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Aula da EBD – Dia 17.

09 – Perguntas do Catecismo: 146 a 149


Introdução:
Irmãos, iniciamos mais uma aula da nossa EBD e hoje daremos um ponto final nos 10 mandamentos.

Temos aqui no nosso símbolo de fé, a expressão prática da importância que a lei nos oferece. Como
cristãos, precisamos compreender que com o relacionamento com Deus, somos levados a buscar uma vida
moralmente de acordo com a sua vontade.

146. Qual é o décimo mandamento?

O décimo mandamento é “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não desejarás a sua mulher, nem o seu
servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.”

Ex 20.17.

147. Quais são os deveres exigidos no décimo mandamento?

“Os deveres exigidos no décimo mandamento são: um pleno contentamento com a nossa condição e uma
disposição caridosa da alma para com o nosso próximo, de modo que todos os nossos desejos e afetos
relativos a ele se inclinem para todo o seu bem e promovam o mesmo.”

148. Quais são os pecados proibidos no décimo mandamento?

“Os pecados proibidos no décimo mandamento são: o descontentamento com o

nosso estado; a inveja e a tristeza pelo bem de nosso próximo, juntamente com

todos os desejos e afetos desordenados para com qualquer coisa que lhe

pertença.”

1. Pleno contentamento:

A falta de satisfação que temos nas nossas vidas, acaba gerando em nós um incomodo. E esse incomodo é
o passo inicial que se trilha para o pecado da cobiça.

Quando o catecismo trabalha o conceito de pleno contentamento, ele está buscando direcionar que o a
falta de conformidade das nossas vidas gera a busca por aquilo que pertence ao nosso próximo.

Ilustração: Irmãos, quando por exemplo olhamos para a nossa aparência (aqui é o exemplo mais comum,
ainda mais para as mulheres) e começamos a encontrar defeitos, no passe de mágica começamos a
admirar outra pessoa. Mesmo que de certo modo, em alguns caso podemos buscar melhorar o nosso
físico, é só olharmos para as pessoas que hoje movimentam esse setor ao redor do mundo.

O ponto irmãos, é que em números casos desses, somos levados pela nossa falta de satisfação pelo que
temos e movidos pelo impulso na nossa natureza ansiosa, damos combustível ao pecado. Sendo que
somos chamados a viver de acordo com que temos além disso a ser felizes com isso.

Referencias bíblicas:

 Hebreus: 3.15;
 Filipenses: 4.11-12.

Como lemos, o nosso compromisso como cristãos de fato regenerados é viver de acordo com que temos.
A verdadeira felicidade está em reconhecer o nosso estado e se contentar.

Ilustração: O escritor Nick Vujcic no seu livro “Uma vida sem limites” descreve que em uma das
experiências pessoais, esteve no Egito e esteve no que é conhecida como “Cidade do Lixo”. Lugar
habitado majoritariamente por coletores de lixo. Vujicic não conseguia entender, o motivo daquela cidade
ser tão hospitaleira e tão alegre quando a visitou, até que ele identificou que a maioria daquele povo eram
os um dos poucos cristãos que habitavam no Egito. (povo conhecido como Zabbaleen)

2. Inveja:

O perigo que falta de contentamento pode despertar em nós é a inveja.

Um sentimento totalmente oposto a felicidade do contentamento. O sentimento de que a tristeza do


próximo pode ser maior até do que alegria vivida pela pessoa. O mandamento da cobiça não apenas
restringe ao que a pessoa tem, mas também do que a pessoa pode deixar de ter.

Tomás de Aquino no clássico “7 Pecados Capitais” afirma que “ora, sendo a inveja uma tristeza pela
glória do outro, considerada como certo mal, segue-se que, movido pela inveja, tenda a fazer coisas
contra a ordem moral para atingir o próximo”

Ilustração: Sabe aquela pessoa que está do seu lado no trabalho e na hora de ocorrer uma promoção (a
empresa tem que escolher entre você ela) e a empresa acaba escolhendo o seu colega. Você
automaticamente critica a escolha, “Poxa eu trabalho mais” “Sou mais experiente” “Dou a vida pela
empresa” Esse sentimento é pecaminoso, irmãos.

A alegria do nosso próximo quando ocorre algo bom, também precisar ser a nossa alegria. A inveja pode
estar ao nosso lado em vários momentos (inclusive na igreja) e por muitas vezes não damos a devida
atenção.

Referencias bíblicas:

 Gálatas: 5.26;
 Tiago: 3.14-16.

3. Disposição caridosa com o próximo

Irmãos, além do contentamento que é exigido por Deus. O amor é algo primordial na vida cristã.

E não existe mais incoerência em falar que amamos o nosso irmão e não buscarmos o bem dele. A cobiça
não é apenas algo de errado que é realizado diretamente a Deus, mas também ao meu irmão. E por muitas
das vezes, possa parecer despercebido (pela nossa natureza egoísta), o estrago ao próximo realizado
demonstra que não amamos de fato, como nos foi ordenado.

