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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

ENF 351 – Anatomia da Madeira


Coníferas

Alice Pinheiro Araújo Santos - 103008

VIÇOSA
2023
Espécie 1: Araucária (Araucaria angustifolia)

A Araucaria angustifolia é uma espécie perenifólia, cuja árvore, comumente com 10 a 35 m


de altura e 50 a 120 cm de diâmetro, pode chegar a 50 m de altura e 250 cm de diâmetro na
idade adulta. A espécie apresenta adaptabilidade fisiológica às condições de luminosidade
do ambiente. É a espécie arbórea dominante da floresta ombrófila mista, ocorrendo
majoritariamente na região Sul do Brasil, mas também sendo encontrada no leste e sul do
estado de São Paulo, sul do estado de Minas Gerais, principalmente na Serra da Mantiqueira,
na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro e em pequenos trechos da Argentina e
Paraguai, sendo conhecida por muitos nomes populares, entre eles pinheiro-brasileiro,
pinheiro-do-paraná, pinheiro-das-missões, e também chamada pelos nomes de origem
indígena, curi ou curiúva (em guarani).

Imagem 1: Araucaria angustifolia

Sua morfologia apresenta variações de acordo com as condições de solo, competição e


disponibilidade de luz. O tronco é ortotrópico, monopodial e com crescimento rítmico
indefinido. O padrão de ramificação é também rítmico e os galhos apresentam um
desenvolvimento siléptico. No adulto os galhos são arranjados em pseudoverticilos no
tronco, sendo predominantemente plagiotrópicos com uma tendência ortotrópica dos ápices.
Os ramos são arranjados nos galhos em pares, mais ou menos no mesmo plano.[16] Suas
folhas, as acículas, são verde-escuras, simples, alternas, espiraladas, lineares a lanceoladas,
coriáceas, com ponta terminando em um espinho muito pungente, podendo chegar a 6 cm de
comprimento por 1 cm de largura.[8][15]

A casca externa tem cor marrom-arroxeada, é persistente, áspera, rugosa, desprendendo se em


lâmina na parte superior do fuste; a casca interna é resinosa, esbranquiçada, cor rosada. Seu
sistema radicular depende do tipo do solo. Quando em latossolos a planta produz uma raiz
axial (ou pivotante) de cerca de 1,8 m de profundidade, mas cresce como sistema fasciculado
em litossolos ou solos muito úmidos, com crescimento lateral mais pronunciado.

As flores femininas são estróbilos, conhecidas popularmente como pinhas, e as masculinas


são amentos ou cones cilíndricos com escamas coriáceas que protegem os sacos de pólen,
com comprimento variando de 10 a 22 cm e diâmetro entre 2 e 5 cm. As araucárias não têm
frutos verdadeiros, ou seja, suas sementes não são envolvidas por uma polpa.
Os pseudofrutos ficam agrupados nas pinhas que, maduras, assumem uma forma esférica,
com um diâmetro de cerca de 15 a 30 cm, e chegam a pesar 5 kg. As sementes, os pinhões, se
originam em brácteas do amentilho feminino, desenvolvendo-se a partir de óvulos nus; são de
cor marrom, cônicas, aladas, com cerca de 5 cm de comprimento, peso médio de 8,7 g, ápice
em espinho achatado e curvo; seu tegumento coriáceo esconde um endosperma nutritivo, ou
amêndoa, rico em amido e aminoácidos, que envolve os cotilédones.

Imagem 2: Pinhas

Anéis de crescimento: distintos, delimitados por fileiras de traqueóides axiais de paredes


ligeiramente mais espessas. Transição gradual entre os lenhos inicial e tardio (Figura 2A,B)
Traqueóides axiais: de 2210 – 5181 – 8260 μm de comprimento (s = 1370), com seção
poligonal no lenho inicial, tendente a retangular no lenho tardio (37,5 – 53 – 75 μm, s = 8,4)
(Figura 2 A,B), e paredes finas (1,3 – 7,5 – 10 μm, s = 1,7). Espessamentos helicoidais,
espessamentos calitróides e crássulas, ausentes. Trabéculas, ocasionais (Figura 2B).
Traqueóides resinosos, não observados.
Imagem 3. Fotomicrografias do lenho de Araucaria angustifolia. A,B – Seção transversal. A
– Transição gradual entre os lenhos inicial e tardio. B – Limite do anel de crescimento. Escala
das barras: A= 1 mm; B=100 μm.
Imagem 3. Wood photomicrographs of Araucaria angustifolia. A,B – Cross section. A –
Gradual transition from earlywood to latewood. B – Growth ring. Scale bars for A = 1mm;
B
= 100 μm.

