenta, daquelas que acha
que a água do banho nunca está com temperatura
adequada para ela, ou seja, quente o suficiente.
• tem cefaleias constantes e, por isso, apesar de
gostar de calor no corpo, prefere banhar o rosto e a
cabeça em água fria par~ diminuir sua dor.
• tem muito apetite, mas se satisfaz logo e, pas-
sando wn tempinho, volta a sentir fome.
• adora doces e pede por eles com frequência.
• na idade escolar, notamos que é muito inte-
ligente, mas se distrai com facilidade e quase não se
concentra no que faz, porque é constantemente agi-
tada, excitada e nervosa, o que não permite que fixe
sua atenção em nada. É wna criança crítica que não
se contenta com as explicações que recebe para suas
perguntas e, apesar da inteligência, não tem nenhwna
aptidão para a matemática.
• tem aversão a brincar, por isso constantemente
o vemos em wn canto, arisco, zangado, sem se rrus-
rurar a outras crianças, pelo seu mau hwnor. Reage
a brincadeiras e piadas que fazem dele, batendo e
brigando com os outros.
3 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.

o egoísta, não gosta de emprestar seus brinquedos.

o se mostra avarento.
o sofre por antecipação em assuntos que coloca-

rão em prova sua capacidade, teme o fracasso, chupa

o dedo, rói as unhas e fi ca com diarréia.
o é meticuloso e escrupulmo ao cxecurar suas

tarefas, para garanti r-se ao máximo.

o chefinho dá as
ordens e
o são crian~~s altamente competiti,';}s nas brin-
niío tolera ser
cadeiras entretanto, não toleram perder nos jogos, desobedecUk,
demonstrando pouco senso de esportividade (nestas
si mações apela , xinga e agride).
o tenUm demonstrar sua liderança no grito,

tentando impor suas ideia.s a qualquer custo, demons- sedimento vermelho, urina acre c es«)riante, litíasc.
trando j;\ uma necessidade de afinnaçlo por meio de A..ssaduras e escoriaçõcs em geral. Aversão a carne,
seu poder. f1arulê ncia.
o a criaHfa Lycopodium, para fugir à crítica e
superar seu medo de fracassar, se prepara para as Versos Iycopodianos ilustrativos
provas escolares com grande escrupulos idade, meti- Fome de Poder
culosidade, se preparando até se for pega nos detalhes, Lucrar e nunca pmiel'
por temer sair-se mal e ir contra seu sentimento de
Tc CI!!]al/ar c prel'nlecl11'
inferioridade.
N tio me importo cmn J)océ
o quando está triste se isola, pois não gosta de
Ma.< se imp0l1e comigo
consolo.
Não quero ser seu alllil10
o gosta de ambientes ventilados, embora seja
Mas não seja meu i,.imilTO
friorenta .
Meus intc;'cJJt'J vâo ser aceitos
o acorda irritada, resmungando e mal-humorada.
Seus interesses não me dizem respeito
o se contradiz mas não tolera contradição, rea-
Você tem fome?
gindo agressivamente.
Eu também tenho
o cbora quando contrariada.
Fome de poder Nesse jogo", vou sempre ,'mur
o hipersensíveis em seus sentidos: ruídos, odores
Monopoli2~ elIonho com isso
ambientais, luminosidade e temperamra.
Sou o que SOIl às suas custas
o sono agitado, acorda assus tada ou com fome,
Minha vida é de luxo.
voltando a dormir.
E m", luxo "em de SIlM pC/'rlns
o tem a versão a estranhos, com portando-se de
Por mais que você tente me a1ca.nçar
forma descortês e esqlliva.
O seu lugar vai ser sempre atrás de mim
o tem tend ências a resfriados , amigdalites, bron-
Custe o que custar
quites e coceiras especialme nte no couro cabeludo,
Eu vou até Ofim
rinites, anginas e problemas digestivos,
Você tem fome>
Homeopatia & veterinária Eu também tenho
Fome de poder
Regina Tm-ro: arrogante, orgulhoso e düarorial Nesse jogo", "014 sempre vencer
intolerantes a obedecer o rdens e contra ried ades, ManipuÚJ os seus atos
bajulam pessoas e mordem ourros animais da casa, Não deixo espaço pra você creSClT
entretanto são covardes, se escondem quando O lo- Te sufoco e te deixo sem saida
cutor do rádio grita GOL. Líder da matilha, aversão Sem perspectiva pra se desenvolver
a estranhos, feroz quando acompanhados pelo dono Você tem fome?
(pa ra mostrar serviço). Transrornos por medo, raiva Nesse jogo eu vou sempre venCC1' (2x)
e humilhação. Rico em sintom as urinários , com Não me importo cem. você
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Lyssinum (hydrophobinum)
A Hidrofobia, também conhecida como raiva,
é uma doença conhecida desde a antiguidade, que
manllesta-se em animais de sangue queme, selvagens
ou domésticos, acometendo acidemalmeme o ser
humano através do comaro com a saliva do animal
raivoso inoculada através da mordida. A doença é
provocada por um vírus do grupo dos rabdovírus,
que apresema tropismo pelas células nervosas. Após
a inoculação, o vírus se reproduz nas células muscu-
lares, para depois caminhar cemripetameme rumo ao
sistema nervoso cemra!.
Os sintomas se manifestam inicialmeme de
maneira inespecífica com mal-estar, anorexia, fadiga,
cefaleia e febre, para depois apresemar tensão, an-
siedade, agitação, irritabilidade, nervosismo, insônia
e depressão. Com o evoluir do quadro o pacieme
começa a apresemar sinais de comprometimemo do
sistema nervoso central com hiperatividade, alucina-
ções, desoriemação, comporramento bizarro, crises
convulsivas, rigidez de nuca ou paralisia.
A hiperarividade é caracteristicameme intermi-
teme, consistindo de períodos de agitação, pulos,
mordidas e agressividade. Estes episódios hiperativos
podem ocorrer cspomaneamente ou desencadeados
por estÍmulos táteis, auditivos, visuais ou olfativos.
Entre estes períodos de crise o pacieme se mostra ge-
ralmeme lúcido, porém ansioso, apresemando fortes
dores ao beber água devido a espasmos da faringe ou
laringe, induzindo sufocações, engasgo, e medo (hi-
drofobia). Este quadro, se não tratado a tempo, evolui
para paralisia seguida de coma e parada respiratória.
Atlen:
Estranhas sensações e apreensões durante a
gravidez.
381
Cantava mais que de costume, mas nao se sentia
feliz; cantava involumariamente.
Chorava muito antes de dormir. Sentia-se muiro
triste.
Sentia-se deprimido, como se algo de ruim fosse
acontecer.
Irritado, nervoso, brigava com sua esposa e seus filhos.
Tinha pensamemo de aracar as outras pessoas,
de cortar os outros com a faca que segurava.
Jogava xadrez muiro bem, mas não conseguia
comar uma história.
Indeciso sobre pequenas coisas.
, Hering:
Delírio sobre um cachorro que a havia mordido.
Estranhas sensações e apreensões durante a
gravidez.
Grande desejo sexual. Garanhão.
Depois de um período de fraqueza ele escrevia.
Eu esrou abandonado por rodos, até as aves do céu
não olham pra mim, não saciam minha fome.
Suspiro, com respiração opressiva, com dor no
coração.
Ficava muiro irritado ou nervoso ao ouvir água
derramando ou correndo.
Ao pensar em qualquer tipo de fluido, aré mesmo
sangue, apresemava convulsões.
Ao sentir uma corrente de ar, ao ver uma luz
brilhante, ou qualquer objeto brilhante, apresentava
violema agiração ou convulsão.
Compreendendo Lyssinum
O cão, desde a Antiguidade, rem sido consi-
derado em várias culturas como um mensageiro no
mundo dos morros.
382 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoJabs.
Seja como guia no mundo dos mortos, ou como
guardador dos portões do inferno, ou como mensa-
geiro entre os mortos e os vivos. PortantO encontra-
remos no nosso paciente Lyssinum urna sensação de
abandono, com ideia de que coisas ruins estão para
acontecer, inseguro como se tivesse perdido seu cão
guia (Lyssinum é fcitO com a saliva de cães raivosos,
loucos, não sendo capazes de servir de guia para
ninguém). Sente-se desamparado, com apreensões
durante a gravidez, pois não terá ninguém para guiar
seu filho na jornada para o mundo dos vivos (os
chineses colocam urna figura de cão na sala de partO
para assegurar um bom parto). O cão é vistO também
como súnbolo de virilidade e os pacientes Lyssinum se
apresentam lascivos, com sonhos eróticos.
O nosso paciente Lyssinum se apresenta irritado,
agressivo, com delírios sobre cachorros, agravando ao
ver, ouvir ou sentir qualquer líquido, principalmente
água, lembrando o quadro clínico apresentado pelo
paciente infectado pela saliva de cães raivosos, poden-
do apresentar convulsões, agravação mental, acessos
de raiva, delírios, desejos de morder, espasmos perió-
dicos de garganta e esôfago, com grande dificuldade
de engolir líquidos e aversão à água (isto faz com que
ele não consiga engolir a própria saliva, motivo pelo
qual passa a cuspir frequentemente).
Sente medo de ficar só, de ouvir más notícias , de
ficar louco. Tem a sensação de que algo terrível esta
para acontecer. MetÚJ tú água.
Tem pensamentos e ide ias estranhas, que pioram
durante a grtwitúz, com pressentimentos de morte
iminente, pelo que pede que rezem por ele.
Estes transtornos devido ao contatO com água
também aparecem ao ver qualquer superfície brilhante
como espelhos, metais que lembram a superfície da
água. Alterações físicas como diarréia, urgência para
urinar, convulsões, cefaleias podem então ocorrer
nessas ocasiões.
Lyssinum agrava pelo calor do sol, por correntes
de ar, por COntatO fisico, por movimento, por água.
Melhora por ar frio, em urna sauna.
Lateralidade direita. Desejo de comidas salgadas,
de alimentos raros durante a gravidez, de comidas
quentes. Aversão a gorduras.
Dores de cabeça por mordidas de cachorros,
raivosos ou não. Cefaleias crônicas de origem emo-
cional; por esforços mentais, piora pelo ruído de água
corrente, por luz brilhante. Sente a cabeça cheia de ar
como se fosse estourar. FotOfobia.
Agrava por odores fortes, apresenta espirros
pela manhã e à noite, desencadeados por olhar urna
superfície brilhante e por pó.
Dificuldade ao falar com dores e rigidez na man-
dtbula. Sialorreia intensa, cuspindo frequentemente.
Apresenta bruxismo. Dores nos dentes durante
a gravidez. •
Dores de garganta e esôfago, com desejo de
engolir mas com intensa dor ao tentar fazê-lo.
Tem urn grande apetite, engolindo a comida
sem mastigar (quando consegue). Diarreia seguida
de náuseas e vômitOs.
Tosse com respiraçãosuspirosa, ruidosa, com dor
precordial. Dores cardíacas como se tivesse agulhas
no coração. Palpitações violentas que sobem para a
garganta.
Calafrios seguidos de calor e suores frios. Me-
lhora depois de suar.
Priapismo com poluções. Na mulher coito do-
loroso, menstl1.lações copiosas, gravidez complicada,
convulsões puerperais ao ouvir o som de água.
Bocejos frequentes mesmo sem sono, princi-
palmente se ouvir os outros bocejar, insônia, sono
sobressaltado.
Prurido intenso que piora ao coçar-se.
É considerado urn remédio pequeno (pois não
foi tão estudado como certos policrestos) e muitas
vezes é confundido com Stramonium, pois de fatO
compartilha sintomas importantes com ele.
Por não encontrarmos a mesma riqueza de sin-
tomas psiquiátricos corno os do medicamento citado,
podemos dizer que Lyssinum é urn Stramonium sem
delírios (ou pouco delirante).
Dinâmica miasmática
Lyssinum se comporta como se tivesse perdido o
apoio, sua orientação, sente-se inseguro, abandonado,
com medo do futuro, com sensação que coisas ruins
irão aCOntecer. Ao buscarmos o sintoma compassivo
no repertório, vemos Lyssinum com altO grau de
envolvimento, a tal pontO de sentir a mesma dor de
seu irmão. Na tentativa de se reerguer passa a ser
agressivo, violento, raivoso. Ao final de suas energias,
está deprimido, desalentado, triste:
Caso clinico
Fornecido pelo Dr. Arthur Lins de Medeiros .
T.e., menor, 4 anos, ftlho único, sexo mascu-
lino, eutrófico, desenvolvimento pondero-estarural
adequado para a idade.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Queixa principal
Mãe relata que a criança é agitada, chorona,
inquieta e nervosa, apresentando dificuldade de rela-
ciomunento na escola caracterizada por agressividade,
irritação, chegando a agredir os coleguinhas às vezes
com mordidas sem motivo aparente.
Em casa também se aprcsenta violento, agressivo
com os animais domésticos, nervoso.
Tem um sono agitado, inquieto, fala enquanto
dorme, vai à cama dos pais com medo de ficar sozi-
nho. Episódios de terror noturno caracrerizados por
despertar assustado, com gritos, com medo de um
grande cachorro que quer pegá-lo. Estes episódios
começaram a 2 anOs sendo que ultimamente estão
mais frequentes.
Refere gripes esporádicas, convulsão leve aos 2
anOS causado por desejo não satisfeito, contradição.
Homeopatia & pediatria
Feito da saliva do "cachorro louco"; primeiro
diagnóstico diferencial a ser feiro é com Stranwnium
Stram<inium Lyssinum
Delirante Sem delírios
Sem com passividade Compassivo
*H.idrofobia - *Hidrofobia
Convulsão consciente Convulsão
inconsciente
*(igual nos dois)
Aqui os sintomas agravarão com : bamlho de
água corrente ou pingando de urna torneira; olhar-se
no espelho ou ver sua imagem rdletilb na água; hi-
drot(lbia acentuada, a palavra água j:\ lhe causa pânico.
Agitadas com superfícies brilhantes, não olham
vitrines de lojas para não observarem sua própria
imagem reflerida.
Crianças excitadas, insultam, batem, desejos
sexuais estranhos despertados desde cedo, impulsos
de jogar coisas pela janela, temem ser mordidas por
cachorros, jogam copos ou vasOs no rOsto dos outros
quando bravas, mordem, fotofobias, sialorreia inten-
sa, engo1cm líquidos com diticulJades.
Um simoma peculiar neste medicamento é que
as crianças Lyssinium têm vontade de urinar ou evacuar
quando escutam bamlho de água corrente.
Homeopatia & veterinária
Regi1ll> TO/TO: animal irritado, colérico, briguen-
tO , lascivo, com mL:do de ficar sozinho) inseguro.
38
Agrava ao ver, ouvir ou sentir qualquer líquido,
principalmente água. O mesmo vale para metais e
objetos brilhantes, seus sintomas orgânicos também
pioram nestas situações ocorrendo diarreias, urgência
para urinar, dispneia entre outros. Desejo de comidas
salgadas e quentes, bocejos frequentes, inclusive ao ver
os outros bocejarem, insônia e sobressaltos dormindo,
agravam no calor.
Exame físico
Criança eufórica, sem a1rerações físicas.
Prescrito:
StraWlO1li"m 30 CH, dose única.
Rerorno após 30 dias:
Melhora do sono, diminuição da frequência do
terror noturno, pouca melhora na agitação e ansieda-
de. Ainda apresenta dificuldades de comporramento
na escola.
Prescrição: Stram<inium 200 CH, dose única.
Após 30 dias a criança retornou com a mãe
referindo pouca melhora ou quase nada.
Aparição de sintomas novos: piora do quadro
de agitação noturna devido ao barulho de água. Este
sintoma foi esclarecido pela mãe no seguinte relato:
"T.e. foi dormir na casa do primo, onde tem um
grande aquário de peixe e entrou em pânico com o
barulho produzido pela bomba d'água."
Lyssinum 200 CH dose única.
Após 45 dias a mãe retornou referindo que T.e.
estava melhor e estava mais calmo na escola. Referiu
leve resfriado neste período.
Paciente em movimento. Observação.
Após 30 dias a mãe retornou referindo que O
filho estava dormindo a noire inteira e que iria parti-
cipar de um teatrinho na escola.
Alta com retorno se necessário.
Repertorização - Kmt-Eizayaga:
Delírio: 20,1, noire: 20,2, frenético: 21,1, lo-
quaz: 21,2
Cmeldade: 19,2
Inquietude (nervosismo): 53,1 , noite: 53,3
Cólera: 13,3, violento: 14,3, bagatela: 14,1
Desejo de morder: 68,2
Temor (medo): 84,3 , estar só: 89,1, ruído (de
água vertendo): 89,1
Concentração difícil: 15,3
 84 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

Magnesia carbonica

Anteriormente aos estudos de Matéria Médica após pequenas refeiç6es, tendo a sensação de que o
Homeopática a Magnesia carbonica já era conhecida estômago está inchado e com acidez que vai até a boca.
por suas importantes propriedades no tratamento Sentem-se constantemente desconfortáveis, pre-
de alterações do trato gastroimestinal, agindo muito cisando abrir o cinto e soltar a calça, pois o abdome
bem nas obstinações intestinais e nas doenças de fica inchado e barulhento. Para seu alívio sentem-se
ruperacidcz gáStrica. melhor na emissão de natos, que têm odor muito
A Magnesia carbonica é um sal branco que se fétido. Se por alguma razão não conseguirem eliminá-
encontra na natureza, geralmente em forma de massa los, tendem a ter cólica tão intensa que os obriga a
branca c terrosa, fria, insípida e inodora, quase inso- dobrarem-se, como em Colacynthis, só que estas dores
lúvel em água fria. não melhoram pela pressão como em Colocynthis.
Graças a Hahnemann, pudemos aprender mais São indivíduos obstipados com fezes endurecidas
acerca de suas propriedades curativas, uma vez que (Dulcamara e Phosphorus) e pode haver a1ternancia
seus estudos revelaram-na como um elemento de com diarréia espumosa , verde e de odor ácido (em
múltiplas açóes em todo o organismo. Colocynthis as fezes são ·marrom e não tão ácidas).
Em BellatÚJna temos um afluxo vascular aumen-
tado em nível de pólo cefálico, explicando a maioria
de seus simomas nesta localização, tanto no plano
de sintomas físicos como no de mentais. No caso de
Mngnesia carbonica estes sintomas também estão re-
lacionados principalmente com alterações vasculares,
porém em nível abdominal, em que há uma lentidão
do nuxo venoso com consequente estase sanguínea,
repercutindo desfavoravelmente na nutrição. Há ca-
quexia semelhante àquela da convalcscência de longas
enfermidades, ou à da má nutrição .
Também produz estados catartais de modo geral,
que são secos e com tendência a secura de mucosa
(nariz, boca, olhos e de pele).
Vamos conhecer estes sintomas da esfera diges-
tiva que tanto acometem MagneSÜ/. carbonica?
Em relação ao estômago há lentidão na digestão,
com os clássicos síntomas de cmpachamento, mal-estar
após as refeições, náuseas e vômitos ácidos e amargos. Os
indivíduos tendem a reclamar de dores abdominais em
peso, como se o alimento ficasse por tempo demasiado
no estômago. Com frequência têm eruCtaç6es, mesmo
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Em fun ção da grande o bstipação e da dificul-
dade digestiva, estas pessoas deveriam procurar uma
aliment"ção mais narural , como legumes e verduras,
só que têm aversão a estes alime ntos e acenruada pre-
ferência por carnes. Este desejo é muito significativo
justamente pelo fato de a carne exigir um grande
esforço orgânico para a sua digestão, e também por
não possuir resíduos, tão importantes para quem,
como Magnesia earboniea, é tão obstipado.
Seria aq uela já observada atração PSÓRlCA
pelo que pode 110S fazer mal , o u pelo que tememos?
Em Argentum nitricum há medo das alruras, mas em
um certo mo mento sente atração e desejo de se atirar
pela janela, preferindo então nem se aproxi mar de
lugares altos. Em Sitieea há medo de agulhas, porém
ela as coleciona. (Enfim , são as estranhas obsessões
da Matéria Médica).
Outro sintoma digestivo é a intensa sede, que
leva os indivíduos a tomarem muita água, complican-
do ainda mais as cond ições de uma boa digestão. A
boca tem gOSto ácido e apresentam muitas vezes aftas
doloridas. Há sensação singular de ter seus dentes
separados, sendo um bom remédio para as mulheres
gestantes com odontalgi a (também em China), que
relatam a sensação de ter .<eus dentes maiores do que
a capacidade da boca.
Segundo PASCHERO , Magncsia earboniea é
adaptada a pessoas, especialmente crianças, de dispo-
sição irritável , temperamento nervoso, muscularura
f1 ácida e com odor ácido (como H cpar, apesar de
banhadas). Também para mulheres nervosas, com
dismenorreia, esgotamento nervoso com transtornos
digestivos e menstru ais, gastroenterites , náuseas e
neuralgias dentárias durante a gestação.
Há ansiedade e calor, com grande transpiração
em todo o corpo, especialmente ao mover-se. Tam-
bém ansiedade e temor como se algo fosse oconer.
Mau humor, rudo lhe cansa, está apática, triste e com
indisposição para falar. Esgotamento nervoso que
piora depois de preocupações e cuidados.
HAHNEMANN nos mostra na patogenesia
de Magnesia carboníea q ue há "angústia com temor e
medo", "co mo se algo de mau estivesse ameaçando"
ou "como se percebesse que um a desgraça o u um
acidente lhe fosse acontecer"
Sente-se culpada, abandonada e não amada po r
seus familiares e amigos. Tem nostalgia, talvez recor-
dando um lugar o nde se sentia amada e protegida.
Corroborando com isto SOnl13 "que está perdida no
bosque" o u "que está perdida em sua casa". (U.R. ).
Ora , quem está perdida em sua própria casa na ver-
dade perdeu seu verdadeiro lugar, estando totalmente
desamparada e so litária.
Aqui cabe diferenciá-Ia de Cyclamen outra aban-
donada , que também mescla culpa e tristeza, só que
esta se "sente perseguida por todos", então isola -se
em casa para não demonstrar sua pena, não tendo
nostalgia nem a riqueza de sintomas digestivos.
Outro diferencial seri a com Atumina, também
abandonada, com culpa e t.risteza, comparrilhando
aversão a companhia, secura de mucosas e obstipação,
só que agrava pensando em seus males (ao contrário
de Magn.esia em-boniea, que melhora pensando em
seus males) e apresenta confusão sobre sua identidade.
Segundo BRONFMAN , Magncsia earboni-
ea sente que perdeu seu lugar (tem nostalgia, está
abandonada e perdid a) e que não tem afeto (não se
sente querida e é ciumenta). Tem cobiça, sonha estar
contando dinheiro, sonha que briga com ladrões,
talvez para recuperar não o próprio dinheiro, mas sim
o afeto e seu lugar perdido. É cleptomaníaca, porém
não rouba dinheito e sim guloseimas (os doces estão
relacionados ao afeto).
Sabemos que no processo digestivo o al.imento
é degradado em partículas para ser absorvido e gerar
energia e matéria-prima para o bom nrncionamento
do organismo como um todo. Como em Magncsia
earbonica há estase sanguínea a ruvel de sistema diges-
tivo alto , há di.ficuld ade para o trabalho da absorção
alimentar, fazendo com que estes indivíduos, apesar de
toda farta refeição, tenham a aparência de desnuaidos,
com palidez cutânea, flacidez muscu.! ar e ba.ixo peso,
lembrando o aspecto de pessoas doentias. DiAgnóstico
diferencial com Tubercutinum , que são indivíduos que
quanto mais comem mais emagrecem, com aspecto
frágil, sem energia e mal-humorados. Só que não se
sentem abandonados nem perdidos.
É interessante observar que mesmo sabe nd o
que cosmmam ter ardor estomaca l, empacha-mento
pós-prandial, náuseas e vômitos, insistem em con-
tínuar comendo, fazendo-nos pensar em sua fome
por carinllO, substimindo falta de afeto por comida,
demonstrando, assim, seu marcado catátet oral. Só
que aqui tanlbém encontram dificuldade em absorver
esse afeto e se enriquecer internanlente, manrendo-se
esgotados tanto energética como afetivamente.
386 Carlos Brnnini, Mario Giorgi & CoIabs.
Em geral a gestação de uma paciente Magncsia
carbollica tende a ser marcada por um grande aumento
do volume abdominal, devido a esmse sangumea neste
setot e a produção de gases.
Outro problema que será motivo de consulta
médica está relacionado com sua diftcuJd"de em
dormir à noite e ftcar acordado durante o dia, como
se tivesse trocado o dia pela noite.
Muito parecidos com Mi:<glltsin carbonica ftcam
desesperados quando têm dores, desejando a recu-
peração a todo Cllsto, sendo que para melhorarem
cantam, procuram escrever, pois isto os distrai de
todos os seus problemas (U.R.).
É peculiar nestas pessoas a ocorrência de erros
durante a escrita, mesmo que muito cultas, poi s,
quando se ocupam de algo mais profundo, disu·aem-
se, conduzindo mal qualquer esforço mental.
Tendo um humor muito difícil e alternante, são
calados, não faiam sobre a causa de suas tristezJ.S,
agravando por falar de tais assuntos, isolam-se e cos-
tumam falar sozinhos (ms ruas, no banho, ou às vezes
no meio de muita gente). E frequentemente a queixa
de seus familiares é relativa ao fato de estarem sempre
amuados, e também de que ficam sabendo mais sobre
eles à noite, quando falam durante o sonho.
Aqui existe relaçáo com o tàto de não se sentirem
queridos e talvez por não se sentirem socialmente
aceitáveis, já que exalam cheiro ácido, costumam ter
eructações e flatos frequentes, e têm hálito fétido.
Devemos agregar ao repertório: gestos automáti-
cos. Uma atimde bastante frequente de Magnesia car-
bonica, que diz que quando aturdidos estes indivíduos
empacotam e desempacotam stla roupas sem perceber.
Uma boa característica dcst<: medicamento está
no fato de se sobressaltarem com facilidade frente a
diversas situações cotidianas, tais como: dormindo ou
quando está pegando no sono, por ruídos, quando
está sonolento, dutante sonhos. Tem temOres durante
Odia, como se algo fosse suceder, tremores por todo o
corpo, como se um acidente iminente ou uma doença
estivessem prestes a ocorrer.
Em seus sonhos chama a atenção alguns temas
mais marcantes, pela sua excentricidade, tais como:
vestir-se para mn baile , não encontrar o caminho de
volta para sua casa, estar brigando contra ladrões,
perdido em sua casa (U.R.) e sonho com mendigos
(U. R.).
Outros sonhos importantes: de casamento,
de baile, de diftculdades, de funerais, de fogo, de
multidão, de crianças, de água, que está perdido em
um bosque, de viagens, de tumbas, e um dos mais
interessantes, que faz esforços infrutuosos.
Temos as seguintes ilusões: de água, de que é
assassinado, que vê gente, vê ladrões e vê pessoas.
Transcrevemos literalmente o seguinte parágrafo
do livro de Matéria Médica Homeopática de Bernardo
VI}NOVSKY:
"Especialmente indicado em mulhetes esgoradas,
com os nervos esgotados~por excesso de preocupações,
com irritabilidade e insônia, ou em pessoas que toma-
ram esta droga por muito tempo, para acalmar seu
estômago, em crianças muito pequenas de tamanho,
e muito enfermiças e irritadas, que rechaçam O leite e
não o toleram, e que têm um time cheiro azedo em
todo o corpo."
Citaremos agora outros sintomas orgânicos
ainda não comentados:
- Cabeça: cefaleia que agrava com trabalho
mental; neuralgia violenta, principalmente na face es-
querda, que o obriga a sair da clIna e mover-se. Tem a
face páli,da. Catarata. Epistaxe <: coriza pré-menstrual.
- Orgãos genitais femininos: regras tardias,
sangue espesso, escuro, com dismenorreia.
- Orgãos genitais masculinos : hérnia escrotal,
sai líquido prostático ao diminar fl atos, poluções
frequentes.
- Aparelho cardiorespiratório: tosse espas-
módica com expectoração serosa, dor no peito com
dispneia. Dor precordial com palpitações.
- Osteomuscular: dor em todo o corpo, prin-
cipalmente pernas. Cãibras em panturrilhas, rigidez
de nuca e dor em ombro (mais à direita, como se
estivesse deslocado).
Ao estudarmos este medicamento, que pode até
ser considerado pequeno, descobrimos uma série de
dicas para podermos usá-lo em sua amplitude, sendo
que desta forma, ao empregá-lo segundo a lei dos se-
melhantes, estaremos devolvendo alguém ao caminho
que o levou a si mesmo.
Homeopatia & pediatria
No mental , "Calcare« carbonica" e Mnlfnesia
carbonica são parecidas. '
Diagnóstico Diferencial:
Magnesia carbrmica ~ Calcarea cm'brmica
Pensando em seus ~ Agrava pensando
problemas encontra
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
em seus problemas-
soluções. infortunio.
Gulosa, quer ~ Guardam suas guloseimas
guloseimas para
para se deliciar. ~ depois não faltar.
Ambiciosas. ~ Avaras.
Magrinha. ~ Gorducha.
Em Magnesia seu biotipo é parecido com Tu-
berculinum; crianças pequenas, doentinhas, irritáveis
e fedidinhas, sendo que suas secreções têm cheiro
ácido (desde bebês, por mais que as ba.tl.bem, o mau
cheiro persiste) - aqui cabe lembrar da criança Hepar
SuLpht.,·, outra fedidinha da Matéria Médica.
Crianças friorentas, rejeitam leite, adoram
comer carne, seu intestino é preso com fezes duras
que alternam com diarréia espumosa , tendo como
particularidade na diarréia : uma parte que afunda e
Outra espumosa sobrenadante. Eructos e flatos com
odor ácido, apresentando-se como um medicamento
para as gastroenterites que ten.ban1 diarreias fétidas
e espumosas. Dores nevrálgicas do lado esquerdo,
que as obrigam a sair da cama e andar de lá para cá;
nevralgia do facial.
Homeopatia & veterinária
Regi.ta Torro - Relacionada para alterações
vasculares no abdomen, em que há lentidão do flw[Q
venoso, repercutindo desfavoravelmente na nutrição.
Há caquexia como na desnutrição, já que com a estase
venosa há diminuição na absorção alimentar. o animal
tem aparência de doente.
Como a digestão é lenta, são indivíduos obsti-
pafdos. Pode haver alternância com diarréia espumosa
e verde. Apresentam diarréia após a ingestão de leite.
Tendência a prolapsos intestinais.
Desejo de pão. Grande culpa e abandono, são
tristes, quietos amuados e indiferentes, trocam o dia
pela noite, exalam um cheiro ácido e azedo.
Tem eructaçõcs e flatos frequentemente.
Um dos medicamentos que realizam gestos
autOmáticos. Sobressaltos por ruídos ou mesmo
dormindo. Indicado em cataratas desde que existam
OUtrOS sintoma de A1ag-c.
Caso clínico
MCS, feminina, 27 anos, casada.
Qual o motivo da consulta?
"Há muito tempo tenho problema com a diges-
3 7
tao, sinto dor na boca do estômago c ele parece incha-
do, sÓ melhorando depois que arroto. Logo depois de
comer fico com a sensação de que a comida está parada
no estômago. E para piorar esta simação eu sempre
como mais do que devo e ainda por cin1a bebo muita
água, o que me faz sentir o estômago mais inchado.
Não sei o que fazer, às vezes mesmo sem estar com
fome continuo a comer, chegando a precisar desapertar
o cinto para melhor.lf. Isto sempre se repete, acabo
passando mal, com ânsia, e até vôm.itos mesmo."
E o intestino, como funciona?
"É sempre difícil para evacuar e geralmente as
fezes sao duras."
Algum alimento lhe faz mal? E o que gosta de
comer?
"GOSto de carne e frutas, mas não posso tomar
leite porque fico com diarréia; parece que ele sai do
jeito que (onlei,»
Agora me fale um pouco sobre você, seu jei to de
ser, seu temperamento, humor, afetividade.
"Bom, nao sou de falar muito sobre min1 mesma,
l1ao me sinto bem ao falar sobre meus ptoblemas com
ninguém. Vou tentar. Meu marido acha que sempre
estou triste e nervosa, e que prefiro ficar quieta e
sozinha. Também, por que tentar mudar se eu não
acho que isso vai in1portar a alguém, nem mesmo a
ele> Também não tenho muita disposição para fazer
as coisas, fico logo cansada, sem ánin10 para nada."
Nas diferentes estações do ano qual você se
sente pior>
"No inverno sempre fico pior, até meus sintomas
de má digestão pioran1 no frio."
Existe algo de especial na sua tra.t1spiração?
"Bom, transpir~ basta.t1te e com cheiro forte,
tenho até vergonha, parece que não tomei ba.tmo ... "
Corrio é a sua noite?
"Não durmo muito bem, acordo cansada e às
vezes troco o dia pela noite. Cosrumo ter sonhos com
ladrões e acordo muito assustada. Também já sonhei
mais de luna vez que estava perdida e não achava
minha casa. J)
E qUa.t1to a seus medos?
"Ah! Tenho medo de muitas coisas, de que me
aconteça algo de ruin1, uma doença grave, coisa
assim .. ,"
Exame físico
BEG, descorada, hidratada, abatida, emagrecida.
Pulmões livres. Bulhas rítmicas sem sopros. Abdome
flácido, doloroso em epigástrio, DB-, RHA+ e au-
mentados, timpanismo.
 Cartos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

A seleçáo do mediomcnro foi feita a partir da Todos que o conhecem já sabem desta particu-
modalidade de abandono : sentindo-se importante laridade e evitam toc;Í-lo.
para os seus, isto acarrera-U1e uma sensação de estar Quando Ollve ruídos, sobressalta-se e treme em
perdida em sua pnípria casa, somada à sonolência seguida.
durante o dia. Tem loucura por pão, mesmo puro . Quando al -
Acrescentando os distúrbios do apareUlO diges- guém d1ega da padaria Rassan demonstra qllC, apesar
tivo , montamos a síndrome mínima deste remédio. de noo t"Iu,"crgar, faz de seu olfato o contato com o
Segue abaixo, e de cllnho ilustrativo , ourros sintomas mundo e pede pão. Nunca U1e dão leite, pois é certo
do caso clínico encontrados no Repertório de Kent/ de uma diarréia logo ~pós.
Eizayaga: Reperrori zando :
Esrômago: - acidez 316/ 1 1 - Tocado, aversão a ser 90,1
- distensão 323/2 2 - Temor com tremor 89,1
- eructos melhora 332/1 3 - Sobressalto por SUSto 82,3
- apetite voraz 318/2 4 - Sobressalto por ruído 82,3
- sede extrema 343/3 5 - Catarata 176,3
- náuseas 337/2
6 - Diarreia depois de leite 350,1
- vômitos 347/3
7 - Pão, desejo 323,1
Reto: - constipação 386/1
Com 60 dias apás rer recebido Slla única dose de
Matéria fecal: - dura 404/2
Magnesia ca,·bonica CH 200, Rassan retoma .
Estômago: - desejo - carne 322/2
- aversão - leite 320/ 2 Entra no consultório rodo confiante e o discurso
Reservado: - 78/1 da proprietária é completamente distinto:
Tristeza: - 92/ 2 Quando é tocado, olha para as pessoas em vez
Inquierude: - 53/2 de demonstrar aversão. Permite o toque. Nunca havia
Calado: - 11/ 2 encarado a proprietária, nem ao menos levantado a
Aversão à companhia: -15/1 cabeça, era sempre cabisbaixo.
Abandono: -1/ 1 - náo se sente querido por ami- No quintal agora persegue gatos; os animais
gos e familiares: -1/1 correm em cim a do muro e Rassan latindo os acom-
Indiferença: - 51/1 panha, seguindo-os com a cabeça elevada .
Agrava ao ar frio: - 838/3 As palavras textua.is da proprietária: Descobriu
Transpiração: - profusa : 785/ 1 que tem olhos, vê do Olmo lado da rua os cães e late.
- odor ácido: 784/2 Raran1ente bate a ·cabeça em postes ou móveis.
- odor ofensivo: 784/2 Não se Jembran1 quando observaram este fato a última
vez. Brincam de esconder e Rassan a enCOntra milito
Caso veterinário mais rápido do que outrora. Seus sustoS são menores
A narureza foi cruel com Rassan. Nasceu com e treme mu;.to" menos. Brinca, seu apetite meU,orou.
uma má formação em ambos os olhos; uma nUcrof- Ao eXan1e clínico, seus olhos aumentaram de
talmia acompanhada de uma catarata bilateral. tam anho, quase do tamanho normal para sua taça; a
Rassm é belissimo: um raro exemplar cocker catarata é discreta no olho direito e um pouco mais
spanie! com dois anos de idade. Reage, na defensiva, acenUlada no olho esquerdo. O sintoma rnlcroftalnúa
a mdo que ocorre, fruto de sua deficiência visual, pois não consta nem no repertório, nem na matéria médica .
praticamenre não enxetga. Bate com a cabeça nos Alegan1 muito prurido nos ollvidos, decorrente
móveis e em postes nas mas. Como movimenta-se do aumento do cerume.
com diflculdade, é um animal patado, calado e triste. Em Rassan a homeopa tia desafLa até as pato-
Quando alguém lhe toca, sendo até mesmo a logias ge néticas, dando aOS seus portadores llma
proprietária, não suporta. Assusta-se e sobressalta-se. qualidade de vida muito superior.
 Matéria MtJdica Homeopática Interprefada
A BÍBLIA E A HOMEOPATIA
Mandragora . Afrodisíaco, raiz utilizada em
filtros amorosos, para combater es terilidade.
Gen. 30: 14-16.
"Um dia, no tempo da collieita do trigo, Rúben
foi ao campo. Ali achou wnas mandrágoras e as levou
para Lei a, a sua mãe. Quando Raquel viu isso, disse
a Leia : "Por favor, dê-me algumas das mandrágoras que
o seu filho tro"xe."
15 . Leia respondeu: "SCI'á que '7ocê acha que
toma~' o meu marido de lIIim ainda é pouco? Agora 17ai
q1lerer tomar também as 1Itandrágoras que O meu filho
me deu?" Ai Raquel diss,,: "Vamos fazcr uma troca: você
me dá as mandn["oras, e eu deixo que você durma com
Jacó esta noite."
16. De tardinha, quando Jacó chegou do cam-
po, Leia foi encontrar-se com ele e disse: "Esta noite
você vai dormir comigo porque eu paguei para isso com
Planta Mandrágttra.
Mandragora oHicinarum
as mandrágoras que o num filho achou.» 1 aquela noite
Jacó teve relaçóes com ela.
*REI SALOMÃO:
Canta res (ou Cântico dos Cânticos) 7:13:
"As mandrágo ras exaJam o seu perfume e na
nossa porta há todos os tipos de fru tos finos, secos e
doces, que reservei para você, meu amado!"
Apresentação:
Atropa mandragora é luna plama herbácea per-
tencente a fam ília das Solanáceas, compreendendo
três o u q uatro espécies mediterrâneas, no O riente
Médio e no H imaJaia. '
U ma boa parte das plamas solanáceas têm como
principaJ característica a presença de aJeaJoides, geral-
mente do grupo da o rnitina, existindo muitas espécies
de interesse homeopático: DapuJ'a s,.tra11'loniull" Hyos-
cimnus niger, A tropa belladona, Solanum d/Ilcamara,
Capsicum a>inum e Nicotiana tabaOtIIl.
A Mandrag01-a é uma erva perene de até 30
cm , com talos curtos e lUTIa raiz ruberosa, grossa,
napifo rme e frequentemente bifurcada, a quaJ pode
apresentar uma forma que lembra a do corpo huma-
no. É encontrada em prados úm idos ou inundados
Funna que lembra a do corpo bumano.
390 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
no OutOno, às margens dos campos e dos rios, na
Espanha, Portugal, Itália, Grécia, Oriente Médio e
Himalaia. Na Península Ibérica pode-se encontrar a
Mandragora autumnaJ.is, mas a partir da Itália até O
Oriente Médio tem-se vistO somente a Mandragora
officinarum.
TantO o riwma como a raiz contêm princípios
ativos de sanor amargo, a mandragorina, que é um
complexo a1caloide formado pela hiosciamina, esco-
polamina e atropina.
Seu mime em grego significa nociva aos estábu-
los, istO é - co gado. Em francês mão de glória, em
alemão e inglê;.- identificava uma das fadas dos antigos
germanos ALRUNA.
Temos 2 tipos - macho e fêmea, o frutO do
macho é muitO maior, tem a aparência de uma maçã
amarela , exala um perfume doce e suave. Os árabes as
chamavam de maçã do diabo ou de ovos dos gênios
em função dos sonhos excitantes que eles provocavam.
Usos da planta
AM.Jr.ndragora tem sido usada desde a Antigui-
dade, existindo relatOs que datam há cerca de 1500
a.c., mas foi durante a Idade Média que alcançou
maior aceitação. Existem diversos usos:
Assírios: Utilizavam coma soporífetO, analgé-
SICO e anestésICO.
Dioscorídes, no exércitO de Nero, utilizava-a
para intervenções cinírgJcas.
Hipócrates - 600 AC, pequenas doses combatia
angústia e depressão, em quantidade maior, ptOvoca
estranhas impressões sensoriais parecidas com alu-
cinação, em doses mais elevadas sedativa, sonífera e
anestéslCa.
Afrodisíaco - sua raiz foi usada para ftltros amo-
rosos e para combater a esterilidade. Na Bíblia é citada
em Gêncsis, capímlo 30, versículos 14, 15 e 16 (onde
Raquel a utilizou para combater sua esterilidade).
Mágicos - era usada pelos bruxos como un-
guento antes dos feitiços e também como preparados
que produziam terríveis alucinações. As raízes eram
talhadas para aumentar sua semelhança com a figura
humana, sendo então usadas como amuletOs para
atrair boa sorte, ou para exorcizar demônios.
Psicotrópicos - graças aos seus ãlcaloidcs a plan-
ta foi usada como anestésico e soporífico. N as tumbas
faraônicas (como a de Ramsés Ur) aparece represen-
tado O frutO da Mandragora associado à dormideira
(Papaver s01múferum). Na Palestina preparavam um
forte anestésico amargo para crucifIcados, conhecido
como rnarf,on,
Venenos os SIntomas do envenenamento
consistem em transtornos gástricos, debilidade, aba-
timento, perda da sensibilid ade, podendo culmIDar
em coma e morte.
Histórias e lendas
Na história da Mandragora houve diversas cita-
ções envolvendo desde seu lado de mistério e magia,
até seus usos medicinais.
Algnn1as lendas devem set relatadas para que se
possa ter ideia do que esta planta representava.
Para sua colheita havia um sério ritual, descrevia-
se com uma espada três drculos ao seu redor antes de
arrancá-la, devendo-se estar olhando para O poente.
Outros desenterravam ao redor da raiz e então
a amarraVan1 a um cão que, ao atender o chamado
para sair do local, morria a seguir como vítin1a pro-
piciatória. Para outrOS só era possível arrancá-la se
antes fosse rodeada com urina de mulher ou sangue
de menstruação.
Relata-se que a raiz da M.Jr.ndragora aO ser de-
senterrada gritava e gemia de tal f(,rma que colocava
louco ou matava quem a·arrancava. SobIe esta última
lenda há citação em Rlimeu e Julieta, de Shakespeare,
em que JuJjeta adverte para se soar uma trombeta
antes de se retirar a Mandragora do solo, para não
ouvir seus brados e enlouquecer.
Também se acreditava que a Mandragora crescia
juntO às forcas e que seu poder afrodisbco vinha daí
(o crinUnoso ejaculava na terra ao cair dependurado
da forca, de onde nascian1 as plantas).
Como remédio foi usada desde a AntigJlidade
como antidepressivo, soporítlco, sedativo c anestésico
em casos de cimrgias.
Paracclso conhecia-a como efetiva para cakulose
renal e sedativo para epilepsia, doença de São Vito e
tosse. Tamném está relatado seu uso para inflamações
dos olhos e para adiantar mCIlStruaç50 e provocar
trabalho de parto.
Na tradição cclta, havia um verdadeiro ritual
místico para a sua colheita, descrevia-se com wna
espada virgem três círculos ao seu r"dor antes de
arranca-la, devendo-se estar oU1ando para o poente.
OutrOS desenterravan1 ao redor da raiz e então an1ar-
raVan1 um cão que, ao atender ao chamado para sair
 Matéria Médica Homeopállca Interpratada
do local deveria de morrer sendo assim uma vítima
propiciat6ria.
Para outros s6 era possível arraca-la se ames fosse
rodeada com a urina com sangue menstrual de wna
mulher virgem.
Uma outra lenda conta que aqueles que carrega-
vam-na que ela reembolsava, largamente seu compra-
dor, bastava fecha-la nwn cofre, para que ela dobrasse
o número de moedas que ele continha.
Garantia wna extraorctinária prosperidade, mas
que um ctia precisa ser paga e na maioria das vezes
com a salvação eterna.
Na Ficção - atualidade
Também é citada em Harry Po ner, onde são
citadas suas raízes, que devido à aparência, deu-lhe a
fama de se assemelhar à wna figura hwnana.
No f time O Labirinto do Fauno, onde uma
mandrágora é usada para amenizar as complicações
da gravidez da m5e da personag<:m Ofélia.
No jogo Odio Sphere para o console Plays-
tation 2, onde deve-se arrancá -Ias do solo para a
confecção de poções com diferentes finalidades.
No Mangá (história em quadrinhos japonesa)
MxO, as mandrágoras assumem forma "humana"
devido a estarem em wn fictício campo mágico, tam-
bém referindo-se ao fato da sua forma se assemelhar
à figura hwnana.
Utilização homeopática
Apesar de conhecida desde remotos tempos, houve
wna lastimável demora para que se experimemasse a
Mam/rflgurfl homeopaticamente .
Somellte em 1920 é que Allen publicou na
Enciclopédia de Matéria Médica Pura as primeiras
experimentações daMJmdragora, realizadas em 1834
(dr. Dufresl1<:) e 1874 (dr. Richardson).
Em 1951 foi ricamente experimentada por Julius
Mezger, que ampliou os conhecimentos homeopáti-
cos a respeito desta planta, tendo experimentado em
trinta médicos.
Raedson fez outra experimentação em 1963/64
em quinze p"ssoas observando em todas elas o
aparecimento de Cortes dotes articulares , e em doze
vezes dores de cabeça, depressão e ctificuldade para
concentrar-se .
Em 1980 Edward Whirrnont fez experimentação
a partir das folhas sem observar ctiferença em relação
às outras experimentações que usaram a raJz.
3 1
Patogenesia
Poucas são as Matérias Mécticas que descrevem
a Mandragora oificinarum, sendo encontrada nos es-
tudos de AJlen, Vijnovslcy, Voisin, Mezger, Raedson,
Whirrnont e Guermonprez.
Seguem os sintomas patogenéticos compilados
das Matérias Mécticas já citadas:
Sintomas mentais
Do pontO de vista mental a Mandragora causa
peculiar paradoxo de sonolência e entorpecimento
junto com intensa excitação e excitabilidade, ocor-
rendo uma irritabilidade apática. Há tendência a
depressão, com apatia ou irritação, podendo brusca-
mente alternar com euforia e alegria . Há estados de
delírio e de confusão mental, hipersensibilidade aos
ruídos, sentimento de insegurança e ansiedade, falta
de concentração e de mem6ria, aversão ao trabalho,
mudanças de hwno r, acessos de choro alternando
com euforia ou agi tação exagerada. São inctivíduos
hipersensíveis, histéricos, com tendência a estados
hipomaníacos ou maniacodepressivos, acompanhados
por sintomas psicossomáticos.
Os inctivíduos Mandragora se comportam como
se estivessem sob o domlnio da magia da planta, ora
estão entorpecidos e anestesiados, ficando indiferentes
ao prazer e ao trabalho, ora estão excitados, euf6ricos,
com visões terríveis e fantasm ag6ricas, agindo como
enlouquecidos.
Compreendendo seu gênio medicamentoso
Os inctivíduos Mandragora são como sua raiz,
que embaixo da terra tem aparência da figura hwnana.
E a caricatura ·da espécie hwnana, carregando os
múltiplos compo rtamentos paradoxais da espécie, na
figura do vagabundo, "Home/.ess" (desabrigado, sem
teto), aquele tipo louco que habita as ruas das cidades
de interior e bairros das grandes capirais, servindo de
deboche para as crianças na rua e saídas de escolas;
wna vez que vivem uma realidade pr6pria dentro
de seu univetso delirante, ora euf6rico cantarolante,
ora maníaco ou prostrado, ou ainda como que
endemoniado, histérico e fora de si, irresponsável e
obsceno.
Exercitam no picadeiro da vida aguilo gue é
ridículo, mas gue cada wn de n6s carrega wn pouco.
Nesta figura ex6tica rimos daquilo que somos.
Ao lermos que sua deprcss50 melhora urinando,
fIca evidente a necessidade deste mecticamento de
excretar ao meio sua conflitiva interior, ao unnar
coloca para fora seu produto interior.
392 Carlos Brunini, Man"o Giorgi & Cofabs.
Em M(1udrag01c a a psora é o mlasma
predominante, onde com "honestidade" em excesso
mostra o lado clriclto da humanidade, urin.cndo a
angústia do homem, seu feitiço interior ou seu pecado
original (miasma).
A personalidade MiJ,nd1'apora retrata a miséria
humana, sua confuslo, sua incoerência, sua
inconstância, sua ambivalência, sua inconsequência e
sua irresponsabilidade, a mesma plant'l Luja raiz lembra
a figura humana (debaixo da terra), os indivíduos
que sofrem Mandragora têm o comportamento do
submlcndo (marginal).
A loucura, aqui usada como facilitador
didático, representa a expressão direta do mundo
inconsciente. Tumultuado, incoerente, inconse-quente
e imprevisível.
As cmoções afloram tais qua.is realmente são
sentidas, cálidas, transbordantes, expressas pelo riso
louco, fala desconexa e andar Sl'ITI nuno; ou tristes,
presas, dolorosas e paralisantes, vistas no acocorar-se,
ao prender-se ao chão, como raiz que presa ao solo
desfruta pacificamente da nutrição e do calor da terra.
A música A balada para um louco de Astor Pia-
zwla é uma crítica refinada em que, como no filme
O estranho no ninho, os temas sanidade e loucura
concorrem.
Sintomas gerais:
Há agravação de sintomas:
- por toque suave (pressão forte melhora);
- cLts 3 às 5 horas da manhã;
- por movimentos e esforços;
- ao ficar em pé e ao estar com os membros
pend urados;
- antes de tempestades, por tempo tormentoso
e úmido;
- em lugares fechados com muita gente;
- pelo calor;
- ao consumir gorduras, café, bebida alcoólica
e tabaco.
Há melhora de sintomas:
- deitando-.se, em relaxamento.
- eliminação de secreções (urina, fezes, elUcta-
ções );
- có bca abdominal, cefaleia e ciática melhoram
recl.inando O corpo p.1ra trás ou espreguiçando-se;
- ga.st ral ~ia c ccfa1eia lnelhoram ao comer;
- as dores articulares melhoram com a movimen-
tação contínua ao ar fresco;
- a depressão melhora com a evacuação e diurese
abundante.
As manifestações sintomáticas são predomi-
nantemente do lado direito. Não tolera o calor; as
secreções têm mau odor.
Cabe neste momento falar sobre o teste "Hocke",
que vem do alemão hoc/un, que significa acocorar-se.
Neste teste o paciente faz genuflexão e depois fica
de cócoras, com a cabeça inclinada para a frente e
abaixada. Nesta posiçãoná uma excitação do paras-
simpático (reflexo vagaI) levando à bradicardia, miose,
aumento do peristaltismo intestinal e outros sintomas
contrários àqueles produzidos pela atropina. Portamo,
o pacienteMiJ,ndMgora sente uma piora do seu estado
neste teste. E, guando colocado em posição de incli-
nação para trás, há bloqueio do parassimpático, ou
seja, liberação de substâncias semelhantes à atropina,
ocorrendo sintomas em similitude com aMiJ,ndrcrgora,
com consequente melhora sintomática.
*Sono:
Tem sono agitado, intranquilo, com sonolência
durante o dia mesmo depois de uma boa noite de
sono.
*Desejos e Aversões:
Há intolerância aos alimentos gordurosos, aos
doces, ákoúl e fumo. Desejo por álimentos picantes,
carnes e doces.
*Sintomas Particulares:
- Cabeça: há congestão cefálica (semelhante a
Belladona) , com sinais de pletora, acompanhados de
mãos e pés frios. Cefaleia congestiva relacionada a
ansiedade e antecipação, que melhora com ar fi'io e
pressão forte, piorando com exposição ao sol, fumo
e álcool.
- Vertigem: muitas vezes a vertigem é semeU,ante
à Síndrome de Meniêre; precisando deitar-se para
melhorar; outras vezes piora ao se deiur ou se virar.
Geralmente ocorre após emoção ou ansiedade.
Olhos:
Congestão aguda dos olhos, conjuntivite, irite,
midríase, os objetos parecem ter Listras.
Ouvidos:
Zumbido persistente, hipcrsensi-bilidade aos
ruídos.
Aparelho circulatório:
Ocorre estas e venosa com hemorroidas) varizes
em nlembros inferiores, tendência hemorrágica com
petéguias nas coxas e estomatite hemorrágica.
Aparelho respiratório:
Tosse por irritação laríngea, bronguite aguda,
rouquidão e dispneia.
Pele:
Há herpes labial e herpes-zóster, furúnculos e
erupções, com pele oleosa que suja as roupas pessoais
e de cama.
 Matéria Médica Homeopatica Interpretada
Aparelho digestivo:
H,í herpes bbi~l (.,c me lh~nte a Nntmm mu-
riaticum)) boca seca) estomatite aftos;), estolnatite
hemorrigica , nuu lülito, periodontite (infbmação
aglld~ das r:tÍ:u:s dcnt,írias) muito dolorosa ao ruque,
há ~Illigd~litcs recidivas e dormência da garganra
como se estin'sse anestesiada. Tem dor epigástrica
frequente que melhora ao comer ou beber e também
elO se inclino r para trás (como Belladmtn, Birm>tthum,
Cnuslimlll ,Dioscorria, Kaü ca.'bonuum). T~m sacieda-
de logo ao começar a comer, com náuscos e vômitos
após alimentos gurdurosos. Há alteração na secreção
biliar (cólica hiliar). Ocorre obstipação com fezes ca-
prinas, ou evacuaç:iu de fe zes amulecidas porém com
dif,euldade. ArdênciJ anal e hemorroidas sangrantes.
Aparelho genitourinirio:
Bexiga frouxa com necessidade frequente de
urinar, incontinência norunu, ou clificuldade para uri-
nar. A "lida abundame de urina melhora a depressão
(UR., no repertório Kent/EizayagJ, 94,2). Libido
s",:ual aumentada ou diminuída (uso histórico como
afrodisí.lco) .
Extremidades:
Lombociatalgia que melhora ao se rec linar ou
se movimenr~r, arrralgias com hipoestesia da pele, há
mülgi'ls gem:ralizadas , dores em grandes articulações
e em coluna, que meU10ram com movimen tação con-
tínua, artrites (com sinais flogísticos) .
Sistema nervoso periférico:
Sensação de dormência nos braços e pernas, na
cabeça, nu rosto e nas mucos. s, alreração da sensihi-
lidade profunda .
Sintomas do Repertório
Kent/ Eizayaga
- Ansiedade 5, 1
- Delírio 20 , 1
- Ilusão de csrar posslLÍdo AnaL, Bell., Cn,.,.,
H)'orc., Mllnd. Op., Plat., Sil., Stram. , 46, 3 S>tlph.,
Verat.
- Sensível (hipersensível) 80, 1
- ao mído 80, 2
- aos odores 80, 2
- Concenrração - clifícil 15,3
- Confusão menra.l 16, 3
- Des.llcnr'ldo 22, 3
- Indiferença - apelti" 51, 1
- Irresolução - indecisão 57, 1
- Memório - debilidade de 67, 1
- Prmtraçlo - da mente, embotamento mental
74,3
- Descontente 23, 3
- Euforia alrernando CO m tristeza 30, 2 =
Asanm., C{Jr/;ir01J1I1H , Malldr.
- Excitaçío 30, 3
- Histeria 36, 3
- Rlunor altemante extremo 37, 2
- Inquierude - nervosismo 53, 2
- Insânia - IOtlcura 55, 2
- IrritabiLidade 57, 2
- Laborioso - mania de trabalhar 59, 3
- Mania 64,3
- Regozijo 77, 2
- Tristeza 92, 2
- urinar, melhora frequentemente após 94, 2
(U.R.)
Diagnóstico diferencial
Como já mencionado anteriormente a COI11-
posição dos a1caloides da Mandrt:.rTora consta basi-
camente de hiosciamina , escopolamina " atmpina.
Com estes dados os efeiros se aproxim.lm dos da
Belladona, do Hyorciamur e do Stmmonitl1l1, aos quais
se assemelha botanicamenre pois tudos sao soJaná-
ceas, apresentando a mesma composição bósica de
alcaloides. A relação de hiosciamina, escopoLlmina e
atrop ina é 18:2,5: 1,0 na Mam/7'C/:-"fora e na Belladona
é 10:0,2: 1,0, não consrando a relação proporcional
no Hyorciamur e no Srmrnonillm .
Os sintomas em comum são devidos à inihição
do parassimpático (ação da atmpina , que é parassim-
paticolítica), ou seja: congestão cerebral (mais ativa
em Belladona), cefaleia eongestiva e pulsáril , midríase,
mucosas secas, taqllicardia, hipertermia e alrcrnància
de excitação e depressão.
Exisrem diferenças entre a forma de cada medi-
camento vivenciar seu desequiLíbrio, a começar pelo
deLírio:
Mftndmg01'a - o delírio é semelhante àquele dus
que est~u enfeitiçados peJa planta Há lo'-[uacidade,
com fala sem sentido e incompreensível, agitaç"o
psicomotora:, inquierude e incapacidade de permane-
cer parado, embora sem conseguir andar por semir
dormência de membros inferiores e sensação de '-[U.:
es tá com as pernas par.llisadas (lembrando u esrado
do indi víduo embriagado), se ndo que a \'iulênóa
encontrada nas outras solanáceas não compõe sua
síndromc mínima.
Hyosciam'H - há um delírio maníaco , co m
movimentos carfológicos; faJa com loquaciclade de
asstlntos relacionados às Suas atividades babituai s
(delírio o cupado) e também fala.dc temas religiosos,
 Carlos Brun;ni, Mario Giorgi & ColabS.
mudando rapidamente de um tema a outro e tomando
atirude erótica (o indivíduo tira suas roupas e expõe
seus genitais). Este delírio agitado alterna com de-
l.írio tranquilo onde balbucia ou murmura palavras
desconexas, predominando eSte quadro de debilidade
e fraqueza, que vai aumentando até cair num estado
de esrupor, comportando-se como morro.
StramoniHm - durante O delírio os olhos ficam
muito abertos, há agitação, violência e ausência de dor.
Fala linguas estranhas, grita, chora ou ri , dança com
loquacidade extraordinária, crê estar vendo espíritos
e conversa com eles, comporta-se como se estivesse
possuído. Ocorre delirio erótico (arranca as roupas) e
delirio religioso à noite (canta louvores com desespero
por sua salvação).
Belladonna - o delírio é muito violento, furioso,
bate a cabeça na parede e arranca os cabelos; loquaci-
jluoricum , Calcium, jlu.oratum,) Bromiu111.) Ignatia,
dade, mudando de um assunto para o Outro, sem que
Petroleum, ConiHm.
haja conexão entre eles e sem concluí· los. Fala sobre
temas religiosos, delira sobre cachorros, ladra, deseja
podiHm, Psorinum.
morder, a1ucina que vê gatos, que vê cachorros, que
é um cachorro ou outro animal. Pode atacar com vio-
phorieum acid""",, Celsemium, Sang"inaria, Silieea,
lência, COm desejo de matar e colocar fogo em rudo.
Ainda cabe lembrar Cannabis indica, pelo lado
alucinógeno, entretanto a agitação dos individHOs
phHr. Deixando os membros pendentes: PHlsatilla.
MR.nd,-ag07-a é mais marcante.
E também Opium onde a alienação, a parca
atividade, a hipotonia e a hipossensibilidade fazem a
diferença, apesar da característica do aspecto narco-
tizado que se encontra nos dois pacientes.
Em relação às convulsões:
MR.ndragora - em todas as Matérias Médicas
pesquisadas náo se observou este sintoma, apesar de
citado por Paracelso o seu uso para epilepsia e coreia.
StramoniHm - há convulsão com a consciência
preservada, com pouca e nenhuma dor, tiques, mo-
vimentos coreiformes e carfolÓgicos. Agravaçao à luz
ou por objetos brilhantes, vendo ou ouvindo barulho
de água correme.
HyosciamHs - as convulsões sao mais clônicas que
tônicas, com perda de consciência, ocorrendo após as
refeições, susto ou durante o sono.
Belladona - convulsão tônico-c!ônica, com con-
gestão cerebral evidente.
Todos são hipersensí\·cis, mas modalizando:
~ à luz: Belladona é mais que Strmnonium.
~ a odores: MRndmgora.
~ ao mído: Belladmm.a é mais que Mandnwora
que é mais que HyosciamHS.
~ ao ruído da corrente de água: Stramonium.
A respeito de ciúme e clarividência:
Hyoscimnus é um dos mais ciumentos da Matéria
Médica, com raiva e impulso de matar. Possui clarivi-
dência graças a sua identiflcação com O inconsciente.
Stramoni.t1n também é ciumento, acusando
a sua esposa de infiel ou seu marido de negligente.
Tem clarividência. >
Belladona rem ciúme, dizendo e fazendo o que
nunca diria ou faria. Não tem clarividência.
MRndragora não tem estes sintomas descritos
nas Matérias Médicas pesquisadas.
Existem outros medicamentos que devem ser
comparados através da sintomatologia em comum
com a MRndragora:
Dores estoma cais, melhorando ao comer
e piorando com estômago vazio: Anacardium,
Cmphites, Chelidonium, Iodium, Hedera, Acidum
Dores de cabeça, melhorando ao comer: Lyco·
Dores de cabeça, melhorando ao urinar: Phos-
Verat",m alb"m.
Dores de cabeça, piorando ao licar em pé: Sul-
Dores de cabeça, melhorando ao se reclinar:
Belladona , BiSlnHthum, Caustic ...n , Dioseorea, Kali
earbMuHm.
Melhora com movimentação contínua: Pulsa-
tilla, Rhm, Hedera, Iodium.
Prisão de ventre, com impulso frustrado e fezes
granuladas: Nux vmnica, Alumina, Pl"mlmm.
Cólicas de vesícula biliar: Belladona, Colocynthis,
China, ChelidoniHm, Lycopodium , Berberis, sais de
Magnésio.
Com lateralidade à direita: Lyeopodium, Chelido-
niHm, Sang,<inaria.
Neurodisrurbios do estômago, melhorando com
evacuação e flatos: Agaricus.
Catarro do intestino, com evacuação em jato:
PodophyllHm; com tenesmo: MerC>lrius; com evacua-
ção espomânea: Aloe.
Com o esrudo daMRndragora tem-s~ à mão uma
nova prescrição para aqueles paciemes COm artrose,
gota e ciática, que já foram tratados com inúmeros
medicamentos e sem grande melhora, podendo obter
alivio com O uso organicista deste medicamenw.
Por outro lado abre um novo horiwme para
aqueles pacientes que vêm usando Belladona ou Hyos-
cia,nus ou Stramoniu,n e que não estão «andando"
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
bem, apesar do medicamento ter sido bem escolhido,
Talvez sejam M.andragora!
Pela experiência clínica o que se sabe é que dos
quatro medicamentos Ma1Uirag01'a apresenta sin-
tomas mais atenuados e com evolução mais crônica
dos mesmos,
Homeopatia & pediatria
Tagarelas, inquietas o que acarrera Dificuldade
de atenção e rendimento escolar,
Um caminhar desequilibrado, mesmo em idades
mais avançadas, como se estivessem ébrias, Sua baixa
estima as deixam engraçadinhas para aparecer (aqui
lembram a vulgaridade de Hyosciamus, entretanto
este tem delírio violento o que NUNCA ocorre em
M.andragora, ),
Hipersensíveis em geral, especialmente a odores
e cheiro de frituras,
o Animal de, ..
- Afetuoso abraça e beija a todos
- Humor alternante (euforia e tristeza)
- Hipersensível a ruído e odor
- Sialorreia e soluço
- Desejo sexual aumentado e esterilidade (fê-
meas)
- Convulsão epiJética
- Leucorreia branca ou amarelada com odor
fétido
- Inflamação da articulação (artrite)
Casos clínicos
Os seguintes casos clínicos foram extraidos de
um trabalho realizado por Julius Mezger em 1964 e
publicados no Jornal Geral Homeopático,
Artrite no joelho direito
"Como exemplo típico tomamos uma viúva de
83 anos, de um médico homeopata, há muito sendo
observada com problemas de miocardioesclerose e
arritmia, Em setembro de 1962 surgiu artrire com
forte inchaço no joelho direito e com dimi nuição
de sensibilidade na pele do local acometido, Estava
emagrecendo; comendo pouco e com grande com-
prometimento do estado geral, tendo-se pensado
até num carcinoma. No entanto) ela recusava uma
internação hospitalar, Foi tratada com ventosas, sem
sangramento e recebeu além de DigitaJ.is, inicialmente
Lycopodium e depois Antimonium crudum, que melho-
rou o apetite, mantendo inalterado o quadro articular,
Mesmo quando passei para ventosas sangrantes
não houve melhora, sendo então abandonadas, Após
5
algum tempo o joelho esquerdo também foi acome-
tido em menor grau, referindo melhora com calor
local e movimentação leve, porém, contínua, Foi-lhe
prescrito M.andragrn'a D 12, ocorrendo melhora do
quadro após algum tempo quando a paciente pode-
se declarar estar sem dores e inchaço cinco semanas
depois",
Neurite
"Uma paciente de 71 anos, em constante ob-
servação devido a hipertonia, adoece com intensa
neuralgia à esquerda (dor, parestesia e diminuição
da sensibilidade na coxa), Ficou em tratamento in-
tensivo durante quatro semanas com medicamentos
contra inflamações e dores, sem bons resultados, As
dores etam ardentes, melhorando com movimentos
e ao esticar a perna, Ministrei-lhe M.andragora D 3,
e ela sentiu-se muito pior na primeira noite; mas a
partir de então houve imediata e sólida melhora, Com
M.andragora D 6, cinco gotas, três vezes ao dia, por
três semanas a dor ficou insigniflcante e após mais
duas semanas houve cura total".
MÚSICA ILUSTRATIVA
Balada Para Um Louco
(Viva Os Loucos Q;<e Inventamm o Amor')
Moacyr Franco
Composição: Astor Pi3ZwUa / Horácio Ferres,
Num dia desses ou, numa noite dessas
você sai pela sua rua ou, pela sua cidade ou,
ou, sei lá, pela sua vida, quando de repente,
prn' detrás de uma árvore, apareço eu'"
Mescla rara de penúltimo mendigo
e primeiro astronauta a pôr os pés em vênus,
Meia melancia na cabeça, uma grossa meia sola
em cada pé,
as fWres da camisa desenhadas na própria pele
e uma bandeirinha de táxi livre em cada mão,
Ah' ah! ah! Você ri " você ri porquê só agora você
1ne V'lU.
M.as eu flerto com os manequins,
o semáforo da esquina me abre três luzes celestes,
E as rosas da florista estão apaixonadas por mim,
Juro)
vem, vem, l'amos passear, E assim meio dançando,
quase voando eu
3 6 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

te oforeço uma bantUirinha e te digo: Ah!Ah!Ah!

Já sei que já niW sou, p«.<sei, passou. Do Vietnã nos aplautkm: Vipa! Piva 0.1 1000cos que
A lua nos espera nessa rua é JÓ tentar. inventara1n o a1nor!
E um coro de astrona"tas, de anjos e crianças E um anjo, o soldado e uma criança repetem a
bailando ao meu redor, te chama: ciranda
vern voar. que eu já esq"eci...
Já sei que já niW sou, passei, passou. Vem, cu te oforefIJ a m"ltidiW, rorros brilha/Ido,
Eu venho das calçadas 1ue o tempo niW guardou. sorrisos brincando.
E vendo-te tiW trirre, te perglmto: O 1ue te falta?
Qpc SO'II eu? sei lá} um ... U1n tonto} um santo) 0'11
... tall'ez chegar CU) sol, pois etI te levarei.
U1n canto a meia voz.
Ah! Ah! AJJ! Ah!
LouCIJ, únICO, únICO! Foi o que me disseram Já sei que já nM sou, nem sei 1uem sou.
quando disse que te amei. Abraça essa tcrnum tU louco quc /Já em mim.
Mas llal'eguei as águas p"ras dos teus olhos Derrete com teu beijo a pena de piver.
e com VC1'SOS tiW antigos, eu quebrei teu coração. ' · nunca mats...
A ngustzas) '/lIVioar) enJfm)
,{:; /lI
voaaaarrr ...
Ah! AbI Ah ' Ah ' Ama-me conw eu sou, passei, passou.
Louco, louco, lo"co, louco, louco! Como "m acróbata Sepulta os teus amores lJamos fugir, buscar,
demente saltarei numa corrida louca o instante que passou,
tUntro do abisnw do tetl beij"o até sentir ern. busca do que foi) voar) enft1n voaaaarrr!//
J

que mlouqueçi tetl coraçiW, e de tiW fim'e, chorarei. Ah! Ah! Ah! Ah! ...
Vem voar comigo querida millha, Viva! viva os loucos I !! Viva! Piva os loucos que in-
entra lla minha ilusM n.per-esporte, ventara1n o amorf
vamos correr pelos telhados com "ma andorinha no Viva! vipa! viva.'
motor.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
397

Medorrhinum

Medwrhinum é O nosódio da blenorragia. Foi do ducto de Skene ou das glândulas de Bartholin,

introduzido há mais ou menos 100 anos pelo Dr. salpingites.
Swan (EUA), o grande pioneiro no uso de produtos
para a prevenção e cura de doenças. Cabe aqui enrão Dr. Candegabe dizia que a tríade de Medwrhi-
uma citação: num é a menosvalia, a culpa e o temor; diferente de
"O lixo mais desprezível, preparado à maneira Thuya cuja tríade é: a hipemofia, a culpa e a irasci-
homeopática, pode não ser somente inócuo, mais bilidade.
o mais puro ouro - aplicado homeopaticamente."
(Burnet). Sintomas psóricos básicos de Medorrhinum
Medorrhinum é um complexo de gonococos,
10 A ansiedade de consciência (como se tivesse
toxinas, elementos orgânicos e celulares do pus, cuja
cometido um crime, um pecado imperdoável,
ação após diluição e dinamização é mais complexa do
estava indo para o inferno), com a sensação de
que o gonotoxinttm (somente gonococos).
estar condenado; se desespera por sua salvação
lniciaremos comentando um pouco sobre esta
doença venérea para depois fazermos associações com religiosa (ansiedade por sua salvação religiosa),
os indiv{dMS que sofrem Medwrhinum. está cheio de remorsos .
Na sífilis, a ansiedade de consciência o leva a
Gonorreia tentar suicídio com arma de fogo ou atirando-se de
uma janela.
Gonorreia é uma infecção da membrana mucosa
da uretra e do trato genital, causada pela Neisseria
gonorrhoease (e este é um coco gram-negativo descrito
por Neisser em 1879).
A gonorreia é geralmente adquirida pelo contato
sexual, exceto a conjuntivite gonocócica (Lactentes -
canal do parto) e a vulvovaginite de lactentes ou pré-
adolescentes (contaminação pelo contato de toalhas
ou rou pa de cama com gonococos).
Gonorrcia no h!mlem:
O período de incubação da uretrite é geralmente
de dois a oito dias .
O paciente apresentará disúria, urgência e fre-
quência urinária associada a secreção uretral mucoide
que transformar-se-á em purulenta e profusa.
Gonorreia na mulher:
O período de incubação varia de dois a oito dias,
e ela apresentará disúria, uretrite, comprometimento Nostalgia.
39 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
r Falta de confiança em si mesmo (com sensa-
ção de impotência).
Na sicose, este sintoma se transforma em ego-
latria, egoísmo: ele se torna wn grande minucioso
por trivialidades, em detalhes e apresenta também
alucinações (pessoas gue o olham, gue estão atrás
dele ou nos cantos, gl1e lhe assobiam e gue dizem:
"Vem ... ". V 0 rostos e acha gue as pessoas são ratos
grandes ou insetos).
A falta de confiança em si o faz viver com ante-
cipação os acontecimentos e com grande inguierude.
Tem medo de empreender (trabalhar), começa e não
os termina. Tem sensação de impotência, de despro-
teção, de estar miserável (desval.ido), impossibilitado.
Os três sintomas sicóticos com gueMedurrhinmn
tenta calar a sua falta de confIança são: a egolatria, o
egoísmo e a obsessividade.
Quando siftlítico, vive esta falta de confiança com:
cansa~o pela vida , indisposição para o trabalho ,
disposiçáo e medo de se suicidar.
"Tem a sensação de que não pode fazer nada para
modificar as condições desfavoráveis de Sl1a vida."
3° Temor de que algo aconteça (temores gue
vêm subitamente e por ondas e ele os sente
no plexo solar; tem a chamada "apreensão no
estômago.") .
Medo indefinido gue aconteça algo, wna desgra-
ça. Tem tendência e pressentimentos gue em geral se
cumprem, é clarividente.
Medo da loucura (tem a sensação gue o rrabalho
mental vai levá-lo a loucura ).
Desespera-se por sua cura pois tem a sensação
de gue não vai curar nW1Ca *, apesar de gue melhora.
Medo da pobreza, do escuro, da morte estando
só. Sicoticamcntc compensa com falta de confiança
obsessividadc, egoísmo e egolatria.
4° Abandono: se sente com ciúmes; tem a sensa-
ção de gue wna mão, o acaricia suavemente a
cabeça de frente para trás. Vive este abandono
com tristeza, é geralmente wna pessoa triste.
Seu humor pode estar triste ou colérico. Sua
rristeza piora por música, em companhia e de-
pois de dormir. É um paciente gue não pode
avançar; os bebês não podem se desenvolver,
são siflüeicos, fracos, frágei s e raquíticos. O
adulto é confuso, atordoado, rriste, melancólico
(pensa em coisas tristes do passado), sem con-
fiança em si mesmo, não pode avançar na vida ,
evoluir. Em geral, Med01'rhimlm é wn paciente
deprimido , triste, abandonado, Impotente e
muito obnubilado.
5° Nostalgia : Esta sensação, ele a vive simples-
mente como nostalgia.
Humor: Alternante e em extremos, está alegre à
noite, colérico de dia , alegre ao entardecer e quando
o sol se põe.
Alterna alegria com tristeza.
Hwnor chorão: chora quando fala de seus sinto-
mas. Não pode falar sem chorar. Choro sem causa. Se
irrita por peguenas coisas e esta irritabilidade se agrava
guando está em jejwn. Tem tendência a insultar*.
Está mal de dia e bem à noite, e está tão sensível
gue pode permanecer por horas des,alentado, triste,
por palavras ligeiramente ásperas. E extremamente
sensível aos maus tratos gue o torna triste, abatido
e melancól.ico.
Quando Medorrhim<m, se torna mais siftlítico
tem wna sensação muito estranha de vazio no coração
(U .R,) - simbolizando a dificuldade de seus afetos.
O consolo não Ule faz bem, nem o melhora.
Medorrhimtm está triste, indefeso e confuso, pois
está muito sensível a udo que aCOntece a sua volta
(impressões externas).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
- Reprimendas.
- Desafios.
- Maus tratOs (grosserias).
E um paciente embotado, com transtornos de
memória, adia tudo p~ra o dia seguime; parecc pre-
guiçoso, mas não é. Seu embotamento não permire
que se concentre e conclua Suas tarefas, cumeç. muitas
coisas e nada termina, não perse\·eFa. Na fase sifJítica
tem a sensação de irrealid:l.dc, como Se vivesse um
sonho; que coisas fumiJiart·s lhe parecem estranhas e
irreais, confunde sua própria identidade, esquece seu
nome. E indolente sobre tudo de manhã ao despertar.
Tem transtornos graves de memória, com difi-
culdade de se expressar.
T em a sensação de que O tempo passa muito
lentamente.
O paciente tem consciência de sua obnubilação
e isso reforça sua fulta de confiança que ele compensa
sicoticamente com pressa e inquietude ansiosa (im-
paciência) .
Ka fase sifilítica, está cansado de viver, indife-
rente a tudo e se suicida .
Compreendendo o gênio do medicamento
Dentro de nossa linha didática, na tentativa de
deixar o estudo da Matéria Médica mais ameno, bus-
camos sempre a identidade entre o comporr.lmemo
daquilo que para nós': medicamento homeopático
(plan tas, secreç(,es, animais, minerais) e maneira de
como o paciente se apresenta (seus atos equivocados).
Buscar a identidade ou similitude cremos ser um
instrumento que nos leva a mergulhar no "gênio"
medicamentoso de "da biotipo.
Aqui emlvleM1"Yhinum nossa proposta é aproxi-
mar a experiência clinica convencional de já ter trotado
inúmeros pacientes com gonorreia, com a d escrição
das clissicas Matérias Médicas, somada à experiência
atual de médico homeopata fàzendo pomes, ligando o
com portamento aflitivo de um(a) jovem adolescente
por exemplo que acaba de contaminar-se, com os
sintomas mentais daqueles que apesar de não estarem
efetivamente contaminados se apresenram com tal
comportamento.
Assim, pegando a ansiedade de consc iência, ve-
mos que este sintoma é encontrado tanto nos indiví-
duos que sofrem miasmaticameme um Medm7hintlm
como nos contaminados pelo gonococo .
Tal ansiedade levará muitas vezes a um estado
depressivo pela cciJpa gerada por um co ito impuro
(sexo contaminado - culpado) , portanto moralmente
purun\·o.
Desta forma entenderemos que a mesma "cciJpa"
experimentada por aq uele que enCOntra "pus" no
seu genital, é vivenciada nos indiPid1los Medm7hin"",
quando lemos a rubrica - ansiedade de consciência -
como se fosse cciJpado de um crime.
Assim veremos nestes "culpados" tanto em Me-
dm7hi'lII11i quando no paciente contaminado sintomas
de inquietude, irritabj1.idade, falta de confiança em si
próprio (insegu rança) e irascibilidade.
Humor alternante, o u seja, mesmo que esteja
bem instantes depois volta-se desagradável, cami-
nhando muitas vezes para a tristeza e depressão, com
momentos de grosseria (indicando a revolta interna
por tcr se sentido traído uma vez que se contam.inou
num aro que deveria ter como fInalidade SÓ o p(azer).
Aqueles que tiveram a opommidade d e frequen-
tar ambulatÓrios de urologia, pelo menos na vida
acadêmica lembram da fragilidade mental, do medo
que algo que pior viesse a ocorrer indicando uma
desproteção, medo que não \'enham a ser curados, que
chega a ser irônico em indivíduos normalmentc fortes,
brutamontes e com discW'sos anteriores machistas.
Resumindo: quando estivermos diante de um
paciente que tr'lZ na sua angústia miasmática uma
sintomatologia que nos lembram os sintomas de um
indivíduo com Gonorreia, sem que na verdade estej a
contaminado, devemos pensar em Medorrhinum,
medicamento de grande aplicação na prática diária.
Sintomas gerais
o Blenorragia mal tratada e suprimida.
Antecedentes pessoais ou hereditários de ble-
norragla.
Oestá pior fisicamente de dia.
o apresenta a melhora dc seus sintomas na praia.
Olateratidade esquerda.
o a criança donne em posição de prece maome-
tana, posição esta que alivia alguns de seus sintomas
como: dispneia, dores de estômago, tosse etc.
o tem suores frios e pele fria, e apesar d.isso
descobre-se, quer ser abanado constantemente, deseja
ar fresco. Tem falta de calor vital e grande depressão
geral da vitalidade.
o dores reumáticas. Neuralgias agudas que
aparecem e dcsaparecem bruscamente; piora de dia
sobretudo de manhã, melhor,l pelo tempo úmido e
na praia.
o esgOtamento profundo, piora de manhã ao
despertar. Debilidade porcarninhar, caminha curvado.
o tremores, espasmos e convciJs<Jes.
40 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
- grande calor e dor, com adenopatias em todo
o corpo. Calor ou dor ardcnte nos vasos sanguíneos:
calores alternados com calafrios.
-desejo insaciável de bebidas alcoólicas (licores):
de doces, salgadus c sal , cerveja, alimentos ácidos,
gelo, fruta verde e laranja.
Sintomas particulares
Pior de dia fisicamente e pior de noite mental-
mente: o contrário do hwnor, que está melhor à noite
do que de clia.
Nas dores rewnáticas, se há edema, piora pelo
movimento, e se não há edema, melhora. Está pior
pelo frio seco, calor, sol e montanha, durame tormen-
tas, deitado de costas, pelo vento, por doces, pensando
em seu mal, pelo calor da cama e as vezes também na
praia, onde na maioria das vezes está melhor.
Melhora em rempo úmido e em clias chuvosos.
As excreções sao profusas, irritantes, com odor
de salmoura ou de peixe podre.
Sensaçao de calor ardente na coluna e na planta
dos pés onde apre.'c'nta também grande sensibilidade.
A dor renal melhora urinando.
A mulher apresenta desejo sexual awnentado e
ondas de calor após a menstrUação, aversão ao coito e
ausência de orgasmo. Os seios estao frios como gelo,
enquanto o resto do corpo está queme; estão também
doloridos e sensíveis ao toque.
Melhora por wn breve sono, que para ele parece
ter sido longo.
Tem dores que apertam e cedem bruscamente
etc.
Organizando os sintomas pelos miasmas:
I:') PSORA: Culpa (como se tivesse praticado
um pecado, wn crime imperdoável).
I:') SICOSE:
Transtornos de memória, e embotamento, trans-
tornos de percepção do tempo, ilusões, antecipado,
metiruloso, medo de empreender, adia tudo para o
dia seguinte cg(llatra, cguísta.
I:') SÍFILIS: Cansaço da vida, tri s teza ,
melancolia,misamropia, medos, tendência e medo de
cometer suiddio.
Homeopatia& pediatria
Na atualidade muito se fala em Transtornos do
déficit de Atenção e Hiperatividade, especialmente
em crianças escolares, encontramos em Medorrhi"um
indicações para muitas destas situações auxilando
no aprendizado e na clisciplina na escola. Crianças
desmemoriadas, com esquecimento, com falta de
concentração e inquietude, de tal modo apressadas
que flcam sem ar (respiraçãu ufcgante), contrastando
com a Bmyta carbonica que, junto com a falta de con-
centração e esquecimento, são extremamente lerdas,
lemas em suas atividad;s mentais e físicas.
Suas tarefas escolares sempre feitas na última
hora se apresentam borradas, sujas, sem préstimo,
pois são feitas às pressas, wn dos motivos de baixo
rendimento escolar.
É difícil para a criança de Medorrhint,m manter-
se quieta e atenta em qualquer situação, inclusive
em videogames, pois estes exigem um estado de
concen tração.
A agitação rouba a oporrunidade de Medo,...hi-
"ium fixar o que aprende.
Desta forma, ocorrerá reativamente: inquie-
tude, impaciência, agitação ao fazer as coisas, tudo
sai com muita pressa, precipitação, não conclui por
inteiro suas tarefas - claro que, assim compreendendo,
encontraremos o porquê de seus medos , tais como:
temor da morre, do escuro, de enlouquecer, de algum
fracasso ou desgraça iminente, ou a sensação de que
alguém atrás de si lhe cutuca as COStas.
Apresentam desde cedo um desejo por bebidas
alcoólicas doces, tais como licorzinho, batidinhas,
caipirinhas, assim deve-se tomar cuidado e não deixar
bebidas ao alcance das mãos. Sensação de areia nos
olhos, levando a grande lacrimejamento.
O bebêMedorrhi"uln é pequeno, fraco, raquí-
tico, anêoúco e frágil. .
Baixo desenvolvimento físico e mental, que
progride com lentidão.
Cabeça grande, roSto suado, calorento: transpira
na cabeça durante o sono.
Catarros nasais frequentes , branco amarelados,
crônicos.
Adenopatias.
Fezes quentes , eritema perineal escoriante, as-
saduras.
Inquieto, ansioso, tímido.
Medo do escuro (terror noturno).
Dorme em posi<;ão de prece maometana.
Mau hwnor de dia, e de noite está alegre e quer
brincar.
Homeopatia & veterinária
R&gina Torro· A tríade do sintoma que compõe
este medicamento é: Menos valia, Culpa e Temor,
 Matéria Médica Homeoptltíca Interpretada
que serão demonstrados através de sobressaltOs, in-
segurança, meticulosidade, antecipação e obstinação.
Clarividência, muito medo de escuro. Sensíveis
a reprimendas.
Muito sensível a maus tratos que Odeixam triste
e abatido.
É um dos animais mais inquietos da matéria
médica, nunca para quietO. Melhora todos os sintOmas
na praia, no litOral. Desejos de doces, salgados e sal,
alimentos ácidos, gelo, fruta verde e laranja.
Caso clínico
V.D.N., 20 anos, estudante de medicina.
"Douror, dois problemas me afligem, portantO
vim pedir sua orientação. Primeiro, eu tenho, uma
dor ao urinar há tempo, mais há mais ou menos três
meses, venho apresentando uma secreção, semelhante
a muco, pela uretra. O que eu acho estranho, é que eu
nunca tive doença venérea. E isto realmente incomoda
bastante. O segundo são os meus medos. Sempre fui
extremamente medroso. Do escuro eu tenho pavor,
quando pequeno, costumava me esconder embaixo
de tudo (de mesas, cadeiras, e uma vez fiquei preso
embaixo do berço do meu irmão).
Nunca gostei de ficar só, porque imagino que
nos cantinhos de casa existem pessoas que me obser-
vam, e quando não é isso, eu tenho a sensação que
tem alguém atrás de mim passando a mão em minha
cabeça da frente para trás, ou então me chama dizendo
"venha", Isto é a morte!
Minha mãe me contou que praticamente até dois
anos de idade, eu acordava todas as noites , assustado
demais, chorando muito, ou então acordava e queria
brincar (ela sempre colocava um mOnte de brinquedos
dentro do berço).
Outra coisa diferente é que eu gostava de dormir
ajoelhado com o rosto afundado no travesseiro. Todo
mundo achava engraçado e diferente, mas para mim
era uma posição confortável e de alívio para a maioria
de meus sintomas (sinusites ou otites de repetição
que eu tinha).
Sou extremamente inquieto (desde pequeno),
e esta inquietude me atrapalha em relação ao meu
tempo. Por exemplo: se faço algo pela manhã, no final
do dia eu já não sei mais se O fato OCOrreu naquele
dia ou uma semana antes. E esta inquietude também
atrapalha a minha memória, isto é, quando começo
a contar algo, por vezes me perco e não sei como
continuar.
Quando aprendi a ler e a escrever, eu tinha crises
de raiva, porque no começo até que me concentra va,
mas no final embananava tudo.
40
Uma vez estava vindo da aula de Inglês com
o meu pai e conversávamos sobre a festa do dia das
bruxas, e de repente, meu pai perguntOu: "Com que
fantasia você vai à festa ?" e eu respondi: "Que festa?"
Antigamente esquecer nomes, tatos, era passável,
agora é inviável.
No geral, quando pequeno tive muitas crises de
bronquite, otite de repetição, conjuntivites purulentas
na maioria das vezes. E tudo sempre piorava quando
eu ia para a fazenda que ficava no alto da Serra da
Mantiqueira, mas em compensação quando ia para
a casa dos meus avós, no Litoral do Rio de Janeiro,
melhorava de tudo. Até hoje a beira do mar é O meu
melhor remédio. Ah! Era frequente eu ter perfuração
de rim pano com saída de secreção purulenta, mas
sempre do lado esquerdo.
Sempre me alimentei bem, mas até hoje tenho
um costume estranho: o lanche da tarde é quase que
imediatamente após o almoço . E sempre tive muita
sede, de preferência água gelada . Acho que porque
sou muito calorento, tanto que para dormir eu tiro
as meias e coloco meus pés para fora das cobertas
(mesmo no inverno). Sempre fui assim.
Acho que é só. Ainda bem que trouxe tudo es-
crito, não confio muito na minha memória."
Exame físico: Paciente em BEG, apresentan-
do mucosas hidratadas e coradas. BRNF. pulmões
limpos. '
Consciente, orientado, e sem sinais de localização
do ponto de vista neurológico. Apresentando apenas
lesão tipo cicatricial e~ tÚTIpano esquerdo (devido a
oti te recente).
Obs: "Paciente ápresentando cerro grau de
embotamento e dificuldade em expor seus sinromas,
acredito que sem suas observações trazidas por escriro,
seria difícil caminhar com a história".
Diagnóstico clinico: uretrite a esclarecer.
Diagnóstico miasmático: sicose.
Diagnóstico medicamentoso: Medcrrhinum.
Progn~stico clinico: lesionalleve.
Condura: soliciramos urina I e cultura de secre-
ção uretral
Duas semanas após o paciente retOrnou com
os resultados dos exames, que se revelaram normais.
Conduta: Medorrinum CH 30 - dose única.
Paciente entrou em contatO, por telefone, 3-4
semanas após dizendo que estava super bem, mas a
secreção uretral estava mais abundante e tinha retOr-
nado a atite, mas isto não incomodava tanto.
Conduta: Foi orientado para aguardar. No pri-
meiro retOrno, por volta dos 60 dias, estava bem, mas
 Cados Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
ainda persistia uma certa inquietude e algum medo.
Conduta: M,d(m-ilmum CH 200.
Rcrornou 2 meses depois após sem queixas, quer
nO mental quer no físico.
Diagnóstico diferencial
Baryta carbonica
Irresoluta com falta de confiança em si mesmo.
Isto fará com que Rar-c se esconda das pessoas:
10 por timidez
20 porque es(ondendo-se, ela estará I.ivre das
críticas e do debocne que as pessoas pode60 fazer
diante de scu bradipsiquismo.
Bar-c nun1 movimento sicótico, se esconderá
atrás de sua im beciJidade.
Já na sífilis, aprcsemará: confusão física e mental,
infantilismo, estupidez, torpor, sensação que o cérebro
está solto na cabeça.
Bar-c por ter uma intensa falta de confiança
em si, desconfia dos outros. Resultando então num
indivíduo indeciso e covarde.
Bar-c apresenta-se com falta de calor vital.
No repertório figura em: suspicaz 84-1 (tem
gente falando dela U.R.); falta de confiança 16-1;
irresoluto 57-1 (em atos, bagatelas, projetos). Med
não figura nestes sintomas.
Sem agitação mas o tempo parece longo.
1- Cannabis indica
Loquacidade incoerenre associada a uma felici-
dade que não é perrurbada por nada.
Devido a sua mpersensibilidade geral e sensorial
ele se sente perrurbado.
É esquecido, ao começar uma frase é capaz de
esquecer o que ia dizer ou escrever.
Todas as suas sensações, percepções, emoções
estão exaltadas e exageradas, inclusive ocorre um
aumento exagerado das noções do tempo e distân-
cia (os minutos parecem noras, os metros parecem
quilômetros).
2- Glonoinum
Não pode recordar em que lado da rua vive, não
pode encontrar sua casa, se perde em rua conhecida
porque não as reconhece, o caminho até sua casa
parece muito grande.
Agitados com a ilusão que o tempo passa len-
tamente.
1- Mercurius sol
Inquieto, e tem a sensação que o tempo passa
lentamente. Mas apesar disso ele apresenta um per-
manente temor a seus impulsos agressivos.
Merc. se move como se quisesse fugir de si
mesmo, querendo viajar, ir para longe, fugir de casa.
Figura como U.R. em: desejo de matar a quem
o contradiz.
2- Argentum nitricum
Apesar de antecipação em comum com M,d.
Com Argenttlm nitricum apresenta-se inseguro, in-
defeso a tal pontO de que guando fala, esguece as
palavras e olha as pessoas como que pedindo ajuda.
Quanto ao tempo apresenta uma rapidez com-
pulsiva com medo de fracassar Nux-vomica.
O stress de vida se resume no ser apmada, ante-
cipada, daí sua natural impaciência.
Para Nux-v o tempo pa." a lentamente devido à
sua febril atividade. E esta vida acelerada juntamente
com abusos alimentares apreciados por este medica-
mento, resultarão em déficit de memória.
'Irio da agitação de Nash
1-Aconitum
Extrema inguietude, grande agitação com angústia
terrível, medo da morte.
Muito usado para quadros agudos.
Lateralidade esguerda.
Agrava: vento frio seco, nabitação quente, à noite,
fumo, vinno.
Melhora: livre, repouso, transpiração.
2- Rhus-toxicodmdron
Inquieto, com ansiedade de consciência como se
fosse culpado de um crime.
Desconfiado e impaciente.
Lateralidade direita.
MeUl0ra por movimentos, calor, aplicações guen-
tes, tempo seco e calor.
Agrava pelo repouso, umidade, tempo frio e úmi-
do, noite, deitado sobre o lado doloroso (Bry).
3- Arsenicum
Ansioso, angustiado, e com uma grande inquietude
à noite (sai da cama com medo da morte).
E meticuloso, tem mania de limpeza e ordem,
chegando a ser fastidioso.
 Mafêria Medica Homeopática Interpretada
o

Mercurius solubilis

SINo~iMIA Esquema do ciclo de intoxicação do Mercúrio.

Dimercurosammlillll/ nitrate
Hidrargyri oxidum nigrum hahnemam,;
H~d,.argy1'Um ammônio-nitricum
Hydrargyrum oxydulatum nigrum
Hl'drariJ)'rmn oxydulatum nitricum ammon
HydrariJyrum oxydulatum nieneum
hllhncmanni
Hydrmgyrum o.\)'dI/IM,"m nitrieum
hahnemanniani
MercuriuJ
Menurius halmemmmi
Mercu1iIJ.\ hahnemanniani
Mereurius solubilis
Mereurius solubilú hllhnemanni
MereuriuJ solubilis hahnemmmiani
Toxicologia
O trabalhador que lida com o mercúrio metálico
é o mais exposto aos vapores invisíveis desprendidos
pelo produto. Eles são aspirados sem que a pessoa
perceba e entra no org'lnismo através do sangue,
instalando-se nos órgãos. Mas a contaminação por
mercúrio pode também acontecer por ingestão, e,
até mesmo via curânea - através da pele (arf'QJcg.eo1l1).
As intoxicações por mercúrio variam seus sinais
e sintomas de acordo com o nível de intoxicação,
aguda , subaguda e crõnica.

