Avaliação de acessos de cajazeira (Spondias mombin) do Banco Ativo

de Germoplasma da Emepa, PB
Christiane Mendes Cassimiro1, Ladilson de Sousa Macêdo2 e Ivonete Berto Menino2
1
Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S.A. – EMEPA (christianecassimiro@hotmail.com)
2
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa/Emepa (emepa@emepa.org.br)
3
Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca – SEDAP/Emepa (emepa@emepa.org.br)

Resumo - O objetivo deste trabalho foi identificar e selecionar plantas de cajazeira do Banco Ativo de Germoplasma da
EMEPA, com características agroindustriais que atendam o mercado e possam ser recomendados para os agricultores.
Foram selecionados sete genótipos IG1, JP1, JP2, CES1, AR1, JP3 e JP4. A caracterização das plantas foi realizada através
da altura da planta, diâmetro do caule a 30 cm do solo, diâmetro da copa, produtividade e determinações físicas e físico-
químicas dos frutos (peso, comprimento e diâmetro, rendimento de polpa, pH, sólidos solúveis totais - SST, acidez total
titulável - ATT e relação SST/ATT). O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado com sete tratamentos
(genótipos) e quatro repetições (10 frutos/genótipo). Com relação à altura de planta, os genótipos JP2 e JP3 foram superiores
aos demais, ambos atingiram 8,20 m. Os mais produtivos foram JP2 e CES1 que encerraram em 2006 produções de 57,69 kg
e 69,38 kg, respectivamente. JP3 e JP4 encerraram igualmente produções de 56,80 kg em 2007. Os genótipos IG1, CES1 e
AR1 apresentaram melhores características de frutos e JP3 apresentou menor rendimento de polpa e relação SST/ATT. Os
genótipos avaliados apresentaram variabilidade para todos os caracteres estudados, possibilitando a seleção de plantas
promissoras para implantação de pomares comerciais e futuros trabalhos de melhoramento genético.

Palavras-chave: germoplasma, cajá, sólidos solúveis, peso fruto

Evaluation of yellow mombin (Spondias mombin) accesses of the Active

Germplasm Base of the Emepa, PB

Abstract - The objective of this work was to identify and select plants of yellow mombin of the EMEPA´s Germoplasm
Active Base with agro-industrial characteristics that meet the market and can be recommended to the farmers. Seven
genotypes were selected IG1, JP1, JP2, CES1, AR1, JP3 and JP4. The plants characterization was done through the plant
height, stem diameter at 30 cm from the ground, crown diameter, productivity, and through fruits physical and physico-
chemical determinations (weight, lenght and diameter, pulp yield, pH, total soluble solids - TSS, titulable total acidity - TTA,
relation TSS/TTA). The experimental design was the entirely randomized with seven treatments (genotypes) and four
replicates (10 fruits/genotype). Regarding the plant height the genotypes JP2 and JP3 were superior to the others, both
reached 8.20 m. The most productive ones were JP2 and CES1 which ended in 2006 with 57.69 kg and 69.38 kg respectively,
and also the JP3 and JP4 both with productions of 56.80 kg in 2007. The genotypes IG1, CES1 and AR1 showed the best
fruits characteristics and the JP3 showed the best pulp yield and relation TSS/TTA. The genotypes evaluated showed
variability for all traits studied, allowing the selection of promising plants to the establishment of commercial orchards and
future works of genetic improvement.

Keywords: germoplasm, yellow mombin, soluble solids, fruit weight

Introdução comerciais. A sua inserção como espécie frutífera nos

A cajazeira (Spondias mombin L.) é uma espécie frutífera
pertencente à família Anacardiaceae, raramente cultivada de
forma sistemática. Seus frutos são nuculânios de mesocarpo
carnoso amarelo alaranjado quando maduros e de sabor
agridoce, rico em açúcares, carotenóides e vitaminas A e C
(Bosco et al., 1999).
O aumento da demanda para frutos da cajazeira vem
despertando o interesse para o cultivo da espécie, que ainda é
considerada em fase de domesticação, com poucas
informações disponíveis para a implantação de pomares
modelos agronômicos modernos requer, entretanto, a
identificação de materiais propagativos cujos genótipos
apresentem elevada capacidade produtiva e características
melhoradas (Bosco et al., 2000).
No Nordeste brasileiro ocorre espontaneamente em
condições silvestres, competindo com outras espécies
vegetais em quintais, sítios e até mesmo, na proteção e
sombreamento do cacaueiro (Bosco et al., 2000). Estas
espécies têm considerável importância socioeconômica, fato
comprovado pela crescente comercialização de frutos e
produtos processados em mercados, supermercados e

Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.3, n.3, p.01-06, set. 2009 01
restaurantes da região. É um fruto tropical de valor no
mercado onde ocupa lugar de destaque na produção e
comercialização de polpa, pela excelente qualidade
sensorial. Apesar da polpa de cajá despertar interesse em
outras regiões do País, a atual produção industrializada na
Paraíba não é suficiente para atender outros mercados.
Mudanças no “status” de planta silvestre para cultivo
assentado em bases agronômicas modernas necessitam de
informações técnicas para o planejamento e definição de
sistemas de produção, em todas as suas etapas, por se tratar
de espécie pouca utilizada em plantios comerciais. Para isto é
fundamental a identificação de genótipos com atributos
superiores que proporcionem produtividades elevadas e
justifiquem os investimentos no estabelecimento de pomares
comerciais (Bosco et al., 2000).
Em trabalhos de melhoramento a caracterização de
genótipos constitui-se numa das principais etapas do
processo, pois permite identificar, selecionar e indicar
materiais superiores, principalmente quando se envolve
espécies perenes (Farias Neto et al., 2002).
A crescente demanda de produtos do gênero Spondias
tem destacado o potencial socioeconômico de exploração
das espécies, atendendo as expectativas gerais de melhor
qualidade de vida e renda no campo e agroindústrias de
processamento, sendo necessária a realização de pesquisa
para viabilizar a exploração comercial, principalmente em
relação aos clones, à ausência de clones produtivos e à
qualidade de frutos que atendam as exigências do mercado
para indústrias de polpa. O presente trabalho teve por
objetivo identificar e selecionar plantas do Banco Ativo de
Germoplasma da Emepa, com características agroindustriais
que atendam o mercado e que possam ser recomendadas aos
agricultores.
Material e Métodos
Foram estudados genótipos do Banco Ativo de
Germoplasma (BAG) de cajá que se encontra instalado na
Estação Experimental José Irineu Cabral, pertencente à
Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba,
EMEPA – PB. A estação experimental está localizada no
município de João Pesso, PB, mesorregião Mata Paraibana,
onde predominam solos do tipo ARGISSOLOS AMARELO
Distrófico, de textura arenosa nos primeiros 30 a 40 cm,
seguida de textura média com baixa fertilidade. A área está
situada às coordenadas geográficas de 06º 33' 13'' S e 37º 48'
31'' W.Gr., a uma altitude de 30 m. Apresenta temperatura e
precipitação pluvial média na faixa de 26 °C e 1.200 mm,
respectivamente, e umidade relativa do ar em torno de 76%.
O BAG foi implantado em 1996, através de propagação
sexuada, com 23 genótipos e 57 plantas, sendo variável o
número de plantas por acesso, em espaçamento 10 x 10 m. A
coleção foi formada através de prospecções e de visitas às
áreas de ocorrência espontânea do cajá, nas mesorregiões do
Litoral e Agreste Paraibano. Das plantas selecionadas, foram
coletados frutos maduros para proceder sua caracterização e
02 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.3, n.3, p.01-06, set. 2009
extração dos endocarpos e, posteriormente, formação das
mudas para compor a coleção.
A caracterização dos genótipos no BAG foi realizada com
base nos parâmetros de crescimento e desenvolvimento da
planta: altura (m), diâmetro do caule a 30 cm do solo (cm) e
diâmetro da copa (m), períodos de floração, produção anual
(kg/planta) e atributos físico-químicos de frutos para
avaliação dos aspectos qualitativos.
Na safra de 2007, foram coletados e selecionados 40
frutos maduros caídos ao chão de sete acessos (IG1, JP1, JP2,
CES1, AR1, JP3 e JP4). Após a coleta, devidamente
identificados, os frutos foram acondicionados em caixa de
isopor e imediatamente transportados para o Laboratório de
Análises da Estação Experimental José Irineu Cabral, onde
foram submetidos às determinações analíticas.
Para a caracterização física dos frutos foram
considerados: peso do fruto, em gramas, em balança
semianalítica; comprimento e diâmetro, em centímetros,
medidos com paquímetro; rendimento de polpa, em
porcentagem, obtido pela divisão entre o peso da polpa e o
peso do fruto multiplicado por 100.
Para as análises físico-químicas as amostras foram
submetidas às determinações do potencial hidrogeniônico
(pH); sólidos solúveis totais (SST) expressos em ºBrix,
utilizando refratômetro; acidez total titulável (ATT),
expressa em porcentagem de ácido cítrico e a relação
SST/ATT, segundo metodologia recomendada pela AOAC
(1995).
O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado
com sete tratamentos (genótipos) e quatro repetições, sendo
cada repetição constituída de 10 frutos. Os dados foram
submetidos à análise de variância, utilizando-se o teste F
para comparação dos quadrados médios de variedades; as
médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Resultados e Discussão
Com relação à altura de planta, observa-se na Figura 1
que os genótipos JP2 e JP3 foram superiores aos demais,
atingindo ambos 8,20 m, apresentando também maiores
diâmetros de caule (61,00 cm e 51,00 cm) e de copa (14,85 m
e 12,20 m), respectivamente. Por outro lado, o genótipo IG1
apresentou menor porte (3,30 m), diâmetros de caule (21,00
cm) e de copa (5,30 m), e os demais genótipos apresentaram
valores intermediários para estas características. Segundo
Barros et al. (2008), o porte é o caráter da maior importância
em frutíferas perenes, pois quando baixo facilitam também
práticas de manejo como poda e combate às pragas e
doenças, de difícil execução prática e econômica, em plantas
de porte alto. Vale ressaltar que a uniformidade de copa é
importante para um correto ordenamento das plantas na
densidade populacional estabelecida para cada genótipo,
com reflexos positivos para o manejo do pomar e para a
produção.
 8,2 8,2 57,69 kg e 69,38 kg, respectivamente, e também os JP3 e JP4
ambos encerrando produções de 56,80 kg em 2007. Já, o
6,8 genótipo IG1, apresentou a mais baixa produção com 1,50 kg
Altura da planta (m)

