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Art.

654 do Novo CPC


Pedro Alexandre Moreira
Advogado
Especialista em Direito de Empresa pela Universidade Gama Filho
Mestrando em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

CPC – 1973 NOVO CPC


Art. 1.028. A partilha, ainda depois Art. 654. A partilha, mesmo depois
de passar em julgado a sentença de transitada em julgado a sentença,
(art. 1.026), pode ser emendada nos pode ser emendada nos mesmos
mesmos autos do inventário, autos do inventário, convindo todas
convindo todas as partes, quando as partes, quando tenha havido erro
tenha havido erro de fato na de fato na descrição dos bens; o
descrição dos bens; o juiz, de ofício juiz, de ofício ou a requerimento da
ou a requerimento da parte, poderá, parte, poderá, a qualquer tempo,
a qualquer tempo, corrigir-lhe as corrigir-lhe as inexatidões
inexatidões materiais. materiais.

1. Referência(s) legislativa(s): Art. 5°, incs. LIV e LV, da CRB/88; Arts. 491, inc. I, do CPC.

2. Comentários: Dispositivo do antigo diploma processual mantido com a mesma redação.


Após o trânsito em julgado da sentença, é possível emendar a partilha em duas hipóteses.
A primeira, para corrigir erros materiais, como por exemplo: na descrição do imóvel - de suas
metragens, do valor da avaliação, etc. - ou de um dos herdeiros - do nome, da idade, do estado
civil, etc. Essa hipótese está prevista ainda na regra geral (art. 491, inc. I, do CPC) que
permite a correção da sentença, após sua publicação, quando for constatada a existência de
inexatidões materiais ou erros de cálculo. Em ambos os casos, a correção pode ser provocada
pela parte ou realizada de ofício pelo juízo.
A segunda hipótese de emenda da sentença, após o trânsito em julgado, decorre de erro fático
na descrição dos bens e exige o consentimento de todos os interessados - como por exemplo
na descrição de um rebanho sem a identificação específica das raças ou da quantidade e tipo
das plantações existentes no terreno; na descrição de jóias e objetos de arte, etc.
O erro cometido pelas partes na descrição dos bens do espólio não é o único motivo que
autorizam a emenda da sentença de partilha. É possível que ocorra também inexatidões
materiais na própria partilha em relação aos demais termos e documentos do processo. Nessa
hipótese pode ser corrigida pelo juízo, até mesmo de ofício e sem que se exija consentimento
unânime das partes.
Entretanto, é importante salientar que não se admite, “a pretexto de retificação, alterar o plano
de partilha, ou excluir um herdeiro, ou discutir a titularidade de um imóvel, ou procurar
invalidar a partilha feita e homologada; e nem invocar a nulidade do testamento, ou algum
vício na partilha. Estas e outras matérias que afetam a estrutura do inventário e da partilha
serão objeto de uma ação ordinária, ou de uma ação rescisória, se for o caso.” (RIZZARDO,
Arnaldo. Direito das Sucessões, 4ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense 2008, p. 740).

3. Jurisprudência. Emenda da partilha. STJ, Quarta Turma, REsp 109188/SP, Rel. Min.
Barros Monteiro, DJe 21-03-2002.

4. Referências bibliográficas sugeridas: THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito


Processual Civil, 32ª ed., Rio de Janeiro: Editora Forense, 2008, vol. III, p. 264.
RODRIGUES JÚNIOR, Walsir Edson (Org.) Temas atuais de direito das famílias e das
sucessões. 1 ed. Belo Horizonte: RTM, 2014, 419 p.

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