Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Centro Biomédico
Instituto de Medicina Social
Rio de Janeiro
2003
Adriana de Freitas Velloso
Rio de Janeiro
2003
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CB/C
CDU
Adriana de Freitas Velloso
Aprovado em _______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Rio de Janeiro
2003
Esta tese é inteiramente dedicada à memória de minha tia, Ione Saldanha, que
me ensinou a apreciar a arte da vida no simples e natural.
“O que nos importa não é tanto chegar a uma solução provisória, mas mostrar
que um problema merece ser colocado”
George Canguilhem
RESUMO
QUADRO 1 26
TABELA 1 29
FIGURA 1 30
FIGURA 2 30
FIGURA 3 31
TABELA 2 32
FIGURA 4 48
FIGURA 5 54
FIGURA 6 54
FIGURA 7 54
FIGURA 8 91
FIGURA 9 92
FIGURA 10 92
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 10
INTRODUÇÃO 14
Dinâmica Vital e Diagnose 16
OBJETIVOS DO ESTUDO 35
ESTRATÉGIA METODOLÓGICA 40
O Estudo das Fontes 42
CAPÍTULO I – AS ORIGENS 48
O Homeopata Weihe 48
O Pensamento de Weihe 70
Os Alunos de Weihe 85
Periódicos 139
BIBLIOGRAFIA 143
Livros 143
APRESENTAÇÃO
1
Patogenesias são as “experimentações” ou registros sistemáticos dos sintomas produzidos
pelas substâncias em seres humanos saudáveis. Os resultados dessas experimentações
somados à literatura toxicológica das substâncias e as curas clínicas efetuadas pelas mesmas
segundo o princípio homeopático formam as Matérias Médicas Homeopáticas.
2
Nos Repertórios estão projetadas referências cruzadas que compilam as listas de
medicamentos onde um sintoma específico foi localizado. O propósito do Repertório é
11
possibilitar que o homeopata reveja rapidamente as várias drogas conhecidas como produtoras
dos sintomas que estão sendo estudados num determinado caso.
12
maternidade, uma boa parte desse material estava sendo traduzido para o
português. Após esse período me dediquei a desenrolar a história dos
Pontos de Weihe, que finalmente apresento aqui.
Não poderia finalizar esta apresentação sem fazer alguns sinceros
agradecimentos àqueles que, se não me ajudaram diretamente na
execução dessa dissertação, me suportaram acadêmica e afetivamente.
Assim, a Erika Duniec e especialmente a Julia Briguitta por seu
trabalho profissional e rápido de tradução do alemão. Pelas necessárias
traduções para o francês de textos mais recentes, agradeço a Nicole, Vania
Petterson e também a Júlia Carvalho por sua desinteressada colaboração.
A Eliane Novato e Lenora Ramires, pelo trabalho de digitação das fitas de
tradução e a Elizabeth Oliveira pelo trabalho de revisão e ao meu tio Sérgio
pelo trabalho de digitalização e colocação das figuras no texto. Ao colega
Francis Treuherz, de Londres que com sua extensa biblioteca homeopática
me deu a primeira luz na busca das fontes e a Beate Schleh da biblioteca
do instituto Robert Bosch, Stuttgart, que prontamente atendeu meu pedido.
Ao colega Paulo Rosenbaum, por seu exemplo pessoal como
pesquisador da Homeopatia e por sua colaboração na pesquisa das fontes.
Ao professor Kenneth Rochel Camargo Jr. e Jane Sayd por terem
contribuído com suas obras, aulas, comentários e discussões para a
elaboração dessa dissertação. A professora Roseni Pinheiro que, com seu
projeto “Integralidade” me permitiu refletir sobre uma importante questão
para a Homeopatia e para a Medicina Chinesa. A todos os colegas do
Grupo de Pesquisa “Racionalidades Médicas”, pelo debate sempre
estimulante e particularmente a Marilene Cabral do Nascimento que, com
sua clareza, me esclareceu alguns conceitos desconhecidos até então para
mim.
A Madel Luz, minha orientadora, que deixa em mim a marca de ter
aberto uma brecha no mundo acadêmico para a discussão da saúde, da
cura e do movimento da vida, e, também, de ser formadora de pensadores
livres, capacitando os pesquisadores a colocar os instrumentos
metodológicos a serviço de novas idéias.
À minha família e amigos a quem privei, muitas vezes, da minha
dedicação e companhia nos dois últimos anos, particularmente, meus
13
INTRODUÇÃO
3
A eese respeito ler a dissertação : O Campo Médico Homeopático : década de 90, de
LAUCAS (1999).
15
4
Uma extensa produção de artigos, teses de mestrado e doutorado são o fruto dessa linha de
pesquisa, que podem ser encontradas nos periódicos Physis, Revista de Saúde Coletiva ou
Série Estudos em Saúde Coletiva, todas do IMS/UERJ, mas também em outras Revistas
Nacionais e Internacionais. Podem também ser acessados no site
www.racionalidadesmedicas.pro.br.
5
LUZ (1997)
6
Luz, define a dimensão da cosmologia como a que fundamenta as outras cinco e exprime “as
formas de concepção, representações e práticas sociais envolvendo temas socialmente
cruciais como vida, corpo, indivíduo ou pessoa, saúde, doença, e morte em cada cultura,
estabelecendo-se assim uma forte ligação, que transcende a racionalidade da ciência, entre
conhecimento ou saber médico e a própria sociedade em que emerge e se afirma
historicamente determinado sistema médico” ( trecho extraído do relatório de pesquisa do
Grupo de Pesquisa do CNPq Racionalidades Médicas – 3ª fase).
16
7
Cabe ressaltar que hoje essas racionalidades tornaram-se especialidades e como as demais
estão inseridas no nível secundário de atenção à saúde e não no primário onde o potencial de
promover saúde seria plenamente aproveitado, pois, é na identificação prematura dos
desequilíbrios internos e no seu reequilíbrio também precoce, que reside a maior diferença
dessas medicinas vitalistas para a biomedicina.
17
8
CUVILLIER, H.L. apud ROSEMBAUM (1996, p.50).