)
Mercurius vivus
MERCÚRIO (
Mereurius Solubilis

Origem
I
M"'curius é um metal prateado, muito brilhante,
líquido na tcmperarura ambiente e extremamente
móvel, daí scu nome popular de prata viva . Na naru-
reza raramente é encontrado em estado narural mas
sim em estado de sulfeto vermelho de mercúrio ou
cinabre (Alemanha, Espanha, Califórnia). Para obter
o mercúrio assa-se o cinabre em um forno especial;
forma-se então o ~c id o sulfúrico e o mercúrio, que
está condensado em \'cír ias camcldas entre o forno e
a chaminé, enquanto o ácido sulfUrico se evapora.
As primeiras três dinamizações do remédio homeo- Intoxicação aguda
pático se preparam por trirurações hahnemannianas.
(Lathoud, 2004). 1. Aspecto cinza escuro na boca e faringe
Uso industrial: term ô metros, barôm etros, 2. Dor abdominal imensa
lâmpad as, medicamentos, espelhos, deronado res, 3 . Vômitos biJioso, ou muco"" (podem ser até
corantes) etc. sanguinolentos)
Produção munJial : 3.400 toneladas/ano. (are- 4. Sangramento nas gengivas
areg.eom). 5. Sabor metálico na boca, hálito fétido (halitose)
404 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
6. Ardência no apareUlo digestivo
7. Diarreia branca ou sanguinolenta
8. inflamação na boca (estomatite), bochechas
inchadas
9. Queda dos dentes c ou dentes frouxos
10. Glossite (inflamaçãu na língua)
11. Tumefação da mucosa da gengiva
12. Nefrose nos rins , urina CSGlSSa
13. Probkmas hepátic()s graves
14. Transpiraçãu e salivação prolüsas
15. Morre rápida (24 a 30 horas). (Lathoud
2004).
Intoxicação subaguda
1. Picadas na laringe
2 . Tosse convulsiva
3. Expectoração muco sanguinolenta e sufocação
unporrante
4 . Geng ivas e fari.n ge tumefeitas recobertas por
falsa membrana co m inchaço dos gânglios
submaxilares
5. 5° e 6" luas há remissão, mas permanece palidez,
estupor e prostração geral
6. Urina albuminosa ou hemorrágica
7 . Hematêmese e petéquias
8. Soluço e aumento de sensibilidade
9. Morte em 8 a 15 dias (Latho ud 2004).
Intoxicação crônica
1. Halitose
2. Náuseas e vômitOs
3. Mucosa bucal edemaciada, gengivas dolo rosas
e esponjosas, ulceram (estomatite)
4. Salivação
5. Língua edemaciada (marca dos dentes)
6. Fígado e pâncreas se inflamam (abscessos)
7 . Anemia, corpo edemaci ada, pele fica amarron-
zada e ulcera facilmente
8. Febre héctica COm calafrios
9 . Periósteo se inflama cansando dores chamadas
" mercuriais" ( piora pelu calor da cama, por
mudança de tempo e O impede de dormir .
10. Ansiedade, agitação, nervosismo, sufoca, an-
gústia precordial
11. Transpiração abundante que nao melhora sua
agitação febril
12. Tremores nas mãos (tremores mercuriais) qne
podem afetar todo o corpo e levam à paralisia
(inicialmente nas pernas)
13. Mente ~ afetada, podendo chegar à imbecili-
dade completa e morte . (Lachoud 2004).
O Mercúrio age eletivamente no sistema linfá-
tico, portanto, afeta rodos os órgãos, mais ou menos
profundamente , dependendo do desenvolvimento
linfático que o mesmo apresentar. (Lachoud 2004).
Dinâmica miasmática
Todo sofrimemo-mãe ou psórico de Merwrills,
esrá na sua conflitiva miasmática de não haver uma
harmonia entre seu co rpo e sua mente, como se
fosse culpado de um crime e agora, tem uma mente
embotada em um corpo co m excesso de energia, pois
vemos claramente urna cabeça débil e lun fisico que
não quer ficar um só minuto parado.
Al)si m, os i1ldil'ídHOS Me1"Ctirius têm como carac-
terÍsüos lun déficit intelectual com aparente difIcul-
dade de concentração, sendo extremamente apurados
(apressados) do pontO de vista físico; são pon.lllto,
do tipo que têm extrema agitação psicomotora com
letargia mental .
Encontramos um exemplo disto, nas crianças
hipera tivas, que chegam a ser consideradas limitadas
intelectualmente, apesar de terem urna inteligência
normal o u acim a do norm al, sendo incapazes de
executar um a tarefa intelectual mercê da diticuldade
de manterem sua atenção conccntrada, pela incapaci-
dade de serem atentos em função de sua mobilidade
Hsica-psíquica.
O elxo psórico de j'\1.crCilril/S está em seu corpo
não canünhar jW1tO com sua mente, havendo) através
desta desintegração a explicação de todo o sofrimento
deste remédio e o altO tributo que acarreta arravés de
seus sinromas.
Desta forma, e graças a este processo de desin-
tegração psíquica, quando a mente não acompanha
o corpo móvel e plásrico, o movimento psíquico em
relação a si mesmo, é dc .1llto agressividade externa-
lizada através de seus sistemas p,ú ricos. Odor forte
das secreções , transpiração, mau hálito (halitose),
gengivas infl.lmadas , aftas, sede intensa , piorreia,
amídalas inflamadas, com freq uêLlcia úlceras de pele,
supuração, furuncu.losc, parotidites, língua marcada
pelos dentes, saliva fétida , rânul as, range os dentes
dormindo, diarre ias com cata rro e sangue tenesmo e
fétid as úlceras, grande dor na uretra quando começa
a urinar. Menstruação copios a com coágulos fétidos,
corrimentos vaginais e o utros tantos sintomas expu r-
gativos, vivenciados por nós na prática di ária e des-
critos nos tratados de matéria médica, demonsrrando
nestes sin tomas uma necessidade do medicamento
colocar, no sentido centrífugo, suas angústias psóricas.
A defesa sicótica de Mcrcu"ius é mai s pobre,
graças a ser um medicamento que vai dos oiro aos
oitenta rapidanlente, existindo uma fase de acomo-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
dação, onde encontraremos menos sintomas. Porém,
fatos como sonhar, por exemplo , fazendo wna revo-
lução o u sonhos históricos (Hahnemmm), ter humor
desconfiado e receoso, considerar as pessoas em redor
de si mesmo como seus inimigos, ter memó ria dé-
bil, esquecer de fatos para defender-se, ser irritável,
atrevido e egocêntrico, faz- nos entender a maneira
sicótica deste remédio: não querer as pessoas pene-
trando em seu mundo, para que não descu bram seu
castigo compulsório.
O mercúrio é wn metal branco, prateado, de
consistência liquida à temperatura anlbienre, extrema-
mente maleável, sendo muito conhecido seu emprego
como instmmento clínico (termômetro) para medir
temperatura corporal o u esfigmomanômetro, para
medir pressão sanguínea.
Assim como a coluna de mercúrio, que tem a
propriedade de subir rapidamente e explodir eXtra-
vasando O líquido e destmindo o aparelho, os indi-
víduos de Mercurius são pessoas com temperamento
eXtremamente destrutivo, chegando a ter necessidade
de esconder de si mesmas armas , ou armas brancas,
pois temem que nwn momento de desvairo possam
matar algvém querido, algvm familiar ou a si mes-
mos, demonstrando nesse momento, um n1ovimento
miasmático altamente sifilítico.
Cabe aqui lembrar que o Mercurius já foi muito
usado na sífilis (doença) com a fin alidade de destruir
o treponema, e, devido aos efeitos colaterais, exis te
relato de wna vasta toxicologia deste medicamento,
o que nos é de grande valia para a compreensão do
seu gênio medicamentoso.
Ainda da matéria médica, encontramos os sin-
tomas sifilíticos como:
• não tem coragem para viver,
• desgosto da vida,
o contrariado,
• mal-humorado, acreditando que tod os os seus
esforços vão fracassar,
• rudo o desagrada,
• deseja m orrer, sendo inditereme a todas as
coisas materiais ou imateriais)
• deseja suicidar-se, cortada com navalha.
O que agrava-se muito no período mens trual,
são os sintomas mentais, estabelecendo grande in-
diferença aos que ama e o desejo de matar os que o
contradizem.
A criança Mercurius
As características destas crianças do ponto de
vista mental, estão no aspecto sifilítico destmtivo, com
tendência a hiperatividade somada à agressividade,
40
demonstrando ódio intenso aos que a têm ofendido.
Descontentamento geral, mortificação e, desde a
infância com pensamentos suicidas. Pensa e exe-
cuta a fuga de casa, e pensa em matar os o urros.
F az fantasias a respeito disto .
S'o do tipo censuradoras, que costumam
colocar defeito em tudo , e g raças ao antagonismo
miasmático em que vivem, ao mesmo tempo em
que desejam um '"brinquedo o u presente, assim
que o conqui stam jogam-nos num canto ou os
destroem imediatamente, não demonstrando o
menor zelo por suas coisas. Seu excesso de vi ta-
lidade leva à inquietude que acarreta dificuldade
de fixar atenção em um tema escolar, dificultando
o aprendizado. São crianças esquecidas, com di fi -
culdade para reter ; entretanto não são lim ítrofes.
Uma boa compreensão do caso, com o diagn óstico
correto do medicamento, equilibrará o binômio
"corpo/mente", levando-as ao estado adequado
para o entendimento d as tarefas escolares.
São crianças eXtremamente med rosas, agra-
vando o medo, princip almente durante a noite.
Já a partir do entardecer começam os medos de
Merwrius, send o que, nesse momento, a ansiedade
se faz intensa devido ao sofrimento por antecipação
que se faz presente.
As cria nças Me rCll1';'1S são apuradas; vivem
apressadas sem wn motivo real. É lima lura colocá-Ias
na cama no horário'de recolller-se, pois não param,
fogem , escondem-se enquanto o sono não ve m, se
batem de um lado a outro na cama, vão ao banheiro
e à cozinha a cada pouco, sendo motivo de censura
dos pais. E, se lhes é imposto ficarem quietos na cama,
então manipulam seus órgãos genitais, chegando à
masrurbação precoce.
Sua noite é longa, cheia de medo, sobressaltos,
bmxismo e choro. N ão para. Sua cama, no Outro dia,
está muito desarrumada. Seu humor chorão, alter-
nando com o riso, combina com o caráter histérico
deste medicanlento.
Dificuldade de relação com os demais colegas;
isolam-se (misanrropia). Difícil relacionamento social/
escolar.
Outro traço sifilítico forte deste medicamento
é o fa to de terem falta de vibração em siruações em
que outras crianças muito apreciariam.
Mercurius solubilis de Hahnemann
(ou Mercurius vivus)
- Inquietude. Ele não pode permanecer quieto
em algvm lugar, não pode ficar nem parado, nem
 Carlos Bronini, Mario Giorgi & Colabs.
sentado, e está como louco ou como se houvesse
cometido lUTI grande crime.
- Disposição inquieta, desanimado, ansiedade
sem pensamentos.
- Grande ansiedade e sangramentos à noite por
awnento de putsa~ão de vasos sanguíneos.
- Sem descanso, sempre ansioso.
- Não tem descanso, deve ir de lá para cá e não
fica wn só momento em wn só lugar.
- Extrema inquierude toda a noite, começando
por volta das 20 horas e continuando até o amanhecer.
- Um desejo quase irresistível de viajar para
longe.
- Não se preocupa por nada e está indiferente
a mdo.
- Falava coisas sem sentido.
- Ao anoitecer estava tonto, atuava COlUO um
bobo, fa7..cndo coisas estúpidas e sem sentido.
- Embotamento na cabeça pela manhã ao des-
pertar.
- O poder de pensamento está muito débil, con-
centrando-se com dificuldade e responde às perguntas
de um modo errado (isto é reconhecido por ele).
Allen
- Ataques de terrível ansiedade.
- Grande excitabilidade; assusta-se facilmente.
- Disposição muito irritável.
- Ansioso.
- Responde lentamente às perguntas.
- Os pensamentos são vagos e têm impulsos
extravagantes.
- Intelecto afetado quando tentava explicar al-
gwn fato; voltava-se confuso.
- Debilidade de inteleCto e de memória.
- Perda de memória.
- Perda completa da memória.
- Esmpor.
- Esquecido, com intelecto afetado.
Hering
- Memória débil. Esquece mdo .
- Lento para responder as perguntas.
- Desalento.
- Intelecto muito débil mostrando todas as mar-
cas da imbecilidade.
- Um desejo incontrol ável de viajar para longe.
- Nostalgias ou desejos de viajar, desejos de ir-se
para o exterior; ansiedade nomrna e transpiração.
- Desejo de matar as pessoas que o contradizem.
- Grande desejo de assassinar ou suicidar-se,
particularmente durante o período menstrual , de-
salentada, choro involuntário; grande indiferença.
Teme poder cometer algum erro e matar-se; algo
a leva guerer ma tal' seu marido e roga para que lhe
escondam a navallia.
- Temor de ficat só.
- Tcm grande inquiemde; deve caminhar cons-
tantemente tle wn lugar para outro; sente temor, com
desejo de escapar, como se ela houvesse cometido
algum crime. Histeria.
- Sentia um desassossego geral pelo corpo,
que não podia permanecer wn momento na mesma
posmra. Não tem repouso em nenhwn lugar. Está
constantemente ansioso.
Vijnovsky
São pessoas que lidam muito rapidamente com
polaridades inversas, trocando de wn ponto positivo
para wn ponto negativo, fazendo wna relação elação/
depressão de wna forma muito rápida. Dando wna
sensação de paranormalidade nos seus pressentimen-
tos, com premonições muito destrutivas, trazendo
ideias como assassinato ou suicídio; remorsos, senti-
mento de culpa, fastio de vida. "Pede pela companhia
de alguém pois tem medo de ficar sozinho e ferir-se.".
Lathoud
Sintomas mentais
Pressa, sempre está apressado, agitado, ansieda-
de. Mau hwnor, rabugento, desconfiado, briguento.
Ao mesmo tempo abatido, desencorajado, sem von-
tade, sua mente não trabalha. Angústia e ansiedade
como se algum · mal fosse lhe acontecer, medo de
perder a razão. Tendência a ideias impulsivas, có-
leras repentinas com impulsos violentos, desejo de
suicidar-se, de matar. Alteração da inteligência, que
pode chegar à imbecilidade, lassidão e prostração,
amolecimento cerebral.
Sintomas físicos
Sono - Sonolência durante o dia, insônia à noite.
Sono agitado, sobressaltos. Sonhos terríveis, desperta
gritando. Sonambulismo.
L CABEÇA - Transpiração gordurosa da
cabeça, suor oleoso e fétido. Exostoses com dores
lancinantes no periósteo. Sensação de tensão dolo-
rosa no crânío. Cefakias crônicas relacionadas com
desaparecimento das secreções ou supressão brusca da
transpiração habitual nos pés. Cefaleias com sensação
 Maléria Médica Homeopática Interpretada
de plenitude e pressão na cabeça como por uma faixa
e o crânio fosse explodir, piora ao apoiar.
2. OLHOS· Blefarite com pálpebras
vermelhas, inchadas, inflamadas, com secreção
abundante, irritante, ardente.
3. NARIZ: Secreção fétida, purulenta, verde·
amarelada. Inchaço e cáries nos ossos nasais com
secreção esverdeada e fétida.
4. FACE - Pálida, terrOsa, inchada ao redor
dos olhos, lábios secos e fi ssurados, com úlceras nas
comJssuras.
5. BOCA - Odor nauseabWldo, mercurial, que
se expande pelo quarro. Inflamação e ulceração em
toda mucosa bucal com fundo acinzentado, secre-
ção serosa e suja, podem esta recobertas por falsas
membranas . Paladar pervertido, nenhum alimento
ou bebida tem gosro verdadeiro: gOSto adocicado,
anlargo ou metálico. Gengivas esponjosas, retraídas,
que sangranl facilmente , escorbúticas, dolorosas ao
toque. Dentes parecem mais longos pela retração
gengival, abscessos da gengiva afetando a raiz dentá-
ria. Língua mole, recoberra por um a capa anlarelada,
espessa , úm.i<b, larga , com a marca dos dentes. Saliva
abWldante, viscosa, gosto metálico,
FARINGE: A faringe é sensível e o indivíduo
tem disposição marcada e crônica às enfermidades
desta região, Inflamação da garganta pela menor
mudança de tempo. Dores se irradiam para Oouvido,
Amídalas inchadas, inflamadas, vermelho-azuladas,
sobretudo do lado direito.
6. LARINGE: Laringe sensível, com sensação
de queimação e ponradas.
7. BRÔNQUIOS E PULMÕES: Pontos
dolorosos no lobo inferior do pulmão direiro, Não
pode se deitar sobre o lado direiro, Tosse produtiva
com expecroração mucopurulenta, Hemoptises abun-
danres e persistentes.
8. ESTÔMAGO: Sede ardente de bebidas fri as .
O fígado está muiro afetado, há inflamação das
vias biliares, nao pode deitar-se sobre o lado direiro .
9. RETO, ÂNus, FEZES: Prolapso retal,
prurido, pontadas, escoria"óes no ânus. Fezes (sver·
deadas, sanguinolentas, viscosas, tenesmo.
10. APARELHO URINÁRIO: Ardor na
uretra ao começar a urinar. Urina escassa, escura,
sanguinolenta, alburninosa. Supressão da urina .
11. ÓRGAOS GENITAIS MASCULINOS:
Gonorreia crônica com secreção espessa amarelo·
esverdeada e fétida.
12. ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS:
Inflamação inrerna e externa, Dores picantes, Ul-
ceração de colo uterino, Menstruação abundante,
sangue negro, cólicas, grande ansiedade, Leucorreia
escoriante, esverdeada, sanguinolenta, abundante ,
escoria as panes da pele com as quais tem contaro,
produzindo inflamação e prutido violento,
13. PELE: Muiros sinromas de pele: úmida,
transpiração abundante com odor forte, viscosa,
piora à noite. TendêJlcia geral a tr:mspirar, mas esta
transpiração não alivia o doente. Ulceras irregulares
(0 111 bordas mal delimitadas, endurecidas, com pus,
ardente e corrosivo, em locais de pouca carne.
14. EXTREMIDADES: Dores ardentes e lanci·
nantes nas costas e na nuca. Dores agudas nos ombros
e nos braços que agravam à noite e pelo movimento.
Tremores das exn-emidades, principalmente das mãos,
Paralisias. Dores ardentes nas tibias.
15. SANGUE: Diminuição muiro clara do nú-
mero de hemácias do sangue. Hemorragias: nasais,
bronquiais, ureterais, uterinas e intestinais.
16. FEBRE: O calafrio é um arrepio à flor da
pele, aparece no fmal da tarde e aumenta à noite; é o
precursor da formação de pus. Calafrio acompanhado
de transpiração abundante que não alivia e aumenta
as dores.
MODALIDADES GERAIS: Hipersensibi-
lidade às temperaturas extremas, mais ao ar frio.
Agravação por temperaturas extremas, à noite,
pelo calor da cama, ao deitar-se do lado direiro, pela
umidade, pela chuva, pela transpiração,
Melhoria pelo repouso na cama.
Caso clinico
49 anos, casada, 2 filhos, dona de casa, refere
''vasculite alérgica" desde criança (13 anos) quando
os pés incharam e começou quadro de alergia, nesta
época a paciente era obesa e, de repente, emagreceu
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
muito (não sabe referir se já existia a tireoidite); e,
nesta mesma época ela tinha muitas dores de garganta,
mas não chegou a fazer amidalectomia. O quad ro de
vasculite foi mais intenso até os seus 20 anos, voltou
a reincidir aos 47 anos (há 2 anos), quando fez uma
biópsia comprovando o diagnóstico dermatológico:
Vasculite leucocitoclástica (Sta. Casa S. J. Campos).
A lesão local se resume em: úlcera com bordos irregu-
lares, rasa com crosta escura no local, muito dolorosa
e às vezes prurigillosa, nOS pés. Repouso melhora.
Sua transpiração tem mau odor quando sente medo,
é muito calorenta. Em relação à sua personalidade
diz ser muito calma mas quando nervosa "estoura') e
passa. É muito <'sensível", "mandona" e "organizada";
quando está triste não gosta de consolo.
Diagnóstico clínico: Vasculite -leucócito-elástica.
Sintomas reperlorizados:
Transtomo por medo (sudorese fétida) / Hwnor
alternante / Ditatorial / Conscienciosa / Hipersensível
/ Consolo agrava / Pele, úlcera inflamada.
Prescrição: 19natia amara 6 CH - 1 vez ao dia
(repertorização) em 12/04/2007
26/04/ 2007 10 Retorno:
Refere melhora de 50% , as lesões melhoraram
um pouco e es tacionaram , seu hUlnor está mais
tranq uilo.
PreSC1-ição: Ignatia amara 12 CH -1 vez ao dia.
03/08/2007 2°. R etorno:
Suas úlceras estavam cicatrizadas quando passou
um creme para rugas no rosto e teve prurido por todo
corpo e bolhas nos pés.
Premifão: Ignatia amara 18 CH - 1 vez ao dia.
Obteve melhora total após uma semana.
26/11/2007. Consulta:
Paciente refere ter aberto úlceras dolorosas no-
vamente em seus pés após ter passado wn episódio
de raiva muito grande com seu funcionário, onde
não exrra vasou.
Prescrifão: Igl1atia amara 60 CH - 1 vez ao dia.
26/03/2008. Consulta:
Paciente refe re que suas lesões desaparecem em
alguns lugares e aparecem em outros, estão um pouco
dolorosas, diz estar bem nervosa, não se "conforma"
em ter sido enganada por seu ful1cionário. Tem ficado
muito preocupada COm as coisas do dia a dia e chega
a perder o sono.
Conduta: Retomada do caso e nova repertori-
zação:
Humor mutáveljHipersensível/Transtorno por
indignação/Transt. PrcocupaçãojPele: úlceras arden-
tes, úlceras elevadas, margem endurecida, inflamada,
prungmosa.
Precrifão: Staphysagria 18 CH - 1 vez ao dia.
16/04/ 2008 1°. Retorno:
Paciente refere meU10ra de uns 10%, diz que mais
fo rte que o prurido agora é a ardência. Tem fic ado
muito preocupada em arrumar a casa e, se as coisas
não saem como ela quer, briga muito e fica aborre-
cida, daí então não adianta consolá-la porque é pior,
se insistem ela "estoura" com a pessoa.
Cond uta: Retomada do caso e nova repertori-
zação:
Consciencioso/Ditatorial/lrritabilidade, consolo
agrava/ lrritabilid ade, desconfiança/Hipersensível/
Emoções , falta controle/Extremidades, úlcera pés/
Transpiração, odor fétido/ Pele , úlce ras ardentes ,
cros to sas~ pnlngmosas.
Prescrição: ML'rc1t1ius solubilis 18 CH - 1 vez ao
dia.
11/06/2008 2°. Retorno:
Paciente refere melhora de 95%, está sem dor,
muito feliz, bom humor e sensação de bem estar geral,
úlceras quase que totaln.1C11te cicatrizadas.
P"'escrição: Mercurius solubilL<18 CH 1 vez por
semana.
25/08/2.008 Consulta:
Paciente encontra-se em ótin10 estado geral e lo-
cal, sem dor, na última semana apareceu uma pequena
lesão no pé esquerdo, o que a está incomodando um
pouco. Refere que sempre que passa por episódio de
raiva, consegue se expressar, mas mesmo assim sofre
wn pouco e aparece alguma lesão, mas agora as lesões
são bem menores, superficiais e bem menos dolorosas.
O sono está tranquilo, seu hwn or está calmo.
Prescrição: Mercurius solt.bilis 20 CH - 1 vez por
semana .
 Matéria Médica Homeopática Inlerpretada
Selecione uma das alternativas abaixo e justifique
a sua escolha do ponto de vista homeopático.
Qual a raz.ão de uma pessoa afetiva ser fechada
ou impermC<Ívcl aos .'cus afetos)
a) Traumas da intlncia.
b) A austeridade traz como proveito uma maior
credibilidade.
c) Sentimento de rejeição.
d) Temor ao infortúnio.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
Pa.lavras tem35 deste medicamento: rejeitculo -
separado!!!
Diferente de Scpia que não sente. Aqui o proble-
ma está em não demonstrar) para náo receber recusas,
n;o ser menosprezado.
.'"IAS POR QU E> ENTENDENDO SEU
Gf::-\ro.
Se cu criar distância, impedir as pessoas de se
aproximarem e de me tocar, de se relacionarem, man-
tendo a di,tân(i.' c assim longe, ninguém conseguirá
me desprezar.
Este é o medicamento que mais teme ser esca-
mado (desprezado, esnobado, rejeitado, excluíd o ... )
da Matéria Médica .
Origem
° carbonato de sódio, existe nos reinos: mineral,
vegetal e animal, sua forma mais comum é de um
cristal incolor e transparente.
Quimicamente este composto vem da função
sal, reação: ácido + base e sal + água - assim o ácido
ca rbônico.
Nafrum
. carbonicum
H,C0 3 + NaOH = NaHCO, + Hp.
Uma das suas variações mais comuns é o bica.r-
bonato de sódio e Na2HCO, - sendo este muito mais
estável quimicanlente) entretanto, suas características
físicas e químicas são muito semeU,antes.
É um alcalinizante, empregado na produção de
sabões, entretanto se utilizado em excesso, numa dose
concentrada causará fissuras, rachaduras e erupções
na pele.
° carbona to de sódio pode ser encontrado
em abwldância no Egito, especialmente num vale
conhecido como Lagos de>- Nntrorn, recebe o nome
popular de soda artificial, devido a suas características
levemente parecidas com as da soda cáustica.
Sintomas patogenéticos
As experimentaç()es patogenétieas feitas por
H ahne mann e Hcring, observa m que' a sintomato-
logia é parecida com ()s efei tos cola terais (toxico-
logia ) experim entada pelos indivíduos dispépticos
que se tornaram usuários crônicos do bicarbonato
de sódio.
Assim encontramos: eructações constames, quei-
mações no estômago, relUnatismo, palidez e sensibi -
lidade pelo ar frio, agravação nas mudanças externas
e hipersensibilidade a ru.ídos, debilidade nervosa pelo
menor esforço mental ou físi co, chegando a isolar-se
da famUia e amigos.
Como U.R. - encontramos a ilusão de estar se-
parado de sua família, O que encontra um pomo alto
no tema DESVALIDO (a utodepreciação) - acha que
as coisas que faz. não s:'io corretas e que descarri.Ulou
ou desvirtuou de s~us propósitos.
Do ponto de vista físico estas separações ou di-
visões têrn correspondências psicossomáticas, assim
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

encontramos a perda da lmidade consigo, com a Sua
mente, ocorrendo equívocos afetivos, distanciamen-
toS do mundo. Teme ser rejeitado e assim protege-se
numa bolha hermética de vidro.
Míasmas
~PSORA - Sensação de ser indigesto (Indiví-
duo afetivo, mas se sente chato).
esgotamento, anemia , tendo a pele leitosa e os
ligamentos dos tOrnozelos muito fracos.
Estas condições peculiares fazem de Natrum
carboniwm um indivíduo muito susceúvel às afecçóes
escrofulosas, gânglios enfartados, oftalmias crônicas
e padecimentos rrsicos.
~ Cabeça: dor aos esforços mentais, sensação
de que é grande, com'vertigem e agravação aos raios

~SICOSE
t
- distancia-se por medo de não ser
solares.
~ Nariz: coriza constante, secreção nasal com
aceito - (sentimento de rejeição) malcheiro.

,
~SIFn.,JS
t
- tédio, fastio - aversão a movimentos
~ Rosto: cheio de espinhas, sardas, cravos e
pontos avermelhados. É pálido e tem olheiras azuis
em volta dos olhos, pálpebras inchadas.
~ Estômago: sente seu estômago inchado e
SOClalS .
sensível, azias, dispepsias , fome pela madrugada.
Síntomatología Bulirnia - remorsos alimentares, deprimido após
É uma pessoa que apresenta grande debilidade comer, amargor na boca.
~ Fregueses dos sais de fruta efo/1Jecentes a base
durante o calor do verão, sofre de insolação,
de bicarbonato de sódio.
Se repararmos bem estes sintomas e também
os próximos propiciam o isolamento - impermeabi-
lidade'! "
~ Intestino: Sente súbita necessidade de eva-
cuar, suas fezes se precipitam ruidosamente, diarréia
devido ao leite (pensar sempre neste medicamento
quando surgirem casos de intolerâncias à lactose ou
ao leite em geral, mesmo em adultos).
~ Órgãos femininos: tem a sensação de pressão
para baixo, apresenta corrimento de muco pela vagina
logo após O coito. T"m leucorreia ofensiva precedida
de cólica.
~ Respiratório: tosse seca quando entra em
ambiente quente. Tosse com frio no lado esquerdo
do peitO.
~ Sono: acorda muito cedo, tem sonhos sensu-
ais (como que buscando a resolução de sua dificuldade
de unir-se e compartilhar sem provocar fissuras e ou
rachaduras). É sonolento durante O dia.
~ Extremidades: fraqueza nos membros es-
pecialmente pela manhã. Tendência a entorses de
repetição e problemas nos ligamentos, principalmente

N~fPCt..-f1+ O 1U"~ --- tornozelos.

~ Pele: seca, áspera com muitas rachaduras e fis-
()) f)I ;./10$ JJ€. suras, frieiras e intemigos. Transpira muito. Melhora
r,.A ~R!~· seus sintomas em geral se coçando e friccionando,
inclusive seu mental quando fricciona suas frieiras.
~ Friorento: Mas extremamente intolerante ao
calor excessivo.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Homeopatia & pediatria
Crianças sérias, ausreras e entediadas.
Aversão a companhia, evita olhar para outras
pessoas. O primeiro diagnóstico diferencial é com
Sepia, pois muitas vezes aparentam ser distantes e frias,
mas aqui é uma falsa diferença afetiva, pelo contrário
até, são pessoinhas que pelo medo da rejeição e de se
sentirem desprezadas (sentimento de abandono ), criam
uma barreira impermeável entre elas e o mundo,
aversão a companhia com medo de ser deixada só depois.
Esta impermeabilidade afetiva nada mais é que
uma defesa sicótica, decorrente do medo de não serem
aceitas, assim não se envolvem, não tomam posições
demonsu'ando também insegurança e timidez. Sofrem
por fantasiarem que são ftlhos adotivos, sentem-se
que serão preteridas pelos demais e assim se afastam,
ficando mais distantes e magoadas, vejamos que aqui
existe antecipação ao fracasso enquanto em Natrum
muro temos sofrimento e ressentimentos passados.
Congestões catarrais de vias aéreas superiores, bebê
chiador, transtornos digestivos , vômitos , azias - má
digestão, acompanhadas de dor de barriga crônica.
Crianças gulosas .Aversão ao leite materno e dificuldade
em estabelecer vínculos com a mãe.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: este medicamento provoca racha-
duras na pele e na sua relação com os outros, animais
que vivem isolados, inquietos e ansiosos, isolando-se
também de receber afetos (mesmo gostando destes).
Intolerantes ao sol quando todos os seus sinto-
mas agravam. Todo esse isolamento é traduzido pela
esterilidade nas fêmeas, onde ocorre um relaxamento
dos músculos vaginais após o coito, provocando
expulsão do sêmen. Uma outra manifestação do
isolamento, é a formação de tampões mucosos ou de
coágulos que impedem a concepção.
Animais irritados e intolerantes a contradição,
indignados, impacientes, invejosos e gulosos.
Agravam por música. (Ansiedade).
Aversão ao leite, não conseguem digeri-lo, cau-
sando diarréia, náuseas e vômitos. Sede incessante.
Afrosa e hetpes
A PAQUERA DE NA 7RUM CARBONICUM
UMA PEQUENA ESTÓRIA
Você é tímido? Eu conheço várias pessoas que
também eram, na verdade eram mais que tímidos,
eram fracassados socialmente.
De onde vem esse medo do COntato com "estra-
nhos", esse frio na barriga que dá quando estamos
41
prestes a conversar com luna mulhet, por quem sen-
timos atração? Esse problema é gerado pelo medo
que temos da rejeição.
Posso dizer que 90% das pessoas que sofrem des-
se problema, nao são felizes (os outros 10% ignoram
o problema ou consideram normal).
Não que a solução desse problema te levará dire-
tamente à felicidade, mas, a melhora na sua vida será
notável. O medo da rejeição é em sua essência irracional
e, exatamente por não racionalizarmos esse sentimento,
é que ele nos controla.
O único meio de acabar com o medo de ser
rejeitado é aceitar o fato de que isso já aconteceu ...
ficou confuso? Vou explicar: Você está andando pela
rua, vê uma mulher extremamente atraente vindo em
sua direção, você pensa: "Vou falar com ela", e auto-
maticamente sua cabeça é inundada por um monte
de pensamentos sem sentido algo do tipo: "Mas ela
é muito bonita, e nao vai falar comigo", "Eu estou
mal vestido", "Ela vai me ignorar" e nesse momento
você trava, ela passa, e você não fala nada. Por trás
de todas as justificativas que você criou para não falar
com ela, está o medo de ser rejeitado, pois, se você
tivesse plena certeza de que ela iria falar com você e
ainda o convidaria para ir a um motel, sem dúvida
você falaria com ela, por mais que sua timidez tentasse
de todas as formas impedi-lo.
O que acOntece, é,que, você é rejeitado quando
não toma atitude. A mulher passou por você e não
disse nada, ou Eeja, você foi rejeitado por ela. E o pior
é que você NAO TENTOU mudar a situação, sim-
plesmente aceitou a rejeição que outrora você temia.
Afinal é muito mais confortável você aceitar uma
situação, passivo, como se você não tivesse culpa, mas
você tem, por que talvez, se você tivesse falado com
ela, descobriria ali uma mulher interessante e especial,
mas você é tão frouxo que NEM DEU A CHANCE
A VOCÊ MESMO DE CONHECÊ-LA. Quando
você resolve conversar com uma mulher ou com um
estranho, o que você está tentando fazer é mudar o
seu estado inicial, de rejeição, para um estado de acei-
tação. Só e apenas isso, e acredite, as pessoas fazem
isso o tempo todo. Todos nós temos a necessidade
de nos sentirmos aceitos. Quando você fala com uma
mulher ou um estranho, e, ele te ignora se você se
sente rejeitado, você não perdeu NADA. Lembre-se
que esse era O estado inicial que você estava, você
apenas falhou em ser aceito, e quem sai perdendo
nessa história? Com certeza não foi você, você tem
seu valor e sabe que é alguém especial, tem muitas
coisas para ofetecer.
 1 Carlos 8runini, Mario Giorgi & Co/abs,
Essência do gêlllO medicamentoso Natrurfi
rfiuriaticum & Os bons tempos passados ... "antiga-
mente". Uma história repleta de: Saudades, Nostalgia,
Ressentimento, Mágoas, Solidão Palavra tema: SAU-
DOSISMO. O mal- pensar em Natrurfi é "salgar ou
conservar suas emoções, suas amarguras e dissabores
r ossados". Situações psicossomáticas, de sofrimeuto
com "pma silenciosa" (sofre quieto, não desabafa).
Dor de cotovelo, amor não correspondido, nestas
horas tem desejo de soLidão com aversão a companhia.
Melhor só, não tolera ninguém perto. Indivíduos
resen·Jdos. Inconsolável, Choro involuntário, Chora
durante a consulta agrava ao consolo, compass.ivo as
desgraças e sofrimento al heio (inclusive-animais).
Auto comiseração, apieda-se de si mesmo.
Natrum c1oratun, Sódio cloridum ou Cloreto
de Sódio -
Sal de cozinha
HAHNEMANN: "Se é verdade que as subs-
tâncias capazes de curar enfermidades são capazes de
produzir enfermidades semelhantes em organismos
sãos, é difícil compreender como todas as nações,
haviam usado u sal em grande quantidade sem ex-
perimentar nenhum efeito deletério proveniente do
seu uso. Considerando que o sal, quando empregado
comurnl'l1tl', não telTI nenhum efeito pernicioso, não
deveríamos esperar nenhuma influência curativa nesta
substância. Sem dúvida o sal contém os mais maravi-
lhosos poderes curativos em estado latente.
A transmutação que a subsdncia sofre, pelo pe-
culiar processo de preparação adotado na homeopatia
- trituração e sucussão -, traz à luz um novo m,mdo de
poderes gue a natureza mantém latente, nas substâncias
naturais. Estes processos operam por assim dizer, uma
nova criaçio".
Natrul)1 muriaticum
O cloreto de sódio, apresenta-se sob a forma de
cristais cúbicos transparentes, geralmeute incolores,
muito solúveis em água e glicerina, pouco solúvel em
álcool a 95° e insolúveis em álcool absoluto. As três
primerias dinamizações fazem-se por trituração e as
seguintes, por diluição HallnemanJ1iana.
Todos os processos biológicos acontecem no
meio salino e Natnlrfi lIIuriatiwm é parte integrante
de nosso organismo, onde mantém o eguilíbrio os-
mótico dos líquidos orgânicos, regulada embebição de
água do protoplasma, dos núcleos celulares e permite
assimibr todos os outros sais. Tendo assim tanta
importância, podemos dizer gue no indivíduo onde
há falta deste sal há um enfermo fraco, desidratado,
desmineralizado, débil que, em geral, configura um
guadro de falta de alegria, indiferença, melancolia e
desesperança.
Seu lado psíguico é de mau h,emor, irritação,
irascibilidade exagerada; com muita agressivi-dade,
gue é o aspecto· Fundamental da personalidade deste
medicamento, pois nada mais é senão frustração
guardada.
Esta fmstração pode ser motivada por qualquer
acontecimento em sua vida, mesmo enquanto criança
e ficará guardada, acompanhando-o para sempre.
As respostas às fmstrações, como tudo na vida,
estão condicionadas à predisposição do indivíduo e
no caso de Natru1n rnuria"tÍm1t as f111strações afetivas
são as que malS marcam.
A criança Natrunz mUI.u.ticum pode não ter
uma biotipoJogia muito marcada, mas gera.lmente
apresenta-se como uma criJnça fraca, com pele seca
e entmgada, face pálida, amarelenta, lábios secos e
rachados.
A constituição herdada necessita de algumas
condições do ambiente para manifestar-se, mas ésem-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
pre primordial que haja wna disposição do próprio
indivíduo para reagir deste ou daquele modo.
A história biopatográfiea de um indivíduo
consiste no registro de tudo aquilo que interferiu na
adaptação da vid;l" realidade, e na expansão evolutiva
da sua personalidade.
A maior parte dos con.llitos básicos do ser hwna-
no estão na sua necessidade instintiva de afirma ção.
& a criança Natnt11. muriatiet,m, não recebe
afeto ll;t medida necessária para a sua idiossincrasia)
sofre com isso IUlla frustração que interfere no seu
dese nvolvimento, implicando em falta de segurança
e de autonomia, capacidade de valorizar-se e de ser
independente; isso, ela carregará consigo, relembran-
do e remoendo sempre. O sal é um conserva nte, os
indi."út"os Natru»I muriaticum quando sofrem
algllnu< emoções e decepções , as guardam dentro
de si, para se rem cunidas. Isto se vê nas crianças que
exigem muito m ais do que lhes é d ado, acontece
frequentemente quando nasce um irmão e com de.
O ciúme: . Natr'ttm l1turiaticun" é muito ciumento
entre amigos ou irmãos, porque logicamente, é o
irmaõzinho que vai disputar o trono que ele " tinha"
até este momento. O q ue faz então neSta situação? A
er-iança Natrum mu,-iatíewn busca o afeto, quer que
o dêem, mas quando pellsa que não estão dando o que
deveriam dar, imediatamente reprime-se, porque sua
primeira reação ante a fru stração do afeto é irritar-se
para consegu ir o que quer e exercer algu ma agressão.
A agressão é uma coisa normal em todo ser vivo,
será patologia quando for exagerada ou desviada. Ao
mesmo tempo que se exerce agressão para conseguir
o afeto , sobrevem o medo de perder o objeto amado.
A edança Nat;-um muriatíeum, necessita ser
queridCl, necessita que O adotem. Tem medo de não
ser querid;l, que a deixem, então reprime-se e fica com
flxação nesta sensaçües dcsagradcíveis que ocorreram
na sua vida.
No repertório figura como atormentado por
pensam entos tristes e fatos desagradáveis ocorridos
em sua vida. É wna êri'll1ça que vive no passc\cío, volta
sempre atrás: "mamá...:, você não m..: deu aquela maçã
quando eu pedi ; não me deu carinho aquele dia.". Só
que isso não é verbaliz;ldo, só aCOntece interiormente,
é wna conversa que d~ mantém consigo mesmo todos
os di as. Po r isso Natrum 1Il1triaticlI1n corta a sua co-
municação com o outro) assinl como SU~l pele se seca;
a secura da pele é o cortar a comunicação com o calo r,
com a água do meio que vivia, assim também em sua
°
mente seca e corra relações com Outro e não fala.
1
°
Assim, curi osamente bebê Natmm muriati-
clm. tarda em aprende r a falar , tarda em aprender a
comunicar-se, porque afetivamente está dispostO a
encerrar-se. Também demora para andar, sente IUll
torpo; nos membtos inferiores, com tendência a cair.
E uma crianç'1 que, desde bebi', rechaça as carí-
cias, não quer que " acanClem, o que é uma expressão
fís ica do não querer ~cr tocado ou consolado típi ca
de Natmlll muriatieu1ll , pois guarda rancor após uma
contradição; recusando portanto o beijo da boa paz,
pOIS permanece com wna guCH;1 Interna.
Reswnindo: grande nccessidade de afeto, fIxação
no passado e ressenti mento são os si ntomas mais
marcados de um a simação afetiva.
Amor, frustraçao, raiva; repressão de raiva para
manter por perto o objeto am ado, para que não o
deixe. E quando reprim e a raiva, esta raiva aumenta;
é a retroalimcnl:afiio que faz com que es ta raiva cresça
cada vez mais .
o jovem Natrum muriaticum
Es ta criança que n~o se sente compreendida,
à qual falta o entendimento de sua llcccs.;idade de
afmnar-se, de manisfestar-se , va i repetir na suo ju-
ve ntude todos os fenômenos relacionados à perdas
afetivas ou amores contrariados. E no fundo o que
sao estes afetos contrariados'
Em sua evoluç"o, os primeiros afetos são o pai
e a ",ãe. Existe uma simbiose da tllha com o pai e do
filho com a mJl'.
Este jovem vai buscar fora de casa alguém que
lhe satisfaça todas as necessidades infantis. E muito
típico naquela jovenzin!t;1 que sonha com o príncipe
encantado (Cinderela). Mas em Natru", 1>I"riatiw»I,
isso acontece de uma forma deformada, como rudo
q ue faz, no fluido acaba sempre por destruí-Ia inter-
namente.
Busca sempre relações afetivas muito raras que
o compromerem e o destroem. Muda de uma relação
a outra permanentemente, são filhos que dão dores
de cabeça aos. pais.
Esras atirudes revelam wna rebeldia muitO mar-
cada que é típica de Natru1n ",,,riatie,,,,,.
Que fa z es te personagem quando está com rai-
va por não lhe darem afeto? Volta-se para dl'Otro. E
uma das formas de voltar-se para dentro, é esca par
das pcs" ,as e fugir dos ou trOS, buscar a solidão. Na-
tru1n 1tlltriaticu1n é um g rmde solitário, busca estar
s6. Quando os demais tentam perguntar-lhe: - O
que você tem ' ou o que se passa? -, é tão gr,1I1de a
sua raiva que é como se dissesse: "N~lo) não . Eu não
414 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
aceiro nada, porque quando devia me dar afero, não
me deu . Agora não o quero" .
A expressão disro é a agravação pelo consolo, o
pranto pelo consolo, a cólera pelo consolo, a irriração
pejo co nsolo.
Isto rudo é seu ressentimento, a expressão de
seus sentimentos que tra'1Sronn a em raiva.
Essa raiva que tcm expressa-se por essa irrita-
biJidade, por ofender-se muiro facilmente ao pontO
de odiar, e tornar-se muito colérico, imperuoso, só
que paradoxalmente, jamais vamos saber o motivo
de seu ódio. Porque o motivo principal é: "Nio te
quero porque não me quis quando criança e não me
c(l~npreendeu" .
Mas infelizmente não diz isso nunca, porque
seria muito fone para eIL e implicaria numa ruprura
toral o que, no fundo, este personagem não qucr.
Sendo assim, irrita-se por qualquer coisa, no
repenório figura como: rudo lhe torna mal; mas não
diz o motivo profundo, caJa-se.
Vamos ter então um indidtiuo irritado, imperu-
oso, colérico, impulsivo e sofrendo silcnciosam ente
(pena silenciosa). Assim como Ignatia e l'ulsatilla.
o Indivíduo Natrum muriaticum
O adulto Natrum muriaticum, desde o po nto
de vista biotipológico, é uma pessoa magra (delgada),
que se caracteriza por ter o tó r3.-" mais fino, poden-
do ter a metade inferior do corpo mais gorda. Esta
disposição de triângulo co m O vénice para cima é a
imagem da figura de Natrum muriaticum.
A,sim como se diz : Phosphorus queima-se,Arse-
niCUltl apodrece-se, diz-se que Natrum seca-se.
Efetivamente, rodas as sua mucosas têm ten-
dência a seca rem . Em contraposição a esta secura
de peJe existe também uma tendência na face de ter
acne, rosto enrugado, seboneico. O s lábios costumam
apresentar fissuras (especialmenre no meio do lábio
inferior), e também erupções do tipo herpético. O
herpes recidivante dos tíbios, inclusive o herpes ge-
nital, sobretudo na mulher, é um episódio frequente
entre as alterações de pele do sujeito de Natrum
muriaticum .
É um indivíduo que seca, que não meraboliza a
água e quando seca-se perde sua capacidade de trans-
pirar e lhe faz mal rudo que seja calor. Apesar disso é
uma pessoa friorenta por scr débil, frágil , desidrata-
da , desmineralizada. N o entanto, não tolera o calor,
sobrerudo o calor do sol que o seca ainda mais, que
O desidrata mais e causa-lhe danos.
Em relação ao mar Natrum muriatiwm tem dois
sU1tomas contrán,>s: agrava próxlmo ao mar e a ação
do mar o melhora.
Horários:
- Agrava entre as 10 e 11 horas da manhã. Mas
tem também agravaçües relacionadas com a curva do
so l; as dores começam quemdo o sol sai, pioram ao
meio dia e melhoram quando o sol cai. Mesmo estan-
do nublado os horários se mantêm. Existe também
um horário de agravação às três da manhã, mas o mais
impo nante é a agravação entre 10 e II da manhã e
seguindo a curva solar.
Desejos e Aversões:
Como um bOln sujeito que necessita sal e mar,
Natrum rnu,-iatic14m gosta de produtos do mar . É um
do, medicamc!lfos que mais tem desejos de marisws
(junto com Lycvpodi14m. e Thuya). As ostras, mariscos
e os pescados o encantam.
As criançels roubam sal, neccssitell.n do sabor
de sal na boca e vão ao saleiro. O adulto põe sal nos
alimentos sem se preorupar se estes já continham sal.
Tem também náuseas pensando no sal.
Deseja também pão e leite, podendo também
ter aversão pelos mesmos. Pode apresentar aversão
a sal. Erra bipolaridade pode ser C11contrada e71/ tOMS os
medicamentos.
Quando há um sintoma muito marcado em um
sentido, pode acontecer de aparecer também o sinto-
ma opOSto, não só no plano físico como no mental.
Isto não é nenhuma lei , mas aparece em vários
medicamentos, dependendo sempre do movimento
miasmátlco.
Natrum muriaticum piora pelo exercício, pelo
movimento, isto é uma característica que o diferencia
de Sepia que melhora pelo movimento, correndo ou
fazendo exercícios.
Menstruação
Em geral, é uma mulher que sente-se mal antes
da menstruação, que se irrita, tem mau humor e põe-
se triste antes de menstruar.
Sintomas gerais
Os sintomas gerais expressam a reatividade física
total que con.figuram a disposição individual psicofi-
sica do medicamento.
Os mais caractedrticos em Natrt.m muriaticum
sáo:
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
1. Falta de calor vital: indivíduo friorento, apcsar
de esgotar-se com () calor, com O sol e no verão;
2. O emagrecimento de cima para baixo, apesar
do apetite atunentado;
3. As palpitações ansiosas;
4. A sede intensa;
5. A obstmção nasal com coriza clara;
6. A moleza ou fraqucza ao levantar-se;
7. A cefaleia pulsátil com vertigens que pioram
ao despertar ou às 10 horas da manhã; ou
ainda que vem e vai com o sol. Melhora com
aplicações frias;
8. O aspecto do rosto: pálido-oleoso, com herpes
nos lábios;
9. A dificuldade de concentrar-se que provoca dor
de cabeça (muito comwn em jovens), dor de
cabeça com olhos lacrimejantes;
10. A língua geográfica, língua ou garganta seca
que o leva ,\ tossir;
11. A lateralidade direita.
Estômago
Por ter wn grande potencial afetivo e wn déficit
de assimilação, tem necessidade e insatisfações que se
incrementam.
Natrum amarga emofões e decePfões, vive do
passado. Chora sozinho, sente-se isolado da família e
das pessoas que o rodeiam.
Entre estes sintomas, vemos wn exemplo a nível
de estômago, que podemos encontrar também a nível
mental com as mesmas conotações;
- Aversão à comida com fome e
- Perda de apetite com fome.
Vemos a necessidade de wn lado e a incapacidade
de gratificar-se do outro. Natrum mm-iaticum não está
apenas descontente consigo mesmo, está descontente
com rudo.
É muito comum t~bém, a fome, o comet mui-
to e o emagrecer. O problema metabólico é muito
marcado, tem wna saciedade fácil, come pouco e
incha-se como Lycopodium e Silicea.
Tem uma sensação no estômago como um
formigamento, que lhe provoca tosse. Essa tosse
congestiva, com vômitos, coqueluchoide e lacrime-
jante é bem característica de Nat1'Um muriaticum. No
repertório figura como: "lacrimejamento durante a
tosse convulsiva".
É muito comwn aparecer em Natrum muriati-
cum a asma. Na realidade há uma fome de água de
sal e também de oxigênio.
Intestino
Fezes como se fosse de cabra, seca, com grande
dor ao evacuar, porque também o intestino é tesse-
cado, como as mucosas. No repertório figura como:
"constrição que impede defecar."
Na parte genital da mulher vemos aquela sen-
sação de órgãos caídos como em Pulsatilla ou Sepia,
com grande dor lombar.
Sintomas mentais
Quando viemos ao mundo, quando a vida se
desenvolveu na terra, desenvolveu-se - segundo a
religiJ:o e a ciência - em meio aquoso.
A vida nasceu na água e depois sai u para a ter-
ra. Continuamos todos a viver na água. Não existe
nenhwna parte viva do ser hwnano em contato com
o ar. As mucosas estão banhadas em líquido e a pele
está coberta por wna capa córnea morta que tenova-se
permanentemente. Nossa vida também desenvolve-se
em meio aquoso. O elemento vital desse meio aguoso
é o cloreto de sódio. O líquido amniótico, em que
está banhado o bebê, é seu elemento de contexto
com a vida, quando o retiram deste líquido estão
separando o indivíduo do meio. O ser humano para
viver necessita deste meio aquoso, do meio salino e,
também, necessita de wn elemento muito importante
gue é o afeto, o calor afetivo.
 1 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
Esta necessidade de água e sal que tem o in-
divíduo Natrum mUI'iaticum cujo metabolismo é
alterado, também terá alteração na dinâmica de suas
necessidades afetivas com o mundo que o rodeia. Ele
necessita quantidades exageradas de água e sal, assim
como necessita quantidades exageradas de afeto.
Daí derivam os sintomas reativos:
- Não aceita ter prazer na vida;
- Tem pensamentos persistentes;
- Tem ideia fL'(a;
- Está sempre descontente ;
- Reprime sua raiva;
- Fixa-se no passado.
Permanentemente volta às cOIsas tristes do
passado.
É inconsolável, que é uma forma de conscn'ar
a dor.
As imagens persistem em sua retina, vê algo, ftxa-
se e segue vendo a mesma coisa. Fixa-se em pessoas
mortas, fala com elas, tem visões com estas pessoas,
escuta as vozes de pessoas falecidas.
O sal conserva e o N atrum muriaticum ressente-
se, isso é uma forma de conservar; voltar a sentir;
ressentir.
Vimos então que, pelas características deste me-
dicamento, não há um crescimento harmônico deste
indivíduo, nem a nível físico nem mental. É lógico
que quem está preso ao passado, não pode avançar
para o fu ruro.
Temos então uma pronlllda tristeza que geral-
mente é silenciosa, com uma incapacidade de chorar,
com ódio. E este ódio pode ampliar-se e chegar a
toda hwnanidade.
Muitas vezes encontramos Natrum mtwiatimm
~horando sozinho. Ele nunca chora perto das pessoas.
As vezes chora e não sabe explicar porque. Num grau
intenso de depressáo (demotistrado pela Sua diftcul-
dade de sair da cama pela manhã), sente como se a
vida perdesse o tempero; o sa bor das coisas.
Outra forma de modalizar Natrum 11tzwiaticum é
através de suas apreensões, suas culpas e seus medos.
Tem ansiedade diante de muitos problemas como
as tormentas, ansiedade ao dormir, ansiedade pelo
fururo e palpitações por ansiedade.
Tem medo que aconteça algo aos OUtrOS, um
medo escravizante porque não faz nada sem pensar
que possa acontecer algo de ruim com o outro, so-
brerudo aos seus - que ama e odeia ao mesmo tempo
-, por isso obedece e, quanto mais obedece, m;,.is
raIva reIn.
Natl'l-I>H muriaticu11t tem medo de ladrões, sonha
com ladrões e sonha com pessoas em casa. Tem medo
de escuro e agrava no escuro.
Como Lycopodimn, também tem o sintoma:
"sonho que continua quando desperta". Ao sonhar
com ladrões tem a sensação de que há ladrões em
caSa e levanta-se, revista a casa e só dorme novamente
quando tem a certeza de que não há ladrões.
Ourro dos medos é o de cair enquanto caminha,
porque tem ou sente torpor nas pernas. Outro sintoma
típico: as coisas lhe caem das mãos.
Típico também como manisfestação dos medos
são os sobressaltos: por ruídos, por medo.
Tem também uma sensação de eletricidade que
lhe corre pelo corpo quando dorme.
Natrllm muriaticu11t isola-se do mlU1do, e acaba
h lando sozinho com seu passado, com sua vida an-
terior, seus amores perdidos.
Sente-se isolado da família, das pessoas que o
rodeiam.
Tem nostalgia do que imagina ser sua família,
com sua necessidade exagerada de afeto. Por isso não
quer consolo, porque não vão atendê-lo, teria que
desnudar-se.
Tem tristeza e não pode chorar, pensa que terão
pena dele e teme que o vejam neste estado deplorável,
como internamente se sente.
É egoísta, pois só se identifica com seu próprio
problema; está cheio de rancor, de raiva , de justifi-
cações.
Assim como não pode chorar ante a presença do
Outro, também não consegue urinar na presença de
outro, não toler~ que o olhem.
Natrum muriaticum é basicamente um ansioso
por incapacidade de liberar sua agressividade.
É extremamente irascível, com capacidade exalta-
da para a agressão, a irritabilidade e o mau humor. A
repressão desta agressividade faz com que ele volte-se
para SI mesmo.
Ri para' esconder seu sofrimento; ri de coisas
sérias, tem um riso que alterna com o choro e as vezes
riso imoderado, apesar de não desviar os pensamen-
toS das injúrias que recebeu dos outros (vingativo)
e de não sentir prazer na vida, sente um grande
vazio. Como o personagem do palhaço que entra
na função do picadeiro, com um sorriso nos lábios,
enquanto por dentro é um infeliz e seu coração está
despedaçado.
Apesar disso, geralmente são personalidades muito
carinhosas apegadas aos seres e aos objetos de valor, sen-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
te simpatia pelos demais, ou seja, Natrum munaticum
pode ser também compassivo.
Dentro da compassividade, com boa frequência,
encontraremos Natrum munaticum fazendo doações
de cestas de Natal para os favelados, por exemplo.
Graças à universalidade do sal em querer equilibrar-
se com todos os ambientes, colecionando objetos do
passado.
Fenômeno da Osmolaridade
o aspecto de serem conservadores em Natrum
muriaticum é extremamente marcante. São pesso-
as que guardam numa caixinha o papel de bala do
primeiro dia que foi ao cinema com o ex-amigo, as
cartas do tem po de adolescente, O diário, os cadernos
do grupo escolar. Tendo um cuidado exagerado com
suas coisas, como por exemplo, um fusquinha 62 em
estado de zero. Lembrando o aspecto conservador do
sal em todos os sentidos, inclusive político e social
fazendo parte do time dos Moral.istas.
A mesma limitação de sua capacidade agressiva
quando sonha que os dentes se afrouxam. Os dentes
são simbolicamente expressão de agressão (quando
crianças) e de incorporação de alimentos (mastiga-
dos). Quando se afrouxam os dentes, não se pode
agredir e, também, não se pode comer, esteticamente
fica-se miserável.
7
Dinâmica miasmática
A sensação de ressentimento, com pena silenciosa
tolhe os impulsos deixando-os como que aprisionados ao
seu passado, (a essência psórica deste medicamento).
Como não falam de seus dissabores (não esgo-
tam) e, equivocadamente, os guardam (conservam),
desenvolvem manifestações'Sicóticas de auroafirmação
como o descontentamento, tornando-se coléricos,
impetuosos com aversão ao consolo. Por não aceitar
os prazeres da vida, alimentando seu sentimento de
ódio, fechado cada vez mais dentro de si, encontrare-
mos nosso Natrum em nwvimentos sifilíticos.
NUNCA
NW1Ca,
nem que mundo caia sobre mim
nem se Deus mandar
nem mesmo asSlffi,
as pazes contigo, eu farei.
Nunca,
quando a gente perde a ilusão
deve sepultar o coração
como Eu sepultei.
Saudade,
diga a esse moço, por favor
como foi sincero o meu amor)
quanto eu o adorei,
tem pos atrás.
Saudade,
não esqueça também de dizer,
que é Você quem me faz adormecer
para que Eu viva em paz.
(Lu picínio Rodrigu,:s)
Estudo repertorial
Podêríamos expor aqui um caso clíni~o, cheio
de reclamações ou sintomas claros, com explicações
objetivas, passadas para nós por algum Natrum
mU1'iaticum, porém, desta vez, preferimos ilustrar
este assunto através da letra de uma canção, bastante
conhecida, de Lupicínio Rodrigues: "Nunca".
Paschero, em seu livro "Homeopatia", no capí-
tulo sobre Natrum munaticum: "qualquer que seja
a enfermidade de que padeça, o enfermo Natrum
muriaticum, se não curarmos o seu ressentimento,
não é esse o seu remédio ou há interferências para a
sua ação".
418 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.

o núcleo fundamental deste medicamentO é o res- pena silenciosa; ao sal que retém, a nostalgia; ao sal
sentimento, que podemos sentir, na música da primeira que conserva, a raiva, a culpa, a mortifIcação; e ao
à última ~trofe. Um sentimento arrastado, guardado que se cristaliza, o ressentimento.
fundo e conservado através dos anos. Em seus pensamentos, ele recorda constante·
Sabemos que devido ao fenômeno de osmolaridade, mente acontecimentos desagradáveis do passado,
O sal abson1e mas 11M retém, e assim é para O nosso como se para atormentar-se a si mesmo por pensar
paciente, também por mais bonitO ~ feliz que possa neles.
ter sido este amor, o que fic"" foi a jruJ1raçM, a mágoa,
a humilhação, que acende um smtimento de raiva, de Allen:
vil/gallça, demonstrado assim: - ('"em aversão a falar e irritado quando ques-
"Nunca, nem que o mundo caia sobre mim nem tionado.
se Deus mandar nem mesmo assim as pazes contigo - Sempre que sozinho, ela queria chorar, sem
eu farei". saber porque.
A raiva, reação à carência de afeto, reprimida · Ele concluía, pelo olhar de todos, que sentiam
desde a perda do ente amado, acaba por incorporar-se pena dele, por causa de sua falta de sorte, chorava.
ao núcleo de ressentimento, que é reforçado por tOda - Ataques de completa desesperança e desespero
a vida, jamais esquecendo ou perdoando, sofrendo
iJlterno, o que lhe tira todas as !(lrças.
sua pena sileneiosa:
- Acordou às 2 horos da manhã, suando, com
"diga a esse moço , por favor"
ansiedade angusti'U1tc, como se estivesse preso num
Temos também a nostalgia, o pensamentO fIxo
porão escuro; essa sensação só desapareceu quando
na passado, como se ainda estivesse vivendo aquele
ele viu a luz pela janela.
tempo:
· Ela sempre olha no espelho e imagina que é
"Saudade)).
deplorável.
Normalmente, na culinária, o sal é usado para
- Medo ansioso de morrcr.
realçar o sabor dos alimentos e o que aCOntece com o
· A mente dele foi muito enfraquecida por
individuo Natmm muriaticum adoecido é extamente
doença e veneno; sua percepção moral, seu senso de
isso, falta-lhe o gosto pela vida, falta aquilo que faz
a vida ter um sabor diferente, como se o tempero da
vida tivesse acabado:
"Deve sepultar o coração, Como Eu sepultei".
Sabemos ainda que Natmm muriaticum sofre
também pela culpa do passado, daquilo que possa
tet feito de errado e que lhe causou todos os seus
desgostos. Essa culpa no passado lhe traz urna grande
ansiedade de consciência, ourra forte característica
deste medicamento:
"Para que eu viva em paz."
Para nos sentirmos mais seguros ao afIrmarmos,
que se esse paciente existisse realmente, ao medicá-lo
comNatmmmuriaticum obteríamos bons resultados.
Vamos ao repertório e encontraremos:
- ressentimento· 64/2
- remorso - 77/ 3
. nostalgia· 70/1
- pena silenciosa· 72/ 2
- a.nsiedade de consciência - 5/1
Para fInalizar, em se tratando de Natmm mu·
riatiwm, não devemos nunca nos esquecer de suas
propriedades físicas, aplicando-as ao emocional, 11.illi lij~~~'
portanto ao sal que absorve lembremo-nos da neces· /tCxl ~M.
Jt:~
sidade de afeto; ao sal que preserva, relacionemos a
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
honra, que era bastante aguçado do certo e do ertado,
pareciam entorpecidos; ele estava em fases: veemente
e exaltado ou mal-humorado e silencioso.
Hahnemann:
- Humor melancólico, ele não pode apagar seu
pensamento, calúnias que ele infringiu a outros ou que
foram infringidas a ele, o que o deixa tão depri mido
que não encontra prazer em nada.
- Ele, pesarosamente, atormenta a si próprio,
continuamente procurando ideias desagradáveis, o
que o desagrada.
- Durante horas, imerso em pensamentos sobre
o que setá dele.
- Pelo olhar das pessoas, ele conclui que eles têm
pena dele, devido ao seu infortúnio e chora.
- Ela tem que chorar involw1tariamente.
- Ele ficava mais agitado, quando alguém tentava
consolá-lo.
- Ansiosamente preocupado com o futuro .
- Ansioso sobre ficar insano.
- Ele tem medo de que vai ter que morrer.
- Ela olha constantemente no espelho e acha que
parece desgraçada.
- Ansiedade como se tivesse feito algo de mal.
Perverso com calor e transpiração noturna. Num so-
nho, ele se repreende por erros passados e está cheio
de inquierude e angústia.
- Maneiras secas.
- Rabugento, irritável, briguento e mal-humo-
rado.
- Ele sente-se irritado e evita companhia, porque
prevê que pode facilmente incomodar alguém.
- O espírito está mais tranquilo e livre de preo-
cupações do que em outros tempos.
- Contentamento interno, esperançoso e suave.
Distraído; não sabe ent3mente o que deve
dizer.
Hering:
- Cabeça no ar ou distraído enquanto fal.a; não
sabe o que deve falar, desajeitado ao falar e comete
erros facilmente.
- Perseguido por pensamentos de que alguma
coisa ruim vai acontecer.
- Tenta recolher fatos desagradáveis do pasado
com o propósito de pensar neles e induJgenciar O
pesar que eles causam.
- ELe conclui pelos olhares das pessoas, que era
objeto de pena por causa de seu infortúnio e chorou.
19
- Medo de perder a razão.
- Vontade fraca.
Diagnóstico diferencial
Natrnm muriaticum é o sal de cozinha comum,
uma substância única pelo número de propriedades
que apresenta. O sal absorve, retém e condensa;
também cristaliza.e preserva; o sal também traz à
tona o sabor dos outros alimentos. Estas propriedade
também serão vistas tanto no plano fisico quanto no
mental do paciente Natrum muriaticum... (Camerine
Coulter)
Desperta e fica na cama por mais de uma hora,
isto está relacionado à sua depressão, é diferente de
Lywpodium, que CUSta a acordar e vai acordando aos
poucos durante O dia, este sintoma: é levantar difícil.
Dá e recebe afeto, mas depois da primeira
decepção, fica ancorado na lembrança, no
ressentimento e sente-se infeliz, Natrnm muriaticum
sente como se já tivesse perdido o que Pulsatilla
continua buscando. Como O s31, Natrum muriaticum
é amargo, n50 tolera o consolo, chegando a agravar e
sentir ral.l'a por ISSO; agrava com a pena que o outro
sente dele, pois isto o lembra da sua sensação de ser
um desgraçado por seu passado pecaminoso.
Natrum muriaticum olha no espelho e vê a
imagem de um miserável, olha para os objetos e fixa
suas imagens na retina. Tem a sensação de estar preso
numa rede, como se fosse um prisioneiro (de seu
passado '); sente-se fixado ao olhar em um espelho.
Desequilibra-se por desilusões de amor, desprezo,
monificação, tristeza, más notícias, discórdias entre
chefes e subordinados ou pais e amigos; por cólera,
com ansiedade, in.dignação, com pena silenciosa; por
decepções antigas, e por grosserias dos outros.
Natrnm muriaticum tem medos recorrentes,
medo de ladrões que o faz olhar para trás quando
anda na rua; medo como se algo fosse ocorrer, de
uma desgraça, de fracassar, dos homens, da morte,
de ser envenenado, do escuro.
Fixa o seu passado, mas ao buscarmos no re-
pertório, o encontraremos em memória débil para o
que acaba de pensar, para os acontecimentos do dia,
para o que está por dizer ou escrever e para O que
leu ou ouviu.
Usado em baixa potência, tira o paciente de esta-
dos de dcsmineralização, sejam estados anêmicos, seja
no enfraquecimento causado por doenças que cursem
com estado febril crônico, fraqueza generalizada, fome
exagerada, principalmente entre 10 e 11 horas; perda
de líquidos, seeura de pele e estados em conscqllência
de ofensas e desgostos.
 2 Carfos arunini, Mario Giorgi & ColabS.
Dorcsi diz que: "o que é aAroica para o trawna
físico, Natr"m muriati",m é para o trauma psíquico,
consequência de humilhação, ofensa ou perda de um
ente que rido".
Natr"m tem ação orgânica predominante
em mucosas, onde aprcsenta fluxos catarrais mais
charnativos por sua ql!Clntidade, por serem abundantes
e de aspecto catarral e pele o nde arua principalmente
nas glândulas sebáceas, tornando a pele gordurosa,
com grande propensão ao aparccimento de acne,
principa-lmente, no tosto, onde essas glândulas sou
mais numerosas.
Simbolismo a Bíblia e a Homeopatia
Disse wn anjo do Senhor: "F"ja por a11l0r a
vida ' NM olhe para trás e nM pare em 1''Bar nenh."",
da planície ... .Mas a m"lher de: Lê olhou para trás e Se
transformo" n"ma col"na de sal". Gênesis 19 : Jer"s
,-espunde,,: "NÚtrJ"bn que põe a mão no arado e olha pa.-a
trás ti apto paTa o fuino de Dws". Lucas 9 : ((Esq'l&çnm
O que se foi, nm! l'il'am no paS5ado" Isaias 43. Não diga:
'Por que os dias do passado foram melhores q"e os de hoje?
Pois não ti sábio fazer este tipo de perg"nta". Eclesiastes 7.
O sal si mboliza a incorruptibilidade. Povos
senúticos antigos comiam pão e sal para selar uma
aliança indestrutível , amizade e a bospitalidade , já
que o sal era compartilhado. Por OutrO lado, o sal
também pode significa r a negação da fertilidade, os
romanos jogavam sal sobre o solo de suas conquistas
para torná·los árid os e estéries.
Os orientais, principalmente os japoneses, utilizam
o sal como elemento purificador, jogando sal na soleira
de suas casas diariamente, como forma de mantê-las
imaculadas, e a salda de wna visita desagradável; os
campeões de swnô, jogam o sal nos cantos do rinS'lle
como sinal de purificação para que o espírito da luta
seja o mais puro, leal.
Em Sodoma e Gomorra (imoralidade , peca-
dos), a mulher de Lot volta-se para tris (evoclção
do passcldo) e transforma -se numa estátua de sal
(conservada neste estado para sempre); é cas tigada
pois, seu passado imoratnão pode ser olhado e por
ter quebrado O acordo com Deus para que saíssem
dali sem olhar para trás.
Homeopatia & a veterinária
Regi= Torro, o animal de ...
q Ressentimento- é o do que apo.nholl wna vez
do tio da dona e nunca mais este tio consegue chegar
perto ou entrar na casa.
q Ansiedade com tempestades.
q Medo de escuro, ansioso para dormir.
q Cuidadoso com seu objetos.
q Ama e odeia ao mesmo tem po, adoece quando
alguém da fanúlia se ausenta.
q Ciúmes doentio levando-o a adoecer quando
chega novo CãOZinJl0 em casa ou quando chega o her-
deiro da famíba, nestas siruações isola-se num canto.
q Grande agress ividade reprimida, se distancia
pelo medo de perder ou ser rejeitado pelos que ama.
q Aparente resignação mas revolra interior que
o leva a rejeitar o consolo.
q Não gosta que o olhem, principalmente
enquanto urina, não demarca postes urina em casa
escondido.
q Aversão a ser tocado. qMagro, caquétieo
com imagem de desnutriç~(), pele e mucosas secas
com seborreia.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Pequenos notáveis
N atmm Stllphll1iCllm
(SulfatO de sódio)
Vale lembrar que faz parte do grupo de
medicamentos utilizado pelo Dr. Schussler e que
muitas correntes são favoráveis.
Sais de Schussler - Segundo seus nmdamentos, o
nosso organismo é compostO de uma parte orgânica e
outra inorgânica.
São Comp01Je"teS lÚl pa."te orgânica:
-. As proteinas - que formam a estrurura do
organlsmo.
- As gorduras - que são usadas como reServas.
- Os carboidratOs - (como a glicose).
Os componentes da pane inorgânica: são os
minerais, encontrados na forma de sais (os quais estão
presentes nos tecidos, contribuindo decisivamente
para manter a saúde).
A falta de alguns desses sais pode ocasionar
o aparecimento de diversas doenças em nosso
organIsmo.
Natmm Julphuricum - Na,SO" facilita a elimi-
nação do excesso de líquido, sendo que sua ação se
estende aos vasos, fígado, rins, pele, pâncreas.
Sua maior concentração está 1W lúl'údo extracelular
e mucosas.
Vijnovsky
Acenruada tendênci a ao suicídio, pensa russo
continuamente, porque está triste e cansado da vida,
porém, contraditoriamente, tem temor ao suicídio, tem
medo de ficar só e ferir-se, assim não sabe porque tem
brusc?s impulsos de matar-se.
E hipersensível à música - entristece e o faz
chorar; especialmente as músicas animadas.
42
Natruin sulphuricum
Tristeza, piora de manhã, sem desejos de falar.
Depressão ou melancolia que alterna com
ataques de mania. A tristeza piora quando o tempo
muda e chove.
É o medicamento mais importante nos
transtornos ou sintomas mentais que têm como
pOntO de partida ou causa evidente acidentes ou lesões
e especialmente, traumatismos cefálicos.
Grande medicamento para pacientes com trans-
tOrnos de humor, paciente - bipolar em geral
Entende-se que estes são transtOrnos nos quais
a pertUrbação fundamental é uma alteração do hu-
mor ou do afetO, no sentido de uma depressão (com
ou sem ansiedade associada) ou de uma elação. A
alteração do humor erri geral se acompanha de uma
modificação do nível global de atividade, e a maioria
dos outtos sintOmas são quer secundários a estas
alterações do humor e da atividade.
Sinlomatologia - peculiaridades
Tudo que seja úmido ou água o agrava; piora
pelo calor úmido, pelo frio úmido, pela wnidade.
São pessoas que também agravam pela ingestão de
422 Garlos Brunini, Man'o Giorgi & Colabs.
alimentos com abundante proporção de água (frutas
e verduras).
Sente a mudança de tempo seco ao úmido (piora
quando chove).
As secreções e descargas mucosas são esverde-
adas.
FotOfobia crônica (segundo Clarkeson são os
medicamentOs com mais fotOfobia); durante as cefa-
leias (enxaqueca).
Secreção de pus verde e terrível fotofobia, piora
de manhã, com as pálpebras pregados e coceira nos
cantos; lacrimejamento ardente. Coriza crônica, com
obsttUção lIasal e secreção espessa, amarelo-verdosa
que também .:ai por atrás, (cavurn) de mau odor,
aderente e de gostO salgado.
Asma que aparece ou se agrava com cada troca
de tempo (úmido); piora das 4 as 5 da madrugada,
com ruídos no peito; piora na praia.
As crianças apresentam tosse; por esforços, ao
caminhar, por flatulência; com desejos de respirar
profundamente, especialmente no tempo chuvoso.
Tosse seca com coceira na garganta e sensação da
traqueia estar em carne viva, piora de noite, melhoram
sentando-se e segurando o tórax com ambas as mãos.
Tosse com expectoração espessa, verdosa, pe-
gaJosa.
Dores torácicas, pioram pela umidade, melho-
ram pela pressão.
Bronquite; pneumonia na base pulmonar es-
querda.
Dores nas costas (omoplatas) e cortantes.
Depoimentos
a) "Sou casada há 18 anos meu esposo tem
comportamento bipolar horas é dócil horas agressivo
comigo e ftlhos já procurei recursos médicos fez trata-
mento por algum tempo mas parou pois ele não aceita
que é doente e nem quer se tratar minha família não
aguenta mais. O que faço Dr.? Gostaria de saber como
proceder com ele quando ftca agressivo comigo e as
crianças qual o tratamento ideal? Como convencê--lo a
se tratar pois não aguento mais já me separei mas acabei
voltando pois não me deixou em paz ele tem 43 anos e
pesa 92 klgr ele é uma pessoa boa mas quando tem as
crises ninguém aguenta por favor peço ajuda urgente
um abraço a todos e parabéns por este trabalho que
ajuda tanta gente."
b) "Sou casada a três anos e meio, e comecei a
notar um comportamento estranho no meu marido,
neste ultimo ano, percebi que as variações de humor,
e agressividade, quandp alguém não concorda vá
com ele, a insônia (dorme entre 3 e 4 hr da manhã)
não eram normais, ftca "na mt 12 hrs, não trabalha,
come compulsivamente, tem compulsão por sexo, e
principalmente é insupoÍ'tável de conviver, parece que
ele me persegue, e tem. uma nuvem negra onde ele
esta, mas tem momentos, quando estamos na igreja,
por ex. que é um amor, sorridente, compreensivo etc.
Fomos num psicólogo e ele disse que 99% dele ser
bipolar, consegui leva-lo a um psiquiatra, ele receitou
um remédio pra dormir tarja preta, a primeira semana
foi uma beleza, mas depois o inferno voltou, não sei
se ele estava jogando o remédio fora, só sei que estOu
cansada, nesta última semana ele teve uma crise, vio-
lenta, queria em trancar no quarto e empurrou minha
ftlha .... nem sei o que fazer, e foi pra casa da minha
sogra, que põe panos quentes em tudo e me diz: isto
passa ... o pior que ele não aceita que é bipolar, e na
consulta com o psiquiatra, fala que já tentei mata-lo,
que sou agressiva etc ... o que posso fazer? ligo pro
psiquiatra dele, pedindo camisa de força? por favor
me ajudem."
Proposta: Natrum sulphuricum CH 30~
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
42

Nifric acidum

Sinonimia: Ácido nícrico ou ácido Azótico, Ni- Sintomas mentais

tric acidum, Nitri acidum, Spiritus nitri acidus, Aqua HAHNEMANN:
fmis. "Cai em pensamentos sobre COlsas ansiosas,
Origem
ocorridas há muito tempo e não pode esquece-las,
parece que esteve sonhando de tempo em tempo,
É wn liquido espwnante incolor com odor que desperta de sobressalto, mas está sempre absorto em
desaparece ao contato com o ar. Colore a pele de ama- ideias, sem ser capaz de apesar de árduos esforços,
relo e a destrói, pois é extremamente corrosivo. Não de pensar em outra coisa". HAHNEMANN: "Ele
é enconcrado em estado livre, se obtém decompondo não pode desembaraçar-se de pensamentos tristes"
nitrato, geralmente de potássio, que é decomposto "Rancor prolongado, insensível a desculpas e escusas"
pelo ácido sulfúrico. As crês primeiras diluições do Este aspecto rancoroso, irrequieto e vingativo, corrói
ácido são feiras em água, e a partir da quarta em álcool. sua mente e entranhas, é o remédio que guarda a sua
mágoa para as pessoas que lhe ofenderam, não perdoa,
Ação geral do medicamento
não se comove com desculpas e busca a desforra (re-
Ação principal em mucosas, nos orificios naturais vide). ALLEN: "Rancoroso, insensível as desculpas."
do corpo que estão próximos da pele, como ânus, boca "Ataques de fúria e desespero, amaldiçoa e blasfema,
e nariz. Produz nestes locais irritações e ulcerações,
acompanhadas de secreções irritantes, escoriantes
que sangram facilmente. As úlceras apresentam odor
fétido e bordas irregulares, com granulações, com
tendência a se estenderem em superficie, porém mais
profundas que as úlceras de.Mercurius cujas lesões são
superficiais. Dores perfurantes, como feitas por farpas
de madeira, ardentes que agravam por água fria. Age
também nas glândulas, ossos e pele. (LATHOUD)
É indicado principalmente nas ulcerações si-
filíticas, por intoxicação mercurial, aftas, herpes,
estomatites e inflamações agudas da mucosa bucal.
Medicamento muito útil nas fissuras anais, condilo-
mas, hemorroidas e câncer do reto, quando outros
sintomas concordarem.
O aspecto corrosivo e destrutivo deste ácido é
transporrado tanto ao plano fisico, quanto no mental
dos indivíduos que se identificam com este medica-
mento. Vingativo.
42 Carlos 8runini, Mario Gíorgi & Colabs.

