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A responsabilidade civil é a condenação do servidor a

ressarcir à Administração Pública os danos que tenha


causado por ação ou omissão dolosa ou culposa
Responsabilidade do militar (CARVALHO FILHO, 2006, p. 612).
A responsabilidade penal “é a que decorre de conduta que
Exceção para a regra de independência a lei penal tipifica como infração penal” (CARVALHO FILHO,
das instâncias 2006, p. 613).
Com arrimo no princípio da economia processual e, A responsabilidade administrativa (MEIRELES, 2002, p.
afim de evitar decisões contraditórias, as 467): “é a que resulta da violação de normas internas da
responsabilizações administrativas e civis, derivadas
de crimes repercutirão a absolvição criminal em
Administração pelo servidor sujeito ao estatuto e
função da comprovação de inocorrência de fato ou disposições complementares estabelecidas em lei, decreto
negativa de autoria, nos termos do art. 439, alíneas ou qualquer outro provimento regulamentar da função
“a” e “c” do Código de Processo Penal Militar - CPPM.
pública

TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

Art. 1º - O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, tem por
finalidade especificar e classificar as transgressões disciplinares, estabelecer normas relativas
à amplitude e à aplicação das punições disciplinares, à classificação do comportamento policial-
militar das praças e a interposição de recursos contra a aplicação das punições.

Art. 8º - Estão sujeitos a este Regulamento, os Policiais-Militares na ativa e os na


inatividade.

Art. 12 - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres e das
obrigações policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples e qualquer omissão ou
ação contrária aos preceitos estatuídos em leis, regulamentos, normas ou disposições, desde
que não constituam crime.

Art. 13 - São transgressões disciplinares:


1) todas as ações ou omissões contrárias à disciplina policial-militar especificadas no Anexo ao
presente Regulamento;
2) todas as ações, omissões ou atos, não especificados na relação de transgressões do Anexo
citado, que afetem a honra pessoal, o pundonor policial-militar, o decoro da classe ou o
sentimento do dever e outras prescrições contidas no Estatuto dos Policiais-Militares, leis e
regulamentos, bem como aquelas praticadas contra regras e ordens de serviço estabelecidas
por autoridade competente.
PUNIÇÕES DISCIPLINARES

1) advertência;

2) repreensão;

3) detenção;
Punições disciplinares
4) prisão e prisão em separado;
As punições disciplinares de detenção e
prisão não podem ultrapassar de trinta 5) licenciamento e exclusão a bem da disciplina.
dias.

Advertência - É a forma mais


branda de punir. Consiste numa
admoestação feita verbalmente ao transgressor, podendo ser em caráter particular ou
ostensivamente na presença de superiores, no circulo de seus pares ou na presença de toda ou
parte da OPM.
Por ser verbal, não deve constar das alterações do punido, devendo, entretanto, ser registrada
em sua ficha disciplinar.

Repreensão - É a punição que, publicada em boletim, não priva o punido da liberdade.

Detenção - Consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deve permanecer no local


que lhe for determinado, normalmente o quartel, sem que fique, no entanto, confinado.
O detido comparece a todos os atos de instrução e serviços.
Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o oficial ou aspirante a oficial
pode ficar detido em sua residência.

Prisão - Consiste no confinamento do punido em local próprio e designado para tal.


Os policiais-militares dos diferentes círculos de oficiais e praças estabelecidos no Estatuto dos
Policiais-Militares não poderão ficar presos no mesmo compartimento.

São lugares de prisão:


- Para oficial - determinado pelo Cmt. no aquartelamento.
- Para Sub Ten. e Sgt - compartimento denominado “Prisão de Sub Ten e Sgt”.
- Para as demais Praças - compartimento fechado denominado “Xadrez”

o Em casos especiais, a critério da autoridade que aplicou a punição, o oficial ou aspirante


a oficial pode ter sua residência como local de cumprimento da prisão, quando esta não
for superior a 48 horas.
o Quando a OPM não dispuser de instalações apropriadas, cabe à autoridade que aplicou
a punição, solicitar ao escalão superior local para servir de prisão em outra OPM.
o Os presos disciplinares devem ficar separados dos presos à disposição da justiça.
o Compete à autoridade que aplicar a primeira punição de prisão à praça, ajuizar da
conveniência e necessidade de não confinar o punido, tendo em vista os altos interesses
da ação educativa da coletividade e a elevação do moral da tropa. Neste caso, esta
circunstância será fundamentadamente publicada em Boletim da OPM e o punido terá
o quartel por homenagem.
o A prisão deve ser cumprida sem prejuízo da instrução e dos serviços internos. Quando
o for com prejuízo, esta condição deve ser declarada em Boletim.
o O punido fará suas refeições no refeitório da OPM, a não ser que o Comandante
determine o contrário.

Prisão em separado: Em casos especiais, a prisão pode ser agravada para “Prisão em separado”,
devendo o punido permanecer confinado e isolado, fazendo suas refeições no local da prisão.
Este agravamento não pode exceder à metade da punição aplicada e deve constituir a parte final
do cumprimento da punição.

Licenciamento e Exclusão a bem da disciplina - Consiste no afastamento, “ex-ofício”, do policial-


militar das fileiras da Corporação, conforme prescrito no Estatuto dos Policiais-Militares.
o O licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado à praça sem estabilidade
assegurada, mediante à simples análise de suas alterações, por iniciativa do
Comandante, ou por ordem das autoridades relacionadas nos itens 1), 2), 3), 4) e 5) do
Art. 9º (1- O governador do Estado, a todos os integrantes da Polícia Militar. 2) O
Secretário de Segurança do Estado, aos elementos à disposição da sua Secretaria. 3) O
Cmt Geral, aos que estiverem sob o seu comando. 4) O Ch da Casa Militar, aos que
estiverem sob a sua chefia. 5) O Ch do EM, SubCh do EM, Comandante do Policiamento
da Capital, Comandante do Policiamento do Interior, Comandantes de Policiamento de
Área, Comandante do Corpo de Bombeiros, Diretores, aos que servirem sob suas
ordens). QUANDO:
1) A transgressão afeta o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o
decoro, e como repressão, imediata, assim se torna absolutamente necessária à
disciplina;
2) no comportamento MAU, se verifica a impossibilidade de melhoria de
comportamento, como está prescrito neste Regulamento.

o A exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada “ex-ofício” ao aspirante a oficial e à


praça com estabilidade assegurada, de acordo com o prescrito no Estatuto dos Policiais-
Militares.

FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Instauração da portaria

Fases do processo Instrução dela


administrativo disciplinar
Defesa

Julgamento
Da portaria de instauração
Artigo 5º A portaria de Sindicância deverá conter:
I – identificação da autoridade delegante;
II – identificação da autoridade delegada;
III – identificação do suspeito;
IV – histórico dos fatos;
V – rol de testemunha e
VI – anexo.
Das providências do sindicante
Artigo 6º O encarregado da Sindicância, tão logo receba a portaria ou determinação para
instaurar a sindicância, deverá adotar as seguintes providências:
I- fazer a autuação dos documentos-origem, dentro do prazo de 48 (quarenta e oito) horas após
o recebimento da portaria;
II- ouvir o ofendido, sindicado, testemunhas e outras pessoas que possam esclarecer os fatos;
III- proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas;
IV- fazer acareação;
V- determinar que se proceda a exame de corpo de delito e a outros exames e perícias;
VI- determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída, danificada ou
da qual houve indébita apropriação;
VII- proceder buscas e apreensões em dependências dos quartéis;
VIII – identificando indícios do cometimento de transgressão, citar o acusado e oportunizar o
direito ao contraditório e ampla defesa.
IX - analisar os fatos apurados e fazer seu relatório conclusivo;
X - remeter os autos da sindicância à autoridade delegante ou competente para solucioná-la, por
ofício ou parte.
Parágrafo único. Em se constatando o envolvimento de Oficial PM ou Graduado PM mais antigo
que o sindicante, este deverá encerrar as atividades, confeccionando relatório dos trabalhos até
então desenvolvidos e motivar a sua solicitação.

Citação
1- cabeçalho contendo: local, data, numeração de ofício, identificação da autoridade delegada,
assunto e relação de anexo;
2- identificação do acusado;
3- relato dos fatos, constando rol de testemunhas, se houver;
4- tipificação da transgressão disciplinar praticada, anexo RDPM-MT.

I - o nome da autoridade delegante e do encarregado do processo;


II - a identificação do policial militar contendo seu nome completo, grau hierárquico e
número do RGPM;
III - a indicação da espécie de processo disciplinar;
IV – a descrição detalhada da acusação e transcrição dos dispositivos legais infringidos;
V – as orientações a respeito das comunicações dos atos processuais que serão realizadas
pessoalmente, por meio de boletim da instituição ou Diário Oficial do Estado.
VI - A indicação da data (local, dia e hora) da qualificação e interrogatório, que deverá ser no
mínimo após 48 horas após a citação;
VII - a advertência de que o policial militar acusado deverá apresentar por escrito, no prazo de
até 72 horas após a qualificação e interrogatório, sua defesa prévia;
VIII - a indicação de que o policial militar acusado, para exercer sua defesa, poderá constituir
defensor, promover sua autodefesa (exceto em CD, CJ ou Sind Demissória) declarando
expressamente na qualificação e interrogatório e/ou em defesa prévia ou solicitar defensor
dativo, no prazo de 02 (dois) dias após a citação;
IX – a assinatura da autoridade delegante;
X – o rol de testemunhas, se houver.

Apresentação de defesa
O prazo para entrega das alegações finais de defesa é de 05 (cinco) dias corridos, a contar da
vista dos autos pelo acusado e ou seu defensor.
Ausência das razões de defesa.
Parágrafo único. o militar estadual acusado que não tiver interesse em se defender, deverá expor
por escrito a sua intenção.

Julgamento e Solução
A autoridade delegante ou competente para decidir, fará a solução da sindicância publicando em
boletim, determinando:
1- arquivamento, se não constatar irregularidade;

2- punição disciplinar, se ficar apurado que o acusado cometeu transgressão disciplinar;

3- encaminhamento de cópia dos autos a outras autoridades civis ou militares, para


conhecimento ou adoção de medidas administrativas, cíveis e/ou criminais;

4- instauração de inquérito policial-militar, com base na alínea “f” do art. 10 do Código de


Processo Penal Militar (CPPM), se o fato apurado constituir crime de natureza militar;

5- encaminhamento à 11ª Vara Especializada de Justiça Militar, via sistema PJE (Processo
Judicial Eletrônico), por intermédio do respectivo Departamento de Justiça e Disciplina,
em s configurando indícios de crime de natureza militar e/ou comum.(Portaria
02/QCG/PMMT 02/05/2

Ciência da Solução e Julgamento


O acusado será formalmente comunicado da solução, para adotar as medidas legais ou
regulamentares cabíveis, obedecendo trâmite e os prazos regulamentares para os recursos
previstos.

ESPÉCIES DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DISCIPLINARES

Termo acusatório

Espécies de processos Sindicância disciplinar


administrativos disciplinares
Conselho de disciplina

Conselho de justificação

SINDICÂNCIA DISCIPLINAR

Hipóteses de cabimento
A Sindicância é o instrumento pelo qual a administração pública militar utiliza para colher
elementos de autoria e materialidade de irregularidades praticadas por militares
estaduais, visando apurar o cometimento de transgressões disciplinares, as que se referem nos
artigos 12 e 13, do Regulamento Disciplinar da PMMT, instituído pelo Decreto nº 1.329, de 21
de abril de 1978.

