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Ateísmo e o

Pensamento
Filosófico
G2 O Humano e o Fenômeno Religioso
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Luisa Zenaide- 2020247

Professor: Dr. André Marcelo Soares


Turma: 7TM
Ateísmo
Etimologicamente, a palavra ateísmo se originou a partir do grego atheos, que pode ser
traduzido literalmente como "sem deus” (prefixo “a” significa negação + “theos”
significa Deus). Pode se definir como a falta de crença em seres divinos.

Um ateu rejeita as crenças religiosas, não acredita nas divindades e em os fenômenos


baseados numa crença subjetiva, só acredita naquilo que pode ser provado pela ciência.
O ateísmo não é considerado uma religião, pois não segue preceitos religiosos, como
prática de rituais ou regras doutrinárias, O ateísmo é uma visão, uma posição filosófica
sobre a vida.

Niilismo

A Etimologia da palavra vem do termo latim “nihil” que significa “nada”. Assim sendo,
esta filosofia consiste na crença do nada, na crença no vazio. É uma atitude que nega
uma relação aos princípios religiosos, morais, políticos ou sociais. Ou seja, não há
verdades absolutas. Para quem segue esta filosofia, não existe qualquer possibilidade de
sentido ou significado da existência humana, considera que as crenças e os valores
tradicionais são infundados e que não há qualquer sentido ou utilidade na existência. O
niilismo geralmente é associado a Friedrich Nietzsche, um filósofo alemão do século
19.

Friedrich Nietzsche

Friedrich Nietzsche (1844–1900), foi um filósofo alemão que publicou intensamente


nas décadas de 1870 e 1880. Sua filosofia sobre a vida humana é uma das mais
estudadas da atualidade. Ele é famoso por suas críticas à moral e à religião tradicional
europeia, bem como a sua rejeição dos ideais judaico-cristãos. Se popularizou, junto a
outros filósofos como Schopenhauer, Hegel e Heidegger, pela a sua visão niilista.

A filosofia de Nietzsche critica duramente a moralidade imposta pelo cristianismo e a


busca incessante por um sentido da existência humana. Essa necessidade irracional por
um sentido, segundo o filósofo, é um detrimento para a condição humana. Assim sendo,
na sua frase icônica “Deus está morto”, Nietzsche fala da “morte de Deus” não no
sentido literal, mas como a morte da ideia de que a fé é a fonte de toda moralidade,
valor e ordem no universo. Em outros termos, Nietzsche clama pelo fim do uso de Deus
como uma “muleta” para a existência. A partir deste pensamento, o alemão reconhece
no niilismo o potencial de construir novos valores e elevar a humanidade.
No entanto, Nietzsche viu o perigo na proclamação da morte de Deus. Afinal, como que
uma sociedade imersa no cristianismo irá aceitar que o sacrifício e sofrimento do ser
humano não resulta no encontro com Deus? A morte de Deus levará, disse Nietzsche,
não apenas à rejeição de uma crença de ordem cósmica ou física, mas também de toda a
constituição de valor dos seres humanos. Isto, portanto, seria um processo
extremamente traumático, e quase impossível, para a humanidade

A partir deste impasse, o filósofo apresenta a ideia do Übermensch (palavra alemã para
“super-herói”). Übermensch define o ser humano ideal para Nietzsche: um homem
capaz de criar seu próprio sentido de vida. Esse ser estaria completamente desprendido
da fé, entendendo que, no final, ele mesmo é o único responsável pela sua trajetória na
vida. Nietzsche, entretanto, via isso como um objetivo distante para o homem da época,
que estava extremamente imerso na ideologia cristã e na cultura europeia. Portanto, o
filósofo acreditava que ainda não existiam Übermensch no mundo. Este arquétipo,
contudo, se encaixa perfeitamente na descrição atual do ateu: uma pessoa que não
acredita na existência de um sentido divino.

