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BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – COTAS

RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

IDENTIFICAÇÃO
INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Santa Cruz: UESC
NOME DO BOLSISTA: Tiago Calazans Simões
PEDIDO Nº FAPESB.2015.1298
CPF Nº: 06239775592
/20
ORIENTADOR (A): André Luiz Mitidieri Pereira
TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: Literatura, Espaço Biográfico e
Homossexualidade
PERÍODO ABRANGIDO PELO RELATÓRIO: 01/08/2015 a
31/09/2016
EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS PERÍODO PERÍODO DE
CONFORME PLANO DE TRABALHO PREVISTO EXECUÇÃO
Leitura e fichamento do referencial teórico 4 meses 4 meses

Leitura, compreensão e fichamento do corpus 3 meses 4 meses

Análise do corpus 5 meses 4 meses

Revisão da produção científica, apresentações 3 meses 4 meses


em eventos e encaminhamento a publicação.
DESCRIÇÃO DA(S) ATIVIDADE(S) NÃO
PREVISTA(S) ORIGINALMENTE NO PLANO PERÍODO DE EXECUÇÃO
DE TRABALHO (SE HOUVER)

DIFICULDADES ENCONTRADAS:

Falta de material tecnológico na universidade para graduandos, principalmente


computadores.
HOUVE ALTERAÇÃO NO PLANO DE TRABALHO: ( )SIM (x )NÃO

JUSTIFIQUE A ALTERAÇÃO:

PROJETO (PLANO DE TRABALHO)


RESUMO: (aproximadamente 250 palavras):

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Este trabalho foi desenvolvido pelo plano de pesquisa Biografemas homoculturais
em 'Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá', de Fernando Mello que integra o
Projeto de Pesquisa IC/FAPES Literatura, Espaço Biográfico e Homossexualidade,
e teve como suplemento as leituras e discussões realizadas no GPBIO; Grupo de
pesquisa O Espaço Biográfico no Horizonte da Literatura; assinalado principalmente
pelos conceitos de espaço biográfico, de Leonor Arfuch, e biografema homocultural,
de André Mitidieri. Importa-nos a expressividade do eu em narrativas biográficas
híbridas que deem conta das expressões humanas coletivas, neste caso, de grupos
gueis à margem do discurso andocêntrico, binário e autoritário produzido na
América do Sul pelas ditaduras militares dos anos 70-80. O texto dramático em
estudo demarca experiências e vivências de personagens não canônicos –puta,
bicha e gigolô –, afirmando a influência das divas do cinema para a subjetividade e
a identidade dos homossexuais. A justificativa é pautada na produção de material
que aposte na noção de escrita/literatura homoerótica, visibilizando o autor e
temática na crítica ao texto Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá(FERNANDO
MELO 1974), correlacionando a temática com a homocultura e (auto)biografia.
Procuramos delinear e apontar uma crítica biografemática que visibilize sujeitos e
histórias à margem do cânone, além de assinalar a presença das divas no
imaginário homoerótico e a reprodução da ideologia dominante nas intervenções de
alguma personagens do texto.

PALAVRAS-CHAVE (três):

Biografema Homocultural; Espaço Biográfico; Fernando Melo

INTRODUÇÃO (tema/objetivos/hipóteses/justificativa):

No plano de pesquisa “Biografemas homoculturais em Greta Garbo, quem


diria, acabou no Irajá”, Lidamos com a noção de biografema do teórico guei Barthes
(2003) e Espaço biográfico de ARFUCH (2010). Os estudos sobre o desafio da
incursão biográfica por conta de François Dosse nos serve de base para
entendermos o espaço da biografia na crítica literária no decorrer da história
ocidental. Além disso, é fundamental para as discussões homoeróticas, a (re)leitura

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proposta por André Mitidieri, o conceito de Biografemas Homoculturais. Nosso plano
que se efetivou através da realização de fichamentos, resumos de textos e
importantes discussões oportunizadas pelo grupo de estudos presenciais; O espaço
biográfico no Horizonte da Literatura, juntamente com os sempre movimentados
espaços de redes sociais onde o GPBIO está envolvido (grupos no facebook e no
Whatsapp). Neles, mostramos que os espaços não canonizados podem ser também
intelectual e academicamente produtivos, pois são nessas redes sociais que
compartilhamos links para vídeos, filmes, textos e discussões sobre literatura,
homocultura e outros temas ligados ao grupo.

A reivindicação de uma escrita/literatura homoerótica deve ser vista como um


direito humano e universal, para evitar que o discurso binário inflexível continue
apagando sujeitos e promovendo vítimas de violência, suicídio e depressão. Através
dessa temática e desse espaço literário e de representações artísticas, discutimos
direitos humanos e ações afirmativas para um público historicamente violentado
que, no entanto, existe, portanto, necessita reivindicar o espaço democrático da
vida no estado de direito. Promovemos os biografemas homoculturais de
valorização do sujeito homossexual, mostrando as dores e delícias de se
representar expressões humanas no campo da arte, do objeto estético. É
interessante visibilizarmos as obras híbridas da literatura sul-americana
contemporânea, valorizando seu caráter (auto)biográfico, suas possibilidades
ensaísticas e sua capacidade de promover fissura ao discurso hegemônico, à
história única, características que começam a aparecer na literatura num contexto

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de redemocratização, onde história e ficção se fundem numa série de textos com
potencial estético ficcional mas também histórico factual. É necessária a ampliação
do campo de discussões homossexuais dentro da literatura e das representações
artísticas, fazendo corpo junto a uma série de outras pesquisas que vem sendo
desenvolvidas e se transformando em ferramental teórico para a crítica literária,
cultural e literatura comparada, além de material prático para a educação para a
diversidade, para a discussão de gênero e sexualidade na escola e na universidade.

