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Capítulo 5: Força e Movimento I

Vimos que parte da física é um estudo do movimento, incluindo


acelerações, que são variações em velocidades.
A física também envolve o estudo do que causa a aceleração dos
objetos.
A causa é sempre uma força, que pode ser definida, em termos
coloquiais, como um empurrão ou um puxão exercido sobre um objeto.
Dizemos que a força age sobre o objeto variando sua velocidade.

A relação entre uma força e a aceleração é chamada de mecânica


newtoniana.
Primeira Lei de Newton

Se você der uma tacada em um disco sobre um piso de madeira, o disco


vai deslizando e diminuindo a velocidade até parar.
Para que ele atravesse todo o piso com velocidade constante, você deve
empurrá-lo ou puxá-lo continuamente.
Se o disco for impulsionado sobre uma pista de gelo, o disco deslizará
por uma distância bem maior.
Podemos imaginar superfícies maiores e mais escorregadias, sobre as
quais o disco escorregaria mais e mais.
No limite (caso ideal) podemos pensar em uma superfície longa e
extremamente escorregadia (dita superfície sem atrito), sobre a qual o disco
não diminuiria a velocidade.

Primeira Lei de Newton: Se nenhuma força resultante atua sobre um


corpo, a velocidade do corpo não pode variar; ou seja, o corpo não pode
acelerar.
Força

Um corpo com massa de 1 kg, como mostrado no figura abaixo, é


puxado sobre uma mesa horizontal sem atrito de forma que ele adquira uma
aceleração de 1 m/s2.

Figura: Uma força F aplicada ao objeto de 1 kg provoca uma aceleração a.

A força que estamos exercendo sobre o corpo tem módulo de 1 newton


(= 1 N).
Podemos exercer uma força de 2 N sobre o corpo de forma que sua
aceleração seja de 2 m/s2, e assim por diante.

As forças são grandezas vetoriais.


Segunda Lei de Newton

Segunda Lei de Newton: A força resultante sobre um corpo é igual ao


produto da massa do corpo pela sua aceleração.

(01)

Relação entre as unidades SI de força, massa e aceleração:


A força, como outras grandezas vetoriais, a equação (01) é equivalente
a três equações para as componentes.

(02)

Cada uma dessas equações relaciona uma componente da força


resultante com a aceleração ao longo do mesmo eixo.

Em certos casos, as forças que atuam sobre o corpo se compensam, e


dizemos que o corpo está em equilíbrio.

Para a resolução de problemas com a segunda lei de Newton:


- Desenhamos um diagrama de corpo livre;
- desenhamos os vetores forças que estão atuando sobre o corpo
(forças externas) , cada força sobre o corpo será representada por uma seta com
sua origem sobre o corpo.
- realizamos a decomposição dos vetores forças.
Exemplo 1: Em um cabo de guerra bidimensional, Alexandre, Bárbara e Carlos
puxam horizontalmente um pneu de automóvel nos ângulos mostrados na figura
abaixo. O pneu permanece estacionário apesar das três forças. Alexandre puxa
com a força FA de módulo 220 N, e Carlos puxa com a força FC de módulo 170
N. O sentido de FC não é dado. Qual o módulo da força FB de Bárbara?

Figura: (a) Vista superior de três pessoas puxando um pneu sobre o plano
horizontal. (b) Um diagrama de corpo livre para o pneu.
Algumas forças especiais

1) Força Gravitacional: Uma força gravitacional Fg sobre um corpo o


atrai diretamente para o centro da Terra, ou seja, verticalmente para baixo.

Colocando um eixo y vertical ao longo da trajetória do corpo, com o


sentido positivo para cima:

Componente y:

(03)
Escrevendo na forma vetorial:

(04)
2) Peso: A força peso P, ou simplesmente o peso P, de um corpo é a
força necessária para impedir que o corpo caia livremente em relação ao solo.
O módulo da força peso P de um corpo é igual ao módulo da força
gravitacional Fg sobre o corpo.

Componente y:

Peso, com o solo como referencial inercial:

(05)
3) Força Normal: Quando um corpo pressiona uma superfície, a
superfície (ainda aparentemente rígida) deforma e empurra o corpo com uma
força normal FN que é perpendicular à superfície.

