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ISSN 2675-9934
№10 fevereiro/2021
Boletim de
Políticas Públicas
Observatório Interdisciplinar
de Políticas Públicas «Prof. Dr. José Renato
de Campos Araújo» (EACH/USP)
№ 37 agosto/2023
OIPP
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№ 37 agosto /2023 ISSN 2675-9934
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Boletim de
Políticas Públicas
Observatório Interdisciplinar
de Políticas Públicas «Prof. Dr. José
Renato de Campos Araújo» (OIPP)
Conselho editorial
Agnaldo Valentin
Alexandre Ribeiro Leichsenring
André Gal Mountian
Cristiane Kerches da Silva Leite
Graziela Serroni Perosa
José Carlos Vaz
Ursula Dias Peres
Valeria Barbosa de Magalhaes
Vivian Grace Fernández-Dávila Urquidi
Editor
André Gal Mountian
Vice-editor
Agnaldo Valentin
Produção e divulgação
Manuella Viveiros Leite
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Contato
E-mail: boletimoipp@gmail.com
Rua Arlindo Bettio, 1000
03828-000
São Paulo/SP
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Sumário
O Impacto do Marco Legal das Startups na Promoção da Inovação e do
Empreendedorismo no Brasil........................................................................5
Julia Ribeiro de Almeida Veneziani, José Carlos Vaz
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Introdução
A temática de inovação em governo não é nova, sendo inclusive
cada vez mais debatida, dado que é através de políticas de inovação
que o Estado assume a posição de indutor de um ambiente favorável
tanto para o setor privado, quanto para o desenvolvimento da
capacidade própria e empreendedora atuando em rede com múltiplos
stakeholders em prol do desenvolvimento econômico. Para entender
de fato como ocorrem as políticas nessa temática, Karo e Kattel
(2016) apontam seis grandes modelos nos quais o governo apropria-se
das funções relacionadas à inovação, sendo eles: (i) investimento
público em ciência, tecnologia e inovação (CT&I), (ii) inovação via
compras públicas, (iii) inovações institucionais econômicas, (iv)
inovações institucionais políticas, (v) inovações nos serviços públicos
e (vi) inovação organizacional.
Neste contexto, o Marco Legal das Startups e Empreendedorismo
Inovador (MLSEI) surge como uma regulamentação polivalente que
abrange todos os modelos de inovação em governo. O instrumento em
si envolve aspectos relacionados à ciência, tecnologia, licitação,
economia e administração pública, podendo ser aplicado de diversas
maneiras para promover políticas inovadoras. Sendo assim, este artigo
tem como objetivo apresentar brevemente as principais características
do MLSEI buscando compreender o seu papel como instrumento de
incentivo às políticas de inovação no Brasil. Para realizar essa
discussão, o artigo está organizado da seguinte forma: inicialmente
apresenta-se um resumo da formulação da Lei Complementar nº 182
de 2021 que institui o Marco, em seguida expõe-se o seu conteúdo
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Graduanda em Gestão de Políticas Públicas (EACH/USP)
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Professor doutor de Gestão de Políticas Públicas (EACH/USP)
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Definição de Startup
No Brasil, o termo startup passou a ser popularizado a partir dos
anos 2000 quando a referência de negócio inovador escalável passou a
ser apropriada, porém a sua aparição no ordenamento jurídico só se
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Investimentos em Startups
O próximo capítulo do Marco, estabelece as diretrizes para:
O incentivo à constituição de ambientes
favoráveis ao empreendedorismo inovador,
com valorização da segurança jurídica e da
liberdade contratual como premissas para a
promoção do investimento e do aumento da
oferta de capital direcionado a iniciativas
inovadoras. (art. 3º, inciso II)
Para incentivar as atividades de inovação e investimentos
produtivos, as startups poderão admitir aporte de capital por pessoa
física ou jurídica, através de instrumentos jurídicos que garantem
segurança jurídica e liberdade contratual para os investidores. Em
síntese, segundo o MLS, o investidor que realizar o aporte de capital
não responderá por qualquer dívida da empresa, seja ela trabalhista,
tributária ou cível, e a ele não se estenderá a desconsideração da
personalidade jurídica, desde que não tenha gerência ou voto na
administração, podendo participar nas deliberações em caráter
estritamente consultivo. De acordo com, Pinto (2021):
O Marco acentuou a segurança nas
relações entre investidores e startups pela
listagem dos diferentes instrumentos de
investimento usados no ecossistema de
inovação do país: a opção de compra, a opção
de subscrição, a debênture conversível, a
sociedade em conta de participação, o
contrato de participação da Lei
Complementar 123/2006 e o mútuo
conversível - todos esses instrumentos já
utilizados com frequência, muito embora em
contratos atípicos que oferecem menos
segurança jurídica.