MÉTODO (sujeitos/instrumentos/procedimentos):

Trabalhamos com conceito de espaço biográfico ARFUCH (2010)


contemporâneo e sul-americano, onde priorizamos a ideia dos biografemas de
Barthes como possibilidade de olharmos para os traços biográficos fragmentados,
aqueles deixados pela multiplicidade da existência de um sujeito como que poeira
cósmica em seus textos. Utilizamos este recorte para trabalhar com autores de
textos literários. Para Mitidieri (2015), o biografema é uma possibilidade de
captarmos sinais de uma vivência que é múltipla:

O uso de pormenores mais significativos rompe com a tradicional


linearidade do gênero biográfico, oferecendo perspectivas parciais dos
indivíduos, mas aptas a compor uma visão da pluralidade humana. Assim,
o caráter não linear do biografema se fundamenta na mobilidade e na
fluidez, oferecendo sinais entrecortados que proporcionam a materialização
ou as interpretações da multiplicidade do indivíduo e das sociedades (p.
45).

Para Mitidieri, a totalidade de uma vida é completamente impossível de ser


atingida por uma construção narrativa, portanto, este conceito não elimina: “a
hipótese de o sujeito produtor do discurso recorrer à imaginação para, inclusive,
preencher vazio sobre acontecimentos aos quais não pôde ter acesso, mediado por
documentos, fontes, rastros.” O conceito permite possibilidades de “proceder
desvios, em relação ao cânone literário e às hierarquizações da história oficial[...]
bem como das visões e dos diálogos que proporcionam, a partir da ruptura com os
discursos hegemônicos e da crítica às heteronormatividades (2015, p. 48). Baseado
na leitura e prática do conceito de biografema dentro da crítica literária e movidos
por textos de Paulo Garcia (2014), João Silvério Trevisan (2004), Mário César
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Lugarinho (2003), Antônio de Pádua Dias da Silva (2009), que debatem cultura,
expressões artísticas, culturais e literárias do universo homossexual, visualizamos a
seguinte ideia de biografema Homocultural:
É assim que a noção de biografema (BARTHES, 1990) se conjuga à
“homocultura” enquanto lócus de estudo e representação de expressões
homoculturais, bem como das visões e dos diálogos que proporciona a
partir da ruptura aos discursos hegemônicos e da crítica às
heteronormatividades, visando aos constructos gays e aos papeis das
masculinidades ao longo do tempo (MITIDIERI, 2013).

O espaço biográfico conforma gêneros capazes de dialogar com


corpos/sujeitos que marcam sua trajetória na história, conceito utilizado para
dialogar com vidas de autores/escritores, suas pegadas dissipadas pelas suas
existências e como elas marcam narrativamente os lugares onde podem ser
impressas através de materialidades textuais. Portanto, o espaço biográfico não
está apenas presente nas obras de literatura, mas também em ensaios, livros de
história, entrevistas (escritas ou televisionadas), qualquer forma onde uma vida é
inscrita, marcada. o espaço biográfico contemporâneo é tratado por ARFUCH
(2010), como um local marcado por gêneros híbridos, que promovem o apagamento
dos limites das fronteiras entre história e literatura. Nessa perspectiva, esse
conceito se torna ideal para explorar as expressões literárias contemporâneas que
surgiram a partir da redemocratização dos últimos períodos ditatóriais pelos quais
passaram a América do Sul, diante da necessidade de rompimento com os relatos
que foram consumados através de violência, uso dos meios de comunicação, que
construíram realidades pautadas em discursos unitários, garantidos pelo
autoritarismo e eurocentrismo cristão. Nesse panorama de complexos processos de
“redemocratização”, vemos ascender na literatura um crescente movimento híbrido,
(auto)biográfico, histórico e ficcional presente nos textos artísticos e literários que
vai marca-los em diversos momentos como possibilidade de geração de novos
sentidos, promovendo rasura histórica, e legitimando novas formas de interpretação
dos fatos da história através da literatura de cunho hibrido e (auto)biográfico. Para
nós, importa um espaço biográfico onde constatamos uma forte expressividade do
eu, da subjetividade e da possibilidade de narrativas biográficas, que deem conta
das expressões humanas, artísticas, literárias e coletivas, nesse caso, nessa
pesquisa, de grupos gueis, sujeitos subalternizados pelo discurso da ordem

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masculina oficialista e linear dos discursos autoritários produzidos pelas ditaduras
militares Sul-americanas nos anos 70-80.

