Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRABALHO FINAL
Ensaio Sobre Abordagens Etnográficas
TRABALHO FINAL
Ensaio Sobre Abordagens Etnográficas
COMANDO ........................................................................................................................................... 4
CRÍTICAS ............................................................................................................................................. 6
CONCLUSÃO ...................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................... 9
COMANDO
“Gosto de ouvir, mas não sei se sou hábil conselheira. Ouço muito. Da voz
outra, faço a minha. As histórias também. E no quase gozo da escuta, seco os olhos.
Não os meus, mas de quem conta. E, quando de mim uma lágrima se faz mais rápida
do que o gesto de minha mão a correr sobre o meu próprio rosto, deixo o choro viver.
E, depois, confesso a quem me conta, que emocionada estou por uma história, que
nunca ouvi e nunca imaginei para nenhuma personagem encarnar. Portanto essas
histórias não são totalmente minhas, mas quase que me pertencem na medida em
que, as vezes, se (con)fundem com as minhas. Invento? Sim, invento, sem o menor
pudor. Então, as histórias não são inventadas? Mesmo as reais, quando são
contadas. Desafio alguém a relatar fielmente algo que aconteceu. Entre o
acontecimento e a narração do fato, alguma coisa se perde e por isso se acrescenta.
O real vivido fica comprometido (ou o não comprometido) entre o vivido e o escrito
aprofunda mais o fosso. Entretanto, afirmo que, ao registrar essas histórias, continuo
no premeditado ato de traçar uma escrevivência” (EVARISTO, 2016, p. 7).
O que mais me chama atenção nessa abordagem é a veracidade com que ela
apresenta sua versão da história, deixando claro que independente da abordagem
utilizada, a histórica contará com a sua versão dela, e que não é possível contar algo
exatamente como aconteceu. Trazendo um ar de literatura que deixa a obra mais
interessante para a leitura.
Outro ponto interessante é o foco em histórias de vivências não
hegemônicas. Nesse aspecto lembra-me o texto de Lila Abu-Lughod: “A Escrita
Contra a Cultura”. As críticas aos pensamentos racistas e hegemônicos ocidentais
são fundamentais para as duas abordagens apesar da escrevivência de Evaristo
não descrever isso de forma direta, não peca em deixar de lado as críticas.
Ademais, nada impede que pesquisadores adeptos da escrevivência abordem
de forma direta as críticas às sociedades ocidentais. Tendo por exemplo o texto de
Daniel Baptista, é evidente sua abordagem densamente crítica à comportamentos e
institucionalizações racistas na UFMG.
RENTABILIDADE DA PERSPECTIVA
CONCLUSÃO