violento por bagatelas e depois ri de si mesmo." transformam em desânimo e apatia, tornado-se triste,
BOERlCK: "Hwnor irritável, rancoroso, vingativo, embotado, cheio e com fastídio da vida.
voluntarioso." PASCHERO: "É wn agressivo em Esquematizando:
derrota, que libera sem freios, a sua agressividade, ~PSORA-traído, sacaneado, chifrado
amaldiçoa e insulta, culpa os outros da sua destrui- ~ SICOSE- Reage com rancor, raiva vingativo,
ção". VIJNOVISIG: "Guarda um intenso ódio para blasfemador, Irritado, Malígno
com as pessoas que o tem ofendido - não perdoa, ~ SÍFILIS- Apatia, desânimo, desalento, de-
não se comove, nem modifica sua atitude perante pressão, fastio da vida.
alguma explicação, desculpa ou tentativa de aproxima-
ção. É rancoroso e tem desejos de se vingar; é duro,
inexorável, cruel e desconfiado. Em contraposição a
esto atitude pode ser muito compassivo á dor alheia,
afetuoso e doce." MARGARETH TYLER: "Nitric
acidum escolhe os orifícios, locais de transição entre
as membranas mucosas e a pele, endotélio e epitélio,
os olhos e o nariz e especialmente boca, com lábios,
língua, gengivas, amídalas, descendo para a garganta,
passando pelo trato digestivo sem afet[ a-lo muito para
voltJt a sua raíva no reto e ânus, na uretra e gellitália,
sempre com ulceração, fissuras, pontadas, dores como
espinho, sangramento e mal cheiro ..... Não somente
a evacuação é dolorida, mas dói durante horas após
evacuar. O ânus sofre medonhamente com Nitric
acidmn. Não existem apenas hemorroidas dolorida,
mas fissura que abrem e sangram e são estranhamente
dolotidas". Suas dotes tem a característica de serem
como em espinho, não importando aonde ocorram,
no osso, na boca, no ânus, no oJriz, a sensação é a de
wn espinho, especialmente se a parte dolorida é pres-
sionada ou tocada." LATHOUD: "Irritável, colérico,
vingativo, teimoso, entra em cólera pelos próprios
erros, rancoroso, tenl inimizades inveteradas, não se
deixa conlovcr." Entendemjo seu sofrer -
trocando em miúdos
Considerações (miasma): Assim guarda intenso ódio pelas pessoas que
Sua irritabilidade é: o tenham ofendido, não perdoJ, não se comove,
irredutível diante de qualquer explicação ou pedido
de desculpas. É rancoroso e tem desejo de vingar-se,
PSÓRICA, ódio motivado pela forte sensação duro, cruel e desconfiado. Também pode ser muito
de que foi atraiçoado, encontrando na expressão da compassivo com o sofrimemo alheio e afetuoso.
lei da talião "olho por olho dente por dente" uma Tem grande ansieuade por sua saúde, com medo
superada e equivocada elahoração de justiça, com de morrer, especialnlente dutante a febre, medo de
os aspectos ue lndigmç:ío, roubando-lhe a paz e o doenças. Tem pressentimentos de morte, crê que está
sossego. Persistentemente pensa no revide, nascendo por morr-c[, desespCL1-S(' por isto; mas às vezes está
o revide consigo mesmo e com a humanidade. Ao cansado da vida e tem uesejo de mOrrer. Tem ideias
fazer sua udcsa suicidas, mas com medo de morrer. Sua ansiedade
SICOSE, rogando pragas, maldições, blasfema, se acentua ao anoitecer, depois de comer e antes da
articulando vinganças. menstruação, por perda do sono e vigilias noturnas,
SÍFILIS, cansado de esbravejar, odeia em durante as tormentas, com medo; depois de defecar,
silêncio, então a sua irritabilidaue e inquietude se pot esforços mentais, Jormindo.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Ansiedade pelo futuro, angústia peb perda de
um amigo, inquiemde com aMiedade depois da
meia-noite. De caráter muito irritável, es pecialmen-
te quando lhe falam, querem lhe consolar, por seus
próprios erros; sua raiva é violenta acompanhada por
tremores. Tem ataques de raiva, insulta e blasfema;
briguento, obstinado, caprichoso, impetuoso.
É agressivo em derrota, que libera sem freios sua
agressividade, amaldiçoa e insulta, culpa os outros por
sua destruição -PASCHERO.
Hipersensibilidade a impressões externas como
núdos, sons agudos c penetrantes, vozes (principal-
mente masculinas), não tolera ouvir alguém falar; ao
toque e à dor.
Sobressaltos por sustos (ass usta-se facilmente),
por núdos, quando está dormindo; chora dormindo .
Tristeza pela manhã, ao anoitecer e antes da mens-
tmação. Descontente consigo mesmo, indiferente a
tudo que seja prazeroso, indolente; sente-se afastado
de sua fàmília. Dificuldade de concentração, aversão
ao a-abalho mental. Disposição a contradição.
Sintomatologia
A principal característica deste medicamento são as
dores pcrfurantes como por farpas de madeira ou espi-
nhos cravados na carne, especialmente por tocar, roçar,
pressionar ou mover a parte afetada., e que aparecem e
desaparecem bruscamente principalmente à noite. Por
este motivo é um medicamento utilizado, assim como
Sitiem, como auxiliar na expulsão de corpos estranhos.
Agravação dos sintomas
- pelo frio, é muito friorento . Resfria-se facil-
mente, agasalha-se muito, com calafrios frequentes
e falta de vitalidade.
- tempo úmido.
- mudanças de tempo e temperatura, vento e
tempestade.
- ao entardecer e à noite.
- ao despertar.
- pelo contato.
- pelo movimento c núdo, parece que todos os
ruídos repercutem no seu corpo . (Kent).
- sacudido c solavancos.
o falta de sono, vigília prolongada.
- pelo consolo.
Melhora dos sintomas
- passeando de carro.
o com calor, não excessivo.
o levantar-se da cama.
Lateralidade: esquerda
42
Sono
Di.ficuldade para dormir à noite, com sacudidas
ao iniciar o sono (Agaricus muscarius, Argentum
nitricum, Arsmicum alhum, Natmm muriaticum).
Sono angustiado, sem repouso, dores que aparecem
durante O sono, com tremores e tosse. Insônia após as
2 horas. Sonhos com morte, fantasmas, crimes, fesras,
atividades do dia, eróticos. Sono que não descansa.
Sonolência durante o dia, em consequência da noite
mal dormida.
Cabeça
Exostoses, cáries nos ossos do crânio, extrema
sensibilidade no couro cabeludo ao pentear-se ou co-
locar chapéu. Queda de êabelo abundante, erupções no
couro cabeludo, fétidas, 'com prurido, acompanhadas
de dores agudas c lancinantes. Cefaleias que agravam
por pressão do chapéu, por núdos. Cefaleia com sen-
sação de ter um fio que pressiona a cabeça, como se
estivesse apertada por um torno, entre uma têmpora
e outra. Cefaleia pela manhã com náuseas e vômitoS,
plenitude e peso na cabeça.
Ollios
Pálpebras inchadas, duras e ardentes. Ptose pal-
pebral, pequenas verrugas nas pálpebras superiores,
que sangram facilmente, com sensação de picadas
(Kent). Pupilas dilatadas, diplopia, inflamação da
conjuntiva com lacrimejamento acre. Ulcerações da
córnea com dores picantes, opacidade, fistula laclimal,
irites com dores ardentes que agravam à noite ou
passar de um local aquecido para O frio. Manchas na
córnea, fotofobia intensa, ardor, pressão e sensação
como se tivesse areia nos olhos. (Lathoud, 2002).
426 Carfos Brunini, Mario Giorgi & CoJabs.
Miopia, lacrimejamento principalmente ao ler;
vê manchas, redes, moscas voando; vi.~ ão nublada; ao
anoitecer não consegue ler pois não distingue as letras
Ouvidos
Diminuiç50 da audição, que melhora ao andar
de carro; hiperscnsibilidadc ao núdo. Catarro na
trompa de Eustáquio, pulsações nos ouvidos. Otorreia
fétida, marrom, espessa c pumlenta principalmente
após escarlatina. Cárie lU mastoidc. (Kent). Dores
em pontadas nos ouvidos ao engolir.
Face
Caracterizada por rugas profundas, face pálida
com pequenas espinhas na fronte que se juntam e
sangram facilmente ao coçar. Cantos da boca com
fissuras. Expressão atormentada. Olheiras profundas,
pele estirada com manchas marrons.
Nariz com ponta vermelha com vesículas e
escamas; prurido com inchaço na asa do nariz.
Epistaxe de sangue escuro pela manhã. Sente odor
fétido no nariz ao respirar; ozena, eliminação de
secreções verdes pela manhã. Condilomas ou grandes
protuberâncias nasais, verrugas. Violenta coriza com
garganta dolorida; secreção nasal espessa, corrosiva
e sanguinolenta.
Aparelho digestório
Boca
Os ângulos da boca são fendidos , feridos, fissu-
rados. Ruidos nos maxilares ao comer; verrugas nos
lábios, erupções peribucais crostosas. Edema doloroso
das parótidas e submandibulares. Lingua vermelha
nas bordas e ponta; limpa e úmida, seca e branca pela
manhã, com um sulco escuro no centro; ulcerações
sifiliticas nas bordas, com placas mucosas e viscosas;
inflamada; fissurada em todas as direções, muito
sensível com úlceras que ardem ao menor contaro.
Hálito fétido, pútrido, cadavérico, aftas, estomatite
com falsas membranas de cor branca ou amarelada.
Sialorreia com saliva sanguinolenta, fétida, ácida que
irrita os lábios e ulcera as comissuras. Câncer, sensível,
crescido. Rânula. Gosto adocicado ou amargo após
comer.
Odontalgias à noite na cama, por mastigar, por
algo frio ou quente; durante a menstruação. Dentes
amarelos, cariados, frouxos, sensação de crescidos.
As gengivas sangram facilmente, estão inchadas e
ulceradas, fistulas, abscesso, separadas dos dentes.
Se Mercurius já foi usado sem sucesso, Nitricum
acidum seguirá bem.
Garganta
Dificuldade para engolir, sensação de migalhas de
pão ou espinhos ao engolir. Inflamação da faringe, que
está seca e ulcerada. Dores agudas como por farpas de
madeira ao engolir. Amigdalas hipertrofiadas, verme-
lhas, ulceradas, com dores agudas que se estendem aos
ouvidos ao engolir. Deglutição muito difícil, dolorosa
ou impossível, especl'almente liquidos.
Abdome
Indigestão por leite, com náuseas. Sede intensa
pela manhã ao levantar-se. Náuseas e plenitude depois
de comer, principalmente gorduras, melhora andando
de carro. Regurgitações ácidas, azia. Gastralgia arden-
te, não tolera roupas apertadas no estômago. Dor na
cárdia ao passar os alimentos para o estômago; vômi-
tos amargos e ácidos; úlcera gástrica. Sensação de frio
no estômago. Pontadas na mna hepática, piora pelo
movimento; hiperuofia de baço; ventre distendido
e sensível; borborigmos; inchaço por flatos retidos
pela manhã e à noite. Abdome flácido em crianças
que predispõe à hérnia inguinal.
Reto
É O medicamento mais importante das afecções
anais com WTI sintoma muito característico: intensa
dor após a evacuação, mesmo as fezes sendo moles;
a dor vai e vem, podendo durar até 2 horas após a
evacuação. Urgência ineficaz para defecar, com cólicas
contrações espasmódicas do ânus, esforços inúteis.
Esgotamento, mal-estar, dores cortantes com sensação
de espinhos cravados no ânus após evacuar. Umidade
constante e irritante rio ânus; prurido, ardor e fissuras
anais. Prolapso doloróso de reto. Hemorroidas muito
sensíveis, dolorosas ao togue ou pela evacuação; san-
grantes com ardor ou pontadas, durante a eliminação
das fezes. (LATIIOUD)
Hemorragia anal noturna, periódica; sensação de
plenitude no reto; flatos fétidos, condi 10m as, câncer
de reto.
Aparelho geniturinário
Urina de cor forte e escura, com odor de urina
de cavalo; queimante, escassa, com sedimento de
areia vermelha; ardor uretral quando urina . Saída de
liquido prostático quando tem pensamentos eróticos.
Meato uretral inchado e fissurado; prostatite por
supressão de blenorragia, secreção uretral pillUlenta,
blenorrágica, amarela. Enurese noturna.
Órgãos genitais masculinos
Prurido dos genitais; escoriações no pênis, perda
dos pelos pubianos, manchas vermelhas com crostas
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
no prepúcio; condilomas na glande e prepúcio, fétidos
que sangram facilmente ao toque. Dor como se farpas
de madeira estivessem cravadas, ardeme, vesículas,
herpes no prepúcio; inchado, flffiose. Orquite, cancro
nO pênis, prepúcio e glande. Ausência de desejo sexual
e ereções, ou ereções noturnas dolorosas.
Órgãos genitais femininos
Pomadas na vagina , de fora para demro, ca-
minhando ao ar livre ou parada. Queda dos pelos
pubianos. Condilomas como couve-flor nos genitais,
ulcerações no colo uterino. Fissuras na vulva, com
prurido vulvar produzido pelo fluxo ou após a mens-
truação, após coito, piora caminhando ou por ar frio .
Fluxo acre, escoriante, marrom ou esverdeado, san-
guinolento e fétido, que mancha a roupa de amarelo
ou marrom com bordas escuras. Fluxo gonorreico;
menstruação adiantada e copiosa, de sangue escuro e
espesso, com dores como de um parto. Metrorragias
intermenstruais, descargas como borra de café na
menopausa ou no puerpério; ardor vaginal, úlceras
na vagina. Nódulos duros nos seios; atrofia dos seios.
(Vijnovsky 2004).
Tendência ao aborto por debilidade geral e pela
facilidade de provocar hemorragias.
Aparellio cardiorrespiratório
Violentas palpitações cardíacas, causadas ou
agravadas pela excitação, pelo movimento, subindo
uma escada, caminhando durante a febre ; sensação de
tremor no coração. Pulso rápido e irregular.
Dor ardente ou pulsante na laringe, com úlceras
e rouquidão, piora por falar muitO tempo ou em voz
alta; perda da voz, laringite. Opressão nos pulmões
que melhora com expectOração, dispneia subindo
escada, enfisema. Tosse seca, rouca que piora à noite,
principalmente antes da meia-noite estando deitado,
por coceira na laringe ou epigástrio, com dores es-
coriantes ou pulsantes no tórax, cabeça, estômago
e hipocôndrio. Tosse com vômitO e expectOração
de sangue negro, coagulado de pus amarelo e acre,
fétido com gosto amargo, salgado ou ácido. Tuber-
culose, pneumonia, bronquite. Pleurisia em idosos.
(Vijnovsky 2004).
Muscu1oesquelérico
Rigidez do pescoço e nuca; hipertrofia dos gân-
glios cervicais e axilares. Dor lombar que sobe entre
as escápulas, após o coito. Ruídos articulares, cáries
ósseas das extremidades. Dor nas articulações com a
sensação de compressão. Exostose na ubia. Tremor e
427
debilidade nos membros superiores e inferiores. Dores
reumáticas nos membros, principalmente à noite.
Pele
Pele das mãos áspera com fissuras profundas e
sangrantes; verrugas grandes e numerosas nas costas
das mãos e braços; frieiras, vesículas que rompem
e ulceram. Unhas curvadas com manchas brancas
(leuconíquia). Doe sob as unhas das mãos e dos
pés como se farpas estivessem cravadas. Pés e mãos
sempre frios . Suor irritante nas axilas à noite; mãos
frias, úmidas e transpirantes; pés com transpiração
abundante e fétida. Lúpus.
Febre com transpiração noturna abundante e
calafrios, sem sede, com tendência à destapar-se.
Diagnóstico diferencial
Quanto à violência , cólera, agressividade,
intolerância à contradição, raiva, compassividade:
Nuxvomiea.
- QuantO às dores que aparecem e desaparecem
bruscamente:
Kali biehromicum, Belladonna, Cactus grandi-
fWrus, Carbolieum acidum, Eupawrium perfOliatum,
Ignatia amara, Magnesia phosphoriea, Petroleum e
Stryehninum p-tm'm.
- QuantO à dificuldade para dormir à noite com
sacudidas ao adormecer:
Agarieus muselfrius, Argentum nitricum, Arseni-
eum album, Natrum muriaticum.
- QuantO à cefaleia pressiva na cabeça:
Antimonium tartarieum, Cactus grandiflorus,
Mereurius, Platinum, Stannum metallicum, Sulphur.
- Quanto aos lábios fissurados, feridos e fendi-
dos:
Aurum, Ammonium earbonieum, Condurango,
Graphites, Hepar sulphuris. Natrum muriaticum.
- QuantO às dores agudas ao engolir:
Hepar sulphuris, Nat.-um muriaticum, Alumina,
Argentum nitrieum.
Homeopatia & pediatria
Criança ressentida, guarda mágoas, vive pensan-
do nos acontecimentOs desagradáveis do passado, não
perdoa e articula uma maneira de vingar-se. Numa
discussão não leva dissabores sem revidar, consegue
elaborar uma desforra com frieza e imaginação.
Pequenas contradições despertarão nestas crian-
ças uma resposta imediata de vingança. São muitO
sensíveis aos ruídos e melhoram passeando de carro.
 Carlos Bnmíni, Mario Giorgi & Colabs.
Úlceras de comissuras, anais, assaduras de do-
bras, intertrigos, assaduras nos cantOS das pálpebras.
Dermatites amoniaclis no recém-nascido. Ulce ras
crórncas que sangram ao menor contato; verrugas e
pólipos; urina com odor forte, suores dos pés com
odor fétido.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: tudos os seus sofrimentos, tanro
mentais como nsim na, melhoram dando uma voltinha
de carro (diú dc com Cha11lQmilla) , colérico, teimoso,
introvertido, agressivo, vingativo, cmel, violento, mas
sofre por perder um ente querido, transrorno por
tristeza, tem espíriro de contradição e indiferente. Des-
trói capilares, causando sangramentos e hem aromas,
hematoquesia, epistaxes ... ). Fissuras, assaduras, úlceras
neoplasias na pele, com supu rações e sangramentos
fétidos. Cáries ósseas, inflamações em periósreo e ner-
vos, sec reção auricular escura com conduro auditivo
quase fechando , aumenro de linfonodos. Parafimose,
prolapso uterino, abortos.
VINGANÇA
Lupicínio Rodrigues
Eu gostei tanro, tanro, quando me conraram.
Que te encontraram, bebendo e chorando na
mesa de um bar.
E que quando os amigos do peito por rnim per-
gLUltaram.
Um soluço cortou sua voz, não lhe deixou falar.
Eu gostei tanto, tanto, quando me COntaram.
QlIe tive mesmo de fazer esforço pra ninguém
notar.
O remOrso talvez seja a causa do seu desespero.
Você deve esrar bem consciente do que praticou.
Me fna passar tanta vergonha com mTI com-
panheiro.
E a vergunha é a herança maior que meu pai me
deixou .
Mas enquanto houver força em meu peiro, eu não
quero mais nada .
Só vingança, vingança, vinf!.~lnça aos anjos clamar.
VocC há de rolar como as pedras que rolam na
e5O-ada.
Sem ter nlll1ca um cantin ho de seu pra poder
descansar.
Caso Clínico
r.C.S ., 50 anos, sexo 111.1sculino, casado , mecâ-
nico de auromóveis, de Alagoas.
Data: 30/09/93
"Há mu.ito tempo, nem sei dizer quanto, tenho
mau h,iliro. H á llI1S 3 nKsCS comecei a sentir pontadas
no fígado e do outro lado; a barriga estufada, tenho
muiros gases presos. Para levantar de manhã é pior,
dói como se estivesse cortando, a boe;: fica ,101.Irg<\. Ás
vezes a garganta inn"!Pa, nãc: consi:;o engolir, parece
que tem pontas de madeira enfi~das lá ; a garganta
ftca seca e quente.
Fui muitas vezes ao posro de saúde perto de
casa) fiz exames, tomei remédio para vermes mas não
melhorei quase nada. Sou mllito preocupado com
doença, tenho medo de morrer .
Minha profissão exige muita força, tenho que
me abaixar, ficar deitado embaixo dos carros e não
está dando.
Sou muito nervoso, me irrito à toa, proibi meus
dois moleques (de 9 e 8 anos) de ir na ofic ina porque
não suporto trabalhar com os doi s falando o tem po
rodo no meu o uvido, eles me deixam aind a mais
irritado. Fico irritado se erro, com minh a barriga
que dói, com tudo. Quando erro, perco o controle,
me bate uma raiva tão forte que ftco tremendo, às
vezes por coisas pequenas. Sou teimoso, apressado,
não tenho paciência, acho que por isso não tenho
ajudante na oftcina; com o último cheguei a sair aos
tapas - também, ele veio me insultar! Estava pensando
o quê ? Quebrei a cara dele. Veio pedir desculpas e náo
o perdoei e nem vou perdoá-lo nunca. Ele apelou até
para Deus e mandei o Deus dele para a'luele canto;
meu coração qu ase saiu pela boca naquele dia."
(O telefone toco:. é O paciente _fC sobressaltou.)
Justificou dizendo: "A senhora me descuJpe, mas
náo consigo me acosrumar com bamll10. T em dia
que depois do café ·não tenho vontade nem de sair
da cadeira, chateado com.igo, nada me interessa,. sinto
co mo se não tivesse família) não existisse ni nguém.
Se a senhora tiver aí um remedinho para cabeça vai
ser bom, po·rque minha memória não anda nada boa,
o utro dia quase levei uma muJta do fiscal, porque
larguei mão de fazer o livro caixa da oficina, daí tive
de ir correndo pedir aj uda ao vizinho que é contador.
Sinto pena dos conterrâneos que batem na mi-
nha porta pedindo comida, ajudo no que posso; mas
quando vejo a sin,,\<;'io deles me preocupo ainda mais
com o anunhã ; fi c,) tãu nervoso, que nlo durmo. Tive
uma innncia pobre, carregava lata d'água para ajudar
meus pais. Éramos em o nze, eu sou O sexro; passei
muira lome nesta vida , mas tive sorte, meu padrinho
 Matéria Médica Homeop~tic8 Interpretada
me crouxe para São Paulo com quinze anos; foi muito
duro no começo e ainda é, mas pelo menos hoje posso
dar para meus filhos o que meu pai não podia me dar.
Em casa está tudo bem, sou casado há dez anos
e a mulher já sabe como eu sou, ela só reclama do
mau hálito, do chulé e que lhe dou muito trabalho.
Fora isso não fumo, nem bebo."
Analisando os sintomas:
- Ansiedade por sua saúde
- Cólera violema
- Blasfema
- Peleador
- Irritabilidade
- Ansiedade pelo futuro
- Dor em pontada na garganta
Prescrição: Nitric acidum CH 30 (dose única )
Retorno: volta 45 dias após a primeira consulta,
referindo estar bem melhor, sereno às contradiçóes.
AB pessoas de sua família comentam que nem parece
ser a mesma pessoa.
Depoimentos
doce sabor da vingança
Imagine a seguinte cena: um desconhecido co-
berto por penas quebra a formalidade do escritório
onde o seu ex-namorado uaidor trabalha chamando
a atenção de todos que estão por perto.
Ele, como os outros, ri e pensa: "Mas o que será
isso?", e então descobre que, na verdade, aquela visita
é para ele mesmo e que ela traz mais uma surpresa:
um galo de borracha com uma mensagem do tipo:
"Para o galinha do ano."
Se você pensou que esta cena poderia acontecer
somente em seriados norte-americanos, esqueça,
muitas mulheres recorrem a essas "surpresinhas" para
dar a volta por cima ou, pelo menos, boas risadas. Há
429
diversas maneiras de se vingar, maS sem dúvidas, o
humor negro é o elemento que faz toda a diferença.
Quem chifra, chifrado será
''Namorei um cara durante anos. Depois fiquei
sabendo que ele pintava e bordava, saia com ouuas
garotas, enfIm, que eu era uma chifruda. Depois que
terminamos ele começou a namorar uma menina mui-
to "dada". Uma vez saí com uma turma de amigas e
ela estava no meio, sem ele. Fomos a uma danceteria
e ela sumiu logo no começo da noite. Queríamos ir
embora e nada da garota aparecer. Ai uma amiga dela
veio avisar a turma: "Pessoal, vamos embora. A Fulana
se mroscou aí com um carinha (que niW era O namorado
dela) e pai para casa com ele.»
Separação destruição e vingança
Trabalhos de destruição e separação e vingança,
dentro da magia negra junto com senhor Lúcifer e
Exu da meia noite, por favor não faço amarração,
somente separação, destruição e vingança, não encrem
contato pessoas com medo e piedosas, pois esse não
é meu lema, todo trabalho tem seu CUSto, por isso
so procure, pessoas interessadas e nada de curiosos,
minha garantia é a desgraça dos seus inimigos.
Quem chifra, chifrado será
"Eu era a namorada perfeita: a mulher bonita,
fiel e apaixonada, presente na alegria e na uisteza, na
saúde e na doença. Só que quem dá valor para isso
quando a vizinha gostosa dá o maior mole? Ele aca-
bou me uocando por ela, mas não demorou muito
para sentir na própria pele. O golpe foi baixo: ela o
chifrou com o irmão dele. O melhor de tudo foram
os meses em que ele correu atrás de mim em busca
do perdão, mas aí já era tarde ."
 30 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
(Strych1UJS nux vomica)
Árvore da família das logoniáceas, seu fruto
tem o tamanho de uma lasanja, e o medicamento é
prepasado a partir das sementes secas e raladas, por
uma técnica de maceração.
Contém três alcaloides:
1. Estticnina (a principal e mais conhecida)
2. Brucina
3. Igasurina
VOISrN: A toxicologia deste medicamento nos
mostra que o uso em doses ponderais desta substância
acasretará sintomas como: angústia, salivação, vô-
mitoS e hiperacuidade sensorial: depois, convulsões
tetanifotmes paroxísticas, piores pelo menor contato
ao ruído e à luz, com persistência de lucidez intelec-
tual; midríase, taqu.icasdia e fenômenos paréticos.
Nux vomica
LATHOUD : Irrita violentamente os centros
nervosos e principalmente o bulbo medular, awnen-
tando sua itritabilidade reflexa, ptoduzindo hipetsen-
sibilidade física e moral.
Desta maneira, começamos a ver assinatura
da estricnina, pois tais indivíduos têm alto grau de
excitação e irritabilidade ao extremo, sendo que estí-
mulos pequenos são sentidos com grande tônica neste
medicamento , o que justifica seu comportamento
muitas vezes explosivo e colérico, pois seu sentir está
exarcebado, e o valor que se dá aos fatos passa a ser
bem maior.
A estricnina atua, também na musculatura volun-
tária, levando a espasmos, convulsões num primeiro
momento e, se persistir,tal estímulo, acabas,í lel'ando
a atonia da fibra musculas (fadiga e falência).
Atuasá, também, .no simpático desenc~deando
dilatação das pupilas c hipe.néllsão arterial.
A presença deste alcaloide sobte O apareUlo di-
gestivo leva à diminuição do apetite, eructações forres,
às vezes dolorosas/ácidas, dores de estômago com
cãibras, awnento dos gases, vômitos e desejos fal sos
ou inversos, invertendo o sentido da situação; por
exemplo: se quer vomitas tem peristaltismo inverso,
e facilita O contrário: a evacuação.
Até aqui vimos apenas a descrição Toxicológica nas
doses ponderais de N.f.X vmnica, entretanto, sabemos
que é fundamental e,rabelecer uma relação mental/
orgânica para entendermos a dinâmica de vida deste
medicamento.
Entendendo Nux:
Ato equivocado: hipersensibilidade física e
moral.
Moral - pa.rte da filosofia, a ética, que ttata dos
atos humanos, dos bons cosnunes e dos deveres do
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
,
«Jc,. \
y Q.Ó"·
homem com a sociedade. Conjunto de preceitos e
regras para dirigir os atos humanos segundo a justiça
e equidade narural.
Ética- parte da filosofia que esruda os valores
morais e os princípios ideais de conduta humana.
O grilo de Nux está na exacerbação do moral
assim julga em excesso, um equívoco - "Não julgueis
para não serdes julgados." (Ma teus 7), ou quem pode
joga a primeira pedra! Sua ideia errada de ser!
Nux vomica carrega como herança ou angústia
nostálgica, PSORA a sensação de que tinha o poder
sobre rudo aquilo que era certo e errado, tendo,
portanto, dentro de si um núcleo de justiça muito
aguçado. Graças a isto, vive procurando colocar as
coisas nos seus devidos lugares, colocar "os pingos nos
is", dentro de sua própria ótica, é claro. Com isto,
torna-se extremamente exigente com as pessoas que
estão à sua volta, sendo, portanto, uma pessoa de
exagerada sensibilidade, tanto do ponto de vista do
mundo exterior, (tal como descrito na toxicologia),
como também, internamente, demonstrado, é claro,
pelos fatores emocionais.
Esta hipersensibilidade (compatível com o efeito
da própria planta) é demonstrada sensorialmente atra-
vés de sua intolerância a estimulos, tais como luz, tato,
odores, ruídos e mesmo ao nível do paladar, onde,
Nux vomica, prefere os estimulos fortes das comidas
temperadas e condimentadas (mesmo trazendo efeitos
indesejáveis e agravações).
A agressividade deste medicamento é exteriori-
zada quando encontramos Nux vomica jogando coisas
no chão, totalmente fora de seu controle, dizendo
asneiras e gritando; neste momento é impraticável
431
tentar estabelecer algum diálogo. Aqui encontramos,
então, a figura M juiz iraM, dono de toda a verdade,
com um discurso intransigente, não tolerando qual-
quer contra-argumento ou contestação. Sua verdade
psórica é absoluta e tem total consciência daquilo que
é certo ou errado.
Esta cólera pode chegar a ser uma cruel arma
contra si próprio pois~ em certas siruações, ela po-
derá voltar-se com ideias suicídas ou destrutivas que
acabam por não vingar.
Dentro da nossa experiência clínica, observamos
uma intransigência maior, com um senso justiceiro
exacerbado, descarregando, muitas vezes, em seus
familiares.
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.u~Pi$V~14
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':1:f<;r~ (.50'-1, ólJf)Ui.J)
",-"",
A relação mente/estômago (e por extensão
aparelho digestivo) é muito marcada com episódios
psicossomáticos, onde crises de raiva cursam com
transtornos digestivos, azias, gastrites, náuseas, vô-
mitos; melhora quando vomita, tanto o conteúdo
gástrico, como suas aflições. Ainda dos sintomas
gastrintestinais: alterações hepáticas, hemorroidas,
entre outras.
Como poderíamos esperar uma resolução pon-
derada de um juiz que carrega dentro de si O mental
em sintonia com a estricnina, assim, a explosão por
uma frustração ou desencanto perante as variadas
 Carlos Brunini. Mario Gíorgi & Colabs.
situações, com aguçamento de todos os seus sentidos,
falará sempre mais forte .
A agitação também estará presente levando a alto
grau de impaciência e intolerância, desencadeando a
ansiedade e medo do infortúnio, fazendo da preo-
cupação outro sintoma importame. Desta 1na1<eira,
veremos nosso paúente como um sofredor crônico, recla-
mandJJ das coisas, nada está bom, pois julga e condena
a cada instante, o que não é tudo, pois além de julgar
e condenar, muitas vezes) é o carrasco da sentença)
tentando fazer j'ustiça com as suas próprias mãos e do
seu jeito. Depois de passada a cólera, poderão advir
os sintomas de culpa, depressão e mesmo fastio pela
vida. Alterando sintomas de e1ação com depressão,
sendo aqui, pessimista , misantropo, não tolerando
qualquer diálogo ou falatório ao seu redor.
Teme ser enganado pelos demais, sendo desta
forma, desconfiado e, consequentemente, um dos
medicamentos mais ciumentos da matéria médica,
fruto de sua insegurança.
De vido a sua agitação (estão naturalmente
ligados), terão dificuldade em concentrar-se nas
atividades imdectuais (crianças taquipsíquicas com
dificuldades escolares).
Emretanto, apresenta uma boa lucidez com abun-
dâ"cia de ideias, principalmente quando tentam con-
ci.liar o sono (causa de insônia ) e quando dormem
apresentam sonhos terríveis, vinculados a loucura,
suicídio, assassinatos, infortúnios, fala durante o sono,
sonham com seus negócios, enfim, seu sono não é
reparador. Assim, no outro di a estará mai s cansado
ainda e, tendo que acordar cedo pela manh ã, seu hu-
mor .se apresentará péssimo, com grande angústia ao
despertar (sonolento depois do almoço ou de comer).
Evidentemente que um medicamento tão ex-
plosivo encontrará afinidade · com os prazeres da
mesa que, também, são explosivos e fortes; sendo os
grandes bebedores de bebidas embriagames e uma
vez ébrios tornam-se mais brutos ainda, ciumentos,
ofensivos, com desejos sexuais aumentados, orgias
(lembrando que o álcool lhe traz insônia), sendo
que aqui seu sentido moral poderá vir adulterado e
chegar a ser cormpto, cleptomaníaco, ambicioso e
avaro (pelo medo do infortúnio).
Ainda dos prazeres à mesa, gosta de alimentos
temperados, gordurosos, picles, pimenta, café, tabaco,
e tem desejos de coisas não comestíveis, como terra,
massa de vidraceiro, lápis, gesso, entre Outras.
O álcool trará a N ltx vomica uma inroxicação
fortíssima, com vertigens, cefaleias matinais (segura a
ca beça de tanto que dói ). Quando tiver que executar
qualquer taref.l, enjoos, mal estar, sente a cabeça como
se tudo girasse ao redor (é um medicamento usado
organicisticamente para a ressaca).
De sejos sexuais aumentados, Nu_~ vomica é
um medicamento at.ivo do ponto de vista sexual,
fac ilmente l'xcitávcl tanto no homem quanto na mu-
lher; com p(lln~ão nOUlma no homem e orgasmos
involunti rios nas mulheres, sendo a ereção dolorosa
matinal, um traçomarcante. Sexualmente pervertidos
e masrurbadores.
HAHNEMANN: "Há poucos medicamentos
cuja maioria dos sintomas cOlTespondem em simila-
ridade com os sintomas das doenças humanas mais
comuns e frequentes e, então muito comumente
encontram um eficaz emprego homeopático; podem
ser chamados policrestos e a esses, pertence particu-
larmente, a semente de Nux vomica.
"Algumas instruções práticas podem ser úteis,
deduzidas dos resultados de cuidadosas experiências
ao longo de vários anos. Entre as que devem ser
mencionadas, está a de que é mais frequentemente
indicada àquelas pessoas que possuem um temp.,'amento
ansioso) entusiasta} ardente) veemente (impetuoso) exci-
tável, apaixonado) ou de disposi~ão irrascivel, malicioso,
duro (mim, perverso, feroz).
"Se as menstruações usualmente aparecem al-
guns dias antes e são muito copiosas, os transtornos
remanescentes ou que ocorram depois de sua parada
são muito apropriados para NI/x vomica
"Foi observado que este medicamento, quando
administrado alguma~' horas antes de dormir, arua
mais suavemente do que em outros momentos do
dia; mas há exceções a essa regra, como nos casos
de urgente necessidade. Sua administração pela ma-
nhã, num estômago vazio, ~ scguida pelos maiores
Inconvelllentes em pessoas muito sensíveiS, pois
desenvolve seus sintomas mais frequemes e intensos
imediatamente após andar pela manhã.
''Também é muito frequente que seus sintomas
ocorram logo ou imediatamente depois de comer e
durante esforço mental. Emão erraremos ao ministrá-
lo depois de uma refciç:io c nenhum trabalho mental,
meditação ou declamação, leitura ou escrita deve se
seguir imediatamente após sua tomada .
{'Entre Ol1tl'JS Jfccçõe.c;) várias moléstias crônicas,
inclusi ve as más consequências que surgem por beber
muito café o u vinho, especialmente quando o modo
de vida usual <' sedentário ... e as afecções clllS"das por
trabalho mental prolongado encontram s~u remédio
nesta semente, e rambém vásias moléstias epidêmicas
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
e Outras febres agudas, especialmente as que possuam
calor antes do calafrio ou os dois juntos.
"Sérios transtornos por tomar frio são comu-
ment~ removidos por ela.
''Também esse medicamento é mais especialmen-
te indicado quando o estado do paciente está pior pela
manhã e quando ele acorda em torno das três horas
da madrugada e permanece várias horas acordado
com o surgimento de ideias de forma irreprimível, e
só involuntariameme cai num sono cheio de sonhos
apreensivos quando a manhã já avança, acordando
mais fatigado do que quando deitou à noite e pregui-
çoso para levantar; também indicado para aqueles que
muitas horas antes de dormir não podem evitar de
cair no sono, mesmo estando sentados, ao entardecer.
" ... seus maus efeitos podem ser completa e rapi-
damente removidos por um pouco de vinho, brandy
ou cânfora. Para a dor de cabeça e anorexia que cau-
sa, o antÍdoto apropriado é o café; para os sintomas
paralíticos que produz, Cocculus; para a hipersensibi-
lidade e dispneia induzidas por e1a,Acon-itum ; e para
o grande mau humor ~ irrascibilidade, Cham(JmilJ.a."
VI}NOVSKY: E especialmente indicado para
pessoas magras, de cabelo preto, com temperamento
sanguíneo ou bilioso, nervosas, com tendências a in-
digestões, constipação e hemorroidas. Debilidade pela
manhã ao despertar e depois de levantar-se, pesadez
geral com tendência a estar semado ou deitado, com
aversão a mover-se. Emagrecimento em crianças,
anemia por hemorragias.
Desta maneira, vamos conhecendo este medica-
mento do tipo pavio-curto: uma pequena bobagem,
como uma maçaneta cuja fechadura não abre uma
gaveta, é motivo suficiente para Nux vomica esbrave-
jar, procurar um culpado para tal situação contrária
e colocar para fora sua estricnina.
KENT: A mulher tem o impulso de destroçar
seu marido ou de lançar seu filho no fogo, o impulso
mistura-se com seu temperamento vioJento, não pode
ser contrariada ou que oponham-se a ela ; se uma ca-
deira está no seu caminho, dá pontapé; se enquanto
troca de roupa, alguma coisa enganchar num botão,
arranca-o fora, pois isso a deixa louca. Um estado
incontrolável de irritabilidade acompanhado de de-
bilidade fisica e falta de equilíbrio.
A escrupulosidade faz-se presente neste me-
dicamento, que é extremamente exigente consigo
mesmo e com os outros, sendo a meticulosidade e o
detalhismo um recurso forte para conseguir com que
seus negócios andem bem, reativo, portanto, ao medo
do infortúnio. Aqui, Nu", vomica é muito semelhante
43
a Lycopodium poderíamos até arriscar uma aritmética
homeopática e dizer que, graças aos sintomas con-
comitantes de um medicamento e outro que Nux =
Lyc X 10; pois os sintomas deste estão "hiper" em
Nuxvomica.
Demais sintomas
Tristeza depois de comer; tendência a orgias,
farras e banquetes; agravação pelo frio, mãos frias,
calafrios, resfria-se ao ar livre, melhora com o calor;
hipersensíveis ao tato (especialmente roupa justa no
abdome); coceira no ouvido que melhora ao engolir;
lacrimejamento; coriza que agrava de dia e melhora
à noite com obstrução nasal noturna; range dentes,
odontalgias pelo clima frio e friagens, dentes frouxos;
gengivites; aftas; mau hálito; hérnias inguinais e
LUnbelicais; desejos incticazes de evacuar, costumam
tomar laxantes; gotcjan1entO de u.rina; cólicas renais;
retenção vesical; disúria, elimina liquido prostárico ao
defecar; desejos de defecar com dor na uretra; pele
pálida ou ictérica após um ataque de ira; palpitações;
sensação de cansaço pré-cordial depois de comer ou
realizar algum esforço mental; marcha ébria; delirium-
tremem; medos matinais; ilusão de que vê corpos
mutilados; ilusões ou alucinações de que vê pessoas
que o provocam.
Dinâmica miasmática pela padronização dos
sintomas
PSORA
HAHNEMANN
"Clara consciênCia de sua existência; sentimento
delicado, forte, do certo e do errado."
"Ela não pode relevar O mínimo mal. "
''lrresolução, constante indecisão nas suas in-
tençóes."
"Ela deseja fazer muito, ainda que pense que
não vá ter êxito. JJ
"Ela pensa que tudo irá mal (falhará)."
"Hipersensível às impressões dos semidos; não
pode tolerar os cheiros fortes ou a luz brilhante."
"Não pode tolerar um mído ou conversa; a mlÍsica e
O canto o afetam fortemente."
"Muito terno (ou benévolo), disposição delicada
(ou suave), a música o afeta até O choro."
"O passo mais leve, a menor sacudida são senti-
dos dolorosamente de modo intolerável."
"Não tolera as dores sem gemer e lamentar-se;
junco com isso repreende e ralha."
"Grande, extrema, extraordinária ansiedade."
 34 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
"Ansiedade e angústia como se tivesse cometido
um crime,"
"Pela manhã, ao despertar, e à tarde, às 17 horas,
sente ansiedade e solicitude ansiosa como se algo
importante tivesse que ser temido."
À Nux vomica falta confiança, é hipersensível, é
sentimental...
... orgulhoso, colérico, briguento, ditatorial e
intolerante ...
... esgotado e fatigado, tenta o suicídio atirando-
se de uma altura.
Da leitura dos sintomas depreende-se como
características básicas da psora de Nux vomica, uma
extrema hipersensibilidade, uma falta de confiança e,
principalmente, um sentido de justiça extremamente
desenvolvido; a justiça, a dignidade, o sentido do
que é correto e incorreto estão muito marcados neste
remédio, e isso não é só para si próprio como para
seu entorno; não suporta as injustiças (Ign, Staph) , e
qualquer injustiça o afera (diferente de Staphisagria
que é afetado apenas por aquelas cometidas contra sua
pessoa, e Ignatia, para quem a injustiça é uma das des-
graças que a mortifica, sofrendo de forma resignada e
silenciosa); e é nesse sentido que podemos entender
sua compassividade bem como seus transtornos por
indignação.
Além desta clara sensibilidade para o certo e para
o errado, é extremamente sensível ao meio do sen-
tido geral, com uma extensa lista de sintomas: às
impressões morais, a todas as impressões externas,
à grosseria, a bagatelas (V.R.), dores, canto (Lyss),
música, luz, odores, ao menor núdo, passos, vozes etc.
É suscetível, ofendendo-se facil, com sobressaltos
fáceis, ao dormir, por ruídos e bagatelas.
Transtorna-se por sustos e histórias tristes. Temas
horríveis o afetam profundamente.
Sua falta de confiança se modaliza pela indecisão
pensando que não vai ter êxito e falhará, chegando a
não empreender nada por temor ao fracasso (Arg-n,
Sil), talvez porque uma falha seja algo incorreto ou
injusto (diferente de Silicea que teme fracassar por
sentir-se débil; de Lyçopodium, porque confirma sua
inferioridade e temor de não chegar a seu destino; e
de Sulphur, que não concretiza nada).
A sensibilidade deNuxvomica também está pre-
sente em seus afetos: além de ser compassivo, é senti-
mental, doce (carinhoso eterno), tem transtornos por
decepção de amor e por amizade traída; é benevolente
e deseja companhia, com aversão à solidão. É um
otimista, alterna animação com desalento (V.R.) e
alegria com tristeza (pela manhã V.R.), além de ser
generoso em demasia, até mesmo com estranhos.
Sua falta de confiança, sensibilidade e senso de
justiça, justillcam sua extrema ansiedade, principal-
mente de consciência pelo futuro, por bagatelas, por
negócios, por sua saúde e salvação e pelos outros;
a antecipação o transtorna, bem como a ambição
frustrada, a excitação emocional, a mortificação, as
preocupações, brigas, mortes de parentes, decepções,
desprew, desacordos entre superiores e subordinados
e, principalmente, cólera (com ansiedade, indignação,
pena silenciosa e reprimida) e susto.
SICOSE
Exuberância de sintomas sicóticos - Halmemann.
"Ela não pode tolerar a mínima contradição, nem
sofrer as manifestações mais ramáveis que a induzam
a alterar sua conduta: estas a põem fora de si."
"Muito dado a repreender severamente aos de-
mais por suas faltas."
"Repreende, insulta, apresenta ciúmes inventa-
dos, misturados com expressões indecorosas e, logo,
rapidamente, se lamenta e chora em voz alta."
"Ele se opõe obstinadamente aos que desejam
os demais."
"Ele está apressado, olha maldosamente sem
responder a quem lhe pergunte algo, como se devesse
controlar-se com o objetivo de evitar ser grosseiro
(rude), parece querer golpear o rosto de quem lhe
dirige uma palavra, tão irritável e incontrolável é sua
disposição."
Na sicose de Nux vomica, seu claro senrido de
injusriça se enrijece torn~ndo-o uma pessoa fasti-
diosa e difícil, obstinada e exigente, escrupuloso por
bagatelas, crendo-se muito correto, torna-se ditato-
rial (Schaffer), orgulhoso e ambicioso, impaciente,
impetuoso, impulsivo e impertinente; mostra-se
intolerante com espírito de contradição e contrário;
é malicioso e odeia a quem o ofendeu; é egoísta e
ególatra, vaidoso, ciumento, além de positivo, duro,
industrioso e ocupado, fazendo muitos planos, com
grande quantidade de ideias.
SÍFILIS
Os últimos sintomas já se confundem com a
sífilis, que se segue:
"Está afundando em pesar e preocupação."
"Enfado com desalento (abatimento)."
"Quieto e afundando em si mesmo, lento fluxo
de ideias."
"Não tem inclinação para nenhum trabalho."
"Aborrecido, o tempo lhe parece intoleravelmente
longo."
 Matéria Médica Homeopética Interpretada
"Preguiça para o que tem que empreendet e para
as tarefas; fadiga-se imediatamente."
"Grande ansiedade; não pode descansar em
nenhum lugar e preferiria morrer." (Hahnemann).
"Melancolia, como consequência de haver
perdido sua posição, mal-humorado, caprichoso,
irritável, apurado; a mínima contradição O põe
inteiramente fora de si; permanece durante horas
sem desejar tomar parte da conversação." (Hering).
"Suicídio: ela se atira desde uma altura."
(Hahnemann).
Nasiftlis Nuxvomica está aborrecido, entediado,
absorto em seus pensamentos (principalmente pela
manhã), transtornado por esgotamento mental,
averso à companhia e a que falem com ele, pois a
conversa o piora, como também o consolo e mesmo
a admoestação amável; desasseado e sujo, veste-se
sem elegância; reservado e introspectivo, cavila sobre
desgraças e prejuízos imaginários, com tristeza muda
e com suspiros, principalmente pela manhã, por cólera
ou perda de um posto no trabalho, e com aversão aos
negócios.
Não pode ler por perder o fio das ideias
(U.R.), não suporta qualquer medicamento mesmo
adequado e recusa tratamento mesmo muito doente;
inconsolável, desalentado e indiferente até ao bem-
estar dos demais, desesperado pelas dores e por
temer não curar-se, deseja (com pressentimentos e
sensação) a morte, e tenta suicidar-se (apesar de lhe
faltar coragem) à noite, atirando-se de uma altura,
pela janela, afogando-se, apunhalando-se, dando-se
um tiro ou por gás, principalmente por suas dores.
ESOUEMATIZANDO. Dinâmica
miasmática:
ATO EQUIVOCADO = Exacerbação do
sentido moral
PSORA. Busca a dignidade, não tolera injusti-
ças, quer fazer as coisas certas assim compassivo
e generoso, inseguro se sua missão de justificar
o mundo será cumprida sofre com temor ao
infortúnio.
SICOSE. Seu claro sentido de justiça se enrijece
tornando-se uma pessoa fastidiosa, obstinada,
fanática e exigente, escrupuloso por bagatelas
torna-se ditatorial, orgulhoso, impaciente im-
pulsivo, impertinente, malicioso odeia quem
o enfrenta, vaidoso, ciumento e egocêntrico,
dono da verdade, duro mania de trabalhar,
eg61atra,visão bitolada, mal humor matinal.
435
SÍFILIS. Aborrecido, entediado, absorto nos
pensamentos, averso ao consolo e companhia,
sujo e desleixado com tudo e consigo, rebelde
ao tratamento médico, fàstidiado e suicida,não
consegue suportar suas dores.
Homeopatia & pediatria
Crianças nervq,sas, coléricas irritadas diante de
pequenos obstáculos, se começam a armar um quebra
cabeças e não dá certo, jogam todas as peças para o
ar, IMPACIENTES.
Sua impulsividade caminha para traços fortes de
VIOLÊNCIA, também conhecidas como NERVO-
SAS. Um senso forte de justiça condenam os adultos
por suas transgressões, implicam apontam os defeitos
e tentam corrigi-los, intrometem nas brigas do casal
e nos conflitos dos adultos, sofrem com isso.
Desejam comidas forres sendo um remédio
muito útil nos primeiros meses onde os transtornos
digestivos são comuns.
Homeopatia & veterinária
ReginaTorro: Tais animais sofrem por indigna-
ção, sendo capaz de morder o dono se for repreendido
por um motivo que considera injusto, costumam pro-
t5'ger pessoas ou animais queridos das INjUSTIÇAS.
E comum ouvirmos o relato de cães que protegem
as crianças da casa e avançam nos seus pais quando
acreditam que vão bater, aiNux ataca para fazer aquilo
que é justo, defender ·os oprimidos.
Hipersensíveis em todos os seus sentidos,
sobressalta-se com facilidade. Manifestações diges-
tivas múltiplas como fezes sanguinolentas, vômitos
sequenciais, convulsÕes VIOLENTAS.
DRAMATIZAÇÃO: A SAGA DE UM
JUSTICEIRO
(Aquele que crê ter a tarefa messiânica de
{;orrigir os erros do mundo.)
Zorro é um personagem de ficção, criado pelo
escritOr Johnston McCulley. Ele é apresentado como
o alter-ego de Don Diego De La Vega, um jovem
membro da aristocracia californiana, (até meados
do séculoXIX). Após longo período de educação na
Europa, Diego retoma à Califórnia e passa a defender
os "fracos e oprimidos". Sem o disfarce, ele simula
ser um homem que se acovarda diante de situações
de perigo. A figura passaria a ser chamada de "Zorro"
•
4 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
pela populaçJo, porque seus movimentos e sagacidade
lembrariam wna raposa (a tradução em porruguês da
palavra espanhola "zorro"). O próprio personagem
adora a letra " Z" como sua assinatura (através de três
linhas cruzadas), marcanuo-a com Slla espada em
paredes e nas roupas de seus inimigos, como sinal de
sua passagem. Johnsron McCulley teria se inspi rado
em personagens histl'>ticos da América Latina, ttadi-
cionalmente ligados a movimentos conhecidos como
"banditismo social", e destacadamente nas figura de
)oaquin Murierra (que teria inspirado O sobrenome da
mais recente representação cinemarográflca de Zorro,
Alejandro Munam) e Salomon Maria Pico e em he-
ró is da ficção que se uisfarçavam através de capuzes:
Sca.ramouche e PimpineJa Escarlate. Zorro cem sido
apresentado em mídias diversas e em diferentes carac-
terizações, em versões nem sempre cortespondentes
à original, aparecendo no cinema, em progromas de
televisão e em histórias em quadtinhos.
 Mataria Médica Homeopática Interpretada 437

Opium

Introdução na Alemanha esrá presente no ópio, seu nOlT\e rem

Opi"m, Morfeu, Morfina, Morférico, Heroína. origem em Morfeu (palavra grega cujo significado
é "aquele que forma, que molda") é o Deus grego
ÓPIO - subsrância que se extrai dos fruros imaru- dos sonhos. Morfeu rem a habilidade de assumir
ros de várias espécies de papoulas. Aquilo que produz qualquer forma humana e aparecer nos sonhos das
adormecimento, embrurecimento, enrorpecimento. pessoas como se fosse a pessoa amada por aquele
(Dic. Aurélio). dererminado indivíduo. Seu pai é O Deus Hipnos,
O ópio (do grego ópion, "suco de papoila", do sono. Da mesma origem a palavra Morfético:
pelo larim Opi"m) é um suco espesso que se extrai lazaremo, leproso, apesar do sentido pejorativo arual
dos fruros imaruros (cápsulas) de várias espécies de desra palavra rem a ver com falta de sensibilidade, pois
papolas soníferas (gênero Papaver), e que é utilizada o leproso não apresenta sensibilidade (a ausência de
como narcótico. O uso do ópio mascado ou fwnado, resposras a esrímulos como os dolorosos é um dos
que se espalhou no Orieme, provoca euforia, seguida sinais desra doença).
de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito,
à dependência química, e a seguir a uma decadência
fisica e imelecrual, uma vez que é efetivameme um
veneno esrupefaciente. A medicina o utiliza, assim
como os alcaloides que ele comém (morfma e papa-
verina), como sonífero analgésico. Em vários países
subdesenvolvidos do mundo, mujras vezes o falra de
opções leva boa parre dos camponeses a trabalhar no
cultivo de plamas como a papoula, que esrá na base
da produção indusrrial do ópio. O ópio é rerirado do
leite da papoula e rem sido usado como remédio há
mais de 2.600 anos. Homero descreve na Odisseia
os efeiros desrJ piamo muiro conhecida na Grécia
clássica. Os médicos do Império Romano já O recei-
ravam. Na Idade Média, fez parre de elixires e rônicos
usados como panaceia para muiras doenças. Alguns
deles, como o elixir paregórico, eram encomrados
e pre.,critos como anri-diarreicos recememente nas
farmácias brasileiras.
A Morfina é um fármaco narcótico do grupo
dos opioides, que é usado no traramento sintomárico
da dor. Ela foi obtida a partir do ópio há 200 anos,
•
438 Cerfos Brunini, Mario Giorgi & CoJebs.
A heroína ou diaceti!morftna é uma droga opioi-
de namral ou sintética, produzida e derivada do ópio,
extraído da cápsula (fruto) de algumas espécies de
papoula. Heroína é o nome comercial com que foi
registrada peJa farmacêlltica alemã Bayer (da palavra
alemã "heroisch)' heroico, um;) referência à sua esti-
mulação e analgésia). Foi usada enquanto fármaco
de 1898 até 1910, ironicamente (uma vez que é
muito mais aditiva) como substimto não causador
de dependência para a morfina e antiníssico para
crianças. O seu nome comercial foi cedido pela Ale-
manha aos }\liados em 1918 como reparação devido
à primeira guerra mundial. A heroína foi proibida nos
países ocidentais no início do século XX devido aos
comportamentos violentos que estimulava nos seus
consumidores.
Quem é o indivíduo Opium?
O grande Sonhador da Matéria Médica' Em
Opium o digno de cura é trazê-w a realidtUÚ, viver o
aqui e agora longe de slla fant~sia, onde o sonho e a
realidade se mismram.
Mas os sonhos nem semp"e são agradáveis
Alucinações assustadoras, vê demônios e animais
ao redor do lei to, delirium-tremens.
Sintomatologia
o Estado de tOrpor.
o IlllSão de que fluma no ar.
ExtrilfIÍO.
o Confunde o sonho com o real.
o Viaja em um mllndo particular, sonhador.
o Mentiroso, f.1lso insincero, não diz a verdade.
o Covarde, indeciso, alternado clareza de ideias
com suas fantasias.
o DeLírios loquaz.
o Fala constantemente com os OU10S abertos, mes-
mo dormindo.
o Laborioso braçal, mas dificuldade de concen-
tração ao aprendizado, baixo rendimento
intelecmal.
o Gritos agudos, antes Ou durante as convulsões.
o Eclampsia.
o Convulsões em crianças pela aproximação de
estranhos.
o Epilepsia
o Falta de reação a estimulos
o Insensível à dor, em simações dolorosas
o Sonolência acenmada
o Sono profundo
o Sonambulismo
o Sonhos vívidos
o Vertigens
o Transpiração quente
o Dentes amolecidos
o Flamlência e distensão abdominal
o Constipação intestinal
o Retenção vesical
o Excitação SexuaI X Frigidez e Impotência (exci-
tação sexual X frigidez (na mulher) e impotência
(nos homens). Aqui o sexo também faz parte de
um mundo mais de fantasia que real.
NASH: Opium em doses narcóticas, não produz
o sono, mas torpor e ele somente alivia a dor por
tornar o paciente inconsciente dela.
Não há qualquer resposta à luz, ao toque, ao
baru.U10 ou qualquer outra coisa que não este medi-
camento.
MARGARETH TYLER: A Inconsciência
entorpecida de Opium, com respiração estertorosa,
mandíbula caída, pupilas geralmente contra.idas,
bochechas infladas a cada respiração dá um belo
quadro de apoplexia e é justamente em tais casos de
hemorragia cerebral que Opium é tão valioso.
(Elixir paregónco, derivaM M Ópw foi utilizMo para
tratar diarreias).
HAHNEMANN: "Opium é quase o único
medicamento que em sua ação primária não produz
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
439
wna única dor. É sozinho, incapaz de conter perma- o sonambulismo e a fala dmante O sono também
nentemente qualquer dor, por que este não causa em faz parte deste quadro,
sua ação primária wna única dor, mas exatamente O indivíduo Opium vive dentro de wn mundo
o oposto, chamado de insensibilidade, cuja conse- todo especial com uma realidade própria peculiar,
quência inevitável (ação secundária) é wna maior valoriz.ando de wna maneira diferente dos demais,
sensibilidade do que antes, e daí wna sensação mais os fatos que ocorrem a sua volta, demonstrando-se
aguda de sintomas, como: mentirosos, falsos, insinceros, covardes pois
Ex,: a síndrome de abstinência dos adictos," a sua realidade é outra,
RALE WHITE: "Opium, diminui todas as
secreções exceto o suor. Ele paralisa os movimentos
peristálticos do estômago e intestinos," t '!'1 , " v~-~
..; ~
/.JmUJNf1ft Ir 1"
Entendendo seu gênio UI.""''',
Os indivíduos Opium são aqueles que trazem wn
temperamento e uma maneira de ser muito parecido,
,t J;()I."'IJ~·
Wn QP1'lJIt
tanto do pontO de vista mental, quanto orgânico,),
\. \1Unf4 <1
O estado narcotizado de Opium (aqueles que se inro- l ') PO'.
xicam pelo papaver soniferum, tem a sua assinatura),
Ficando, desta maneira, em wn estado de alienação,
com falta de enrusiasmo para executar qualquer tarefa,
A princípio nwn estado de paz e tranquilidade nwna ~m:~
boa, fora da realidade, perdendo a noção daquilo que 1/1l.1i1.Y01 ré!. 5<JJ.t\)
se passa ao redor, com a sensação de formigamento
e anestesia pelo corpo, (que flutua no ar), Acompa-
nhada de delírios alucinatórios,
~:=~ 4<r;>~
Em outro momento a sensação de bem estar e //-=-- ~l'1l~ ,)rfS'I,.ÚI Q

felicidade muda para manifestações de nervosismo e

irritabilidade, insônia, convulsões, trocando a anes-
tesia por hipersensibilidade, .l _ """'H. I ~
#101"':-'.
Encontraremos na sua história clínica o relato
r •
de sonhos psicodélicos em estado transcendental com ,"p , Ai' .",
sono muito profundo levando a respiração comatosa, I ii1/.N~ ; l)OÍ.01.Di1I1,
?r4 ,--..;, ~~
'h;q.. 'Q"t?J~ . I .-UUv'4-: ,c co~
7JANJtÍ.1 i..,&tJ ~ -rr .rtJ I"C'V 1.e..

Assim, respondem incorretamente, quando per-

guntadas, com frases sem sentido, pois seu mundo é
habitado por sua fantasia,
Seu embotamento mental, também está acompa-
nhado de alternância COm lucidez e claridade de ideias.
Os indivíduos Opium falam com sua voz embria-
gada, dizem coisas absmdas ou ficam cantarolando
wna monótona melodia, perdendo muitas vezes o
senso de pudor ou ridículo,
As alucinações ou ilusões de Opium, também
arrastam o caráter alternante, fazendo muitas vezes O
Cachimbo. indivíduo ir do paraíso ao inforno e Piee- versa,
· ~~--~------~--~------~------
Carfos Brunini, Marío Giorgi & Colabs.
Da mesma forma, tais pacientes nos rdaum so-
nhos paradisíacos , com a sCllsaçoo de levLZa no corpo
e extrema felicidade, também nOs revelam sensações
desagradáveis e sonhos terríveis com ratos, best;\:\)
animais peçonhentos, diabos, [ultasmas; sonhando
ou delirando que são criminosos e serão executados.
Tudo isso acompanhado de transpiração, zum-
bido, tontu.ras, náuseas, calafrio, altcra'l,es de tem-
peramra e um mal estar indescritível.
Miasmaticamente
Opium traz a culpa como um sintoma da PSO-
RA, e, por sentir-se culpado, é extremamente excitá-
vel, sobressaltando-se ao menor estímulo.
A sua defesa pode ser evidente nos sonhos, onde
a fuga da realidade preenche a angustia deste medica-
mento, (sonhando, ptocura esquecer sua culpa- como
ocorre no exemplo didático da história Alice no pais
das maravilhas)
SICOSE. As suas manifestações SIFILÍTICAS,
ficam evidentes nas manifestações infernais em que
mergulha bad trip (má viagem)
Homeopatia & pediatria
Estas crianças são desligadas, você precisa cha-
mar vá.rias vezes pelo nome para responder, viajam
nos pensamentos, são sonhadoras, para sua mente ,ItW
existem fromeiras, assim excelente medicamento para
falta de concentração escolar.
Mentirosas pois, sua realidade é outra dão vida
e confundem O real com o imaginário.
Anestesiad.ls as dores, Oq ue agrava pequenos aci-
dentes, como li'aturas e dores abdominais (apendicite
se depender da dor para diagnosticlr). Indiferentes
tamb~m ao gow e prazeres normais para a idade,
afinal de contas seu mundo é diferente, vivem nOutra.
Sonhadoras, fazem de seus brinquedos outra
serventla.
Medrosas com uma equ.ivocada adição e medo
ao sobrenatural.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: - Paralisias de museubrura lisa,
constipação absurda, os ll1t<:stinos 1\50 se movem.
Enfraquece o poder da bexiga, que é lncapaz de expelir
seu conteúdo - Retenção urino ria.
Uma insensibilidade acenmada, impossível se
comprovar alguma reação quando se puxam os pelos
ou be\iscam a pele.
Ulceras e feridas indolores . Falta de sensibilidade
................
à dor. Útil nos transtOrnos do medo, onde o animal
não consegue se recuperar do trauma, eliminações
lnvoluntária de fezes por sustO
Grande sedc, sede insaciável, paresia do esôfago.
Apoplexia (desmaios), com perda da consciéncia,
manifestações neurológicos, convulsões. Indicado em
meningite cerebrocspinale dnomose.
•
Caso veterinário
Conlleci Bony com apenas 60 dias. Ela fora ad-
quirida naqueles dias e a propriedria, já consciente
quis que ela tivesse a melhor conduta terapêutica
desde a mais tenra idade.
Nunca adoeceu e cont,'m uma bateria nuclear
de felicidade e Entusiasmo.
Quando completou um ano de idade foi atro-
pelada: Não pode conter a alegria ao ver uma pessoa
querida do outro lado da rua e atravessOu sem olhar
para os lados.
Como externamente nao havia lesão, foi trazida
após algumas horas do fato ocorrido: apresentava
cauda baixa e grande SEnsibilidade a dor no posterior.
Não havia u.rinado, evacuado ou se alimentado após
O acidente. Permanecia sonolenta.
N a clínica, toda a avaliação não sugeriu lesões
físicas, mesmo a avaliaç;;o radiológica nada acusou.
A alteração correspondia toda a esfcr'l mental:
sobressaltada, assustava-se làcilmente com qualquer
COIsa .
Extremamente medrosa, tremendo.
Desde manhã, já estava recebe.ndoAmica como
medicação sem nenlluma alrcraçao do quadro.
Repertorizando: (Conforme Kent-Eizaiaga)
1- transtorno por acidente (todos os sintomas
ment,lÍs illiciaram após o atropelamento) 91,2
2- transtomo por temor (tornou -se medrosa e
assusrada após o acidcnte) 92,1
3- transtorno por susto (<) SllSto foi tamo que
continuou sobresS<lltada, c"l1di~'JO ,] ue não
apresentava ames) <) 1, :;
4- temor com temolor (tremores, dur'lllte o exame
físico [lumentOll o trcmor e () sooressalro) 89,1
5- sobressalto Ell"ilmenre (rudo a 'ssusta após o
acidente) 82,2
6- sensível J dores 80,1
Condnra: foi receitado Opimn CR l2 a CJda 15
minutos, na segunda dose kV:.1lltou a «luda, correu
pelo apartamento, urinou, evacuou t" se alime.ntou.
Como a melhora li)i 60 ampla, recebeu a medimção
por apenas 3 di'L', 3 vczes por dia.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Alice mJ pais dns "UlraPilhas.
Esta foi a forma como Bony reacionou ao atro·
pelamento , sua forma de reagir foi Opium.
Observação : o médico veterinário muitas vezes
é obrigado a realizar processos cÍlúrgicos.
Na mesa cirúrgica não deve faltar Opium CH6
que é o melhor analépico respiratório e especifico
para acidentes anestésicos,
Repertorização dos Sintomas· Opiu",
Alice no país das maravilhas (outubro de 1986
- RJ).
Repertório Kent - Eizayaga
Alice no país das maravilha & a toxicologia
de wn conto.
Era uma tarde tão quente, qt1e AJ.ice desistiu de
colher flores e recostou-se à sombra de uma árvore,
adormecendo, em sono profundo.
l - Indolência a tarde 52/2
2- Ondas de calor 815/ 2
3- Sono proflmdo 742/ 2
4- Sono por insolação 730/2
Alice então viu um coelho com um relógio,
sendo que este estava muito apressado.
5- O tempo passa muito depressa, parece curto
89/ 3
6- Ilusão de animais 39/ 1 e Alice seguiu o coelho
e entrou numa toca e teve a sensação de estar
caindo. ,. Caindo ... Então encontrou na sala
onde coisas flumavam ,
7- Sensação de que cai de uma almra 750/ 3
8- Ilusão de que não pesa 46/2
9- Ilusão de que é mais leve que o ar 41/ 1
10- Visão flumante 20 l / I
4
Então, Alice observou um buraco pelo qual não
poderia passar, mas viu que havia ao lado dela um
jardim maravilhoso, colorido, e como nt1m garrafa
estava escrito "Beba· me", Alice assim O fez e tOrnou-
se pequena.
11- Delírio com pequenas quantidades de estimu-
lantes alcoólicos 22/ 2
12- Visão de cores brilhantes 198/ 2
13- Delírio fantástico 21/1
14- Visão de que os objetos parecem pequenos
203/3. Do outro lado da porta, fiCOU logo
assustada ao ver duas pessoas idênticas ,
15- Visao de que os objetos parecem dobrados
200/2
Esta dupla idêntica (Dim e Dom) -lhe contaram
uma história fantástica e fantasiosa, sobre um barão
foca e seu amigo carpinteiro que caçavam ostras
16- Ilusão com imaginações fantasiosas
Alice fica transrornada, quando descobre que o
barão foca e o carpinteiro, almoçam a tão simpática
família de ostras ,
17- Sonhos tristes 757/ 3
18- Transtornos por pena 91/ 3
19- Transtornos por acidente 93/10- Tristeza,
depressão mental 92/ 2
Alice sai correndo e encontra a bonita casa do
coelho) vai correndo ao seu encontro, entretanto,
subitamente desaparece o coelho e a casa,
21 - Desejo de ir para casa 12/ 3
22- Perda da visao 202/ 3
23- Visão fica obscura 199/ 1
24- Esforços inforrunosos 754/ 2
Sai correndo pela floresta e encontra uma lagarta
que fi.unava alguma coisa em seu cachimbo e lhe falava
com uma voz alterada .
25- Torpor 90/1
26- Fala durante o sonho 35/ 2
27- Fala comatosa 35/3
28- Lamenta-se,59/ 3
Alice queixa-se de medo, de ser tao pequena -
dissera à laga''ta que gostaria de voltar ao tamanho
normal, então a lagarta ofereceu-lhe cogumelos, parte
de SCt1 corpo iria crescer e outra parte encolher. A
menina comeu a planta ficando maior que as árvores,
arrependeu-se e voltou ao nOrmal ,
29- Nomlgia 70/1
30- Medo de extravagáncia 86/3
31- Ilusão de que é agrandado (aumentado) 38/2
32- Ilusao de voltar à sensação anterior - 48/2
 2 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.

Pal/adium

o exibido da Matéria Médica 2- Muito agitada e excitada quando em socieda-

Apresentação: A fome de atenção é o ITaço mais de, tema parecer amistoso. Após reuniões ou
marcante deste medicamento que busca incessante- conversações, sente-se esgotado ou com uma
sensação de cérebro vazio, quando fica só. De-
mente chamar atenção das pessoas que estão no seu
ambiente, buscando collier aplausos e reconhecimen- sejo ou aversão a companhia, piora quando só.
to. Caso as palavras de elogio não OCOrram sente-se Desatemo com rudo, irritável e impaciente, usa
vexado, humilliado, injuriado como se tivesse sido uma linguagem violema.
vaiado e rejeitado socialmeme. 3 - Medo de que algo de mal llie acomeça, piora
na menstruação alucina que é muito alto, que
Mentais seu corpo é oco, que vai ficar louca, que não
consegue tocar em nada, que O tempo passa
VI]NOVSKL lentamente.
1- Fundamemalmeme, Palladium procura quando
em sociedade, brilliar, causar impacto, porque
precisa imensamente da aprovação dos OUITOS,
quer ser admirado, adulado, lisonjeado, adora
causar uma boa impressão. O inverso llie acar-
reta uma sensação de desdém. Tem uma opinião
elevada sobre si mesma
 Matén'a Médica Homeopática Interpretada
4- Transtornos por mortificação (humilhação),
aflição e más notícias . Hipersensível a música .
Tais pessoas depositam na mão dos outros seu
critério de auto-avaliação, dependem do IBOPE,
jogam para a galera, assim presa fácil de hipócritas e
aduladores. Paladium é utilizado em ligas de restaura-
ção dentária (liga = não ficar só). Nome de traclicionais
casas noturnas de espetáculo. Quanta vontade de
aparecer I Como a coisa é patológica mesmo rece-
bendo reconhecimento este é sempre pouco, se para
ser aplaudido for preciso ficar sem nada (dar uma
de Madre Tereza de Calcutá), tudo bem faz parte do
seu SHOW. Baixa seu nível para poder brilhar Em
terra de cego quem tem um olho é rei (diz o clitado
popular) . Tratei de uma senhora que quando jovem
universitária isolou -se de seu grupo, de classe méclia
de São Paulo e passou a frequentar uma comunidade
de juventude ligada a uma igreja da periferia. Neste
ambiente ela era a mais importante, a mais visada , e
assim tudo aquilo que Patladium equivocadamente
busca. Resumindo ela acaba casando-se com uma
pessoa de um nível sócio cultural muito inferior ao
seu, mas que a adulava e idolatrava o tempo todo.
Claro que como essas coisas não são eternas, tempos
depois, ela acabou se separando e este foi o motivo
de sua consulta.
Referências que fundamentam a sua necessi-
dade de aparecer
1- Excentricidade .(rep. Kent).
2- Anseia, anhela .;i boa opinião dos outros (UR-
rep. Kent).
3- Melancolia (rep. Kent).
4- Ofende-se, leva tudo a mal (rep. Kent)
5- Humor desagradável, como se não pudesse
suportar e tolerar qualquer coisa (Hering)
6- Eles dão grande importância a opinião das
outras pessoas e para o que pensam; portanto
ficam muito excitados quando acompanhados
e suas queixas são piores no dia seguinte. (He-
ring).
7- Imagina ela própria negligenciada
8- Orgulho ferido, facilmente (Clarke).
9- Anseia a boa opinião dos outrOS; também da
excessivo ao julgamento alheio as . Deseja ser
adulado e lisonjeado.
10- Não tolera contraclição (rep. Kent)
11- Temor de malefício (rep. Kent)
12- Abandono (rep. Kent)
43
13- Impertinência (rep. Kent)
14- Maleclicente, blasfema (rep. Kent)
15- Descontente de tudo (rep. Kent)
16- Desejo de companhia (rep . Kent)
17- Egoísmo (rep. Kent) 18- Excentricidade em
suas fantasias.
19- Sente-se melhor na companhia das pessoas
que o adulam fHering)
20- Desejo de ser adulado (rep. Kent)
21- Quando se fIxa a atenção nela a dor desaparece
(rep. Kent)
22- Agitação mental em sociedade ou diversão.
Viajando na vaidade e suas consequências
Bíblia e a Homeopatia
Eclesiastes: «Vaidade de vaidades", diz o PRE-
GADOR., "Vaidade de vaidades, tudo é vaidade. " 1 :2.
"Atentei para todas as obras que se fazem debaixo IÚJ sol,
e eis qzlt tudo era vaidade e correr atrás IÚJ vento. " 1: 14.
Numa AV ALIAçÁO PSICOLÓGICA entende-
mos a vaidade (excesso) cOntexrualiza-se na necessida-
de que temos e desejamos de sermos reconhecidos e
considerados pelos que convivem conosco. Ansiedade
em torno do reconhecimento, dependência do aplau-
so alheio, inclicativo de desarmonia psíquica. Suas
mascaras são os tipos ou personagens equivocados.
ilusão de ser maior. Máscara da importância. Aqui a
auto estima fica refém da aprovação do outro. PSI-
COSSOMATICAJ.\1ENTE falando: A vaidade ferida
destrói nosso equilibrio, explode a autO esrima, gera
doenças como depreSsão, doenças degenerativas, cân-
cer, insônia, insuficiência respiratórios e nefrapatias. A
inquietude será sempre marcada neste meclicamento
pela ansiedade em aparecer mais ou buscar posições
que lhe tragam mais prestígio, depois de conquista-Ias
teme perder o degrau do sucesso, em ser roubado o
prestígio e que algo de mal venha ocorrer, assim vive
um inferno sem paz, e nunca terá 100% de reconhe-
cimento o que o faz sofrer sempre.
Atenção: em homeopatia, onde utilizamos
modelos psicossomáticos, sabemos que um ego
inflado, esrá muito próximo de explodir, a doença
é decorrente ao mal pensar.
Miasmas
~ PSORA - equivocado sentimento de rejeição,
não se sente bem aceito de uma maneira geral, uma
baixa estima inata, desvalido, diminuido.
4 Carlos Brunini, Mario Gíorgi & Colabs.
~ SICOSE - busca o reconhecimento, uma
boa REPUTAÇÁO, preocupado com a sua imagem ,
expressão máxima da vaidade, faz qualquer sacrifício
para destacar-se aparecer e ter seus momentos de
fama, mesmo buscando ambientes mais simples onde
possa reinar (em terra de cego ... )
~ SÍFILIS - quando o pano cai, o inverso do
sucesso, rola escada abaixo - álcool drogas depressão,
suicídio - fun de carreira.
Sintomatologia
1- Sensação de que o tempo passa muito lento
2- Hipersensível a música.
3- Transtorno por mortificação (humilhação)-
orgulho ferido
4- Cefaleia que vai de uma orelha a outra.
5- Olheira, abatimento,
6- Coriza, prurido nasal,
7- Náuseas
8- Dentes incisivos salientes
9- Mucosidade espessa
10- Diarreia, prolapso retal, constipação intestinal
11- Poliúria, mas um pouco por vez, hematúria
12- Ereções incompletas (preocupado com o
desempenho)
13- Hipertrofia e dor no ovário direito, piora
em sociedade, bem como suas mani festações
menstrurus.
14- Dores reumáticas e ciáticas.
15 - Anginas e dores no tórax,
Homeopatia & pediatria
"Criança de circo" pois tudo o que faz tem que ser
visto como um vantagem para que os outros admirem,
prepare-se para fazer um inimigo caso não ache graça
na arte de PallRdium, nossa pequena imita a XUXA,
SANDY, CARLAPEREZ..... FazpartedoseuShow,
fica em casa cantando, dançando em frente ao espe-
lho, narcisista e vaidosa em excesso. Somatiza com
diarréia, hemorragias digestivas, bronquite catarral,
que ocorrem após a sensação de fiasco.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - quer chamar atenção, exibidinho,
descontente, quer ser adulado, briguento, melhora
com pessoas em volta espeóalmente quando lhe dão
bola. Diarreia. Pro lapso retal, com muco espesso.
Poliúria, hematúria. Afecções no ovário direito.
Repertorização didática da história
"O patinho feio"
(repert. Kent- Eizaiaga)
"Naquele lindo dia, mamãe pata chocava seus
ovos e observava feliz seus filhotes saírem da casca.
Entretanto, um dos ovos, o maior deles, demorava,
deixando-a preocupa,?a se seria ovo de perua . Até
que enfim veio ao mundo um, desengonçado grande,
diferente e feio patinho, sendo que foi posto a prova
se sabia mesmo nadar, provando que não era filhote
de "perua" Excentricidadre 30-2 "A curiosidade e o
deboche das pessoas deixavam-no, muito triste, depri-
mido, chegando muitas vezes a isolar-se para chorar"
Anhela a boa opinião dos outros 5-1 URMelancolia
65-3 . Pranto com humor chorão 62-1 Ofende-se leva
tudo a mal 70-3 Transtorno por mortificação. (VIJ-
NOVYSKl). Humor desagradável como se não pu-
desse suportar e tolerar qualquer coisa. (BERING).
Imagina- se ela própria negligenciada, orgulho ferido.
(BERING). Eles dão grande importância a opinião
de outras pessoas e para o que pensam; portanto
ficam muito excitados quando acompanhados e suas
queins estão piores no dia seguinte. (BERING).
Orgulho ferido facilmente. (CLARKE). "O patinho
feio ficava bastante irritatÚ! e zaugatÚ! com isso e depois
de muito pensar, deixa sua casa e parte", Não tolera
contradição 18-2 Temor ao malefício 87-3 Peleador
(encrenqueiro) 71-3 Abandono l-I Impertinência
48-3 Maledicente 64-2. Descontente com rudo 23-2
Anseia a boa opinião dos OUO-os, também é dado
peso demais aos seus jwgamentos, embora seja muito
excitado em sociedade. e suas queixas piores no dia
seguinte e melhores em companhia de outras pessoas,
deseja ser lisonjeado e adulado. (CLARKE). "Ap6s
muito viajar, encontra-se com outros patinhos muito
parecidos com ele (similares), que ao invés de debocharem
da sua feiúra, o admiravam" Desejo de companhia
15-2 Busca brilhar, tem avidez, necessidade que o
adulem e lisonjeiem. Quer a boa opinião sobre ele.
(VIJNOVYSKl). Egoísmo 26-1 Excentricidade em
suas fantasias 30-2.
Sentem-se melhor em companhia de pessoas
que o adulem. (HERlNG). Desejo de ser adulado
2-2 "CrescenM rapidamente, cada vez mais admiratÚ!
por todos, passa a ser feliz" Excitação mental , particu-
larmente em companhia. (HERING). Quando fixa
atenção nela, a dor desaparece. (HERING). Agitação
mental, especialmente pela sociedade ou diversão.
(CLARKE). "Resolve então "olta.- para casa, ficando
feliz por passar a ser o mais admirado de todos. »
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
445
Música tema de Palladittm Pertenço aos dez mais
Se você quiser experimenrar
o .&nn - EduarlÚJ Araújo Sei que vai gostar
Ele é O bom, é o bom, é o bom Quando eu apareço
Ele é o bom, é o bom, é o bom O comentário é geral
Ah! Meu carro é vermelho Ele é o bom é o bom demais
Não uso espelho pra me penrear Ter muitas garotas para mim é normal
Botinha sem meia Eu sou o bom entre os dez mais
E só na areia eu sei trabalhar Ele é o bom, é o"bom, é o bom
Cabelo na testa sou o dono da festa Ele é o bom, é o bom, é o bom
 46 Carlos arunini, Mario Giorgi & Cofabs.

Petroleum

Sinônimo (Substância de cor vermellio amarelada, é mais

Petroleum
Oleum petra. album
Naphta montana
Petróleo
Aspectos gerais
Ê um óleo mineral gue sai do centro da terra
através de fendas de certas rochas ou flutua sobre as
águas de certas regiões, tendo importantes jazidas na
Europa, América e Ásia .
Disti nguem-se guatro tipos de petróleo. (LA-
TIIOUD):
1- Petróleo negro ou Oleum petra. nigrum. (Subs-
tância de cor marrom escuro, espessa, viscosa,
de odor fétido insuportável e susceptível a se
endurecer em contato com o ar).
2- Petróleo vermelho ou Oleum petrae rubrum
líguido gue o anterior, tem odor desagradável
gue se espalha no ar).
3- Petróleo branco ou Oleum petrae atbum (Subs -
rância de cor amarelo claro, de vinho ou de mel;
deixa um resíduo e exala um odor de betume
guando gueima).
4- A Naphta montana (Ê a espécie mais fina,
perfeitamente límpida e incolor, bem líguida,
volátil, inflamável e de odor aromático)
Para uso homeopático é utilizado o petróleo
branco, purificado.
O Petróleo pode ser encontrado nos estados
sólido, líguido e gasoso,. tendo uma capacidade de
expansão e contração fantastica. Se entendennos essas
características vamos entender gue os individuos que
vibram como Petroleum não conseguem se conter, não têm
limites. Além disso, o petróleo, assim como O álcool
serve de combusrível e observamos gue os indivíduos
Petroleum têm grande identidade com os alcoólatras
comportando-se como se estivessem embriagados,
o gue ficará claro ao estudarmos as características
mentaJs.

Ação do medicamento
Muitos dos distúrbios gue caracterizam o medicamento
podem ser observados em indivíduos gue se ocupam
da extração e do refinamento do petróleo
Na experimentação, observam-se sintOmas abrangendo
três esferas principais: Cutânea, Mucosa e Nervosa.
A pele é o sírio de manifestação mais carac-
terístico, sendo observadas uma série de erupções,
principalmente espessamentos, aparecimento de
fissuras profundas gue sangram e su puram e gue,
caracteristicamente, pioram ou aparecem no inverno
 Matén'a Médica Homeopática Interpretada
(o que serve para distingui-lo de outrOS medicamemos
que produzem erupção semelhante)
A nível das mucosas, pode ser observado amplo
acometimento, com manifestações principalmente
no tratO digcstivo e tespiratório, onde determina
inflamação, irritação e ulceração.
A nível nervoso leva a estado de confusão men-
tal, ilusões e vertigem.
Entendendo seu gênio
Em termos mentais, o individuo Petroleum,
caracteriza-se pela inquiemde, irritabilidade, mau
humor (principalmente pela manhã lembrando Nux
vomica) suscetibilidade a se ofender por pouca coisa,
não sabendo se comer (sendo essa a sua característica
digna de cura - "falta de contenção»). O indivíduo,
em um prin1eiro mamemo, pode se apresemar com
grande timidez, indecisão, irresolução, mas tem
sobressaltos violemos, assustadores por bobagem.
Seu comportamento lembra o dos alcoólatras
que após ingerirem bebidas alcoólicas passam do esta-
do de covardia, irresolução para uma situação com fala
contínua , repetitiva, valentia e explosão de ânimos .
De uma forma geral o indivíduo aprecia bebida
alcoólica e cssc hábito fará com que os sintomas se
tornem mais evidentes.
Rabugento, inclinado ao choro, indolente, sendo
essa falta de ânimo agravada por vários dissabores
do cotidiano, O que lhe acarretará mais vontade de
refugiar-se no álcool para fugir da realidade .
Tem confusão mental, perdendo-se em ruas co-
nhecidas, confusão sobre a sua identidade, as vezes
com ilusão de ser duplo, ter um membro duplo, ou
ter uma pessoa Jcirada ao seu lado.
Contenção.
447
Tem memória débil, não podendo coordenar
seus pensamentos, tem dificuldade de concentrar-se.
Lnpressionável, por qualquer mal-esrar, pensa
que vai morrer, que seu fim está próximo e que deve
apressar-se para colocar seus negócios em ordem.
KENT: Entre os sintomas que Petroleum acar-
reta a um experimentador é deixá-lo num estado de
confusão e vertigem; pO! ficar mareado erra o cami-
nho andando na rua; possui estranhas imaginações de
que há pessoas em volta de si, quando na realidade não
há; supõe que existam formas estranhas no ar e que
seus membros são duplos, que existia outra pessoa na
cama ... Uma mulher logo depois de ter uma criança,
pensa que possui Outra criança na cama com ela e se
preocupa em cuidar dos dois .... Justamente quando
se desperta está confusa, nos seus sonhos possui uma
ideia de ser dois ou mais e a impressão permanece
enquanto está num estado semi consciente. Não pode
resignar-se, pois quando se volta consciente pensa
corretamente, e quando está semi·consciente, volta
tudo como antes. Isto a aborrece dia e noite ... ASSIM
Kent nos mostra a "> Falta de dominio de seus
pensamentos. É útil quando estamos viajando de
carro e OCOrre marcos e náuscas- num sentido amplo
isso ocorrerá por wna falta de acomodação, de um
problema visual, ao tocar os olhos nas ondas do mar,
ou com o carro em movimento ou quando passam
objetOs, melhora no quarto escuto ... Terrível nausea
de morte, palidez, corpo frio, transpira muito e can-
saço, alivia fechando os olhos, quarto escuro e calor'
Hahnemann
Inquieração, ele não sabe como se conter.
Nervoso , úmido e inclinado a chorar por bo-
bagens.
Grande timidez, ele tem sobressaltos violentos
e assustadores por bobagens.
A maior irresolução ou indecisão, falta de de·
terminação,
Ele não sabe parar de falar sobre um assunto.
Nenhum dcsejo no trabalho, nenhum prazer nos
assuntos que anteriormentc gostava e sutge em tédio
in to lerá vcl.
Descontente com tudo. Mau humor, tendência
forte a hipocondria. É muito irritado, rudo O afeta
de maneira desagradável e deprcssivamente, ele não
consegue se acalmar, não tem animo, a despeitO do
maior esforço, para tentar realizar coisas que lhe
parecem triviais. Aborrece-se com rudo, irritado ao
 4 Carlos Brunini. Medo Giorgi &Colabs.

acordar, rabugento e passional por nada, violemo,
sonhos lascivos e assassinatos, calor intenso na cabeça
depois de wn copo de vinho, tem que sair ao ar livre.
Emre os sintomas curiosos dados por Hah-
nemann está ô "pomadas no calcanhar, como se
um espinho estivesse alojado nele".
ALLEN: Não sabe aonde estava na rua. Exces-
sivamente nervOSo especialmente quando urinando.
Piora por andar de trem, carro ou navio.
Delírio, acha que wn membro é duplo. Surdez
naqueles viciados nem excesso de bebida ou excesso
sexuais. Deseja cerveja, pinga e água.
Fome voraz, acordado por ela a noi te, se sacia
vorazmeme com guloseimas e apresema repugnãncia
por carne, verdura, comida cozida ou queme.
Desde o parto, duas semanas antes na cama, no
quarto a noite, tem ilusão que há wn outro bebe, na
cama, que requer a atenção, também a sensação de
wn terceira perna e que não consegue mantê-la quieta.
Excitado irritado, com inclinação a ficar com
raiva e xingar, ansioso e indeciso.
Sensação como se tivesse wna pedra fria no co-
ração. Até o anoitecer ansiedade e apreensão sobre a
sua família , que deixou para trás fazendo wna curta
viajem., a ansiedade vai aumemando e quer voltar
logo.
GALLAVARDIN: "Bebados, sem energia, sem
força de vomade, incapazes de recusar wn copo de
vinho, vomitando depois do menor excesso de bebida,
que falam demais quando estão bebados."
JAHR: "Carater irascível, violemo com insultos"
N lesões são crostosas, hiperqueratósicas (ca-
mada córnea espessa) e evoluem com surgimento de
fissuras profundas e sangrantes que deixam à vista
wna pele "vermelho em carne viva" e secretante com
tendência a supurar. Apresemam prurido e ardor
(principalmeme noturno) e o pacieme se coça de
forma muito imensa levando ao aparecimemo de
escoriações importantes.
Ocorrem em qualquer região, mas com prefe-
rência: ao nível dos órgãos genitais externo, região
retroauricular, couro cabeludo, mãos e pés, orificios
mucocurâneo, pregas articulares, pálpebras cujos
ãnguJos estão fissurados.
N erupções aparecem e se agravam no inverno
ou pelo tempo frio, fato que é muito característico e
serve para distingui-lo de outros medicamemos que
produzem erupção semelhante (nenhwn outro me-
dicamemo tem esse sintoma tão marcado).
A supressão de wna erupção é seguida por wna
descarga: diarréia, coriza.
De wna forma organicista é bastante indicado
em casos de eczemas, especialmente nas mãos e nos
orifícios mucocutãneo e psoríase.
Outro local importante de ação do medicamemo
é o trato gastrointestinal, tendo indicação organicista
para o Mi:r.l MS transpwtes, onde o paciente apresen-
ta náuseas viajando em veículo, em trem ou barco
acompanhada de salivação, vômitos, cefaleia occipital,
vertigens e sensação de vazio no estômago que alivia
comendo.
O paciente Petrolmm tem sede intensa, fome
vOraz sobrevindo à noite obrigando-o a levantar para

Diagnóstico diferencial:
Graphites - tanto Petroiem» quanto Graphites
produzem espessamento da pele diferenciando-se em
relação ao líquido que escorre que em Petroleum é fino
e aquoso, contrastando com o viscoso semelhante ao
mel em Graphites.
RJms tox.- tantoRhus quantoPetrole..m são me-
dicamentos para manifestaçáo no escroto e genitais.
O que difLTencia é a presença de vesículas grandes em
Rh ..s, e vesículas menores em Petroie..m, com grande
coceira e ardência em ambos.

Sintomatologia
Pele - Na pele se observam os simomas mais
característicos de Paro/rum.
- Oleo mineral.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
comer, sendo a fome, facilmente saciada. Tem fome
após evacuação intestinal.
Aversão por comida gordurosa, carne, alimentos
cozidos ou quentes, repollio. Deseja guloseimas, do-
ces e come-os com avidez. Violento desejo por cerveja.
A deglutição é dolorosa, tem engasgos com
alimentos que vão ao nariz.
Tem g;lstralgia (dores) pressiva e em cãibras com
dor ao tOcar a região, não tolerando roupa apertada.
Mal-estar, quando o estômago está vazio, aliviado
comendo constantemente.
Diarreia por viajar em um veículo, após inges-
tão de repollio ou por erupção suprimida, precedida
de cólicas cortantes; as feze s são amarelas, aquosas,
mucossanguinolentas às vezes involuntárias, e são
seguidas de dor e ardor no retO e prurido.
Constipação com fezes duras, nodOsas, insufi-
cientes e difíceis. Prurido e ardor anal. H emorroidas
com grande prurido, piora à noite pelo calor da cama.
Fissura anal com dor em ca rne viva.
Sensação como se a face estivesse coberta por
wna camada de albwnina.
Vertigem ao levantar da cama, sen'tida na região
occipital, como se estivesse embriagado, ou com enjoo
do mar. Vertigens ao viajar em wn veículo, em trem,
barco, que melhora fechando os ollios e em repouso.
Cefaleia occipital com sensação de peso, como
se tivesse com chwnbo. Dores pressivas e pulsá teis,
sobremdo desencadeadas pela movimentação (como
o mareo do mar, saaididelas da tOsse) com náuseas
constantes, vômitOs bruscos e vertigem, melhoram
com epistaxe, ou segurando as têmporas.
O barulho é insuportável, principalmente o de
várias pessoas falando ao mesm o tempo.
Ruído insuportável nos ouvidos, como de água
correndo, de vento soprando nos ouvidos, zumbidos ,
rugidos, piora durante a conversação. Diminuição da
audição (hipoacusia).
Surdez naqueles viciados em excessos sexuais ou
em bebidas.
Nari.nas ulceradas e fissuradas, ardentes; prurido
na ponta do nariz,. Ozena, com crostas e descarga
mucopunllenra.
Irritabilidade após coitO. Desejo sexual dimi-
nuído.
Erupção herpética e eczema no perúleo, escroto
e vulva.
Gotejamento constante depois de urinar. Urina
com odor fétido.
Micções involuntárias. Enurese noturna.
Dores rewnáticas nas extremidades com sensa-
ção de fratura ou de rigidez articul ar, com estalidos,
44
pioram pelas mudanças de tempo e antes das tem-
pestades.
Calor e ardor nas palmas das mãos e plantas dos
pés, descobrindo-os à noite na cama.
Sono agitado e interrompido, sonha estar come-
tendo atOs lascivos e a1óSJssinatOs. Sonolência durante
o dia, dorme sentado.
. Dores (ou outros sintomas) aparecem e desapa-
recem bruscamente, com sensação de peso na região
afet ada, provocadas normalmente por mudanças
atmosféricas (frio, tempestade) ou depois de uma
emoção.
Em termos gerais apresenta grande debilidade
pelo menor esforço, com z,wnbidos e náuseas.
Calafrios, apresentando paradoxalmente ondas
de calor.
Suores fétidos e localizados: nas axilas, nos pés
e ao nível da genitália externa.
Apresenta sensação localizada de frio: coração
(como de tivesse uma pedra fria ), estômago, útero,
região interescapular.
Piora - No inverno, pelo frio, ao ar livre.
Com qualquer mudança aanosférica (na umi-
dade, antes e durante a tempestade com trovoadas).
Viajando de carro, em trem ou em barco, com
movimento passivo.
Depois de comer ou beber, por comer repolho.
Por emoções. Se o tOcam ou pelo contato da
roupa.
Por erupções suprimidas.
Melhora - Com calor, deitado com a cabeça alta,
com tempo seco.
Dinâmica miasmática
No paciente Petroltmm temos a "falta de conten-
ção" como sendo sua característica digna de cura.
PSORA - Em sua pS01'fl o indivíduo apresenta-
se tÍmido, indeciso, irresoluto, chora por bobagens
traduzi ndo.sua dificuldade de contenção.
SCOSE - Explosão de ânimo, fala demasiada,
valentia , irritabilidade são sintomas sicóticos obser-
vados nos pacientes que lembram o comportamento
dos alcoólatras, com ausência de limites. Apetite voraz
e insaciável durante as refeições, vontades impulsivas
de comer fora de hora.
SÍFlLIS - Na fase sifilítica apresenta desconten-
tamento, indolência, onde o indivíduo abandona o
desejo de lutar, desânimo, tendência ao alcoolismo.
PSORA - falta de controle ... SICOSE - explo-
são'" SÍFILIS - destruiçâo
450 Carlos Brunini, Mario Giorgi & COIBbs.
Homeopatia & ped iatria
A mania de brincar de gira- gira, fazendo do seu
corpo um pião, acarretando com isso uma inebriante
sensação de tonrura, ou mesmo segurar a respiração
até quase desmaiar ou desmaiar, estas são as brinca-
deiras comuns nas crianças que sofrem Petroleum . O
tema comensão volta a moda pois estas brincadeiras
demonstram a dificuldade em se comer, obedecer,
limite c saber a hora de parar com certas brincadcira~.
Aquela frase depois que pega fogo ninguém segura
mais esse moleque, deve ser dica para pensarmos neste
medicamemo.
Ao mesmo tempo que são violentas briguemas
e muito INTENSAS em outra po laridade (mias ma-
sífilis) podem se a presentar como desanimadas, fracas
e covardes.
Uma oralidade marcada, compulsivas para comer
ter algo na boca e ao mesmo tempo vomitadeiras
quando viajam de CarrO por exemplo . Um emprego
que deve sempre ser lembrada é para tratamento de
Herpes em crianças.
Homeopatia & veterinária
Rrgina Torro: Faz uma relação entre o petróleo
que veio das entranhas da pele, como terapêutico para
siruações de rachadura d' pele, se as entranhas da terra
são profundas e de lá vem o petróleo, os indivíduos
também não tem limites em seus buracos, em sua
profundezas! A sua pele é sensível, vermelha em carne
viva, cheia de coceiras, sangram e apresentam crostas,
erupções ulcerosas q ue se rompem faci lmente.
Pododermarite intensa com erupções vesiculares,
úlceras e grande umidade fétida, coxins e ponta dos
dedos rachados e fissurados .
An imais que vomitam dentro do automóvel,
difíceis de adestrá-los pelas dificuldades de limites,
sobrcs~,lros violentos por bobagens, briguemos ou
cov31·des, preguiçoso e guloso.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
45

•
Phosphoricum acidum

o acidum phosphoricum é um composto oxige- Q Tristeza por um infortúnio

nado de fósforo que é encontrado nos 3 reinos em
estado de combinaçao, especialmente nos ossos dos
mamíferos. (Lathoud).
Ao buscarmos a Química encontramos que uma
das propriedades dos fosfóricos está na luminosidade,
fenômeno que tem o nome de quimiluminescência e,
é apresentado quando exposra ao ar, emitindo uma
11IZ de ram esverdeado pálido apenas perceptível no
escuro.
(Inclusive explica o fantasma do fogo fara obser-
vado em alguns cemitérios).
Entendendo seu gênio
Frases do tipo:
Q Homens perdidos e mulheres desamparadas,
(drama porteiio).
Q Bares repleras de homens vazios (Vinícius de
'vela com Phosphoricum acidum: "SoITeu um desengano
Moraes).
A boemia é a mesma assinarura ou semelhança
do ácido fosfórico, pois precisa de sua 11lZ própria
Q Fastw da vida
Q Canta a noite
Q Pena silencwsa.
Seu perfLl combina com o dos inctivíduos boê-
mios, que preferem a noite e a madrugada.
Buscam nas noitadas equivocadamente esquecer
suas dores de coravelo, seus desenganos amorosos,
suas decepções com as pessoas queridas.
Entre umas e outras (uns drinks), tangos bole-
ros, músicas bregas, encontramos nosso personagem
chorando sua dor de corno, sofrendo quiera, calado,
silencioso um amor ITacassado, (mesmo que não tenha
ocorrido a perda de nenhum amor, ele solTe como tal e
se compona como um boêmio apaixonado), sua vida
é a noite. - Olha a quimioluminescência aí gentelll A
gandaia e suas conseguências, os prazeres da noite e a
ressaca do depois. BRONFMANN, imagina uma no-
amorosos, tentou esquecer com alegrias imaginárias,
cometeu toda a classe de excessos sexuais esteve con-
o ,

functido, obnubilado, triste, indiferente, solitário e mal

durante a noite e a luz do ctia não tem identidade ,
nada acontece, não existe, não brilha, não tem sentido.
Os sintomas REPERTO RIAIS, que identificam
seu miasma são:
Q Transtorno por decepfÍÚJ amorosa
Q Transtonlo por amizade defraudada
Q Nostalgia
Q Meú:mcolia
Q Desgosto
Q Cavila(vé tudo negro).
Q ApaixuntUÚJ
Q Ciúmes
Q Alcoolismo
QDesaknto
4 2 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

humorado, com medo da morre e adoecer, nostalgioso
e fracassado". Co.Mo. UM TA NGo. ARGENTINO.
Não que todos os indivíduos que sofrem este
medieamenro, sejam boêmios, devassos ou gandaiei-
ros, entretanto sentem os mesmos desgastes físicos e
psíqwcos.
A luz do sol é essencial a vida em nosso planeta,
viver longe dela é um erro, :lto equivocado. Tais indi-
víduos vivem de uma maneira mais intensa a noite que
é a causa de sua insalubridade e de seu adoecer, pois tal
qual o ácido fos!()rico buscam ter brilho ou luz própria.
A luminosidade, este aspecto amarelo- esverdeado
brilhante que o ácido fosfóri co apresenta quando na
escuridão, quanto mais escuro- mais intenso, passa a
ser o motivo de seus desequilibrios, vive a escuridão,
noite (a noite é uma criança).
Citações como as descritas por HABNEMANN,
comprovam nossa tese :
"Uma dor na resra como após uma libertina-
gem."
"De marlhã após levanrar-se, palidez na face com
rendência a olhar fL'<O."
"Olhos grudados acomparlhados de uma pressão
nos olhos como olhando longe um objeto."
Esra pressão nos olhos com uma dor na resta,
palidez, sensação de cansaço, lembra o esrado de res-
saca que aparece depois de uma noirada com excessos
e li bertin agem.
Medicamento para indivíduos que sofrem emoções
mentais depressivas , COI11 predisposição a chorar,
descontente e pessimista, c desinteresse pelas coisas
que antes eram imporrantes, por suas ocupações, não
quer falar.
KENT - "O pacientePhosp ae. defmha e emagre-
ce, fica cada vez mai~ 1'r3co, o rosto murcha) suores
norurnos, suores frios descem pelas costas, suores
frios nos braços mais do que nos pés, extremidades
frias, coração e circulação fracos, resfriados frequen-
res , o resfriado se aloja no peito e caminha para uma
ruberc'ulose.
Palidez com crescente fraqueza e emagrecimento."
Considerando:
1- As desilusões amorosas, que levam nosso per-
sonagem a beber para esquecer e na busca das
noitadas esquecér suas dores de amor.
2- O amor tem o arquétipo de ser doce, o diabetes
é um erro metabólico por excesso de açúcar no
sangue.
3- Organicistic:1lT1ente, Phosphoricum acidum é
o medicamento mais indicado para a diaberes.
Porranto, tirar o doce é rirar a dor que o amor
causou, rrara assim o menral de esquecer a dor de
caravela e o açúcar do amor. (Honey).

Esquematizando
Medicamento para os rransrornos por noxas
enlOClonalS:
q PE~AS
q PREOCUPAÇÕES
q AMOR NÁO CORRESPONDIDO .li:M;,,,f.t.-o
*",-V I~~
q DECEPÇÕES, FRUSTRAÇÁO I~ ·
q NOSTALGIA - rrisreza de se ver ausente da ~ .

rerra natal ou recordação de /Im bem 011 propriedade C<f>UJ.o :

perdida.
q MEDICAMENTO PARA OS TRANSTOR-
NOS DE:
• Perda de líquidos orgânicos (hemorragias,
supurações , lacração)
• Excessos sexuais
• Doenças agudas violentas

Consequências dos referidos transtornos:

Debilidade ou esgoramento nervoso geral, se-
guida de debilidade física que atinge a esfera sexual.
 Malária Médica Homeopática Interpretada
Sintomatologia
Q Mal estado nutritivo e suas consequências-
raquitismo, cáries ósseas, queda dos cabelos,
ruberculose, vertigens caminhando ou parado.
Q Lacrimejamento, miopia, conjw1tivítes, infla-
mação nas pálpebras.
Q Fragilidade a ruídos alternado com hipoacusia,
corizas e sangramentos nasais.
Q Aspecto pálido anêmico, dentes an1arelados e
cariados.
Q Dores abdominais, digestão difícil, flatulência,
dores hepáticas, diarréia crônica, fezes claras
(divide com Chellidonium o espaço de trata-
mento para hepatite).
Q Diarreias melhoran1 o hwnor.
Q Urgência miccional, fosfatúria, doença venérea
por abuso sexual.
Q Anexites, menstruações prolongadas prostra-
ções no aleitamento.
Q Dispneia aos pequenos esforços, debilidade
muscular e formigan1ento pelo corpo.
Remédios para adolescentes que se isolan1, que
pela insegurança e sentimento de culpa se tornam
solitários. A dor do crescimento aqui encontra senti-
do, pois a insegurança faz com que tenha Medo de
assumir responsabilidades, temor ao futuro, cavila
(vê tudo negro).
Reforça esta tese os sintomas: Tristeza por mas-
rurbação (repertório).
VIJNOVISKY - "Jovens que crescem rapida-
mente, piora ao levantar-se, piora depois de comer,
depois das poluções norurnas, por esforço físico ,
por penas de an10r não cOlTespondido, por esforços
mentais - magreza.))
Miasmaticamente
Sabemos que todos os medicamentos são tri-
,niasmáticos~ entretanto aqui encontramos na sua
natureza, sintomas que se lembram a sífilis de outros o
que dá ao medicamento lUlla característica de sifilítico.
Pessoas fechadas, comportamento destrutivo,
entediadas e afetivamente insalubres.
53
Diagnóstico diferencial:
a) em relação ao perdão
Natrmn mur, "Eu perdôo, mas não esqueço".
Nitric acidum, "Nem perdôo nem esqueço e ele
ainda me paga".
Phosp. ac., "Gostaria de não me lembrar mais. De
nem ter o que perdoar, mas vivo lembrando, quero
esquecer". ..
PhosphlWUS, "É perdoando que se é perdoado".
Sepia é fria, indiferente, enquanto que nosso
medicamento em questão gostaria de ser frio e de
não sentir, mas sente e sofre.
b) pelos sintomas
Hyosciamus - ciúmes e sensualidade, poderíamos
lembrar deste medicamenro, pois esses sintomas são
compartilhados. Enrretanto, Hyosc é vulgar, exage-
rado lascivo e obsceno, enquanto que nosso Phos. ac.
carrega seus ciúmes de wna maneira reservada não dá
barraco ou baixaria, tem wn lado muito romântico
nisso tudo, sua sexualidade faz parte de sua privaci-
dade, nada de exibicionismo.
Staphysagria: Tem transtornos por cólera repri-
mida, não reage nwn primeiro momento, leva para
casa as suas broncas sofrendo quieta nwn primeiro
momenro, enrretanto acaba descontando de alguma
forma.
Chi1la: Aqui a páda de líquidos (fluidos) é a res-
ponsável pelo desalenro e desânimo, nosso Phosp. ac.
ao conrrário parece que melhora como se expurgando
fizesse wna limpeza, nielhora com perdas de Iiquidos.
ARis mel: Faz papel contrário pois busca a vida
social, ao passo que Phosp. ac. isola-se.
PaUadium, vive a noite e gosta da vida boemia
para se mOStrar na Hi society, busca aplauso, quer
aparecer na noite badalada, necessita ser reconhecido
na sua importância e destaque, exibido quer os flms e
holofotes. Nosso amigo Phosphorimm acidum é discre-
to, não quer ter seus momentos de gente famosa, na
noite senta só l1lUll canto, bebe seu trago I1wn canto
e assim acredita estar afogando ou anestesiando sua
dor de cotovelo, não faz tipo, é discreto.
Aurmn, comparte O desânimo e O fastio da vida,
enrretanto emA,ml1n o aspecto desnutivo é narural,
tem a ilusão de que não cwnpre com seus deveres e
que não merece viver, a sua nanueza é suicida, dife-
rente do nosso Phosp. ac. Que tem como desalenro
uma siruação emocional, com uma falta de coragem
para reagir e caminha para a inanição (Repertório-
recusa a comer).
454 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoJebs.

Natrum mur, saLga as suas penas e se rorna
inconsoLável, armazenado seus desafetos, enquanto
Phos. Acidum tenta esquecer seus desafetos (equi-
vocadamente com embriagues mental), chegamos a
encontrar no repertório catalepsia por pena de amor
não COr respondido, o máximo da paraJ.isia.
Silicea , ambos são frágeis, entretanto numa ma-
temática homeopática arriscamos a d.izer que Phos. ac.
é 10 X mais frági~ aqui faLta cimento de sustentação,
não absorve bem o que come, Phosp. ac, falta O brilho
e tem muitos transtornos digestivos.
Homeopatia & pediatria
Tem um biotipo frágil, irritabilidade durante
o dia, desânimo e desalento matinal, trOCam a noite
peLo dia.
Desequilibrios gastrintestinais, náuseas e vo-
mitadeiras, para situações em que não se encontra
nada ao exame laboratOrial, ou radiográfico (Refluxo
patológico e/ou fisiológico).
Melhoram evacuando, diarreias por comer fru-
tas, sendo referido no repertório como o UR que
faz diarréia quando é introduzido o suco de laranja.
O ácido fosfórico é encontrado nos refrigerantes
cola os quais acarretam embotamento.
Homeopatia & veterinária
afetiva enonne, tornando-se desanimados auro des-
trutivos e prostrados.
ÚtiL em diabetes, diarréia crônica, sede insaciável
de leite frio, fosfatúria, flatos vaginais, rupogalactor-
reia e prostração no período de amamentação.
Tema de Phosphoric acidum
Garçom, aqui, Resta mesa de bar
Você já cansou de escutar
Centenas de casos de amor
Garçom, no bar todo mundo é igual
Meu caso é mais um, é banal
Mas preste atenção por favor
Saiba que o meu grande amor
Hoje vai se casar
E mandou uma carta pra me avisar
Deixou em pedaços o meu coração
E pra matar a tristeza só mesa de bar
Quero tomar todas, vou me embriagar
Se eu pegar no sono, me deite no chão
Garçom, eu sei, eu tô enchendo o saco
Mas todo bebum fica chato
Valente, e tem toda razão

RqJina TfJrro - Tais animas, são magros anêmi- Garçom, mas eusó quero chorar
cos que crescem mais rápido que o normal, apresen- Eu vou minha conta pagar
tando dores do crescimento intensa (o ácido fosfórico Por isso eu lhe peço atenção
participa da composição dos ossos).
Atividades noturnas intensas. Saiba que o meu grande amor
Sãs apaixonados, ciumentos e desconfiados,
Hoje v<J,i se casar ...
mas se sentirem rejeitados passam a uma indiferença
 MaMria M~dica
Fósforo é um corpo simples, metaloide que se ex-
trai de ossos calcinados pelo procedimento de Scheele.
Sólido, flexível, luminoso no escuro, transpa-
rente logo que se prepara e opaco depois de algum
tempo. (Goodrnan & Gilman).
Fosfato, o fósforo tem múltiplas e importantes
funções na bioquímica do organismo. No sentido
anatômico, ele é ubiquitário e tem grande significação
em grande número de reações que se passam em todos
os órgãos e tecidos ...
Ocorre no plasma e liquidos exrracelulares, na
membrana celular, no colágeno, no tecido ósseo,
desempenhando principal papel nas atividades oste-
oblástica e osteoclástica.
Cor azul-amarelada, odor aliáceo. Insolúvel em
água, ligeiramente solúvel em álcool, glicerina, éter
e clorofórmio. Seu melhor dissolvente é o sulfureto
de carbono .
ColetividaJús.
Homeopática Interpretada
455
Phosphorus
Para uso homeopático se pane de uma solução
de fósforo em glicerina associada ao álcool, sendo sua
primeira diluição: 1/ 1000 ou 3' decimal.
Phosphorus como elemento quínllco tem a ca·
racterística de ser facilmente combinado com outros
elementos químicos; possui uma grande afUlidade e
facilidade para estabelecer combinações.
Daí se depreende uma característica mental mui·
to notável deste medicamento, deste personagem: é
a grande facilidade que tem para relacionar-se com O
meio ambiente e a grande sensibilidade dos estímulos
que podem receber do mesmo.
Essência do medicamento:
A amizade acima de tudo, a exacerbação do
sentido fraterno . Compassividade andar com o passo
do outro (com + pass-o).
Phosphorus: agngador plaquetário.
456 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Entendendo seu gênio
O fósforo está presente na célula em dois níveis
fundamentais que guardam relação com a sua dinâ-
mica: no núcleo e na membrana celular.
No núcleo ele toma pane da própria estrutura
do DNAcom os radiGl.is fosfato , que são o esqueleto
onde se ligam as bases nitrogenadas, na membrana
compõe os fosf<,lipídios que são os principais com-
ponentes de comunicação do meio externo com o
interno sob a forma de trifosfato de adenosina ATP,
portanto está em i.ntima relação com os fenonemos
vitais.
Em grego "PhoS" significa luz, "PHORUS" sig-
nifica portador ; a LUZ no lmiverso é a portadora de
toda a informação e o elemento fósforo , por sua vez
no seu alto grau de excitação eletromagnética, emite
luz. Assim u fósforo é o elemento de transmissão de
energia necessária para a síntese nudeica, mantene-
dora da complexidade orgânica ~ ESSENCIAL A
VIDA.
Os indivíduosPhosphorus, tem a mesma dinâmica,
pois estão em contato com os opostoScomplementares
da vida, luz e trevas (ausência de luz), vida e morte (au-
sência de vida), envolvimento e indiferença (ausência
de envolvimento) afeto e solidão (ausência de afeto).
Phosphorus está e necessita estar em constante
contato e comunicação afetiva com o mundo, so-
frendo e sentindo com grande sensibilidade, sendo
lun grande compassivo que dá afeto mesmo sem
recebê-lo; vive como ninguém a angústia da solidão
(angústia quando está só UR), da falta de comu-
nicação e companhia, o que lhe dá uma profunda
sensação de desamparo, falta de apoio e desvalido
decorrentes a falta de comunicação afetiva. Estes
movimentos miasmáticos também podem receber
a seguinte leitura:
1· Phosphorus conectado, carinhoso que deseja
companhia e cheio de temores(medos), em
start.
2- Aquele que luta, obstinado adúltero teimoso,
ditador e falante de seus negócius, frnge não
ligar para a opinião dos outros, sua chama
queimando.
3- DesgustosO da vida, apático desanimadu e en-
ted.iado Phosphon,s queimado- apagado, sem
fogo, já gasto.
TOMAS PABLO PASCHERO- O fósforo
preside as uxidações ; é o fogo inrerior colocado no
centro da célula, como em seu postO de comando,
como a centelha divina.
PSORA ~ AlIHustia da solidiúJ, medo da I1WYte
- solidão extrema, impressionável, sensível, magnético,
comunicativo.
HAHNEMANN - "Exaltação do sentido de
fraternidade. O mundo lhe parecia terrível, somente O
choro podia alivia-lo, em segu ida indiferença e apatia
total .... Angustia quando está só, medo e temor ao
anoí[ecer, da noite.»
ALLEN - "Não desejava estar só."
HAHNEMANN ..... "Todos os sentidos estão
excessivamente sensíveis, especialinente a audição e
olfato."
ALLEN - "Sobressaltava· me involuntariamente
quando alguém abria a porra , todo ruído me trans-
tornava".
HERING - "Medo e temor ao anoitecer, da
morte como se algo estivesse surgindo."
SICOSE ~ Hipemofia do ego, bom humor
exagerado, pensa consertar o mlmdo, doa em exage-
ro, irritado as contrariedades, vaidoso, lascivo entre
outrOS.
HAHNEMANN - "Ânimo livre e de bom hu·
mor. .. Tudo lhe parece mais brilhante .... Ânimo preo·
cupado e muito suscetível às emoções, especialmente
às apreensivas .... Quando está desgostoso entra em có'
Jera furiosa e malignidade, mal.ícia e malevolência ... "
ALLEN- "Senti-me excessivamente petulante
todo o dia; nada estava correto; senti·me como in-
satisfeito comigo mesmo e com os demais, parecia
como se todo mundo falasse ou fizesse algo para me
provocar .... ))
SIFILIS ~ Esgotamento, estafa, depressivo,
transtornos com decepções afetivas, tédio da vida,
introspectivo, fechado e indiferente aferivamente
(exatrunente o inverso da sua PSORA).
HAHNEMANN: ""'fio pode esquecer um
desgosto."
ALLEN: "Oepressáo mental e um grande te-
mor ou rimidez illcomllm, com grande sensação de
fadiga .. ."
HERING: "Apatia, i.nclusive indiferente com
seus próprios filhos .... Não presrava atençãu nas coisa.1
ao seu redor.. .. Trisreza e ansiedade que se repetem
regularmente no crepúsculo, por esgotamento ner-
voso .... Cansado da vida, cheio de pressentimentos
tristes .... Ahatido, taciturno, triste e meditahundo,
pensou que ia lnorrcr."
Sintomas que merecem notoriedade
• Bem humorados.
• Carismáticos - comunicativos.
 Mafén'a Médica Homeopática Interpretada
• Energéticas.
• Inteligentes (eventual / estúpidas).
• Do bem (bom caráter).
• Caridosas.
• Envolvidas.
• Sociáveis e sociais.
• Sonambulismo, terror nOturno.
Indivíduos sensíveis com uma exacerbada veia
artística devido sua comunicação com o mundo dos
afetOs, são emotivos, condoem-se com o sofrimento
dos outrOS, compram suas dores e devido a isso po-
dem se queimar com a sua própria chama, o fogo que
aquece e alimenta também destrói (lei da semelhança).
o BOM SAMARITANO
A BÍBLIA E A HOMEOPATIA
Lucas 10:25- 37: 30. Jesus, prosseguindo, disse:
"Um homem descia de J en.salém aJericó, e caiu nas mãos
de salteaMres, os quais o despojaram e espancam-no, se
retirararn deixando-o meio 'J'fJ,orto. J.,
J
31. Casualmente, descia pelo mesmo caminho
certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo. 32. De
igual modo também um levita chegou àquele lugar,
viu-o, e passou de largo. 33. Mas um samaritano, que
ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se
de compaixão;
34. e aproximando-se, atOu-lhe as feridas, dei-
tando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua ca-
valgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
4 7
35. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os
ao hospedeiro e disse-lhe: "Cuida dele; e tudo o que
gastares a mais, eu te pagarei quando voltar." A luz
do mundo I missão de phosphorus.
Mateus 5;14-16: "Vocêssão a luz do mUlldo, não
se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.
E, também ninguém acende uma candeia e a coloca
debaiX() de uma 'Vasilha. Ao contrário, a coloca num
lugar apropriaM e w;sim ilumina a todos que estão em
casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens para
que vejam as suas boas obras eglorifiquem o Pai de vocês
que está nos céus". Esta é a missão de Phosphorus, levar
luz as pessoas, ajuda-las por isso tem necessidade de
companhia, caso contrário a quem ajudar? Agrava
quando só / desejo de com panlUa /necessidade de se
plugar com Sintomatologia I .
Sintomatologia
Hipersensível a luz e a ruidoso
Excitado nervoso, cheio de medos, medo da
morre, medo das tormentas, medo de ficar só, quer
segurar a mão de alguém, impressionáveis, clarividen-
tes, fantasiosas.- Adoram ser tocado (magnetizado)-
massagem ... os demais quando só, quer TV, radio
telefona, internet, etc .. , tUDa busca constante do outro
e de sociedade filanttOpia (fLlos= amigo).
• OlfatO sensível, desmaiam com cheiros forres.
Otalgias e otites com secreção amarelada e fluida.
Características digestivas: Uma sede violenta, ingere
grandes quantidades ' geladas, bebidas quentes dão
vômitOs. Fome importante a noite, apetite voraz, sem
engordar, adoram sorvetes. Constipação com fezes
esbranquiçadas, duraS e secas. Adoecem no aparelho
respiratório (dispneia, asma), e vias aéreas superiores
com dores de garganta, crises de espi.rro, irritação la-
ríngea com rouquidão, tOsse seca que sacode o corpo
tOdo (o mesmo quando espirra), pioram pelo frio,
entretantO paradoxalmente melhoram com bebidas
frias, e sorvete que adoram. Sensação de ardência
ou calor pelo corpo que piora ao ingerir alimentos
quentes. Ondas de calor pelo corpo todo. DesptOpor-
cional cansaço e sensação de fraqueza, um vazio por
dentro e moleza intensa. Desejos sexuais aumentados
excessivos e exuberantes, excitáveis facilmente com
conteúdo pornográfico.
Ansiedade precordial, angina e infartO do mio-
cárdio, às emoções, aborrecimentos ou durante o coito
ou por aborrecimento
Hemorragias- Epistaxes, hematúria, equimose,
menstmações hemorrágicas, sangramentos digestivos,
dentários, anemia feridas que sangram com facilidade.
 8 Carlos Bruníni, Mario Giorgi & Co/abs.
Um grande medicamento para coaguJopatias,
numa viajem poderíamos admitir que uma plaqueta
junto aourra "fRATERNIDADEPLAQUETÁRlA."
Tri<J MS medrosos: Arsenicum,
Aconitum,
Phosphorus
Homeopatia & pediatria
São crianças protetoras (m·aternais ou paternais),
assim tomam conta dos demais, mesmo de adultos.
Envolvidas e preocupadas, com os problemas dos
outros, COMPASSIVIDADE - EMPATIA - adotam
animais que encontram nas ruas, sofrem até pela
morte do bichinho virtual ou nas cenas de histórias
infantis - rei leão. Necessidade de companhia, não
toleram ficar sozinhas, telefona para os amigos, liga
a TV, mesmo choram quando não tem pessoas por
perto. Caprichosas nas liçóes. Crianças sociais e ami-
gáveis, demonstram afeto, sem esperar trocas. Medo
de escuro, sensibilidades extra-sensoriais. Sensíveis as
artes de uma maneira geral, adoram sorvetes e água
gelada. Friorentas.
Homeopatia & veterinária
Expansivo, afetuoso, adora ser acariciado e
massageado, faz amizades com todo mundo e é bem
hum orado, agravando seu sintomas quando sozi-
nho, em tempestades, rrovóes ou escuridão. Uivam
e se tornam mais inquietos ao por do sol. A5 fêmeas
expressam sua compassividade amamentando outros
fLlhotes (por exe'}1plo). Transtorno por medo, nos-
talgia, desprezo. E comum adoecer pela morte de um
companheiro ou alguém da família do proprietário.
Antecipados, covardes e inseguros. Grudados em seus
donos, devido a necessidade de companhia. Tendên-
cias hemorrágicas, formando vesículas ou bolhas de
sangue na pele, gostam de alimentos e água gelada,
vômitos com comidas quentes, atua bem na parte
respiratória - pneumonias.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
459