O biografema Homocultural como forma de ação afirmativa LGBT:

O livro reflexiones sobre la cuestión gay, foi visto como uma obra de caráter
autobiográfico ERIBON (2000) o que ele não negou, porém seu livro reflexiones.
está muito mais para um autobiografia de todos (um grande número de sujeitos
gays e lésbicos com histórias vivências/experiências semelhantes) do que de um
relato individual/pessoal dele. É um relato que consegue abarcar experiências
coletivas dos grupos gueis e lésbicos, não foi por acaso que muitos homossexuais
se reconheceram na narrativa de Didier Eribon. Durante o processo de recepção de
seu livro, ele recebeu uma série de cartas de sujeitos gays/lésbicos, sobre a
identificação deles com sua obra, com as histórias e reflexões ali discutidas, o
quanto da vida deles eles sentiram representadas ali. Muitos enviaram a Didier
cartas falando sobre as experiências, cartas que ele disse negligenciar por nunca
ter publicado tal material:

“Me contaban lo que había sido su sufrimiento y hoy era su rebeldia".

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A partir desse envolvimento de uma série leitores e leitoras com o livro
Reflexiones sobre la cuestión gay, sobre sujeitos gueis/lésbicos e a repercussão e
recepção do mesmo, podemos perceber o quão acertada é a nossa discussão
sobre os gêneros híbridos na literatura contemporânea com predominância do EU
(que nos oferta um texto com narrativas [auto]biográficas com potencialidade de
narrar histórias coletivas) dentro de um espaço biográfico que possibilite narrativas
de grupos excluídos do discurso oficial autoritário na modernidade Sul americana. A
noção de biografema homocultural é uma técnica de leitura e ferramental teórico.
Acreditamos que se trata de uma noção importante também para as salas de aula
brasileiras de ensino de Literatura, para discutirmos diversidade humana e
identidade de gênero como perspectiva de educarmos para a diversidade, laicidade
e tolerância. A discussão dessas temáticas numa sociedade tão intolerante e que
cria barreiras para os homossexuais, principalmente nas primeiras idades, é
questão de ação afirmativa, como a discussão sobre a inclusão da educação para a
diversidade no plano nacional de educação e a PLC 122/06, que dispõe legislação
específica sobre a discriminação por orientação sexual/identidade de gênero. Trata-
se então do biografema como possibilidade de evocar a ideia de autoria e de se
discutir a mesma, a interferência da subjetividade (de um eu coletivo) em um texto,
aspecto escanteado nas produções textuais nas escolas. O Biografema se
caracterizaria como uma técnica de leitura para a quebra de noções
homogeneizadoras de períodos literários atribuídos ao cânone ou o reducionismo
ao se delinear a qual gênero um texto artístico/literário. O conceito de biografema e
a análise do espaço biográfico impedem a generalização de uma obra por
determinada temática. Talvez ao trabalhar na sala de aula com esse dois conceitos,
possibilitássemos o entendimento de obras literárias como abertas a vários sentidos
e interpretações, promovendo a leitura de biografemas presentes na narrativa,
entrevistas, filmes, fotos etc. O biografema prioriza a importância de se dedicar
atenção às várias facetas do autor, são conceitos capazes de suscitar agência de
sujeitos oprimidos no panorama Sul-americano. Poderíamos refletir sobre as várias

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possibilidades de ação e intervenção homossexual, a agência suscitada pelos
autores, tanto em suas vidas, quanto nas suas obras literárias/artísticas. Sobre a
interação dos leitores com a obra de Eribon:

Pero estas cartas cálidas, emocionantes, a veces turbadoras, enviadas por


hombres y mujeres de todas lãs edades, y cuyos autores me decían casi
todos que hubieran necesitado antes um libro com el mio em sua vida, me
persuadieron de que, como había presentido, pero también había deseado,
el trabajo que me había ocupado durante cuatro años no solo era uma
contribución a um debate intelectual y teórico que se desarrolla a escala
internacional, sino también una intervención política que podia servir de
punto de apoyo a numerosos gays y lesbianas para rapropiarse de sua vida
y reformular su identidad personal (2000, p. 14).

Esses trechos discutem a importância dessa potência biográfica presente nos textos
e contextos contemporâneos para movimentar a agência dos grupos difamados,
com voz negada, que não podem falar por ser o que são, mas são sempre falados
por serem si mesmos. A escrita do livro teórico e intelectual se transforma para o
autor (Eribon) numa necessidade política, de focar-se em uma obra curta e de
cunho político, acessível, com linguagem simples, uma coleta de artigos, resenhas
de obras e análises da homofobia e discurso homofóbico. Aqui é importante pensar
também nas atividades extra acadêmicas ressaltadas pelo autor como sendo
contribuição para as discussões e os rumos que o levaram a novas escritas de suas
já discutidas temáticas:

De hecho, durante los cuatro años em que concebi y escribí reflexions sur
La question gay, mi trabajo estuvo condicionado – ralentizado, pero
también ayudado – por uma serie de intervenciones puntuales em los
âmbitos Del compromiso político y La reflexión intelectual (artículos sobre
temas diversos, pero tabién intervenciones em colóquios.. [...] Sin Duda, mi
libro no existiria si yo no hubiera estado implicado em este esfuerzo – a
menudo colectivo- de formulación de um discurso sobre los diferentes
aspectos de lo que son hoy los gays y lãs lesbianas em La sociedad. (p.
14-15)