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Ambiente de Negócios
A primeira novidade do Marco envolve a disposição de que as
startups poderão testar técnicas e tecnologias experimentais por
intermédio do Sandbox Regulatório, caracterizado como um ambiente
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Considerações Finais
O presente estudo procurou elucidar como o novo Marco Legal das
Startups e do Empreendedorismo Inovador traz importantes mudanças
para políticas públicas de inovação no Brasil, facilitando a inserção e a
competitividade do empreendedorismo brasileiro no mercado e
impactando positivamente o ecossistema inovador nacional. A
relevância do Marco Legal das Startups se dá pelo estabelecimento de
um conjunto de regras claras e específicas que definem o ambiente
regulatório para as startups no Brasil. Ele foi criado para incentivar o
empreendedorismo e a inovação no país, removendo obstáculos e
criando um ambiente mais favorável para o desenvolvimento de
startups. Sendo assim, espera-se que seja mais fácil para as startups
obter financiamento, seja por meio de investidores anjo ou fundos de
investimento especializados.
Com o estudo realizado, foi possível destacar as oportunidades
para o desenvolvimento tecnológico e para a inovação na
administração pública a partir da desburocratização de um sistema
estatal complexo com o propósito de ofertar condições favoráveis às
startups. De modo geral, o MLS aborda os seguintes princípios: (i)
incentivo ao empreendedorismo inovador a partir da segurança
jurídica; (ii) modernização do ambiente de negócios; (iii)
aperfeiçoamento de políticas públicas de empreendedorismo; (iv)
fomento à cooperação entre o setor público e iniciativa privada e (v)
incentivo à contratação de soluções inovadoras.
O artigo não buscou analisar a efetiva utilização dos instrumentos
apresentados pela lei. Dois caminhos para pesquisas futuras abrem-se,
aqui: um primeiro caminho, de natureza predominantemente
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Referências Bibliográficas
ARNSTEIN, S. R. A Ladder of Citizen Participation. Journal of the
American Planning Association, v. 35, n. 4, p. 216-224, 1969.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa
do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 13 mar. 2023.
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Introdução
O referencial teórico para a análise da rede de governança no
Programa Recomeço5, encontra-se pautado na teoria de redes de
Governance Network (rede de governança), se refere a uma
abordagem colaborativa de governança, envolvendo a interação e a
cooperação entre diferentes atores governamentais e não
governamentais. Essa abordagem visa enfrentar desafios complexos
que não podem ser resolvidos por uma única organização ou ator
(KLIJN e KOPPENJAN, 2015).
Institucionalmente o Programa Recomeço foi definido como sendo
a conjugação de ações, do poder público e sociedade civil, tem por
objetivo promover, articular e executar ações intersetoriais nos
seguintes eixos: prevenção na Secretaria de Estado de Educação,
tratamento na Secretaria de Estado de Saúde, reinserção social e
recuperação na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social,
controle e qualificação das cenas abertas de uso de drogas na
Secretaria de Estado de Segurança Pública, acesso à justiça e à
cidadania na Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania.