6,0 em 2007, não compatível com a idade da planta.

5,2 Estes resultados demonstram uma variabilidade grande
4,7
entre as plantas no BAG, pois as maiores produções não
3,3 estão relacionadas com as plantas de maiores porte e
diâmetro de copa. Diversos fatores podem ter influenciado
nestas características, dentre eles a constituição genética,
condições edafoclimáticas e a forma de propagação das
plantas, que neste estudo, foi sexuada. Segundo Sacramento
et al. (2008), a polinização cruzada e a propagação sexuada
IG1 JP1 JP2 CES1 AR1 JP3 JP4 favorecem a alta variabilidade quanto ao porte, arquitetura,
formato de copa e qualidade de frutos, sendo essas
características indesejáveis em plantios comerciais.
61 Um aspecto importante a ser observado é a alternância de
Diâmetro do caule (cm)

51 safras maiores e menores para o mesmo genótipo. No BAG,

45 46 observou-se que o genótipo JP2 apresentou uma crescente
38 produção até o ano de 2004 (40,14 kg), e houve uma pequena
variação entre as safras seguintes 2005 (37,91 kg), 2006
29 (57,69 kg) e 2007 (40,40kg). Essa variação em produção por
21 planta também ocorreu para os genótipos CES1 que
produziu em 2005 (28,50 kg), em 2006 (69,38 kg) e em 2007
(49,36 kg); e AR1 que produziu em 2005 (15,53 kg), 2006
(30,10 kg) e 2007 (24,60 kg). Enquanto isto, o genótipo IG1
produziu muito pouco em relação aos demais e
IG1 JP1 JP2 CES1 AR1 JP3 JP4 alternadamente.
Para Sacramento et al. (2008), o problema de alternância
de produção tem sido observado de modo empírico em
14,9 cajazeiras, porém o conhecimento desse fenômeno é
somente através da ocorrência de safras maiores alternadas
12,2 com safras menores. Segundo o autor, faz-se necessário
Diâmetro da copa (m)

11,7
estudo de fenologia e da fisiologia em plantas de cajazeira,
para identificar genótipos que possam produzir em
7,7 7,9 diferentes épocas, naturalmente ou com indução floral, à
5,6 semelhança das técnicas aplicadas em mangueira
5,3
(Mangifera indica).