Sindicância é o meio que Administração Pública Militar utiliza para colher elementos de autoria
e materialidade de irregularidades praticadas por militares estaduais durante o serviço ou fora
do serviço, é o instrumento legal de se apurar possível cometimento de transgressão disciplinar.
Espécies:
o Sindicância Investigativa / Inquisitorial - instaurada p/ elucidar irregularidade, onde
ao final apontará os autores da falta, neste tipo não há contraditório e ampla defesa.
o Sindicância Acusatória – Esta inicia com rito acusatório, com autoria e
materialidade de transgressão disciplinar. Nesta fase, obrigatoriamente, observa-se a
ampla defesa e o contraditório.
o Sindicância Híbrida - (Inicia investigativa e transforma-se em acusatória a partir dos
elementos probatórios colhidos).

Quem pode ser sindicante? (Autoridade delegada) Será designado sindicante um Oficial PM,
Aspirante-à-oficial PM, Sub- Tenente e ou Sargento mais antigo ou de posto ou graduação
superior ao sindicado.

A Sindicância será iniciada de ofício ou por determinação de autoridade superior, através de


portaria ou ordem por escrita.

IMPEDIMENTOS do Sindicante (art. 14 da Portaria nº.160)

Está impedido de ser encarregado de Sindicância, o Graduado ou Oficial que:

1. formulou a acusação;

2. tenham entre si, com o acusador ou com o acusado, parentesco consanguíneo ou afim,
na linha reta ou até quarto grau de consanguinidade colateral ou de natureza civil;

3. tenha particular interesse na solução da Sindicância;

4. foi parte em qualquer procedimento que serviu de base para a acusação.

São impedimentos do encarregado: (art. 8º da Portaria nº 128)

1. ter nível hierárquico ou antiguidade inferior ao acusado;

2. tiver subscrito o documento motivador do processo regular;

3. ter funcionado seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau, como
defensor.

São casos de SUSPEIÇÃO do encarregado: (art. 8º da Portaria nº 128)

1- quando ele próprio ou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro
grau inclusive, for parte ou diretamente interessado no processo;
2-
3- ser amigo íntimo ou inimigo do acusado;

4- se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, adotante ou adotado, de um ou de


outro, estiver respondendo a processo disciplinar por fato análogo;

5- se tiver aconselhado, previamente, o acusado em relação ao processo a que


responderia;
6- se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário de bens do
acusado;

7- se for credor ou devedor, tutor ou curador do acusado;

8- se o acusado ou quem subscreveu o documento motivador do processo disciplinar, for


seu cônjuge, parente consanguíneo ou afim, até quarto grau inclusive.

Dos Prazos

Prazo regular- 40 Dias, após Autuação.


Prorrogação – 20 dias, após pedido remetido no mínimo 01 dias antes do fim.
Dilação – até 30 dias, caso de necessidade comprovada.
Sobrestamento - até 60 dias, imprescindível suspensão de prazo, provocado pelo sindicado ou
Administração Pública.

Investigativa

Espécies de sindicância Acusatória


Disciplinar
Hibrida

A SINDICÂNCIA INVESTIGATIVA

É uma espécie de procedimento que visa apurar um fato, em tese, irregular praticado pelo
policial militar, buscando a autoria e materialidade (elementos de convicção) de transgressão
disciplinar.
Nesta Sindicância não se observa o contraditório e a ampla defesa, de modo que o encarregado
não precisa se preocupar com a presença do advogado constituído do policial militar investigado
nos atos de instrução.
No rito investigativo da sindicância, regra geral, não se fala em prova, mas em elementos de
informações coletados pelo encarregado.

AUTUAÇÃO - Art. 4º, I do Manual do Sindicância

É a capa da sindicância, é confeccionada em papel cartolina de cor amarela (na prática é


uma folha A4 colada na capa do processo/procedimento).
O encarregado deve observar que a data da autuação tem que coincidir com a data da abertura
dos trabalhos (Termo de abertura).
E isso se faz em até 02 (dois) dias após o recebimento da Portaria inaugural. Visa essa
data dar início a contagem de prazo para conclusão da Sindicância.
A contagem do prazo se inicia depois da elaboração da autuação e do termo de abertura.
Se ocorrer imprevisto que retarde o início da instrução da sindicância o encarregado deverá
informar a autoridade delegante, para que esta possa registrar os fatos e controlar o devido
prazo.
PORTARIA/ANEXOS

o É a forma oficial de iniciar uma sindicância;


o Na Portaria conterá nome da autoridade delegante (Oficial que determinou a
instauração), a autoridade delegada (Oficial que foi designado para realizar apuração dos
fatos da sindicância);
o É neste documento, juntamente com seus anexos, que o encarregado irá identificar qual
rito deve ser aplicado na sindicância, se investigativo ou acusatório.

TERMO DE ABERTURA

O Termo de Abertura é também uma peça formal, o último procedimento a ser realizado na fase
de autuação, motivo pelo qual sua data tem de coincidir com a da autuação, devendo especificar
as atividades que estão dando início aos trabalhos, podendo ser: realização de diligências,
solicitações, anexação de provas, documentos e outros provimentos.

OFÍCIO DE RECEBIMENTO/INFORMAÇÃO DE INÍCIO DOS TRABALHOS

É um documento de garantia do encarregado, confirmando que este iniciou os trabalhos dentro


do prazo regulamentar de 02 (dois) dias após o recebimento da Portaria.
Caso o encarregado tenha motivo de força maior que o impeça de iniciar os trabalhos, este
deverá comunicar para que seja autorizado um sobrestamento de prazo após o início dos
trabalhos.
Para controle de prazo, independente do ofício a contagem se inicia após 02 (dois) dias.
Os ofícios solicitando qualquer documento ou procedimento extra-autos não precisa serem
inseridos nos autos da sindicância, salvo os ofícios que não foram atendidos.

