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PARECER TÉCNICO DE

VISTORIA DE ENGENHARIA

Assunto: Parecer Técnico

Contratante: Condomínio Conquista Betim I

Endereço: Rua Dirceu José Alvarenga, 326, Betim Industrial,


CEP: 32550-770
Objeto: Inspeção predial para avaliação de movimentação
estrutural já relatada em laudo anteriormente.
Responsável técnico: Sarah Elaine Alves – Engª. Civil –
CREA – 201.930/D MG

Data de elaboração do Parecer: 21/10/2023 ás 09:00hrs e


dia 07/11 às 15:00hrs, estando acompanhada do síndico do
Condomínio Sr. Sávio.

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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi encomendado ao signatário pelo sindico do condomínio Sr. Sávio, para
análise de evolução de patologia construtiva, situada no Condomínio Conquista Betim I, BLOCOS
11,13 e 15.

2. OBJETIVO
Este trabalho tem por objetivo verificar o estado físico do objeto e documentar
as anomalias nele encontradas com a análise predial para relatar avaliação sobre
patologias e avarias, na presente data da vistoria, a fim de dirimir quaisquer
futuras dúvidas, que eventualmente possam advir em função da ocorrência de
fatos que causaram as manifestações patológicas detectadas no imóvel.

3. LOCALIZAÇÃO

3.1 Identificação

EDIFICAÇÃO: Condomínio Conquista Betim I ENDEREÇO: Rua Dirceu

José Alvarenga, 326, Betim Industrial, CEP: 32550-770

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Vista aérea da edificação.

4. REALIZAÇÃO DO PARECER
Responsável Técnico: Engª Civil Sarah Elaine Alves – CREA/MG
Nº 201.930-D.

5. DATA DA VISTORIA
A vistoria técnica nas dependências da edificação foram realizadas nos dias
21/10/2023 ás 09:00hrs e dia 07/11 às 15:00hrs, estando acompanhada do síndico do
Condomínio Sr. Sávio.

6. OBJETO DA INSPEÇÃO
O Condomínio Conquista Betim é composto por 15 blocos de

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apartamentos, com tipologia similar entre si, contendo 05 pavimentos ao todo e
04 apartamentos por pavimento, totalizando 16 apartamentos por bloco.
Excepcionalmente nos blocos 1, 8, 11, 13 e 15 há um nível de subsolo com 02
apartamentos, totalizando 18 apartamentos.
Sendo a análise realizada somente na área externa dos blocos 11,13 e 15.

Foto 01 – Vista frontal da Edificação

7- CONDIÇÕES E LIMITAÇÕES

Este laudo técnico segue as condições abaixo relacionadas, além de estar sujeito
às seguintes limitações:
- Neste trabalho computamos como corretos os elementos documentais
consultados e as informações prestadas por terceiros, de boa fé e
confiáveis;
-O trabalho apresentado e os resultados finais são válidos apenas para a
sequência metodológica apresentada, sendo vedada à utilização deste
laudo técnico em conexão com qualquer outro;

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-O responsável técnico não assume responsabilidade sobre matéria alheia
ao exercício profissional, estabelecido em leis, códigos e regulamentos
próprios.
- Por fugir à finalidade precípua deste trabalho, dispensamos
considerações legais de mérito, concernentes à títulos, invasões,
hipotecas, superposição de divisas, etc., providências estas que
consideramos de caráter jurídico.

8- METODOLOGIA E CRITÉRIO PERICIAL

1- Metodologia Aplicada
A metodologia básica para execução do presente trabalho foi pautado nos
requisitos da Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 artigo 618, NBR – 13.752
(Norma Brasileira para Perícias de Engenharia na Construção Civil- Dez/96)
item 4.3, NBR – 12.721( Norma Brasileira para Avaliação de custos unitários e
preparo de orçamento de construção para incorporação de edifício em
condomínio – Ago/92)/ item 4.1, como descrito a seguir:

Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002

Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis,


o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco
anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo

