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1. Referência(s) legislativa(s): Arts. 5°, inc. XXIII e 170, inc. III, da CRB/88; Arts. 1.204 a
1.209, do CC/02.
2. Comentários: A partilha pode ser definida como a repartição dos bens da herança ou a
distribuição do acervo hereditário entre os herdeiros. Caracteriza-se pela especificação dos
sucessores, da ordem de sucessão, bem como dos bens que serão distribuídos. Nesta
oportunidade serão resolvidos os pedidos das partes e decididos todos os incidentes suscitados
durante a tramitação do procedimento.
Convém salientar que a partilha, quando litigiosa, é decidida pelo juízo, e, quando consensual
(que abrange a que for feita por escritura pública, por documento particular ou por termo nos
autos), é homologada (in IMHOF, Cristiano. Direito das sucessões e inventários e partilhas. 2
ed. São Paulo. Atlas, 2014. p. 311).
Nesse sentido, a nova disposição constante do parágrafo único corrobora a efetividade do
princípio da função social da propriedade ao prever a possibilidade de atribuição de
determinado a certo herdeiro em razão do exercício de fruição e/ou uso.
Assim, de acordo com a hipótese legal, a partilha deverá ser orientada não pela atribuição de
parte igual em cada um dos bens aos herdeiros, e sim pela divisão em função das
circunstâncias e utilização dos bens por cada herdeiro.
Nota-se claramente que a nova redação privilegia o princípio da função social valorizando
justamente a posse, que, nas palavras de Cristiano Chaves de Faria e Nelson Rosenvald (in
Direitos Reais. Lumem Juris. 2ª ed., 2006, p. 261-262), corresponde ao “poder de fato sobre a
coisa. O fato objetivo da posse, unido ao tempo – como força que opera a transformação do
fato em direito – e a constatação dos demais requisitos legais, confere juridicidade a uma
situação de fato”.
3. Jurisprudência. Igualdade na partilha. STJ, 3ª Turma, Resp. 6528-RJ, Rel. Min. Nilson
Naves, Dje 12-08-1991.