O autor elenca os congressos, seminários e eventos de militância gay/lésbica


acadêmicos (ou não) em que pôde participar e discutir a temática por vários vieses,
como formadores de sua opinião e da materialidade militante, político e
intervencionista de sua obra, uma cena de leitura, que para ARFUCH (2010),
significa um espaço da trajetória do sujeito onde ele conforma leituras, experiências
e práticas que irão formar a sua visão de mundo e influenciar em sua escrita.
Acreditamos que esse é um conceito que deve ser visibilizado pela sua

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possibilidade de ruptura com as noções de quais devem ser os espaços/instituições
que legitimam a produção do saber, pois o autor nos afirma que, para a reflexão
sobre a recepção de seus livros, de que parte de sua obra deveria dialogar mais
com sujeitos homossexuais que não estão nas universidades, ofertaram a ele
relatos poderosos de como a sua obra transformou as vidas deles, assim
conformando uma ideia de autoria e produção artístico/literária/intelectual/teórica
não apenas influenciada e produzida em âmbitos acadêmicos, mas também movida
pelos anseios do povo comum e dos movimentos LGBT. Podemos ver como um dos
objetivos de sua obra:

Los fragmentos que reúno aqui de um discurso homosexual o sobre La


homosexualidad se inscriben em La lógica que ya animaba mi libro; a
saber, que es necesario escapar al estatus de objeto de la mirada y la
palabra de los otros, que há sido durante tanto tiempo asignado a los
homosexuales, u constituirse, em tanto que homosexuales, em sujetos de
la propia palabra y la propia mirada. Lo que significa, no sólo que hay quer
rechazar las problemáticas impuestas por los detentadores Del orden
estabelecido y la cultura dominante, sino también que hay que producir,
com la articulación de la reflexión teórica y la intervención política,
problemáticas nuevas elaboradas en um gesto de resistência a la violência
discursiva que se ejerce em los âmbitos social, intelectual y mediático
respecto a los grupos minoritários, a los que Hanna Arendt com pertinência
denomino los <<grupos difamados>> (p. 15).

Aqui o autor ressalta a importância de nós falarmos por nós mesmos, o que para os
componentes GPBIO e para essa pesquisa é fundamental, “nós por nós”, discutir
teoria crítica sobre determinados assuntos, por exemplo, sobre o poder, com Michel
Foucault (2010), mas também trabalhar com autores Sul americanos e gueis. Além
disso, é tarefa do grupo a produção de teoria própria, visibilizando a pesquisa do
seu coordenador, o professor orientador André Luís Mitidieri, dando visibilidade a
temas e obras artístico/literárias que dialoguem com a homocultura. Prezamos pelo
fomento de publicações em eventos, seminários, simpósios, palestras e debates,
além da participação na extensão universitária no projeto revisões do cânone, ao
qual nosso coordenador é vinculado. Temos que nos apropriar do discurso, não
apenas para rechaçar a cultura dominante, pois segundo Eribon:

Tenemos que renunciar a la utopía de uma sociedad ideal em la que los


homosexuales no fuesen condenados al ostracismo o insultados... pero
podemos, por uma parte, emprender com êxito batallas por la igualdad de
los derechos y, por outra, esforzarnos em escapar, em cierta medida, a las
fuerzas opresivas. La resistência no ES la proyección de de nosostros
mismos em um futuro hiipotético e incierto, sino la manifestación, posible
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hoy, de uma desviación em relación com la norma (2000, p. 77).

Devemos nos situar não fora, pois não há exterioridade social, nem
exterioridade política ou cultural, mas sim ao lado, inventando outras formas de
vida, outras formas de identidade e outros modelos sociais. Ou seja, devemos não
apenas exercer subversão (pois a subversão é uma condição imposta a nós pela
hegemonia) mas produzir novas problemáticas para a agência e subjetivação dos
sujeitos oprimidos, subalternizados. Eribon (2000) nos oferta com sua reflexão
sobre os textos teóricos e obras literárias menos acessíveis à grande massa que
foram importantes para a construção de sua visão de mundo e de autor:

Todos estos textos, mediante algunos arreglos y reinsceritos em uma


perspectiva de conjunto, hubieran podido, en efecto, constituir um conjunto
coherente de consideraciones sobre la necesidad de repensar la política a
partir de los movimientos que se han producido em la sociedade desde
hace uma treintena de años. Pero muchas veces eran demasiado largos,
de factura más universitaria, y queria atenerme al proyecto de reunir
intevenciones breves, incisivas y, em todo caso, fácilmente accesibles a um
amplio público, com el propósito de conservar em el debate sobre los
desafios vinculados a la homosexualidad um vigor político y polêmico. (p.
16)

Podemos captar, nessa passagem, traços biográficos de um autor comprometido


com o meio e o grupo em que está/se considera identitariamente incluído. Para ele,
os textos lidos não são antiquados, mas sim capazes de guardar uma marca viva da
atualidade daqueles que os produziram, esboça a paisagem das batalhas presentes
e das mobilizações futuras, combates nos quais o gueis e lésbicas comprometidos
com uma política de igualdade e diferença, conseguirão novos direitos, e elaborarão
eles mesmos, subjetivamente/coletivamente, seus novos papéis de identidade. Para
Foucault (2010), parece desnecessário o questionamento do porquê de seres
humanos se jogarem à resistência, contra um sistema de poderes e normas que
inclui uns e segrega outros:

É porque o homem que se rebela é em definitivo sem explicação, é preciso


um dilaceramento que interrompa o fio da história e suas longas cadeias de
razões, para que um homem possa “realmente”, preferir o risco da morte à
certeza de ter de obedecer (p. 77).