Phytolacca

PhytoÚJcca decandra origina -se da América Cen- portam pessoas, ambientes, objetos. Por vezes, nem
tral . É uma planta da família das Quenopodias e mesmo a sua vida merece atenção. Pode estar acon-
com umente recebe os nomes de Erva Carmim e Uva tecendo uma grande festa, ou em contrapartida uma
da América. situação muito triste, que veremos Phytolacca, neste
Para seu uso na farmácia homeopática, segundo meio, apático, nada o abala, nada o altera.
Lathoud, parte-se da tintura-mãe em solução alcoóli- Dessa sua indiferença decorrem outros sintomas
ca, obtida por maceração utilizando-se a planta toda, como a perda de apetite, não sendo possível persuadi-
que deve ser colliida para esse fun, na época de sua lo, de modo algum , a se alimentar, seja ele adulto ou
floração, quando podemos nos valer do maior poder criança. Também por estar desligado de tudo que o
de suas substâncias ativas. rodeia, sente muita melancolia e fica avesso ao traba-
Os Drs. Hering e William Son foram os pri- lho, qualquer que seja, do mais simples e corriqueiro
meiros a descrever a patogenesia desse medicamento ao mais complexo e intelectual.
e desde então, apesar de quase não ter ganho novas Outro sintoma bastante marcante em Phytolac-
pesquisas e experimentações, é largamente empre- ca, e que também se origina na sua indiferença, é a
gado, especialmente para casos agudos. Sabe-se que sua total falta de pudor. Sem nenhum escrúpulo tira
age muito bem em mucosas, principalmente de boca
e garganta. Atua também sobre o tecido cicatricial,
favorecendo os tecidos ósseos e fibrosos.
Salientamos ainda a ação sobre as glândulas,
predominantemente as mamárias. Dentre os médicos
com especialização em ginecologia, envolvidos com
a homeopatia, poucos são os que não conheçam os
benéficos efeitos de Phytolacca para mulheres que
estejam amamentando seus bebês, aumentando em
muito a lactação. O mesmo podemos dizer sobre
sua aplicação na veterinária. Nos livros de botânica,
encontramos que, em seu país de origem, a planta é
adicionada à ração do gado leiteiro, com a intenção
de aumentar a produção.
Mesmo sendo uma medicação muito mais co-
nhecida organicisticamente, podemos reunir sintomas
importantes no que diz respeito à psique de Phyto-
lacca e assim delinear um perfil da pessoa que sofre
PhytoÚJcca decandra.
Primeiramente, podemos descrevê-la como um
indivíduo totalmente indiferente, para ele não im-
 Carlos Brunim. Mario Giorgi & Colabs.
toda a sua toupa em público, sem se importar com
a quantidade de pessoas que o veem ou quem sejam
estas pessoas. Não se despe com sensualidade, na
intenção de mostrar seu corpo o u de receber atenção
po r isso, na verdade, rira a roupa simplesmente por
tirar. Outro sintoma que encontramos em Ph)'toUuca
são os delírios, e, durante estes delírios, também tira
a roupa e esta falta de pudor fica bem evidente.
Este indivíduo é hipersensível às dores, o que
O faz sofrer terrivelmente, pois a cada dor se esgota,
se cansa, se fatiga tremendamente e isso acaba por
deixá-lo angustiado e desesperado. Fica também
muito irritado e inquieto, sem conseguir aquietar seu
es pírito em nenhuma si tuaçao.
Nos lembramos que tempos atrás, quando ainda
não estudávamos a homeopatia, convivemos com
alguém que vibrava como Phytolacca e que sofria
muito pela falta de um rimil/imum . Em todas as vezes,
quando o encontrávamos) sua conversa era a mesma :
"Estou sem pre igual , nada me atrai, nada me
interessa eu não sirvo para nada, não melhoro, nao
posso pensar, andar, trabalhar, tudo o que faço pede
de mim um enorme esforço e eu nao tenl,o energia
para isso, parece que estou com minhas baterias des -
carregadas".
Estar apertando fo rtemente a mandJbula contra a
maxib é uma constante para estes indivíduos, é como
um desejo irresistível. Cl.inicamente não se encontra
nenhum motivo para isso, e, mesmo que não sinta
nenhum a sensaç;io que justifique agir assim, isso
ocorre como se fO."e uma contratura espasmódica.
Parece que mdo aquilo que .comece com elt- e que
poderia alterar seu quadro emocion al fica retido"
desta maneira, é assim que segura suas emoções. E
inclusive um sintoma de alívio , pois traz melhora de
todo O quadro geral quando cerra os dentes ou mo rde
coisas duras.
É devido a isso que Phytolacca ganho u o apdido
de "roedor da Matéria MédJca".
Phytolacca apresenta também alguns temOres
como : temOr da morte, que por achar que está pró-
xima o melindra demais; teme sonhos e emoções.
Sobre as emoções que sofre, enCOntramos em Lições
de Matéria Médica, do DI'. J. T. KENT, que todas
elas nãó o alteram no momento, passam como se
nada estivesse acontecendo, mas ficam centradas nas
glândulas mamárias e, posteriormente, passado algum
tempo, podem ocasionar a formação de nódulos nas
mamas, dor, inflamação e toda a gama de patologias
que podem acometer as mesmas.
Como já citamos, este indivíd uo é muito sensível
às do res e podemos nos ater a esses sinto mas físicos
separadamente.
Tudo é muito dolorido, tem dores musculares,
ao meno r movimento ou toque. Seus músculos estão
rígidos e tem muita dificuldade em se locomover.
Sente dores nevrálgicas, que aparecem e desaparecem
bruscamente, podendo ser com paradas a choques
elétricos , dando a sensação de sacudidas, seguidas
por entorpecimento da região aferada e por fun tendo
dores nos ossos e periósteos, dores estas que são bas-
tante agudas e queimantes, obrigando este indivíduo
a move r-se - apesar disso não há nenhum alívio.
O biotipo Phytolacca trad uz bem rodo o seu
sofrimento tànto físico quanto mental; seu roSto é
fund o, encovado, de cor amarelada ou então pálida,
tem grandes olheiras, demo nstrando seu proftmdo
abatimento, enquanto os olhos fIXOS , nos fazem lem-
brar sua Llldiferença .
Sintomatologia
Cabeça: cefaJeia ~ ve rtigem ao levantar-se da
cama.
Boca: em crianças, enCOntramOS dentição difí-
cil, C0 111 choro, inquietude e diarréia , que melhora
 Matéria Médica Homeopatic8 Interpretada
Ao ranger os detLtes ou morder algo duro, Phytollaca
"o roedor da M.atéria Médica'~ eqttiVoCRdam=te
tem alívio de suas tensões.
mordendo coisas duras. Nos adultos, aparecem lábios
fissurados, ulcerados. Gengivas inchadas e inflamadas,
aftas, língua seca, áspera, com a sensação de que foi
queimada, ardência e com a poma avermelhada.
Podemos encon trar ainda língua geográfica,
com marcas dos dentes ou fissurada , coberta com
muco amarelado, sialorreia com saliva viscosa,
sentindo gOSto amargo e metálico, não podendo
esquecer do constante desejo de cerrar os dentes,
mesmo sem patologias que expliquem isso, uma
postura errada e forçada, levando danos à articulação
tempotomandibular, com dor e desconforto.
Garganta: am(gdalas e véu palatino muito
inchados, principalmente do lado direito, de cor
vermelho-escuro, e tendo sensação de caroço na
garganta. Sente a ga.rganta áspera , estreita e quente.
Tensão e pressão na glândula parótida, com dor na
raiz da língua que se estende ao ouvido. A princípio,
nota-se pequenos pontinhos brancos sobre as amíg-
dalas , que rapidamente se tornam grandes placas
brancas. Faringite em cantores e pessoas que fazem
uso da voz, como os oradores.
Reto: dor extremamente viva e aguda , como
se tivesse sofrido um golpe forte nO ânus, dor que
se irradia ao permeo. Aparece normalmente à noite.
Sintomas particulares
- Lateralidade direita.
- Tremores nas extremidades ao acordar.
- Geme constantemente, enquanto inspira.
46
- Respiração suspirosa, barulhenta, ronqueira e
tem dor esternal ao tossir.
- Dor renal, desejos frequentes de urinar,
gotejamento.
- Impotência.
- Constipação intestinal com fezes duras, inati·
vidade retal, flatos fétidos.
- Otite, hiperacusia.
- Bom remédio.para caxumba.
- Grande remédio da boca, usado tanto para
problemas como estomatite, aftas e até odomalgias.
- Cãibras musculares.
- Crosta láctea.
- PeJe fria, seca, com ulceracões .
. É uma medicação muito indicada em erupções
como sarampo, urticária e interuigo.
- Para glândulas mamárias com pouca secreção.
Contratura da mandibula com maxila, que o
alivia
Alterações glandulares:
No tecido linfático podemos encontrar fenô'
menos inflamatórios como angina , ulcerações e
furunculoses.
Nas glândulas mamárias tem indicação quando
encontramos casos de mamas endurecidas antes e
durante as regras, que são frequentes e abwtdantes.
Casos de mastites em mulheres que estão amamentan·
do e que relatam dor que se irradia por todo o corpo
quando o bebê começa a mamar. Como as mamas
estão inchadas e, portanto, mais pesadas, isso a faz
sofrer, tendo o desejo de mantê-las sustentadas. Casos
quando há tendênciaà supuração, fissuras, ulcerações
na mama· e ·galatorreia. É também usada em casos
de câncer de mama, em cuja literatura encontramos
relatos de muito sucesso.
Coração: é indicado para angina de peito, onde
o doente se queixa de dor viva na região precordial, e
de uma sensação de constricção com irradiação para o
braço direito e não para o esquerdo. Se estiver cami·
nhando precisará parar porque a dor se agrava cada
vez mais e experimentará uma sensação muito parti·
cular de ter um coração pulsando dentro da garganta.
Reumatismo: tem indicação para diátese reumá-
tica. Agora, vejamos o que pode ajudar nosso paciente
a sentir-se melhot: o clima seco, o calor moderado e o
repouso. Da mesma maneira, SeU estado agravará com
o tempo úmido, frio, mudança climática, movimento
e o calor da cama.
462 Carlos Brunini, Mano Giorgi & Colabs.
Diagnóstico diferencial de Phytolacca
Quanm ao psiquismo, podemos encontrar se-
melhança com Graphites, que se apresenta como um
indivíduo egoísta, com movimentos lentos e muito
pouca atividade, tanm física quanm intelecwal, gor-
do, tórpido, friorento e constipado. Phytoúu:ca por
ser deprimido, cansado e indiferente, assume ares de
egoísta também, podendo às vezes só se importar
consigo mesmo e com suas coisas.
Existem ainda mais dois medicamentos com os
quais Phytoúu:ca se assemelha, no que diz respeim a sua
falta de pudor. Primeiramente, temOs Hyosciamus, que
no decorrer de seus delírios e transmrnos mentais tira
tudo aquilo que a cobre e exibe seus genitais, falando
às vezes palavras obscenas. O outrO medicamento é
Platina, cuja falta de pudor é mtal, pois não existe
nada nem ninguém diante dela, já que, por todo seu
orgulho, crê dominar o mundo e qualquer coisa.
Como buscamos a totalidade de sintOmas em nosso
paciente para podermos afirmar ter ele identidade
com esse ou aquele medicamento, dcvemos sempre
estar atentOs a essa semelhança. No que diz respeim
às dores de Phytotacca, podemos ainda relacioná-
las com as dores de Arnica, que tem todo o corpo
dolorido como se tivesse sofrido fortes golpes, não
aceitando nem que o toquem (até o repouso é sofrido,
pois a região em que se apoiar irá doer). Phytoúu:ca
também niW aceita que o toquem, pois seus músculos
estão rígidos e doídos, mas o repouso ·o ajuda. As
dores nevrálgicas nos lembram as deArsenicum, que
também são queimantes, mas a semelhança acaba aí.
Existem autores que colocam Phytolacca entre Bryo-
nia e Rhus toxicodendron, pois em Bryonia as dores se
instalam lentamente, mudam de lugar e não 'são tão
fortes, a menos que se mova, por isso permanecerá
em repouso, deitado sobre a região afetada, posm
que a pressão forte o ajuda; isso nunca veremos em
PhytoÚU:ca. Em Rhus toxico dendron encontramos agra-
vação pelas mesmas situações de Phytolacca porém há
melhora temporária pelo movimenm, o que o difere
muito de nosso medicamento estudado.
Cabe, ainda, que façamos um breve comentário
sobre a ação de Phytolacca e de Mercurius. Estes me-
dicamentos são provavelmente os primeiros pesqui-
sados e usados em casos agudos de amigdalite, etc.,
e por terem ação e sinmmas pr6ximos se diz serem
complementares ou antídotos. Phytoúu:ca acaba sen-
do utilizada onde Mercurius não consegue resolver
(claro que dentro de uma visão organicista, portanm
limitada).
E com relação ao uso de Phytoúu:ca em casos de
crianças com dificuldades na dentição, podemos ficar
em dúvida, pois todos choram, têm diarreias, febre
etc. Indicaremos Phytoúu:ca para casos que mostram
melhora ao morder coisas duras, diferindo assim de
Chamomil/a, que também têm choro, inquietude e
diarréia, mas que melhoram ao serem pegos no colo
e embalados. Coffia crnda quc é outra medicação
COm grande indicação, difere exatamente por querer
ficar na dele, sem que mexam com ele ou o peguem
no colo.
Dinâmica miasmática
Na sua pré-psora, Phytotacca tinha possibilidade
de gozar todos os prazeres da vida com muita emoção,
porém perde o direim de ter as emoções e O goro. Por
isso, na sua psora, está indiferente a rudo, a todos e,
à vida de um modo geral, temendo a morte iminente
os sonhos e as emoções pela~ quais pode passar.
Na ma Sicose, reage friamente a rudo o que acon-
tece expondo seu corpo sem pudor, cerrando os dentes
na intenção de passar il~~a por tudo o que acontece.
E na sua Siftlis, sente melancolia, isola-se das pessoas,
fica avessa ao trabalho e sofre seus problemas físicos,
como dores, alterações glandulares, erc.
Estudo de um caso clínico
Fui procurada há uns dois anos por uma senhora
que dizia não aguentar mais as dores na face, próximo
à orelha. Dizia que não sabia mais O que fazer, pois
já havia rodado mdos os consultórios médicos que o
convênio lhe dava direito.
Essa dor piorava múito quando O clima mudava
do calor para o fno e quando falava ou se alimentava;
era só abrir a boca e sentia essa dor muito forte. Não
dava sequer para encostar no rostO, e doía muim mais
do lado direiro.
Também disse que não sabia o porquê, mas vivia
apertando os dentes: "Vira e mexe, percebo que estou
apertando os d~ntes, mordendo forte, niW consigo entender
isso, já tomei calmantes, pois já foi diagnosticado que isso
ocorre por nervoso, mas niW adiantou, aumentou meu
sono, mas niW deixei de morder forte".
Ao perguntar se havia mais algum problema,
disse que eram problemas corriqueiros como intestino
muito preso, resfriados constantes.
Antecedentes pessoais:
Nada sério a não ser uma rinire que a acompa-
nhava há anos.
Antecedentes familiares: existem muims casos
de reumatismo na família.
 Matéria Médica Homeopática Intetpretada
Partimos então para o interrogatório a fun de
tentarmos conhecer mais nossa paciente e rentarmos
encontrar um medicamento homeopático mais apro-
priado a ela.
"Sim, sou uma pessoa muito agitada, mas tam-
bém, com essas dores, não há quem nao seja; já rente i
pegar livros para ler, para me acalmar e rentar me
distrair, mas, além de não gostar de ler, não tenho
paciência, em casa até me chamam de burra, mas eu
não ligo, não gosto de ler e pronto.
Aliás, acho que não gosto de nada, ultimamente.
Sabe, nada me dá prazer, acho que rudo é muito chato
e sem graça, a única coisa que me altera mesmo são as
minhas dores. Eu ando desse jeito mesmo, me sinto
cansada e sem vontade de fazer nada . Isso é mesmo
ruim, dá a impressão que estou aqui só esperando a
morte chegar, o que me dá muito medo. Sabe, às vezes
fico com saudades de alguma coisa que não sei o que
é, me dá uma tristcza, uma coisa funda.
Acho que é só, não renho muito para falar de
mim , sou uma pessoa que leva uma vida sempre
igual, todos os dias, nada muda, nada acontece, eu
também não melhoro, é rudo muito sem graça. Parece
que sempre fui assim, acho que sou meio egoísta, só
penso em mim, na minha dor."
Veja se não se lembra de alguma outra siruação?
"Uns meses atrás, começo do ano, foi interessan-
te, minha fUha caçula também entrou na faculdade,
os outros dois já esrão cursando, foi uma fesra, rodo
mundo feliz, ela se chateou comigo, porque disse que
eu não me importei, mas e que para mim isso não
significou nada mesmo, melhor para ela, sorte dela.
Gosto muito do calor, no verão até me animo
um pouco.
Gosto também de descansar, me ajuda, é bom.
Não tenho sonhado, mas acho bom, porque ter
sonhos impressionantes, pesadelos, não dá, fico até
463
com medo. Acho que como ando muito cansada,
desgastada mesmo, e quando vou dormir é imediato,
deito e durmo, não é um sono bom, mas descanso
e só acordo no dia seguinte, aí eu vou logo para O
banheiro tomar um banho mais frio do que ·quente ;
eu sei que não é bom para minhas dores, mas acho
que aumenta a minha disposição para mais um dia.
Não tenho m1!ita sede não, mas tomo muita
água para ver se melhoro da secura que sinto na boca.
Não tenho muito apetite, e não tenho preferência
por nada."
Exame clínico:
Pedi para que abrisse a boca, e ela gemeu mui-
to, quase o tempo todo as gengivas esravam muito
inflamadas com gengivite já bastante disseminada,
sangrando muito ao menor toque.
A palpação, não encontramos gânglios, mas foi
possível notar a musculatura muitO rígida, endurecida,
com a articulação temparomanillbular doendo ao roque
e ao movimento.
Apesar de a paciente referir que estava tranquila
quanto ao exame, foi possível nOtar que ela não sentia,
mas estava contraindo bastante toda sua muscularura.
Foi medicada comPhytoÚ1ccadecandra CH 100,
dose única, líquido, e orientada para usar a placa de
mordida que já possuía. Marcamos retorno para 30
dias.
No retorno, ela se mostrou muito mais solta,
menos tensa, disse que a dor na articulação ainda não
havia passado completamente mas já tinha melhorado
muito. Disse que se sentia outra pessoa, mais disposta,
mais animada e que· melhorava a cada dia. Por isso
não foi medicada novamente, consideramos que ainda
não era hora de medicá-Ia e pedimos para que nos
comunicasse qualquer faro novo que notasse.
 6 Carlos Bruníni, Mario Giorgi & Colabs.
Uma platina só estatá tratada quando aderir
ao MANUAL DE BOAS MANEIRAS usando as
PALAVRINHAS MÁGICAS:
Q Por favor
Q Muito obrigado
Q Quebra meu galho
Q Por gentileza
Q Dá licença ....
Platinum.
Metal precioso, de número atômico 78 (com
peso atômico de 195,2), existente em areias auríferas
ou restos de rochas antigas, com ouro e diamante,
no Brasil, Colômbia, Sibéria e Montes Urais. Está
misturado com outros metais, de propriedades aná-
logas: Osmium, lridium, Paladium, Rodium, Rute-
nium; separá-lo deles é muito difícil e se necessitam
numerosas manipulações para obtê-lo puro. É branco
prateado, muito denso (densidade de 21,45), dúcti!
e maleável; inalterável ao ar, não se oxida a nenhuma
temperatura e nenhum ácido o inaltera. Muito nobre,
usado nas ligas preciosas e com aplicações científicas.
(Lathoud, Hodiamont).
Platina metallicum
O remédio homeopático se prepara com espu-
ma de platina ou com negro de platina, sendo que
as três primeiras dinamizações são por trituração
hahnemanniana.
Ação geral do medicamento.
Segundo DEWEY, é depressor do sistema
cérebro-espinhal que produz tendência a torpor, pa-
ralisia na esfera emocional, ansiedade, apreensão, etc.
"Atua principalmente sobre o simpático abdominal
(ovários, útero). Por isto é essencialmente feminino,
desenvolve em forma muito nítida e profunda em
nível uteroovárico, numerosas desordens que têm
sintomas de tipo espasmódico muito parecidos aos de
certas mulheres nervosas de instinto sexual muito pro-
nunciado, como consequência de comprometimento
genital, parto ou medo, violenta cólera ou profunda
humilhação". (ESPANET).
Suas indicações gerais se baseiam em dois ele-
mentos muito definidos: um moral particular que
consiste essencialmente em depressão, melancólica
profonda, outro é o sentimento de orgulho ou demasiada
opinião de si mesmo, com profondo desdém por todos, até
peÚJs que o amam ou veneram, além dos distúrbios na
menstruação; caracterizadas por adiantamento ou
abundância, pressão violenta em partes genitais e
exaltação violenta do apetite sexual. (LATHOUD).
Mental
Discorrem-se sintomas mentais baseados em
Nash:
Orgulho e autoestima muito exagerados, olha de
cima a baixo com altivez a todas as pessoas, caráter
caprichoso. Ao entrar em casa depois de ter passeado
uma hora, tudo ao seu redor lhe parece extremamente
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
diferente. Sendo que todas as pessoas tanto física,
quanto mentalmente, lhe parecem inferiores. Platina
sente-se ftsica e menta/mente superior, variabilidade
de gênio com alternância de alegria e tristeza, desejo
sexual excessivo, principalmente em jovens, excessivo
e premaruro desenvolvimento sexual.
O estudo de Platina, graças a sua riqueza de
sintomas mentais, a torna eXtremamente interessante
e dedutível do ponto de vista reacional, ao compreen-
dermos que este medicamento tem a sensação psórica
de que é um extraterrestre, ou seja, um ser «supe...wr".
Encontraremos justificativa do porquê de sua pressu-
posta arrogância, entendendo por que estas pessoas
vivem com o nariz empinado.
~~ ©
VI~· . - .=N4t.-
Uta.wt. ~ 91/r..- U<.<.. 1:,,:<",~
~c/'""-:'~~ ~w1~~~ . ~
/>M"!,,,,!, ~,H.4 c/w.jq~;<",·..... ,,,,r;,1 ~
l 0(.,,,.., .....,,, ~'-' .
São extremamente altaneiras e orgulhosas, pois
vivem acreditando que são seres superiores valori-
zando-se ao máximo, donas da verdade e, cOm isso,
pouco se importam com o conceito e a reputação que
os Outros possam vir a fazer de si. Encontraremos no
nosso convívio diário, e mesmo em consultórios, pes-
soas que sem ter nenhum motivo concreto são sempre
"sabichonas", empombadas e, mesmo executando
tarefas humildes, são sempre "soberbas".
O exemplo da empregada doméstica que banca
mais pose que a patroa, que lhe dá ordens e parece
65
ser a dona da casa e superior a ela. Platina lembra
um personagem de um antigo programa de televisão
brasileiro, chamado "Praça da Alegria" que, mesmo
vestido de farrapos, fazia o tipo de um alto executivo,
influente na politica e na economia.
Naturalmente, subestima os demais; diferente,
por exemplo, de um.Lycopodium, que os subestima
para crescer, à medida que os outros se rebaixam.
Platina não tem necessidade de rebaixar ninguém,
não precisa disto para subir, já é naruralmente maior,
reina como ser "superior" que é naruralmente. Não
precisa de mais nada para crescer, já é grande mental-
mente (mais inteligente que os demais) e fisicamente
este psiquismo é transferido para a ideia que faz (ideia
errada de ser) de que seu corpo é maior e de que os
objetos e as demais pessoas são menores (delirio).
Uma Platina, já na primeira consulta a um
homeopata experimentado, fecha o diagnóstico por
olhar seu médico por cima e deixar a sensação de que
está fazendo um grande favor em deixar-se ter como
sua pacIente.
Seu complexo de superioridade fará deste per-
sonagem alguém extremamente crítico, exigente,
colocador de defeitos nas tarefas alheias, pois para
Platina, por melhor que façam, nunca estará à sua
altura, à a1rura de alguém superior que reina sobre a
burrice e incompetênciados demais simples humanos,
estúpidos e infelizes. .
Acredita que as pessoas tenham como obrigação
servi -la; tUIÚJ aquilo que você fizer de bqm para Platina,
nada mais foz do que a obrigação hWnírquica de servir
bem a nobreza, pois os pequenos só serrem mesmo para
servir os grandes.
Desta forma, pisam nos seus inferiores e naque-
les que estão ao seu lado, e mesmo que Platina, por
circunstâncias da vida, venha a ter que servir, nunca
perderá seu ar de superioridade e seu olhar de revolta
e indignação por ter que submeter-s~ a tão injustiçada
e inadequada tarefa, exercendo com ódio c rancor
essa situação (inconformada com atos de servidão);
invertendo as palavras evangélicas "eu não vim ao
mundo para servir, mas sim para ser servido, aliás,
nem sou deste mundo».
Portanto, ofende-se com grande facilidade, pois:
"Como é possível dirigir a mim , Platina, este
tipo de comentário ou argumento?", "Quem você
pensa que é?".
O inconformismo em uma Platina mal situada
social e financeiramente na vida será o eixo de sua
revolra e de suas manifestações psicossomáticas, sendo
4 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
demonstrado tanto no seu discurso, como também
nos seus atos, chegando a destruir objetos pelo impeto
de inconformismo.
São pessoas mal agradecidas, nunca acham que
ficaram devendo favores aos outros; entretanto,
chegam a adular os superiores na esperança de con-
quistarem seu verdadeiro lugar.
"Eu Platina sou mais eu., sei do que sou capaz,
e pouco me importa o que a galera pense ou deixe de
pensar de mim, pois o que vem de baixo não me atinge."
Quando frustran1 suas ambições, Platina então
vira uma fera, irada ao extremo, pois: "Como esta
ralé é incompetente, preguiçosa, burra, não sabe fa-
zer nada certo; ninguém entende minha maneira de
ser, pois não estão à minha altura para compreender
minha genialidade."
A falta de polimento e educaçáo aqui encontra
traço forte, pois são insolentes, mandões, esquecem-
se das palavras, "por favor", "muiw obrigado", "pois
não", não cumprlmentam os porteiros dos prédios
(isso é marcante desde criança, mesmo que a família
imista em educá-Ia, ensine a dizer bom-dia e como
vai) par que eu Platina tenho que sujar minha nom'e
mão apertando a dutagentalha? Mesmo que Platina
more numa favela carregará esta arrogância dentro de
si, pois é SeU microcosmo, sua psora; no dito popular:
carrega o "rei na barriga". São mais reais que a própria
realeza; seres especiais, ETs.
Sob este mesmo raciocínio, não wleram ser de-
preciados em público ou reprimidos frente a outras
pessOJs, pois isto fere diretan1ente O brio de Platina,
sendo que como Lycopodium não toleram o consolo,
pois o consolo é para os fracos e perdedores e não
para seres extraterrestres, «superiores», Desta maneira
alternam o riso com o pranto involLUltário (nunca em
público), demonsrr:mdo um humor lábiJ em função de
... -,-, , ~.' t._ ,~ L'
o ET (extra terrestre),
sua inadequação de se crer mais, quando na verdade
não é; seus problemas se agravam no crepúsculo,
quando começam a áparecer as estrelas e Platina tem
angústia nostálgica de estar longe de seu verdadeiro
lar, exi.lada neste planetinha sem-vergonha, com uma
geme tão inferior.
Principalmeme n~stes momentos do fim do dia ,
começo da noite, surgem vertigens, ccf;lleias acentua-
das, tremor de pálpebras, vê chispas, crises epilépticas.
A ninfomania está p.resente numa ma.neira
acentuada de se gratificar e querer ter todo o prazer
possível, tanto na heterossexualidade quanto na ho-
mossexualidade (medicamento mais destacado do
repertório para homossexualidade - tanto masculino
quanto feminino). Possivelmente a homossexualidade
está em função de semi r-se tão superior sexualmente.
Superior demais para trocar prazeres com o
inferior sexo oposto, indo encontrar prazer com O
mesmo sexo, ereções violentas e frequentes.
Exacerbada excitação na mulher com imenso
eretismo sexual - prurido vulvar, corrimemo abun-
dante, abortos, prolapso de útero, tumores, cistos e
fibromas, cãibras.
Sensações de frio, sensação de adormeclmento,
são lmpudicas, não no sentido de se mostrarem, com
anaJgesia nas partes afetadas.
Para aparecer alI ganhar olhares, mas no senti-
do de que tanto faz como tanto fez, o que pensarão
a seu respeito (se der vontade de arrancar a roupa
em público, arranca e pouco se inlpOrta com o que
pensem). Se o sexo é talvez a forma maior de prazer
que os terráqueos tenham,Platina, como tem direito
a tudo o que há de melhor; explora isto ao máximo,
com lascívia, sodomia, libertinismo.
MARGARSTH TYLER- "Expressa trauma-
tismo mental, como ferlmentos na meme coração,
alma, sentir-se pronmdamente machucado, cOm o
•
coração cortado, sentimentos lacerados, ShaJeespeare,
lembra que mais afiado que o dente de uma serpeme
é um filho ingrato".
"Tais pacientes parecem que estão patinado em
uma cama dá de gdo bastante fino , do ponto de vista
sanidade, recordamos de diversos casos bordeune,
tratados com Platina ... Diz-se que é o remédio das
senJ10r;!S solteiras COO1 ares afetados. Um misto de
auto-glorifi(ação".
"Platilla terc c maclmca, não no sentido violemo
ou rancoroso de Nux ou Hcpar, mas pela postura de
superioridade; a atinlde perniciosa de desprezar os
outros, e segue agradecendo a Deus por ele ou ela,
não ser igual aos outros homens".
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Um ex"gero de viva EU, Eu e mais EU. Portanto
importante meg,llomania.
Medicamento para crianças e adolescentes mi-
mados e sociopatas."
VI]NOWSKY: "Ingrata. arrogante, orgulhosa
e altaneira; olha de cima a abaixo. Tem uma so-
breestima (auto-valoriza-se) um alto conceito de sí
mesma ; subestima aos demais, e julga a todos como
depreciáveis ou vulgares; desprecia a todos e a tudo .
Seu terreno é delirante vê todos os objetos me-
nores que sáo realmente, vê a todas as pessoas física
e mentalmente inferiores a ela , e se sente fi sicamente
maior e superior a todos os demais.
Imagina que não pertence a Sua própria família,
censura a todos, e em tudo encontra defeitos.
Sempre descontente com tudo ; caprichosa,
mandona, não tolera que a contradigam, insole nte,
ambiciosa, se ofende faci.lmente.»
Jacques-Edouard Poncet
As principais características de Platina são o
orgulho, a arrogância, o desprezo pelos outros, o
desdém e a superioridade em relação às pessoas e
coisas, sem distinção nem discernimento.
Tem humor muito instável, passa facilmente do
riso às lágrimas, da alegria à tristeza. Mas , em geral,
trata-se de uma criança deprimida, melancólica,
silenciosa e de uma indiferença total, que procura o
isolamento tanto por medo quanto por desprew e
desdém pelo mundo exterior.
Este medo faz com que, com frequência, sinta-se
abandonada por tudo e por todos.
Platina seria um medicam ento típico de um
adolescente alegre, sonhador, elegante e inteligente.
Sua elegância, quer seja agressiva com aparência
extravagante e maquiagem elaborada, ou mais sutil ,
permite a ele se envolver na sua dignidade.
A criança é sujeita a cóleras "pelo menor mo-
tivo", que pode durar dias, tornando-se silenciosa,
recusando a se abrir por medo ou desdém, refugiando-
se na solidão, no silêncio e em um mutismo total.
Este comportamento - mutismo por orgulho,
amor próprio excessivo, desprew mais ou menos
marcado, mentira, disposição à intriga - conduz as
crianças a se refugiarem atrás de um sentimento de
frustração, insatisfação e a procurar a solidão, o silên-
cio e a indiferença.
Apresenta também uma nota histérica:
Humor variável e paradoxal;
Alternância de problemas psíquicos e de fenô-
menos dolorosos;
4 7
Dores espasmódicas com espasmos intestinais,
das pálpebras, musculares e respiratórios.
Assim, apresentam sintomas nevrálgicos e es-
pasmódicos, com aparecimento e desaparecimento
progressivo das alterações.
Sensação de entorpecimento, formigamento e
tremores em um adolescente arrogante, agressivo,
irritado, insone, etc. ...
Qual o valor da BIOTIPOLOGIA?
Entendemos como bastante restrito (limita-
do) - pois as descrições ti veram origem em países de
hemisféreo norte e a amostra não interacial pode pela
descrição levar-nos a um raciocínio equivocado.
Mulheres de cabelos negros, magras, sanguíneas,
menstruação muito frequente e copios", com órgãos
sexuais sensíveis. Aspecto nervoso e fatigado . Pele
pálida, com frequentes baforadas de calor no rostO,
lábios secos e gretados. (LATHOUD ).
Orgulhosas e altivas, parecem olhar todos por
cima (Lycopodium tem também altivez orgulhosa) e
humor altivo com sintomas mentais e transtornos
genitais característicos. (LATHOUD).
Seus sintomas mentais melhoram quando se
agravam os orgânicos e vice-versa (alternando orgâ-
nico / mental), por isso o cuidado deverá ser dobrado
ao tratarmos qualquer manifestação c/inica de Platina
- são pessoas perversas, que têm impulsos de matar
marido e filhos.
Pacientes histéricas, alternando alegria com
tristeza, pálidas, choram e se fadigam faciLmente.
(VIlNOVSKY).
Dinâmica iniasmática
Ainda em alucinações: vê demônios, conversa
com fantasmas, canta e dança compulsivamente,
loucuras eróticas, perde a percepção do meio após a
masturbação, chegam a ser bearas no sentido de, ao
dialogarem com Deus, manterem uma conversa no
mesmo nível.
Psora
HAHNEMANN: Imagina que não está prepa-
rada (ou apta) para este mundo, que não tem lugar
no mundo. Imagina que está abandonada, que foi
completamente deixada a si mesmo, que está só no
mundo. Sente-se como estranha na sua famili a; depois
de uma curta ausência tudo lhe parece diferente.
HERlNG: Depois que seu pastOr lhe assegurou
que ela não podia ter esperança de alcançar o perdão
e O paraíso, amargava sua miséria durante a noite,
 6 Carlos Brunini, Man"o Giorgi & Colabs.
deseja va viver fazendo renitências com o objetivo de
mitigar seus casrigos eternos.
Paradoxalmeme, comra sua vomade, sente um
desprezo compass ivo, com cerro desdém por geme
que em outros momentos respeita e venera.
Sofria dor de consciência por uma falta cometida
há muiros anos, dizia que ela havia trazido a desgraça à
sua fam.ília. Enquanro sofria uma leve erisipela flácida,
despediu-se de seus filhos, exorrando seu marido para
que se reunisse com o pessoal da igreja.
Ela esperava que se unissem a ela para orar.
Ela se sentia feliz por rewur-se ao redentor, golpear
a si mesmo e seus ['arentes. Está indisposro para o
trabalho menral, peb manhã, sonolenta, deprimida e
insolente. À noite, esgotamenro e sonolência.
Indiferença, desconsideração a respeiro de sua
esposa ausente, não lhe imporrava se poderia morrer
ou não.
HAHNEMANN: Está contrariada com rodo
mundo, rudo lhe é muiro opressivo e por isso tende
a chorar.
Tem sonhos ansiosos, acerca da morre de sua
irmã distanre, e se assombra com este pressenri-
mento.
Melhora ao ar livre e piora na habitação. Incli-
nação ao pranto e à melancolia.
Si cose
HAHNEMANN I HERlNG: Tinha aversão ao coiro
e, sem dúvida, os sonhos tinham um caráter inten-
samente lascivo e terminavam com lima emissão de
fluxo profundo e espesso.
Depressão mental por onanismo.
Um tipo violento de mania perversa.
Ao desperrar é capaz de dançar, cantar, falar
rápido e continuadamente.
Estado mental alterado, religiosidade com taci-
rurnidade, soberba, volupruosidade e crueldade.
Pensa que todas as pessoas são demônios.
Ataq ues de contentamento.
Sifilis
HERING: A vida rornou-se tediosa, enquanto tinha
grande medo da morre à qual acreditava estar próxima.
Estava irritada, encolerizava-se facilmente , e às
vezes ficava completamente violenta. Apresentava,
ao mesmo tempo, uma grande atividade corporal e,
em Outros momentos, sentia melancolia lacrimosa.
Com indiferença, sentia depressão diante dos
poderes físicos tendendo a ficar acostada num sofá .
Arrogante, supereStinla-se, deprecia os demais.
Ao entrar no quarto, depois de cami nhar por uma
hora, rudo ao seu redor parecia pequeno e todas as
pessoas, mental, física e corporalmente inferiores a
ela. Desgosto leve a deixa mal-humorada. Aversão
aos seus próprios filhos e os qual.ifica como muito
pequenos. Contrariada com todo mW1do, opressiva
e indinada a chorar, poúco amável.
Está muito enfadada e intimidada por assuntos
e palavras inofensivas, às vezes, por isso, desejava
Platina. (HAHNEMANN).
Miasmas esquematizando: (a psora e suas ma-
quiagens) .
PSORA
Acredita ser um ser superior.
SICOSE
MEGALOMANIA., utiliza equivocadameme das
pessoas,para servi-Ia, sexo, escravidão, etc. ..
SIFILIS
T édio, depressão, indiferença, suicidio.
Modalidades
Agravação:
- Ao descansar; a mai oria dos sintomas se agrava
no descanso e se aJjviam pelo movimento.
- Sentando-se ou permanecendo de pé.
- Ao entardecer ou à noite.
Melhoria:
- Caminhando; pelo movinlento.
- Ao ar livre, os sintomas que se aliviam ao ar livre
e se agravam geralmente ao entardecer no interior de
uma habitação, .
Sintomas orgânicos
Órgãos sexuais excessivanlente sensíveis; não
pode suportar o contato da roupa; entra em espasmos
por ocasião dos exames médicos; vulva doloroslffiente
sensível durante o coito 011 não conseguirá suportá-lo
(comparar com Murex, Origanum).
As dores aumenram gradualmente e diminuem
também gradualmente (Stannum); são acompanhadas
de dormência das parres afetadas (Chamomilla).
Para os pacientes histéricos, alternadamente
alegres e tristes, que choram com facilidade (Croccus,
I,g1latia, Pu/satilla) ; pálidos, faciUnente fatigados .
Uusóes mentais, como se rudo em torno dela
fosse pequeno; todas as pessoas física e mentalmente
inferiores, mas ela é fisicamente grande e superior.
 Matéria Médica Homeopática fnterpretada
Sensação de crescer em todas as direções. Sensa-
ção de ter queimado a língua, com gosto adocicado n.a
ponta. Sensação de garganta em carne viva ao engolir.
Coisas insignificantes ofendem profundamente (~­
natia, Staphisagria ), permanece muito tempo amuada.
Está cansada da vida, taciturna e com temor da
morte (Aconitum, Arsenicum).
DistÚrbios mentais depois de medo, pesar, cóle-
ra ; onanismo, orgulho .
Sintomas mentais surgem quando os sintomas
físicos desaparecem, e vice-versa.
Dor de cabeça: dormência e peso no cérebro ou
no vértice; por raiva ou pesar; histérica, por doença
uterina; as dores aumentam e diminuem gradualmente.
Ninfomania: agravam em mulheres no trabalho
de parto; desenvolvinJento sexual excessivo, especial-
mente em virgens (Knli phosphoricum); vaginismo,
espasmos e constrição.
Menstruações muito adiantadas, muito profusas,
de duração muito longa; com coágulos escuros, mal
cheirosos, com espasmos que forçam para baixo, dores
uterinas com contrações; genitais sensíveis.
Prurido excessivo no útero; prurido vulvar. Pru-
rido escrotal e no pênis - escasso orgasmo.
Obstipação ; durante viagem (no mar: Bryonia ),
como se a rainha não pudesse sentar-se em outro
rrono ; depois de envenenamento por chumbo; por
inércia dos intestinos; urgência frequente e ineficaz; as
fezes aderem ao reto e ânus, como argila mole (A lu-
minum); em imigrantes; na gravidez; casos rebeldes
depois que Nux "amica falhou.
Metrorragias: fl\LXO fluido e em coágulos pretos;
espessa, escura, como piche ou numa massa grumosa
(Croccus).
Adormecimento de orelhas e nariz.
A inquietude mental é tão grande que ela não sabe
onde está; com isso sente-se triste. Está mal-humorada
e descontente. As coisas mínimas lhe produzem uma
profunda mortificação. Irritável, se encoleriza facilmen-
te, às vezes ficando completamente violenta.
Depois de colérica , ri e chora alternadamente,
com angústia e medo da morte .
Homeopatia & pediatria
Com a erianfa P/.a.tina, menina ou menmo,
somos obrigados a enfrenrar dois problemas: o do
orgulho em primeiro lugar e, após, o que trata da
questão se,:ual.
Esta criança é arrogante e orgulhosa. Ela tem
tendência a julgar os outros com desdém. Ela não
aceita participar de um grupo a não ser que possa
69
comandar da maneira que lhe convenha. Ela será
agravada por qualquer contradição que sua vaidade
supOrta, evidentemente, muito mal.
Mais insuportável ainda, ela não admite a menor
observação. Esta criança é considerada como uma or-
gulhosa insuportável. O tempo todo achará que só ela
tem razão. Ela não é apenas orgulhosa, mas também
é desprezadora. Ela pensa o tempo todo que é mais
esperta que os outros._
Como resultado ela fica agitada, nervosa, hiper-
sensível e reage com hostilidade ao seu meio.
Resumindo , trata-se de um tipo agressivo e
orgulhoso.
A questão sexual talvez não seja predominan-
te porém ela é igualmente muito importante. Nas
erianfM Platina , existe, efetivamente, um grande
componente sexual. A obsessão sexual é frequente.
Esta criança pode se masturbar. Ela estará constante-
mente preocupada com seu sexo.
Observemos a meninaP/.a.tina. Notaremos que
ela é normalmente vaidosa.
Veem-se as meninas que passam horas diante do
espelho se produzindo e que no peóodo pubertário des-
filam rliante dos meninos e até rliante de homens adultos.
Trata-se ainda da jovem Platina que gostaria de
ser bela, admirada, notada, que logo se preocupa com
sua aparência, com seu rosto, seu corpo; humilhada,
ela se torna maldosa e despótica com seus próximos.
Não nos esqueçamos de um sintoma interessante que
poderá nos auxiliar no noSso rliagnósrico e que é o desejo
anonna! de se disfàrçar, desejocomLUn deste medicamento.
Os dois polos: orgulho e sexualidade nos per-
mitem situar e compreender rlireito este importante
medicamento.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Animais orgulhosos e arrogantes,
com excessivo e prematuro desenvolvimento sexual.
Ingratos e rlitatoriais, não se juntam aos ourros
animais da casa e aparentam serem os proprietários
(invertem), não toleram broncas e se ofendem com faci-
lidade' alternam alegria e rristeza, cólera fácil, violentos.
Agravam no crepúsculo, quando podem apare-
cer: cãibras, espasmos chegando até as convulsões.
Ninfomania, homossexualidade, prurido vulvar e
voluptuoso. Grande sensibilidade nos genitais levan-
do a aversão ao coito, (paradoxal). A fêmea sente-se
incomodada ao tocar as vulva no chão.
Tumores e cistos ovarianos. Prolapso de útero e
colo uterino. Pólipos uterinos. É um remédio hemor-
rágico, com grumos negros em sangue fluido
47 Carlos Brunin;, Merio Giorgi & Co/abs.

Na banca do distinto (Billy Blanco) - Tem hwnor eXtremamente instável: ora está
"Não fala com pobre ótima, ora rriste, com ódio do mundo .
Não di mão a prero - Acorda sempre "emburrada" e consegue dese-
Não carrega embrulho quilibrar toda a família.
Pra que tanta pose, doutor? - Malrrata o irmão, hu.milha-o principalmente
Pra que esse orgulho? com palavras de baixo calão. No dia seguinte, enrre-
A bruxa é cega tanro, paga-lhe wn sorvete e rudo volta ao normal.
Esbarra na gente - Sempre foi correta, obediente, responsável e
E a vida se estanca ordeira.
Enfarte Ule pega doutor - H á mais ou menos wn ano, passou a distorcer
E acaba essa banca os fatos e mentir .
A vai,hde é assim - Tinha wn namorado. Manipulava-o e mentia.
Páe o bobo no alto Ele a abandonou quando descobriu que ela teve wn
E retira a escada "caso" com wn rapaz da faculdade e nada fez para
E fica por perto disfarçá-lo. A paciente, no entanto, não ficou triste,
Esperando sentada pois sabe que ele a ama e que vai voltar logo.
Que mais cedo ou mais tarde: - Fica sempre ligada em rudo o que acontece na
Ele acaba no chão casa. Não quer que ninguém participe de sua vida
Mais alto é O coqueiro íntima.
Maior é o tombo do coco, - Não aceita ir a wn lugar e deixar de ir a ourro
Mmal, todo mundo é igual (fica irritada quando fica sabendo que o outro lugar
Quando o tombo termina foi mais interessante).
Esta música retrata as fases miasmáticas de - Tem amigas, porém estas não podem se sobres-
Platina: sair a ela. Somente ela é quem manda.
· Sua arrogância inicial (psora). - Nunca se importa se vão ficar chateados (quem
· Sua defesa ao adoecer (sicose). com ela convive), pois sabe muito bem que no dia
· E a "queda do coqueiro-tombo" (sifilis). seguinte comandará os sentimentos alheios.
Caso clinico - Faz quesrão de mostrar que é superior a todos,
Identificação: A.A.M. principalmente à sua mãe. E, quando não consegue,
Sexo: feminino fica exasperada e agressiva.
Idade: 18 anos - Fala muito, gosta de contar rudo de bom que
D.N.: 30.1.74 lhe acontece e não aceita a opinião alheia.
Dara: 4 de maio - Nunca volta arrás. "Nã<! PCI-tk a pose nem no
História fornecida pela mãe, uma vez que a tombo."
paciente alegou ter outros compromissos, mais im- - Quer ser o centro das atenções, sempre.
porrantes, na data da consulta. - Faz questão de mostrar que está sempre ótima
Q.D. - Familia toda não aguenta mais a paciente. e veste-se muito bem. Quer roupas decotadas.
- Refere a mãe, que é separada há 16 anos, que o - Não para para refletir. ''Vai conforme a maré."
relacionamento da paciente com o pai foi bom até os 15 - Quer agito sempre. Não sabe ficar parada.
anos, quando o padrasto teve problemas financeiros e a N ecessita de companhia, sempre. Se ficar só, seu
mesma pediu que seu pai custeasse seus esrudos. O pai, mau hwnor se exalta.
neste mesmo instante, negou e deixou de frequentar a - Não tolera conrradiçócs. Repudia consolo.
casa da filha. - Não admite que se intrometam nos seus pro-
- Tem wn irmão, apenas por parte de mãe, com blemas, principalmente sua mãe.
10 anos. De i,úcio aceitou bem a união e O irmão. - E friorenta. Tem pés e mãos gelados . Dorme
- Conforme a mãe, a paciente é "care nte de com meia de lã o ano todo.
nascença": reclama de rudo O que tem, não gosta da - Se recebe wn presente, mesmo de suas amigas,
família, dos pais e do irmão, nem as cadelas são O acha que poderiam lhe dar coisa melhor.
que quena. - Acha que as pessoas não vão com a sua cara,
- Quer o que não possui. A mãe faz o maior es- principalmente seus professores.
forço para conseguir atender seus desejos; e a paciente - Quando está feliz, ri muito até não se conrrolar.
acha que ela não faz nada mais do que a obrigação. De repente, para e fica de mau hwnor.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
- Gosta de esportes, apesar de não ter aptidão:
é descoordenada. Deixou de praticar esporte após
traumatismo e cirurgia no joelho.
- Não tolera ser dominada de jeito nenhum.
- Odeia seu bairro que <' pobre .
- Sua colher tem que ser maior que a de todos
da família.
- Come muiros doces, toma suco e água. Tem
muita sede.
- Antes da menstruação, fica irritada e endemoniada.
10 de maio
- Consulta com a paciente.
- Queixa: dor de cabeça, inchaço e irritabilidade
ames da menstruação.
- Veio porque seu irmão foi tratado com "umas
bolinhas" e se deu bem ; e ela quer parar de inchar
antes da menstruação.
- A história foi difícil de ser tirada, uma vez que
a mesma permaneceu.Q tempo todo arrogante e mal
respondia às minhas perguntas.
- Acha que a bmília não a compreende e que
todos são muito chatos.
- Recusou-se a falar de seu namorado, de seu hu-
mor e de seus anseios, alegrias, etc. Tudo a aborrece,
acha que está na fanúlia errada (não explicou por quê).
Receitado: Platina 200 CH - dose única, 2 ml,
pela manhã, em jejum.
Evolução: Após 40 dias, atendo o telefone, em
casa, era nossa paciente, que sofria uma Platina pedindo
horário para uma consulta de retomo. Pedi que marcasse
com a secredria, ao que ela, amavelmente agradeceu.
Quatro dias depois, vejo na minha frente uma pes-
soa gentil, polida e cheia de vida, elaborando sua vida
de maneira diferente. Seguiu sem qualquer medicação.
Platina de um blog da vida
" Existem esnobes relativos e absolutos. Por
absoluros, também chamados de esnobes positivos,
entende-se aqueles indivíduos que sãu esnubes em
qualquer lugar, COIJl qmlLjuer cumpanJúa, da II1mhã à
nuite , da illfãllcia;lO t:Ílmulo, tendo sido pela natureza
dutadus de esnubismu. E há outros que são esnubes
apl'l1Ó:l.<ii cn1 certas circunstâncias da vida.
Por exemplo: Eu conheci um dia uma garota que
cometeu lIa minha úente lun ato tão terrível quanto
aquele que eu iniligi para escandalizar a Srta. Mary
Maid; i.e. esculachar suas preferências musicais e ficar
bri ncadu com o COntrole remoto.
471
Como eu disse, um dia conheci uma garota
que, lanchando em minha companhia numa lojinha
da Rua da Princesa (a única que não servia fios de
cabelo de brinde junto com o lanche) , começou a
comer seu pastelzinho de frango com ajuda de garfo
e faca. Era uma pessoa cuja companJúa me agradava
muito} de inicio.
Nos conhecemos numa parada de ônibus, ten-
tando nos proteger de um dilúvio que se iniciara de
repeme, o que não vem mwto ao caso - uma menina
de grande inteligência, bom coração, vívida e bem
informada .
Mas eu nuca a tinha visto antes sentada de frente
a um pratinho de plástico com um pastel de frango, e
sua condura em relação ao referido pastel me causou
grande agonia.
Como era do meu feitio na época - e temo ad-
mitir, atualmente também - tratei da questão com
toda sinceridade e crueldade necessária : repreendi
a coitada diretamente, chamando sua atenção sobre
seus modos à mesa.
E apesar de tê-lo feito com todo bom humor, em
tom de piada, suponho que devia ter sido um pouco
mais delicada. Pois que a Srta. Candv Cocretes - era
esse o seu nome -, provavelmente ressentida pela
repreensão, parou de me fazer convites para lanches
e, logo mais, de fazer convites de qualquer natureza
que fosse. Pouco depois, quando nos encontrávamos
nos corredores da Escola de Línguas Enrolation, nos
limitávamos a cumprlmentarmo-nos com um aceno
de cabeça.
Todo mundo na Escola percebeu a separaçao
de T11elma e Louise , de fato , a Srta. Cindy Cocre-
tes salvou minha vida (e minha nota de inglês) não
poucas vezes. Mas, como uma pessoa digna, o que
eu podia fazer?
Minha querida amiga, neste exemplo, é o Esnobe
Relativo. Na verdade, se ela fosse de algum outro
país, onde por acaso fosse costume comer salgados
de garfo e faca, isto nem mesmo seria considerado
esnobismo. Os japoneses usam palitinhos de madeira,
não é mesmo) Embora eu não sai ba com certeza se
insistiriam neles para a degustação de um pasteL..A
causa de meu desentendimento com a Srta. Cocretes
permaneceu secreta por anos. A relação permaneceu
distante e fria nesse tempo, e parecia que tal quadro
era irreversível, até um nublado feriado de Tiradentes,
meses atrás.))
472 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.

Plumbum metallicum

Plumbum - O chumbo é um mera! de cor branco-
azulada, brilhante, maleável e encontrado na natureza
em associaçao com enxofre nas minas da Alemanha,
França e Inglaterra. É muito utilizado em diversas
áreas da indústria e comércio, como na fabricação de
tintas, esmaltes, baterias, vernizes, tintas para cabelos,
assim como em soldas e para limpeza e armazenamen-
to de combustível.
Preparação do medicamento
Para uso homeopático usa-se o chumbo puro
dissolvendo-o em ácido nitrico. O resultado desta
combinação é colocado numa vasilha em contato
com Zinco para que possa formar um precipitado
de Chwnbo, o qual será lavado e secado para, enfun,
ser utilizado na preparação do medicamento home-
opático.
As três primeiras dinamizações são feitas por
trituração e as demais por diluições sucessivas.
Ação geral do medicamento
Chumbo é um veneno poderoso, de ação pro-
nmda e capaz de curar as condições que ele produz,
desde que seja tomado em doses diluídas e dinami-
zadas. Assim, os pacientes que vibram em Plumbum
são aqueles que apresentam um sofrimento (físico-
mental) como se tivessem sido acometidos por uma
intoxicação por esta substância, sem que esta, na
verdade, ten.ha ocorrido. Basta um breve contato
com uma parede recentemente pintada (contendo
chumbo) para que um indivíduo sen.sível apresente
os sintomas marcantes e característicos deste medi-
camento, comportando-se como um paciente Satur-
nínico. A esta especial (e individual) susceptibilidade
que o indivíduo apresenta para se enfermar, diante de
um "estímulo" tão pequeno como este, chaman10s de
Idiossincrasia.
Os pacientes Plt<mbum apresentam inicialmente
uma marcada diminuição de suas atividades muscu-
lares (paresia) devido à esclerose no sistema nervoso
central, fazendo com que a transmissão do impulso
nervoso seja feita de forma lenta e vagatosa ("dê uma
picada num indtVidtlO Plwnbum e você terá que esperar
um se~do antes que ele responda"). Aqui, ele faz
diagnóstico diferencial com Opium. Seu aspecto fIsico
será dominado por uma debilidade geral acompanha-
da de fraqueza, desânimo e tremor das extremidades.
Na fase posterior tia doença encontraremos a
paralisia local e depois geral, ocasionando emagreci-
mento importante dos membros (atrofia) e perda tora!
da sensibilidade doloro~a (anestesia). Existe também
um comprometimento da hematose causando anemia
e icterícia, o ql,le O deixa com aparência anêmica e
ictérica (Icternssatumint<s). Mostrar-se-, emagrecido,
seco, muito debilitado e desanimado. É extremamente
friorento e procurará constantemente abrigar-se.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Saturnismo é a siruação definida pela medici-
na como wna síndrome cUnica, caracterizada pela
intoxicação crônica por chwnbo causando diversos
sintomas importantes como: dores abdominais,
queda da muscularura extensora, anemia, icterícia e
insuficiência renal.
Sintomas gerais
Hughes cita os seis aspectos do envenenamento
por chwnbo:
1) Cólicas;
2) Dores neurálgicas e espasmódicas;
3) Paralisia;
4) Encefalopatia - primária ou secundária à uremia;
5) Insuficiência renal - rim atróflco e de aspecto
o-ranular" ,
<>
6) Amaurose - primária (neurite óptica) ou secun-
dária à lesão renal.
Sintomatologia
Os sintomas gerais deste medicamento são os
mais importantes e estão relacionados com O com-
prometimento do sistema nervoso do paciente. A
queda da muscularura extensora do punho ou do
dedo da mão (paresia da muscularura) representa os
primeiros sintomas do envenenamento por chwnbo.
Se o processo não se detiver passará a ter paralisia,
inicialmente local e depois geral, causando uma de-
generação de todos os tecidos.
Dores neuráJgicas como relámpago (jIash) nas
extremidades, com adormecimento acentuado e
melhora temporária com a pressão firme. Emagreci-
mento excessivo e rápido das partes doloridas ou para-
lisadas (atrofia muscular progressiva), evoluindo para
wna forma generalizada da doença, causando fraqueza
e exaustão de toda economia orgânica (Caquexia).
Paralisia nas extremidades indolores, especial-
mente na musculatura extensora dos membros.
Hemiplegia. Paralisia dos pianistas (especialmente
punho direito).
N a.,h nos dá wna indicação importante para O
USO de Plt.mbum: Hiperestesia com perda da força
muscular - ele cita o caso de wn homem que estava
com os membros inferiores totalmente paralisados e
que apresentava, concomitantemente, wna excessiva
hiperestesia da pele, a tal pontO de não suportar ser
tocado ou "que lhe tomassem o pulso".
Convulsões ao comer (único remédio da Ma-
téria Médica).
Na orofaringe encontramos manifestações muito
características , como wna linha negra em cima dos
473
dentes caninos e incisivos com gengivas inchadas e
pálidas. O paciente terá também wna sensação de
bola na garganta com constrição da faringe e disfagia,
decorrente da paralisia da musculatura da faringe e
esôfago.
O abdome estará duro, retraído, escavado, com
formato de wn barco, como se estivesse sendo puxa-
do em direção à colura. Apresenta dores violentas,
em cólicas, que se irradiam para todo o abdomem,
de caráter contínuo e que acompanham uma sensa-
ção peculiar de retração das partes: "dor cruciante,
rasgante e violenta com a sensação como se abdome
(ou o wnbigo) fosse pulado para trás, aderindo-se à
coluna." (Plat.) . Dor na região wnbilical extremamen-
te violenta, como se fosse puxado por wn barbante
em direção à coluna, aliviada em parte pela pressão
forte no abdome.
No reto , também apresentará sintomas de
contração e repuxamento: "Constrição e contração
espasmódica no retO, com sensação ou que o ânus
é violentamente conrraído e puxado para den ao".
Observamos também uma paralisia nas funções
inrestinais com consequente constipação inrestinal
inveterada e desejos ineficazes de evacuar, elimi-
nando fezes duras, negras e em pedaços, como de
ovelhas. Hughes diz : "A associação de cólica com
constipação, e de constipação com cólica, sugere o
uso de Plumbum para as duas siruações".
N as cólicas de Plumbum, o paciente tende a
inclinar-se para trás (Diosc.), o que o diferencia de
COÚJcynthis; melhora.ndo parcialmente com a pressão
forte no abdome .
No aparelho urinário, o paciente apresentará
espasmo do colo vesical'com emissão de urina difícil
(tenesmo), gotejante e ineficaz. Na fase paralitica
ocorrerá wna paralisia de suas funções com retenção
urinária e fmalmente insuficiência renal.
No aparelho genital teremos inflamação e in-
chaço no pênis e escroto, com constrição e retração
nos testículos. Desejo sexual awnentado ou ausenre .
Sintomas mentais
Segundo a Astrologia , Saturninos são aqueles
nascidos sob o signo de Saturno e que apresentam
wn temperamento sombrio e melancólico. Popu-
larmente, ao nos referirmos a algo pesado e lento,
costumamos dizer que é de chumbo ou que é pesado
como chumbo.
Assim flca fácil raciocinar com os sintomas
mentais, em que o indivídu() Plumbum será aquele
de aspeao triste, desanimado e deprimido, vivendo
474 Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
a vida como se fosse um peso (como se fosse lun
cbumbo ) . Apresentará uma prostração crescente,
acompanhada de um estado melancólico, fazendo-o
ter pensamentos constantes de morte (disposição
suicida).
Ele é intensamente emocional, enquanto O
intelecto é vagaroso. Exisre uma tendência ao embo-
lamento de suas funções: percepção lenta, debilidade
de memória (incapaz de encontrar as palavras apro-
priadas p,\ra expressar-se) e torpeza intelectual pro-
gressiva , podendo chegar até a imbecilidade. Apesar
de raciocinar lentamente, pensa muito, ocasiões em
que varia suas imaginações e emoções. Além disto,
tem pensamentos que o atormentam todas as noites e
que o impedem de dormir. Adota posições e atitudes
raras na cama.
Tem muito medo de ser assassinado ou envene-
nado (pensa que cada pessoa que o rodeia é um as-
sassino), com grande ansiedade e inquietude. Delírio
alternando com cólicas e dores nos membros.
Apresenta um estado histérico crônico com
uma inclinação para enganar, trapacear e fingir-se
de doente. Tendência a exagerar seus males e fUlgir
doença (Kent), desmaiando ao entrar em um quarto
onde perceba que existe muita gente.
Assim, devemos pensar em Plumbum em todos
os casos onde temos uma condição paralisante pro-
gressiva associada a um humor triste e melancólico,
onde o paciente vive a vida pensando que será assas-
sinado e que todos são seus inimigos.
Modalidades
Lateralidade'
direita superior e esquerda inferior
Agravação:
movimento / cam.inhando, toque superficial
exercício físico ou mental
à noite
em neblina
em quarto cheio de gente
Melhoria:
por fricção
repouso / deitado
pressão vigorosa
estirando os membros
Desejo:
frutas / pão / doces / comidas ácidas / tabaco
Dinâmica miasmática
Ao lermos seus sintomas no repertório, concluí-
mos quePlumbmn viveu na pré-psórica uma vida com
muita travessura e com desejo constante por coisas
perigosas e proibidas.
Ao perder esta condição, sofrerá por seu ato
equivocado na psora, através das ilusões que sua vida
está sob perigo (46/1); que é perseguido (46/lI); que
é perseguido por soldados (46/11) ; pela polícia (46/
11); por inimigos (46/11) e até por demônios (46/
lI). Ilusão que vai ser arrestado (aprisionado) e que
será assassinado , ass.~do e comido. Paralelamente
às manifestações persecutórias, vemos seus sonhos
denunciando seu "paraíso perdido", onde podia agir
com instinto infantil e travessura sem se sentir culpa-
do: Sonha que comete um roubo, e que o objeto do
roubo são frutas (especialmente maçãs) . Sofrerá por
uma nostalgia perdida e não pela culpa.
Por todo este sofrimento psórico, fICa fácil entender
o temor de ser assassinado, achando que todos ao seu
redor são inimigos.
Num mecanismo compensatório ou reacional
da psora, reagirá sicoticamente com desconfiança,
acreditando que conspiram contra ele ou que será
envenenado, com cólera e delírio selvagem, mordendo
e atacando as pessoas que estão ao lado. Torna -se
obstinado, irritado e crítico.
Na fase sipbilítica encontraremos nosso paciente
de Plumbum com confusâo sobre sua identidade
(ilusâo que ele é outra pessoa), achando que tudo
é estranho e que Sua vida está perdida. Tem a ilusão
de ter uma enfermidade incurável e que alguém o
chama. Estará embotado mentalmente com tristeza e
melancolia, sintomas estes acompanhados de fraqueza
e exaustão no nsico e entregue à própria sorte e aos
pensamentos suicidas que o perseguem.
Caso clinico
Fornecido pelo DL Mário Romano
Homem de 68 anos, levado ao consultÓrio por
familiares e com queixa de emagrecimento progressi-
vo, perda de apetite, dores articulares e dores difusas
pelo corpo todo, extremidades e dores de cabeça bá
quatro meses. Foram feitos, segundo acompanhantes,
diversos exames clinico-laboratoriais em hospital com
resultados inconclusivos.
Em virtude de COf)tato dificil com o paciente pela
sua prostração, outras informaçõcs foram passadas
por familiares.
Funcionário público aposentado, sempre tra-
balhara na mesma instituição com serviço burocri-
tico. Nâo havia descrição de doença importante no
 Matéria Médica Homeopática fnlérpretada
passado ou algum fato relevante desencadeante do
momento atual.
Pelo fato de estar enfraquecendo dia a dia, com
períodos de insônia e em algumas ocasiões não re-
conhecendo os próprios familiares, foi submetido a
exame neurológico, porém nada foi constatado.
Diurcsc normal embora em pequena quantidade,
e ritmo intestinal irregular; ora obstipação intestinal
ora diarréia, segundo informações.
Exame clínico: PA: 135 X 60.
Pulso: 68/minuto. Peso: 49 kg.
Regular estado geral, muito emagrecido, acia-
nótico, anictérico, mucosas h.ipocoradas, hidratado,
olhos encovados, fácies pálidas e gotas de suor, dentes
em mau estado de conservação.
Coração: rítmico, 2 tempos, sem galope.
Pulmões: livre, sem estertores.
Abdome: escavado, sem visceromegalia e/ou
massas palpáveis.
Extremidades: chamou a atençao pelo fato de
que, ao simples toque dos membros, o paciente
queixou-se de dores terríveis e isto sem haver qualquer
anormalidade, aparente.
Referia dores semelhantes em membros supe-
riores e dores articulares com cãibras.
Osteoarticular: sem sinovites, bloqueios ou vas-
culites cutaneomucosas.
Observada hipotrofia muscular importante não
só de extremidades, mas na própria fácies e tórax.
Em virrude da lassidao geral, emagrecimento
importante, prostração dando-nos a impressão de que
toda a sua vida havia sido um peso. Contato difícil
com paciente e a hiperestesia cutânea, tendo sido
afastada doença consumptiva e exames laboratoriais
apenas mostrarem anemia, pensou-se em Plumbum.
Foi administrado em doses únicas e potenciais
progressivas de 30 CH, 100 CH, 200 CH com inter-
valo em torno de 3 semanas e com bons resultados,
principalmente em relação às dores à insônia e ao
quadro torporoso mental com melhora do apetite e
melhora geral do paciente.
Caso importante pelo fato de o quadro, como
descrito e apresentado, ser preocupante; e como al-
gumas doses fizeram surtir bons resultados.
Caso clínico veterinário
Dras.: Elizabeth Estevão e Maria do Carmo
Arenales
J oe era um gatinho bastante diferente dos muitos
filhotes ou adultos que já tinham passado pela vida
daquela família. Nascido na própria casa, apresentou
47
normalidade até o desmame; a partir daí começaram
a notar que ele não brincava com os irmãos, dormia
a maior parte do tempo, agredia as pessoas quando
estas o acariciavam, parecia não controlar sua mordida
nas raras vezes em que era forçado a participar de
alguma brincadeira.
Vivia a maior parte do tempo como se isolado
num mundo particul.ar. Não respondia a estímulos
externos quando estava "ocupado" com alguma coi-
sa. Numa das consultas, entretido com sua sombra
projetada na parede do consultório, não deu a mi.nima
atenção a chamados ou obstáculos que colocássemos
em seu caminho, como o pé ou a mão do dono. In-
diferente a sons graves, assustava-se, entretanto, com
sons agudos como o de um assobio. A fisionomia do
animal também era bastante peculiar por causa do
estrabismo que apresentava. Porém, o mais estranho
era seu comportamento na hora das refeições: rosnava
e agredia coisas imaginárias, além de comer compul-
sivamente até que lhe fosse retirado o prato ou que
este estivesse completamente vazio, não importando
a quantidade de raçao que contivesse. Com o tempo,
estes sintomas se agravaram até chegar ao ponto de
sua dona desistir de criá-lo. Isso porque seus braços
ficaram repletos de arranhões e até mordidas que
lhe foram infligidos nas ocasiões em que ela tentava
segurá-lo para que este pudesse comer. Se estivesse
solto, Joe se debatia, saltava, cravava as unhas na pró-
pria face, mordia suas próprias patas e se arremessava
pelo ar até bater contra um móvel ou uma parede, de
modo que sua cara e suas patas ficassem cobertas de
feridas. Esses episódios só findavam quando engolia
um bocado de comida e recomeçavam tão logo colo-
cassem mais alimento 'em sua boca. Claro está que a
alopatia não podia oferecer nenhuma chance de vida
àquele paciente. Como tratá-lo?
Repertorizando seus sintomas, chegamos ao seu
medicamento de fundo: medicando com dose única
de Plumbum 30 CH, Joe pôde voltar a se alimentar
sozinho, deixou de convulsionar e comer compul-
sivamente, começou a se relacionar melhor com o
ambiente é já não rosnava nem atacava quando era
acariciado, embora não demonstrasse alegria por isso
ou afeição pelas pessoas. Em 60 dias foi novamente
medicado com Plumbum 40 CH em dose única. A
partir daí passou a miar, respondendo a chamados,
·
bfIncar com os outros gatos, "[ avar-se)
" e ate• ron-
ronar como um gato normal. Sua demonstração de
convulsionar quando comia, sintoma que contém um
único medicamento, foi eXtremamente elucidador do
sofrimento de J oe.
47 Carlos Brunini, Msn'o Giorgi & Colabs.
Sintomas repertorizados
(El Moderno Repertório de Kent / Eizayaga):
• convulsões scm consciência (821, 111), durante a
convulsão perde a consciência
• aversão a ser tocado (90, 1), agredia as pessoas
que o tocavam
• absorto (1, 1), permanece alheio aos fatns ao
seu redor, não se importava com objetos que
normalmente chamam a atenção de gatos na
sua idade
• convulsões clônicas (821 , 11)
• convulsões comendo (821 , 11), estandotrallquilo
sem demonstrar a crise convulsiva, o processo
inicia sempre quando se alimenta (medicamen-
to único)
• dipsomaoia (25, 1), compulsão pelo alimento,
come sem demonstrar a sensação de satisfação
• assustadiço (9, 11), demonstrava assustar-se com
sons
• golpeia (34,1) , atirava-s"e contra objetos
• sonolência (743, 1); domle muito mo.is do que
um gato de sua idade
• estrabismo (185, 11)
• ddírio com ilusões (21, 1), demonstrava "ver"
objetos os quais atacava .
 Matéria Médica Homeopática Interpretada 477

•
Psorinum

o primeiro 1Wsódio de Hahnemann, que utilizou Entendendo o Psorinum

a substância sero-purulenta contida na vesícula da
Os indivíduos Psorinum, não toleram as tormen-
sarna.
tas, temem ser lavados, a pele do corpo e especialmen-
te o rosto tem aspecto sUJo.
HAHNEMANN: "Psorinum é um simillimum
Muito mais importante do que seu aspecto
do virus da sarna (estamos no século dezenove). Não
"sarnento)) ou um tipo - sujo, e cheio de coceira é o
existe um "rau intermediário entre o idem e o similli- entenclimento da "coceira mental», tem a assinatura
mum, o h~mem que reflete vê que o simillimum é a da "inquietllde da sarna))- vivendo assim um desas-
média entre o similar e o igual."
sossego, pensando diururnamente em seus neg6Clos,
O virus psórico, ao sofrer os processos de rri-
seus problemas, preocupando-se por antecipação com
mração e sucussão, fica tão alterado em sua narureza
sua saúde e a dos seus, uma mente sofredora e cheia
quanto o OUrO quanto submetido a essa preparação,
de grilos. .
tornando-se por esse processo, poderosos agentes
PRURIDO MENTAL E DA ALMA!
ativos na economia animal e não substâncias inertes."
IDEIAS FIXAS I
POrtanto Hahemann não indica o PSQrÍllum como iso-
TEMOR AO FRACASSO!
pático para tratar sarna, mas com p atoge~esia própria
Esta coceira no plano mental, leva a um deses-
e sintomas mentais: - "Não deve ser utilizado para a
pero, decorrente a um inexplicável sentimento de
psora ou diátese ps6rica mas, como qualquer outro
CULPA e O então culpado tem a ide ia de que deverá
remédio sobre estrita individualização, a totalidade
de sintomas".

Sarna microbiológico.
Copa até sangrar.
47 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
pagar por seus erros, assim entendemos o sobressaltO,
o sobreaviso, seu temor ao futuro (pois o culpado não
tem um ftnal feliz) e insegurança em empreender suas
próprias empreitadas.
Este sentimento inato de culpa fará com que
sinta-se também abandonado (os culpados tem um
sen timento de rejeição). Desamparado levando a
procurar uma anistia com suas culpas através da reli-
giosidade (indulgência de DEUS).
Sintomatologia
INSÔNIA - pensamentos repetitivos, que não
o deixam relaxar, ideias obsessivas sobre determina-
do tema, encanam com um assuntO e não param de
pensar nele . Assim um comichão interno, acarreta uma
inquietude noturna , sua sarna mental fica atacada,
anda pela casa roda, faz barulhos.
Esta expressão de sofrimento interior através de
sua inquietude é a sua sarna mental ou interior e o
digno de cura deste medicamento a sua Psora.
Teme ser lavado, agravando os seus sintom as
(inclusive os menrais) nos dias chuvosos ou até por
ouvir o barulho de um chuveiro nlilcionando.
Sua pele é áspera, acompanhada de fissuras san-
grantes, um aspectO manchado, como que coberto de
imundície, grande coceira e calor quando na cama e
pruridos decorrentes a lesões na pele ou que causam
lesões dermatOlogicas.
OUlOS grudados pela manhã, seguido ou não
de uma conjuntivite catarral, com grande prurido e
secreção espessa.
Coriza esverdeada, densa pegajosa, sec reções
endurecidas na asa do nari2, graças ao muco resseca-
do - sujo. OtOrreia sanguinole nta , odor fétido, otites
repetItIvas e crôrucas)
Dentes moles, piorreia, mal háJiro- língua de as-
peero seco- amarelada, como que queimada na ponta.
Pigarro- (coceira na garganta), secreção gosmen-
ta e fétida, expectOração pulmonar verde/ amarelada-
purulenta, em resfriados e crises alérgicas.
Diarreio súbita, odor fortÍssimo, irúcio brusco e
inconrrolável - chegando a evacuar na cama durante
o sono.
Flatos quentes com odor de ovos podres.
Condilomas na glande, prepúcio exuberante,
grande acúmulo de "esmegma», higiene zero. Fluxo
me nsrrual abundante, coágulos com odor pútrido,
adenopatias supurativas.
Ulceras de tÍhi a, estase sanguínea, secreções
supurativas de difíci.l cicatri2ação.
Vertigem com cefaleia quando caminha, me-
lho rando com comida, Seus si ntomas, agravam no
inverno, meUloram no verão. Um dos mais friorentos.
KENT: "A pele ftca irritada, quando há calor ou
quando coberta pela lã. O paciente se coça até sangrar
e se formam crostas .... Grande esforço para eliminar
fezes - pastOsas como emAlumina ou Nux- m.
Vomi tos crônicos; lucera de estômago ... aversão
so coito ... Sopros cardáicos de um lado ... Sopros car-
díacas de um lado ... Sopro regu rgitante da mitral."
Extrema desesperança, inquietude e
angústial
HERJNG : "Estado de ânimo desesperante,
sente tremenda angústia na cabeça, todos os dias.
Vê redemoinhos diante dos o lhos começando as 5
horas da tarde."
''Já fazem uns 2 anos, que caminha de lá para cá
no quarto, rerorce as mãos e queixa-se continuamente:
Oh! Quanta angustia! , oh! Quanta angustia', quando
come, deixa de queixar-se. Seu apetite é bom". Perdeu
toda a sua esperança, di2 não ter mais ilusão pelas
coisas da vida. Não pode aplicar-se em seus negócios,
confusão dos sentidos não pode calcular. Desespero
por sua salvação crê que vai morrer, desânimo.
A INQUIETUDE, é um traço de caráter mar-
cante em tais indivíduos, levando a insolência, irrita-
bilidade em função de sua extrema impaciência, criam
casos em lugares ou situações em que encontram fuas
ou que são obrigados a esperarem por sua vez, andam
de lá para cá; contorcem as mãos demonstrando uma
coceira interna (fogo nq rabo), discutidores, encren-
queiros, neuróticos e sofredores.
Repert6rio de KENT:
Desespero, Angústia .
Desalento, Dúvida de sua recuperação.
Ilusão de que está condenado.
Ansiedade de consciência (culpa ), ansiedade de
v1agem.
Ilusão de que é pobre, ilusão de que é incomo-
dado por espíritOs.
Ilusão dc que vai perder sua fortuna e tudo o
que tem, ilusão de fracassos nos negócios, temor a
desastres.
Inquietude em crianças com erupção, desespero
por prurido na pele, trhteza por picação e coceira.
Abandona-se a ,u jeira, aos excrementos e ao
desgostO, tédio e suicida. Aversão a banhar-se, lavar-
se cnanças taCiturnas.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Dinâmica miasmatica
PSORA ~ sensação de tcr praticado algum equi-
voco, prurido físico - prurido espirirual. Ansiedade
pela salvação do corpo e da alma.
ANTECIPAÇAO~ preocupação.
SICOSE ~ obsessão pelo seu futuro, industrio-
so, ing"uiero, impaciente, irritável, intolerante.
SlFILIS ~e Fracasso por incompetência, aban-
dona-se a sujeira, desgosro pleno, aversão a higiene,
sensação de cabeça separada do corpo.
Homeopatia & pediatria
Crianças que enchem durante a noite: Coffea,
ChammniUa, Stramonium, Ignatia e Staphysagria.
Tais crianças reviram-se na cama, uma andação
pela casa, acende lâmpadas, liga a TV, assalta a gela-
deira (o que melhora o seu humor). INQUIETUDE
NOTURNA.
Sinroma importante em pediatria é a suae DE-
SESPERANÇA: DR. BRONFMAN "Quando estão
com atagues de asma, dramatizam sua desesperança
com os braços separados do corpo. Parecem crucifica-
dass e esta posição melhora a dispneia." Pessimistas e
com plexo de irúerioridade (Graphites, Baryta carboni-
79
ca), não fazem planos como a genial stljinha Sulphur,
enxergam um fururo negativo, reagem mtÚto mal a
qualquer tipo de tratamento (menos ao seu remédio
de fundo).
Frágeis, eczematosas, frieiras, assaduras e fracas,
fluruam dentro da roupa, exalam mal cheiro em geral,
constipadas e parecem ter um certo prazer pois me-
lhoram quando guardam suas fezes , aqtÚ o enfezado
não é sinônimo de enraivecido.
Também pioram cortando o cabelo comoBeUa-
IÚJna, entretanto todos os sintomas fisicos e mentais,
agravam com cuidados de higiene.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Animais ansiosos, inquietos e
impacientes, corre de lá para cá, não por diversão trás
de uma bolinha, mas por nervosismo e sofrimento
inquieto. Piora seus problemas de pele com o calor,
cobertas e aplicações quentes. InqtÚerude durante
tempestades I chuvas.
Antecipação e insegurança.
Briguento, irritável, impaciente. Terror ao
banho, feridas úmidas atrás das orelhas, glândulas
sebáceas secretam em excesso, pele grossa oleosa.
Medo do fogo, de ficar sozinho e de tempestades.
4 O Carlos Brunini, Mario Gíorgí & Co/abs.
É um dos medicamentos mais estudados e que
apresenta uma riqueza de sintOmas sem igual.
PortantO, diz-se que este medicamento é um
grande policresto, (medicamentos homeopáticos uti-
lizados com frequência na clinica, que apresentam
várias aplicações), da Matéria Médica.
Para se ter uma noção de sua grandeza, Hah-
nemann quando fez suas experimentações com Pul-
sati/Ia, relatOu 1154 sintomas. PosteriormenteAllen
relatOu 1323 sintomas.
Pulsatilla é um gênero Botânico da família
Ranunculaceae, originária da Europa (Alemanha,
Dinam arca, Escandinávia, e Rússia), onde nasce em
colinas elevadas e descobertas de luna forma bem
simplificada , podemos dizer que é uma flor que gosta
muito de vento. Graças a esta sua preferência, Pulsa-
ti/Ia a presenta dentre seus sintOmas: FÚJr-dos-ventos,
Pulsatilla nigricans
Pulsatilla pratensis, Anbnona-doJ-prador, Ane/nona
pratenur ou A nbnona-dor-ventos.
Preparo: A tintura-mãe de Pulsatilla , é extraída
através da maceração de toda a planta, colhida no
momentO de sua floração. A planta fresca tem um
sabor amargo e acre se mastigada provoca uma forte
queimação na língua e garganta.
A planta natural é irritante, pois contém uma
substância chamada ptOtOanemônia, que é tóxica. A
planta tanto desidratada ou in natura, não devem ser
ingeridas. (Newali, 2002).
Uso {itoterápico
Apresenta uma propriedade sedativa, analgésica,
antiespasmódica e bactericida. (Newali, 2002).
Frequentemente us.ada em casos de dismenorreia
(cólica menstrual), orquite (inflamação do testÍculo) ,
Docilü:ú:u:k.
 Matéria Médica Homeopátíca Interpretada
ovarite, (inflamação de ovários). Dor de cabeça (cefa-
leia), por tensao, insônia. Erupções cutâneas causadas
por infecções bacterianas, asma, doenças pulmonares,
dor de ouvido (otalgia). Sobrerudo, afecções dolo-
rosas do sistema reprodutor, tanto feminino, quanto
masculino.
Pulsatilla e a doutrina das assinaru.ras Anmwna
pratensis- planta que cresce na Eeuopa, em colinas
elevadas e descobertas, lugares sacuclidos pelos ventos.
Tem uma bonita flor, cujo nome é "flor dos wntos",
nos é um indicativo do perfd destas personalidades.
Inconstantes nos seus afetos e caprichosas (cheia de
vontades).
Entendendo seu gênio medicamentoso
Extremamente sensíveis e choronas, cho ram
falando de seus problemas pessoais. CARÊNCIA
AFETIV A. Adoram ser consoladas( os). Demons-
tram fragilidade e indefensibilidade, Busca exagera-
da e patológica de afeto. Sentimento de abandono
(não foi necessariamente abandonada, uma sensação
de .... ) SEU SOFRIMENTO É ALIV1ADO POR
CARINHOS E PALAVRAS DOCES DE AMOR.
Ciumemas, mimadinhas(os), sentem-se mal amadas.
Ares de desproteção e fragilidade para ganhar afeto,
mas podem ser agressivos para ganhar amor. Tema de
vida: AMOR, AMOR, AMOR ... Acredita que sendo
doce e meiga será mais amada, mas se for preciso
"todar a baiana" para ganhar afeto, pode apresentar-se
como luna fera! Não é um remécli o exclusivamente
feminino, mas o modelo seguido é outrO, Marco
Antônio por amor a Cleópata, eStoura legiões de
seu exército por amor, demonstra uma característica
Pulsatilla. Quando compra um carro bonito, antes de
mais nada espera ser mais amada. Sonha dramatiza,
pensa, imagina um COntO de fadas, onde o amor é
eterno, e vivem felizes para sempre. Chora falando
de seus problemas. Sua carência faz com que toube a
cena, faland o por exemplo na consulta de seu fdho ao
pediatra, mais de si que de seu filho. Sua necessidade
de afeto é patológica, exagerada, a causa de seu adoe-
cer. Busque uma personalidade Pulsatilla em pessoas
que mesmo sendo queridas se sentem pouco anudas.
Idealiza um mundo colorido, (cor de tosa) perfumado
cheio de flores, onde o AMOR é ETERNO. Sofrem
depois g raças a isso. Sensíveis por rudo e nada, com
hun10r variável (na dependência do quanto de afeto
recebe). Quando criança leva flores para agradar
a professora, quando idosa acorda cedo para fazer
macartonada, e assim tem toda a família a sua volta.
1
Não importa a maneira, o motivo é sempre o mesmo:
a busca incessante de afeto. Um an10r bancário, dá
afeto e quer recebê-los com juros e correção mone-
tária (digo afetiva). VAIDADE- Enfeita-se, enfeita a
casa , o carro, O escritório e o mundo, faz coisas com
muito préstimo. Perfuma os ambientes faz capas de
crochet para O bujão de gás, chupa balinhas de hortelã
(mau háli to já estragóu muitas histórias de amor).
CLEPTOMANIA - ato de roubar pequenas coisas é
uma expressão de sua carência pois sente-se como se
estivesse se auto presenteando, se pagar não é mais
presente. "DR., o que foi lJue eu fiz? pois ni'lLJuém me
ama!! Amaré... " (teoria sobre o amor). "Oanwré uma
plantinha, lJue precisa ser regada todos os dias, O" amar
não é ter jamais lJue pedi.· perdão (luPe story). E se você
tivesse uma varinha mágica? - Eu só lJ"eria ser amada. "
Famasia um cavaleiro andante ou um príncipe encan-
tado, que montado num cavalo branco e empeud1ando
sua espada a defende e a protege. Sofre quando cai
na real e consta ta que seu sonho não corresponde a
realidade. Decepções no casamento quando percebe
que a realidade é outra. Mas não era obvio? Puclica,
cora-se com palavrões e piadas fortes, como a"flor
dos ventos", dependendo para o lado que o vento
sopra ela vai ao sabo r dos ventos, ao sabor de seus
afetos e/ou desafetos. Tal como unl3 florzinha que
sem agua se ressente e fica meucha, Puls. quando tem
um rompimento amoroso dá a impressão de que vai
morrer, fica também murchinha, chora e desidrata
de tantas lágrimas. Sofre calada e silenciosa, chora
pelos cantos. Um novo amor a revigora. Renasce do
sofrimentO de seus amores efêmetos. Dificuldade em
manter o amor, inconstante. Barganhas afetivas até
com Deus. BEATAS" Promessas casamenteiras para
Santo Antônio. Adora ver o T aror, para saber qu;mtos
casamentos terá? ou com quem será que irei me casar)
O tema afeto, é sempre o mesmo. Instrospectiva, fala
pouco. Disposição tímida e lacrimosa, suave e dúcil.
Busca consolo, carinho e colo. Desvalida, indecisa,
irresoluçâo- como decorrente do equívoco de precisar
se mostrar frágil pJ.ra ser amada. Sofre pensando nos
seus problemas afetivos. Sentimento de culpa, o que
fiz para ser tão mal amada? Equivocado sentimento
de cu.lpa relacionado a sexo, me~mo no casamento.
FRlGIDEZ feminina. lMPOTENCIA masculina.
PARADOXO: ao m.esmo tempo que busca afeto
através da sedução equivoca-se Jchmdo que sexo é
feio, é do diabo, com temor ao sexo oposto. Mas per-
manece com vontade mesmo sendo feio. SEDUÇÃO
= JOGO DO AMOR CIÚMES, Ínsegeua dos afetos.
DESCONFIADA. ARES DE DESAMPARADA.
 Cerlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
TIMIDEZ. MEIGUICE. PRESENTEIRA, genero-
sa- tem uma agenda organizadíssima, com datas de
aniversários e tudo mais. Dando presentes acha que
conquista afeto. NUNCA ESQUEÇA DA DATA
DE ANIVERSÁRIO DE UMA Pu/sarilla . Assus-
tada durante a noite com medos (indefesa) , sonhos
terríveis, acorda amedrontada- fragilizada , suspira e
chora em voz alta dormindo. I sonhos vívido, sonhos
eróticos, I sonha com gatos. Isonhadora, fantasiosa.
Claustrofobia, Não Tolera Lugares Fechados.
CARACTERÍSTICAS GERAlS:
Intolerância a comidas gordurosas. Agravam
todos os seus sintomas físicos e mentais com o ciclo
menstrual. Rica em gueixas ginecológicas, drenador
das secreçúes catarrais, inclusi ve as alérgicas e infec-
ções unnárias.
. A DESCRIÇÃO CLÁSSICA:
"Cabelo loiro, olhos azuis, rosto pálido, facil-
mente levada a sorrir ou a chorar, afetuosa, meiga?
tímida, gentil, dócil, tendênci a a ser gordinha" .. . E
preconceituosa e perigosa pois o biotipo deve ser le-
vado em conta como já foi dito O biotipo inicialmente
descrito em paises europeus.
Homeopatia & pediatria
"Minhas coisas são asse"das, seus cadernos tem
florzinhas. Por gue sou tão mal amada? Por gue sou
tão sozinha? Eu assino meu "no nlinho)) nos cadernos
de meus amiguinhos. Pondo lU11 decalgue agui outro
acolá De mim eles vão se lembrar. (é 100isfácilganhar
carinho send<J atenciosa e limpa, que relaxada e mja,
Afetu<Jsa.
não?). " Esta sua carência, faz parte de sua natureza,
desde cedo seus pais observam uma acentuada carga
afetiva, seu chato melhora com aperto, beijinho e
colinho. "Diga que me ama Papaizirlho, Dá um beij·i-
rlho, mais outro e outro .... Aperta forte, mais forte .. . " (é
só o papai viajar gue ela adoece). O vocabulário dos
"inhos", mamãezinha, gueridinha do meu coraçãozi-
nho. Muita ciumeira de seus irmãos e em geral de tudo
gue possa competir com o ganho de afetos. Escreve
cartinhas de amor e manda bilhetinhos florid os para o
papai, mamãe e ptofessorinha. Tema das Cartinhas? O
sol brilhante, a lua sorridente e apaixonada. Quando
cresce se apaLxona na internet.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Animais com di sposição suave,
meiga, chora facilmente, carente de carinho. Vaidoso,
ciumento, sensual desconfiado. Tímido en vergonha-
do, sedutor. Assusta-se facilmente, claustrofo bia,
medo de escuro e ficar sozinho. Secreções em geral :
oftálmicas, otite supurada, catarto no peito com tos-
se e corrimento vaginal , cistites. Todos os sintomas
melhoram com carinho.
Caso Clínico veterinário I:
Nome: Johtu1y Espécie: Canina
Sexo: Macho Idade: 8 anos
• Queixas princi pais:
• Sente muito ressentimento;
• Manhoso de mais ;
• Chora por tudo; .
• MULto ciúme;
• Não Jate.
Durante a consulta, a proprietária foi descrevendo
o cotidiano e por incrível gue pareça, a matéria médica
foi me visitar. Reparem no relato!
"Ele é muito vaidoso, necessita de elogios O
tempo todo".· Não gosta de brigas, chora e rosna
guando alguém briga. "Ele é muito bonzinho. Ele é
carinhoso, sensível e meigo, ele é lindo, ele é da paz!"
Se alguém tenta encostar na dona, ele tenta avan-
çar, rosna e se vem muito rápido ele morde.
Quando sai do banho tem de elogiá-lo, se não
ele fica muito triste, e não olha para a proprietária.
"Ele é muito sensível!"
Pede colo o tempo todo (inclusive ao decorrer
da consulta)
Apetite: Ele come , mas faz charme, sempre tem
de alguém ficar com ele durante a refeição
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Não fica sozinho, chora muitO, mesmo na com-
panhia de outro animal que a proprietária possui.
Extremamente apaixonado pela dona.
Medos: D e tudo !!' Barulho, trovão, chuva ,
medo da morre. Proprietária relatOu que ela conversa
sobre a morre com ele , e diz que ele fic a triste e se
isola.
Necessidades: Amiguinh o, brinquedinh o de
vinil. "ele só quer aquele, ele tem vários, mas só quer
o amiguinh o!"
Defeitos:
Manhoso de mais;
Ninguém pode chegar pertO da dona.
Qualidades
Educado ;
Intel.igente;
Amoroso.
Procedimento : Foi prescritO Pulsatilla 18 CH
Retornar em 1 mês '
RetOrno 13/12/07
O Johnny esta melhor. M as ainda chora muitO
para tudo . "O que achei melhor, foi que ele não avança
mais nas pessoas que chegam perro mim" .
Está mais brincalh ão, ele cham a o Victo r (outro
York Shire da dona) para brincar, coisa que ele não
fazi a. Está comendo melhor.
Prescrito Puis na 30 CH e retornar após 1 mes!
Não retornou mais às consultas, mas sempre os
encono·o no banho e tosa, Jolumy está ótimo e muito
mais feli z! 11
Caso clínico veterinário 11
Trouxeram-me um cãozinho poodle cuja principal
queixa era um choro excessivo. Lamentava-se por
tudo, ao pedir um objetO, ao pedir comida, quando
os proprietários saíam de casa, mesmo não ficando só.
Principalmente quando saía um dos filhos, por quem
muito se afei çoa ra. Esta pessoa frequentemente passa
as noites fora e Jean chora toda a madrugada, apesar
de não estar só, até sua chegada.
É muito carinhoso, aceita carinho de todas as
pessoas avidamente e quando passeia pela rua faz
amizades com todos ; humanos ou caninos. Deita-se
no ch ão até na rua para receber afeto.
Quando chegam visiras, a família passa muita
vergonha, tudo inicia com uma necessidade de carinho
que nunca o satisfaz e termina com tanto entuSiasmo
com Jean masturbando-se nas visitas. E a cara dos
proprietários no chão'
Este comportamento cborão e a masturbação
aumentou após o casanl ento de uma das filhas, nos
ú.ltimos dias. A conduta de Jea n fi cou insu portável
após ser levado para cruzar, cho ra todo tempo pe-
dindo para voltar à casa de sua "espos a" .
Na tentativa de solu cionar esta dinâmica, foi
trazido para casa um irmão "de verdade" de Jean . A
reação foi inlediata, não aceitava o irmão, reagia com
muitos latidos e choros; quando este recebia qualquer
tipo de atenção ou a!llnenro a situação agravava-se.
Briga com o irmãozinho todo o tempo. Era uma
tentativa de demonstrar que a solução não "é bem
por aí". O irmãozinho foi devolvido.
Quando deseja algo, tem que ser prontamente
atendido. Sempre tem pressa em seus pedidos, e pede
teimosamente chorando sempre. Nunca des iste, de-
sistem sinl os proprietários .
Muito afobado, deseja muito comer doces e
linguiça. Vomita após comer linguiça.
Quando não realizam o que quer, fica de mau
hunlOr, não olha pa ra os proprietários, no entanto, a
lamentação, o choro ou o mau humor, sempre melho-
ra quando acariciado ou recebendo atenção.
Durante a consulta chorou todo o tempo e ao
ser examinado treme muito. Apresentava LU"a alo-
pecia circular no flanco direito e queixas de diarreias
alternadas por episódios de vômitos.
Foram considerados como sintomas:
1) Egoísta (não aceitava que dessem atenção para
o irmãozinho, sempre tudo para ele) 26/2.
2) Temor com tremot (ao exame clinico treme
todo o tempo) 89/ l.
3) Masturbação em machos - 447/2.
4) Afetuoso (recebe c"rinho e dá carinho todo o
tempo) 2/2. .
5) Consolo melhora (tudo fica bem quando as
pessoas estão consolando).
6) Comida gordurosa provoca vômitos - 819/2.
7) Lateralidade direita - 843/l.
Na reperrorização teremos como único medica-
mento Puisatilla, na tentativa de curar Jean, de seus
choros, lamentações, masturbações, egoísmo . Além
do visível em alopecia, vômitos ou diarréia.
Ao retornar após receber uma única dose de
Pulsatilla CH 200, há cerca de sessenta dias temos
na consulta outro Jea n.
Calmo, doce, meigo, carinhoso , obediente,
poucas vezes lamenta-se e ao receber afetOs tudo não
termina em masturbação.
Late para pedir, ao in vés de chorar. Aguarda até
as pessoas atenderem. N ão houve episódios de m au
humor ou rancor.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
o pelo cresceu, e não houve mais episódios de
vômito ou diarréia.
Ao apresentar este caso é necessá rio estarmos
arentos ao fato de que também machos podem "so-
frer" Pulsatilla, e ao tomarem o medicamento teremos
o mesmo Jean, muito, muito melhor' (Dra M aria do
Carmo Arenales ).
TEMA DEPulsatilla - GA1'r'HAMANHOSA
Roberto e Eramos Carlos
Meu bem, já não precisa, falar comigo dengosa
assim .
Brigas para depois, ganhar mil c~rinhos de mim.
Se eu aumento a voz, você faz beici.nho e chora
baixinho.
E diz que a emoção, dói seu coração ...
J á não acredito se você chora dizendo me amar.
Eu sei que na verdade carinhos você quer ganhar.
Um dia gatinha.manhosa eu prendo você no meu
coração ...
Quero ver você fazer manha então, presa no meu
Coração quero ver você ...
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
485