9
ROSENBAUM, P. Homeopatia e Vitalismo(1996, p.61).
10
ROSENBAUM, P.(1996, p. 65) escreve sobre Barthez: “Segundo ele, importava menos
explicar o que é, e como é contituído este princípio vital, mas como ele pode ser demonstrado
no processo da experiência”.
11
MACHERY escreve no posfácio de CANGUILHEM, 2000, p. 296.
12
O Vitalismo existe enquanto escola filosófica e possui origens semelhantes ao Animismo.
Podemos considerar sua diferenciação a partir da formulação da hipótese do princípio vital de
Barthez (1772).
18
13
Aqui se entende sintoma segundo a definição de HAHNEMANN (1996) : “ como qualquer
sinal de desvio em um estado prévio de saúde, perceptível ao paciente, aos que lhe cercam, ou
ao médico”.
19
14
Este trabalho não se propõe à discutir as questões de linguagem que envolvem a tradução
dos termos chineses. Para este fim ler o artigo de BARSTED (2000) A Grama é Verde?
Linguagem e Pensamento na Medicina Clássica Chinesa.
15
Na Homeopatia encontramos este mesmo princípio presente nos sintomas chamados de
"keynotes". Esse tema foi esclarecido pelo Dr. Stuart Close em palestras ministradas no New
York Homoepathic Medical College entre os anos de 1909-13 e posteriormente reunidas e
publicadas em 1984 pela ed. B. Jain de New Delhi. O cap. XI foi traduzido e publicado pela
revista Selecta Homeophatica de jan-mar 1993 vol. 1.
O Dr. Close esclarece que o termo "keynote" foi introduzido pelo Dr. Henry
N.Guernsey, a propósito do seu sistema de prescrição "Keynote". Esse método nada mais é do
que o cumprimento da determinação de Hahnemann de dar atenção máxima aos sintomas
característicos e peculiares do caso. É um termo alusivo à música onde é definido como “ a
nota ou o tom básico a que a peça inteira se ajusta”. Comparando os sintomas dos
medicamentos observa-se que existe, em todo medicamento, diferenças peculiares em relação
a qualquer outro. Essas diferenças são os sintomas "keynotes". Um "keynote" é uma
generalização deduzida logicamente a partir dos sintomas particulares. Nas palavras do Dr.
Guernsey, no prefácio à primeira edição de sua obra sobre obstetrícia:
“... ele pretende apenas especificar algum sintoma marcadamente característico, que
se apresentará geralmente como sintoma diretor, e ao reportar-se ao Código de Sintomas ou a
Matéria Médica todos os outros estarão lá presentes se aquele estiver”.
Mas é importante compreender, como assinala, Stuart Close, que o keynote de um
caso pode ser, e comumente o é, uma combinação peculiar de sintomas e não um sintoma
isolado.
20
16
Os vários modelos de padrões de identificação são:
Padrões de acordo com os 8 princípios – que levam ao reconhecimento de um padrão
yin ou yang;
Padrões de acordo com os 5 movimentos: madeira, fogo, terra, metal e água;
Padrões de acordo com as substâncias vitais:
Padrões de acordo com Qi, Sangue(Xue), e Fluidos Corpóreos (Jin Ye);
Padrões de acordo com os Sistemas Internos (Zang Fu);
Padrões de acordo com os Fatores Patogênicos;
Padrões de acordo com os meridianos;
Padrões de acordo com os 6 estágios;
Padrões de acordo com os 4 níveis;
Padrões de acordo com o Triplo Aquecedor (Sanjiao).
17
In SELECTA (1993, p.22)
21
18
Resultados apresentados pela segunda fase da pesquisa “Racionalidades Médicas”.
22
19
Este é o caso de Phosphorus, metalóide, que se extrai de ossos calcinados, sólido, flexível,
luminoso no escuro, transparente recém preparado e opaco depois de algum tempo. Possui as
seguintes modalidades: agravações dos sintomas no crepúsculo e à noite bem como melhoria
no escuro.
24
20
Também encontramos, embora menos freqüente, o emprego do princípio de similitude na
MTC.
25
21
No centro paradigmático durável encontra-se além da Lei dos Semelhantes o princípio da
Totalidade/Unidade, e no “soft coating” as demais formas analógicas citadas.
26
QUADRO 1
2.1.1- Ancestrais
2.1.3- Deus(es)
22
FRAZER, J.G. – The Golden Bough (1926) apud UNSCHULD (1995 : 52)
28
23
FONTE – Apostila do Instituto de Acupuntura do Rio de janeiro – CLÍNICA EM
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA – 1997
30
24
MACIOCIA ( 1996 p. 27)
25
idem
31
26
MACIOCIA (1996, p.28)
32
TABELA 227
Ascensão do
MADEIRA Guerras, Brigas,
Fogo do Fígado
Combates,
Acesso de Raiva,
Discussões,
Devastação,
Suicídio, Morte,
27
FONTE – Apostila do Instituto de Acupuntura do Rio de Janeiro – CLÍNICA EM MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA- 1997.
33
Animais
Raivosos
Acúmulo de
Fleuma
Obstruindo a
Vexames, Estar
Vesícula Biliar Desnudo em
Público, Estar
sem Sapatos,
Insultos,
Humilhações,
Quer Falar mas a
Voz Não Sai
Excesso de Yang Incêndios,
do Coração Audácia,
Enfrentar o
Perigo, Risos e
FOGO Gargalhadas
Deficiência de
Sangue no
Coração Fogo, Vulcões,
Fumaça,
Montanhas Altas,
Erupções
Vulcânicas,
Viagens
Longínquas,
Grandes Cidades
Deficiência do
Yang do Coração
Falta de
Proteção, Falta
de Agasalho,
Nevasca,
Inverno, Cidades
Escuras, Ruas
Desertas
Deficiência Do Qi Objetos de Metal,
do Pulmão Facas, Facadas,
Objetos Brancos,
Perseguição,
Medo, Guerras,
Morte, Vôos
METAL (Sonha que Está
Voando),
Dificuldade de
Passar em
Locais Estreitos,
Acúmulo de Claustrofobia
Fleuma no
34
OBJETIVOS DO ESTUDO
28
A dimensão da dinâmica vital, aparecia, na primeira fase do projeto Racionalidades Médicas
como incompleta. Foi observado que essa dimensão não se apresentava elaborada
teoricamente e, muito menos descrita nos livros clássicos homeopáticos. Não fosse a
Homeopatia uma medicina tão jovem, indefinições teóricas poderiam surpreender, mas com
apenas duzentos anos de existência, ainda há muito à construí-la enquanto racionalidade.
