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TRAUMAS FAMILIARES

Gênesis 37
INTRODUÇÃO

A Bíblia conta várias histórias familiares que apresentam os mais diferentes problemas ocorridos
em suas trajetórias e que foram geradores de terríveis traumas na vida de personagens bíblicos,
como Abraão, Eli, Davi, Jacó e outros.
Deus ama a família e quer destruir todas as mazelas que tentam destrui-la. Aprenderemos,
pelos exemplos bíblicos, que podemos ser tratados e curados, a medida da nossa disposição em ouvir a
voz do Senhor e nos deixar ser confrontados por Ele. Nesta ministração, seremos curados dos traumas
familiares.

Trauma psicológico é um evento doloroso do passado que se tornou uma lembrança sofrida, afetando de forma negativa
as ações e o funcionamento da pessoa de forma consciente ou inconsciente. A etimologia da palavra diz que trauma é
uma ferida.

I. TRAUMAS FAMILIARES CITADOS NA BÍBLIA

 Abraão preferiu Isaque; Isaque preferiu Esaú; Jacó preferiu José.

O resultado do favoritismo: um ciclo de raiva, ciúmes, mágoa, deslealdade, vingança e muita dor. O favoritismo na família
é uma tragédia. Provoca traumas profundos, planta o ódio entre os irmãos e fundamenta dezenas de atos injustos na
família. Tomem muito cuidado com a maneira como tratam seus filhos. Sejam justos não apenas nos presentes e
oportunidades, mas no encorajamento, no afeto e carinho. Essa autorreflexão para os pais não é muito simples.
Geralmente não assumimos este erro e justificamos. Sejam pais graciosos.

 O sacerdote Eli não soube repreender os seus filhos e estes foram chamados de filhos de Belial
e acabaram mortos.

Hofni e Fineias se apropriavam daquilo que era consagrado a Deus. Seduziam as mulheres que se ocupavam de forma
voluntária no Tabernáculo. Eli (Sacerdote e juiz por 40 anos) tratou a instrução e educação dos seus filhos com desleixo e falta
de cuidado. Talvez se ele houvesse assumido a autoridade de pai que lhe foi dada por Deus para restringir e corrigir, a história teria
sido diferente. Nossas escolhas como pais afetarão a vida de nossos filhos para sempre, para o bem ou para o mal. Provérbios
3:11-12/Provérbios 22.6.

 Davi falhou na disciplina com os filhos e foi grandemente visitado pelo mal.

Deu péssimos exemplos aos seus filhos. Concubinas/adultério/assassinato. o resultado disso sobre a criação dos seus
filhos foi que: Amnom, filho de Davi, estuprou sua meia irmã Tamar. Davi ficou furioso, mas não tomou nenhuma atitude.
Como consequência, Absalão, irmão de Tamar e de Amnom, assassinou Amnom dois anos depois. Salomão seguiu o mau
exemplo do pai e teve diversas mulheres. Adonias, outro filho de Davi, decidiu se apoderar do trono sem o conhecimento
do pai. A Bíblia diz que “Seu pai nunca o havia contrariado; nunca lhe perguntava: ‘Por que você age assim?’. Davi nunca
contrariou o seu filho Adonias. Adonias cresceu sem entender que na vida não se faz tudo o que se quer nem se obtém
tudo o que se deseja, mesmo sendo filho do rei. Ele se tornou um adulto problemático e causador de problemas, resultado
de uma criação mimada. A falta de pulso firme para educar os filhos foi trágica para a prole de Davi. Ele simplesmente não
sabia dizer “não” nem repreender seus filhos. Talvez ele pensasse que repreender era uma demonstração de desamor.
Mas Deus diz exatamente o oposto no Livro de Provérbios: “Quem se nega a castigar seu filho não o ama; quem o ama
não hesita em discipliná-lo” (Provérbios 13:23). “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim
de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (Hebreus 12:11).
A repreensão produz frutos bons na vida daqueles que se deixam exercitar por ela. Em virtude disso, cabe aos pais não
poupar os filhos da repreensão sadia sempre que necessário, pois isso é para o bem deles.