Não importa a ordem de realização


TERMO DE PERGUNTA AO OFENDIDO
das inquirições, nesta fase. O que
TERMO DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHA importa é chegar à autoria e
TERMO DE PERGUNTA AO SINDICADO materialidade da infração disciplinar.

o Na fase investigativa não há obrigatoriedade de realizar oitivas das pessoas envolvidas,


na sequência rígida determinada pelo MASIN. Ocorre que nessa fase o encarregado tem
liberdade de produzir os elementos de informações que indiquem autoria e
materialidade de infração disciplinar. Portanto, a fase investigativa é flexível, e não rígida.
o O encarregado poderá optar por qual caminho deverá trilhar durante a investigação que
o levará a elucidação dos fatos mais próximo da verdade.
o Nesta fase, não há contraditório e ampla defesa, o sindicado e ou advogado não podem
interferir na investigação, no entanto, se desejarem acompanhar a instrução, o
encarregado poderá autorizar desde que se comportem de forma adequada e não
prejudiquem a investigação.
o Na fase investigativa o DOCUMENTO adequado para tomar declaração do
SINDICADO / INVESTIGADO é o TERMO DE PERGUNTAS AO SINDICADO.
o O sindicado, tem o direito de permanecer calado e por lógica não presta o
compromisso de dizer a verdade.
o O Ofendido não presta o compromisso de dizer a verdade.
o A Testemunha presta o devido compromisso de dizer a verdade.
EXTRATOS DE ALTERAÇÃO
o Encarregado deverá solicitar os EXTRATOS DE ALTERAÇÕES ATUALIZADOS dos
Policiais Militares sendo investigados ou acusados.
o Isso decorre da previsão do RDPMMT nos artigos 14, 15, 16, 17 e 18, normas de
aplicação de penalidade disciplinar ao policial militar infrator. (Analise, Causas de
justificação, Circunstâncias atenuantes e Circunstâncias agravantes).
o Obrigatório à análise desses artigos pela autoridade julgadora, antes de solucionar a
sindicância, pois, o policial poderá ter a punição agravada, atenuada ou ainda justificada.

JUNTADA
o Documento utilizado tanto na fase investigativa quanto na fase acusatória, tendo
a finalidade de juntar/acostar/inserir nos autos documentos que não foram produzidos
pelo encarregado.
Ex: Extrato de alteração, laudo pericial, escala de serviço, cópia de cautela de arma de fogo,
boletim de ocorrência, carta precatória (oitiva de testemunha) etc.
1º Termo de Juntada
2º Os documentos a serem juntados, devidamente identificados.
Quando se vai adicionar um documento no processo, primeiro se faz o termo de juntada.

CERTIDÃO
o Documento elaborado pelo encarregado todas as vezes que ao realizar diligência fins de
elucidar os fatos, não consiga êxito na sua efetivação.
o Devendo registrar os fatos ocorridos na Certidão.
o E quando se tratar de diligência para localizar e notificar testemunha, o encarregado
deverá atentar para que 02 (duas) testemunhas acompanhe a r. diligência, as quais irão
assinar a r. certidão, juntamente com o encarregado.

RELATÓRIO
o No relatório o encarregado deverá expor detalhadamente todas as diligências
realizadas.
o Observar o Modelo previsto no MASIN.
o Registrar todos os documentos e requisições feitas.
o Apontar os elementos de informação que contribuíram para formar a convicção de que
o investigado não cometeu qualquer irregularidade (infração disciplinar/crime militar ou
comum).
o Se por algum motivo o encarregado tiver que finalizar os autos sem terminar as
diligências, deverá confeccionar um Relatório parcial, apontando tudo o que foi feito e
as diligências que faltam, remetendo os autos à autoridade delegante.

SINDICÂNCIA ACUSATÓRIA

CITAÇÃO (art.7° da Portaria n° 160)


É o documento formal que tem por finalidade dar ciência ao militar estadual de que está sendo
acusado em processo administrativo disciplinar de ter praticado transgressão disciplinar
capitulada no anexo do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar. É pessoal, intransferível e
deve ser feita diretamente ao acusado, de modo que a partir desse momento passe a exercer
seus direitos ao contraditório e ampla defesa, dentro dos autos de Sindicância.

Conteúdo da Citação
o A citação conterá cabeçalho, com local, data, numeração de ofício, identificação da
autoridade delegada, assunto e seus anexos .
o Identificação do acusado;
o Relato dos fatos, constando rol de testemunhas, se houver;
o Constar as infrações disciplinares do anexo RDPM-MT., como também os itens
infringidos do Estatuto dos Militares Estaduais.
o
De forma mais completa:
I - o nome da autoridade delegante e do encarregado do processo;
II - a identificação do policial militar contendo seu nome completo, grau hierárquico e
número do RGPM;
III - a indicação da espécie de processo disciplinar;
IV – a descrição detalhada da acusação e transcrição dos dispositivos legais infringidos;
V – as orientações a respeito das comunicações dos atos processuais que serão realizadas
pessoalmente, por meio de boletim da instituição ou Diário Oficial do Estado.
VI - A indicação da data (local, dia e hora) da qualificação e interrogatório, que deverá ser no
mínimo após 48 horas após a citação;
VII - a advertência de que o policial militar acusado deverá apresentar por escrito, no prazo
de até 72 horas após a qualificação e interrogatório, sua defesa prévia;
VIII - a indicação de que o policial militar acusado, para exercer sua defesa, poderá constituir
defensor, promover sua autodefesa (exceto em CD, CJ ou Sind Demissória) declarando
expressamente na qualificação e interrogatório e/ou em defesa prévia ou solicitar defensor
dativo, no prazo de 02 (dois) dias após a citação;
IX – a assinatura da autoridade delegante;
X – o rol de testemunhas, se houver.

Momento da confecção da Citação


o Durante o desenvolvimento dos trabalhos investigativos, se autoridade delegada
constatar autoria e materialidade de cometimento de transgressão disciplinar, de
imediato lavrará a citação, momento pelo qual, ainda no mesmo auto de Sindicância,
passará a oportunizar ao sindicado o direito ao contraditório e ampla defesa,
notificando-o das inquirições do ofendido e testemunhas.
o Quando a sindicância disciplinar se inicia com rito acusatório, onde já se tem o autor
da infração, a Citação será confeccionada e expedida ao infrator, desde já.
o Os encarregados poderão identificar essa diferenciação na Portaria de Instauração.,
sendo importante o encarregado, ao receber a Portaria de Sindicância, observar se o rito
inicial a seguir é investigativo ou acusatório.
o Se for investigativo, a Citação será expedida quando identificado o autor dos fatos, com
provas já produzidas, no bojo do mesmo procedimento. Se for com rito acusatório a
Citação será expedida desde já, assim que receber a Portaria de Sindicância, pois, nos
documentos anexos a Portaria já se conhece o autor da infração e as provas em seu
desfavor.

