Pedro Alexandre Moreira Advogado Especialista em Direito de Empresa pela Universidade Gama Filho Mestrando em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
CPC – 1973 NOVO CPC
Art. 1.023. O partidor organizará o Art. 649. O partidor organizará o esboço da partilha de acordo com a esboço da partilha de acordo com a decisão, observando nos decisão, observando nos pagamentos a seguinte ordem: pagamentos a seguinte ordem: I - dívidas atendidas; I – dívidas atendidas; II - meação do cônjuge; II – meação do cônjuge; III - meação disponível; III – meação disponível; IV - quinhões hereditários, a IV – quinhões hereditários, a começar pelo co-herdeiro mais começar pelo coerdeiro mais velho. velho.
1. Referência(s) legislativa(s): Art. 5°, caput, CRB/88; Arts. 626, §2°, e 648, do CPC; Arts. 1.687 e 1.688 do CC/02.
2. Comentários: Dispositivo do antigo diploma processual mantido com a mesma redação.
Esse enunciado normativo dispõe sobre a forma pela qual deve ser organizado o esboço de partilha. Por oportuno, convém citar a lição de Humberto Theodoro Junior: “cabe ao partidor do juízo dar cumprimento ao despacho de deliberação da partilha. Antes de dar forma definitiva à divisão dos bens inventariados, aquele serventuário da Justiça elaborará um projeto, que a lei chama de esboço de partilha, para submeter ao crivo das partes e do juiz.” (in Curso de Direito Processual Civil, 32ª ed., Rio de Janeiro: Editora Forense, 2008, vol. III, p. 262). O esboço, então, definirá o ativo e o passivo da herança, bem como os pagamentos a serem efetuados com o patrimônio do falecido. As dívidas atendidas devem ser compreendidas como as que o inventariante descreveu no rol das dívidas passivas; as que, embora não descritas pelo inventariante, foram apresentadas por credores e reconhecidas pelos interessados; as que, embora não descritas pelo inventariante, estejam garantidas por bens separados do acervo hereditário; as que forem objeto de reserva (como, por exemplo, as hipóteses legais previstas nos arts. 626, §2°; e 648, do CPC). Por força do que dispõe o enunciado normativo, devem o compor o patrimônio arrolado no processo de inventário não apenas o acervo dos bens destinados à sucessão, mas a parte relativa ao cônjuge supérstite. É importante salientar que a meação do cônjuge não integra a herança, uma vez que se trata de bem de terceiro, condômino do inventariado. Por essa razão se faz necessária a separação da meação antes de iniciar a formação do pagamento do quinhão hereditário de cada herdeiro. Por fim, vale lembrar o teor da súmula 377, do STF que garante a presunção de esforço comum e, consequentemente, de comunicabilidade dos bens adquiridos onerosamente ao cônjuge supérstite mesmo se casado com o falecido pelo regime da separação obrigatória de bens.
3. Jurisprudência. Inclusão da meação do cônjuge supérstite. TJSP, 10ª CDP, AI
4. Referências bibliográficas sugeridas: MIRANDA, Pontes de. Comentários ao código de
processo civil: v. XIV: arts. 982 a 1.045, pp. 173 e 174. PACHECO, José da Silva. Inventarios e partilhas: na sucessão legitima e testamentaria. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997. p. 672. RODRIGUES JÚNIOR, Walsir Edson (Org.) Temas atuais de direito das famílias e das sucessões. 1 ed.Belo Horizonte: RTM, 2014, 419 p.
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