Figura: (a) Um bloco em repouso sobre uma mesa experimenta uma força normal
FN perpendicular à superfície da mesa. (b) Diagrama de corpo livre do bloco.
Para qualquer aceleração vertical ay da mesa e do bloco (eles poderiam
estar em elevador acelerado, por exemplo).

Componente y:

(06)
Se a mesa e bloco não têm aceleração em relação ao solo, então ay= 0 e
a equação (06) resulta:
(07)

OBS: Em planos inclinados o módulo FN é diferente do módulo Fg.


4) Atrito f : Se empurramos ou tentamos empurrar um corpo sobre uma
superfície, há uma resistência ao movimento. Esta resistência é chamada força
de atrito ou simplesmente atrito.

Figura: Uma força de atrito f se opõe ao movimento de um corpo sobre um


superfície.
5) Tensão: Quando uma corda (um fio, um cabo, outro objeto desse tipo) está
presa a um corpo e esticada, ela puxa o corpo com uma força T cujo a direção está ao
longo da corda e o sentido afastando a partir do corpo, com sua origem no ponto de
aplicação. Essa força T é chamada de força de tensão ou de tração.
A corda é frequentemente considerada um objeto sem massa e inextensível. A
polia sem massa e sem atrito.

Figura: A corda esticada está sob tensão.


Terceira Lei de Newton: Quando dois corpos interagem, as forças
exercidas por um sobre o outro são sempre iguais em módulo e têm sentidos
opostos.

Figura: (a) O livro L está apoiado na caixa C. (b) As forças FLC (a força sobre o
livro devido a caixa) e FCL (a Força sobre a caixa devido ao livro) têm o mesmo
módulo e sentidos opostos.
Exemplo 2: A figura abaixo mostra um bloco D de massa M=3,3 kg. O bloco está
livre para se mover ao longo de uma superfície horizontal sem atrito e está ligado,
por meio de uma corda que passa por uma polia sem atrito, a um segundo bloco P,
de massa m=2,1 kg. As massas da corda e da polia podem ser desprezadas em
comparação com a massa dos blocos. Enquanto o bloco P desce, o bloco D acelera
para a direita. Determine (a) o vetor aceleração do bloco D, (b) o vetor aceleração
do bloco P e (c) o módulo tensão na corda.

Figura: Um bloco D de massa M está conectado a um bloco P de massa m por uma


corda que passa por uma polia. (a) Diagrama de corpo livre do bloco D. (b)
Diagrama de corpo livre do bloco P.
Exemplo 3: A figura abaixo, uma corda prende um bloco de 15 kg, mantendo-
o estacionário sobre um plano sem atrito, inclinado de um ângulo θ = 27º.
(a) Quais são os módulos das forças T da corda sobre o bloco e da
normal FN do plano sobre o bloco?
(b) Agora a corda é cortada. O bloco acelera ao escorregar para baixo
ao longo do plano? Caso sim, com que aceleração?

Figura: (esquerda) Um bloco de massa m é mantido em repouso por uma corda.


(direita) Um diagrama de corpo livre para o bloco.
Exemplo 4: Na figura ao lado um
passageiro de massa m = 72,2 kg está de
pé em uma balança no interior de um
elevador. Estamos interessados nas forças
normais e nas leituras da massa quando o
elevador está parado e quando está se
movendo para cima e para baixo.
(a) Escreva uma equação para a força
normal em função da aceleração vertical
do elevador.

(b) Qual é a leitura da balança (massa


aparente = força normal/g) se o elevador
está parado ou está se movendo para cima
com uma velocidade constante de 0,5 m/s?

(c) Qual é a leitura da balança (massa Figura: (a) Um passageiro está de pé em


aparente = força normal/g) se o elevador uma balança que indica o sua massa ou o
sua massa aparente. (b) O diagrama de
acelera para cima de 3,2 m/s2? E qual a
corpo livre do passageiro, mostrando a
massa aparente se o elevador acelera força normal FN exercida sobre ele pela
para baixo de 3,2 m/s2? balança e a força gravitacional Fg.

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