36
29
Samuel Hahnemann, o fundador da Homeopatia, nunca descuidou de fazer um exame clínico
preciso em seus pacientes. Até mesmo os novos e objetivos métodos diagnósticos, como na
época era a auscultação, tinham em Hahnemann, há muito tempo, achado seu pioneiro.
“Assim, por exemplo, relata um jovem paciente, o qual já tinha na Inglaterra sido
examinado por muitos médicos e que finalmente em 1837 procurou o Dr° Hahnemann,
então com 82 anos em Paris:’Hahnemann me examinou com tanta exatidão como eu
nunca dante tinha sido examinado por outros médicos. Ele... me colocou um
instrumento no peito e depois nas costas, e me auscultou de tal forma como dantes
nunca me tinha acontecido’”. (Seiler, 2001:cap 5: 6)
Também pelos próprios relatos clínicos de Hahnemann se sabe que ele, por exemplo, poderia
dedicar a um sintoma objetivo de um paciente no mínimo a mesma atenção que ele daria as
suas mais finas reações emocionais. Se os sintomas objetivos fossem característicos, eles
também desempenhavam um papel importante na escolha da medicação.
30
VI Seminário Racionalidades Médicas , 1997.
31
SAYD ( 1998) comenta :
“ E a revolução de Bichat, se trouxe uma nova compreensão do processo de
doença através da associação dos sintomas com a lesão, não permitiu nenhuma
inferência terapêutica: aspectos morfológicos relacionados ao processo de
adoecer e morrer não dão conta da dinâmica da vida e, portanto, não permitem
pensar processos de cura. A dinâmica vital, para a medicina nascente, era
obscura, como o demonstra a conhecida frase de Bichat, excessivamente
sintética para ser útil: ‘vida é o conjunto de princípios que resistem à morte’”.
37
32
Hahnemann sempre se declarou contrário a essa idéia em uma postura de enfrentamento
explícito à medicina de sua época que buscava acima de tudo explicar as doenças mais do que
tratá-las. Chama-se atenção aqui que não se trata de interrogar as causas das manifestações,
mas sim, de um questionamento da necessidade de estabelecer relações analógicas entre os
fenômenos e se esse estabelecimento permitiria reconhecer qualitativamente um movimento
clínico.
38
uma postura científica que despreza o que não é verificável 33. Embora não
seja uma postura consensual no campo da Acupuntura brasileira, possui
muita força política e está na origem da formulação das diretrizes e bases
da especialidade, solicitada pela Associação Médica Brasileira (AMB). Uma
Medicina Chinesa mais voltada para resolução dos quadros de doença do
que para o adoecimento do sujeito pode ser o resultado da postura médica
oficial, associada à exclusão das demais modalidades terapêuticas desta
recente especialidade, e do ingresso de um número considerável de novos
médicos/alunos de Acupuntura buscando adquirir a técnica natural de
“combate da dor” 34. Essa tendência leva, por vezes ao encaminhamento de
pacientes que chegam com queixas subjetivas, como os sintomas mentais
e gerais, para profissionais de outras especialidades, como a Homeopatia e
a Psiquiatria, por exemplo.
33
Movimento também observado no campo da Homeopatia.
34
É comum que esses novos médicos venham de outras especialidades médicas, como
Anestesia, Reumatologia e Ortopedia.
35
A esse respeito ler os artigos de Colin Campbell e de Octávio Velho no periódico Religião e
Sociedade de 1997 e o comentário de Jane Sayd na revista Physis.
40
ESTRATÉGIA METODOLÓGICA
36
MACHERY, no posfácio intitulado ; A Filosofia da Ciência de Georges Canguilhem –
Epistemologia e História das Ciências. In CANGUILHEM, 2000, p. 276.
37
Idem
42
39
Idem
43
Do Dr. Leeser
4- Inhalt des Vortrags des Dr. Leeser-Lübbeke in der
Morgensitzung der Central-vereins-Versammlung zu Hamburg am
10. August c. Allgemeine Homöopathische Zeitung, Bd 111, No.13:
Leipzig, 1885.
5- Die epidemische Heilmethode in ihrem Verhältnisse zur
Homöopathie. Allgemeine Homöopathische Zeitung, Bd 116, No. 9,
10, 11, 12, 13, 14,15, 16, 17, 18 : Leipzig, 1888.
6- Zur Frage der epidemischen Mittel. Allgemeine
Homöopathische Zeitung, Bd. 117 : Leipzig, 1888.
7- Rückblick auf die geschichtliche Entwickelung der
Weihe’schen Heilmethode. Allgemeine Homöopathische Zeitung, Bd
124, No. 5 u. 6 : Leipzig, 1892.
8- Der Nutzen der Weihe’schen Methode für die Kenntniss der
Arznei-mittellehre. Allgemiene Homöopathische Zeitung, Bd. 126,
No. 7 u. 8 : Leipzig, 1893.
9- Steht die Weihe’schen Methode innerhalb der Homöopathie?
Allgemeine Homöopathische Zeitung, Bd. 127, No. 11 u. 12 :
Leipzig,1893.
10- Offener Brief na Herrn Dr. Carl Köck in München. Allgemeine
Homöopathische Zeitung, Bd. 128 : Leipzig, 1894
Do Dr. H. Göhrum
11- Zur Anwendung der epidemischen Mittel. Allgemeine
Homöopathische Zeitung, Bd. 119 : Leipzig, 1889.
12- Die Weihe’sche Methode. Zeitschrift des Berliner Vereines
homöopathischer Aerzte : Berlim, 1891.
