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Jiddu Krishnamurti
Transcrição do "capítulo X - O amor" do livro:
"Liberte-se do passado" - Editora Cultrix
Título do original:
Freedom from the Known
Tradução de: Hugo Veloso
Quando chorais por vós mesmo, será isso amor? - chorar porque
ficaste sozinho, porque perdestes o vosso poder; queixar-vos de
vossa triste sina, de vosso ambiente - sempre vós a verter
lágrimas. Se compreenderdes esse fato, e isso significa pôr-vos
em contato com ele tão diretamente como quando tocais uma
árvore ou uma coluna ou uma mão, vereis então que o sofrimento
é produto do "eu", o sofrimento é criado pelo pensamento, o
sofrimento é produto do tempo. Há três anos eu tinha meu irmão;
hoje ele é morto e estou sozinho, desolado, não tenho mais a
quem recorrer para ter conforto ou companhia, e isso me traz
lágrimas aos olhos.
O amor é uma coisa nova, fresca, viva. Não tem ontem nem
amanhã. Está além da confusão do pensamento. Só a mente
inocente sabe o que é o amor, e a mente inocente pode viver no
mundo não inocente. Só é possível encontrá-la, essa coisa
maravilhosa que o homem sempre buscou sequiosamente por
meio de sacrifícios, de adoração, das relações, do sexo, de toda
espécie de prazer e de dor, só é possível encontrá-la quando o
pensamento, alcançando a compreensão de si próprio, termina
naturalmente. O amor não conhece o oposto, não conhece
conflito.