Aqui vemos pais que eram homens de Deus, mas que, em determinado momento da vida, foram
instrumentos para ferir a vida de seus próprios filhos. Suas preferências e desajustes emocionais e
psicológicos acabaram por ofender aos seus próprios filhos. Assim não nos é diferente hoje, acabamos por
ferir a quem mais amamos, por isso nossa necessidade de buscar a cura desses traumas em nossas vidas, para
que não venhamos a multiplicá-los na vida de nossos filhos.
a) Isaque

Isaque casou-se com Rebeca, tiveram dois filhos gêmeos, porém Isaque preferia a Esaú
guerreiro e caçador. Havia uma herança de amor preferencial: Isaque só repetia o que aprendeu com
o seu pai Abraão (que o amou mais que a seu irmão Ismael). Talvez ele não tivesse consciência do
mal que estava fazendo.
Jacó, possuído por um sentimento de rejeição e orientado por sua mãe, aproximou-se do pai
com más intenções: apenas para roubar a bênção e tomar posse dela. Ele odiava o irmão e queria a
atenção do pai, que também lhe negara amor. Satanás trabalha para roubar o relacionamento, a
comunhão entre irmãos. Todo tipo de comparação entre os filhos é uma brecha para que sejam
geradas dores ou situações constrangedoras. As comparações atraem marcas profundas. Quando o
pai excede no elogio a um, causa trauma no outro e ambos são prejudicados. Isso traz problemas no
relacionamento. O que todos nós precisamos é ser amados, respeitados, considerados como filhos.
Mas, muitas vezes, recebemos em casa palavras estranhas que ferem o nosso ser.
a comparação é injusta e ilusória. Cada criança é única em seu modo de ser, de se expressar, de se relacionar com as
outras pessoas. Muitas vezes, ao querer que algum dos filhos tenha um determinado comportamento, os pais costumam
dizer que o outro irmão ou irmã fariam diferente. E isso é bastante prejudicial. Esse tipo de comparação pode trazer
desavenças, disputas e desentendimentos entre os irmãos, além da impressão de que existe um filho preferido ou
somente um modo de ser e se comportar que é correto. Os pais devem compreender a necessidade de valorizar as
diferenças existentes entre os irmãos, para que cada filho se sinta acolhido e amado da forma que é, com suas próprias
características, habilidades e especificidades.

Tantas vezes aprendemos coisas erradas com nossos pais e, porque fomos ensinados assim,
não conseguimos perceber que não são atitudes boas. O que faz um lar é o nível de relacionamento
que existe dentro dele. Só podemos tratar nossos filhos se estivermos tratados no nosso caráter.
Os patriarcas erraram com a família, romperam com os princípios que devem nortear uma
família, então o mal os visitou. Entendemos, assim, que romper os princípios de Deus para a família
acarreta maldições para todos os seus membros. De um jeito ou de outro, algo ruim sempre
acontece. Estes são modelos que não devemos seguir. Dos patriarcas, devemos imitar-lhes a fé, mas,
quanto ao procedimento familiar, em várias situações não podemos imitá-los.