13- Epidemiologische Ecke. Allgemeine Homöopathische Zeitung,
August 1891/Juli 1892 : Leipzig, 1891/92.
46
Do Dr. Kunkel
19- Aus der Praxis. Allgemeine Homöopathische Zeitung, Bd. 121
: Leipzig, 1890.
Do Dr. Lorbacher
21- Noch einmal die Druckpunkt-therapie. Allgemeine
Homöopathische Zeitung, Bd. 126 : Leipzig, 1893.
Do Dr. J. Schier
22- Aus dem Rhein-Maingau-Verein homöopathischer Arzte.
Allgemeine Homöopathische Zeitung, Bd. 169 : Leipzig, 1921.
Do Dr. H. Schoeler
23- Das Hochpotenzproblem. Allgemeine Homöopathische
Zeitung, Bd. 195 : Leipzig, 1950.
47
Do Prof. de la Fuye
24- Über die Synthese von Homöopathie und Acupunktur.
Heilkunst 11, 403-409, 1951.
CAPÍTULO I - AS ORIGENS
O HOMEOPATA WEIHE
40
O pai de August Weihe Junior imigrou, quando jovem, para a Suécia onde Weihe nasceu.
Aos 12 anos, Weihe e sua família retornaram à Alemanha e se instalaram na cidade de
Herford.
41
O avô de Weihe era como botânico tão conhecido quanto como médico e era nesta condição
amigo de C. Von Bönninghausen (1785 – 1864) com quem mantinha uma viva correspondência
científica. Em 1827, quando diretor do Jardim Botânico de Münster, Bönninghausen, aos 42
anos, adoeceu de um grave mal chamado de Tísica Purulenta. Depois de 9 meses de doença
sua morte parecia inevitável e ele escreveu a seu amigo uma carta de despedida sem saber
que este tinha se tornado discípulo do método de cura homeopático, naquela época, ainda
desconhecido de Bönninghausen. O resultado desta correspondência foi a cura do mal através
de uma única dose de medicamento homeopático ( Pulsatilla) e a dedicação de Bönninghausen
49
à Homeopatia pelo resto de sua vida, tornando-se certamente o mais importante aluno direto
de Hahnemann.
42
O Dr. Weihe se empenhou na cura de seus próprios males crônicos e hereditários como
relata nessa passagem : “ Assim aconteceu também a mim que nos anos anteriores sofria tanto
e apesar de uma maneira de vida sólida e equilibrada, eu também tinha que carregar uma
considerável quantidade de gordura, consegui diminuir meu peso em cerca de 25 libras,
simplesmente através do uso de potências altas.” (Weihe, 1886)
Em outra passagem Weihe afirma : “Que eu agora já estou liberto de tudo
completamente, eu certamente não afirmo, porém, o que eu já consegui, me é
indescritivelmente muito e extraordinariamente valioso e eu ainda posso esperar mais coisas
do tempo futuro “ (Weihe, 1890).
43
Philippus Aureolus Theophrastus Bombast von Hohenheim era o nome de batismo de
Paracelsus que se rebatizou no início de sua carreira médica por volta de 1516.
44
A busca de uma medicina racional estava presente em Rademacher como o estava em
Hahnemann e posteriormente em Weihe, embora, esta influência não signifique adesão destes
às categorias de mecanicismo, dualismo e fragmentarismo.
50
45
A respeito do Prof. Rudolf Arndt Weihe escreve :
“...cheguei agora à forte convicção que nada pode ser mais tolo do que esperar
uma cura rápida de qualquer real doença crônica com causa interna ... o mal
crônico, que está profundamente enraizado, e que já existia nos pais de maneira
similar, está intrinsecamente entremeado com nossa formação corporal inteira,
com nosso mais profundo ser moral e espiritual, estudar a esse respeito o livro
do Prof. Rudolf Arndt sobre neurastenia, objetivo é mais do que recomendável
para qualquer médico homeopata principalmente aquilo que é dito sobre
Stigmata Hereditatis suis Degenerationis (Weihe, 1890)”.
51
46
Rademacher, citado por Surya (1923: 253) apud Seiler ( 2001).
47
Segredo dos Alquimistas (1993 : p. 63-65).
54
Fig. 6 Rademacher
Fig. 7 Paracelsus
48
Paracelsus nasceu em uma aldeia suíça onde seu pai era médico rural. Com a morte de sua
mãe, ainda pequeno, pai e filho se mudaram para Villach, uma pequena cidade ribeirinha do
sul da Áustria, onde a mineração era uma das principais atividades. Estudioso, o garoto
freqüentou uma escola para analistas e supervisores de minas, que lhe proporcionou uma
experiência de primeira mão nos processos metalúrgicos da época, além de ajudá-lo a
perceber as doenças endêmicas entre os mineiros.
56
49
Entende-se por medicina da totalidade àquela que considera o paciente em sua totalidade
sintomática, ou seja, o tratamento é voltado para o conjunto das manifestações sintomáticas.
Esta prática médica está em antagonismo com a medicina que tem como princípio norteador
tratar sintomas específicos sem levar em conta o conjunto sintomatológico, por exemplo a
medicina das especialidades.
57
50
Von Grauvogl,citado por Leeser (1888).
51
Seiler em seu estudo nega ter encontrado qualquer referência a Rademacher na obra de
Hahnemann mas esta pode ser verificada na versão digital do programa Radar – ExLibris
Philosophy no livro de Hahnemann Organon of Medicine 6a. ed., na introdução do appendix .
58
52
Haehl,(1922: 300) apud Seiler (2001).
53
Schlegel (1891) citado em Haehl,53 As citações homeopáticas de Paracelsus são hoje em dia
conhecidas :
“Um médico realmente verdadeiro... isto é Morbus Terebintus, ... isto é Morbus
Helleborus etc, e não ... isto é reumatismo, isto é coriza, isto é catarro ” (idem).