Ranuhculus bulbosus

Planta da familiaRanunct<laceae e gênero Ranun- com desejo de morrer. Muito irritado, impaciente,
culus, também conhecida como Ranunculus tuberosus, briguento, e até mal humorado, principalmente pela
BotiúJ de ouro, Pata de corvo, Ranunculo amarelo, Nabo manhã e durante estado de embriaguez. Medo de
de Santo Antônio. É encontrada em campos e prados fantasmas ao anoitecer e à noite, não ousando ficar
na Europa, norte da África e da América. O nome sozinho. Sente uma opressão com muito choro.
bulbosus se deve à tumefação arredondada e branca Tem dificuldade para pensar com perda das ideias,
que apresenta na base de sua haste. Suas flores são não consegue meditar, os pensamentos desaparecem
de cor amarela. quando está refletindo, estupidez intelectual. Delintlm
Para a preparação do medicamento homeopático tremens com loquacidade. (Boenninghausen, Clarke,
é utilizada a planta i.nteira colhida no verão e macerada Kent, Vijnovsky). Sintomas decorrentes de sUSto e
em álcool a 90° para se obter a tintura-mãe com a vexação. (Kent).
qual se procedem as sucessivas diluições e sucuss6es. Quanro aos sintomas gerais, apresenta fraqueza
(Lathoud). repentina. chegando ,a desmaiar. É extremamente
Segundo Kent, essa planta emite um vapor excitável e assemelha-se a um estado de "quebradeira"
etéreo pungente muiro venenoso para os indivíduos
sensíveis.
Foi experimentado por Franz e ainda foram
observados sintomas apresentados por aplicações
externas e inalação do vapor durante a preparação
da planta ou quando esta foi queimada. Ocorreu um
caso em que O experimentador espremeu o sumo da
planta com os dedos e desenvolveu no local erupção
de vesículas de longa duração e recorrente, com
aspecto característico de vesículas azuladas e crostas
calosas. (Clarke).
É um medicamento muito útil em pacientes que
apresentam doenças envolvendo os músculos do pei-
to. Não é utilizado com a frequência que poderia estar
indicado por não ser tão bem conhecido quanto ou-
tros medicamentos. (Kent). Atua principalmente na
pele, tecido muscular, membranas serosas e mucosas.
(Lathoud). Clarke indica Ranunc"lus bulbosus quando
há extrema sensibilidade da parte externa do peito.
Em relação aos sintomas mentais, o indivíduo
apresenta pusilanimidade e inquietude com piora ao
anoitecer. Tem uma grande depressão de espírito
 Carlos Brun;n~
de doentcs sensíveis. Sentem em todo o corpo como se
estivessem contundidos, doloridos por cspancJmento.
N <:soc aspecto deve-se diterenciar o quadro da'luele de
Arnica muntanll, 'lue nJO é afetada pelo hio ou umi-
dade e ql.lC por sua extrema sensibilidade física sente
'lue a cama é insuportavelmente dura . (Kcilt, Tykr).
Sente gosto anlJrgo ou Jdoci cado na boca ou
enqu ~nto come OL! após t:omer allmclI tus secos. A
manteiga tem gosto 111uito doce. Sensaçao de fome
e borborig mos no estômago Je manhã cedo. Sede
intensa à ro.r !c. (Clarke, i)novsky) .
J~ um gralldc medicame nto para os maus efeitos
de bebidas alcoólicas, sendo usado tanto em 'luadros
agudos quanto nos cronicos. Boericke utiliza esse
Il1l·dicanlcnro em casos de problemas com ~ lcool
'lue apresentem soluços espasmódicos. Alkn O indica
para soluços espas módicos, também para problem as
diversos decorrentes de ingesr:ío de bebidas alcoó lic;l.s
e dclinum-tremms. llardazzi a li/. utiLil~U)l n :n casos de
ncurite dos depcndent s de ákool e ainda na cefaleio.
e estado de excitaç50 das intoxic,'ções ag uda>. Algnr.i
indica l{mml/cltlJ./s bulbOS1/)" nCl;SCS pocientes quando
há nevralgias intcrco<tai, vio lenra< que piora m peJo
toq ue e movimenm, em ncvr.ugias ci áticas e ncur ite
óptica retroblllbar com névoa na visão e postetiot
aparc\.'Ímenro de lacun as no campo visu,tl c ainda no
d"'iri""Hrcmms. Vijnovsky indica o mellicamento
nos casos de dependentes de álcool com muita irri-
tabilidade, delúium -trffi/e1"lS, cefak ias, soluços esp.ls -
módi os, quando aparecem traJlstornos hepiticos e
rendência a ascite .
SegluK\o vários autores como ALen, Bocllninf!hau-
scn, Bocricke, Boger, Me, Kmt, Lathoud, J.ippe,
Vijnovsk)", os sintomas de Rfl1ItlncuhtS bu/bosus pioram
por movimento, toque, mudanç'ls de remper"rura
ou de tempo, ptincipalmente COlll tcmpo úmido e
chuvoso, por exposiç,io bmsca ao frio, por ar livre,
por ar frio, por p ress~o, pela inspiraç'lo, por esticar
o corpo, ;J.O anoircccr~ a.lguns C ) SOS após co mer.
M elhoram estando senrado e inclinado para frenee.
(Cbrke, Vijnovsky).
Apresenta dores hncioanre.s, pr('ssivas) [ironc·aJl ·
tes, em queimação, pontadas, picantes, dolorimento
como por conulsão, violentas e dpid:ls, em paroxis-
mos. U\JJcn, Kcllt, T vler, Vijnovsky).
Esses indivíduos demoram a conseguir dor-
mir " noi te. Apresentam insôn ia por dispneia, por
opressão no peito, po r calo r, ebulíç~o do "tll!;"C sem
causa aparente. Aco rdam várias vezes à noite e têm
diftculdade para dormir novamente, ficando muito
Mario Giorgi & Colabs.
tempo acordados. Despertam cedo pela manhã, são
ÍJ1Capazes de permanccer deitados de lado. IncLil1aç"o
para dorm ir durante o dia. Sonolêllcia como por uma
atividade l11uito intensa. Sonhos ,msiosos de perigo
(na água), sonJlus vívidos, lascivos. ( BoelUlÍl1ghallsl"l1,
CI'l rkc, Kent).
Nos estadus kbris, os pacientes .\prcscmam pul-
so cheio, duro c r:ípiJo ao anoitecer (mais lemo peJa
manhã. Ocorre febre após refciçiu ou ao anoitecer
com ca lafrios acompanhados por dores abdo minais.
Calor lU cabeça e mãos frias. alafrios ao ano itecer
com calor na face, ti·c'luememenrc sÓ do lado direito
com m:lOS e pés frios. Suores esco",)S ['(LI manhã ao
levantar. (Boenninghausen, CLHkc.. Vijnovsky) .
Como sintomas locais eIlCOnl ramos na cabeça
verti~el1s , fr:lqucza e co nfusão como se estiye.,o;;se into-
xicado. Vertigelll giratória que pode provocar qued.\S
!)c sair de cas::t para O ar livr..: ou ar frio. ertigl'J1S por
congestão de smgue na c1beç,l. Cefal ei" com an.,ie-
dade c fragllcr.l cnqmnto come. Hcmiu<lniJ aóma
do aUla direito com d e~jnim o e vo ntade de cho rar,
qUl· piora dcir:ldo e por mudança de temperarura do
calo r p.Ha fr io e vicc-sersa e melnora c uninhando,
parado e em temperarura equilibrada. Entre as dores
est'l é a exceção na, modalidades. Sensação de 'lue a
cabeça es t" aumentada e distendida. CcElleia pcessiv.
na frome e no vértice com sensação de que vai exr1o-
dir, com pressão nos glohos oClliares e so nolê·l1cia .
Sen"l~JO de golpes na regi ão accipita!. Sens"ç.l o de
to rmisame nro, arrepio ou ardor no couro caheludo.
(Boeruli nghauscn, Clarke, Kem, Víjnü\',ky ).
Nos olh os aparece pressão e queimação. D ores
intensas prin<:.ipalmenk- no olho direito. Globos OCll-
lares doloridos ao .' erem movimentados. O paciente
tem visio tu rva como pot uma névoa. Apresenta pál-
pebra inferior direira dolorida e co!1l ardor. Sensa~:;o
de ardor e dolorime!lto no canto externo do olho
direitO como se es tiv':'sc escori:ldo. Ardor [lOS o lhos
como por fum ;l~·,1. C\'gucira n otllrn~l l~ diurna. Foro-
fobia e lacrimejam cnto. Vesículas herpéticas azuladas
e enegrecidas sobte os o lhos. I Tcrpes de córnea com
do r intensa, L1crilllejaJllcnrO e fotntübia . (Iloennin-
ghausen. C1arke, Kenr, Lathoud, V ijnovsky).
RntllUl ClI/W bulboS/!.< tem sido indicado em ClSOS
de rinite alérgica (fehre do feno) ' ]u'lndo acompa-
nhados por queimação nos olhos e coceira no palato
mole c que pioram ao anoitecer e ao pressionar a
raiz do nariz. (Kcllt, Lathoud). Sente wn incômodo
e formiganlento doloroso. O nari7. fica vermeUlo, in-
chado e inflamado com dor pcessiva e muitas crostas
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
no interior. (Clarke, Lathoud). Epistaxes . Obstrução
nasal que piora dentro de casa com dor escoriante.
(Vijnovsky). Eliminação de secreção copiosa de muco
viscoso. (Clarke, Vijnovsky).
No estômago ocorrem soluços espasmódicos,
especialmente quando da ingestão de bebidas alco-
ólicas. Náuseas frequentes à tarde ou ao anoitecer,
muitas vezes com cefaleia. Dores em queimação e
com sensação de escoriação na boca do estômago e
na região do orifício cárdico, que se tornam extrema-
mente sensíveis ao toque. (Clarke, Kent, Vijnovsky).
Dores em pontada no fígado que dificultam a
respiração com pontadas e pressão no ombro direito.
Cólicas abdominais às vezes alternando com dores no
peito. Imediatamente após comer aparecimento de
dor violenta em pontada na região lombar esquerda
que atrave', a o abdome, especialmente abaixo do
umbigo e em direção à virilha direita. Dor surda no
abdome com sensibilidade dos intestinos durante
caminhada. Sensação de pressão externa como se os
órgãos abdominais estivessem machucados ou ulce-
rados . Expulsão frequente de flatos muito fétidos.
(Clarke, Vijnovsky). Kent refere muita flatulência,
cólicas, queimação e abdome dolorido à pressão e pio-
ra das dores por movimento, respiração e caminhar.
Ainda pode apresentar diarréia aquosa e disenteria.
Ocorre herpes-zóster na região abdominal com dores
violentas. (Kent).
No peito apresenta sensibilidade dolorosa nas pa-
redes, músculos intercostais, pleura que aparecem ou
agravam por movimento, toque, ao esticar o corpo.
(Lathoud) . Nevralgia intercostal, respiração difícil e
curta com opressão no peito ao anoitecer. Respiração
suspirosa. (Kent). Reumatismo dos músculos inter-
costais apresentando tórax dolorido como se tivesse
sido espancado e que piora ao tossir, pelo toque, por
movimento, ao se virar na cama, ao respirar profun-
damente, esticando o corpo, quando o tempo está
úmido e chuvoso. (Vijnovsky). Sensação dolorosa ao
toque ou pressão nas costelas flutuantes_Inflamação
do diafragma e pleura. Hidrotórax muito doloroso
por aderências da pleura. As dores pioram por mo-
vimento, com ar frio , por se esfriar e na inspiração.
(Kent) . Nevralgias intercostais do lado esquerdo do
tórax que podem se apresentar em pontadas, lancinan-
tes ou em queimação, em paroxismos com sensação de
contusão com as modalidades já descritas de piora por
movimento, toque, mudanças de tempo, por se virar
na cama, ao caminhar, com a respiração, por pressão,
dei tado sobre o lado afetado e melhoram quando o
487
indivíduo está sentado e inclinado para frente. Essas
nevralgias podem ser isoladas ou consequentes a
processos pleurais como pleurodinia, pleurisias tanto
secas quanto serofibrinosas e ainda relacionadas com
herpes-zóster. O indivíduo pode ser acometido por
pneumonia por exposição brusca ao frio quando
está aquecido ou vi~e-versa. (Vijnovsky). Derrames
pleurais com dores agud as , como por punhaladas,
com grande ansiedade, dispneia e desfalecimento.
(Lathoud). Ocorrência de heq:>es-zóster torácico com
vesículas de coloração azulada ou azul enegrecida
com intensas dores com as modalidades já descritas.
(Vijnovsky).
Sensação de estar vestindo roupas molhadas e
frias na região anterior do tÓrax ao sair para o ar frio.
Esta sensação persiste enquanto estiver fora e melhora
quando retoma para o interior da casa. (Clarke).
Nas costas apresenta dores ao longo da borda
interna do omoplata esquerdo. Pontadas entre os
omoplatas. Dores nas bordas internas e inferiores
dos omoplatas em sapateiros, costureiras e escritores
por má postura ao sentar. (Kent). Dores musculares
ao nível das bordas dos omoplatas em mulheres com
atividades sedentárias e dores em queimação e circuns-
critas decorrentes de tocar piano, escrever a máquina
e cosrurar. (Allen ).
Nas extremidades podem ocorrer dores reumá-
ticas noS braços, cotovelos e ombros de manhã cedo.
Bolhas e ulcerações nm dedos. Dores ciáticas e fraque-
za nas porções inferiores das pernas quando caminha
pela manhã. Rigidez dolorosa nas articulações dos
pés. Calos sensíveis ao toque com ardor e queimação.
Fissuras nas pontas dos dedos. (Clarke, Vijnovsky).
N a pele ocorre coceira frequente e violenta em
diferentes áreas. Dores lancinantes que se transfor-
mam em coceira. Erupções herpéticas (herpes simples
4 8 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
e herpes-zóster) com vesículas pequenas, profundas ,
transparentes, com coloração azul escuro, do tamanho
de cabeças de alfinete que se apresentam agrupadas
com intenso prurido ardente intolerável e eliminação
de líquido amarelo-escuro e pusteriormente se cobrem
por crosta córnea. Eczemas com formações córneas.
Calos e excrescências. Ulcerações planas, corrosivas
com bordas aftladas l]Ue coçam e ardem, podendo até
sangrar. (Clarke, Vijnovsky).
Segundo Cbrke, os grandes kcynotes desse medi-
camento são: em primeiro lugar a sensibilidade geral
ao ar, ao frio e J mudanças de temperarura e ainda
a sensibilidade ao toque, com sensibilidade dolorosa
das partes afetadas.
Rftnu1lculus bulbostls é a1l/:ilÚJtado por Brymia alba,
Camphm'a, P"lsatilla nigricam, Rhus toxicodendron. É
incompatível com Sulphur , Staphysagria, álcool, vinho,
vinagre. (Clarke).
Pode ser comparado com Phosphorus em re-
lação ao ardor e pressão nos globos oculares, à quei-
mação em pontos nas COStas e ao medo de fantasmJs,
onde os outrOS medos de Phosphorus, a sua compas-
sividade e ciclotimia podem fazer a diferenciação.
Acmit"m nappelus deve ser distinguido de Rftnunculus
bulbosus em relação a problemas por exposição ao
ar frio ou calor, e ao medo de fantasmas. Aconitum
se apresenta muito inquieto e com muito medo da
morre. Em relação à sensação de conrusão em todo o
corpo o principal diferencial é comArnicn I1wnta1la ,
que sente-se tão machucado que não permite que as
pessoas se aproximem e sua sensação de contusão é
tão intensa que a cama lhe parece extremamente dura,
por macia que seja. Os calos sensíveis com ardor e
queimação devem diferenciar Rft1lunculus bulbosus
com Saücilic acid"m. Bryorúa alba é um grande dife-
renciaI pois também piora ao toque e por movimen-
to, porém melhora por pressão e deitando sobre o
bdo dulorido. Rhlls to:cicodcndrm, também piora por
umid;lde e tcm po tempestuoso, é indicado em herpes-
zóster e está fJffiinto pela manhã, porém meUlora por
movimento. Pu/satilla nigricam tem ccfaleia explosi-
va, piora indo do ar frio para o quente e vice-versa,
pontos doloridos no peito após pneumonia, medo
de fantasmas, porém é um indivíduo extremamente
carente de afeto. As dores ao longo da borda interna
do omoplata esquerdo que se estende para o ângulo
inferior e através do peito à esquerda devem diferen-
ciar entre Rftnunculus bulbosus c Chellidorlium, sendo
este último relacionado a doenças hepáticas. Em
relação a ao herpes-zóster deve-se ainda diferenciar
com Arsc"ic",n album, que é um indivíduo inquieto
e com muito medo da morte e Mezereum que é um
indivíduo depressivo. Anúmonium c1,ud",n também
apresenta eczemas com crostas duras, mas apresenta
muitas calosidades nos pés. A insônia por dispneia
deve ser diferenciada_da que ocorre em Lnche.ris mutus,
sendo este um medicamento de pessoas ciumelltas,
loquazes, com tendência a intrigas.
Caso clínico
EAP, masculino, 51 anos, divorciado, advogado
apresentou-se à consuJta muito irritado, impaciente,
queixando-se do aparecimento há 3 dias de dor intensa
no lado esquerdo do tórax com erupção há 2 dias de
bolhas escuras. Referia dor ardente, com queimação
e às vezes pontadas que não permitiam que respirasse
profundamente, pois a dor piorava. Dormir tornara-
se impossível, pois não conseguia deitar sobre o lado
afetado e nem tampouco se virar na cama. Tentara sair
para o'abalhar, mas o tempo estava frio e garoando
e ao sair de casa as dores pioraram e sentiu como se
estivesse vestindo roupas molhadas no peito e preci-
sou voltar para demro de casa.
Ao exame Clúlico o paciente apresentava respi-
ração cuna, pulso acelerado. Na peJe evidenciava-se
na região anterior esquerdo do tórax, na altura de
CS-C6 seguindo trajeto em direção ao dorso placas
eritêmato-vesiculosas, com vesículas de conteúdo
escuro. O paciente não tolerava o toque nas lesões e
precisava ficar sentado quieto com o corpo inclinado
para frente. O diagnóstico foi de herpes-zóster.
lniciaJn1ente foram receitados Rhus toxicodC>l-
dron e Hypericum perforatum sem resposta em 24
horas. Pelas características gerais de piora com toque,
frio, umidade, movimento e pelo aspecto das lesões foi
receitado então Rft1lunculus bulbosus na CH 6 de hora
em hora até a melhora do quadso. Nas primeiras horas
o paciente já apresentou alguma melhora. Conseguiu
dormir um pouco à noite e no dia seguinte aS dores
melhoraram bastante. Foi então recomendado que
ingerisse o medicamento 3 vezes ao dia até o desapa-
recimento do quadro. O paciente retornou após 10
dias de tratamemo sem lesões e sem sintomas . .1\:10
apresentou, portanto a temida sequela do herpes-
zóster que é a nevralgia pós-herpética .
 Matén'a Médica H omeopática Interpretada

Rauwo/fia serpentina

Introdução de llipertensão leve e são de emprego terapêutico

limitado, considerando a complexidade da misrura
A RaulVolfia é uma planta muito usada na me- de alcaloides ptesentes nesse e,craro. (Blumenrhal,
di cina popul ar h.indu contra mordidas de serpentes, 1998). Os aJcaloides d a Rauwolfia são considerados
doenças mentais c epilepsia. Em 1931 Sean e Bose pu- como agentes anti-rupertensivos suplementares, e não
bliGlr:ill1 em um revista indiana o efeito da Rauwolfia são recomendados em geral na monoterapia inicial do
em tratamento de psicoses e hipertensão. M as o us o contro le da pressão sanguínea .
terapêutico da Rauwolfia na medicina tradicional em
larga esca.la foi iniciado somente após O isolamento Matéria Médica homeopática
da reserpina em 1952. A RaulI'olfia deve conter no
Características gerais
mínimo 1% de alcaloides totais, é quase inodoro e
possui sabor amargo. • Alrernância de exciração e depressão (La,;hesis).
A indústria farmacêutica também utiliza outras • Estado de apreensão, angústia, inquieulde an-
espécies de Rau wolfia como R. vomitoria Afz., da terior.
África (7 a 10% em a!caloides) e R tClmphylla L. • Não se interessa por nada, não co nsegue se
originária da América do Sul (ao norte) e da América concentrar em nada
Central. • Ideias de suicídio. Diminuição psíqui ca e física.
• Pele pálida suor colante com odor nas axilas, nas
Dados farmacológicos mãos e nos pés .
• Dificuldade para adormecer, permanece acorda-
A RaulVolfia é um alcaloide que foi o bjeto de es-
do durante l10ras, depois da meia no ite .
tudos clínicos c experimentais rend o com o propósiro
principal o isolamento do seu princípio ativo e uma
diminuição dos efeitos ( ,laterais e adversos da droga.
O principal uso da Reserpilla (principio ativos mais
esrudado da Ra!Hvolfia) esta ligado a pressão arterial
leve e moderada, ma.is usado em assoc iação com cUu-
tréticos para previnir a retenção de sódio e edema.
Juntamen te co m outras drogas, a reserpina inaugurou
a classe dos neurolépticos, medicamentos específicos
para psicoses agud as com agitação, gerando uma
revolução no tratamemo psiquiátrico.

Uso fitoterápico
Preparações farmacêutica s contendo o extrato
de Raltn70lfia têm sido preco nizadas no o·atamento
4 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
o Congestão cefálica, melhora ao ar fresco, com
ondas de caIor.
o Dores precordiais, de cãibras, irradiando-se para
o pescoço com vertigem extra-sístoles.
o )-: ,corrimento gota a gota após a micção no
homem.
o Sensação de cãibra, melhorJ ao ar fresco, ao ar
livre.
o Plenitude góstrica com pirose, flatulência, náu-
sea , gasc,~ Cotn mau odor.
Mentais
Depress;lo importante, com apatia, não se inte-
ressa por nada ou demora muito para se interessar por
aIgo. Está muito cansado para ser sociável, e se sente
melhor só. Tudo Ihe significa um esforço e o evita,
lento para agir e falar. É difícil para ele tomar decisões e
tem necessidade de ser a"imilado. Não tem vontade de
trabalhar. A depressão pode ser acompanhada de ansie-
dade e idcias ou tendências suicidas. As coisas parc'\:em
i.rreais; sonolento durante o dia. Está desesperadamente
cansado. AIterna fadiga física e mental com estados de
hiperexcitação com enrusiasmo apaixonado. Depressão
que melhora por exercícios violentos, um dos remédios
indicados para esquizofrenia
Mentalmente preguiçoso, lento; dificu.ldade
para se concentrar. Esquecido. Erra-se O uso das pa-
lavras ao ler e escrever. Esquece onde põe as coisas e
o que fez. Sentido obruso; atordoado.
AIucinações: acha que está sendo seguido, que
a.!guém entrou em sua casa, que há um enforcado no
ce1eiro.
Irritáve1, abmpto, mde com as pessoas.
Experimentação:
Instabilidade do dinamismo, com fase de
excitação empreendedora e eufórica ou ansiosa, e de
excitação sexua.!.
Em seguida depress:ío intelecrua.! com apatia
i.ndiferença astcnia e diminuição dos desejos l' da
potênCia seXUaIs.
Congestão arterial c vellosa, primeiro loca-
lizada (sistema porta, encéfa1ü ou mucosas nasais)
a seguir com perturbações respiratórias e cardíacas,
tendência a descolllpensação e a queda da pressão
arteria.!. Uricemia dores reurn.íricas e gotosas.
Congestão abdomina1 com dilatação e flatu-
lência.
Congestão abdominal:
o Congestão criln.ica do sistema porta.
o Lentidão digestiva.
o Abdome tenso e dilatado, com sintoma de ple-
nitude gástricas e abdominal, gJses numerosos
e fétidos.
o Dores abdominais.
o Tendência a diarréia com necessidade frequeme,
urgente e com esforço abdominal muitas vezes
eneficazes.
o Uma certa congestão geral pletórica sem hiper-
tensão muito acentuada.
o Agrava depois das refeições, das 18 às 20h.
o Melhora em issão de gases e e\·acuações.
Lombalgia congestiva:
o Dor lombar ou lombossacra;
• Dor surda ou crôn.ica, em um congestivo arte-
riovenoso geral ou abdominal pouco ou não
hipertenso.
o Sem flatulência sensível dos fatores atmosféricos
ou da umidade .
o Agravação: repouso, ao acordar, sentado. Pri-
meiros nlOVLmentos.
o Melhora com o movimento, mudanÇ<1 de posição
e pressão forte.
o Dores na crista ilíaca ou sacroiJíaca esquerdas.
Sistema cardiopulmonar pré-descompensado
oCongestão arterial e venosa, pletora.
oSente batimento cardíaco até l1a garganta,
paJpitações pelos esforços intensos e com batimento
irregulares quando deitado.
o Dores precordiais causadas pelos esforços, com
a sensação de consrriçãe; semelhante a um soco do
esterno até as costas ql1C "parece e desaparece bms-
camente, com sufocação.
o Redescompensação cardíaca.
o Dispneia de esforço.
o Palpitação de cor"ç:ío.
o Dores cardíacas ou torácicas (surdas ou cons-
trutivas) ao esforço.
o Agravação; esforço, calor, quarto quente e
não arejado.
o Mell10ra; ao ar livre e frio.
Reumáticos e gotosos uricêmicos
o Indivíduo congestivo, pictórico e pouco ou nii()
hipertenso. Uricemia.
o Dores articulares ou musculares crônicas ou
subagudas surdas ou lancinantes com rigidez.
o Sem influl'ncia sensível as variações do tempo ou
da umidade.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
4 1

o Fuga de qualquer esforço (passageiramente pelo

menos no inicio.
o Agrava: repouso, acordar, primeiros movimenros
o Fase de excitação empreendedores e eufórica com
(para as dores de membros inferiores) em pé.
melhora pelo exercícios violentos.
Das 18 às 20h e no calor (vermelhão e inchaço
o Agrava: calor.
das articulações nas manifesraçóes gorosas agu-
o Melhora: ar livre.
das e subagudas.
o Sintomas frequenres; congesrão cerebral, cefaleia
o Melhora por movimenro contÍnuo, pressão forte.
frontal com sonolência, angustia e apreensões.
o Localizações mais comW1S:
Lombos e região sacrilíaca. Quadril esquerdo. Indicações clinicas
Joelhos (sobretudo o esquerdo) panturriUlas.
o ArteUl0s grossos. Mãos e pés. o Angina de peiro.
o Colire.
Depressão com fase de excitação o Depressão cerebral.
decrescente o Gota.
o Hipertensão.
o Lumbago.
o Depressão cerebral e mental.
o Reumarismo.
o Dificuldade de concentração.
o Dispneia' de esforço.
o Obnubilação.
o Desejo de solidão. Diagnóstico diferencial (relações)
o Desinteresse por tudo.
o Nenhum gOSto ou imeresse pelo trabalho (lima Aesculus hipp., Cnlchicum, Rhus tox.(goras e reu-
cerra irrirabilidade). matismo); Digitalis, Glonoinum (perturbações circu-
o Hiporcnsão arterial ou baixa da P.A. larórias); Carbo veg., Nux vam., Sulphur (pertUrbações
o Asrenia ou facligabilidade física. digestivas) ; Lachesis, Aurum, Sulphur, Pho,phorus
o Lentidão. (pertUrbações cardiopulmonar).
 92 Carlos Brvn;ni, Mario Giorgi & Colabs.

Rhus. toxicodendrOll

Rhus toxicodendron é uma trepadeira, da família úmido, o que nos chama atenção, pois o indivíduo
das Anacardiáceas, originária da América do Norte. Rhus tox, relata que se sente melhor em presença de
Esta planta tem prefetência por viver em bosques com cuma seco e calor.
umidade, podendo alcançar alguns metrOS de altura, As dores que afetam o indivíduo também são
por isso, acaba se misturando às copas de Outras ár- ainda mais notáveis, pois a ação de Rhus tox se dirige
VOres. Têm folhas de cor verde pálido, denteadas, e principalmente para tecidos fibrosos, tendóes, faciais,
nelas encontramos boa quantidade de óleo marrom- bainhas nervosas e provavelmente tecidos musculares.
amarelado, com cheiro cáustico e penetrante, sendo São dores tão fortes que ao paciente é como se lhe
seu princípio ativo conhecido como urushiol. Com tivessem arrancado um músculo de sua inserção ou
essas folhas se produz a tintura-mãe de onde partimos como se estivessem raspando o periósteo.
para as diversas dinamizações usadas no tratamento Não podemos falar de Rh1ls tox sem o associir-
homeopático. mos ao indivíduo muito agitado, inquieto, que se
Falando ainda um pouco mais sobre este vege- movimenta constantemente com a intenção de aliviar
tal, podemos dizer que seu crescimento é noturno suas dores e seus sofrimentos.
e, portanto, sua toxidade aumenta durante a noite e Rhus tox sofre a "CULPA" de ter feito algo muito
diminui sob a ação do sol. errado ou de ter comet;ido um crime, o qual lhe acar-
Na verdade, só encontramos referência dando retou ter perdido a peifeição. É essa culpa que gera
valor à Rhus tox na homeopatia, pois a alopatia quase uma ansiedade muitO grande e também a sensação de
sempre só comenta sua toxidade e o que isso pode
causar, ou então, meio como folclore, conta-nos
sobre indígenas americanos que se utilizavam desta
planta pata prevenir doenças coronárias, câncer,
infecçóes, etc.
Dos efeitOs tóxicos, os mais conhecidos são
os que surgem sobre a pele: primeitamente ptOduz
rubor e ardor na superfície, a qual logo se torna
tumefata e recoberta por vesículas, fenômenos que
são acompanhados por um prurido quase intolerável.
Ao mesmo tempo que ocorre a irritação cutânea,
podemos ter ainda inflamação das membranas mu-
cosas do tubo digestivo com irritação e vermelhidão
na boca e na garganta, náuseas, vômitos, gastrite,
diarréia e tosse irritativa.
Para que ocorra essa irritação cutânea é neces-
sário que a pele esteja úmida ou sob ação de clima
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
que pela ocorrência de uma desgraça ou de algo muito
danoso de que será vítima, pagClrá pelo seu grave erro.
Na Matéria Médica de Hering, enCOntramos:
"Sente inquietude e onsiedade ao redor do co-
ração como se ele houvesse cometido um crime ou
como se estivesse pensando acerca de uma terrível
calamidade emi nente".
Assim como encontramos nas Matérias Médicas
relatos de que Rhus tox está constantemente inquieto,
ansioso, triste, chora com facilidade e sem morivo,
não conseguindo se livrar de pensamentos tristes e
desagradáveis, imagina que as pessoas o culpem ou
censurem e por isso prcfüe estar só.
Destacamos da M. M. de HAHNEMANN:
"Não pode se desembaraçar de seus pensamentos
desagradáveis, está indiJ1Jdo a chorar, melancólico, ir-
ritado com seus pensamentos ou por coisas mú-umas".
Assim como a planta, que sendo uma trepadei-
ra, vai subindo indefmidamente pela vida afora, este
indivíduo também se entrega totalmente ao rrabalho
para com isso também subir na vida e ficar a salvo da
ocorrência de um infortúnio que tanto reme. Trabalha
com obstinação e dedicação; age apressadamente para
gon har do relógio e, assim, cumprir o maior número
de tarefas possível; quer ter tudo sob seu conttole; não
se contenta em ouvir notícias; vai atrás para conferir ;
e é por isso que alguns autores o rotulam como sendo
um supervisor ou um gerente, mesmo que se trate da
vida em família o qual ele preza muito, quer ter seu
total controle e a certo,,! de que tudo anda muito bem
Tem muita insônia, normalmente até às 3:00 da
madrugada, se vira muito na cama, de um lado para
ourro, tentando achar uma posição que lhe favoreça
o sono, o que faz surgir uma desagradável sensação
de calor pelo corpo.
Quando consegue dormir seu sono é agitado,
sonha com as coisas que tá ou pensou fozer durante
o dia, e ainda com ações que lhe exigem muito esforço
físico como nadar, remar, escalar montanhas ou que
o mundo está pegando fogo .
Matéria Médica Pura Hahnemann
"Está impaciente, com desejo de realizar vá rias
tarefas. A noite, fala em sonho sobre suas tarefas e
emenda uma coisa n a outra.
É muito desconfiado. Está semp re mal-humo-
rado e irritado.
"Pareci" estar desconftada (receosa) e não de-
sejava ver nada, imagina que as pessoas a culpem. "
493
T em a sensação de que ouve ruídos, o que atra-
palha a sua concentração, tem a memória obtusa e
a impressão de que alguém o segue. Teme ser enve-
nenado, pensa que um inimigo deseja envenená-lo.
Imagina-se como um vagabundo que vagueia
pelos campos, o que dá mais força a sua culpa e o faz
querer trabalhar ainda mais. AssLUne muitas tarefas,
mas fICa sem concluí-las.
Fica enfadado rapidamente por mínimas coisas
que, somando-se aos maus pensamentos dos quais não
se livra, o tornam ainda mais angustiado, melancólico,
cada vez mais triste, não deseja ver ninguém e procura
a solidão, fica indiferente às componhias, fala pouco
e toda ocupação se torna desagradável.
Sente um desalento muito grande pela vida.
Tudo aquilo que se pass a com Rhus tox fica ainda
pior ao crepúsculo e à noite, chegando a ter, cansaço
da vid a, depressão e abati.mento, podendo pensar em
suicidar-se afogando-se. "Sente grande desalento com
prostração, inclinação a chorar, especia.lmenre à noite,
tristeza como se estivesse cansado da vida e com isso
tem mais desejos de morrer.
Sintomas gerais
Assim como a planta tem sua toxidade au.menta-
da com o clima úmido em Rhus tox ocorre agravação
ou aparição de sintomas através de todas as formas de
frio , especialmente o frio úmido: um banho frio, ar
frio, esfriar a.lguma parte do corpo, tocar coisas frias ,
bebidas c alimentos frios, dima úmido e chuvoso E
como também a planta diminui sua toxidade em clima
seco e quente, Rhus tox melhora nesse cl.ima e também
com bebidas e apLicações quentes.
Esforços físicos não habituais -levantar peso ou
esticar-se alcançar a.lgo-, também podem desencadear
sintomas físicos em Rhw tox, os quais se expressam
pelas dores que comumente vêm acompanhadas de
rigidez.
Diagnóstico clínico
Cabeça: tem vertigem ao se levantar, cabeça pe-
sada, sente o cérebro solto como que batendo contra
o crânio, eru pções úmidas no couro ca beludo, com
prurido intenso.
Olhos: inchados, vermelhos edematosos, celulite
orbital , inflamações pustulosas, fotofobia.
Ouvidos: dor com a sensação de que há algo
dentro dos ouvidos, otorreia sanguinolenta.
Na.J:iz: espirros, coriza por molliar-se , ponta do
nariz vermelha e dolorida.
 9 Garlos Brunini. Mario Giorgi & Cofabs.
Boca: sente os dentes soltos e compridos, gen-
givas doloridas, língua inchada . saburrosa e espaço
triangular vermellio na ponta. Gosto amargo.
ATM: articulação tem poro-mandibular - estala
ao mastigar e a mandíbula tem muita facilidade em
se deslocar.
Garganta: dolorida com hipertrofia g;1nglionar,
dificuldade para engolir, paratiolire do lado esquerdo.
Abdômen: dores \-iolentas, melhora ao deitar-se
de bruços, CÓUc..1S, gases, diarreias conl sangue, catar-
ro, tàes com odor cadavérico e eSpLUTIantes.
Aparelho Urinário: urina escura, turva com
sedimento branco e perda de sangue
Genital Masculino inchaço na glande e no
prepúcio, erisipela vermelho escuro, escroto inchado
e comprurido.
Genital Feminino menstruação precoce, profusa
e prolongada.
Aparelho Respiratório: tOsse seca que aparece
no meio da noite até o amanhecer, durante calafrio,
quando esfria O corpo, rouquidão por usar demais
a voz.
Extremidades: inchaço quente e doloroso nas
jllntas, dores dilacerantes em tendões , ligamentos e
facia,is, dores reumáticas irradiantes na nuca e nas
costas . Dores ciáticas pelo tempo e frio úmido à noi-
te. Membros rígidos, paralisados. Não tolera ar frio.
Diagnóstico diferencial
Nash considerou que, além de RJms tox existem
outros dois medicamentos também muito agitados
que ,ãoArsenicumalbum e Aconitum, e os chama de
trio da agitação. Vamos frisar aqui suas principais
semelhanças e diferenças:
Rhus tox e Asrsenicum tem insônia até às três ho-
ras da manhã, se viram na cama, se levantam, porém
Asrsenicum fica pensando em doenças e desgraças,
enquanto Rhus tox tem pensamentos tristes. Ambos
têm agravação ao creplÍsculo e ao anoitecer, também
choram e são considerados covardes. São bastante tra-
balhadores, masAsrsenicum é organizado, meticuloso
detaJhjsta e pontual, enquanto Rhus tox é apressado
quer tudo ao seu rimlo, quer fazer muita coisa mas
pode não fazer nada . Por isso inspeciona o serviço
dos outros é mais fácil organizar as coisas exteriores
do que se universo interior.
Adquirir posse, bens, é muito importante para
ambos mas em Rhus tox é para se precaver e se sentir
a salvo de lUTI infortúnio, enquantO Arsenic..m quer
tanto que pode até ser corrupto e desonesto.
Enquanto, Arsenicum procura companhia Rhus
tox busca ficar só.
EmAconit"m e Rhus to.v; encontramos a agitação
e sensibilidade à friagem. mas a semelhan~;l termina ai,
Acon;utm pensa na morte em suas previsões. Já que
é clarividente, teme morrer e por isso se agita, vive
ansioso assustado, está..,m constante estado de alerta,
sempre sobressaltado, enquanto que Rhus to.v; trabalha
muito lura, se "sforça para atingir lUTIa situação que o
ponha a salvo seu desamparo, Slla solidão, sua culpa,
sua ansiedade, seu temor da mOrte c do infortúnio,
onde possa estar tranquilo para então poder ficar sem
ter que mover-se consrantemente.
Dinâmica Miasmática
Pré-psora - Tinha a perfeição.
PSORA: Sente muita culpa como se tivesse
cometido um crime ou feitO algo muito errado e que
callsou a perda da perfei~:ío.
Inquieto, ansioso, triste, chora sem motivo,
reme o infortúnio, imagina que o culpam, sonhos
primários, sonhos com atividades que pedem muito
esforço, insônia, sono agitado, deseja solidão.
SICOSE: desconfiado, impaciente , quer fazer
várias tarcElS ao mesmo tempo, quer tudo e todos
no seu rirmo rápido, irritável, mal-hlUTIorado, me-
mória obtusa, cheio de maus pensamentos. Procura
perfeição nos outrOS e )las coisas, pois psuricamente
perdeu a sua.
Graças a isto é considerado o "supervisor' da
Matéria Médica. Inspeciona, gcrcncia, tudo equivoca-
damente; está buscando no outro aquilo que perdeu
dentro de si mesmo.
SÍFILIS: melancolia, angústia, não guer ver
ninguém; mente embotada; ausência de ideias; COn-
fusão mental; mcmóri" fr;1Ca; deseja solid50; cansaço
da vida; depressão. pensa em suicídio afogando-,<e.
Caso clínico
J. G. F. 48 anos, sexo masclllino Empresário,
23/9/90
Queixa principal: "dor facial ou no pescoço,
quando abro e fecho a boca, sinto que a minha articu-
lação esrala, parece que fica meio fora de lugar. Tenho
também dores d.e cabeça leycs mas persistentes, às
vezes também tenho dor e zlUTIbido nos ouvidos com
 Matéria M~djC8
a sensação de que meu ouvido está tapado . Depois de
mastigar, durante as refeições parece que meu rosto
está cansado, vivo muito tenso, acho que fico com os
músculos muito contraídos."
Antecedentes pessoais: "tenho um pouco de ir-
ritação gástrica, sinto às vezes dor de estômago e azia."
Antecedentes familiares: " tivemos casos de
enfarte e derrame."
Sou uma pessoa bastante atarefada e fico muito
preocupado com n,do aquilo que envolve minha
indústria e minha família, minha vida, enflffi. Sabe,
em cada seção da minha f,rma eu tenho uma pessoa
de minha confiança, mas, mesmO assim, eu gosto de
dar uma passadinha por lá, meio de surpresa, para
ver se está rudo andando mesmo. Não consigo viver
só de noticias.
Em minha casa as coisas estão bem, lógico que
tem sempre algtlffi probleminha, minha fUha mais
velha está com 15 anos e começando a sair sozinha,
a namorar e nos dias de hoje não dá para a gente
mandar o irmãozinho atrás. Ficar em casa, esperando
e imaginando o que está acontecendo é llffia dureza.
Às vezes eu tento ir atrás ou saber onde vai, O que
faz, coisas assim.
Eu gostO mesmo quando, nos fins de semana,
consigo retmir todos. família, amigos meus, dos meus
filhos, para um churrasquinho no sírio, aí eu fico mais
tranquilo. Sempre que posso arrumo um pretexto
e organiro rudo; como não gosto de carne, minha
mulher sempre tem outra coisa prepatada para mim.
Para que eu possa sempre fazer essas reuniões,
ter uma vida com mais status, preciso trabalhar mui-
to, ganhar muito clinheiro e é o que estou sempre
procurando fazer, trabalhar muito, para ganhar mais
e melhorar sempre.
Às vezes acho que devia trabalhar de modo dife-
rente, pôr a mão na massa, mas é muita coisa, não dá.
A gente não sabe o clia de amanhã não sabe O que nos
espera. Por isso também sou bastante religioso, rero
muito. É preciso estar prevenido para as coisas mate-
riais e espirituais, a gente não sabe o que está por vir.
Eu acho que sou assim, também, porque as coisas
ruins que já me aconteceram na vida, não me saem do
pensamento. Estou sempre lembrando rudo.
Do que eu estava falando?
Tenho llffia memória péssima, sempre me es-
quecendo do que estou falando, onde deixei alguma
coisa, é um horror.
Das coisas espirituais, ah , sim.
Homeopátjca Interpretada
95
Medos?
"Tenho muito medo de ficar pobre, de perder
minhas concliç&s, tenho medo de ver espíritos, me
sinto má. Também tenho um pouco de medo de
esrar em lugares públicos com muita gente, fico pre-
ocupado, é tanta história de sequestro, roubos essas
siruações são um pr..o cheio para isso."
Sonhos?
"Durmo mal, meu sono é muito agitado, nunca
acho posição. Se sonho, sonho com coisas do meu
clia-a-clia ou então que faço alguma coisa muito des-
gastante, cansativa. Por exemplo, se sonho com uma
viagem, ela é longa difícil , não acaba mais, muito
cansativa. Meus sonhos são muito marcantes parece
que estão acontecendo mesmo.
Tenho muita sede: como bem, mas não gostO
de carne e massas; tomO muito leite - adoro, desde
criança -, não bebo álcool (é perigoso, pode nos dei-
xar fora do controle da situação) e não suporto café.
Tenho problemas com meu intestino e fi co
muito irritado antes de ir ao banheiro."
Exame clínico:
Não foi encontrado nada cligno de nOra na análise
oclusal, não foi observado nenhuma premaruridade
oclusa!, nem presença dernorclida aberta, que poderiam
ser fatores desencadeanres do problema.
Foi pesquisado se havia hábitos de postura
briquismo, sucção d~ ' língua ou lábio e nada foi
constatado.
Feira a palpação dos músculos cliretarnente envol-
vidos na mastigação notou-se grande tensão muscular.
Para alívio rápido das dores do paciente foi
confeccionada uma placa de proteção anterior como
tratamento paliativo e o paciente meclicado com Rhus
tax CH30.
Pelos sintomas já descritos neste capítulo, fica
fácil de compreender o porquê da escolha deste me-
clicamento. Sua evolução foi boa, relatou estar melhor
também do ponto de vista emocional. menos nervoso,
menos chato e dormindo melhor.
Recomendei-lhe um colega méclico homeopata,
para uma revisão geral. Depois conversando sobre o
diagnóstico com o paciente, meu colega homeopata,
contou-me que após uma tomada de caso, deu-lhe
um Rhus tox CH 200.
Avaliamos o caso em seu retorno andou muito
bem em sua totalidade.
4 Garlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
"Era uma vez Rhustinha."
Rhustinha era uma garotinha muito desconfiada.
Supervisionava, controlava tudo: o almoço, as com-
pras do supermercado, os preparativos para a festa,
as malas da viagem, etc.
Não se conformava com informações de que
tudo estava em ordem; fiscalizava, conferia de perto.
Realmente bisbilhoteira. Não tinha parada.
Nem mesmo doente, ficava em repouso.
E sofria, a pobrezinha: uma corrente de ar, um
banho de frio, uma parte do corpo decoberta durante
à noite, o tempo úmido e chuvoso eranl sufi cientes
para que eb adoecesse. Mas , de forma alguma ficava
na cama. Precisava movimentar-se, caminhar para se
sentir melhor.
Quando não sofria com o frio e a umidade,
desesperava-se com a coceira e as bolhas no corpo.
Até Herpes apresentava.
Durante o dia, conseguia se manter mais anima-
da. Porém, o crepúsculo e a noite descompensavam-
na. Ficava triste, não queria companhia, nem mesmo
que lhe falassem; chorava facilmente. Tinha medo:
medo de que alguma desgraça pudesse ocorrer.
A jovem Rhustinha foi para a escola. Mas, que
transtorno. Não conseguia se concentrar, tinha di-
ficuldade para pensar e entender, esquecia lerras ou
palavras ao escrever. Completamente embotada.
Na educação física, então, era lun desastre: difi-
cilmente concluía uma aula.
Ora sofria um entorce, ora uma IlLxação. Sempre
estava fora das competições.
Que angústia, que inquietação o crepúsculo lhe
prop~rCJonava.
A noite sentia-se triste, ansiosa; rodos os seus
sintomas pioravam. Chorava sem saber porquê. Pre-
cisava caminhar para obter cerro alívio.
Devido ao desgaste e esgotamemo que o traba-
lho intelectual lhe causavam, oprou pela tarefa do lar.
Casou e não teve problemas para coordenar O trabalho
doméstico; seu estágio como 'gereminha' na imancia,
rendeu-lhe uma boa experiência. Emretanto, esforços
exagerados, especialmeme por levantar coisas pesadas
Ou por esticar-se muiro para alcançar algo que estava
no alto, eram-lhe danosos. Nem pensar em cama ou
repouso; piorava.
Após um dia muito atarefado, seria de ser es-
perar uma noite repousante, relaxante. Mas, para D.
Rhustinha a noite era repleta de inquietude, tristeza e
angústia, como se fora suceder um infortúnio. Tinha
insônia até meia-noite; não conseguia permanecer
na cama.
Depois, O SONO era inquieto, com ideias e
pensamemos desagradáveis.
SONHAVA com fogo, que o mundo tinha sido
consumido pelo fogo; com coisas pensadas e reali-
zadas no dia anterior; com exercícios físicos; com
projetos; assaSUlatos; vozes; e que vagava por campos.
A Sra. RhUSt está cansada. A noite lhe é penosa,
agitada; o SONO, nãc..reparador.
Acorda fatigada, mal-humorada.
O reumatismo não lhe permite repousar. Suas
DORES são caprichosas: precisa movimentar-se, mu-
dar de posição para obter alívio por um curto período.
Após o repouso é obrigada a mover-se novamente
uma vez que as dores aumentam. Tudo se agrava
à noite. Além dos padecimentos físicos, sente uma
ansiedade inexpressável, compreessão no coração.
Sente desgosto pela vida. Pensa cm suicídio, deseja
afogar-se. Mas, teme a morte; teme Ser envenenada.
Caso clinico veterinário
Kelvin é um Beagle com 8 anOS de idade, sua
visita ao consultório foi motivada pelo fato de cons-
tantemente ter no pescoço gânglios hipertrofiados. E
apesar das frequentes antibióticoterapias o problema
rerorna. A etiologia do processo nunca foi esclarecida,
apesar de constantes estudos hematológicos sempre
foi dito ao proprietário que era uma ''virose''. As pes-
quisas para ruberculose, brucelose canina e quaisquer
outros exames voltaram na normalidade. As alterações
no hemograma eram sempre discretas se comparadas
ao volume dos gânglios.
A homeopatia foi procurada como último re-
curso.
Sobre a doença física de Kelvin, existianl algumas
regras fixas:
a) lnicialmeme antes do processo iniciar, ele ficava
muito mais agitado.
b) Os gânglios sempre inchavam do lado esquerdo,
desinchavam (sem ou apesar do tratamento) e
o processo repetia do lado direito.
c) Ocorria uma febre durante o processo de
aproximadameme 39,5° C, que não o impedia,
porém, de comer ou realizar atividades.
d) Quando tomava os antibióticos, apresemava
vômitos, d.iacrêia preta e perdia o apetite,
quando O trataram para experimemar, não ficou
incomodado com o processo, só incomoda e
muito, por sua agitação e aspecto.
e) A um leve toque sentia dor e os gânglios esta-
vam firmes.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Sobre o Kelvin soubemos que era de "poucos
amigos", não mordia as pessoas, apenas as evitava.
Na rua anda um pouco e pede colo, fàto que
ocorre tan1bém em casa se há visitas.
Seus medos não foram muito definidos, apenas
a sua inquietude. Se está bem de saúde é muito calmo
durante o dia, ficando agitado à noite.
Quando dorme durante o dia, o faz tranquila-
mente, porém à noite muda constantemente de lugar,
deita pela casa toda e quando deitado muda a posição
com frequência.
Fato que ocorre durante o dia, apenas na febre.
Outro fato que o diferencia muito é que saliva
muito à noite, deixando a cama molhada.
Repertorizando
1) Alzado, elevado (pede colo) 4,1
2) Inquietude durante o calor febril 54,2
3) lnquietude, na cama, quer ir de uma canu à
outra 54,2
7
4) Inquietude, que o impulsiona fora da cama
54,2
5) Inchaço gânglios cervicais 314,3
6) Salivação à noite 285,3
7) Dolorosa, inchação de gânglios 841,1
8) Dura, inchação gânglios 841,1
9) Lado esquerdo, logo direito 843,1
.
Ao tomar Rhus toxicodendron o gânglio abscedou
pela primeira vez. Após 60 dias o processo retornou
mais brando, foi medicado com Rhus toxicodendron
CH 200, dose única.
Novamente o gânglio abcedou e desde então
não mais efetua o seu ciclo que tanto o caracterizava.
Alega o proprietário que Kelvin dorme muito me-
lhor, está mais sociável com as pessoas e nW1Ca mais
salivou à noite.
Ao proprietário, eu sempre digo que a doença
de Kelvin tem um nome: Rhus toxicodendron.
4 Carlos Brunllli, Mario Giorgi & Colabs.

Rufa graveolens

Este medicamento ten1 aplicação em casos de

A grande invejosa da Matéria
abo n o, uma vez que rem poderes popularmente co-
Médica
nhecidos como abortivo I
TOXICOLOGIA: O envenenamento por al-
tas doses de arruda e acarreta na pele, uma violenta
irriraçao. Internamente inflamação de Jllu cosagastro- VIJNOVSKY- es terilidade, menstrnações irre-
intestinal, e uma irritação espasmódica do útero (de- gulares e muito curtas, precedidas de Ieucorreia cor-
vido a isso tem propriedades abortivas, popularmente rosiva. Metrorragia, prurido vulvovaginaJ, com lábios
conhecidas ) . vulvares inchados, dores qne puxam para baixo no
Potente veneno! Portanto potente medica- útero (Lilium tigrinum, Sepia, Pulsatilla), contrações
lnento! débós durante o parto.
Conhecida desde a Grécia Antiga como compo-
nente de um antigo antídoto, chamado mitrídate. Na Entendendo o medicamento
época da peste negra era conhecida pelos saqueadores
Homeopaticamente fal ando, através das dinami -
que roubavam as vítimas da peste untadas COJll o vina-
zações hahnemaniannas, entende-se como excelente
gre dos quatro ladrões. D evido a sua importância foi
escolhida como o símbo lo da ORDEM DO CARDO medicamento para proc e~sos oftálmicos (conjuntiva
ESCOCESA. O desenho do naipe de paus do baralho inflamada com edema), tendões, abo rtamentos. Seu
foi inspirado numa arruda. mental está relaciçlllado com O sentimento de inveja
LATHOUD: É uma planta herbácea da família (olho Grande), e o compo rtamento do invejoso .
~as rutáceas, qu e cresce no sul da Euro pa e norte da "COINCIDENTEMENTE"- Mlta tem uma predo-
Arrica. minância por sintomas oftálmicos, ou seja seu pOnto
É cultivada em ja rdins, mas é a Ruta selvagem
a mais ativa e a única empregad a na preparação do
remédio. Tem odor forre, fétido, penetrante e carac-
terístico.
LATIIOUD: Aplicad a em estado fresco sobre
a pele, Mlta graveolens é um irritante poderoso, de-
terminando irritação com vermelhid ão, tumefação
com inchaço. Em doses ponderais (não homeopáticas
portanto), inflama a mucosa do estômago e duodeno,
produz narcose com agitação e exc itação nervosa. Se
for uma gestante que a absorver (o que é comum,
na tenta ti va de abortar o fero) leva a irritação espas-
módica do útero que começa com contrações para
expulsar o feto.
 flAaféna Módica
fraco ~s tá n() olho c na 'lia vi.ão lli..turcid.1 do l" llOdo.
Sua ó tica esta comproJ11.:tid.l.
A ssim :
C.libras nas pá lpebras inferiores (UR)
' rCI1iião nos olh os
Dor ardente, plln~nte , mordeme, como bola>
tk fogo (UR J- (mdo aqu ilo qlle pas.'a pelo logo nOio
pode co nsegue continuar o mesmo),
f otoll1.lIua/ ParaJisü ciliar/ Pruri du murdente
por e<fi-egar os olhos (U R) .
R.e pertó riD Lince, c<>brc -t,39% cios sintomas do
capítulo olho dn repcltórin ,
En Jnciga de g r~nde., virrutics " dlamad. lle:
E n 'a da grap
Erva dn arrependimento
E rva," nt<1 - Leollflrrio da Villá, AJJcbellllllf~lo e
Sóe'-/lu$ f.lziam li " ) do chá de Jrruda para .Ul lpliJr a
visão.
As pe~soa., qUê aclocccm nura, tem como traço)
marcante de seu mia.slna unl eXJgtT.ldo ~cn ti nle nt()
de inveja e cobiça. A..ssi m olham com lD.l u' Oll10S
(popularmente: olho g ordo, mau olhrulu ), desejam o
mal e se " ;;0 con,eguem o objeto "" destroem.
Sabel)}os quc a inveja f'az parte da h Wl1.l/lidadt,
maS t.Hl1lkm destrui "-, pc~sC) as, o im j' 5U fuz. nu i,
mala si q ue ao outro, pois c:~ re rniasma o corrompe c
corru i suas ~ntral1h J> (psicosw 11l,\rico) , U m sinto mJ
aparentemente paradox'll e ao mesmo tempo r.l O
est ranho e pec\lliar é a foromania, poi., o es perado
é que os indivíduos que e,t,to .ldoccidos nos olhos
tenham J\crs3o ;1 t:>;tÍmn!()s lunlinosos ( tot(')fobi~l )
entretanto nos,", invejosa armda, bUSC.l a luz,
Seria uma tentativa de fugir das trevas?
Um conto ilustrativo
"Conta-se sobre do is homens, um q\le cobiçava
e outro que invejava"", O que cobiçava vivia a recla-
mar : "Veja quão nlllnfga é a obm do criador, Faz C01ll
que os "'&I'cado ,.c_,uno ubteJlham .rcu mento: por IjlJ e sou
pObl'c C/Iqullllto aqllr/, homem, 'H'''' illimigo (' vizj"ho i
rico?)) O que in vcj.lva im pJorav.l: (~~tr'.,IO. não escutes
S1IM patmwa" , lIãv lhe permitas tornar-se tlm pri"úpe
entre os seus. D cL't:a-me 1H(}Y?'cr se elf al1"iqucar... I) Certa
vez um anjo lhes apareceu no dest:fto e os chamnll,
dizendo: "Eis que uUl'iram-se scus lamwtos c p,'ects, FI!
vim realizar seus pedidos e isto i o que lhes oftrcfo: Vocês
poderão pedir Oque os scm corações desejarem, ql<t lhes
serri i/JIcdiattl1llC1llc cDilccdiCÚJ.
O CÚJbro desse pedido, no ",tanto smí dndo ao outro,
Este é IIO$.fO acordo f mio m-a piolado, ,. Aquele q Ul' co-
Homeop~tic8 Jnterprelad<1
4
biç.va, so nhando com o pedido duplo, d bse: "VOCI
p~deprimeiro, " O in vej o~o reagiu: " ,lJ1)lO pilHO pedir
algo se ao filiai voe~ tI1ml,;,-ri IIIIlÍJ forte ou 1';1'0 do que
eu?" O~ dois começaram a bl;gar até 'lue o invejoso
t'xd~unou : "DcusJ!a z a teu Sl TjlO O l~evcrso de tua bOl'ufa-
de! Cega-me de "111 de 1I1eus olhos e meu i"úuigo, pmTn1JtO
dois. Anestesia uma de milllms n/lío.f c duplú:n a medida
para 1111''11 inimigo," As~itl1 foi feito e us dois, cegos e
ir\Vilido~ pennaneccr;un pateticamente como exemplo
de vcx,lIne e desgraça,"
O adoece r de R1Ita, permite a lapida,ao de scu
fel, sell '\l1la rgo interior, d.lndo a ela poo;sibiliilil<k
de tcr um wl-dadciro llJscimento para o diviuo, Em
rehlçJo .1 afero,<, Ruta ni o anu d",ejn,
Os sintomas: R.cb'urgita~:ío, Qllci m3ç~o, lias-
tl~L1Igj,\ Lorrosiv(l . l": ri o e nul bt"1ar no e.~tom i'\go,
Rep r<O'lent.lIl1 ~ diticllldadc de nut"
de ''- prt
scntl' .Ir afctivamcntc, tnl1 LO que melllOfa <:CIOIt'ntlo.
Sim bolicJlllcnrc au vomitar vc:m lel, l'XpfJc (> 'Cll
conteúdo ai'etivo.
D o ponto de visra p"ico,somJtico, .l 'luc i nl"ç~"
do estÔm ago incli J que n JliJ11 ~ntl> t rido comn de<. -
p rnzer, assim ""tC alim.:nto que deveria [na funç~o de
SLL'leI1!O e pnll.cr, IC tTanstorm:1 em portauor da do r
c cios \'ún liw~,
Inveja &. .u.,; ti lh..,;: ~r;ln _1nc i a inh,;a, <idm ,
apatia, dc~uu ividadc e tr1 ~tna pela pro'p"mlade do
ourro o u .llcgri:l pel,l dcsJVCnç,l, assim emcnclemm
comu geradora d.! :ltua]n lente: tão Jj,cur.ida D 1:.PRES ·
SÃO , 12% dos acidente, coronarianos ocorrem ",m
indivíd uos deprimidos,
Re penórlo :
"" Dores no pc it u Com sC"'.Ição de ['olluda tOS -
, indo,
"" Pontada no peito subindo deg rau
~ Pomada em rcg iio da .nua esquerda ,10 in1pirM
"" Scns:tçlÍO de pontada no externo,
"" Or.llg ia como se fincassem um pan no 'CII
ouvido.
"" Dor na orelha e nm mastc>ides como por um;!
batida,
"" Dures mo rdenr s nus osws elos pé.> que n~,n
pcnn itcm que caminhe no:r.n tiqu e .:m pC. I'e.'
frios '1ue piora aO cami nhar.
"" R.igidez paLllícica dos punh os to mol.dus.
"" Aborto c contraçúes ddJCis durante o parto,
Bíblia e a Homeopatia
c
"O coraçã() tLlnql1 i lo a vida da carne, mas ..l
inve ja é a podridão dos ossos".
 Carlos Bruníni, Mario Giorgi & Colabs.
Provérbios 14: 30
"São os olhos a Lâmpada do corpo. Se os teus
olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;
Se porém os teus olhos forem maus, todo o teu corpo
estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há
sejam trevas, que grandes trevas serão!"
(Matem 6: 22,23)
Sua visão rurva relaciona-se com sua ideia dis-
torcida da vida: olhar mau ou o mal olhaM. O olhar
de &ta é o olhar de seu EU interior, que como a
medusa destrói e mutila o objeto desejado.
Um sintoma peculiar de &ta é cãibra na língua,
espasmo da língua com difIculdade de falar.
Sintomatologia
1- Vertigem quando se levanta pela manhã, sen-
tado ou caminhando ao ar livre, rudo gira ao
seu redor em círculos.
2- Cefaleia como se houvesse um prego, cefaleia
ao ingerir bebidas alcoólicas, cefaleia por calor
na cabeça (cabeça quente). Dor de cabeça como
por golpes ou quedas. A dor de cabeça piora
com a menstruação
3 - Nódulos e abscessos de couro cabeludo, dor
escoriante ao tocá-los. Úlcera no couro cabe-
ludo e prurido.
4- Convulsões
Homeopatia & pediatria
No adultos é muito difíci.l confessar a inveja,
há até quem diga que tem inveja no bom sentido, com
crianças isso é menos camuflado.
A destrutividade dos brinquedos do coleguinha
ou mesmo quando es.traga a bicicleta do irmão. Aqui
normalmente encontramos O binômio, inveja e cobiça.
Seu conteúdo destrutivo é muito forte, e a agres-
sividade é voltada para o outro, deseja rudo dos outro
e quando não consegue destrói. Medicamento para
conjuntivites, equimoses, entorses, descolamentos
articulares (lembra aqui Arnica a diferença é pelo
mental), ptolapso de reto (mucosa do ânus sai pára
fora por falta de tônus), o que nos dá indicativos de
sua fragilidade.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - tais animais são insatisfeitos,
irritados irascível, com espírito de contradição,
desespeto e tédio, agravam no tempo úmido e por
esforço físico, adoecem em tecidos tenclinosos, fIbras,
tendões e transtornos periósteos por traumatis-
mos, nódulos traumáticos, hipotonia de membros.
Inflamações oculares agudas como conjuntivites e
crônicas como estrabismos e paralisias de grupos da
musculatura oftálmica:· Pensar em &ta para fêmeas
que abortam, pós crises de ciúmes (inveja) como a
vinda de um novo animal para a casa ou mesmo fIlho
do proprietário.
Curiosidades: se!lS ramos frescos são colocados
nos locais infestados por ratos. O cheiro da erva é
insuportável para roedores que fogem, importante
lembrar que a figura do rato, personifica doenças,.
demônios, bruxas, duendes e peste. Clísteres de
cozimento das folhas ajudam a combater os vermes
intestinais, afugenta lombrigas misturando seu chá
com azeite,
Comoate a sarna com algodão embebido em
infusão de arruda.
Vinte gramas de &ta em 1 litro de água mata
piolhos.
Seu cataplasma drena pús do carnegão (absces-
so), colocando a podridão para fora.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
1

Sarsaparilha

SARSAPARlLHA ou Smilnx officinalis, é um <') Como se uma nuvem passasse sobre ele. (Ey-
pequeno arbusto da família das Asparagináceas e saiaga).
cresce na selva da América tropical e meridional. <') Como se estivesse separado

<') Como se estivesse conftnado num espaço muito

Indicado em casos crônicos complexos, doentes
debilitados , mental e fisicamente, com pele seca, en-
rugada, e vesículas herpéticas, circulação deficiente
e manchas roxas-azuladas, varizes ulceradas e má
cicatrização. As mucosas também estão secas, e se
houver secreção será pequena e viscosa e corrosiva.
Assim a sua indicação clássica é para velhos tàrristas
debil.itados pela bebida e excesso de relação sexual.
Mas qual a cara desse medicamento?
Velhos farristas debilitados pela bebida e excesso
de relação sexual O que nos !em bra, Phos. acid. Diag.
Diferencial com Phos. "cid. - pois apesar de serem far-
ristas boêmios e também debilitados. (tem na noite
seu brilho próprio) Phos. acid. adoece por transtornos
afetivos (amizades e desafetos - DEFRAUDADOS).
DINÂMICA MENTAL
PSORA <') inexplicável desconforto
<') SICOSE-EGOTROFlA (hipertrofia do Ego).
<') SÍFlLIS-EGÓUSE (lise-desrruiçãodo Ego).
Na medicina tradicional depurativo sanguíneo -
limpeza do sangue. Quem filtra o sangue)
Qual O simbologismo e o significado didático de
purifIcar o sangue? Sangue é vida. Limpar o sangue é
tirar a sujeira da vida, sair das trevas para a luz.
pequeno
<') Como se estivesse atado a cama e incapaz de
se mover
<') Como se ele fosse cair ao andar para frente
<') Como se fosse puxado para trás.
<') Duvida de sua recuperação, durante a meno-
pausa.
<') Medo de não de restabelecer
<') Coça a coxa
<') Melancólico por uma mosca na parede
<') Sensação como se houvesse alguém atrás dele
na banheira
<') Sonhos de desastre'
<') Sonhos com fantasmas brancos
<') Desperta amedrontado como por um núdo.
Alguns sintomas aparecem apenas dentre pou-

Sintomatologia - agrupamento miasmáticos

Mentais - psóricos <') sintomas como U.R. no
repertório.
<') Sensação como se tivesse milhões de coisas
erradas consigo.
<') Como s~ estivesse girando como uma bola
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
cos remédios o que confere lUna notoriedade, para
incluirmos em nosso estudo:
t::> Ilusão de que não tem amigos (2 remédios)
~Ul1São de que o corpo é frágil (2 l-cm~dios)
~Imp.lCiência por prurido (2 remédios)
~Insônja por prurido (2 remédios)
~Medo antes de dormir (1 0 remédios)
~Sol1ha com: aranhas (4 remédios), com excre-
memos (6 remédios ), fiando (2 remédios),
paremes mortos (8 remédios ).
MENTAI S - SICÓTlCOS q SI!\TOMAS COMO
~'.R. NO REPERTÓRIO.
(reativos ~ cgotrofia) UR:
~ Aversão a mdo antes do meio dia, meiJncólico
com inclinação para o trabalho, ttabalhador à
tarde, co mo se flllmasse sobre mdo no caminho,
sonhos eróticos deitado sobre o lado direito.
~ Sintomas com poucos remédios ("cn trvos e
'é~on'ofia) :
~ Caprichoso a tarde (2 remédios), cólera por
aconteci menros, zangas passadas (5 reméd ios),
como se ela fosse perder o auro-conrrolc (2 re-
médios), gestos invollU1tários, fi 'lJIdo e tecendo
(3 remédios), sonhos sobre acontecimentos que
leu. discurill Oll rafletiu (15 remédios), sonha
que lura comtamasnlJs (3 remédios), sonha
que passeia de trenó (2 remédios)
Mentais - sifilíticos 'e) sintomas como UH no
repertório.
(reativos ~ ególise): 'Com poucos remédios-
~ Indiferença ames do meio dia (3 remédios)
~ Tristeza antes do meio dia (12 remédios)
~ Tristeza melhora antes do meio dia (3 remédios)
~ Inconsciência em pé (8 remédios )
~ Triste7.1 por ejaculação (22 remédios)
.~ Tristeza por masturbação ( 16 remédios)
"" Rccorda velhas ofensas (3 remédios)
Sintomas gerais:
~ Sensação de juntas e temporas comprimidas,
como uma tàixa de horracha aperrada em tomo
da fronte.
~ Como lUna nuvem se fixasse na cabeça
~ Sensação de zumbido por hatida de um grande
sino na cabeça
~ Visão como se a entrada da porra não fosse
larga o suficiente
~ Como se mna gaze se espalhasse sobre o olho
~ Tremor no olho di reito
~ Como se estivesse engolindo uma bola de
chumbo ou ferro frio
~ Sensação de como se o ar estivesse muito perro
(peito apem~)
"" Constipação do peito endireitando-se, como se
o peito fo.sse muito CurtO
~ Sensação de costelas arrancadas e esterno con-
Ulnclido, como se algo tivesse aderido depressa
as costas, em profunda inspiração
~ sensação de pálpebras explodindo, obstrução
nasal antes do meio dia, sensação de alfinetes
introduzidos na língua
~ Sensação como se o reto fosse pressionado para
fora, sensação de dores que viajam em fmos
arames elétricos, comcç,wdo do lado esquerdo
do coração e reto rnando para o mesmo lado.
~ como se as costelas estivessem sendo reparadlas,
como se esti"esse pulado muito forte sobre os
calcanhares.
~ Verrugas da mão, dedos e articulações.
~ Desejo seÁua! amnentado, que perturba o sono .
~ Visão nebulosa após emissões terminais.
.~ Visão nebulosa '1p<ís muito tempo sentado.
~ Sensaç50 de m,mdJbulas quebradas.
~ I nflal11ação do palato com zonas supurantes.
~ Sensação como se n~o tivcsse comido nada .
~ Sensação como se estivesse sem estômago.
~ Última parte d~'urina misturada com Slngue
c pús.
~ Insensibilidade do mamilo.
~ Sensação d c contração como rigidez na coxa.
~ Sensação como se sal fosse colocado em sua
ferida.
~ Manchas azuis endurecidas na perna, ulceras
herpéticas .
~ Cansaços por excitação se:..,.la!.
~ Lenridão dQ corpo antes do meio dia .
Esta simomatologia descrita nos fundal11enra a
montarmos a uma dinâmica miasmárica (entendendo
os seus atos c~uivocados ).
A partir da sua p'0ra - sente-se confuso, nublado
(a nuvem dá a ideia de confusão ), o que impede seus
relacionamentos, sua comunicação.
Reage na sicose sonhos eróticos deitado sobre
o lado direito , (com coçar a coxa = erorismo), Es-
 M.~~a Medica HtJnJlll:JMWca Irt/.eU'" ,lml;l
premido V isão como se a entrada da po rra não fosse
larga o snficienre
Na sífilis medo d~ S~ recuperar, fica melancólico
até por uma mosca na parede.
Sarsaparilha & psicossomática
SONHA com desastre a luz é obstruida pela
l1u \,l; m!
O sofrer da Salsaparilla é a falra de luz, ,,%illl
vive nos trevas, repr~sa suas águas (infecção urinária)
e assim adoece - engole chumbo frio!
S~m dúvida que os sinromas mais conhecidos
úesre mcdicamenro são os urin ários, violema dor ao
6m da micção, com intenso tenesmo vesical.
Espasmos do esfíncter quando se sem., sendo
que a urina flui quando esti Ctn pé, cálculos renais,
urina escassa e viSCOS;l com depósito como uma areia
branca
Os seus rins, onde há litíase e representa a soli-
dariedade a parcaia e toda a dificuldade que temos
com os parceiros siío dificuldades com nós mc.smos.
Não é a roa quc os rins SÃO PARES.
Inclicativo de relacionamentos humanos mais
íntlmos.
A pedra bloqueadora (litíase renal) é feita de
substàncias que r~ri am de ser expelidas por nôo con-
rribuírem mais para o desenvo lvime mo do corpo .
Ela correspo nde a um acúmulo de asSlUUOS que já
deveriam terem sido solucionados há muiro tempo.
Pelo apego a e"l'S assuntos esr:ío estagnados. A cólica
representa a temativa do rim de cumprir Seu papel de
faxineiro liberar de seu apego (imobilidade, fIXação).
Medicamento depurativo do sangue muito usado
desde a antigu idade, para fortificar O sangue, prevenir
e trarar sífilis e situações de supuração (furúnculos -
antraz) .
A ide ia que se tinha era de ql\C cram d~co rrentes
a SUJelra no sangue.
Sangu~ wjo traz a ideia de ,::, T ri steza inclife-
rença, tacimrn o, AMBIVALF.NCTA - d eseja ficar
só, sente medo de fi car só. Organismos doentios,
debilitados , ellugrecidos c envelhecidos prematura-
mente, \·dh"s com aspecto triste, pele seca enrugada.
Vertigem ao olhar, com tendê ncia a cair l'a[3 freme
c marcha vacilante.
Dor nos o lhos peta luz cliurna ou ao ler com luz
artiticial. O papel branco reflete uma COr vermelha .
Halo de cores ao redor da luz. Otalg ias ao ingerir
bebidas fr;'1.' ou corre nt~ de ar frio, ouve am painhas,
as palavr", repercutem do o uvido até a raiz do 11<lri2.
Genitais m asc ulinos odor inrok ravelmente
féti do. H~rp'" no preplÍcio, sêmen sanguinolento,
ejaculação, ITequentes e d, ,lorosos .
M e.ns truaçóes ~ln~~lS~\I..LtS ) a\,.Tes e CSc,lS.'ias.
Dores reumática~ do res ósseas, dores muscu-
lares.
Homeopatia & pediatria
Crianças abatidas. Irrimbilidade nervosa, MA-
GR T.:-Jl-IAS, desanimada s mesmo as atividades pre:.sn-
postammre agnd:ivcis. ASPECTO DFrRÊ, cho ram
com tjdidade, confus:I.\ irriLldas, com dificuldade ao
aprendizado.
Dificuldade de relacionamento sôo crianças fc-
ch;ldas. reservadas. Mcclicamcnro indicadn para infec-
ÇÕC$ urinárias e eunrCJC 1J,otu.r nn) com a característi<.:a
de ser inclicativa de alguma regressão emociona l, j:í
tinham o controle r: de pois de um período, voltam
a urin ar na cama'::' (Fx- nascimmtu de innii1l 0/1 rom ·
pimenro da ertrnturct. fim/iliar). Crianças supura ti V",,
apresentam abscc",os múltiplos pdo corpo (diferen-
cial com Hepnr JlIlplmris c SiJiáfl ):
Hepar ,::, início súbito, explosivas.
Silícea ,::, quadros crônicos abscessos fri os.
Sars ,::, furuuculoses recorreme' acomp'lnhadas
de coceira (espeálimente nas coxas) que desap,u-ecem
na adolescê nci~.
Homeopa~ia & veterinaria
Regina Torro: Em·Sars. o ;\1'; 111,11 desperta orne·
drontado como por um ruído .
Gesros involuntários ou gesros mais lemos que O
no rmal. Debilidade circulatória, com varizes e lJ.lcc ra.~
que aparecem ao mais leve fcrimnrto. Tacirurno, de-
, m imado, hwnor repulsivo, t~m o r com tI' mor, me·
lancólico. INDOLÊNCIA. Naus~a~ contínuas, "11I(tO~
e vômitos d~ ;lumentos ,"~dos - FLATULÊNCIA.
Tenesmo vesical, incontinéncia urini ria, JiJlcil
adesrramemo, espa.~mos do ~sHncter quando se sent.l,
urina flui quando está de pé, litíase com sedimento
de urina como areia bra.tlC~) urina leitoS3 c viscosa.
O san gue é o líquido da vida, vida ~[;lgJ1 ada
e suja = ~a nglle sujo. QG E TAL V.\1A SALSA.PA ·
RlLLA 30 CH , PARA LIMPÁ-LO?
 Garlos Brl.loioi, Mflf io Glorgi & Colabs.

Seca/e cornutum

Planta: ., ,,menll! d, Ergot. mi osite, L.ER, espo nd jlite anqui-IClsanre, brll celose,
lndicOIçõcs clm.icas : l nJ iliduos C>'l uelÚ ico" k prospirose, salmo nc:\ose, m alária e toxoplasl11ose,
idm, " ' 10 -:nan <;", (olltr~quccidas ':0111 fJ<"to enrugada espondilolistcse, hérnia de disco, ostcopoms tabes
e m urcha acinz,:.m ado. TrabJU1 ,Ic!ü[CS I nroo . 1\bmro dorm /is, neun )pari;\ periférica. síndrolllc do enC1rccra-
incvimvd. \ Jrhoud, 198\J) ou a meaça . (Vijno v$ky , InCllto de nervOS periféricos, ,arcoidosc; hipotiru idis-
1992) . j\l u lhcrt:.l 'lu " romarCl I1l crgoram in. parJ mo, hiperpara-tiraid is lllo, oSTco malócia, .lCramcgll.ha,
Jb<mar lIU a judnr no t Ltb,t1ho de parto . Ret "n~30 hil'0 gli- cc 11l ia; psn ld o re11 1l1 arism o indu z ido po r
dc plm:enrn . Hcm urr Jgio pós parto . Rupl1JrJ ou cSl"raide" hipocalemia secundória a diuréticos. liSO
laçeração uterina c pcri ncal., COIl\'\1ls"o pucrpcrCll. excessivo de 3micoJlvl.l b ivallte', hidraJa7.ina, pl"Ouina-
Jnfhnuç:iu vio lc:nm em l]ll.1lqucr parte ct corpo. mid~l, isoruJz"i<..Ia) ::tnribióticos, clofibratu c Lloroqu;Il:l,
Ctfnlcl.1 co ngcs ti v,1 do climatério c bcbednn:s crô n.i- akoo lismo agud o e crônico, d oença de l'arkinso Jl e
COSo lC:ln ia. Afecçõcs c:tt,lrrais . Catarata eln idosus. de Paget e insuftciência vascular perite rlca; lü"tl' ria,
DialTcl,1 crônica agu.tcta - Có ler,l. P aralisi.l 111llScular an, icdade c depressão; mening ite c tétanoj . Sangra-
progressiva. Dore"'; de collma. A bcessos com pus \ cnle mento (hipntensão porra com varizes de ( s" flgo,
que gangrena. hs tcriliu ade e abc)rtos de rcpetiç50 por úlcera péptica, doença diverticlllar do cólon, jejuJlo,
não rcteno,:.ío do feto . PCtrpnra hcmorrrigi co. Inércia
m eri na no porto . Es ta." ~allg11ín c" com ulceração ~
gangré n~ _ V asculo pari'hs p 'rifericls. Gangrena diabé-
tica - "CJ e de base neg ra . Com uJs ões tonico c1ó ni-
e Is gencr.dizod :v.. Tétano . EpistClxe. Melena . Tabes .
M ielitc . L umbag o. Insônia de drogados e alcoóh rras.
Mi,L'>lTl a predom inanre: Syplúlis, ag udo e crô-
IlJCO.
Diagnóstico diferencial em clínica médica:
doen~ de Raynaud . fenômeno de Raynaud (uau-
m Sti co , síndro me de hipcrabdução, cos roclavicular,
do -se~Jell o , do tlUleJ carp,l l e da costela (~rvicJI ; po-
liomic lir" , siringomieJia, uom boan ne ite o blitcrclJJte,
embo lia art~nal ; inro xlcaç.i" po crgotamina, chum -
bo, a.r<eniw, til io, mctiscrgi<k , prnprclI1olo l e cloreto
de vinib ; sckrcxkrmia, LER., arrrite rcnmatc)ide ,
dnmato-m iosítc, hemoglohimirÍlI paroxistic,l, polici-
temi , \ 'Cl"J, mielo m" múltiplo. biperrrnsão pulmonar
primária, (~ rcino J1l;\ oculto) , Mialgia (flbro-mialgia,
tên dinite, arrrire r!:l lm ar, lide .: febre reumático . polio -
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
biópsia hepática, amiloidose, sarcoidose, tuberculose,
sarcoma de Kaposi, linfomas e leucemias, doenças do
colágeno; trombose de veia renal, uso de anticoagu-
lantes, sulfomunidas e ampicilina ).
Diagnóstico diferencial homeopático: Arsmi-
cmnalbum (frio, quer cobrir-se emArs aliviando pelo
calor), Camphora (diarréia aquosa COI11 frialdade no
corpo), Carbo vegetali~ (frio no corpo e sangramento
escuro e persistente). Util em sangramemo vaginal, se
é de causa traumática menor e coagula, Bovista (san-
gramemo é maior à noite ou pela manhã), Mitchella
(sangramento é mais brilhante e associada à dispneia),
Tlil. pendo (sangramento mais profuso e mais agudo),
Fem,m phosphor;ctlln, Millefolium e Ipecacuanha (o
sangramento é mais brilhante e por qualquer orificio),
Natmm munat;ct"" e Iodium (apetite grande com
fraqueza ou ina petência com asco por carne), Catma-
bis sativa, Cantharis e Eup. pelf (desejo frequen te de
urinar gora a gota com tenesmo ),Amica, Causticum e
Celsemi"m (inércia uterina), Chamomilla (dores into-
lerá veis com rigidez), Pulsatilla (lóquios marrm com
mal cheiro e ausência de leite após o parto),Aconitum,
Amm. mw-iaticum, Lycopod;um, Rh"s toxicodendrum e
Sil;cia (formigamento nos dedos).
Comportamental: perda de pudor se despe,
esfregando órgãos genitais até sangrar. Tristeza e
desalento. Depressão com debilidade intelectual.
Demência furiosa. Ninfomania à menstruação.
Aversão aos membros da sua própria família.
Pele: sem brilho, áspera, enrugada e pálida
(palidez senil) e emagrecida, azulada, cianótica, glo-
balmente ou em manchas roxas onde houver pouca
circulação - dormência ou formigamento (dorso das
mãos e pés e tíbia). Abcessos pequenos e dolorosos
com pus verde.
Sono: intensa sonolência, coma, sobressalto,
suSto e insônia em drogados.
Artelhos: escuros, dormentes, sem sensibilidade.
Gerais: Ardência quando as partes estão frias,
em mucosas. Calor com frio.
Ulcerações: com escaras, crônicas, ressecamento
sem granulaçáo, enegrecido.
Sangramento: persistente, escurO de mucosas
contínuo (urina cor de tinta, hemorragia uterina
que junta ciclos menstruais , sobre o catarro). Coa-
gulação lenta.
Dores: como ferroadas e picadas.
Musculatura: espasmos isolados (aos, pés, co-
xas, panturrilhas, face, mãos e dedos). De espasmos
a astema.
Sede: intensa e contínua com boca seca.
Vômitos: de sa ngue e melena.
Modalidade: agrava com o calor (tira cobertas
no frio, janelas abertas), trepidação, toque, movimen-
to, noite, bebidas quentes, depois de comer, antes
da menstruação, flexionando membros inferiores
no puerpério - melhora com compressas quentes.
(Larhoud, 1989) ou descobrindo-se mesmo no frio
e com vento frio, aplicações frias. (Vijnovsky, 1992).
Lateralidade direita. Desejo ácido, limonada e aver-
sões a carne. Menstruação irregular, copiosa, escura,
com coágulos.
Medicamento complementar a sua prescrição:
Psor;num .
Fisiopatologia experimental: Paralisia do nervo
pneumogástrico periférico, contração de pequenas e
grandes artérias, dilatação venosa, lupotensão arte-
rial, dor a injeção subcutânea, lupotenrua, contração
urerina violenra) náusea) vômiro, diarréia) secreção
salivar, paralisia do esfmcter do ânus e bexiga, irrita-
ção de nervo cutâneo (formigamento) . Fome intensa,
ansiedade, fadiga, vertigem, conrraturas involuntárias,
distensão epigástrica, transpiração fria, perda da cons-
ciência, fala e visão, crise convulsiva.
Sintomas repertorizáveis:
Frase: "N unca mais tive saúde desde que
abortei".
Imagem clínica: Paciente feminin a de 37 anos
adentra consultório com fácies e andar tensos que
sinalizavam un1a expressão de dor limítrofe. Trabalha
na faxina. Funcionária exemplar fez de sua mania de
limpeza seu modo.de sobreviver. Muito COrreta sua
vida foi uma sobrevivência, o instinto de sobrevi-
vência a tiwu da nUséria e permitiu-lhe vida própria.
Desenganada pelos ortopedistas que usaram todos os
anti-inflamatórios não hormonais disponíveis, chegou
externando dificuldades no uso de medicações alopá-
ticas e no relacionamento com seu chefe devido ao
excessivo número de atestados já em.itidos. Pedindo
para nâo ser dispensada do trabalho pois apesa r da
piora de seu estado, o trabalho lhe distraia e deixava-
lhe mais tranquila quanto ao seu futuro.
Comentários do autor: Secale cornut1<m é um
medicamento usado em indivíduos que estiveram
muito tempo sob forre estresse. Neste sentido cabe o
diagnóstico diferencial com Ca·ust;cum. Ou por uma
grande situação de estresse físico e emocional como
o aborto. Usado mais frequentem.ente em três situ-
ações clínicas distintas: contraturas musculares com
paralisia, sangramento puerperal e nas vasculopatias
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
periféricas. Estes efeitos se dão pelo seu tropismo de
ação na muscularura lisa (vasos), estriada esquelética
(periférica) ou cardíaca. Promove uma dilatação do
coração, venodilatação e arterÍolo contração, respon-
sáveis por um aumento da pré carga do sistema circu-
latório podendo levar a hi potensão. Ainda secundários
a estes efeitos podemos observar coleção de sangue
venoso em órgãos capsulados (rim, fígado), esp.lço
intraperitoneal (fundo de saco de Dougla,) Ol! com
grande vascularização (útero) proporcionando ima-
gens ao ultrassom, tomografia e ressonâcia magnética
característicos que podem facilitar o cliagnóstico.
Com características gerais bem definidas podem ser
apLicadas a qualquer enfermidade em que as mesmas
estejam presentes. É comum .lssoeiannos sua imagem
prtmeiramente com poLicrl'stos de: uso mais comuns
como: Arsmicu1lt II/bum por sua história de correção
e luta pela sobrevivência em comum ou Causticum
por apresentar-se como um lhgelo vítima da vida
e sua luta pelo pão de cada dia. Porém é um medi-
camento cuja ansiedade é mais física que mental de
Arsenictmz e não é tão rabujcnto quanto Cau:sÚcwn
habirualmenre. Secalc clificilmente é utilizado como
medicamento constirucional de fundo porque talvez
Lhe falte uma maio I· experimentação homeopática
para descriçãu de sintol11as mentais, uma vez que
a pesquisa experimental em cobaia, é vasta e bem
di,cutida. (BURT W. 1991).
 MSIOrla Médica Homeopatica Interpretado
A Sepia ou a tinta. da siúa é LUn líquido marrom
.:scu ro, qU é pro vém do lTlolu.'co ccfulópode (polvo
" a IU!.I ). Este liq uido é secrct:ldo por uma gU nd ula
sinldd~ n~ p ar te posteri ur do corpo, q ue Se abre ao
1.ldo do ~ I1 US, <) q ual é usado em tilgas p;tra turvar a
.:ígu:3 3() seu redor no tnO lnl;nto de sua e missão.
É um m()lusco com grande c.lpJcidade de nu-
m cti smo, v"lendo-se eles. \: pode r pa ra confundir
cnlstáceo, corno o ClJ.-anbrtJ:ejo, ..ltacando-os por trás.
J. pa togeoesia de Sepia, alguns assuntos se
Tepcrem, C mO se t:.\ti essem se rcperi nelu em porar
o tempo lodo, lalvez f.ucndo porte de uma preocu-
pação, de 11m sofrimento, de lima dor que ele traz
simbolicamem c em tudo q ue faz. Sente-se abando-
!Iodo, sonha que CSI.í perd ida em um bosque, ilusáo
que .'St,; num cemitério. O medo de ser humilhado
vem quando sente que riem dele.
Hahncm ann o utiliza\>a como aotipsórico.
Hahnem ann tinha um amigo artista que adoeceu
gr3VCI11enrC C Llue .lpesar dos cuidados cmn seu médi-
.0, não se curava . Um dia , dO observ.í-Io trabalha ndo
viu gue o .lrusrn Ic\':wa o pillct:l à boca. Entáo \'eio oi
meme que esta poderia ,er a causa da sua enferm idade.
7
Sepia officinalis
o pintor não sabia se tratar de uma substância
tóxica, mas por conseUlo de Halulemann deixou o
vel ho hábito de levar o pincel à boca, por "nJi:.lgre",
curou-se rapidamente. Então Habnemann come,a
uma sé ri e de experimentações com Sepia sueeus.
Desde o tempo de Hipócrates que a siba é uti-
lizada como adstringente. Plínio a descrevia como
diurético e purgativo E vários médicos da antigu idade
o elnpregavam a sua Ca rne ovos e tecidos) conlra a
1cucorreia, gonorreia catarro na bexiga, cálculos es-
pasmos da bexiga, alopecias e dermatoses.
Dioswrídes, Pünio, Sorânus e Marcelus, empre-
gavam a sua carne ovos e tecidos) contra a leucorreia )
gonorreia catarro ·na bexiga, cálculos espasmos da
bexiga , a10pecias e dermatoses.
Em sua composição encontramos vários elemen-
tos: melanina, carbonato de c:íJcio, carbonaro de mag-
nésio, cloreto de sódio, sulbto de sódio , hidróxido de
sódio e mucina. A tinta de Sepia tem concentração da
:ífÇIl a do mar. O gue caracteriza a tinta e lhe dá cor é a
melanina (pigmentos negros da cmoide. da pele dos
negros, dos cabelos, dos carcinomas melanóticos).
Devido a sua aIta roxicidade "5'100 é lima das
drogas gue não admite, de forma geral, repetição em
,-
"':.lS0S c:rolllcos e quan ddd , · "U
o a a ('!TI poreno(\ . ma
dose únicl muitas vezes age cll rativamente por várias
SCnl:1.nas.
A preparação da tintura-mãe obtida por macera-
çãu da Sepia em álcool, na proporção de 1 gr3ffia de
S,pia para 19 gr:llnas de álcool a 90°, ou podemos ini-
ciar peb, trituraçõ<:., obtidas pelo processo habitual.
Aç:ío profunda de Sepia no organismo, principal-
mente da mulher, intlul'Ociando de forma inlportante
;\s tórças \lir;üs de OLllllcrosos órg50s.
 o Carlos Brunini, Man'o Giorgi & CoIabs
LATHOUD: "A Sepia ou a tinta da siba é um
liquido marrom escuro, que provém do molucefaló-
pode, a siba. As sibas usam esse liquido para escurecer
a agua que os envolve e dissimulam-se com o in.ruito
de enganar a presa ou para escapar de algum "inimi-
go". A cmissão da tinta muda a água dara em meio
opaco, que permite ao animal camuflar-se pemutindo,
no caso de Sepia, que ela capmr" com maior facilidade
os camarões dos quais se alimenta.
INDIFERENÇA- o núcleo intimo e profundo
da personalidade de Sepia é a incapacidade de sentir
amor e mesmo de demonstra-lo, com marcada in-
diferença aos seres queridos, familiares. Busca ficar
só, evita ver as pessoas, paradoxalmente teme vir a
terminar seus dias sozinho.
Emocionalmente gelados. Com importante
estado de apatia psíquica, sente-se como se não se
importasse com o que se passa, uma diminuição da
atividade mental, e parece que a I~d a não tem o menor
sentido. Não entende porque não consegue sentir e
se envolver como os demais e isso lhe aborrece. Seus
sintomas físicos e mentais, agravam com temperarura
baisas, e pelo ar frio, o inverno é um veneno. Mal
humor - muito irritável se a contradizem, mas tende a
contradizer os demais. Irritada(o) antes da menstrua-
ção, depois do coito. Irritado quando lhe falam, pelos
esforços e irritada pelos demais, e consigo mesmo.
Ausência de toda a alegria. Verdadeiramente cansada
da vida. Melancolia, cosruma ficar imóvel por muito
tempo, calada. Descontente, desencorajada, chora
com facilidade, não consegue se conter, especialmente
quando fala de sua doença e antes da menstruação.
Aversão ao consolo, deisando-o irritado. Chora e se
irrita, quando consolada. Felizes com tempestades
de trovões e relâmpagos, nestas simações seu humor
melhora. Evenrualmente pensamentos suicidas. Uma
visão distorcida, inteligência obrusa, tem dificuldades
para aprender, lenta, superficial, pensa lentamente,
concentra-se com dificuldade. Fica como que se es-
tivesse atordoada depois do coito e depois do meio-
dia . Memória escassa e pobre. Aversão ao trabalho
mental , confusão mental. Imbecilidade, co nfuso
mentalmente, um vazio na mente, como se estivesse
ausente. Melhora quando está ocupada, com suas
tarefas habiruais, é industriosa, diligente, apreçadas
nas suas ocupações mas pode ao contrário ser uma
pessoa muito i!1Ç!olel1í~ . Busca o apr~odizac!o , faz
muitos cursos acha equivocadamente que para amar
é preciw conhecer. Começa e desanima dos cursos,
larga, esruda em excesso, porém sem método eficaz.
Avareza, mas prodigiosa consigo mesmo,j'nve-
josa, cleptomaníaca.
MEDOS: de ficar só, de se ferir , das doenças, de
morrer ( pressentiment~s de morte) , de fantasmas, dos
homens, das pessoas, da pobreza, do mal, de tempes-
tade (paradoxal), da loucura, do suicídio.
DESMAIA COM FACILIDADE, Motivos:
Cansaço, Desfalecimento, Vazio, Fraqueza interna, Pe-
los esforços, Durante os calafrios e a febre, Extremos
de calor ou frio , Antes e durante menstruação, Depois
do coito, Na gravidez, Ao se ajoelhar na igreja, Ao
levantar da cama, POr se molhar (lavadeiras)
SINTOMATOLOGIA Transtornos em genitais
femininos, prolapso de útero, abortos, esterilidade.
Aversão ao coito, frigidez na mulher, impotência e
desinteresse em homens jovens. Uma sensação de que
algo puxa as suas entranhas para baiso, então cruza
as pernas. Sente pontadas para cima no reto, vagina e
útero, que se irradiam para as costas com estremeci-
mentos. Incontinência urinária, urina solta, Infecções
urinárias corresponde ao medo (psicossomática), urina
densa e leitosa. Secreções e corrimentos vaginais coma
mesma densidade: leitosa. Urina em gotejamento,
enurese norurna. Sensação de ter uma bola nos órgãos
internos, durante a menstruação, gravidez ou lactação,
acompanhados de constipação diarréia e hemorroidas
com leucorreia em todas as afecções uterinas. Secre-
ção leitosa uretral . Transtornos mentais por excessos
sexuais. Lascívia, hipersensível a impressões sensuais.
Na menopausa ondas ou arrebentamento de calor, que
se alternam com calafrios. Um dos principais medi-
camentos para a menopausa. N áuseas e vômitos pela
manhã, vOnUto bilioso ou claro- gosmento de aspecto
leitoso. Náuseas com cefaleias periódicas (Enxaqueca).
Cefaleia occipiral pulsá tiL Suor ce!iílico de odor acre .
Cáries que se desenvolvem rapidamente, odontalgia
por apertar os dentes, ao tocá-los, ao tà.Jar, por corrente
de ar frio, ao beber, comer ou tOmar qualquer coisa
fria, durante a menstruação ou gravidez, ao ingerir
bebidas quentes, Gengil'as vermeU1as escuras, incha-
das inflamadas e pulsanres, ulceradas, estomatite, que
sangram com facilidade, sensação de dentes moles e
frouxos . Hálito fétido e gosto amargo na boca, saliva
salgada. Constipação intesrinal,alternadocom diarreias
prolongadas. HemQrroid'ls, erosão çnrrc JS nádegas ,
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
prolapso de reto. Distenção abdominal, gazes notá-
veis. Paralisia da pálpebra superior esquerda, como se
estivesse muito pesada, não consegue manter os olhos
muito abe rtos. Olhos grudados a noite com prurido
e ardor. Pálpebras inchadas, terçóis, com escamas
nas pálpebras, dor nos olhos a leirura, scnsa,ão de
areia nos OU10S. Fotofobia a luz diurna, visão confusa
quando lê ou escreve. Visão turva depois do coito ou
após poluções noturnas. Vê manchas negras, faíscas
e raios de luz. Vê um halo verde ao redor de uma
luz. Hipermetropia. Manchas marrons, amareladas
ou avermelhadas, na testa na face, sobre o nariz e
boc hechas como uma sela de mo nmria, Manchas,
no abdômen, no tó rax e sardas sobre a face. A pele
arde, depois de coçar, pele fi ssurada depois de lavar
e no in verno. Pele áspera dma grossa, com umidade
nas dobras articulares e no cotovelo. Erupções secas
psoriase e sarna. Urticária Herpes.
Fundamentação
ALLEN
o Deprimido, não se interessa com O que vai se
passar com ele.
o Descontente com tudo.
o Está melancólica quando tem transtornos pél -
VICOS.
o Perda da ambição.
o Depressão, grande depressão mental, cefaleias,
meUlor depois de um dia de descanso, no dia
seguInte o contrárIO, não consegue se concen-
trar, não o recordar coisas que conhece bem.
Os pensamentos não sobrevivem (30 dias); os
sintomas mentais desaparecem até o meio dia.
(4° dia); embo tanlento mental à tarde (60 dias).
o A mente está clara, porém prontamente se fadiga.
o Falta de disposição ao labor mental, o qual ade-
mais agrava a eebleia.
o Embotamento da compreensão, incapacidade
para concentrar-se ou para expressar seus pen-
samentos, está cons tan teme nte co nstruind o
castelos no ar ou pensamentos em fururos
aCO/1teClmentos.
o Esforço para relembrar fatos que usualmente
sabe e aconrecem.
o Não pod e recordar, com a rapidez usual, fatos
bem conhecidos .
• "COlnecel a escrever uma carta) as ideias vieram
rapidamente; depois de terminar a carta, ao
relê-la, encontrei tudo errado, havia usado
palavras e expressões equivocadas e, pot isso,
a abandonei com desgosto"
o "Não posso concentrar- me e sinto-me incapaz
de responder à perglillta mais simples a qual
me faz sentir muito infeliz, ao dar rédea solta
a lun choro, sinto-me bem melhor."
HERING:
Depois da metrorragia, aparece um estado de
hipersensibilidade, um estado nervoso. Fala apurad a
e acompa nh ava-se com gestos rápidos, o olho es taVa
aceso e brilhante, o pulso era 110, os seus movimentoS
eram de uma pessoa apaixonada, tinlla que contar his-
tórias rápidas continuamente; por alguns momentos
passava a um estado oposto, dava respostas curtas e
desejava estar só; as noites a deixavam mai s e mais
ansiosa, e não pode descrever qu;;o terríveis foranl.
Grande irritabilid ade nervosa, com tristeza ,
desalento e distração, tudo lhe parecia estranho, o
menor exercício lhe parece um grande esforço, lhe
patece que não pode entender nada, tem que aprender
tudo novamente, tudo o que deseja fazer; indiferença
a tudo, a morte está próxima, mesmo para seu fIlho;
sente aversão pelas relações sexuais, chegando aré a
depreciá-las; SeGle constantemente) extremamente)
tem confusão e dores pulsáteis na cabeça, hipersen-
sível a ruídos; a circulação e a ação card.íaca estão
debilitadas, sente como se o coração se detivesse;
menstruação irregular; grita à mais ligeira provocação;
está melhor em clima quente; epis t"x~ pior depois do
café e do ópio.
Dinâmica miasmática
Sepia um sintama raro, es tranho e peculiar é a
melhora do seu estado físico e mental durante as tem-
pestades. Com este fato sai de sua aparia e é in vadido
por uma alegria .
PSORA: sente-se abandonada , sonha que está
perdida, sente-se humilhada, angustiada e so fre por
não consegllir ou ser aquilo que tanto sonhara.
SICOSE: reage estando ocupada, industrio-
sa, apressada e fastidiosa , não confia em ningllém,
fraudulento, invejosa e avarenra, cólera e hipocrisia .
Teori7--:, faz planos, sempre é um sonhador.
SIFllJS - triste, desalentada, infeliz, sentindo-
se desafortunada em causa, deprimida quer fi car só,
aversão a seu marido, fanlília e amigos. Aversao a suas
ocupações, desejo de morte e tem medo do suicídio.
Homeopatia & pediatria
Indiferente aos problemas familiares. Distante
e fria em momentos dramáticos, morte de parentes,
dispensa da babá, morte do cachorro Chega a a.)-
51 Carlos Brunini, Mado Giorgi & Co/abs.

sustar os demais por sua frieza, Sepia sofre por não pela manhã. Feliz nas tempestades. Retenção placen-
sofrer. Crianças tristes, choram qu,Uldo interrogadas. tária, aversão ao coito.
Irritáveis com aversão ao consolo ruído e música. Apelido: O indiferente
Aspecto terroso, amarelado. Transpiram muito nas
extremidades, molham as mãos. Friorentas, preferem Núcleo:
ambientes fechados e quente,. Dores que caminham Sintomas marcantes:
para a barriga e daí para a virilha. Melhoram com - indiferença afetiva
- fria e gelada , fllt~ de envolvLmento
tempestades, adoram brincar na chuva e enxurrada.
- competltlva
Homeopatia& veterinária - sofre por não sofrer, quer chorar e não consegue
- desalento e choro, melancolia
RqJinaTorro - O animalzinho Sepia, lembra Ln-
diferença a sua prole. Seu núcleo de sofrLmento, está o Animal de ...
na contradição entre a vontade e a ação, suas atirudes - IndLferença afetiva e a Slla prole
expressam o contrário do que quer. - Irritabilidade e à cólera
Ex: um cão sentado no colo do dono, gostando - Cleptomania
de ser acarLciado fica rosnando de forma uma tanto - Invejoso
agresSlva.
- Melhora durante tempestade
- Prurido, Ieucorreia c sensibilidade vulvar
Margarerh Tyler, coma um caso da égua Lady
-Transtornos merinos (aborto, distocia, pro lapso,
que mordeu e chutou a sua prLmeira cria e após uma
deslocamen to)
dose de Sepia se transforma na mamãe égua mais
devotada do ano, não tirava os olhos de sua cria, A Boca de ...
quando esta se deLtava. - adormecimento lingual
O animal Sepia é mal-humorado, desconfiado - bruxismo
covarde, disposto a brigar. Não toleram crianças e - lesões bucais
brincadeiras. Enjoo pelo cheiro da comida e vômito - rigidez mandibular e .lingual
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Sinonímia: Spigelia anthebnia ou Poeira de
vermes ou BrinviLLiere.
Planta herbácea anual da família das Longoniá-
cc,,, que Cresce na América do Sul e principalmente
na Carolina do N orte.
Foi estudada inicialmente pelo botânico belga,
Adrian Von der Spiegd (S/'ÍlJc/iltS em latim), que lhe
deu o nome e da família a qual pertence.
Esta planta quando fresca rem odor venenoso e
fétido, podendo causar narcotismo por suas qualida-
des venenüS;1S e tóxicas.
A tintuta-mãe é preparada com a planta fresca
ou com a planta inteira seca e pulverizada.
Ação geral do medicamento: Age principal-
mente no sisrema nervoso, afetando predominan-
temente os nen'os sensitivos e, entre eles) os das
regiões cervicais e torácicas, levando a dores agudas,
lancinantes e intoleráveis (s intomas mais marcantes
deste remédio).
Spigelia anthe/mia
Modalidades
- Agrava: pela manhã; pelo calor; pelo nascer
do sol; pelo frio úmido; pelo movimento ; por ruídos;
pelo movimento dos olhos; pelo menor COntato.
- Melhora: ficando tranquilo; deitando do lado
direito e com a cabeça alta; por-do-sol.
Sintomas mentais:
Por ser um medicamento ainda pouco estudado
em sua profundidade, seus sintomas mentais sáo mal
conhecidos.
Apresentam um estado de medo, angústia, tris-
teza, desalento, ansiedade pelo fututo. Timidez. Fica
sentado, perdido em seus pensamentos com o olhar
fIXO em um ponto; memória fraca; ausência de idcias .
lrritabilidade fácil; agiração; inquietude; aversáo pelo
trabaU10. Medo de obj~tos pontiagudos como alfine-
tes, agullias, espinhos, etc. (SiliCl·a ).
Sono não reparador com insônia pela manhã.
Sintomas locais:
É um dos mais importantes medicamentos nos
casos de nevralgias agudas, pan"ísticas e violem'ls.
As dotes são ardentes, picantes, violentas, pulsantes
ou como agulhas quentes ou como punhaladas; a
pele está inchada e dolorida no local afetado, mais
do lado esquerdo.
DificiLmente um nervo do corpo escapa. As
regiões do corpo mais acometidas são: os olhos,
mandíblllas, face, pescoço, dentes, ombros e tórax.
Cabeça - Geralmente unilaterais, iniciando-se na
região occipitaJ, irradiando-se para frente e para o olho
esquerdo (olho direito S"'tiJllin",-ia e Silicea terra).
Dores C0l110 se fosse apert'ldo por uma faixa ao redor
da cabeça (Cactus; Gelsclllium; Carbolicul11 acidum).
 Uu1Wi1 Sruw"!til Me io Gf!JWi &. Colabs.
o doente de !)pigdill anthclmin sofre imensamen-
te de dores e es ras prOVOC;lIl1 illch~ço , vermelhidão e
hipercstesia nus locais onde smgl'm (Kent) .
Olhos - Dores pressiv.1 S ao redor dos olhos, com
, cns,,~âo de Crio no lo.:al (Thum I; pupilas dilatadas;
foro fo bia; irire reum áticl. Nevr.lIgia ciliar, dores
como ""OS, se estendendo até o occipício (Actea
I'nôelllosa) ou em prcs< ão de dentro para fora como
se os olhos fossem muito gr:mdes para aS órbitas
(CUIIIOclllfli" nmtfl1J/1).
F"ce - :-.Jevr:tlg ia facial, com dores irradiando-
se em ditercntes dircçõe,s, envolvendo olhos, zigo-
nla ~ dentes, boç hl"çh:1s e l êJl1!H )1';.1;-;:. Os prin;.:i p<lls
medicamentus que devemos comparar a'lui são:
A<olllrwlJ ""prlllls dme., agudas e dcsgarr:\l1tes, mais
a e<<]uerda, com formigal11 enro, agiração, por volra
da meia-no ire) ; Bc!ladolllln (dores pulsáteis, mais
à direira, com mu iro calor e vermelhidão do face,
aparecendo por exposição ao frio) ; China offirinaLis
(dor"" vioknras mois em rc);!ião suborbidria , com
ag ravação extrelna ao mais leve contato e ao frio, C0J11
rttornos periód icos); Cnusticu /ll (dores desgarrantes
que afetam sobretudo as bochechas COm um tipo de
paralisia nos 111,',sculos faciais); Colocynthis (dores
desg3.rrantes princi palml'nte do lado esquerdo que SC'
irrodiam p"r" têmporas, cabeça, nariz, orelhas c denrcs
com inchaço na face do lado dolorido); Chn.ll101uilla
(nevralgia bcial inrolerivcl que agravam peJo calor
e acompanhadas do nervosismo caractcrís tlco do r(-
médio); Phospl}(mfS (ntH.llgia violenta na região dos
m;nulare; e têmporas. Agrava por faJar, comer ou por
quol'luer 1110vimtnro dos músculos faciais); Plntú,ul/I
(dores fo rmigantes co m sensação de frio e to rpor do
lado aku do, aparecendo c desaparecendo gradual-
menre); ! 'lIlsatilln lligricalls (nevralgia do trigêmeo,
com lacrimejamcnto abundante do do mesmo lado);
"}\h!x JJom i,;n (do res desuarran tes que Se estendem at{- a
região inferior da orelha , com vermelhidão e inchaço
ela bochecha e espasmos mllsculares, agravando pelo
rrabalh o mental, pelo café e pelo vinho); Lael)csis
", ,,t,,dor (pri ncipalmenre à esquerda, com dores
profi.illda.-. nos ossos e ~cn.s ibilida de estranha da pele
ao toque) ; M erc14rius (dorcs desgarrantes que att:tam
um só lado da cabeça, desde as têmpor.1S até as os
dentes); Lycopodill'" clavac",n (dores que começam
com uma sens"ção de frio , m:li s do lado direito, agra-
vando à noite); Dm)'fHccidencalis (dores em cãibras,
lancinanre nas bochechas, maxilar superior e dentes
com movimentos convulsivos do lábio superior-tique
doloroso); Arsenicum albmn (dores qlleim,lI1tes que
melhoram peJo calor).
Coração - É, ,em dúvida,' o órgão de máxi ma
ação de Spigelia (Vijnovskl')' Apresema uma ime nsa
taquicardia com violentas palpirações visíveis arravés
da roupa e audíveis pelo próprio paciente (Arsmicum
aLbum ), principaJmenre- quando es rá deitado . Agra-
vam pela manhã, inclinand o o rórax para freme, pelo
movimento, durante inspiração protl mda, deitado do
lado esquerdo, senrado, duranre a menstruação. Pulso
fraco e irregular.
Dores agudas na região preeordia l que irr"cli am
para o braço e pescoço e aumenram pelo mo\'Ímr:nro.
Angina de peiro , com dores súb iras do lodo es-
querdo, irradiada para os braços e omoplat'l CS\lucrdo,
rão violenta q ue pode levar ao desmaio. Sen.sação
de que LIma mão ,Iperta seu coração como se fosse
rompê-lo. Pontadas preco rdiai s às vezes sincronizadas
com o pulso. Infarto agudo do miocárdio com dores
anginosas violemas e desgarran tes.
Pnicardire acompanhoda de do r, dispneia, tosse
seca e palpiração. M.ioo rdire, c endoeardire.
Afecções vaIvares crônias reumáticas com so -
pros explosivos e crises violemas de palpiração.
Pelo sintoma Angina de peiro pu,km( " compa-
rar este medi camenro com: AC01útullll1apeL/u.< (sensa-
~.í o de constricção no peiro com sufocação, irr;ldiando
para o braço esguerdo, anglÍsr.ia e medo da morte );
Amica montana (ação importante no ombro e braço
esquerdo) ;Al'senicum aLbu1JI (sensação de co nstricç:lo
cardíaca e opressão caminh ando); Caccwgralldijlorus
(sensação de que o coração é apertado por uma mio
de ferro gue impede gualqLler movimento; sulocação
e suor frio); Cimicifi(ITI! racemosa (rem a sensação de
gue o coração é doloroso c oumcnrodo de volume);
CuprulII mecaLLicum (card ialgi;l co m sensação de
apertos espas módicos e pr~ssão violema >eguida de
vômitos); Naja tripudilms (dores picantes na região
cardíaca, scnsaç:lo de .1perto com dificuldade 1'.11'.1
falar e pulso irregular); Nnlrum wdcrc",,,, Spol(lTia
costa e Tt<bacwl1 t" m sintomas de angústia com dores
marcantes na rcgiJO precordial .
Aparelho digcsr('rio - Mau-háli to. HdmintÍase
(especialmente ,1scariwJ'e e ox iw-ose), com cefaJeia ,
pmrido anal e nasal, cólicas ao redor do umbigo, dores
ocnlares, violem,ls p,upita~tll's, frall"eza, abatimento
e náuscJs.
 Matéria Médica Homeopérica Interpretada
13

Sfaphisagria

muito digno para brigar ou revidar, guardou sua ira e

STAPH1SAGRIA - Onde a indignação se cala O
medicamento que contempla tanto as crises Históricas
quanto as Histéricas!
Medicamento preparado a partir das sementes
de Delphinum staphisagria ou erva dos piolhos, é uma
planta herbácea , da família das ranunculáceas. Cresce
em lugares sombrios na França, Itália e Europa meri-
dional. As sementes encerram um caroço que contém
uma substância gordurosa de forre odor desagradável
e que parece ser substância viva (entendemos aqui o
guardar, conter de tais indivíduos).
Atua sobre o sistema nervoso, com efeito sim-
pático acarretando lentidão das vísceras e vasos san-
guíneos, propiciando congestão venosa.
Traz depressão do Sistema nervoso alternado
com irritabilidade e excitabilidade, mas dificilmente
coloca sua irritação para fora (guarda suas broncas).
Margareth Tyler:
"Esse medicamento ganhou fama por suas se-
mentes serem exterminadoras de piolhos".
voltou para casa enfermo, temeroso e exausto. Sonhos
amorosos, voluptuosos com emissão seminal. Ao dor-
mir era despertado imediatamente por um sonho em
que ele lutava com uma besta, a qual o aterrorizava
e o sobressaltava".
Sintomas mentais
1- transtornos ou consequências por sentimentos
ou emoções reprimidas
.. psicossomáticas ou somatopsíquicas .
.. ira guardada, não explode, treme, fica pálido,
bufa de raiva, CONTIDO'!! (justifica assim as
cólicas diarrcias, dor de cabeça etc ... )
Como nao explode - lmplode
2-Indignação com tristeza silenciosa
.. amizade defraudada
.. honra ou or!jlJlho ferido
.. rai va armazenada
.. traição pela pessoa amada (corno manso) hu-
milhação

Keynore para Staphisagria é a sua mentalidade

peculiar, segundo KENT;
"Doenças que surgem a partir de uma raiva con-
tida (suprimida), sentimentos guardados.
Incapaz de falar após indignação contida, ele
controla a indignação, e então sofre por isso.
Quando um paciente Staphysagria tem que se
controlar, fica em frangalhos, treme da cabeça aos pés,
perde a voz, a capacidade de trabalhar, não consegue
dormir, e segue uma dor de cabeça".