TERMO DE QUALIFICAÇÃO INTERROGATÓRIO


Ato personalíssimo do militar acusado, não podendo o advogado, nem parente do
acusado ser interrogado em seu lugar. Observar no tópico sobre produção de provas.

DEFESA PRÉVIA (art.15 § 2° da Portaria n° 160)

Após a qualificação e interrogatório o acusado deverá apresentar dentro do prazo de 72


horas, defesa prévia, da qual constará as exceções de IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO do
encarregado da Sindicância, a realização de diligências, indicação do rol de testemunhas de
defesa e demais medidas prevista no CPPM.
Na Defesa Prévia o Acusado poderá arrolar testemunhas (no máximo 03), solicitar
exames e periciais, juntada de documentos, suspeição e impedimento do encarregado, e outras
provas ligadas ao fato.
No prazo da defesa previa (72 horas) o encarregado não deverá realizar nenhum ato
processual. Tendo em vista que nas alegações de defesa prévia o acusado poderá arguir
suspeição e impedimento contra o encarregado. Se isso ocorrer todos os atos do encarregado
estarão passivos de nulidade, conforme Art. 19 §Único da Portaria Nº.128/2009.
Se o defensor constituído não apresentar a defesa prévia dentro do prazo legal de
(72horas) depois da Qualif. e Interrog., o encarregado deverá confeccionar uma certidão fins de
registrar que o direito foi oportunizado, porém o acusado e o defensor não manifestaram. Nesta
situação o prazo foi atingido pelo instituto da preclusão.
Preclusão é a perda de um poder jurídico processual. Sempre que se perde um poder
jurídico no processo, fala-se que houve preclusão. Lapso temporal para prática de um
determinado ato dentro processo.
A preclusão exerce dois relevantes papeis no processo acusatório:
1) dar segurança jurídica;
2) acelerar o processo, para impedir que o processo retroceda.
3) indispensável para organização dos autos

Se o advogado apresentar defesa prévia depois do prazo legal (72horas) o encarregado


receberá a defesa, e decidirá sobre os pedidos, se for de caráter procrastinatório deverá
indeferir e intimar a defesa referente o prazo fatal da preclusão da defesa prévia. Todavia, será
juntado nos autos sindicância para análise na solução final, conforme Art. 407, Parágrafo Único
do CPPM.

OU SEJA: Praxe administrativa, se o defensor e/ou acusado não apresentar a defesa prévia, o
encarregado com objetivo de amarrar a situação, poderá manter contato com o acusado e/ou
defensor, os questionará sobre a não apresentação da defesa prévia (verificando se vai ou não
apresentá-la), independente da resposta, faça uma certidão para registrar os fatos. Assim, se na
sequência dos atos a defesa vier alegar que não foi oportunizado o direito de defesa prévia, o
encarregado terá prova suficiente para assegurar o processo contra medidas judiciais.

ANÁLISE DA DEFESA
O encarregado ao receber a defesa prévia, deverá analisar o pedido, podendo então
DEFERIR OU INDEFERIR total ou em parte. Independente da decisão do encarregado,
impreterivelmente os indeferimentos dos pedidos impertinentes devem ser fundamentados e
informados ao advogado (ofício de Intimação). Caso não informe a decisão ao advogado, poderá
ocasionar vício em não respeitar a ampla defesa (informação, manifestação e consideração).
Obs. Na análise da defesa prévia o encarregado se tiver dúvida sobre os pedidos da
defesa, este deverá oportunizar a defesa para que no prazo de 48 horas apresente os
fundamentos do pedido, frisando ao mesmo o que se pretende provar com o pedido. Caso não
responda dentro do prazo estipulado o pedido deverá ser indeferido.
As diligências procrastinatórias apresentadas pela defesa prévia (alegações iniciais), o
encarregado deverá indeferir devidamente fundamentado, em seguida intimar ao Advogado da
r. decisão.

TERMO DE PERGUNTA AO OFENDIDO


TERMO DE INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS (ACUSAÇÃO)
TERMO DE INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS (DEFESA)
JUNTADA
Documento elaborado pelo encarregado da sindicância para inserir nos autos
documentos não produzido pelo sindicante, ou seja, documentos extra autos.
Ex: laudo pericial, escala de serviço, extrato de alterações, carta precatória, entre outros.

CERTIDÃO
A certidão é o documento comprobatório da realização de diligências que foram
realizadas e não foram logrados êxitos nas suas conclusões. Visa principalmente resguardar a
autoridade delegada e a Administração Pública Militar de todos os esforços foram tentados para
a elucidação dos fatos.

VISTAS DOS AUTOS (DEFESA FINAL)

O encarregado ao concluir todas as diligências de acusação e da defesa, deverá realizar


um exame saneador no processo, fins de verificar se ficou faltando alguma diligência por fazer.
Concluído o exame deverá dar vistas dos autos ao Advogado do militar acusado para que no
prazo legal de 05 (cinco) dias corridos entregue as alegações finais (por escrito), essa defesa é
obrigatória.
Termo de Vistas dos Autos é um documento em que o encarregado OPORTUNIZA ao
acusado e seu defensor acesso nos autos, conclusos ou não, se estiver concluso, a defesa depois
de vistas e extração de cópia terá o prazo de 05 dias corridos para apresentar a defesa final,
obrigatoriamente por escrito.
Caso o acusado, que por qualquer meio, não tenha condições de constituir defensor, ou
que não tenha condições de promover sua defesa, poderá autoridade delegante nomear um
defensor dativo, para suprir essa falta.