“Não é com o peso, mas sim com o que está além do peso que o medicamento
deve ser administrado, pois quem pode pesar o brilhar do sol ... Quem pesa o
Spiritum Arcanum (= alma da substância curativa)? Ninguém. É nele que está o
medicamento e não em nenhum outro mais pesado ... O medicamento deve ...
fazer um efeito tão forte sobre a doença como um fogo em cima de uma
fogueira... Uma faisquinha porém, é pesada o suficiente para queimar uma
floresta inteira, e a faisquinha é sem peso. Assim vocês também devem
entender a indicação do medicamento”. (Paracelsus, 1923: 300-301)
54
Schlegel (1891) citado em Haehl, (1922: 300) apud Seiler ( 2001).
60
55
Rosenbaum, 2000: 111-112.
61
56
Também para além das fronteiras da Alemanha os sucessos de Rademacher tiveram um
grande efeito, como por exemplo, em cima de Burnett (1840 – 1901) que tinha nascido no
mesmo ano de Weihe e que tinha uma intimidade muito grande com o alemão.
62
57
Por efeito sistêmico entenda-se um efeito no organismo como um todo.
58
O método de Weihe era naquela época conhecido como o Método de Cura Epidêmico. Este
nome gerou a crítica publicada no Jornal Geral Homeopático do homeopata rademacheriano
Dr. Kunkel. Weihe responde em artigo de 1890 deste mesmo jornal da seguinte forma:
“O Sr. Colega Kunkel, se eu entendi bem, parece que se ofendeu que nós, ou seja,
meus amigos e eu, nomeamos as substâncias achadas através de nosso método de
epidêmicas. Eu não posso lhe tirar totalmente a razão na medida em que esta
denominação corresponde somente muito pouco à essência da coisa, porém,
podemos nos desculpar em relação a isso, pois nós não inventamos esta nomeação,
mas sim, a pegamos da literatura da escola de Rademacher aonde ela certamente
combina mais... por outro lado, a consciente nomeação tem para nós a vantagem
de nos trazer à lembrança, sempre, o parentesco de nossas experiências com
aquelas da escola de Rademacher e desta forma, nos protege de alguma maneira
da compreensão louca de que se trate, no nosso caso, de coisas totalmente novas à
parte e que estavam voando soltas no ar sem qualquer conexão com ensinamentos
há muito conhecidos e testados “ (Weihe, 1890).
64
medicina tradicional científica e que tratava cada vez mais somente com o
diagnóstico patológico–anatômico e com doses materiais.
Este era o estado da Homeopatia, na Alemanha, após a morte de
Hahnemann. Até mesmo o tio de Weihe que cresceu dentro da tradição
clássica da Homeopatia, se tornara favorável, ao menos, em parte, a essa
prática, uma vez que, em casos de artrite aguda costumava receitar
esquematicamente Bryonia e Hepar sulphur em baixas potências e
59
alternadamente . Este procedimento homeopático, que era ainda muito
rudimentar, mas de forma nenhuma inócuo, seu sobrinho criticava
severamente como sendo “alopatia camuflada “.
As melhores cabeças da geração alemã de homeopatas depois de
Hahnemann, como por exemplo, Hering já tinha há anos saído do clima
político limitador e da intolerância médica da restauração alemã para a
mais liberal dos Estados Unidos da América do Norte. Como outros, este
excelente médico homeopata trabalhava no tempo dos estudos de Weihe,
fora da Alemanha. Para completar o cenário homeopático da época deve-
se assinalar que os escritos de Hahnemann eram, então, raramente lidos
60
ou lidos com pouca exatidão, sendo que, a 6ª edição do Organon ficou
sem ser publicada até o século seguinte.
Se os homeopatas de então – final do século XIX – pudessem
61
corresponder à exigência de Hahnemann , também enfatizada por C. V.
Bönnighausen, de levar em consideração as circunstâncias acompanhantes
62
quando da escolha da substância curativa – a fim de se protegerem
contra enganos e inseguranças no diagnóstico medicamentoso – estariam
eles, segundo Leeser, e como vislumbrara, também, tempos atrás, o Sr.
59
Sem individualização do caso.
60
O Organon da arte de curar é a obra central do fundador da Homeopatia, Samuel
Hahnemann. Nele está contida praticamente toda a filosofia e doutrina deste sistema médico.
61
Detalhes sobre esse aspecto da doutrina homeopática podem ser encontrados nos
parágrafos 99 à 103 da 6ª edição do Organon .
62
Como circunstâncias acompanhantes, na investigação das doenças agudas, entende-se o
conjunto característico de seus sinais e sintomas ao longo de uma observação precisa de
vários casos durante uma epidemia em um dado tempo. Para Weihe e seus alunos esse
estudo homeopático das epidemias preconizado por Hahnemann coincidia quase que
totalmente, com o estudo do Genius Epidemicus.
67
63
Vale aqui lembrar que Rademacher não era homeopata mas teve vários alunos homeopatas
como Weihe e até mesmo alguns críticos deste, como o Dr. Kunkel.
64
Chama a atenção a existência de uma única expressão Genius Epidemicus em todo o banco
de dados do programa ExLibris/RADAR. Trata-se de uma observação de C. Hering, em sua
Matéria Médica, no capítulo dedicado ao medicamento Apis melifica onde se lê: “it happened at
the time to correspond to the genius epidemicus in Berlin, but Wolf recommended it in all
intermittent fevers”.
65
Rademacher, 1843:146 apud Seiler, 2001: 16.
68
“... não há nada que eu lamente mais do que não poder dar ao
leitor nenhum único caso generalizado, o qual poderia servir para
um futuro re-reconhecimento. Com toda atenção eu não descobri
nenhum, e o relato de tais sintomas, os quais, não todos, mas em
grande número têm em comum muita febre, é para o futuro re-
66
reconhecimento inteiramente sem objetivo”.
65
Seiler, 2001: 17.Rademacher (1843: 145) apud Seiler ( 2001).
66
idem
69
67
Seiler (2001).
70
O PENSAMENTO DE WEIHE
68
É assim que Weihe chama suas idéias neste artigo (Weihe, 1886).
69
Nos parágrafos a seguir, as letras inclinadas estarão indicando termos e/ou expressões tal
qual aparecem nas traduções dos textos originais.