Existe Literatura homoerótica? Podemos falar de uma escrita homoerótica?

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Discutir um espaço chamado literatura gay/homoerótica não é simplesmente
discutir uma plataforma sexual para a literatura, SILVA (2009) nos aconselha
“Trabalho com a hipótese de que a produção literária brasileira de temática gay, por
atender a critérios já postulados por aspectos teóricos e/ou críticos da literatura, não
se configura mera plataforma sexual” (p. 96). Para os sujeitos heterossexuais, suas
expressões representativas são tão comuns e já consolidadas na literatura, que não
precisam de um nome de destaque, ou de uma discussão prévia sobre sua
fundamentação, pois elas são simplesmente o status quo, estão inseridas na lógica
da normalidade, no natural:

No âmbito artístico-representacional, a noção de desejo gay imbuise de alto


valor para os sujeitos homoafetivos, porque ela referenda uma prática já
consolidada entre os sujeitos heterossexuais, todavia sem um nome
específico, uma vez que, na cultura ocidental de base falocentrica, o
androcentrismo é o modelo, o padrão, a norma, visão bastante discutida
por Michel Foucault (1980) (SILVA, 2009, p. 99).

Ao definir o que seria uma literatura guei/Homoerótica o autor se inscreve na


perspectiva de Didier Eribon, pois falar sobre sujeito homossexual ou sobre suas
expressões literárias, não é falar exclusivamente de sujeito/temática guei e, nesta
perspectiva, somos levados a reiterar o que chamamos de literatura guei/lésbica ou
escrita homoerótica:

[...] Todo e qualquer texto literário ou de ficção que represente


prioritariamente (não exclusivamente) questões referentes à cultura gay,
seja através de personagens (centrais), de narradores, de falas, de
discursos, de práticas discursivas, de alusões ao submundo gay, que
exponham ou não conflitos envolvendo os gays e os não gays, numa
demonstração de que a ficção vislumbra uma sociedade tolerante à
diversidade sexual, ao mesmo tempo em que a mimetiza como
homofóbica. (SILVA, 2009, p. 102)

Literatura/escrita homoerótica, uma aposta necessária:

Nós, realizadores desta pesquisa, acreditamos que discutir uma escrita


homoerótica, não significa escrever uma temática encerrada no mundo
homossexual, ou feita por um sujeitos gueis/lésbicos, ou escrita para esse público,
mas sim um espaço ficcional que dê espaço para uma ou todas essas expressões,
afinal, a sexualidade é uma faceta da experiência humana. Acreditamos que nossa
visão é fundamental para problematizar a relação entre o mundo homossexual, e o
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senso comum, o status quo e o discurso das igrejas fundamentalistas, que criam
uma barreira entre crença/dogma/doxa e o aceitamento, a tolerância, o respeito e
convivência com a diversidade sexual. Não estamos com isso colocando os sujeitos
homossexuais em um pólo e os heterossexuais em outro, mas sim, a ideia de
sexualidade, homem, mulher e os estereótipos inclusos nessas categorias como
uma construção social, histórica e coletiva, portanto, passível de críticas e
apontamentos necessários para desconstrução de estereótipos.

Assim, acreditamos na importância de inventariarmos, de delinearmos, textos


que dizem respeito a sujeitos homossexuais, sabendo que teremos um processo
histórico, onde teremos textos onde esses sujeitos são falados/narrados, sujeitados
e textos onde estão falando/narrando e subjetivando, não sendo produzidos pelo
sentido e de forma negativa, mas produzindo sentido e de forma positiva. A
pesquisadora Raphaelle Oliveira (2011) traz uma visão crítica sobre a escrita
homoerótica e a necessidade de uma literatura Lésbica:

O corpo e a sexualidade são espaços disciplinados, e controlados. São


marcados e marcadores de diferenças na sociedade. São também
construídos discursivamente, normatizados por ele. As práticas
homossexual, bissexual, lésbica são tidas como desviantes. Escrever sobre
essas vivências, amores e desejos não passa apenas por busca de
visibilidade e de escuta, mas também por tática de sobrevivência. (p. 58)

É importante a marcação de impacto, como no texto de “Literatura de


Sodoma”: O cânone literário e a identidade homossexual, exemplos de momentos

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históricos, onde uma maior afirmação da existência sexual e da normalidade dessa
existência foi duramente reprimida, tanto pelo cânone quanto pelo estado,
proibindo, interditando e silenciando sujeitos comprometidos com uma estética de
valorização da homoafetividade, é bom recordarmos que:

[...]a reivindicação das ditas minorias não foram atendidas pacificamente


pela História/ há de se notar que toda reivindicação oriunda dos
agrupamentos minoritários só pôde ter lugar como resposta à violência
praticada pelas elites no seu esforço uniformizador (LUGARINHO, 2003, p.
136).

