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Universidade Federal de Viçosa

Departamento de Engenharia Florestal


Dendrologia - ENF 300

Trabalho Prático 2
Construção de Chave Dendrológica

Jamilly Eduarda Pereira Matos 109102


Jonas de Souza Queiroz 109116
Lucas Ferreira Abdallah 109120

Viçosa - Minas Gerais

2023
Introdução

A palavra dicotômica em biologia significa que se divide e subdivide, logo Chave


Dicotômica-dendrológica quer dizer acesso a várias subdivisões de partes/características
de determinada árvore. Essa ferramenta é de grande importância para uso de
pesquisadores, alunos e professores.

A chave ordena as espécies (táxons) seguindo uma hierarquia de acordo com


características morfológicas englobando caracteres específicos de cada espécie.
Normalmente essas chaves são usadas em determinada região geográfica ou ecológica,
assim facilitando em campo a identificação rápida de espécies dentro da chave ou até
mesmo espécies que não se enquadram dentro dela, assim abrindo espaço para
descobertas de novas espécies?. A chave funciona oferecendo duas ou mais alternativas
(caracteres) dependendo do avanço das características e diferenciação de espécie com
espécie. Isso é importante, pois dentro de uma mesma espécie podem ocorrer diferenças
de mesmos órgãos vegetativos, assim é importante um número grande de características
possíveis, pois nem sempre (dependendo da época) esses órgãos (folhas, frutos, sementes,
raízes) estarão disponíveis ou desenvolvidos.

Portanto, o presente trabalho visa realizar a diferenciação de 15 espécies botânicas


de acordo com caracteres dendrológicos específicos. Para realizar essa caracterização
foram usadas ferramentas online de identificação e livros como consulta que estarão
devidamente informados no final desse arquivo.

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Tabela 1. Espécies e famílias apresentadas na chave dendrológica com seus respectivos nomes populares

Espécies Família Nome Vulgar


Abarema langsdorffii (Benth.) Barneby & J.W.Grimes Fabaceae Pau-gambá

Abarema langsdorffii (Benth.) Barneby & J.W.Grimes Apocynaceae Peroba

Byrsonima crassifolia (L.) Kunth Malpighiaceae Murici

Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler ex Miq.) Engl. Sapotaceae Aguaí-da-serra

Didymopanax vinosus (Cham. & Schltdl.) Marchal Araliaceae Mandiocão

Ficus gomelleira Kunth Moraceae Gameleira-branca

Ilex integerrima (Vell.) Reissek Aquifoliaceae Mange-da-serra

Leptobalanus octandrus (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) Sothers & Chrysobalanaceae Caraipé
Prance

Miconia dodecandra Cogn. Melastomataceae Maria-mole

Myrcia anceps (Spreng.) O.Berg Myrtaceae Murta

Ouratea castaneifolia (DC.) Engl. Ochnaceae Muricoca

Plinia peruviana (Poir.) Govaerts Myrtaceae Camu-camu

Senegalia tenuifolia (L.) Britton & Rose Fabaceae Jurema-preta

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Arecaceae Jerivá

Trattinnickia ferruginea Kuhlm. Burseraceae Almecega

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Chave dendrológica
1.Caule do tipo estipe .............................................................................................Syagrus romanzoffiana
1’. Caule do tipo tronco
2. Folha simples
3. Margem serreada com folhas de textura coriácea, porte arbóreo, tronco cilíndrico de cor marrom
a castanho escuro com fruto do tipo cápsula………………………..…...........Ouratea castaneifolia
3’. Margem não serreada
4. Filotaxia alterna
5. Alterna dística com folhas de textura coriácea lanceoladas a elípticas com ápice
acuminado e ramos eretos……………………………………………….…Ilex interrina
5’. Alterna espiralada
6. Com exsudação latescente, ramos pubescentes e ápice acuminado...………………..
…………………………………..……...............................................Ficus gomelleira
6’. Sem exsudação latescente
7. Folhas ovadas a orbiculares, com ápice obtuso e base cordada……......................
……………………..………………..…............................Leptobalanus octandrus
7’. Folhas oblongo-lanceoladas inteiras e obtusas de cor verde-escura em cima e
mais clara em baixo...………………………………...Chrysophyllum gonocarpum
4’. Filotaxia oposta
8. Com exsudação latescente
9. Porte arbustivo com folhas de forma elíptica a oblonga, fruto com aspecto lenhoso
e ramos geralmente lenticelados…………………………Aspidosperma subincanum
8’. Sem exsudação latescente
10. Presença de pontuações translúcidas
11. Folhas de forma elíptica a oblonga, verde escura com casca lisa de cor marrom
a cinza………..…………………………………………………...Plinia peruviana
11’. Folhas de forma lanceoladas a oblonga com ápice agudo e base cuneada
podendo apresentar margem levemente revoluta e nervura central evidente………
……………………………………………………………………...Myrcia anceps
10’. Ausência de pontuações translúcidas
12. Nervação curvinérvea …………………..………....…......Miconia dodecandra
12’. Nervação peninérvea ??, secundária impressa e terciária reticulada…...............
…………………..………....…..............................................Byrsonima crassifolia
2’. Folha composta
13. Folhas palmadas/digitadas, folíolos dispostos radialmente, margem serreada...............................
……………………………………………………………………………….Didymopanax vinosus

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13’. Outros tipos de folha composta
14. Folha imparipinada constituída de 5 a 9 folíolos de formato ovalado e de margem serreada
com textura tipicamente coriácea…………………………....….…….Trattinnickia ferruginea
14’. Folha bipinadas
15. Folíolos de forma elíptica a oval com textura ligeiramente coriáceas…………...............
……………………………………………………………...…...........Abarema langsdorffii
15’. Folíolos glabros de base oblíqua e ápice agudo com a presença de estípulas lineares e
nectário peciolar séssil na porção mediana……………………………Senegalia tenuifolia

Conclusão

Portanto, aspectos dendrológicos, como filotaxia, tipo de folha, forma da folha


(margem serreada, pubescente ou glabra, nervação), tipo de tronco, presença de
lenticelas, exsudação, pontuações translúcidas, foram usados para diferenciação das
espécies apresentadas neste trabalho. É válido salientar como exemplos a Syagrus
romanzoffiana como sendo a única espécie com caule do tipo estipe sendo classificado
como uma palmeira e tendo essa como uma característica marcante. Além disso, a
Miconia dodecandra também apresenta uma característica marcante que a diferencia das
demais, que é a sua nervação curvinérvea. Dessa forma, é evidenciada a importância da
chave dendrológica a fim de facilitar a identificação das espécies.

Referências
Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ >.

LORENZI, H. 2009. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas


arbóreas nativas do Brasil (1ª. edição). Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda.
Nova Odessa, São Paulo, vol. 3, 384 p.

SpeciesLink Network. Disponível em: < https://specieslink.net/search/ >.

LORENZI, H. 1998. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas


arbóreas nativas do Brasil (2ª. edição). Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda.
Nova Odessa, São Paulo, vol. 2, 368 p.

Verly, O. M., Silva, S., Medeiros, R. A., Olivo-Neto, A. M., Domiciano, C. A. R., & Rosa,
P. R. (2021). Caracterização florística e chave dendrológica para espécies em área de
Cerradão na transição Cerrado-Pantanal, Mato Grosso, Brasil. Iheringia, Série
Botânica., 76. Disponível em: < https://doi.org/10.21826/2446-82312021v76e2021010
>.

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Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em:
https://www.embrapa.br.

SpeciesLink network. Disponível em: <https://specieslink.net/search/>.

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