Além disso, sua madeira é de alta qualidade e já foi de importância básica para a economia
brasileira e possivelmente de toda a América do Sul ao longo de todo o último século.[14]
Sua cor é branco-amarelada e uniforme, com o alburno pouco diferenciado do cerne. A
textura é fina e uniforme. A madeira é facilmente atacada por fungos e cupins, porém aceita
bem tratamentos protetores. Mostra tendência à distorção e rachaduras na secagem natural,
exigindo secagem artificial controlada para melhor aproveitamento. Por outro lado, é fácil de
trabalhar, indicada para uma grande variedade de produtos, desde o palito de fósforo até o
mastro de navio, passando pelos móveis, forros, caibros, caixas, artesanato e muitos outros
usos. Como combustível, seus nós em especial apresentam alto poder calorífico, tendo sido
largamente usados nos fogos domésticos e em caldeiras de locomotivas e de embarcações, e
hoje alimentam os fornos de metalúrgicas.[8][52] Também é procurada para fabrico de
papel, tendo fibra longa, que confere maior resistência ao papel, e cor clara, que necessita de
menos branqueamento químico.

Imagem 5: Madeira Araucaria angustifolia em BMP


Espécie 2: Pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii)

Podocarpus lambertii conhecida pelos nomes populares de pinheiro-bravo,


pinheirinho,pinho-bravo, pinheirinho-bravo e atambuaçu, é uma espécie arbórea perenifólia
da família Podocarpaceae de coníferas. Atinge mais de 20 m de altura e 150 cm de
diâmetro no tronco. É nativa das florestas úmidas do sul e sudeste do Brasil e nordeste da
Argentina.

É uma árvore perenifólia de altura variável, medindo de 1 a 4 m de altura na zona campestre,


até 27 m de altura e 120 cm ou mais de DAP, na idade adulta, na Floresta com Araucária;
comumente com 10 m de altura e 20 a 40 cm de DAP. Tronco geralmente tortuoso, inclinado
e curto, podendo apresentar-se reto na floresta, onde atinge fustes de até 10 m de
comprimento. As folhas medem de 3 a 5 cm de comprimento (em plantas novas, as folhas
costumam ser mais longas) e 4 mm de largura. As sementes têm 4 milímetros de diâmetro e
possuem um pequeno pendúnculo carnoso roxo, mais ou menos do tamanho da semente,
posicionado ao seu pé (de onde vem o nome científico do gênero, do grego poûs, podos, "pé"
e karpós, "fruto").

Imagem 6: Podocarpus lambertii

Anéis de crescimento: distintos, delimitados por traqueóides axiais de seção retangular e com
paredes mais espessas no limite do anel (Figura 13A). Transição gradual entre os lenhos
inicial e tardio. Traqueóides axiais: de 1660 – 2408 – 2960 μm de comprimento (s = 378), de
seção poligonal e retangular (27,5 – 34 – 40, s = 4 μm) (Figura 13A) e paredes finas (3,7 –
5,4 – 7,5 μm, s = 1,1). Espessamentos helicoidais, espessamentos calitróides, traqueóides
seriados e placas resinosas, ausentes. Trabéculas não observadas. Pontoações traqueoidais
areoladas, circulares (13,4 – 16 – 17,5 μm, s = 1), em arranjo unisseriado (raro
bisseriadooposto), com torus em forma de disco e abertura circular-inclusa, ou cruzadas em
formato de “x”. Crássulas, presentes (Figura 13B,C). Parênquima axial: abundante,
contrastante com os traqueóides axiais em seção transversal, de paredes relativamente finas e
abundante conteúdo (óleo-resina).

Imagem 7. Fotomicrografias do lenho de Podocarpus lambertii. A – Seção transversal. B,C


– Seção radial. D – Seção tangencial. A – Limite de anel de crescimento e parênquima axial
(seta). B – Campo de cruzamento com pontoações cupressóides, e parênquima axial (seta).
C
– Pontoações traqueoidais unisseriadas, e crássulas (seta). D – Raios unisseriados e
parênquima axial com paredes transversais lisas (seta). Escala das barras: A,B,C,D = 50 μm.
Imagem 7. Wood photomicrographs of Podocarpus lambertii. A – Cross section. B,C –
Radial section. D – Tangential section. A – Growth ring and axial parenchyma (arrow). B –
Cupressoid pits in cross-field, and axial parenchyma (arrow). C – Uniseriate pits in tracheids,
and crassulae (arrow). D – Parenchyma cells with smooth transverse walls (arrow), and
uniseriate rays. Scale bars for A,B,C,D = 50 μm.

E também, sua madeira foi extremamente usada em taboados, compensados, forros,


móveis rústicos, fósforos e brinquedos. Leve e bege-clara com tons acinzentados, não
resiste a umidade.

Imagem 8: Madeira Podocarpus lambertii


Referências
Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arauc%C3%A1ria
Artigo “Anatomia da madeira de treze espécies de
coníferas”:
file:///C:/Users/jucas/Downloads/7137-Texto%20do%20artigo-23119-2-10-20151223_23052
9_120713.pdf
Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Podocarpus_lambertii

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