Sabemos que parte das obras e sujeitos canonizados são erigidas por
questões pessoais, político-partidárias, de gênero, cosmogonia religiosa e outros
fatores que interferem diretamente no incentivo à produção, à recepção e,
consequentemente, na determinação de um público-mercado apto a consumir tal
produto/obra (SILVA, 2009, p. 98). É necessário reforçar:

[...]é possível, do ponto de vista estético e político, não inventar (no sentido
do forjamento, do “forçar a barra”), mas levantar, trazer à tona, descrever,
analisar, historiar, classificar, criticar ou mesmo apenas exibir a literatura
brasileira de temática gay (SILVA, 2009, p. 104).

Essa visão poderá contrapor-se à propagada pelo senso comum e pela mídia
hegemônica, evitando situações como a descrita abaixo no texto Edições críticas:
as leituras (inter)ditadas na literatura de Garcia (2014), sobre a crítica presente em
publicações de grande tiragem nacional sobre a escrita de João Gilberto Noll:

A palavra de ordem “terapia de choque”, como já citado no corpo do texto


do capítulo anterior, ocupa o lugar de punição para aqueles não
sintonizados com a sociedade. É considerado “viável” o tratamento dos
desajustados, como ocorrera com Noll, com a homossexualidade,
aplicando o recurso da disciplinização para quem entra em distúrbio. São
recursos que se tornam precisos para domar o uso dos prazeres, cabendo
à ciência a responsabilidade de nomear os homossexuais como
perturbados, anormais e alienáveis para a ordem social e para um mundo
produtivo. Visto esse sentido, é o olhar das margens que fomos obrigados
a desenvolver, como assegura Trevisan (2004, p. 510). Um olhar sobre o
qual se debruça outras linguagens para nos tornar existentes num fórum
crítico à cultura de choques, de modo a compor um mundo diferencial (p.
90).

Partindo deste exemplo, torna-se mister discutir e reivindicar a escrita


homoerótica/Literatura guei/lésbica ou homoerótica, como espaço positivo para a
conformação de imagens, discursos, narrativas, representações e expressões que

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coloquem a atração pelo mesmo sexo e as formas de vida de sujeitos
homossexuais como normais e inerentes à humanidade

RESULTADOS PROPOSTOS/ALCANÇADOS:

O objeto de Estudos, o texto Greta Garbo, Quem Diria, acabou no Irajá:

Sinopse

A peça é uma comédia envolvendo três personagens marginalizadas


pela sociedade. Pedro é um gay quarentão, que carrega um grande desejo
em sua vida, ele gostaria de ser Greta Garbo, a Diva Holywoodiana.
Acontece que ele é um enfermeiro que vive no subúrbio do Rio de Janeiro, o
Irajá. Renato é um Rapaz do interior do Rio de Janeiro, que gostaria de
realizar grandes sonhos na capital. Mary é uma ladra, que acaba jogada na
prostituição. Ela teve um bebê com um estrangeiro e é explorada por uma
cafetina no bordel onde ela passa a noite com seus clientes e escondendo-se
da polícia. A peça é em tom de comédia, porém, em alguns momentos, revela
um potencial dramático muito forte.

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Através da mobilização dos conceitos citados e da viabilidade para os
protagonistas desses discursos inferiorizados, miramos nossa estratégia teórica
para o texto do brasileiro e pernambucano guei, Fernando Melo, à época da escrita
do texto (1974), com 23 anos. Um texto marcado por personagens marginais:
Renato; um jovem da zona rural carioca que sonha em fazer dinheiro na capital,
Mary; uma prostituta com aspirações de boa moça cristã. Finalmente, o Pedro; uma
bicha economicamente estabelecida (enfermeiro), que se imagina a Diva Greta
Garbo e sonha com uma vida conjugal com um homem heterossexual. Assim se
constrói a dinâmica da narrativa, com três personagens consideradas escória da
sociedade, postas à margem pelo discurso oficial, ansiosas no sonho de um dia
chegar ao foco central do discurso burguês: o casamento, a família, o
estabelecimento econômico e a ordem, ainda que não aceitas pelo status quo.
Podemos captar, no texto em análise, a habilidade e interesse do Jovem Fernando
Melo, por captar aqueles sem direito a voz nas narrativas oficiais, suas vidas
problemáticas, marcadas por espaços sociais com pouco foco representativo: o
interior, espaços geográficos underground: prostíbulos, boates da Cinelândia. Peça
demarcada pelo imaginário guei, de alguém, que se não conhecia
entrelaçadamente o objeto de tua narrativa ficcional, realizou profunda e engajada
pesquisa dos espaços geográficos/sociais marcados pela experiência/vivência dos
sujeitos marginais envolvidos, putas, bichas e heterossexuais não hegemônicos,
demarcando biografemas homoculturais desses âmbitos e da influência das divas
para a subjetividade e identidade dos homossexuais.

Pedro – Eu explico. O negócio é o seguinte. Eu apenas quero que o lindo


mancebo feche os olhos e diga que eu sou Greta Garbo. Se quiser pensar em
outra, pode, mas tem que me chamar de Greta Garbo. Depois, eu te dou o
dinheiro e você some, VAI PRO INFERNO!