b) Jacó

Jacó por roubar a benção de seu irmão Esaú vai para casa de seu tio Labão e lá casa-se com
Lia e com Raquel a quem amava e por quem trabalhou 14 anos. Desses dois relacionamentos gera 12 filhos
dos quais ele também possui um predileto: José.
José era o filho mais novo de Jacó. Ele fazia parte de um grupo de doze irmãos. Ele era preferido por seu pai, o
que causava grande desconforto e ciúmes entre seus irmãos. A Bíblia diz que os irmãos de José não tinham
paciência com ele. José era desconsiderado em tudo, era tido como a ovelha negra entre os irmãos,
como o fofoqueiro da casa, porque apontava os erros dos irmãos.
Por ser o filho predileto, o filho da mulher amada, Jacó deu a José uma túnica de presente. A
túnica representava realeza e autoridade e somente os príncipes e reis a usavam; não era para
qualquer um: somente os primogênitos tinham direito de recebê-la. Essa atitude de Jacó falava de
delegação de poder e autoridade concedida a José. E nem sempre estamos preparados ou
amadurecidos para trabalhar com a autoridade ou a honra concedida a nós. José era imaturo e
compartilhava sem sabedoria os sonhos e visões que o Senhor lhe revelara. No dia em que ganhou a túnica,
seus irmãos protestaram: “Se ele não é o primogênito, por que recebeu autoridade?” Isso não apenas
gerou ciúmes, como também inflamou seus corações para destruírem-no.
Como um meio de vingança por ser considerado “o único amor do Pai”, foi vendido por seus
irmãos para uma caravana que o levou para longe e o vendeu para os egípcios. Isto aconteceu porque
ele era considerado uma ameaça a liderança de seus irmãos, uma vez que estes eram mais velhos. Os
sonhos de José ofendiam seus irmãos, que se sentiam em posição inferior a ele, e subestimavam a
capacidade do primogênito. As colocações que fazia soavam para seus irmãos como insuportáveis e
ofensivas.
Os irmãos de José levaram as ovelhas e as cabras do seu pai para longe de casa. Um dia, Israel mandou
José ir até onde seus irmãos estavam para trazer notícias deles. José foi procurar seus irmãos. Eles
o viram de longe, e antes que chegasse perto, começaram a fazer planos para matá-lo. Disseram
entre si: “Eis que chega tal sonhador! Vinde, matá-lo-emos e jogá-lo-emos numa cisterna qualquer;
diremos que um animal feroz o devorou. Veremos o que acontecerá com seus sonhos.” Quando José
chegou ao lugar onde seus irmãos estavam, eles arrancaram dele a túnica longa e o jogaram no poço, que estava
vazio e seco. De repente, viram passando uma caravana de ismaelitas que ia para o Egito. Em vez
de matar José venderam-no como escravo. Depois os irmãos mataram um cabrito e com o sangue
mancharam a túnica de José. Levaram a túnica ao pai. Israel a reconheceu, chegou à conclusão de que um animal
selvagem havia despedaçado José e ficou inconsolável.
Ao entrar no Egito, José sofreu grandemente; sua dor começou a ser desenhada. Ali ele não
sucumbiu por causa do plano que Deus tinha para a sua família. No Egito, José é comprado como
escravo por um oficial chamado Potifar, que era capitão da guarda do palácio do Rei. Na casa de Potifar José
é abençoado e tudo que faz prospera, no entanto, a mulher de Potifar coloca o olho em José e se engraça com ele,
que apesar de fugir é tido como culpado e jogado na cadeia. Na prisão, José acaba por interpretar o
sonho do copeiro e do padeiro. Segundo ele, o copeiro voltaria a servir o Rei, mas o padeiro seria
enforcado e assim aconteceu. Dois anos se passaram. O copeiro estava diariamente servindo o Rei, até
que o Rei teve um sonho que nenhum dos egípcios conseguiu interpretar e então o copeiro citou José e as
circunstâncias que ocorreram com ele na prisão. José na presença do Rei interpreta o sonho, como
sete anos de abundância e sete anos de fome. Faraó deu crédito a interpretação de José o e colocou como
governador do Egito, casou-se e teve dois filhos.
Deus não se esqueceu de José. Ele não se esquece de Suas promessas e das Suas palavras.
Deus nunca se esquece de nós. Ele disse que nunca nos deixará e nunca nos abandonará; prometeu
que estará conosco todos os dias, até a consumação dos séculos. A vida dá muitas voltas e os
propósitos de Deus têm que ser cumpridos.