71
70
Em uma passagem de seu artigo de 1892, Weihe advoga o uso do medicamento puro, i. e. ,
sem misturas :
“Porém, essas experiências nos ensinam também, que nós não precisamos, como
alquimistas que procuram desesperadamente o ouro, misturar nossas mais valiosas
medicações em composições químicas, mas sim, que sem esforço podemos
conseguí-las em infindável quantidade do campo, das florestas, e dos gramados.
Deus, diz Jesus Siracb (?), deixa o medicamento crescer da terra e a pessoa
inteligente não o desrespeita”.
71
A esse respeito Weihe diz em outro artigo de 1890 :
72
Nesse trecho do artigo de 1886 Weihe cita o Dr. Jäger : “Vida é movimento e quietude é
morte”, porém, não cita a fonte. Dá a entender que se trata de frase constantemente
empregada por esse professor, com quem trocava viva correspondência e a quem muito
admirava pelo trabalho pioneiro na área da terapêutica e da pesquisa que, entre outras coisas,
desenvolveu a chamada prova do vinho, que tinha como objetivo demonstrar a ação dos
medicamentos dinamizados. Sem defini-lo muito bem, Weihe enquadra o Prof. Dr. Jäger entre
aqueles que aderem aos princípios naturalistas, mas, sem confundi-lo com essa escola.
73
Assim;
“Uma notícia agradável e alegre aumenta a sensação de calor, aviva nosso espírito,
deixa que nossas bochechas fiquem com uma cor saudável vermelha, aumenta o
brilho dos nossos olhos. Por isso também se diz que a alegria nos torna mais bonitos
e, tudo que se faz com vontade e amor nos é muito mais fácil do que coisas que a
gente faz com maior ou menor má vontade. Quando nossas crianças brincam por
horas no inverno e no gelo, você não nota nada de cansaço nelas quando voltam
para casa. A atividade muscular considerável que elas desenvolveram nesse
período é reconhecida facilmente no grande apetite que elas agora apresentam. O
que aviva e estimula o metabolismo é ar fresco e limpo, principalmente aquele do
mar, das montanhas, das florestas, dos gramados e o aroma das flores e isso
quando você se movimenta minimamente. Por isso que os camponeses, os
caçadores, os jardineiros e os militares em geral, têm uma saúde melhor e uma
aparência mais fresca, mais saudável, têm um corpo mais forte do que a maioria das
outras profissões. Por outro lado, também é verdadeiro que exatamente o efeito
contrário, ou seja, uma diminuição do metabolismo acontece através de tudo que
73
75
12 – O medicamento homeopático é por si só prazeroso quando
comparado com os alopáticos e mais prazeroso se torna à medida que leva
em consideração suas afinidades específicas com o organismo doente.
tem um efeito maléfico aos nossos sentidos e a nossa mente. Aí podemos incluir
preocupações, tristezas, melancolia, uma atividade corporal muito limitada em
lugares fechados, com cheiros de todo tipo. Compare-se a aparência de um
proletário fabril com aquela de uma população abastada (Weihe 1886) ”.
74
Weihe faz longa transcrição do livro “Fotos de Viagem Frenológicas ” do Dr. Gustav Scheve
de 1863, no qual ele descreve sua experiência pessoal como paciente do método de cura
naturalista. A intenção de Weihe era mostrar como os médicos naturalistas também dão grande
valor às eliminações críticas e que as mesmas se dão dentro de um metabolismo aumentado.
Aproveita também para dizer que a Homeopatia cura as doenças de forma mais agradável e
barata do que as curas feitas nos sanatórios e clínicas naturalistas. Também afirma que a
Homeopatia, ao menos aquela que se apoderou dos conhecimentos de Rademacher, se
baseia em leis naturais determinadas e pode, por isso, intitular-se uma terapia naturalista.
75
N.T. O adjetivo usado em alemão é luststoffe. O sentido aqui parece ser medicamento de
natureza agradável.
74
14 – Mas o que poderia ter como base dessa melhora, do bem estar
geral, do que um aumento do metabolismo? ( Weihe, 1886)
O CAMINHO DE WEIHE
76
A respeito das idéias do Dr. Latz, Leeser (1888a) escreve :
Ou seja, o Dr. Grauvogls deu para estes casos também o Aconitum com uma recuperação total
dos quadros das diferentes pós-doenças em poucos dias.
Portanto Aconitum se comportou aqui não somente como uma substância curativa no
sentido de Rademacher, mas também como um Simillimum no sentido hahnemanniano, pois,
de acordo com a lei das Similitudes, de todas as substâncias levadas em consideração, foi a
que melhor serviu.
77
Sobre essas correspondências Weihe (1890) conta :
“Durante a minha correspondência que durou vários anos com o falecido Prof. Rapp
aconteceu 6 vezes de nós ao mesmo tempo, durante um período de 4 a 6 meses,
podermos aproveitar as mesmas substâncias como epidêmicas... Destas
substâncias o Prof. Rapp achou 3 delas ... totalmente por si só... ele chegou à essas
substâncias à maneira dele e eu à minha maneira. As outras três eu as achei
primeiro e depois comuniquei ao Rapp e este pôde confirmar que estas substâncias
também na sua área – Rottweil – foram aproveitadas como realmente epidêmicas “.
79
79
Em 1869 foram duas epidemias , uma de Apis e outra de Kali
carbonicum e em 1870 usou-se como substância curativa Ferrum com
Quassia e mais tarde Belladonna. Nessas epidemias ele achou as
substâncias epidêmicas, em parte de acordo com o método empírico de
78
Leeser (1888b).
80
No início do ano de 1872 houve uma epidemia, na qual lhe foi muito
útil Natrum nitricum com Nicotiana. Ao mesmo tempo ele próprio adoeceu e
teve sintomas que lhe pareceram, sob o ponto de vista homeopático, uma
indicação para Sepia e que realmente lhe serviu de maneira exemplar. Mais
tarde, durante a mesma epidemia, ajudou-o rapidamente e muito bem
contra uma tosse seca, que piorava após ele se deitar, uma dose de
79
Nas fontes primárias levantadas, as epidemias citadas não foram identificadas
nominalmente, mas apenas pelos medicamentos com os quais foram tratadas.