80
70
IG1 JP1 JP2 CES1 AR1 JP3 JP4 60
Produção (kg)

50
Acessos
40
30
Figura 1. Características morfológicas de acessos do BAG
de cajá da EMEPA, com idade de 11 anos, na Estação 20
Experimental José Irineu Cabral, João Pessoa, PB, 2008. 10
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
De acordo a Figura 2, observa-se que os acessos JP2 e
AR1 foram os mais precoces iniciando a frutificação aos IG1 JP1 JP2 CES1 AR1 JP3 JP4
quatro anos de idade, e alcançando plena frutificação em Ano de produção
2003 (10,24 kg e 14,12 kg), respectivamente. Os genótipos
JP3 e JP4 foram os mais tardios, ambos iniciando a produção Figura 2. Produção de plantas de cajazeira do BAG de cajá
em 2004 com 9,05 kg. Os genótipos mais produtivos foram da EMEPA, no período entre 2000 a 2007. Estação
JP2 e CES1, os quais encerraram em 2006, produções de Experimental José Irineu Cabral. João Pessoa, PB, 2008.

Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.3, n.3, p.01-06, set. 2009 03
 Na Tabela 1, o peso do fruto que teve média de 15,97g
variou de um mínimo de 8,02 (JP4) a um máximo de 24,91 g
(CES1). A média de 15,97 g foi superior a encontrada por
Aldrigue (1988) (9,5 g) e por Pinto et al. (2003) (12,12 g). De
acordo a classificação apresentada por Bosco et al. (1999),
frutos considerados grandes são aqueles que apresentam
peso superior a 15 g; médios, entre 12 e 15 g e, pequenos,
inferior a 12 g.
Segundo Chitarra & Chitarra (2005), o peso médio dos
frutos é uma característica importante para o mercado de
frutas frescas, uma vez que os frutos mais pesados são
também os de maiores tamanhos, tornando-se mais atrativos
para os consumidores. Entretanto, para frutos destinados à
elaboração de produtos como sucos, doces, picolés e
sorvetes, os parâmetros físico-químicos relacionados à
acidez total titulável e ao teor de sólidos solúveis totais são
mais relevantes.
Para o comprimento do fruto, a média geral foi de 3,47
cm, com valores variando de 2,95 a 4,20 cm, e os genótipos
JP1 e CES1 apresentaram melhores resultados, 4,20 cm e
4,15 cm, respectivamente, e semelhantes aos encontrados
por Vasconcelos et al. (2000), que obtiveram valores de 2,66
a 4,02 cm. Quanto ao diâmetro do fruto, os genótipos
apresentaram média de 2,66 cm e amplitude de 2,08 a 3,23
cm, valores que se aproximam aos obtidos por Vasconcelos
et al. (2000) e Cabral et al. (2004), que foram de 2,03 mm e
2,94 cm, respectivamente.
A média da característica rendimento de polpa foi de
58,98%, com intervalo entre 43,42 a 69,63%, o que mostra a
diversidade existente na espécie quanto a esta variável.
Resultado próximo aos apresentados por Costa et al. (2008)
entre 46,8 e 62,3%; Hansen et al. (2002) entre 57,8 e 68,3% e
Ramos et al. (2004) entre 45,1 e 51,63%. Na agroindústria,
os frutos com grande potencial são provenientes dos
genótipos com rendimento acima de 50%, devendo ser
melhorados alguns aspectos químicos para atender às
exigências de mercado. O genótipo IG1 foi oque apresentou
maior rendimento, com 69,63%, seguido de CES1, AR1 e
JP1, com 65,23%; 65,15% e 63,75%, respectivamente.
O rendimento de polpa também é considerado um
atributo de qualidade, especialmente para os frutos
destinados à elaboração de produtos, cujo valor mínimo
exigido pelas indústrias processadoras é de 40% (Oliveira et
al., 1999; Chitarra & Chitarra, 2005). Portanto, todos os
genótipos estudados apresentaram valores superiores aos
exigidos pelo mercado de agroindústrias do Brasil.
O pH variou de 2,25 a 2,53, valores inferiores ao
encontrado por Lins et al. (2008) (2,61) e por Aldrigue
(1988) (2,90) em polpa in natura. Os genótipos estudados
apresentaram pH na polpa acima de 2,20 que é valor mínimo
para polpa de cajá, sendo, portanto, estabelecido como
atributo de qualidade pela legislação, por favorecer a
conservação da polpa, evitando o crescimento de leveduras
(Brasil, 1999).
Com relação aos sólidos solúveis totais (SST), todos os
genótipos estão dentro do padrão de identidade e qualidade
de polpa de cajá do Ministério da Agricultura, pois
apresentaram valores acima do estabelecido pela legislação
(mínimo de 9,00 ºBrix) (Brasil, 1999), com variação de
13,21 (AR1) a 16,82 °Brix (JP4). Os valores de SST foram
superiores aos relatados por Pinto et al. (2005), com
variações de 7,07 a 14,0 ºBrix, que utilizaram também frutos
colhidos do chão; por Sacramento et al. (2006) que
encontraram variação entre 11,5 e 15,0 ºBrix e Ramos et al.
(2004) que relataram variação de 12,2 a 13,2 ºBrix, em frutos
maduros.
Os valores de ATT encontrados variaram de 0,96 % (JP1)