HAHNEMANN: "Toda palavra o vexa, se

alguém lhe fala chora. Foi insultado, porém se sente
514 Carlos Brunini, Mario Glorgi & Colabs.

3- Melindres em excesso acha que foi tratado com

grosseria
4- Confuso aos esforços mentais
5- Desastrado
6- Altivo, orgulhoso
7- Escru puloso e consciencioso, detalhista
8- Ressentido
9- Caprichoso, cheio de gostos O medicamento
~

10- Ciumento, invejoso, sentimental que contempla tanto as

11- Olha para trás como se alguém o acompa-
nhasse
12- Desejo de bater
13- Ninfomania, masnlrbação excessiva, impotên-
cia & lascívia, pensa muito "naquilo".
KENT - "Um oficial ap6s a Grande Guerra, so-
fria devido a uma sensação de injustiça, pois, não havia
sido condecorado, sofre com a saúde abalada, melhora
magicamente após ser medicado com a Staphisagria."
Um senhor deixa suas filhas e a mulher num
campo de concentração ... nunca mais dorme até
tomar seu remédio.
KENT: "Um cavalheiro põe-se em contato com
um Outro numa estalagem e tem lugar a um desen-
tendimento. Um argumento que termina em insulto
crises Históricas quanto
as Histéricas!
Recebe lUl1 tapa de luvas e não revida, achando
que aquela peleja não tinha razão. Assim, volta para
a casa e sofre; não fala sobre o assunto, controla-se e
padece por aquilo. Não dorme à noite e tem dias de
fadiga , lacunas mentais, comete erros ao escrever ou
falar, tem a bexiga irritada, cólicas etc."
HERlNG: "Sente indignação pelas coisas feitas
pelos outros ou por ele mesmo, Aflige-se com as
consequências.
Transtornos por indignação, vexação ou hu-
milhação (mortificação), causando entre outras a
• A,

InsonJa.
• »)

e Ocavalheiro volta os ombros ao outrO (dá as costas, Desassossego pelo futuro.

não enfrenta). O insulto imerecido trazia-lhe dor no estômago.
Indignação tardia. Acorda de madrugada com
ira por um fato já ocorrido durante o dia ou de longa
data e joga as coisas na lareira ou quebra as louças.
Remédio da raiva retardada, demora a caIr a
fIcha, depois já. passou'!!

Dinâmica miasmática
PSORA um equivocado sentimento de nobreza
o faz guardar seus dissabores, não desabafa.
It ~
SICOSE SÍFILIS
defende sua ·dignidade indiferença
sofrimento com arrogância prostração
mental
insônia, injuriada, melindrada confusão
ofende-se, vexado. mental
depressão
tédio

É o principal remédio para feridas cortantes,

tanto para acelerar a cura e reabsorção do sangue
Histeria.. extravasado como para aliviar as dores, sua indica-
 Matéria Médica Homoopática Interpretada
ção adquire especial importância no pós-operatório,
principalmente, quando a ferida cirúrgica é muito
dolorosa e a cic"trizaç~() é muito lenta, também deve
ser usado no pós punções.
Lembramos aqui o pós-operatório tardio' VI-
JNOVSKY.
É um medicamento de grande valor nos primei-
ros dia~ de matrimônio na mulher que sofre muitos
transtornos depois dos primeiros coitos. VIJNO-
VSKY.
Uma aluna de homeopatia conta em aula sobre
um resultado feliz ao jogar glóbulos de Staphisagria
em volta de uma roseira que há 2 anos não dava rosas,
decorrente a uma poda inadequada, lembrou-se dos
transtornos do pc'lS-operatório, usou a Staphy,agria e
pronto, a roseira voltou a brotar flores.
Sintomatologia:
1- Tendência a masturbação exces siva, excesso
sexual e suas consequências, ninfomania (fo-
gosidade), poluções, onanismo, excesso sexual.
2- Cefaleia por ira, humilhação e tristeza, com
hemicrania, como se tivesse um prego fincado
em seu cérebro, sensação de cabeça oca.
3- Queda de cabelos.
4- Olhos grudados, cistos de pálpebras, blefarites,
fadiga visual ao escrever.
5- Erupção retro- auricular
Sintomas gerais TI-
6- Corizas, espirros e úlceras de narinas
7 - Nevralgia do facial, luxação de mandíbula
8- Dor de dente após bebidas frias, cáries prema-
turas em crianças, úlceras de gengivas, rânulas.
9- Apetite aumentado, crianças esfomeadas, bar-
rigudos, cólicas.
10 - Incontinência involuntária de fezes, crê que
vai soltar gases e saem fezes. (Existe motivo
maior para ter indignação?)
11- Bexiga neurogênica, urina solta.
12 - Tosse, dispneia após vexação ou ter passado
fruva.
13 - Dores ó~seas, nódulos artrfticos, osteomieli-
tes, cãibras noturnas.
14 - Calor ardente nas m30s e nos pés, levando-os
a descobri-los.
15 - Pediculose (piolhos).
515
Homeopatia & pediatria
Crianças que acordam chorando a noite, Ner-
vosas, porque passaram alguma contrariedade no
decorrer do dia.
O senso de injustiça aqui es tá sempre voltado ao
ultraje de sua pessoa.
Aqui o psicossomático vem a galope. Uma raiva
contida, uma repreensão que levou na ~cola. PRONTO
algum sintoma ou doença aparece!"
Tem peripaques e crises histéricas fora de hora.
Caprichosas ou plena de vontades, voluntario-
sas (choram querendo algo, depois que consq,,'1Jem
enjoam fácil) .
Mal-humoradas , irritadas fora de hora.
É o remédio indicado organicisticamente em
crianças, no pó~-opcratório em geral, feridas cortantes
com ou sem sutUra c na prevenção de queloides em
crianças que tenham e~ta predisposil·ão.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Animais contidos, cólera reprimi-
da a visitantes ou proprietários ou apás não encerar
a disputa com OUtro cão. A.ssume ar deprcciativo
frente a situações que considera vexatórias, horas
após transtornos somáticos decorrentes a supressão
de tais emoções.
Indiferença, depressão após ser tratado com
grosseri a, transtornos por afeto não correspondido.
Caprichoso, birrento, altivo, orgulhoso, lascivo.
Cicatrizante dos pós-operatórios e grande me-
dicamento para feridas incisas.
Engolindo sapos
Nas estórias infantis é a mesma coisa. A bruxa
podetia ter translormado o príncipe numa girafa, num
tatu ou num gato.
E.scolheu transformá-lo no mais nojento, um
sapo. E há aquela outra estória em que O sapo queria
dormir na cama com a princesinha. Tão horromada
ficou de ter de dormir com um sapo que ela, para
evitar os beijos e seus desenvolvimentos inevitáveis,
pegou-o pela perna e o jogou contra a parede. Esse ato
teve efeito mágico pois que, ao cair no chão, o sapo
transformou-se em príncipe.
Já aconselhei pessoas a lançar contra a parede seus
sapos e sapas conjugais, para ver se o contra-feitiço
funciona também para os humanos.
Parece que não.
O horror do sapo aparece também numa sugestiva
expressão popular: "ter de engolir sapo". Por que não
51 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
"ter de engolir gato", "ter de engolir borboleta", "ter
de engolir tico-tico"> Porque mais nojento que sapo
não existe.
Essa expressão traz o sapo para O campo das ati-
vidades alimentares. Engolir é comer. O ato de comer
é presiclido pelo paladar. O paloebr é uma função clis-
criminatória. Ele separa o saboroso do nao saboroso.
O saboroso é para ser engolido com prazer. O nio
sa boroso, o corpo se reCUSa a comer. Cospe. "Ter de
engolir sapo": ser fOI\ado a colocar dentro do corpo
aquilo que é nojento, repulsivo, viscoso, frio, mole.
1'-:ão há t"rma de engolir sapo com prazer. Engo-
lir um sapo é ser estuprado pela boca. Há um ditado
inglês que diz: "If you are going to be rapeel., and there
is nothing you can do about it, relax and enjoy it": se
você vai ser estuprado e você não pode fazer nada para
impecli-Io, relaxe c trate de gozar o mais que puder.
Esse clitado sugere a possibilidade de se sentir prazer em
ser estuprado. Pode até ser. A psicanálise me ensinou
a aceitar a possibilidade dos mais estranhos prazeres
perversos. Mas não há relaxamento que faça do ato de
engolir um sapo uma experiência pra7..erosa.
Por que engolir um sapo?
Há pessoas que engolem sapos por medo. Bem
que seria possível evitar a repulsiva refeição: o sapo
é um sapinho. Mas elas preferem engolir o sapo a
enfrentá-lo. Não têm coragem de pegi-lo e jogá-lo
contra a parede. Pessoas que fizeram do ato de engolir
sapos um hábito acabam por fICar parecidas com eles:
andam aos pulos, sempre rente ao chão e coaxam
monotonamente.
Mas há situações em que é inevitável engolir o
sapo. Eu mesmo já co[;oli muitos sapos e disto não
me envergonho. O meu desejo, com esta crônica, é
dar uma contribuição ao saber psicanalítico, que até
agora fez silêncio sobre o assunto. Muitos dos sintomas
neuróticos que afligem as pessoas resultam de sapos
engolidos e não digeridos.
Tudo começa com um encontro: à minha frente
um sapo enorme, ameaçador, com boca grande. A
prudência me diz, que é melhor engolir o sapo <l ser
engolido por ele. E melhor ter um sapo dentro do estÔ-
mago (sapos engolidos nunca vão além do estômago)
do que estar no estômago do >apo.
Ai, impOtente e ~m opções, deixo que esle entre
na minha boca, aquela massa mole nojenta. E muito
ruim, O estômago prOtesta, ameaça vomitar. Explico-
lhe as raz6cs. Ele cessa os seus prOtestos, resignado ao
inevitáveL Njo consigo mastigar o sapo. Seria muito
pior. Engulo. Ele escorrega e cai no estômago.
Nimentos não cligeríveis são eliminados pelo
aparelho digestivo de duas formas: ou são expelidos
pelo vômito ou são expelidos pela diarréia. Os sapos
são urna exceção. Não são cligeridos mas não são nem
expelidos pelas vias superiores e nem pelas vias inferio-
res. Os sapos se alojam no estômago. Transfonnam-no
em morada. Ficam lá dentro. Por vezes hibernam . Mas
logo acordam e começam a mexer.
Ninguém engole sapo de livre vontade. Engole
porque não tem outro jeito. Tem sempre alguém que
nos obriga a engolir o sapo, à força. A pessoa que noS
obriga a engolir o sapo, a gente nunca mais esquece.
Diz a Adélia que "aquilo que a memória amou fica
eterno". Ai eu acrescento algo que aprencli no Grande
Sertão. Conversa de jagunços matadores. Diz um:
«Mato mas nunca fIco com raiva". Retruca o OUtrO,
espantado: "Mas como?" Explica o primeiro: "Quem
fica com raiva leva o outrO para a cama." É isso. A
gente leva, para a cama, a pessoa que nos obrigou a
engolir o sapo. A raiva também eterniza as pessoas.
Não adianta faJar em perdão. A gente fica esperando
o dia em que da também ted de engolir um sapo. Ou
como clizia uma propaganda antiga de loteria, a gente
reza : "O seu clia chegará..."
RubcmAlves
Com uma Staphysagria 30 CH, o sapo seria
menos indigesto.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
D ramatizando nosso medicamento: uma his-
tória repleto de: -Violência, - Vaidade, - Delírios
- l.ns:ulidode l
ATO I: Apresentando Stmmonium - Dat'ttra
straWt01Ii!lIll -, erva dos magos ou maçã espinhosa,
oriunda da lndia, cresce entre escombros, ao redor
de velhos muros, em terrenos sUJos e baldios, ao
largo do cam inho . Esta sua procedência faz com que
entendamos a sua violênci a. JWlto com BeLl. e Hyosc,
compõe o trio do delírio de NASH. Possui proprieda-
des tóxicas e mediclnois, folhas grandes e irregulares,
flores alvas ou azuladas, solitárias, que brotam do
angulo da bifurCJçio dos ramos e cujos frutos são
capsulas ovo ides, eriçadas e de grossos espinhos, que
contém sementes amarelas e quando maduras de cor
preta: flgueira -brava, figueira do inferno e zabumba
(dic. Aurélio).
17
Stramonium
Sintom as da intoxicação: Atua seletivamente
sobre o S.N.C., de uma maneira análoga a BeLladonna
e Hyoscamus, porém seu delírio é mais furioso, e vem
acompanhado de alucinações, pupila dilatada, sensi-
bilidade geral diminuida, grande agitação do sistema
muscular que vai akm do controle pela sua vontade.
A agitação pode levar a convulsões, agitação sexual,
dispneia e disfagia espasmódicas, gra nde secura na
garganta e interior da boca, com sensação de carne
-viva, paralisia da língua, diarréia escura com odor
forte , dependendo do nível de intoxicaçáo vem a
paralisia e a morte.
KENT - "Quando falamos de Stranwrniurrt
a ideia de violência é a primeira que aparece , esse
medicamento se Jssemelha a um terremoto em sua
violência. A mente está em ebulição, maldizendo,
rasgando suas roupas, linguagem violente, frenética,
erótica e exi bicionista. Estes sintomas se encontram
em febres contínuas , ins;1 nia, congestão cerebtal.
Grande medicamento para ataques de mania. Quando
o delíri o toda\'ia n ~o foi es tabelccido o p:lCiente tem
aparência de sofredor, olhar ansioso, aspecto pálido,
enfermo e eJlrugado."
"Delírio suave, murmura, cOllversaçao violenta,
tonta alegre, loquaz, incoerente com os olhos abertos,
alegria alternando com cólera fÍJriosJ, selvagem tenta
ferir e bater, com excentricidade sexual, tem medos
como se estivesse sendo atacado por um cachorro.
Canta canções amorosas e utiliza um linguajar obs-
ceno . Loucura com angústia, grita até ficar rouco ou
perde a voz, gri ta dia e noite na febre. Apressado e
impacien te quando tem que ir a algum lugar. Riso
violemo com expressão estranha na face ... ".
fuino: Plama
Divisáo: MJr.gnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
5 8 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
Ordem: Solanales
Famt7ia: Solanácea
Gênero: Datura
HAHNEMANN - Planta narcótica não apre-
senta em sua ação primária quaisquer dores verdadei-
ras (com excreção de sellsaç[,es desagradáveis, qlle O
experimentado r não pode chamar de dor).
Detirio: loquaz, fala O tempo todo, canta, faz
versos , transtorno nervOSO intensamente violento,
agitação, ausência completa de dor.
Faz p,n1:e do trio de delírio de NASH:
Stram: Loquacidade predomina com a violência.
Bell: Violencia predomina sobre o estupor.
Hyos: Estúpido, estupor predomina sobre a
violência.
Sua Ação Geral: Toda a força desde medica-
mento parece dirigir-se ao cérebro, embora a pele e
a garganta mostrem algwnas perturbações. Secreções
e excreções suprimidas.
Sensação como se os membros estivessem sepa-
rados do corpo - Sobre o cérebro e o sistema nervoso
central.
Tem no seu núcleo o abandono.
Medicamento para os distúrbios de pessoas jo-
vens e pletóricas (Acon., BeU.); especialmente crianças
com coreia; mania e delírio febril.
tpt.. Rill-s .
Desejos e aversões: deseja luz e companhia,
desejos de bebidas ácidas(vinagre). Aversão excessiva
a líquidos.
Mental
Indivíduos chei os de medos: da escuridão, de
ficar sozinho. DesejaJuz e companhia especialmente
à noite, de ser ferido ou golpeado. De água e ruído de
água corrente. Medo de cachorros, de perder a razão
e descob rir sua verdadeira identidade no espelho,
pois poderá ser refletido seu demônio interior. "Um
espíriro decaido e melancólico; o paciente crê que
pecou no seu dia de Graça, mesmo tendo VIVIdo um
vida correta, triste - imagina e realiza coisas estranhas,
até que fUlalmente aparece um delírio; grita em voz
alta, exorta as pessoas ao arrependimento, exalta a si
mesmo, ora em linguagem incoerente, mistura o pro-
fano com o divino, cara vermelha e olhos injcrados."
A BíBLIA & HOMEOPATIA
ATO II - Conhecendo Nabucodonosor
1- Sonhos delirantes: "Eu tive um pesadelo
terrível, disse Nabucodonossor, e não consigo
me lembrar dele. Contem-me o sonho, porque
tenho medo que alguma coisa muito ruim
me aconteça. Então os astrólogos falando em
aramaico, disseram ao rei : "Senhor, conte-nos
o sonho, e emão poderemos dizer qual o sig-
nificado". Daniel, recebe a revelação deu Deus
sobre o sonho do rei: ele havia sonhado com
uma estátua cuja cabeça era de ouro, o peito e
os braços de prata,. as coxas eram de btonze as
pernas eram de ferro e os pés de ferro e barro.
Uma pedra cai sobre os pés de barro e ferro e
destrói a estátua.
Terror.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
2- Vaidade, egolatria, extravagância & vio-
lência: "O rei fez wna imagem de ouro, de si
me5m() com 30 m. de altura por 3m de largura.
Proclama uma lei para todo o povo reverenciar
esta imagem. Haviam três homens judeus que
se recusam a adorar tal estátua- Sadraque, Mesa-
que e Abedenego. Transtornado e colérico, pela
desobediência, ordena cmelmente que estes
homens fossem jogados na fogueira."
3- Loucura e insanidade- O rei Nabucodonossor,
sai de seu palácio, passa a viver com animais
do campo, pastando capim junto com os bois.
Assim vive durante 7 anos wna insanidade
plena, vivendo ao ar livre, ficou molhado com
o orvalho da noite seu cabelo cresceu como
penas de águias e suas unhas ficaram enormes
como unhas de pássaros. Após este tempo ele
olha ao céu, louva a Deus e cura a sua loucu-
ra. (Isto também tinha sido profetizado pela
interpretação de um sonho - árvore cortada).
Sintomas terríveis como, apresentar convulsões
com a sua consciência conservada, o que am-
plifica o sofrimento em suas crises epilépticas
por estar consciente do que ocorre. Isto é a tra-
dução de uma punição impiedosa que acarreta
sofrimento físico e moral pelo não domínio de
seu próprio corpo. Seus sintomas físicos e emo-
cionais são agravados principalmente durante
a noite, lua cheia ou por um foco de luz forte,
quando se vê no espelho ou reflexo na água ou
barulho de água corrente. Cenas que encaixam
perfeitamente em algum f time de terror.
Morte aparente terror norurno, falam idiomas
desconhecidos e ficam em transe sonambulismo suas
pupilas se dilatam, quando são repreendidas. Vêem
vibrações luminosas como se fossem bolas de fugo que
vem chocar-se contra si. Sente que sai vento pelos ou-
vidos. Suas manifestações combinam com as descritas
como possessões demoníacas, ou encostos espirituais,
citadas nas distintas religiões. Alucinações, sente-se
como se fosse mordido por ratos, insetos, cachorros,
gatos etc. .. então pula por sentir cais animais no corpo.
TIusão de que o COrtam pela metade. Sensação de que
bestas, espíritos e mortos , cadáveres e animais terrí-
veis, cães pretos saem do chão e o perseguem (lem-
brando Poltergeist) medo que se exacerba no escuro,
não tolera ficar s6 mas paradoxalmente é descortês
com os seus. medo de cachorros, de perder a razão, de
água de bamlho de água corrente, medo de espelhos
(magia de ver refletido seu demÔnio interior). Estado
delirante e maruaco, delirio furioso, raiva, selvagem,
519
com agitação eXtrema e rasga as roupas ou travesseiros
com dos dentes, salta da cama e corre.
Violento. Transtornos nervosos intensamente
violentos, movimento desordenado do músculo da
face e dos membros, face vermelha, olhos brilhantes
e congestionados, alucinações, visões que o amedron-
tam , e surgem de todos os lados, vê fantasmas, fala
com espíritos. É o mais loquaz, ri, ri dormindo, jura,
Canta obscenidade, r~za e delirio religioso, hinos de
louvor desespero por salvar sua alma. (difere de Hyos e
&11). O delírio pode ser alegre falando incisivamente,
faz discursos absurdos para pessoas ausentes, gestos
ridículos. Algumas vezes misrura o deürio alegre COm
delírio furioso (gritar, bater, morder a si mesmo).
Mudança rápida de alegria para tristeza. Ausência
completa de dor, apesar da violência eXtrema dos sin·
tomas. Tem no seu núcleo sentimento de abandono,
não tolera ficar sozinho.
Ressentido, indiscreto, riso debochado e ealu-
niador perverso ou doce dependendo do movimento
rniasmático, de sua polaridade desconfiado, ri dormin-
do, teme que seus lábios sejam pregados, ansiedade
por ouvir barulho de água corrente. Concentração
difícil, comportamento infantil, i.nadequado imbeci-
lidade, estupefação Transtorno com alcoolismo.
Sintomas orgânicos
Afluxo de sangue na cabeça, cefaleia violenta,
sente a cabeça como se estivesse espalhada ao redor do
corpo· Olhos bem abertos, proeminentes, brilhantes;
pupilas muito dilatadas insensíveis; contorção dos
olhos e pálpebras. Cegueira transitória, lacrijamento
involuntário, miopia..
Face - quente e muito vermelha, com mãos e
pés frios, congestionada e demaciada. Vermelhidão
circunscrita das bochechas, o sangue aflui para o
rosto; riso sardônico.
Range dentes, odontalgias pulsáteis como se os
dentes fossem cair, língua seca e dura como couro,
fala com dificuldade, esforça-se para começar a falar
e demora para emitir sons, fala inteligível entre os
dentes secreção nasal fétida espasmo muscular na
garganta e no esôfago ao engolir, sensação de pelotas
na garganta, sacudidas da maçã de Adão vômitos
verdes, biliosos flatulência acentuada e abdome in-
chado consti pação com anuria e supressão da urina,
frequente desejos de urinar. Incontinência urinária,
urina fétida. Incontinência urinária.
Priapismo, onanismo, impotência- exibe seus
genitais l6quios de odor cadavérico voz áspera disp-
 o Carlos Brunini, Mario Giorgi & CoIabs.
neia suspirosa, pescoço rígido, dolorido e espastico ,
febre tifoide.
HAHNEMANN MMP: Os que o rodeiam
parecem estranhos para ele, embora nos primeiros
minutos ele soubess(,: que eS tava com amigos) no
segundo minuto esquece e imagina que está comple-
tamente si, num deserto e está temerosos; figuras de
bestas surgem subitamente do chão ao seu lado e ele
move-se para o outro lado, só que outras imagens
similares o persegue e ele sa i correndo. Loucura,
queixa que tem um cão mordendo e rasgando a
carne de Seu peito. Medo delirante como se um cão
o estivesse atacando. Algumas vezes grita a respeito
de gatos, cães e coelhos os quais estavam se aproxi-
mando dela por cima, pelos lados e pelo meio da sala.
Ln~gen s a"ustadoras da imaginação, ele fantasia que
vê fantasmas. Não tem descanso em nenhum lugar, é
acossado por imagens, sonhos, mesmo co m os olhos
abertos, os quais na forma de grandes des , gatos e
bestas horríveis crescem do chilo , dando assim sinais
de tctror e não sa be como sJlvar-se. Pensa que está
morrendo, fica alegre com isso e dá insrruçóes acerca
de seu funeral. Teme perder seus sentidos. Depois de
acordar, todos os objetos lhe parecem novos, mesmo
seus amigos, como se m.illca os tivesse visto antes.
Ele não via nem reconhecia as pessoas. Os objetos a
sua volta parecem pequenos, tem a ilusão de que é
alto, grande.
BERING: "Pensa que es tá morrendo e instrui
como será seu funeral, maníaco - pensa que es tá
dei tado numa sepulrura, confess ", reza deseja ser
morto. Triste, chorão po r pensamentos de morte
imagina-se sozinho e se amedronta .... tristeza, cho-
ro, pensamentos de morte , teme animais selvagens
e cães negrus . SobressJ..!tou-se com grande força e
alarde dizendo que ia cair e agarrava-se a sua mãe
com muito desespero como se fosse ser jogada nwn
precipício. Teme perder os sentidos, que seus lábios
vão se jl1ntar, sufocar-se, cair ... que rudo está caindo
sobre ele. Depois de espasmos cain em transe, diz
que está sobre a inAuência de espíritos, com urucJções
com Deus , fala sermóes enfáticos e profecias. Escuta
constantemente do lado direito do occipício uma voz
alta gritando e alllsando-o de irreligiosidade mania
religios idade, olhar devoto, reza, inquieto a noite,
fala inspirada, canta ndo o desespero da salvação de-
primida e cheia de angustia, acredita ser indigna da
felicidade eterna, porque sente- .~e incapaz de cumpri r
seus deveres. pensa em todas as doenças incuráveis
e que tem poder sobre elas ... Pel1,a que tem cobras
no corpo ... Está aterrorizado com a aproximação do
méJico ... lnconsolável - muito e1fccado por triviali-
dades, disposto a chorar, algumas vezes contrariado,
negLicencia aos seus deveres, pensa não estar apta
para seu cargo. Não reconhece seus amigos e família ,
chamando pelos companheiros como sc estivesscm
ausentes. Acredita estar só num deserto ~bandonado,
mesmo tendo conhecidos a SUCl volta. Subitamente
animais pulam do ch50, ai de muda de laJo, me1S os
animais continu~m perseguido-o então sai correndo."
ALLEN - "Ele sempre imagina que es t:í só e as-
sim permanece assustado ... AI; COi"lS e ~s pcssoas a sua
volta pareciam ter mudado ... Imagina que es tá num
deserto e que animais puJam por cima dele e o perse-
gue, levando-o a correr. Delírio com mcdo como se
cães estivessem atacando-o. Sobressalta-se alarmada e
agarra-se a sua mãe com medo de cair num precipício
imaginário ... pediu a .sua mãe que náo a dcixa,"c pois
estava com a sensação de que algo iria injuria-la. Não
pode ter descanso em nenhum lugar, amedrontado
por ilusóes fantasiosas, que parecem ne1scer e crescer
do chão na forma de enormes cães, gatos ou bes tas
horríveis o que lhe acarreta terror. .. Teme a aproxi -
mação de um monstro imaginário ... Queixa que um
cão morde e rasga seu peito. Quando viu sua esposa,
primeiro começou a chorar, tentou esconder-se e es-
tava temeroso de que alguém aproximasse, como que
espcr,1I1do por um mal... Seu sembbnte CI~l como o
de uma criança assustada . O experimentador tinha a
visão de um e.xecutor (carr~sco) a sua frcnte ... Dizia
que um homem estava na sua cabeça c repeti a: "Você
não vai ter-me" Ilusão de que havia sido morco, frito
e comido. Ele pensou que estava morrendo e que não
viveria até a noite e estava satisfeito por achar que
estava morrendo, preparava seu funeral, ao mesmo
tempo que com perfeita razão, não se sentia doente .. .
Triste com pensamentos de morte e choro violento .. .
Minha mulher, sentada ao lado da cama parecia um
fantasma, e eu a tocava ocasionalmente para sentir
se ela tinha real existência. AI; coisas e as pessoas à
sua volta pareciam ter mudado; embora de1 sai ba que
seus amigos estão à sua volta, logo se esquece disso;
imagina que esté só num deserto , abandonado; de
está temerosu; animais puhm subitamentc Jo chão ao
seu lado , e de vai para o outro lado; entretanto, ou-
tros o sobressa ltam, perseguindo-o, e então ele corre.
Ele sempre imagina que está s6 e está ass ustado. Seu
semblante e sua conduta inteira era como o de uma
criançJ se\'Cromente "ssustada e aprendendo alguma
calamidade. O paciente tinJ1a uma visão constame de
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
wn executor à sua frente, e fora isso, estava vívido e
falante. Dizia que wn homem estava à sua "cabeça"
e dizia repetidamente "você não deve ter-me". Ficava
quase delirante; não reconhecia ninguém. O menino
não notava ninguém à sua volta, não reconhecia os
pais ou irmãos, não escutava nada, não sentia nada.
Ele imagina que é mui to alto e grande e os objetos
circundantes a ele, muito pequenos."
ALLEN - Keynote - A principal aruação desde
remédio se encontra nas afecçócs mentais. Em pessoas
jovens, às vezes histéricas, que rezam, que imploram,
etc. (Mullieres jovens com menstruações suprimidas
podem ser assim afetadas. E não suportam quarto
escuro ou escuridão).
KENT - Assemelha-se a um terremoto em sua
violência, a mente está cheia de tumulto; maldizen-
do, arrancando as roupas, forma de falar violenta,
frenética, erótica com exibicionismo ... canta canções
amorosas, com linguagem obscena. Loucura com an-
gústia, riso violento com expressão sardônica na face.
Na medida em que nos aprofundamos na matéria
médica de Stramoniwn, vamos compreendendo as
peculiaridades que tornam este medicamento dife-
rente dos demais.
Combinando a descrição do gênio deste medica-
mento com as vibrações básicas demoníacas descritas
em várias filosofias religiosas como:
1. Sente que sai vento dos ouvidos.
2. Face vermelha ou pálida, facc quente e extre-
midades frias.
3. Range dentes, odontalgia pulsátil como se os
dentes fossem cair.
4. LÚ1gua seca e dura como O couro, fala com
dificuldade, esforça-se para começar a falar e
demora em emitir sons. Fala ininteligível entre
os dentes.
5. Secreção nasal fétida.
6. Espasmo muscular na garganta e esôfago ao
engolir. Sensação de pelotas na garganta, sa-
cudidas da maçã de Adão.
7. Vômitos verdes, biliosos, flatulência e abdome
inchado.
8. Constipação com anúria. Incontinência urinária.
9. Priapismo, onanismo. Impotência, exibe os
genitais lóquios de odor cadavérico.
10. Voz áspera, tosse espasmódica, asmas espas-
módicas, suspirosas.
11. Pescoço rígido, dolorido espasmódico.
12. Febre tifoide.
521
NASH - "Selvagemente delirante, com O rosto
vermelho e grande loquacidade". Pupila muito dila-
tada, quer luz e companhia, medo de ficar sozinho,
quer que segurem a mão. Um lado paralisado, o outrO
convulsivo. Desvario é tremendo, canta, ri, sorri de
modo maldoso, grita, reza e loquaz.
Dinâmica miasmática
t A sua PSORA (sarna), é wn sentimento de
abandono potencializado (foi expulso) ou seja é wn
desamparado com culpa, sente que cometeu uma
transgressão e vai ser condenado ao fogo eterno,
devido a isso tem a ilusão de que é perseguido por
demônios.
t SICOSE reage com beatirude, tenta redimir
seus pecados com orações tornando-se carola, com
práticas religiosas, farisaicas, mas isso não vinga por-
que não tem bondade em sua natureza.
t SÍFILIS vem a destruição: das pessoas a sua
volta e para com o mundo o que acarreta sua auto-
destruição, vivenciando o verdadeiro inferno.
Sintomas chamativos: sexo / erotismo - terror
/ pânico - violência / crueldade / sadismo - satanis-
mo / blasfemia / magia negra - imoralidade e auto
flagelação.
Homeopatia & pediatria
São naruralmente perversas em suas brincadei-
ras, curtindo sacrifícios e atos maldosos com animais
de estimação e com seus companheiros de escola.
Acordam à noite estalando os olhos, as pupilas se
dilatam quando a criança é repreendida, rosto quente
e avermelhado com mãos e pés frios.
Falam lillguas estranhas/estrangeiras, crêem estar
vendo espíritos e conversam com eles; gritam, choram
alto e se comportam como se estivessem possessas,
causando grande espanto aos familiares, que, ao nos
contar tais fatos no consultório, complementam sua
história com antecedentes de já terem levado o ftlho a
benzedores, médiuns, sacerdotes etc., pois já tinham
wn comportamento endemoniado.
Grande medicamento o Stramonium, que de-
volve o equihbrio a esta terrível siruação, trazendo
bem-estar ao paciente já nas primeiras horas após ser
ministrado.
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - O animalzinho de Stramonium
tem desespero quando o carro em viaja passa por
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
túnel escuro. Ao ser repreenclida a pupila se dilata
imediatamente. Abscessos crônicos, abscessos nas
articulações (ortiCllbção coxal esquerda).
Agressividade, rosno por ser olhado, ameaça,
aversão ao toque, desconfiado, ciumento, rasga a
roupa do dono, ehega a arrebentar portões com os
dentes.
Dramatização
"Sua pele rosada por todo o corpo fazia um
contraste com a palidez de seu roSto, como de um
anêmico ou de um ser assustado, sim, essa é a melhor
defmição, branco aterrorizado po r uma visão típica
de quem comeu saladas góticas em noites c:liiginoS;lS.
Apesar disso esta va quente como em febre, um rubor
que aparecia em ondas. Os músculos faciais sacucliam
espasmodicamente, sem controle, um riso sardônico,
uma vermelhidão cobria metade de seu rosto , como
uma crise repentina de erisipela pruriginosa.
A boca estava seca, os músculos da garganta es-
tavam em constrição espasmóclica, clificultando a de-
glutição, com a língua dura como couro, inchada, sem
que ele pudesse expressar direito aquilo que queria.
Havia também uma espécie de secre,,"io acumulada no
canto da boca, esbranquiçada como se estivesse com
sede, mas líquidos não o aliviavam, e seu pomo de
adão subia e descia no pescoço, dançando, perdido,
num vai e vem descomrolado.
"Estava com frio", frio em todo o corpo, tre-
mores nas mãos e nos pés, calafrios que desciam nas
costas. A impressão é que estava com cãibras nas
mãos. Ao levantar-se ·sua marcha era vaciJante. Com
uma voz as pera e rouca, quase afôn.ico, tossia inces-
santemente num acesso que repetia periodicamente,
uma tosse seca, sem expec toração .
Estou um pouco tontO, sussurrou tentando res-
ponder talvez a si mesmo. Ergueu o olhar, imediata-
mente sentiu que a luz o atrapalhava, despertou com
.sso sua tosse. No mesmo momento levou à mão a
cabeça como que profundamente perturbado e clisse
estar com a visão rurva, tontO, não podendo visualizar
nada. Avistou então um copo com á!rua e esticou a
- que lh e parecia desproporcional" em relação ao
mao,
restante do corpo, ao alcançar O copo sorveu-lhe a
água avidamente, co mo se tivesse uma sede intensa.
A vontade de urinar a todo o momento o fazia
ficar impaciente, ele se levantava e cambaleante ia
até o banheiro, onde urinava em gotas, parecendo
aliviado, sem, no entanto perceber que um jato
descontrolado molha va a sua roupa . Mas ao tentar
voltar, pareci a perdido .
Voltando a sala, reviu a água, mas agora essa vi-
são já não o impulsionava. Sentia sim uma queimação
ácida no estômago, e n50 queria mais ver o copo, pois
esta visão o exasperava.
Deitou-se tentando descansar, fechou os olhos,
e, então, visões horríveis, apavorantes, passaram a
atormentá- lo. De todos os lados, animais horrendos
passaram a brotar no chão. Figuras monstruosas, que
faziam uma fusão horripilante de animais, homens ,
plantas e fantasmas o atemorizavam. Todos estavam
em atirudes agressivas.
Perclido em suas ilusões um enorme cão surgiu
do nada e avançou mordendo o seu peito, esse do
sempre o perseguia, ele inclusive achava que nunca
iria livrar-se dele. As serpentes tamhém estavam a sua
volta, não o deixavam em paz, e ele, cercado por tan-
tas visões, levanto u-se e passou a ter uma convulsão,
mas sabia o que estava ocorrendo, pois permanecia
consciente de si, entretanto, não conseguia comandar
seus movimentos. Imediatamente tentou voltar e
deitar-se novamente, mas suas ilusões continuavam ,
sua cama estava cheia de vermes que passeavam, ou
melhor, arrastavam sobre ele, eram baratas, lagarras,
moscas, aranhas, miríades de formas.
Pobre rapaz, estava cheio de medos, medo de ser
devorado, medo de estar louco, queria fugir , fechava
os olhos, sabia que era uma ilusão, mas estava durando
muito, então isso passou a ficar muito confuso. Ele já
não sabia mais ao certo se estava ou não preso a um
mundo de horrores i.lnsórios, de provocaç{lcs maiores
do que ele pudesse suport.ar.
Insuportável, estava· tornando-se insuportável,
rudo ficava muito intenso, muito próximo a realidade.
Sonhos reais, verdadeiros.
O delírio ficava furioso, desordenado e em seu ros-
to vermelho, brilhante, O olhar cstJ"a perclido, os olhos
congestionados, seus gri= eram histéricos, furiosos. Ele
estava raivoso e assustado.
O delírio [Omou-lhe conu, [Odo o seu corpo o
representava . A parede, encolhido, tentava esconder-
se, fugindo silencioso. Ficou quieto a rezar, peclia
para os monstros sumirem , chorava e arrepenclia-se
por ser pecador.
Todo o tempo ele falou, não deixou de falar
um minuto sequer. Ansioso, com uma fala ansiosa,
expressava o medo que tinha o tempo todo dessa
intensa peça que seu inconsciente é capaz de lhe pre-
gar. Essas alucinações lhe provocaram pânico, pânico
incansável. Não lhe davam so"ego, ficavam o tempo
todo surgindo, ressurgindo. Muito cansado de tantas
aventuras intermináveis, sentia-se abandonado, desva-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
lido, desprotegido. Estava só nesse mundo, desejando
companhia.
Acusou sua esposa de infiel, conspiravam contra
si, sua esposa tinha amantes escondidos dentro de
casa. E falava incessantemente em temas lascivos.
Refugiou-se, então, em misantropia , queria
matar·se.
Disse que não era honesto, agia como se tivesse
cometido uma falta grave. Tinha a sensação de estar
vivo de um lado e morto do outro, e a sensação de que
es tava dobrado, ou que estava dividido ao meio. Não
se considerava digno da glória eterna , pois não cum-
priu com sua missão de vida, duvidava do bem estar
de sua alma. Cantou hinos religiosos e confessou-se
em voz alta. Então achou que era Deus, mas logo em
seguida achou ser o próprio Lúcifer.
Falando muiro, sempre, ele novamente queixava-
se de que havia um cão mordendo e rasgando a
carne do seu peito. Ele esrava com medo delirante e
aparentava-se assustado como se um cão o estivesse
atacando. Não tinha descanso em nenhum lugar,
estava assustado por imagens, por sonhos de olhos
abertos, que lhe traziam cães grandes. Cães, gatos e
outros animais aproximaram-se dele por cima. Ficou
triste, chorou, pensou na morte. Estava com medo
de animais selvagens e de cães negros. Agia como se
animais realmente o atacasse. Delirava como se um
cão aproximasse dele.
Deitou-se no chão e começou a movimentar a
cabeça, como se encontrasse um prazer, com a cabeça
girando, levantando e abaixando, fez um ritual de pro-
cura como se fosse um animal a busca de caça, o corpo
girava, rolava no chão, imaginava-se chafutdando.
Após pensar minuto naquele rapaz, algumas
coisas foram surgindo em minha menre, como por
exemplo, a minha imagem de cão.
O cão es tá associado à morte, aos infernos, aos
mundos subterrân eos. Os povos antigos tinham, a
certeza de que o cão os guiava na noite da morte,
após terem sido seu companheiro durante o dia
(vida). Os sinocófalos, macacos com a cabeça de cão,
tem a missão de destruir os inimigos da luz. Ainda é
costume de algw1s povos enterrar um cão junto com
o cadáver, para que o cão sirva de guia ao outro lado
da vida. Xelotil foi o cão que acompanhou o Deus
Sol em sua viagem por debaixo da terra. Outro tema
que apa rece fortemente para o rapaz refere-se a luz.
A luz parece incomoda-lo, mas o escuro agrava
suas ilusões, parecendo não haver um estado onde
ele esteja menos susceptível, menos vulnerável. A luz
está na constelação do cão, que tem sua simbologia
associada à morte e ao mundo subterrâneo.
Há uma, ou melhor, muitas lendas que contam
que o cachorro roubou O conhecimento. Numa de-
las conta que o cão ensinou às mulheres o segredo
do fogo ao raspar ininterruptamente o rabo em um
cipó ou numa pedra, ou em uma pedaço de madeira
(várias lendas), o segredo da fricção trazer o fogo que
também é luz.
O roubo do conhecimento pensou intrigado,
qual será a Sua rel..,áo?
Procurando O signiflcado da luz que o cão rou-
bou encontrei o seguinte:
A luz é um limite ideal e un1 resultado. Embre-
nhando-se em sua direção, entra-se num caminho que
parece poder levar além da luz, isto é, além de toda a
forma, além de toda a sensação e de todo o conceito.
A luz tem um significado ainda maior, que é o
conhecimento. A luz identifica-se com o verbo, e essa
irradiação é percebida por todo homem que vem a
este mundo, é a luz do conhecimento. Esse homem
ilusiona que o cão morde o peito e fica assustado ao
perceber que no peito carregamos a luz da justiça.
Parece que no caso há o medo de que o cão venha a
roubar o seu conhecimento.
O corpo imortal é sim bolizado por uma forma
circundada de luz que é o elemento que sucede as
trevas. Segundo Jacob de Boehme, a luz se associa a
Vênus, sendo despertado o desejo e o amor realizado
depois que o ser passou pela purificação do fogo. A
luz destaca do fogo, como o desejo de amor se destaca
da vontade de Deus.
No fogo encontramos simbolicamente Satã, o
príncipe das trevas, e na luz a verdade divina. Este
homem confunde-se·em suas ilusões, ele não consegue
estabelecer com disçernimento quem ele encarna: se
o príncipe das trevas ou o Senhor da luz. Enquanto
Deus significa o ilimitado, como o significado que
vimos da luz, as trevas significam os limites, que de-
vem ficar estendidos também ao demônio.
O demônio sintetiza as forças desintegradoras
da personalidade, ou seja, as envolve nas trevas, e
somente a luz pode livrar o homem das trevas .
No·tarô o seu significado passa para a rigidez, a
sexualidade, a matéria, ou seja a satisfação da matéria.
Por outrO lado Lúcifer é o senhor das trevas (igno-
rância, medo, oculto). Estar aos cuidados de Lúcifer
significa estar submisso ao mundo dos instintos , com
a libido acentuada.
Esse homem vive o conflito de ter o poder e não
saber como usa-lo. Ou usa a luz ou O fogo.
Ele se comporta como se chafurdasse e este fato
me faz pensar em porcos. O porco Simboliza as ten-
524 Carlos Bruníni, Mario Giorgi & Co/abs.
dências obscuras sob todas as formas de ignorância,
da luxúria, da gula e do egoísmo.
Na roda da existência tibetana, ele invoca mais
particularmente a ignorância. Devemos lembrar da-
quela parábola do Evallgelho que fala em dar pérolas
aos porcos.
Qual o significado?
Jogar pérolas aos porcos é o mesmo que des-
perdiçar verdades espirituais com quem não tem
dignidade para recebe-las ou com quem não tenha
capacidade para entende-Ias. Nas lendas gregas, Circe,
a maga, transformava os homens em porcos que a
importunavam com o seu amor.
Em Atlântida (continente imerso) lenda de
origem desconhecida, coma-nos a história de uma
espécie de paraiso perdido, domínio de Posseidon,
que ali instalou seus filhos, que engendrou de uma
mulher mortal. Embelezada por ele, a cidade passou
a ser um maravilhoso reino onde os habitantes passa-
ram a adquirir riquezas em tamanha abundância que
nenhuma casa real ainda possuía.
Platão projeta em Atlântida seus sonhos de uma
organização política e social sem falhas. Em seus escri-
tos encontramos: "Quando a escuridão da noite havia
chegado e o fogo dos sacrificios já estava frio, todos
envergavam trajes muitos belos de um de um sacrifício
sacramentaL Então nas trevas, após terem apagado
todas as luzes em volta do santuário, eles julgavam e
submetiam-se a julgamento, caso um deles acusasse
o outro de ter cometido qualquer inflação. Quando
condenado esse teria de pagar, e o pagamento pela
falha poderia ser a transformação deste em um porco.»
O porco, como todos sabemos, apresenta uma
anatomia intetna muito semelhante a do ser humano.
Atlântida afunda quando O componeme divino
diminui e o componente é usado de maneira inade-
quada.
Mas voltando ao rapaz, em seus olhos perdidos
era possível encontrar wn homem que buscava inces-
santemente seu eu~ sC1Tverdadeiro eu.
Como que eu poderia ajuda-lo) Mas onde esra-
va o bloqueio ao livre fluxo de sua Energia Vital? A
solução estava próxima eu a sentia.
De repente um caminhão que recolhe lixo passou
com aquele barulho característico. Olhei para o rapaz
que dormia nesse momento e notei que ele abrira
os olhos e, como se ainda em transe, fez o ritual do
chafurdar, parando, tão logo o barulho desaparecesse.
O Stanwni"m nasce ao lado de terreno baldio, ao
pé do local onde aqueles caminhões deixavam lixo. E
como na minha farmácia de emergência eu tinha este
medicamento, fIZ uso imediato dele, o que resultou
numa melhora magistral.
Como por mágica ele se levantou com expressão
de felicidade e disse que O fogo das ilusões havia
acalmado, pois a luz da sua consciência voltara a
acender-se. Agora sim, estava pronto para continuar
a procura de seu verdadeiro ser.
No ano 1989, num bairro nobre da cidade de
São Paulo, identificávamos numa pixação de muro,
um Stranwni"m anônimo, cuja mensagem dizia: Lírio
CÚJ delírio, q"e pida am«>lJ"rada ...
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Com este poema iniciamos o capítulo Suphur,
indivíduos teorizadores criativos, mas muitas vezes
distantes da realidade, longe das pequenezas e coi-
sinhas do mundo. Em sua essência Sulphur não está
nem ai com o trivial, para ele são futilidades, assim
° poema abaixo ilustra bem esta situação (Sulphur
ouve estrelas).
Ouvir estrelas
Cheguei. E, ao chegar, disse uma estrela:
"C()ffl() és feliz! C()ffl() és feliz, amigo,
Qw de tÍÚJ perto vais ouvi-Ia e vê-Ia'"
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o smso'" E eu vos direi, no entanto,
QJ<.e, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, páliM de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A viClrláctea, C()ffl() um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir M sol, saudaso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Dirás aglJl'a: "TresÚJucaM amigo!
QJu conversas com elas? QJu sentiM
Tem o que dizem, quanM estÍÚJ contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-Ias'
Pois só quem ama pode ter ouvide
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
Viver nÍÚJ pude sem que ofel provasse
Desse outro amlJl' que nos perverte e engana:
PIJI'que homem sou, e homem nÍÚJ há que passe
V;,;gem de tOM pela vida humana.
Via Láctea - Olavo Bilac
MARGARETH TYLER: "É wn dos nossos
grandes medicamentos de pele, mas somente nos pro-
blemas de pele semelhaute ao que ele pode produzir,
ou em típicos pacientes Sulphur".
525
•
Sulphur
JAMES T. KENT, preconiza que Sulphur é wn
remédio tão completo, que é difícil dizer como come-
çar a descrevê-lo. Parece conter uma semelhança com
todas as enfermidades, e o iniciante, ao ler sobre seus
sintomas na experimentação, poderia pensar que não
faz falta outro remédio, como se a imagem de todas
as enfermidades estivessem contidas nele. Porém, é
necessário alertar para o fato de que não é suficiente
para curar tudo, e não deve ser usado indiscrimina-
damente. Sua utilização excessiva pode demonstrar
pouco conhecimento da Matéria Médica. Outros,
afirmam que é o medicamento da Psora.
Mas é preciso lembrar que há indivíduos que
vibram predominantemente na psora, outros na sicose
e outros, na sífilis.
Segundo Margareth Tyler, Hahnemann aponta
a semelhança das erupções produzidas por Sulphur
com aquelas da sarna.
Há uma inusitada tendência a erupções de todo
o tipo, geralmente pruriginosas. "O prurido, a coceira,
pode ser com ou sem erupção, às vezes em placas que
sangram depois de coçar; é queimante, ardente ou
formigante, ou comichante ou voluptuoso; piora de
noite pelo calor da cama ou ao entrar em wn local
quente, caminhando ao ar livre, ou em zonas que
suam, pdo coçar." (Margareth Tyler).
Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa,
Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, a palavra erup-
ção significa: saída com ímpeto, enrubecimento da
pele, às vezes acom panhada da formação de manchas,
vesículas, etc.; emissão de lavas, cinzas, etc. da cratera
de wn vulcão.
MARGARETH TYLER nos diz: como "Sul-
phur vem dos vulcões, é bom para erupções".
KENT, em sua FiÚJsofia Homeopática, nos ensina:
"A grande semelhança destes sintomas (recolhi-
dos por Hahnemann em suas observações sobre seus
526 Carlos Bruniní, Mario Giorgi & CoIabs.
pacientes ao longo de doze (12) anos, que agrupados
representavam uma imagem de Sulphur, foram preci-
samente os que induziram a Hahnemann a empregá-
lo para as conclições Psóricas.".
''Na Psora, temos as imagens de muitos remé-
dios. Todos os reméclios de ação profunda possuem
mais ou menos algo da natureza da Psora".
MARGARBTH TYLBR relata que Hah-
nemann prep arou e potencializou O conteúdo da
pústula da sarna e o provou, mostrando a sua grande
semelhança de sintomas aos de Sulphur e suas grandes
diferenças, ensinando-nos quando prescrever um ou
outro meclicamento.
Pode se apresentar como vários tipos:
- Como "teóricos" que, entre uma cerveja e ou-
tra, discutem nas mesas dos bares, soluções para os
problemas econômicos e políticos do mundo (tipo
"esquerda festiva" que só teoriu , mas não põe em
prática );
- Fazendo o tipo "hippie", desleixado, drogado,
buscando um mundo diferente da sociedade consu-
mista;
Os indivídWJs que vibram em Sulphur se atraem
pelas suas afinidades intelectuais, e se compreendem
melhor entre si.
- Como o "cientista louco", o aJoprado Professor
Ludovico, cheio de ideias "fabulosas" dos gibis de
Walt Disney;
- Como aquele que busca vocações religiosas,
não pela compassividade com o próximo, como o
Franciscano Phosphorus, Sulphur é compassivo apenas
com animais e mendigos; busca a religião, na procura
Einstein_
da imelectualidade ftlosófica e espiritual, visando um
mundo diferente dos valores materiais e efêmeros ;
- Se apresenta, também como o eremita, que
abandona seu emprego executivo para viver no cam-
po com animais, livros e discos e para contemplar as
estrelas;
- Às vezes, pareceITl' inconsequentes, pois recu-
sam ofertas de empregos e optam por trabalhar por
conta própria, sem relógio, sem patrão, sem clisciplina,
não tolerando regras;
- Ou ainda, ao contrário, como o "Mauricinho",
todo certinho, apresentando um verniz artificial (tran-
sitoriamente), e, ao contrário dos demais, bastante
materialista, com um ego hiperrrofiado e ego ísta;
- Apresenta-se, ainda, como a dona-de-casa que
acha que é futilidade arrumar a sua casa e colocar
ordem nas coisas.
Enfim, muitas são as suas faces e veremos na sua
Dinâmica miasmática, que cada fase cortesponde a um
movimento onde predomina um determinado mias-
ma. Como já foi cli to anreriormente, entende-se por
"dinâmica miasmática'J) o <'modo como o indivíduo
adoece", como ele manifesta a doença, como exprime
o seu sofrimento inclividuaJ, através dos sintomas
mentais, gerais e locais.
O seu estado mental pode ser explicado pelo con-
gestionamento venoso, pela vasodilatação e hiperten-
são do cérebro, que provocam uma euforia patológica
(atarefado todo o tempo, mania de grandeza, egoísmo
pleno, ilusão de que trapos são roupas de seda, se
vê imensamente rico, delírio religioso, deforma os
WaltDimey.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
grandes conceitos espirituais e metafísicos). Como já
foi dito, é wn grande policresto, por isso compartilha
sintomas com todos os remédios.
Neste estado vai apresentar deficiência mental
real, perda da memó ria (amnésia), não consegue
concatenar as ideias, com depressão, irritabilidade,
descontrole ps íquico, etc.
"Sulphur se impressona e se acalma da mesma
forma. Fica excitado com muita facilidade, altera-se,
muito irritado. São susceptíveis, briguentos, violen-
tos, insaciáveis, encolerizam-se com facilidade por
qualquer coisa." (Lathoud, 2002).
Slntomatologia
Indivíduo impaciente, contraditório, briguen-
to, impressionável, que se acalma rapidamente .
Necessi ta de ar fresco, mas tem horror a água.
Temperamento nervoso, movimentos rápidos e se
exalta facilmente.
Pele hipersensível às mudanças atmosféricas.
Congestão venosa, principalmente do sistema
portal.
Aspecto enfraquecido, caminha encurvado como
wn velho e com os ombros caídos. Inclina -se para a
frente, como se puxado pelo peso da cabeça.
Sempre fatigado. Não consegue se manter de pé.
Precisa sentar-se ou se apoiar. Quando sentado, apoia-
se nos corovelos pata segurar a cabeça.
Aparência descuidada, deselegante, roupa suja,
maltrapilho, despenteado, podendo exalar cheiro desa-
gradável, pele gordurosa, com seborreia, acne na face.
Mãos quentes e suadas.
Orificios namrais avermelhados.
Apresenta sintomas gerais de queimação, e ar-
dência de todos os órgãos. Tudo arde, as dores, a pele,
as secreções e as excreções. SulpIJu,' está relacionado
com o elemento fogo.
Modalidades
Lateralidade variável, mas preferencialmente
esquerda.
Periodicidade semanal ou a cada 21 (vinte e
wn ) dias.
Muito calorento, devido à tendência congestiva
geral. É sensível ao calor em todas as Suas formas. Não
tolera habitação quente, não tolera calefação, mesmo
no inverno. Anda descalço, dorme com pouca roupa,
descobre os pés dormindo.
Alimentos gordurosos, crus, condimentados,
grande desejo de doces, chocolates e pratos açuca-
527
rados, salgados, sopas (quentes), desejo intenso de
bebidas alcoólicas, vinagre. Intensa sensação de fome,
mas quando se senta à mesa não come quase nada.
Sede Intensa e bebe grande quantidade de água.
Bebe muito e come pouco
Bebe água o tempo todo.
Agravam pelo calor da cama, à noite (característica
marcante); pelo repotlso e pelo sono. Parado em pé;
pelo banho, pela manhã, por volta das 11 (onze)
horas, agravam após comer; por fome; pelo ar frio e
mudanças de temperamra; e pioram periodicamente
a cada 7 (sete) dias ; por estimulantes alcoólicos; por
roupa de lã (não tolera), por dormir pouco.
Aversão a água para se banhar e se lavar, aversão
a todo exercício físico, ao trabalho.
Aversão à carne, leite, peixes, vinhos.
Melhoram ao ar livre; em tempo seco e quente;
deitado do lado direito; por fricções ; dobrando o
membro doente.
Apresenta congestão venosa localizada ou de
órgãos (olhos, nariz, ovários , pernas).
Tem grande hipersensibilidade a odores forres.
Tem repugnância ao próprio odor.
Apresenta repugnância pelo cheiro das fezes, dos
seus genirais e dos seus pés.
Sofre de transtornos crônicos a partir de erupções
suprimidas ou por supressão de suores ou seCreções.
Sulphur traz os transtornos à superfície corpórea.
Quem é o individuo Sulphur?
(Gênio m!ldicamentoso)
HAHNEMANN descreve, no parágrafo 34 do
Organon, que "A doença artificial produzida pelo
medicamento deverá ser o mais semelhante possível
à doença a ser curada".
Na experimentação dos medicamentos, os
indivíduos experimentadores apresentam patogenesia,
ou seja, deterrninada simomatologia que caracteriza e
individualiza de forma peculiar e "rara" a medicação
experimentada. O conjunto dessas características
individualizantes, é o que se denomina "Gênio do
medicamento".
"Sugismundo":
"Gênio (gigno, geno) de acordo com as melhores
citações significa a namreza inata; o que é peculiar
para qualquer coisa, e constitui sua identidade, sua
(latureza, disposição, caráter peculiar, etc".
52 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Co/abs.