Pedro: Filho, uma informação! A Cinelândia é um lugar onde várias pessoas se


encontram, entende? Pessoas de tipos diversos, de vários times, entende? De
um lado os narigudos, do outro, nós, mulheres.

Renato: Sebastiana ta querendo o menino aqui, NE? Mas não vai ter, Sebastiana
Pançuda, não vai ter. O menino gosta mesmo é de mulher. Mulher loura, de
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preferência. É, é... É, você é preta, Sebastiana Pançuda.

Os trechos selecionados viabilizam biografemas da cultura guei,


subalternizada, marginalizada, da tendência de inspiração das grandes divas do
cinema nas identidades homossexuais masculinas. Podemos constatar no texto
uma dinâmica da falta de consciência de classe, pensando na discussão classe em
si Versus classe por si marxista.

Temos um enfoque central na peça na temática da homossexualidade, cada


personagem carrega uma visão sobre a mesma, tanto pela de Renato, a do silêncio,
que em nenhum momento da peça é retratado como garoto de programa de guêis,
nem como provável guei, ou de forma manifesta nas palavras de mary, a prostituta
que abomina a homossexualidade, que tem nojo de Pedro e Renato; ou de Pedro,
que toca na temática como sujeito gay, uma bicha velha. A narrativa é marcada por
uma atmosfera de desconfiança, todos os personagens da trama são envolvidos em
golpes e tramoias, todo o ambiente é marginalizado, é cafona, é boca de esquina,
um Renato que é lesado tanto por Mary, quanto pelo espanhol dono do hotel. Todos
os personagens estão tentando se aproveitar um do outro de alguma forma. Toda a
associação é à sujeira, roubo, vigarismo, cafetinagem, golpe, estelionato, é uma
peça marcada por gigolôs e prostitutas malandras, É um Pedro interessado em

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embriagar o Renato e consumi-lo como produto, uma Mary que quer sair da sarjeta
para morar em casa de “família”, que rouba dinheiro e documentos. Ela dissimula a
hipocrisia do machismo na sociedade, da visão androcentrista de organização
social e núcleo familiar. Enraizados na moral cristã, todos os personagens possuem
sonhos e ideias de ascenção social pautados nos ideais burgueses. A linguagem
dos personagens e muitas vezes chula, vingativa, violenta:

PEDRO – A Daniela me paga. Juro que me paga. Vou fazer picadinho de bicha e
levar pros gatos do passeio.

PEDRO - Você já viu alguém colocar uma banana de dinamite no ouvido de


alguém? É o que eu vou fazer com uma bruxa da Daniela.

Embora marcada por um clima de tramoias e deboche a peça não deixa de


ter conteúdo de crítico, afirma por mostrar um lado da homocultura, dos lugares por
onde esses sujeitos homossexuais transitam, subjetividades, performances gays,
afirmação da realidade desses sujeitos, a reivindicação de um espaço para suas
manifestações de cultura, de existência, as formas como que marcam a sociedade
na qual participam. Captamos, selecionamos biografemas de um autor
comprometido com a temática guei, numa época de censura e mesmo dentro de
uma peça com imagens de homossexuais e pessoas da classe baixa que podem se
conformar como esteriótipos, o autor consegue realizar fissura no discurso patriarcal
e fazer deslizar temáticas e inscrever valores que apontam para a humanidade,
para a defesa da reivindicação do espaço existencial desses sujeitos. Na fala que
segue, Pedro pergunta o que se fala sobre os homossexuais no interior onde
Renato mora:

PEDRO – E de mim falaram que você ia me encontrar?

RENATO – Não, Por que Você conhece alguém em campos Eu moro na Rua da..
PEDRO (cheio) – E não conheço ninguém em campos! Graças!

RENATO – Que coisa...

PEDRO – Eu tava falando de outra coisa, sabe Tava perguntando se te falaram de


mim, da Daniela.

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RENATO (riso moleque) – Ah, me falaram disso, claro.

PEDRO (Furioso) – Número um, eu não sou isso. Sou gente, Número dois, qual foi
a graça?

PEDRO – O que você pensa, que uma bicha velha e pançuda não é gente?

O trechos acima demonstram o tato do autor para lidar com a temática, um


texto escrito em regime militar, trabalhando essas questões não apenas de forma
estereotipada, negativa. Esse texto é importante para nossa pesquisa, pois lidamos
com o espaço biográfico no contexto de ditaduras militares nas décadas 60-70.
Nesse contexto, destacamos a imagem das Divas, retratado através do biografema
da Divice, como construtora da subjetividade de uma parcela dos sujeitos
homossexuais, traços homoculturais.