4.3 Requisitos (NBR 13.752)

4.3.1 Geral

4.3.1.1 Os requisitos exigidos em uma perícia estão diretamente relacionados com as


informações que possam ser extraídas. Estes requisitos, que medem a exatidão do
trabalho, são tanto maiores quanto menor for a subjetividade contida na perícia.
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4.3.1.2 A especificação dos requisitos a priori somente é estabelecida para determinação
do empenho no trabalho pericial e não na garantia de um grau mínimo na sua precisão
final, independendo, portanto, da vontade do perito e/ou do contratante.
4.3.1.3 Os requisitos de uma perícia são condicionados à abrangência das
investigações, à confiabilidade e adequação das informações obtidas, à qualidade das
análises técnicas efetuadas e ao menor grau de subjetividade emprestado pelo perito,
sendo estes aspectos definidos pelos seguintes pontos, quanto:

a) à metodologia empregada;

b) aos dados levantados;

c) ao tratamento dos elementos coletados e trazidos ao laudo;


d) à menor subjetividade inserida no trabalho.

4.3.2 Requisitos essenciais


Um trabalho pericial, cujo desenvolvimento se faz através de metodologia adequada,
deve atender a todos os requisitos essenciais de 4.3.2.1 a 4.3.2.3.
4.3.2.1 O levantamento de dados deve trazer todas as informações disponíveis que
permitam ao perito elaborar seu parecer técnico.
4.3.2.2 A qualidade do trabalho pericial deve estar assegurada quanto à:
a) inclusão de um número adequado de fotografias por cada bem periciado, com exceção
dos casos onde ocorrer impossibilidade técnica; b) execução de um croqui de situação;

c) descrição sumária dos bens nos seus aspectos físicos, dimensões, áreas,
utilidades, materiais construtivos, etc.;

d) indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ou eventos


encontrados.
4.3.2.3 Nas perícias judiciais torna-se obrigatória a obediência aos requisitos essenciais,
sendo que, no caso de avaliações, devem ser obedecidos ainda os critérios das normas
aplicadas à espécie, salvo no caso de trabalhos de cunho provisório ou quando a
situação assim o obrigar, desde que perfeitamente fundamentado.
4.3.3 Requisitos complementares

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4.3.3.1 Com o objetivo de garantir maior abrangência e profundidade ao trabalho pericial,
cujo desenvolvimento ocorre com grande isenção de superficialidade, devem ser
atendidos, além daqueles descritos em 4.3.2, os requisitos complementares de 4.3.3.2
e 4.3.3.3
4.3.3.2 O conjunto de dados que contribuem para a elaboração do parecer técnico deve
estar expressamente caracterizado, usando-se toda a evidência disponível.
4.3.3.3 A qualidade do trabalho pericial deve estar assegurada quanto à:
a)inclusão de um número ampliado de fotografias, garantindo maior detalhamento por
bem periciado;
b)descrição detalhada dos bens nos seus aspectos físicos, dimensões, áreas, utilidades,
materiais construtivos, etc.;
c)apresentação de plantas individualizadas dos bens, que podem ser obtidas sob forma
de croqui;
d)indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ou eventos encontrados, com
planta de articulação das fotos perfeitamente numeradas;
e)análise dos danos e/ou eventos encontrados, apontando as prováveis causas e
consequências;
f)juntada de orçamento detalhado e comprovante de ensaios laboratoriais, quando se
fizerem necessários.
4.3.4 Casos especiais
4.3.4.1 Podem ocorrer trabalhos periciais onde prepondera a superficialidade, ou que
não utilizem qualquer instrumento de suporte às conclusões desejadas, não se
observando os requisitos contidos nesta Norma.
4.3.4.2 Esta situação é tolerada em determinadas circunstâncias, onde pode haver a
necessidade de procedimento rápido que possibilite a elaboração do laudo pericial ou
quando as condições gerais assim o permitirem.
4.3.4.3 Nestes casos, em que geralmente as condições não permitem a elaboração de
um laudo pericial cujos requisitos sejam atendidos, é admitida a apresentação do
trabalho sumário, objetivando uma informação preliminar sem maiores detalhamentos.
4.3.4.4 Também enquadram-se, nestes casos, todos os trabalhos periciais cujo
desenvolvimento não atingiu os requisitos descritos em 4.3.2 e 4.3.3.

