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KARDEC E OS CIENTISTAS

Allan Kardec em resposta aos cientistas assim se exprime:


O Espiritismo é o resultado de uma convicção pessoal que os sábios
podem ter, como indivíduos, independente da sua condição de sábios.
Mas os sábios ou pseudo-sábios interessar-se-ão pela reforma das ideias
religiosas e espiritualistas dando-lhes uma orientação baseada em
fenomenologia comprovatória dos próprios dogmas religiosos?
É evidente que se o dogma é indiscutível é mais cómodo aceitá-lo do que
investigar para poder justificar ou para qualificar ou para qualificá-lo de
absurdo. E embora Allan Kardec defenda com elevada justiça todos os
cientistas honestos, afirma que é supinamente ilógico pensar que um
homem deve ser grande psicólogo pelo simples facto de ser um grande
matemático ou grande anatomista.
Apenas porque o anatomista não encontra, através do seu bisturi, a alma,
deverá arrogar-se no direito de negar a sua existência?
Apenas porque não vê ele o ar que respira? Desconhece ele a sua
composição? Ou porque não vê ele as ondas magnéticas que nos rodeiam,
deverá duvidar delas?
Não foi um Mestre português Professor Egas Moniz que afirmou que
existem em nós e nos seres que nos rodeiam muitas e ignoradas energias
ocultas na sombra do intangível? Se existem essas energias no mundo da
imponderabilidade, não existirão seres inteligentes a dirigir e orientar o
imponderável?
Todo o homem é infalível, mas será honesto aquele que reconheceu o seu
erro, e será também honesto aquele que põe em dúvida os resultados das
experiências de terceiros, mas será honestíssimo quando, pela sua própria
investigação, elimina as suas dúvidas e proclama a razão das suas
conclusões.
Isto sucedeu a Kardec e a outros cientistas que nós consideramos como
sábios honestíssimos. E nós teremos que imitar a expressão de Kardec:
«O homem que considera a sua razão infalível está bem próximo do erro.
Aquilo que chamamos razão é quási sempre o orgulho mascarado, e quem
quer que se julgue infalível coloca-se como igual a Deus.
Dirigimo-nos, portanto, aos que são bastante ponderados para duvidar do
que não viram, e julgando o futuro pelo passado, não acreditam que o
homem tenha chegado ao apogeu nem que a Natureza lhes tenha virado a
última página do seu livro.»

In Fraternidade

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