81
80
Para ampliá-las o caminho adotado foi, inicialmente, ampliar o número de substâncias
consideradas universais. Weihe adotou temporariamente os sete arcanos do Dr. Latz por
indicação de Rapp. Não satisfeito, evoluiu para o uso da seguinte equivalência: uma substância
orgânica equivaleria a uma outra substância orgânica com uma inorgânica.
81
Até aquele momento os pontos eram classificados quanto a sua intensidade em principais e
secundários.
82
82
Leeser (1888g).
84
83
Durante suas correspondências com Rapp, este, em resposta a Weihe que reclamara da
dificuldade de se conhecer a substância epidêmica, motivou, primeiramente nele, a
necessidade de se diminuir o tesouro terapêutico homeopático, que estava crescendo
sobremaneira.
84
O conceito antigo de Rademacher de universale e de substância orgânica lentamente foi
perdido, e por outro lado ampliado, assim como a relação e o agrupamento original e muito
apreciado de Weihe dos medicamentos, no sentido de Rademacher como substâncias do
cérebro, da medula, do coração, dos rins, do fígado e do baço, etc, perderam mais e mais o
seu significado e a sua autorização (Lesser,1892).
85
A explicação, dada por Leeser para o estado ainda em construção do sistema baseava-se no
fato de que as epidemias em que aquelas substâncias se mostraram com efeito, não haviam
ainda em 1892 reaparecido, condição esta necessária para a correta identificação das
substâncias em relação aos pontos dolorosos.
85
OS ALUNOS DE WEIHE
86
Duas delas provinham de Rapp.
86
87
Göhrum, assim como Leeser , leva um ano até sua primeira
publicação após ser introduzido ao método de Weihe. A primeira edição,
do índice de pontos data de 1889, mas, não existe mais. Finalmente, em
1903, Göhrum divulga sua lista de pontos ampliada e corrigida. Em 1891 foi
confeccionado um busto de gesso com os indicadores – os pontos de
pressão – nele gravados e enumerados. Parece que este busto de gesso
está também definitivamente perdido mas o Dr. Seiler obteve 3 fotografias
muito boas desse modelo que mostram as linhas auxiliares usadas naquela
época. A figura 9 reproduz uma destas fotografias enquanto que a figura 10
87
A contribuição de Göhrum ao Método de Weihe deveu-se, principalmente, ao seu trabalho
experimental, enquanto a de Leeser deveu-se ao desenvolvimento dos aspectos teóricos.
92
88
A substância epidêmica nova seria aquela que corresponderia, segundo o princípio de
equivalência terapêutica à substância dupla em questão.
89
Este é o caso de uma situação intermediária em que substância dupla Natrum muriaticum +
Ledum palustre equivale à substância Antimonium tartaricum.
90
Göhrum, 1889 apud Seiler (2001).
94
91
Como o quadro do bebê que foi muito limitadamente descrito por Göhrum, não
necessariamente deixa pensar primariamente em Antimonium tartaricum, o diagnóstico
homeopático aconteceu provavelmente, em primeiro lugar, baseado na tendência acima
descrita e que naquela época no Genius Epidemicus, o qual também depois foi confirmado
através do método de pontos de pressão.
95
92
O termo estropiado encontra-se no texto de Lesser (1894:105) apud Seiler (2001).
97
93
Refere-se aqui as bem sucedidas experimentações homeopáticas, as chamadas
Patogenesias.
98
94
Göhrum (1892).
99
95
A citação do relatório feita neste trecho da obra de Seiler remete para um texto de Leeser
1894:105
96
Falso negativo aqui, significa que o ponto doloroso não estaria presente apesar da vigência
do quadro sintomatológico.
100
97
Göhrum (1936: 843) apud Seiler (2001).
101
98
Leeser (1893/1: 51) apud Seiler (2001).
99
Esta escola tem como diretriz o uso de potências baixas visando sua adequação aos
conceitos da biologia e da fisiopatologia da escola médica tradicional.
100
Lesser (1925:18) apud Seiler (2001).
102
101
Leeser (1925: 20) apud Seiler (2001).
102
O Dr. Nebel , por exemplo, já havia publicado alguns artigos sobre o tratamento do Câncer
na Revista da Associação Berlinense de Médicos Homeopatas.
103
Seiler (2001).
103
104
O Dr. Rouy seria considerado, mais tarde, pelo Dr. Nebel seu filho espiritual (Rouy, 1951:10
apud Seiler, 2001).
105
Entenda-se por indicador duplo os pontos de pressão correspondentes às substâncias
duplas equivalentes à substância única – também chamada por Weihe de substância
epidêmica.
106
106
Segundo Seiler (2001) a maestria de Nebel era justamente entre outras coisas, que em curto
prazo ou de antemão, ele sabia prescrever, em caso de pacientes muito doentes, a substância
correta de alívio ou de incremento da eliminação para vencer as crises de eliminação que
apareciam depois da tomada de um bom medicamento homeopático. A justificativa era de que
nestes pacientes a espera do efeito último do medicamento, indicada em outras ocasiões,
significava risco de vida, prejuízo orgânico ou no mínimo impossível de se agüentar devido aos
fortes sintomas de eliminação.
107
Porém nem todos os satélites correspondiam as equivalências terapêuticas de Weihe.
Alguns possuíam apenas a função de canalizadores da substância única sem serem
indicadores duplos para a mesma.
107
108
Por Homeopatia complexa entende-se a prática terapêutica que utiliza mais de um
medicamento homeopático ao mesmo tempo amplamente, difundida na França já naquela
época.
109
O Dr. Nebel ganhou bastante notoriedade no tratamento de tumores malignos, pelo uso dos
canalizadores, isto é, substâncias usadas para promover e/ou aliviar os processos de
eliminação nos doentes fragilizados pelo Câncer.
110
Nebel (1914 : 383) apud Seiler ( 2001).
108
111
O Dr. Duprat mencionara expressamente que não conseguira, naquela época, em lugar
nenhum achar a lista de pontos original de Göhrum.