Ilustração: Podemos buscar como exemplo, a história do adultério de Davi com a Bate Seba. O que vem
por de trás, como pano de fundo é muito maior, se fomos analisar. A cobiça de Davi, gerou todos os
pecados seguintes. Davi naquele ato demonstrou total falta de amor a Urias.

A consequência que o pecado da cobiça traz para o homem é a demonstração real da falta de amor que
devemos praticar um ao outro. E observe como podemos ser totalmente contrários ao mandamento de
Deus:

Exemplos:

 Vida real;
 O que nos leva a buscar uma promoção no trabalho? Será a demissão do nosso colega?

A falta de caridade aqui nessa resposta não se restringe ao ato de não fazer mal, mas também deixarmos
de se alegrar. Se importamos com o nosso próximo quando estamos juntos com ele, se alegrando nas
conquistas, o bem que atinge o coração dele precisa ser também o nosso bem. Isso é ser piedoso.

O conceito de ser piedoso está diretamente ligada ao fato de como enxergamos o nosso próximo em ação
de compaixão, de se alegrar com os que se alegram e chorar que com os que choram. (Romanos: 12.15)
4. Desejo desordenado.

Além disso, a resposta de nº 148 trata o pecado como “desejos e afetos desordenados para coisa que lhe
pertença” Essa expressão nos remete a criação que fora feita de forma ordenado e como o pecado
desordena os nossos desejos.

O ser humano não foi criado para buscar algo não o pertença, Deus forneceu ao homem todas as
condições para que ele encontre tudo que necessite. Entretanto, com o pecado o ser humano teve seus
afetos ou desejos mudados, ao ponto de buscar na felicidade dos outros a sua solução.

Ilustração: Infelizmente vemos em muitos casos, a destruição de uma família por exemplo um presente
de Deus para outros.

O ser humano cego pela corrupção, não consegue enxergar as consequências do seu pecado.

Referencias bíblicas:
 Romanos: 13.9.

149. Será alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus?

“Nenhum homem, por si mesmo, ou por qualquer graça que receba nesta vida, é capaz de guardar
perfeitamente os mandamentos de Deus; mas diariamente os viola por pensamentos, palavras e
obras.”

A nossa última pergunta resume o nosso entendimento sobre os mandamentos.

1. Nenhum homem consegue cumprir por si mesmo ou por graça recebida.

O primeiro ponto importante que devemos compreender sobre os mandamentos, é que diante da
corrupção do homem, por si só ou pela graça, não consegue cumprir perfeitamente os mandamentos.

Entramos no conceito de depravação total e da santificação imperfeita.

1.1- Depravação total

Talvez seja algo repetitivo no nosso meio reformado, mas que é preciso que seja refletido diversas vezas.

A depravação um dos pontos do calvinismo, afirma que diante do nosso primeiro pai, Adão, todos os
seres humanos foram contaminados pelo pecado. De forma que afetos, desejos, todas as partes do nosso
ser, acabam sendo dirigidos contra a vontade de Deus.

Referencias bíblicas:

 Eclesiastes: 7.20

1.2 - Santificação imperfeita

Além do fato da depravação, temos o que aprendemos também no catecismo o conceito de santificação
imperfeita.

Apesar de termos acesso a revelação especial (através da palavra de Deus), não conseguimos exercer de
maneira perfeita a vontade de Deus. Reflexo da nossa natureza. E por isso, inúmeras vezes incorremos em
desobedecer aos mandamentos.

Referencias bíblicas:

 Gálatas: 5.17
2. E o que faremos?

Finalizando a pergunta, o que faremos se diariamente transcorremos através dos nossos pensamentos e
obras?

Os nossos pecados factuais tormenta os nossos dias e isso será até o final das nossas vidas, o que nos cabe
a realizar são as confissões de pecados, sejam elas de maneira individual no nosso dia a dia, ou seja ela na
nossa comunidade local. Sabendo da nossa condição diante de Deus, precisamos pedir para que o espírito
nos ilumine e nos direcione nas nossas falhas.

Referencias bíblicas:

 1ª João: 1.9.

Conclusão:

A origem do pecado na nossa vida é algo relevante durante a caminha aqui na terra. A gratidão pelas
coisas que temos, precisa ser exercida, a fim de que não veiamos flertar com o pecado, que bate na nossa
porta todos os dias.

Tenha sempre que os desejos carnais que possamos ter, podem desempenhar consequências terríveis na
vida do nosso próximo. Se dizemos que somos cristãos, o amor ao próximo vai além de oferecer alguma
ajuda pontual ou necessária. Buscar a alegria de quem está ao nosso lado também é uma demonstração de
afeto, de amor. Isso é algo inegociável para um cristão.

Somos e seremos falhos e pecadores durante a nossa caminhada. Nos cabe como ouvintes atento a palavra
de Deus, buscarmos a nossa responsabilidade humana de tentar sempre sermos imitadores de Cristo e nos
momentos que o espírito santo nos mostrar que falhamos, precisamos parar e com humildade buscar
recomeçar.

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