Se o advogado ou acusado deixar de apresentar a defesa final por escrito no prazo


regulamentar de 05 dias, o encarregado poderá adotar as seguintes medidas:
1- Se o encarregado optar em realizar o previsto no Manual de Sindicância, deverá
informar a situação a autoridade delegante, e ao mesmo tempo solicitar a nomeação
do defensor dativo (Oficial ou Graduado) Art. 2º da Portaria Nº.128/2009. Este
depois de nomeado deverá realizar a defesa final escrita do militar acusado, no prazo
de 05 dias corridos.
2- Ou o encarregado na omissão na defesa final, já esgotado o prazo legal, o
encarregado poderá fazer um contato com o Advogado ou ao próprio acusado,
perguntado sobre a defesa final escrita, perguntar ainda se irão entregar ou não à
defesa. Diante da resposta, se positivo, o encarregado estipulará um prazo a mais ao
Advogado (1, 2 ou 3 dias) para que apresente a defesa final. Esse prazo estendido é
discricionário do encarregado, devendo para tanto registrar os fatos em uma
certidão ou então no relatório final.

Com relação à defesa final, se o acusado e ou defensor apresentá-la fora do prazo legal
depois da nomeação do defensor dativo, o encarregado deverá juntá-la nos autos para análise
final da autoridade julgadora. A defesa final por escrito é indispensável para a finalização do
processo.

Defesa Final (art. 8° da Portaria n°.160)


Depois de produzidas todas as provas na sindicância (rito acusatório), será dado vistas
dos autos ao sindicado e seu defensor, para que apresente suas alegações finais de defesa no
prazo de 05 dias corridos.
RELATÓRIO
O Encarregado deverá emitir parecer se o acusado é culpado ou não, baseando- se nos
elementos de prova constante nos autos.

JULGAMENTO E SOLUÇÃO (art. 10 da Portaria n°.160)

Concluídos os trabalhos pelo encarregado, será remetido à autoridade delegante, a qual


incumbirá a solução final, formará sua decisão em cima das provas produzidas, assim a
sindicância poderá ter as seguintes decisões:
1- Arquivamento - se não constatar irregularidade;
2- Punição disciplinar - caso o fato apurado configure infração disciplinar do sindicado;
3- Remessa de cópias dos autos às outras autoridades civis ou militares, para outras
providências;
4- Instauração Inquérito Policial Militar – transformar em IPM com base na alínea “f”
do art. 10 do CPPM, se o fato apurado constituir crime de natureza militar.
5- Remessa à 11ª Vara Especial da Justiça Militar Estadual (VEJME) – Se o fato apurado
houver indícios de crime militar ou comum, e estiver esclarecido seu autor e
materialidade, conforme art. 28 aliena a, poderá ser encaminhada direta à VEJME,
através da Corregedoria Geral.

CIÊNCIA DA SOLUÇÃO (art. 11 da Portaria n°.160)


o O acusado será formalmente comunicado da solução, para adotar as medidas legais ou
regulamentares cabíveis, obedecendo tramite e os prazos regulamentares para os
recursos previstos. (art. 55 do RDPMMT)

Em casos de Inquérito Policial Militar


o Quando da apuração de crime militar através de IPM, restar indícios também de infração
disciplinar será instaurada Sindicância Disciplinar prevista na Portaria 160, rito
acusatório, pois os fatos já estarão esclarecidos, devendo desde já obedecer o direito da
ampla defesa e do contraditório.

ATENÇÃO!
O Sindicado, Ofendido e Testemunhas devem ser ouvidos em períodos compreendidos entre às
07 horas até às 18 horas. Se o depoimento não ficar concluso até às 18 horas, deverá ser
encerrado e dado prosseguimento no dia seguinte, em hora determinada pelo sindicante. Não
sendo dia útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada até o primeiro dia útil subsequente,
salvo casos de urgência. O Sindicante deverá constar nos termos dia e horas de início,
encerramento e interrupção.
Não poderá ser ouvida qualquer pessoa por mais de quatro horas consecutivas, sendo-lhe
facultado um período de descanso de meia-hora, sempre que tiverem de prestar declarações
além daquele tempo.

Notificação de Civil
E o civil será notificado pessoalmente, onde dará visto no Ofício de Notificação se
comprometendo a comparecer no ato processual. Não sendo encontrado em sua residência
poderá o encarregado Notificar seu parente ou cônjuge . Art. 7º, da Portaria 128/2009.

Notificação de Policial Militar da Inativa


O policial Militar inativo deverá ser notificado pessoalmente, conforme se faz com a notificação
do civil, conforme Art. 7º, §2º, da Portaria nº. 128/2009.
Notificação de Policial Militar Segregado (Preso)
O policial militar quando preso em estabelecimento penal (Presídio Santo Antônio) o
encarregado deverá notificá-lo pessoalmente, com autorização do Diretor do estabelecimento.
Artigo 293 CPPM
Resolução nº16/94 no seu item 15 e 16, CD e CJ, diz que o acusado poderá ser apresentado
mediante escolta

Notificação Funcionário Público Civil


Portaria nº.128/09, §4º: Os agentes públicos deverão comparecer por meio de solicitação ou
requisição à autoridade competente.
Notificação de Policial Militar da Ativa Solto
Em regra geral, o comparecimento de militar ou funcionário público será requisitado ao
respectivo chefe, pela autoridade que ordenar a notificação, coforme art. 349 do CPPM.

Notificação de Policial Militar de patente superior - IMPORTANTE


O encarregado deverá proceder conforme Instrução Normativa nº. 07. CorregPM de
27MAI13. o depoimento do superior hierárquico deve ser realizado de forma presencial
e redigido a termo.
hipótese do superior residir em outra circunscrição da qual foi instalada o processo, o
encarregado deverá proceder sua inquirição mediante carta precatória.

SINDICÂNCIA HÍBRIDA

É aquela que inicia investigativa e torna-se acusatória.