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4.3.4.5 Exige-se, inclusive nestes casos, o atendimento às demais disposições desta
Norma, em particular ao disposto em 1.2.
4.3.5 Condições a serem observadas
4.3.5.1 Ao perito é obrigatório a especificação, em qualquer parte do laudo pericial, dos
requisitos obedecidos, sejam eles essenciais ou complementares, devendo apresentar
justificativa fundamentada nas hipóteses em que isto não ocorrer (casos especiais).
4.3.5.2 No caso de perícias que envolvam avaliação ou arbitramento, cujo fundamento
seja a determinação de valor, os requisitos devem obedecer aos níveis de rigor previstos
nas normas específicas editadas pela ABNT, mantida a obrigatoriedade determinada em
4.3.2.3.

4.1 Critérios para determinação das áreas das edificações (NBR 12.721/92)

4.1.1 Objetivo

Fixar o procedimento pelo qual são calculadas as áreas globais dos edifícios e as áreas
das unidades autônomas que as compõem, tendo em vista o disposto na letra e do art.
32, da Lei 4.591.

4.1.2 Critérios para determinação das áreas

As áreas das edificações e das unidades autônomas que as compõem ou de qualquer


de suas dependências são indicadas em metros quadrados, obedecendo sua medição
ou avaliação aos critérios descritos a seguir.

4.1.2.1 Áreas reais

4.1.2.1.1 Do pavimento

Área da superfície limitada pelo perímetro externo da edificação, no nível do piso do


pavimento correspondente. No caso de pilotis, é igual à do pavimento imediatamente

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acima, acrescida das áreas cobertas, externas à projeção deste, e das áreas
descobertas que tenham recebido tratamento destinado a aproveitálas para outros fins
que não apenas os de ventilação e iluminação.

4.1.2.1.2 Privativa da unidade autônoma

Área da superfície limitada pela linha que contorna as dependências privativas, cobertas
ou descobertas, da unidade autônoma, passando pelas projeções:

a) das faces externas das paredes externas da edificação e das paredes que
separam as dependências privativas, da unidade autônoma, das dependências de uso
comum;

b) dos eixos das paredes que separam as dependências privativas, da unidade


autônoma considerada, das depen- dências privativas de unidades autônomas
contíguas.

4.1.2.1.3 De uso comum

Área da superfície limitada pela linha que contorna a dependência de uso comum,
coberta ou descoberta, passando pelas projeções:

a) das faces externas das paredes externas da edificação;

b) das faces internas, em relação à área de uso comum, das paredes que a separam
das unidades autônomas.

4.1.2.1.4 Cobertas

Área da superfície limitada pela linha que contorna a dependência coberta, passando
pelas projeções:

a) das faces externas das paredes externas da edificação;


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b) das faces externas, em relação à área coberta considerada, das paredes que a
separam de dependências de uso comum, no caso de ser ela própria de uso
privativo;

c) das faces internas, em relação à área coberta considerada, no caso de ser ela
própria de uso comum;

d) dos eixos das paredes divisórias de dependências contíguas, se forem ambas de


uso comum ou ambas de uso privativo;

e) de projeção de arestas externas do elemento de cobertura quando não for


limitada por parede.

4.1.2.1.5 Descobertas

Área da superfície limitada pela linha que contorna a dependência descoberta, passando
pelas projeções:

a) das faces externas das paredes externas da edificação;

b) das faces internas, em relação à área descoberta considerada, das paredes que
a separam de quaisquer depen- dências cobertas;

c) dos eixos das paredes divisórias de áreas descobertas contíguas, quando ambas
forem de uso privativo ou de uso comum.

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9. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

9.1. Patologia
A patologia é entendida como a parte da engenharia que estuda os sintomas e
mecanismos, as causas e origens dos defeitos e vícios construtivos. É, portanto,
o estudo das partes componentes do diagnóstico do problema observado. As
patologias ou defeitos podem, também, ser definidos como degradações
inesperadas no desempenho dos imóveis devido à falta de qualidade, provocando
perda de vida útil, desconforto aos moradores, comprometimento a saúde dos
mesmos, além do aspecto estético.