Além de Schopenhauer, Hegel e Heidegger, outro filósofo que compartilhava ideias


semelhantes com o Nietzsche foi Albert Camus.

Albert Camus
Albert Camus (1913–1960) foi um jornalista, dramaturgo, diretor e romancista franco-
argelino. No entanto, mesmo tendo negado o título diversas vezes, é tido na
contemporaneidade como filósofo. Isto é devido às contribuições importantes e
vigorosas que fez para uma amplitude de questões da filosofia moderna. Contudo, a
obra que mais revela a sua natureza anti-teísta, é o seu ensaio filosófico denominado “O
Mito de Sísifo”. É nesta obra que Camus apresenta a sua ideia mais conhecida, o
conceito do Absurdo, e articula sua metáfora igualmente famosa de que a vida é como o
esforço inútil de Sísifo. A história é baseada em um mito grego antigo onde o
personagem de Sísifo, tendo aborrecido profundamente os deuses, é condenado, por
toda a eternidade, a empurrar uma pedra montanha acima, apenas para que ela role de
volta para baixo ao atingir o topo. Cada vez, Sísifo deve descer e começar de novo.
Esta, para Camus, seria a pior punição possível, um trabalho árduo, eterno e sem
sentido.
A preocupação central da metáfora em O Mito de Sísifo está no que Camus chama de "o
absurdo". Ele afirma que há um conflito entre o que o ser humano espera do universo,
seja isso um significado ou uma ordem, e o que encontramos no universo: o caos. O
absurdo, portanto, é definido como uma tensão metafísica da consciência humana: uma
necessidade urgente por um sentido de vida em um universo indiferente. Assim sendo, o
absurdismo de Camus é definido pela rejeição de que exista qualquer propósito que
engloba o todo da humanidade.

Assim sendo, a grande conclusão do mito de Sísifo é de que, para encontrarmos o


significado da vida, temos duas opções: ou vamos descobrir esse significado por meio
da fé, colocando todas as esperanças em uma divindade, ou vamos aceitar que a vida
não tem sentido. Camus, contudo, se pergunta se esta conclusão de que a vida não tem
sentido leva, necessariamente, ao suicídio. Se a vida não tem sentido, isso significa que
não vale a pena viver? Se fosse esse o caso, não teríamos outra opção a não ser dar um
salto de fé ou cometer suicídio. Assim, o filósofo crê em uma terceira possibilidade: que
podemos aceitar e viver em um mundo desprovido de significado ou propósito pré-
estabelecido. Em outras palavras, podemos aceitar e viver a partir de uma visão
desprendida do teísmo.

Conclusão

Por fim, vale ressaltar que o estudo do niilismo de Nietzsche e do absurdismo de Camus
não são, de forma alguma, uma pré-condição para o ateísmo. É bem possível acreditar
na existência de uma divindade, se identificar com uma fé e, ao mesmo tempo, acreditar
que a existência não tem um proposito pré-definido ou concebido por um Deus.
Contudo, não podemos negar as características filosóficas do ateísmo. Devido a isto,
acreditamos que muitos devem ter se descoberto ateus através do estudo da filosofia.
Bibliografia

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https://www.todamateria.com.br/ateismo/ Acesso em 19 jun 2021.
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https://www.comunidadeculturaearte.com/albert-camus-e-o-absurdo-da-
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 FRAZÃO, Dilva. Friedrich Nietzsche. EBiografia.com, 2021. Disponível em:
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https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/niilismo Acesso em 21 jun
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 MACHADO, Geraldo. Nietzsche e o super-homem. BrasilEscola.com
Disponível em: https://www.infoescola.com/filosofia/nietzsche-e-o-super-
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 O Mito de Sísifo: Resumo em Filosofia. Psicanálise Clínica, 2021. Disponível
em: https://www.psicanaliseclinica.com/o-mito-de-sisifo/ Acesso em 20 jun
2021

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