Durante o desenvolvimento dos trabalhos investigativos, se autoridade delegada constatar
autoria e materialidade de cometimento de transgressão disciplinar, de imediato lavrará a
citação, momento pelo qual, ainda no mesmo auto de Sindicância, passará a oportunizar
ao sindicado o direito ao contraditório e ampla defesa, notificando-o das inquirições do ofendido
e testemunhas

SINDICÂNCIA DEMISSÓRIA

A Sindicância de caráter demissório observará os princípios do contraditório e ampla


defesa e as formalidades deste manual.
Será instaurada pelo Comandante Geral.
A exclusão ex-officio será efetivada exclusivamente para as praças sem
estabilidade, após Sindicância, observado o direito ao contraditório e a ampla defesa, nos
seguintes casos:
I - por falta de compatibilidade, qualidade e desempenho profissional;
II - a bem da disciplina.

Será submetida à Sindicância a praça sem estabilidade:


I – que em período probatório não alcançar conceito favorável para estabilidade;
II - acusada oficialmente, ou por qualquer meio lícito de comunicação social, de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo ou função;
b) tido conduta irregular;
c) praticado ato que afete a hierarquia, a disciplina, a ética, os valores e deveres dos
militares estaduais, a honra pessoal, o pundonor policial-militar ou o decoro da classe;
III - demonstrar incapacidade ao exercício da atividade-militar estadual;
IV - condenado na justiça comum e ou justiça’ militar estadual, à pena privativa de
liberdade superior a 02 (dois) anos e ou a perda de cargo público, por sentença transitada em
julgado; ou
IV - pertencente a partido político ou associação, suspenso ou dissolvido por força de
disposição legal ou decisão judicial ou que exerça atividades prejudiciais ou perigosas à
Segurança Nacional.
A praça sem estabilidade, ao ser submetida a Sindicância, será afastada do exercício de
suas funções e colocado à disposição do encarregado;
A submissão da praça sem estabilidade a Sindicância, poderá, por conveniência ou
oportunidade da administração pública militar e para o cumprimento desta lei, incorrer
diretamente sobre a concessão de direitos a estabilidade, férias, afastamentos
temporários do serviço e licenças.

Não podem ser encarregados de Sindicância:

a) O Oficial que formulou a acusação;


b) O Oficial que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado, parentesco
consanguíneo ou afim, na linha reta ou até quarto grau de consanguinidade colateral ou de
natureza civil;
c) Oficial que tenha particular interesse na solução da Sindicância;
d) O Oficial que foi parte em qualquer procedimento que serviu de base para a
acusação.

RECURSOS DISCIPLINARES

Interpor recursos disciplinares é o direito concedido a policial militar que se julgue, ou


julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado por superior hierárquico, na esfera
disciplinar.

Pedido de reconsideração de ato;


Espécies de recursos
administrativos Disciplinares Queixa;

Representação.

RECONSIDERAÇÃO DE ATO

É o recurso interposto mediante requerimento, por meio do qual o policial-militar que se


julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou injustiçado, solicita à autoridade
que praticou o ato, que reexamine sua decisão e reconsidere seu ato.
o O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado através da autoridade a
quem o requerente estiver diretamente subordinado.
o O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo máximo de 2 dias
úteis, a contar da data em que o policial-militar tomar oficialmente conhecimento dos
fatos que o motivaram.
o A autoridade, a quem é dirigido o pedido de reconsideração de ato, deve dar despacho
ao mesmo no prazo máximo de 4 dias úteis.
QUEIXA

É o recurso disciplinar, normalmente redigido sob a forma de ofício ou parte, interposto pelo
policial-militar que se julgue injustiçado, dirigido diretamente ao superior imediato da
autoridade contra quem é apresentada a queixa.
o A apresentação da queixa, só é cabível após o pedido de reconsideração de ato ter
sido solucionado e publicado em Boletim da OPM onde serve o queixoso.
o A apresentação da queixa deve ser feita dentro de um prazo de 5 dias úteis, a contar
da publicação em Boletim da solução de que trata o parágrafo anterior.
o O queixoso deve informar, por escrito, à autoridade de quem vai se queixar, do objeto
do recurso disciplinar que irá apresentar.
o O queixoso deve ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem
formulou o recurso, até que o mesmo seja julgado. Deve, no entanto, permanecer na
localidade onde serve, salvo a existência de fatos que contra-indiquem a sua
permanência na mesma.

REPRESENTAÇÃO

É o recurso disciplinar, normalmente redigido sob a forma de ofício ou parte, interposto por
autoridade que julgue subordinado seu estar sendo vítima de injustiça ou prejudicado em seus
direitos, por ato de autoridade superior. A apresentação deste recurso disciplinar deve seguir
os mesmos procedimentos prescritos para a queixa
o Feito pelo superior
o Prazo de 5 dias úteis

A apresentação do recurso disciplinar deve:


o ser feita individualmente;
o tratar de caso específico;
o cingir-se aos fatos que o motivaram;
o fundamentar-se em novos argumentos, provas ou documentos comprobatórios e
elucidativos e não apresentar comentários.

Obs.
o O prazo para a apresentação de recurso disciplinar, pelo policial militar que se encontre
cumprindo punição disciplinar, executando serviço ou ordem que motive a
apresentação do mesmo, começa a ser contado, cessadas as situações citadas.
o O recurso disciplinar que contrarie o prescrito neste Capítulo é considerado
prejudicado pela autoridade a quem foi destinado, cabendo a esta mandar arquivá-lo e
publicar sua decisão em Boletim, fundamentadamente.
o A tramitação de recurso deve ter tratamento de urgência em todos os escalões.

INCIDENTES PROCESSUAIS

É incidente toda questão geradora de obstáculo ao desenvolvimento normal e válido


do rito processual. [art. 12 da Portaria 128/GCG/PMMT/09];
Podem gerar outras situações a partir delas: Recusa de assinatura; Não localização do
policial militar/testemunha a ser citado/notificado;

SITUAÇÃO 1: FEITA A CITAÇÃO, O ACUSADO COMPARECE SEM O DEFENSOR.