Tabela 1. Características física e físico–química de frutos de acessos do BAG de cajá. Estação Experimental José Irineu
Cabral. João Pessoa, PB, 2008.

Acessos PF CF DF RP pH SST ATT SST/ATT

(g) (cm) (cm) (%) (%)
Ig1 19,87 ab 3,73 ab 3,23 a 69,63 a 2,26 b 14,25 b 1,02 d 13,98 b
JP1 19,08 ab 4,20 a 3,08 a 63,75 b 2,25 b 14,88 b 0,96 d 15,49 a
JP2 14,65 bc 3,13 b 2,40 b 55,61 c 2,47 a 14,75 b 1,22 b 12,06 dc
CES1 24,91 a 4,15 a 3,13 a 65,23 b 2,41 a 14,26 b 1,15 c 12,39 c
AR1 12,71 bc 3,10 b 2,40 b 65,15 b 2,53 a 13,21 c 1,20 cb 11,05 d
JP3 12,57 bc 3,03 b 2,08 b 43,42 e 2,42 a 14,20 bc 1,65 a 8,60 e
JP4 8,02 c 2,95 b 2,08 b 50,07 d 2,25 b 16,82 a 1,16 c 14,57 ab
Média 15,97 3,47 2,66 58,98 2,39 14,62 1,19 12,59
DMS 7,52 0,83 0,65 2,34 0,12 1,03 0,06 1,24
CV (%) 20,50 10,42 10,68 1,73 2,26 3,08 2,29 4,29
Nas colunas, médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
PF – peso do fruto; CF – comprimento do fruto; DF – diâmetro do fruto; RP – rendimento de polpa; SST – sólidos solúveis totais;
ATT – acidez total titulável; SST/ATT – relação sólidos solúveis e acidez total titulável.

04 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.3, n.3, p.01-06, set. 2009
a 1,65% (JP3), com média de 1,19%, com coeficiente de
variação de 2,29%, o que mostra que houve pouca
variablidade entre os genótipos avaliados. Estes resultados
estão de acordo com os obtidos por Lins et al. (2008)
(1,17%); Pinto et al. (2003) (0,58 a 1,75%); Soares et al.
(2006) (0,90 a 2,60%). Todos os genótipos apresentaram
valores superiores ao valor mínimo (0,90%) exigido pelo
PIQ (Padrão de Identidade e Qualidade) para polpa de cajá,
sendo, portanto, considerados de maior interesse para a
agroindústria, tendo em vista não haver necessidade da
adição de ácido cítrico para conservação da polpa, artifício
utilizado para tornar o meio impróprio ao desenvolvimento
de microrganismos (Brasil, 1999).
Os genótipos apresentaram SST/ATT variando entre 8,06
(JP3) e 15,49 (JP1), sendo que apenas o JP1 não atingiu os
padrões para polpa de cajá, pois o valor mínimo estabelecido
pelo PIQ é 10 (Brasil, 1999). A relação SST/ATT propicia
uma boa avaliação do sabor dos frutos, sendo mais
representativa do que a medição isolada de açúcares e de
acidez (Chitarra & Chitarra, 2005).
Conclusões
1 - O genótipo IG1 apresenta menor porte e melhores
características física e físico-química dos frutos para
processamento agroindustrial.
2 - O genótipo JP3 apresento características indesejáveis
para plantios comerciais de fruteiras perenes, como menor
rendimento de polpa e menor relação SST/ATT, porte
elevado 8,20 m e baixa produção comparada a outros
genótipos do BAG.
3 - Os genótipos avaliados apresentam variabilidade para
todos os caracteres estudados, possibilitando a seleção de
matrizes promissoras, para implantação de pomares
comerciais e futuros trabalhos de melhoramento genético.
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