"Consequentemente, você perceberá que O ter-
mo gen;us, quando aplicado a um remédio, significa
aquilo que é peculiar para o remédio, e que constitui
sua identidade ou sua individualidade e o distingue
de todos os ourros". (GUERNSEY, 1871).
Segundo VIJNOVSKY (1980), "O genuíno
individuo Sulphur é sonhador, está sempre "voando",
desligado é muito impressionável, extremamente
irritável, encolerizado e muito nervoso.
Tem uma grande tendência a grandes especula-
ções mentais (mania ftlosófica) e metafísicas (muita
criatividade e imaginação fértil). A genialidade e O
espírito inventivo e criativo, além da presunção e
orgulho são características suas muito peculiares.
Apresenta um aspecto sujo, desajeitado, desa-
linhado. É o verdadeiro "Sugismundo". Parece não
se preocupar com sua aparência, como já foi dito
anteriormente. Tem sido chamado de o "filósofo
esfarrapado".
Apresenta uma grande ansiedade pela salvação de
sua alma e pelo futuro. Não consegue dormir à noite.
Acorda ansioso com uma pressão no peito. Apresenta
megalomania, indolência física e mental, aversão ao
trabalho, egoísmo, charlatanice e sem iniciativa para
as COIsas.
Segundo PASCHERO (1983): "Vive como
em sonhos. Frente a tudo o que tem de fazer, se toma
imóvel, preguiçoso e imbecil. Não suporta as pessoas
ao seu redor. Tem impulsos religiosos excessivos.
Apresenta alcoolismo (dipsomania) e indiferença com
a sua aparência pessoal."
"A imagem que mais marca o medicanlento Sul-
phur é o seu desalinho, sendo qne isto é decorrente de
uma importância maior que este indivíduo d,\ ao lado
intelectual e mental, deixando para nm segundo plano
a vaidade e a sua aparência externa." (BRUNJNI &
VIRlATO, 2003).
Não apresenta disposição para o trabalho, o
prazer, a locomoção e a comunicação. Não gosta de
falar, nem de se mexer.
Somente interessam as suas próprias aspirações.
Egoísta.
Tem aversão a seguir normas estabelecidas. Tem
aversão ao trabalho.
É ignorante, mas tem a fantasia de ser um grande
homem.
Apresenta embotamento e confusão mental.
Aparenta felicidade tonta e orgulho.
KENT nos diz que: "Sulphur produz um estado
de desordem, de sujeira. Pode vestir a mesma camisa
durante muitas semanas. Limpeza não é uma grande
ideia para o paciente Sulphur".
VIJNOVSKY (1980) diz que "Sulphur crê que
seus trapos ou roupas velhas e esfarrapadas são de
seda e muito fmas ou que são vestimentas formosas."
É muito desorganizado com as suas próprias
coisas, vive "na bagúnça". Sofre de síndrome de
ardência oral, líquen plano, nevralgia facial, e lesões
bucais.
No caso dos animais, são indiferentes, embotados,
absortos, desligados, introspectivos. Como se
estivessem em outrO "mundo", ausentes. São coléricos,
briguemos e violentos. São cleptomarúacos (roubam
coisas e as escondem). São desnutivos. Apresentam
abcessos supurativos, seborreia, comedos (pomos
negros) e piodermites, ambos na pele.
Apresentam coprofagia (comem fezes) e seu
aspecto é sujo mesmo após terem tomado banho.
Quando utilizar Sulphur'?
Quando observarmos os sintomas "raros, es-
tranhos e peculiares" (conforme o parágrafo 153 do
Organon) no nosso paciente, pareados aos descritos
na Matéria Médica:
"O núcleo de sofrimemo da sua personalidade
se caracteriza por uma distorção, por hipervalorizar
as atividades intelectuais e desvaloriz.ar as atividades
do cotidiano. Considera banalidades a maioria dos
fatos da vida diária". (Vijnovsky, 1980).
Seu discurso será sempre sobre temas ftlosófi-
cos, religiosos e intelectuais. São indivíduos intros-
SugismU1UÚJ.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
pectivos, dados à meditação, absortos, ausentes.
Segundo KENT, na sua fantasia, Sulphur crê
estar em posição hipervalorizada, tem ideias grandio-
sas, teoriza sem finalidade e sem resposta.
Esta hi pervalorização de aspectos intelectuais o
leva a desconsiderar e o rornar indiferente às coisas
externas, do cotidiano, ou seja: prazeres, ocupações,
atividades, seu aspecto pessoal, o bem-estar dos de-
maiS, o que acontece com as pessoas.
Esta indiferença por seu aspecro pessoal de-
monstra-se pela conservação de suas roupas, rodo
descuidado, desordenado, inclusive com sua higiene
pessoal. Faz coisas asquerosas. Pode ter odor de-
sagradável. Pouco se importa se suas roupas estão
amassadas ou não.
"Sulphur não pensa nos desejos ou anseios de
ninguém , mas nos seus; tudo o que faz é para O seu
próprio benefício." (Kent).
Seus transtornos de origem emocional são: por
amizade defraudada, decepção de amor, cólera com
ansiedade e com SUStO, por desacordo entre superior
e subordinados, por ser depreciado, pelos vícios, por
más notícias, por mortificação, morte de crianças,
fracassos nos negócios, por pressa, por excessos
sexuais, por susro, por confusão.
Sintomas mentais
"É um indivíduo muito nervoso, extremamente
impressionável e claramente fatigado; facilmente
excitável, ligeiramente sobressaltado por um ruído
inesperado, desperta bruscamente e assustado. São
indivíduos fracos, com falta de vigor, com pouca
resistência, resmungões e sempre mal-humorados."
(Lad10ud,2002).
"Não se pode imaginar quão nervoso e irtitável
é Sulphur. Briguento, insatisfeiro, violento, insaciável,
encoleriza-se facilmente por qualquer coisa. (Larnoud).
É um ser humano muito irtesoluto e preguiçoso,
permanece horas e horas sem realizar nada, fica
parado, embora tenha muiros afazeres. Detesta
estar em movimento, permanece na mais profunda
indiferença com tudo e todos, seja no trabalho, nos
momentos de prazer, nas conversações, etc.
Deturpa a realidade para viver o seu mundo
interior.
"Acentuada debilidade do corpo e do espíriro.
Excessivamente lentO para agitar-se ou mover-se;
muito desgraçado para viver e deseja a morte."
(Larnoud) .
Dificuldade para compreender e associar certas
ideias, grande debilidade e carência mental, muiro
29
esquecido. Tem a memória fraca especialmente
para os nomes próprios ou falta de memória rotal,
particularmente para as palavras que acabou de ouvir
(Anacardium; Lyc(}podium.).
"Sulphuy tem dificuldade de compreender e
associar ideias, memória fraca, é muito esquecido.
A fraqueza de memória se dá, principalmente, para
os acontecimentos mais recentes. Confusão mental."
(Larnoud ).
Confusão mental ou rristeza profunda, provocam-
lhe uma incapacidade para agregar as ideias.
"Permanece sentado, ocupado em não pensar em
nada, não faz nenhum esforço para fixar sua mente
em qualquer coisa." (Kent).
"Sulphur fica sentado, não pensa em nada, não
faz nenhum esforço para fIXar sua atenção, e melhora
pelo tempo quente e seco". (Larnoud).
Bruto, impossível, imperceptível, confuso, evita
os diálogos, negLigente. Afluxo de ideias tristes,
desagradáveis e desgraçadas.
"Assusta-se com grande rapidez. Medo à noite,
após deitar-se ; medo de fantasmas." (Larnoud).
Extremamente egoísta, perverte e deforma os
afetos para viver egoisticamente o seu mundo interior;
não considera os gostos.e desejos dos outros, só pensa
nos próprios prazeres. Não tem reconhecimento por
nada. Conceito excessivo de seu próprio valor.
"Sulphuy, mesmo sendo pobre, sem cultura,
ignorante, tem a ilusão de ser um grande homem."
(Kent).
Mania filosó fiq exagerada. É um pensador.
Melancolia religiosa; humor melancólico, conversa
largamente sobre temas religiosos ou se atém a puras
especulações' filosóficas d'alma.
São cientistas, fllósofos, intelectuais em geral,
com aparência suja, engordurada, inclinados a
meditar, pensar, criar, especular, porém sem vontade
de trabalhar realmente, conforme ensina NASH.
"Criati vo, imaginativo, entra facilmente no
mundo das ilusões, fantasia tudo, tem ideias
rotalmente equivocadas a respeito das pessoas e das
cOisas.
Presunçoso, vaidoso e orgulhoso, eufórico, tudo
lhe parece belo e maravilhoso quando tem desejos."
(Larnoud).
" Ao descrevermos esta grande variedade de
sinromas, colhidos nas diversas matérias médicas e
experiência pessoal, gostaríamos de deixar claro o
quanto , muitas vezes, organicisticamente falando,
colhemos " bons" resultados ao empregarmos este
reméclio, entretanro dentro da nossa visão unicista
 3 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
fica aqui o alerta de que: o alivio de certos sintomas
pode levar a metástases mórbidas com supressões e
uma "falsa cura". Portanto, cabe lembrar que o fun-
damental é entender o Gênio do paciente através de
sua toralidade de sintomas, compreendendo que por
trás de um sintoma orgânico, pode existir um filósofo,
um teorizador com desequiIJbrio em slIa energia vital"
O sono de Sulphur é muito ruim , agravado por
má circulação (N~sh). Agitação, inquierude, excita-
ção durante a noite. Sono intermitente, por sonho e
pesadelos horrorosos, grita dormindo. Pode ter sono
profundo n:io restJurador ou sono leve que o dc's perta
ao menor ruído (sono de gato) (Alumina , Graphitcs,
Lachesis, Merc~,rit.s) .
"SlIiplmr é como Nux vomica, que entre 3 e 4
horas da manhã não consegue donnir, porém quando
adonnece tem diticuldade de despertar (pela manhã) e
somente o consegue mediante um esfo rço incomum.
Vontade de estar dormindo por toda mariliã (horário
em que melhor repousa). (Lathoud).
Apresenta à noite o sintoma característico: sen-
sação de ardor na planta dos pés, tão intensa que os
tira da cama para esfriá-los. (Lathoud).
O tórax é bem largo, às vczcs globuloso por
enfisema; se debilita, respira penosamente, o peito
parece esgotado e o falar o cansa.
O suor escorre por suas axilas devido à menOr
emoção, com odor fétido e penetrar1te.
O pescoço faz balançar a cabeça para frente,
tem a sensação de não poder equilibrar o peso de
sua cabeça; por deficiência do tônus muscular, a
coluna vertebral segue um movimento semelhante,
inclitundo-se para a frente, como nos astênicos, e os
ombros sobem.
Permanece em uma posição característica como
se fosse um ve lho encurvado.
Sulphur apresenta uma hipe rsens ibilidade
no couro cabeludo , cabelos secos que caem com
facilidJde. Com ichão coceguenta na cabeça seguida
de uma sensação de ardor.
Calor constante no vértice da cabeça (Graphites).
São muitas as dores de cabeça (cefaleias) de Sulphur,
a m~ioria do tipo congestivo.
1)ores de cabeça (c(faleias) em indivíduos com
o rosto frequentemente vermelho.
Sintomas congest.ivos do cérebro, obnu-bilação,
com náuseas e VÔmitos.
A dor de cabeça (cefaleia) agrava: inclinando-se
para frente, peja luz, após alimentar-se, pelo barulho
e melhoram em lugares quentes.
"Dor de cabeça (cefalei a) aos domingos em
trabalhadores." (Kent).
Dor de cabeça (cefa1eia) periódica com'enjoos.
Emaquecas periódicas, a cada oito dias, a cada quinze
dias, piora pela mariliã ao acordar, andando ao ar livre
e pela atividade mental.
Vertigem agravada, estando parado, ao levantar
da can,., cami.nhando ao ar livre ou passando por
uma ponte sobre um rio.
O s sintomas oculares em Sulphur são peculiares:
todo esfriamento se reflete nos olhos; quando existem
si ntomas oculares, agravam, quando esres não
exis tem, o esfriamento faz com que apareçam.
Ruborização dos olhos, principalmente da borda
ciliar das pálpebras, que representam as características
de Sulphur.
Conjunti vites com ardor; queimação; dor
ardente, coceira; sensação de secura de mucosa, com
a impressão de areia nos OU10S.
Secreções mucopurulentas ou purulentas.
Sintomas catarrais . agravados por la va r-se
(característica de Sulphur).
Infl amação da córnea (ce rat ite ) na qu al a
córnea parece um vidro opaco, ulceração da córnea,
hiperemia da retina. Hipersensibilidade à luz do sol.
Lacrimejamenro ao ar livre. Moscas negras em
frente aos olhos, visão obscurecida como por uma
névoa.
Cintilação, manchas, moscas volantes. Círculo
luminoso em volta da luz da lâmpada.
NenhlUna mucosa escapa do estado catarral, que
é uma característica muito forre de Sulphur, todas
apresentam secreções catarrais intensas, algumas vezes
purulentas, outras sa ngui.nolentas. Otite crônica com
secreção purulenta. Otite principalmente quando os
outros medicamentos não Jtu"m, e representa a ca-
racterística de Sulphur, com dores agudas, lancinantes,
dilacerantes, com diminuição da capacidade auditiva.
Otalgia. Supunlç~o iminente e hiperscnsibilidade à
dor e ao tato (Hepar Sulphur; Calcarca). Surdez por
cotorros frequentes. Surdez acompanhada ou alterada
com sensibilidade ;10 ruído . Zumbidos dos ouvidos.
Zumbidos dos ouvidos durante a noite, na canu,
com afllLxo da sangue nos ouvidos e cabeça. Orelhas
muito vermeUus, ac<>mpariliad,lS ou não de incitação
e ardor .
Ruborização, vermelh idão (hipe remia), não
apenas do meato e sim de todos os orifícios, de toda
a cabeça, correspondcndo com a congestão local
característi ca.
Olheiras, borda das pálpehras vermelhas , às
vezes inchadas, lábios com grande afluxo de sangue,
 Matéria Médica Homeopética Interpretada
brilhantes, a cor é como se estivessem tingidos de
carmim ou batom vermelho.
Maçãs do rOsto cheias constantemente de aver-
melhamentos rápidos. Ondas de calor no rosto e
cabeça, lembrando as ondas de calor da menopausa.
/ Iniciam -se no peito, na região do coração, com uma
sensação de calor forte subindo pelo corpo até O rosto;
este fica vermelho, quente terminando esta sensação
de calor com uma intensa transpiração.
Ondas de calor com suores, transpirações, rosto
avermelhado e cabeça ardente.
Os lábios de Sulphttr são rubros e brilhantes, se-
cos e ardentes; em volta dos lábios, grande quantidade
de acnes e erupções. Na boca, muitas aftas e lesões
causadas por estomatite. Saliva salgada e mau hálito.
Língua branca no centro, porém vermelha na
ponta e bordas (Arsenicum; BelltuWna; Chellitúmit<m;
Merwrit<s; Rhus to:>:; Al;gentmn nitricum).
Vermelhidão (hiperemia) da mucosa faríngea,
com sensação de secura e queimação. Impressão como
se houvesse um corpo estranho, espinho, cabelo na
garganta; deglutição ctificultosa com sensação de
constrição.
Inflamação das mucosas da garganta com muita
secura e ardor, inicialmente à direita, em seguida à
esquerda.
Sulphtw tem necessidade e grande desejo de
açúcar; gosta de doces, chocolates, pratos açucarados;
desejo de bebidas alcoóbcas (uísque, vinho, cerveja),
de alimentos picantes e condimentados, de alimentos
crus, de gorduras (é o único mecticamento calorento
que deseja gorduras). Come de tudo, gosta de tudo
=-
t
5
(Tyler, 1999). Muita sede, bebe grande quantidade
de água.
"Muitos desejos de água. Bebe água O tempo
todo, sede intensa." (Kent).
Intensa sensação de fome, mas quando se senta
à mesa não come quase nada, somente comidas leves.
Bebe muito e come pouco. (Kent).
"Sensação de fraqueza, debilidade, desmaio,
vazio na boca do estõmago por volta das 11 (onze)
horas de manhã." (Lathoud).
"Sulphur é um dispéptico que não consegue
digerir nada, a não ser os alimentos leves e suaves.
Não pode ficar muito tempo sem comer, pois se
sente debilitado, fraco; e, como tem dificuldade
para ctigerir os alimentos, apresenta a sensação de
peso no estômago, sensação de ardor, esfolamento
no estômago, regurgitação ácida com gOSto azedo,
desagradável." (Kent).
Sulphur é um pançudo. Marcada flatulência
abdominal. É um dos maiores flatulentos da Matéria
Méctica, ao lado de Lycopodium, Nu:>: vomica, Carbo
vegetabilis entre outros. Suas dejcçóes são tão fortes
que impregnam o seu nariz (por todo o ctia). Tem a
sensação de que não se bmpou bem. Imagina existir
matéria fecal aderida ao seu corpo.
Muita flatulência com meteorismo, abdome in-
chado, arrotos e emissão de gases geralmente fétidos.
Pletora abdominal com estase portal e sensação
de plenitude e tensão do abdome.
Frequentemente apresenta transtornOs ctigesti-
vos, hemorroidas e constipação intestinal. Cóbcas
ardentes, constantes, catarro ocupando todo o trato
intestinal. .
fígado muito sensível, com marcada tendência
a formação de cálculos (btíase).
Sensação de como se existisse algo vivo no ab-
dome (Tbuya).
Ânus bem vermelho, diarréia entre 5 e 6 horas
da manhã, sem dor, porém violenta obrigando-o a
saltar da cama rapidamente, porque o intestino não
consegue reter voluntariamente a matéria fecal.
Alterna frequentemente ctiarréia com transtornos
cutâneos.
Sistema urinário:
Constante desejo de urinar, acompanhado por
ardor e queimação durante a micção. Catarro da be-
xiga. Qualquer esfriamento reflete na bexiga (assim
como em Dulcamara).
Urina constantemente durante a noite.
Incontinência urinária (Sepia).
Urina aquosa e turva com sectimento branco ou
vermelho) ou marrom-escuro.
532 Carlos Brunini, Men'o Gíorgi & Colabs.
Avermelhamento, ardor e prurido do conduro
unnário.
Atividade genital masculina diminuída e fria.
Eliminaçóes seminais involuntárias.
Testículos flácidos, relaxados, frouxos e pendu-
rados.
Suor entre o escroro e a coxa. Suor dos órgãos
genitais.
Ardor, coceira, irritação e vermelhidão na uretra
especialmente durante e após micção.
Nas mulheres, coceira inquietante da vulva,
erupção pmriginosa ao redor dos grandes lábios,
transpirações intensas c fétidas.
Ardor vaginal pronunciado com inquietação.
Sensação de escoriação, secura, ardor e prurido
da vagina que rornam o coi to doloroso.
Regras com todos os tipos de irregularidades em
relação ao fluxo: adiaotadas, atrasadas, abundantes,
escassas, frequentemente com sangue escuro, densas,
irritantes e precedidas por dor de cabeça (cefaleia)
esporádica.
Secreção vaginal intensa, amarela, ardente e
escorianre (Arsenimm). Leucorreia ardente, ácida,
irritante, escoriante como Hydrastis; mucO aderenre
difícil de desprender, piora após as regras.
Ondas de calor na menopausa, com mãos, cabeça
e pés quentes, com grande sensação de oco na boca
do estômago, principalmente por volta das 11 horas
da manhã.
Náuseas durante a gravidez. Seios rachados e
com prurido.
Sistema Circulatório
Sulphur age eficienre e predominantemente sobre
a circulação venosa, produzindo e curando congestóes
localizadas, sendo que algumas constituem verdadei-
ros sinromas-chave:
• Avermelhamenro de diversos orificios do corpo:
da borda ciliar das pálpebras, orelhas, ânus,
vulva, meatO urinário.
• Congestões locaLizadas na cabeça acompanha-
das de zumbidos nos ouvidos, vermelhidão no
rosto, melhorando em ambientes quenres e
agravando em lugares frios.
• Congestão venosa no peitO e coração; sensação
de grande quantidade de sangue no coração;
parece que seu coração é muito grande para
a sua caixa torácica, surgindo palpitações e
dispneia durante a noite que o faz acordar, e
também quando sobe uma escada ou faz algum
esforço durante o dia.
• TranstOrnos abdominais por estase do sistema
porta.
Supressão do fluxo hemorroidário. ,
• O pulso de Sulphur é duro, acelerado e cheio. E
mais rápido pela manhã e mais lento à noite.
Toda vez que senre frio ou entra em ambienres
frios, tem coriza. Não pode romar banho, dirigir-se
a um lugar frio sem apresenrar coriza.
Coriza com secura e obstrução alternando com
secreção serosa e ardente. Catarro crônico, seco e
com crostas também so:cas, mucosas que sangram
facilmente. Catarro crônico com odor fétido, espirros
constantes.
Mucosa nasal que sangra pela manhã no leito.
Nariz inflamado com orifícios vermelhos e
crostas.
Ardor na laringe, com ronqueira e afonia total,
laringe áspera, seca, queimante e coceguenta.
Dificuldade respiratória (dispneia) com a sensa-
ção de peso no peito.
Sensação de constrição no peiro e necessidade
de portas e janelas abertas, principalmente à noite,
grande afluxo de sangue ; impressão como se o peitO
estivesse congestionado, com sensação de ardor das
fossas nasais. (Nash). Ardor no peiro que migra para
o rosto. Tosse seca, rápida, áspera, agitada, sacudida,
contínua, normalmenre à noite e acompanhada pela
manhã de expectoração densa, amarelo esverdeada,
com gosto desagradavelmenre adocicado. Tosse
frouxa pela manhã.
Sensação de agulhadas, picadas, ponradas na
parte superior esquerda do peiro, irradiando para as
costas e omoplata esquerdo.
Ombros e extremidades
Sulphur cami.nha encurvado para frente como se
fosse um velho, postura que o caracteriza.
Apresenta rigidez da nuca e dores repuxantes entre
os ombros, não conseguindo caminhar erero.
Dor característica na região dos rins; dores nas
regiões lombares e sacrais, que pioram ao levantar.
Dificuldade para levantar-se; melhora caminhando.
Transpiração intensa (sudorese) e fétida das
axilas, perante a menor emoção.
Sensação de tremor nas mãos quando escreve.
Mãos frias ou ardentes.
Frieiras nas mãos. Rigidez e estalidos nos jo-
elhos. Cãibras nas panturrilhas e planta dos pés,
geralmenre à noite (Arseniwm) .
Pés frios durante O dia e ardenres durante a noite,
principalmente na planta dos pés, extrema necessidade
de colocá-los em lugares frios , de tirá-los para fora da
cama com objetivo de refrescá-los.
 Matéria Médíca Homeopática Interpretada
Transpiração (sudorese) intensa nesta região.
Gota, reumatismo crônico. Dores reumáticas.
Dores articulares, ciática.
Dores em grandes articulações; com a dor, rigi-
dez e estalidos característicos da artrite seca.
A peje de Sulphur se mostra com rugas e doentia .
Muitos pontoS negros no roSto (comedos), acnes,
espinhas, cravos, púsruJas; acne por todo o corpo,
erupções secas escamosas, vesiculosas, etc.
Impetigo, furúnculos, psoríase, eczema princi-
palmente nas dobras dos membros e orifícios, sempre
com coceIra e queimação.
Pode haver ou não erupção, porém coceira e
ardor estão sempre presentes.
Sulph1Jr apresenta um número de eczemas e
erupções muito grande, porém raramente não iremos
encontrar características como: ardor, coceira, prurido
e agravação pelo calor do leito.
"Uma das características mais notáveis de Sul-
ph1Jr é o seu potencial ge levar todos os males para
a superfície do corpo. E considerado como um dos
maiores antídotos gerais. Pode ser utilizado nos casos
de supressão malfeita e inoportUna de erupção, seja
pelo frio ou tratamento externo inadequado. Sulphur
combate os efeitos nocivos de eczemas suprimidos por
tratamento medicamentoso indevido." (Kent, 1981 ).
Transp iração (su dorese) ao despertar, pela
manhã.
A febre de Sulphur se inicia com ondas de calor
em todo rosto e calafrios pelo corpo. Intenso fluxo
de calor em todo O corpo.
Pele seca e muita sede. Transpiração (sudorese)
parcial, especialmente na nuca, mãos, sendo mais
acentuadas após o despertar. Suores fétidos, azedos,
ácidos, irritantes, mofemos, pruriginosos.
Como vimos pela descrição acima, em Sulphur
temos uma riqueza de sintomas, não apenas orgânicos
como também mentais.
Dinâmica miasmática
O iluiivíduo Sulph~,r cria o seu mundo próprio,
sendo egoísra e se preocupando somente com
se us pró prios interesses , co m O seu umbigo .
Frequentemente encontramos aquele indivíduo
teorizador, otimista, que não se importa com seu
aspecto exterior, nem com a realidade, vive apenas
suas próprias sensações. Há lUna supervalorização de
si mesmo e ideia de ter uma snperioridade intelectual.
Teoriza, planeja, mas não coloca em prática, medita,
tem várias ideias, e estabekcc SuaS normas de vida de
acordo com sua própria escala de valores.
5 3
Estes indivíduos têm duas sensações profundas:
a ansiedade de consciência e a ansiedade pela sua
salvação. A culpa o acompanha, repreende a si mesmo,
sente raiva por seus próprios erros, irritabilidade e
raiva com fácil e rápido arrependimento, remorso.
Ao lado desta ansiedade de consciência,
coexistem si ntoma s que lhe são aparentemente
contraditórios: o otilMismo, o teorizador, a tendência
a fIlosofar, o fanatismo religioso, a indiferença ao
bem-estar alheio, o egoísmo, o ódio com ideias
de vingança, o não compadecer-se dos demais e a
marcada compassividade para com animais, crianças
e mendigos, o que lhe causa muito sofrimento. Sofre
um grande conflito entre o seu egoísmo e o ideal
altruista que não alcança.
Sente-se culpado e pensa em salvar-se no mesmo
momento. Salvar-se física e espiritualmente. Duvida
da salvação de sua alma, sente ansiedade e desespera-
se por sua salvação espiritual. É comum encontrá-lo
ateu. A salvação espiritual representa um temor ou
preocupação de ser esquecido ou mal recordado por
seus descendentes após sua morte. Seu conflito não é
com Deus, mas sim com os humanos que sobreviverão
e a quem deseja deixar uma lembrança, pois lembrado
não morrerá de todo.
Tcme morrer por lUna enfennidade ou por fome;
e fome é sinônimo de pobreza.
Tem aversão ao banho, criando um reforço na
barreira que o isola do mundo exterior. É indolente,
tendo aversão ao trabalho físico, e também ao mental,
pois suas especulações metafísicas e fIlosóflcas,
religiosa s e política.s consomem sua energia, o
deixando fatigado.
Entendendo a sua dinâmica miasmática
Na PSORA, apresenta uma "inexplicável" ano
siedade de consciência e ansiedade por sua salvaçao
que o leva a temer, sem motivo concreto, o castigo
pós-morte e a pobreza em vida, foge do "destino"
que crê vir a ser o seu, teorizando, buscando explica-
ções filosóficas, fazendo planos, tudo de um modo
desorganizado. Sofre o "fogo do enxofre interior",
a "coceira da insatisfação e da culpa". Sendo seus
castigos: o viver "no fogo eterno", o inferno após a
morte ou a pobreza na vida .
Na SI COSE, mais peculiar será seu egocentris-
mo a sua ambição, a busca exagerada da ordem, a
menti.ra, a corrupção, a avareza.
Não há dúvidas de sua preocupação em salvar-
se, seu lema é "Salve-se quem puder". Salvar-se da
condenação de sua alma ou da morte do corpo. Filo-
 3 Carlos Bmnini, Mario Giorgi & Colabs.
sofando, planejando, "trabalhando", com egoísmo e
insensibilidade pelo que ocorre com seu semelhante,
preocupando-se somente com sua autogratiticação,
medianre a satisfação de sens interesses próprios, sem
pensar nos outros. O ficar planejando e teorizando é
um modo de ficar fora da realidade, em seu mundo
próprio. Apresentará um grande fanatismo rdigioso,
wna egolarria, COlTI avareza, COlTI mentiras e roubos)
crendo-se uma grande pessoa, desejando receber
agrados de todos. A ideia é salvar-se sem sentir culpa.
Então, se tomará Wll indivíduo fechado, egoís-
ta, ambicioso, mentiroso e corrupto, utilizando nm
modo equivocado para defender-se de sua sensação
de desproteção.
Procurará os vícios, a bebida e o cigarro, para
esquecer, objetivando a ausência física.
Quando a SÍFILIS predomina, há o cansaço de
viver, indiferença, indolência, o ostracismo, sente-se
um fracassado e agride-se a si próprio. Entra em de-
pressão melancólica com grande disposição suicida,
mas não vai às vias de fato por nao ter coragem para
tal. Odeia e destrói. Abandona suas coisas.
Essas faces variadas, esses biotipos paradoxais são
encontrados nos mais variados aspectos: teme a po-
breza, tem ansiedade pelos seus negócios, tem ilusao
de que vai ficar miserá,;e1, teme perder sua posição,
fala de seus negócios. E avaro, entretanto, pode se
apresentar também como esbanjador, gasrador, de-
monstra memória débil para os seus negócios, paixão
pelos jogos de azar, indiferença por seus negócios.
O apaixonante em homeopatia é que apesar dos
múltiplos sintomas e das múltiplas faceras que Wll re-
médio pode apresentar, o seu desequillbrio é movido
por uma susceptibjlidade úillca, com Utn só fundo de
desarmonia que, uma vez r~equilibrada, devolve-lhe
toda plerurude energética. E a sua psora mae.
SuLphur se equilibrará em scus sintomas orgâ-
rucos e mentais, a despeito da maneira com que se
apresenta, quando encontrarmos seu digno de cura.
Retomando: ao lermos o poema "Via Lácrea",
de Olavo Bilac: "Ora di reis ouvir estrelas, certamente
perdestes o senso", sentimos encontrar nesra frase
nosso personagem "viajando" nas suas elucubrações
filosóficas; O digno de cura em SuLphur, através de seu
SimiLLimum, é colocá-lo com os pés no chão, fazer com
que caia na real de uma forma serena e ponderada,
torná-lo mais próximo de si mcsmo e do mw.do,
ficando menos teórico e mais prático; e assim, passa
a ter andamento sua energia vital, rest:lbelecendo-se
na sua totalidade.
Esquematicamente - miasmas
Retira1UÚJ as másca1'as:
o=:, PSORA - Sofre o fogo do en:mfre interior a
coceira da insatisfaçao e culpa (ansiedade de consci-
ência como se .. ) Seus castigos - viver no fogo eterno
(inferno) após a morte ou a pobreza em vida.
o=:, SICOSE - EgoJsmo, ambição busca a ordem
exageradamente, a egolatria a mentira, cormpção e
avareza. Planejamentos e teorizar é o recurso de sair,
ficar no ar, longe de seu vulcao interior, filosofando
vive um mundo particular idealizado e ótimo.Bebe
ou fuma para esqllecer e ficar no ar.
o=:, SÍFILIS - Abandono a sujeira, cansaço de
viver, indiferença indolência, ostracismo, fracassado
e suicida, odeia e destrói.
Homeopatia & pediatria
'~ crmnfas SuLphur têm um aspecto envelhe-
cido, com a pele flácida , amarela, doentia, enrugada
em todo corpo, ventre distendido ou inchado, o qual
chama a atenção. Apesar de ser comilão é magro (lem-
brando Natrum muriatiettm). A comida fartamente
ingerida por SuLphur não é aproveitada, uma vez que
sua assimilação é defeiruosa. As crianças apresentam
o corpo enfraquecido, com cabeça grande e abdome
crescido." (Lathoud).
Segundo BRUNINI, o que mais chama a aten-
ção na crmnfa SuLphur é a sua criatividade, sua genia-
lidade, seu espírito inventivo. Constroi o seu mundo
encantado com qualquer objeto, transformando-o em
um blinquedo. Criam, inventam suas próprias brinca-
deiras, utilizando tampinhas de caneta ou de garrafa,
pauzinhos de sorvete e caixinhas de fósforo vazias.
Estão sempre com a aparência desalinhada, suja e
desamlmada, mesmo após o banho e por mais zelosas
que suas mks sejam com a arrumação de suas roupi-
nhas. Não conseguem manter a ordem em suas coisas.
Os cadernos rêm folhas soltas e rabiscadas.
O seu quartinho é scmpre desarrumado, deixam
restos de biscoitos e garrafas de refrigerante por onde
passam.
A hora do banho é uma novela, pois se esconde e
chora, não querendo ir. Aspecto sujo, tem um cheiri-
nho de azedo, aparência doentia, detestam banhar-se,
entretanto, uma vez que entram na água, passam horas
c daí não querem saü mais.
São irritáveis, resmungando sempre, são agitadas
e sujam-se com extrema facilidade e rapidez.
Elas demonstram interesse pelo sentido religioso
e ftlosófico das coisas, questionam o sentido da vida,
 Matéria Medica Homeopática Interpretada
criam "porquês" com estes temas e desenvolvem
ideias próprias.
Têm preferência por doces , ao invés dos
salgados.
Se pudessem, só comeriam a sobremesa ao invés
do «(feijão com arroz".
Tem necessidade de ambientes ao ar livre, frescos.
Sentem ardência pelo corpo, princi palmente nos
pés, que descobrem, quando estão dormindo. Vivem
com os pés descalços, mesmo nos dias mais frios.
Mesmo quando bebês, seus gases têm cheiro
forte, lembrando ovos podres, com diarreias explo-
sivas e fétidas.
Muitas vezes não há tempo de segurar, sujando
suas roupas.
A;; fontanelas ficam abertas por muito tempo,
particularmente a anterior.
Transpiram intensamente durante o sono.
As crianças são ensebadas, sujas e a mãe relata
que são desorganizadas e são propensas a secreções
catarrais do nariz, olhos; colocam continuamente seus
dedos no nariz para retirar as crostas e as comem".
A criança de Sulphur nos lembra "Cascão", aque-
le personagem das histórias em quadrinhos, criado
por Maurício de Souza.
Homeopatia & veterinária
&gi1U1 Torro: O animal Sulphur apresenta
grande tendência aos problemas cutãneos: seborreia,
piodermite, comedões (pontos pretos), abcessos,
sarna, assim como Psorinum, devido às pápulas que
coçam muito e pioram pelo calor. Ânus vermelho
(hiperêmico) e mal cheiroso. Diarreia crônica pela
manhã, alternado com sintomas cutâneos.
Sulphur tem como característica um estado ca-
tarral, purulento ou não, em todas as mucosas, sendo
que o banho é um fator de piora.
Apresenta catarata, glaucomas, conjuntivites,
ceratites. Secreção ocular mucosa ou purulenta. Otites
e estomatites frequentes. Faz transtornos por susto,
por ser depreciado, por morte de companheiros, por
erupções suprimidas.
Sobressaltado. Sono agirado: latindo e grunhin-
do, gritando e chorando. Fica bravo por qualquer
coisa (cólera por bagatelas).
Animais que parecem indiferentes ao que aconte-
ce ao seu redor, ficam muito tempo olhando para um
lugar como que "pensando" em alguma coisa. Prefe-
rem ficar parados a movimentarem-se, indiferentes - o
que muitas vezes o médico veterinário tomaria como
sintoma tranquilo. Lentos e preguiçosos. Egoistas,
35
orgulhosos. Preferem estar sozinhos, principalmen-
te quando doentes. Demonstram um aspeéto sujo,
mesmo logo após o banho; "sem vaidades", "suji-
nho", pisam e deitam na sujeira, ingerem carniça e
apresentam coprofagia acentuada. Sede intensa. Não
toleram roupas.
Segundo Vannier (1987), Sulphur agrava com o
calor da casa e das cobertas; pelo repouso pela água,
banhos; pela manhã. Melhora com tempo seco e
quente; deitando-se sobre o lado direito; por fricções
e deitando-se sobre o membro doente. Lateralidade
esquerda.
Caso clínico veterinário
"A proprietária de Honey (gato persa, nascido
em setembro de 1990) veio ao consultório em ab-
surdo desespero. Uma pessoa que gosta muito de
animais, sem preconceito de espécie, pois tem cães e
gatos e assume a alimentação das aves que habitam
as redondezas.
Um sonho antigo era ter um gato persa, lindo,
peludo e principalmente carinhoso, sempre disposto
a dar e a receber afeto. "Seria como o seu gatinho
de colo".
Com este intuito é que Honey fui levado para sua
nova casa, já apresentando, porém, uma orite negra
ceruminosa, pruriginosa . Ao iniciar um tratamento,
sua dona percebeu que suas consequências, haviam
sido terríveis: Honey começou a ter lesões pelo corpo
todo, passava O dia·'t odo coçando e foi se afastando
das pessoas. De um gato brincalhão restou apenas um
gato apático que não se importava com todo afeto
que recebia. A proprietária havia perdido duplamen-
te Honey, tanto fisica (o aspecto era terrível) como
emocionalmente.
Não havia em seu corpo uma área saudável;
a ausência de pelos (alopecia) era generalizada, as
lesões sangravam pelo constante roçar das unhas para
se coçar: Parecia uma fonte de calor pois sentÍamos
a sua temperatura muito aumentada hipertemia
(temperatura 41,20 C); no abdome havia diversos
gânglios aumentados de volume (hipemoflados)
com aproximadamente 5 cm de diâmetro, o ânus
avermelhado (hiperêmico).
Mas ao avaliar quem era Honey, soubemos que
de um gato alegre restou apenas a tristeza do seu
sofrimento. Não suporta ficar em companhia; quando
está sozinho até para de coçar, porém quando há
pessoas por perto o prurido é mais intenso. Foge das
pessoas, mesmo as da casa, para sentir-se melhor; não
suporta entrar dentro da casa; pede pela comida fora
536 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
e quando é trancado dentro de casa, piora. Coça e
sangra todas as lesões. Não se relaciona com ninguém,
nem com outros gatos, cães ou pessoas da família.
Sempre muito sedento, gosta que até a comida
esteja misturada com água, como uma sopa; e se o
alimento estiver quente não come mesmo que esteja
com muita fome. Espera que esfrie, no entanto se
for retirado da geladeira o aceita avidamente. A
proprietária percebeu que aceita até ração guardada
na geladeira.
Repertorizando:
1) Só melhora estando sozinho (não se coça) 15,2
2) Escapa (sempre foge das pessoas, mesmo de casa)
28,2
3) Calor da habitação agrava (prefere ficar fora de
casa, coça menos fora de casa) 323,1
4) Comida líquida (sempre come bem melhor quando
o alimento é o tipo sopa) 323,1
5) Comida quente agrava (não come comida quente,
espera esfriar e se tiver gelada come muito melhor)
818,3
6) Rubor, do ânus 399,1
O medicamenro elegido foi Sulphur, recebeu
uma dose em CH 200. Em duas semanas saiu do
isolamento, entra dentro da casa permanece ao redor
da proprietária, e a febre, os gânglios diminuíram.
Começa a se "enroscar" para pedir afeto e
comida. A pelagem cresce toda , e não há gânglios
há três meses.
Restam poucas lesões e recebe nova medicação
Sulphur CH 210.
Com seis meses de tratamento é convidado para
ser fotografado numa propaganda e aceita o convite!
O Honey belo , social, carinhoso estava
resgatado". (ARENALES, 1993).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Sypbitinum OU Luesinum nosódio obtido da
Serosidade do Cancro Sifilítico.
Doença infecto-contagiosa sistêmica (acomete
todo o organismo) , que evolui de forma crônica (lenta)
e que tem períodos de acu~ização (manifesta-se ~gu­
damente) c períodos de latenCla (sem manifestaçoes).
Pode compromerer múltiplos órgãos (pele, o lhos,
ossos, sistema cardiovascular, sistema nervoso). De
acordo com algumas características de sua evolução
a sífilis divide-se em Primária, Secundária, Latente e
Terciária ou T ardia. Quando transmitida da mãe para
o fero é chatn,lda de Sífilis Congênita. O importante
a ser considerado aqui é a sua lesão primária, também
chamada de cancro de inoculação (cancro duro), que é
a porta de entrada do agente no organismo da pessoa.
Mentais
Grande medicamento do terror noturno, espe-
cialmente em pacientes adultos. Todos ~s sofri mentos
se agravam no escuro. Medo incontrolavel - auro-all-
ment~do que principia no fmal do dia. Só de pensar na
noite fica previamente apavorado, sendo um grande
alívio o raiar do dia. Tenta dormir mesmo com a luz
acesa e o rádio o u T.V. ligados, melhoram se tem
alguém jW1tO no quarto e de preferência na mesma
cama. Não sabe o porque de tanto medo. AssUTI a sua
existência se fOrna miserável e acredita que é melho r
morrer. Este é o seu SOFRER MIASMATICO, pois
equivocadamente inverte o papel regenerado r do sono
o que o leva a rápido esgotamento físico e mental.
Paradoxalmente teme morte, a msarudade; e de per-
der o controle sobre si mesmo. Humor alternante.
Mal hlUTIorado, se exaspera facilmente. Rancoroso.
Hipersensível aos ruidoso Aversão a companhia - e ao
consolo. Desanimado, chora falando da sua doença.
Apático M entiroso. Megalomaruaco.
537
Syphi/inum
Assinatura
Assim como a sífilis que silenciosamente vai
consumindo o organismo os indivíduos Sypbilinum
vão desagregando sua lógica mental, incrementando
seus medos, que tem como característica não serem
deftnidos e sim nublados e escuros como a nOlte.
Memória fraca; é um dos medicamentos mais
esquecidos da Matéria Médica o que faz com que na
arualjdade receba indicação para o mal de ALZHEI-
MER_ Compulsivo em lavar constantemente as mãos.
Sintomas orgânicos
ê) Todos os seus sintomas pioram a noite a panir do
crepúsculo, dores norurnas, que impedem de donnir
em uma posição definida.
'" Feridas ulceradas (na boca, nariz, genitais e pele);
'" Abscesso, com pus fétid o. Caries ósseas e dentárias
e Emagrecimento:
'" Convulsiones epilépticas, sobre rudo pós- mens-
truais.
'" Vertigem quando olha para cima. Importante dor
de cabeça noruma interferindo na qualidade do
sono e de vida.
~ Enxaqueca intensa
'" Queda de cabelos.
q Dores' oculares de noite . e Otorreia $upurativa e/ou
serosa. Surdez gradualmente progressiva.
'" Ardor com obstrução nasal - úlceras da mucosa.
Coriza com secreção amarelo - esverdeada espessa
e fétida, coceira nas narinas.
'" Eczema esCatnOSO e pruriginoso.
'" Língua marcadas pela impressão dentária.
'" Gosto pútrido na boca antes de uma convulsão.
'" Ulcerações na boca, gue arde OLl gueima.
'" Cheiro pútrido gue invade tod a a casa
-q Salivação excessiva, pegajosa) fil amentosa. Piora a
nOlre.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Cofabs.
'" Disfagia, até para líquidos.
'" Hipertrofia de amígdala.
~ Dispepsia nervosa e anorexia.
~ Constipação intestinal cr6nica e Diarreia matinal
esbranquiçada, tendo de sair da cama às 5, para
evacuar.
'" Prurido em meato uretraL Micção difícil e lenta
porém indolor; faz força e torcida diurética.
'" Laringe sensível ao tato. Dor laríngeo agudo que
ocorre a noite, forçando o enfermo a andar pelo
quarto.
~ Asma noturna crônica. Coqueluche com crises de
vôrrutos.
'" Erupções; herpéticas.
~ Cáries nas vértebras cervicais ou dorsais, escoliose e
lombalgia. Rigidez gradual de todas as articulações.
Dores reumáticas.
~ Ulcerações nas pernas, sobre a tÍbia. Úlceras vari-
cosas.
~ Insonia - piora depois da meia noite perde o sono e
não consegue dormir mais.
~ Ardores de estômago como em carne viva.
~ Alcoolismo crônico.
Peculiaridades e Desejo de bebidas alcoólicas.
Tendência hereditária ao alcoolismo e Aversão a car-
ne. Piora: tempo quente e úmido; antes e durante
as tempestades; no Inverno; pelos movimentos; pelo
tacto; levantando os braços lateralmente. Melhora:
nas montanhas; de dia; movimentando-se lentamente
ou passeando; por frio o calor; pelo banho frio.
VI]NOWSKY: indica SyphiJinum, para pacientes
SifIlíticos com antecedentes pessoais ou hereditários
de síftlis. Faz sentido esta indicação apenas como no-
sodio, mas o que diz a doutrina? FAÇAMOS UMA
ANALOGIA COM OUTRO NOSODIUM'! EM
PRATOS LIMPOS - por analogia HAHNEMANN:
"Psorinum é um simillimum do virus da sarna (estamos
no século dezenove). Não existe um grau intermediá-
rio entre o idem e o simillilnum, o homem que reflete
vê que o simillimum é a média enrre o similar e o igual.
O virus psórico, ao sofrer os ptocessos de triruração e
sucussão, fIca tão alterado em sua narureza quanto o
ouro quanto submetido a essa preparação, tornando-
se por esse processo, poderosos agentes ativos na
economia animal e não substâncias inertes." Portanto,
HANHEMANN não indica o Psorinum como isopá-
tico para tratar sarna, mas com patogenesia própria
e sintomas mentais: - "Não deve ser utilizado para a
psora ou diátese psórica mas, como qualquer outro
remédio, sobre estrita individualização, a totalidade
de sintomas."
Homeopatia & pediatria
Crianças que tem di.ftculdades em concentrar-
se, o que acarreta atraso no aprendizado escolar
sobrerudo em aritméticas. Se equivoca nos cálculos.
Imbecibilidade Mentirosas (contar proezas- excentri-
cidade). Lava as mãos em excesso. Afasia. Crianças
choronas desde que n.sce, especialmente a noite.
e Dor norurna - de crescimento. Terror norurno.
Oftalmia do recém nascido, com secreção purulenta
e pálpebras inchados que grudam durante o sono.
Dentes: negros ou amarelos; de bordas cerrados ou
côncavos em crianças; de tamanho muito pequeno,
especialmente nos incisivos,
Homeopatia & veterinária
Regina Torro: Intolerância a contradição, cólera
quando repreendido. MaJ humorado. Insônia, assus-
tados, agitam e latem durante a noite. Cáries ósseas,
levando a deformidades. Inflamaçóes nas articulaçóes.
Aumento de volume dos linfonodos. Formaçóes no-
dulares em vagina, vulva, cistos e rumores de ovário.
Estrabismo. Paliativo para ulceras cancerosas.
Boca, língua ulceradas.
Dramatização - uma carta
Caro Luesinum,
"Não existe volta para a palavra falada e a flecha
lançada. A sorte não é mais do que uma sequência de
eventos assertivos. As ilusôes do cotidiano formam
uma teia onde é muito fácil se emaranhar. O ego
predomina, a essência sai perdendo. Há vantagem?
Talvez, mas só até cerro pOnto. Sua evolução está
condenada a congelar." .
Essa é a atirude do homem auto-destrUtivo. Não
deixar o tempo correr em vão, deixar sua falta de voz
falar, sua desistência persistir, a fé inabalar. Destrói-se
para poder n~começar, atingir de outro modo () antes
inatingível. E preciso morrer para renascer. Não a
morte, a morte mesmo, é a morte do seu Eu de ontem,
pra dar espaço ao seu Eu de hoje.
Escutei isso faz quase um ano arraz: Não importa
o que pensam de você, se gostam ou não, se você
é bom ou ruim, justo ou injusto. O que realmente
importa é procurar dar o exemplo, ser lUna pessoa
exemplar.
Você está dando o exemplo? Ou está obedecen-
do cegamente as ordens que seu ego lhe dá> Pare
de viver essa vidinha ridícula, seja você, pergunte-
se, questione-se. Nao há nada pior do que desistir
de você mesmo. Ser é mais importante do que ter.
Corra riscos ou seu medo irá esmagá-lo.
 Maléria Médica Homeopática Interpretada
Tabacum: É preparado partir de folhas secas do
legítimo tabaco de Havana e seu principal alcaloide
é a rucotlna.
Considerações: neste medicamento teremos
uma visão difetente das sensações "como se ... " (como
se fosse abandonada, ou culpada) assim serve tantO
para aqueles que mesmo sem serem fumantes expe-
rimentam os sintomas nocivos da nicotina, como
tambsm para os fumantes._
E um dos remédios para enjoos do mar, avião,
carro e sua sintOmatologia secundária (suor frio, pa-
lidez mortal, de,falecimento ... )
Sensação de intoxicação pela manhã ao Ievamar
a cabeça roda, cefaleia inlportante.
U ma sexualidade também é manifesta na forma
de como se: ereções frequentes, sai HIJI<ido prostático.
Ejaculações noturnas, órgãos sexuais flácidos, se'" ereções
ou desejos sexuais. Mnsturbação e suas comequéncias.
Dor nos olhos como se tivesse chorado muito,
sensação de pelo no olho, avermelhamento nos olhos.
Hiperestesia a música e a voz alta com a sensação
de ter levado uma pancada no ouvido.
Ação geral da nicotina: Atua especialmente
em nervos pneumogástricos, produzindo relaxa-
mentO dos músculos involuntários do sistema.
Causa opressão pré-corclial, náusea, palidez cadavérica,
frialdade glacial e suor, temor nervosos e debi.lidade.
Sintomas mentais e característicos:
1- náuseas ve rtigens e vomitOs
2- emagrecimento com inapetência
3- tremores nos dedos
4- cefaleia, tonturas com náuseas
• Tabacum
5- neurites Ou atrofia do nervo óptico
6- transtornos cardíacos e arteriais (arteriosclerose)
7 - espasmos de artérias cerebrais, arterites obli-
terantes.
8- frialdade glacial e suor frio
9- prostração do sistema muscular
10- desfalecimento, hipotensão arterial, pulso
fraco
11- palidez facial com suores frios
12- lipotimias, náusea e vômito, corpo gelado
13- pulso imermiteme e opressão precorclial com
palpitação,
15-0domalgia, gengivas pálidas e doloridas, boca
e üngua seca, coberta de uma crosta amarelada-
marrom. Espuma bucal abundante, garganta
seca áspera com cócegas ou coceira.
16- Rouquidão nos oradores, tosse seca.
17- Abdômen sensível ao menor contatO, cons-
tipação retal crônica alternado com episódios
diarreicos.
18- Desânimo, sente-se excessivamente infeliz.
PRESSENTIMENTOS SOMBRIOS E
NEGATIVOS, O que o faz chorar
19- Angustiado, com inquietude que o leva a
mover-se constantemente, não para qUIetO,
ideias·de suicidio, DESESPERADO.
20- Inteligência afetada, tonturas, dificuldade
de concentração, confusão de ideias. Seme-se
como que intoxicado, COMA.
21- Seme-se como se alguém fosse prende-lo ou
assassina-lo (sempre com sons nos camos dos
ouvidos), acha que vai morrer, e,tado de terror ·
e covardia
22. Intensa super - excitação e animação com can-
tos e danças, risos a toa. LOQUACIDADE!
23- Arrerite do fumame.
54 Carlos Brunini, MariO Giorgi & Co/abs.
Miasmas
PSORA ~ pressentimentos ruins (delírio perse-
cutório).
SICOSE ~ ruper excitado, angustiado, inquietO.
SÍFILIS ~ suicídio, desespero, melancolia , con-
fusão .
Homeopatia & pediatria
Vomitadeiras mesmo nas pequenas viagens,
acompanhadas de suor frio, acarretando palidez e
uma sensação de frio descomunal.
Crianças nervosas e irritadiças o que se contrapõe
com sua importante debilidade.
Enurese noturna mesmo em idades mais avan-
çadas. (pré-adolescentes e jovenzinhos/as).
Aquela tosse pigarreanre que não passa com
nada.
Humor depress ivo, dificuldade na iniciação
escolar pela conn1São de ideias.
Medrosas, encolhem-se e se escondem quand0
assustadas.
Homeopatia & veterinária
SandraPinro: Timido, dócil submisso e resigna-
do, apresentando embotamento e prostração mental,
com sobressaltos e medrosos. Uma ansiedade a tarde,
ao ar livre e quando sozinho. Uma agitação que traz
inquietude movimenta-se como que dançando e sorri.
SintOmas aparecem de form a aguda e violenta, enjo-
ado com náuseas ao menor movimentO, cianótico
com a pele fria ao tOque.
Waym MclA.ren, o "cowboy" de uma famosa
marca de cigarros, morreu de câncer de pulmão em
1992, aos 51 anos de idade.
ALLEN: "Tabac ..m alivia o terrível desejo de
fumar que aparece em quem deixou de faze-lo."
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Tarentula hispanica & AS REDES DO INI-
MIGO!
Espécie de aranha europeia (Jicosidea), cuja
picada causa febre, delírio, e segundo a crença popu-
lar, singulares sintomas o levariam a cantar e dançar.
Aranha comum na região de Apúlia - Itália
Tarantela - dança popular napolitana de an-
damento muito vivo em compasso de 3/8 ou 6/8,
acompanhada pelo pandeiro e castanholas, sendo
que primitivamente eram cantadas. Um movimento
muito rápido ao dançar.
Tarantismo - Mania de dançar. Conta-se que o
tarantismo atingia, Outrora massas populares conside-
ráveis e supunha-se que era produzido por picadura
de tarãnrula, tratava-se certamente de uma forma de
histeria coletiva.
Spider-man
Quais os quesitos morais deste importante
super-herói?
5
'.
Tarentula hispanica
Como são tais indivíduos?
Os indivíduos Tarentula são:
1- Laboriosos , quando desequilibrados apresen-
tam comportamenro rancoroso, envolvem
pessoas em suas teias e podem ser malignos,
2- Possuem quadros maníacos violentos, paroxJs-
ticos com aumento incrível de sua força física ,
com gestos ameaçadores, falam de destruição
e morte, este instinto destrutivo leva a rasgar a
roupa, arrancar os cabelos, golpear o corpo e a
cabeça e até mesmo agredir as pessoas queridas
que zelanl por ele e os próprios amigos.
3- Blasfemadores, tudo os aborrece, não toleram
a menor contradição, recusam -se a comer, gri-
tam' fazem piadinhas, irritam as pessoas com
um canto obstinado que os leva a rouquidão,
uma manifestaçãó de monomania (puxe, puxe
bom bom bom').
4- Hipersensíveis à música que a princípio os excita
e logo tranquiliza, melhorando seus sintomas.
 2 Carfos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
5- Tais sintomas têm conotação histérica e de-
saparecem sem plateia ao mesmo tempo que
amplificam
se existir público para observá-las.
6- Sua picada produz, às vezes, dor intensa, com
sensação de frio e pequeno edema a partir do
ponto de inoculação do veneno estendendo-se
para todo o corpo.
7 - Cerca de mais ou menos 1/2 hora depois da
picada, apresenta a sensação de fri o, ligeiras
convulsões, muita ansiedade com dispneia ,
febre, delírio e segundo a crença popular, um
desejo que o leva a cantar e dançar.
8- O paciente fica atarantado ou seja, desatinado
estonteado, confuso atrapalhado.
9- Da mesma forma os pacientes Tarentula possuem
uma inquietude mental e física muito intensa,
com grande ansiedade, andam de lá para cá,
sem destino, perdidos, necessitam estar sempre
ocupados, em movimento, caminhando rápido,
pulando e dançando.
lO-São pessoas agitadas , inquietas, espertas, dissi -
mulad as, obs tinadas, agressivas, perversas com
tendência desrrutiva
11 - Amorais, sensuais, acompanhadas de intenso
erotismo.
Desejos sexuais incontroláveis, quanto mais rela-
ções mais desejos (compulsão). Homossexua-
lismo (dança das aranhas), lascivos, maníaco
sexuais, com dores genitais, testículos relaxados,
impotência nos homens. Ereções poluções,
sêmen sanguinolento, calor uretral durante a
ejaculação.
Coito difIcil acompanhado de fadiga e tosse.
12- Têm humor variável que passa de uma alegria
desmesurada, com risos histéricos a profunda
melancolia, acompanhada de um choro intenso.
13- Demência senil, memória débil
14- Crises nervosas em crianças, adolescentes
15- Clarividência - Expressão de terror,
16- Sonha com monstros, insetos e fantasmas
17 - Ataques cliante das cores - vermelho, verde
e preta.
18- Sensação visão embaçada, turva.
Miasmaticamente falando
Angústia de Tarentula - perda da capacidade
criadora - artesão da tecelagem.
SINTOMAS PSÓRICOS: inquieto, ansioso,
quem perde algo é porque tem alguma culpa e deve pagar.
SINTOMAS SICÓTICOS: movimenta-se em
excesso, busca achar o ponto de equilibrio (vertigem).
Busca o artesão perdido armando teias (redes de
defesa) , busca a criatividade que lhe foi roubada, a
teia (rede ), é construída para depois destruir, matar
(armadilhas e artimanhas), emaranhados, novelos e
maracutaias, lambanças e jogos.
SINTOMAS SIl'ILÍTICOS: destrutividade,
depressão, suicídio, articulações, morre preso e sufo-
cado na sua própri a rede (teia de intrigas), enforca-se
no seu novelo de cordas.
Sintomas particulares -
• Vertigem caminhando, ou após descer uma
escada - de uma maneira geral os venenos de aranhas
são bons remédios para as tonroras.
• Dor de cabeça como se mil alfinetes picassem
o cérebro, piora quando abre os olhos, luz forte, tato
e melhora quando afunda a cabeça numa almofada.
• Olheiras azuladas, o lhos brilhantes e bem
abertos, fotofobia, midríase a direita e miose à es-
querda.
Prurido ocular com lacrimejamento espesso.
Sensação de areia nos olhos, cuias inflamados
dores de ouvido com a sensação de zumbido, surdez
histérica passageira.
• Epistaxe abundante com sangue negro e fa-
cilmente coagulável, espirros e coriza
• Nevralgias do maxilar.
• Odontalgias acompanhadas de sensação de
formigamento, sensação de dentes frouxos.
• Hálito forte e aftas frequentes.
• Língua enrolada ao falar, paladar alterado, dor
de garganta irradiando para os ouvidos.
• Sede intensa na febre.
• Desejo de alimentos crus, areia, salgados e
comida fria, vômitos biliosos, após comer, sintomas
gástricos acompanham as dores de cabeça e vertigens.
• Cólicas importantes na região do umbigo e
fígado sendo que pioram por caminhar e peJo tato,
constipação intestinal com uma ineficácia marcada
mesmo aos grandes esforços, deposições duras com
sangue, arde e dói para evacuar.
• Urina vermelho-escura, fétida com seclimento
arenoso, bexiga dolorosa inchada que piora à noite.
Cisti tes com dores e incapacidade de urinar e goteja-
menta doloroso. Incontinência urinária em mulheres.
• Diabetes mellitus.
• Sua necessidade de moviment,? é tão grande,
que ao dormir dá voltas em sua cama. E tão apressado
que faz as pessoas também se apurarem.
 M atéria Médica Homeopática Interpretada
• Palpitação cardíoca por ansiedade, tristeza e
uma grande vontade de chorar, angina do peito -
aperto no cor'lção. Palpitações nas (,lrútiLbs, opressão
no tórax.
• Rigidez no pescoço, agrava ao toque na coluna
cervical e em toda a coluna.
• Dispneia com sensaçõo ofegante e ataques de
sufocamento seguidos por choro e ansiedade.
• Inquietude com as mãos - seus dedos ficam
dançando demonstrando ansiedade, o mesmo com as
pernas e membros em geral.
• Insônia desperta irritado , so nhos vívidos,
suores noturnos.
Homeopatia & pediatria
Crianças agitadas, prodw.cm mesmo quando
paradas um movimento compassado . Nossa criança
aranha é a grande dançarina da matéria médica.
Irritad as e dotadas de importante força física,
ameaçam até mesmo os adultos -
"Vou te bater". Intoleranres às fru strações e
contradições.
Seu aspecto vingativo e de desforra a levam a
articular (ou tecer) e depois executar planos de vin-
gança (Nitric acid).
Sexualidade precoce sendo que está na "moda" a
erotização infantil como meninas que imitam bailari-
nas da TV como a dança da boquinha da garrafa - aqui
encontram sua expressão mais acentuada.
Divide com Sp011lfia O es paço de neurose cardí-
aca , com Lyc. A urina arenosa, e COm Apis o medica-
mento para reumatismo, comportamento histérico.
Homeopatia & veterinária
Regina T"n"o: T em uma inquierude tão intensa
quanto os deA>:'eniolln ou Chamamillrr, não consegue
ficar parado um só minuto .
O proprietário refere CO mo particularidade,
alterações no seu comportamento quando ouvem
música (chegando a acompanha-bs com canto e
dança, dentro do ritmo).
D esejo de correr, dançar e saltar.
Possuem instintO deSffiltivo (arranca seus pelos
e/ou penas), e com os OUtrOS (rasgando e destruindo
coisas).
Libido acenruada, lascivos, prurido intenso nos
genitais.
Aversão a carne , gosta de alimentos erus, areia,
alimentos salgados e ['i cantes (o que em animais
chama mais atenção).
Psico- homeopatia de Tarentula
Conta a história mitológica que Atena, deusa
da razão superior, fi.lha nascida da cabeça de Zeus é
a mestra e patrona da arte de tecelagem.
Aracne do grego araclme= aranha, aracnídeo=
espécie de aracnídeos, pertencente ou relativo aos
aracnídeos. (DicionárIo Aurél.io B. H olanda.)
Jovem Lídia e simples mortal , tecelã eximia, ou-
sou desafiar a divindade Pala Atena. Cumprindo o de-
safio instalaram-se frente a frente para desenvo lver as
suas tarefas. Atena, a deusa, borda os doze deuses do
Olimpo em toda a sua majestade e, nas quatro pontas
de seu trabalho, no bordado evoca os castigos sofridos
pelos mortais que ousaram desafiá-los. Em resposta a
sua imagem transcendental de uma realidade superior,
proibida aos humanos. Aracne põe-se a representar
em seu bordado os amores dos Deuses por mortais.
Atena sentindo-se ultrajada, golpeia a jovem com sua
lançadeira. Aracne resolve então enforcar-se; Atena
poupa-lhe a vida, porém metamorfoseia-se na aranha
que para sempre há de balancear-se na ponta de seu
fio. ( .... ) O desa fio coloca este mundo mortal diante
do Outro imortal; subordinando o próprio olimpo
às paixões humanas. A aranha simboliza ne,ta lenda
a derrota de um mortal que pretendeu rivalizar-se a
Zeus ; é a ambinação dern.iurgica punida. (Chevalier,
Jean e Ghecrbiant, ALAM) .
Ensina a matéria Médica que o paciente Taren-
mia hispanica possui uma inquiemde mental e física
muito intensa, com grande ansiedade. Necessita estar
em movimento, ocupado. Sua inquietude interna é tão
grande que é cxternalizada indu,ive no sono qua.ndo
dá voltas na cama, e também por meio de movimentos
desarticulados, descoordenados.
As características de industrioso, ocupado tem
uma grande identidade com o mito de Arame, tecelã
eximia que com excelente resultado de seu trabalho
conquistou a fama e ousou a desafiar a Deusa.
A exprcssoo do trabalho mental através da habi-
lidade das mãos , com O completo domínio do corpo
de Aracne, se choca com a aranha (tarêntula hispanica)
que inquieta e desarticulada n50 consegue equilibta-
se, aquietar-se t.' rrabalhar consnuova L' criativarnente.
Aqui Tamltltln. cumpre com o destino do mito
que, buscando ser maior e melhor que Deus, acaba
por ser punido. Punição que Ule tira a capacidade de
organizar precis;lmeme sua criaçío, na medida em que
insegura, tenta equilibrar-se no batmçar de um lio.
Com medo de sua própria criação fr,ígil e buscando
segurança, tenta agitadamente multiplicar os fios de
sna teia instável, fios que a dançar sobre eles em busca
de equilíbrio.
5 Carlos Bruniní, Mario Giorgí & Co/abs.
A ANGÚSTIA MIASMÁTICA de Tarentula
é a sensação de perda de sua capacidade criadora,
pois ao confrontar-se com Deus, perde a capacidade
de construir e criar, com estabilidade, através de sua
própria substância; perde criatividade da aranha
que tira de seu próprio organismo sua própria teia.
Destituída de sua criatividade, cumpre seu papel na
busca do equilibrio através de seu próprio veneno;
A destrutividade, buscando com suas inquietudes
e instabilidaqdcs sua condição perdida. O paciente
Ta,'entula na sua fasc SICÓTICA simbolicamen-
te assim como a aranha, constrói sua teia, só que
destrutiva, para se relacionar socialmente. Busca o
êxito por meio de articulações agressivas, perversas e
daninh3s, 3ssim comO a aranha que, compreendendo
sua destrutividade em relação a deusa, pune-se bus-
cando o suicídio. Além do mito, um outrO exemplo
interessante deste medicamento pode ser visto no filme
(década de 90) Instinto Sell1lltJem onde O personagem
feminino (Caterine - interpretado por Sheron Stone),
é altamente laboriosa. Interpreta uma escritora de
livros que usa os parceiros como cobaias para viven-
ciar cenas e situações que serão futuros capítulos de
seus escritos. Na medida em que atinge seus obje-
tivos ela mesma os elimina. Os parceiros são hábil e
meticulosamente envolvidos em uma trama sórdida,
quando se tornam presas fáceis de sua destrutividade,
obedecendo a seus caprichos e desejos, e chegando a
um fmal de morte através de violentos assassinatos.
A personagem do filme, jovem articulada e sedutora,
além de ser trabalhadora, nos mostra uma identidade
com a aranha tarentula, da mesma forma que esta após
acasalar-se com o macho, mata-os, demonstrando ter
a sua assinatura ou identidade. A atriz interpreta um
personagem bissexual e sabemos que a hetero e a ho-
mossexualidade fazem fazem parte do comportamento
dos que sofrem este medicamento, no exemplo do fUme
no caso incorpora os valores do macho agressor, que
a libertou, reproduz a destrutividade, destruindo até
seu objetivo de afeto e prazer.
Caso clínico
M.I.S.S. - 25 a, sexo feminino, solteira, fiscal
tarifária.
Q.P. - Lesões aftosas recorrentes.
"Tudo gira em torno da minha menstruação, as
aftas aparecem nas bochechas e na língua principal-
mente, e incomodam muito, ardem, doem e tenho a
sensação de secura na boca.
Antes da menstruação, tenho dor nas pernas e
nas costas, sensação de peso n a barriga e as cólicas
vêm junto com a menstruaçáo; parecem fincadas na
barriga, a dor é tanta que acabo ficando de cama,
nesse dia nem posso ir ao trabalho .. As cólicas aliviam
quando estou comendo, mas depois, não sei o que
acontece, vomito tudo o que comi. Nesse período eu
fico muito irritada e as aftas ajudam a me irritar mais
ainda. Tenho tambémnrn corrimento aquoso antes
e depois da menstruação e muita coceira na região
genital, principalmente no final da menstruação, o
que me irrita é que isso faz com que eu me afaste das
pessoas. Nessa fase quero ficar sozinha, sem ouvir
vozes ou barulho, mas ainda assim tenho medo de
ficar só."
ANTECEDENTES: Não sou de comer muito,
tenho muitas dores nas Costas, já falaram que seria
reumatismo, gripes frequentes com tosse seca. Em
relação a família não recordo de nenhuma doença
especial. ,
E COMO E A SUA VIDA?
''Não tenho amigos, só colegas de trabalho; acho
que não confio nas pessoas, ou elas que não confiam
em mjm) não sei ...
Meu trabalho, é minha diversão, nos finais de
semana acabo levando serviço para casa e assim pas-
so os sábados e domingos. Dá para imaginar como
fico quando tenho que ficar na cama por conta de
uma cólica) Gosto muito de música e estou sempre
cantando e dançando, principalmente quando faço as
coisas, isso me anima, me deixa sempre bem.
No meu serviço eu me esforço, faço aquilo que
sei com capricho, dedicaÇão , pois gosto do que faço,
só que gostaria de ser ll)ais reconhecida, não estou
contente comigo, com aquilo que consegui até agora.
Sou uma pessoa que fala o que pensa, "sem pa-
pas 1la língua)), respondo a tudo O que me falam ou
fazem, não estou contente comigo, com aquilo que
consegui até agora.
Medos? De ficar sozinha e de meus sonhos, es-
ses me dão a impressão de que estou vivendo aquilo
mesmo, Tenho dois sonhos que se repetem muito. O
primeiro é que estOu numa montanha, dentro de uma
floresta , tudo bem verde, cheiro de mato, árvores, e de
repente aparecem uns animais grandes, acho que são
ao bois, touros, correndo atrás de mim, então também
corro para fugir deles e corro tanto, que me canso;
quando não aguento mais correr e preciso parar, dou
de cara com um deles, que vai escurecendo até ficar
todo preto e com os olhos bem vermelhos.
O OUtrO sonho que tenho é o de uma mulher
vestida de verde, que me encara, me persegue e me
machuca, são sonhos horríveis.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Preflro flcar em lugares quentes e mais agitados.
Em lugares sossegados não fico mais que três dias. Já
ctisse que preflro trabalhar ater que tirar férias? Não
tenho paciência para fICar parada.
Tenho mais contato com a minha irmã, pois
moro com ela. Meus pais estão no norte de Minas e
eu só os vejo duas a três vezes por ano, mas, dentro
do possível temos um, bom relacionamento.
Já tive uns namorados , nada muito sério. O
ultimo me chateou muito. Tinha tudo para dar cer-
tO, mas não deu, porque a mãe dele não aceitava a
ctiferença de idade e "inventou uma história e fez que
fez, que tudo acabou". Imagina se ctiferença de idade
é motivo, eu, já tive outros namorados mais novos e
não tive problemas."
A paciente relatou ainda que não toma álcool e
que tem muita sede. Gosta de USar roupas mais justas
e de preferência de cores claras. No exame clínico foi
constatado que apresentava três lesões aftosas. Ela
ctisse que deveria aparecer mais pois estava próxima
de seu período menstrual.
Nessas situações costuma USar colutórios, poma-
das orais e bochechos com própolis e com ervas me-
dicinais que as pessoas lhe ensinaram, mas que nada
resolveram. Buscando na bibliografia especializada
encontramos que aftas recorrentes são uma doença
caracterizada por repetidos episódios de ulcerações
superflciais , redondas ou ovais, na membrana da
mucosa do lábio, bochecha, língua, assoalho da boca,
palato e gengiva. São bastante doloridas.
Considera -se uma correlação definida entre o
stress físico e o emocional e instalação dessas lesões.
Sintomas repertorizados:
Laboriosa.
Decepção amorosa.
Responde seca e bruscamente.
Aversão a companhia com medo de ficar só
Descontente consigo mesma, durante a mens
truação.
Sonha que é perseguida por touro.
VÔmitos e irritabilidade durante a menstruação.
Após o exame clínico e a comprovação do ctiag-
nóstico e foi prescrito Tarentula hispanica CH30.
Paciente evoluiu bem, no retorno quarenta ctias
após, havia melhorado pois ultrapassara bem o perí-
odo das regras sem tanta cólica, ansiedade e também
sem aftas.
Agora foi prescrito uma 100CH e num segundo
retorno passa a admitir que está na hora de se dar o
direito de descansar um pouco, pelo menos aos fmais
de semana.
545
Caso clínico veterinário
Pituco é um gato branco, nascido em março de
1991. vive num ateliê de costura com Outros quatro
gatos, porém, foge completamente ao que concebe-
mOs como padrão dos felinos. Com a fmalidade de
poder entender sua dinâmica, sempre compareço ao
ateliê, em vez de atende-lo sÓ no consultório.
Pituco não quer flcar parado nem por alguns
segundos, sempre caminhando de um lado para o
outrO, de uma janela para a outra; gritando, sendo que
as vezes não é um miado e sim um grito horripilante.
Seu passatempo predileto é interferir nos rela-
cionamentos entre os outros companheiros. Se algum
está brincando ou lambendo o outrO, vai até lá e grita ,
ameaça interromper o relacionamento.
Se os proprietários estão acariciando ou cui-
dando de outro gato vai até ales e interfere, se o
proprietário quer afagá-lo, não permite. Em seguida
procura outra atividade para fazer, ou melhor, in-
comodar. Quando estão todos parados, ctirige -se a
eles e ameaça, sempre ctisposto a uma boa briga. Os
outrOS, porém, "não lhe dão moral".
As vezes, realiza seu intuito e torna-se violento ,
porém a dinâmica predominante é a implicância com
todos e não a violência. Se algum gato lhe dirige o
olhar, recebe em troca unla avalanche de agressivi-
dade, iniciando uma emissão de sons entre miados e
gritos. Paciência e obectiência são atributos que jamais
pertenceram a Pituco. Se o proprietário o repreende
por suas atividades, é como se aflorasse de dentro dele
uma tremenda raiva. Apesar de cinco gatos habitarem
o ateliê, tudo corre bem com os objetos, a não ser
é claro, quando Pituco' está presente: ele constante-
mente rouba pedaços de giz, carreteis, dedais e outros
pequenos objetos, quanto ao resto não tira nada do
lugar. Porém, jamais os destrói , apenas toma empres-
tado. Nenhuma doença fisica. Demonstra pelo seu
tormento interior que gostaria mesmo é da presença
de um psiquiatra que lhe trouxesse de alguma forma
uma certa paz.
O digno de ser curado é a dinânlica interna que o
leva a um desassossego e a interferir na relação dos
outros gatos sempre com ameaças e gritos, é essa a
necessidade de sempre querer uma briga a ponto de
não poder ser olhado.
Repertorizando - KENT - EIZAIAGA
l- Destrutividade (destrói a harmonia dentro da
comunidade, interfere na relação do proprietá-
rio com pos outros gatos) 24-3
2- Peleador 71-3 (sempre solicitando uma briga)
5 Carlos Brunini, Man'o Giorgi & Colabs.
3- GritOs 34-2
4- Amenazante (ameaçador) 4-1
5- Inquietude (impulsiondo de um lado para o
Outro)
6- Mirem, não tolera que o (não quer ser olhado)
54-3
7- CleptOmania 13-1
Após receber Tarentula hispanica CH200, foi
como se desligássemos uma bateria dentro dele, todos
encontraram a paz tão desejada.
Brinca com outros gatos, raramente ameaça ou
deseja brigar, não tOma mais emprestado os objetos.
Consegue ficar parada por algum tem po, com isso
a sua pelagem está mais branca e cuidada. Passou a
ronronar quando acariciada, para tOtal emoção da
pIa teia humana.
EXERCíCIO: Baseada na descrição abaixo
sobre o homem aranha (conhecido super herói), ex-
traída da internet, busque pontos em comum entre o
personagem e e a personalidade de Tarentula:
Homem Aranha: o Bem e o Mal
Leila Strazza 29.10.2008
Com o personagem do ftime O Homem Aranha
3, perpetua e evidencia-se através do tempo e das
gerações, independente de idade e sexo, a grande
dualidade que todo ser humano é obrigado a passar:
o BEM e o MAL. Embora, segundo Jung, o homem
tenha dificuldade de aceitar esta realidade, ele terá
que enfrentá -Ia na vida.
O Mito do herói (2) está presente na mitologia
clássica da Grécia e Roma, na Idade Média, e traz
consigo um poder de sedução dramático com pro-
funda importância psicológica. De acordo com Jung
(2), o herói reflete cada estágio da evolução da per-
sonalidade humana. Este enfrentamento de batalhas
e todos os seus esforços são feitOs para O crescimento
do ser humano que, normalmente, é ajudado através
da ilusão desta ficção interna - ou seja, o herói. Este
herói "luta" duplamente, ele precisa encontrar-se para
poder afirmar a sua verdadeira personalidade, para si
e para a sociedade.
O Mito do herói tem como atribuição essencial
desenvolver, no indivíduo, a consciência do ego,
ou seja., o conhecimento de suas próprias forças
e fraquezas, de forma a prepará-lo para enfrentar
as difíceis tarefas que a vida lhe impõe. Porém,
temos que lembrar que o ego tem dois lados: o
bom e o mal. Apesar de separados, são tão liga-
dos entre si quanto o pensamento e o sentimento.
Voltando ao filme, é desnecessário descrever o
bom, pois o Homem Aranha é referência para
tOdos. As lutas , desafios, salvamentos, conquistas e
perigos pelos quais ele é obrigado a passar tornam-
no, inquestionavelmente, o modelo exemplar
de conduta do bem na cidade de Nova York,
fazendo-o merecedo. de, no filme , ganhar a chave
da cidade. Mas é difícil imaginar que uma figura
assim como ele, tão especial e venerada por todos,
pudesse um dia entrar em contato com o mal.
E, ao pensar no mal, temos que acentuar que,
quando ele aparece, ele já existe há muitO tempo,
porém permaneceu no escuro da alma, recalcado,
adormecido, junto com tOdas as outras coisas que
desagradam e assustam aos outros e à própria pes-
soa. E a sombra que, quanto mais reprimida, mais
vai se tOrnando densa e escura. Pode-se comparar
esta dualidade do Homem Aranha, que facilmente é
confundida com "dupla personalidade", com o quadro
do personagem do filme O Médico e o Monstro, O Dr.
Jekyl, médico admirado não só por sua capacidade
profissional como pela bondade com seus pacientes
e amigos . Porém , ao ingerir a substância de seu
próprio experimento, transforma -se no Mr. H yde,
ser moralmente insensível, capaz de praticar todas as
vilezas. Cabe lembrar que, embora as personalidades
sejam diferentes e distintas, as duas fazem parte da
mesma pessoa.
Em HomemAranf?a 3, Peter Parker é contamina-
do por um ser alienígena que entra em simbiose com
ele, exacerbando características e comportamentos.
Assim, aquele Homem Aranha, tão conhecido por
suas façanhas só do bem, ao ser contaminado pelo
mal mostra também este seu outrO lado, tOrnando-se
agressivo, exigente, exibido (narcisista'). Ele é tOtal-
mente dominado por este ser que, aos poucos, vai
aderindo à sua pele de forma espessa, negra, fazendo
com que ele seja cada vez mais destrutivo, cruel e
capaz até de maltratar Mary J ane.
Porém, neste momento de extrema maldade
com a mulher que ele ama, ele consegue entrar defi-
nitivamente em contato com este seu lado destrutivo
e travar a luta contra o seu "dragão" interno. A sua
batalha passa a ser travada consigo mesmo. Esta é a
forma mais atuante do MitO do herói. Através desta
luta é revelado defmitivamente ao herói que ele é,
também, portador deste lado sombrio, feio, cruel,
que ele não quer aceitar para si e nem quer que seja
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
revelado a ninguém . Esta é a chamada "batalha da
libertação", tão fundamental para todos que querem
atingir a maturidade.
O Homem Aranha, neste filme, acaba por
tornar-se uma figura tão humana que é capaz de
amar, ter dúvidas, ser imperfeito. Destacamos que,
neste filme, o herói tem importância fundamental no
547
processo de individuação de uma pessoa e nas etapas
paralelas de seu crescimentO, na busca incessante do
seu verdadeiro eu e consequentemente de seu espaço
na sociedade.
Não podemos fillalizar sem dizer que o herói per-
de a sua relevância e morre simbolicamente quando o
jovem finalmente consegue atingir a sua maturidade.
 Carlos Brunini, Mario Giorgí & COIBbs.

Thuya occidentalis

Em Torgau, Hahnemann(1804) faz uma boa Nomes populares:

clientela, (antes de sua mudança para Leipizig 1812). Árvore-da-vida; Cedrinho; Ciprestes; Tuia; Tuia-
Um clia chega a seu consultório um sacerdote com americana; Chinese muja (inglês); Tuya(espanhol);
uma queixa de corrimento uretral inexplicável, dei- Th./ya d'Orient (francês); Tuja (italiano).
xando uma série de dúvidas e questionamento, pois
o quadro era idêntico ao da blenorragia. Ante ao ar Classificação segundo Boelter (2007)
malicioso de Hahnemann o paciente jurou não haver FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE
sucumbido ao prazeres da carne. Cupressaceae Thuya Thuya occidentalis
Então Hahnemann se propõe a observar o pa-
ciente mais de perto para decifrar o enigma e toda Descrição fármaco botânica
manhã o padre lia seu breviário numa alameda da
casa paroquial, e então arrancava uma folhinha aqui Árvore sempre verde, meclindo até 15 m de
outra acolá de cedro branco, (uma planta conífera, a altura, ramosa, folhas aromáticas, flores brancas,
Thuya ocidentalis) e as mastigava enquanto fazia suas
orações matinais.
Hah.nemann assim estabelece uma relação de
causa e efeito e passa a utilizar esta planta e a utilizá-la
como um grande medicamento das infecções geniro-
urinárias , sendo um dos remédios importantes tanto
na prática méclica como também modelo para enten-
der sua teoria de MIASMAS.

Sinonimia
Homeopática:
Arbor vitae;
Cedrus lycea;
Cupressus arbor vitae;
Thuja; Thuya;
Thuya occidentalis;
Thuya obtusa;
Thuya do Canadá.

Botânica:
Thuya obtusa Moench; Thuya theophrasti C.
Bauhil1 ex Niet<wl.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
pequenas, frutos ovoides, originária da América do
Norte e aclimatada no Brasil, sendo cultivada em
jardins, como ornamental. (Boelter, 2007).
Há registros de espécies "gigantes" chegando a
50 m de altura.
Apresenra pequenas calosidades, como ervilhas,
nas folhas e na casca.
Cresce em jardins e locais úmidos, exemplo em
pântanos e nas margens dos rios.
Origem do medicamento
A obtenção da tintura-mãe é feita a partir de
folhas amarelas, colhidas no início do verão (final de
Junho) e maceradas em álcool.
Intoxicação
"Estudos ernofarmacológicos relatam o uso da
Thuya no tratamento de reumatismos, hemorroidas,
inflamação das gengivas, pólipos uterinos e nas vermi-
noses. Externamente é indicada para eliminar verrugas
e tecidos esponjosos. A Thuya possui propriedades
imunoestimulantes, antiviral, adstringente, diaforéti-
ca, calicida e abortiva. Pesquisas fitoquímicas revelam
a presença de tanino, flavonoides, borneol, fenchona
e um óleo essencial, a tuyona." Boelter, (2007).
Em doses elevadas pode causar: aborto, vômito,
diarréia, hemorragias, crises epileptiformes e tetani-
formes, transtornos psíquicos e sensoriais, hipotensão
A tuyona é um neurotóxico potente, portanto é
abortiva, pois estimula o útero, e é enemagoga.
Características toxicológicas
Composição quírrúca
Alfa-pineno, borneol, fenchona, flavanoides
(glicosídeos de kenferol e quercetol), óleo essencial
(com 60% de tuyona), taninos.
Tujona é um composto químico, cetona
monoterpênica bicíclica saturada, derivada do tuieno,
que ocorre na tuia e na sálvia usado para fazer absinto
(bebida alcoólica).
Uso popular na fitoterapia:
• Adstringente, Asma, Calicida, Catarros bron-
quiais, Emenagoga, Enfisema, Erupções
cutâneas, pólipos, verrugas, Esclerite, Esperma-
torreia, Estimulante, Expectorante, Gonorreia,
Hemorroidas, Herpes simples 1 e 2, HPV,
Nas Clarnideas, Lyme e Bm-relia Bourgdmfiri,
Nevralgia facial, No tratamento da candidíase,
49
No tratamento do câncer, Pielite, Piorreia alve-
olar, Reumatismo provocado pela blenorragia,
Transtornos menstruais, Vermes intestinais.
Patogenesia . experimentação
Hahnemann nos dá somente 634 sintomas de
Thuya, mas a droga foi extensivamente experimentada
desde seu tempo - frequentemente em potência, e a
Encyclapedia de Allen régistra 3.370 sintomas. (Tyler,
1999).
Thuya é um medicamento extremamente con-
fuso e caótico. Para tornar o estudo mais didático
separamos os sintomas mais chamativos da Matéria
Médica pela classificação de seus miasmas.
Por ser uma planta que cresce à margem dos
rios, é possível entender o caráter marginalizado
dos indivíduos que sofrem Thuya. São pessoas que
temem o convívio com os outros, devido ao "medo"
que carregam que seus "segredos sejam descobertos".
O indivíduo Thuya e suas características
físicas
Temos o tipo gordo, forte e corpulento ou fraco
e emagrecido, até a extrema magreza. Peito estreito,
bacia larga e volumosa, pernas fmas. A tez é escura.
De aparência doentia.
Sua face possui pele brilhante e gordurosa ou
seca e descamada, abundante em cravos e acnes.
O queixo e O sulco nasolabial apresentam uma
vermelhidão característica muito acentuada, no qual a
pele é luzidia (parece untada com vaselina) e vermelha,
possui muitos cravos e ~pinhas. Na fronte, na base do
nariz, até o meio da fron!e, no alto, e nas sobrancelhas
de cada lado há vermelhidão eczematosa da pele, que
é gordurosa to luzidia, coberta por cravos, ou então
seca e escamosa, com peliculas. Pode haver igualmente
verrugas. A parte mais carnosa da bochecha é mais
vermelha que a maçã do rosto com aspecto de "pele
de laranja". As rugas são muito pronunciadas e
precoces, principalmente entre as sobrancelhas onde
as pontas estão "comidas", inexistentes, desenhando
uma espécie de triângulo. (Lathoud). (apud Dr.
Nebel,2001) .
Seus lábios são estendidos com pregas verticais,
de cor branco azulada." Dão a impressão de haver sido
recobertos por uma maquiagem branca ou tingidos
por uma fma camada de leite, que o doente acabara
de beber". (Lathoud 2001).
Sobre as pálpebras há frequentemente terçóis e
calázios.
550 Carlos Brunini, Man'o Giorgi & Co/abs.
Todo O corpo apresenta pele gordurosa e doentia,
nevos e excrescências sicóticas em forma de couve-flor.
Seu s cabelos, de cor negra, são secos e
quebradiços, com pontas bipartidas (outro exemplo
de sua dualidade), crc>;c<:m lentamente e caem muito.
Apresenta películas no couro cabeludo, crostas
descamativas, secas e caspas brancas.
As orelhas se inflamam, supuram e pode
apresentar pequenos pólipos. (Lathoud, 2001).
As veias dos braços e mãos são aparentes,
formando relevos.
Suas unhas racham e se quebram facilmente, são
frágeis e delgadas.
É um indivíduo com mau humor e tristeza,
emotivo, principalmente quando ouve música
podendo chorar e ter tremores. Com tendências a
ideias fIxas: que um estranho está ao seu lado; que
na rua alguém o persegue ou anda ao seu lado; que
a alma e o corpo são separados ou tem alguma coisa
viva no seu abdome; que o corpo é de vidro frágil e
ao menor toque pode quebrá-lo.
Dinâmica miasmática
Miasmas ... PSORA - Ansiedade de consciência,
sente-se culpadQ, ter cometido uma transgressão,
desespero por sua salvação.
... SICOSE - Busca camuflar seu crime (como O
homem das mil faces, adora muitas personalidades),
confuso e caótico busca a auto- satisfa(IW
... SÍFILIS - Tédio e indiferença (ca nsaço da
vida, desconforto por ocultar seu erro. Fanatismo
religioso, (acha que não tem perdão seus erros), in-
capacidade, loucura e morte .
o U ma criança aparentemente saudável, que recebe
PSORA
Thuya tem a fantasia de haver cometido um erro,
causando um medo psórico de que tal erro venha a
ser descoberto (AJJen). São pessoas que carregam
dentro de si uma culpa. Da Matéria Médica, Thuya é
O medicamento da culpa. O digno de curar é a culpa
e é através desta que encontramos explicação para a
totalidade sintumática.
O ideal de cura é rirar a culpa da Thuya,
desaparecendo assim os demais sintomas reativos.
Não pode-se esperar que um paciente Thuya
declare-se culpado, pois não tem consciência de sua
ideia errada de ser.
A culpa é demonstrada através do apuro, agitação
e fantasia de que algo de mal vai lhe acontecer.
Psora segundo autores:
SICOSE
Definição
É uma forma equivocada dos indivíduos elabo-
rarem suas afliç?es internas. Sendo um equívoco, não
se aprofunda. E uma solução camuflada e falsa, que
dá ao indivíduo soluções inadequadas, pois esconde
sua angústia psórica.
Hahnemann aftrma que há 3 tipos de miasmas
e para cada um deles um remédio que é capaz de
corrigir algumas diáteses, as quais parecem se opor a
certos medicamentos. Thuya é o princi pai antissicó-
tico, assim como Sutphur está para psora e Mcrcurius
para sífilis.
Tbuya occidentalis cura ou muda as condições
existentes no organismo como outros medicamentos
curariam, mas que não teriam agido, antes dela ser
administrada.
Desta maneira, é um medicamento cheio de de-
fesas, tanto orgânicas como mentais, para ajustar-se
às diferentes situações.
Tem um vasto emprego nas complicações p6s-
vacinações, com diarréia e púsrulas muito grandes,
agravandu todos os seus sintomas quando isto acon-
tece. Para tratar a varíola, Boenninghausen recomen-
dava Thuya, quando as vesículas eram pusrulosas e
dizia que impedia as cicatrizes.
Kent descreve que também combate situações
deploráveis de qualquer intoxicação de origem animal,
como a serpente por exemplu.
Não seriam as vacimções uma situação sic6tica
para os indivíduos?
doses de víms atenuados ou bactérús lisadas por im-
posição de um calend ário de vacinações. Neste caso,
 Matéria Médíca Homeopática Interpretada
não estaria pagando um tributo à sociedade adoecida
e com um comportamento culpado?
Os indiv/duos Thuya, equivocadamente eÚÚJqyam
disfarces de seus {{crimes".
Outro raciocínio miasmático pode ser utilizado
na gonorreia, que apesar de ser uma situação orgânica,
tem um comportamento sicótico, pois dá uma falsa
aparência de cura ao recolher-se após uma fase aguda
de uretritc, permanecendo no organismo, e progre-
dindo em sua patologia, mesmo que externamente a
aparência seja normal.
Graças a identidade e similitude de Thuya , o seu
uso organicisticamente contra a gonorreia, é muito
comum.
Os sintomas mentais e orgânicos nos ajudam
a diferenciar a sicose de Lycl)/Jodium, pois este quer
resgatar o poder, tornando-se exuberante, vivendo
papéis exuberantes, tentando firmar-se poderoso. Já
na sicose de Thuya , os papéis são vividos através do
ardil da camuflagem, escondendo de qualquer forma
sua culpa.
Este comportamento ps íquico cinde a persona-
lidade, tornando-a dissociada e dicotimizada .
Esta dupla personalidade e ambivalência o leva a
conflitos entre a consciência moral, a instintividade,
a agressividade e a culpa.
Seus temores se dão em relação ao contato ou
toque com pessoas estranhas e a doenças graves. Pensa
sempre que está próximo da morte .
Possui ideias fixas e persistentes. A mais forte e
obsessiva delas é que tem o corpo c a mente separados
(pessoas extremistas, ou tudo ou nada).
Apresenta ilusões, reporta-se à sua característica
de ser dissociado: sente que tem alma separada do
corpo; ilusão de que é dividido em dois.
Paradoxalmente diz que possui o corpo pesado
como pedra ou frágil e delicado como vidro. Relata
estar sob influência de poder sobre-humano. Tem
ilusão de possuir um animal em seu abdome.
Compreendemos assim seu comportamento dual
como um recurso ou artifício para esconder suas fa-
lhas . Desta forma, desenvolve ora uma personalidade
e ora outra, confunde o outrO, disfarçando qual seria
o verdadeiro culpado.
O motivo desta conduta é o temor inconsciente
do juízo que poderá vir a ser feiro sobre sua pessoa,
por acreditar que deve pagar e ser condenado por
seus cnmes .
Agindo desta forma dissimulada, faz com
que tenha a ilusão de que seu corpo é de vidro,
ou extremamente delicado como o de um pássaro
551
(acredita ter asas); cria um universo particular,
exclusivo e difícil de ser penetrado. Essa dualidade
é expressa organicamente através de seu jorro duplo
de urina.
Outra forma de esconder-se é através de sua
desorganização: esquecendo objetos em lugares
atípicos, como um ~haveiro no box do banheiro, por
exemplo, estará dificultando o acesso das pessoas às
suas coisas, bloqueando mais uma vez seu mundo
através de um comportamento caótico. Assim, não
sendo descoberto, seu erro estará preservado do juízo
e da condenação.
Um indivíduo que procede desta maneira pode
alcanp os altos fms de sua existência?
E um indivíduo agressivo; e esta agressividade está
sempre acompanhada pela hipertrofia do "eu": não tolera
contradições, é fanático e provocador. Possui aversão à
companhia, e piora pelo consolo. Esconde-se, é incapaz
de reagir ao mundo, tem cansaço da vida e indiferença
ao sexo oposto. Possui aversão ao trabalho mental a ao
ato de fàlar. É tacirurno, e sente ansiedade pelo futuro.
Parece que o tempo lhe passa muito rápido, por isso é
apressado (os indivíduos culpados agem sempre com
apuro), sendo inquietos, excitados e agitados.
Sua dualidade é facilmente demonstrada, pois ao
mesmo tempo em que alimenta ideias suicidas, possui
fanatismo religioso, buscando na religião a anistia do
criador aos crimes que supõe ter cometido, usando
isso para aliviar o peso de sua consciência.
O sentimento de culpa e a agressividade, os
impulsos de matar-sei a ansiedade e o desespero para
que sua alma seja salva geram uma dúvida que chega
à obsessão. Este ser se penaliza pelo paraíso perdido.
Seu t~m peramento é hipersensível e triste. A
música lhe causa choro e tremores.
Temperamento no sono:
Dorme com os braços sobre a cabeça, deitado de
costas. Seu sono é agitado e inquieto, e sua insônia
inicia antes da meia-noite, indo até as três da manhã.
Sonha com assassinatos, tragédias, acidentes,
batalhas, morre, perigo, queda de alturas. Sonha com
vozes que o chamam, e acha que são visões. Tem ainda
sonhos sexuais e amorosos. Seu acordar é embotado,
cansado e dolorido.
SÍFILIS
Neste miasma apresenta dificuldade
de concentração mental e forte desalento, seus
pensamentos desaparecem, perdendo-se em lugares
conhecidos, com forte desânimo pela manhã
(o que indica um forte traço depressivo ), onde
5 2 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
falta o gozo ; chorando ao ouvir música, falta de
inclinação ao falar, tornando-se misantrópicos
(defesas equivocadas neste movimento miasmático).
O individuo Thuya tem ansiedade de consciência,
reptova-se, acredita ter feito mal, sente-se culpado e
chega a crer que é criminoso. A salvação de sua
alma lhe gera uma grande ansiedade e um deses pero
religioso por sua salvação.
Um paciente com verrugas é logo associado ao
medicamento Thuya, entreranto é óbvio que existem
verrugas sem Thuya, bem como Thuya sem verrugas.
Verrugas de Thuya são úmidas, grandes, pulposas,
sensíveis , queimam e sangram. Suas mucosas rêm
fo rma de couve-flor. No abdome, as verrugas têm
aspecto de manchas pardas e grandes. (facilmente
associadas às calosidades o u form ações verrugosas da
folha e casca da planta Thuya. )
No miasma sifilítico: apresenta forte desalento ,
com dificuldade de concentração mental, seus
pensamentos desa parecem , perdendo-se em lugares
conhecidos.
Sintomatologia dos indivíduos Thuya
Mental
Predomina a depressão mental, mas pode ocorrer
alegria expansiva e excitação por poucas horas. 10-
quietude por tudo e agitação. Abatimento profundo,
preocupação exagerada pelo seu futuro e desgosto
da vida. Enfraquecimento intelectual. Lentidão da
palavra e reflexão. Procura palavras enquanto fala.
Torna-se preocupado, pensativo pela menor bagatela.
(Lad10ud 2001).
Sensível e in1pressionável. Chora ao ouvi r mú-
sica, ass in1 como Aconitum napetlm, Ambra grisea
Graphites) Sabina ePhosphlYl'!ts que agrava pela música.
(Lamoud, 2001 ), lentificação de pensamentos
Possui ideias fixas e ,,'enfM:
• Que uma pessoa estranha está ao seu lado.
• Que na rua alguém o persegue ou anda ao seu
lado.
• Que um a força superior o domina (Anacardium
orientaJe, Lachesis muta, Opium, Platinum).
• Que há qualquer coisa viva em seu abdome
(Crocus, Sulphttr).
• Ou que tem um anin1al vivo no ventre.
• Que sua alma e corpo são separados.
• Que seu corpo é de vidro, frágil, podendo que-
brar ao menor toque.
• Que está grávida, tem uma gravidez nervosa
(Nux mascata ).
Sono
Desej a dormir no irúcio da noite, às vezes o sono
é tardio pois está agitado e tem uma sensação desa-
gradável de calor seco . Sono curtO e não reparador,
com sonhos angustiantes e penosos, principalmente
se estiver deitado sobre o lado esquerdo.
Insônia: Vê aparições ao fechar os olhos; as
partes sobre as quais se deita ficam doloridas; por
calor e inquietação; por depressão mental; depois de
vacinação (Tylet, 1999).
Sono agitado, com acordar às 4 horas da manhã.
Acorda cansado pela manhã, já que o sono não
é reparado r, sonolento durante O dia.
Sensibilidades
Hipere s tesia geral da pele , com dores
muito agudas, seguindo o trajeto dos nervos e
fr equentem ente aco mpanhada s de contrações
fibrilares reflexas. Mais fortes após as 3 h e às 15 h.
O calor as alivia . (Lamoud) (apoud, Dr. Piedvache).
Cabeça
Cefaleias muito dolorosas co m sintomas
variados, principalmente do lado esquerdo, como se
nm prego estivesse encravado no osso parietal, no
vérrex ou no nível das eminências frontai s (Coffea
cruda, Ignatia amara); ou como se um botão
convexo estives.e furreme nte apoiado sobre a região
dolo rida; ou ainda =0 se um tOrno aperrasse a
fronte. A dor penetrante é totensa, levando-o ao
desespero. Agrava por (.IOf forre, ~xccssos sn'Uais
e ch~ e melhora quando deitado, passeando ao ar
li vre (Lamoud 2001).
Vertigem ao fechar os olhos (Lachesis muta,
Tberidion curassaviéum. Lamoud 2001 ).
Face
Dores como cãibras, lancinantes na maçã do
rosto , no maxilar superior e nos dentes. Quando
a do r aumema O rosto fica vermelho. Sensação de
fri o interior. Movimentos convulsivos no lábio
supe rioL Pinçamen tos dolorosos ao longo dos
ramos suborbitais do trigêmeo, com extensão até as
orelhas. A dor melhora ao ar livre, pelo movin1emo
e mais raramente pelo tOque. Nevralgias faciais que
resistiram a neurotomia, mas cederam com ThuyIJ.
ocidentrtlis. E nevralgia cervicobraquial (Lathoud,
apud DL Escalier, 2001 ). Nevralgias faciais nos
bebedores de chá (Selenium ). (Varmier 1987).
Olhos
Pálpebra s aglutinadas à nOIte, secas, com
CrOStas nas bordas. Terçóis e calázios duros e espessos.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Inflamação da córnea. Conjuntivite flictenu-
lar ; esclerite e episclerite, irite e nevralgia ciliar.
Lacrimejamento, maior aO ar livre.
Dores agudas que melhoram pelo calor e
cobrindo os OU1US.
Quando os olhos estão descobertos, sensação
de como se uma corrente de ar frio os atravessasse
(Fluoric acid). (Vannier, 1987). Sensação como se os
olhos fossem pressionados de dentro para fora .
Dores agudas que melhoram pel o calor e
cobrindo os olhos.
Ao ler, as letras parecem turvas.
Em frente aos olhos: na escuridão vê faíscas
e na luz ou de dia manchas marrons.
Oftalmia dos recém-nascidos. (Tyler, 1999).
Ouvidos
Inflamação e supuração dos ouvidos. Otite
crônica com escoamento purulento, de odor pútrido.
Pólipos, estalidos nos ouvidos ao engolir. (V~nnier,
1987). OtalgiJ com dor comO por martelar. Ruído
nos ouvidos como água em ebulição .(Lathoud, 2001 )
Aparelho digestório
Boca
No interior da boca irritação viva. Afta sobre
a língua e por tOda, boca, apresenta tumores,
gengivites crônicas.
Os dentes: cumeç= • esrragar na base, desde
o nascimento. São descamados e muiro sensíveis 30
fcio; dores nevrálgicas. A raiz caria e a coroa fica sã
(Mezere",n). Segundo V annier: cárie no dente entre
a coroa e a raiz (Flum,;c acid, MezC1'eum, Symphytum).
Diferenciar com Staphisagria que são cariados somente
na borda cortante. Esmigalham, ficam amarelos. Dor
ao beber chá ou nos bebedores de chá.
Assoando-se, dor em um dente oco (Culex
mtlSca). Piorreia. (Vannier, 1987).
V"'-ruga 1Ul planta tÚJ pé.
Língua saburrosa, se nsível na ponta (CistllS
canadensis, Nitric acid, Sabadilla officinalis, Sepia
St<ccus) .
Apresenta bolhas brancas na base da língua e em
cima da borda.
Varicosidade na boca, mais na parte inferior da
língua e na garganta. Rânula (A mbragrisea ).
Faringe
Seca, parece ndo escoriad a, necess id ade de
engolir constantemente. Deglutição difícil e dolorosa,
especialmente ao engolir a saliva ou o vazio. (Lathoud,
2001).
Estômago e abdome
Sede importante ou somente pela manhã e de
noite.
Falta de apetite ou saciedade rápida quando
come. (Lycopodium claratum).
Desej o de sal. Os alimemos nunca parecem
salgados o bastante (Phosphorus, Causticum ).
Tem aversão: a carne fresca (Alumina, Amica
numtana, Calcarea carbonica, Carbo regetalis, PulsatilJa
nigricans, Sepia suc",s); a batatas (Alumina, Sepia).
Relata que o pão tem gostO amargo e a cebola o fadiga
e sofre par. digerir. (L. thoud, 2001 ).
E ructações como se tivesse comido gordura
rançosa, com náuseas e dores epigástricas. Dispepsia
nos bebedores de chá.
Distensão abdominal, inchaço, borborigmos e
flarulência , com protuberância como se fossem os
membros de um fetO. Incômodos dispépticos.
Sensação de como se tivesse alguma wisa viva
no ventre (Croc) que·o comprimisse a parede de um
lado a outro sem dor (CrocctlS sativus, Nux moscata,
Sulphur). (Vannier 1987)
Sensação que o abdome está tapado por um nó.
Cólicas na altura do umbigo. Manchas amarronzadas
sobre o abdome, como as que se encontram nos
doentes com hepatOpatias.
Ânus e fezes
Ânus fiss urado , rodeado por verrugas chatas
(condilomas), va ricosas e úmidas (Antimonium
crudum, Graphites, Silicea t erra), deformado ou
flexivel, doloroso ao toque. Constrição, comichão e
queimação nO ânus. Pólipos no reto.
Hem orroidas inch ada s, cheias de sa ngue ,
doloridas, ardentes, picantes que pioram ao sentar
(diferente de Ignatia que melhora estando sentado).
Constipação crônica, com síbalas negras, grossas
e duras. Constipação renitente com necessidades
frequentes e inúteis. Dores viole ntas no reto
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.

impedindo de fazet esforços suficientes: após serem Escroto e períneo com transpiração fétida e
parcialmente expulsas as fezes voltam para o reto abundante. Balanite e prostatite.
(Sitieea terra, Sanieula aqua), ocorrendo tanto na
constipação quanto nas fezes abundantes. Femininos
Diarreia aquosa, ,illlarela, expulsa violentamente, Sobre a vagina e períneo há excrecências verru-
acompanhada de muitos gases sobrevindo peJa gosas. Condilomas, pólipos, rumefação dos grandes
manhã, após o cate da manhã. Agravando após o lábios. Prurido vulvar.
almoço, café, as ccbolas, os alimentos gordurosos. Queimação na vagina. Grande sensibilidade na
Diarreia crônica com fezes ruidosas, expulsas com vagina que impede o coito (Belladona, Berberis vul-
força, geralmente após wna vacina .(Larhoud, 2001). garis, Cactus, Caulaphyllum thalietroides, CimicijUga,
Sensações: como se chwnbo fervente estivesse Coffea cruda, Kali bich,"omicum, Lyssinum, Gelsemium
passando pelo reto. Como se o ânus fosse se romper sempervirem , Ignatia amara, Mag rmia phosphorica,
durante a evacuação. (Tyler,1999). Nitric acid, Platinttm, Plumbttm, Staphysagria).
Regras adiantad,ls, pouco abundantes, irregula-
Aparellio urinário res, muito prolongadas, fétidas, com sangue espesso
Congestão e inflamação dos rins com dores escuro, misturado com coágulos negros, com dor no
vivas na rcgi:ío renal. abdome, principalmente no ovário esquerdo.
Inflamação na uretra e na bexiga, podendo ou não Regras inicialmente com sangue negro, viscoso,
ser proveniente de wna gonorreia. Pus na bexiga. Pa- depois o fluxo para, e a pacienre relata ansiedade com
palpitações então o fluxo reaparece, fétido, esverdea-
ralisia da bexiga. Espera muito tempo antes de urinar.
do, acastanhado e depois esbranquiçado.
Micç~o muito fregnente, penosa, dificil, com sensação
Regras adiantadas, cunas, com sensibilidade
de queimação na uretra e como se a urina escoasse
e inrumescimento do seio esquerdo, no qual se ma-
go,a a gota na uretra (Kali biehrlmlicum, Petroselinum).
rúfesta wn caroço indurado que desaparece após as
O jato é interrompido cinco a seis vezes durante a
mesmas (Conium, Asterias rubens ). (Vanrúer, 1987).
micção e a emissão das últimas gotas é difícil, ou o
Leucorreia profusa, espessa, esverdeada, fétid a e
jato é ponco e bipartido. Após a micção, violenta dor corrosiva. A vagina é muitO dolorosa (Berberis v14lgaris,
cortante na uretra (Salsapm'illa ). Micçfles frequentes a Kreosotum, Lyssinum).
noite. Calafrios após a micção. Sensação de wna gota No útero: pólipos e fibromas.
de urina eSCOrresse no interior da uretra após a micção Ooforite (mais no lado esquerdo). Dores vio-
ou em outro membro. (Larhoud, 2001). lemas, picantes, dilacerantes, nos ovários e região in-
Afeta os rins provocando micções frequentes e guinal esquerda. As dores são piores durante as regras
todo tipo de urina patológica incluindo açúcar e urina e awnentam à medida que o sangue aporecc (Lachtsis
como água (Ignatia). (Tyler, 1999). mttta é Ocontrário), elas picam, dilaceram, queimam ,
como se estivessem arrancl1Ido O ovário; a dor a faz
Órgãos genitais gritar e ter uma verdadeira crise. Agrava estando ou
andando de carro, deve par3r ou ficar deitada.
Masculinos Tende ao aborto durante o terceiro mês. (La-
Dor no pênis, com inflamação do prepúcIo rhoud,2001 ).
(inchado com úlceras no sulco) e glande.
Na parte interna do prepúcio e atrás da glande Aparelho respiratório
vegerações lisas, excrescências avermelhadas (condi- Nariz
lomas) que sangr:illl facilmente. CatJlTo nasal , crô nico. Secreção de muco
Gonorreia com corrimento pouco abundante, espesso e verde (como Pttlsatilla nig.-icam), também
amarelo-esverdeado e micções queimantes. Gonorreia expulsando tamp(leS verdes (ICali bichromiettm ).
suprimida abruptJmente por injeções ou compli- Sinusite frontal, dor na raiz do nariz ou úlceras e
cações por rewnatismo ou orquite, maior no lado formam-se crostas no interiur do nariz (AI/rum, Nitric
esquerdo (Pulsatilln nigrien1lS) . acid"m ), que é dolorido ao toque.
Hipertrofia da próstara e inflamação (Iodium Verrugas sobre o nariz, erupções nas narinas e
purum, Ferrum pie,.ieum, Sabal, Thiosinaminum ). pólipos.
Doenças prostáticas por gonorreia suprimida ou mal Varicosidades nas asas do nariz (em todo o nariz:
tratada. Carbo animalis).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Coriza seca em locais fechados (no apartamento)
e fluida ao ar livre (Lathoud, 2001).
Laringe
Pólipos nas cordas vocais.
Rouquidão que agrava pela manhã ou lendo,
com consrrição da laringe. (Vannier, 1987).
Sensação de contração da laringe (Lathoud,
2001).
Brônquios e pulmões
Pela manhã, após ter se levantado e logo que
come, tosse seca, convulsiva, por irritação da tra-
queia, segue-se expectoração pouco abundante com
escarro-amarelo esverdeado. Tosse seca, entrecortada,
à tarclinha, com dor na boca do estômago. Dores
lancinantes no peito. Pontadas, pOntos dolorosos no
peito após beber líquido frio. (Lathoud,2001).
Dispneia. Necessidade de inspirar profundamente
e com frequência. Asma nas crianças (Natrum
sulphuricum).
Costas e extremidades
Dores como por uma fratura e rigidez na nuca,
costas e sacro, maior pela manhã depois de levantar-se.
Calor queimante na região lombar e dores crispantes.
Dor nas costas da varíola e produz a cura para
as erupções pustulares (Tyler, 1999).
Estalos nas articulações que parecem secas.
Após gonorreia suprimida dores reumáticas ou
nevrálgicas. Dores nas plantas dos pés, no joelho,
ao longo do ciático, na região lombo- dorsal , nos
tornozelos. As extremidades inferiores são mais afe-
tadas do que as superiores. Agravação acentuada da
dor quando o doente permanece imóvel, como em
Rhus wxicodendron, e se ficar deitado, movimenta -se,
mexe-se constantemente.
Entorpecimento e pontadas com clificuldade para
mexer os braços.
A ponta dos dedos é inchada, vermelha, entor-
pecida. Percebe maio que toca. Distensão muito
aparente nas veias das mãos. Mãos úmidas e viscosas.
Deformação na polpa dos dedos devendo consi-
derar Thuya em tuberculosos com este sinal. (Lathoud
apud, Chargé, 2001).
Unha deformada e quebradiça, fissuras, quebran-
do em direção ao alto, com aparência de couve-flor.
Lathoud (apoud Dewey, 2001). Unhas que crescem
depressa e ficam moles (Fluqrjc acid) e dobram facil-
mente.
Agitações musculares, tremores, fraqueza mus-
cular. Estremecimento convulsivo de um braço. Tre-
mores nas mãos enquanto escreve, análogo ao cremor
senil. Lathoud (apud Dr. Piedvache, 2001) :
Nas pernas: ao andar parecem de madeira, sen-
sação de que são de vidro e que vão quebrar, fraqueza
ao subir escadas.
Nos movim~ntos convulsivos com reflexos
musculares que lembram os da nevralgia da face, nas
ciáticas.
Reumatismo, artrite deformante. Dores de ma-
chucadura nos músculos (Phytolacca). Dores na face
anterior da tíbia.
Pele
Grande número de sintomas importantes.
Pele suja, gordurosa, viscosa, com mau odor,
manchas escuras disseminadas por toda parte.
Transpiração: odor adocicado, que lembra o
mel: às vezes, entretanto, forte e penetrante como
alho. Odor penetrante emana dos órgãos genitais,
ou odor de ~chifre queimado", sobretudo quando há
verrugas em forma de figos sobre os genitais. Suor
abundante ao nível do escroto e do perineo.
Suor abundante no corpo quando o indivíduo
está a ponto de dormir (Arsenicum album), sendo
Thuya indicado nos quadros crônicos. (Lathoud apud
Kent, 2001).
Suor somen.te nas partes descobertas, do lado
oposto ao que está deitado, ou sobre todo o corpo,
menos na cabeça, durante o sono, parando aO acordar.
(o contrário: Samhucus nigra).
Estes sinroni.as de transpiração foram deter-
minantes para um caso de miosite ossificante, onde
trouxe o início dadesossiflcação (Tyler, 1999).
Hiperestesia da pele. Aspecro sujo, doente, em
todo corpo.
Tendência a cobrir-se de excrescências verru-
gosas, que são sua ves ao toque, polposas e sensíveis;
são ardentes e úmidas , queimam , doem e sangram
facilmente pelo simples roçar das roupas e são prurigi-
nosas. As excrescências são como um chifre, aparecem
sobre as mãos e desabrocham como couve-flor, em
cima de uma base que se quebra em todo seu con-
rorno. Excrescências similares às de couve-flor (con-
dilomas) aparecem na vagina, no colo, nos grandes
lábios , ao redor do ânus (Nitric acid), e sobre todas
as mucosas em geral.
Excrescências como chifre sobre a pele. Verrugas
de cor marrom principalmente no abdome . Nevos.
556 Carfos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
Verrugas abruptamente suprimidas e sintomas con-
sequentes a ISto.
Erupções somente nas partes descobertas, quei-
mam violentamente depois de coçar. (Tyler, 1999).
Uma produção excessiva de tecidos; proliferação
quase que ilirrútada de vegetações patológicas, con-
dilomas, excrescências verrucosas sicóticas, tumores
esponjosos. Todas as manifestações mórbidas são
excessivas, mas aparecem silenciosamente, de modo
que o inicio do eStado doentio é pouco percebido
(Tyler,1999).
Aparecem erupções somente onde as roupas as
cobrem e são queimantes após coçar.
Zona. Erupções herpéticas labial e prepucial,
acompanhadas de muita dor (Rhus toxicodendron,
Graphites, Kali iodatum, Mezereum e Sepia).
Herpes em qualquer parte do corpo, com exces-
sivas dores neurálgicas. Thuya lidera todos os medi-
camentos para sintomas que aparecem pela supressão
de verrugas em figo. (Tyler, 1999).
Frieiras. Nevos rubis, pólipos, epiteliomas,
adenopatia ganglionar. Indusações córneas, calos e
calosidades.
Crescimento exuberante de pelos em partes
inusuais. (Tyler, 1999).
Nível orgânico: aplicações
Age em estados inflamatórios e ulcerosos,
especialmente no aparellio genitousinário. Atua sobre
a pele, em várias doenças, (por exemplo a psoríase)
e mucosas em excrescências verrugosas localizadas,
erupções papulovesicopustulosas, suores localizados
e secreções espessas. No sistema nervoso, age nas
contrações reflexas e dolorosas, nevralgias, dores de
modo geral e hiperestesia. Reumatismo (sente a carne
violentamente arrancada dos ossos).
Aparelho linfático-hematopoiético, atua nas
adenites, anemias e hipertrofias de amígdalas e
adenoides.
Sobre as glândulas, provocando dores agudas
e dilacerantes; o doente tem sensação de que as
glândulas atingidas estão dilaceradas em pedaços.
Isto pode ser encontrado em qualquer glândula,
principalmente nos ovários, mais ainda no esquerdo.
Hiperplasia benigna da próstata.
Mucosas do genitousinário, nasal e bucal, com
reações inflamatórias e sensação de queimação.
(Lathoud apud Hughes, 2001).
Dores agudas, erráticas, lancinantes, situadas ao
longo de qualquer trajeto nervoso, com contrações
fibrilares reflexas.
Segundo Tyler, a teoria de vacinose do Dr. lames
Compton Burnett não refere significado da reação
aguda à vacina ou do estado febril, e sim do estado
constitucional mórbido profundo e de longa dusação
engendrado pelo vírus da vacina. Esta teoria observou
que um número significativo de pessoas data sua
doença de uma assim chamada vacinação sem sucesso,
e afirma que a "pega" é a reação constitucional pela
qual o organismo se liberta mais ou menos do vírus
inserido. Enquanto que se a vacina "não pega" e o
vírus for absorvido, a "pega" se torna um processo
crônico - paresia, neuralgia, cefalgia, pústulas, acne,
asma, febre do feno, convulsões epilépticas, nódulos
nos seios, etc.
Nosso grande antídoto para a vacinação é Thuya
ocâdentaJis, que abortará a vacinação, e que demonstra
poderosamente curativa em estados crônicos
de pessoas que foram repetidamente vacinadas,
frequentemente sem reação aguda local à vacina,
ou que ficaram muito doentes pela vacinação e que
"nunca estiveram bem desde então".
Agravações
• Toque
• Umidade
.. Estar ao ar livre
• Frio
• Calor do leiro
• Lua crescente
• Ao deitar-se do lado esqu~rdo
• À noite
• Após o meio·dia.c à meia-noite
• Às três horas da tarde e às três horas da manhã
• Chá
• Café
• Narcóticos
• Doces
• Cebolas
• Gorduras
• Após o almoço
• Após vacinações, soros ou injeções
• APÓS gonorreia mal tratada ou suprimida
• Após supressões de fluxos
• Por infecções crôrncas de qualquer espécie
• Pós cauterização de verrugas.
Melhora
o indivíduo Thuya melliora ao se recostar, pres-
sionar durante movimentos e estirar os membros.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
57
Lateralidade patológicas, podendo aparecer convulsões, dermato-
A lateralidade predominante é esquerda. paria, cinomose, parvovirose, entre outros.
Cura verrugas moles, carnudas, úmidas, sensí-
Quanto aos alimentos veis que queimam, coçam e sangram facilmente pelo
atrito. Excrescências como couve-flor na vagina, colo
Tem desejos de salgados, líquidos e sólidos do útero, ânus, pênis e mucosas em geral. Verrugas
frios e cebola. em forma de figo. Tumores esponjosos.
Necessidades de beber constantemente, A culpa é o sintoma guia. O animal de estimação
comendo para engolir. A deglutição dos líquidos é demonstra grande ansiedade de consciência (ao menor
sempre ruidosa (Cuprum metallicum). aumento de voz ou gestos bruscos, mesmo não tendo
Possui aversão à carne fresca, batata e cebola. feito nada errado, age clisfarçando, clissirnulando uma
travessura) .
Uso em pediatria
Tremor de pessoas estranhas, pois elas podem
A criança vive esquecendo, é confusa, não descobrir sua culpa psórica.
sabe onde guardou as coisas. Sabemos que o sintoma · É agressivo, não tolera contraclições, tem aversão
caótico deve ser tomado com caurela e restrição na a companhia e ao sexo oposto e piora pelo consolo.
imancia, pois de certa forma é normal a criança ser Apresenta inquierude, pressa e é misantropo.
desorganizada; entretanto, não apenas é desorgani- Tem desejo e aversão, pois lhe fazem mal, a
zada com suas coisas como também o seu "Universo cebola e chás.
interior". Agrava pelo toque, com lua crescente, após va-
Já na mais tenra idade esboça sintomas de cinações, injeções, picada de cobra, e caurerizações
culpa (o núcleo miasmático de Thuya é a culpa) sem de verrugas.
que necessariamente tenha cometido algum delito - Pele suja, que apesar do banho não fica limpo
isto é observável no seu apuro em fazer as coisas, pois (Sulphur, Psorinum).
vivem apressadas, ao mesmo tempo que desenvolve Paralisia da bexiga, retenção urinária, urgência
manias religiosas (anistiar a culpa), acende velas, faz contínua para urinar, piúria e hemaruria." (Torro,
orações. Coleciona santinhos, se benze com o sinal- 1999) .
da -cruz por nada, é supersticiosa, devendo aqui ser "Fitoterapia: Na terapêurica veterinária, a tintura
lembrado «1lJentum nitricum. Crianças tão cheias de de Thuya occidentaJis a 20% é usada por via oral, no
culpas por nada. tratamento de bouba aviária, verrugas, epitelioma
Quanto às ilusões: como ter um cão na barri-
ga. Fragilidade de seu corpo, que é de vidro e poderá
partir-se (devido a isto tem aversão ao toque; dificil-
mente acha-se uma criança de 3 anos com o sintoma
"ilusão de que é de vidro ou fraco n mas não conseguirá
colocar esta criança em seu colo, o que incliretamente
inclica que teme ser machucada ou quebrada).
Desde os primeiros meses de vida, sofre trans-
tornos (ranto físicos como ansiedades) após aplicações
de vacinas (sendo inclusive inclicada por muitos home-
opatas organicisticamente como preventiva e curaova
dos efeitos colaterais que as vacinas ocasionam).
Característica física: Hiperprodução de ver-
rugas em qualquer região do corpo; em relação aos
meninos, têm jato duplo de urina.