1- Nomeação de Defensor Ad-Hoc (para o Termo de Qualificação e Interrogatório.


2- Durante a Qualificação e Interrogatório, indagar se o acusado irá constituir
Defensor;
3- Caso o acusado não constitua defensor, solicitar a autoridade delegante a
nomeação de defensor Dativo;
4- Incidente resolvido

SITUAÇÃO 2: FEITA A CITAÇÃO, O ACUSADO NÃO COMPARECE E NÃO JUSTIFICA A AUSÊNCIA

1- Se justificar a falta, notificar o acusado para nova data;


2- Se não justificar, decreta-se a revelia do acusado;
3- Encarregado deverá solicitar a autoridade delegante a nomeação de defensor
Dativo;
4- Incidente Resolvido

SITUAÇÃO 3: RECUSA DE RECEBIMENTO DA CITAÇÃO;

1- Efetuar a leitura da citação na presença de duas testemunhas;


2- Indagar se o acusado quer receber sua via;
3- Elaborar Certidão das providências tomadas, com assinaturas;
4- Data da oitiva – Acusado comparece?
5- SIM: Processo continua normalmente, com defensor, se sem defensor, fazer
conforme situação 1.
6- NÃO: Solicita a nomeação de Defensor Dativo, decreta a Revelia através de
certidão.
7- Incidente Resolvido

SITUAÇÃO 4: ACUSADO NÃO É ENCONTRADO PARA SER CITADO.

1- Diligenciar na residência do acusado por 2 (duas) vezes, em dias e horários


diferentes, elaborar uma certidão para cada dia, com assinatura de duas
testemunhas
2- Proceder a Citação por Edital – Publicando 3 vezes seguidas, sendo que após a
última aguardar 20 (vinte dias);
3- 3 - Se o acusado não comparecer, solicitar a nomeação de defensor Dativo e
decretar a Revelia.
4- Incidente resolvido.

INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO

o A intimação é o ato de dar ciência a pessoa sobre determinado ato processual já


praticado;
o A notificação é o ato de cientificar a pessoa de que será realizado determinado
ato processual;
o As testemunhas serão intimadas ou notificadas pessoalmente, por preposto, parente
ou cônjuge, e aquelas que forem servidoras públicas, por meio dos respectivos chefes,
a quem será entregue o documento, mediante recibo aposto na contrafé;
o As intimações ou notificações processuais podem ser feitas em audiência.

INCIDENTES DE NOTIFICAÇÃO

1- Caso o policial militar acusado ou seu defensor, devidamente notificado, não


compareça à audiência, o ato será realizado na presença de um defensor ad hoc
nomeado pelo encarregado.
2- Na hipótese do policial militar acusado ou seu defensor recusarem a receber a
notificação, o encarregado procederá da forma quando da recusa da citação ou
intimação (efetuará a leitura da notificação);
3- Caso o policial militar acusado não seja encontrado ou esteja em local incerto e não
sabido, esteja na condição de ausente ou desertor ou coloque obstáculo para ser
intimado, o encarregado deverá publicar em boletim da instituição e o ato será
realizado na presença de um defensor ad hoc nomeado pelo encarregado.

Importante:
Defensor Ad Roc: nomeado pela autoridade delegada para participar de 1 único ato processual
Defensor Dativo: nomeado pela autoridade delegante para todos os atos processuais.
Quem pode ser defensor?

*Revisão da Prova:*

1. O militar com conhecimento técnico pode fazer defesa em sindicância que não tenha caráter
demissório, desde que seja formalizada por escrito.

2. O superior hierárquico que atua como testemunha deve ser ouvido presencialmente.

3. A defesa prévia é facultativa, mas a defesa final é obrigatória. Se não entregue, um defensor
dativo é nomeado para realizar a defesa final.

4. O sindicante é sempre mais antigo que o sindicado, podendo apenas ouvir o superior
hierárquico como testemunha.

5. A competência para ser autoridade delegada se aplica a processos não demissórios.

6. Existem prazos específicos para encerrar sindicâncias. 40 , 0, 30 e 60.

7. Quem instaura processos demissórios é o comandante geral. A autoridade encarregada


(oficial) não precisa ser da unidade do sindicado, pois este será posto à disposição da autoridade
delegada.

8. Em caso de duas sindicâncias sobre o mesmo fato, prevalece a instaurada primeiro, e a última
será arquivada.

9. Diligências preliminares, após receber a portaria, peças, autuação e capa, têm um prazo de 48
horas. A data deve coincidir com o termo de abertura, e o militar deve informar à autoridade
delegante que iniciou os trabalhos em dois dias.
10. Para autuação e termo de início dos trabalhos, o prazo é de 48 horas (ambos devem ter a
mesma data).

11. Após a portaria e instrução, segue-se a fase de defesa. Antes de confeccionar o relatório, a
defesa é notificada para fazer vista aos autos e concede-se um prazo de 5 dias corridos para a
entrega da defesa final. Se não entregue, a autoridade delegada solicitará à autoridade delegante
que nomeie um defensor dativo.

12. O defensor ad hoc é nomeado pela autoridade delegada.

13. É importante estudar o conceito de cada peça (citação, notificação, portaria, etc).

14. Conhecimento dos prazos é essencial.

15. Compreensão da função do dativo, ad hoc, e quem pode ser dativo.

16. Conhecimento sobre os tipos de processos demissórios e competências.

17. Responsabilidade do militar, onde a decisão na esfera penal vincula na administrativa.

18. Independência das esferas (não é bis in idem nas esferas diferentes).

19. Conhecimento das espécies de sanções.

20. Conhecimento das espécies de recursos.

21. Sd e cabo devem ter conhecimento técnico para serem defensores dativos.

22. Sgt acima não precisa de conhecimento técnico, pois já é sua função.

23. Aluno oficial não pode ser responsável por sindicância.

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