No período de 2013 a 2022, os serviços ofertados pelo Programa
Recomeço tiveram abrangência na capital paulista com a unidade
CRATOD (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas)
com serviço de Caps AD IV e leitos de desintoxicação; a Unidade
Recomeço Helvétia com serviços de moradia monitorada, leitos de
desintoxicação e centro de convivência; leitos hospitalares para
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Este artigo refere-se a pesquisa que vem sendo realizada, no Programa de Pós-
Graduação em Gestão de Políticas Públicas da EACH/USP, na área de concentração
Estado, Administração Pública e Gestão Social, com orientação da Profª Drª Patrícia
E. Mendonça.
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Graduado em Ciências Sociais pela UNESP Marília, mestrando do Programa de Pós-
Graduação em Gestão de Políticas Públicas da EACH/USP.
5
Programa Recomeço é o Programa Estadual de Políticas sobre Drogas do Estado de
São Paulo, criado em 2013 pelo decreto 59.164/2013, extinto em 2023 pelo decreto
67.642/2023 que regulamentou a Lei nº 17.183/2019 instituindo a Política Estadual
sobre Drogas.
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A estrutura de rede de governança exemplificada neste artigo refere-se ao Edital de
Chamamento Público n.º 01 SEDS/COED/2017.
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Considerações Finais
A pesquisa que vem sendo realizada referente as parcerias entre a
administração pública e as organizações da sociedade civil, a partir de
um estudo de caso sobre o Programa Recomeço, identificou que a
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Referências Bibliográficas
KLIJN, Erik Hans; KOPPENJAN, Joop. Governance networks in the
public sector. Routledge, 2015.
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https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2013/decreto-
59164-09.05.2013.html Acesso em: 15 jan. de 2023.
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Introdução
O presente trabalho representa parte da pesquisa em andamento no
Programa de Pós-Graduação em Gestão de Políticas Públicas e Gestão
da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade
de São Paulo (USP).
O tema do projeto surgiu em decorrência de observações e
experiências pessoais como servidora pública do quadro efetivo do
Governo do Distrito Federal (GDF) desde 2005. Com a atividade
laboral, percebi a multidisciplinaridade envolvida na prestação de
serviços ao cidadão e que encontra respaldo em Thiel (2022, p. 1) “A
Administração Pública distingue-se, porém, por analisar o setor
público sob múltiplos ângulos de forma integrada”.
Considerando o respaldo acadêmico, surgiu a pergunta que guia
este trabalho: as informações coletadas pela ferramenta de ouvidoria
pública do Distrito Federal impactam as ações gerenciais das políticas
públicas do Governo do Distrito Federal?
Partindo dessa pergunta, observei que muitos conceitos centrais e
periféricos que constroem a abordagem desta pesquisa, como o
próprio conceito de participação social e política pública, são
terminologias em permanente construção, uma vez que refletem a
evolução histórica, cultural e social (Arnstein, 1969; Hill, 2005;
Simões e Simões, 2015, Birkland, 2016). O corpus teórico contempla
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Aluna regular do curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Gestão de Políticas Públicas e Gestão da Escola de
Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São
Paulo (USP) e servidora pública do Governo do Distrito Federal
(GDF).
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Professora Doutora nos cursos de graduação e Pós-Graduação em
Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e
Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP).
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Conclusão
O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados
parciais da pesquisa em andamento no decurso do Programa de Pós-
Graduação em Gestão de Políticas Públicas e Gestão da Escola de
Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São
Paulo (USP), cujo tema é a participação social na ouvidoria pública do
Distrito Federal no período de 2017 a 2022, e tem por objetivo
identificar se o SIGO-DF possibilita a participação social no lócus
público.
A literatura estudada até o momento aponta para a viabilidade do
instrumento de ouvidoria como ferramenta de participação social e
para a contribuição para a política pública do Distrito Federal,
contudo, os dados colhidos ainda são insuficientes, para corroborar ou
refutar as hipóteses elencadas.
Referencias
ARNSTEIN, S. R. A Ladder of Citizen Participation. Journal of the
American Planning Association, v. 35, n. 4, p. 216-224, 1969.
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