Uso na medicina veterinária

"Thuya retira os maus efeitos das vacinações
(vacinoses). Não é indicado para a apatia e estado
febril pós-vacinal, mas para alterações duradouras e Neoplasias.
 58 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
das aves em geral. Na homeopática, é indicada no
tratamento do papiloma e cincor de cães e gatos.
(Bodter, 2007)".
Administre Thu)'a para rânula e bem provavel-
mente dispense a cirurgia.
Epúlide* se as lesões originam da mucosa e são
macias. *Tumores e massas semelhantes a tumores
da gengiva.
Neoplasias no pênis, orquite principalmente as
crônicas, prostatite, endurecimento da próstata com
fome insaciável.
Tumores glandulares. Tumores testiculares, pou-
co duros. Esfícter anal, carcinoma de célula basal na
pele. Tumores na tiroide que não são duros.
Após a ovário sal pingo, histerectOmia as cadelas
que entram em desequilibrio hormonal mostram-se
obesas podendo ocorrer pedras e cálculos na bexiga.
Otite externa purulenta, doenças crônicas da
pele, tumores e verrugas.
Pólipos na cavidade nasal e faringe, neoplasias
do conduto auditivo.
Inchaço no local da aplicação de injeção.
MuitO usado em papilomavírus (de todas as
espécies) e tumor venéreo transmissível.
Caso clínico
"Rogério, um garotinho de 6 anos, vem ao nosso
ambulatório tendo como queixa principal amigdalites
de repetição c inapetência.
De antecedentes familiares, pessoais e gestacio-
nais nada digno de nota.
Entra chorando no consultório e a mãe diz:
"Douro r, não estranhe, ele morre de medo de ir ao
médico. "
Como é seu tilho)
"É muito difícil tilar sobre meu tilho, pois a cada
momento apresenta um tipo ditCrcnte de comporta-
mento. Tem horas que se apresenta triste e horas que
está agitado. É um menino muito bom."
O que marca mais O seu comportamento?
"Nós viemos de uma família onde buscamos
ensinar religião à.~ crianças; o Rogério tem mais dois
irmãos, uma caçula de dois anos c o Alberto com 14
anos. E em nenhum deles cu encontro uma religio-
sidade tão marcada. Este guri não dorme sem fazer
suas orações, acho que acender velas é uma grande
bobagem, tenho até medo de deixar que ele as acenda.
Mas de vive pedindo para colocar uma vela aos
pés da inlagem de Nossa Senhora de Fátima, que ga-
nhei de uma tia que veio de Porrugal."
Em relação às suas coisas, como ele é?
"Se o senhor estiver me perguntando sobre ci-
úmes, posso afrimar-Ule que ele é bastante ciumento
com relação aos seus irmãos, entretanto com .IS suas
coisas não posso falar o mesmo, pois vive perdendo,
não cuida de nada e seu quatro é a maior bagunça."
Tem algum tipo de medo?
''Não sei se são medtls próprios da idade dele, mas
é uma criança bastante insegura e entre a molecada do
bairro vive fugindo da briga."
Qual é o tipo de brincadeira predileta)
"Quando brinca de ser algum personagem da TV
leva muito a sério, se ele se faz de Jaspion, incorpora
isso tã~ forte que se irrita quando é chamado de Ro-
gério. E assim em qualquer tipo de brincadeira."
Dorme bem durante a noite?
"Ultimamente, não. Anda irritado, tem insônia e
as vezes fala coisas sem sentido dormindo. Nunca me
contou nenhum sonho."
E quando é contrariado?
"Fica fora de si, diz bobagens e faz ameaças."
Durante o exame físico, encontramos:
Difícil de ser examinado, faz a maior cena; se agi-
ta, reclan13 e xinga sua mãe, sendo que anteriormente,
nos foi colocado "que tinha medo de médicos".
Hipemofia de amídal.s, com pontOS purulentos.
T=39,2 FC=120 FR=32
Um exame difícil, com criança cheia de medos.
Encontrado de peculiar formaçõcs vernrcosas
em extremidades.
Levantados os seguintes sintomas no Repertório
KentfEizayaga :
Garganta interna, inflamação 308,1
Humor cambiável, variável 37,2
Religiosas afecçües 77,3
Ciúmes 13,1
Medo de médico 87,3
Medo d~ ser tocado 89,3
ilusão de ser duplo 41,2
Contradição, não tolera a 18,3
Demos Thu)'a occidentalis 18 CH plus, em função
do quadro agudo.
Retorno um mês depois, referindo que não [em
apresentado dor de garganta, "coincidentemente"
seu comportamento tem-se modificado e já procura
brincar mais com as outras crianças.
E na internet
"1- FALA Povo!
E ai blz?
 Matéria Médica Hom~pática Interpretada
Sentem--se culpadas.
L li' , Lê ) R-c
d..la, b'
nga da pe Ios reca dos ..111111111
..... . .
Bem comigo tó levando ......... .
Sabe como são as coisas, as vezes a gente não
entende nada do que tá acontecendo, mas apenas tOrce
para q tudo tenha um final um pouco menos ruim!
Tô confusa ... sinceramente tem horas q eu quero
sumir pois me sinto culpada de tOdos os problemas
do mundo ... parece q eu matei Joana D ' arC ou até
msm o Papal O mundo não é fácil ' Quero ter forças
pra conrinuar, pois tem dios q eu não tenho me res-
pondido por mim!
Tô maiz, o mundo tem me deixado assim I Tenho
me sentido uma ostra, me escondendo do mlU1do qdo
tenho um problema I
Favor, uma pinga, com mel e limão, pra rebater
os males do mundo ' Se não tiver pode ser uma Schin,
rónIlo marrom I -Quem vê pensa q eu sou uma a1co-
olatra! Desculpe apenas um porre momentaneo Tô
'
indo tOmar uma I Bjos! "
2· "É eu concordo sim. Concordo com a teoria
da Beta.
Eu acho sim que devo postar aqui de acordo com
o eu preciso expressar ... E eu posso guardar sim o que
sintO. Se estOu confusa? MuitO ... realmente eu sou o
cúmulo da confusão. Ando meio cansada de alguns
comportamentos, de ver tanta falsidade, mas não tenho
559
a mínima vontade de ficar ajeitando as coisas 'aqui' e
'ali' eu estOu preferindo no momento ter o tempo como
meu maior aliado. Ele vai levando tudo, vai varrendo
esses infortúnios do meu caminho . Se eu decidi o que
quero fazer ? Não. Se eu sei o que eu quero para mim?
Não. Longe disso Parece que as horas passam e eu
nem tÔ aí, o que não é nem um pouco verdade. Eu me
importo com tudo que faço, passo ou preciso. Só não
tenho tempo para fazer nada.
Eu me sinto culpada a cada vez que vejo um nome,
sintO uma presença, lembro-me do que ocorreu. Se tudo
está ocortendo dessa fonma como já disse, é por minha
culpa. Eu não devia ter feito nada disso, porém apesar
das consequências, eu não me arrependo em nenhum
momento das besteiras que eu tenho feito. Eu sei que
vai passar e que vai voltar ao nonmal, mas de tudo disso
vai ficar apenas a lição. Sabem porque eu não chamo
ninguém de meros mortais ou apenas mortais? Porque
eu acho que todo aquele que erra, e tem consciência ou
mero raciocÚ1.io daquilo que faz, é um ser humano, ou
un1 morta!, que seja. Eu estOu cansada de entrar para
comentarem certos blogs e ver: Mortais blábláblá. EstOu
precisando é sair, porque presa assim não dá!
Faz décadas que eu não vou ao cemitério. Faz déca-
das que eu não vou doTITÚr tarde sem preocupação. Bom
tudo o que eu preciso e agradeço desde já à Beta por
ela ter me confirmado tudo O que todos tinham dito
sem mesmo antes eu ter mencionado por completO
meu problema, foi: "Ocupe sua mente. "
E é o que eu vou fazer. Toda a minha tristeza,
raiva, tédio vai ser descomada em aulas de piano ou
apenas prática teÓricá de guitarra. (porque tocar eu
sei, cifras, e tablaturas não muitO complicadas. Mas
na teoria não sei merda nenhuma.)
Acreditando assim que se eu pegar gosto pela
teoria em breve digamos uns 3 anos) estarei tOcando
uns solinhos.
Bobeiras à parte, deixe se u comentário pra
mim!! l"
560 Carlos Brunini, M8rio Giorgi & Co/abs.
Tubercutinum O homem parece ter sofrido de
ruberculose, (TB) desde a pré história. Foram des-
cobertas múmias egípcias e peruanas com indicios de
terem apresentado esta doença. Mycohacteri"m t"ber-
c"losis. T"bercttlin"m é um nosódium, este marginal do
repertório de Kent (dificil receitar um nosódium por
indicação repertorial).
Sua sintomatologia mental é marcada por:
1- Variabilidade (instabilidade)
2- Irritabilidade
3- Debilidade nervosa e fisica (estafa e fadiga)
4- Hipersensibilidade
5- Medos
Instabilidade, (é a palavra tema e a característica
geral mais importante). Tem um excesso de mobilida-
de, não se satisfaz com nada, sendo insatisf<:ito, irrita-
do, cansado, inseguro e medroso. Atento em excesso
portanto hipersensível. O aspecto câmbio, mudança,
é uma particularidade que leva o paciente a mover-se,
trocar de ambiente, movido por uma inquierude psóri-
ca em que não conhece paz, nem tranquilidade, uma
falta de sossego e um impulso como se sempre tivesse
que fazer alguma coisa, ou de chegar a algum lugar e
não consegue (definição teológica de inferno). Se fisi-
camente não consegue ficar parado, psiquicamente o
movimento será demonstrado pelos sintomas: "Desire
to change" (Batel 127), "Mood change" (Bathel 762).
(mover-se é seu lema). A mudança de humor é gera-
da por uma insatisfação consigo mesmo, que o leva
a mudanças em rudo, tanto no ambiente, como nas
coisas da sua vida, mudar suas posruras, caprichosa,
irritável e loquaz (troca de assuntoS rapidamente).
Esta inquierude é demonstrada na sua necessidade
de viajar, mudar de lugares e ambiente dissipa a sua
Tuberculinum
ansiedade. Também pela suas inquierude, entende-
mos sua busca pelo difereme"sendo inconformado
incomodado, aborrecendo- se por pequenas coisas.
Desejo de vagar e viajar- disposto a vagar, não se fixa
em nada, Waderig Desale" (Bathel 1061). Nada o
satisfaz, não cria raízes, o eterno viajor sem destino,
nômade itinerante. Aqui cabe a figura do vagabundo
(VitOr Hugo - Miseráveis), uma vida cigana vive
mudando de endereço. Donas de casa que trocam
constantemente de lugar os móveis em sua casa, fazem
múltiplas reformas em seus apartamentos. Seus sin-
tOmas e quadro clínico também variam, assim como
mudam de médicos(pacientes infieis).
QJi41 a cara de Tuberculinum? Dificil fazer uma
caricatura, como Lachesis, Lycopodi"m ou Pu/satilla,
pois vive mudando de sintomas e de características
mentais. Medicamento de horários, datas para com-
plicar portanto' periodicidade. Irritável desde que
se enferma, colérico, excitável com grande eretismo
nervoso e de mal gênio, especialmente pela manhã.
Inconformado e insatisfeitO., variando nas agressões,
tanto verbais como fisicas, como voltada a si mesmo
(caráter auto destrutivo e ou punitivo) . Insultante,
ofende, blasfema, gritão - Sepia, e ameaçador - NI/.X V.,
cólera ou raiva por pequenezas, grosseria Lach. PÚlt.,
não tolera repreensão - Lyc., quer lutar - Merc. sol.,
insociável - Ambra. Um aspecto crítico marcante -
1peca, indignação por cólera reprimida Staphisagria,
quebra O que vê pela frente. Arranca seus cabelos- BelJ..
Segundo Paschero é o medicamento mais obstinado
da Matéria Médica. Biótipo fraco, encurvado, peito
estreito, pele delicada, débil, fraco, emagrecido, pá-
lido; seu apetite é bom, apesar de rudo come muito
bem, quer comer a toda hora, entretanto parece ter
dificuldade para assimilar, lembrando assim o indi-
víduo ruberculoso (tísico) uma doença que consome
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
muito da energia ingerida. Debilidade nervosa, (estafa
e fadiga) aspecto tísico, enfraquecido, deprimido,
abatido, desalentado sem o menor entusiasmo.
Chorão s~m que ocorra um motivo para tal,
esta insatisfação leva em momentos sifilíticos uma
indiferença por tudo, aversão a trabalhos físicos ou
mentais, ou tudo que signifique esforço. Aversão a
que lhe falem, pois não quer dar continuidade aos as-
suntoS, memória débil, falta de ambição. Uma fadiga
insuperável pela manhã ao levantar-se, com sensação
de desfalecimento como se fosse cair de joelhos, bus-
cando apoiar-se em algo ou alguém.
Hipersensibilidade em geral, sensível a música,
sendo que esta o melhora, sensível ao branco e ao
reflexo da luz. Sensível aos núdos, a dor e ao tato.
Sensível ao sofrimento alheio ao mesmo tempo em
que tem aversão a certas pessoas. Sensível e sofre
com as mudanças de clima. Desejos sexuais violentos,
com ereção notável em crianças. Menarca precoce e
galactorreia em períodos menstruais. Em relação ao
sono, dorme em posição genopeitoral, pés frios na
cama durante a noite. Insônia com pensação. Sonha
com cachorros, serpentes animais em geral e morte,
sonhos tenebrosos.
Encontramos aqui os sintomas de temores pre-
sentes com forte intensidade, transformando o trio
-Aconitum,Arsenicum e Phosphorus em um quarteto.
Portanto deve configurar entre os grandes medrosos
da matéria médica. Teme a morte, animais em geral,
gatos e cachorros e animais domésticos, teme que ao
morrer seu corpo vai ser abandonado (menos valia).
Teme ser vítima de si mesmo num impulso suicida
(Alumina). Seus medos na sífilis são trad uzidos por
depressão e melancolia. Adenopatias, otites, amida-
lites, catarreira, faringite, bronquite, asma e demais
afecçõcs das vias aéreas. Aqui não pode faltar o clássico
sintoma particular dos tuberculosos que é a TOSSE.
Sua característica é seca, espasmódica, seguida muitas
vezes de catarro amarelo espesso, agravando concomi-
tante a situações de stress como nervosismo, cansaço
calafrios, prostração entre ouo-os.
M.iasmas: t PSORA - Na sua natureza psórica,
a TE, impede transporte do oxigC'nio nos pulmões
(adoecidos), necessita respirar, o fôlego de vida. t
SICOSE, busca desesperada pela Vida, - oxigênio,
Inquieto, agitado - MUDANÇAS. t SIFILIS, De-
sânimo doentio, apatia geral e fraqueza, falta vida e
calor vital, Energia em baixa, DESENERGIZADO
remédw rico em sintomas sifilíticos
Particulariedades - Gerais repetitivas, está
sempre doente, um simples complexo respiratório,
evolui para pneumonia. Encomramos sintomas
1
compatíveis com tuberculose, sem estar com tuber-
culose. Uma indisposição geral e má vontade com as
coisas e com a vida, cólera a menor contradição . .É de
extrema importância naqueles que tiveram histórico
de algum familiar com tuberculose. Tem sede com
grande quantidade de água fria, deseja leite gelado.
Aumento de tamanh~ de linfonodos, piora antes de
uma tempestade, pode sentir as mudanças elétricas
da atmosfera. O tempo frio e úmido agrava todos
os SIntomas.
Homepatia & pediatria
Quando recebemos no consultório wna criança
com resfriado incurável, que toda semana apresenta
os mesmos síntomas) tosse coriza, catarreira, deve-se
pensar neste medicamento. Tem um aspecto frágil,
doentinhas, sendo que até os casos de rotina se com-
plicam, como as diarreias, amidalites, otites, etc.
Vivem cansadas e sem energia, comem bem mas
não ganham peso. Seus sintomas tem uma certa
periodicidade, seus sintomas parecem marcar hora
ou dia para aparecer, magreza constante. Mas tem
energia para brigar, nervosas e cabeças duras, difícil
aceitar ordens ou limites, jogam as coisas que vêem
na frente. Nenhuma posição parece boa, andanl pelo
canto da casa correndo e chutando coisas, batem com
a cabeça na parede e socam e mordem a si mesmas.
Pioram do Humor quando saram de um resfriado
crônico. Um pequeno golpe de ar frio, uma friagem
e pronto, adoecem, melhoram em ambientes quentes.
Inconstantes, tudo muda até seus sintomas. Adoram
doces, requintadas, fazem diarréia pela manhã.
Homepatia & veterinária
Regina, Torro - Deve ser lembrado como um
medicamento homeopático semelhante e não apenas
como um isopático. É um bicho mal humorado, difícil
cwnprir ordens. Uma auto e hetero "gressividade,
aparecendo as dermatites por lambednra. Ansiedade e
inqnietude periódica (tarde por ex.). Seu aspecto nÔ-
made (mudança) traz ao animal diiiculdadede adotar
uma casa, vivendo por ai. Magro, tem bom apetite,
mas diRcil ganhar peso. Uma aparência enferma, vive
doentinho, diarréia crônica. Uma dose de tubemlli-
num tem como missão abrir a energia deste animal
(pá começar) e então um medicamento de fundo ou
episódico completa o trabalho (medicamento "abre
alas"). Não devemos esquecer sua validade também
em tuberculose.
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
"A Histérica"
Valeriana officinalis é wna planta da família das
valerináceas; utilizada como calmante, ultimamente
teve seu estudo implementado pela indústria farma-
cêutica alopática, resultando em wn medicamento
indicado para estresse, ansiedade, distúrbios neurove-
getativos e insônia. Descrito pela primeira vez: Species
plantm'Um, pg 31, 1753 (apud 20 Soares 2005).
A sinonímia é muito vasta devido à quantidade
de espécies existentes, a farmacopeia dos Estados
Unidos (4) utiliza também a espécie Valeriana sam-
bucifolia Mikan. f. ex Pohl para substituir Valeriana
officinalis L. na obtenção deste medicamento. (Soares
2005).
Va/eriaÍla officinalis
Nomes populares é muito vasto também, varian-
do em diversos países, no Brasil pode ser encontrada
corno: erva-de-gato, erva-de-São-João, Valeriana
menor, Valeriana silvestre. Tem sua aplicação na
fitoterapia corno calmante e antiespasmódico.
Classificado corno medicamento menor na ho-
me~patia, tem corno habitat original, Europa e norte
da Asia. Seus princípios ativos retirados de rizomas
e raizes foram então estudados e compõem-se dos
assim chamados valepotriatos (didrovaltrato, valtrato
e acevaltrato), que atuariam na formação reticular de
forma a estabilizar os centros vegetativos e emocionais
se afetar o córtex ou sistema límbico
Experimentação patogenética: Hahnemann,
c.F.S. Fragmenta d<! viribus medicamentorum positivis in
sano corpore humano observatis, 1805. pág. 251. (apud
28,75, Soares 2005). .
Encontramos, por exemplo, em Nilo Cairo: wn
remédio geral dos espasmos e moléstias histéricas,
especialmente na menopausa. Hipocondria histérica:
supersensibilidade, insônia, nervosismo, diarréia de
leite coalhado, com cólicas, flatulência histérica.
E então vemos em seus efeitos colaterais alo-
páticos:
Diarreia,. azia, dispepsia, reações alérgicas cutà-
neas, batedeira no peito, insônia.
(Fica claro, novamente, que as pessoas são sen-
síveis à droga, por simiJitude da ação da droga na
totalidade do indivíduo; as diferenças noS modelos
culturais-científicos é que estabelecem, a respeito dos
mesmos fenômenos, considerações completamente
diferentes. )
A descrição de Valeriana nas Matérias Médicas
Homeopáticas não é grande; está em meras dez linhas
em N ash, onde encontramOs: irritação nervosa geral;
não pode ficar quieta; tem sensação de estar flutuando
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
3
no ar; hipcrscnsibilidade de todos os sentidos, num nnrmalmelllc esper.,dJ (emão) a;SLUnem LU" .' postu ra
conrexto em que apresema cinco remédios meno res passiva ou fogem. "
dos ch.un:,dos histéricos (Mosch"s, M osch" s, Asafoeti-
da, A11lbm .Wiscll ). O histérico cresce basicamenre sadio e palwc
VOISrN o indica em quatro quadros prin- s.lUdáve l até o advento da onda sn:ual dn.rantc a pu-
cipais: berdade. O pai e a mâe têm aÜllldes de :,ceiuçJo no
- No lacteme nervoso com soluços após mamar início da meninice c a Griança se idemiflca com o pai
ou ser sacudido, vômitos de leite após mamar ou do mesmo sexo de~ tobre etH:io que a nüe oU o pai
raiva e espasmos intestinais dolorosos com gritos e (do mesmo sexo) é moralista, repri.m.indo seu impul so
diarréia a'luosa. sexual po r meio da identificação. O problema é uma
- A ciática que melho ra pelo mo vimento, andan- situaç:ío edipica em primeiro IlIpr ; a rejei,:io que .,
do aLI pela f1cx;io da perna, e pio rando pela imobili- criança di:tlla de tudo o que ~eja scxual giro em to rno
dade, sentado ou em pé. d o tabn do incesto, e tOdo homem (ou mulher) passa
- Os - pasmos ou estremecimentos musculares a ser wn súnbolo do pai (ou da mãe ). QII:llquer exci-
com piora pela imo bilidade, intolerânci a a qualquer ração gcnira[ prol"Oc:l uma rc.lção org:inica negati ,·"
dor (com desfalecimentos ) e insônia ; compa ra prin- porqllC reavi,'a d prOlbição do inccsto .
cipalmente com Tllrcntu/a hispllnica e Theridwn . Valeriantl poss ui por vulta d e 180 , imoma~
Kf.NT é quem dá a mais completa e melhor menr.lis no repertório de K~nt/Eit<~v ag" . 1>cmlu que
descrição: 11 siío illlSões:
Este remédio cura vários sintomas nervosos e • (luc está longe de (asa .
histéricos em muJJ1Crcs e crianças excitáveis. Grande • Que coisas Gmili Jrc,q part'cern estranhas.
excit<,biJidade nervosa, exaltaçâo, contrdturas hi s- • Que vé figu ra ~.
téricas, tremores, palpitação, sensação de levitação, • Que vt geme .
dores em pontadas, glob"s bystericus, sensação de • Que ve gente :la seu beln.
algo quente subindo do estômago, calls"ndo sufo-
cação paroxística, todos estes si.ntomas aparecem
no repouso, e melhoram pelo movimento. O estado
mental é (omwnentc estático ou histérico, a mente
muda ra pidamente na cLisposição e ideias, extrema
ativ idade, excitaç:io, passa de lima coisa a outra, vê.
imagens e pessoas. Grande tristeza e irritabilidade,
os sintomas se agravam no entardecer, no escuro, ou
aparecem no repousar, sentada ou deitada, e melhoram
ao caminhar.
Portanto, os pessoas de caráter predominante
hisrérico são as mais suscetíveis l ação patogenética ou
curativa de Valo'infla; esse Lu.ítc.:r assim se apresenta )
nas palavras de BAK.ER:
" O caráter hisrtrico, gaalmente feminino, atin-
giu o lIíl"l"l gcniDI, mas com a"sied ade . H :í, ponamo,
a genitalidade, mas uma gellitalidade que ll<ÍO pode
ser aceita. H á um ímpeto constante para o comatO
genital, acomp:lllhado de wna nlga do mesmo, de
modo que vê-se a aproximação e a evitação cons-
rantes, mesmo durante o :,to sexu~1. Não é possível
a satisfação snual plena. Est:l ins:uisfaç;'.o provoca a
estase resultando nwn organismo desti tuído de vida,
inquieto e volúvel, tanto o homem qll<l mO a mulher
são pessoas apreensivas principalmente qn:,ndo seus
modos provocantes dôo por resultado a resposra Histerismo_
5 4 Carlos Brumr/l, Mano Giorgi & Colabs.
o Sobre sua idenudade pessoal.
o Que ela é ontra pessoa.
o Que vê fantasmas.
• Que v~ tantasmas à noite.
• Com tantas jas.
o Que é leve, incorpó reo.
E 4 temores :
o Ao anoitecer.
o De lugares fechados, claustrofobia.
o De in.t'lrtúnio.
• Do escuro.
Há na psora de Valerian.a UI11 excesso de fan -
tasias exaltadas, vívidas e claramente histéri cas,
confundindo-se sobre sua ide ntldade, achando que é
Outr:l pessoa ou é duplo, com uma confusão e sensa -
ção de que está num son.ho e não reconhecendo '~ u s
paremes, acompanhando extremos de bumor, ale~ria
e rriste-La) melancoli a.
Há uma grande'ensibilidade e excitabilidade,
uma ansiedade com tem or, do escu ro e de um infor-
túnio que irá ocorrer, sendo também claustrofóbico.
Esses sintomas dizem respeito à sua relação com
o outro e à falta de aftrmação de seu desejo; através
deles procura chamar atenção, na verdade movido
pelo sintoma psórico milis básico e profundo da sua
dinâmica: o abandono .
Na sua s icose, Valrriana mostra-se egoísta ,
irritável e inquieta; é loquaz, ata refada e laboriosa;
ca prichosa e vivaz) pos'mi clari vid~nc i a) '>e nte-se em
êxtase. e., tá distraída e confusa (. parada, sentada ou
agach ada); tem um delíri o tranquilo ou selvagem, e
es tá excitada como após beber café ou vinho.
Na sífilis, apresenta-se triste, melancólica, hi-
pocondríaca e nostálgica, embo tClda e atordoada,
responde incorretamen te e sem relação com a pergun-
ta; cansada de viver e com t'lstio da vida, ap resenta
disposição suicida durante febte intermitente.
Valeriana apresenta desejo de coisas refrescantes
e de tô nicos; aversão a tabaco; agr,\va com leite.
Agrava principalmente no ctepúsculo , ao anoi-
tecer, mas também pela l\\;\\lhá, antes do meio -dia ,
ao meio-dia) à tarde e à no ite, depois da ffiL i;l-noi te ;
agrava deitado, na cama, do lado doloroso (sobre
o lado não doloroso pode até melho rar); agrava ao
ar livre (com aversão) e caminhando ao ar ijvre, ao
conraco e ao tomar frio, e por pressão.
M e l.hora ao movimento, caminhando e esfre-
gando -se
o diagnó.,tico diferenc ial de Valeriana deve ser
feico, quanto ao quadro histérico (,tlém dos medica-
mentos já citados I, com:
- Pulsatilla, que possu i O abandono e a ilu",o
de dl1plicidadc, mas não pussui a confusoo sobre sua
idcnudade e apresLnl" 'se sua"" compassiva , ci umenta
c insegura (sintomas que' Valcriana não comparte),
além de mdhorar caminllando ao :lr li\Te.
- r.i1chcsú, que é aband(,nica e cL!riúdenre, mas é
l,lll1bém cinmem,l, ditatori,d, maLiciosa e tem a ilusão
de es tar sob a inlluc'ncia dc um poder sobre-humano.
- Tarcntllll1 /Jisl't1lúca, que 11:\0 Jl'rcscntJ aban-
dono, poss uindo uma inquicrude (qUL melhor,\ pela
música), destrutividade (com Calta de sentido moral)
e violência (golpeia as pc ',soas e SLla cabeça) muiro
maiores) .llém de .\lT compa~s i va e clarividente .
- Tcridion, que possui ansiedade histérica e exci-
ta~,ío, com tristeza durante o crepúscu lo, sendo ainda
:ls~uslad iço) covarde e insegu ro) com ilusão de que
o tempo l';lssa muito rápido e hipersensibilidJdc ao
ponto de não suportar o ruído de p"réis ou mesmo
do roçar de linho ou de seda.
Com relação à inquietude, podemos lembrat de:
- Anenz'cw'n, que é extremamente ansioso e in-
quieto, mas muiro ma.i, astênico e com wna sifi.lis mais
profunda, além da cscrupulosidade, ava reza, cu lpa e
intenso temor da morte.
- ACO/J;tJIIIJ , que <' clari vide nte, ansioso e muiro
inquie to, vivendo em lUll pânico ans ioso e intensa-
mente antecipado com relação à sua mo rte, durante
unll doença brusca e aguda de aparecimento no rurno ,
após ter tomado frio ou sofrido um susto.
- Asafoetida - resina gomada obtida da taiz viva
da planta Nllrrhrex amfvetida; o óleo obtido, quando
deco mposto, li bera hidrogênio sulfuroso, apresen-
ta.ndo odor de ovos podres. Inquietude e ansiedade,
ataques de cl.legria e riso ou tristeza an siosa, hum o r
alternan te, irritáve i. . . queixoso) medo de morrer,
medo da paralisia.
Desmaios frequentes, po r ruídos, h;rhi tação fe,
chada, antes ou durante almoço, por excit<1ç~o, dores,
após o coito ou ejaculaç io, meUlo ra respir,uldo fundo.
Sensação de g lobo histérico, dispne ia histério
(como se os pulmões não pudessem se expandir
completamente, sensação de que o coração ou O nariz
vão estourar, de que uma Uliha ou pino estão enfiados
no cérebro) .
Gerais - muitas sensações de dormência; as dores
melhoram ou mudam de lugar quolldo se toca o loc,tl
dolorido; as dores são sempre de dentro p:lfa fora;
peristaltismo invertido; rodas as eliminaçõrs são mal-
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
cheirosas; piora após comer ou beber, por repouso,
à noite por aplicações quentes, pelo menor contato ,
melhora com movimentos moderados e ao ar Livre
marcada lateral.idade esquerda.
- Mosdms - obtido a partir da secreçáo do saco
prepucial do castor.
Hipcrscnsibilidade à impressão externa. Grande
tristeza e irritabilidade pela manhã e alegria ao anoi-
tecer, tristeza t apreensão durante a menstruação .
Choro por bagatelas e durante o sono.
Pessoas histéricas e nervosas, com ventre dolo-
rido, suores debilitantes, cãibras e dores, prostração,
exaustão e esgotamento sem n:ação a nada, grande
debil.idade após doenças sewras.
Gerais - dores que melhoram pela pressão;
melhora geral quando deitados do lado esquerdo e
quando dobrados sobre o abdome; friorentos, sen-
saçáo de frio gelado nas costas, porém uma sensação
de fogo no tórax pode estar presente juntO à sintonia
respi ra tória.
- Mochu,. - ou almíscar, obtido da secreçJo odo-
rífera produzida por uma glândula de um· tipo de
cervo asíático.
Quadro clássico de histeria com hiperexcita-
bilidadc nervosa, alternância de riso e choro, cólera
após o choro, quando então os lábios ficam cianóticos,
face pálid a, geralmente terminando num período
dc incoJlsci<'ncia passageira e até convulsões, que se
agravam no período pré-menstrual.
Ansiedade, sobressaltos f:íceis , medo da morte
e da loucura, mau humor, fúria, embotamento e
confusão.
Sensações como se os dedos das mãos e pés ti-
vessem sido conados fora, como se não pudesse ver
nem ouvir, como se figuras grandes e pretas de um
quadro fossem saltar sobre ele.
Loquacidade como bêbado, atividade excessiva
com debil.idade, deixa cair as coisas.
Gerais - gra nde sensação de frio , geralmente em
zonas (pé, bochechas), os sintomas se acentuam quan-
do seme muiro frio, ou quando toma frio ao ar livre;
agrava pelo movimento, coito e após comer, melhora
por massagens ou fricções; simomas contraditórios;
ag-rava ou melhora ao ar livre, agrava ao movimento
e também parado, sensação de frio externo e calor
interno, calor ou febre em wna metade do co rpo.
- Nux I1UJscata- noz-mascada ) arua no sis tema
nervoso provocando uma espécie de entorpecimento
astênico, com tendência às síncopes , secura de pele e
mucosas , digestão vagarosa e distensão abdominal.
Apresema alternância de riso e tristeza, com
choro c gritos, e wn estado de alheamento estuporoso
6
onde age automaticamente realizando tarefas habitu-
ais, mas ao ser interrompido não se recorda de fatos
passados, não reconhece as pessoas que o rodeiam, usa
palavras erradas, seu pensamento desaparece enquan-
tO COn\·CTSJ., lê ou escreve) parece t"star num sonho.
Erros de tempo (wn lapso curtO de inconsciência
parece ter durado muit;ü) e de espaço (o corpo parece
duplo e grande, os objeros parecem menores).
Ocorre às vezes wna clarividência precisa sobre
algo fora de seu conhecimento, mas depois parece
não saber nada a rcspeiro. Sensações estranhas de
que flutua no ar, de que o coração está solto ou é
comprimido por fora, de que o cérebro está solto
batendo contra os lados da cabeça, de que os dentes
estão soltos ou presos por wna garra.
Gerais - agrava com umidade, frio, vento,
mudança de tempo aO despertar e deitado do lado
dolorido, mdh?ra em tempo seco, quente ou em
quarto quente. E wn indivíduo sonolento, friotento
e sem sede, apesar da boca seca. Bons resultados em
mulheres histéricas propensas, com quadro de ameaça
de aborto.
- Sumbu/us nwschatus - obtido da raiz da planta
do mesmo nome, apresem,) excitação com aJternância
de riso e choro, exaJtaçl0 e depressão. Embotado e
incapaz para tarefas inte1ecru ais pela manhã, mente
clara ~ noite.
Desmaios com música e emoções; coreia (doença
nervosa com movimentos compulsivos involuntários)
e epilepsia. Sensação de sufocação e espasmos dos
múscu.los faríngeos, com necessidade de deglutir;
asma histérica ou espasmódica; sensação de contrição
ou estreitamento no tÓrax, na mama esquerda ou
precórdio que piora ao inspirar, dispneia aos mínimos
esforços.
Gerais - lateralidade esquerda, friorentos, sono-
lência quando faz frio de dia, despertos à noite. Agrava
pelo movimento, frio pela manhã, após sentar-se, na
inspiração, pejo exercício e pensando em seus sofri-
mentos. Melll0ra com o calor, movimentos lentOS e
ao anoitecer. Sensíveis às correntes de ar, resfrianl-se
facilmente. (Os reswnos dos medicanlentosAsafocti-
da, Moschus, Moschus, Nux moscata e Sttmbtt/tts foram
feiros a partir da monografia de Renata M. M. G.
Guamieri , "Os medicamentos histéricos da Matéria
Médica homeopática", IBEHE, 1994.)
Homeopatia & pediatria
São criança peripacosas, ricas em simomas sem
nexo, que vão desde formigamento no calcanhar, do-
res de cabeça que melhoram mascando ch.iclete,aquela
566 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Co/abs.
bola que sobe e desce (numa brincadeira didática nós
chamamos de Síndrome do Elevador pois a bola sobe
e desce ou Síndrome de: ATLAS, OTTIS, SCHIN-
DLER, marcas de elevadores), entretanto, deve ser
valorizada estas dores, pois as crianças sofrem com
isso, não é frescura nem simulação,
Homeopatia & veterinária
Regina Torro - Temor ao anoitecer, claustrofo-
bia, medo de escuridão, egoísta, irri tável, inquieto,
humor altcrnante, mimado , esperto, Possui como
Lach, Phos, e Acon, a clarividência, Agrava ao cre-
púsculo, Um, libido marcante, mas evita o coito
(paradoxo), qualquer excitação sexual provoca uma
reação orgânica negativa (cães que frente wna cadela
no cio fazem diarréia), Vomito,diarréia de leite co-
agulado com cólica flatulenta, Flatos com odor de
ovo podre, lombrigas junto com as fezes, prolapso do
ânus ao fazer esforço para urinar. Desejo de ingerir
coisas refrescantes agrava ao beber leite, Desmaios
frequentes por ruídos, quarro fechado, melhora res-
pirando fundo,
Caso clínico
Nome: C.P.N. Sexo: feminino
Idade: 41 anos Cor: branca
Natural de: SP Profissão: faxineira
Data: 18/08/92
QP: nervoso, insônia, tremedeira, tonturas
(labirintite - inflamação do labirinto), hipocondria,
não suporta dor, palpitações, tristeza, acha que está
entrando na menopausa,
Refere que seus sintomas iniciaram há mais ou
menos dois anos e desde então vem fazendo uso de
75 mg de Cinarizina via oral de 12 em 12 horas e
0,5 mg de c10nazepan via oral à noite por orientação
médica, sem ter observado qualquer melhora; daí
foi experimentando tudo o que lhe ensinaram: chá
de ervas, garrafadas, simpatia, tudo, até que f!Cou
sabendo que havia esse tratamento, e resolveu tentar.
É casada, tem dois ftlhos e reclama que a vida está
muito dificil. Fica desesperada em pensar ser obrigada
a parar de trabalhar, pois é trabalhando qUE se sente
melhor, por isso chega a fazer duas faxinas por dia,
Reclama que o marjdo vive lhe chan1ando de
histérica (e tem lá mesmo seus ataques), e tem mania
de remédio, Irrita-se facilmente, não tem paciência
com os ftlhos (uma menina de 12 anos e wn menino
de 10 anos), e às vezes nem com o marido,
Outro dia tew a sensação de que as coisas dentro
de casa não pertenciam a sua casa, e tinha a impres-
são de que ela era outra pessoa, estava leve, como se
flutuasse,
Não suporta lugares fechados nem escuros,
Tem pressentimentos, e às vezes adivinha o fu-
turo, mas só COlsas lUlflS.
Sente saudades da sua infância e dos seus pais já
falecidos (chora), cada vez que pensa neles se seme só,
triste, cansada da vida. Será que tudo isso é começo
de menopausa'
Questionada sobre sua sexualidade, mostra-se
inibida e reprimida, justificando todo o tempo o fato
de ser crente,
Ao exame clínico: EGB, afebril, eupneica, acia-
nótica, sem edemas. Romberg característico.
AR e ACV: NDN PA= 130 x 80 mmHg
ADeAGU:NDN
Conduta: ValC1'iana ofocinales CH 30 (dose
única); e redução gradatiya da terapêutica alopática
Evolução: a paciente vem sendo acompanhada
há cada 2 ou 3 meses, apresenwldo boa evolução;
última prescrição em 21/06/93: Valeriana officinales
CH 100 (dose única); última consulta em 27/08/93,
apresentando-se bem, assintomática, Conduta: sem
medicamento,
 Matéria MédIca Homeopática Interpretada
Eu sou O todo poderoso I
LAlliOUD - O HeUeboro branco, é uma da
família das Liliáceas, que cresce nos pastos altos
dos Pirineus, do Jura e do Voga, floresce entre
Julho e Agosto.
Como sua assinarura, encontramos uma pecu-
liaridade; sua raiz donde se extrai seu princípio ativo
é um riwma vivaz, carnudo, espesso, amarronzado
por fora e branca no seu interior, que contém muitas
pequenas raizes sewndárias e amareladas.
Sacada que daermina o tema M medicamento:
é como se a sua raiz "engolisse" cligerindo as outras
pequenas que a compõem. Tais indivíduos tem um
equivocado sentimento de onipotência e superiorida·
67
Veratrum album
de, pois seu comportamento sociopata, desconsidera
o outro.
Uma equivocada postura de desrespeito ao ou·
trO, engole os demais.
MMPH (Matéria Médica Pura Hahnemann)
~ Descobre falhas nas pessoas e usa-as para fazer
zombarias. Excêntrico e extravagante e não se
conforma com as ninharias que acontecem.
~Rude com os demais, sempre mal humorado,
grosseiro, gritão, adota posição dominante,
sustenta as suas teorias com métodos agressivos,
batendo na mesa, batendo o pé no chão, não
admite que o contradigam.
~ Em sua ambição vê fracassar todos os seus mais
importantes vínculos com o mW1do, assim tem
amor ferido e fracásso em seus negócios .
~ Assim percebemos ·que a sua alegria de viver
está anulada pela incontrolável ambição, sua
megalomania, ultrapassa os limites sociais
aceitáveis, lhe ocorre um quadro de alienaçao
a tudo que o cerca.
~ Inconsolável por um infortúnio imaginário,
corre pela sala chorando, com o olhar fIXO no
chão, ou senta-se absorto em pensamentos no
canto lamentando, piora ao entardecer e dorme
apenas após as 2 horas da manhã (manifestações
de sua sífilis).
~ Ele geme e não sabe como acalmar-se, ansiedade
por antecipação, como se estivesse ameaçado de
uma calamidade.
~ Ranzinza e sensação de que seu fim está pró-
ximo, sua ambição acaba com a sua alegria
de viver. Tacirurno relutante para clizer uma
só palavra, falar lhe é repugnante, fala baixo e
com voz fraca.
 6 Carlos Brunini. Mario Giorgi & Colabs.
Angustia existencial e devaneio miasmático:
Na PSORA Veratmm tem saudade do tempo
em que era reconhecido como Ser nascido pela se-
melhança do pai , quando tinha toda a sua atenção,
seus cuidados, tinha a sua humanidade em relação
próxima COm o DIVINO, eque agora é um desvalido,
dependente do destino, presa aO mundo, não sa be se
é caça ou caçador (imagil1J-se um caçador), o que o
torna inconformado e confuso.
Mais do que nunca precisa de proteção, pois todo
caçador, está exposto ao infortúnio e "s desgraças.
De todos os seus medos, Veratmm teme perder
seu lugar, o infortúnio e que lhe ocorram desgraças.
Sua sociopatia nada mais é que um produro desta
menos-valia desencadeada pela sua autoafirmação.
Megalomaníacas, apresemando um equivocado
sentimento de desprew em relação aos demais, ou o
outro não existe e ou são súditos que naturalmente
. devem servir à nobreza, ao mesmo tempo que a rea-
leza tudo é petmissivo e permitido.
Autocentrado, pensa ter todos os direitos e
nenhum dever, a sua dificuldade é raciocinar que o
outro é seu semelhante .
Assim são pessoas que têm dificuldade para
Imeraglr.
Veratrttm se sente poderoso, aqui o outro não
existe para ele.
-+ SICOSE e Sua majestade, apossa -se de
tudo passa a estipular metas ousadas, sicoticamente
defende-se de ter sido exilado da casa de seu pai
demonstrando poder, aqui gasta o que tem e o que
não tem, para imptessionar e lima ética pervertida,
age como um Lord colocando uma capa de nobre-
za, pagam a conta do restaurante, são caridosos ou
generosos apenas frente a uma pia teia, o que faz-nos
lembra Lycopodim entretanto este tem uma finalidade
poUtica, Patladium quer ser aplaudido, Plati"a, não
se coça pelas coisinhas do mW1do, enquanto Veratrttm
é grandioso, e quer mostrar grandeza na sua defesa
sicótica.
Claro que isso acarretará um custo tanto
pessoal como psicossomátko.
-+ SIFILIS - vem agregada de sintomas de seu
fracasso histórico uma vez que acreditar ser um sel'
especial foi seu equívoco assim encontramos os sinto-
mas: indiferença , prostração mental, cabeça confusa,
espírito deprimido, enfadado, tedioso, sonhos com
assasS inatos.
Reflexões: À noite quando seus sintomas agra-
vam se tornam violentos, nesse período cospem na
cara das pessoas, com luna linguagem absurda, gritos
e deUrios (manifestações psiquiátricas).
Grande mordedor .da matéria médica, divide
com Phytolaca, entretanto nesra delírio é coisa de
segundo plano, morde seus saparos quer morder
baratas e quando o faz engole seus pedaços, somada
a coprofagia que seu inconformismo é denunciado.
Hahnemann nos diz que Veranum pode curar
um terço dos pacientes que esrão internados nos
manicômios, pois ele traz uma série de quadros ma-
níacos, demenciais, quando rasga e destrói coisas.
Um quadro maníaco religioso, tendo deUôos místicos
desespero pela salvação de sua alma crê estar no céu
e que é Jesus Cristo.
Pensa que" um príncipe ou gente muito im-
portante .
Um qu"dro maníaco-religioso, tendo delírios
místicos, ajoelhando·se em qualquer lugar par,1 rezar,
apresentando gt,nde loquacid'lde em temas religiosos,
Aflito por slIa salv,'çJo com suores frios e febre que
pioram geralmente quando ,\ menstruaçJo é suprimi-
d" aprcsent,ndo pensomcntos d e suicídio.
Delira de forma coléric" como se estivesse
convcrsJ.ndo com pessoas ~lllscntes, vê [ostos , estas
cirCWlstancias são ;lCOJllpanh;.H.ll$ de risos. grjto'i e
extrema loquacid<1de. Cre ser um .e<1çador e '1ue e'fri
comendo coiss sujas, isso pode cst~tr :H..'ompanhJuo
de caJafrios, febre c edàkia depois de lima meningite
ou durante crises. de dor.
Fst:í tão triste e deprimido (s intomas que com·
põe sua SÍFILIS), que em certos momentos perde a
esperança de tudo, acredita estar com câncer ou que
é surdo = mudo, alucina uma comunicação (linha
direta) com Deus.
Pensa que cometeu um crime, que trem dores
de parto e que está grávida .
Ao mesmo tempo em que são aqueles tipos
que atraem para si a admiração alheia pelo modo
eS:lIberame de vida que levam. Quando chegam a
um enconuo uazem presentes SW1tuosoS (ex: boneco
João Bobo enorme). Maquiavélicos teatrais, siruações
ensaiadas para aparecer roubam a cena do outro (mas
será que existe outro»), não pelo exibicionismo e pelo
lidar com a rejeição feito Palladíum, aqui Veratrttln
mente para si mesmo acreditando ser lun ser único,
sem relações com o outro.
 Matéria Médica Homeopâtica Interpretada
Pessoas críticas , reprova a atirude das pc<soas,
1100 se importa em coloGÍ -bs em ridlculo, pois não
tem apreço pdos demais.
C<unpeão em ck ix,\r os demais de saia justa e/ou
com '::1r:\ de paJ(nço (Moreira N etto).
Mu ito prcc ido com LtICiJ01S. par" SCHAF FE R,
e_ste!; mccticruncntos dividem a loquacid:1de., :l pcr;olu-
lidade exuberante, a necessidade de chamar atenção,
entretl1l1W t' In Verntl'l/»1 temos () desejo de galgar
posições so<:iaiS,POLs (,tc dcsj. scr considerado im-
p<>rt:lI1tc pelas pef,~()as. Lachesis por Sl13 Vez. deséja
afelú c carinho.
Um quer ser agradável e o outro quer ser impor-
tame . Os dois compartel11 egolatria, cgocentroicidade,
ort,rulho e arrogância, sendo quc são depreci" til'o"
insolentes, gros:'ic iros, ;lU&l'l(,;-. c ~unbicios(Js. Ambos
são l'spiriruosos) irô nicos, satíricos, inquisitivos) di-
tatori,ús e caprichosos.
Enquanro Vemtrum luta e teme por sua posição,
seulug,lr, slatLls c segurança, Lachnis luta pelo afeto.
O primeiro (Vllmt>'IJ}I}) pensa ser uma pessoa
importame, enquanto o segundo (Lllcbesú) quer est::rr
no céu para poder falar sobre si mesmo.
Enquanto isso um terceiro med icamento entra
em cena para nosso diagnúsricl) dife rencial : LJcopo-
di",,, - que quer resg,ltar o poder perdido.
Ao relermo s em HAH NE M ANN , "que
consider~do o ho mem como animal, foi criado mai s
Jeprovid o que qmJquer outro .... exposto.. desnu-
IJIAGNÓSTICO ADULA Ç 40 (adula e
DIFERE C/A L qller ser adlllado)
Vera/rllm - Expressão do poder. EU SOU
Pia/in a + Estranho no ninho, sell poder não vem daqui.
Lycopodilllll +++
Laehesis +++
Repertório de kent
Duro com 0$ snbordinados e ,1mávd com supe-
riores LIlChcsis, LJcopodium, P/rrÚllrt e Vemtl'um.
~ D t:..",.lvcrgonhado
õ LJscivo, libidinoso
alra d.: se.lu imclHo mor.1\
e) ....
~ Ninfomania
~ N infomania com loquacidade:
do ... sem defesas, esta é a sit\laç,io do homem frente
~ narureza. Assim a d~proteçâo O desvalimento a
indeknsi bild.lde é a su~ psor". Cada homem vive esta
desprore~:lo de maneira pessoa.! e isto é a suscetibili-
dade, c para sobreviver em um meio hostiJ desenvolve
mecaniStn0S de defesa.
N uma "dlo esotérica podemos compreender
sua, atirudes como a de um ser que cairl, que despen-
cou de lllnJ posiçJO altJ} grandi( )S(\, n.: .\k~('l c que nã.o
se cOLúorma com isso, buscando a todo CIISto reromá-
la . Longe de estar à procura de Slla identidade, ele'so-
fre de um ego gipmesco, LJue to ma todo o horiwnre.
Egocentricid"dc, autocentrado, seu pensamento é de
que de tem todos os direitos e nenhum deve, por isso
não vacila em passar por cima dos outros, como um
elefante qUL' não vê ,I formiguinh a, ele também não
vê o outru, indivíduos S('111 discm7jidmetro.
Vi'nrtrttm ao demonstrar sa ud ade do tempo em
que era reconhecido como ser " "scido da semelhan-
ça do pai, quando tinha sua atenção, seus cuidados,
tempo em que consorciava O valor hlunaI10 cQm o
divino. Agora sofre por sentir-se devalido, dependente
do destino, preso! do mundo, n:ío sabendo se é caça
ou caçador (im "gina-se IUll c.lçador), inconformado
c confuso.
lvl:li, do que nllllCl preci,a de proteção, pois
todo caçado r já se im"ginou Jlbruma vez selldo caça.
De todos os seus medos, Veratrum teme perder seu
lugar) o infonÍlnio e as desgL1ças.
RELAÇÃO COM O PODER
Bllsea o poder
Dominado por 11m poder superior
'" Quer ficar nú
t::l N J mocldor em criançJ~
~ edUZ:15 cri:mças para obter :ilgo
REPERTÓRlO U.R (único remédio)
O AngúsoJ., desej.l erguer-se e Pllbr for.1 da cama U. R.
~ FúriJ) rai\'a (l)1ll l',l)O!' no (orpo U.R.
t:) úldifcrcntjil, .lp:lI i:l - nàn percebe nada. U.R.
 Carlos Brunim, Mario Giorgi & Colabs.
'" Loquacidade com temas religiosos U.R.
'" Ninfomani a - 10'l"ClÓdldc U.R.
!::) Du ranre a gesra,<i.o - Orgulhoso U .R. - Vagar)
perambular.
~ Violento veemcnre - enxota a.família para fora de
casa U. R .
'" Angústia com rranspiração fria na fronte U.R.
'" Paroxismos, corre de li pora cá a Iloite U. R.
"'Dcscspenl rcl igiu,o pel".11vação de sua alma, p"s ,
" Ordcnlrei, ent50, que fahr iq uem certa quantidade deste
menstnlação sup rimida U .R.
~ lnconso!.1\·c1 por um infornl llio imaginário V.R .
• Pagou aos dois tecelões uma grJUde quantia ,
~ L:l l11enta~';1n - lamúria, lastima-se à no ite C.R.
~ Rcmoelldu per~a.m ei1r()s rriste..'i "!o anQi tecer U.R.
~ Abraça at~ mC\1l10 ohjetos i!u!ümJdos U.R.
'" Amaldiçoar - praguejar;Í noite tJ. R.
Para criançJs e idosos; n()s extremos da v id a;
pC$soas que estão h ahirualmente e deficientes ern
suas reaçôe.< vit:us; pessoas jovens de temperamento
sanguínco e nervosos».
Sintomatologia
1- Colapso decorrente a GECA (gastto-enterite)
c sensação de corpo gelado, cianose e de,b le-
cimento. Vômi to hilioso, violento com diarréia
pro fusa evacua em jatos. Medi cam ento da
cólera asiática.
2- Vertigem com sensações de desmaio, cãibras.
3- Boca seca, viscosa, seCU ta no palato, sede insa-
ciável e hálito frio. Voz "oca - [taca" - espasmo
de laringe.
Tosse ( om aperro no peito, respiração asmática.
4- Palpitações, angina pectonr, sobressaltos por
SuSto.
5- Bocejos [,-equentes, queixa-se dormindo, sonha
que é mordido por um cachorro.c não consegue
escapar.
Vemtrwn a lbum & A roupa nova do rei
'(Era mna vez um rei) t:l.o exagcLld.l1llLTltt amigo
de roupas nov~s, que nelas gasta,', rodo o seu dinheiro.
Ele não se preocupava com seus s.o IJados, com o teatro
ou com os passeios pela flo resta, a não ser para exibit
roupas novas. Para cada hora do dia, tinha uma roupa
diferente.
Em vez de o povo dizer, como de COS nllnl', COln
relação a outrO rei: "Ele está em reugahinete de trahalho",
dizia "Ele está no reu '1'U<1'to tk vertir".
A vida era m uito dive rtida na cidade onde ele vivia.
Um dia , cheg;\r,\m hóspedes estrangeiros ao palá-
cio. Entre eles havi" dois tr:rpaceirus. Apresentaram-se
como tecelões e gabavam -se de fahticar os mais lindos
tecidos do mu ndo. ~ áo só os padrões e as cores eram
fora do (()!l]\u n, como, rambélTI as fJzendas tinhcuTI a
especialidttc.k de parecer invisíveis às pessuas destituídas
de inreligência, ou àquelas que não estavam aptas para
os cargos que ocupavam.
Fssa s fazendas devem ser esplêndidas", pensou
b rei. "Usando-as poderei descobrir quais os homens,
no meu reino, que não estão em condições de ocupar
seus postos, e poderei substituí-los pelos mais c~pazes.
tecido para mim." li!
adiantadanlente, para que logo começassem a tr.balha.r.
Fies trouxera m dois teares nos quais fingiram tecer, mas
nada havia em suas "'n~J\k ira, . ['igil':l!11 q ue Ules fo 'e
dada uma po rção da mais cara linha de seda e o uro,
que puseram imediatamente e Ol suas bolsas, e nquanto
fingiam trabalhar nos teares vazios.
((E u gostaria de saber como vai indo o trabalho
dos tecelôe::,", pen~ou o rei .
Entn.:tJl1to) senriu-se um pouco embaraçado ao
pensar q ue quem fosse estúpido, ou não tivesse capacida-
de para ocupar seu posto, não seria ca paz dc ver u tecido.
Ele não tinha propri;lInc!w..: dúyid;lS a seu respeito,
mas achou melhor mandar alguém primeiro, para ,'C[' o
andamento do trabalho.
Todos na cidade cor\heciam o maravilhoso poder
do tecido e cad" qual esmva mais ansioso para saber
qllJO estúpido era O seu vizinho.
- ((Mandan.:i meu velho min.istro o bser :a r o trabd -
lho dos teceluês. Ele, meUlor do que ninguém, poderá
ver o tecido, pois é 1m) ho mem inteligente e que Je-
Sl'i'lipCl1ha suas funçõl's com o má:\imo da pLTfci ~·:i.()")
resoln.:u o rei.
Assim sendo, mandou o velho ministro ao quarto
onde os dois embnste iros simulava m trahal har nos
teares V.17.ios.
- «D eus nos ac uda!") pensou o velho ministro,
abrindo bem os olhos. "Não consigo ver nada' "
Não obstante, teve o cuidado de n;io declarar isso
em voz alta. Os tecelões o convidaram para aproximar-
se a fim qe ve ri fica r se o (ecido estava ficando bonito e
apomavam para os teares. O pobre homem tixou a vista
o mais que pode, mas não conseguiu ver coisa algama.
- "Céus', pensou ele. Ser'; possível que eu seja um
tolo? Se é assim , ninguém devcní sa bê-lo e não direi a
quem quer que seja que nãu \'i o tecido." .
- "O senhor nada disse sobre a fazenda", queixou-se
um dos tecelóes.
((Oh) / lIIuito bonita. É t n cmlmCÚ)rn.'" Respondeu
o ministro, ulhando atravé> de seus óculos. "O pnd,.,io
é lindo e as cores estão "'lIito bem com.binadas. Direi ao rei
que me agradou l1'UÚtO)).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
((Estamos encantados com a sua opinião!", . res-
ponderam os dois ao mesmo tempo e descreveram as
cores e o padrão especial da fazenda. O velho ministro
prestou muita atenção a tudo O que diziam, para poder
reproduzi-lo diante do rei.
Os embusteiros pediram mais dinheiro, mais seda
e ouro para prosseguir o trabalho. Puseram tudo em
suas bobas. Nem um fiapo foi posto nos teares, e con-
tinuaram fingindo que teciam. Algum tempo depois, o
rei enviou Outro fiel oficial para olhar o andamento do
trabalho e saber se ficaria pronto em breve. A mesma
coisa lhe aConteceu: olhou, tOrnou a olhar, mas só via
os teares vazios.
- "Não é lindo o tecido'" Indagaram os tecelões, e
deram-lhe as mais variadas explicações sobre O padrão
e as cores.
. "Eu penso que não sou 001 rolo", refletiu O homem .
Se assim fosse, eu não estaria à alrura do cargo que ocupo.
«Que coisa estranha!" Pôs-se então a eloglaf as cores e o
desenho do tecido e, depois, disse ao rei: "É uma verda-
deira maravilha!"
Todos na cidade não falavam noutra coisa senão
nessa esplenclida fazenda, de modo que o rei, muito
curioso, resolveu vê -la, enquanto ainda estava nos teares.
Acompanhado por um grupo de corresões, entre os quais
se achavam os dois que já tinham ido ver o imaginário
tecido, foi ele visitar os do is asruciosos impostores.
Eles estavam trabalhando mais do que mmca, nos
teares vazios . - (~ magnífico!» Disseram os dois altos
funcionários do rei. '<Yeja Majesndc:, que delicadeza de
desmho' Que combinação de core, '"
Apontavam para os teares vazios com receio de que
os outros não estivessem vendo o tecido.
O rei, que nada via, horrorizado pensou: "Serei
eu um tolo e não estarei em condições de ser rei? Nada
pior do que isso poderia acontecer- me!" Então, bem
alto, declarou:
- Que beleza' Realmente merece minha aprovação'
Por nada neste mundo ele confessaria que não tinha visto
coisa nenhuma. Todos aque les que o acompanhavam
também não conseguiram ver a fazenda, mas exclama-
ram a uma só voz: - uDeslul'nbrante! M.agnífico! "
Aconselharam eles ao rei que usasse a nova roupa)
feira daquele recido, por ocasião de um desfile, que se
ia realizar daí a algtms dias. O rei concedeu a cada um
dos recelôes uma condecoração de cav~leiro, para seu
usada na lapela, com o tírulo "cavaleiro tecelão". Na
noite que. precedeu o desfile, os embusteiros fizeram
serão. Queimaram dezesseis velas para que rodos vissem
o quanro estavam trabalhando, para aprOntar a roupa.
Fingiram tirar o tecido dos teares, corraram a roupa no
;u ) com um par de tesouras eno rmes e coseram-na com
agu Ulas selll Li nha .
57
Mmal, clisseram: - "Agora, a roupa do rei esrá
pronra."
Sua Majestade, acompanhado dos corresões, veio
vestir a nova roupa. Os recelões fmgiam segurar alguma
coisa e diziam:
- "Aqui está a calça, aqui está o casaco, e aqui
o manto. Estão leves tomo uma reia de aranha. Pode
parecer a alguém que não há nada cobrindo a pessoa,
mas aí é que está a beleza da fazenda".
- "Sim! Concordaram todos", embora nada esti-
vessem vendo.
- "Poderia Vossa Majesrade tirar a roupa''', pro-
puseram os embusteirOS. "Assim poderíamos vestir-lhe
a nova, aqui, em frente ao espelho." O rei fez-lhes a
vontade e eles fingiram vestir-lhe peça por peça. Sua
majesrade virava-se para lá e para cá, olhando-se no espe-
lho e vendo sempre a mesma imagem, de seu corpo nu.
- "Como Ule assentOu bem O novo traje! Que lindas
cores' Que bonito desenho'" Diziam rodos com medo
de perderem seus postoS se admitissem que nao viam
nada. O mestre de cerimônias anunciou.
"A carruagem está esperando à porra, para conduzir
Sua Majestade, durante o desflie."
- "Estou quase pronto ... ", respondeu ele.
Mais uma vez, virou-se em frenre ao espelho, numa
atitude de quem está mesmO apreciando alguma coisa .
Os camareiros que iam segurar a cauda, inclinaram-se,
como se fossem Ievanrá-Ia do chao e foram caminhando,
com as mãos no ar, SelTI dar a perceber que não esta-
vam vendo roupa ai 'uma. O rei caminhou à frente da
carruagem, duranre o desfile. O povo, nas calçadas e
nas janelas, não querendo passar p or tolo, exclamava:
- "Que linda é a ·nova roupa do rei' Que belo
manto! Que perfeição de tecido' "
Nenh1lIna roupa do rei obtivera anres tamanho
sucesso!
Porém, uma criança que eStava entre a multidao,
em Sua imensa inocência, achou aquilo tudo muito
estranho e g ritou :
- "Coi tado ' O rei está completamente nú I O rei
está nú! )) .
O povo, então, enchendo-se de coragem, come-
çou a gnrar:
- ((O rei está nu! O rei está nu!"
O rei, ao ouvir esses comentários, ficou furioso
por estar representando um papel tão ridículo! O
desfi.1e, entretanto, devia prosseguir, de modo que se
manteve imperrurbável e os camareiros continuaram
a segurar-lhe a cauda invisível.
Depois que rude! terminou, ele voltou ao palácio,
de onde envergonhado, nunca mais pretenclia sair. 50-
57 Carlos Bruníni. Mario Giorgi & Colabs.
mente depois de mu ito tempo, com o carinho e afeto
demonstrado por seus cortesões e por todo o povo,
também envergonhados por se deix~rcm enganar
pelos falsos tecelóes , e que clamavam pda \'olta do
rei , é que ele resolveu se mosO"ar em breves aparições .
Entretanto, nunca mai~ se deixou levar pelo vaidade
e perdeu para sempre a IllClIUa de rroear de roupas a
todo momento.
Quanto aos dois supostoS tecelões, desaparece-
ram mistniosamente, levando o dinheiro e os fios de
seda e ouro. Mas , depois de algum tempo, chegou a
notÍcia na cone, de que des haviam tentando Jpliear o
mesmo golpe em ourro reino e haviam sido desmasca-
rados, e agora rwnl,riam uma longa pena nJ prisão."
ContO de Hans ChristianAndersen.
Repertorização didática da história:
o Alegre, jovial feliz e de bom hwnor.lrritabilidade
por contrad.i~50.
o Deseja ser carregado no colo. Falta de sentido
moral.
o Intolerante a contradição. Inconsolável.
o Crítico censurador, disposto a achar defeiro.
o Delírio maníaco . Linguagem sem se ntido.
o Demência . Insanidade, loncura, megalomania .
Egoísmo, pomposo importante, egoísmo, ego-
larria, autoestima exagerada.
o Enganador, clissimulado, desonesto. Mentiroso,
nunca cliz a verdade. Enganador, dissimulado.
Falso.
o Excitação. Fora de si. Inconsciência como em
um sonho.
o Rasga arranca roupas.
o Nu quer ficar. Ofende-se facilm ente. Ridículos,
tojos.
Reprova os outros. Comportamento tolo .
Moral homeopática da história:
ilusão - quer ficar nu.
Mais alto grau de Sociopatia, eu , eu e depois
o resto, sem limites. Valorizam t;mto a si e seu pro-
duto que comem caca do nariz e experimentam suas
próprias fezes. Enjoada e exigente ao extremo , mas é
°
natural sem arrog&llCia que a cliferencia de Platina,
aqui tomar posse das coisas alheias é Ilarnral no reino
de sna majestade. () anin:rsário é do primo mas as
velas quem s"pra e os presentes quem aore sou eu.
C;randc ll1edi,;Ul1cnlO p~ra desequi líbrios me-
tabólicos desencadeados por diarréia_ obstipaç("s
intestinais, hepáticos, biliar", pancreá ticos. Suas
dores de cabeça têm a modalidade (l'aracterística) de
mdhorar comendo em especi al cois.lS gd.lths (sor-
vete) e bebidas ácidas (lim:ío, lima ou limonada sem
adoçar). Enxaquecas cuia motivo principal, em geral,
reside nas siwaçiíes metabólicas.
São ditatoriais, agravam seus sintomas durante
a noite) sendo que n":',S t:1S horas não reconhecem
ninguém, temos (;\sos de rJes qne perdem a Ill>ção e
atacam seus proprietários. Coprofagia, destrói o que
encolltra pela frente. Friorento.
O cão Vera,trum mostra seus demes sorrindo (Ar;,
Bcll, Hyosc, Mcrc .) .
No plano físico suas queixas são d iges tivas com
vômilOs e diarréia sendo um grande medicamento
para cólera e prostração intensa nas g;lStrentl'rites
com palidez, corpo gelado e colapso (CamphoYa) ,
neStas situações deseja água especialmente se estiver
fria - gelada, o que agl'ava mais seus \·ôlllitos . (Torro)
VCralrttm sente qu" perdeu O lugar de fLlho pre-
dileto de seu· PAI, assim quer recuperá-lo a qualquer
cu sto.
Vamos ajudá- lo com lmla dose, medicando-o'
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
Coma finalidade de faciltar a compreensão de
alguns conceitos de filosofia e vocabulário homeo-
pático deixamos este apêndice.
Repertorização é a maneira pela qual o home-
opata "traduz" os sinais e sintomas observados e
apresentados pelo paciente em cada caso individual,
para a linguagem repertorial, gue é o método utiliza-
do pelos homeopatas para pesquisar, no Repertório
Homeopático qual ou quais os medicamentos mais
adequados para o caso.
O Repertório Homeopático é um índice para
a Maréria Médica, onde estão regisu'ados todos os
sintomas produzidos e observados nas patogenesias
(sintomas observados nas experimentações do homem
são e os respectivos medicamentos responsáveis pejo
seu surgimenro ou cura).
Entende-se por "dinâmica rniasmática", o "modo
como o indivíduo adoece", como ele manifesta a
doença, como exprime o seu sofrimento individual,
através dos sintomas mentais, gerais e locais.
Para entendermos o que são os miasmas, é ne-
cessário tecer algumas considerações:
No Organon da Arte de Curar, seu livro básico,
publicado em 1810, Hahnemann mosttouuma nova
forma de se ver as doenças, através da exposição de
sua teoria e métodos terapêuticos em 291 parágrafos,
fornecendo regras minuciosas para o exame, entrevis-
tas, clínica e tratamento do paciente.
HahnemaJill nasceu em 1755 em Meissem (Sa-
xônia) e faleceu em julho de 1843 em Paris, tendo se
formado em medicina em Leipzig, Alemanha.
Utilizou as palavras de origem grega homcos
(semelhante) e pathos (moléstia), enfatizando a Lei
da Semelhança, que rege esta terapêutica.
Teve muitos seguidores na história do desenvol-
Apêndice teórico
doutrinário
vimento dos conceitos da Homeopatia, entre pesqui-
sadores e médicos, que ajudaram a trazer novos escla-
recimentos sobre o princípio de cura homeopático.
Todos tiveram em comum, as bases da Home-
opatia:
1. A lei da Semelhança;
2. As experimentaçi'les no homem são;
3. O medicamento diluído e dinamizado;
4. A uti.lização do medicamento único.
Trabalhando como tradutor, no ano de 1790,
leu a obra de Cullen, onde estavam descritas as pro-
priedades da quinina ou quina, originária do Peru -
Cinchona officinalis - usada no tratamento da malária.
Ao traduzir, começou a questionar as informa-
ções do autor da obra, que atribuía os seus meca-
nismos de ação ao fortalecimento do estômago, por
uma substância contrária à febre. Observou que o uso
abusivo da guina cau.sava sintomas parecidos com a
malária (enfermidade natural) nas pessoas.
Como conhecia '0 adágio similia sinúlibus curar!-
tur, decidiu expetimentar em si mesmo, provocando
os sintomas do estado febril, a denominada patoge-
nesia do medicamento.
Concluiu que a quina atua na malária porque
doses desta, desencadeiam sintomas similares aos da
malária. Assim, comprovou na prática que o mesmo
agente que causa uma moléstia, é capaz de cutá-Ia.
Preconizava que para curar uma enfermidade é
necessário administrar um remédio que produza no
indivíduo são, a enfermidade que se quer curar.
Ainda contextualizando é pertinente a colocação
sobre Energia Vital, ou Força Vital: "O criador so-
prou e daí nasceu a centelha divina, e então, daquela
matéria feita do elemento terra e do elemento água,
foi feito o homem à sua imagem e semelhança."
(Gênesis) .
57 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs
A força que anima lUTI organismo vivo é a Ener-
gia Vital ou Alma; o que diferencia um organismo
vivo de un1 morto.
A Energia Vital rege também a mente, os
pensamentos, os sentimentos. A somatória dos
vários mecanismos físicos e químicos que ocorrem
dinamicamente, durante todo () tempo de vida do
corpo. Ou seja: o coração batendo compassadamente
enviando sangue J todo o organismo; o sangue
fornecendo oxigênio e nutrientes para as células
para que possam exercer suas funções; os neurônios
recebendo estímulos externos de todas as panes do
corpo e emitindo reflex()s diret,unente para o cérebro.
O cérebro, por sua vez, enviando sinais de estímulo
para todo o corpo, incluindo as glândulas; estas
produzindo hormônios e outras subsdncias químicas
que, caindo na corrcnte sanguínea, chegam a todas
as células.
As células com oxigênio e nutrientes que vieram
pelo sangue, processando suas reações químicas para
a produção da energia que o corpo utiliza em rodos
os seus mecanismos de manutenção da vida. (Benez,
2001).
No par.ígrafo 9 do Organon, Hahnemann
precomza:
"No estado de saúde do indivíduo reina, de
modo absoluto, a força vital de tipo náo material
(Autocratie) que anima o corpo material (organismo)
como "Dynn111is", mantendo todas as suas partes em
processo vital ,ldmiraveLmente harmônico nas suas
sensações e ft'Il(:óeS, de maneira que nosso espírito
rdcional que nele habita , possa servir-se uvremente
dcste instmmento vivo e sadio para () Ilui s elevado
objetivo de nossa existência".
Segundo Arertales (1995) , esta tegra aplica-se
também aos "limais domésticos.
É neces',;ria a conscienri7.ação da espécie hlUTIana
de que, ao domesticar omras espécies e pri.ncipalmente
levá-bs a participarem intim amente do convív io
humano, muito ames de alterar sua biologia, está
alterando suas emoções, seu cará ter, personalidade e
conduta.
Assim como os órgãos CJue compõem os distintos
org'\llismos são semelhan te'." também as nossas
emoções guardam semelhanças.
Os animais, assim como nós (com classificação
zoológica de H omo snpimr ), apresentam o mesmo
uni " rso de cmLlções que aflo rum decorrentes da
intensidade das pressões, strcss, noxas (do latim
"rtOX;,,", nocivo), a que submetemos o organismo.
Se as moléculas de áp;1 1 ~, de lun carboidrato ou de
uma proteína podem hoje pertencer a um organismo
e amanhã a outro, é porque guardamos entre nós
algumas seme Ulanças que nos aproximam de todos
os se res com vida do pJaneta, sejam an.imais, vegetais
ou seres hlUTIanos.
As re,,~õcs físico-químicas dentro das células
geram o mcsmo ciclo de gl.icólise com 3 finilid ade de
produzir cncrgia que vJ.Í alimentar a vida . A energia
vital que determina a sofisticação do ca tabous1l10
e anabolismo não gera emoções semelhantes em
organismos distintos (como medo, inve ja, ciúme,
ansicd3de, etc.).
Se pudésse mos dispor de cinco espéc ie s
diferentes, (OIUO um cao, um gato, um coelho, um
papagaio, e um ser humallo, e proporcionar-lhes a
experiência de viver suas vidas duas VC7.eS ao mesmo
tempo, todos junto sem uma residência c todos em
seus distintos habitats) convivendo com a nauueZ3 ,
iríamos comprovar que teríamos dez animais
completamente diferentes. Que mistério é este?
É simples, quando se convive com pouco espaço,
alimentação artifICial , tensão pelo convívio de espécies
predadoras, sem executar atividade reprodutiva e
apreensão do alimemo e principalmente sujeito aos
"hulllores)) e "emoções» da espécie humana, não
passa incólume por esta experi2ncia. Tais fitores vão
a1ter~ndo a dinâmica da força vital até que a simaçáo
energética causada pelo meio ambiente inadcC]n,'do
consiga realmente desequilibrar a energi" vital e surja
a doença, a lesão.
É a forma pela qual o homem (racional)
consegue perceber CJue o seu companheiro doméstico
n30 está bem, mesmo que ~1nllTiormcnte à leSa0.
tenha estado agressivo, violento, cilUnemo, medroso,
inseguro, invejoso enD-e outras cmoções que também
acometem esses animais).
Desta forma projeta-se a vida: da emoção à lesão
(Arenales - 1995).
No 1'3rigrafo 10 do Organon, Hahnemann diz:
"O organismo, pensado sem a força vital, não
é capaz de qualquer sensação, quaJqnet atividade,
nem de autoconser\'Jç:1o'l; somente o ser imaterial
(princípio vital, força vital) que anima o organ.ismo
no estado saudável ou doente UlC confere toda sensa-
ção e estiml1la suas funçóes vitais. "Ele está morto e
submetido apenas ao poder do mundo físico exterior,
apodrecendo e se decompondo nm'amente em seus
componentes químicos". Sem Energi3 Vital o corpo
não vive c Sl:. deteriora.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
A Energia Vital permite que o corpo exerça as
suas funçóes r ara a manurenção da vida, é o meio
atra"és do qual a mente rem oporrunidade de se
manifestar. Ou seja, corpo e mente vivem de forma
sinr..:roruzada até a l110rtC c SOfrelTI as ações do mundo
e reap;em a elas ao mesmo rempo, por isso, quando há
um desequilíbrio da alma e do corpo ocorre a doença.
O homem não adoece por pedaços ou órgãos, ele
adoece no todo e expressa seu desequilíbrio energético
nesta ou naquela região do corpo.
Sendo a mente quem desencadeia os dese-
quilíbrios quando emana pensamentos deletérios
c consequentes atos equivocados que certamente
desencadear~u desarranjos e disfimções dos órgãos.
A energi'l vir.ll é wna força cooperadora que
harmoniza os órgãos na sua roralidade: aquele que
conhece esse princípio e o aplica na sua prática diária
é chamado viralisra ou unicisra, pois vê o homem na
sua unidade vir,ll.
A H omeoparia é uma récnica rerapêmica que não
vê a doença como algo isoládo no organismo e sim o
doente, portador de sintomas, comumente chamados
de doenç,l. Daí ser uma récnica individualizante, não
podendo transkrir-se traramentos de wn enfermo
para outro simplesmente por apresentarem sintomas
que sugerem "doenças idênticas".
Doença, sc'gundo a Organização Mundial da
Saúde - OMS é a ausência do bem-esrar físico , psí-
quico e social . Para a homeopatia, é roda e qualquer
a.lteração da energia vira.! , que provoca um desequi-
líbrio no indivíduo' e que se apresenta arravés do
aparecimento de sintomas que podem evoluir, o u
não, para uma lesão.
SUPRESSÃO: aro ou efeiro de suprimir (im-
pedir que apareça) .
METASTASE MÓRBIDA: aparecimento de
um foco secundário à disrância no curso da evolução
de uma doença (rumor maligno ou processo in Rama-
ró rio). (Pusriglione, 2006).
Conceiro oncológico: por definição, a merásrase
constitu i o crescimento neoplásico à disrância, sem
continuidade e sem dependência do foco primário.
(Pusriglione, 2006). Ourros sinromas (sinromas
físicos) .
Miasma
Hahnemann observou que os paciemes nem
sempre respondiam bem ao rraramento 110meopático
e apresenL1Vam recidivas, alrem.lncia ou persisrência
de sinromas. Por isso dedicou-se a um profundo
7
esrudo das causas responsáveis pela refratariedade ao
Si/JIillirmm (remédio semelhante). Revisou os fIChários
dos seus pacientes e analisou a história pregressa
pessoal, fa.miliar e os modos reacionais característicos
desde o seu nascimento.
Conforme o dicionário Aurélio, da Língua
Portuguesa, a pab\Ta miasma se origina do grego,
e significa emana'fão melíflca do solo, suposramente
nociva, tida como causa de viriJs doenç ls endêmicas,
como a mal:íria. Também pode ser influencia delelcria,
corrupção, podridão (m iasma social).
Em grego, ainda, miastna significa mancha,
nódoa, termo que Se usava na época do reatro, paro
simbolizar uma mancha de sangue, que poderia ser
proveniente de um assassinaro (quem mamva otItra
pessoa, estaria impregoado por um miasma, uma
mancha, para sempre).
Na homeopatia, corresponde à suscetibilidade do
indivíduo. A dinâmica miasmática pode ser entendi-
da como o modo do indivíduo rngir, viver, sentir e
adoecer. O termo miasma foi adorado por analogia ao
miasma da malária ) às emanações dos pântanos} ou
algo contagioso que rransmire doenças.
Em 1826, Halmemann, após anos de observaçoo
detalhada dos casos crônicos, elaborou sua teOri.l
miasmárica apresentada no livro "Doenç:1s Crôrric3s l
sua narureza Peculiar e sua Causa Homeopática",
onde distinguiu rrês miasmas fimdamenrais: a Psom ,
a Sicose e a Sífilis. Est,l classificação, Lla verdade, é
didática , pois todo o indivíduo é trimiasmático.
Conforme o .scu momento de vida manifesto
lun ou outro rniasma. Hahnemann utilizou este:
termo para fortalecer sua teoria das doenças crônicas:
"aquelas que ~endem a se incorporar à biografia
das pessoas". E importanre o estudo dos miasmas,
na homeopatia, para sabermos o prognóstico do
paciente tratado; para hierarquizar os sintomas na
repertorização; e, ainda, para podermos compreender
a sua "d.inâmica)), isto é, o seu modo individual de
agir, viv0r, sentir e adoecer.
Não basta o desaparecimento dos sintomas
exrernos. É necessário alrerar a arirude g.!obal d,?
paciente, acalmar sna suscetibilidade como um todo. E
impolnllte o entendimento do motivo profundo do seu
adoecimento, o núcleo do seu sofrimmr(), a Psora, para
rirá-lo do seu egoísmo infantil e colocá-lo num almúsmo
adulto, onde, apesar de suas limitações, consiga cw.nprir
os altoS fins de sua exiSIC'llcia) alterando seu ((sentir) e
seu "agir)),
 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs"
Seg undo os frauccses) o Ini:1sma ou diátese,
signitlc] um a predi sposi~'fio congênita ou adquirida,
gm' faz COI11 gue os tccidos rCJjam de um modo
particular a cerros estimulas, como expressão de
sllSceribiJidade.
A Psora corresponde à diátese ali1;gica.
A Sicose correspon.de à diátese prolifo-ativa.
A Sifi.lis correrponde à diátese destrutiva.
Miasma seria) então, a somatórÍa da ddtcse
com o fator clescnodeal1te, gue esd de aL'ordo
com a abordagem psicossomática do adoecer: faro,-
predisponcntc + faror desencadcanre = adoecimento.
O gue for interpretado como esrresse, interno
Oll externo, !c"ará a um deseguilíbrio interno.
Objetivando recuperar o eq uilíbrio, o organismo
reage arravês da liberação de adrenalina, acetilcolina
e corricoide; esta rea .."jo vai provocar lOna série de
disfunções (alterações fisiológicas) para que possa
se adaptar à situação. Então OCorrem disfunções
através do S~A - Sistema N ervoso Autônomo -
(náusca, vômito, dor de cabeça (cefaleia), aumento da
pressão (h.ipertensão arterial), dores nas articulações
(arrralgias) , dores musculares (mialgi.l.», alterações
de fluxo c uJlieas na menstruação - (dismcnorreia),
coce ira (prurido), eczema, mticária, hipersecreç'lo
de muco, hematomas),.e através da liberação de
corricoide. (euforia pa~s;.1geira , hematoll1aS, awnento
de glicose), sendo gue ambos inibem a imunidade.
Portanto, estas Ill,mifcstações podem ser benéficas
em um prtmelro momento, mas se permanecerem por
muito tempo, podem se,· prejudiciais.
Se o estímulo que gerou as disfunções não for
resolvido, as supressões conrínll~s das disfunções
(muito comuns na medicina tradicional), podem
gerar lesões dos tecidos, para se transformar, em um
próximo passo, em destruição destes tecidos.
I< P:l.r:J. nós ho!"w..'opatas, (omo já vimos ances , as
doenças são toda e qualguer alteraç;'o da energia vital,
levando um indivíduo ao deseguilíbrio, o que resulta
em u.m novo estar, manifcsr:ldo por uma moléstia)'"
De lun modo geral, poderbmos dividir as doenças
em "agudas" ~ "crônicas". (Bnrn.ini , Sampaio, 1993).
Doenças .lgud.ls: são aquelas gue se desenvolvem
em um período mais ou menos determinado e
evolLlem paro a cura ou para a morte.
Doenças cn"miC1S: S;lrJ ;lquelas que se dc..:scllvolvem
em um período indefinido , c podem ser classificadas
como:
1- Doenças medicamentosa." c~llsadas pelos
medicamentos (iatrogL"nic:ls), conf()rme se verificl
pelas transcrições a seguir, conStantes nos patágrafos
74 e 75 , do Organon:
Parágrafo 74: "Às doenças crôniens devemos
ainda acrescentar, infeli z ment e ( I ) aguelas
universalmente espalhadas, produzid.ls .lrtifiCialmenre
pelos traL1mentos alopáticos e pelo emprego continuo
ele medicamentos heroicos violentos em grandes e
progressivas doses, pelo abuso do calomelano, do
sublimado corrosivo, do ungucnto de mercúrio. do
nitraro de prata, do iodo e seus compostos, do ópio, da
valeriana, da guina e do quinino , da digital, do :!cido
prússico, do enxofre e ácido sulfúrico, dos PLlrb'ati,·os
durante vários anos, das s,mgrias vertendo sangue aos
borbotões, das sanguessugos, dos eXl.lt6rios, etc., pelo
que por um lado, é impiedosamente enfraguecida a
to rça vital, e por outro, quando já não sucumbe, é
no rmalmellte afetada, pouco a pouco (pelo abuso
de cada modo peculiar), de tal maneira que, a fim
de preservar a vida contra tai s ataques hostis e
destrutivos, tem qüe transformar o organismo, seja
retirando a excitabilidade e a sensibilichde de algl.lm~s
de suas partes, seja elevando-as exccssiv~l11ente
ou causando dilatação ou contração, relaxamento
ou endurecimento mesmo sua total destruição,
ocasionando, vez por outra, interna e eXrernJ111ellte,
alteraçües o rgân icas falhas , avariando o corpo por
demro e por fora), a rlm de proteger o orgm ismo da
completa des truição da vida por parte dos ataques
hostis, constantemente renovados, de t.ll porêl1á,
arrasadora""
Padgrafo 75: "Estes estragos (.ltu,rlmenre bem
maiores) produzidos na saúde hilOlana, ~través da
arte alopática de não cur"r s30, de rodas as doenças
crônicas, os mais tristes, rn.; mais úlCuri\'cis e lamento
que seja praticamellle irnpo"ívd podet descobrir ou
imaginar meios de cura para elas, guando j,i foram
levadas a <lrillgir ce rtO uh"eP':
2- Doenças crt.nicas falsas: causadas por exposição
às influências nOcLvas evitjveis do meio ambienre:
locais insalubres, priv~ç,ío de exercício ou de ar
puro , podendo ser curadas por si, ao melhorar as
condições de vida, conforme Hahnemann cita no
parágrafo 77 do Organon, dizendo:
"São impropriamente chamad"s de doenças os
padecimemos dos indivíduos que const.lI1temenle se
expõem a hábitos inadequados de vida, os influências
nocivas evidveis, abusando h"hiu,,,l-mcnte de bebidas
ou "limentos nocivos; entreg.rndo-se a excessos de toda
a sorte gue minam a saúde, suprimindo continuanleme
 Ma/ária Médica Homeopática Interpretada
as necessidades básicas da vida; vivendo em regiões
in sol llhrcs, sohre rudo pantanosas, residind o em
porões, ofi cin"s úmidas ou em glla.lquer moradja sem
ventilaç5o, privJJldo-sl' de movimentos de ar puro,
arruinando sua so údc mediante c-\.ccssivos esforços
físicos e mentais; vivendo constantes dissabores e
etc. Tais esrados de falta de " úde, ocasiol1.ldos pdas
própriCls pessoas, cessam espontaneamente (desde que
1150 exista miasma crônico no organismo) e nJO pode
Ienr o nome de doenças crÔnic"s'·.
3 - Doenças crônicas verdadeiras Oll 1niannas )
conforme o parágrafo 78 do Organon, são:
" As verdadeiras doenças crônicas naturais, são
aquelas provenientes de lUTI miasma crônico; qUJJ1do
entregues ir própria sorte, sem ser tratadas através
de algum medicamento específico, continuam se
intensificando e, mesmo diante do melhor regime
físico e mental, atormentam o Homem até O flm de
seus dia.s C(lIn padecimentos Ci"l'sc.entes.
ExeetuCll\do·se as doenços produ7.'das por
tratamento médico errôneo (parágrafo 74), cstas são
as ma.is numerosas c a ma,or cabmidade do gênero
humano) pois a ()l\stituil).1o física mais robusta) o
mais regrado modo de vida e a força vital de maior
energia não têm condições de destrui-Ia".
Psora
É considerada a mãe de todas as doencas, tanto
agudas como crônicas. É o motivo do adoecer de
cada um. Na psora nada é camllflado, tudo aparece
como realmente ~, por isso encontra parâmetro ;,as
doenças de pele, pois fica ir mostra como elas. E O
prur,do fís,co e mental de cada lUTI, que começa no
pensamento equivocado, o ma.! pensar, o conflito, o
"comich50 coceguento", a ,ndcfensabilidade do ser,
a desordem primitiva.
ü paciente prtmeiro se deseq ui libra ,mernamente
e depois esse desequ,líbrio irá se 10Lllizar em al~uma
parte do corpo. Por isso não adtama alivi'lr os
sintolllas. F neccssário encontrar a causa e tratá-la.
Para Kem "a ['sora é a mais antiga doença miasmática
que se conhece , é muito persisreme, a pomo de durar
aré os \Ilt,mos dias de vida, se não for removida
radicalmente . Nem mesmo uma constitu'ção mu,to
forte é capaz de removê·lo por seus próprios meios".
E o digno de cura. São os pacientes funcionais,
seglU1do o chssifica,:itl de FlizJldi, que mais adiame
abordaremos.
Para Phattak (apnd Giorgi J. anotações de aula-
2006), "Q;amdo O individuo vivia de acordo com IH
leis de Deus era equilibrado. No nwmento em que
577
c01n-efou a se permitir!' era/sos pensamentos e desejos))
provocolluma desordem menta.l, qlle gradativamente
foi chcg,mdo ao seu corpo físico".
Para Paschero (aplld Giorgi 1. anotações de auh-
2006) , a "Psora é um estCldo de hipersens,bi- lidadc
alérg ,ca permanentemente resultante das antigos
repressões da circulação normal de energü vital". O
ser humano, ao nasc"r é o mais indefeso de todos os
anima,s e que tudo pode começar pela JJ1gústia básica.
advinda do medo e da fome, por excmplo, emoções
fundamenta,s do ser hlU11ano, que um bebezinho não
está livre de sentir. ')
Para Eli zaldi (apud Giorg, 1. anotações de
au la -2006), "O sofrimento humano é endógcno,
pOIS a llleSlna noxa que traumatlza UnlZt pessoa,
pode não reflet,r em nada a outra. Tudo depende
da suscetibilid:Jdt de cada um. A psor" se relaciona
com a indefensabilidade básica do ser, seu sentjmento.
mais primár'o. Cada medican1ento apresenta a sua
angústia nostálgico, a sensação de boas lembrJJ1ças de
um passado de beleza, fartura , justiça, e segurança;
então se senre como se hoje estivesse exilado por
algtUTI mo ti vo .•\cha que vivia em wn paraíso anres
de ado~cer (pré·psora) e a comparaç50 do que toi e
do que é, traz essa angústia psóricl."
A Psora é um estado dinâmico pur:111lcnte
funcional, de atividade defcllSiva, se m patolog'J
es tl"lttura.! como a Sicose e a Sífi.!'s. Na "realidade. é.
sempre a psôra que reage Crente a qua.!quer alérgcno,
seja olimento, ambiente poluído ou um conflito
emociol tal.
Assim, a dinâmica m,asmárica de Pu/satilla
refere·se à sensação de ter perd,do o an10r ideal e
.assim, eq nivocadarncnte se sm tc ab"ndç:>nada .
Para Lycopodium, é a sellsaç,io de que já foi forre
e poderoso e hoje se sente inseguro por se perceber
frágiL
Os sintomos mentais compreendem o núcleo de
amiedade, inquierude, agitação, ,mpaciente, entusiasta,
atividade mental ráp,da, tmpressionável, compassivo.
sentimental, medos, i1usõc,s, culpa, timidez, nostalgia.
Os sintomas físicos estão relacionados com
" hiperativ,dade da função das vá lvulas de escape
(órgãos emunctórios) do organismo como em
uma panda de pressão. Estas válvul as de escape
promovem a eliminação de subsrânctas do org;anismo:
rins, intestinos, pele, mucosas , g lind u lc" , choro.
São aqudes sintomas de limpeza . Na psora, remos
alte raçáo de funções que já existem. A Cebre
(hipertermia ) é funcional e a trJJ1spiração (slldoresc)
~ a válvula para o equilíbrio. Convulsões (após a
convu l s~() , a febre d'minul).
57 Carfos Brunini, Mario Giorgi & Co{abs.
No aparelho digestivo: as cólicas (hiper
peristaltismo) , náuseas, vômitos (el iminaçã o
utilizando cavidade natural ), sensação de bola ou
vazio nos órgãos, desej os e aversões, presença de
gases (flatulência), diarréia ou constipação, endo e
ectoparasltoses.
Na pele ocorre um aumento da transpiração
(sudorese), coceira (prmido), ard or , alergia s
(cutâneas, intestinais ou respiratórias), espirros,
lacrimejamento dos olhos, vermelh.idão (ruperemia)
das mucosas, eritema.
No sistema respiratório, apresenta tosse seca,
asma, coceiras (pntridos), espirros, etc.
N O coração, OCOrre aumento do ritmo dos
batimentos cardíacos (taquicardia ), opre ss ão,
angústia, coração "saindo pela boca". Sintomas
relacionad os à emoção : aumento dos batimentos
ca rdíacos (taquicardia), trem ores , transpiração
(sudorese), vertigem e difi culdade respiratória
(dispn eia). Distúrbios de ritmo dos batimentos
cardiacos (arritmias).
No sistema nervoso: sintomas sem lesão celular
(estresse), convulsões (sem lesão) , crises de ausência,
perda da memória (amnesia), convulsões locais, can-
saço, fadiga, estafa, cãibras. Ocorrendo supressão das
eliminações fisiológicas, há como uma obstrução das
válvulas de uma panela, agravando.
A Psora é a causa fundamental e real das inúmeras
formas de doenças crônicas, sendo o ponto de partida
para desequ.iübrios posteriores.
Observamos que a Psora manifesta-se através
das disfunções como algo superficial, e característi-
co de seus desequilíbrios internos (mal pensar). A
Sicose man.ifesta-se através de um recolhimento das
pecul.iaridades, violentando seuS impulsos e gerando
hipertrofia (mal agir). A Sífilis, através da destrutivi-
dade, o nde o encanto pelas coisas passa ao desinteresse
(mal sentir).
Si cose
A Si cose sigllifica um mecanismo de emergên-
cia, quando o orgaJlismo está sendo agredido por
determinados fatores de forma persistente. Mobiliza
a defesa a nivel celular levando à retenção hídrica,
retardo nas trocas ce.lulares, supurações crônicas e
tumores (neoplasias) benignos. O indivíduo tenta
dominar o meio. Ocorrem alterações es truturais,
através das hipertrofias.
Os fatotes que podem desencadear a Sicose
são: vacinações, gonorreia mal curada , soroterapia,
e agressões mórbidas repetidas. O mal se torna algo
recolhido, como na gonorreia, onde a manifestaçao
externa dura pouco tempo, aparentando uma cura,
mas a moléstia ptogride no organismo.
Ao nível mental, o sicótico quer se sobrepor ao
meio, necessi ta mais do que possui , mais admjração,
mais dinheiro, mais brilho social. Boa parte de sua
energia se consome em simular bem-estar, bom-
humor e segurança .•
A mulher sicótica nega ter filhos por medo de
perder sua beleza, ou esconde sua indiferença pelos
filhos através de preocu.pação exagerada .. O sicótico
tem o coração duro e a mão fechada . Pode perdoar
tudo, menos a suspeita de que sua personalidade não
é briU1ante, que seu destino não é maravilhoso. Assim ,
perfuma tudo, encera e cria ao seu redor um mundo
fantástico e briU1ante.
Como sintomas mentais, podemos observar que
sempre reserva e guarda segredos. Não é sincero com
as pessoas, por isso é desconfiado.
Não fala ou demonstra o que sente. Repetitivo,
revi sionista, exagerado. Aumenta os relatos quando
conta alguma coisa para alguém. Vingativo. Ofende,
prej udica, fere, humilha, maltrata . Adulador, exibicio-
nista. Conta piadas, faz chacotas. Tem desvios sexu-
ais. Em mdo quer levar vantagem. Menti roso, falso,
preguiçoso, egoísta. Rouba , comete estelionato. Não
sente culpa. Exigente, ciumento, possess ivo. Cheio de
manias (hábitos = psora, manias = sicos<).
Os sintomas físicos se manifestam através da ru-
peratividade de todos os sistemas que secretam função
pervertida. Há extravasamento de substâncias atípicas
por vias onde normalmente não aconteceria. Estado
hidrogenoide caracterizado por edemas e illfiJrrações
tiss ulares, derrames linfáticos.
Secreçõcs purulentas para fora do organismo:
nariz (rinites), ouvido (mites) , OU10S (conjumivites),
garganta (arnigdali tes), vagina (vagini tes) >, pênis (ba-
lanopostites), ânus e pele (dermatites). E chamada
de sicose primária. Se houver secreção em cavidades
dentro do organismo: seios nasais (sinusites ), a.rticu-
lações (a rtrites, sinovites), peritôneo (peritonites),
pleura (pleurites), pericárdio (pericardites ) é a sicose
secw1dária.
A sicose dos órgãos se manifesta através das
"ites". Litíases e cálculos dentários. Proliferações tis-
su lares benignas (verrugas, pólipos, miomas, cistos)
cOllstimem a. sicose terciária.
Por ex.: na bexiga: a cistire é prin1ária; o cálculo
(Iitíase) oi sicose secundária; e os pólipos, correspon-
dem à sicose terciária.
No sistema respiratório, ocorre profusão de ca-
tan·o, tosse produtiva, complexo respiratório. Na pele,
a presença de comedóes, papiJomas , cistos.
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
N as articulações, a presença dos derrames
articulares (sinovites), reumatismos, inflamações das
articulações (artrites), gota. Nos órgãos genitais, a
presença de leucorrcias, pólipos vaginais, metrites,
miomas, cistos e rumores ovarianos, presença de pus
no útero (piometria).
Inflamação dos testÍculos (orquites), inflan1ações
do epidídimo (epiclidimites), inflamações da uretra
(uretrite), inflamação do órgão genital masculino
(balanopostite), nos machos.
Sifilis
Na sífilis, existe um padrão de comportamento
que leva ao esgotamento; gerando, assin1, o "entregar
os pontos". Ocorre hipoatividade e alterações destru-
tivas. O indivíduo foge ou fica incliferente ao meio.
Tenta destruir a si e ao meio.
Mentalmente há um aniquilamento progressivo.
Apresenta lentidão mental, esquecin1ento, cansaço
de viver, fastio pela vida; torna-se áspero, rude, mal·
humorado. Deseja o suicídio. Caracteriza-se pela
destrutividade: quebra os objetos; destrói a relação
entre as pessoas. Entrega-se aos vícios, inclusive o do
trabalho; mutila-se, mata e se mata. Os criminosos
são uma soma de sicose com sífilis.
São os pacientes lesionais graves, pela classifica-
ção conforme o grau de lesão orgânica do paciente.
Nos sintomas fisicos há sempre destruição Oll
hipofunção. No sistema vascular: varizes, tromboses,
isquemias, gangrenas. Na pele e mucosas, as doenças
autoimunes, lesões de destruição mais profundas,
úlceras. No sistema nervoso, neurites degenerativas,
cinomose. Nos ossos: osteoporose, displasias, osteo-
mielite por diminuição de irrigação, necroses, cáries
dentárias. Apresenta desvios sexuais.
Predominam as infecções virais (ciclos intracelu·
lares); parasitos intra-celulares: babesiose, erlichiose,
doença de chagas; bacterianas: tuberculose, sífilis.
Ambas, tanto a Sicose como a Sífilis, seriam
os mecanismos defensivos utilizados pelo inclivíduo
numa tentativa de su primir ou negar a sensação angus-
tiante do conflito psórico. São maneiras equivocadas
de responder ao sofrimento.
Como exemplos já anteriormente cirados, a
Pulsatilla na sicose é organizada, graciosa, meiga,
delicada, amorosa, agrada a todos, visando ter como
recompensa carinho e proteção. Na sífilis, é triste,
deptimida, desorganizada, e relaxada. Já oLywpodium
clavatum na sua sicose, tenta se auro afirmar ditando
ordens para mostrar-se poderoso e na sífilis, perde o
5 9
gosto pela vida conformando-se com a sua pequenez.
Então se c1istancia, cai na bebida ou toma qualquer
outra ati tude destrutiva até morrer.
Graus de lesão orgânica
Entre outros, um item que deve ser considerado
ao fazer a prescrição.é o grau de lesão orgânica do
paciente. (Torro, 1999).
FUNCIONAlS: são aqueles em que as lesões
ainda não são detectadas por testes laboratoriais.
Compreendem as alterações de comportamento, as
anorexias sem causa física, entre outros.
LESIONAIS LEVES: são aqueles que
apresentam alterações laboratoriais e ao exame
físico. São processos reversíveis em órgãos não
vitais. Ex: dermatites, piodermites, estágios iniciais
da sindrome urológica, cadelas com piometria com
pouco comprometimento geral, se incluem nesta
classificação.
LESIONAIS GRAVES: são aqueles que
apresentam alrerações orgmicas sérias em órgãos
vitais, mas que ainda podem ser reversíveis.
Nesta classificação incluem-se os processos
renais, hepáticos, acidentes vasculares cerebrais,
ou seja, processos muito graves onde não exista
a destruição de todo o tecido em questão, e haja
chances, mesmo que remotas de recuperação.
Incuráveis: não possuem energia vital suficiente
para reagir. Pacientes com câncer, insuficiência
cardíaca, insuficiência renal, além de outros.
Leis de cura
As leis de rura nos demonstram se o tratamento
está sendo eficiente e nos dá as coordenadas com
relação à sua evolução. Quando med icamos o
paciente, homeopaticamente, podem ser observados
fenômenos otgânicos como a agravação e o retorno
de sintomas antigos. Os sintomas apresentados pelo
inclivíduo, vão desaparecendo da seguinte maneira,
após a medicação:
1. Na ordem inversa do seu aparecimento:
prin1eiramente os mais recentes, seguidos dos
mais antigos, até desaparecerem os primeiros
sinais da doença.
2. De cin1a para baixo: começando da cabeça para
O resto do corpo.
3. De dentro para fora e do centro para as
extremidades.
4. Dos órgãos mais nobres para os menos nobres,
chegando às mucosas e à pele no final.
-
Carlos Brunini, Man"o Giorgi & Colabs.
"Ape s ar do s s int o ma s mentai s se rem,
hierarqLÚcamente, mais importanres na Homeopatia,
nW1Ca devemos depreciar os sinais físicos da doença,
pois muiras vezes isso é tudo o que temo s para
trabalhar. Estes sintomas estão presenres tentando nos
mostrar alguma coisa, e se conseguirmos identificar o
que é, fà talmente chegaremos ao núcle9 de sofrimento
do indivíduo e resolverem os o caso. E exatamenre o
núcleo de sofrimemo, esra predisposição , este miasma,
que faz com que um indivíduo tenha sintomas nrinários,
o outro , oculares, e um próximo renham diarreias
após cada repreensão do dono. Cada organism o
adoece de sua própria man eira, de aco rdo com a
sua n ecessidade e sua possibilidade ." (Torro, 1999).
Repertorização
P ara encontrarmos o medic amento a s er
prescrito ao paciente estudado , se utiliza a Técnica
de Reper ro rização , co mo acima já explicado , é a
maneira pela qual o homeopata " tradu z" os sinais
e sintomas observados e a presentados pelo paciente
em cada caso individual, para a linguagem repertorial
- que é o método utilizado pelos homeoparas para
pesquisar, no Repertório Homeo pático qual o u quais
os medicamentos mais adequados para o caso.
O Repertó rio é um índice para a M atéri a M édica,
onde estão registrados todos os sintomas produzidos
e o bservados nas pa togenes ias (experimentações
no indivíduo são) e os respecrivos medicamento s
respo nsáveis pelo seu surgimento o u cura .
Segundo Df. Marcelo Pu s tiglion e, e m
" Rep e rto rizand o" , páginas XXIII a XXV do
Repertório Homeopático Pediárrico do Dr. Carlos
R . D. Brw1ini e Coaurores - 2003 - Ed. Ro be .
" O R epertó rio p ode ser carac rerizado como
um instrumento semiológico m etodolog icamente
foc ado na valorização hierarquizada dos sintomas.
D esta fo rma, é apropriado para, através da análise
da presença e frequência dos medicamentos num
conjwlto sintomático parogenético (doença artificial)
gu a rd a r a m e lh o r r el aç ão de semelh ança (d e
ho m eopaticidade) com o conjunto sinro m ático da
co ndição clínica arendid a (do ença natural). M as,
além de representar método auxiliar para firmar o
"diagnóstico medicamentoso" (o C(si,nillimtt1rt" ), o
Repertório é útil também como «(gtIia semiorécnico"
(a pontando , em ca da tema o u s intom a , que
aspectos característicos podem ser pesquisados no
interrogató rio) e como "memória auxiliar", Além
disso , a configuração de um "espectro repertorial",
isto é, de um uni verso d e m edicamento s mai S
prováveis para o caso, junto com o estabelecimento
das imagens "patogenética» e "cünica" representam
a ciência e arte do clínico homeo pata na definição
do remédio" .
Continuando , ainda., confo rme as palavras do Dr.
Pustiglione, ele ensina :~"nos valendo da sabedoria de
Arthur Rezende Filho, aconselhamos que na sequência
de habilitação ao uso do Repertó rio e da Repertorização
como insrrumenros, sejam considerados os passos
segllintes:
(1) conhecer bem o instllJmento (de preferênci a,
lê-lo na íntegra) ;
(2) procurar um sintoma, verificando sua locali-
zação (secção , rub rica , sub-rubrica) ;
(3) "compreender" o sintoma quanto ao seu real
significado para o caso e seu grau de imporrân-
cia na to talidade sinto mática;
(4) repetir reperto rizações já prontas;
(5) finalmenre , reperto riza r por co nta própria.
Entreranro, este processo co meça no apanhado
do caso e depende da habilidade e competência do
prático em fazê-lo. O médico , livre de qualquer
preconceito interprerarivo, deve saber selecionar a
Totalidade Sinromárica caracterlstica de cada caso
individual (com posta de sintomas qualificados po r
causalidades, modalid ades, concomitâncias, sensações,
sede , e irradiações) e a partir dela es rrumrar um
conjunto sindrômico verdadeiramente representarivo
denominado Síndrome Mínima de Valor Máximo
(SMVM) .
Definida a SMVM (Sínd to me M ínima de Valor
M áximo) , seus componentes devem ser comparados
entre si, esrabelecendo qual a relação de impo rtância
clínica de cada um no caso . Desta maneira, poderemos
colo cá-los em ordem decrescente , ou sej a, daquele de
m aior valor para o de menor valo r. Este procedimento
recebe o nome de Hierarquização de Sinto mas .
Num crirério absoluro (se todos os simom as
esti verem igualmente qualificados), os memais ou
do psiquism o rêm m aior valo r hierárquico, sendo
seguidos pelos gerais, vindo depois, os locais.
Sob critério relativo (on seja, se houver diferença
s ign ifica ri va n a qualificação dos sintomas ), vale
sempre o sinto ma m ais qualificado. Sempre que for
obtido este grau de q ualidade semiológica, estaremos
aptos para defullr ,que sintoma é o mais impo rrante
para aq uele caso . As vezes, pode res rar dúvida entre
um e outro sintoma, e também pode ocorrer que, em
alg1lll1 caso, não renhamos condição para esrabelecer
esta predominância hierárquica .
 Maléria Médica Homeopática (n ferprelada
Toda v~z que um sintoma (ou até mais de um)
predomina hierarquicamente sobre os demai s é
denomiJ1ad() de Sintoma Dir~ror, isto quer dizer que
dentre os IllcdiC"J.111cntos ;l cle rdacionados estará o
do caso.
Esce conce iro também é fun dame ntal na
apli<:oçoo das T émicas de Repertorizaçãu.
Tradicion alm ente a reperrorizaçao ao feita
sem recursos técnicos , arresan;l!l11cnrc . ~as duas
últim ." déulbs fo ra m desem'o lvidos programas
infonn.1ti/.ad"s com esta fmalidade .
Métodos clássicos de Repertorização de Kent
1. Científico ou mecânico: útil quando não
consegu imos definir Uln sintom a diretor,
co n sis tin do n o reg istr o de rod os o s
medicamentos que aparecem em cada um dos
si ntomas. verificlIldo e apontando qual (ou
quais) deles é o mais frequ ente .
2. Semiartístico : aplicáve l quando somos capazes
de definir sem dúvida um si ntoma diretor.
Neste caso, co ns ide ra mos corno universo
med ic amentoso aquele que corresponde ao
sin toma pré-definido e a segnir ve tificamos
a frequência dos medicamentos nos demais
sintomas do caso apontando qual (ou quais)
deles é o mais trequente.
3. Artístico: apenas aplicável quando so mos
capazes de estabelecer ordem hierárqnica entre
cada um dos sintomas do caso, pois este método
consiste em eliminar medicamentos que não
cubram o slntoma seguinte.
Método de Repertorização de Pustiglione
Leva em consideração a importância dos sinto-
mas mentais ou psíq uicos e propõe que seja aplicado
o Mérodo Científico de Kenr a estes, daí tirando um
uni verso de medicamentos representado por aqneles
que frequentem 50% ou mais dos sintomas cons i-
derados. A seguir aplica -se o Método Semiarrístico,
verificando a frequência daqueles medicamentos nos
sintomas getais e locais que compõem a SM VM (Sín-
drome MÚlÍma de Valor Máximo) do caso.
Método de Repertorização Informatizada
"Robe Jr."
Uma vez escoUl ida a SM VM (Sín drome Míni-
ma de Valor Máximo) o passo seguinte é selecionar
o sintoma de maior hierarquia clíllica: o "s inrolua
dir~ror" . Alimente-se o programa com estes dados,
5
obtendo-se :1 sugcstiÍo de reméd.ios, pois nunca é
demais lembrar que:
O paciente fab;
O médico c:.scura;
O n,:plTt( ')!'ío .s llglTl~.
A matérÍJ méd.ica decide, fmali za o De Pusti -
glione (2003) . Seglllfdo Aremles (1995 ), "A chave
do sucesso da re pcrroriz:lçõo, não apenas na medicina
veterinária) mas para n m ~Jjco} encontra-se na real
compreensão uo sintoma) COIllO sintoma hom eop;í.-
ti co, aliado à peculiaridade do raro e esrr:mho e toral
com preensão do sign ificl.do da palavra, de\'~ndo
todos os sintomas SCrCJll l.'srudados até seu total en-
tendimento" .
Continua Arenak, (l995), nos ensinando: "é
frequente utilizarmos a palavra caprichos a para um a
pessoa meticulosa e confund.irmos emoções distintas
como ciúmes e inveja".
((Naturalmente é de extrema írnportância a ava-
liação do médico veterinário das condutas, compor-
tamentos ou padrões relnivos às distintas espécies e
dentro de cad a esp":cie a .sua faixa etária», «Considerar
um cão com pOlICOS meses com o si.ntom a ((morder"
não é real, es te é o seu contato co m o mundo ) é ;,l. sua
forma de expressar a necessidade de exerc itar-se em
atividades lúdicas ; tanl pouco é correto considcrar as
aves assustadiças por barulhos que possam produzir,
pois isto expressa apenas a reação normal desres seres".
(/\renales,1995)
Sob a luz da Homeopatia, buscamos encontra r
as causas básicas que deseq uilibraram o pac iente,
rornando-o suscetível à enfermidade ; procurando
o seu núcleo de sofrimento , o que desencadeou O
processo de adoecimento.
Através da busca do medicamento correto que
apresenta as características mentai s (referentes à ex-
pressJo de sua mente), gerais (que exprimem o sen
sofrimento) e locais (que exprimem o sofrimento de
uma parre ou órgão) semelhantes as do paciente, o
(lsimillimu1JI'~ ou medícamento de fund o, se acerta-
damente selecionado, irá devolve r-lhe o equilíbrio,
possibil.itando, senão a cura, ao menos o alívio dos
seus sofrimemos fís icos, e mentais, propiciando-lhe
considerável melhora de qualidade de vida. Esr~~ , sem
dúvida, O maior diferencial da terapia homeol, árica,
porém não podemos desco nsiderar suas outras gran-
des vantagens, quais sejam: o baixíss imo custo do._
merucan1cntos, se comparados às drogas utilí zad:l.~
pela alop:ltia e o conforto propiciado, aO paciente e ao
prop rietário, pela extrema facilidade de "dministraç.1o
dos g!fí bu los nu g(lta" frellte às agrc.,sivas récn..icas
58 Carlos Brunini, Mario Giorgi & Colabs.
quimioterápicas que exigem, muitas vezes, não só
um profissional competente para sua administração,
como também a internação do paciente para terapia de
suporte, dado às complicações causadas pelas drogas.
Então, a homeopatia dispõe de recursos e fer-
ramentas para tratar os casos com vantagens em
relação às outras terapias convencionais. Uma das
suas grandes vanragens é a facilidade de administrar
o medicamento, que pode ser colocado na água ou
no alimento, contribuindo assim para não agravar
o estresse a que o paciente já está submetido pela
presença da enfermidade; facilitando o seu manejo e
evitando possíveis sofrimenros derivados, por exem-
plo, da necessidade de contenção para ser medicado;
além daqueles provocados pelos importantes efeitos
colaterais das drogas convencionais.
Busca promover o reequilíbrio do indivíduo,
na sua totaJidade, o que significa mais que o simples
desaparecimento dos sintomas físicos, ajudando o
paciente a viver com a melhor quaJidade de vida que
for possível no seu caso. O baixo custo dos medica-
mentos, quando comparado ao alto custo das drogas
utilizadas no tratamento aJopático é também uma
grande vantagem da terapia homeopática.
"Sulphur um medicamenro que se adapta a
muitos casos e seus sintomas se encontram em quase
rodas as linhas de repertórios." (Lathoud, 2002).
 Matéria Médica Homeopática Interpretada
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