112
Como técnica de drenagem entenda-se a técnica praticada por Nebel para alívio ou
incremento da eliminação.
110
113
Duprat (1932 : 87, 203) apud Seiler (2001).
114
Bauer (1988 : 110) apud Seiler (2001).
115
Possivelmente trata-se aqui do próprio Nebel, que também fez uma pequena monografia
sobre a epidemia de gripe de 1918/19.
111
116
Bauer (1988 :110) apud Seiler (2001)
117
O “muito famoso colega mais velho” como se pode imaginar, era o Dr. Nebel, confirmado por
Bauer indubitavelmente.
118
Nebel (1915 : 234, 232) apud Seiler (2001).
119
Segundo Seiler, que foi aluno de Bauer, ouviu deste a declaração de que Nebel tomou aulas
do conhecido Monge das Ervas, suíço de nome Küenzli sobre o diagnóstico com pêndulos.
112
120
O diagnóstico de pontos de pressão de Weihe, Burnett não conhecia.
113
121
Comunicação verbal do Dr. Bauer ao Dr. Seiler (2001)..
114
122
Bauer (1986 : :240) apud Seiler (2001).
123
Alguns medicamentos homeopáticos podem ser considerados como substância dupla
natural, como por exemplo, Kali arsenicum, que pode ser diagnosticado a partir de sintomas
apresentados pelo paciente de Kali carbonicum e de Arsenicum album.
115
124
Introdução de Pierre Devaux em De la Fuye (1944).
116
125
A esse respeito ler Seiler, Hp. Spirale, Lebensenergie und Matriarchat. In: emotion 10,
p.148-158. Volker Knapp-Diderichs Publikationen, Berlin, 1991.
126
Chakra é a denominação da medicina Ayuvédica praticada na Índia para os centros de
energia do homem. Este conceito foi parcialmente incorporado pela também milenar Medicina
Chinesa.
127
Sakurazawa (1931: 44) apud Seiler (2001).
117
128
De la Fuye (1947 1 :110) apud Seiler (2001).
129
Soulié de Morant (1941: 28) apud Seiler ( 2001).
130
Ferryrolles (1929:414) apud Seiler (2001).
131
O uso de um único ponto de acupuntura identificava Roa-Tro ainda como um representante
clássico da medicina da totalidade holística chinesa, isto é, uma prática terapêutica que
buscava tratar o conjunto dos sintomas como a totalidade sintomatológica da Homeopatia
ocidental.
132
De la Fuye (1944: 6).
119
133
Bonnet-Lemaire (1936: 113) apud Seiler (2001).
134
Bonnet-Lemaire (1936: 150-153) apud Seiler (2001).
120
135
Homeo de Homeopatia e sinatria se refere à denominação, à época de De la Fuye, da
medicina chinesa moderna. Um ponto homeosinátrico quer dizer que é, ao mesmo tempo,
homeopático e de aplicação pela Medicina Chinesa.
136
Os dois pontos de Nebel presente na lista de Göhrum são o indicador principal para Sepia
como já citado e um segundo indicador para Colocynthis apontado por De la Fuye. Os demais
pontos de Nebel correspondem a um novo ponto de Sepia (Bonnet-Lamaire, 1936:130) e o
ponto de Graphites também apontado por De la Fuye.
121
137
Bonnet-Lamaire, 1936: 148 apud Seiler, 2001: cap 21.
123
138
De la Fuye (1947 1: 115) apud Seiler (2001).
124
139
Segundo Seiler (2001), ao Phosphorus, no sistema de Göhrum, já se encontravam oito
equivalências medicamentosas.
125
140
Lyon 1934, Lausanne 1935, Nice 1936 e Marseille 1937.
126
141
Como já fora apontado anteriormente essa citação de De la Fuye refere-se à Ferryrolles.
127
142
De la Fuye, 1947 tomo 1: 58.
142
De la Fuye, 1947 tomo 1: 57.
142
Demarque, 1988: 115 apud Seiler, 2001: cap. 21.Seiler (2001).
143
De la Fuye (1947 tomo 1: 58) apud Seiler (2001).
144
De la Fuye (1947 tomo 1: 57) apud Seiler (2001).
145
Demarque (1988: 115) apud Seiler (2001).
129
146
apud Seiler (2001).
147
Seiler (2001).
130
O que este autor assinalou foi que, a despeito das posições dos
médicos em relação às idéias de Weihe, deveria ser reconhecido que
Weihe, antes de Head e Mackenzie, descobriu as zonas reflexas organo-
específicas na superfície corporal. É fato que as teorias de Weihe foram
publicadas por Leeser em 1888, antes da publicação dos pesquisadores
ingleses, considerados os descobridores das zonas de Head, em 1889.
Schoeler dizia ser necessário abstrair das estranhas relações
medicamentosas dos pontos, para se achar, nos escritos de Weihe e
Leeser, as observações em relação aos pontos hiperálgicos que se
aproximavam muito das descobertas da neuro-patologia de seu tempo.
Como já apontado no parágrafo 5 dos núcleos conceituais básicos do
método epidêmico, os pontos de dor expressavam, segundo a teoria do
sistema de Weihe, estado de excitação dos gânglios simpáticos,
ocasionado pela influência do Genius Epidemicus sobre esses gânglios.
Assim, Schoeler (1955) cita Leeser (1888) para exemplificar a
semelhança de pensamento de Weihe e seus discípulos e as observações
de Head, Mackenzie, Soulié de Morant e v. Staa por ele percebida:
148
englobava toda área da neuro-patologia e da neural terapia . Ele não se
admirava da concordância, observada por Bonnet-Lemaire e depois por De
la Fuye, entre os pontos de Weihe e os pontos chineses e concluía :
148
Cita para a discussão mais aprofundada desse tema os seguintes autores: Hansen, v. Staa,
Dittmar Sturm, Veil, Siegmund, v. Puttkamer, Dicke, leube, Mozer entre outros.
132
CONCLUSÃO
149
Ver a esse respeito o prefácio de Marcos Queiroz em Luz (1996).
134
Livros
Periódicos
BIBLIOGRAFIA
Livros