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Art.

645 do Novo CPC


Pedro Alexandre Moreira
Advogado
Especialista em Direito de Empresa pela Universidade Gama Filho
Mestrando em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

CPC – 1973 NOVO CPC


Art. 1.022. Cumprido o disposto no Art. 645. Cumprido o disposto no
art. 1.017, § 3o, o juiz facultará às art. 640, § 3º, o juiz facultará às
partes que, no prazo comum de 10 partes que, no prazo comum de
(dez) dias, formulem o pedido de quinze dias, formulem o pedido de
quinhão; em seguida proferirá, no quinhão; em seguida proferirá a
prazo de 10 ( dez) dias, o despacho decisão de deliberação da partilha,
de deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes e
resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam
designando os bens que devam constituir quinhão de cada herdeiro
constituir quinhão de cada herdeiro e legatário.
e legatário. Parágrafo único. O juiz poderá, em
decisão fundamentada, deferir
antecipadamente a qualquer dos
herdeiros o exercício dos direitos de
usar e fruir de determinado bem,
com a condição de que, ao término
do inventário, tal bem integre a cota
desse herdeiro. Desde o
deferimento do exercício dos
direitos de usar e fruir do bem, cabe
ao herdeiro beneficiado todos os
ônus e bônus decorrentes do
exercício daqueles direitos.

1. Referência(s) legislativa(s): Arts. 5°, inc. XXIII e 170, inc. III, da CRB/88; Arts. 1.204 a
1.209, do CC/02.

2. Comentários: A partilha pode ser definida como a repartição dos bens da herança ou a
distribuição do acervo hereditário entre os herdeiros. Caracteriza-se pela especificação dos
sucessores, da ordem de sucessão, bem como dos bens que serão distribuídos. Nesta
oportunidade serão resolvidos os pedidos das partes e decididos todos os incidentes suscitados
durante a tramitação do procedimento.
Convém salientar que a partilha, quando litigiosa, é decidida pelo juízo, e, quando consensual
(que abrange a que for feita por escritura pública, por documento particular ou por termo nos
autos), é homologada (in IMHOF, Cristiano. Direito das sucessões e inventários e partilhas. 2
ed. São Paulo. Atlas, 2014. p. 311).
Nesse sentido, a nova disposição constante do parágrafo único corrobora a efetividade do
princípio da função social da propriedade ao prever a possibilidade de atribuição de
determinado a certo herdeiro em razão do exercício de fruição e/ou uso.
Assim, de acordo com a hipótese legal, a partilha deverá ser orientada não pela atribuição de
parte igual em cada um dos bens aos herdeiros, e sim pela divisão em função das
circunstâncias e utilização dos bens por cada herdeiro.
Nota-se claramente que a nova redação privilegia o princípio da função social valorizando
justamente a posse, que, nas palavras de Cristiano Chaves de Faria e Nelson Rosenvald (in
Direitos Reais. Lumem Juris. 2ª ed., 2006, p. 261-262), corresponde ao “poder de fato sobre a
coisa. O fato objetivo da posse, unido ao tempo – como força que opera a transformação do
fato em direito – e a constatação dos demais requisitos legais, confere juridicidade a uma
situação de fato”.

3. Jurisprudência. Igualdade na partilha. STJ, 3ª Turma, Resp. 6528-RJ, Rel. Min. Nilson
Naves, Dje 12-08-1991.

4. Referências bibliográficas sugeridas: MIRANDA, Pontes de. Comentários ao código de


processo civil: v. XIV: arts. 982 a 1.045, pp. 199/205. 2. ed. rev. aum. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, pp. 199 e 230. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil. v.
6. Direito das sucessões. 36 ed. São Paulo Saraiva 2008, p. 263. RODRIGUES JÚNIOR,
Walsir Edson (Org.) Temas atuais de direito das famílias e das sucessões. 1 ed.Belo
Horizonte: RTM, 2014, 419 p.

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