José tinha todos os motivos para ser um homem frustrado, decepcionado, revoltado, vingativo,
um rapaz amargo, como é comum em nossos dias. Quantos de nós daria alguma chance de
"sucesso" a este moço? Tenho contemplado pessoas que por muito menos, deixam-se abater de tal
forma que vivem uma vida isolada e profundamente triste.
Mas ao invés de alimentar rancor, a tristeza e a lamentação, José filtrou tudo e transformou em
oportunidade de vitória! Lhe deram um limão e ele fez uma limonada! Então a chave para você ser
curado dos traumas e superá-los é parar de alimentar sentimentos, pensamentos ruins, parar de
procurar culpados, e ressignificar o que você viveu e seguir em frente. José foi curado, e superou
com fé a sua dor.
O problema não está naquilo que sofremos, mas na forma como encaramos os problemas da
vida. Não podemos com isso dizer que devemos nos tornar insensíveis, mas para vencermos nossa
mente deverá ser uma mente renovada e isto passa por uma decisão pessoal.
Ele focou no presente dando o melhor de si em tudo o que fazia, viveu sua vida, dedicou-se a
tudo que Deus colocou em suas mãos, teve filhos, casou-se, se ocupou e Deus lhe prosperou cada
vez mais.
Após um longo tempo, José se depara com os seus irmãos, seus irmãos vão até o Egito e no
momento oportuno se revela a eles, e José chora de uma forma que todo o Egito ouviu, a alma dele
deu um grito, ele colocou para fora suas emoções, se abraçam, os irmãos também choram e se
arrependem, josé os perdoa e ressignifica tudo o que aconteceu em sua vida falando para os irmãos
sobre os planos de Deus, que tudo havia acontecido para que a sua descendência não fosse
dizimada pela fome.
José perdoou seus irmãos por tudo aquilo que eles o tinham feito passar. Isso é fruto de um
coração que está cheio do amor de Deus em sua vida. Hoje há este grande problema em muitos
corações, corações amargos, rancorosos leva a pessoa à destruição. Pessoas que não perdoam são
pessoas que só conseguem ver a vida negativamente; tudo é mau, as pessoas são más, todos lhe
causam problemas e tropeços. Tenha sempre em desconfiança as pessoas que só veem problemas
nos outros e que remetem sempre para os outros a causa de algo ter corrido mal em suas vidas. José
mesmo sendo o governador do Egipto poderia ter feito justiça aos seus irmãos, mas não foi isso que
aconteceu; Ele usou de amor, compaixão e perdão.
José teve um momento que chorou, por que é preciso fazer o luto dos problemas, mas vestir
roupas novas.
Tem pessoas que não se libertam dos traumas porque vivem no passado, não libera perdão,
não toma uma decisão, vivendo oprimido e angustiado, carregando um câncer dentro de si mesmo,
impedindo de prosperar, ser cheio do espírito santo, viver o sobrenatural de Deus. É preciso perdoar,
perdoar e perdoar novamente, tantas vezes quantas a tentação de se amargurar surgir em nossos
corações.
Deus não tem interesse em que mantenhamos alimentados os traumas de nossas almas. Ele
deseja que sejam expurgados, postos para fora, removidos de nós, para que nenhuma raiz de
amargura brote, trazendo sérios problemas ao nosso ser. José cria que Deus havia permitido toda
aquela situação. Ele foi vitorioso ao ponto de abençoar gerações. Quatrocentos anos depois, quando
o povo saiu do Egito, levaram os ossos de José, pois ele havia deixado essa instrução antes de
morrer. Ele, muito antes, pôde ver que a mão do Senhor guiaria de volta o Seu povo. Na terra do
Egito, o povo não deixou uma unha. Em tudo foi restituído.

Conclusão:

Todos passam por situações difíceis. Nunca considere seu problema pior do que o dos outros.
Nosso passado negativo pode servir para ajudar outros. Mesmo em momentos difíceis há outros que
precisam de nós. Chore o suficiente, mas não exagere.
Perante as inúmeras promessas de Deus, temos todas as razões para conseguirmos
ultrapassar as muitas dificuldades que enfrentamos pela vida fora.
Não se esqueça que:
a) A alegria do Senhor é a nossa força (Neem.8.10)
b) Jesus deseja que nosso gozo seja completo n'Ele (Jo.15.11).
c) Em Cristo temos a paz que o mundo não tem (Jo.14.27).
d) Temos uma esperança de que nos foi derramada em nossos corações (Rm.5.5).
e) O Senhor promete estar conosco todos os dias (Mt.28.20)

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