CONCLUSÕES:

É necessário apostarmos na escrita homoerótica, como um espaço não


apenas para tratar de sexualidade, mas para a discussão da diferença, diversidade,
subjetividade, cultura, saberes, mitos e conhecimentos de mundo que marcam uma
narrativa de corpos com vivências e experiências que se diferem daquelas narradas
pelo discurso europeu branco, androcêntrico e cristão, que justamente por
configurar esses aspectos se estabeleceram através de séculos de cânone literário
e artístico. Defender um espaço para a literatura desses sujeitos, é defender a
existência de um espaço para a resistência que não se acha nos meios de
comunicação hegemônicos e que encontra duras resistências no terreno da
literatura, entendida aqui como uma instituição com um percurso na história da
humanidade, do ocidente e suas (ex)colônias. As literaturas que são produzidas por
esses sujeitos podem funcionar como preenchimento da memória coletiva negada,
permitindo pontos de ancoragem do sentimento de pertença à determinada
identidade, aspectos importantes para a autoafirmação e autoestima homossexual.
Ao defendermos padrões contrários aos da heterocentria, estamos fazendo luta
discursiva pelo feminino, pelo homo e pela flexibilidade da cultura andocêntrica, do
binarismo. Não é uma atitude panfletária, ao contrário é a defesa de um padrão não
padronizado, é defender a não estagnação e limitação da experiência e vivência
humana.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E OUTRAS:

ARFUCH, LEONOR O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea.


Rio de Janeiro: EDUERJ, 2010.

BARTHES, Roland. Sade, Fourier, Loyola. São Paulo: Brasiliense, 1990.

DIDIER, Eribon. Prólogo. Em torno a Reflexiones sur la question gay. In: ERIBON,
Didier. Reflexiones sobre la cuestión gay. Barcelona: Belaterra, 2000. p. 9-20; p. 71-
100.
DOSSE, François. “A vidobra”. In: DOSSE, François. O desafio biográfico: escrever
uma vida. São Paulo: EDUSP, 2009. p. 80-95.
FOUCAULT, Michel. Ética, sexualidade e política. Organização e seleção de textos
por Manoel Barros da Motta. Trad. Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa. 2.
ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010. p. 119-125; p. 126-143; p. 144-162.

GARCÍA, Paulo César. Souza. Literatura e representações do homoerotismo.


Salvador: EdUNEB, 2014. p. 79-127.
LUGARINHO, Mário César. "Literatura de sodoma": o cânone literário e a identidade
homossexual. Niterói: Revista Gragoatá - corpos, erotismo e sexualidade. v. 8, n.
14. 2003.
MITIDIERI, ANDRÉ LUÍS; CAMARGO, FLÁVIO PEREIRA, organizadores.
Literatura, homoerotismo e expressões homoculturais. Ilheús, BA: Editus, 2015.
OLIVEIRA, Raphaella Silva Pereira de. O lugar da escrita homoerótica: pensando a
mostra generótica. In: Percursos da crítica cultural: artigos e ensaios de estudantes
do Pós-crítica, Organizadores: Oliveira, André Luiz; SILVA, Elisabete Bastos da;
OLIVEIRA, Wilton. – Feira de Santana: UEFS Editora, Alagoinhas: Fábrica de
Letras, 2011.

SILVA, Antonio de Pádua Dias da. Uma visada sobre a construção discursiva em
torno da literatura de temática homoerótica. In: ARANHA, Simone Dália de Gusmão;
PEREIRA, Tania Maria Augusto; ALMEIDA, Maria de Lourdes Leandro. Gêneros e
linguagens: diálogos abertos. João Pessoa: EduFPB, 2009. p. 95-107.

ANEXOS (se houver):

Banner da apresentação na 68º Reunião da SBPC

Texto completo enviado ao VIII Congresso Internacional da Associação Brasileira de


Estudos da Homocultura. (ABEH)

19
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CIENTÍFICOS, TECNOLÓGICOS OU DE
INOVAÇÃO
68ª Reunião anual da SBPC – Porto Seguro.

Colóquio Internacional Adonias Filho – Ilhéus.

ANÁLISE DE DESEMPENHO DO BOLSISTA


ADEQUAD PARCIALMENTE
ASPECTOS INADEQUADO
O ADEQUADO
Qualidade do trabalho:
considerar a qualidade do
X
trabalho, tendo em vista as
condições oferecidas
Dedicação: esforço revelado
para aprender, a partir de
X
indagações e dúvidas
apresentadas
Assiduidade: cumprimento
do plano de trabalho com X
dedicação e zelo
Rendimento: considerar o
cumprimento do plano de
X
trabalho de acordo com os
prazos estabelecidos
OBSERVAÇÕES DO ORIENTADOR

AVALIAÇÃO DO ALUNO EM RELAÇÃO AO PIBIC

Sugestão de estrutura: descrever de forma sucinta a visão analítica do bolsista em


relação ao Programa de Iniciação Científica, destacando dificuldades, pontos
positivos, integração no grupo de pesquisa onde o trabalho estava inserido, relação
com colegas e orientação, e qualquer outra percepção tida em relação ao
programa.

20
PARECER FINAL DO ORIENTADOR
( )APROVADO SEM MODIFICAÇÕES ( )APROVADO COM MODIFICAÇÕES
( )REPROVADO

LOCAL: DATA:
Declaro estar ciente e concordar, para
todos os efeitos legais, com as
informações contidas neste relatório.

_________________________________ _________________________________
___ _
Assinatura do(a) Orientador(a) Assinatura do(a) Bolsista

PARECER DA INSTITUIÇÃO COTISTA:

__________________________________________
Assinatura da Coordenação PIBIC

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