9.2. Manifestações Patológicas detectadas

Os principais danos e Manifestações patológicas observados, durante a Vistoria


Técnica realizada em 21/10/2023, foram:

Trincas na base anterior do


edifício, indicativo de
movimentação estrutural
se comparado com a região
posterior do mesmo

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Marcas de água, na
parede sobre a
deformação apresentada

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A seguir comparativo de tempo 2019 e 2023

2019- Início da erosão próxima à


base do edifício, indicando
movimentação do mesmo

2023- Aumento significativo da erosão,


indicando que o edi fício continua em
movimentação progressiva, ressaltando
a necessidade de intervenção para
contenção da deformação apresentada.

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Figura 1

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Figura 2

15
Figura 3

16
Figura 4

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Figura 5

9.3. Manifestações Patológicas detectadas

Os principais danos e Manifestações patológicas observados, durante a Vistoria


Técnica realizada em 07/11/2023, foram:
Bloco 11

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Figura 1 -Calçada com descolamento da estrutura por má compactação e movimentação
deste solo mal compactado.

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Figura 2- Afundamento de solo por aterro mal compactado, indicativo de muro de divisa
SEM CONTENÇÃO ADEQUADA.

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Figura 3- Outro ponto linearmente à figura anterior

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Bloco 13

Figura 4-Bloco 13, apresentando abertura na base do edifício, onde pudemos observar
que toda a água pluvial que tem vazão para drenagem da áre permeável deste local,
percola pela fundação do edíficio saindo pelo lado oposto a este no edifício.

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Figura 5- Abertura realizada para visualizar a extensão do "caminho" no qual a água
pluvial tem percolado, medindo aproximadamente 50 cm e percolando por toda
fundação até o lado oposto do edifício.

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Figura 6- Outro ângulo do orifício causado pela percolação de água pluviométrica.

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IMAGENS DE SATÉLITE

Figura 7- Imagem datada de 02/2016- Próximo à construção do bloco 13 por imagem de


satélite, é possível ver uma grande erosão no centro do local onde será a implantação do
bloco 13, indicando solo de origem de aterro, sem poder dizer se foi realizado o reforço
adequado deste solo.

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Figura 8-Imagem datada de 04/2016, na época é possível ver a implantação dealguns
blocos e a construção do bloco 01

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Falta de contenção

Figura 9-Imagem datada de 01/2018, maioria dos blocos construídos, próximo ao bloco
11é possível ver não haver contenção no muro de divisa que apresenta um desnível de
aproximadamente 2m.

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Falta de contenção BLOCO 11

Figura 10- Bloco 11

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10. CONCLUSÃO
O bloco 15 objeto desta lide apresenta deformações grotescas de movimentação
estrutural, tendo necessidade imediata de intervenção para contenção de
maiores danos futuros.
Os riscos apresentados são inerentes à avaliação estrutural na qual este objeto
se encontra instalado, solo decorrente de aterro, com má compactação,
localização do terreno em área com características de solo com elevados níveis
de água. Podendo ocorrer o carreamento do solo, levando à exposição da
estrutura da fundação, deixando a mesma vulnerável.
O bloco 11, apresenta falta de contenção do talude onde está instalado o muro
de divisa, de acordo com as patologias apresentadas o mesmo com elrevados
índices pluviométricos pode vir ao colapso falta de estrutura de contenção
adequada. Necessitando intervenção.
Bloco 13 apresentando orifício no nível da fundação, por onde a água tem
percolado livremente criando -se um caminho no qual tem vazão no sentido
oposto do edifício. Tais eventos podem acarretar em lixiviação do solo, deixando
a fundação exposta, tornando à fragilizada. Necessidade de intervenção para
mitigar futuras patologias de maiores gravidades.

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12. ENCERRAMENTO
Este PARECER TÉCNICO em concordância com laudo técnico realizado em
2019, é de suma importância para comparativo de riscos patológicos, no bloco
15 do CONDOMÍNIO CONQUISTA BETIM I e aparecimento de novas patologias
nos blocos 11 e 13. É composto por: 30 folhas impressas numeradas e 18 fotos;
foi elaborado pela Engenheira Civil Sarah Elaine Alves, que o subscreve.

Igarapé, 13 de novembro de 2023

Sarah Elaine Alves


CREA 201930/D-MG

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